ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DO DIÁRIO ECONÓMICO Nº 5648 DE 08 DE ABRIL DE 2013 E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE
Aviação
A procura por aviões privados na China tem aumentado
ao longo dos últimos anos. Estima-se que o universo dos utilizadores
em potencial chegue aos 150 mil.
Sector vale 434 milhões de euros
Em Portugal existem perto de 14 empresas especializadas na aviação privada.
RAQUEL CARVALHO
[email protected]
O
segmento da aviação executiva na Europa ascende a
cerca de 20 mil milhões de
euros em volume de negócios. Em Portugal, estima-se
que existam cerca de 14 empresas a actuar no sector, representando uma facturação total de 434 milhões de euros por ano. A frota nacional representa 8% do total europeu e estão registadas
180 aeronaves. José Miguel Costa, presidente
da Associação Portuguesa de Transporte e Trabalho Aéreo (APTTA), diz que “Portugal está a
par das suas congéneres europeias no sector”
e destaca que, apesar da crise, “o sector aéreo
no geral, e o da aviação executiva em particular, tem sido capaz de se manter firme sendo
de prever um crescimento moderado em 20122015”. Uma coisa é certa, o transporte aéreo
tem vindo a sofrer profundas transformações
ao longo dos anos, tanto na oferta, como na
procura, com esta última a registar um cresxcimento, atraindo tanto “clientes individuias
PUB
como empresas”, diz José Miguel Costa.
Uma das maiores companhias a actuar em
Portugal é a Netjets, que tem 1500 clientes,
dos quais 75% empresas e empreendedores. A
operar para mais de cinco mil aeroportos em
todo o mundo, a empresa está “cautelosamente optimista numa recuperação do sector
em 2014”, diz Mark Wilson, presidente e Chief
Operation Officer da empresa, que revela ainda que Paris, Londres, Genebra, Nice e Zurique
são as cidades mais procuradas. Frisa que
existem boas oportunidades na Rússia e no
Norte de África e que a Turquia “está a representar uma oportunidade de crescimento sustentável, com um crescimento de 4,6% ao ano
na aviação executiva”. A Everjets é outra das
empresas que actuam no País. Constituída em
Abril de 2011, iniciou a actividade em Janeiro
de 2012, tendo encerrado o ano com uma facturação de 1,5 milhões de euros, “em linha
com os objectivos traçados”. No ano passado,
a empresa efectuou cerca de 500 horas de voo
de avião e helicóptero e, para este ano, espera
“duplicar as horas” e atingir cerca de três milhões de euros de volume de negócios, no que
se refere ao segmento da aviação executiva.
A empresa destaca que a procura de clientes se
explica “pela fase inicial de crescimento”, e
admite que “seria bem superior num contexto
económico de crescimento”.
Já a Valair não está em início de actividade,
mas tem também grande procura. Nuno Gomes da Silva, director comercial afirma que
em 2012 a empresa “continuou com crescimento sustentado que rondou os 11% em relação a 2011”, afirmando que o mesmo permite
à Valair “olhar o fututo com bastante confiança”. O responsável diz que este mercado “tanto nacional como internacional tem um elevado potencial de crescimento, realçando que
“tem assistido a um crescimento na ordem
dos dois digitos nos últimos anos”.
De frisar que a Valair “trabalha com mercados
que estão em grande desenvolvimento, como
Angola, Brasil e Moçambique”, sendo que a
empresa voa para todos os destinos. ■
Empresas
em Portugal
>> Grupo OMNI
Tem duas empresas
a operar neste segmento:
a OMNI Aviação
e Tecnologia e a White
Airways.
>> Aerjetsul
Presta serviços
personalizados
de charters em voos
executivos, gestão
de aeronaves
e consultoria de compra
e venda de aeronaves.
>> Madjet
Sedeada no Arquipélago
da Madeira, tem como
mercados-alvo: Madeira,
Canárias, Açores,
Portugal Continental
e o noroeste de África.
>> Vinair Aeroserviços
e Heliavia
São associadas da
APTTA. Não há
informação disponível.
>> Outras empresas
Em Portugal actuam
ainda a Flyjet, a Masterjet
e a Vistajet.
Nelson Ching/Bloomberg
EXECUTIVA
II Diário Económico Segunda-feira 8 Abril 2013
“A aviação executiva por vezes consegue
milagres”, defende a consultora Baker Tilly,
que também usa voos comerciais e low
cost. E recorda o caso de “um colega que
num só voo levantou e aterrou no mesmo
aeroporto” para fechar um negócio
importante olhos nos olhos”.
?
Como funciona? Usar a aviação
executiva não significa que tenha de ir
sozinho num avião. Pode adquirir uma
fracção, comprar horas de voo, ou
tornar-se titular de um cartão. Uma das
vantagens é que os voos podem ser
contratados com pouca antecedência.
-2
Poupança de tempo é uma das
vantagens de viajar num voo
de aviação executiva. Uma
horas de viagem viagem (só a viagem) entre
Lisboa e Luanda, por exemplo,
entre Lisboa
e Luanda
demora menos duas horas do
que num voo comercial.
Conheça as estratégias
das empresas
Três das principais empresas a actuar em Portugal
apostam em serviços inovadores e difereciados.
RAQUEL CARVALHO
[email protected]
Netjets cresce com lançamento de novos
produtos e renovação da frota
buscar à sua origem (paga só o tempo de
voo que realmente utiliza)”. Esta é uma
das estratégias de crescimento da empresa que lançou recentemente um novo
cartão de 25 horas, o Cartão de Voo de Regresso, “que cobre viagens de regresso no
mesmo dia e com várias etapas em jacto
ligeiro, que inclui duas horas de voo por
dia e que termina na cidade de partida”. A
empresa irá continuar a avaliar outras
oportunidades e a renovar a frota. ■
Foto cedida por APTT
Em 2012, a Netjets lançou o produto ‘Direct Finance’, permitindo aos clientes “a
oportunidade de adquirir o produto fraccionado sem ter de adiantar a totalidade
dos custos de capital”, diz Mark Wilson,
Presidente e Chief Operating Officer, que
frisa ainda o lançamento da Middle East
Ferry Waiver, “juntando 21 aeroportos no
Médio-Oriente à nossa área operacional
principal onde os clientes não pagam pelo
posicionamento de um jacto para o ir
E N T R E V I S TA A JOSÉ MIGUEL COSTA,
PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA
DE TRANSPORTES E TRABALHO AÉREO
“Cremos numa recuperação
tímida em 2014-2015”
Everjets investe três milhões de euros
em instalações e escola de pilotagem
ções no Aeroporto Internacional Francisco Sá Carneiro, no Porto, onde se incluem escritórios, e que serão inauguradas já no próximo mês de Maio, num investimento de três milhões de euros.
De forma a combater a crise, a empresa
aposta num “plano de investimentos
moderado e numa estrutura de custos
adaptada ao contexto actual”, tendo
efectuando também acordos com operadores internacionais, de forma a aumentar a oferta e o mercado alvo. ■
Serviço personalizado e ganho de
tempo em trabalho e viagens são algumas vantagens da aviação executiva que, mesmo em crise, tem ganho adeptos, frisa José Miguel Costa, presidente da Associação Portugesa de Transportes e Trabalho Aéreo (APTTA).
Jonathan Alcorn / Bloomberg
Em 2014, a Everjets espera alcançar um
volume de negócios superior a 12 milhões
de euros, ano em que terá a funcionar em
pleno as três áreas de negócio que estão
na base do seu crescimento: aviação executiva e trabalho aéreo, com operações
de combate aos fogos, “onde opera com a
sua frota própria complementada com
parcerias”, diz fonte da empresa. Uma
escola de pilotagem para avião e helicóptero e manutenção, hangaragem e
‘handling’, através das futuras instala-
Valair assume custo da viagem
quando tempo excede o previsto
A estratégia da Valair passa “pela oferta
de um serviço diferenciado que antecipa
qualquer necessidade do cliente, pela
possibilidade de oferecer voos continentais e inter continentais, de curto, médio
e longo curso, e pela aposta na prestação
de serviços de management de aeronaves a terceiros”, informa Nuno Gomes da
Silva, director comercial. Estas são algumas das vantagens competitivas da Valair, às quais acrescenta a oferta ao nível
do preço/hora, que diz ser “muito interessante, já que apenas cobra o tempo
real de voo do cliente”. Isto porque, explica “se o voo tiver uma duração inferior ao tempo estimado, o cliente é creditado pela diferença, se for superior, a
Valair assume o custo”.
A Valair está vocacionada para o mercado
corporate e individal, onde se destacam
as áreas de Private Jet e gestão de aeronaves. Oferece serviços de apoio a viagens,
um cartão de horas de voo com preço especial para clientes frequentes, serviço
de ‘broker’ para contratação de aeronaves e um serviço de gestão consultoria. ■
Têm entrado ou saído operadores de
aviação executiva do mercado português?
Houve casos pontuais de criação de
operadoras de transporte aéreo executivo, alguns com sucesso, bem
como casos de empresas que, tendo
sido equacionada a sua criação, vieram a não ser capazes de captar
mercado que justificasse a sua posterior sedimentação. Em termos de
desistência ou cancelamento de
certificados de operador aéreo,
houve um caso pontual que justificamos como sendo fruto da crise
económica, concorrência, bem
como da própria ‘praxis’ empresarial que pode justificar ou implicar a
sua falência.
Tem havido maior procura por serviços privados de aviação?
A democratização do transporte aéreo, a crescente necessidade de mobilidade, mormente no espaço europeu, bem como a proliferação de
negócios supra nacionais, criou uma
crescente procura da aviação executiva, a qual, além da comodidade
que lhe é própria, possui o apanágio
de proporcionar um ganho de tempo não acessível na aviação regular.
Além disso, a quantidade de destinos ao dispôr, viagens de longo cur-
so com a possibilidade de trabalhar
a bordo, rapidez na obtenção do
serviço são algumas das vantagens
que, implicando um encargo financeiro são muitas vezes compensados
pelas mais-valias afloradas.
Como perspectiva o futuro do sector?
Cremos, acreditamos e almejamos
que se mantenha estável, sendo
nosso ensejo que numa perspectiva
de recuperação, se venha a reerguer, ainda que timidamente, em
2014-2015. Mas necessitamos de
medidas de incentivo económico,
acesso a crédito, incentivo fiscal,
decréscimo de ónus e taxas aeroportuárias, medidas de mitigação
dos excessivos encargos aeroportuários, e sobretudo, uma política
coesa, de planificação a médio prazo que determine um conjunto de
políticas em sede de transporte aéreo, o que aliás representa uma luta
temos travando junto das várias tutelas do sector.
O que têm defendem para chegar a
bom porto?
Temos pugnado há anos pela criação
e implementação de uma política de
transporte aéreo que seja capaz de
definir, regulamentar e orientar estratégicamente o sector. Consideramos imperiosa a implementação de
medidas capazes de optimizar a capacidade disponível dos aeroportos
nacionais por forma a permitir às
companhias aéreas a disponibilização de ligações em horário e frequência mais apelativos, funcionalidade na ligação entre voos e a criação de rede racional de transportes
(numa lógica intermodal). ■ R.C.
Segunda-feira 8 Abril 2013 Diário Económico III
A agência de viagens Abreu afirma
que a procura por viagens de
negócios pelas empresas - muito
pela necessidade de se
internacionalizarem - tem
aumentado, mas que o valor médio
das viagens tem descido.
5410
A OGMA, detida a 65% pela Embraer
Os voos particulares e táxis aéreos
e 35% pelo Estado português, faz a
desceram de 2011 para 2012(6234 face
manutenção, reparação e modernização
a 5410). O número de passageiros caiu
de 15 a 20 aeronaves executivas por ano
de 6.234 para 5.410. Tanto nos táxis
pessoas
a clientes de todo o mundo . O volume
aéreos como nos particulares
transportadas
em
voos
particulares
de negócios nesta área tem sido estável,
o aeroporto que mais cresceu foi
OPINIÃO: ???????????????????
e
táxis
aéreos
apesar da crise.
o de Beja, diz a ANA Aeroportos.
?????????????????????????????
O que escolhem
as empresas
As empresas estão a adoptar medidas que visam reduzir o custo médio das viagens,
antecipando as reservas, aumentando a utilização de tarifas menos flexíveis e, como tal, mais
>> A Cushman
& Wakefield prefere
a aviação comercial
à low-cost, pelos horários
e pela localização
de aeroportos.
económicas, bem como a renegociação de acordos com os fornecedores, revela o barómetro
da Travelstore American Express.
>> A empresa de vinhos
Aveleda voa na aviação
comercial e na low cost
para visitar mercados
ou participar em feiras
e outros eventos.
>> A equipa executiva da
Servdebt utiliza a aviação
comercial porque tem um
custo menor.
>> A Sotinco varia entre
a aviação comercial
e low-cost, “dependendo
do destino, custos
e horários”.
Mário Proença / Bloomberg
>> António Pereira,
director-geral dos
Sheraton Lisboa e Porto,
opta pela aviação
comercial pela “sensação
de segurança pessoal”.
>> A empresa de SIG
Novageo opta pelas
carreiras comerciais,
“que apresentam maior
previsibilidade
e versatilidade”.
Comercial e low cost atraem executivos
Há uma maior procura nas companhias aéreas tradicionas. Na Tap, o peso já é de 70%.
RAQUEL CARVALHO E IRINA MARCELINO
[email protected]
A
pesar de haver empresas
dedicadas em exclusivo a
aviação executiva, tem sido
comum a procura por companhias áreas tradicionais
para viagens de negócio. Na
Tap, por exemplo, as viagens de negócios representam 70% do tráfego
vendido em Portugal. O número é avançado
por Paula Canada, directora de Vendas em
Portugal, que esclarece que a quebra nas vendas sente-se “essencialmente ao nível do tráfego de lazer”. A crise tem sido “uma oportunidade no que respeita às viagens de negócios
dado que a tendência passa pela internacionalização”. E informa que “o tráfego de negócios
não só não reduz, como cresce, designadamente para o Brasil, Angola e Moçambique”.
Aliás, este mês a TAP aumentou a oferta de
voos para Maputo, para quatro frequências semanais e cinco na época alta.
Para manter e atrair executivos, a TAP tenta
ser “competitiva nos preços, pontualidade,
qualidade no atendimento, e acriação de uma
equipa de vendas especializada que está sempre atenta às necessidades e a novos negócios
que possam surgir”, informa Paula Canada.
Além disso, a companhia oferece dois programas de fidelização para empresas, “um mais
orientado para PME - Fly Corporate - e outro
para empresas com grande volume de viagens
- Top Corporate”, revela, frisando que ambos
“visam oferecer vantagens específicas e adequadas às necessidades das empresas que se
podem traduzir na redução de preço, apoio
TAP personalizado ou oferta de serviços através do exclusivo cartão TAP Corporate, como
o acesso aos lounges dos aeroportos, ao
greenway (canal que facilita a passagem na
zona de Raio X), ou estacionamento gratuito”.
Paula Canada destaca ainda o Programa de
Passageiro Frequente Victoria que “tem por
objectivo a fidelização do passageiro individualmente”, explica.
Também a Emirates dá especial atenção a quem
viaja em negócios, e por isso, em classe executiva ou primeira classe. Para que nada falte a
quem quer adiantar trabalho enquanto viaja, a
companhia aérea disponibiliza “um Seatback
SMS, e-mail, e telefone por satélite, bem como
uma ficha de alimentação nos assentos”,
adianta fonte da Emirates Airlines. Há ainda
serviços personalizados como ‘Chauffeur-drive’ até ao aeroporto e do aeroporto ao seu destino. Para quem o destino é o Dubai, à chegada
aquela cidade, o passageiro pode desfrutar de
uma frota de veículos Mercedes.
A excelência do serviço é ainda complementada pela oferta de Vouchers Fast Track, no
check-in ou antes da chegada “para acelerar a
sua passagem pelas habituais formalidades do
aeroporto”, explica fonte da empresa.
No campo das low-cost a aposta no segmento
executivo também se tem sentido. A easyJet,
por exemplo, conseguiu em Dezembro chegar
à marca de 10 milhões de passageiros transportados em viagens de negócio nos 12 meses
anteriores. “Este marco demonstra o crescimento e sucesso da easyJet em cativar passageiros no segmento negócio, tornando as viagens cada vez mais acessíveis e confortáveis”,
disse fonte oficial da empresa ao Diário Económico. A easyJet, que faz essencialmente
voos de curta distância pela Europa, está já
presente em 50 aeroportos principais. Recentemente e a pensar nas viagens de negócios, a
companhia abriu novos horários na rota Lisboa-Madrid. “Compatível com as reuniões de
negócios no início do dia, o primeiro voo da
manhã parte, agora, de Lisboa às 7H00 e chega
a Madrid às 9H25, hora espanhola. O último
voo de regresso a Lisboa, parte da cidade de
Madrid às 18H00, locais, e chega a Lisboa às
18H20”.
A Transavia, outra companhia low-costpor
seu turno, e sem entrar em grandes pormenores, garante que nos seus voos entre Porto e
Paris e Porto e Nantes levam sempre passageiros executivos. E que estes a escolhem muitas
vezes por razões relacionadas com o preço. ■
>> António Jorge Costa
Cargo, presidente do
IPDT, recorre a
companhias comerciais
para África e Europa.
>> A Gelpeixe escolhe
as companhias low-cost e
voa na classe económica
para Espanha, Londres.
Luxemburgo, Varsóvia
e ilhas ou para Dubai
e Angola.
>> Voos comerciais
e classe económica são
as preferências da WeDo
Technologies, que tem
acordos com companhias.
Por vezes opta por viajar
em low cost.
>> A Carglass opta
sempre por viajar em
classe económica.
Escolher viagens baratas
é política da empresa, que
tem uma filosofia de não
ostentação por parte
das classes dirigentes”.
>> Nas viagens
domésticas, a Jason
privilegia as low cost. Nas
internacionais, a escolha
recai nos voos comerciais,
mas classe económica.
>> A PEKAN, marca
nacional de jóias, escolhe
a aviação comercial, por
ser “segura, eficiente,
permitir levar bagagem
com maior flexibilidade
e tem custo razoável”.
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