10 Perguntas sobre
Psicanálise Respondidas
O que são Neuroses?
Quais os sintomas do TOC? Posso me
beneficiar do Tratamento Analítico?
A PSICANÁLISE CURA? Qual a diferença
entre Psicanálise e
Psicologia?
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Introdução
Este documento reúne algumas das principais
dúvidas acerca da Psicanálise, seus conceitos e utilização,
buscando informar aqueles que sentem-se atraídos por este
conhecimento centenário, tão difundido entre a nossa
sociedade e algumas vezes utilizado incorretamente.
Aqui, você encontrará algumas das respostas que
procura e mais: encontrará as diretrizes que o farão seguir
adiante no caminho da compreensão de seus medos,
curiosidades e barreiras herdadas durante estes seus
primeiros anos de vida.
Apesar de considerarmos diferentes perspectivas
na hora de montarmos este material, as respostas listadas
aqui podem refletir a opinião dos idealizadores do projeto.
Portanto, sinta-se a vontade para questioná-las; contate-nos
sempre que quiser oferecer uma contribuição e conheça o
nosso trabalho através do site do NEPP e por meio de
nossas redes sociais.
Boa leitura!
Núcleo de Estudos e Pesquisas em Psicanálise
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Perguntas Respondidas
1. Qual a diferença básica entre Psicologia e Psicanálise? p.4
2. A psicanálise cura? p.5
3. A idade do paciente influencia em seu "crescimento mental"? p.6
4. O resultado da análise será sempre positivo? Conseguirá o paciente então,
alcançar a felicidade? p.6
5. Qual a importância da mãe no amadurecimento psíquico do filho? p.6
6. Todas as pessoas podem beneficiar do tratamento analítico?p.7
7. É verdade que toda a psicanálise gira em torno da sexualidade? P.8
8. Quais são os sintomas mais comuns do TOC? p.8
9. O que são neuroses? p.8
10. É possível prevenir futuros transtornos psíquicos? p.9
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1. Qual a diferença básica entre Psicologia e Psicanálise?
Não é necessário supor que toda vida mental envolve conflito: há também
uma esfera livre de conflitos.
A psicanálise aborda a questão da adaptação de três formas: como um
problema na psicologia do ego; como um objetivo; e como uma consideração
educacional. Desta forma, a psicanálise pode pretender ser uma psicologia geral no
sentido mais amplo da palavra, pois a psicologia do ego é o campo geral onde se
encontram a psicanálise e a psicologia não analítica.
Contudo, as investigações que se confiam à esfera livre de conflitos (como
a maior parte daquelas da psicologia acadêmica) inevitavelmente omitem
relacionamentos psicológicos básicos. Por isso, Freud criou o termo “metapsicologia”,
tornando também a psicanálise um instrumento de investigação básico da antropologia,
sociologia, história da civilização, arte, cinema, etc... Daí o esforço sobre-humano que os
profissionais do NEPP têm mantido para pesquisar e buscar uma psicanálise
genuinamente brasileira.
Cito aqui o livro A Psicologia do Ego e o Problema de Adaptação (1939), de
Heinz Hartman, que assinalou o progresso da metapsicologia do ego desde Freud. Tenho
também que lembrar que, segundo Sigmund Freud, o fator cultural no âmbito geral
contribui fortemente na formação da patologia da personalidade.
Isso pode ser comprovado nos estudos de Freud em Psicopatologia da Vida
Cotidiana (1905), em que ele lida com as interferências do id nas funções do ego. Às
vezes, Freud escrevia que as únicas forças motivadoras dos seres humanos fossem os
instintos e enquanto em outras vezes ele reconhecia explicitamente os “instintos do ego”,
colocando o superego como subproduto do ego. Podemos concluir então que não há
lugar para um ego autônomo, exceto quanto às defesas que adquirirem autonomia
secundária.
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Falando de um modo geral, ao trabalharmos as energias represadas e os
rancores congelados do sujeito, promovemos um afrouxamento nas despesas neuróticas
fazendo com que elas adquiram autonomia secundária, tornando o sujeito pronto para a
busca de sua adaptação produtiva, capacidade de gozar a vida e uma busca constate de
um equilíbrio mental sabendo lidar com as perturbações do dia-a-dia. Nós, humanos,
sempre temos que arrumar uma saída para os nossos problemas com o menor gasto de
tempo e energia possível.
Quando o problema é proposto na ordem da consciência, o sujeito se vê
obrigado a deixá-lo de lado para melhor adaptação e sobrevivência. Como é postulado na
epistemologia das ciências psicológicas, os humanos se ressentem. Como é que ficam os
afetos?
2. A psicanálise cura?
Em termos absolutos, o tratamento analítico não cura sempre e de forma
total, uma vez que em psicanálise o termo CURA não tem o mesmo significado que em
medicina geral.
Aqui, é possível objetivar e quantificar os critérios de cura. Em Psicanálise,
o termo que melhor designa a CURA é “crescimento mental”, o que dependerá de uma
série de fatores como, por exemplo, se o paciente está motivado para efetuar mudanças
verdadeiras em sua vida, o grau de sua patologia, a qualificação com o analista, entre
outras.
Entretanto mesmo que o paciente não obtenha a “cura analítica”,
certamente se beneficiará de indeléveis “benefícios terapêuticos”.
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3. A idade do paciente influencia em seu "crescimento mental"?
A prática analítica comprova que quanto mais precoce for a idade do
paciente – crianças, adolescentes – maior é o grau de satisfação do tratamento. Isto
porque as defesas que o inconsciente usa para livrar-se das inevitáveis angústias não
estão rigidamente organizadas.
Estes pacientes apresentam maior flexibilidade para renunciar às crenças
que contribuíram para o desencadeamento da patologia, bem como em realizar
mudanças: suas potencialidades subjacentes emergirão.
4. O resultado da análise será sempre positivo? Conseguirá o paciente então, alcançar a
felicidade?
Primeiramente é importante deixar claro que a psicanálise não propõe a
felicidade ao sujeito. Ela permite que ele transforme sua infelicidade psíquica: a energia
psíquica que outrora estava retida nos conflitos inconscientes é liberada de uma maneira
adequada, propiciando harmonia interior e consequentemente, melhor aproveitamento
na vida exterior.
No tocante ao resultado sempre exitoso de uma análise, a prática analítica
nos mostra que em alguns casos não é possível. Sobretudo, na grande maioria ela
possibilita uma incontestável mudança na qualidade de vida do paciente.
5. Qual a importância da mãe no amadurecimento psiquico do filho?
A presença da mãe é indispensável e fundamental no desenvolvimento da
personalidade do filho: é a única capaz de suprir o estado de desamparo do bebê.
Considerando que nesta fase o bebê se comunica em uma linguagem não-verbal, ela
desempenha a função de “escudo protetor”: além de suprir às exigências internas do
bebê – fome, sono – ela precisa protegê-lo das pressões externas.
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Os registros indeléveis no psiquismo do individuo formam-se a partir das
primeiras experiências de satisfação. Se a mãe não se encontra preparada para conter as
angústias do seu filho, tais registros se processarão de forma negativa, irrompendo
sentimentos de desamparo que poderão repercutir em sua vida adulta.
Portanto, a mãe que dispensa ao filho um olhar carinhoso, que faz do ato
de amamentar, bem como dos cuidados com a higiene, momentos de prazer, propicia
registro das primeiras impressões psíquicas, as quais repercutirão, de maneira saudável,
no desenvolvimento de sua personalidade.
Entretanto, ao contrário, se a mãe idealiza o filho de maneira exagerada,
não conseguirá conter as angústias do mesmo, falhando em sua função de “escudo
protetor”. Tanto a mãe superprotetora quanto aquela ausente, comprometem,
consideravelmente, o desenvolvimento da personalidade do filho.
6. Todas as pessoas podem beneficiar do tratamento analítico?
Com um tratamento psicoterapeuta, em principio sim. Em relação à
psicanálise, que trabalha com material inconsciente, há algumas limitações:
1) indispensável motivação por parte do paciente a submeter-se a um tratamento longo,
custoso, de resultados não garantidos, sendo também indispensável a paciência e a
coragem;
2) o paciente não deve satisfazer-se apenas com a remoção dos sintomas, e sim, desejar
uma transformação em sua estrutura psíquica, o que acarretará mudanças na sua vida
exterior;
3) o proponente à análise deve ter uma condição mental satisfatória, que lhe permite
comunicar com um razoável nível de simbolização e abstração;
4) o critério de avaliar a analisabilidade de um pretendente é muito discutível, pois a
prática analítica ensina que pacientes com diagnóstico inicial desfavorável, atingem
excelentes progressos assim como o inverso também é observado;
5) o analista não deve ficar focado na patologia do paciente mas sim, valorizar sua
capacidade positiva manifesta ou latente.
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7. É verdade que toda a psicanálise gira em torno da sexualidade?
É importante e necessário esclarecer que “sexualidade” não tem o meso
significado que “genitalidade” dentro da obra de Freud. A “sexualidade”, em seu sentido
genérico, refere-se a alguma forma de libido.
A psicanálise continua sim, atribuindo à sexualidade um papel importante,
principalmente, no tocante ao Complexo de Édipo, como força motriz no
desencadeamento dos transtornos psíquicos, mas com certeza, a “sexualidade” para
Freud, não significava, unicamente, a prática de uma relação sexual.
8. Quais são os sintomas mais comuns do TOC?
Em alguns casos, os pacientes remoem-se em dúvidas e pensamentos que
infiltram sua mente, atormentando e comprometendo seu raciocínio lógico. Incapacitados
para uma vida livre, tais pacientes, compulsoriamente, praticam e desfazem atos; criam
seus próprios rituais, os quais não conseguem explicar sua origem. Como não chegam a
um fim, estes comportamentos culminam em uma neurose gravíssima, bem próxima à
psicose.
Como estas pessoas mantêm um rígido controle sobre si, automaticamente
policiam tudo e todos: são pessoas extremamente severas consigo e com os outros - são
perfeccionistas por excelência.
9. O que são neuroses?
Os pacientes neuróticos caracterizam-se pelo fato de apresentarem um
grau de sofrimento em uma ou mais área importante de sua vida: seja sexual, familiar ou
profissional.
Dependendo do grau de adoecimento do individuo, a neurose pode alterar
o juízo critico do sujeito, irrompendo comportamentos anti-sociais, levando-o a uma não
adaptação da realidade. As neuroses não têm caráter orgânico; são transtornos psíquicos.
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10. É possível prevenir futuros transtornos psíquicos?
Em parte sim. Uma vez que retirada as “toxinas psíquicas”, um completo
tratamento analítico permitirá ao paciente melhores condições para enfrentar as
dificuldades inevitáveis da vida, considerando que ele estará mais seguro no tocante à sua
maneira de pensar, de comunicar-se, enfim, na consideração pelos outros, e,
principalmente, por ele mesmo.
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