ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESA
DIA DA COMPETITIVIDADE
Enquadramento Estratégico
da Economia Portuguesa
0. PONTO DE PARTIDA
1.UMA ECONOMIA A VIRAR-SE
“PARA DENTRO”
NUM PERÍODO DE GLOBALIZAÇÃO?
2. UM SECTOR EXPORTADOR VULNERÁVEL
E LIMITADO NA SUA CAPACIDDE DE GERAR
CRESCIMENTO DA ECONOMIA
3. UMA EVOLUÇÃO TENDENCIAL DO
SECTOR EXPORTADOR ASSENTE EM DOIS
FACTORES DEPRODUÇÃO – “TERRA” E “CAPITAL”
4. EM BUSCA DE UMA NOVA COMPETITIVIDADE
PARA A ECONOMIA PORTUGUESA
PONTO DE PARTIDA
O CRESCIMENTO DE UMA
PEQUENA ECONOMIA ABERTA
DEPENDE, NO LONGO PRAZO,
DO DINAMISMO DO SEU
SECTOR QUE VENDE BENS E
SERVIÇOS TRANSACCIONÁVEIS
NO MERCADO MUNDIAL
PONTO DE PARTIDA
PODE, TRANSITORIAMENTE,
E DEVIDO A CIRCUNSTÂNCIAS
ESPECÍFICAS
CRESCER APOIADA EM
DINÂMICAS INTERNAS –
POR EXEMPLO A REABSORRÇÃO
DE DÉFICES INFRA ESTRUTURAIS
ACUMULADOS
EM PERÍODOS ANTERIORES
EM QUE O INVESTIMENTO
NESSES SECTORES ESTEVE
ANORMALMENTE REDUZIDO
PONTO DE PARTIDA
UMA PEQUENA ECONOMIA ABERTA
SÓ PODERÁ TER UMA
OFERTA DINÂMICA
DE BENS E SERVIÇOS TRANSACCIONÁVEIS
SE CONSEGUIR POSICIONAR-SE
EM ACTIVIDADES, SEGMENTOS E PRODUTOS
COM FORTE CRESCIMENTO N0 COMÉRCIO
INTERNACIONAL E
QUE SE ADAPTEM AOS
FACTORES DE PRODUÇÃO
DE OFERTA MAIS COMPETITIVA
EXISTENTES AO LONGO
DA “CURVA DO TEMPO”
1.UMA ECONOMIA A VIRAR-SE
“PARA DENTRO”
NUM PERÍODO DE GLOBALIZAÇÃO?
Vamos considerar que
a economia portuguesa
se pode decompor em
três grandes tipos de actividades:
1) A produção de serviços não mercantis, da
responsabilidade do Estado,
2) A produção de bens e serviços mercantis, mas pouco
transaccionados internacionalmente,
3)
A produção de bens e serviços que são objecto de
intenso comércio internacional, dos quais se destacam
os que integram a “carteira de actividades” mais
exportadoras do país
PORTUGAL - TRÊS TIPOS DE ACTIVIDADES
PROCURA EXTERNA
OFERTA PÚBLICA
Legenda
Serviços não Mercantis
Serviços Mercantis e Actividades
“Não transaccionáveis”
Bens e Serviços Exportáveis
A evolução da economia portuguesa nos últimos 20
anos foi caracterizada por quatro processos:
1. 1. Um forte crescimento do sector não
mercantil da economia -devido à ampliação das funções
do estado na oferta de “bens de mérito” - educação, saúde e na realização de transferências para as famílias, como
contrapartida da ”poupança forçada” recolhida pelo estado
para financiamento da segurança social;
2.
2 .Uma profunda modernização do sector
mercantil de serviços orientados para o mercado
interno (“não transaccionáveis”) entendidos num
sentido amplo de sectores no essencial orientados para o
serviço do mercado interno, embora funcionando num
quadro mercantil (telecomunicações, distribuição, serviços
às empresas, serviços financeiros, etc.), num quadro de
maior competição, resultante da entrada de novos
operadores;
A evolução da economia portuguesa nos últimos 20 anos
foi caracterizada por quatro processos:
uma reabsorção dos défices elevadíssimos que existiam
em meados da década de 80 do século XX em áreas
infra-estruturais como acessibilidades, indústrias de rede
(telecomunicações, electricidade, gás natural), abastecimento de
água e tratamento de efluentes e resíduos, equipamentos sociais e
desportivos das cidades, e, mais recentemente, habitação;
4.
uma limitada mudança na “carteira de bens e serviços
transaccionáveis” trazida quase exclusivamente pelo
investimento directo alemão nos sectores industriais do automóvel
e electrónica e serviços, pela viragem para o golfe e congressos no
turismo e pela emergência do calçado como o mais dinâmico dos
sectores de exportação tradicional.
2. UM SECTOR EXPORTADOR VULNERÁVEL
E LIMITADO NA SUA CAPACIDDE DE GERAR
CRESCIMENTO DA ECONOMIA
PORTUGAL TEM ACTUALMENTE UMA
CARTEIRA DE ACTIVIDADES EXPORTADORAS
CENTRADA EM PRODUTOS QUE TÊM UM
BAIXO CRESCIMENTO NO COMÉRCIO
INTERNACIONAL PELO QUENÃO PODE
CONTAR COM A EXPANSÃO DO MERCADO
DESSES PRODUTOS COMO FACTOR QUE
DILUÍSSE O IMPACTO DE NOVOS
CONCORRENTES.
PORTUGAL ENCONTRA - SE NO GRUPO DE
PAÍSES COM MENOR EXPRESSÃO NAS SUAS
EXPORTAÇÕES DE PRODUTOS COM FORTE
PROCURA NO COMÉRCIO INTERNACIONAL
(COMPARE-SE A ESTE PROPÓSITO A POSIÇÃO
DE PORTUGAL COM A DA IRLANDA)
PORTUGAL TEM UMA CARTEIRA DE ACTIVIDADES
EXPORTADORAS MUITO VULNERÁVEL Á
CONCORRÊNCIA DAS ECONOMIAS EMERGENTES E
EM DESENVOLVIMENTO, BEM COMO AOS NOVOS
ESTADOS MEMBROS DA UNIÃO EUROPEIA, SENDO
DE DUVIDAR QUE COM ESSA “CARTEIRA” POSSA VIR
A OBTER TAXAS DE CRESCIMENTO QUE LHE
PERMITAM CONVERGIR NO ESPAÇO EUROPEU.
PORTUGAL ESTÁ ENTRE OS CINCO PAÍSES DA OCDE
COM UMA MAIOR “SOBREPOSIÇÃO “ DE PERFIL
EXPORTADOR COM A“ÁSIA DINÂMICA” E ENTRE OS
CINCO EM QUE ESSA SOBREPOSIÇÃO É MAIOR COM
OS DOZE NOVOS ESTADOS MEMBROS DA UNIÃO
EUROPEIA
MAIS RECENTEMENTE, COM O AUMENTO DE
EXPORTAÇÕES
PARA
ECONOMIAS
EM
DESENVOLVIMENTO OU EM TRANSIÇÃO,
ASSISTIU-SE A UMA MAIOR DINÂMICA DE
ALGUNS
EXPORTADORES
DE
BENS
DE
EQUIPAMENTO, DE PRODUTOS METÁLICOS E
PRODUTOS FARMACÊUTICOS E DE SERVIÇOS
DE
CONSTRUÇÃO,
OBRAS
PÚBLICAS
E
ENGENHARIA.
POR OUTRO LADO, SECTORES QUE TINHAM
ESTADO
RELATIVAMENTE
ESTAGNADOS,
COMO A REFINAÇÃO DE PETRÓLEO OU AS
PETROQUÍMICAS
FORAM
OBJECTO
DE
INVESTIMENTOS
DE
EXPANSÃO
QUE
APONTAM PARA UM INTENSIFICAR FUTURO
DESTAS EXPORTAÇÕES.
3. UMA EVOLUÇÃO TENDENCIAL
DOSECTOR EXPORTADOR ASSENTE
EMDOIS FACTORES DE PRODUÇÃO –
“TERRA” E “CAPITAL”
QUATRO FACTORES DE PRODUÇÃO
NA ECONOMIA
COMPETÊNCIAS
&
TRABALHO
CAPITAL
&
ENERGIA
TALENTO
&
CONHECIMENTOS
TERRA:
ESPAÇO,
RECURSOS
NATURAIS
&
AMENIDADES
A ABUNDÂNCIA E VALOR “INTERNACIONAL”
DOS FACTORES DE PRODUÇÃO DISPONÍVEIS
EM E PARA PORTUGAL
FACTORES ABUNDANTES MAS CADA VEZ
MENOS VALORIZADOS - MÃO DE OBRA
DESQUALIFICADA OU POUCO QUALIFICADA
FACTORES ABUNDANTES E COM VALOR –
TERRA E ACESSO A CAPITAL
OS FACTORES ABUNDANTES E DESVA
FACTORES EM CRESCIMENTO MAS AINDA
INSUFICIENTES: COMPETÊNCIAS
NECESSIDADE DE AS AMPLIAR EM LIGAÇÃO
COM A DINAMICA DAS ACTIVIDADES
FACTORES ESCASSOS E VALIOSOS –
CONHECIMENTOS & TALENTOS:
NECESSIDADEDE OS FIXAR E MULTIPLICAR
ANALISANDO OS
PROJECTOS DE INTERESSE NACIONAL(PIN)
No início do período 2007-2015 as
actividades que terão maior tendência para
serem atraídas para Portugal são as que se
baseiam na disponibilidade de Terra e no
Capital, ou seja:
•o turismo (com uma forte componente
residencial)
•a logística internacional
•as indústrias capital e energia intensivas
para as quais a posição geográfica ou a
disponibilidade de recursos naturais de
Portugal (“terra” ) possa ser atraente
TERRA E CAPITAL- UM PAÍS LONGE
DA “ECONOMIA DO CONHECIMENTO”
UMA ECONOMIA SEM
FORTES GANHOS DE PRODUTIVIDADE
Uma estratégia baseada num sector exportador
assente em Terra e Capital
é adequado à dotação de factores iniciais
mas remete Portugal para funções cada vez
mais longe da Economia do Conhecimento
em que os países desenvolvidos terão de especializar
para responder á Globalização e a prazo
travará o crescimento da produtividade da economia
TERRA E CAPITAL- UM PAÍS FRACTURADO
Uma estratégia de crescimento assente na exploração
do que é hoje fácil e óbvio, ou seja, nas actividades
baseadas na disponibilidade de terra e de capital, tem
para Portugal uma consequência adicional - apenas
estimulam uma parte do país - a que se situa de Leiria
para sul, onde se localizam as zonas mais atraentes para
turismo residencial e os portos com maior capacidade de
inserção nas rotas mundiais.
Será uma estratégia que envolve o abandono do norte
e centro do País e que levará a um novo surto de
emigração, envolvendo a bolsa mais jovem da
população portuguesa.
4. EM BUSCA DE UMA NOVA
COMPETITIVIDADE
PARA A ECONOMIA PORTUGUESA
DOIS CONCEITOS DISTINTOS
MAS COMPLEMENTARES:
A Competitividade das Empresas
Resulta de um conjunto de características das empresas
como sejam:
O seu controlo sobre os custos de produção dos bens ou
serviços com que estão presentes nos mercados; a
capacidade de fornecer nos prazos mais adequados aos
clientes ; a qualidade e inovação que conseguem
transmitir a esses bens e serviços; o branding e
marketing que lhes permite apresentar os seus bens ou
serviços como dispondo de características únicas
permitindo com a diferenciação obtida ganhar
“rendimentos diferenciais” ETC
DOIS CONCEITOS DISTINTOS
MAS COMPLEMENTARES:
A Competitividade da Economia
Resulta da qualidade da “Carteira de
Actividades”exportadoras da economia, que envolve:
A sua adaptação à dinâmica do procura internacional e da
procura nas economias
mais desenvolvidas; a existência de pólos de competência
em que a economia se torna conhecida no seu espaço
regional e no mundo; a diversidade de pólos de
competência que lhe permita reduzir vulnerabilidades face
a evoluções conjunturais ou a “choques assimétricos” ETC
DOIS CONCEITOS DISTINTOS
MAS COMPLEMENTARES:
NO CRUZAMENTO DAS DUAS COMPETITIVIDADES O Modelo de Funcionamento da Economia no que permite:
De acumulação de capital humano; de flexibilidade no
funcionamento das empresas; de redução da carga fiscal
sobre os resultados da actividade das empresas; de
incentivos à poupança e de selecção informada de
investimento; de mobilização de recursos financeiros para
a inovação ETC
A ECONOMIA MUNDIAL VAI PASSAR POR UM
PERÍODO DE AJUSTAMENTO ESTRUTURAL
DETERMINADO POR:
Restrições na oferta de energia –petróleo &
gás natural -resultantes de limitações físicas
(temporárias ou definitivas)e opções
estratégicas dos produtores
Busca de maior Sustentabilidade para um
crescimento rápido a nível mundial -riscos
ambientais associados às alterações climáticas
Envelhecimento das populações nos países
desenvolvidos onde pode –inicialmente - ser
gerada a inovação que permita realizar esse
ajustamento
O IMPERATIVO DE MUDANÇA DA CARTEIRA DE
ACTIVIDADES DE PORTUGAL VAI OCOREER NUM
PERÍODO TURBULENTO DE AJUSTAMENTO
ESTRUTURAL NA ECONOMIA MUNDIAL QUE PERMITA
NO LONGO PRAZO:
UM CRESCIMENTO RÁPIDO MAIS SUSTENTÁVEL E
MENOS DEPENDENTE DE PETRÓELO E GÁS NATURAL
NO CONJUNTO DA ECONOMIA MUNDIAL
+ ENERGIA
- CHINA
- -IMOBILI ÁRIO
+ CHINA+IMOBILI Á RIO
+ CHINA + INTERNET
1985
2001
2007
PROCURAR AS ACTIVIDADES
QUE ATRAVESSEM
O PERÍODO DE TURBULÊNCIA COM MENOR
QUEBRA DA PROCURA MUNDIAL
(E EM ESPECIAL NOS PAÍSES
DESENVOLVIDOS)
C O M U N IC A Ç Õ ES /
&
V IR TU A LID A D E
S A Ú D E- S ER V IÇ O S ,
D IS P O S ITIVO S &
EQ U IP A M E N TO S
EN ER G IA S
R EN O V Á V EIS
& F U EL C ELLS
P O R TU G A LA C TIV ID A D E S M O TO R A S E M 2 0 1 5
TU R IS M O ,
& A C O LH IM EN TO ,
O C EA N O S & E N ER G IA
M O B ILID A D E
S U S TE N TÁ V EL
& FLEX ÍV EL
DISTINTAS VOCAÇÕES PARA O
NORTE PARA O SUL DE PORTUGAL EM BUSCA
DE UMA NOVA
CARTEIRA DE ACTIVIDADES
EXOPORTADORAS”?
NORTE E SUL- DISTINTAS “VOCAÇÕES”?
COMUNICAÇÕES/
ELECTRÓNICA
E SOFTWARE
SAÚDEDISPOSITIVOS &
EQUIPAMENTOS
O SUL
AGRICULTURA
DE ESPECIALIDADES
(flores, plantas
ornamentais,
frutos etc)
ENERGIAS
RENOVÁVEIS
& FUEL CELLS
O NORTE
TURISMO,
ACOLHIMENTO
& SERVIÇOS SAÚDE
VIRTUALIZAÇÃO &
CONTEÚDOS
AUTOMÓVEL
COM A ÁSIA
AERONÁUTICA
COM AS AMÉRICAS
MOVIMENTAÇÃO
INTERNACIONAL
DE PASSAGEIROS
E CARGAS
PROSPECÇÃO,
EXPLORAÇÃO(?),
REFINAÇÃO
DE PETRÓLEO &
PETROQUÍMICA;
+CAPTAÇÃO CARBONO
À LUZ DESTA ABORDAGEM, O PRINCIPAL
OBJECTIVO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
ORIENTADAS PARA A TRANSFORMAÇÃO
ESTRUTURAL DA ECONOMIA, DEVERIA SER O
DE FAZER CONVERGIR INVESTIMENTO
DIRECTO ESTRANGEIRO E CAPACIDADE
DE INOVAÇÃO EMPRESARIAL ENDÓGENA
PARA UM CONJUNTO DE PÓLOS DE
COMPETITIVIDADE QUE SE SITUASSEM
NESSAS ÁREAS FUNCIONAIS.
TRÊS QUESTÕES CHAVE PARA UM CRESCIMENTO
QUE ALARGUE COMPETÊNCIAS E
SE APOIE MAIS EM CONHECIMENTOS E TALENTOS
UMA CONCENTRAÇÃO DE ESFORÇOS
(POLÍTICA FISCAL E APLICAÇÃO DOS FUNDOS
ESTRUTURAIS)NA CAPTAÇÃO DE INVESTIMENTO
DIRECTO ESTRANGEIRO EM TORNO DOS POLOS
DE COMPETITIVIDAE QUE SE PRETENDEREM CRIAR
INCENTIVOS À COOPERAÇÃO EMPRESARIAL
ENVOLVENDO UNIVERSIDADES E POLITÉCNICOS
PARA FORTALECER A BASE EMPRESARIA
NACIONAL ASSOCIADA
AOS POLOS DE COMPETITIVIDADE
UMA ASSOCIAÇÃO DOS FUNDOS DESTINADOS
À FORMAÇÃO ÀS ACTIVIDADES QUE SE PROCURAM
DESENVOLVER, EM VEZ DA OFERTA “EM GROSSO
DE FORMAÇÃO HORIZONTAL
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Enquadramento Estratégico da Economia Portuguesa