EMPRESAS PERDIGÃO
RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO – 1º Trimestre de 2006
Senhores Acionistas,
Fomos a primeira empresa tradicional do mercado de capitais brasileiro e a
primeira do setor de alimentos e bebidas a ingressar no Novo Mercado,
oferecendo direitos igualitários aos nossos acionistas, com controle difuso, prêmio
nas ofertas públicas e mecanismos de proteção para assegurar a continuidade
dos negócios.
Concluímos uma etapa de importantes transformações estruturais e realizações
mercadológicas e projetamos a Perdigão para um novo ciclo que irá consagrá-la,
ainda mais, como uma Empresa cidadã, globalizada e inovadora. Acima de tudo,
uma Empresa que passa a refletir o real e justo valor de mercado para os seus
acionistas.
No trimestre, os volumes comercializados no mercado interno cresceram 13,8%,
principalmente para os produtos in-natura devido ao direcionamento de produtos
do mercado externo, que apresentaram redução em função da conjuntura
internacional de quedas de consumo e elevados níveis de estoques nos principais
países importadores.
Esta situação já vinha se desenhando no final do ano passado, quando
foram registrados os primeiros casos de influenza aviária na Europa. A
preocupação dos consumidores amplificada pela excessiva exposição do assunto
na mídia causaram uma queda de consumo com uma conseqüente superoferta
mundial de carnes de aves, levando os principais produtores mundiais a reduzir
sua produção.
Neste contexto, a Empresa também precisou se adaptar a realidade, tendo
reduzido em 8,4% os volumes exportados deste trimestre. Ademais, a apreciação
cambial média de 17% no trimestre reduziu as receitas de exportações em reais.
Desta forma, os volumes totais de produtos refrigerados cresceram 1,8% no
trimestre, com a receita bruta atingindo R$ 1,2 bilhão contra R$ 1,4 bilhão no ano
anterior.
1
(As variações comentadas neste relatório são comparações do 1º trimestre de 2006 com o 1º
trimestre 2005, exceto quando especificado)
INDICADORES OPERACIONAIS E FINANCEIROS – 1º Trim. 2006
•
•
•
•
•
•
•
•
•
A receita bruta foi de R$ 1,2 bilhão no trimestre, 10,4% menor;
Os volumes de refrigerados vendidos obtiveram 1,8% de incremento;
No mercado interno, os volumes de refrigerados cresceram 13,8%, com
receitas totais 1,1% maiores.
As exportações tiveram seus volumes reduzidos em 8,4%, com receitas 22,8%
menores.
Os produtos de maior valor agregado atingiram 3,7% de crescimento em
volumes e registraram queda de 0,9% em receitas;
O lucro bruto totalizou R$ 249,4 milhões, 24,2% de decréscimo;
O EBITDA foi de R$ 64,3 milhões no trimestre, 56,3% menor, com margem
EBITDA DE 6,1%;
O lucro líquido foi de R$ 10,4 milhões, uma redução de 85,5% , com margem
líquida de 1%.
A média de volume financeiro das ações negociado no trimestre totalizou US$
7,4 milhões, 95% de incremento.
Highlights - R$ milhões
1º Trim. 06
% ROL
1º Trim. 05 % ROL
Var. %
(10,4)
Receita Bruta
1.229,1
116,4
1.371,6
114,0
Mercado Interno
720,8
68,3
713,3
59,3
1,1
(22,8)
Exportações
508,3
48,2
658,3
54,7
Receita Líquida
1.055,5
100,0
1.203,5
100,0
(12,3)
Lucro Bruto
249,4
23,6
329,2
27,4
(24,2)
EBIT
26,3
2,5
122,0
10,1
(78,5)
(85,5)
Lucro Líquido
10,4
1,0
71,8
6,0
EBITDA
64,3
6,1
147,3
12,2
(56,3)
LPA*
0,08
0,54
(85,5)
Refrigerados (mil t)
294,1
289,1
1,8
* Lucro por Ação (em R$) consolidado, excluindo as ações em tesouraria, considerando o desdobramento
aprovado em AGO/E de 08.03.06, ratificado em 12.04.06.
EBITDA
R$ milhões
18,7%
8,6%
9,0%
7,3%
67
22
25
1T97
1T98
EBITDA
29
1T99
1T00
10,9%
52
1T01
11,2%
4,2%
13,5%
12,2%
69
1T02
35
146
147
1T03
1T04
1T05
6,1%
64
1T06
Margem EBITDA
2
DESEMPENHO SETORIAL
O crescimento da renda real no Brasil, a inflação sob controle e a redução da taxa
básica de juros devem continuar contribuindo para uma boa performance das
vendas da empresa no mercado doméstico. Já no mercado externo, estima-se a
retomada do consumo de carnes de aves, especialmente na Europa, quando
estabilizado o problema da influenza aviária, o que junto com o relaxamento dos
embargos à carne suína, pode proporcionar oportunidades para incremento dos
volumes exportados, contribuindo, assim, para os planos de um crescimento
sustentável da Companhia.
Exportações
As exportações brasileiras de carne de frango no primeiro trimestre de 2006
registraram 638 mil toneladas, ficando praticamente estáveis em relação ao
mesmo período do ano anterior. A demanda mundial reprimida e os estoques
mundiais elevados em função da influenza aviária prejudicaram o desempenho
das exportações brasileiras.
Já as exportações de carne suína apresentaram queda de 19% para 99,4 mil
toneladas no 1º trimestre de 2006. Esta redução foi provocada pelo embargo
mantido por países importadores em virtude da febre aftosa registrada no final de
2005 nos estados do Mato Grosso do Sul e do Paraná.
Matérias-Primas
Atravessa-se um momento de abastecimento favorável de milho e soja o que vem
repercutindo num viés de queda dos preços mundiais e nacionais. Isto se deve a
uma nova supersafra nos Estados Unidos, bem como a uma recuperação da safra
nacional. Além dos fatores ligados à melhor oferta, salienta-se que o consumo de
ração se arrefeceu por conta da Influenza aviaria, o que fez os estoques de grãos
se elevarem nos principais produtores e exportadores mundiais.
Apesar de os Estados Unidos terem colhido uma safra de milho 6% abaixo de
2004/05, o volume é o segundo maior da história, o que proporcionou elevação
dos estoques finais em quase 5 milhões de toneladas. Já no caso da soja, a safra
é ligeiramente abaixo do recorde obtido no ano passado (84 milhões em 2005/06
contra 85 milhões em 2004/05), fazendo com que os estoques finais tenham
dobrado.
No Brasil, a safra 2005/06 de milho é estimada pelo 5º levantamento da Conab, de
abril de 2006, em 40,8 milhões de toneladas, 16% acima do ano anterior. Já a
safra atual de soja é prevista em 55,7 milhões, 8% acima da passada.
3
Consumo Interno
A melhoria de renda real e do nível de população ocupada está trazendo uma
oportunidade para o aumento do consumo de alimentos. Embora, no primeiro
trimestre deste ano, o mercado interno estivesse com superoferta de produtos de
aves e matéria-prima para a produção de embutidos, devido à conjuntura
internacional, o mercado interno absorveu os volumes, resultando em pressão dos
preços médios.
Os produtos congelados de carnes cresceram 4,7% e as massas congeladas
tiveram incremento de 13,2% acumulado até março/06. Os produtos
industrializados de carnes aumentaram 13,7%, enquanto as pizzas congeladas
cresceram 7,6% acumulado até fevereiro/2006, de acordo com os dados da AC
Nielsen.
Questões Sanitárias
O desmembramento causado pela influenza aviária, que atingiu principalmente
regiões da Europa e da Ásia, acabou por provocar a redução de consumo em
vários países importadores, gerando também queda de preços principalmente
para os produtos in-natura de aves em função da preocupação da população com
a doença. Aliado a este fator, somamos os estoques mundiais em níveis elevados,
decorrentes do excesso de produção nos principais países que abasteceram os
mercados importadores refletindo em queda de volumes de vendas para o
mercado externo.
Somados a estes fatores, os embarques de carne suína, principalmente para a
Rússia, estiveram prejudicados em função da febre aftosa detectada nos estados
do Mato Grosso do Sul e Paraná, no final do ano passado, provocando o
banimento, parcial ou total do país, por parte de alguns países importadores de
carnes bovinas e suínas brasileiras.
Visando ajustar o nível elevado de estoques, com queda de consumo de aves, os
produtores mundiais, incluindo a Companhia, estão promovendo redução de
produção. Outra medida importante foi a aprovação do plano operacional de
prevenção da doença de Newcastle e Influenza Aviária estabelecido pelo
Ministério da Agricultura brasileiro e em implementação no País.
A tendência é de que estes fatores conjunturais negativos se reduzam, permitindo
uma melhora do cenário para as exportações brasileiras no segundo semestre do
ano.
4
INVESTIMENTOS E PROJETOS
Os investimentos do trimestre somaram R$ 95,4 milhões, 62% superiores ao
mesmo trimestre do ano anterior, e foram direcionados para os seguintes
principais projetos: novo incubatório de aves e ampliação da produção de produtos
cozidos em Carambei-PR; ampliação do abate de aves em Serafina Corrêa-RS,
Marau-RS, Capinzal-SC, Rio Verde-GO e Nova Mutum-MT; novas linhas de
produtos industrializados e ampliação da fábrica de rações em Rio Verde-GO.
Além disso, foram realizados investimentos nas obras da unidade de Mineiros-GO,
que se encontra na fase de execução do piso interno, com a cobertura finalizada e
a aquisição de equipamentos para a fábrica de subprodutos e geração de vapor,
bem como na construção dos aviários. A previsão é de que esta unidade inicie
suas operações em janeiro/2007.
DESEMPENHO OPERACIONAL
Produção
A produção de frigorificados atingiu um crescimento de 11,9% no trimestre
comparado ao mesmo trimestre do ano anterior, com 325,5 mil toneladas, tendo
crescido 16,6% em aves e 5,7% em suínos/bovinos.
Foram abatidas 138,5 milhões de cabeças de aves, 12,4% superior, e 883,9 mil
cabeças de suínos/bovinos, 2,7% maior do que no mesmo trimestre do ano
anterior, com redução de 2% para o abate de suínos e inserção da atividade de
abate de bovinos.
A exemplo do que está ocorrendo com os principais produtores mundiais, a
Empresa também está promovendo um ajuste temporário de produção,
adaptando-se às necessidades de mercado.
Produção
Abate de aves (milhões de cab.)
Abate de suínos/bovinos (mil cab.)
Frigorificados de aves (mil t)
Frigorificados de suínos/bovinos (mil t)
Total de Frigorificados (mil t)
Outros produtos processados (mil t)
Rações e concentrados (mil t)
Pintos de 1 dia (milhões de unidades)
1º Trim. 06
138,5
883,9
192,3
133,2
325,5
6,3
784,7
130,9
1º Trim. 05
123,2
860,4
164,8
126,1
290,9
5,0
728,6
128,6
Var. %
12,4
2,7
16,6
5,7
11,9
26,3
7,7
1,8
5
Mercado Interno
O faturamento bruto no mercado interno atingiu R$ 720,8 milhões, com aumento
de 1,1% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, enquanto as vendas de
produtos refrigerados atingiram um crescimento de 13,8%.
Em função da superoferta registrada, no mercado doméstico, neste trimestre,
devido às quedas de exportações, especialmente dos produtos in-natura, o preço
médio caiu 7,6%, sendo que os produtos de aves e suínos - commodities
registraram queda de preços de mais de 25%. A queda de 6,3% dos custos
médios contribuiu para amenizar o impacto de redução de margens neste
mercado.
O incremento de volumes de produtos in-natura (aves e bovinos) foi de 105,8%,
com receitas 51,1% superiores. Os produtos elaborados/processados cresceram
3,3% em volumes e 0,8% em receitas. O crescimento destes itens de maior valor
agregado foi prejudicado pela oferta disponível de produtos in-natura com preços
muito baixos. Apesar deste fato, a redução de custos obtida nestes produtos,
superior à queda de preços, propiciou uma leve melhoria de margens para estes
produtos.
Mercado Interno
In-Natura
. Aves
. Suínos/bovinos
Elaborados/Processados (carnes)
Outros Processados
Total de Refrigerados
. Produtos de Soja
. Outros
Total
.Total Elaborados/Processados
1º Trim. 06
25,9
19,4
6,5
117,3
7,3
150,5
14,2
164,6
124,6
Toneladas (mil)
1º Trim. 05
12,6
9,8
2,8
113,5
6,1
132,2
34,0
166,2
119,6
Vendas (R$ milhões)
Var. %
1º Trim. 06 1º Trim. 05 Var. %
105,8
76,1
50,4
51,1
98,6
55,3
40,2
37,4
131,0
20,8
10,1
105,6
3,3
544,8
540,6
0,8
19,6
54,1
46,7
16,0
13,8
675,0
637,7
5,9
(58,4)
11,6
46,1
(74,9)
34,2
29,6
15,8
(0,9)
720,8
713,3
1,1
4,2
598,9
587,3
2,0
No segmento de soja, a queda de 58,4% em volumes e 74,9% em receitas se
justifica pela venda da unidade de esmagamento em Marau-RS no segundo
semestre do ano passado.
Foram lançados os seguintes produtos no trimestre: lasanha de calabresa, pizza
de mortadela Bologna Ouro, pão de queijo calabresa, pão de queijo rápido preparo
e medalhão de Chester® com a marca Perdigão. Já com a marca Batavo foram
lançados: lingüiça de frango Freski, apresuntado de frango Freski e milho verde
especial.
A Companhia vem mantendo a liderança de mercado no segmento de
industrializados de carnes, com 25,4%. O market share dos demais segmentos foi
de 34,3% para congelados de carnes, 31,1% para pizzas congeladas e 34,4%
para massas congeladas.
6
Market Share - %
38,0
37,9
31,9
31,2
24,4
10,3
2000
34,5
32,3
31,0
24,6
33,4
34,3
24,8
28,5
23,4
24,1
38,1
34,0
33,9
34,5
33,4
24,7
25,5
34,4
34,3
31,1
25,4
34,5
34,2
31,1
25,4
14,9
2001
2002
Industrializados de Carnes
Pratos Prontos - Massas
2003
2004
2005
Acum. 2006
Último
Bim./06
Congelados de Carnes
Pizzas Congeladas
Fonte: AC Nielsen
O mercado institucional, representado pelas redes de fast-food, restaurantes,
hotéis, cozinhas industriais, entre outros, demonstrou um ganho de participação
relativa em relação aos demais canais de distribuição de 1,3 ponto percentual, já o
varejo atingiu 0,7 ponto percentual de ganho conforme demonstrado no gráfico
abaixo.
CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO
(em receitas)
Institucional
1º Trim. 05
1º Trim. 06
9,0%
Varejo
12,3%
Atacadista
18,9%
AutoServiço
59,8%
Institucional
7,7%
Varejo
11,6%
Atacadista
19,8%
AutoServiço
60,9%
Mercado Externo
A conjuntura internacional vivencia os problemas causados pela influenza aviária,
comprometendo o consumo principalmente na Europa e no Oriente Médio que,
aliado a estoques elevados por parte dos principais importadores tem gerado uma
superoferta internacional de produtos de aves, resultando na revisão e ajuste de
produção pelos principais produtores mundiais.
7
A esta situação se soma a febre aftosa que atingiu o Mato Grosso do Sul e o
Paraná no ano passado, provocando o banimento, parcial ou total, das
exportações de carnes suínas e bovinas, principalmente por um dos grandes
mercados importadores – o Russo.
Por estas circunstâncias, os volumes de refrigerados apresentaram queda de
8,4% no trimestre, com 22,8% de queda nas receitas de exportações. Apesar do
preço médio, em dólares, ter se mantido até um pouco acima do primeiro trimestre
de 2005, a forte pressão sofrida pela apreciação do real frente ao dólar no mesmo
período, provocou uma queda de 15,7% nos preços médios das exportações, em
reais, no trimestre. Os custos médios declinaram apenas 6,9% no período, o que
não foi suficiente para compensar a perda registrada nos preços médios e nos
volumes do trimestre, comprometendo significativamente as margens operacionais
deste mercado.
Mercado Externo
In-Natura
. Aves
. Suínos/Bovinos
Elaborados/Processados (carnes)
Total de Refrigerados
Total
.Total Elaborados/Processados
Vendas (R$ milhões)
Toneladas (mil)
1º Trim. 06 1º Trim. 05
Var. % 1º Trim. 06 1º Trim. 05
Var. %
121,6
135,1
(10,0)
395,2
527,1
(25,0)
99,2
110,1
(9,9)
297,5
393,5
(24,4)
22,4
25,0
(10,3)
97,8
133,6
(26,8)
22,0
21,6
2,0
112,9
129,5
(12,8)
143,7
156,9
(8,4)
508,2
657,9
(22,8)
143,7
156,9
(8,4)
508,2
658,3
(22,8)
(13,7)
22,0
21,8
1,1
113,0
130,8
Em função deste cenário externo adverso e como resultado da forte apreciação
média do real em relação ao câmbio de 17,3% no trimestre comparado a igual
trimestre do ano passado, os principais mercados apresentaram o seguinte
comportamento:
•
Oriente Médio – A redução de volumes foi de 9,6% enquanto as receitas
tiveram queda de 16,4%. A preocupação com a influenza aviária provocou
queda no consumo e formação de estoques durante o período da
peregrinação (HAJJ), quando houve o caso de bird flu no Kuwait.
•
Extremo Oriente – As vendas neste trimestre foram enfraquecidas devido
ao elevado nível de estoques formado principalmente no Japão e na Coréia
do Sul, em fins de 2005, com redução também dos preços. No trimestre, os
volumes caíram 0,8% com receitas 12,6% menores. Diante do quadro, a
China parou de emitir licenças de importação.
•
Europa – Contabilizando volumes 7,8% e receitas 22,3% menores, os
países europeus foram os mais afetados em termos de queda de consumo
devido aos problemas causados pela bird flu. Os preços médios foram
mantidos em relação ao primeiro trimestre de 2005, embora apresentassem
uma queda significativa em relação a dezembro de 2005.
8
•
Eurásia – As quedas de 34,0% em volumes e 49,7% em receitas, neste
mercado, foram devidas ao atraso na distribuição de cotas e aos avanços
da gripe aviária. Além disso, em decorrência do embargo russo às carnes
brasileiras devido à febre aftosa, os embarques de carne suína durante o
primeiro trimestre de 2006 também foram demasiadamente afetados .
•
África, Américas e Outros Países - As exportações cresceram 24,5% em
volumes e 1,9% em receitas comparadas com o primeiro trimestre de 2005.
Reiniciamos as exportações de produtos processados para a Argentina e
iniciamos para o Chile.
EXPORTAÇÕES POR REGIÃO
(% receita líquida)
1º Trim. 05
1º Trim. 06
Outros Países
6,7%
Outros Países
5,0%
Oriente Médio
21,5%
Eurásia
13,1%
Oriente Médio
19,9%
Eurásia
20,0%
Europa
28,2%
Extremo Oriente
26,9%
Extremo Oriente
30,5%
Europa
28,2%
DESEMPENHO ECONÔMICO E FINANCEIRO
Receita Operacional Líquida
A receita líquida totalizou R$ 1,1 bilhão no trimestre, 12,3% inferior ao mesmo
período do ano anterior. Apesar dos volumes totais comercializados de produtos
refrigerados terem ficado 1,8% superiores aos do ano anterior, a pressão da
queda do câmbio e os decréscimos de preços médios nos mercados, associados
ao quadro de maior oferta de carnes acabaram por provocar a redução das
receitas de vendas.
9
Composição da Receita Líquida(%)
29,9
26,5
21,2
17,8
8,9
1,6
9,4
7,5
3,4
0,7
Proces. Suínos-MI Cortes Suínos-MI
Proces. Aves-MI
2,6
Cortes Aves-MI
MI - Mercado Interno
ME - Mercado Externo
11,1
9,7
10,5
10,5
11,3
3,6
0,9
0,1
Inteiros Aves-MI
0,4
3,9
5,3
0,3
Proces. Suínos ME
1º Trim. 06
2,9
Cortes Suínos-ME
Proces. Aves-ME
Cortes Aves-ME
Inteiros Aves-ME
Outros Proces.
Soja/Outros
1º Trim. 05
A participação relativa acumulada dos produtos de maior valor agregado
(elaborados/processados) ficou em 52,5% ante 47,7% da receita líquida, com
crescimento de 3,7% em volumes e redução de 0,9% em receitas. O ganho de
participação relativa nas receitas dos produtos de maior valor agregado se deve
ao fato de que este segmento apresentou leve redução nos preços médios do
mercado interno e melhoria de preços médios no mercado externo, em dólares,
que em reais tiveram redução significativa.
Custos das Vendas
Os custos das principais matérias-primas: os grãos (milho e soja) e os suínos
adquiridos de terceiros apresentaram uma queda significativa contribuindo para a
redução de custos no trimestre. Embora, como os animais em campo consomem
ração pelo custo médio, o impacto da apreciação do real em relação ao câmbio
nos principais insumos, ocorre de forma gradativa, ao contrário do impacto
imediato que a mesma provoca nas receitas externas. Foram registrados também
os ajustes de produção que se fizeram necessários para adequar os volumes
excedentes.
Em suma, a redução conseguida de 7,8% nos custos das vendas não foi suficiente
para amenizar o impacto provocado nas margens operacionais do trimestre pela
redução de volumes de exportações, queda de preços e receitas.
Margem Bruta e Lucro Bruto
Diante do exposto, com o cenário externo negativo para as importações de
proteína animal, principalmente para a demanda do segmento de aves e, mais
uma vez, o impacto da forte apreciação do real em relação ao cambio, a margem
10
bruta ficou em 23,6% no trimestre ante 27,4% no mesmo trimestre do ano anterior,
uma redução de 3,8 pontos percentuais. O lucro bruto foi de R$ 249,4 milhões,
demonstrando uma redução de 24,2%, provocada principalmente pelo
desempenho do mercado externo.
Despesas Operacionais
As Despesas operacionais ficaram em 21,1% da receita líquida contra 17,2% no
ano anterior. Este aumento representou 7,7% em valores absolutos, totalizando
R$ 223,2 milhões contra R$ 207,1 milhões no primeiro trimestre de 2005. A
participação das despesas operacionais em relação à receita líquida teve um
impacto superior em função da queda apresentada nas receitas líquidas de
vendas.
Os principais aumentos nas despesas com vendas foram registrados em função
das despesas fixas, do aumento dos fretes, armazenagem, maior distribuição de
produtos no mercado interno, propagandas e promoções aos clientes.
Resultado e Margem Operacional
O lucro operacional do trimestre atingiu R$ 26,3 milhões, uma redução de 78,5%
ocasionada pelos motivos já expostos, de queda de mais de 8% nos volumes
exportados, redução significativa nos preços médios, especialmente das
exportações em função da forte queda do câmbio, e aumento das despesas
operacionais.
A redução parcial registrada nos custos não foi suficiente para amenizar todo o
impacto do cenário adverso, tendo a margem operacional ficado em 2,5% contra
10,1% registrada no mesmo trimestre do ano anterior.
Financeiras
Apesar do aumento de 30,8% no endividamento líquido, as despesas financeiras
apresentaram uma queda de 86,4% devido em partes a ganhos obtidos na
posição cambial consolidada da Empresa em função da apreciação do real em
relação ao dólar.
11
Endividamento
R$ Milhões
Moeda Nacional
Moeda Estrangeira
Endividamento Bruto
Aplicações
Moeda Nacional
Moeda Estrangeira
Total de Aplicações
Endividamento Líquido(1)
Em 31/03/06
Curto Prazo Longo Prazo
250,5
168,0
180,3
1.061,2
430,7
1.229,2
Total
418,5
1.241,5
1.659,9
Em 31/03/05
Total
453,8
567,3
1.021,1
Var. %
(7,8)
118,8
62,6
228,9
464,7
693,6
84,1
84,1
228,9
548,8
777,7
159,9
186,9
346,8
43,1
193,7
124,3
(262,9)
1.145,0
882,2
674,3
30,8
(132,0)
(8,8)
-
Exposição Cambial - US$ milhões
(¹) A Empresa consolidou o FIDC – Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios e
classificou no exigível os ACEs – Adiantamentos de Contratos de Exportação, a partir do
último trimestre de 2005 no montante de R$ 151,4 milhões (R$ 232,1 milhões em 2005).
O aumento da dívida líquida é devido ao grau de utilização de recursos para
investimentos fixos e capital de giro. A relação Dívida Líquida/EBITDA anualizado
(últimos 12 meses) ficou em 1,5 vez.
Resultado Líquido e Margem Líquida
O lucro líquido do trimestre foi de R$ 10,4 milhões, com redução de 85,5% em
relação ao primeiro trimestre do ano anterior, representando a margem líquida 1%
ante 6%.
EBITDA
O EBITDA (resultado da atividade operacional antes de juros, impostos,
depreciação e amortizações) gerado totalizou R$ 64,3 milhões, 56,3% de redução,
apresentando uma margem de 6,1% ante uma margem EBITDA de 12,2% no
mesmo trimestre do ano anterior, quando a performance dos mercados estava em
patamar mais favorável.
EBITDA
R$ Milhões
Lucro Operacional antes da Financeiras
(+) Depreciação, amortização e exaustão
(±) Outros resultados operacionais
= EBITDA
2006
26,3
33,7
4,4
64,3
1º Trimestre
2005
122,0
27,8
(2,6)
147,3
Var. %
(78,5)
21,0
(56,3)
12
SITUAÇÃO PATRIMONIAL
Os estoques de produtos acabados aumentaram 40,8% em relação ao primeiro
trimestre de 2005.
O Patrimônio Líquido ficou em R$ 1,2 bilhão contra R$ 1,0 bilhão, 17,9% superior
ao do trimestre encerrado em 31.03.05.
MERCADO ACIONÁRIO
A rentabilidade das ações e dos ADRs da Companhia ficou comprometida devido
aos fatores conjunturais vivenciados pelo segmento mundial de aves. O volume de
ações negociado atingiu um crescimento de 26,2% na Bovespa e o volume de
ADRs negociados na NYSE cresceu 80,9%
PRGA
Cotações - R$ *
Volume de Ações Negociado
Performance
Índice Bovespa
IGC
ISE
* Fechamento
1º Trim. 06
22,67
35,6 milhões
(13,8%)
13,4%
15,9%
14,0%
1º Trim. 05
17,17
28,2 milhões
(10,1%)
1,6%
3,1%
-
PDA
Cotações - US$ *
Volume de ADRs Negociado
Performance
Índice Dow Jones
1º Trim. 06
20,50
3,6 milhões
(10,0%)
3,7%
1º Trim. 05
12,77
2,0 milhões
(13,3%)
(2,6%)
Consideramos no quadro acima os ajustes advindos do desdobramento, para o
preço das ações e dos ADRs e para o volume negociado, aprovado na AGO/E de
08.03.06 e efetivado em 12.04.06.
Resultado da excelente performance obtida pelos volumes financeiros diários
negociados na Bovespa, neste ano, pós o anúncio da entrada da Companhia no
Novo Mercado, as ações da Perdigão passaram a integrar, a partir de 02.05.2006,
o portfólio do principal Índice da Bovespa, o IBOVESPA, com participação de
0,820%. O volume financeiro médio diário do trimestre atingiu mais que o dobro da
média diária do ano passado, passando de US$ 3,8 milhões para US$ 7,4
milhões/dia e tendo atingido em março a marca de US$ 8,2 milhões/diário. O
volume negociado representou 41,3% das transações do setor na Bovespa e
42,3% dos ADRs da NYSE.
13
Desempenho das Ações X Ibovespa
Desempenho dos ADRs X Dow Jones
Ibovespa
143
190
230
160
200
PDA 161
170
130
PRGA 132
100
70
m ar/05
140
Dow Jones
106
110
jun/05
set/05
dez/05
m ar/06
80
m ar/05
jun/05
set/05
dez/05
m ar/06
BALANÇO SOCIAL
Em 31.03.06, o número de funcionários era de 35.531, alocados em sua maioria –
90,5% na área produtiva. Em relação ao mesmo período do ano anterior, o
crescimento foi de 4 mil novas oportunidades de empregos, um aumento de
12,6%.
Os benefícios e programas sociais totalizaram R$ 24,0 milhões 24,9% de
incremento, direcionados para alimentação, saúde, educação, cultura, transportes,
capacitação e desenvolvimento profissional, previdência privada, entre outros. Os
investimentos ambientais receberam 125,8% mais de recursos, alcançando R$
4,8 milhões no trimestre.
Principais Indicadores
Número de Funcionários
Faturamento Líquido por Funcionário/ano - R$ mil
Produtividade por Funcionário (ton/ano)
31/3/2006
35.531
118,8
37,5
31/3/2005
Var. %
31.568 12,6
152,5 (22,1)
37,6
(0,3)
O valor adicionado acumulado foi de R$ 376,4 milhões, 12,4% inferior ao primeiro
trimestre do ano anterior.
14
Valor Adicionado
50,0%
47,4%
42,4%
33,5%
16,7%
6,1%
1,2%
Recursos
Humanos
Impostos
Juros
(0,4%)
1º Trim. 06
Dividendos
1,6%
Retenção
0,2% 1,3%
Part. dos
Emp./Adm. nos
Resultados
1º Trim. 05
GOVERNANÇA CORPORATIVA
Novo Mercado
A Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária realizada em 08.03.2006 aprovou
por unamidade de votos, com 70% de quorum do capital total, a conversão de
ações preferenciais para ordinárias, na proporção de 1 para 1, incluindo o
desdobramento de 200%, com a emissão de duas novas ações para cada uma
ação em poder dos investidores e o ingresso da Companhia no Novo Mercado da
Bovespa.
A adesão ao Novo Mercado ocorreu em 12.04.2006. A Perdigão foi a primeira
empresa tradicional da Bovespa e a primeira do setor de alimentos e bebidas a se
enquadrar nas excelentes práticas de Boa Governança Corporativa exigidas pelas
regras do Novo Mercado.
A operação foi desenvolvida visando, além do aprimoramento do grau de
governança corporativa, a equalização dos direitos conferidos pelas ações de
emissão da Companhia, maior visibilidade, transparência e liquidez para os
acionistas e investidores, bem como busca a criação de bases para a sustentação,
crescimento e perpetuidade dos negócios.
A expectativa é que o mercado de capitais atribua sempre o melhor preço justo às
ações da Companhia que hoje contempla em sua estrutura societária: controle
difuso, direitos igualitários, prêmio nas ofertas públicas e mecanismos de
proteção.
15
Distribuição Acionária
ADR's (NYSE)
2,7%
Previ-BB
15,3%
Estrangeiros
23,8%
Petros
11,6%
Tesouraria
0,3%
Sistel
6,4%
Nacional
18,6%
BNDES-FAPES
4,6%
Weg
7,5%
Previ-Banerj
1,5%
Real Grandeza
3,5%
Valia
4,1%
Honorários de Consultoria
Não houve desembolsos relativos a honorários de consultoria pagos aos auditores
independentes (Ernst & Young) no trimestre. A contratação de serviços de
consultoria dos nossos auditores requer uma aprovação prévia do Conselho de
Administração e pressupõe que aquele serviço não coloque em risco a
independência e objetividade dos nossos auditores no desempenho da auditoria
externa, considerando ainda as restrições a determinados serviços proibidos pela
Lei Sarbanes Oxley norte-americana.
PERSPECTIVAS
Está ocorrendo uma redução de produção de aves, por parte de alguns países
produtores, o que deverá resultar em um ajuste na oferta já a partir deste
trimestre, favorecendo uma ligeira retomada de preços e uma procura maior por
produtos do segmento aves, o que já pode ser medido para alguns produtos.
Acreditamos que a retomada de demanda, seguida de melhores oportunidades
para as nossas exportações ocorra no segundo semestre deste ano.
Para o mercado interno, continuamos otimistas em relação à tendência de
melhoria da renda da população brasileira e de aumento da massa salarial, o que
16
deverá impulsionar o consumo de bens não duráveis, como os alimentos.
Continuamos tomando medidas para redução de custos e despesas e
implementando projetos que asseguram o aumento da produtividade e agregação
de valor.
Entendemos que os entraves vivenciados neste período integram a conjuntura
internacional do mercado de carnes, que as crises sanitárias fazem parte da
criação de animais, que a queda de consumo tende a ser muito mais conjuntural
do que estrutural, e, portanto, estas questões devem ser vistas como
oportunidades futuras para os que estiverem melhor preparados. Pretendemos
continuar com nosso programa de investimentos para assegurar o crescimento
sustentado dos negócios, utilizando os nossos diferenciais competitivos para
interagir na busca de melhores resultados para os nossos investidores.
São Paulo, maio de 2006.
Eggon João da Silva
Presidente do Conselho de Administração
Nildemar Secches
Diretor Presidente
17
PERDIGÃO S.A.
COMPANHIA ABERTA - CNPJ 01.838.723/0001-27
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS CONDENSADAS
EM 31 DE MARÇO DE 2006 E 2005
(em milhares de reais)
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO
CIRCULANTE
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
PERMANENTE
Investimentos
Imobilizado
Diferido
PASSIVO
CIRCULANTE
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital social realizado
Reservas
Lucros acumulados
2006
3.506.967
2.013.452
215.017
1.278.498
13.921
1.173.463
91.114
3.506.967
909.018
1.369.221
1.228.728
800.000
425.215
3.513
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
1º Trim.06
RECEITA OPERACIONAL BRUTA
1.229.079
Mercado interno
720.829
Mercado externo
508.250
Deduções de vendas
(173.616)
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
1.055.463
Custo das vendas
(806.026)
LUCRO BRUTO
249.437
Despesas operacionais
(223.166)
LUCRO OPERACIONAL ANTES DAS FINANCEIRAS
26.271
Financeiras líquidas
(4.300)
Outros resultados operacionais
4.369
LUCRO OPERACIONAL
26.340
Resultado não operacional
(2.188)
24.152
LUCRO ANTES DOS IMPOSTOS E PARTICIPAÇÕES
(12.920)
Imposto de renda e contribuição social
Participações dos administradores e funcionários
(834)
10.398
LUCRO LÍQUIDO DO PERÍODO
64.326
EBITDA
2005
2.713.778
1.432.995
245.416
1.035.367
497
951.066
83.804
2.713.778
1.122.470
549.396
1.041.912
490.000
482.306
69.606
1º Trim.05
1.371.577
713.307
658.270
(168.100)
1.203.477
(874.292)
329.185
(207.153)
122.032
(31.537)
(2.558)
87.937
324
88.261
(11.090)
(5.379)
71.792
147.312
Var. %
(10,4)
1,1
(22,8)
3,3
(12,3)
(7,8)
(24,2)
7,7
(78,5)
(86,4)
(70,0)
(72,6)
16,5
(84,5)
(85,5)
(56,3)
As declarações contidas neste relatório relativas à perspectiva dos negócios da Empresa, às projeções e
resultado e ao potencial de crescimento da Empresa constituem-se em meras previsões e foram baseadas nas
expectativas da administração em relação ao futuro da Empresa. Estas expectativas são altamente
dependentes de mudanças no mercado, do desempenho econômico geral do país e do setor e dos mercados
internacionais, estando sujeitas a mudanças.
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Esta situação já vinha se desenhando no final do ano passado