Vacina quadrivalente
contra o HPV:
Desafios e reflexões
Profa Dra Maria Ignez Saito
Unidade de Adolescentes
ICr – HC FMUSP
Declaração de potencial conflito de interesse:
Speaker - Vacina quadrivalente contra HPV - MSD
DST/Sífilis
DST/AIDS
DST/HPV
HPV e Morbidade
 A infecção pelo HPV é bastante comum e geralmente de pouca significância
clínica (80% a 90% resolução espontânea no primeiro ano).
 A maioria dos casos de morbidade esta associada à displasia cervical ou às
verrugas genitais.
 Os mecanismos de transformação do HPV foram elucidados e ficou
demonstrado seu desempenho como “vírus tumoral”, que carrega genes,
interfere no controle do ciclo celular, levando a um crescimento
descontrolado de células.
 A manifestação mais grave do vírus é o câncer cervical
A displasia cervical é causada tanto pelos tipos oncogênicos como pelos não
oncogênicos e as verrugas pelos não oncogênicos
 Neoplasia intraeptelial cervical:
 NIC1 – Displasia leve inclui verrugas anogenitais
 NIC2 – Displasia moderada
 NIC3 – Displasia grave inclui carcinoma in situ
HPV
Vírus com molécula de DNA circular
 >100 tipos identificados2
de duplo filamento.1
2,3
 ~30–40 anogenitais
~15–20 de tipo oncogênico *,2,3, incluem
16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 584
– HPV 16 (54%) e HPV 18 (13%) foram
responsáveis pela maioria dos
cânceres cervicais em todo o
mundo.5
 Tipos não-oncogênicos ** incluem: 6, 11,
40, 42, 43, 44, 54.4
– HPV 6 e 11 são mais frequentemente
associados a verrugas genitais
externas.3

*alto risco; **baixo risco.
1. Howley PM. In: Campos da Virologia. Filadélfia, Pa: Lippincott-Raven; 1996:2045–2076. 2. Schiffman M, Castle PE. Arch Pathol Lab Med. 2003;127:930–934.
3. Wiley DJ, Douglas J, Beutner K, et al. Clin Infect Dis. 2002;35(suppl 2):S210–S224. 4. Muñoz N, Bosch FX, de Sanjosé S, e outros. N Engl J Med. 2003;348:518–527.
5. Clifford GM, Smith JS, Aguado T, Franceschi S. Br J Cancer. 2003:89;101–105.
HPV: Vírus Democrata!
População com poucos
recursos…
População com mais
recursos…
Estatísticas Globais do HPV
O risco em vida de acordo com os Centros de Controle de
Doenças dos Estados Unidos para homens e mulheres
SEXUALMENTE ATIVOS É DE PELO MENOS 50%.1
O risco mais alto de infecção pelo HPV ocorre
em adolescentes, mas o risco de infecção
permanece ao longo da vida.
1. Centros para o Controle e Prevenção de Doenças. Rockville, Md: CDC Rede Nacional de Informação e Prevenção; 2004.
Mecanismos da Transmissão e
Aquisição do HPV
 Contato Sexual
 Por intermédio de intercurso sexual
 Genital-genital, manual-genital, oral-genital
 A infecção genital pelo HPV em virgens é rara, mas
pode resultar de contato sexual não penetrativo
 O uso de preservativo pode reduzir o risco, mas não é
totalmente seguro
 Rotas não-sexuais.
 Mãe para o recém-nascido (transmissão vertical, rara)
 Objetos (roupas íntimas, luvas cirúrgicas, fórceps para
biópsias, etc.)
– Hipóteses ainda não devidamente documentadas
Esse tal do HPV
realmente assusta
você,
não é mesmo?
Adolescência
Transformação
Prevenção e Risco
ADOLESCÊNCIA:
ATIVIDADE SEXUAL PRECOCE E DESPROTEGIDA
UNESCO: 2004 (14 capitais)
10 – 19 anos:
12,2% (Florianópolis) a 36,9% (Recife): grávidas alguma vez
10 – 14 anos:
33,3% (Fortaleza): grávidas alguma vez
Desde a década de 80 até junho de 2008 o Ministério da
Saúde notificou 506.499 casos de Aids no Brasil
11.079 casos em jovens 13 a 19 anos
17.304 casos em menores de 13 anos
Jovens de 15 a 24 anos representam aproximadamente
45%das novas infecções de HIV no mundo
Machado JKC. Tese de Mestrado. Santa Casa de Misericórdia, 2009
HPV - Infecção/ Prevenção
Sexo feminino
 Idade precoce da primeira relação
sexual
 Idade precoce (faixa de pico:
20–24 anos de idade)
 Número de parceiros recentes e ao
longo da vida vida
 Comportamento sexual do parceiro
masculino
 Uso de contraceptivo oral
Sexo masculino
 Idade precoce (faixa de pico:
25–29 anos de idade)
 Número de parceiras durante
vida sexual ativa
 Não ser circuncidado
 Total abstinência de contato genital é o mais efetivo
método de prevenção.
 Mútua monogamia por toda a vida.
Verrugas Genitais: Uma Doença dos Jovens1
Índices de diagnósticos de verrugas anogenitais (primeiro ataque) em clínicas
de medicina geniturinária na Inglaterra e no País de Gales (2000)
Índice por 100.000 Habitantes
800
700
Homens
Mulheres
600
500
400
300
200
100
0
13–15
16–19
20–24
25–34
35–44
45–64
Idade (Anos)
1. CDR Wkly (Online). 2001:11(35). Disponível em: http://www.hpa.org.uk/cdr/archives/2001/cdr3501.pdf.
65+
Incidência Mundial Estimada do HPV - Doenças e
Diagnósticos Relacionados Câncer cervical: 0.493 milhões em 2002
% Associada a Certos
Tipos de HPV
Câncer
Lesões pré-cancerosas de alto risco:
10 milhões 2
Cervico-uterino*
≥95%
Vaginal*
50%
Vulvar*
>50%
Verrugas genitais:
Peniano
50%
30 milhões
Anal
>70%
Orofaríngeo
1
Lesões cervicais de baixo risco:30
milhões
3
Infecção pelo HPV sem
anormalidades detectáveis:
300 milhões 2
20%
Não-melanoma da
90%**
pele/célula escamosa
cutânea
1. Parkin DM, Bray F, Ferlay J, Pisani P. CA Cancer J Clin. 2005;55:74–108. 2. Organização Mundial de Saúde. Genebra, Suíça: Organização Mundialo de Saúde; 1999:1–22. 3. Organização
Mundial de Saúde. Departamento de Informações da OMS. Destaque da OMS. 1990;152:1–6.
Dos agentes infecciosos relacionados com Ca: 30% HPV
60% Hepatite B, C e Helicobacter pilori
10% outros
CONDILOMAS GENITAIS:
PATOLOGIA DE INCIDÊNCIA CRESCENTE
Incidência de condilomas genitais no Reino Unido (1993–2002)
PHLS. CDR Weekly 2001;11(35). 2. Bozon M. A quel âge les femmes et les hommes commentcent-ils leur vie sexuelle? Comparaisons mondiales et évolutions récentes. Population et Sociétés
2003;391:1–4.
HPV e Verrugas Anogenitais.
 Infectividade >75%
 remissão expontânea - até 40%
 Terapias tópicas e cirúrgicas;
tratamento pode ser doloroso e
constrangedor.
 Taxas de recorrência variam
bastante.
 HPV 6 e 11 são responsáveis
por >90% das verrugas
anogenitais¹
 Risco estimado de
desenvolvimento de verrugas
genitais ~10%
Papilomatose Respiratória Recorrente
 Papilomatose Respiratória Recorrente (PRR)1

Afeta crianças e adultos

Geralmente causada pelos tipos de HPV 6 ou 11
 Embora histologicamente benigna, a PRR causa
morbidade e mortalidade significantes devido à sua
natureza recorrente.1
 A PRR desempenha possível papel nos cânceres do
pescoço e da cabeça.1,2
1. Abramson AL, Nouri M, Mullooly V, Fisch G, Steinberg BM. J Med Virol. 2004;72:473–477.
2. Steinberg BM, DiLorenzo TP. Cancer Metastasis Rev. 1996;15:91–112.
Tipos oncogênicos de HPV - Importante causa
do Câncer Cervical.
 O HPV é a causa principal do câncer
cervical.
O câncer cervical é o tipo mais frequente de câncer depois do
de mama
O câncer cervical é uma doença tanto de jovens como de
mulheres mais velhas nos países em desenvolvimento, com
alta incidência na América Latina.
Mortalidade: 273.505 mortes anualmente.
Persistência do HPV e Câncer
 Infecção Persistente: Detecção do mesmo tipos de HPV duas ou
mais vezes em um período de alguns meses até 1 ano
 A integração do HPV ao DNA da célula hospedeira é comumente
associada aos tipos oncogênicos de alto risco. A persistência de
tipos de HPV de alto risco pode ser crucial para o desenvolvimento
do pré-câncer e do câncer cervical, mas não é necessária para a
progressão.
 Outros fatores associados

Infecção com tipos múltiplos de HPV

Imunossupressão

Paridade elevada, tabagismo, fatores nutricionais, anticoncepcionais
orais
A idade tem sido descrita como fator de risco e de
persistência de risco.
Co-fatores para ocorrência de câncer
• Paridade elevada
– ajustada pela idade da primeira relação e número de parceiros
• Tabaco
– Possíveis mecanismos incluem redução da resposta imunitária do
colo do útero
• Anticoncepcionais combinados
– Poderiam potencializar a expressão de genes do HPV na cérvix
• Fatores nutricionais
– Efeito protetor: provável – folatos, retinol e vit. E
possível – verduras, vit. C e B12
• Circuncisão
– Diminui em 3 vezes o risco de câncer de pênis: reduz a superfície de
epitélio queratinizado
– Evita o acúmulo de secreções vaginais infectadas.
• Co-infecção pelo HIV e Chlamydia trachomatis
provável vírus do Herpes
Objetivos centrais de um programa de
vacinação contra o HPV
 A administracão da vacina deve reduzir o risco de:

De infecção pelo HPV

Câncer cervicouterino

Neoplasia intraepitelial cervical

Neoplasia intraepitelial vulvar e câncer vulvar

Neoplasia intraepitelial vaginal e câncer vaginal

Verrugas genitais
Vacina Quadrivalente
Recombinante
6,11,16,18
Vacina quadrivalente contra HPV - MSD
Julho / 2006 aprovação pelo FDA
Agosto / 2006 aprovação pela ANVISA
Vacina Quadrivalente de PPV de L1 do HPV
 Vacina tetravalente recombinante
contra o HPV (tipos 6, 11, 16 e 18) de
PPV de L1
 PPV produzidas em Saccharomyces
cerevisiae
 Adjuvante de alumínio, 225 μg por dose
 Volume de injeção, 0,5 ml
 3 doses em 6 meses – 9 a 26 anos
Por Que Recomendar a Vacina Contra HPV?
Cond. Colo
Cond. Penis
Cond. Anus
Condiloma Vulva
Ca Vulva
Ca Penis
Ca Colo/Vagina
HPV e Imune - resposta
 A imuno-resposta natural a infecção pelo HPV é demorada e
imprevisível.
 Só em 50% das mulheres com infecção natural a HPV são detectados
anticorpos
 O período que transcorre entre a infecção do queratinócito basal e o
aparecimento de lesões é muito variável o que demonstra a
capacidade do HPV de escapar do sistema imunológico durante anos
 A imunidade inata é relevante para o controle do HPV: mulheres com
infecção transitória tem menor possibilidade de desenvolver
anticorpos ou respostas celulares. O desenvolvimento de anticorpos
específicos é mais característico naquelas com história de exposição
prolongada
 As partículas do HPV são eliminadas por descamação natural; não
existe morte citopática e portanto pouca inflamação para ativar o
sistema imunológico
Vacina Quadrivalente e Imune-resposta
 As proteínas do capsídeo são os únicos antígenos
acessíveis para uma resposta neutralizadora
clássica pelos anticorpos para prevenção da
infecção (resposta forte e duradoura)
 A vacina conferirá respostas imunes mais potentes
do que aquela da exposição natural:

Maior quantidade de antígenos

Títulos de anticorpos mais elevados
Anticorpos neutralizantes específicos diretamente
relacionados a eficácia
Novos estudos estabeleceram a possibilidade de proteção
cruzada para alguns tipos de HPV (HPV 16 [31,33,35,52,58],
18 [39,45,59])


Proteção cruzada
Classificação Filogenética do HPV
– Gêneros e Espécies
– Alta homología entre as proteínas L11 determina a afinidade
Espécie A07:
Relacionado
HPV 18
39,45,59
Espécie A06:
Relacionado
HPV 56
Espécie A09:
Relacionado
HPV 16
31,33,35,52,58
Espécie A05:
Relacionado
HPV 51
1. de Villiers EM, Fauquet C, Broker TR, et al. Virology. 2004;324:17-27.
VACINAS CONTRA HPV –PROTEÇÃO CRUZADA
Conselho Consultivo para Práticas de Imunizações (ACIP)
● Em análise posterior, a eficácia contra HPV 31 relacionada à
NIC2+ de acordo com a população por protocolo foi de 89.4%
(IC 99.7% [29.0--99.7]). É importante notar que o ACIP se
refere apenas a eficácia de proteção cruzada obtida após
controle da coinfecção e apenas menciona eficácia contra 31
para a vacina bivalente.
● A eficácia da vacina quadrivalente contra HPV 31 foi de 70%
(CI 95%: 32, 88) (dado não incluído nesta publicação do
MMWR – dado publicado no Brown DR et al. J Infect Dis.
2009;199:926–935).
CDC. MMWR 59 (20), May 28, 2010. Disponível em http://www.cdc.gov/mmwr/pdf/wk/mm5920.pdf
Níveis de anticorpos e maior proteção

Para as vacinas contra o HPV não foi detectado um nível
mínimo de Ac que se correlacione com a protecção conferida

Daí a avaliação de eficácia ser baseada em eficácia profilática
clínica (prevenção de lesões causadas por HPV)
Position Paper OMS Vacinas HPV Abril 2009
Desconhecemos o nível de anticorpos
necessário para garantir eficácia protetora.
Stanley, M: 22WC.IFCPC. Auckland Out 2008
EFICÁCIA DAS VACINAS CONTRA HPV
Conselho Consultivo para Práticas de Imunizações (ACIP)
Vacina/Desfecho/Tipo de
HPV
VACINA BIVALENTE
NIC2/3 ou AIS
HPV 16 e/ou 18
HPV 16
HPV 18
VACIN A QUADRIVALENTE
NIC2/3 ou AIS
HPV 6,11,16 e/ou 18
HPV 16
HPV 18
NIV2/3 ou NIVA 2/3
HPV 6,11,16 e/ou 18
HPV 16
HPV 18
VERRUGAS GENITAIS
HPV 6 e 11
Vacina
No.
Casos
Controle
No.
Casos
Eficácia da vacina
%
IC*
(96.1 IC)
7.344
6303
6794
4
2
2
7312
6165
6746
56
46
15
92.9
95.7
86.7
(79.9 -98.3)
(82.9 -99.6)
(39.7 -98.7)
(95 IC)
7864
6647
7382
2
2
0
7865
6455
7316
110
81
29
98.2
97.6
100.0
(93.3 -99.8)
(91.1 -99.7)
(86.6 -100.0)
7.900
6.654
7414
0
0
0
7902
6.467
7343
23
17
2
100.0
100.0
100.0
(82.6 -100.0)
(76.5 -100.0)
(<0 -100.0)
6932
2
6856
189
99.0
(96.2 -99.9)
CDC. MMWR 59 (20), May 28, 2010. Disponível em http://www.cdc.gov/mmwr/pdf/wk/mm5920.pdf
EFICÁCIA DAS VACINAS CONTRA HPV
Conselho Consultivo para Práticas de Imunizações (ACIP)
● Tanto a vacina bivalente como a quadrivalente é
recomendada para prevenção de pré-cânceres e cânceres.
● Ambas as vacinas poderiam proteger contra outros
cânceres relacionados ao HPV, porém existem dados atuais
suficientes apenas para recomendar a vacina quadrivalente
para proteção contra pré-cânceres e cânceres vulvares e
vaginais.
● A vacina quadrivalente também está indicada para
prevenção de verrugas genitais.
CDC. MMWR 59 (20), May 28, 2010. Disponível em http://www.cdc.gov/mmwr/pdf/wk/mm5920.pdf
Demonstração da memória imunológica
com mudança antigênica em 60 meses
Anti-HPV response
(GMT levels with 95% CI
[log10 scale])
Anti-human papillomavirus (HPV) 16 responses* in 16- to 23-year-old females through 5
years of follow-up and evidence of anamnestic response to immune challenge
10,000
Immune memory
demonstrated
after immune
challenge
1,000
Vacina Quadrivalente
100
n = 78
10
Placebo (Sero (-) and PCR (-)
n = 70
0 2 3
6 7
12
18
24
30
Months
Vaccination on Day 0, at 2 and 6 months
Immune challenge at 60 months
*In subjects naïve to the relevant HPV type from Day 1 through Month 60.
Data on file, MSD.
Olsson SE et al. Vaccine 2007; 25: 4931-9
36
54
↴
60
61
60+1
week
American Academy of Pediatrics
Comittee on Infectious Diseases
1. Meninas entre 11 e 12 anos deveriam ser imunizadas
rotineiramente com 3 doses da vacina quadrivalente contra o
HPV
2. Todas as meninas e mulheres entre 13 e 26 anos devem ser
vacinadas com a vacina quadrivalente contra o HPV
3. A vacina contra o HPV pode ser administrada com todas as
outras vacinas recomendadas na mesma visita e
4. Pode ser dada nas seguintes circunstâncias especiais:




Em pacientes com anormalidade ou dúvida no Pap test
Pacientes em amamentação
Pacientes em imunossupressão por doença ou medicação
Administração da vacina não modifica as recomendações do uso de
métodos de barreira para prevenção do HPV
Calendários



Academia Americana de Pediatria,
Sociedade Brasileira de Pediatria
Sociedade Brasileira de Imunização.
 Calendário Oficial – Ministério da Saúde?
Vacina Quadrivalente
Custo X Benefício
 Impacto da vacina (incidência e prevalência)




Imediato sobre a infecção
Mediato sobre as verrugas
Tardio sobre lesões pré cancerígenas
A longo prazo sobre câncer cervical
 Custo econômico X custo econômico, social e
repercussão nas novas gerações
A implementação destas vacinas é impossível em países em
desenvolvimento e com poucos recursos por ser muito cara?
Organização Mundial de Saúde
 Vacina / calendário oficial

Adolescentes sexo feminino 10 a 13 anos
 Vacinação antes do início da atividade sexual
 Cobertura vacinal >70%
 Duração da proteção > 10 anos
 Países de baixa renda
Posição da OMS - vacina quadrivalente



Ca cervical e outras doenças relacionadas ao HPV
Priorizar alta cobertura em adolescentes jovens
Pode ser utilizada durante o aleitamento materno
Intercambialidade deve ser evitada
Sexo masculino - HPV e Imune Resposta:
Comparação entre grupos populacionais (p <0.001)*
1500
1500
1000
1000
500
500
0
0
Anti-HPV 11 (HPV 11 mMU/mL)
Anti-HPV 6 (HPV 6 mMU/mL)
8000
6000
4000
2000
0
1500
1000
500
0
Anti-HPV 16 (HPV 16 mMU/mL)
Adolescentes femininas 10–15 anos
Adolescentes masculinos 10–15 anos
Adolescentes e jovens 16–23 anos
Anti-HPV 18 (HPV 18 mMU/mL)
Vacina quadrivalente 6, 11, 16, 18 - eficácia
•
proteção contra infecção 86%
•
proteção contra doença 90%
Aprovação da vacina pelo FDA – sexo masculino entre 9 e 26 anos 9/2009
Em avaliação pela ANVISA
APROVAÇÃO DA VACINA QUADRIVALENTE EM HOMENS
Conselho Consultivo para Práticas de Imunizações (ACIP)
Esta indicação não é ainda aprovada no Brasil
●O FDA aprovou o uso da vacina quadrivalente para uso em homens de 9 a
26 anos para prevenção
de verrugas genitais causadas para HPV tipo 6 e 11
.
(out/2009).
●Em programas nacionais de imunização, quando a cobertura vacinal de
mulheres é alta (>80%), modelos matemáticos sugerem que vacina contra
HPV em homens em adição a programa de vacinação em mulheres não é a
estratégia de vacinação mais custo-efetiva para reduzir o ônus total de
condições associadas ao HPV em homens e mulheres.
●Devido ao fato que o ônus de saúde é maior em mulheres do que homens,
melhorar a cobertura em meninas de 11 e 12 anos é estrategicamente mais
custo-efetiva do que a adição da vacinação em homens.
CDC. MMWR 59 (20), May 28, 2010. Disponível em http://www.cdc.gov/mmwr/pdf/wk/mm5920.pdf
APROVAÇÃO DA VACINA QUADRIVALENTE EM HOMENS
Conselho Consultivo para Práticas de Imunizações (ACIP)
Esta indicação não é ainda aprovada no Brasil
.
●Homens que fazem
sexo com homens (HSH) são de risco
particular para condições associadas aos HPV 6,11,16 e 18;
doenças e cânceres entre HSH incluem neoplasia
intraepitelial anal, câncer anal e verrugas genitais.
●A vacina quadrivalente tem alta eficácia na prevenção de
neoplasias intraepitelial anal em HSH; entretanto esta
informação não estava disponível no encontro do ACIP em
outubro de 2009 e não foi revisada pelo FDA.
CDC. MMWR 59 (20), May 28, 2010. Disponível em http://www.cdc.gov/mmwr/pdf/wk/mm5920.pdf
Vacina Quadrivalente
Questões freqüentes
 Número de doses
 Efeitos Adversos
 Adolescentes:
 Educação e conscientização de adolescentes e familiares
 Abandono de estereótipos
 Participação efetiva dos adolescentes
 Gravidez
 Mulheres previamente expostas
 Eficácia
 Reações adversas
 Recomendações da vacinação
 Mulheres entre 26 e 45 anos
RECOMENDAÇÕES VACINAS CONTRA HPV
Conselho Consultivo para Práticas de Imunizações (ACIP)
• Vacinação de rotina em meninas de 11 a 12 anos. A
vacinação pode ser iniciada aos 9 anos.
• É recomendada para adolescentes e mulheres de 13 a 26
anos que não foram previamente vacinadas. Se uma
mulher alcança 26 anos sem ter completado o esquema
vacinal completo, as doses remanescentes podem ser
administradas após os 26 anos.
• Idealmente, a vacina deve ser administrada antes da
exposição potencial ao HPV através do contato sexual.
• Mulheres em lactação podem receber a vacina contra
HPV.
CDC. MMWR 59 (20), May 28, 2010. Disponível em http://www.cdc.gov/mmwr/pdf/wk/mm5920.pdf
RECOMENDAÇÕES VACINAS CONTRA HPV
Conselho Consultivo para Práticas de Imunizações (ACIP)
● Doses realizadas com intervalos menores do que o recomendado devem ser
refeitas.
● Se o esquema vacinal é interrompido, o esquema vacinal não deve ser
reiniciado.
● A administração da vacina contra HPV, simultânea, antes ou depois de outra
vacina viva ou inativada é permitida porque a vacina contra HPV não é uma
vacina de vírus vivo.
● Quando possível, a mesma vacina contra HPV deve ser utilizada para
completar o esquema vacinal; Nenhum estudo avaliou a intercambialidade
entre as vacinas de HPV.
● Ambas as vacinas contra HPV são “não-vivas” e podem ser administradas
para mulheres que são imunossuprimidas (secundário a doença e ou
medicações). Entretanto, a resposta imune e a eficácia contra vacina podem
ser menores do que em indivíduos imunocompetentes
CDC. MMWR 59 (20), May 28, 2010. Disponível em http://www.cdc.gov/mmwr/pdf/wk/mm5920.pdf
RECOMENDAÇÕES VACINAS CONTRA HPV
Conselho Consultivo para Práticas de Imunizações (ACIP)
● Mulheres que tem anormalidades nos resultados do rastreamento do
câncer do colo do útero e/ou história genital de verrugas genitais
estão/foram infectadas por um ou mais tipos de HPV. A vacinação é
recomendada para estas mulheres, porque a vacinação pode fornecer
proteção contra infecção pelos tipos de HPV contidos na vacina e não
adquiridos.
● Mulheres devem ser avisadas que a vacinação não tem efeito
terapêutico nas infecções preexistentes por HPV ou nas alterações no
Papanicolaou.
● Avaliações pré-vacinação (por exemplo, Papanicolaou ou rastreamento
com teste de DNA de HPV de alto risco, tipagem específica de HPV ou
mensuração de anticorpos de HPV) para estabelecer a indicação da
vacina contra HPV não são recomendadas em nenhuma idade.
CDC. MMWR 59 (20), May 28, 2010. Disponível em http://www.cdc.gov/mmwr/pdf/wk/mm5920.pdf
Risco de infecção por HPV mantém-se
ao longo da vida da mulher
Koutsky. Am J Med1997;102:3–8
Jacobs et al. Int J Cancer 2000;87:221–227.
FUTURE III
EFICÁCIA EM MULHERES 24-45 ANOS
População Por-Protocolo
APROVAÇÃO PELA EMEA E INCLUSÃO RCM - SET 09
Eficácia 90,5%
(IC 95% 73,7-97,5 )
*
*Casos de CIN ou LGE pelo HPV 6/11/16/18
Muñoz N_Lancet June,6 2009 (373); 1)49.1457
Em avaliação pelo FDA e pela ANVISA
1ª Avaliação de Impacto Populacional
Vacinação contra o HPV
Austrália
PROPORÇÃO DE NOVOS PACIENTES COM VERRUGAS GENITAIS
Mulheres < 28 anos
Mulheres ≥ 28 anos
Homens homossexuais
Homens heterossexuais
Herpes genital primário
80% DE ADESÃO DE
MENINAS/MULHERES
ATÉ 27 ANOS
Atualização IPV 2010 – Montreal/Canada
•Redução de 60% das verrugas em mulheres até 27 anos
•Redução de 30% em homens heterossexuais não vacinados até 27 anos
•Taxa constante em homens homossexuais e heterossexuais > 27 anos
•Meninas/mulheres viajantes e vacinadas em outros países,
maior índice de verrugas (vacina bivalente?)
Fairley et al. Rapid decline in presentations of genital warts after the implementation of a national quadrivalent human papillomavirus
vaccination programme for young women. Sex Transm Infect. 2009 Dec;85(7):499-502.
Conclusão:
 Comprovou-se em relação a vacina quadrivalente recombinante
6, 11, 16, 18:

Alta eficácia na prevenção de câncer cervical, vulvar, vaginal e
outras doenças ano-genitais causadas pelos tipos 6, 11, 16 e 18.

Substancial redução de CIN 2/3 e AIS comparada ao uso de placebo

Imunogenicidade comprovada em adolescentes e mulheres jovens

Evidência de resposta anaminéstica

Segurança

Boa tolerância

Boa aceitação

Efeitos colaterais locais e apenas febre como efeito adverso
sistêmico
AUTORIDADES DE SAÚDE CONFIRMAM PERFIL DE
SEGURANÇA DA VACINAÇÃO CONTRA O HPV
• Mais de 50 milhões de doses distribuídas em todo o mundo
• Autoridades de Saúde mundiais, norte-americanas, europeias e nacionais têm
confirmado o bom perfil de segurança da Vacina Quadrivalente contra HPV
http://www.fda.gov/BiologicsBloodVaccines/SafetyAvailability/VaccineSafety/ucm179549.htm
WHO. Weekly Epidemiological Record nº 5 (2009);84:37-40
http://www.emea.europa.eu/humandocs/Humans/EPAR/gardasil/gardasil.htm
http://www.cdc.gov/vaccinesafety/vaers/gardasil.htm
http://www.dgs.pt
Slade B et al. JAMA 2009 (vol 302 nº7);750-757
História Natural do HPV: o FUTURO está em Nossas Mãos ...
Somente a prevenção modifica a
história natural da doença
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Vacina quadrivalente contra HPV