<
<
O Fim das
Possibilidades ?
Teatro Nacional São João
25 novembro 2014
Conferência
O Fim das
Possibilidades?
coorganização
Teatro da Rainha, TNSJ
Conferência integrada no projeto Fórum
do Futuro 2014, comissariado pelo Pelouro
da Cultura da Câmara Municipal do Porto.
ter 10:00-13:00 | 15:00-18:00
O TNSJ é membro da
2
Programa
J.B.: Eu não estou a brincar. Tenho a
doença da antecipação. Na minha cabeça,
eu vejo coisas hoje que vão acontecer
amanhã, compreendes? A minha vida
futura, eu vivo-a no presente. E a minha
vida futura é uma catástrofe. Repara
que não sou o único. Uma verdadeira
epidemia. O futuro das pessoas como
tu e eu já não existe. Sabes como é que
ele chamou a isto, o tipo que me pagou
um copo, quando tudo se fecha à tua
frente e já não há horizonte? “O fim
das possibilidades”, disse ele.
Jean-Pierre Sarrazac
– O Fim das Possibilidades
10:00 Leitura de excerto de
O Fim das Possibilidades
10:30-13:00 Mesa 1
Jean-Pierre Sarrazac
Alexandra Moreira da Silva
João Barrento
moderação Nuno Carinhas
15:00-17:30 Mesa 2
Alexandra Lucas Coelho
Fernando Mora Ramos
Jacinto Lucas Pires
José Vítor Malheiros
moderação Pedro Sobrado
17:30-18:00 Sessão de encerramento
com Nuno Carinhas e
Fernando Mora Ramos
3
Fazer e falar para além
da indignação do dia-a-dia
Temos por hábito a prática de diálogos à volta dos espectáculos produzidos
pela Casa, convidando personalidades das mais variadas áreas de
conhecimento. Recordamos O que resta de Deus (Breve Sumário da História
de Deus, 2009); Análises ao Fado e ao Sangue (Antígona, 2010); Estados
d’Alma (Alma, 2012); Falemos de casas (Casas Pardas, 2012); Coisas de que
se pode falar (Ah, os dias felizes, 2013). Desta vez, antecipamo-nos a uma
estreia. O objecto disponível e comum a todos os conferencistas é o texto
dramático que se irá constituir em espectáculo, em Março de 2015, no palco
do TNSJ. O título interrogado é pretexto para especulação mais alargada
sobre as inquietações do Presente. O Futuro é substantivo sobejamente
nomeado para acomodar temáticas culturais, artísticas e científicas, em
prospecção de novas realidades anunciadas. Como ambicionar por futuro
quando o presente é possibilidade de exercício mitigado de cidadania
ferida de necessidades primárias? Em boa hora podemos inserir este
painel numa conferência da Cidade, já que não nos apetece procrastinar
possibilidades, podendo assim alargar razões e argumentos ao espaço
público: porquê agora, para quando, por quanto tempo mais. Fazer e
falar para além da indignação do dia-a-dia, que se verte em fragmentos
de revolta imediatista entre amigos de redes sociais (esses outros novos
amigos), discorrendo sobre a desigualdade e a exclusão, sobre o poder
e o confronto. As personagens de O Fim das Possibilidades de Jean-Pierre
Sarrazac são maiores que as circunstâncias históricas reconhecíveis em
que se inscrevem – os nossos dias, as nossas síndromes, os nossos
desesperos e ambições. Falam em nome próprio, expressam a identidade
esbatida duma experiencia de vida que já era, reclamam passagem para
outra condição. São as grandes personagens d’O Teatro do Mundo Global.
É de instintiva inquietação a condição da divina fragilidade humana, a
pequenez de quem não pode ou pode pouco; ou já não quer ser (porque
esgotadas as possibilidades) senão um mártir exemplar. Mas já nem Satã
permite o livre-arbítrio às criaturas, subscrevendo a famosa convicção:
ai, aguentam, aguentam.
Nuno Carinhas
Director Artístico do TNSJ
Texto escrito de acordo com a antiga ortografia.
5
O Fim das Possibilidades:
apresentação
O mundo está em crise, a máquina bloqueada, o desemprego e a miséria
não param de crescer, populações inteiras são expulsas do círculo
virtuoso do crescimento. É o “fim das possibilidades”, que dá lugar a um
grande desespero e desencadeia uma vaga de suicídios. Deus envia então
aos humanos um singular emissário, de seu nome Satã. O enviado das
mais altas esferas decide organizar uma espécie de transumância ou de
migração, que consiste em deslocar os mais pobres, os mais desfavorecidos,
os não-rentáveis – desempregados, sem-abrigo, sem-papéis, imigrantes –
para as profundezas da terra. O objetivo é purgar a sociedade de todos
estes seres marginalizados, impedindo-os de cometer esse ato fatal –
culpabilizado pelos endinheirados – que consiste em atentar contra a sua
própria vida. Mas Satã, ou seja, O Adversário, vai procurar um interlocutor
na pessoa de um pequeno assalariado, J.B. – Jean-Baptiste, apelidado de
J.B. por causa da sua marca favorita de whisky e talvez, também, por nos
lembrar o Job da Bíblia. O Adversário surpreende J.B. no momento em
que este jovem pai de família está a ponto de se enforcar. O Adversário
corta a corda e salva in extremis o candidato a suicida. Ele pelo menos
assim o pretende. J.B., por seu lado, garante que está bem morto. E para
que não restem dúvidas, passeia-se por todo o lado com uma corda ao
pescoço e a cabeça à banda. A controvérsia instala-se e uma verdadeira
rede de resistência é criada à volta de J.B., formada pela sua mulher
Gladys, caixa de um supermercado, do seu amigo Mamadou, segurança
nessa mesma loja, e a ladrazita por quem Mamadou se apaixona…
O Senhor J.B., esse Job moderno, campeão não só da sobrevivência como
da “sobremorrência”, desafia Satã, ou seja, O Adversário, até mesmo nas
entranhas da terra, lá para onde são deportados os danados da sociedade,
esses Sem-Rosto que o poder de Cima gostaria de ver desaparecer sem
alvoroço e banir com o seu próprio consentimento da superfície da terra.
Uma parábola da crise económica, social, política que atravessamos
hoje na Europa. Uma fábula “satânica” onde o cómico cria raízes numa
tragédia social. Uma peça para lá de todo o realismo, para melhor
questionar a realidade.
Jean-Pierre Sarrazac
6
O fim,
as possibilidades,
o futuro,
das possibilidades,
o fim
João Baptista, Job, J.B., três vidas num só corpo: o sujeito de uma convicção,
“profeta” alegre de possibilidades previsíveis de futuro do seu microcosmos
familiar, aquele outro que passa todas as provações e resiste, sempre-em-pé
(por ironia, Job é job, e é perdendo o emprego que se inicia o drama),
e o que se metamorfoseia pelo álcool, caminhando no seu monodrama,
mesmo post mortem: nesse lugar, a vida é uma paisagem observável,
iluminada, clarificado o aquém num além metodológico e ficcional.
Na variação se encerra uma vida espartilhada, em estilhaços, um
percurso de luta pelo eu, se esta aspira, impulso vital no tempo e no espaço,
a uma unidade em busca de identidade no confronto com um fora que é
poder, coação e ideologia. Já Pirandello falava da criatura fora de tom, da
máscara, do ser ao lado, dano colateral assumido de si mesmo, e Pessoa
praticava a despersonalização, disponibilidade mental de acolher outros
e de multiplicar-se em eus descobertos a descobrir. Entre o eu e o mundo,
o sujeito dobra-se, bifurca-se, estilhaça, triplica, multiplica-se, agacha-se e o
drama explode (intrasubjectivo e intersubjectivo), sensação de incompletude
e ansiedade – doença da antecipação, assim a nomeia Sarrazac.
João Baptista é bom pai de família. É um profissional competente
que a idade – vista como prejuízo nos tempos que correm e como peso
improdutivo pelo superior hierárquico (doberman, chama-lhe J.B.) – põe
na prateleira. Perdido no mar da vida com o desemprego à vista, naufraga:
o futuro é agora uma parede em que encalha.
J.B. é resistente, amigo do seu amigo e torna-se um desesperado (um
desperado), ansioso sob a tortura que o pressiona agora dia-a-dia: logo
vive a amada como divórcio irremediável, alucina de ter observado a casa
despejada e os filhos no meio da mobília ao ar livre, vê-se sem-abrigo,
está sem rumo. Reage. Anarquista suicidário, alcoólatra, estratego de
uma só arma, faz do seu corpo o refém a negociar. Viverá mesmo que
morto, de pescoço à banda, num enforcamento que é perpétuo gesto de
acusação: mais que politizado, J.B. é um explosivo, a implosão é a vertente
7
inevitável do seu reactivismo sentimental, um instrumento de se dar a
ver. De facto, basta accionar a lucrativa mina narrativa que é a própria
vida (em drama exposta) no espectáculo do nosso real virtualizado,
sangrando a sua acusação. A biopolítica trouxe consigo esse politicamente
correcto de uma consciência do Estado que determina um bem-estar dos
corpos dos cidadãos, destinando-lhes a dieta e gerindo constantemente
o estatístico como verdade circunstancial a mentir. Esse Estado tutela
a vida em nome da própria boa administração dos corpos, mas morrer
no Mediterrâneo em busca de uma Europa que deixou de o ser é
acontecimento diário; o desemprego é só uma variável numérica; a saúde,
um equilíbrio ingovernável de cortes que aumentam a despesa; a escola,
uma loja de cadeiras-mercadoria e uma suposta fábrica de adequação ao
emprego que não existe; a política, um negócio entre público e privado;
as periferias, chagas policiadas; o interior, o-fim-de-um-mundo; as
assimetrias, a fractura exposta de opções estruturantes afirmadas como
soluções. A democracia é um nome para o seu contrário.
J.B. perdeu-se no centro instável de si mesmo, forçado a isso. O que
seria um percurso possível de vida do seu núcleo familiar esbarra
com a economia, com a rendibilidade, com a velocidade. A luta pelo
caminho de uma estabilidade continuada não tem futuro, a estrada
terminou de surpresa num abismo. A possibilidade é agora a de ser
um sem-rosto. Tem diante de si O Fim das Possibilidades. É a chegada
de uma opressão de novo tipo: a organização das sociedades como um
extenso campo de formas de administração dos cidadãos que praticam
a austeridade como via única, a não-vida como vida, o purgatório
como paraíso. A propaganda pinta como necessário e único o que na
realidade é cru e cinzento, violência: o Estado que administra os corpos
assassina pela correcção estatística. Estamos certamente a viver abaixo
das possibilidades, enquanto ELES lucram acima de todas as metas
exponenciadas.
Na peça, o ministro principal de Deus (Satã, dito O Adversário) propõe
uma transumância dos humanos-despesa-improdutiva (pela idade, pela
diferença, pela deficiência, pela loucura, pela raça, pelo que for) para um
desterro altamente organizado em que podem viver arregimentados –
fala-se do Sheol, país do esquecimento na Bíblia, um nome para terras
do Hades. Aí, a possibilidade é sobreviver: mínimos existenciais como
pura administração diária. Para Deus, a economia é um assunto fora
da omnipotência: o projecto é aprovado com um gesto de “não me metas
nesses assuntos que a minha sensibilidade é divina, não suporta as arestas
da realidade, nem o sangue” – “não matarás”. “Tudo o mais, poderás fazer
em defesa dos interesses superiores do mundo como ele é, sem mudança,
eternidade fluindo sem catástrofe que aqui chegue, onde permaneço na
minha invisibilidade omnipresente, no silêncio absoluto como convém
à sesta de Deus, sem hora.” Nesse gigantesco falanstério à escala global
que o financismo está a construir como distopia, respirar será objecto
de contrato.
J.B. suicida-se por estratégia: a sua ideia é atirar o seu drama para
o espaço mediatizado, para o espaço cénico; e do lado de lá, da morte
8
acusadora, refazer a razão cínica do que o levou ao abismo chamando os
bois pelos nomes, acusando o adversário como organizador homicida de
um tipo de campo da morte na sociedade como todo – uma “morte lenta”,
nome do campo do Tarrafal de trágica memória. A expressão pode parecer
excessiva, mas uso-a para que, pelo excesso, a verdadeira gravidade do
que se faz se torne presente – esse é o desígnio da futura representação
teatral. O facto é que somos dois milhões de pobres, um infinito número
de gente sem-abrigo e de emprego precário, e centenas de milhares os
que partiram. Como me dizia um amigo: a possibilidade, de um dia para
o outro, de quem está na tal classe média cair na miséria tornou-se real,
é “normal” – é apenas cair para fora da tal zona de conforto.
O Fim das Possibilidades põe isto a nu, mas fá-lo na linguagem da
parábola, o que significa na escrita um voo poético e na estrutura uma
construção de caminhos paralelos que se vão referindo um ao outro,
sucessivamente, num avançar da fábula que possibilita o pensamento
através do juízo comparativo. É a possibilidade que a peça propõe como
um começo novo, o do pensamento que emerge no exterior da receita
propagandeada de pensar e dos rituais ideológicos mediatizados. É aí
o teatro, é esse o teatro que ainda tenta a cidade, outra possibilidade
comunitária na sua assembleia.
E fazendo esse percurso regressamos ao que Sarrazac, no seu ensaio
sobre a parábola, diz ser a infância do teatro. A parábola é popular, um
tipo de pensamento que surge aforístico, fragmentário e associativo,
anónimo, fruto do filtro tempo. É compreensível para a maior parte e não
simplifica, não basifica, sendo que é uma estrutura livre de convocar os
mundos que entender: o Livro de Job, a Eneida, o Kafka da Metamorfose,
Woyzeck, o Sheol como a face da globalização que aí está, citando Aragon
e mesmo o espírito demonstrativo das moralidades medievais. Job é a
multitude, a multidão. Em boa verdade – e as boas são raras –, J.B. ou Job,
um sem-rosto, somos todos nós.
Fernando Mora Ramos
Director Artístico do Teatro da Rainha
Texto escrito de acordo com a antiga ortografia.
9
Jean-Pierre Sarrazac
Nasceu em 1946. Dramaturgo,
encenador, ensaísta. Professor
emérito de Dramaturgia na
Universidade Sorbonne Nouvelle
– Paris 3. Professor convidado
na Universidade de Louvain-la-Neuve. Escreveu uma vintena
de peças, entre as quais Lazare
lui aussi rêvait d’eldorado (enc.
Thierry Bosc, Le Palace – Paris,
1976); La Silhouette et l’effigie
(enc. Jean-Pierre Sarrazac,
Comédie de Caen, 1982);
L’Enfant-roi (leitura encenada
por Jean-Louis Hourdin,
Théâtre Ouvert – Paris, 1984);
Le Mariage des morts (enc.
Jacques Lassalle, Théâtre de la
Ville – Paris e Théâtre National de
Strasbourg, 1986‑87); La Passion
du jardinier (enc. Pierre-Etienne
Heymann, Maison des Arts de
Créteil, 1989, entre numerosas
outras encenações, a última das
quais por Olivier Perrier e Les
Fédérés, em 2002-03); Est-ce
déjà le soir, esquisse pour un
chœur européen (enc. Christian
Schiaretti, Festival d’Avignon,
1990); Harriet (enc. Claude Yersin,
Nouveau Théâtre d’Angers e
Théâtre Paris-Villette, 1993); Les
Inséparables (enc. Guy Touraille,
La Rose des Vents – Villeneuve
d’Ascq, 1995); La Fugitive (enc.
Jean-Yves Lazennec, Théâtre
Maxime‑Gorki – Le Petit-Quevilly, Théâtre 13 – Paris,
1996); Envelhecer Diverte‑me
(enc. Fernando Mora Ramos,
CENDREV – Évora, 1998); Néo,
trois panneaux d’apocalypse (enc.
Gilles Chavassieux, Théâtre les
Ateliers – Lyon, 1999); Mort d’un
D.J. (radiodifundida pela France-
-Culture em 2000); Cantiga
para JÁ, Place de la Révolution
(em colaboração com Christina
Mirjol, enc. Jean-Pierre Sarrazac,
Teatro Académico de Gil Vicente,
Companhia de Teatro de Braga,
Centro Dramático Galego, 2003);
Ajax/retour(s) (2005); La Boule
d’or (2007; leitura encenada por
Jacques Lassalle, radiodifundida
pela France-Culture em 2012).
Autor de inúmeros livros de
reflexão sobre o teatro, entre
os quais L’Avenir du drame (livro
que o TNSJ publicou em 2002)
e Poétique du drame moderne:
De Henrik Ibsen à Bernard-Marie
Koltès (Seuil, 2010), Jean-Pierre
Sarrazac foi distinguido com o
Prix Thalie 2008 da Associação
Internacional de Críticos de
Teatro, prémio “destinado a
distinguir uma personalidade que
aportou uma contribuição maior
ao teatro no mundo, contribuição
suscetível de transformar
o pensamento crítico sobre
o teatro”.
Alexandra Lucas Coelho
Nasceu em Lisboa, em dezembro
de 1967. Publicou cinco livros
de reportagem-crónica-viagem:
Oriente Próximo (2007),
Caderno Afegão (2009), Viva
México (2010), Tahrir (2011), Vai,
Brasil (2013); e dois romances:
E a Noite Roda (Grande Prémio
de Romance e Novela da APE,
2012) e O Meu Amante de
Domingo (2014). Tem carteira de
jornalista desde janeiro de 1987.
Viveu em Jerusalém e no Rio
de Janeiro. É cronista no jornal
Público.
11
Alexandra Moreira
da Silva
Professora no Instituto de Estudos
de Teatro da Universidade
Sorbonne Nouvelle – Paris 3,
investigadora do Instituto de
Literatura Comparada Margarida
Losa (FLUP) e do Groupe de
recherche sur la Poétique du
drame moderne et contemporain
(Sorbonne Nouvelle – Paris 3).
Bolseira da Fundação Calouste
Gulbenkian entre 2000 e 2003,
doutorou-se em 2007 com a
tese La Question du poème
dramatique dans le théâtre
contemporain. Traduziu para
português peças de autores
clássicos e contemporâneos
(Adel Hakim, Jean-Luc Lagarce,
Molière, Dominique Pitoiset,
Jean-Pierre Sarrazac, Karin
Serres, Marguerite Yourcenar,
Marguerite Duras, Samuel
Beckett, Rafael Spregelburd)
e os ensaios L’Avenir du
drame e Critique du théâtre
de Jean-Pierre Sarrazac. Para
francês, traduziu peças do
brasileiro Camilo Pellegrini
e dos portugueses Miguel
Castro Caldas, Pedro Eiras
e Abel Neves. É membro dos
comités de leitura da Maison
Antoine Vitez e do festival de
dramaturgias contemporâneas
La Mousson d’été, e da
Associação Portuguesa
de Críticos de Teatro (APCT).
Entre 2009 e 2013, integrou
o Júri do Prémio da Crítica
atribuído anualmente pela
APCT. Tem vários artigos
publicados sobre tradução de
textos de teatro, sobre práticas
12
cénicas e dramaturgia moderna
e contemporânea. Em 2012,
foi distinguida com o título
de Chevalier dans l’Ordre des
Palmes Académiques pelo
Ministério da Educação Nacional
francês, por serviços prestados
à Cultura Francesa.
Fernando Mora Ramos
Ator e encenador, é de 1955 e faz
teatro desde 1972-73. Inicia a sua
experiência no TEUM – Teatro
dos Estudantes Universitários de
Moçambique. Faz Alberti, Brecht
e Priestley. Com Mário Barradas
como diretor do Conservatório
Nacional, frequenta o curso de
Dramaturgia no seu primeiro
ano de existência. É aluno de
Eduardo Prado Coelho, João
Bénard da Costa, Rui Mário
Gonçalves e Teresa Motta.
É fundador do CCE-CENDREV
com Mário Barradas e Luís
Varela, dando início à primeira
estrutura de criação e formação
teatral fora de Lisboa após o
25 de Abril. Como bolseiro da
Gulbenkian, estagia no Picollo
Teatro de Milão com Giorgio
Strehler e faz, na Sorbonne
Nouvelle, uma Maîtrise em
Estudos Teatrais, sob a
orientação de Joseph Danan e
Jean-Pierre Sarrazac. Realiza a
sua primeira encenação em 1979
e de lá para cá já concretizou,
entre trabalhos de encenação
e de ator, mais de 120 criações.
A destacar: Ella, de Herbert
Achternbusch, Eu, Feuerbach,
de Tankred Dorst, Weisman
e Cara Vermelha, de George
Tabori, Combate de Negro e de
Cães, de Bernard-Marie Koltès,
Definitivamente as Bahamas,
de Martin Crimp, tendo feito
muito Vicente, Molière, Marivaux
e Goldoni. Foi coordenador
do Dramat – Centro de
Dramaturgias Contemporâneas
do TNSJ, é professor especialista
em Encenação e foi diretor de
programação de Coimbra 2003
– Capital Nacional da Cultura.
Dirige o Teatro da Rainha desde
1985.
Jacinto Lucas Pires
Publicou vários livros pela
editora Cotovia, entre os
quais Livro Usado (viagem
ao Japão, 2001), Perfeitos
Milagres (romance, 2007),
Assobiar em Público (contos,
2008) e O Verdadeiro Ator
(romance, 2011). Escreve peças
de teatro para diferentes grupos
e encenadores, das quais
podemos destacar: Figurantes
(2004, TNSJ, enc. Ricardo Pais),
Silenciador (2008, Oficina,
enc. Marcos Barbosa), Sagrada
Família (2010, Culturgest/
Viriato, enc. Catarina Requeijo),
Exactamente Antunes (2011,
TNSJ, enc. Cristina Carvalhal e
Nuno Carinhas), Adalberto Silva
Silva (2012, para Ivo Alexandre)
ou Interpretação (2014,
Culturgest/Mundo Perfeito, para
Tiago Rodrigues). Em Libretto
(2014, Maria Matos Teatro
Municipal/Centro Cultural Vila
Flor/Ninguém, coautoria Alma
Palacios), fez de escritor em
palco. Realizou três curtas-metragens, Cinemaamor (1999),
B.D. (2004) e Levantamento
(2014). Foi-lhe atribuído em
2008, pela Universidade de
Bari/Instituto Camões, o Prémio
Europa – David Mourão-Ferreira.
Faz parte, com Tomás Cunha
Ferreira, da banda Os Quais,
que, em 2012, lançou Pop
é o contrário de pop. Canta
ideias todas as semanas na
TSF, no programa Canções
Crónicas. O seu último romance,
O Verdadeiro Ator, ganhou
o Grande Prémio de Literatura
DST 2013. Escreve no blogue
O que eu gosto de bombas
de gasolina.
João Barrento
Ensaísta e tradutor. Professor
(aposentado) de Literatura
Alemã e Comparada da
Faculdade de Ciências Sociais
e Humanas da Universidade
Nova de Lisboa. Publicou cerca
de vinte livros de ensaio, crítica
literária e crónica, e traduziu
literatura de língua alemã
do século XVII à atualidade.
Colaborador do jornal Público
(1990-2006) e da maior
parte das revistas literárias
portuguesas. Vice-presidente
do PEN Clube Português (1990-2006). Atualmente,
é presidente da direção do
Espaço Llansol – Associação
de Estudos Llansolianos,
responsável pelo espólio da
escritora Maria Gabriela Llansol.
Recebeu os mais importantes
prémios portugueses para
ensaio, crónica e tradução, e
ainda o Prémio D. Dinis, a Cruz de
Mérito Alemã (1991) e a Medalha
Goethe (1998).
13
José Vítor Malheiros
Consultor de Comunicação de
Ciência e colunista da imprensa.
É atualmente professor
convidado do mestrado de
Comunicação de Ciência da
Faculdade de Ciências Sociais
e Humanas da Universidade
Nova de Lisboa e consultor da
Ciência Viva – Agência Nacional
para a Cultura Científica e
Tecnológica. Foi jornalista
durante a maior parte da sua
vida profissional, tendo-se
dedicado às áreas da Ciência,
Tecnologia, Educação, Saúde e
Ambiente. Criou e coordenou
a primeira secção semanal de
Ciência no semanário Expresso
(1983), a primeira secção diária
de Ciência no diário Público
(1989) e fundou o site web do
jornal Público (1995). Mantém há
vários anos uma coluna semanal
de opinião no Público, jornal do
qual foi um dos fundadores e
onde ocupou diferentes cargos
ao nível da edição e direção.
Além da sua atividade como
jornalista, tem-se dedicado à
formação de jornalistas e ao
ensino do jornalismo a nível
graduado e pós-graduado,
assim como à divulgação da
ciência e da tecnologia e à
formação de investigadores no
domínio da comunicação. Foi
durante vários anos membro da
direção da EUSJA – European
Union of Science Journalists’
Associations. É coautor dos
livros Como falar com jornalistas
sem ficar à beira de um ataque
de nervos (Gradiva, 2000), com
António Granado, e Portugal
2020 (Fenda, 1998), com
14
Adelino Gomes e Teresa de
Sousa. É membro ativo de vários
movimentos cidadãos. É casado
e tem três filhos. Vive em Lisboa.
Nuno Carinhas
Pintor, cenógrafo, figurinista
e encenador. Como cenógrafo
e figurinista, trabalhou com
os encenadores Ricardo Pais,
Fernanda Lapa, João Lourenço,
Fernanda Alves e Jorge
Listopad, os coreógrafos Paula
Massano, Vasco Wellenkamp,
Olga Roriz e Paulo Ribeiro,
e o realizador Joaquim Leitão,
entre outros. Em 2000, realizou
a curta-metragem Retrato
em Fuga (Menção Especial
do Júri do Buenos Aires
Festival Internacional de Cine
Independiente, 2001). Escreveu
Uma Casa Contra o Mundo,
texto encenado por João Paulo
Costa (Ensemble, 2001). Dos
espetáculos encenados para
o TNSJ, refiram-se os seguintes:
O Grande Teatro do Mundo,
de Calderón de la Barca (1996);
A Ilusão Cómica, de Corneille
(1999); O Tio Vânia, de Tchékhov
(2005); Todos os que Falam,
quatro dramatículos de Samuel
Beckett (2006); Beiras, três
autos de Gil Vicente (2007);
Tambores na Noite, de Bertolt
Brecht (2009); Breve Sumário da
História de Deus, de Gil Vicente
(2009); Antígona, de Sófocles
(2010); (com Cristina Carvalhal)
Exactamente Antunes, de Jacinto
Lucas Pires, a partir de Almada
Negreiros (2011); Alma, de Gil
Vicente; e Casas Pardas, de Maria
Velho da Costa, com adaptação
de Luísa Costa Gomes (2012).
Em 2013, ano em que estreou no
TNSJ Ah, os dias felizes, encenou
na Casa da Música Quartett,
ópera de Luca Francesconi,
adaptação do texto de Heiner
Müller. Encenou ainda textos
de dramaturgos como Federico
García Lorca, Brian Friel, Tom
Murphy, Frank McGuinness,
Wallace Shawn, Jean Cocteau,
António José da Silva, Luísa
Costa Gomes, entre muitos
outros. É, desde março de 2009,
diretor artístico do TNSJ.
de Leitura e livros da coleção
TNSJ/Húmus. Também no TNSJ,
tem coordenado e participado
em conferências e debates.
Pedro Sobrado
Porto, 1976. Licenciado em
Ciências da Comunicação
e pós-graduado em Cultura
Contemporânea e Novas
Tecnologias, concluiu
recentemente uma dissertação
de mestrado sobre Eugene
O’Neill. É doutorando em
Estudos Literários, Culturais
e Interartísticos da Faculdade
de Letras da Universidade do
Porto, onde prepara uma tese
sobre Gil Vicente e o Breve
Sumário da História de Deus.
Dispersivamente, tem escrito
sobre autores como Vicente,
Almada Negreiros, Bertolt
Brecht, Walter Benjamin
e Robert Walser, bem como
sobre temas bíblicos e
teológicos. Participou como
dramaturgista em espetáculos
de Nuno Carinhas e, mais
recentemente, de Ricardo Pais.
Trabalha no departamento de
Edições do TNSJ, onde assegura
a coordenação editorial de
programas de sala, Manuais
15
Ficha técnica TNSJ
coordenação de produção
Maria João Teixeira
assistência de produção
Maria do Céu Soares, Mónica Rocha
direção de palco Rui Simão
direção de cena Pedro Guimarães
luz Filipe Pinheiro (coordenação),
Abílio Vinhas, Adão Gonçalves,
José Rodrigues, Nuno Gonçalves
maquinaria Filipe Silva (coordenação),
Adélio Pêra, António Quaresma,
Carlos Barbosa, Lídio Pontes,
Joel Santos, Joaquim Marques, Jorge Silva, Paulo Ferreira
som Joel Azevedo
vídeo Fernando Costa
Apoios TNSJ
Teatro Nacional São João
Praça da Batalha
4000-102 Porto
T 22 340 19 00
Teatro Carlos Alberto
Rua das Oliveiras, 43
4050-449 Porto
T 22 340 19 00
Mosteiro de São Bento da Vitória
Rua de São Bento da Vitória
4050-543 Porto
T 22 340 19 00
www.tnsj.pt
[email protected]
Edição
Departamento de Edições do TNSJ
coordenação João Luís Pereira
design gráfico Joana Monteiro,
Paul Hardman
impressão Multitema
Apoios à divulgação
Agradecimentos TNSJ
Câmara Municipal do Porto
Polícia de Segurança Pública
Mr. Piano/Pianos Rui Macedo
16
17
<
<
<
18
Download

- Teatro Nacional São João no Porto