Uma pequena história da Fundação Friedrich Naumann para
a Liberdade (FNF) no BRASIL
1. Fase: Fomento de cooperativas
Os primórdios da FNF no Brasil remontam ao início dos anos 70. O primeiro escritório foi aberto
em São Paulo em 1971. Em 1972 seguiu-se outro em Curitiba / Paraná. Inicialmente, a FNF
atuava exclusivamente na área de fomento das cooperativas e colaborava com cooperativas
regionais no Sul e Sudeste (Curitiba, Florianópolis, Belo Horizonte), mais tarde também no
Nordeste (Pernambuco) e com uma Associação Matriz (holding) nacional de cooperativas. O
objetivo era, de um lado, a melhoria do trabalho das cooperativas nas áreas de auditoria,
consultoria operacional, aperfeiçoamento e comunicação e, de outro, sua autoadministração,
reforçando a sua autonomia em relação ao controle estatal.
Sul/Sudeste: em setembro de 1972 iniciou-se a cooperação da FNF com a associação ASSOCEP
(Associação de Orientação às Cooperativas), fundada em meados de 1971 em Curitiba / Paraná.
Tratava-se, neste caso, de uma organização privada de auditoria e exames na área das
cooperativas. Ela prestava assistência especialmente a pequenas cooperativas de produção e
vendas, bem como consultoria e formação no estado vizinho Santa Catarina e em Minas Gerais.
Em 1977 foi cancelada a cooperação com a ASSOCEP.
Em 1976 foi fundado o ITEC (Instituto Técnico para o Cooperativismo) e um escritório em
Florianópolis. Dois anos mais tarde, em 1978, com o parceiro FUNDEC (Fundação de
Desenvolvimento Cooperativista em Belo Horizonte) também foi iniciado o trabalho de
cooperativismo em Minas Gerais.
Nordeste: A partir de outubro de 1974, a FNF também iniciou seu trabalho cooperativista em
Pernambuco. Foi parceira a ASSOCENE (Associação de Orientação às Cooperativas do
Nordeste), uma organização matriz de 400 cooperativas agrárias e responsável por nove estados
federais no Nordeste. Por esse motivo, o escritório da FNF foi transferido para Recife.
A FNF terminou seu trabalho cooperativista em fins dos anos 80. No término, entregou em 30
de junho de 1989 aos seus parceiros, um centro de formação de cooperativismo em Cascavel,
no Estado do Paraná. O centro obteve 50% de financiamento das cooperativas do estado e 50%
da FNF, razão pela qual recebeu o nome de “Friedrich Naumann”. O objetivo era o
aperfeiçoamento de profissionais e lideranças das cooperativas. O Centro também esteve
associado a um centro de pesquisa cooperativista agrária (Copacol - Cooperativa Agroindustrial
Consolata). Este centro ainda existe até hoje: No ano de 2012 foram oferecidos mais de 5.000
cursos a 140.000 participantes.
No decorrer desses 20 anos de cooperação foi possível obter uma reorganização fundamental
das estruturas associativas nacionais, a revisão da lei das cooperativas e um reforço e
dinamização substanciais na área econômica das cooperativas.
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Centro de Formação de Cooperativismo em Cascavel, Paraná
2. Fase: Trabalho político (a partir de 1985)
O primeiro projeto político da FNF no Brasil somente se iniciou com a abertura do regime
militar em 1983. Durante o governo do Presidente João Baptista de Oliveira Figueiredo (1979–
1985), as medidas ditatoriais foram gradativamente suspensas - começando o período da
”abertura“. Foi aprovada uma nova lei eleitoral, que voltava a permitir os partidos e abrandou a
censura à imprensa. Em janeiro de 1985 Tancredo Neves foi eleito presidente por uma junta
eleitoral, mas adoeceu gravemente já em 15 de março, vindo a morrer em 21 de abril, ainda
antes de assumir seu cargo.
Seminário sobre a Construção do Parlamento Brasileiro, Brasília, Outubro de 1993.
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Em 1985 foi criado o Partido Frente Liberal (PFL), hoje Democratas, que tinha sua base de
poder sobretudo no Nordeste do país (Bahia). Desde sua criação até o ano de 2002, o
Democratas esteve representado em todos os governos brasileiros sob sua velha sigla PFL e
conseguiu manter sua coesão interna e seu perfil claro de direita liberal. De 1995 a 2002, sob o
governo de Fernando Henrique Cardoso, escolheu o Vice-Presidente Marco Maciel e foi, com
pouco mais de 20 por cento das cadeiras no Congresso, um dos maiores partidos no Congresso.
Nesse período, a FNF trabalhou tanto junto com o partido PFL (hoje Democratas) quanto
também com seu instituto de formação, o legendário Instituto Tancredo Neves (ITN) que, em
2007, foi renomeado Fundação Liberdade e Cidadania e até hoje tem sua sede principal em
Brasília. Foi objetivo do então trabalho conjunto de formação em nível nacional fomentar o
estabelecimento de estruturas democráticas e legais e fortalecer posições liberais. Um parceiro
adicional neste período foi o IUPERJ (Instituto de Pesquisas do Rio de Janeiro), com o qual
foram realizados sobretudo seminários básicos com relação ao liberalismo e a temas atuais.
No ano de 1999 a direção do partido Democratas (ex-PFL) decidiu uma troca do campo liberal
para o conservador: ele abandonou a ”Liberale Internationale“ e ingressou no Diretório
Internacional dos partidos conservadores, a ”Organización Demócrata Cristiana de América“
(ODCA). Este passo, porém, não encontrou aprovação plena no então PFL. Tanto a Juventude
Nacional do PFL (hoje Juventude Democratas), quanto também o Diretório Estadual do
Democratas do Rio Grande do Sul, sob a presidência do deputado Onyx Lorenzoni, recusaram-se
a seguir a orientação do partido e permaneceram no campo liberal. Até hoje a Juventude
Nacional é membro engajado da ”Associação Internacional da Juventude Liberal“ (IFLRY). O
Diretório Estadual do Democratas no Rio Grande do Sul é membro da ”Liberal Internacional“
(LI). Ambas as organizações político-partidárias são até hoje parceiros importantes da FNF.
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Deputado Federal Onyx Lorenzoni e Rolf Berndt, Diretor Executivo da FNF
A FNF pode orgulhosamente lançar um olhar retrospectivo sobre a sua cooperação com seus
parceiros político-partidários: muitos sucessos duradouros foram alcançados nos anos passados,
para os quais o Democratas e sua organização juvenil prestaram uma grande contribuição.
Assim, eles se empenharam ativamente pelo cumprimento da lei da fidelidade partidária e da lei
da ficha limpa, bem como para a revogação do imposto do cheque (CPMF) e o combate à
corrupção. Além disso, a Juventude Democratas evoluiu para a posição da maior e mais
estruturada organização partidária juvenil, a qual, em especial, foi pioneira no uso das novas
mídias na divulgação de mensagens liberais. Hoje a Juventude Democratas esta sendo
reconstruída com muito sucesso, depois da sua perda de associados devido a desentendimentos
internos nos últimos anos.
Hugo Neto, Deputado Federal Efraim Filho, Henrique Sartori, Prefeito ACM Neto e Leo Prates.
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3. Fase: Diversificação de trabalho da FNF no Brasil
Apesar das dificuldades dos parceiros político-partidários liberais acima mencionados, o
movimento liberal desenvolveu-se nos últimos anos na área da sociedade civil de forma muito
positiva e, consequentemente, surgiram também novos parceiros de cooperação para a FNF.
Uma série de excelentes Think Tanks pôde nitidamente aumentar sua reputação. Por exemplo, o
legendário Instituto Liberal do Rio de Janeiro conseguiu reiniciar suas atividades em julho de
2013 sob direção do seu novo presidente Rodrigo Constantino. O movimento dos “Estudantes
pela Liberdade” (EpL), liderado pelo seu presidente Juliano Torres, em pouco tempo, desde o
início de 2012, conseguiu fundar suas representações em muitas universidades brasileiras numa
velocidade extraordinária.
Além disso, a FNF-Brasil começou recentemente atividades de projetos em duas novas áreas
temáticas – clima / meio ambiente e o diálogo de países em desenvolvimento - e prossegue
assim a nova definição de prioridades da Diretoria da FNF na sua estratégia internacional.
Na área clima / meio ambiente as atividades são múltiplas: com o Instituto do
CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária) do Brasil são oferecidos
anualmente 26 cursos online sobre o tema “Oportunidades Econômicas da
Agropecuária Sustentável - OEAS”, com o México são realizados eventos regulares
bilaterais de diálogos político-ambientais e, a partir do ano de 2014, os critérios
de sustentabilidade para um futuro acordo de livre comércio Mercosul/Brasil com
a Comunidade Europeia serão trabalhados com o novo parceiro, o Instituto Ethos.
Também como parceiro de diálogo da FNF, no assim
chamado diálogo de países em desenvolvimento, o Brasil
tornou-se cada vez mais importante nos últimos anos.
Neste caso, trata-se de temas como livre comércio,
segurança internacional, mercados financeiros e, desde o
recente escândalo de espionagem eletrônica, também da
política de privacidade.
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