XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial
Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
A CRISE GLOBAL E SEUS IMPACTOS
NO DESEMPENHO DO INDICE DE
SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL ISE E DO INDICE BOVESPA - IBOVESPA
MARCIO NAKAYAMA MIURA (UNIVALI)
[email protected]
Rosilene Marcon (UNIVALI)
[email protected]
Maria Jose Barbosa de Souza (UNIVALI)
[email protected]
O objetivo do presente estudo foi averiguar se a rentabilidade média
do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) tem um desempenho
estatisticamente superior à rentabilidade do Índice Bovespa
(IBOVESPA) no período de janeiro de 2008 a deezembro de 2010
período de crise econômica-financeira mundial. Procurou se
evidenciar os benefícios da Responsabilidade Social Corporativa e foi
apresentado o histórico e a formação do ISE e do IBOVESPA. No
sentido de atingir o objetivo proposto, realizou-se teste comparativo
dos retornos médios diários dos dois índices aplicando-se a análise de
variância (ANAVA) com teste Tukey ao nível de significância de 5%,
seguido de análise de correlação de Pearson. Observou-se que não
houve diferença significativa entre o retorno médio diário do ISE e do
IBOVESPA, mesmo em períodos de crise como a ocorrida em 2008 e
que há uma forte correlação entre as duas séries estudadas. Conclui-se
que empresas incluídas no ISE não ofereceram retorno diferente aos
seus acionistas do que aquelas que não adotam postura idêntica,
apesar do momento de dificuldade.
Palavras-chaves: Sustentabilidade, responsabilidade social, ibovespa,
ise
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1. Introdução
Um dos eventos que marcou essa última década e foi notícia em todo o mundo foi a
crise econômica financeira mundial de 2008 e que ainda tem reflexos na economia de vários
países incluindo o Brasil. Apesar dos reflexos no Brasil não terem sido tão intensos como em
outros países isso não significa imunidade à crise. Poderíamos dizer que a chamada Crise de
2008 “terminou” em 2010 a partir de uma nova crise a da Grécia que voltou a influenciar toda
a economia mundial.
A Responsabilidade Social Corporativa vem sendo cada vez mais debatida entre a
esfera acadêmica, empresarial e toda a sociedade, originando diversas questões ainda sem
respostas claras, como a própria delimitação da dimensão da responsabilidade social
empresarial no cenário dos negócios (BORBA, 2005).
Machado; Machado e Corrar (2009) observam que em 1999, foi criado, nos Estados
Unidos, o Dow Jones Sustainability Index (DJSI – Índice de Sustentabilidade Dow Jones),
primeiro índice a avaliar o desempenho financeiro das empresas líderes em sustentabilidade.
No Brasil, o primeiro fundo de investimento composto por empresas reconhecidas por
desenvolverem boas práticas de responsabilidade social, ambiental e corporativa foi o Fundo
Ethical, criado em 2001 pelo Banco ABN AMRO.
No ano de 2005, a Bovespa lançou o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE),
indicador composto de ações emitidas por empresas que apresentam alto grau de
comprometimento com sustentabilidade e responsabilidade social.
Diante do exposto, o objetivo geral da presente pesquisa consiste em averiguar se a
rentabilidade média do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) obteve um
comportamento estatisticamente superior à rentabilidade do Índice Bovespa (IBOVESPA), no
período de janeiro de 2008 a dezembro de 2010.
Apresenta-se a seguir os conceitos e estudos que fundamentaram a presente pesquisa.
2 Fundamentação Teórica
2.1 A Crise Econômico-Financeira Global
A integração dos mercados é cada dia uma realidade mais presente em todas as
economias mundiais. A teoria do caos, foi estereotipada pela ação de um bater de asas de uma
borboleta na Oceania sendo capaz de provocar tormentas no hemisfério norte, se assemelha
fortemente com a crise financeira mundial vivida a partir do segundo semestre de 2007 nos
EUA e que rapidamente influenciou os mercados mundiais provocando um verdadeiro caos
mundial.
A crise financeira e moral originada a partir de problemas no mercado imobiliário
americano acabaram por abalar o moral dos principais grupos financeiros norte americanos e
com impacto em vários países, principalmente na Europa. Carcanholo et al. (2008) afirmam
que a crise teve sua origem no Mercado imobiliário norte americano (aquecido
“artificialmente”), principalmente no segmento denominado subprime.
Lordon (2007) ao analisar os motivos da crise, critica principalmente o sistema
financeiro dos EUA por não aprender (ou não querer) com as crises anteriores e cita algumas
das mais recentes: 1987, quebra dos mercados de ações; 1990, quebra dos “junk bonds”
(“títulos podres”) e crise das “savings and loans” (financeiras de poupança e empréstimos)
americanas; 1994, quebra dos titulares de debêntures americanos; 1997, primeira fase da crise
2
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financeira internacional (Tailândia, Coréia, Hong Kong); 1998, segunda fase (Rússia, Brasil);
2001-2003, estouro da bolha da Internet.
Na verdade, o mercado por vezes fica cego em meio à possibilidade de maior
lucratividade e em algumas vezes age sem critério, como se tudo sempre fosse dar certo. A
ideia inicial era de prolongar ao máximo as vendas de imóveis, as comissões das imobiliárias,
os ganhos de capital com a valorização dos imóveis e etc. Tudo funcionava enquanto os
proprietários conseguiam pagar suas hipotecas, mas bastou a inadimplência subir para que
ocorresse uma forte contração no crédito ao consumidor e desta forma o mercado sumiu (sem
compras, sem vendas, sem comissões etc.). Neste contexto, em agosto de 2007, o mercado de
alto risco (subprime) entrou em colapso atingindo o mercado financeiro e de capitais dos
EUA e dos países Europeus, cujos agentes financeiros, tinham relacionamento direto com a
securitização ou titularização das hipotecas norte americanas.
Krugman apud Holland e Brito (2010) comenta que “se há erros na política monetária
e fiscal que causaram a última crise 2007/2008, eles se devem muito mais a omissões e
dificuldades de associar o excesso de liquidez com estratégias monetárias”. A omissão por
parte do Federal Reserve - FED está relacionada com a ausência de controle ou mesmo
acompanhamento da sobrevalorização dos imóveis nos EUA, fechando os olhos para a
crescente liberação de crédito para os chamados: sem renda, sem emprego, sem lastro e que
resultaram na crise vivida pelo sistema financeiro mundial.
Holland e Brito (2010, p. 181) ao analisarem os aspectos impactantes na crise
2007/2008 afirmam que a mesma é resultante de vários fatores combinados e citam alguns
como: “erros de política econômica, erros de mercado financeiro, erros de agentes
econômicos que viveram sobre manias de títulos lastreados em hipotecas, ou seja, títulos
garantidos por dívidas, ingenuamente confiantes em técnicas e métodos econométricos
afinados para medir volatilidades e exposições a riscos”.
A extensão desta crise, vinculada à queda dos preços dos ativos (imóveis), a
incapacidade de honrar os pagamentos e a decisão política do governo dos EUA de não
intervir com financiamento público para lastrear os seus principais bancos, ainda é uma
dúvida para os estudiosos, na medida em que o sistema financeiro mundial está em constante
movimento. A percepção de maior ou menor crise por parte dos diversos países está
relacionado ao grau de dependência e ligação com os títulos subprime e com garantias dos
títulos das hipotecas norte americanas.
2.2 A BM&FBOVESPA e o IBOVESPA
Uma Bolsa de Valores pode ser definida como sendo uma associação civil sem fins
lucrativos ou pode se constituir como uma sociedade anônima. Ela é considerada um mercado
no qual compradores e vendedores de valores mobiliários (ou seus agentes ou corretores) se
“encontram” para realizar as transações. Seu patrimônio é formado por títulos que pertencem
às sociedades corretoras membros. Possui autonomia financeira, patrimonial, e administrativa,
mas está sujeita à supervisão da Comissão de Valores M obiliários e obedece as diretrizes e
políticas emanadas do Conselho Monetário Nacional, (MISHKIN, 2000; CAVALCANTE,
MISUMI e RUDGE. 2009) .
A BM&FBOVESPA é uma companhia de capital brasileiro formada, em 2008, a partir
da integração das operações da Bolsa de Valores de São Paulo e da Bolsa de Mercadorias &
Futuros. É uma das maiores Bolsas do mundo em volume de negócios, sendo considerada a
segunda do continente americano e a maior da América Latina. É a principal instituição
brasileira de intermediação para operações do mercado de capitais e a única bolsa de valores,
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mercadorias e futuros em operação no Brasil.
Assim como as demais bolsas do mundo, a BM&FBOVESPA possui um indicador
capaz de medir o desempenho médio dos preços de uma carteira teórica de ações, medindo
um comportamento de mercado em um determinado período de tempo. O valor absoluto de
índice da carteira expressa o valor da carteira de ações negociada na Bolsa de Valores, sendo
as variações verificadas em um período para o outro entendidas como sua lucratividade.
O Índice BOVESPA - IBOVESPA foi criado em 2 de janeiro de 1968 e é o indicador
brasileiro que representa de forma fiel o desempenho médio das cotações do mercado das
principais ações e o perfil das negociações a vista observadas nos pregões. O IBOVESPA é
considerado de maior relevância uma vez que nunca sofreu variação em sua metodologia de
cálculo, bem como manteve a integridade de sua série histórica.
A carteira teórica do IBOVESPA é composta pelas ações que atenderam cumulativamente
aos seguintes critérios, com relação aos doze meses anteriores à formação da carteira:
-
estar incluída em uma relação de ações cujos índices de negociabilidade somados
representem 80% do valor acumulado de todos os índices individuais;
-
apresentar participação, em termos de volume, superior a 0,1% do total;
-
ter sido negociada em mais de 80% do total de pregões do período.
2.3 Sustentabilidade Empresarial e Conceitos Correlatos
Segundo Schwartz e Carroll (2007), no campo dos negócios e na sociedade, aparecem
vários constructos e conceitos, existindo uma competição por proeminência. Embora
discutível, os pesquisadores parecem incluir a responsabilidade social corporativa, a ética nos
negócios, a gestão dos stakeholders, a sustentabilidade e a cidadania corporativa. Apesar da
prevalência dos cinco constructos, persistem dificuldades na compreensão o que cada um
realmente significa, ou pode-se dizer como cada um pode estar relacionada com os outros.
Sustentabilidade empresarial, responsabilidade social corporativa (RSC), ética
empresarial, cidadania corporativa, performance social corporativa, Triple Bottom Line são
alguns dos termos utilizados para destacar a responsabilidade das empresas, além dos
objetivos puramente financeiros (MACHADO, MACHADO e CORRAR, 2009).
Um conceito amplo de sustentabilidade empresarial, segundo Coral, Rossetto e Selig
(2003) deverá considerar três variáveis relacionadas ao desenvolvimento sustentável que
engloba três princípios básicos: equidade social, crescimento econômico e equilíbrio
ambiental. Segundo os autores dessa forma uma vez que a questão do crescimento econômico
está presente na competitividade, pode-se concluir que a sustentabilidade de uma empresa
dependerá de sua competitividade, da sua relação com o meio ambiente natural e da sua
responsabilidade social.
Apesar das referências à responsabilidade social corporativa já aparecerem antes da
década de 50, foi a obra de Bowen o grande destaque, onde o autor faz considerações sobre o
papel dos empresários perante a sociedade. Na década de 60, a literatura sobre RSC aumenta
de forma considerável e os conceitos começam a ser debatidos sobre vários aspectos sendo
que filantropia e governança eram os focos principais. Os conceitos de RSC tornaram-se mais
específicos a partir da década de 70 com o surgimento de alguns conceitos como: a
multiplicidade de interesses além do lucro; a motivação pelo lucro; a relação direta entre RSC
e lucro e o interesse do empresário não somente em si, mas na coletividade. A preocupação
das empresas em relação à pobreza, a exclusão, a degradação urbana, etc. O lucro como fonte
da RSC e a função do negócio como contribuição à sociedade, entre outros. Uma
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consideração importante é a ideia de responsabilidade do indivíduo substituída por uma nova
percepção de que as empresas possuem responsabilidades e devem responder por seus atos.
Também durante este tempo, as ênfases alternativas, como resposta social tornaram-se banais.
(CARROLL, 1999)
Carroll (1999) observa ainda que em 1980, assiste-se a menos definições originais
sobre RSC, porém com mais tentativas de medir e realizar pesquisas sobre a RSC, e
alternativas temáticas. Na década de 90, o conceito de RSC aumenta de forma significativa
com uma evolução dos temas alternativos, tais como a teoria dos stakeholders, business ethics
(ética empresarial), internacional social issues (questões sociais internacionais), business and
society/ social issues (negócios e sociedade/questões sociais), corporate social performance
(desempenho social das empresas), business and government/public policy (negócios e
governo/políticas públicas), environmental issues (questões ambientais).
Partindo da análise da situação de empresas no mercado europeu, Swift e Zadek
(2002) concluem que as iniciativas na área de responsabilidade social corporativa
permanecem limitadas, quando não são incorporadas em estratégias e políticas mais amplas.
Os autores delineiam três estágios de responsabilidade social corporativa: o primeiro é o
estágio básico. Nele, a empresa considera a responsabilidade social corporativa como mera
obrigação de cumprir com as leis de acordo com as normas vigentes. A primeira geração da
responsabilidade social corporativa, em que a empresa percebe a importância de evitar riscos
ou crises e, para tanto, implementa processos de risk-management de curto prazo, ações próativas e doações filantrópicas. Trata de uma justificativa apoiada nos benefícios que poderiam
melhorar o funcionamento da empresa, e não em qualquer princípio ético além do interesse
próprio. Já na segunda geração, a empresa incorpora tal responsabilidade em sua estrutura,
criando-lhe uma espécie de departamento. Na terceira geração, a responsabilidade social
corporativa é vista não quanto ao comportamento exemplar de algumas empresas particulares
mas um desenvolvimento de um modelo de participação generalizada entre vários
stakeholders.
Kreitlon (2004) discute a evolução das principais correntes teóricas empenhadas em
justificar o conceito de responsabilidade social empresarial. Para a autora, a escola da Ética
Empresarial (Business Ethics), enquanto ramo da ética aplicada, propõe um tratamento de
cunho filosófico, normativo, centrado em valores e em julgamentos morais, ao passo que a
corrente que poderíamos chamar de Mercado e Sociedade (Business & Society) adota uma
perspectiva sociopolítica, e sugere uma abordagem contratual aos problemas entre empresas e
sociedade. Por fim, a escola da Gestão de Questões Sociais (Social Issues Management) é de
natureza nitidamente utilitária, e trata os problemas sociais como variáveis a serem
consideradas no âmbito da gestão estratégica. A abordagem normativa baseia-se na ideia de
que a empresa e suas atividades e não somente seus executivos estão sujeitas ao julgamento
ético. A responsabilidade social da empresa decorre diretamente de sua responsabilidade
moral, ou seja, ela precisa agir de modo socialmente responsável porque, sendo isto o correto,
é seu dever moral fazê-lo.
A abordagem contratual fundamenta-se basicamente, sobre três grandes pressupostos
teóricos: empresa e sociedade são parte de um mesmo sistema, e estão em constante interação;
ambas estão ligadas entre si por um contrato social e a empresa está sujeita ao controle por
parte da sociedade. Segundo a autora a abordagem contratual enfatiza que, enquanto
instituição social, a empresa é criada para desempenhar determinadas funções junto à
sociedade; sua legitimidade depende do correto cumprimento dessas funções. Quanto mais
poderosa uma organização, maior é sua rede de partes interessadas, maiores são os impactos
sociais que pode causar, e maiores se tornam as demandas para que atue de modo responsável.
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A abordagem estratégica procura fornecer ferramentas práticas de gestão, capazes de
melhorar o desempenho ético e social da firma. A ideia é a de que no médio e longo prazos, o
que é bom para a sociedade é bom para a empresa, ou seja, de maneira implícita e correlata,
que aquilo que é bom para a empresa também o é para a sociedade.
2.4 O Índice de Sustentabilidade Empresarial – ISE
Após a criação e a consolidação do novo mercado e do Índice de Ações com
Governança Corporativa Diferenciada (IGC), a BOVESPA lançou em dezembro de 2005 o
Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). O ISE tem por objetivo refletir o retorno de
uma carteira composta por ações de empresas com reconhecido comprometimento com a
responsabilidade social e a sustentabilidade empresarial, e também atuar como promotor das
boas práticas no meio empresarial brasileiro. O grupo de trabalho composto para criar o ISE
foi constituído por representantes de instituições protagonistas em temas relativos à
responsabilidade social, à governança corporativa, meio ambiente e mercado de capitais. O
grupo definiu as diretrizes básicas para o desenvolvimento do índice e o desenho de uma
proposta técnico-financeira para ser submetida ao International Finance Corporation (IFC),
braço privado do Banco Mundial e financiador da pesquisa sobre metodologia para o índice.
Da mesma forma como foi feito em outros países, a BOVESPA buscou apoio de
entidades especializadas no assunto para formular a composição de seu índice. Com
financiamento do IFC, o Centro de Estudos em Sustentabilidade (GVces), da Escola de
Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (EAESP/FGV)
desenvolveu a metodologia e passou a representar papel semelhante ao desempenhado pelo
Sustainable Asset Managment (SAM) para a Dow Jones ou da Ethical Investiment Research
Service (Eiris) para a Bolsa de Londres. Atualmente o Conselho do ISE, foi composto pelas
seguintes instituições: Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência
Complementar (ABRAAP); Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e
de Capitais (ANBIMA); Associação de Analistas e Profissionais de Investimentos de
Mercado (APIMEC); Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBOVESPA); Instituto
Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC); Instituto Ethos de Empresas e
Responsabilidade Social; Internacional Finance Corporation (IFC); Ministério do Meio
Ambiente; e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
O Índice de Sustentabilidade Empresarial foi formalizado em 21 de julho de 2005,
quando o questionário revisado, que avalia a sustentabilidade das empresas candidatas a
participar do ISE, foi submetido à consulta pública. Em sua versão final, encaminhada para as
companhias emissoras das 150 ações mais líquidas da Bovespa, trouxe 136 questões objetivas
distribuídas nas seguintes dimensões: geral; natureza do produto ou serviço; governança
corporativa; econômico-financeira; ambiental; ambiental para instituições financeiras; e
social. Entre esses indicadores gerais e de natureza do produto incluem-se, por exemplo, se a
companhia publica Balanço Social ou Relatórios de Sustentabilidade e se endossou o pacto
global da ONU.
O número máximo de participantes do ISE/Bovespa é de 40 empresas. Para as
empresas participarem da composição do índice é necessário responder um questionário, com
as dimensões, critérios e indicadores. As respostas são analisadas pela ferramenta estatística
análise de clusters, que identifica grupos de empresas com desempenhos similares e aponta o
grupo com melhor desempenho geral. As empresas desse grupo irão compor a carteira do ISE
após aprovação do Conselho.
Integrarão a carteira do ISE as ações que atenderem cumulativamente aos critérios a
seguir:
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a) ser uma das 200 ações com maior índice de negociabilidade apurados nos doze meses
anteriores ao início do processo de reavaliação;
b) ter sido negociada em pelo menos 50% dos pregões ocorridos nos doze meses anteriores ao
início do processo de reavaliação;
c) atender aos critérios de sustentabilidade referendados pelo Conselho do ISE.
Cumpre ressaltar que companhias que estejam sob regime de recuperação judicial, processo
falimentar, situação especial, ou ainda que tenham sofrido ou estejam sob prolongado período
de suspensão de negociação não integrarão o ISE.
2.5 Relação entre investimentos socialmente responsáveis e desempenho financeiro
Para Rezende, Nunes, Portela et al. (2007 p.6) “o maior questionamento nos estudos
de desempenho dos investimentos socialmente responsáveis é se esses investimentos possuem
desempenho melhor, pior ou semelhante aos outros investimentos convencionais, que não
utilizam os critérios sociais, ambientais e de governança corporativa como seleção dos
melhores papéis”.
Os autores observam que os estudos realizados no exterior em países europeus e nos
Estados Unidos sobre desempenho financeiro de investimentos socialmente responsáveis,
apresentam vários resultados, que em sua maioria indicam evidências de desempenho
semelhante, entretanto ainda apresentam fragilidades e inconsistências.
Machado, Machado e Corrar (2009) analisaram o desempenho do ISE em relação as
demais carteiras da BM&FBOVESPA e afirmam que os resultados apresentados não podem
levar a conclusão de que investimentos socialmente responsáveis apresentam igual retorno de
investimentos dos que não adotam conduta idêntica, mas que o retorno médio dos índices é
semelhante. Os mesmos autores criticam a pesquisa realizada por Rezende, Nunes e Portela et
al. (2007) que utilizaram-se de teste t de student e uma amostra considerada pequena, porém
os resultados foram parecidos.
Os trabalhos realizados por Rezende, Nunes, Portela et al. (2007) e Machado,
Machado e Corrar (2009) motivaram a analisar por metodologia semelhante as carteiras ISE e
IBOVESPA durante um período considerado turbulento nos mercados, ou seja durante uma
crise.
3. Metodologia
Baseado no objetivo do estudo levantaram-se as seguintes hipóteses:
H0: A rentabilidade média do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) é igual à
rentabilidade média do Índice Bovespa (IBOVESPA) e;
H1: A rentabilidade média do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) não é igual à
rentabilidade média do Índice Bovespa (IBOVESPA).
3.1 Coleta e tratamento dos dados
Para averiguar as hipóteses levantadas, os dados foram coletados no inicio de 2011
compreendendo o período de janeiro de 2008 a dezembro de 2010, período este que inclui a
crise econômica-financeira mundial.
Os dados para a análise são as cotações diárias dos índices IBOVESPA e ISE, a partir
dos quais se obteve o retorno diário para cada índice, dado pela equação:
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R
It  ( It  1)
It  1
Onde:
R: retorno diário
It : cotação da carteira na data t
It-1: cotação da carteira na data t-1
O comparativo entre o retorno médio das carteiras foi realizado através do teste
paramétrico de análise de variância (ANAVA), aplicado o teste Tukey ao nível de
significância de 5% com o uso do software SISVAR 5.1.
Considerando que a análise de variância compara as médias dos valores dentro do
período analisado, porém, ignora o tempo de ocorrência de cada valor, optou-se por realizar o
teste de correlação de Pearson para identificar possíveis diferenças do efeito da crise na
evolução do resultado dos índices pesquisados, com o pressuposto que se há forte correlação
entre os índices haverá semelhança de desempenho.
4 Análise dos Dados
A análise foi realizada comparando-se o retorno médio diário de cada carteira agrupado
por ano (3 anos) conforme a Tabela 1 e por mês (36 meses) conforme a Tabela 3.
IBOVESPA
ISE
Média
Desv. Pad.
Mínimo
Máximo
Média
Desv. Pad.
Mínimo
Máximo
0,0004
0,0235
-0,1139
0,1466
0,0003
0,0223
-0,0984
0,1560
Tabela 1 - Estatística descritiva dos retornos diários – IBOVESPA/ISE – 2008/2010
A correlação entre as séries para o período 2008/2010 foi igual a 0,963, baseados nos
dados da Tabela 2 e conforme pode ser observado na Figura 1.
IBOVESPA
ISE
Período
Média
Desv. Pad.
Mínimo
Máximo
Média
Desv. Pad.
Mínimo
Máximo
2008
-0,0016
0,0330
-0,1139
0,1466
-0,0016
0,0320
-0,0984
0,1560
2009
0,0026
0,0198
-0,0524
0,0717
0,0022
0,0186
-0,0507
0,0728
2010
0,0001
0,0128
-0,0473
0,0411
0,0003
0,0107
-0,0378
0,0315
Tabela 2 - Estatística descritiva dos retornos diários por ano – IBOVESPA/ISE – 2008/2010
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Retorno
0,0060
0,0050
0,0040
0,0030
0,0020
ISE
0,0010
IBOVESPA
0,0000
-0,0010
2008
2009
2010
-0,0020
-0,0030
-0,0040
Ano
Figura 1 - Retorno médio anual IBOVESPA/ISE - 2008/2010
Correlação
Período
jan/2008
fev/2008
mar/2008
abr/2008
mai/2008
jun/2008
jul/2008
ago/2008
set/2008
out/2008
nov/2008
dez/2008
jan/2009
fev/2009
mar/2009
abr/2009
mai/2009
jun/2009
jul/2009
ago/2009
set/2009
out/2009
nov/2009
dez/2009
Média
Desv. Pad.
Mínimo
Máximo
0,995
1,000
0,991
0,999
Média
-0,0030
0,0036
-0,0018
0,0053
0,0035
-0,0051
-0,0038
-0,0030
-0,0042
-0,0101
0,0000
0,0017
0,0026
-0,0014
0,0035
0,0074
0,0062
-0,0014
0,0029
0,0016
0,0041
0,0003
0,0046
0,0012
IBOVESPA
Desv.
Pad. Mínimo
0,0291 -0,0660
0,0176 -0,0346
0,0225 -0,0501
0,0187 -0,0282
0,0139 -0,0185
0,0181 -0,0297
0,0188 -0,0361
0,0190 -0,0351
0,0479 -0,0936
0,0681 -0,1139
0,0443 -0,0775
0,0296 -0,0507
0,0309 -0,0524
0,0218 -0,0477
0,0275 -0,0510
0,0183 -0,0294
0,0242 -0,0327
0,0187 -0,0366
0,0147 -0,0230
0,0126 -0,0251
0,0101 -0,0162
0,0237 -0,0475
0,0147 -0,0299
0,0113 -0,0227
Máximo
0,0595
0,0267
0,0395
0,0633
0,0304
0,0369
0,0337
0,0324
0,0957
0,1466
0,0940
0,0831
0,0717
0,0401
0,0589
0,0419
0,0659
0,0371
0,0496
0,0225
0,0212
0,0591
0,0271
0,0226
Média
-0,0048
0,0037
-0,0032
0,0064
0,0049
-0,0049
-0,0038
-0,0028
-0,0016
-0,0103
-0,0002
-0,0010
-0,0024
-0,0013
0,0043
0,0074
0,0044
-0,0011
0,0027
0,0021
0,0045
-0,0015
0,0042
0,0036
ISE
Desv.
Pad.
0,0270
0,0165
0,0219
0,0170
0,0144
0,0176
0,0173
0,0190
0,0428
0,0671
0,0461
0,0287
0,0284
0,0198
0,0263
0,0199
0,0220
0,0146
0,0126
0,0116
0,0102
0,0227
0,0140
0,0103
Mínimo
-0,0542
-0,0335
-0,0490
-0,0286
-0,0199
-0,0284
-0,0353
-0,0355
-0,0742
-0,0984
-0,0796
-0,0402
-0,0489
-0,0398
-0,0456
-0,0313
-0,0439
-0,0305
-0,0141
-0,0251
-0,0184
-0,0507
-0,0254
-0,0168
Máximo
0,0581
0,0280
0,0357
0,0543
0,0295
0,0380
0,0295
0,0330
0,0849
0,1560
0,0921
0,0689
0,0728
0,0411
0,0647
0,0441
0,0460
0,0248
0,0396
0,0161
0,0201
0,0516
0,0242
0,0209
9
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Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial
Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
jan/2010
fev/2010
mar/2010
abr/2010
mai/2010
jun/2010
jul/2010
ago/2010
set/2010
out/2010
nov/2010
dez/2010
-0,0024
0,0011
0,0025
-0,0020
-0,0030
-0,0015
0,0049
-0,0016
0,0031
0,0009
-0,0021
0,0012
0,0115
0,0169
0,0082
0,0114
0,0216
0,0148
0,0102
0,0120
0,0097
0,0101
0,0128
0,0102
-0,0283
-0,0473
-0,0125
-0,0343
-0,0335
-0,0350
-0,0181
-0,0213
-0,0087
-0,0261
-0,0241
-0,0168
0,0212
0,0248
0,0183
0,0198
0,0411
0,0255
0,0197
0,0269
0,0296
0,0167
0,0247
0,0242
-0,0020
-0,0009
0,0028
-0,0017
-0,0014
-0,0001
0,0034
-0,0017
0,0027
0,0012
-0,0013
0,0017
0,0093
0,0144
0,0077
0,0087
0,0163
0,0131
0,0095
0,0102
0,0076
0,0086
0,0117
0,0084
-0,0174
-0,0378
-0,0119
-0,0260
-0,0254
-0,0257
-0,0192
-0,0204
-0,0081
-0,0173
-0,0188
-0,0124
0,0184
0,0228
0,0194
0,0121
0,0315
0,0247
0,0172
0,0253
0,0227
0,0154
0,0284
0,0201
Tabela 3 - Estatística descritiva dos retornos diários por mês – IBOVESPA/ISE – 2008/2010
0,0200
0,0150
0,0100
0,0050
Retorno
0,0000
ISE
-0,0050
jan/08 mar/08 mai/08 jul/08 set/08 nov/08 jan/09 mar/09 mai/09
jul/09 set/09 nov/09 jan/10 mar/10 mai/10
jul/10 set/10 nov/10
IBOVESPA
-0,0100
-0,0150
-0,0200
-0,0250
Ano
Figura 2 - Retorno médio mensal IBOVESPA/ISE - 2008/20010
Correlação
Média
Desv. Pad.
Mínimo
Máximo
0,922
0,993
0,965
0,979
Com base na análise de variância se aceita H0, ao nível de significância de 5%, pois não
há diferença significativa entre os retornos médios dos índices pesquisados.
Ao observar as correlações realizadas constata-se que, sem exceção, estão acima de
0,90, o que indica correlação muito forte conforme a Tabela 4.
Valor de ƿ ( + ou - )
0,00 a 0,19
0,20 a 0,39
0,40 a 0,69
0,70 a 0,89
0,90 a 1,00
Interpretação
Uma correlação bem fraca
Uma correlação fraca
Uma correlação moderada
Uma correlação forte
Uma correlação muito forte
Fonte: Hair et al. (2006) p. 312
Tabela 4 - Tabela de Correlação
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Cenário Econômico Mundial
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1,2
1
0,8
R$
IBOVESPA
0,6
ISE
0,4
0,2
0
jan/08mar/08
mai/08 jul/08set/08nov/08jan/09mar/09
mai/09 jul/09set/09nov/09jan/10mar/10
mai/10 jul/10set/10nov/10
Período
Figura 3 - Valor acumulado de R$1,00 capitalizado ao retorno do IBOVESPA/ISE - 2008/2010
Retorno acumulado para os índices IBOVESPA/ISE no período 2008/2010 foram de
0,0848 e 0,0375 respectivamente. Analisando o dia de ocorrência do retorno mínimo para
cada período, conforme a Figura 3, observa-se que para os períodos 2008 e 2010 os mínimos
ocorreram no mesmo dia, sendo exceção o período 2009, em que o retorno mínimo de cada
índice ocorreu em dias diferentes. Os retornos máximos dos índices analisados ocorreram
rigorosamente no mesmo dia para os três períodos.
5. Conclusões
O objetivo geral da presente pesquisa consistiu em averiguar se a rentabilidade média do
Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) obteve um comportamento estatisticamente
superior à rentabilidade do IBOVESPA, no período de setembro de 2008 a dezembro de 2010,
período em que o mundo passou por períodos turbulentos de crise econômica.
Não há diferença significativa entre o desempenho do IBOVESPA e do ISE para o
período de janeiro de 2008 a dezembro de 2010.
Os resultados apontam que mesmo em períodos de crise, a forte correlação existente
indica que quando o IBOVESPA sobe o ISE também sobe, sendo o comportamento de ambos
semelhantes também em momentos de crise.
Da mesma forma que nas pesquisas que embasaram o presente estudo os resultados,
mesmo em períodos de crise se comportaram também de forma semelhante.
6. Referências Bibliográficas
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13
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a crise global e seus impactos no desempenho do indice