FACULDADE VALE DO GORUTUBA
ASSOCIAÇÃO DE ENSINO VALE DO GORUTUBA S/C LTDA
Jéssica Cristina Ferreira de Jesus
INFLUÊNCIA DO PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO, NA ABERTURA DE
MERCADOS E AUMENTO DA RENTABILIDADE DA LIMA-ÁCIDA “THAITI”
NA REGIÃO DO JAÍBA.
Nova Porteirinha – MG
2014
Jéssica Cristina Ferreira de Jesus
INFLUÊNCIA DO PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO, NA ABERTURA DE
MERCADOS E AUMENTO DA RENTABILIDADE DA LIMA-ÁCIDA “THAITI”
NA REGIÃO DO JAÍBA.
Trabalho de conclusão de curso, apresentada à Banca
Examinadora
do
Curso
de
Graduação
em
Administração da FAVAG – Faculdade Vale do
Gorutuba, para avaliação por Banca Examinadora,
como condição para obtenção do título de Bacharel em
Administração.
Instituição: Faculdade Vale do Gorutuba - FAVAG
Área de concentração: Agronegócio
Professor orientador: MSc. Moacir Brito Oliveira
Nova Porteirinha – MG
2014
Jéssica Cristina Ferreira de Jesus
Influência do processo de certificação, na abertura de mercados e
aumento da rentabilidade da lima-ácida “thaiti” na Região do Jaíba.
Trabalho de conclusão de curso apresentado como pré-requisito para a
obtenção do título de bacharel em Administração da Faculdade Vale do
Gorutuba.
Nova Porteirinha, 2014.
________________________________________________
Nome do Orientador(a) – Instituição
________________________________________________
Nome do componente da banca – Instituição
_________________________________________________
Nome do componente da banca - Instituição
DECLARAÇÃO DE REVISÃO DE TCC
Declaro ter procedido à revisão do TCC, área de concentração agronegócio, de
autoria de Jéssica Cristina Ferreira de Jesus, sob a orientação de Moacir Brito
Oliveira, apresentada ao curso de graduação em Administração de empresas
da Faculdade Vale do Gorutuba, intitulada “Influência do processo de
certificação, na abertura de mercados e aumento da rentabilidade da lima ácida
“thaiti” na Região do Jaíba”, contendo 56 páginas.
Dados da revisão
( ) Ortográfica
( ) Redação
Início:___/___/___ término: ___/___/___
Janaúba (MG),
Prof (a):
Assinatura________________
Dedicatória
A minha família e aqueles que fizeram parte da minha
vida e me apoiaram no decorrer do curso especialmente
Osanira,
Severino
e
Cleyton
Paiva.
A
todos
os
professores, em especial ao professor orientador Moacir
Brito Oliveira pelo apoio, compromisso e paciência.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por me conduzir em todos os momentos da vida e por me proporcionar
mais uma conquista.
A Instituição Faculdade Vale do Gorutuba, por proporcionar troca de
conhecimento e convivência com profissionais competentes e qualificados para
nos auxiliar na conquista de mais um sonho.
A minha família que, mesmo diante das adversidades e das diferenças de
opiniões, nunca duvidaram da minha capacidade, que independente de tudo
AMO cada detalhe da melhor coisa que DEUS poderia me proporcionar, alegria
de tê-los em minha vida Anita, José, Pablo, Regiane, Flávia, Alana, Daniel,
minha amada sobrinha Eduarda, meus queridos avós, cada vitória na minha
vida, será sempre em homenagem a vocês.
Especialmente
ao
professor
orientador
Moacir
Brito
Oliveira,
pelo
acompanhamento, compromisso, competência, pela oportunidade de realizar
este trabalho, pela disponibilidade, pelo apoio no passo mais importante desta
caminhada, muito obrigada!
A todas as pessoas que estiveram comigo nos últimos quatro anos e deixaram
boas lembranças, experiências e mesmo com uma palavra, um sorriso, um
abraço, um sermão, um aperto de mão, uma mensagem, uma oportunidade,
me ajudaram a chegar aqui. Enfim obrigada, Osanira, Severino, Cleyton Paiva,
Renato Norberto, Aldeci, Marta, Wenes, Kellson, Polyanna, Rosimarcia, Sávio
e tantos outros registrados no coração.
A todos os professores, pelo compromisso, pelos conselhos, pela paciência,
pela
troca
de
disponibilidade.
conhecimento
e
experiência,
pela
oportunidade,
pela
RESUMO
Tendo em vista a preocupação dos consumidores europeus em relação à
qualidade e à segurança dos alimentos dos últimos anos, foi lançado um selo
de certificação com protocolo de normas para produção e como requisito aos
produtores interessados em exportar seu produto. Logo outros selos de
certificação foram lançados por redes de supermercados, países, como
exigências de segurança alimentar e, assim, garantir e comprovar a sanidade
do produto e cultivo com boas práticas agrícolas. O Brasil é um dos maiores
produtores e exportadores de frutas frescas do mundo e a Região do Jaíba
ocupa hoje uma posição de destaque, pelo volume produzido, pela variedade
de culturas produzidas, pelo volume exportado e com forte tendência de
aumento das remessas de frutas para outros países, principalmente a Europa.
Com o presente trabalho, tem-se o objetivo avaliar a influência do processo de
certificação, na abertura de novos mercados, e aumento na rentabilidade da
lima-ácida thaiti na Região do Jaíba. A metodologia utilizada neste trabalho foi
uma pesquisa quali-quantitaviva, em que se trabalhou com levantamento de
dados e informações de requisitos de produção e comercialização da lima
ácida thaiti na região, em três tipos de exploração desta fruta, uma empresa
isolada, uma associação de empresários de médio/grande porte e uma
associação de pequenos produtores rurais. Conclui-se que, apesar de todo
potencial de produção, pelo tamanho da área de exploração, clima favorável,
ainda é baixa a adesão de produtores ao processo de certificação; houve uma
expansão nos mercados compradores o que foi favorecido pelo processo; o
preço praticado pelo mercado externo tem maior estabilidade quando
comparado com o mercado interno, além de melhor remunerar; a instabilidade
de preços no mercado interno deixa o produtor numa condição de baixa
rentabilidade ou prejuízo. O processo de certificação implica investimentos e
capacitação, porém garante sustentabilidade econômica, social e ambiental.
Palavras chave: certificação, lima-ácida thaiti, Região do Jaíba.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Processo de rastreabilidade. ............................................................. 15
Figura 2. Projeto Jaíba – Situação e Localização . .......................................... 34
Figura 3. Áreas em cultivo entre 2004 e 2006 .................................................. 36
Figura 4. Área em cultivo da lima-ácida thaiti ................................................... 37
Figura 5. Número de produtores ..................................................................... 38
Figura 6. Área certificada e não certificada ..................................................... 39
Figura 7. Análise de produção total em toneladas 2013. ................................. 39
Figura 8. Apresentação do volume de vendas mercado interno e externo
categoria 01...................................................................................................... 41
Figura 9. Apresentação do volume de vendas mercado interno e externo
categoria 02...................................................................................................... 41
Figura 10. Apresentação do volume de vendas mercado interno e externo
categoria 03...................................................................................................... 42
Figura 11. Avaliação do preço de venda no mercado interno e externo. ........ .43
Figura 12. Apresentação do voume exportado................................................. 45
Figura 13. Estudo da produção certificada em hectares . ................................ 46
Figura 14. Estudo da produção certificada em percentual. .............................. 47
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Análise de produtores e culturas certificados Global Gap .............. 27
Quadro 2. Análise de áreas em cultivo ............................................................ 35
Quadro 3. Apresentação de dados de produção entre 2004 e 2006 ............... 36
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................. 11
2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................... 13
2.1 Segurança alimentar .............................................................. 13
2.2 Certificação e rastreabilidade................................................. 14
2.3 Responsabilidade Social ........................................................ 18
2.4 Eurep.G.A.P / Global.G.A.P ................................................... 20
2.5 Produção Integrada de Frutas – PIF ...................................... 22
2.6 Agricultura orgânica ............................................................... 24
2.7 Análise de produtores e culturas certificados Global Gap ..... 26
3 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................. 30
3.1 Pesquisa bibliográfica ............................................................ 31
3.2 Quanto aos fins ...................................................................... 32
3.3 Técnicas de coleta de dados ................................................. 32
3.4 Unidade de análise ................................................................ 33
4 ANÁLISE DE RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................. 34
4.1 Caracterização do Projeto Jaíba ............................................ 34
4.2 Análise de áreas em cultivo ................................................... 36
4.3 Competitividade ..................................................................... 38
4.4 Custos e benefícios ............................................................... 48
CONCLUSÕES ............................................................................... 52
REFERÊNCIAS ............................................................................... 53
ANEXOS ......................................................................................... 60
11
1 INTRODUÇÃO
Devido às crises alimentares ocorridas na Europa e nos Estados Unidos
da América (EUA), a partir de 1996, envolvendo segurança do alimento, os
sistemas de rastreabilidade passaram a ter importância considerável no
mercado internacional. Consumidores se conscientizaram e passaram a exigir
alimentos com qualidade, de origem conhecida e que não oferecessem riscos à
saúde (PORTO, 2004).
A partir desse período, os europeus criaram estatuto com normas e
procedimentos para importação. Os produtores interessados em exportar
deviam atender as exigências impostas por esse mercado.
O Brasil apresentou dificuldades para se adaptar a essas exigências,
principalmente devido à falta de apoio aos produtores e infraestrutura
inadequada. A oportunidade para fidelizar clientes no mercado externo foi
lançada e aqueles que seguissem o protocolo Eurep.G.A.P estaria pronto para
atravessar a fronteira. Então produtores e associações começaram a aderir ao
sistema.
Em 2008, a associação de limões do Jaíba ASLIM foi a primeira do
Norte de Minas a possuir certificação Global. G.A.P. (ABANORTE, 2010).
Os sistemas de certificação têm por objetivo garantir a execução de
um rigoroso controle de cada etapa da cadeia produtiva e, assim, são peças
fundamentais para atender as expectativas do mercado. A partir das normas
estabelecidas pelo mercado europeu, surgiram também várias práticas de
certificação como: GLOBALGAP, Produção Integrada de Frutas, Produção
Orgânica.
Com este trabalho, proporcionam-se informações acerca do índice de
certificação da Região do Jaíba, bem como hectares produzidos, principais
requisitos para adesão ao selo de certificação, quantidade certificada, preço de
venda no mercado interno e externo, principais países importadores,
preferências do consumidor. Serão apresentados os processos de implantação
bem como análise de custos e rentabilidade. Com base nesses dados, será
possível avaliar a situação atual em relação à certificação, medidas
necessárias que devem ser adotadas, e aquelas já realizadas para adequação
12
aos padrões internacionais de segurança do alimento, exigidos pelos principais
países importadores de frutas da região. Em função da importância na pauta
exportadora de frutas frescas, manga, banana e limão produzidos na Região do
Jaíba serão abordados com maior ênfase, profissionalização, rentabilidade e
responsabilidade social e ambiental, além da estrutura de certificação de
algumas propriedades.
Com o presente trabalho tem-se como principal objetivo avaliar a
influência do processo de certificação, na abertura de novos mercados e
aumento na rentabilidade da lima-ácida thaiti na Região do Jaíba. Os objetivos
específicos: identificar os principais países importadores; analisar área
certificada da cultura da lima-ácida thaiti; apresentar o volume exportado e
avaliar o preço de venda no mercado interno e externo. Serão apresentados
dados de campo e de produtores certificados que fazem remessa de frutas
para o mercado externo, fazendo uma comparação com dados de
comercialização no mercado interno, usando como fator de comparação e para
análise de mercados, visto que à comprovação dos requisitos pré-definidos é
um aspecto seletivo aos exportadores brasileiros no mercado internacional, ou
seja, os diversos sistemas de certificação possibilitam agregação de valor ao
produto, diferenciando-o com investimentos muitas vezes inferiores em relação
à criação de marcas e promoção da fruta brasileira no mercado externo. A
certificação adiciona valor sem a necessidade de transformação do produto,
garantindo os requisitos exigidos pelo mercado consumidor, cada vez mais
atento à qualidade e segurança do alimento nos últimos anos. Os produtores
da Região do Jaíba viram a oportunidade de expandir a produção e conquistar
novos mercados. Atualmente alguns produtores já exportam a lima-ácida thaiti
para diversos países da Europa, principal cliente da região.
13
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Segurança alimentar
Nos últimos anos, o setor alimentício tem passado por diversas
transformações e um dos principais motivos é a preocupação do consumidor
com a procedência do alimento que chega a sua mesa. Para atender as
exigências seja do mercado interno ou externo, os fornecedores buscam se
adequar, oferendo produtos certificados e de qualidade como forma de
proporcionar segurança ao consumidor.
Em função das crises alimentares ocorridas na Europa, a partir de 1996,
o sistema de rastreabilidade passou a ter importância considerável no mercado
internacional. Consumidores se conscientizaram e passaram a exigir alimentos
de qualidade, de origem conhecida e que não oferecessem riscos a sua saúde.
Também a regulamentação do mercado europeu passou a exigir a
rastreabilidade de alguns produtos agrícolas importados e, a partir de 2005, de
todos os produtos (SILVA, 2004).
A segurança dos alimentos está relacionada com a presença de perigos
associados aos gêneros alimentícios no momento do seu consumo. Como a
introdução desses perigos pode ocorrer em qualquer etapa da cadeia
alimentar, torna se essencial a existência de um controle adequado ao longo da
cadeia. Consequentemente, a segurança alimentar é assegurada por meio dos
esforços combinados de todas as partes que integram a cadeia alimentar
(AMBIFOOD, 2005).
Fonseca (2002), ressalta que o sistema agroalimentar mundial mudou,
passando de uma produção de commodites, que visava atingir uma quantidade
de consumidores, para uma produção de produtos diferenciados e de
qualidade com vistas à segmentação. No tocante a isso, o Brasil também está
tomando algumas providências.
No Brasil, a Lei de Segurança Alimentar e Nutricional (2014) dispõe que
“a segurança alimentar consiste na realização do direito de todos ao acesso
regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem
comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base
14
práticas alimentares promotoras de saúde, que respeitem a diversidade cultural
e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis”.
2.2 Certificação e rastreabilidade
A crise da “vaca louca” ou Encefalopatia Espongiforme Bovina (BSE) foi
considerada o principal motivo para o surgimento do conceito rastreabilidade
(Machado e Nantes, 2004).
Essa doença foi diagnosticada pela primeira vez no Reino Unido em
1986, e é pertencente ao grupo das doenças conhecidas como Encefalopatias
Espongiformes Transmissíveis (TSEs), que incluem a Scrapieem ovinos e a
Doença de Creutzfeldt- Jakob em Humanos. Em 1996, com o reconhecimento
de que a BSE é transmissível ao homem, uma reação de pânico na população
britânica foi gerada, afetando a Europa Continental e diminuindo o consumo de
carne bovina. Consequentemente houve prejuízo aos produtores europeus e
também aos países exportadores de carne bovina para aquele continente
(STEPAN, 2011).
Essa epidemia se espalhou por outros países da União Europeia devido
à reciclagem sem controle de sangue, ossos, vísceras e carne para a produção
de ração animal. Criada com o objetivo de garantir segurança alimentar ao
consumidor, a rastreabilidade permite que o consumidor final tenha acesso ao
histórico do produto no momento da aquisição, podendo ter sido, ou não,
transformado.
Nos últimos anos, o consumidor tornou-se mais exigente e preocupado
com a saúde, a informação está mais acessível. A rastreabilidade é um
instrumento fundamental quando a globalização dos mercados comerciais
torna muito difícil a identificação da origem das matérias-primas e das
circunstâncias em que se realiza a produção dos alimentos. Essa indicação
permite, ainda, no caso de surgir um problema de saúde pública, identificar
todo o lote contaminado e, se necessário, retirá-lo do mercado, bem como
definir a responsabilidade de cada um dos intervenientes na produção. Permite,
15
assim, uma intervenção rápida por parte das autoridades competentes (SOS,
2009 apud BORGES, 2012).
Segundo
Ambrosini et
al.
(2003),
a rastreabilidade
surgiu
da
necessidade de se assegurar ao consumidor a origem do alimento, podendo-se
assim, em caso de uma contaminação, efetuar a retirada do produto de
circulação em menor espaço de tempo e dando-lhes a opção de escolha do
produto que julgar por si próprio de melhor qualidade.
Para Vinholis e Azevedo (2000), um sistema de rastreabilidade, seja ele
informatizado ou não, permite seguir, rastrear informações de diferentes tipos
(referente ao processo, produto, pessoal e ou serviço) a jusante e ou montante
de um elo de cadeia ou de um departamento interno de uma empresa. A
rastreabilidade possibilita ter um histórico do produto, E a complexidade do
conteúdo desse histórico dependerá do objetivo a que se pretende alcançar.
Esse objetivo pode ser influenciado pelas estratégias adotadas e pelo ambiente
externo em que a empresa está inserida.
Pelo Regulamento nº178/2002, da Comunidade Europeia apud Borges
(2012), a rastreabilidade pode ser entendida como a capacidade de detectar a
origem e de seguir o rastro de um gênero alimentício, de um alimento para
animais, de um animal ou de uma substância, destinados a ser incorporados
em alimentos para animais, ou com probabilidade de o ser, ao longo de toda
fase de produção, transformação e distribuição. Como apresentado na figura
01:
Figura 01: Processo de rastreabilidade
Fonte: Villalva Frutas, http://villaalvafrutas.com.br/rastreabilidade Acesso: 01/07/2014.
16
Existem dois tipos de rastreabilidade: a rastreabilidade descendente ou
“rio abaixo” que consiste em encontrar o destino industrial ou comercial de um
lote de produtos até o armazenamento no ponto de comercialização; e a
rastreabilidade ascendente ou “rio acima”, aquela em que é possível fazer o
levantamento de todos os estágios, começando de um lote de produto acabado
até encontrar o histórico e a origem do lote (SCHAEFFER e CAUGANT (1998),
apud ROCHA e LOPES (2003)).
A habilidade de rastrear produtos facilita a detecção dos responsáveis
por casos de crises na segurança do alimento. Essa função de um sistema de
rastreabilidade é denominada função responsabilidade. Porém, ao contrário
das ferramentas usuais de qualidade, os sistemas de rastreabilidade não
objetivam a interferência direta sobre procedimentos e processos, de modo a
aumentar a qualidade ou segurança do alimento (RESENDE FILHO, 2008).
Segundo Lirani (2001), a ausência de um programa de rastreabilidade
impede a devida responsabilização e a tomada de ações preditivas,
preventivas e corretivas, nos casos de contaminação alimentar. Os programas
de rastreabilidade são as únicas ferramentas eficazes para a perfeita
identificação da fonte causadora do problema. É especialmente crítico o tempo
medido entre a ocorrência do problema e a identificação da fonte causadora.
Quanto maior esse tempo, maior será a extensão do “desastre”, tanto do ponto
de vista da segurança alimentar, quanto do financeiro, dentro da cadeia
produtiva.
Uma produção certificada não garante que um produto seja rastreável,
porém um produto rastreado deve passar por um processo de certificação do
sistema.
De acordo com Machado (2000), a certificação de um sistema de
qualidade faz parte da certificação de um produto com atributo de
rastreabilidade, mas o inverso não é verdadeiro, ou seja, a certificação de um
produto não faz parte da certificação de um sistema de qualidade.
Dulley e Toledo (2003) também evidenciam que a rastreabilidade é um
fator intrínseco à certificação e que visa a garantir características de qualidade
aos alimentos.
17
No caso das exigências de qualidade, conforme Ablan (2000), Niño de
Zepeda et al. (1999), Niño de Zepeda e Echavarri (2001) citados por Oyarzún
(2002), a qualidade dos alimentos é classificada nas seguintes categorias:

Qualidade como garantia de inocuidade (Food Safety): é a garantia de
que o alimento não causará dano à saúde de quem o consumir. O termo
food safety - alimento seguro - significa garantia do consumo alimentar
seguro no âmbito da saúde coletiva, ou seja, produtos livres de
contaminantes
de
natureza
química
(agroquímicos),
biológica
(organismos patogênicos), física ou de outras substâncias que possam
colocar em risco à saúde humana (SPERS e KASSOUF, 1996). Esta
deve ser uma garantia básica que o alimento deve satisfazer, sendo
controlado pelo poder estatal para resguardar a saúde da população;

Qualidade nutricional: refere-se à aptidão do alimento em satisfazer as
necessidades do organismo humano em termos de energia e nutrientes;

Qualidade como atributo de valor: são valores que diferenciam os
produtos, como: sabor, composição, respeito ao meio ambiente ao longo
da cadeia produtiva (ex: produtos orgânicos), respeito aos direitos dos
trabalhadores (ex: comércio justo), entre outros.
Quando há garantia de que um produto alimentício corresponde ao que
se busca, o consumidor esclarecido está disposto a pagar um preço mais alto
pelo mesmo. Desenvolve-se, assim, a necessidade de se atestar a origem e de
se garantir a rastreabilidade dos processos de produção através da certificação
agrícola. Nessa linha estão os alimentos de origem orgânica, os que provêm de
uma determinada região geográfica e os produzidos por métodos tradicionais,
todos preferidos e crescentemente demandados pela União Europeia, Estados
Unidos e Japão (OYARZÚN, 2002).
Segundo Pessoa et al. (2002), os europeus são os pioneiros na busca
pela garantia de uma qualidade superior e de procedência (garantia de terem
sido produzidos em regiões agrícolas tradicionais) dos seus produtos
alimentícios.
A certificação é um passo para que os produtores possam acessar
mercados de valor. Se, por um lado, a certificação implica investimentos e
reestruturação dos sistemas produtivos, principalmente no caso de pequenos e
médios produtores, por outro, torna possível o acesso a nichos de mercado e
18
ajuda a construir uma imagem positiva do produto brasileiro no exterior
(LOURENZANI et. al. 2005).
2.3 Responsabilidade Social
Diante da acirrada competição mercadológica, as empresas buscam
uma nova maneira para adequar seus valores às necessidades presentes, no
sentindo de desenvolver um novo comportamento para sua permanência no
mundo empresarial. Trata-se da Responsabilidade Social, ou seja, uma nova
maneira de executar as atividades sem agredir o meio ambiente ou colocar em
risco a saúde da sociedade consumidora.
A concepção do conceito de responsabilidade social somente ganhou
espaço no final da década de 80, consolidando-se nos últimos anos, de 1990 a
2003.
Segundo Silva (2001) apud Miranda et.al (2011), responsabilidade social
empresarial é comprometimento permanente dos empresários de adotar um
comportamento ético e contribuir para o desenvolvimento econômico,
melhorando simultaneamente, a qualidade de vida de seus empregados e de
suas famílias, da comunidade local e da sociedade como um todo.
Honório et.al (2011), conceitua Responsabilidade Social como o
conjunto das atitudes dos cidadãos e organizações públicas ligadas à ética e
direcionadas para o desenvolvimento sustentado da sociedade, preservando o
meio ambiente para futuras gerações e impulsionando a diminuição das
desigualdades sociais.
Para Jansen (2003), a “Responsabilidade Social”, conceito amplo e
complexo, tem sido usado pelo marketing como base para se construir uma
organização de sucesso. Os países do primeiro mundo, com custos superiores
na produção primária e no agronegócio, estão usando barreiras de toda sorte
na importação de produtos desses setores para compensar sua ineficiência. O
mais moderno é a Responsabilidade Social, que transcende à simples
19
produção, como antigamente, e envolve conceitos como o trabalho infantil,
cuidados com os animais e agressão ao meio ambiente.
De acordo com Silveira (2003), no Brasil, o reconhecimento da função
social das empresas culminou com a criação da Associação dos Dirigentes
Cristãos de Empresa (ADCE) na década de 70, aliada ao enfraquecimento do
Estado do Bem-Estar Social.
De acordo com Oliveira (2002), a questão da responsabilidade social
corporativa vai além da postura legal da empresa, da prática filantrópica ou de
apoio à comunidade. Significa mudança de atitude, com perspectiva de gestão
empresarial e com foco nas ações sociais e na geração de valor para todos.
As ações de responsabilidade social podem representar fontes de
vantagens competitivas para as empresas. Como:

Maior valor agregado à imagem da empresa, à marca e aos produtos e
serviços. A empresa passa a ser mais admirada pelos consumidores
atuais e potenciais e pela comunidade, que desenvolvem atitudes
favoráveis em relação aos seus produtos e serviços. Em muitos casos,
a decisão de compra pode ser definida a partir dessa atitude;

Maior motivação de seus funcionários. Os funcionários percebem que
trabalham para uma empresa que se preocupa realmente com o bemestar social e onde podem ampliar a sua cidadania. Os funcionários
beneficiados pelas ações sociais da empresa e, principalmente, os que
delas participam são mais motivados, melhoram seu desempenho, e
são mais aderentes aos programas da empresa. E possuir funcionários
motivados e que vistam e suem a camisa da empresa é uma importante
fonte de vantagem competitiva;

Maior capacidade de obter recursos necessários e conhecimento. As
empresas que investem em ações sociais são mais admiradas também
pelos empregados em potencial. As pessoas desejam trabalhar em
organizações desse tipo. Consequentemente, essas empresas são mais
capazes de atrair melhores funcionários. Além disso, ao se aproximar
da comunidade, as empresas tornam-se mais aptas a obter informações
e conhecimentos sobre os clientes e o mercado e sobre si própria. As
atividades de cunho social também funcionam como locais de
20
aprendizado para seus funcionários em assuntos como liderança,
trabalho em equipe, alocação de recursos etc., (VILHENA, 2005).
Segundo Grajew apud Esteves (2000) citado por Sampaio e Lacerda
(2009), as empresas adquirem respeito das pessoas e da comunidade quando
direcionam as suas competências básicas para comportamento ético e
socialmente
responsável
como
o
reconhecimento
é
gratificado
pelo
engajamento dos colaboradores e a preferência dos consumidores.
Responsabilidade social corporativa deve enfatizar o impacto das
atividades das empresas para os agentes com os quais interagem, deve
expressar compromisso com a adoção e difusão de valores, conduta e
procedimentos que induzam e estimulem o contínuo aperfeiçoamento dos
processos empresariais, para que também resultem em preservação e
melhoria da qualidade de vida da sociedade do ponto de vista ético, social e
ambiental (TACHIZAWA, 2004)
Segundo Rossa (2011), uma empresa socialmente responsável é aquela
que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes,
acionistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores, consumidores,
comunidade, governo e meio ambiente e, a partir desse conjunto de
informações, concretiza suas ações e projetos sociais.
2.4 Eurep.G.A.P / Global.G.A.P
O EurepGap (European Retailers Producers Working Group) é um selo
privado criado em 1997 por um grupo de redes varejistas na Europa com o
objetivo de garantir a segurança dos produtos in natura oferecidos ao
consumidor. É uma organização privada que estabelece normas voluntárias
para certificação de produtos agropecuários em todo o mundo. Trata-se de um
modelo privado, não imposto por meio de regulamentação institucional, e que
depende dos incentivos oferecidos aos agentes para sua participação
(GLOBALGAP, 2013).
21
A distribuição europeia foi a força motriz inicial, tendo decidido
corresponder ao que já sentia vir a ser uma questão relevante para os seus
clientes, harmonizando os seus critérios de avaliação que eram por vezes bem
diferentes. Por essa razão, o desenvolvimento de um referencial de certificação
com uma aceitação mais generalizada também era do interesse dos
produtores. O EUREPGAP focalizou-se nas Boas Práticas Agrícolas (Good
Agriculture Practices – GAP), realçando a importância da Produção Integrada e
da proteção das condições de trabalho da mão-de-obra agrícola (BERGER,
2009).
Ainda segundo Berger (2009), na década que se seguiu, um número
cada vez maior de produtores e retalhistas em todo o mundo foi aderindo ao
conceito e o EUREPGAP começou a ganhar significância em nível global como
referencial internacional para as Boas Práticas Agrícolas. De forma a
corresponder a esta realidade, em final de 2007, foi decidido alterar a marca
para GLOBALGAP.
O GLOBALGAP é hoje uma organização privada que estabelece normas
voluntárias para a certificação de produtos agrícolas em todo o mundo, cujo
secretariado está baseado na Alemanha. O seu objetivo é estabelecer normas
de Boas Práticas Agrícolas (BPA) que incluem diferentes requisitos para os
vários produtos, adaptáveis a toda a agricultura mundial. O GLOBALGAP conta
com
membros
voluntários
que
se
dividem
em
três
grupos:
produtores/fornecedores, retalhistas/distribuidores alimentares e membros
associados (ex. fornecedores de fatores de produção para a agricultura,
organismos de certificação), (BERGER, 2009).
Segundo Cavicchioli, et.al (2005), a exigência da certificação pelos
compradores, principalmente os europeus, é o fator decisivo para produtores
de frutas decidir implantar certificação na propriedade. Conforme a pesquisa,
as dificuldades de exportar aumentam em um selo como o GlobalGAP.
Para os produtores, essa uniformização também foi importante para
reduzir o crescente número e custo das auditorias a que estavam sujeitos.
Desde então, a adesão ao EUREPGAP cresceu todos os anos. Hoje em dia,
existem mais de 100.000 produtores certificados em mais de 100 países
(MARTINS, 2013).
22
Segundo Martins (2013), para aderir à certificação o produtor
interessado deve buscar uma Certificadora Qualificada junto ao Selo e solicitar,
mediante preenchimento de uma ficha cadastral/técnica, a certificação de sua
propriedade.
Para melhor aproveitamento do selo, é imprescindível que o interessado
busque os serviços de consultoria especializada, participe de treinamentos de
introdução da norma (estes treinamentos são oferecidos também pelas
certificadoras) e, em se tratando da primeira auditoria, opte pela realização de
uma pré-auditoria ou auditoria preliminar. Pretende-se, dessa forma, o melhor
retorno esperado do investimento e o menor desgaste técnico (MARTINS,
2013).
Martins (2013) ressalta que o histórico, o nome da empresa contratada e
o currículo de seus auditores são fundamentais e geram garantias
complementares
para o
comprador.
Além dos custos, implícitos na realização dos serviços que variam de
acordo com a área plantada, número de funcionários e o tipo de cultura, dentre
outros fatores, incidem também nas taxas obrigatórias de registro junto ao
GlobalGAP. As taxas pertinentes a certificação GLOBALGAP Fruits &
Vegetables são determinadas pela Food Plus GmbH (MARTINS, 2013).
Os principais requisitos para adesão ao selo são: instalação de
depósitos de adubo e banheiros a cada 500 metros; coleta seletiva de lixo e
envio para local adaptado; sinalização do uso de defensivo agrícola; placas de
sinalização com a descrição da cultura, localização da fruta na propriedade,
análise da água tanto para consumo humano, como para a irrigação, além de
análise de resíduos, treinamentos em segurança no trabalho, entre outros
(SEBRAE, 2013).
2.5 Produção Integrada de Frutas – PIF
A prática agrícola denominada Produção Integrada (PI), surgiu na
Europa, na década de 80, para ser utilizada em fruteiras de clima temperado,
visando avançar na redução do uso de agroquímicos, já disseminada por meio
23
do sistema de cultivo conhecido como Manejo Integrado de Pragas (MIP), que,
no entanto, não impunha entre suas recomendações as práticas de manejo do
solo, água, planta, nutrição e doenças, tornando-o incompleto e insuficiente
para atingir as metas de sustentabilidade da atividade (OLIVEIRA, 2002).
A Produção Integrada de Frutas surgiu a partir das demandas reais de
satisfazer às necessidades da sociedade, no que se refere à produção de
alimentos de qualidade, à geração de empregos no campo para população de
baixa renda e escolaridade e à redução de êxodo rural para as cidades
grandes (BUAINAIN e BATALHA, 2007).
De acordo com o MAPA (2008), a adoção do sistema de Produção
Integrada de Frutas no Brasil teve início entre 1998 e 1999. Após várias
discussões regionais, a Cadeia Produtiva da Maçã procurou o MAPA, através
da Associação Brasileira de Produtores de Maçãs – ABPM, alegando que
estava sofrendo pressões comerciais relacionadas com as exportações de
maçã para a União Europeia, sob a forma de exigências por maiores garantias
sobre o processo produtivo da fruta.
A Produção Integrada é apontada como uma alternativa para a produção
de frutas de qualidade, pois utiliza práticas de manejo do solo e da planta de
forma integrada, procurando equacionar os problemas através de uma visão
multidisciplinar e não na aplicação de práticas isoladas, como ocorre na
fruticultura convencional (FACHINELLO et al., 2005).
A Produção Integrada de Frutas é uma exigência dos mercados
importadores,
sobretudo
da
Comunidade Europeia
(CE),
rigorosa
em
requisitos de qualidade e sustentabilidade, que enfatiza primordialmente a
proteção do meio ambiente, segurança alimentar, condições de trabalho,
saúde humana e viabilidade econômica. E, nessa linha de pensamento, o
sistema PIF vai consolidar a competitividade do setor frutícola nacional e
fortalecer as relações entre os setores públicos e privados, além de dinamizar o
mercado interno e permitir uma expansão das exportações brasileiras (MAPA,
2008).
Uma das vantagens do sistema PIF reside na crescente procura pelo
consumidor de produtos reputados como mais saudáveis, os quais podem ser
identificados pela sociedade por meio dos selos de certificação de qualidade.
24
As frutas das áreas que estiverem de acordo com o programa PIF receberão
um selo oficial que tem respaldo do MAPA e do Instituto Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO) (BUAINAINE e
BATALHA, 2007).
Dentre outros benefícios da Produção Integrada de Fruta pode-se
comprovar a redução no custo de produção devido à economia de 40% do uso
de fertilizantes no cultivo da maçã e na racionalização do uso de agrotóxicos
com redução média para uva fina de mesa, em 2005, de fungicidas 42%;
inseticidas 89% e acaricidas, herbicidas 100%. Cita-se ainda o aumento da
produtividade, a alta qualidade da fruta produzida, a economia do uso da água
de irrigação, o aumento de infiltração de água no solo e consequente elevação
do lençol freático, além da diminuição dos processos erosivos, incremento na
diversidade e população de inimigos naturais das pragas e doenças e
manutenção das áreas de reservas naturais resultando na produção
sustentável de alimentos seguros e com rastreabilidade em toda a cadeia
produtiva (ANDRIGUETO et.al, 2006).
2.6 Agricultura orgânica
A agricultura orgânica é a mais antiga e tradicional corrente da
agricultura ecológica. Teve origem na Índia e foi trazida por acadêmicos
franceses e ingleses, ainda hoje influenciando a sua sistemática de trabalho. A
agricultura orgânica é baseada na compostagem de matéria orgânica, com a
utilização de micro-organismos eficientes para processamento mais rápido do
composto; na adubação exclusivamente orgânica, com reciclagem de
nutrientes no solo; e na rotação de culturas. Os animais não são utilizados na
produção agrícola, a não ser como tração dos implementos e como produtores
e recicladores de esterco (WOLFF, 2006).
A agricultura orgânica de hoje é resultante de um amplo movimento
iniciado em 1924 na Europa e formado por diversas correntes de agricultura
alternativa que passaram a aplicar conceitos de ecologia aos sistemas
agrícolas (NEVES et al., 2004).
25
Na agricultura orgânica, os cuidados com o meio ambiente estão na
própria essência do sistema de produção, espelhados na sua definição (artigo l,
da Lei 10.861, de 23/12/2003), a saber:
Considera-se sistema orgânico de produção agropecuária todo aquele
em que se adotam técnicas específicas, mediante a otimização do uso
dos recursos naturais e socioeconômicos disponíveis e o respeito à
integridade cultural das comunidades rurais. Tal sistema tem por
objetivo a sustentabilidade econômica e ecológica, a maximização dos
benefícios sociais, a minimização da dependência de energia não
renovável, e emprega sempre que possível métodos biológicos e
mecânicos, em contraposição ao uso de materiais sintéticos, a
eliminação do uso de organismos geneticamente modificados e
radiações ionizantes, em qualquer fase do processo de produção,
processamento, armazenamento, distribuição e comercialização, e a
proteção do meio ambiente. (BRASIL, 2003).
Segundo Altieri (2001), o objetivo é trabalhar e alimentar sistemas
agrícolas complexos em que as interações ecológicas e sinergismos entre os
componentes biológicos criem, eles próprios, a fertilidade do solo, a
produtividade e a proteção das culturas.
De acordo com o Organic Monitor (2007), as vendas mundiais de
produtos orgânicos em 2008 foram estimadas em 50,9 bilhões de dólares. Os
valores de vendas mundiais alcançadas em 2008 mostram um significativo
crescimento da demanda, dobrando o valor de 25 bilhões de dólares estimados
em 2003.
A agricultura orgânica é cultivada atualmente em 120 países. A área
mundial era de 32,6 milhões de hectares em 2008. Com 4,93 milhões hectares,
o Brasil tem a 2ª maior área cultivada com orgânicos, superada pela Austrália,
com 12,02 milhões de hectares. A Argentina, com 4,01 hectares teria a 3ª
maior área, conforme dados do IBGE/2006- Censo Agropecuário (VIA
ORGANICA, 2011).
Segundo Gudynas (2003) apud Mandail et.al, a área agrícola mundial
com a produção orgânica no ano de 2002 era de 22.811.267 de hectares. Em
apenas sete anos, essa área registrou um acréscimo de 62%, visto que, em
2009, de acordo com Willer (2010) apud Maindail et.al., chegou a 35 milhões.
De acordo com Wolfang (2013), a produção de alimentos orgânicos
cresceu mais de 300% no Brasil na última década.
26
O mercado brasileiro de orgânicos ainda está longe de possuir os
maiores produtores mundiais. Por enquanto, a Ásia é o continente com a maior
parcela na produção: cerca de 34% dos produtores, seguida pela África, com
30%, e América Latina, com 18%, de acordo com dados da Organização das
Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e da Federação
Internacional de Movimentos de Agricultura Orgânica (IFOAM, 2013) apud
(WOLFANG, 2013).
O principal mercado consumidor é o norte-americano. Os Estados
Unidos, apesar de não terem uma produção considerável de orgânicos, deixa
no setor mais de US$ 31 bilhões por ano e, logo em seguida, vem a Europa,
com US$ 29 bilhões (WOLFANG, 2013).
Os princípios da agricultura orgânica foram introduzidos no Brasil no
início da década de 1970, quando se começava a repensar o modelo
convencional de produção agropecuária. Nos anos de 1972 e 1973, duas
experiências de cunho prático surgem quase que simultaneamente e marcam o
lançamento da semente orgânica no país. Uma delas foi a fundação da
Estância Demétria, em Botucatu, no interior de São Paulo, que segue os
princípios da agricultura biodinâmica, e a outra foi a instalação de uma granja
orgânica pelo engenheiro agrônomo, formado no Japão, Dr. YoshioTsuzuki, no
municipio de Cotia-SP (DAROLT, 2011).
2.7 Análise de produtores e culturas certificados Global Gap
A rastreabilidade da banana no Norte de Minas começou em 2005,
quando cinco produtores, totalizando 65 hectares, passaram a seguir as
normas do Programa Integrado de Frutas, para obter a certificação. Em 2007,
esse número aumentou para 19 produtores, com 1.345 hectares (ABANORTE,
2013).
O Norte de Minas apresentou um aumento de 2.000% da área rastreada
de banana, o que permitirá uma produção de qualidade, dentro dos padrões
exigidos pelo mercado externo e seguindo critérios ambientais. Segundo ele,
os produtores estão se habilitando no Programa Integrado de Frutas (PIC), que
27
é a certificação internacional (ABANORTE, 2013).
A bananicultura representa a segunda maior economia rural da região,
perdendo apenas para a pecuária. No total, são 11.600 hectares plantados,
que produzem 241 mil toneladas. Diariamente, 60 caminhões carregados com
11 toneladas seguem para Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro
(ABANORTE, 2013).
O Norte de Minas produz 40% da banana comercializada no Estado.
Dos 11,6 mil hectares, de acordo com dados da Federação da Agricultura de
Minas Gerais (FAEMG), 80% são de banana prata e 20% da banana nanica.
Ambas são consideradas as melhores do Estado, por usar tecnologia avançada
(ABANORTE, 2013).
Segundo dados disponibilizados pela Associação dos Fruticultores do
Norte de Minas (ABANORTE), atualmente a região conta com 32 produtores
certificados, totalizando 1960,51 hectares, como mostra o quadro 1:
28
Quadro 1. Análise de produtores e culturas certificados Global Gap
Nº
Nome da Fazenda
1
2
3
4
5
6
8
9
10
11
12
13
14
15
16
Claudio Dikystra
Osvaldo Celestino de Souza
Ítalo Teles de Oliveira
Luís Claudio Guimarães
Darcy da Silveira Glória
Sandro Cristiano Buist
Tadayoshi Matsushita
Shiguetoshy Kojima
Lincon Katsumi Yamada
Manoel Ferraz de Souza
Mario Dias Borborema
Guilherme Jansen
Arnóbio Gonçalves Cesário
Sirineu Rodrigues
Delvanir Nogueira da Silva
Terezinha de Fátima
Mendes
Geraldo Ítalo Lelis Xavier
Antônio Martins Soares
Gildecy Mendes Luz
João Batista Pereira da Cruz
Edison Rokuro Magário
Flamarion Wanderley Filho
Luiz Schwarcz
Marcos de F Ribeiro
Nilde Lage
Nuno Casassanta
Paulo F. Gusmão Caldas
Raymundo Neto Ferreira
Regina Célia Magário
Rodolpho Velloso Rabelo
Saulo Bresinski Lage
Tropicália Frutas Tropicais
Vicente de Paula P. Silva
Wagner Magário
Jose Freud Londe Mesquita
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
Limão
Quant.
Hectares
67
39,7
31
18
31,77
38,5
0
0
57,21
0
200
49,48
3
3
3,4
Manga
Quant.
Hectares
0
9,9
0
0
21,97
13
30
100
31,46
20
49
0
0
0
0
Banana
Quant.
Hectares
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Uva
Quant.
Hectares
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
2,5
0
0
0
10
5
5,7
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
43
190
100
147
80
75
13
73
36
160
47
39,5
18,62
68
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
28,8
29
TOTAL
TOTAL GERAL
Fonte: ABANORTE, 2014.
566,26
1960,51
275,33
1090,12
28,8
30
3 MATERIAL E MÉTODOS
A realização dessa pesquisa foi feita através de entrevistas com
empresas certificadas de diferentes tipos de gestão e formas de atuação, no
entanto todas trabalham com exportação de um produto em comum. As
informações fornecidas pelos gestores das empresas foram lançadas em uma
planilha para análise de dados.
Neste
trabalho,
foi
feito
um
levantamento
em
uma
associação/empresarial pioneira na adesão do processo de certificação na
Região do Jaíba, uma empresa particular, ou seja, de um dono e um
levantamento com pequenos produtores.
O desenvolvimento deste trabalho se deu através da pesquisa
bibliográfica e quantitativa através da coleta de dados em campo no período de
junho a setembro de 2014. Foram realizadas pesquisas em órgãos oficiais,
artigos, periódicos de janeiro a setembro e entrevistas com gestores de
empresas certificadas.
A metodologia utilizada na elaboração deste trabalho teve como base
quali-quantitativas em que foram usados métodos e técnicas qualitativas e
quantitativas para a coleta e tabulação dos dados para melhor visualização,
interpretação e análise dos dados, referentes ao processo de certificação
desde a produção até o consumidor final e qualidade de todos os envolvidos.
A pesquisa teve abordagem descritiva, em que foi possível descrever as
características da população em estudo, ou seja, levantamento por meio da
coleta de dados, em que não é possível manipular variáveis, apenas as
observa, registra, analisa e correlaciona.
31
3.1 Pesquisa bibliográfica
No desenvolvimento das atividades objeto do presente trabalho, optouse pela pesquisa bibliográfica.
Segundo Gil (2010), esse tipo de pesquisa é elaborada com base em
material já publicado. Tradicionalmente, essa modalidade de pesquisa inclui
material impresso, como livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anais de
eventos científicos. A principal vantagem desse tipo de pesquisa reside no fato
de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais
ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente.
Marconi e Lakatos (2008), acrescentam que a finalidade da pesquisa
bibliográfica é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi
escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferências
seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma, quer
publicadas, quer gravadas.
O estudo de caso é uma caracterização abrangente para designar uma
diversidade de pesquisas que coletam e registram dados de um caso particular
ou de vários casos a fim de organizar um relatório ordenado e crítico de uma
experiência, ou avaliá-la analiticamente, objetivando tomar decisões a seu
respeito ou propor uma ação transformadora (CHIZZOTTI, 1995).
Segundo Acevedo e Nohara (2009), pesquisa de estudo de caso
caracteriza-se pela análise em profundidade de um objeto ou um grupo de
objetos, que podem ser indivíduos ou organizações. É um método que
compreende o planejamento, as técnicas de coleta de dados e as abordagens
de análises dos dados.
32
3.2 Quanto aos fins
Pesquisa documental é a constituída por um texto escrito em papel, mas
estão se tornando cada vez mais frequentes os documentos eletrônicos,
disponíveis sob os mais diversos formatos. O conceito de documento, por sua
vez, é bastante amplo, já que este pode ser constituído por qualquer objeto
capaz de comprovar algum fato ou acontecimento. Assim, para um arqueólogo,
um fragmento de cerâmica pode ser reconhecido como importante documento
para o estudo da cultura de povos antigos (GIL, 2010).
Pesquisas descritivas têm como objetivo a descrição das características
de determinada população. Podem ser elaboradas também com a finalidade de
identificar possíveis relações entre variáveis. São em grande número as
pesquisas que podem ser classificadas como descritivas e a maioria das que
são realizadas com objetivos profissionais provavelmente se enquadra nesta
categoria (GIL, 2010).
Para Andrade (2010), neste tipo de pesquisa, os fatos são observados,
registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o pesquisador
interfira neles. Isso significa que os fenômenos do mundo físico e humano são
estudados, mas não manipulados pelo pesquisador.
3.3 Técnicas de coleta de dados
Pesquisa-ação é uma modalidade de pesquisa que não se ajusta ao
modelo clássico de pesquisa científica, cujo propósito é o de proporcionar a
aquisição de conhecimentos claros, precisos e objetivos (GIL, 2010).
De acordo com Marconi e Lakatos (2010), pesquisa de campo é aquela
utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca
de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese,
que se queira comprovar, ou, ainda, de descobrir novos fenômenos ou as
relações entre eles.
33
Pesquisa de campo assim é denominada porque a coleta de dados é
efetuada “em campo”, onde ocorrem espontaneamente os fenômenos, uma vez
que não há interferência do pesquisador sobre eles (ANDRADE, 2010).
3.4 Unidade de análise
Foram analisados os fatores determinantes para implantação da
certificação, bem como a diferença de preço de venda no mercado interno e
externo, através de visitas e realização de entrevistas com os gestores das
empresas certificadas na Região do Jaíba.
34
4 ANÁLISE DE RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Caracterização do Projeto Jaíba
A área que atualmente corresponde ao projeto Jaíba passou a chamar a
atenção do Estado a partir da década de 50 quando foi vista como uma região
com grande potencial para o desenvolvimento da agricultura irrigada,
entretanto não estava sendo explorada. Estudos realizados pelo Bureau Of
Reclamation (Departamento de Reformas), dos Estados Unidos, identificaram
uma grande porção de terras com grande capacidade para se construir um
projeto agrícola de irrigação localizado entre os rios São Francisco e o seu
afluente, o rio Verde Grande, abrangendo assim os municípios de Matias
Cardoso e Jaíba. Esses estudos abrangiam 310.000 hectares de terras, dos
quais 230.000 hectares foram considerados aptos para a agropecuária e,
destes, 100.000 são aptos para a exploração com irrigação (MAIA, 2007).
De acordo com a CODEVASF (2012), a implantação do Projeto Jaíba,
com a área total de 107,6 mil ha e área irrigável estimada em 65,8 mil ha,
compreende estudos e projetos, aquisição de terras, infraestrutura básica de
uso comum e medidas de proteção ambiental. Inclui também administração
fundiária, organização de produtores, apoio em administração, operação,
manutenção, assistência técnica e capacitação de técnicos e agricultores na
fase de operação inicial.
Dividiu-se a implantação em quatro etapas, das quais apenas as Etapas
I e II, que correspondem a 70,9% da área total do projeto, encontram-se
executadas e em produção. A CODEVASF é a gestora da Etapa I e o Governo
do Estado de Minas Gerais gerencia a Etapa II (CODEVASF, 2012).
O Projeto Jaíba localiza-se nos Municípios de Jaíba e Matias Cardoso
no Estado de Minas Gerais, latitude: 14º 45' S e longitude: 43º 33' W. Está na
margem direita do Rio São Francisco. As vias de acesso são a BR –122 a 27
km de Montes Claros, com seu prolongamento asfaltado até a Cidade de
Janaúba e a MG – 401, também asfaltada até Mocambinho. Na região do vale
35
no médio São Francisco (CODEVASF, 2012). A figura 2 apresenta o mapa de
localização do projeto e sua atual situação.
Figura 02: Projeto Jaíba Situação e Localização
Fonte: DIJ – Distrito de Irrigação do Jaíba
A população beneficiada pelo Projeto soma 273.08, que gera 65.021
empregos diretos e 130.042 empregos indiretos e conta com um rendimento
R$/ha 10.327,00 (CODEVASF, 2012).
A fonte hídrica vem do Rio São Francisco, que requer uma vazão de
75m³/s, no entanto conta com 65m³/s. A fonte de energia elétrica vem da
Companhia Energética de Minas Gerais – CEMIG. O Projeto requer uma
potência de 19.396 KVA e conta com potência de 16.785 KVA atualmente
instalada (CODEVASF, 2012).
Os tipos de solo do projeto são o Latossolo e o Argiloso, onde se produz
principalmente, abacaxi, abóbora, acerola, algodão, alho, amendoim, arroz,
banana, batata doce, melancia, café, limão, caju, cana-de-açúcar, cebola,
36
cenoura, coco, uva. Os sistemas de irrigação ainda são precários como
aspersão convencional, microaspersão e gotejamento (CODEVASF, 2012).
4.2 Análise de áreas em cultivo
Desde 1988, quando teve início efetivo o processo de irrigação, até 1996
o numero de espécies plantadas saltou de cinco para 42, em que as culturas
tradicionais de baixo valor agregado cederam espaço para as culturas nobres,
fruticultura e olericultura. Dados divulgados pelo DIJ mostram a evolução na
produção e na área cultivada até 2006 e pode-se observar que houve um
aumento na área de cultivo do limão, conforme apresentado no quadro 2:
Quadro 2. Análise de áreas em cultivo
Culturas
Banana
Tradicionais
Forrageiras
Manga
Limão
Olerículas
Mamão
Pinha
Atemóia
Outras Culturas
TOTAL
Ano 2004 (ha)
Ano 2005 (ha)
1.968,00
1.258,35
641,29
595
463,93
393,13
106,58
82,2
66,08
245,59
5.820,15
1.341,81
843,91
708,3
690,1
578,95
478,57
92,14
88,62
68,83
214,13
5.190,53
Ano 2006
(ha)
1.191,40
1.485,79
811,98
700,4
724,2
338,19
96,83
93,92
79,83
268,99
5.791,53
Fonte: EMATER/DIJ, 2007. http://www.projetojaiba.com.br/ Acesso em: 15 de agosto de 2014.
37
Áreas em cultivo entre 2004 e 2006
2.500,00
2.000,00
1.500,00
1.000,00
500,00
0,00
Outras
Banan Tradici Forrag
Oleríc Mamã
Atemó
Manga Limão
Pinha
Cultur
a
onais eiras
ulas
o
ia
as
ANO 2004 (ha) 1.968,0 1.258,3 641,29
ANO 2005 (ha) 1.341,8 843,91 708,3
595
463,93 393,13 106,58
82,2
66,08 245,59
690,1 578,95 478,57 92,14
88,62
68,83 214,13
93,92
79,83 268,99
ANO 2006 (ha) 1.191,4 1.485,7 811,98 700,4
724,2 338,19 96,83
Figura 03: Áreas em cultivo entre 2004 e 2006
Fonte: EMATER/DIJ, 2007. http://www.projetojaiba.com.br/ Acesso em: 15 de agosto de 2014.
A partir da representação gráfica acima, é possível identificar que o
cultivo das diversas culturas vem aumentando, o limão já ocupa uma posição
de destaque e a cultura da banana continua crescendo.
Quadro 3. Apresentação de dados de produção entre 2004 e 2006
Ano
2004
2005
2006
Produção (Ton)
56.295,32
59.210,07
61.958,62
Valor comercializado (R$)
29.043.610,00
30.144.670,00
36.017.490,00
Fonte: EMATER/DIJ, 2007. http://www.projetojaiba.com.br/ Acesso em: 15 de agosto de 2014.
No quadro 03 foi apresentada à produção e valor comercializado entre
os anos de 2004 e 2006, em que é possível notar um significativo aumento no
valor comercializado de 2006 em relação a 2005.
A figura 4 comprova o aumento na área de cultivo do limão de 332,1
entre 2004 e 2007.
38
Área de cultivo da lima ácida thaiti
900
800
700
600
500
400
300
200
100
0
ANO 2004 (ha)
ANO 2005 (ha)
ANO 2006 (ha)
ANO 2007 (ha)
463,93
578,95
724,2
796,03
Lima ácida thaiti
Figura 04: Área em cultivo lima ácida thaiti
Fonte: EMATER/DIJ, 2007. http://www.projetojaiba.com.br/ Acesso em: 15 de agosto de 2014
4.3 Competitividade
A Globalgap é resultado de um processo de melhoria que começou em
2004, envolvendo 14 produtores de limão do Jaíba. Na época, o produtor
Reginaldo Nunes Saraiva foi um dos responsáveis pela Associação dos
Produtores de Limão do Jaíba (ASLIM), e, com o apoio do Sebrae/MG, os
produtores traçaram estratégias conjuntas de expansão dos negócios. “O
Sebrae nos fez enxergar o mercado e melhorar a produção”, destaca
Reginaldo. (FREITAS, 2009).
39
Número de produtores
Categoria 01
Categoria 02
Categoria 03
22
1
70
Figura 05: Número de produtores
Fonte: Categoria 1,2, e 3, 2014
O estudo foi realizado em três categorias de produçao, uma associação
de pequenos produtores, duas associações de empresários (grandes e médios
produtores) e uma empresa isolada, conforme apresentado na figura 05.
Atualmente, os 12 associados da ASLIM estão engajados na certificação
das propriedades no Globalgap. Em 2007, por intermédio do Sebrae/MG, o
grupo se adequou e conseguiu o certificado Eurepgap de gestão da qualidade.
Segundo Freitas (2009), com a implantação das normas exigidas pelo
organismo certificador, os produtores conseguem ter mais controle sobre os
custos de produção e melhorar as margens de lucro. Certificados, eles têm a
garantia de abertura de mercados.
40
Área certificada e Não certificada (ha)
250
202
200
150
118
118
88
100
50
22
0
0
Categoria 01
Categoria 02
Categoria 03
Área certificada (ha)
202
118
22
Área não certificada (ha)
118
0
88
Figura 06: Área certificada e não certificada
Fonte: Categoria 1,2, e 3, 2014
A representação gráfica faz comparativo entre as três categorias
pesquisadas e cada uma possui de área certificada e não certificada. É
possivel notar que a Empresa 01 possui a maior área certificada, vale ressaltar
que foi a primeira empresa a implantar o processo de certificação na Região do
Jaíba.
A figura 07 mostra a produção, em toneladas, das empresas
pesquisadas referente ao ano de 2013.
Produção total (ton) (2013)
Categoria 01
Categoria 02
Categoria 03
1893
11000
35000
Figura 07: Análise de produção total em toneladas 2013.
Fonte: Categoria 1,2, e 3, 2014.
41
Com volume, os agricultores passaram a exportar. Era uma experiência
inédita, pois até então eles vendiam apenas para Belo Horizonte. O Sebrae/MG
promoveu a ida dos empresários a polos produtores e centros de
comercialização. Eles estiveram em Petrolina, São Paulo e até na Feira de
Berlim, principal evento de fruticultura do mundo (ABANORTE, 2013).
Para garantir a exportação de manga e limão para a Europa, cerca de
30 produtores rurais da região já possuem a certificação internacional Global
Gap, o principal certificado internacional para o setor de alimentos, que atesta
não só a qualidade do produto final, mas também questões sanitárias e de
sustentabilidade
(ABANORTE,2013).
Segundo a ABANORTE (2013), o Norte de Minas exporta cerca de
8.140 toneladas de limão e manga para a Europa por ano. Portugal e Holanda
são os principais importadores, mas a Associação dos Fruticultores, que
congrega cerca de 2,5 mil produtores rurais por meio de cooperativas e
associações, está trabalhando para abrir mercados também na Alemanha,
Reino Unido e no Oriente Médio. Se continuarem investindo na organização da
cadeia produtiva, na melhoria da qualidade e na gestão eficiente da produção
agrícola, existem boas perspectivas pela frente.
As limas ácidas e os limões são consumidos em muitos países do
mundo. A importância dessas frutas cítricas representa aproximadamente 18%
do consumo mundial. Além dos países desenvolvidos da América do Norte e
Europa Ocidental, a lima ácida e o limão também são consumidos nos países
do Leste Europeu, e dos países em desenvolvimento como Índia, Irã, México,
Brasil, Argentina, Bolívia, Peru e outros. Os países do Oriente Médio, incluindo
a Jordânia, Chipre, Líbano e Egito também apresentam um consumo per capita
elevado (IBRAF, 2005).
O Brasil é o quinto maior produtor de limão/limas, com cerca de 1 milhão
de toneladas em 2004, segundo a FAO e vem mantendo o quinto ou sexto
lugar de forma inalterada nos últimos 20 anos. Somente o México, Argentina,
Índia e Irã produzem mais que nosso país (IBRAF, 2005).
42
Categoria 01
Volume de vendas no mercado interno
Volume de vendas no mercado externo
40%
60%
Figura 08: Apresentação do volume de vendas mercado interno e
externo categoria 01.
Fonte: Categoria 01, 2014.
A representação gráfica acima representa o volume de vendas em
porcentagem destinada ao mercado interno e externo da Categoria 01.
Categoria 02
Volume de vendas no mercado interno
Volume de vendas no mercado externo
30%
70%
Figura 09: Avaliação do volume de vendas mercado interno e externo
categoria 02.
Fonte: Categoria 02, 2014.
43
A figura 09 mostra que, diferente da Categoria 01, o maior volume
de vendas é destinado ao mercado externo, que representa 70% das
vendas.
Categoria 03
Volume de vendas no mercado interno
Volume de vendas no mercado externo
26,41%
73,59%
Figura 10: Avaliação do volume de vendas mercado interno e externo
categoria 03.
Fonte: Categoria 03, 2014.
O mercado interno representa mais de 70% no volume de vendas da
Categoria 03, conforme apresentado na figura 10.
A preferência dos importadores de frutas frescas pela empresa
certificada, devido à habilidade na comprovação dos requisitos pré-definidos, é
um aspecto seletivo aos exportadores brasileiros no mercado internacional. Os
diversos sistemas de certificação possibilitam agregação de valor ao produto,
diferenciando-o com investimento muitas vezes inferior em relação à criação de
marcas e promoção da fruta brasileira no mercado externo. A certificação
adiciona valor sem a necessidade de transformação do produto, garantindo os
requisitos exigidos pelo mercado consumidor, cada vez mais atento à
qualidade e segurança do alimento nos últimos anos (CINTRA, 2003).
O nível de preço neste mercado depende, em grande parte, da
disponibilidade do produto mexicano e californiano. Quando é escasso, os
preços tendem a subir, enquanto que o nível é muito competitivo durante as
44
temporadas de oferta abundante (IBRAF, 2005).
O gráfico abaixo mostra a disparidade entre o valor de vendas no
mercado interno para o mercado externo.
Preço de venda no mercado interno e
externo
R$1,60
R$1,40
R$1,20
R$1,00
R$0,80
R$0,60
R$0,40
R$0,20
R$-
R$1,50
R$1,00
R$0,80
R$0,50
R$0,60
R$0,60
R$0,71
R$0,55
R$0,39
Preço médio/kg
mercado interno
(1ºsemestre)
Preço médio mercado
interno (2ºsemestre)
Preço médio/kg
mercado externo
Categoria 01
R$0,50
R$0,80
R$1,00
Categoria 02
R$0,60
R$0,60
R$1,50
Categoria 03
R$0,39
R$0,71
R$0,55
Figura 11: Avaliação do preço de venda no mercado interno e externo.
Fonte: Categoria 1,2 e 3, 2014.
Os mercados europeus oferecem preços mais altos e estáveis, porque o
exportador pode negociar melhor os preços e as margens de variação aceitas.
Os distribuidores atacadistas assim como os distribuidores varejistas exigem
condições definidas de qualidade e períodos de oferta, buscando um
relacionamento a longo prazo. Os ritmos de abastecimento das empresas
importadoras são mais estáveis e mantém um só nicho de altas importações
nos meses que antecedem o inverno europeu (IBRAF, 2005).
Estados Unidos e União Europeia são as principais demandantes, via
mercados de proximidade como as exportações do México para os Estados
Unidos, ou via mercados de grande distância como as exportações do Brasil
para a União Europeia (IBRAF, 2005).
A União Europeia recebe o limão Thaiti o ano todo, isto devido às
importações do Brasil e do México cujas safras se complementam.
É importante considerarmos que tanto o mercado dos Estados Unidos
como dos países europeus têm uma grande tradição de consumo do limão
45
amarelo. Nesses termos, há necessidade de uma divulgação permanente e
consistente para conseguirmos ampliarmos nossa presença neste mercado
(IBRAF, 2005).
Promovendo a Caipirinha, iremos conquistar mercados importantes para
nosso limão Taiti.
As importações de limão pelos países da União Europeia estão
crescendo, mas o Brasil e México detêm a maior parte deste mercado (IBRAF,
2005).
Minas Gerais ocupou o terceiro lugar nas vendas da fruta para o
mercado externo, respondendo por 6,8% da receita das vendas brasileiras para
o exterior. O principal destino das exportações mineiras de limão foi a Holanda,
que comprou 93,7% das exportações mineiras da fruta, seguida pela
Dinamarca (AGENCIA MINAS, 2011).
Segundo a assessora da Superintendência de Política e Economia
Agrícola da Seapa, Márcia Aparecida de Paiva Silva, um ponto relevante da
análise das exportações das frutas é o incremento do valor médio dos limões
exportados. “Comparando-se os primeiros meses de 2007 e 2011, anos de
destaque das vendas internacionais, foi apurado aumento do valor médio de
94,6% da tonelada do limão exportado” (AGENCIA MINAS, 2011).
Como consequência, a maior rentabilidade dos produtores se transforma
em incentivo para que os exportadores invistam na atividade. “Assim é possível
aplicar recursos na otimização do sistema produtivo, a partir de modelos de
logística e de transporte capazes de ampliar as vendas e os lucros” comenta a
assessora (AGENCIA MINAS, 2011).
A figura 12 mostra os principais paises importadores do limão da Região
do Jaíba.
46
Volume exportado
1%
1%
Bélgica
28%
38%
Dinamarca
Holanda
Inglaterra
Catar
bahrein
20%
12%
Figura 12: Apresentação do volume exportado.
Fonte:Transcomex Transporte e Logistíca Ltda, 2014.
A Bélgica, no que se refere às limas e limões, depende exclusivamente
das importações para atender às demandas de consumo que é atualmente de
2,0 kg/ano/pessoa (IBRAF, 2005).
Todavia, o mercado da Bélgica deve ser observado e monitorado pelo
exportador brasileiro como um país que reexporta 43% do que compra no
exterior. Age como a Holanda em menores proporções (IBRAF, 2005).
Seus principais clientes são a Alemanha (37%), a Holanda (19%),
França (18%), Reino Unido (9%) e Itália (5%) e outros países da União
Europeia e a Rússia (IBRAF, 2005).
Voltando à demanda interna, os belgas consomem cerca de 24 mil
toneladas por ano de limas e limões, o que corresponde a 33% apenas do
consumo total de frutas frescas (IBRAF, 2005).
A Holanda deve ser analisada pelos exportadores brasileiros como um
grande importador de frutas, mas principalmente como o maior intermediário
comercial do mundo. No que se refere a limas e limões, reexporta 77% do que
importa. O mercado alvo dos holandeses é o da União Europeia que
representa 88% das suas reexportações. É um país que consome
aproximadamente 650 mil toneladas de frutas por ano, dos quais os limões
47
correspondem apenas 4% (IBRAF, 2005).
Através desses dados é possível notar que a cultura da banana é mais
produzida na região e representa a maior área certificada. Mesmo com selo de
certificação, ainda não é possível a exportação da banana, por uma questão de
logística.
A segunda cultura de maior área certificada é do limão que tem
conquistado o mercado externo e levando a marca da Região do Jaíba para
diversos países.
Produção certificada - Hectares
Limão
Manga
Banana
Uva
1090
566
275
29
Figura 13: Estudo da produção certificada em hectares.
Fonte: ABANORTE, 2014.
O gráfico a seguir mostra a produção certificada das culturas em
percentual, sendo a banana detentora de 56% da produção certificada, o limão
com 29%,a manga 14% e uva com apenas 1%. Vale ressaltar que a cultura da
manga também já conquistou o mercado externo o que desperta o interesse do
produtor em adequar-se às normas reguladoras, passaporte para o exterior.
48
Produção certificada em percentual
Limão
Manga
Banana
Uva
1%
29%
56%
14%
Figura 14: Estudo da produção certificada em percentual
Fonte: ABANORTE, 2014.
Segundo o SEBRAE (2013), para receber o selo, as propriedades
devem atender a diversos requisitos, como instalação de depósitos de adubo,
construção de banheiros, implantação da coleta seletiva de lixo e destinação à
local adaptado, sinalização do uso de defensivo agrícola, análise da água tanto
para consumo humano quanto para a irrigação, além de avaliação de resíduos
e treinamentos em segurança no trabalho.
4.4 Custos e benefícios
O processo de certificação tem custos de transação e de produção
classificados em quatro tipos: implantação, manutenção, exclusão e adaptação.
Os custos de implantação do sistema envolvem a elaboração de normas e
procedimentos, a criação de organizações de controle, formação de canais de
comercialização e marketing, e adaptação dos sistemas produtivos. Já os
custos de manutenção do sistema, que devem ser arcados com arrecadação
dos participantes, estão voltados à sustentação das organizações de controle.
Os custos de exclusão são estabelecidos para selecionar novos participantes,
49
excluir os “caronas” e punir os agentes oportunistas (NASSAR, 2003).
De acordo com Zylbersztajn (1999), existem outros custos de
certificação que são custos de instalação de facilidades e equipamentos
(computadores, arquivos de documentos usados para administrar e manter a
certificação); custos de treinamento e desenvolvimento de habilidades e
expertises nas operações e na administração do sistema e, finalmente, custos
de atualização para a realização dos aperfeiçoamentos necessários.
Além desses custos, em muitos casos, os produtores terão os custos
das empresas de consultoria especializada na implantação e acompanhamento
das exigências do protocolo de certificação, bem como adaptações de
instalações físicas (quando necessário) nas propriedades que estão em
processo de certificação (JACOMETI, 2007).
Os custos de implantação e manutenção do processo de
certificação podem ser compensados com a organização da propriedade,
melhorias no processo produtivo, redução dos custos de produção e,
principalmente, com agregação de valor ao produto. Caso a certificação
consiga transferir esta “mensagem” para o consumidor final e este, por sua vez,
estiver disposto a pagar por um produto de maior qualidade percebida
(JACOMETI, 2007).
A grande vantagem da certificação ao produtor está no valor agregado
na venda de alimentos diferenciados. Os consumidores mais instruídos e de
melhor poder aquisitivo reconhecem a qualidade e pagam um preço maior. Os
custos para a produção ainda são superiores. Na medida em que a tendência
for popularizada, serão diluídos com aumento das vendas, que permitirão maior
acesso a população.
A exclusão de produtores que não conseguirem se
adequar, é inevitável (LEUSIE, 2000).
O problema dos altos custos da certificação pode ser compensado com
uma grande eficiência produtiva obtida com sua implantação. Além disso, para
algumas empresas, a certificação pode acarretar redução de custos.
Por que aderir a certificação? Para Nassar (2003), em um processo de
certificação deve haver incentivos, ou seja, estímulos dados aos agentes
econômicos que os levam a vislumbrar benefícios. Podem ser incentivos para
estimular os agentes a criar ou entrar em um sistema, ou estímulos constantes
para mantê-los no sistema evitando a quebra contratual.
50
De acordo com Zylbersztajn (1999), quando uma empresa possui
certificado, ela conhece melhor seu processo de produção, pois precisa ter
informações e acompanhá-lo; possui a certeza de estar realizando o seu
negócio da melhor maneira possível e satisfazendo seu cliente final; obtém
melhoria na coordenação do sistema; atinge um alto nível de qualidade e
usufrui dos benefícios, em termos de marketing, que um certificado pode
proporcionar.
Os maiores incentivos da certificação estão associados às condições de
demanda. A certificação leva à diferenciação do produto, permitindo aos
agentes a agregação de margens, abertura de novos mercados e a descoberta
de nichos não explorados. Outro importante incentivo é o nível de abrangência
do certificado. Certificados internacionais são mais atrativos para as empresas
exportadoras/importadoras, enquanto certificados regionais podem agir como
reserva de mercado para aqueles que os possuem (NASSAR, 2003).
A certificação, em uma análise específica, poderá gerar benefícios
internos e externos para os produtores. Do ponto de vista interno, um dos
benefícios gerados poderá ser a organização da propriedade, bem como a
redução de custos e desperdícios. Do ponto de vista externo, o ganho de
mercado e a diminuição da assimetria de informação poderão tornar os
produtos mais competitivos, principalmente no mercado de commodities, como
é o caso das frutas in natura (JACOMETI, 2007).
Entre os benefícios resultantes da implantação de processos da
certificação, situam-se a organização, simplificação e clareza de métodos de
controle, calibração e segurança de equipamentos, disciplina da produção;
organização e agilidade na recuperação da documentação de registros,
controle de produtos, serviços e processos; racionalização de tempo gasto nas
atividades, redução do consumo e do desperdício de recursos naturais não
renováveis, melhoria de qualidade, diminuição de entraves associados a
barreiras comerciais, proteção à saúde do consumidor e ao meio ambiente;
segurança e confiabilidade no produto (KLOSTER, 2003).
Existem benefícios para consumidores e fornecedores decorrentes do
processo de certificação. No caso dos consumidores, há a redução da
assimetria informacional, pois, através de certificados, os consumidores
conseguirão ter informações sobre a qualidade e sobre os atributos intrínsecos
51
aos produtos. Com a certificação, os produtos alimentícios passam a ter uma
identidade e uma "visibilidade" para os consumidores. Assim, pode se dizer
que os principais benefícios para o consumidor são obtenção de informação
imparcial sobre o produto e sua respectiva qualidade podendo, dessa forma,
melhorar seu critério de escolha, garantindo a qualidade dos produtos
adquiridos, além da facilidade de avaliação entre o preço e o desempenho do
produto comprado. A certificação é uma prova 'tangível' de garantia e ajusta-se
às situações de incerteza quanto à qualidade dos alimentos e aos efeitos que
possam gerar para a saúde, higiene e nutrição (MACHADO, 2000).
Fornecedores e consumidores reconhecem os benefícios da certificação,
a adesão ao processo ainda é tímida visto que o país é um dos maiores
produtores e exportadores de frutas frescas no mundo, no entanto, o
consumidor está exigindo produtos com garantia de qualidade e segurança
para sua saúde.
52
CONCLUSÕES
Levando em consideração a dimensão geográfica da Região do Jaíba, o
estudo nos leva a entender que é necessário alguns investimentos na
capacitação, na conscientização, sobre os benefícios do processo de
certificação no âmbito econômico, social ambiental. Assim conclui se que a
adesão ao processo de certificação ainda é uma realidade para poucos
produtores da região;
A certificação agrega valor ao produto e proporciona ao produtor expandir seu
mercado a variadas regiões da Europa;
O valor de venda para o mercado externo é significativamente superior ao
mercado interno;
O
processo
de
certificação
promoveu
incrementos
significativos
na
rentabilidade, na gestão, na comercialização, tornando realidade o início do
equilíbrio sócio econômico e ambiental na região do Jaíba.
53
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60
ANEXOS
61
ENTREVISTA
O roteiro básico de entrevista foi organizado de forma a incluir tópicos
relacionados ao processo de certificação em três empresas de diferentes
categorias, onde ambas possuem selo de certificação Global Gap.
1. Qual o número de produtores associados, parceiros e fornecedores de
limão a associação?
2. Quantos funcionários a associação possui atualmente?
3. Quando a empresa aderiu ao selo Global Gap?
4. Quantos hectares são certificados?
5. Qual foi o custo de implantação da certificação?
6. Qual o valor do limão certificado no mercado interno e externo?
7. Qual foi a produção anual antes da certificação?
8. Qual a produção anual pós-certificação?
9. Quantas toneladas de limão exportado?
10. Qual a variação de mercado?
11. Quais os principais países importadores?
12. Qual o custo de produção anual?
13. Qual a quantidade de limão fornecida ao mercado interno?
14. Qual o percentual de perda antes e pós-certificação?
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