issn 2316-5065
Ano XIV • Nº 161 • Julho/Agosto de 2015
Publicação bimestral da Associação
Médica de Brasília – AMBr
w w w. a m b r. o r g . b r
Editorial
Caros leitores,
w w w. a m b r. o r g . b r
Em meio aos complexos problemas que enfrenta a saúde pública brasileira e, em especial, o
DF, nos deparamos com a questão da falta de pediatras no SUS. Por que a deficiência se temos
mais especialistas do que determina a OMS? Entenda a questão na Palavra do Presidente e na
matéria sobre a Crise na Pediatria.
Outras questões que o Governo vai ter que encarar de frente e que afetam diretamente os
cofres públicos são o envelhecimento da população, que ampliam a incidência de demência e
também de câncer de pele, e a triste estatística de vítimas de acidentes de trânsito, envolvendo
carros, motos e bicicletas. A Editoria Especialidade Médica traz também um destaque para
o importante trabalho da doula. Você não sabe quem é a doula? Então, leia a matéria e fique
sabendo!
Em Tribuna, saiba porque a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) aprova o PL do Deputado
Osmar Terra sobre a internação involuntária de dependentes químicos.
Despertando sua curiosidade: o que Lampião e o Cangaço têm a nos ensinar sobre medicina.
Você vai saber lendo nossa coluna Medicina e Arte. Está sensacional! Já em História da Música
Popular, o tema são as “desafinadas”, ou seja as intrigas que permeiam o meio musical da
MPB, onde os egos são para ninguém botar defeito.
As notícias da AMBr trazem várias novidades. Confira e participe das atividades, dentre as
quais estão a 1ª Clínica de Golfe, a Noite Brega no Espaço Prime e, para quem não pode brincar
em serviço, vem aí a IV Semana de Gestão da AMBr, com a parceria do Sebrae e Rodada de
Negócios.
Não deixe de ler o Artigo do presidente da Academia de Medicina de Brasília, Dr. Edno
Magalhães, sobre o tema Humanização ou reumanização na medicina.
E ainda: Perfil, Artigo, Radar, Vitrine, Gourmet e a belíssima Praga em destaque em Destinos.
Uma ótima leitura!
Antônio Geraldo,
Diretor de Comunicação da AMBr
Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
issn 2316-5065
Ano XIV • Nº 161 • Julho/Agosto de 2015
Publicação bimestral da Associação
Médica de Brasília – AMBr
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123rf
Dr. Luciano Gonçalves
de Souza Carvalho
Presidente
Bento Viana
Diretoria Executiva
Dr. Ognev Cosac
Vice-Presidente
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SUB EDITORA
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Diretor Econômico-Financeiro
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Diretor de Planejamento
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Diretor responsável
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EditoR-chefe
Dr. Antônio Geraldo da Silva
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Médico em Dia
é uma publicação
Associação Médica
Brasília – AMBr
da
de
SCES Trecho 3 Conj. 6
(61) 2195-9797
redação
[email protected]
www.ambr.org.br
Revista cultural de
distribuição gratuita.
Os artigos assinados são
de inteira responsabilidade
de seus autores.
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Dr. Jorge Gomes de Araújo
Diretor Administrativo
Sumário
8
Crise na pediatria
No DF existem 1.600 pediatras registrados pelo CRM-DF
para atender uma população de 2,8 milhões. Mesmo assim, a
Secretaria de Saúde tem déficit de especialistas
10
Tribuna
Proposta do PL nº 7663/2010 permite que a internação
compulsória para dependentes químicos seja concedida com
determinação médica
26
32
Conheça o novo presidente da Sociedade Brasileira de
Oncologia Clínica (SBOC), o Dr. Gustavo dos Santos Fernandes
De acordo com Ministério da Saúde, em 2014, acidentes de
trânsito custaram R$ 183 milhões aos cofres públicos
30
► Radar
24
► Agenda
34
► Arraiá do Dotô
40
► Gourmet
48
► Destinos
52
Perfil
Especialidade Médica
Brasil é o segundo país em incidência em câncer de pele.
Especialista dá dicas de como prevenir
Brasil é 5º país em mortes no trânsito
Cultura
Dicas da Dad
Tragédia no Nepal
As calamidades exigem
assistência. O Governo e
população não poupam
esforços. A ONU articula
ajuda internacional.
As Embaixadas socorrem
os cidadãos que estão longe
de casa. Todos conjugam o
verbo assistir. O trissílabo
tem duas regências. Pode
ser transitivo direto e indireto. A preposição lhe
muda o sentido. Veja:
Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
Assistir = prestar assistência: O governo assiste
os desabrigados. A embaixada do Brasil assiste os
brasileiros que estão no Nepal. O médico assistiu os
feridos.
6
Assistir a = presenciar: Assisti ao documentário
sobre o Nepal. Fomos ao cinema e assistimos ao
filme que ganhou o Oscar. Vamos assistir à palestra
sobre a escrita na internet?
Fonte: http://dzai.com.b/blogdadad
A Magia de Miró, na Caixa
Cultural
A MAGIA DE MIRÓ reúne
obras que fazem parte
da coleção de Alfredo
Melgar,
conde
de
Villamonte e fotógrafo
galerista em Paris, que
assina a curadoria da
mostra. As 69 obras da
Coleção Melgar datam
de diferentes períodos
de produção, indo de
1962 a 1983. São gravuras
(técnica na qual Miró
foi considerado um dos
grandes mestres de todos
os tempos) e desenhos,
muitos deles únicos.
Alguns dos desenhos são esboços ou notas, realizados sobre
superfícies diversas, entre papel, lixa e papelão, em lápis e
giz de cera. Muitos desses trabalhos foram feitos durante os
últimos cinco anos de vida do artista.
A exposição conta ainda com 23 fotografias que são um
verdadeiro presente para o espectador. Nelas, o personagem
é Miró, clicado em preto e branco, por Melgar, em visitas
que fez ao ateliê do artista. As fotografias registram o artista
espanhol em pleno processo criativo. As obras da exposição
remetem ao processo criativo de Miró. O resultado é o traço
colorido e inconfundível do gênio, que buscava a máxima
intensidade com economia de traços.
Data: até 30 de agosto de 2015
(de terça-feira a domingo)
Hora: terça a sábado, das 10h às 20h;
domingo, das 10h às 19h
Local: CAIXA Cultural Brasília – SBS Quadra 4
Lotes 3/4- Brasília-DF
Foto Niranjan_Shrestha_AP
Luciano Carvalho • Presidente da AMBr
Palavra do Presidente
Não faltam médicos,
falta Estado
Atribuir o problema da Saúde Pública à falta de profissionais no SUS é tentar desviar a atenção da sociedade do real e muito
mais complexo problema que o setor enfrenta. O Distrito Federal é um exemplo disso: temos um número de profissionais
na ativa superior ao recomendado pela OMS, mas, mesmo assim, vivemos o mesmo caos da saúde que se constata no âmbito
nacional.
Em vez de demonizar médicos, desconstruir a medicina e tentar oferecer desculpas simplistas
à população, o Governo precisa ser verdadeiramente responsabilizado por cada vida que
é perdida ou prejudicada em qualquer parte do nosso país por falta de infraestrutura, de
manutenção de equipamentos, de remédios, de investimentos, dentro de um conjunto
grandioso de deficiências no Sistema Único de Saúde (SUS). As entidades médicas foram
afastadas das alternativas para oferecer saídas. Foram afastadas do protagonismo da
promoção de saúde.
Se, por um lado, o Estado descumpre a Constituição Federal impunemente, de outro,
tenta atribuir à falta de médicos a crise atual. É como ministrar placebos para a
população se acalmar, mas a realidade é bem diferente do discurso. As pessoas se
perguntam, por que o médico, que fez seu juramento, não quer servir à nação no
Sistema Único de Saúde? Ao que devolvo a questão: a que preço os médicos brasileiros
vão assumir essa responsabilidade, se são submetidos a compensações insuficientes,
jornadas exaustivas, à falta de estrutura e medicamentos, a ausência de um plano de
carreira e outros incentivos para que possam dedicar-se à sua profissão e, efetivamente,
praticá-la, inclusive no interior do país?
Não faltam médicos. Falta gestão, normatização específica para a saúde,
investimento, além de excesso de judicialização. Os cortes na saúde são
recorrentes para suprir gastos com a máquina pública. Segundo o
Conselho Federal de Medicina (CFM), em 2014, R$ 9,2 bilhões da
dotação, autorizada no orçamento da União para esta área, não
foram investidos, cifra que representa o corte de R$ 25 milhões
por dia nos recursos que deveriam ser aplicados no setor.
Não são os médicos que não querem atender à população, é
o Estado que cumpre apenas parcialmente sua obrigação
constitucional e retira da saúde os investimentos
indispensáveis para que o SUS funcione, os médicos e
demais profissionais da saúde sejam justamente
tratados e a população tenha seu direito universal
garantido.
Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
André Vilarim
Nossa Carta Magna, soberana, diz, sem meias palavras, que “a saúde é direito de todos
e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às
ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.
7
Perfil
Onde estão os
pediatras do DF?
Secretaria de Saúde afirma que o DF tem um
déficit de mais de 260 pediatras
O Distrito Federal passa por um momento delicado no que diz respeito à saúde. Os hospitais estão cada vez mais superlotados, os médicos não encontram meios de atender com eficiência e o
governo não consegue oferecer uma solução. Entre as especialidades com alto índice de reclamações, tanto de pacientes quanto de profissionais da área, está a pediatria.
De acordo com a OMS, o recomendado é que existam 20 pediatras para cada 100 mil habitantes. No
DF há 1.600 profissionais registrados pelo CRM-DF para atender uma população de 2,8 milhões de
habitantes. Então, por que muitas famílias não conseguem ser assistidas? Por que uma das cidades
referenciais em atendimento infantil enfrenta uma crise? Por que os pediatras estão exaustos e
desistindo da rede pública de saúde?
A presidente do Conselho Regional de Medicina do Distrito
Federal, (CRM-DF) Martha Zappalá, diz que o grande problema é que a falta de especialistas nesta área está na rede pública de saúde que hoje conta com aproximadamente 600 pediatras, de acordo com informações da Secretaria de Saúde.
Com o aumento da população, o número é insuficiente para
atender a grande demanda. Já o presidente da Sociedade de
Pediatria (SPDF), Luiz Claudio Gonçalves, observa que apesar
do número bom de especialistas, as condições oferecidas não
contribuem para um atendimento eficiente. Outro agravante é a má distribuição.“Boa parte dos pediatras não está no
serviço público, mas no privado. Quando se fala que a crise
existe pela falta de pediatras no mercado não é procedente.
Faltam na Secretaria de Saúde, mas não no Brasil e nem no
DF”, explica.
Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
CRM pede contratação de novos especialistas
8
Hoje, a Secretaria de Saúde do DF tem um déficit em torno de
267 pediatras. No último concurso realizado foram aprovados
133 candidatos. Desses aprovados, a Secretaria chamou 30, e
somente 11 assumiram.
Entre os inúmeros motivos para o desinteresse dos pediatras
pela rede pública de saúde estão a falta de estrutura e as
condições precárias de trabalho oferecidas. “Precisamos
fazer com que a pediatria seja motivante e prazerosa.
São necessárias melhores condições de trabalho, salários
dignos e equipe harmônica”, destaca a presidente do CRM.
Ela também garante que a entidade acompanha todo o
processo de contratação de perto, e já pediu nova reunião
com a Secretaria de Saúde para que fossem chamados mais
pediatras para a rede pública: “Gostaríamos de, no mínimo,
mais 133 médicos pediatras nos hospitais”.
Conscientização pode ajudar
Um atendimento pediátrico tende a ser mais demorado que
o de um paciente adulto. Por se tratar de uma especialidade
delicada, o excesso de pacientes, unido à necessidade de mais
tempo para um diagnóstico preciso e o número reduzido
de especialistas, resulta na superlotação dos hospitais e na
insatisfação e pacientes e familiares.
Além disso, estima-se ainda que 70% dos casos registrados
pelos hospitais públicos poderiam ser na atenção primária,
atualmente também deficiente na rede pública de saúde do
DF. “Muitos vão para os hospitais sem necessidade e isso
colabora para a sobrecarga”, diz Luiz Claudio.
Para ele, uma campanha de conscientização com explicações
de que nem tudo deve ser tão grave quanto parece, pode
ser uma saída. “É importante uma educação da população
para que ela esteja ciente de quais problemas precisam ser
levados ao médico”, observa.
Tribuna
PL defende que internações
compulsórias de dependentes
químicos sejam prerrogativas
dos psiquiatras
Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
Reconhecida pela Organização Mundial de Saúde
como uma doença, a dependência química afeta não
só o usuário de drogas, mas seus familiares e amigos.
Por ser considerada multifatorial, a doença deve ser
avaliada com critério e seu tratamento definido de
acordo com o quadro de cada paciente. A decisão sobre a necessidade e o tipo de internação é um exemplo disso.
Deputado Osmar Terra
10
Paralelamente à decisão de internação como forma de lidar
com a dependência química, foi aprovado na Câmara dos
Deputados o Projeto de Lei
nº 7.663/2010, de autoria
do deputado Osmar Terra
(PMDB), que define a internação compulsória como
uma decisão que pode ser
tomada pelo médico psiquiatra, sem a necessidade
de intervenção judicial. A
proposta formaliza o encaminhamento de pacientes internados contra a sua
vontade para as chamadas
comunidades terapêuticas,
que têm sua atuação bastante questionada por especialistas da área de Saúde
Pública. O projeto ainda depende da aprovação no Senado e da sanção presidencial.
De acordo com a Lei nº 10.216/01, o familiar pode solicitar
a internação involuntária desde que o pedido seja feito por
escrito e aceito pelo médico psiquiatra. A lei determina que,
nesses casos, os responsáveis técnicos do estabelecimento
de saúde têm prazo de 72 horas para informar ao Ministério
Público da comarca sobre a internação e seus motivos. O
objetivo é evitar a possibilidade de esse tipo de internação
ser utilizado para a prática de cárcere privado.
O deputado Osmar Terra defende que o projeto vem para
abreviar o processo e dar celeridade a todo o protocolo
necessário para internação e para que, assim, um número
maior de dependentes possa ser tratado: “Essa epidemia
atinge milhares de pessoas e quando a família procura
pelo tratamento existe uma burocracia enorme”, diz.
Ele explica que há um componente ideológico que considera o uso de drogas como uma decisão pessoal e que
não prejudica o juízo crítico
do dependente, como num
surto psicótico. “Ora, um
dependente de crack que já
vendeu tudo que tem, que
não consegue trabalhar ou
estudar, que está dormindo
na rua, comendo resto de
lixo, não tem a menor noção
do transtorno grave do qual
é portador. Dificilmente decidirá por se tratar voluntariamente. Boa parte morre
antes disso. Precisa da ajuda
externa”, considera o deputado.
Para o autor do PL, com a
lei, a última palavra para a
internação seria do médico. “Devolveremos ao médico o
protagonismo que vem perdendo ao longo dos anos. É o
médico quem tem que decidir e não o juiz. A internação
será feita a pedido da família e com avaliação do médico,
sendo desnecessário o processo judicial que é feito para a
baixa compulsória”.
Médicos apoiam projeto
A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) sempre se
posicionou favoravelmente à internação involuntária,
desde que acompanhada por um psiquiatra. Com relação à internação compulsória, o presidente da ABP,
Antônio Geraldo, explica que os trabalhos científicos
mostram que tanto a internação voluntária quanto a
compulsória dão o mesmo resultado para o paciente.
Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
Polêmica e bastante complexa para todas as partes envolvidas, a internação de um dependente químico pode ser realizada de três formas diferentes: compulsória, voluntária e
involuntária. A diferença entre os modelos é simples: a internação voluntária é aquela em que o paciente aceita seu tratamento como interno; a involuntária, contraria a vontade
do paciente e é decidida por um familiar ou responsável; já a
internação compulsória, hoje em dia, é decidida pelo Poder
Judiciário.
11
Mais
qualificação
para um
diagnóstico
precoce
Com o elevado número de pessoas idosas crescem as estatísticas de doenças de demência no País. Custo do tratamento
traz grandes rombos aos cofres públicos
O grande problema está na falha do
diagnóstico precoce. “Poucos sabem
diagnosticar a demência em seu estágio inicial”, constata o especialista.
Ele afirma que, assim como diversas
outras doenças, o diagnóstico na fase
inicial pode ser fundamental para o
sucesso do tratamento. “As escolas de
medicina não ensinam a diagnosticar
demências em estágio inicial. Eu me
formei sem aprender. E, se mudarmos
essa situação, nós, médicos, talvez sejamos a solução para evitar problemas
futuros”.
A população está envelhecendo. De acordo com projeções das Nações
Unidas, uma em cada nove pessoas no mundo tem 60 anos ou mais,
e estima-se um crescimento de 1 em cada 5 por volta de 2050. Nessa
época, pela primeira vez, haverá mais idosos que pessoas menores de
15 anos. Junto ao crescimento no número de idosos, está o de diagnósticos de demências. O que muitos não sabem é que o custo para o
tratamento dessas doenças representa valores exorbitantes aos cofres
públicos.
Para o médico, todas as especialidades
devem ter esse conhecimento: “Imagina um médico que inicia uma entrevista. Quem tem falha cognitiva pode não
ser bom informante; ele não vai saber
o que está acontecendo e o médico
não terá informação de qualidade para
identificar o problema”.
Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
Envelhecimento da
população preocupa
especialistas
12
A demência é um termo que assusta e, para muitos leigos, está associada à loucura. Na medicina, é usado para definir quadros caracterizados por doenças que geram alteração da cognição e do comportamento. São exemplos: Alzheimer, demência vascular, demência com
corpos de Lewy, entre outros.
Hoje, em torno de 2,5% da população com mais de 60 têm demência.
Entre pessoas com 80 anos, o número sobe para 30%. Nos Estados Unidos, o custo para tratamento de demência é de US100 bilhões por ano.
As estatísticas mais conservadoras estimam que esse custo será, em
2040, de US 250 bilhões. “Se juntarmos o custo que terá o tratamento
de câncer e o de doenças vasculares, não chega ao valor do custo de
tratamento de demências”, afirma o geriatra Otávio Castello.
Para o especialista, o problema não é exclusividade dos americanos. O
Brasil enfrenta a mesma situação e, com o número de idosos crescendo em proporção geométrica, a expectativa é de que, daqui a alguns
anos, os custos sejam impagáveis. “Tratar um paciente com demência
significa, entre outros inúmeros custos, também tirar pessoas do mercado do trabalho”, cita.
Faltam
especialistas
A falta de especialistas é também um
agravante. Por isso, Dr. Otávio reafirma a importância de sensibilizar as outras áreas da medicina para que o diagnóstico precoce seja algo constatado
em consultas. “A solução é saber os
conceitos fundamentais desse assunto.
É mais ou menos como a pressão arterial. Isto, daqui uns anos, vai ser tão
onipresente que os médicos têm que
saber o fundamental e, os casos mais
graves, os especialistas tratam”.
O que você desejaria
de um exame de Cintilografia
de Perfusão Miocárdica?
a) Equipamento mais sensível (até 4x mais) e sem movimentação
do detector durante a aquisição, permitindo melhora significativa
na qualidade da imagem.
b) Menor dose de radiação para o paciente.
c) Maior rapidez do estudo. (Aquisição em até 3 minutos).
d) Alta tecnologia de software permitindo interpretação mais
precisa pelo médico nuclear.
Não se preocupe com a resposta,
pois a nova GamaCâmara Discovery 530c - detectores sólidos CZT
da GE, oferece todas estas vantagens.
O melhor da Cardiologia Nuclear ao seu alcance
Equipamento já disponível
nas Unidades Asa Norte e Asa Sul.
Em breve,
Taguatinga.
Dr. Alaor Barra Sobrinho
Diretor Técnico Médico
CRM/DF 3029
Medicina & Arte
Para a família Ferreira da Silva foi um dia marcante aquele 4
de junho de 1898. No sítio Passagem das Pedras, no atual município de Serra Talhada, em Pernambuco, nascia Virgulino
Ferreira da Silva.
Virgulino, que posteriormente viria ser chamado Lampião,
foi o segundo dos nove filhos do casal José Ferreira da Silva
e Maria Lopes. Sua família, que vivia basicamente da agricultura e da criação de alguns animais, enfrentou dificuldade
financeira durante a seca de 1915.
José Ferreira e sua mulher resolveram peregrinar até Juazeiro
do padre Cícero, na esperança de as orações trazerem chuva
para o Nordeste. Virgulino ficou tomando conta do sítio que,
nessa ocasião, teve algumas cabras e bodes supostamente furtados e mortos por moradores do sítio vizinho, pertencente
a família Saturnino.
Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
As hostilidades entre os donos e familiares dos dois sítios levaram José Ferreira a mudar-se para Alagoas, antes que seus
filhos matassem ou fossem mortos.
14
A polícia alagoana, instigada pelos Saturninos, começou a
perseguir Virgulino. Dona Maria Lopes, angustiada com a
perigosa situação, estava certo dia conversando com umas
amigas quando sentiu uma dor apertando no peito esquerdo.
De repente caiu morta, possivelmente vitima de um infarto
agudo do miocárdio.
Dezoito dias depois, o viúvo José Ferreira estava debulhando
espigas de milho no alpendre da sua casa, quando uma tropa
policial o cercou e o matou a tiros. A partir de então, Virgulino, revoltado com o ocorrido, começou a liderar um bando
que fez andanças pelo interior do Nordeste, cometendo toda sorte de desatinos e fazendo sua justiça com as próprias
mãos. Tornou-se, então, Lampião.
Em 25 de agosto de 1925, na zona do Pajeú, em Pernambuco,
os cangaceiros foram atacados por volantes integradas por
soldados fortemente armados. Fugindo do cerco e do tiroteio, correndo pela caatinga, Lampião feriu seu olho direito
em um espinho. A córnea foi perfurada. Uma mancha branca
apoderou-se do seu olho de tal maneira que nenhum doutor
conseguiu curá-lo. Ficou assim cego de um olho, o que o fez
Lampião. Artesanato potiguar
tornar-se um fervoroso devoto de Santa Luzia.
Em 1929, ao passar pela Bahia, Lampião conheceu Maria Gomes de Oliveira, uma jovem de 18 anos de idade, que estava
brigada com o marido, o sapateiro conhecido como Zé de
Neném. Foi amor à primeira vista. Maria Bonita tornou-se
sua companheira e integrou-se ao bando que, cada vez mais
numeroso, continuou atacando e sendo atacado.
Em 28 de julho de 1938, os cangaceiros estavam acampados
na margem sergipana do Rio São Francisco quando foram emboscados pela volante do tenente João Bezerra. O dia estava
começando a clarear quando o soldado Noratinho mirou e
atirou em Lampião matando-o na hora. Maria Bonita correu,
mas foi morta por dois tiros disparados pelo soldado Panta.
Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros foram então
degolados. Suas cabeças foram colocadas em latas e cobertas
com sal para serem conservadas até chegarem ao destino, o
Instituto Médico-Legal de Alagoas.
Coube ao Dr. José Lages Filho, médico-legista da Polícia de
Alagoas, a oportunidade histórica de fazer e descrever o exame da cabeça de Lampião. Consta no laudo: “Ao Serviço Médico-Legal do Estado de Alagoas, deu entrada às 22 horas do dia
31 de julho de 1938, a cabeça do célebre bandoleiro Lampião,
que durante vinte anos foi o terror dos sertões nordestinos.
Infelizmente, o estado em que a mesma chegou à morgue não
permite um estudo acurado e minucioso à luz da antropometria criminal e da anatomia, pois foi atingida por um projétil
de arma de fogo, que atravessou o crânio, saindo na região
occipital, fraturando a mandíbula, ao nível de sua porção média, o frontal, o parietal direito, o temporal direito e os ossos
da base, que ficaram reduzidos a múltiplos fragmentos. Todavia, reconstituída a peça remetida, com cuidado, podemos
assim traçar-lhe o perfil antropológico: pele pardo-amarelada, de jeito a se poder qualificá-la como pertencente ao grupo dos brasilianos xantodermos, da classificação de Roquette
Pinto; testa fugidia; cabelos do tipo lisótricos, negros, lisos e
longos, arrumados em uma trança pendente; barba e bigode
por fazer, de pelos lisos, negros e falhos; dolicocéfalo, contrastando com os outros indivíduos do seu grupo étnico, em
geral braquicéfalos. O perímetro cefálico é igual a cinquenta
e sete centímetros. Diâmetro anteroposterior máximo atinge
a cento e cinquenta milímetros. Índice cefálico de 75. Face de
tamanho relativamente reduzido, impressionando à primeira observação as dimensões da mandíbula, pequena e com
A cabeça de Lampião e a de Maria Bonita permaneceram expostas posteriormente no museu de antropologia do Instituto
Médico-Legal Nina Rodrigues, no Pelourinho, em Salvador,
anexo à Faculdade de Medicina no Terreiro de Jesus. Em 1969,
as cabeças foram inumadas por determinação judicial.
Obs.: artigo fundamentado no livro A Cabeça do Rei, escrito
pelo médico ginecologista potiguar Iaperi Araújo.
Armando J. C. Bezerra (médico)
Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
Lampião. Artesanato potiguar
os ramos horizontais, a formar um ângulo reto, no encontro
dos ramos ascendentes correspondentes. Assim, é o comprimento total do rosto de 170 milímetros, o comprimento total
da face de 130 milímetros, o diâmetro bizigomático da face
de 160 milímetros, sendo que o índice facial de Broca é de
53,12. Quanto ao nariz, que é reto e de ápice grosso e rombo, guardando no dorso a impressão dos óculos, tem ele uma
altura máxima de 37 milímetros. O índice nasal transverso
é de 74. Lábios finos, medindo a largura da boca 37 milímetros. Abóbada palatina ogival. Orelhas assimétricas, havendo
uma desigualdade manifesta no desenvolvimento das partes
similares – orelha de Blainville. O comprimento da orelha direita alcança 65 milímetros. A largura da orelha direita é de
40 milímetros. O comprimento da orelha esquerda é de 53
milímetros. Índice auricular de Topinard, tendo-se em conta
as dimensões da orelha direita, é de 165. Na face, há visível,
na região masseteriana direita, uma pigmentação escura, arredondada, medindo três milímetros de diâmetro (nevo congênito). O olho direito apresenta um leucoma, tingindo toda a
córnea. Em resumo: embora presentes alguns estigmas físicos
na cabeça de Lampião, não surpreendemos um paralelismo
rigoroso entre os caracteres somáticos da degenerescência
revelados pela mesma figura moral do célebre criminoso.
Assim, apenas verificamos como índices físicos de degenerescência: as anomalias das orelhas, denunciadas por uma assimetria chocante, abóbada palatina ogival e a microdontia.
Faltavam as deformações cranianas, o prognatismo das maxilas e outros sinais aos quais Lombroso tanta importância emprestava na caracterização do criminoso nato. Todavia, nem
por isso os dados anatômicos e antropométricos assinalados
perdem sua valia pelas sugestões que oferecem na apreciação
da natureza delinquencial do famoso cangaceiro nordestino”.
Simônides Bacelar (médico)
15
Gestão
Vem aí a IV Semana de Gestão
Dando continuidade ao Programa de Apoio à Gestão e ao Empreendedorismo em Saúde Suplementar da Associação Médica de Brasília (PAGESS), de 21 a 24 de setembro a AMBr, em
parceria com o Sebrae-DF, promove a IV Semana de Gestão.
As palestras ocorrerão na sede da AMBr e serão compostas
de temas atuais e de interesse dos médicos empreendedores.
Serviço:
Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
IV Semana de Gestão da AMBr
Data: de 21 a 24 de setembro
Local: Sede da AMBr
Horário: a definir
Inscrições: www.ambr.org.br
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Para o diretor de planejamento da Associação, Elias Couto, o
médico, que também é empreendedor, necessita de cada vez
mais informações sobre gestão “Antes, a gestão do serviço
de saúde era feita de maneira amadora. Agora as coisas estão
mudando e os profissionais da saúde estão mais atentos ao
que ocorre em seus consultórios”, afirma.
Último dia terá rodada de negócios
Este ano, além de talk show na abertura
e palestras sobre Empreendedorismo e
Gestão em Saúde, o programa trará outra
novidade: a primeira Rodada de Negócios
para a Saúde. A rodada ocorrerá no último
dia (24), das 17h às 19h, na sede da AMBr
e terá empresas fornecedoras dos mais di-
Curso de Atendimento
ao Cliente
Sucesso de público, o curso de atendimento ao cliente para clínicas
e consultórios médicos abrirá, em breve, sua nova turma. Se você,
médico, gestor ou recepcionista, tem interesse em participar, envie
um e-mail para [email protected]
NÃO PERCA ESTA OPORTUNIDADE!
versos materiais de consumo hospitalar,
materiais para escritório e produtos de
limpeza. Durante toda a rodada de negócios, representantes de clínicas e consultórios poderão conhecer novos fornecedores, solicitar orçamentos e até fechar
negócios.
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Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
Especialidade Médica
O importante
trabalho da
doula
Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
Há várias gerações, a grávida, ao entrar em trabalho de parto,
recebia a ajuda de uma mulher mais experiente– normalmente a mãe, uma irmã mais velha ou uma vizinha que já tinham
passado por aquela experiência. Conforme o tempo foi passando, o parto entrou para a esfera médica, dentro de hospitais e maternidades, e a assistência ficou na responsabilidade
de uma equipe especializada: o médico obstetra, a enfermeira
obstétrica, a auxiliar de enfermagem e o pediatra.
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Cada um com sua função bastante definida no cenário do parto. Apesar de toda a especialização, ficou uma lacuna: quem
cuida especificamente daquela mãe que está dando à luz?
Nessa hora é que entra o trabalho da doula, que faz a intermediação entre a gestante e a equipe médica.
Reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde (MS) por meio de portaria de 28 de
maio de 2003, ser doula no Brasil só se tornou uma ocupação laboral em 2013, ano em que foi aceita pelo Ministério do
Trabalho e Emprego na Classificação Brasileira de Ocupações
(CBO), ou seja, a doulagem não é uma profissão e sim, uma
ocupação. Com a missão de dar suporte físico ensinando posições e massagens úteis para aliviar os desconfortos causados pela gestação, além de apoio emocional à gestante antes,
durante e após o parto (geralmente até a criança completar
dois meses) as doulas fazem um trabalho para deixarem as
futuras mamães com menos ansiedade e menos medo. Dessa
forma, suprem a demanda por emoção e afeto, que não cabe
a nenhum outro profissional dentro do ambiente hospitalar.
É função da doula também oferecer alívio para as dores das contrações utilizando métodos não farmacológicos como massagens, técnicas de relaxamento e respiração, exercícios,
banhos, dicas de posições, durante o trabalho de parto e no parto. Assegurando, assim, que o
parto evolua com maior tranquilidade, rapidez e com menos dor e complicações, tanto maternas como fetais. A doula torna a experiência mais gratificante, fortalecedora e favorecedora da
vinculação mãe-bebê.
Vantagem para o Sistema de Saúde
De acordo com a doula Ádele Valarini, o Distrito Federal condurante a gravidez, num curto espaço de tempo. A maioria
ta com mais de 300 profissionais com o papel principal de
das gestantes optam por um modelo de atendimento que não
passar informação para as gestantes, a respeito do que o Miestá disponível nos plantões, como os partos ditos humaninistério da Saúde recomenda
zados, e essas informações têm a resacerca da conduta médica, A ideia do trabalho da doula é ajudar a mulher ponsabilidade de fornecer. Além dispara que as gestantes consi- a se empoderar, ou seja, o empoderamento feminino é so, com o acompanhamento da doula
gam fazer um plano de parto. a chave do processo porque a mulher bem informada as gestantes se sentem mais calmas
“A ideia do trabalho da doula é capaz de tomar pra si as decisões e se responsabili- e ficam mais acessíveis, sendo mais
é ajudar a mulher a se empo- zar pelas consequências das decisões que elas tomam. ativas no parto e não se deixando lederar, ou seja, o empodera- Assim, a decisão de qual procedimento tomar é feita var pelo medo.
mento feminino é a chave do juntamente com a equipe médica".
(Ádele)
processo, porque a mulher
As vantagens também ocorrem pabem informada é capaz de tomar pra si as decisões e de se
ra o Sistema de Saúde, que, além de oferecer um serviço de
responsabilizar pelas consequências das decisões que toma.
maior qualidade, tem significativa redução nos custos, dada
Assim, a decisão de qual procedimento tomar é feita com a
a diminuição das intervenções médicas e do tempo de interequipe médica”, disse Ádele.
nação das mães e dos bebês. A presença contínua da doula
durante o trabalho de parto é comprovadamente benéfica e
Segundo Valarini, há muitas mulheres que, quando se veem
apoiada pela Organização Mundial da Saúde e pelo Ministério
grávidas, não sabem nada sobre parto e precisam se informar
da Saúde.
A ginecologista e obstetra Rachel Costa Vinhaes dos Reis
acredita que a única modalidade de parto a ser adotada no
país deveria ser o parto humanizado, onde a mulher é respeitada no seu protagonismo, seguindo o exemplo dos países desenvolvidos que têm taxas bem menores de cesarianas, além
de um grau maior de satisfação das parturientes.
“A grande maioria dos partos que acompanho tem a presença de uma doula. A experiência desse acompanhamento conjunto é claramente benéfica à paciente e ao médico também.
Concordo totalmente com as conclusões da OMS e do MS,
pois, com uma mãe mais tranquila, informada e consciente
do seu papel, o bebê que está nascendo terá maior chance
de um acolhimento tranquilo, com respeito a seu momento
de transição útero-colo, ou seja, o surgimento da doula é um
resgate ao passado, quando mães, comadres e/ou parteiras,
participavam desse cenário do parto; mas, ao mesmo tempo,
é um passo rumo ao futuro, com a atuação de doulas hoje bem
informadas e portadoras de ferramentas diversas, certamente benéficas”, finalizou a obstetra.
Vantagens de ser acompanhada por uma doula, segundo pesquisas feitas no exterior:
•
•
•
•
•
diminuir em 50% as taxas de cesáreas
diminuir em 20% a duração de trabalho de parto
diminuir em 60% os pedidos de anestesia
diminuir em 40% o uso de oxitocina
diminuir em 40% o uso de fórceps
Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
Médicos acreditam nos benefícios
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Histórias da Música Popular
Renato Vivacqua • Historiador da música popular
Dr. Eudes Fernandes de Andrade • Médico Urologista
Desafinadas
(primeira parte)
É ingenuidade imaginar que o relacionamento entre personagens da música popular é
um oasis de harmonia. São comuns os embates destoantes, causando estremecimentos e indo até as vias de fato. O artista é intrinsecamente vaidoso, possuidor de um ego
paquidérmico, não havendo nada condenável nisso. As querelas vêm de longe. Em
1927, Sinhô que se autodenominava “Rei do Samba”, lançava com enorme sucesso a
música “Ora vejam só” (Ora vejam só/a mulher que eu arranjei...). Heitor dos Prazeres, outro respeitado compositor, (parceiro de Noel em Pierrô Apaixonado ) o acusa
de ter lhe surrupiado obras. A desculpa de Sinhô é um primor: “Olha, Heitor, samba
é como passarinho, está no ar, é de quem pegar primeiro”. Heitor se vinga com
“O rei dos meus sambas”, onde detonava: “És conhecido como bamba/sendo o rei
dos meus sambas/que malandro inteligente.” E com “Olha ele, cuidado!”: “Olha ele,
cuidado/Ele com aquela conversa é danado”. O inquieto Sinhô, certa vez, resolveu
literalmente pegar no pé de China, irmão de Pixinguinha, que tinha essa parte do
corpo avantajada. E nasceu outro sucesso: “Pé de Anjo”:“ Ó Pé de Anjo, Pé de Anjo/
és rezador/és rezador/ tens o pé tão grande/que és capaz de pisar Nosso Senhor.”
É talvez a primeira marchinha editada com essa denominação e a primeira música
gravada por Francisco Alves em 1920. Irritada, a unida família de Pixinguinha ,
respondeu à altura com “Já te digo”:“Ele é alto, magro e feio/e desdentado/ ele fala
do mundo inteiro/ e já está avacalhado no Rio de Janeiro”.
Kid Pepe foi parceiro de Noel Rosa no eterno sucesso “O Orvalho vem caindo.” Era
um cara truculento, ex-boxeador e “comprositor” e apropriador de obras alheias.
Entrava em parcerias comprando sua parte por uma ninharia ou através de ameaças físicas. Quase esganou Aracy de Almeida e intimidou o cantor Almirante com
um canivete para que gravassem composições supostamente suas. Voltou a compor com Noel, porém não o colocou como parceiro, e sim um tal de Zé Pretinho,
malandro temido. O Poeta da Vila, foi tomar satisfações e levou tabefe que o atirou
longe. Vingou-se como sabia, através de um samba, onde ameaçava: “No século
do progresso/o revólver teve ingresso/pra acabar com a valentia”.
Indiretamente, Noel foi pivô de uma desavença póstuma. Em 1938, “Pastorinhas”,
composição sua com Braguinha feita no ano anterior, quando Noel morreu, venceu o concurso carnavalesco da Prefeitura do Rio. Nássara, dublê de caricaturista
e compositor (Mundo de zinco, Alalaô, Balzaquiana, etc), também concorreu.
Derrotado, não se conformou, e, ao ser anunciado o resultado partiu furioso para
cima de João de Barro, gritando: “Quem ganhou não foi você, Braguinha, foi o
espírito do Noel!”.
um rapaz que conhecera na Bahia e tinha um vozeirão.
Mandou buscá-lo com urgência e sabem quem chegou
cantando à la Orlando Silva? João Gilberto! Inacreditável, não? O poeta Maria, ( é dele a frase que ficou nos
anais: “ Brasileiro: profissão esperança”) não era sopa.
Apesar de corpulento, segundo Paulo Gracindo, era ágil
e brigava bem. Paulo contava que certa vez o crítico
musical Flávio Cavalcanti o desancou num programa
de TV. Na mesma noite se cruzaram numa boate e o
compositor agarrou Cavalcanti pelo colarinho e mijoulhe nas pernas dentro da casa noturna.
A ruptura definitiva deu-se em razão da música “Ninguém me ama”, ícone da fossa, (Ninguém me ama/ninguém me quer/ninguém me chama/de meu amor...),
detestada pelos bossanovistas. A gravação da iniciante
Nora Ney, em 1952, foi um estouro. Constava ser a composição da dupla Maria/Lobo, só que este último entrou
como parceiro fantasma. Era toda de Antonio. Juraram
segredo eterno, já que, em compensação, Fernando daria parceria a Maria em um samba-canção seu chamado
“Preconceito”, que não foi notado. Com “Ninguém me
ama” nos píncaros, Maria não segurou e vaidade e saiu
contando que era o único autor. Aí brigaram pra valer.
Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
Antonio Maria e Fernando Lobo, ambos pernambucanos, eram inimigos íntimos, com altos e baixos na
convivência. Trocavam farpas através das colunas
jornalísticas que assinavam. Maria era gorducho e Lobo implicava com sua envergadura: “ Antonio Maria é
como elefante: quando pequenininho é engraçadinho;
mas cresce, faz as mesmas coisas e perde a graça.” Levava ferroada de volta: “ A arrumadeira do hotel está
indignada com Fernando Lobo. Todo dia muda a fronha
que ele suja ao deitar a cabeça". Fazia referência ao cabelo emplastrado de brilhantina do outro. Na verdade
,era tudo brincadeirinha para apimentar o interesse pelas crônicas. Os leitores se deliciavam. Até que um dia a
coisa esquentou para valer, quando Lobo acusou Maria
de ter demitido Dorival Caymmi, quando era diretor da
Rádio Tupi. Não ficou sem resposta:“Fernando Lobo é
um infeliz. Mas um mau infeliz. Alegra-me hoje estar
livre de todo o bem que lhe queria. ”Maria era estourado e não foi a primeira vez que demitira um artista. Em
1948 havia na Tupi um conjunto chamado “Garotos da
Lua” e ele achava que o crooner cantava baixo demais e
ameaçou de demissão o grupo, caso este não fosse substituído. O chefe do conjunto , ficou desconcertado, sem
saber como resolver o problema, até que se lembrou de
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Notícia
Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
Ajuste salarial garantido
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A ação direta de inconstitucionalidade - Adin
contra os reajustes salariais concedidos aos
servidores da área da saúde e mais 31 categorias no ano passado, proposta pelo Ministério
Público, foi julgada improcedente, no fim de
maio deste ano. A decisão foi do Conselho Especial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios. Com esse posicionamento do TJDFT, ficam mantidos os reajustes
e outros benefícios conquistados pelas categorias em difíceis campanhas, há dois anos.
2013”, disse Gutemberg Fialho, presidente
do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal
(SindMédico-DF).
"O reconhecimento da constitucionalidade
do reajuste que conquistamos em 2013 fez
justiça a um acordo construído com rigor
técnico e referendado pelo Poder Legislativo,
que em momento algum feriu o interesse público. Ao contrário, o Plano de Carreira, Cargos e Salários que o SindMédico-DF propôs ao
governo, além de representar uma conquista salarial justa, permite ao atual governo a
recomposição do quadro de profissionais, o
que seria impossível com os salários iniciais
da carreira médica anteriores a setembro de
A Procuradoria da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) apresentou alegação de
que o Ministério Público cometeu um equívoco, pois a Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO) de 2013 autorizou, sim, as melhorias
salariais. Os advogados dos sindicatos e da
Ordem dos Advogados do Brasil, seccional
DF, defenderam a constitucionalidade e apresentaram tanto a defesa em termos jurídicos,
quanto apresentaram os equívocos do MP ao
dizer que não havia previsão orçamentária.
Os desembargadores seguiram o mesmo entendimento do Supremo Tribunal Federal
(STF) de que a ausência de dotação orçamentária prévia em legislação específica não autoriza a declaração de inconstitucionalidade
da lei, impedindo a sua aplicação naquele
exercício financeiro.
O reconhecimento da constitucionalidade
do reajuste que conquistamos em 2013 fez justiça a
um acordo construído com
rigor técnico e referendado
pelo Poder Legislativo, que
em momento algum feriu o
interesse público. Ao contrário, o Plano de Carreira, Cargos e Salários que o
SindMédico-DF propôs ao
governo, além de representar uma conquista salarial
justa, permite ao atual goGutemberg Fialho, presidente do Sindicato
a Distrito
recomposição
do
dosverno
Médicos do
Federal
(SindMédico-DF).
quadro de profissionais, o
que seria impossível com os
salários iniciais da carreira
médica anteriores a setembro de 2013”.
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Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
Estudo identifica mecanismo que faz
câncer criar metástases
Fonte: Exame.com
Uma equipe internacional de pesquisadores descobriu o mecanismo pelo qual as células tumorais conseguem "escapar"
de seu local original (tumor primário) e provocar metástases.
Os resultados deste trabalho, comandado por Manel Esteller,
diretor do Programa de Epigenética e Biologia do Câncer do
Instituto de Pesquisas Biomédicas de Bellvitge, em Barcelona,
foram publicados na revista "Nature Medicine".
O estudo foi feito nos melanomas, mas a pesquisa indica que
este mecanismo se repete em câncer de cólon e de mama. A
aparição de metástases é responsável por 90% das mortes em
pacientes com câncer, por isso que entender os mecanismos
responsáveis por este processo é um dos principais objetivos
da pesquisa, explicou Esteller.
Um dos tumores com maior capacidade de produzir metástases é o melanoma, cuja incidência registrou um aumento nas
últimas décadas devido à maior exposição ao sol. Os pesquisa-
dores, entre eles cientistas do Hospital La Fe e do Hospital Geral de Valência, compararam o material genético das células
do tumor primário com o material genético das células metastáticas em um mesmo paciente. Ao buscar as diferenças,
descobriram que entre todos os genes só há um claramente
diferente, detalhou Esteller.Este gene, denominado TBC1D16,
no tumor primário se encontra inativo, enquanto na fase de
metástase está ativo.
O artigo afirma que as células metastáticas podem ser mais
sensíveis a estas duas moléculas, porque, segundo Esteller,
para estar viva, a metástase depende desses dois oncogenes
Os pesquisadores propõem a combinação destes dois remédios para evitar que a célula metastática se adapte. Segundo
eles, "o problema no câncer é que as células se adaptam aos
remédios, então achamos que se estes dois forem combinados, elas não terão tempo de fazer isso".
Fumantes em baixa
Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
Fonte: Correio Braziliense
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O percentual de fumantes caiu 30,7% nos últimos oito anos no país, segundo levantamento
do Ministério da Saúde. Os dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2014) mostram que 10,8% da população com
18 anos ou mais nas capitais brasileiras ainda mantêm o hábito.
O tabagismo é responsável por 200 mil mortes no Brasil anualmente e por 90% dos casos de câncer no pulmão, o mais letal.
Estima-se que, em 2015, existirão 27.330 novos registros desse tipo de tumor. Na contramão dessa redução, o consumo de tabaco
ilegal aumentou. Em 2008, 2,4% da população comprava cigarro
dessa maneira. O percentual passou para 3,7% em 2013, segundo
o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Entre adolescentes de 13
a 15 anos, a experimentação de cigarros caiu de 24,2% em 2009
para 19,6% em 2012, de acordo com a Pesquisa Nacional sobre
Saúde escolar.
Radar
Vacina poderá controlar
pressão por seis meses
Fonte: Correio Braziliense
dos medicamentos que inibem a ação da enzima conversora
da angiotensina, também chamados de inibidores de ECA. As
ECAs são substâncias químicas que transformam o sangue
"inativo quimicamente" em um constritor de vasos sanguíneos, levando ao estreitamento deles e, consequentemente,
ao aumento da pressão arterial. O fato de terem que ser ingeridos diariamente, porém, leva muitos pacientes a não se
medicar ou a fazê-lo incorretamente.
Células-tronco ajudam a
entender a bipolaridade
Fonte: Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB)
O avanço das pesquisas com células-tronco pode representar um grande passo para o entendimento e o tratamento de um problema que acomete cerca
de 15 milhões de brasileiros: o transtorno bipolar, distúrbio caracterizado
por alterações de humor extremas, em que o paciente vive fases alternadas
de depressão e euforia. Pesquisa realizada pela Escola de Medicina da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, permitiu aos cientistas identificar
diferenças em neurônios de pessoas que sofrem com a condição. Além disso, foi possível observar a maneira como as células nervosas se comunicam
e como respondem ao lítio, substância comumente usada em tratamentos
psiquiátricos.
Para isso, os cientistas começaram com a produção dos neurônios por meio
de um método bastante conhecido, no qual células da pele são transformadas em estruturas pluripotentes (com potencial para se converterem em
qualquer tipo celular) e, em seguida, estimuladas até se transformarem em
células do sistema nervoso. De forma ainda inicial, foi possível observar comportamentos diferentes entre os neurônios normais e os de pessoas com o
transtorno, principalmente nos sinais de cálcio, cruciais para o desenvolvimento do neurônio e de suas funções. Além do resultado, o método utilizado pelos norte-americanos representa um grande avanço para a ciência. Ao
regredir os neurônios obtidos a partir das células-tronco, foi possível analisar o comportamento das novas células em reação com o lítio, comumente
receitado a pacientes psiquiátricos.
Basta uma
dose contra
o HPV
Fonte: Correio Braziliense
Dois grandes ensaios publicados no The
Lancet Oncology mostram que apenas
uma dose da vacina bivalente contra o
papilomavírus humano (HPV) é suficiente
para proteger mulheres contra os dois tipos virais que provocam até 70% dos casos
de câncer cervical.
Embora seja cedo para falar de alteração
nas políticas de imunização - inclusive as
brasileiras, que recomendam três doses -,
pesquisadores acreditam que os resultados poderão otimizar recursos, favorecendo países com limitações financeiras para
imunizar meninas e mulheres.
Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
Doença que acomete um a cada quatro brasileiros adultos,
a hipertensão poderá ganhar um tratamento mais prático.
Em vez dos comprimidos diários, os pacientes receberiam
uma injeção de DNA que manteria a pressão arterial em níveis considerados normais por até seis meses. A possibilidade vem de uma pesquisa em andamento na Universidade de
Osaka, no Japão, e foi detalhada na edição mais recente da
revista Hypertension, da Associação Americana do Coração.
Segundo os autores, o funcionamento da vacina é similar ao
25
Perfil
Dr. Gustavo Fernandes é eleito
o presidente da SBOC
Em outubro, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) terá um novo presidente, o oncologista Gustavo dos Santos
Fernandes. Especialista em tumores gastrointestinais, atualmente é diretor-técnico do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês – Unidade Brasília, sendo responsável pelos trabalhos do local desde sua inauguração, há quase quatro anos. Fernandes
também é membro do Conselho Regional de Medicina e das Sociedades Americana e Brasileira de Oncologia.
Trajetória profissional
Filho de médico reumatologista, a decisão de seguir a carreira foi natural, pois sempre
se identificou com a profissão. Aos 18 anos foi cursar Medicina na Universidade Federal
da Paraíba. Com 23 anos e recém-formado fez residência em clínica médica no Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) e depois
residência em oncologia clínica no Hospital Sírio-Libanês, onde já atuou como chefe dos
residentes em oncologia.
Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
Desde que ingressou na área oncológica tem interesse especial por tumores gastrointestinais. É autor de três livros de medicina, participa com capítulos em mais de 20 publicações
de outros autores, tem mais de uma dezena de artigos científicos publicados. No ano passado recebeu o prêmio de revelação médica do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal.
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Em Brasília
Chegou à cidade em 2010, um ano antes de inaugurar a unidade do Hospital Sírio-Libanês. “Vim para cá verificar a
viabilidade da abertura do centro de oncologia, como uma
pesquisa de campo. Adoro a cidade. Aqui temos uma qualidade de vida muito boa. As pessoas têm um nível intelectual
bastante elevado. Acredito que a cidade tem muito potencial
de crescimento e desenvolvimento. Aqui o nível de exigência
é bastante alto e isso faz com que a prestação dos serviços
precise melhorar e se aperfeiçoar sempre”, disse Fernandes.
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Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
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Especialidade Médica
Brasil é o segundo país no
mundo em incidência de
câncer de pele
O envelhecimento da população tem influência direta na área da saúde, fato que está relacionado,
principalmente, ao aumento da existência e à prevalência de doenças crônicas como o câncer, ou
seja, o surgimento do câncer depende da intensidade e da duração da exposição das células aos causadores da doença.
Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
Os tipos de câncer com maior incidência são os tumores de
pele, sendo o Brasil o segundo país do mundo em existência
desse tipo de carcinoma, atrás apenas da Austrália.
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As causas do câncer de pele são variadas, podendo ser externas ou internas ao organismo, estando ambas inter-relacionadas. Cerca de 80% dessa patologia está relacionada ao meio
ambiente, onde se encontra um grande número de fatores de
risco. Entende-se por ambiente o meio em geral - a água, a
terra e o ar, o ambiente ocupacional –, o local de trabalho, o
ambiente de consumo - alimentos e medicamentos-, e o ambiente social e cultural – estilo e hábitos de vida. As causas internas são geneticamente pré-determinadas. Estão ligadas à
capacidade do organismo de se defender das agressões externas. Esses fatores causais podem interagir de várias formas,
aumentando a probabilidade de transformações malignas das
células normais.
De acordo com Instituto Nacional de Câncer – Inca, a neoplasia maligna mais frequente na população brasileira é o
carcinoma cutâneo, correspondendo a 25% de todas as lesões
malignas registradas no país. O câncer de pele é definido pelo
crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele.
Para a cirurgiã plástica Rosangela Santini Ferreira, os jovens
do sexo masculino são os mais vulneráveis a esse tipo de neoplasia. “O culto ao corpo pode levar a exposição solar prolongada. A mídia vende que uma pele bronzeada é sinônimo de
saúde e isso não é verdade. Acredito que com o tempo isso vá
diminuir, porque, na verdade, a exposição prolongada ao sol,
seja para adquirir um bronzeado ou pela prática de atividades
físicas, é um perigo muito grande para a saúde”, disse Santini.
“As pessoas se expõem ao sol continuamente e, como consequência, o câncer está aparecendo mais. O efeito é cumulativo ao longo dos anos. Como as pessoas estão vivendo mais,
ocorre o aumento do diagnóstico da doença. Além disso, algumas atividades profissionais deixam as pessoas mais suscetíveis a este tipo de patologia, como é o caso de funcionários da
construção civil, garis, carteiros e trabalhadores do campo”,
esclareceu Santini.
Segundo a presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos
Correios e Telégrafos do Distrito Federal, Amanda Corcino,
os carteiros do DF fazem a distribuição das correspondências
pela manhã. “Depois de várias reivindicações, conseguimos
mudar o horário das entregas. Essa ação foi justamente pensando na saúde dos nossos profissionais”, finalizou Corcino.
Fatores de risco:
•
Exposição solar (das 10 às 16h);
•
Idade e sexo;
•
Características da pele;
•
Histórico familiar;
•
Histórico pessoal;
•
Imunidade enfraquecida.
Algumas dicas para
evitar câncer de pele
•
Evite a exposição solar nos momentos mais quentes do dia (das 10 às
16h);
•
Use chapéu tanto na praia quanto ao praticar atividade física ao ar
livre;
•
Utilize diariamente protetor solar nas áreas expostas, tais como: rosto,
mãos, orelhas e pescoço;
•
Não recorra a solários para ficar com a pele morena;
•
Use sempre óculos de sol que bloqueiem os raios de sol agressivos aos
Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
olhos (UVA e UVB).
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Acidentes de trânsito custam
caro para a saúde pública
Em 2014, as internações representaram
R$ 183 milhões
para o Sistema Único de Saúde
O Brasil é o quinto país com mais vítimas graves por
acidentes no trânsito, atrás apenas da Rússia, EUA, Índia
e China. Segundo estimativa da OMS, 1,2 milhão de
pessoas morrem e cerca de 30 a 50 milhões ficam feridas, por ano, em decorrência de acidentes de trânsito em
todo o mundo. Os custos globais econômicos calculados
com acidentes de trânsito são de US$ 1,8 trilhão anuais.
De acordo com o Ministério da Saúde, em 2014, esses
acidentes responderam por 127.094 das internações no
Sistema Único de Saúde (SUS), com um custo de R$ 183
milhões. Com essas cifras, o ministro da saúde, Arthur
Chioro, afirmou que alguns estudos apontam para o impacto econômico com essa violência, somando gastos de
previdência social, saúde pública e privada, absenteísmo
na escola e no trabalho, entre outros. "Imagine o impacto
econômico dessa situação, num país que está envelhecendo e que já perde um número importante de pessoas
ativas por esse tipo de acidente", disse o ministro.
No Brasil, a cada ano, por volta de 45 mil pessoas perdem suas vidas em acidentes de trânsito. De acordo com
a pesquisa do Informe sobre Segurança no Trânsito na
Região das Américas, publicado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), neste ano, a taxa de mortalidade brasileira por acidentes de trânsito já chega a
22,5 a cada 100 mil habitantes. Esse dado coloca o País
na segunda posição no ranking dos países do Mercosul,
depois apenas da Venezuela. “Estamos vivenciando uma
epidemia de mortes no trânsito. Em especial, observamos
um cenário preocupante entre os jovens. Com altas taxas
de mortalidade estamos comprometendo o futuro e o
desenvolvimento de uma geração. Esse é um compromisso que deve envolver diferentes setores que lidam com
educação, fiscalização, adequação dos equipamentos e
a qualidade no atendimento de saúde”, afirma o ministro
da Saúde, Arthur Chioro.
Acidentes envolvendo
considerados epidemia
motocicletas
já
são
A violência envolvendo, particularmente, motos está se tornando uma verdadeira epidemia no País. O número de mortes no trânsito no Brasil foi de 42.266
pessoas em 2013, sendo que, a faixa etária da população de 18 a 24 anos
representou 17% do total das vítimas fatais, alta de 29% desde 2000.
As mortes em acidentes com motos representam 28% dos óbitos no trânsito, ou
seja, o índice de mortalidade de ocupantes de motocicletas, segundo a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) é de 5,49 mortos por 10 mil
veículos, mais que o dobro do índice de mortalidade registrado para ocupantes
de automóveis, que é de 1,97 e envolve principalmente pessoas entre 20 e 39
anos. Como a frota nacional de motos cresceu 247% em 10 anos, as internações por acidentes com esse tipo de veículo aumentaram 115% no período e o
custo para a saúde pública cresceu 170,8%.
O último levantamento realizado pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal informa que, no mês de junho deste ano, dos acidentes traumáticos atendidos pelo Samu,
15,89% envolveram motocicletas, o que totalizou 193
ocorrências.
De acordo com informações do Ministério da Saúde,
em 2014 o DF contabilizou 763 internações com vítimas desse tipo de acidente, representando um gasto de
R$ 1 milhão.
Em novembro, Brasília sediará o 2º Road Safety, Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito,
com o objetivo de repactuar metas e traçar novas estratégias do governo e da sociedade para garantir a segurança da população e salvar milhões de vidas.
Ciclistas: os novos vulneráveis dos
acidentes de trânsito no País
As bicicletas são um meio de transporte alternativo ou
opção de lazer e são conduzidas por pessoas de todas
as idades. Sem obedecer às regras de trânsito, os condutores se expõem a maiores riscos, trafegando em vias
públicas ou nas calçadas, onde disputam espaço com os
pedestres. Os traumas superficiais são mais frequentes
e se caracterizam por abrasões, contusões e lacerações,
mas o traumatismo craniano é o responsável maior pela
Perfil das vítimas de acidentes de moto
78,76% das vítimas de acidentes envolvendo
motociclistas são homens;
com faixa etária entre 20 e 39 anos;
19,6% consumiram bebida alcoólica antes do
acidente;
19,7% estavam sem capacete.
O perfil das vítimas foi registrado pelo Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes com pessoas atendidas
em serviços de urgência e emergência do Sistema Único
de Saúde em capitais brasileiras.
mortalidade ou invalidez.
Equipamentos de segurança
* capacete - produz um substancial efeito redutor na
mortalidade;
* luvas - reduzem as lesões das mãos e previnem a compressão de nervos;
* óculos especiais – protegem os olhos contra a exposição
do sol e a contusão ou perfuração por corpos estranhos.
Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
O Distrito Federal
As lesões
Os membros inferiores e superiores são os mais atingidos pelas lesões, sendo que as mais graves são as que se
localizam na cabeça. Cerca de 20% das vítimas atendidas precisam ser internadas, tal a gravidade das lesões.
Nas que morrem durante a hospitalização, a cabeça é a região mais atingida, seguida por acidentados que
apresentam múltiplas lesões.
33
Agosto
II Fórum de Telerradiologia
CFM/CBR
Local: Auditório do Instituto de Radiologia do
HC/FMUSP –São Paulo
Informações: portal.cfm.org.br/
Agosto
Data: 7 de agosto
I Simpósio Internacional
de Neurociências da ABP
Data: 29 de agosto
Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
Agosto
Local: WTC-Sheraton – São Paulo
34
Informações: www.abp.org.br/portal/sincabp
Curso de atualização em
Medicina do Trabalho
Data: 31/07 a 29 de agosto
Local: Brasília/ DF
Informações: www.ramazziniepare.com.br
SETEMBRO
XII Jornada Brasiliense de
Psiquiatria e VI Simpósio sobre
Depressão e Transtorno de
Humor Bipolar
Local: Brasília/ DF
Informações: www.apbr.com.br
SETEMBRO
Data: 18 e 19 de setembro
XIX Congresso Brasileiro
de Nutrologia
Data: 23, 24 e 25 de setembro
Informações: www.abran.org.br
49º Congresso da Sociedade
Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial
(SBPC/ML)
Data: 29 de setembro e 2 de outubro
Local: Centro de Eventos do Ceará (CEC), em Fortaleza
Informações: www.cbpcml.org.br/2015/
Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
SETEMBRO
Local: Hotel Maksoud Plaza – São Paulo
35
Artigo | Edno Magalhães
Humanização ou reumanização
na medicina
Não é de ontem ou de hoje que se percebe o atendimento médico como pouco atencioso, pouco educado pouco humano e,
em consequência, pouco eficiente. Resultado: deterioração da
relação médico-paciente.
Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
Em sua origem, a medicina ocidental era uma ciência essencialmente humanística. O seu sistema teórico era assentado
na visão que entendia o homem como ser dotado de corpo e
espírito. Médicos que professavam essa prática, como Hipócrates, não consideravam uma doença como problema de um
órgão, mas também daquilo que de mais humano existia no
homem e que o diferenciava dos outros organismos vivos: o
importante componente espiritual – a alma. Esse modelo de
médico e medicina é o que se perpetuou historicamente, com
algumas transformações até importantes no Ocidente até
pouco tempo atrás. Herdava-se assim a medicina hipocrática
à qual pouco se acrescentou. Com a chegada da Modernidade, muitos conceitos passaram a ser revistos, contestando-se
inclusive a Hipócrates, mas ainda assim até muito mais que
na Idade Média, a Medicina se mostrava como uma ciência
essencialmente humanística. Já no século XVII, com as bases
do método científico contemporâneo, o caráter humanístico
da medicina prevalecia, esta sendo vista não apenas como
ciência, mas também como arte.
36
A visão humanística da medicina persistiu na orientação de
diversas gerações de médicos em todo o mundo, mesmo durante o século XIX, com o chamado método científico.Importantes descobertas e progressos ocorridos na segunda metade
do século XIX na área de patologia, análises laboratoriais, nas
ciências físicas, químicas e biológicas, aliados ao grande desenvolvimento tecnológico, vieram favorecer os médicos em
relação aos seus diagnósticos e eficácia na cura de doenças
em função do surgimento de novos e eficazes medicamentos.
A partir daí, o apoio fundamental da medicina era a soma
das ciências exatas e biológicas, muito mais que as ciências
humanas.
Já a partir da segunda metade do século XX, grandes descobertas no âmbito da biologia molecular que culminaram
com o fabuloso sequenciamento quase completo do genoma
humano fazem crer que, muito em breve, se descobrirão as
verdadeiras causas de quase todas as doenças que agridem
a humanidade e mais ainda por manipulações genéticas, os
tratamentos preventivos poderão alcançar uma efetividade
jamais experimentada pela
medicina.
Naturalmente, no decorrer
do século XX, não apenas os
médicos sofreram influências de mudanças impostas
por métodos científicos, mas
também aqueles que estudavam a medicina.
A partir da segunda década
do século XX, ocorreu uma
verdadeira revolução no
ensino da medicina nas escolas médicas americanas.
Alterações já vinham sendo
analisadas e avaliadas em relação ao ensino médico e houve
quem se aproveitasse dessa discussão de ideias para se apresentar ao mundo como se fosse o criador do novo ensino da
medicina.
Em 1919, o mundo tomou conhecimento do famoso relatório
Flexner, que nada tem a ver com o conceituado médico patologista Simon Flexner, e sim com um educador, seu irmão,
Abraham Flexner. Esse educador, após vistoriar, de forma deficiente e superficial, as 155 escolas de medicina então existentes nos Estados Unidos, propôs alterações que levaram ao
fechamento de 120 dessas escolas. A proposta de mudanças
no ensino médico defendida por Flexner, o educador, adotava
como base a falta de relação entre a formação científica e o
trabalho clínico o que impedia o melhor controle de qualidade.
Vale referir, em relação à integração de formação científica e
trabalho clínico, a atuação do médico canadense William Osler (1849-1919), um dos quatro fundadores do Johns Hopkins
Hospital, que foi o primeiro professor de Medicina a levar
estudantes da sala de aula para a formação clínica de cabe-
Para alguns médicos preocupados com a “desumanização
da medicina”, a culpa seria do “método flexneriano”. Para
outros, seria o progresso tecnológico. Talvez, em realidade,
essas pessoas queiram colocar a culpa na evolução da ciência
médica e no progresso tecnológico pela chamada “desumanização da medicina”.
A meta principal da ciência foi sempre a melhora da vida do
ser humano na Terra. A transitoriedade da verdade científica
exige revisão contínua de conceitos. A obtenção permanente
e reprodutível de conhecimentos é meta sempre presente na
prática da medicina.
O progresso tecnológico, no que concerne à prática médica,
ocorreu e ocorre a reboque das necessidades da Medicina.
Veio para ajudar, e não para desumanizar. O desenvolvimento científico e a relevância social devem caminhar lado a lado.
O que não se pode admitir é um sistema de saúde dependente
da incompetência e má gestão da coisa pública, associado a
pressões das operadoras de planos de saúde, cujos desmandos
ocorrem impunemente no Brasil.
Como pode uma consulta rápida, de dez minutos e fria, satisfazer o paciente que, por muitas horas, aguardou no ambulatório superlotado pela sua vez? Falha a perspectiva de
que o médico conheça melhor o seu paciente, descubra suas
queixas, possa averiguar seu passado, seus anseios e angústias, podendo então oferecer-lhe o alívio de que terá o seu
problema encaminhado.
onde começar? Por questão estratégica, devemos começar
pela base. E o que é a base para esta questão? São os alunos
das escolas de medicina. Pela sua faixa etária, esses alunos já
chegam à escola médica contaminados pela sociedade em que
vivem desde a adolescência em seu país. País onde a violência
nos centros urbanos caminha junto à impunidade, corrupção,
abuso de poder e desrespeito à vida, atingindo todas as classes sociais. Essa sociedade está bem descrita em matéria da
Revista Época – Julho 2014, de autoria da colunista Ruth de
Aquino, a respeito de um roubo com assassinato num bairro
do Rio de Janeiro:
“O latrocínio (assalto seguido de morte) é coisa nossa, quase
não acontece em países civilizados. Nas estatística disponíveis, 164 pessoas são mortas por dia no Brasil.
Somos reféns, podemos não chegar vivos em casa e sabemos
o risco de perder alguém querido. Por isso nos tornamos piores, mais agressivos ou medrosos. Isso é barbárie, uma sociedade sem educação, sem humanidade, com total desprezo a
leis que existem para não ser cumpridas”.
Não podemos nos ocupar polemizando, enquanto pacientes
chegam a perder as grandes possibilidades que a medicina
atual pode oferecer-lhes.
Sem a união entre a ciência, a ética e a dedicação ao próximo, desaparece o caráter humano essencial à verdadeira
medicina.
Não há que humanizar ou reumanizar a Medicina., por si
própria e por definição, a medicina é uma atividade humana,
exercida por seres humanos, para seres humanos. Daí porque
“Humanização ou Reumanização na Medicina”.
Por falhas na sua formação e por exposição a mazelas de um
sistema público de saúde mal administrado e até vítima de
danosa utilização para fins políticos, os médicos não conseguem praticar a verdadeira arte de curar, inclusive com melhor mobilização de recursos tecnológicos.
REFERÊNCIAS
O prejuízo maior ocorre principalmente naquilo que o paciente mais percebe: falta de oportunidade de conversar
com o seu médico, de ver o seu rosto, de saber o seu nome.
O médico, por sua vez, não conhece o rosto, nem o nome do
paciente.
3. Lopes AC. Relação médico-paciente: humanização é fundamental. Disponível em: HTTP://sbcm.org.br/site/index.php?option=com_content &view.
Acesso em julho 2014.
Desumaniza-se a relação médico-paciente. Esta sim, precisa
ser recuperada com urgência. Recuperada pelos médicos,
apesar do sistema público de saúde e dos planos de saúde. Por
5. Muccioli C, Campos MSQ, Dantas PEC, Goldchmit M, Bechara SJ, Costa VP,
Matayoshi S. A humanização da Medicina. Arq Bras Oftalmol. 2007;70(6):
897.
1. Aquino R. Nossa guerra particular. Revista Época; 21 jul 2014, p. 98.
2. Gallian DMC. A (Re)humanização da Medicina. Disponível em: http://
www.epm.br/reitoria/cehfi/index.htm. Acesso em julho 2014.
4. Magalhães E. Discurso de posse na Academia de Medicina de Brasília,
junho 2011.
Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
ceira. Sir William Osler, pelos seus trabalhos na medicina, é
conhecido até hoje como pai da medicina moderna. Atribuise a esse grande educador-médico uma frase que se tornou
célebre dentro da medicina: “Se os pacientes fossem iguais, a
medicina não seria uma arte. Seria uma ciência”.
37
38
Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
Notícias AMBr
Para todos os eventos e estilos
Também dentro da sede da AMBr encontra-se o Espaço Prime. Moderno, o complexo é composto por um salão de festas
Vem aí a Noite do
Brega da AMBr
Em 31 de julho (sexta-feira), às 20h, o salão do
Espaço Prime será palco de mais um tradicional Happy Hour da AMBr. O primeiro do segundo semestre de 2015 trará uma animada Noite
do Brega. A entrada é gratuita. Informações
2195-9700
Save The Date
A tradicional Festa do Médico
da Associação Médica de Brasília já tem data marcada. Será
no dia 17 de outubro, às 22h,
no Espaço Prime da AMBr.
para até 400 convidados, espaço para noivas e camarim. Este
ambiente pode ser aproveitado junto ao Bosque, dando continuidade ao evento.
Para saber sobre os espaços para eventos da AMBr, acesse
nosso site ou faça contato com o departamento de eventos,
pelo telefone 2195-9722 ou no e-mail [email protected]
Associados e instituições parceiras da área médica têm valores diferenciados.
Clínica de Golfe
A Associação Médica de Brasília é a mais nova parceira do Clube de Golfe de Brasília. A partir de agora, os
associados poderão participar das clínicas de golfe e
dos treinamentos com preços diferenciados.
As clínicas de golfe consistem em pequenos treinamentos compostos de teoria e prática para aqueles
que têm interesse em entender mais sobre o esporte.
São, aproximadamente, duas horas em que os instrutores explicam detalhadamente as regras e a forma
como deve ser praticado. Fiquem atentos às datas no
site www.ambr.org.br
Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
Pensado em cada detalhe e projetado para receber eventos
ao ar livre, o Bosque da AMBr é o mais novo ambiente da
Associação Médica de Brasília. O espaço é composto por um
bosque de 1.500 m² e um gazebo de pequizeiros sob o céu de
Brasília. O local tem como proposta receber pequenos grupos
que buscam uma recepção única e diferenciada. Casamentos,
festas Happy Hours, encontros de amigos, tudo cabe, se o motivo for festejar, reunir ou comemorar.
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Fotos: André Vilarim
Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
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A Associação Médica de Brasília promoveu em 13 de
junho a 21ª edição do Arraiá do Dotô. A festa reuniu
3.500 pessoas nesta que é considerada uma das
melhores festas juninas do calendário brasiliense.
Antes mesmo de terem acesso ao arraiá, os convidados
foram recepcionados por uma banda de forró, entrando
no ritmo da animação desde o estacionamento. Lá
dentro, a animação ficou por conta do Grupo Só pra
Xamegar e da dupla Roniel e Rafael, tudo regado com
farta oferta de bebida e comidas típicas.
Segundo o presidente da Associação Médica, Luciano
Carvalho, a festa é um momento de as pessoas se
encontrarem para uma noite de descontração. “É uma
satisfação enorme poder sentir o clima de alegria dos
convidados e ver a integração das pessoas presentes”,
disse o presidente.
A convidada Mércia Cristine Magalhães, esposa do
médico associado Roberto Cordeiro Gonçalves, garante
que o Arraiá do Dotô é a melhor e mais animada festa
junina da cidade."Dançamos muito e matamos a
saudade das comidas e bebidas típicas. A festa foi bem
organizada e teve fartura de tudo", elogiou.
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Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
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Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
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Foto: Luciana Ferreira
Foto: Karina Bueno
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I Curso de Atendimento ao Cliente para Clínicas e Consultórios Médicos
Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
Foto: Cidney Martinhs
Foto: Karina Bueno
Carlos Sabino, Luciano Carvalho, José David e Jorge Araújo
Ronaldo Caiado, Lairson Rabelo, Gutemberg Fialho, Luiz
Henrique Mandetta e Luciano Carvalho
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Luciano Carvalho participa do Test Drive da Jeep na AMBr
Campanha
para detectar o vírus da hepatite C
O Brasil possui 2 milhões de brasileiros
infectados com o vírus da hepatite C. Segundo
dados do Ministério da Saúde, a doença é responsável por 70% das hepatites crônicas e 40%
dos casos de cirrose. Preocupado com o número
alarmante de contaminados, o governo do Distrito Federal promove uma campanha para a
detecção do vírus.
Outra vantagem do novo tratamento, segundo o
Ministério da Saúde, é a duração de 12 semanas, contra as
48 semanas da terapia atual. Os novos remédios provocam
menos desconforto aos pacientes, uma vez que todo o
tratamento é por via oral.
Diferentemente das hepatites A e B, quase todas as
pessoas que adquirem a hepatite C desenvolvem doença
crônica e lenta, sendo que a maioria é assintomática ou
apresenta sintomas muito inespecíficos, como letargia,
dores musculares e articulares, cansaço ou náuseas.
Assim, o diagnóstico só costuma ser realizado por meio
de exames para doação de sangue, exames de rotina ou
quando sintomas de doença hepática surgem, já na fase
avançada de cirrose.
De acordo com David, o objetivo é que os médicos incluam
o pedido nas solicitações de rotina dos pacientes, uma vez
que a gravidade da doença está no silêncio dos sintomas
e das manifestações, ou seja, a maioria dos infectados não
sabe que possui o vírus e está em um grau avançado da
infecção. “Precisamos que nossos colegas de profissão nos
ajudem nesse desafio que é diagnosticar, num contingente
de milhares de pessoas, os infectados. O exame é simples e
realizado em qualquer posto de saúde”, disse.
Segundo informações da biofarmacêutica Giead Sciences,
responsável pela fabricação do medicamento, o Ministério
da Saúde pediu urgência na aprovação do fármaco com
taxa de cura superior a 90% pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa), diante da combinação de
inovação e custo oferecida pelo tratamento. Com a nova
tecnologia, a expectativa é que o número de pacientes que
recebem o tratamento triplique em relação aos 10 a 12 mil
por ano atualmente.
No momento, há oito estudos clínicos em andamento.
Até o fim do ano, a previsão é de abertura de laboratório
de controle de qualidade e de um armazém e centro de
distribuição em Brasília, escolhida por ser a sede do
governo brasileiro.
Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
De acordo com o infectologista da Secretaria de Saúde
e um dos coordenadores da campanha José David Brito,
o alerta principal é para os colegas de profissão quanto
à importância de solicitar e estimular os pacientes que
nasceram entre 1945 e 1980 (faixa etária predominante
dos infectados) para a realização do exame- uma vez que,
a partir de agosto, o Brasil terá uma medicação moderna
que curará do vírus em torno de 90% dos infectados. O
tratamento usado atualmente tem eficácia de cura que
varia entre 50% e 70%.
45
Transmissão
O vírus da hepatite C transmite-se, principalmente, por via
sanguínea, bastando uma pequena quantidade de sangue
contaminado para transmiti-lo. Ele entra na corrente
sanguínea de alguém por meio de um corte ou uma ferida, ou
na partilha de seringas. A transmissão por via sexual é pouco
frequente e o vírus não se propaga no convívio social ou na
partilha de objetos. Apesar de o vírus já ter sido detectado
na saliva, é pouco provável a transmissão através do beijo, a
menos que existam feridas na boca.
O risco de uma mãe infectar o filho durante a gravidez é
de cerca de 6%. A maior parte dos médicos considera a
amamentação segura, já que, em teoria, o vírus só poderia
ser transmitido pela junção de duas situações: a existência
de feridas nos mamilos da mãe e de cortes na boca da criança.
Por vezes, são detectados anticorpos nos filhos de mães
portadoras, o que não significa que a criança esteja
contaminada. Por isso, é recomendado que só quando a
criança completar de 12 a 18 meses de vida sejam feitos os
testes para saber, de fato, se ela foi ou não infectada.
AMBr na campanha
Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
Durante o Arraiá do Dotô, que ocorreu em 13 de junho na
AMBr, todos os participantes da festa puderam fazer o
exame de detecção do vírus da hepatite C. A parceria foi
realizada com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, que
disponibilizou o material usado para a realização do exame.
46
A médica Domênica Fachinelli foi a responsável por fazer
os exames e esclarecer as dúvidas dos convidados sobre a
doença. “Essa parceria foi de extrema importância, pois
nosso trabalho está sendo como achar uma agulha no
palheiro, ou seja, uma festa que reúne milhares de pessoas
é uma oportunidade especial de aplicar o teste”, disse a
médica.
Segundo Marcus Vinicius Minuzzi, que fez o teste durante
o Arraiá, houve agilidade e rapidez no exame. “Foi uma
grande iniciativa. Vir a uma festa e conseguir fazer um teste
de extrema importância, pra mim, foi muito legal”, finalizou
Minuzzi.
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Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
Gourmet
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Você sabia que a AMBr
tem uma horta?
A AMBr mantém nas dependências da Associação uma horta orgânica. O local foi
escolhido pelo fácil acesso aos associados, que podem colher os alimentos cultivados. No espaço estão plantados alguns tipos de verduras, legumes e frutas.
A nutricionista Fabiana Nalon mostra a importância dos nutrientes dos alimentos
que são cultivados na AMBr.
Cebolinha: vegetal de sabor forte e característico, a cebolinha possui propriedades bactericidas e, como a maioria
dos vegetais de cor verde- escuro, é fonte de vitamina A e C.
Pode ser utilizada no preparo de temperos e no cozimento
de caldos. Seu consumo diário aumenta o teor de fibras e
micronutrientes da refeição. O cheiro da cebolinha estimula
e liberação de sucos digestivos e, por isso, auxilia a digestão
e estimula o apetite.
Repolho*: fonte de boro, micronutriente que atua no funcionamento do cérebro e na função psicomotora e cognitiva. Além disso, o repolho é fonte das vitaminas A e C, além
das do complexo B (tiamina, riboflavina e ácido fólico) e
fibras. O repolho roxo possui antocianina, pigmento que
confere a cor roxa ao vegetal e cuja ação antioxidante está
associada a renovação celular, combate aos radicais livres e
prevenção do envelhecimento celular.
Couve*: como a maioria dos vegetais de cor verde- escuro,
a couve é fonte de fibras e das vitaminas A e C. Seu consumo favorece a saciedade e, devido ao baixo conteúdo em
calorias, a couve é bem-vinda em dietas de emagrecimento
e controle do índice glicêmico.
*Tanto o repolho quanto a couve são espécies da família
Cruciferae, reconhecida pela riqueza em nutrientes como
vitamina A, vitamina C, além de minerais e fibras. Os vegetais crucíferos são considerados anticancerígenos e indicados para a prevenção do envelhecimento celular. Outras
espécies da mesma família são o brócolis, a couve -de- bruxelas e a couve- flor.
Pimenta: a maioria das pimentas é fonte de uma substância
chamada capsaicina, com potente ação vasodilatadora, descongestionante e, estimulante da liberação de endorfinas no
cérebro. É também fonte natural das vitaminas A e C.
Boldo: ajuda a aliviar azia, gastrite e má digestão. Deve ser
usado ocasionalmente, quando a má digestão é proveniente
da ingestão de uma refeição mais pesada que o habitual ou
quando houve exagero no consumo de bebida alcoólica. É
importante ressaltar que pessoas com má digestão crônica
devem consultar um médico para verificar a causa.
Cana: dos bambus da cana é possível extrair o caldo de cana, líquido extremamente doce do qual derivam o melado
de cana, a rapadura e todos os tipos de açúcar de mesa, do
mascavo ao branco refinado. Tanto a cana quanto seus subprodutos possuem alto valor calórico e índice glicêmico elevado, não devendo ser usada por diabéticos, pessoas com
intolerância aos carboidratos ou resistência à insulina.
Banana: fonte de carboidratos e minerais, como o potássio.
Muito versátil, pode ser consumida in natura ou em preparações como vitamina e, bolo, ou acompanhada de aveia ou
outras farinhas e cereais. Quando verde, pode ser utilizada
para o preparo de “biomassa de banana” ou “farinha de banana”, ambas são fonte de amido resistente, um tipo de amido que não é digerido completamente e que colabora para
o bom funcionamento do intestino, por meio do aumento
do volume do bolo fecal e melhora da microbiota intestinal.
Tanto a biomassa quanto a farinha podem ser usadas para
substituir a gordura e o glúten em preparações culinárias
resultando em redução da densidade calórica e do índice
glicêmico das preparações, e aumentando seu conteúdo em
fibras e minerais.
Quiabo: por ser um vegetal rico em fibras solúveis, o quiabo
possui poucas calorias e seu consumo promove saciedade,
reduz o índice glicêmico da refeição e garante efeito laxativo.
Graviola: o fruto maduro é fonte de carboidratos, especialmente a frutose, além de minerais como zinco e fósforo e
das vitaminas C e do complexo B. A carne branca, suculenta
e aromática é empregada em sorvetes, vitaminas e sucos.
O princípio ativo extraído das folhas da graviola tem sido
estudado quanto às possíveis ações anti-inflamatória e antioxidante.
Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
Alface: vegetal rico em fibras e água, cujo consumo favorece a saciedade. As folhas de alface, assim como saladas cruas
em geral, devem ser evitadas apenas em situações onde seja
necessário o repouso do aparelho digestivo, por exemplo,
em diarreias agudas e gastrites severas.
49
Fonte/Imagem: casa.abril.com.br
Horta da Casa - Romero Melo
Aprenda a fazer uma horta
orgânica em casa
Fazer uma horta em casa aumenta o contato com a natureza,
além de fazer bem para a saúde e o bem-estar da família, que
irá ingerir alimentos mais saudáveis e livres de agrotóxicos.
É preciso ficar atento e tomar alguns cuidados na hora de
montar a sua horta. Elas podem ser feitas em todos os tipos de
casa e apartamentos, só precisam ser adaptadas ao espaço e
aos recursos disponíveis.Para montar uma horta em espaços
pequenos, como apartamentos, prefira os vasos. Eles podem
ser de qualquer tamanho, apenas assegure-se de só plantar
espécies que se adaptarão ali.
seus aspectos físico (textura e estrutura), químico (nutrientes) e biológico (organismos vivos existentes no solo).
Passo a passo:
Espécies: escolha com cuidado o tipo de vegetal que você
irá plantar. Cada espécie precisa de um tipo de tratamento e
possui um ciclo de crescimento próprio. Informe-se na hora
de comprar mudas e sementes e verifique se aquele tipo se
adequará à sua horta.
1. Escolha um vaso com furos;
2. Encha um terço do vaso com brita ou pó de brita,
para a drenagem;
Local: o lugar da instalação da horta tem de ser de fácil acesso, com a maior insolação possível, água disponível em quantidade e próxima ao local. Não devem ser usados terrenos
encharcados. Os canteiros devem ser feitos na direção nortesul, ou voltados para o norte, para aproveitar melhor o sol.
No local da horta não é aconselhável a entrada de galinhas,
cachorros ou coelhos.
Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
3. Coloque uma mistura de duas partes de terra,
uma parte de composto orgânico e uma parte de
húmus até a borda do vaso;
50
4. Espalhe um pouco de areia;
5. Plante as mudas.
Antes de iniciar sua horta, fique atento aos seguintes fatores:
Clima: ele é determinante na adaptação de certas culturas e
deve ser levado em consideração na seleção de variedades. As
diferenças entre estações, quanto à temperatura e ao volume
de chuva devem ser verificadas, servindo como base para um
calendário de épocas de plantio.
Solo: muita atenção ao tipo e ao cuidado do solo. O solo é considerado um organismo vivo, que interage com a vegetação
em todas as fases de seu ciclo de vida. Deve ser analisado em
Fonte/imagem: www.revistaqualimovel.com.br
Destinos
Praga: a pérola
do Oriente
Praga - República Tcheca
Praga é a maior capital da República Tcheca. Localizada no
leste europeu, é reconhecida mundialmente por seu museu a
céu aberto. Chamada de pérola do Oriente, a cidade é formada por uma arquitetura que vai do gótico ao renascentista,
com prédios modernos que convivem lado a lado com um dos
maiores castelos do mundo. Andar em Praga significa atravessar inúmeras vezes a famosa ponte Carlos, construída em
1357, e vaguear repetidamente pelas mesmas vielas.
A capital da República Tcheca é agitada durante todo o dia.
Quem for à cidade poderá aproveitar desde a sua vida noturna, às diversas galerias de arte, ou ainda encontrar um
enorme número de turistas a cada passo dado. A bela cidade
foi criada para ser conhecida a pé. Durante os passeios é inevitável não parar em um simpático café art-noveau ou num
bar para degustar uma deliciosa cerveja de trigo.
Praga é um exemplo de todos os estilos e orientações artísticas. O centro histórico se estende ao longo das duas margens
do Rio Moldava e é formado por seis bairros, que no passado
eram cidades independentes, unificadas no século XVIII. Os
bairros são: Staré Mesto (Cidade Velha), Josefov (Cidade Hebraica), Nové Mesto (Cidade Nova), Malá Strana (Cidade Pequena), Hradcany e Vysehrad. Nesse último, está concentrada
a maior parte dos monumentos, dos museus e das galerias da
cidade.
O que visitar:
Ponte Carlos: Chegando à ponte, a mais famosa da capital,
perca um tempinho tirando fotos, olhando os artesanatos e
até comprando alguma lembrança. Atravesse-a devagar para
admirar o rio a cada passo e tocar na estátua de São João Nepomuceno. Diz a lenda que quem faz isso volta a visitar Praga.
O Castelo de Praga: O Castelo está no Guinness Book como o
maior do mundo e é a sede do presidente da República desde
1918. Atenção especial às regras do castelo. É proibido andar de bicicleta, carregar bandeiras ou gritar. Há câmeras de
vigilância em todo o pátio 24 horas por dia. No terreno do
castelo está a Catedral de São Vito, construída no imponente
Bairro judeu: Na Idade Média, a comunidade judaica de Praga vivia confinada em um gueto cheio de regras. Em 1850, a
área voltou a ser incorporada à cidade. Hoje, o bairro é considerado um dos mais ricos da cidade.
Onde comer:
São inúmeras as opções de restaurantes no centro de Praga,
notadamente em Mala Strana. A maioria, com preços mais
altos por conta do grande fluxo de turistas. Um pouco mais
afastada, fora do circuito turístico, em Nové Mesto, há casas
mais voltadas para o público local, com cardápios variados,
preços mais justos e serviço um pouco mais displicente. O
mesmo vale para os cafés e bares, sempre muito autênticos
e divertidos.
Onde ficar:
Praça da cidade velha: Ao final da ponte já se encontra o
bairro velho, com a principal praça de Praga. Lá está a igreja
Týnský, onde é possível visitar a torre e ter uma das mais bonitas vistas da cidade. Há também a Torre do Relógio Astronômico, fundada em 1338. O relógio é um espetáculo à parte
e serve, o dia todo, de cenário de fotos para casais que estão
se casando. A praça ainda possui serviços guiados de aluguel
de carruagem e carros antigos para se fazer um passeio pelo
bairro. Aqui também é possível sentar-se em algum dos bares
ou restaurantes que dispõem mesas na rua, tomar um café ou
um drink e admirar as belíssimas construções.
Informações:
Línguas: Tcheco e eslovaco. O inglês é amplamente difundido
Moeda: Koruna (Coroa Tcheca)
Como ligar para o Brasil: Não é possível fazer ligações a
cobrar para o Brasil. Use um cartão telefônico.
Visto: Não é necessário
Saúde: Não há exigências específicas
Melhores épocas para visitar: Primavera e outono
Fontes:
http://viajeaqui.abril.com.br/cidades/republica-tcheca-praga
http://www.czechtourism.com/pt/a/prague-myths-and-legends-magical-prague/
http://viajarpelaeuropa.eu/praga/
http://www.prague.eu/en
http://essemundo.com.br/praga-hospedagem-e-roteiro/
http://turismo.ig.com.br/destinos-internacionais/2012-06-20/o-melhor-de-praga-em-um-dia.html
Fonte/Imagens: http://postaismundo.blogspot.com.br
http://desenvolturasedesacatos.blogspot.com.br/
Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2015
estilo gótico durante 600 anos. É possível visitar o interior da
igreja, mas, se estiver com o tempo curto, melhor ver apenas
a área comum da catedral. A visita completa não leva menos
de 40 minutos.
Praga oferece uma diversidade de hotéis. A preços acessíveis,
é possível ficar em hostel ou em um luxuoso 5 estrelas. Na
hora de escolher, a maioria dos turistas opta pelos distritos
Praha 1 e 2. O primeiro é o centro geográfico da cidade, próximo das principais atrações, restaurantes, serviços e lojas. Os
poréns são os preços mais altos e o barulho. O segundo, cobre
a cidade nova, Vynohrad e Vysehrad, está próximo da estação
ferroviária central e da Praça Venceslau.
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DIAGNÓSTICO MOLECULAR
DE DOENÇAS SEXUALMENTE
TRANSMISSÍVEIS
(C. trachomatis e
N. gonorrhoeae)
Vários trabalhos confirmam a baixa sensibilidade do diagnóstico clínico da infecção pela clamídia e pelo
gonococo, principalmente no que se refere à clamídia, pois cerca de 70% das mulheres infectadas são
assintomáticas. Assim, recomenda-se a triagem diagnóstica da infecção pela clamídia para todas as mulheres
sexualmente ativas, menores de 26 anos, e para as populações de risco, buscando-se o tratamento precoce
e a prevenção de complicações.
As infecções por C. trachomatis e N. gonorrhoeae são melhor diagnosticadas por meio de testes de
amplificação de ácidos nucleicos por possuírem maior sensibilidade e especificidade.
Considerando a importância do diagnóstico acurado das doenças sexualmente transmissíveis, o Laboratório
Sabin disponibiliza o diagnóstico molecular, por meio de técnica PCR, das infecções por C. trachomatis e
N. gonorrhoeae. O teste é realizado em equipamento automatizado, tem alta sensibilidade e especificidade
e os resultados são liberados individualmente para os dois patógenos. A investigação pode ser realizada em
espécimes de urina masculina e feminina, em secreções endocervical, vaginal e uretral masculina.
• Centers for Disease Control and Prevention (CDC). CDC Grand Rounds:chlamydia prevention: challenges and
strategies for reducing disease burden and sequelae. http://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/mm6012a2.
htm?s_cid=mm6012a2
• Piazzetta RCPS et al. Prevalência da infecção por Chlamydia Trachomatis e Neisseria Gonorrhoea em mulheres
jovens sexualmente ativas em uma cidade do Sul do Brasil. Rev Bras Ginecol Obstet. 2011; 33(11):328-33.
• Redmond SM, Alexander-Kisslig K, Woodhall SC, van den Broek IV, van Bergen J, Ward H, Uusküla A, Herrmann B,
Andersen B, Götz HM, Sfetcu O, Low N. Genital Chlamydia Prevalence in Europe and Non-European High Income
Countries: Systematic Review and Meta-Analysis. PLoS One. 2015 Jan 23;10(1):1-19.
• U.S. Preventive Services Task Force. Screening for Chlamydia and Gonorrhea: Recommendation Statement. Am Fam
Physician. 2015 Apr 1;91(7):486.
ISO
9001:
2008
Central de Atendimento:
61 3329-8000
Dr. Alexandre Cunha, CRM 12881-DF
Médico Infectologista
Consultor Médico do Laboratório Sabin.
RT: Dra. Sandra Soares Costa, CRF 402 - DF
A Chlamydia trachomatis e a Neisseria gonorrhoeae há muito vêm sendo consideradas importantes agentes
entre as doenças sexualmente transmissíveis. Essas infecções, quando não tratadas, podem acometer o
trato reprodutivo superior e levar à doença inflamatória pélvica e suas complicações, como infertilidade, dor
crônica, gravidez ectópica, abortamento, prematuridade e infecções congênitas, perinatais e puerperais.
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