www.ambr.org.br
ISSN 2316-5065‡ $12;,,‡1ž‡2878%52‡38%/,&$d®2%,0(675$/'$$662&,$d®20e',&$'(%5$6Ì/,$²$0%U
Duas óticas sobre
a saúde pública brasileira
Ź Novo modelo de gestão da AMBr apresenta seus primeiros resultados
Ź CFM e SBGG condenam práticas de medicina antienvelhecimento
Ź Festa do Médico 2012 da AMBr: dia 20 de outubro viaje num sonho tropical
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Editorial
www.ambr.org.br
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Duas óticas sobre
a saúde pública brasileira
Ź Novo modelo de gestão da AMBr apresenta seus primeiros resultados
Ź CFM e SBGG condenam práticas de medicina antienvelhecimento
Ź Festa do Médico 2012 da AMBr: dia 20 de outubro viaje num sonho tropical
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É uma alegria para nós, editores da revista Médico em Dia, poder inaugurar essa nova
fase da publicação da AMBr oferecendo a você, nosso leitor, uma viagem por temas tão
relevantes e interessantes. Procuramos fazer uma revista diversificada, isenta e agradável
de ler, que informe, que abra necessário espaço para o debate de temas polêmicos, mas
que também suavize a mente e alma com arte, cultura, dicas e lazer.
A tônica desta edição especial é, sem dúvida, a mudança, claramente espelhada na própria publicação e na entrevista com o nosso Diretor de Comunicação, Paulo Feitosa, onde
ele contextualiza as mudanças dos canais com as diretrizes estratégicas da atual gestão
da AMBr. Mais filosoficamente a mudança se reveste de adaptabilidade na Palavra do
Presidente como uma premissa para a sobrevivência das entidades de classe, assim como
ocorre na natureza.
A coluna Gestão da Saúde, do Dr. Elias Couto, segmenta o tema, mostrando que o mercado mudou e que médicos se tornaram empreendedores e hoje necessitam entender de
gestão! A mudança está também subliminarmente nas temáticas políticas, onde os interlocutores divergem em seus pontos de vista, mas nunca sobre a necessidade de mudar.
A Saúde Pública, consenso geral, precisa mudar! Óticas diferentes nas entrevistas deixam
para o leitor a análise dos melhores caminhos.
Já no perfil, temos a bagagem do Dr. Edson Porto, primeiro CRM de Brasília, um pioneiro
que vivenciou a construção da nova capital do Brasil no meio do cerrado. Desta feita, a
mudança se chamava sonho. No campo da saúde a matéria sobre os perigos das práticas
de antienvelhecimento faz um alerta para aqueles que não querem deixar o tempo mudar
sua aparência e fazem uso de hormônios sem efetividade comprovada.
Mudanças, mudanças, cada vez mais rápidas e surpreendentes, nos deixando em meio a
dúvidas e dilemas. Nem mesmo um livro ou um filme são os mesmos quando o lemos ou
vemos pela segunda vez, pois nós já não somos mais os mesmos! A mudança É, não há
como evitar. Somos afetados todo o tempo por nossas experiências exteriores e interiores,
num processo contínuo de evolução e adaptabilidade.
Esperamos que gostem da revista tanto quanto nós gostamos de criá-la para você.
Uma ótima leitura!
Cristiane Kozovits
Editora- Chefe
Dr. Luciano Gonçalves
de Souza Carvalho
Presidente
%HQWR9LDQD
Diretoria Executiva
Dr. Evaldo Trajano Filho
Vice-Presidente
Dr. Jorge Gomes de Araujo
Diretor Administrativo
Delegados
DIRETOR RESPONSÁVEL
Dr. Carlos Jose Sabino Costa
Diretor Econômico-Financeiro
EFETIVOS
Dra. Edna Marcia Xavier
Paulo Henrique Ramos
Feitosa
Dr. Alexandre Morales
Castillo Olmedo
Dr. Paulo Henrique Ramos Feitosa
Diretor de Comunicação
e Divulgação
Dr. Jose Nava Rodrigues Neto
Dr. Luiz Augusto Casulari
Roxo da Motta
Diretor de Editoração Científica
Diretor Científico e de Ensino
Médico Continuado
Dr. Eudes Fernandes de Andrade
Dr. Fernando Fernandes Correia
Diretor Social e
de Atividades Culturais
Dr. Adalberto Amorim
de M. Junior
Dr. Antonio Geraldo da Silva
EDITORAÇÃO
Dra. Olimpia Alves Teixeira Lima
Diretora de Relações
com a Comunidade
Dr. Bruno Vilalva Mestrinho
Grifo Design
Conselho Fiscal
TITULAR
Dr. Márcio de Castro Morem
Dr. Carlos Alberto
de Santa Ritta Filho
Cristiane Rodrigues Kozovits
JORNALISTA RESPONSÁVEL
Marina Gomes Barbosa
(RP: 015253/2011 DF)
Dr. Sergio Tamura
REVISÃO
Dr. Aloísio Nalon Queiroz
Maria Carolina Lopes
(RP: 7190/DF)
SUPLENTES
Dr. Baelon Pereira Alves
Dr. Roberto Cavalcanti
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Dr. Roberto Nicolau
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FOTOGRAFIA
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AMBr – Glória Santana
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IMPRESSÃO
Conselho Editorial
TIRAGEM
SUPLENTE
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de Souza Carvalho
5.000 exemplares
Dra. Elza Dias Tosta da Silva
Dr. Evaldo Trajano Filho
Dr. Alexandre Barbosa
Sotero Caio
Dr. Paulo Henrique Ramos Feitosa
Dra. Alba Mirindiba
Bonfim Palmeira
Dr. Ognev Meireles Cosac
Dr. Bolivar Leite Coutinho
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EDITORA-CHEFE
Dr. Elias Couto e Almeida Filho
Diretor de Planejamento
Dr. Luiz Augusto Casulari
Roxo da Motta
Ideal Gráfica e Editora
Médico em Dia é uma
publicação da Associação
Médica de Brasília – AMBr
SCES Trecho 3 Conj. 6
(61) 2195-9797
REDAÇÃO
[email protected]
www.ambr.org.br
Revista cultural
de distribuição gratuita.
Os artigos assinados são
de inteira responsabilidade
de seus autores.
Sumário
8
Tribuna
O presidente da Comissão de Seguridade Social da
Câmara dos Deputados, deputado Luiz Henrique
Mandetta, faz um balanço das principais propostas
em tramitação na Casa.
12
Entrevista
O diretor de Comunicação e Divulgação da AMBr,
Dr. Paulo Feitosa, comenta as mudanças na área de
Comunicação da Associação.
39
28
Especialidade Médica
Especial
A presidente da Associação Brasiliense de Medicina do
Trabalho – Abramt, Dra. Rosylane Rocha, assina um artigo
sobre os agravos à saúde do trabalhador e sua relação
com as atividades laborais e com o ambiente do trabalho
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, fala do seu
trabalho desenvolvido no ministério e sobre a situação
da Saúde Pública do país.
46
Ź Olhar Social
19
Perfil
Ź Terceira Idade
22
A história de Dr. Jorge Porto, o primeiro CRM
de Brasília, que chegou ao que seria a nova capital
no dia 04 de dezembro de 1956.
Ź Jovem Médico
27
Ź Dia do Médico
31
Ź Destinos
52
Palavra do Presidente
/8&,$12&$59$/+2‡Presidente da Associação Médica de Brasília – AMBr
Darwinismo
Associativo
Darwin afirmou que a evolução procede por pequenas mudanças sucessivas num processo contínuo de adaptação ao
meio. Adaptar-se é uma questão de sobrevivência.
De fato, a observação da dinâmica da vida nos faz concordar com Darwin quando ele diz que “não é o mais
forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que
melhor se adapta às mudanças”. No mundo das organizações temos inúmeros exemplos disso. Sólidas instituições
do mercado quebraram por demorarem a perceber que o
mercado mudou, que os desejos dos consumidores mudaram, que a concorrência avançava em inovação. Casos
emblemáticos como a falência da Varig e do Mappin se
repetem em todo o mundo e são mais frequentes na era
tecnológica, onde as mudanças se aceleram.
moção à saúde, no planejamento da formação médica, na
forma e oferta de saúde suplementar e em outros temas
importantes para a defesa da qualidade do serviço prestado à população, acima de tudo.
Algumas entidades isoladamente conseguem desenvolverse e adaptar-se, mesmo permanecendo pequenas. Criamos
alguns braços fortes, mas o corpo está enfraquecido. A
reflexão inadiável é a de como podemos nos adaptar aos
novos tempos e superar paradigmas que não fazem mais
sentido. Precisamos evoluir, promover mudanças, unir esforços e encontrar caminhos para a perenidade. Temas
como certificação, qualidade do ensino em medicina, graduação no exterior, honorários médicos, tabela do SUS,
regulação, novas tecnologias, protocolos, méritos e titularidade precisam de novos olhares e esse papel cabe, em
grande parte, a nós, gestores e médicos que compõem as
entidades de classe da área de saúde.
5(9,67$0e',&2(0',$‡OUTUBRO DE 2012
As entidades associativas não escapam a este modelo de
evolução: precisam adaptar-se aos movimentos sociais e
perceber, dentro deles, quais os mares a navegar. O segmento de Saúde, especialmente, vem passando por metamorfoses complexas que afetam toda sua cadeia. A sobrevivência das entidades do setor depende da observação
contínua das mudanças que vão se consolidando.
Em todo o país são formados cerca de 16 mil médicos
anualmente, sendo que este número poderá chegar a 20
mil em 2020. Hoje atuam no Brasil 360 mil médicos, mas
enquanto este número aumenta, paradoxalmente, observamos o encolhimento das entidades de classe que representam a categoria e defendem o mérito da medicina. A
representatividade está enfraquecida e, com ela, esmaece
nossa capacidade de intervir nas políticas públicas de pro-
6pUJLR$PDUDO
A prospecção de cenários aponta a Saúde como uma das
três áreas de maior aquecimento progressivo na próxima
década. Investimentos em tratamento, prevenção, tecnologia médica, qualidade de vida, pesquisa, formação e
qualificação profissional serão a tônica dos próximos anos.
7
Tribuna
Analisar, votar e atuar em
projetos que dizem respeito à
Assistência Social, Previdência,
Saúde e à estrutura da família.
Essa é a tarefa da Comissão de
Seguridade Social da Câmara
dos Deputados.
'LYXOJDomR
/8,=+(15,48(0$1'(77$‡Deputado Federal
Prestes a completar seis meses à frente da Comissão de Seguridade Social da Câmara, o deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM-MT) concedeu uma entrevista polêmica à Revista Médico em Dia, onde fez um balanço das
principais propostas em tramitação na Casa, criticou a falta
de investimentos do governo federal na saúde pública, a
abertura indiscriminada de faculdades de medicina no país
e a atuação no Brasil de médicos formados no exterior.
5(9,67$0e',&2(0',$‡OUTUBRO DE 2012
Mandetta faz ainda um alerta a respeito do modelo de
saúde suplementar brasileiro. “Esse é um sistema que está
caminhando para o colapso”, afirma.
8
O senhor é presidente da Comissão de Seguridade
Social, qual são os principais desafios enfrentados?
Essa é uma Comissão das mais antigas do Congresso Nacional. É uma Comissão que tem a competência de analisar
os projetos que dizem respeito à Assistência Social, Previdência, Saúde e a todos aqueles que afetam a estrutura da
família. Portanto, tem um espectro muito grande, muito
vasto de atuação. Tem um número de projetos muito extenso, com grande número de audiências públicas, requerimentos, atuações e fiscalizações. O meu grande desafio é
exatamente selecionar, como presidente, aqueles projetos
que têm que ter um andamento mais célere, fazer essa
diferenciação e dosar um equilíbrio de projetos que dizem
respeito às quatro áreas de atuação.
Quais os principais projetos em tramitação na Casa
na área da saúde pública?
Neste ano, enquanto presidente, nós tivemos alguns projetos considerados históricos. No dia 4 de setembro conseguimos levar ao Plenário da Câmara, como projeto prioritário da Comissão de Seguridade Social, o projeto que
garante uma série de inclusões aos portadores de autismo. No que diz respeito à Previdência, plano de saúde e
educação, é uma carta de garantias. O autista ficava fora
de muitos benefícios. Já que fisicamente ele não tem uma
deformidade, ficava fora de uma série de políticas públicas.
Nós tivemos também, no primeiro semestre, no caso específico da classe médica, o andamento de um projeto que
está tramitando há oito anos no Congresso, que estabelece
o vínculo de contrato entre os trabalhadores médicos e as
operadoras de plano de saúde.
Fizemos alguns avanços no que diz respeito aos direitos
das pessoas com deficiência, alinhando as políticas públicas com a convenção mundial das pessoas com deficiência.
Isso influiu diretamente no novo Código de Processo Civil,
onde a pessoa com deficiência não mais será taxada de
incapaz. Ela passa a ter a sua responsabilidade civil. Um
exemplo é o físico inglês Stephen Hawking. Pela lei brasileira, ele seria considerado incapaz, teria que ter um tutor,
mas é o maior físico do mundo.
O senhor apresentou também um requerimento, sugerido pelo deputado Eleuses Paiva (PSD-SP), para a
Comissão de Seguridade Social e Família realizar um
seminário com a finalidade de discutir a necessidade de formação de um número maior de médicos,
bem como ingresso de profissionais estrangeiros ou
brasileiros formados em universidades no exterior. O
senhor acredita que essa é uma das soluções para a
falta de atendimento nos hospitais públicos?
Não, o seminário foi proposto para começar uma discussão e um posicionamento. Nós temos escutado muito o
governo articulando e falando de abertura indiscriminada
da atuação de médicos formados fora do Brasil. Nós temos
escutado ameaças contra o Revalida, que é o exame de
revalidação do diploma médico. E isso nos causa muita
preocupação porque, na minha opinião, a qualidade do
atendimento vai ser jogada no ralo se o Brasil assim proceder. Nós temos a responsabilidade de alertar a sociedade
do risco que será uma abertura indiscriminada para atuação de médicos formado fora do país, coisa que nenhum
país do mundo faz. Esse seminário foi realizado exatamente no sentido de escutar a sociedade e instrumentalizar os
deputados para que eles possam ter uma posição muito
clara no momento que o governo tomar essa atitude. Eu
espero que não tome.
Mas já existe um projeto ou uma decisão do governo?
Não, o que existem são ruídos. Eu tenho escutado comentários. O governo não fez esse documento, não fez
uma Medida Provisória. A gente escuta de pessoas que
estão dentro do governo, que eles pensam em abrir para
voluntários formados no exterior o Programa de Saúde
da Família. Esses voluntários ficariam dois anos em locais
determinados pelo Ministério da Saúde, tutorados por
uma universidade pública e que, ao final de dois anos,
eles teriam o diploma automaticamente revalidado. Isso
é o que eu tenho escutado como ruído, mas isso não é
um projeto de lei, nem uma MP. Mas quando a gente vê
o ministro da Saúde, em todas as ocasiões que ele vai
falar sobre o tema, falar que o Brasil possui uma relação
médico por habitante inferior à necessária, provocando
a imprensa, saindo editoriais de terceiros dizendo que
precisa de mais médico, a gente começa a se preocupar.
O governo está preparando o ambiente para uma medida desse tipo. O problema do Brasil é a má distribuição, o Governo Federal não acena com uma política de
estado, uma carreira de estado para os profissionais de
saúde, para preencherem as lacunas da atenção básica,
com vínculo qualificado, com salário em dia e bem remunerado. O Brasil não interioriza as condições da prática da medicina e quer interiorizar o médico, mas não
coloca laboratório, não coloca profissionais na equipe.
O médico tem que ir para o interior para fazer 100% de
tudo, essa medida de abrir para médicos formados fora
do país me parece uma grande enganação frente a um
problema estrutural muito grande.
Se você colocar o médico e não colocar as condições para a
boa prática, ele vai ser um mero encaminhador de pessoas
para os grandes centros. Vai aumentar a concentração de
médicos nas cidades que têm algum recurso tecnológico.
O Brasil tem hoje 1,8 médicos para cada 100 mil habitantes, o ministro acha que três médicos é o número ideal
para 100 mil habitantes. Ou seja, o ministro quer dobrar o
número de médicos.
Nós somos 300 mil médicos e ele quer aumentar para
640 mil médicos. Hoje, esses 300 mil médicos que trabalham no Brasil solicitam em média, cada um, três exames
por consulta. Esses 300 mil médicos solicitam em torno
de 900 mil exames e temos uma fila enorme de espera para fazer um ultrassom, para fazer uma tomografia,
uma ressonância, porque não temos esses recursos. Se só
dobrarmos o número de médicos, vamos passar para uma
capacidade de solicitação que também vai dobrar. Vamos
Se você colocar o médico e não
colocar as condições para a boa
prática, ele vai ser um mero
encaminhador de pessoas para
os grandes centros.”
5(9,67$0e',&2(0',$‡OUTUBRO DE 2012
Na prática, estabelece a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) como um parâmetro de utilização. Isso acaba com a discussão do CADE,
se isso é direito econômico ou não. O projeto traz a tabela para a lei, estabelece um período anual de reajuste no
contrato e coloca os direitos e deveres neste contrato. O
mérito do projeto já foi discutido e aprovado. O projeto
é terminativo na CCJ e esperamos que seja votado até o
final deste ano. Este é um capítulo importante na luta dos
direitos da classe médica.
9
Tribuna LUIZ HENRIQUE MADETTA
passar para 1,8 milhões de solicitações. Ou seja, a judicialização da demanda oriunda da presença do médico
vai explodir nos tribunais. Não adianta fazer um projeto
isolado, ele tem que ser uma decisão política que o Brasil
vai ter que fazer em um determinado momento. A sociedade vai ter que optar e os eleitos do Executivo Federal
vão ter que decidir se querem fazer saúde de qualidade
ou se querem continuar com essa enganação que eles estão fazendo, que é requentar sistematicamente políticas
públicas de saúde.
5(9,67$0e',&2(0',$‡OUTUBRO DE 2012
O senhor foi relator da Subcomissão Especial destinada a avaliar o Sistema de Saúde Complementar. Qual a
sua opinião a respeito dos planos de saúde no Brasil?
10
Esse é um sistema que também está caminhando para um
processo de colapso porque o modelo, a proposta dele é
equivocada. É um sistema centrado na doença e não na
prevenção. Ele tem reajustes pela Lei 9.656/98 por faixa
etária, baseado na utilização, o que penaliza muito as pessoas de terceira idade. Acima de 60, 70 anos, o preço é
proibitivo. Em um país que está aumentando a expectativa
de vida e que dentro de 20 anos vai ter mais pessoas acima
de 60 anos do que abaixo de 20 anos, significa que não
haverá renda para pagar o plano de saúde, se continuar
o reajuste no patamar que está. A legislação atual desagrada os trabalhadores da saúde. Os médicos, principalmente, são os mais penalizados porque não têm contrato
de trabalho, não têm dissídios, foram entregues às leis de
mercado. E todas as vezes que o detentor da força do capitalismo se depara com o detentor da força do trabalho,
o capital sempre leva vantagem frente ao detentor da força
de trabalho. Principalmente quando a força de trabalho é
desorganizada pelo ponto de vista sindical e associativo.
Os consumidores batem recorde em todos os Procons do
Brasil, com queixas sobre o não cumprimento de regras
contratuais, e temos ainda uma Agência Nacional de Saúde que é formada basicamente com diretores oriundos das
operadoras mercantis de planos de saúde, cujo objetivo é
dar retorno a essas operadoras, que têm ações na bolsa
de valores. Elas têm que dar lucro. Dessa forma temos um
coquetel explosivo nesse setor. Fizemos uma proposição
de se colocar na ANS (Associação Nacional de Saúde Suplementar) uma estrutura deliberativa, com a participação
paritária desses atores, trabalhadores, operadores e consumidores, para que a gente pudesse ter uma decisão mais
harmônica e não focada em dois ou três diretores. Mas o
lobby das operadoras de saúde impediu que o relatório
fosse sequer votado.
Neste ano eu designei um grupo de trabalho para apresentar no final do ano à Comissão de Seguridade Social
as suas conclusões, que passam com certeza pela revisão
do Marco Regulatório da Lei Geral dos Planos de Saúde.
Esse grupo de trabalho tem o prazo até novembro para
entregar as suas conclusões e o deputado Saraiva Felipe
(PMDB-MG) é o coordenador.
Em sua opinião, qual o maior problema da saúde
pública no país?
Primeiro é natural que tenha desafios porque o nosso sistema de saúde pública foi definido na Constituição de 1988.
A municipalização começou de fato a ocorrer uma década depois, em 1998. Então nós temos somente 14 anos
de construção do SUS (Sistema Único de Saúde). É muito
pouco tempo para se cobrar para que todos os problemas
estivessem resolvidos. Mas o que mais me preocupa, o que
é uma pedra no sistema de saúde, é que ele tem que ter a
participação dos três entes da federação: do município, do
estado e da União. Quando nós fizemos a regulamentação
da Emenda 29, ficou definido o percentual mínimo de investimento para municípios e para estados. A União está desobrigada de colocar qualquer percentual mínimo na Saúde.
E a União vem diminuindo ano após ano a sua participação
no financiamento da Saúde e transferindo os deveres de
atendimento para o município sem a transferência proporcional de recursos. Isso está gerando uma insatisfação de
Norte a Sul do Brasil, insatisfação da população sempre em
direção aos secretários municipais e aos prefeitos.
Os prefeitos estão todos no limite dos seus investimentos pela Lei de Responsabilidade Fiscal, os estados agora
que estão obrigados a investirem 12% e a União está sem
nenhum tipo de obrigação na saúde pública e está sem
o desgaste político também pela crise da saúde pública.
Então esse é o maior problema, é a gente achar espaço
para que o governo federal se obrigue a investir na Saúde.
O governo tem uma base aqui no Congresso Nacional de
480 deputados que só votam aquilo que o Governo Federal autoriza votar. Como não existe espaço para iniciativa
parlamentar, a iniciativa da Associação Médica Brasileira,
da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil), das entidades de
se coletar 1,8 milhões de assinaturas no Brasil afora para
dar entrada em um projeto de iniciativa popular vai servir
exatamente para provocar no Executivo a retirá-lo da zona
de conforto em que ele se encontra hoje, optando para
que, ao invés de investir os recursos na saúde, ele está
investindo em trem bala, que não vai servir para produzir
nada, para fazer estádio de futebol, para fazer Olimpíadas,
para fazer viaduto e etc. Talvez esse seja hoje o grande
problema e o grande desafio da sociedade civil organizada,
deixar claro que o maior arrecadador de impostos, que é
o governo federal, não pode colocar a quantidade ínfima
que ele coloca na saúde, que não tem parâmetro em nenhum país com a arrecadação que temos no Brasil.
O senhor acha que a Farmácia Popular teve mais impacto na saúde do brasileiro do que o genérico?
Eu acho que a Farmácia Popular, para as cidades que tinham boa estrutura de medicamentos na Rede Pública,
não teve grande impacto. Mas naquelas cidades onde a
saúde não conseguia dar uma boa lista de medicamentos,
Nós sabemos que fazer compras de insumos e medicamentos é uma coisa bastante complicada, sob
o risco de ser plicada a Lei nº 8.666. Falta gerenciamento e dinheiro ou falta muito mais dinheiro do
financiamento para se atingir um padrão de qualidade no SUS?
Acho que as duas coisas. Por exemplo, para se cumprir a
lei 8.666 na compra de insumos e medicamentos você tem
o uso do pregão eletrônico, com registro de preços que
me garante o preço por um ano. Acabou-se com aquela
morosidade da licitação de papel, e abriu-se a concorrência
para o mundo via internet. O bom gestor de aquisição de
insumos e medicamentos já optou por esse formato, que
garante para ele compra em escala, barateamento de preço, formação de consórcios intermunicipais. Claramente
é um processo de gestão. Agora, quando você chega ao
ponto de falar que não vai comprar mais kits para laboratório, por conta de recursos de orçamento, claramente
vemos a falta de financiamento, é um sistema que tem um
mix dos dois, é um sistema que tem problemas de gestão
e baixíssimo financiamento. Experiências exitosas de gestão
existem. O que a gente não está vendo são experiências
exitosa de financiamento.
Recentemente a presidenta tomou uma decisão de
abrir mais vagas nos cursos de medicina na Brasil,
com o viés de acabar com a regionalização da categoria, com a intenção de suprir a falta de médicos
em várias regiões brasileiras. Qual a sua opinião?
O problema é que temos uma má distribuição. Agora com
essa abertura indiscriminada de faculdades de medicina, nós
hoje já pagamos um preço pela baixa qualidade do médico
que está se formando. E com essa abertura indiscriminada,
em locais que não têm um hospital-escola, não têm internato, não têm professores concursados, não têm profissionais
qualificados para ensino, nós devemos piorar a formação
médica no Brasil. Nós já tivemos no passado uma medicina
de excelente qualidade, hoje nós somos uma medicina mediana, com alguns centros de alta qualidade. Com esse tipo
de política nós devemos ter uma medicina crítica, abaixo do
nível de qualidade desejado. O governo se esconde atrás da
'UHDPVWLPH
sua falta de cobrança por qualidade de ensino, não permite
exames que atestem a qualidade, como é o do Conselho
de Medicina de SP, para o exercício do profissional de medicina, abre faculdades sem fechar nenhuma daquelas que
estão entregando profissionais mal formados, não exige
investimentos em laboratórios, pesquisa, eles querem abrir
as portas e dar bolsas e cotas como se medicina fosse uma
atividade meramente burocrática. E não é. Medicina é uma
arte, leva tempo, leva capacidade muito forte de transmissão de conhecimento pelo professor, é um curso que exige
uma transformação daquele jovem que entra com o desejo
de ser médico em um profissional ético, em um profissional
humanizado, capacitado, motivado, coisa que o Brasil não
oferece, coisa que o governo não quer discutir. O Brasil quer
simplesmente fazer número.
A Comissão de Seguridade Social da Câmara aprovou recentemente um projeto de sua autoria que
susta uma decisão da Secretaria de Direito Econômico (SDE), do Ministério da Justiça, que proíbe o CFM,
a AMB e a Fenam de promover paralisações coletivas
de médicos e movimentos para descredenciamento
de planos. Como foi essa decisão?
Isso aí foi uma decisão tomada lá na Secretaria de Direito
Econômico (SDE) do Ministério da Justiça, logo no início
de 2011, quando houve um dia de paralisação de advertência contra os abusos praticados pelos planos de saúde.
Eles desengavetaram uma denúncia de 2002, que estava
arquivada. Essa denúncia dizia respeito a uma assembléia
do interior de SP. Eles tomaram esta decisão claramente
influenciados pelo lobby das operadoras de planos de saúde, que provavelmente atuaram junto aos membros dessa
secretaria de direito econômico. Nunca, nem na ditadura,
nem na Lei Falcão, que proibia a imprensa de se manifestar,
eu vi uma proibição de uma associação, de um sindicato,
de um conselho, que é uma autarquia federal, nunca tinha
ouvido falar de proibir de se manifestar. Isso é ditadura, é
censura, isso é de péssimo exemplo para um país que quer
ser democrático, vindo de um Ministério da Justiça, de um
órgão ligado ao Ministro da Justiça, que devia ter o dever
de zelar pela democracia. Foi um projeto de decreto legislativo para analisar esta nota e sustar os seus efeitos. Foi
aprovada na Comissão de Seguridade Social e está agora
na Comissão de Trabalho.
5(9,67$0e',&2(0',$‡OUTUBRO DE 2012
o impacto foi muito bom para as pessoas. Me preocupa
muito na Farmácia Popular a fragilidade do controle, vamos
supor que sejam 10 farmácias por município, em média,
seriam 50 mil estabelecimentos cadastrados, se você tiver
uma fraude de mil reais por mês, você terá uma fraude que
chega a bilhões ao ano. Não há nenhum tipo de controle
e me preocupa muito essa falta de controle na Farmácia
Popular. Ao ponto de, na sessão de 05 de setembro, na Comissão de Seguridade Social, eu ter solicitado junto com os
deputados uma audiência pública pedindo esclarecimentos
ao governo e solicitar um levantamento mais preciso desses números, porque em tempo de poucos recursos não dá
para deixar ralos para que haja desperdício.
11
Entrevista
'53$8/2+(15,48(5$026)(,726$‡Diretor de Comunicação e Divulgação da AMBr
Diretor de Comunicação e Divulgação da Associação Médica de Brasília,
Dr. Paulo Henrique Ramos Feitosa fez residência em Clínica Médica e
Pneumologia, é especialista em Pneumologia pela Sociedade Brasileira de
Pneumologia e Tisiologia e mestre em Ciências Médicas pela Universidade
de Brasília. Já foi chefe do serviço de Pneumologia do Hospital Regional
do Gama, coordenador de Pneumologia da Secretaria de Saúde do Distrito
Federal e atualmente é diretor geral do Hospital Regional da Asa Norte.
Nesta entrevista, Dr. Paulo Feitosa vai comentar as mudanças implementadas na área de Comunicação da Associação, incluindo a remodelagem dos canais de comunicação
da AMBr. Feitosa também adianta alguns aspectos da pesquisa de mercado feita pela AMBr para entender e interagir
melhor com o associado.
A AMBr está passando por mudanças na área de
Comunicação. Quais os objetivos dessas mudanças?
12
6pUJLR$PDUDO
5(9,67$0e',&2(0',$‡OUTUBRO DE 2012
As mudanças na área de Comunicação fazem parte de
uma remodelagem mais abrangente na visão e no modelo de gestão da AMBr. Buscamos a profissionalização e a
eficiência operacional num trabalho detalhado desenvolvido nos últimos seis meses. Investimos na melhoria dos
processos e na organização interna, mas agora chegou a
hora de olharmos para fora, ou seja: de ouvirmos nossos
associados e de ampliarmos nosso relacionamento com
eles, além de fazer investimentos seguros na ampliação de
nossos serviços.
Uma pesquisa de mercado acaba de sair do forno e, a partir de seus indicadores, vamos desenvolver o planejamento estratégico de 2013. Internalizar a comunicação neste
momento foi estratégico para a Associação, que precisa
repensar e expandir seus canais, modernizar sua linguagem
e tornar mais interativa a relação com seus associados, parceiros e com a sociedade.
Segundo a pesquisa que realizamos (que vocês vão conhecer os resultados na próxima edição), um dos canais mais
utilizados pelos médicos para se informar é a internet. Por
isso estamos investindo em um novo site, mais moderno,
fácil de navegar e com informações dinâmicas e atualizadas. Ainda no meio digital queremos ampliar nosso acesso
aos profissionais em formação, como os médicos residentes e os estudantes de Medicina e, por isso, vamos otimizar
nossa comunicação no Facebook e outras redes sociais.
Criamos o espaço “Jovem Médico” tanto no site como na
revista para trazer informações e novidades relevantes para
sua formação e cultura, na linguagem deles.
A newsletter quinzenal da AMBr terá um foco mais voltado à circulação de assuntos pontuais de defesa dos interesses da categoria, com o intuito de estabelecer o debate
dessas questões.
A pesquisa também indicou as revistas especializadas como
uma fonte de informação importante. Nesse sentido, mexemos drasticamente nas duas revistas da Associação. A nossa
revista científica, a Brasília Médica, passou por mudanças
de layout e, além de mais leve e bonita, virá com o miolo colorido, valorizando os conteúdos científicos que nela
circulam. Já a “AMBr Revista” foi toda modificada. Agora
chama-se Médico em Dia, como podem ver, e vem com
um novo projeto editorial, vinte páginas a mais (agora serão
48) e periodicidade bimestral. Terá mais diversidade e mais
relevância de temas.
Falando na revista, por que o nome da publicação
mudou e como foi feita a escolha do novo título?
Mudou justamente para marcar a mudança. Queremos
deixar claro que a revista é para atualização, valorização
e entretenimento da classe médica, embora continue
divulgando todas as atividades e serviços que a AMBr
promove. É uma tarefa difícil unir as duas coisas: nossa
divulgação com a notícia isenta, sem viés algum, como
pretendemos trazer.
Dê um exemplo.
Um exemplo bom é a editoria “Ponto e Contraponto”. Ela
abordará temas polêmicos de interesse da classe médica e
vamos abrir espaço para que se manifeste quem é contra
e quem é favor da ideia em questão, dando subsídios para
o médico, nosso leitor, formar sua própria opinião.
O nome Médico em Dia foi escolhido pela diretoria executiva em reunião, obtendo a melhor votação. Acreditamos
que o nome reflita essa ideia de que a revista é da classe,
feita para ela, que – sabemos – tem muito pouco tempo
Somos considerada uma
das melhores associações
médicas do Brasil. Queremos
manter o título e continuar
melhorando, avançando com
o bom trabalho que foi feito
pela gestão anterior.”
e, por isso, tem que ser seletiva em suas leituras. Em textos
leves vamos reunir um pouco de política, cultura, novidades científicas, oportunidades de qualificação, histórias
interessantes e debates quentes em um só canal.
Você falou na internalização da Comunicação na
AMBr. Por que optaram por esse caminho quando
o mercado cada vez mais terceiriza o que puder na
gestão de uma empresa?
Somos a favor da terceirização, mas em alguns momentos
precisamos ir contra as tendências ao traçar diretrizes que
mexam com paradigmas e cultura da instituição. Estamos
na era do conhecimento e da interatividade virtual. A comunicação é mais do que nunca uma ferramenta estratégica que precisamos tratar com muita responsabilidade neste
processo de mudanças que promovemos. Por ser estratégica entendemos que deve ser gerida internamente, por isso
trouxemos profissionais experientes do mercado que irão
trabalhar conosco na construção da imagem da Associação
Médica de Brasília.
Pensando em Marketing e Comunicação, qual o cenário que o senhor enxerga para 2013?
Vejo que tudo que esta gestão veio trabalhando em 2012
dará frutos nos dois próximos anos. Está sendo feito um
trabalho coordenado preparando a retaguarda para crescermos em todos os sentidos: mais e melhores serviços,
mais oferta de qualificação e aprimoramento, reforço das
parcerias atuais, mas também busca de novos parceiros
para construirmos uma Associação forte e cada vez mais
representativa. Somos considerada uma das melhores associações médicas do Brasil. Queremos manter o título e
continuar melhorando, avançando com o bom trabalho
que foi feito pela gestão anterior. Queremos também deixar um legado importante para os próximos gestores, pois
a cada momento as necessidades mudam; mudam com os
cenários dinâmicos da vida e, como diz nosso presidente
Luciano Carvalho, na “Palavra do Presidente” desta edição,
sobrevive quem sabe se adaptar as mudanças!
5(9,67$0e',&2(0',$‡OUTUBRO DE 2012
Quais os canais de comunicação que a AMBr possui
hoje e efetivamente quais mudanças estão ocorrendo em cada um deles?
13
Cultura
Manual de Oftalmologia
A Cooperativa Editora Médica da Faculdade de Medicina da UFMG está lançando a segunda edição do Manual de Oftalmologia revisto, atualizado e ampliado, em versão digital.
Ź Para adquirir o livro:
www.coopmed.com.br
Loja virtual
Manual de Oftalmologia
“Infanticídio: crime ou ficção jurídica”
O médico aposentado da Secretaria de Saúde, José Ribamar Ribeiro Malheiros,
lançou recentemente o livro “Infanticídio: crime ou ficção jurídica”. Utilizandose de seu conhecimento como ginecologista e bacharel em Direito, Malheiros
joga luz sobre um assunto controverso, que vem dividindo a opinião de especialistas das duas áreas ao longo dos últimos 72 anos.
Com informações da Secretaria de Saúde do DF
Resenha acadêmica descritiva
Com o objetivo de orientar os potenciais autores sobre como vencer
as muitas barreiras na elaboração e publicação de artigos científicos,
o livro aborda cada uma das etapas desse processo em 24 capítulos.
5(9,67$0e',&2(0',$‡OUTUBRO DE 2012
O livro Artigos Científicos: como redigir, publicar e avaliar, de autoria
do Prof. Mauricio Gomes Pereira, foi lançado recentemente pela Editora Guanabara Koogan.
15
Radar
DF tem banco de células-tronco
A população do Distrito Federal conta agora com um banco particular de células-tronco
de cordão umbilical. Foi inaugurada, na QI 15 do Lago Sul, a primeira clínica privada que
oferece o serviço de coleta, congelamento e armazenamento do material biológico.
Todo o processo custa em média R$ 3,5 mil além de mensalidade anual de R$ 500 para
manutenção da unidade celular.
Santa Lúcia é o primeiro hospital
do DF a participar do Programa
Brasileiro de Segurança do Paciente
A convite do Instituto Qualisa de Gestão (IQG), o Hospital
Santa Lúcia é a primeira instituição a integrar o Programa Brasileiro de Segurança do Paciente (PBSP) no Distrito
Federal. “Convidamos os hospitais que se interessam ou
estão trabalhando como prioridade estratégica de sua organização a assistência ao paciente com qualidade e segurança”, explica a coordenadora do PBSP, Milene Volpe.
Assim, o HSL servirá de multiplicador de boas práticas de
gestão da segurança do paciente, auxiliando a implantar
a iniciativa nos demais hospitais da região e, assim, contribuir para os objetivos do programa, que é salvar 50 mil
vidas e evitar 150 mil danos por ano.
Contra abusos praticados pelas
operadoras, médicos prometem
boicote a planos
Entre os dias 10 e 25 de outubro, médicos de todo o país
participarão de protesto nacional contra os abusos cometidos pelos planos e seguros de saúde. Para marcar o início
da mobilização nacional, os profissionais realizarão atos
públicos (assembleias, caminhadas e concentrações) nos
estados em 10 de outubro. A partir de então, com base em
decisões tomadas em assembleias locais, a categoria pode suspender, por tempo determinado, consultas e outros
procedimentos eletivos por meio de guias dos convênios
– sem cobrança de valores adicionais – que serão definidos
como alvo pelas assembleias. As mobilizações serão articuladas pelas Comissões Estaduais de Honorários Médicos.
Além de reajuste nos honorários, os médicos pedem o fim
da interferência antiética das operadoras na relação médico-paciente. Também reivindicam a inserção, nos contratos, de índices e periodicidade de reajustes – por meio da
negociação coletiva pelas entidades médicas – e a fixação
de outros critérios de contratualização.
Fonte: CFM
5(9,67$0e',&2(0',$‡OUTUBRO DE 2012
)RWRVGUHDPVWLPH
Fonte: Correio Braziliense
17
)RWRV'UHDPVWLPH
Radar
Convênio entre AMBr e Unicred
oferece benefícios exclusivos
para associados
A AMBr acaba de realizar mais uma parceria importante para seu associado. O convênio com a
Unicred, cooperativa de crédito criada para os
profissionais da área de saúde, oferece benefícios
exclusivos aos associados.
Na Unicred, o médico associado da AMBr terá
vantagens como: assessoria financeira, condições
diferenciadas de financiamentos e empréstimos,
serviços de malote, seguros, entre outros serviços.
Bactéria e novas vacinas podem
livrar Brasil da dengue em poucos
anos, prevê Ministério da Saúde
O desenvolvimento de uma bactéria que contamina o mosquito Aedes aegypti, aliado à aplicação de vacinas contra
a dengue, podem erradicar a doença no Brasil dentro de
cinco a dez anos. A previsão é do secretário de Vigilância
em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa.
Enquanto as pesquisas com vacinas prosseguem em laboratórios, o desenvolvimento do método de combate com a
bactéria Wolbachia já está em teste de campo na Austrália
e começa a ser testada contra o Aedes aegypti, no Brasil. Os
testes estão programados para 2014.
5(9,67$0e',&2(0',$‡OUTUBRO DE 2012
Fonte: Agência Brasil
18
Cade freia planos da Rede D`Or no DF
A aquisição de participações no capital social da Medgrupo
e do Hospital Santa Lúcia pela Rede D”OR foi “congelada”
pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Após negociações com a autarquia vinculada ao Ministério da Justiça, a rede de hospitais assinou um Acordo de
Preservação de Reversibilidade da Operação (Apro), que
estipula que as empresas mantenham a administração dos
seus estabelecimentos separadas até que seja concluída a
análise da negociação pelo órgão. Se descumprir a determinação, a Rede D”Or terá que pagar multa de R$ 50 milhões, e os administradores dela, de R$ 5 milhões.
Fonte: Correio Braziliense
A Unicred Centro Brasileira é uma cooperativa de
crédito com 20 anos de história. É uma instituição
financeira sólida, autorizada pelo Banco Central e
parte de um sistema nacional que tem mais de
260 mil cooperados em todo o país. Fortalecer o
setor de saúde é também uma das principais missões da cooperativa.
Na Unicred, o cooperado tem os produtos de uma
instituição financeira com as vantagens de uma
cooperativa. Passa então a ser dono e não cliente
em sua própria instituição.
Para informações, acesse o site:
www.unicredgyn.com.br
Olhar Social
AMBr faz doação ao Instituto Ápice Down
Atuar com responsabilidade social é um desafio que a Associação Médica de Brasília busca
em todas as suas atividades. A criação da Política de Responsabilidade Social da AMBr é
um passo decisivo na sua história, que possibilita conhecer a realidade que nos cerca,
assegura inserção social e a melhoria da qualidade de vida da sociedade.
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Dessa forma, a Associação entregou ao Instituto Ápice Down, no dia 04 de setembro, uma
doação no valor de R$ 2.760. Os recursos foram arrecadados pela AMBr com a venda de
itens da decoração da Festa Junina da Associação.
O presidente da AMBr, Dr. Luciano Carvalho, ao lado da diretoria da Associação, fez a entrega
da doação à coordenadora do projeto, Nádia Quadros, e à segunda secretária, Iris Quadros.
O Ápice Down é um projeto do Instituto Ápice em Saúde, que desenvolve projetos sociais
de promoção de qualidade de vida e saúde à população carente do DF. O grupo também
viabiliza o estágio supervisionado e promove a formação humanizada de profissionais.
O Instituto atende hoje cerca de 170 crianças e realiza mais de mil atendimentos ao mês.
Os serviços oferecidos são: fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, pilates down,
pediatria, clínica médica, psicologia, pedagogia, oficinas de aprendizagem especial e rede
colaborativa de inclusão profissional (banco de talentos).
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Dia da criança
AMBr promove campanha de arrecadação de
Solidário
brinquedos para serem doados à Creche Renascer
Este ano a AMBr vai comemorar o Dia da Criança de uma forma diferente. A Associação convida todos os associados para participar da campanha de doação de brinquedos para crianças carentes da Creche Renascer. A Instituição cuida de crianças de 02
a 12 anos que vivem em situação de risco no Lixão da Estrutural.
Os brinquedos doados serão entregues pelos próprios sócios em uma bela festa no dia
12 de outubro na AMBr, onde teremos atividades recreativas e delícias saborosas para
as crianças: brinquedoteca, oficina de balão, pintura de rosto, contador de histórias,
cachorro quente, picolé, algodão doce e pipoca.
Faça a doação e traga seu filho para entregar pessoalmente o presente para seu afilhado
ou afilhada, no dia 12 de outubro. Entre em contato com a nossa secretaria pelo telefone: (61) 21959739 e diga que quer participar da campanha solidária do Dia da Criança.
5(9,67$0e',&2(0',$‡OUTUBRO DE 2012
Conheça o Instituo Ápice pelo site www.institutoapicedown.org
19
Medicina & Arte
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5(9,67$0e',&2(0',$‡OUTUBRO DE 2012
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20
Henry
Wellcome
e a História
da Medicina
Mary Wellcome e seu marido, Solomon Cummings Wellcome, estavam muito felizes naquele 21 de agosto de 1853.
O casal, que vivia do cultivo de batatas em sua fazenda em
Almond, no estado americano de Wisconsin, viu nascer seu
tão esperado filho, que recebeu o nome de Henry Solomon
Wellcome.
Henry cresceu na dúvida se seria farmacêutico ou médico
como seu tio Jacob, um conceituado clínico em Garden
City, no Estado de Minnesota.
Após trabalhar em uma drogaria da família, criou gosto
pelo comércio e pela produção de medicamentos. Cursou
então Farmácia, tendo se graduado em 1874 no Philadelphia College of Pharmacy.
Os ventos sopraram favoravelmente. Logo surgiu uma oportunidade de ser propagandista e vendedor da Caswell Hazard,
uma próspera empresa farmacêutica sediada em Nova Iorque.
Seu tino para negócios o fez emigrar para Londres em
1880 onde, com Silas Burroughs, seu amigo, também
vendedor de medicamentos, fundou a companhia farmacêutica Burroughs Wellcome.
0RVWUDGH)yUFHSVGD:HOOFRPH&ROOHFWLRQ
Ganhando muito dinheiro produzindo remédios sob a forma de comprimidos, o que era novidade, Wellcome começou a fazer o que mais gostava. Durante suas viagens de
negócios fechando contratos de venda de produtos farmacêuticos, começou a adquirir todo tipo de objetos relacionados com a história da medicina. Sem perceber, tornou-se
um importante benfeitor da ciência médica.
Em 1895, quando Burroughs morreu, a indústria Wellcome
já estava no rumo de tornar-se uma grande multinacional.
Mesmo com família constituída, Wellcome não parava de
viajar, negociando medicamentos e comprando objetos
médicos de colecionadores e antiquários.
Para abrigar sua já enorme coleção de peças médicas antigas, Wellcome criou, em 1913, na 54 Wigmore Street, o
Museu Wellcome de História da Medicina.
Wellcome divorciou-se em 1916, tendo Syrie, à época uma
conceituada decoradora em Londres, passado a viver com
o conhecido escritor William Somerset Maugham.
Como o acervo do museu continuava crescendo Wellcome construiu um amplo e imponente prédio no número
183 da Euston Road, o Wellcome Building, onde desde
1932 encontra-se aberta para pesquisas e visitação pública a Wellcome Collection. Esta abriga, em seu espaço, as
exposições de história da medicina denominadas Medicine
Man e Medicine Now.
O Wellcome Building acolhe também, em seu interior, uma
livraria, um café, um espaço gourmet, um centro de conferências e uma biblioteca com mais de dois milhões de
itens, incluindo-se papiros egípcios com prescrições médicas, manuscritos árabes sobre medicina e cerca de cem
mil gravuras, pinturas e desenhos concernentes ao mundo
médico, sendo alguns do século XIV.
O acervo da galeria Medicine Man é composto de aproximadamente quinhentos mil objetos, dentre os quais estão
um desenho anatômico de Leonardo da Vinci, um desenho de Van Gogh que retrata seu médico Dr. Gachet,
0RVWUDGHSUyWHVHVGD:HOOFRPH&ROOHFWLRQ
cadeiras de parto, bonecas chinesas de diagnóstico, serras
de amputação e próteses dos séculos XVIII e anteriores e
curiosidades como a bengala de Charles Darwin e a escova
de dentes de Napoleão Bonaparte.
Henry Solomon Wellcome faleceu em 25 de julho de
1936 tendo seu corpo sido cremado em Londres, conforme seu desejo.
Em 1976, a Fundação Wellcome fez um acordo com o
Science Museum, de Londres e transferiu para este boa
parte do seu acervo de modo que o Science Museum pudesse abrigar, nos seus últimos andares, uma extensão do
Museu Wellcome de História da Medicina.
Dentre os mais de cinco mil objetos expostos na ala de História da Medicina no Science Museum, estrategicamente
localizado na Exhibition Road, no luxuoso bairro de South
Kensington, destacam-se um preservativo condon Paragon
reutilizável, fabricado em 1948 por Georges Ltd., um dos
microscópios usados por Louis Pasteur em suas pesquisas,
uma mecha de cabelo de Edward Jenner, considerado o pai
da vacina antivariólica, seringas metálicas de 1600, um protetor peniano metálico antimasturbação do século XIX, espéculos vaginais de bronze do ano 100 a.C. e instrumentos
cirúrgicos romanos do ano 200 a.C. dentre outros objetos.
Graças ao espírito empreendedor e de colecionador de
Henry Solomon Wellcome, Londres abriga atualmente um
dos melhores e maiores acervos sobre História da Medicina do mundo.
No dizer de Wellcome, todos os que gostam de História da
Medicina são wellcome à Wellcome Collection.
5(9,67$0e',&2(0',$‡OUTUBRO DE 2012
Foi no ano de 1901, já chegando aos 48 anos de idade,
que Wellcome decidiu-se pelo matrimônio. Casou-se com
Syrie Barnardo com quem teve, dois anos depois, seu filho
Henry Mounteney Wellcome.
21
'UHDPVWLPH
Terceira Idade
CFM e SBGG condenam
práticas da medicina
antienvelhecimento
Na tentativa de retardar os efeitos do envelhecimento,
muita gente recorre aos hormônios. A prática, conhecida
como antienvelhecimento ou “antiaging”, consiste em
inserir doses extras de hormônios junto com vitaminas e
oxidantes. O problema é que faltam evidências científicas
que justifiquem o uso.
A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia
(SBGG) afirma que não há provas científicas para recomendar o uso de hormônios com finalidade de antienvelhecimento. Para o Conselho Federal de Medicina
(CFM), não há comprovação de vantagens da prática,
usada de forma crescente tanto por jovens adultos
quanto por idosos.
5(9,67$0e',&2(0',$‡OUTUBRO DE 2012
Entre os hormônios usados com essa finalidade, estão
o do crescimento, a melatonina e o cortisol. Em alguns
casos, são oferecidos hormônios “bioidênticos”, com
estrutura igual ao do hormônio natural e que seriam
menos danosos.
22
Sobre o hormônio de crescimento GH, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia considera que as evidências
sugerem que o seu uso em longo prazo apresenta mais
riscos do que benefícios.
De acordo com a SBGG, não há evidências científicas confiáveis de que hormônios também chamados de bioidênticos sejam mais seguros do que os tradicionais estrogênio
e progesterona. A entidade informa ainda que os hormônios tradicionais são apenas recomendados para sintomas
da menopausa, na menor dose possível, devido aos riscos
no uso a longo prazo. Também podem ser utilizados no
hipogonadismo masculino, na forma de reposição do hormônio testosterona.
O CFM e a SBGG estão atentos à pratica e apuram denúncias contra profissionais que oferecem tratamentos não
reconhecidos pelo Conselho.
A médica geriatra Dra. Elisa Franco de Assis Costa responde
às principais dúvidas sobre o assunto:
Os hormônios diminuem com a idade, repô-los não
seria uma boa intervenção para prevenir o envelhecimento?
Diversos hormônios diminuem com a idade, mas não existe
comprovação de que isso cause o envelhecimento. Talvez seja
apenas a conseqüência. Pesquisas científicas comprovam que
a reposição de hormônios pode modificar algumas alterações
do processo do envelhecimento, mas é incapaz de revertê-las.
Um exemplo é o hormônio do crescimento, que pode aumentar um pouco a massa muscular, mas não melhora a função
muscular e nem a qualidade de vida das pessoas. Pode haver
um bem estar inicial, mas os efeitos de longo prazo são muito ruins, podendo ocasionar dores articulares, aumento de
órgãos, síndrome do túnel do carpo e até precipitar diabetes
Quando os hormônios devem ser prescritos?
Quando houver deficiência clínica e laboratorialmente
comprovada. Não serve testes duvidosos como o do cabelo
ou da saliva. Lembrando que nesses casos de deficiência,
estará se tratando uma doença e não o envelhecimento.
Hormônios podem ser usados para tratar algumas doenças e não as deficiências. Os corticóides, por exemplo, por
terem efeitos antiinflamatórios, são usados para tratar reumatismos, tumores e amas.
A geriatria não seria preconceituosa com relação a
esses tratamentos?
Não, a geriatria busca o bem estar e a melhora da capacidade funcional das pessoas com o envelhecimento. No
entanto, recomenda tratamentos com comprovação científica de eficácia e segurança. Não há comprovação de que
hormônios, vitaminas, procaína, quelação e antioxidantes
revertam o envelhecimento e existe a comprovação de que
podem causar danos à saúde. Isso obedece aos princípios
bioéticos que norteiam a prática médica.
Com relação a antioxidantes, vitaminas, quelação,
inclusive com EDTA, e a procaína, como fica a situação dos tratamentos antienvelhecimento com essas
substâncias?
A situação é clara, não existe comprovação de que sejam
eficazes para retardar o envelhecimento. Tanto que a resolução do CFM nº 1938/2010, no seu artigo 9º, veda ao
médico a prescrição procaína e outras substâncias como
medicamento antienvelhecimento.
E a reposição de hormônio feminino na menopausa,
qual é a situação atual?
A reposição de hormônio feminino na menopausa está indicada para tratamento dos sintomas do climatério e, em
raros casos, para tratar a osteoporose. Entretanto, por curto período de tempo e com controle para câncer de mama
e endométrio e para doenças cardiovasculares e problemas
trombóticos e a formação de coágulos nas veias.
E a reposição hormonal masculina?
O hormônio masculino declina com a idade, mas isso não
indica que tenha que ser reposto. A sua reposição é reco-
A geriatria busca o bem estar e a
melhora da capacidade funcional
das pessoas com o envelhecimento”
mendada em casos de deficiência comprovada com a dosagem hormonal e com a presença de sintomas que possam
ser revertidos pela reposição. É importante frisar que a dosagem deve estar abaixo do normal para a idade. Homens
que recebem reposição hormonal devem ter cuidado com
a próstata, com a piora da apneia do sono, problemas cardiovasculares e aumento dos glóbulos vermelhos do sangue.
E o DHEA?
Este é um hormônio produzido pelas glândulas adrenais e
é precursor de outros hormônios. Existem indicações muito
restritas na insuficiência dessas glândulas ou da hipófise.
Não retarda o envelhecimento e pode ter efeitos adversos,
apesar de ser vendido como suplemento alimentar nos
EUA. No Brasil, sua venda ainda não é autorizada pela ANVISA. Assim como a venda da Melatonina, também usada
nesses tratamentos antienvelhecimento.
Existem prescrições de ocitocina e HCG?
A ocitocina é o hormônio que faz a mulher dar leite para
amamentar, o útero contrair e estaria relacionado a um
comportamento mais sensível em homens. Não existem
evidências de outras indicações que não estimular a contração uterina e a lactação. O HCG é o hormônio da gravidez. Não existem evidências de que possa ajudar a emagrecer ou melhorar o envelhecimento. E seus efeitos em
pessoas saudáveis, principalmente do sexo masculino, são
desconhecidos, podendo levar ao desequilíbrio de outros
hormônios e até cânceres, pois existem inúmeros cânceres
hormônio-dependentes.
Os biodênticos são mais seguros?
Não há comprovação de que sejam mais seguros. Aliás,
podem causar todos os efeitos adversos de hormônios não
chamados de biodênticos, tanto que as bulas desses tipos
de preparações, nos países onde são liberadas, contém as
mesmas recomendações de efeitos adversos que as bulas
dos hormônios não-biodênticos.
O que pode ser feito para o envelhecimento saudável?
Alimentação saudável, exercícios, combate a vícios como
tabaco e álcool, prevenção e controle de doenças, prevenção de acidentes e quedas, uso parcimonioso e com indicação médica de medicamentos, manter a mente ativa,
estreitar laços familiares e sociais.
5(9,67$0e',&2(0',$‡OUTUBRO DE 2012
em indivíduos predispostos. Existem ainda evidências da associação de níveis elevados de alguns hormônios com o câncer
e nenhum estudo de longo prazo mostra a segurança do uso
de hormônios para pessoas saudáveis. Não se sabe se esse
uso prolongado pode aumentar os casos de câncer, mas, pela
evidência de que entre pessoas com níveis elevados de alguns
hormônios haja mais casos de câncer, essa probabilidade da
reposição ocasionar câncer deve ser sempre lembrada.
23
Gestão da Saúde
(/,$6&2872($/0(,'$),/+2‡Coloproctologista, especialista em cirurgia minimamente invasiva. Diretor de Planejamento da AMBr
DR. ELIAS COUTO E ALMEIDA FILHO
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Nas últimas décadas, os profissionais de Saúde e em particular a classe médica vêm transformando o seu perfil técnico e científico em gestores do próprio negócio. Nós médicos
nos agrupamos em sociedades empresariais para formarmos clínicas especializadas em
prestação de serviços de saúde, sem qualquer preparo sobre a administração de uma empresa. Para esse neoempresário, exigem-se a cada dia vários conhecimentos de administração, finanças, controladoria, gestão de pessoas, marketing, tecnologia de informação, etc.
Essa necessidade de adquirir novos conhecimentos em gestão e estratégia empresarial advém das obrigações impostas pelo mercado, onde somente sobrevive nesse negócio quem
se profissionaliza. Como se não bastasse toda a preocupação com a qualidade profissional
e os avanços tecnológicos no exercício da profissão, agora evoluímos de um simples consultório (pessoa física) para o status de pequenos e médios empresários do segmento da
saúde, um mercado exigente de qualidade e cada vez mais competitivo.
Inauguramos na Revista Médico em Dia da AMBr uma coluna voltada para a gestão e o
empreendedorismo em saúde, onde discutiremos temas relevantes como: a) os aspectos
éticos e profissionais do mercado da saúde suplementar, também conhecida como “medicina privada”; b) a qualidade de vida do profissional e a interface empresarial com o seu
consultório ou clínica, que responde hoje pelo seu principal rendimento mensal e por isso
carece uma eterna busca de qualidade; c) a relação societária, os aspectos administrativos
gerais e específicos como marketing, inovação tecnológica e mercadológica; d) geração
de talentos para trabalhar nesse segmento tão especializado e a educação continuada
específica para gestores da cadeia tática e estratégica.
Estamos no momento de discutir e implantar ações administrativas no gerenciamento
de nossas clínicas, considerando-as sempre como um negócio que precisa ser rentável
e permanente em meio ao bom exercício da profissão. Estamos passando do tempo de
estabelecer uma cultura de qualidade no atendimento ao nosso cliente e enxergar quais
benefícios lhes oferecemos. Por fim, sugerimos repensar nossas empresas como socialmente responsáveis, como geradoras de bons serviços para comunidade e qual o nosso
posicionamento atual e futuro no mercado que vivemos.
5(9,67$0e',&2(0',$‡OUTUBRO DE 2012
6pUJLR$PDUDO
Gestão médica:
onde estamos?
25
Jovem Médico
Tanto os profissionais quanto pacientes descobriram que
os apps móveis podem fornecer uma maneira rápida e eficiente para manter contato e trocar informações.
No final, os aplicativos que se destacam são os que fornecem serviços necessários e tornam tanto médicos quanto
pacientes mais produtivos.
APLICATIVOS QUE TODO
RESIDENTE DEVE TER:
Para quem também está na residência
e vive na correria, com vários pacientes
e muita papelada pra resolver, nada
como ter a sorte de viver na era dos
smartphones e ter vários aplicativos para
ajudar!O blog Médico Nerd listou os
principais aplicativos para você:
Sanford Guide Antimicrobial Therapy – O maior guia de antibióticos há décadas, o Sanford Guide é bem mais acessível no
iPhone do que na sua versão impressa! A busca é mais fácil e a
leitura mais prática. É realmente essencial para todo residente seu único problema é o preço: 29,99 dólares na App Store.
CID-10 Pro – CID-10, mais um livro volumoso e de difícil uso,
que ficou bem mais acessível na forma de aplicativo! Há várias
opções de aplicativos para consulta do CID-10, mas esse da Medphone é a melhor opção: gratuito, layout agradável e busca
facilitada! Está disponível na App Store gratuitamente.
Tabela SUS Pro – Esse é essencial principalmente para quem
faz alguma residência cirúrgica! Tem toda a tabela completa de
procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS. Mais um aplicativo da Medphone que se destaca entre outros sobre o mesmo
tema, o Tabela SUS Pro tem layout agradável e busca facilitada,
permitindo salvar seus procedimentos favoritos. Está disponível
na App Store por 1,99 dólares.
MedCalc – Esse provavelmente é o aplicativo médico mais famoso e essencial de todos os tempos! Carro chefe do uso do Palm,
também é destaque no iPhone! Tem basicamente 99% das calculadoras que um médico pode precisar no seu dia-a-dia e realmente
facilita nossa vida! Está disponível na App Store por 0,99 dólares.
Dropbox – Para quem ainda não conhece, o Dropbox é um serviço online gratuito que permite que você salve seus arquivos na
“nuvem”. Dessa forma, eles podem ser acessados no seu iPhone,
iPad ou qualquer computador! Então, com o Dropbox, você pode salvar escalas de plantão, artigos, livros, entre outras coisas
online. Com o app de iPhone, você pode visualizar arquivos tanto
.pdf como formatos de Word e PowerPoint. O aplicativo do Dropbox está disponível gratuitamente na AppStore e é preciso um
cadastro online para começar a usar o serviço.
PREPARE-SE: AS PROVAS PARA RESIDÊNCIA MÉDICA ESTÃO CHEGANDO!
Só quem já fez prova de residência médica sabe como o
processo é longo, difícil e caro! USP, Santa Casa, Unicamp,
entre outras importantes instituições realizam as suas provas no mês de novembro. É hora de você se organizar! São
muitas datas e muitos detalhes, por isso é importante fazer
uma tabela para acompanhar todos os calendários.
O blog Médico Nerd preparou uma série de postagens sobre as etapas das provas de residência médica. Eles dão
dicas para todas as etapas do processo seletivo como: preparação e estudo, inscrições e primeira fase, prova prática,
currículo, entrevista, aprovação e suplência.
No site Academia Médica (www.academiamedica.com.br)
você encontra o calendário completo de todas as provas
de Residência Médica do país. Eles mantêm o calendário
atualizado de acordo com o lançamento de novos editais.
5(9,67$0e',&2(0',$‡OUTUBRO DE 2012
A febre pelos aplicativos de celular e tablets chegou à área
médica. Médicos incorporam os aplicativos em suas especialidades para serem mais efetivos. Pacientes os usam
para monitorar aspectos específicos de sua saúde, preencher falhas no cuidado e ter mais responsabilidade pelo
seu bem-estar.
27
Especial
'LYXOJDomR
$/(;$1'5(3$',/+$‡Ministro da Saúde
Um ano e meio após tomar posse no Ministério da
Saúde, quais foram as principais mudanças feitas na
Saúde do país?
5(9,67$0e',&2(0',$‡OUTUBRO DE 2012
O ministro da Saúde, Alexandre
Padilha, concedeu entrevista à
Revista Médico em Dia onde fala
dos projetos implementados desde
que assumiu a pasta, faz uma
análise da situação da saúde pública
brasileira, dos principais projetos
do governo federal para a área da
28
saúde e de combate ao crack.
A saúde pública deve, pode e precisa melhorar, e estamos
assumindo a responsabilidade de liderar o processo em
busca de uma saúde pública de qualidade. Por isso, desde
o ano passado, lançamos programas e medidas que estão
contribuindo cada vez mais para reduzir as filas nos hospitais e o tempo de espera por um atendimento de qualidade. Dentro dessa perspectiva, estamos ampliando a quantidade de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs 24h) pelo
País. Elas oferecem consultas e tratamentos intermediários
e podem resolver ali mesmo 97% dos casos que chegam
por lá sem a necessidade de encaminhamento para um
hospital. Essa é uma de nossas apostas para descongestionar as filas dos hospitais. Outra estratégia lançada por nós
para reduzir o tempo de espera e garantir o atendimento
ágil e humanizado aos pacientes é o S.O.S Emergências.
Esse programa visa qualificar e melhorar o atendimento e
o acesso aos serviços de urgência e emergência no Sistema
Único de Saúde (SUS). Hoje, 12 hospitais de grande porte
de nove capitais fazem parte do programa. Queremos que
essa iniciativa alcance, até 2014, os 40 maiores prontossocorros brasileiros, abrangendo todos os 26 estados e o
Distrito Federal. Também contribui com a redução das filas
nos hospitais de emergência o programa Melhor em Casa,
que, quando há indicação médica, presta assistência ao
paciente em sua própria residência, desde que haja o seu
consentimento e da família. Até 2014, vamos implantar
equipes de atenção domiciliar em todas as regiões do País.
O senhor está satisfeito com o Orçamento da Saúde? Os recursos têm sido suficientes para financiar
os programas do Ministério?
A Saúde precisa de um progressivo aumento de recursos
e governo federal está mantendo um crescente aporte de
recursos ano a ano. O orçamento federal do setor subiu
de R$ 28,3 bilhões, em 2002, para R$ 44,3 bilhões, em
2006, para R$ 67,4 bilhões, em 2010, e para R$ 91,7 bilhões, em 2012. Além disso, a regulamentação da Emenda Constitucional 29, no ano passado, estabeleceu fontes
permanentes e estáveis de receita para a Saúde e definiu
quais os gastos que podem ser incluídos na conta do setor.
Isso trará maior transparência e controle sobre os recursos
Desde o início do governo Dilma, seis ministros foram demitidos por suspeita de corrupção. O que o
seu ministério vem fazendo para conter os desvios
de dinheiro?
Compromisso do gestor e direito da sociedade, a transparência e o controle social são ferramentas que têm atenção
no Ministério da Saúde. Desde o ano passado, o ministério
vem ampliando os mecanismos de controle sobre os repasses de recursos federais. Por meio do Fundo Nacional de
Saúde (FNS), foram transferidos em 2011 mais de R$ 44,3
bilhões aos estados e municípios. Para aperfeiçoar o monitoramento e fiscalização destes recursos, o ministério tomou uma série de medidas que vão desde a regularização
dos fundos de saúde ao veto a transações financeiras “na
boca do caixa” e criação de portais de transparência. Por
meio do Decreto Presidencial 7.507, publicado em junho,
o governo federal definiu que os municípios brasileiros só
podem receber verbas através de contas específicas para a
saúde. O decreto vetou o saque em espécie, “na boca do
caixa”, e ainda determinou que, para efetuar os pagamentos, as prefeituras têm de fazer depósito direto nas contas de seus fornecedores e prestadores de serviços. Desde
o ano passado, o Ministério da Saúde também lançou o
Portal Saúde com Mais Transparência (www.transparencia.
saude.gov.br), que divulga as transferências de recursos do
ministério a estados e municípios, tanto por repasses diretos quanto por convênios. Lá , o cidadão vai encontrar informações sobre as licitações em curso, planos e relatórios
de gestão da União, dos estados e dos municípios.
Como promover regras nacionais para um país tão
heterogêneo?
O Ministério não promove regras e sim políticas em várias
áreas de saúde de forma a ser replicadas pelos Estados e
Municípios, que têm autonomia na gestão. As discussões e
implementações de programas e ações são pactuadas em
Comissões bipartites, tripartites.
Que pontos positivos você destacaria na sua gestão
no quesito humanização?
Humanizar é dar acolhimento, é atender ao indivíduo, com
foco às suas necessidades. Desde 2003, nós temos a Política Nacional de Humanização para efetivar os princípios
do SUS no cotidiano das práticas de atenção e gestão,
qualificando a saúde pública no Brasil. Um dos programas
em que a humanização do atendimento é um dos pontos
de destaque do programa, o Rede Cegonha é uma estratégica consiste na mudança de modelo de atenção dado
atualmente ao parto e nascimento. Dentro da estratégia
estão previstos os Centros de Parto Normal – unidades
que funcionam em conjunto com as maternidades para
humanizar o parto e nascimento, e contam com a inserção dos enfermeiros obstétricos na assistência ao parto de
risco habitual. Por conta deste novo modelo é importante
aumentar a quantidade desses profissionais disponíveis no
Sistema Único de Saúde (SUS).
O que o governo federal tem feito para combater a
pandemia do crack?
É importante ressaltar que o termo pandemia não é correto. Pandemia é uma doença que atinge a população em
escala global, o que não é o caso. Para combater o crack
o ministério da Saúde vai investir por meio do programa
“Crack, é possível vencer” R$ 2 bilhões até 2014. É importante ressaltar que não existe modo único para vencer a dependência química. Pensando nisso e tirando como exemplo
outras experiências exitosas o Ministério da Saúde construiu
uma rede de atendimento capaz de atender os dependentes
químicos de acordo com o grau de dependência e tipo de
droga. Eles funcionam em congruência e tem como finalidade oferecer tratamento continuado a pessoas – e seus
familiares – com problemas relacionados ao uso abusivo e/
ou dependência de álcool, crack e outras drogas.
O senhor é a favor de uma política em que o Estado,
pró-ativamente, vá atrás desses usuários nas ruas?
E como seria isso?
Um dos equipamentos que compõe a rede de saúde mental do ministério da Saúde é o Consultório na Rua. São vans
que circulam pela noite nos grandes centros das cidades
procurando pessoas em situação de vulnerabilidade social
e usuários de drogas. Nesse contato os profissionais de
saúde e assistência social que trabalham nas noites apresentam a essa população um Sistema único de Saúde que
elas desconhecem. Aquele que procura o cidadão para oferecer ajuda e também é um ombro amigo. Somente com
a confiança dessas pessoas e pela conversa mostramos a
necessidade, no caso dos usuários de drogas, de um tratamento. É simples, não é necessário força ou ação policial.
Para combater o crack o
ministério da Saúde vai
investir por meio do programa
Crack, é possível vencer
R$ 2 bilhões até 2014.”
5(9,67$0e',&2(0',$‡OUTUBRO DE 2012
da saúde nos estados, municípios e no Governo Federal. O
nosso esforço é assegurar mais qualidade no atendimento
à população, independente da definição de mais recursos
para o setor. A prioridade é fazer mais e melhor com os
recursos já disponíveis.
29
AMBr comemora o
Dia do Médico
Evento
Outubro é mês de comemorarmos o dia do profissional
que trabalha pelo nosso bem-estar, protege, cura e ajuda
a manter o que nós temos de mais valioso: a vida. Em homenagem a ele, a Associação Médica de Brasília realizará,
no dia 20 de outubro, a sua tradicional Festa do Médico.
Pela primeira vez o evento acontecerá na Sede da AMBr,
com temática tropical à beira da piscina, recebendo mais
de 600 pessoas. A animação ficará por conta da Banda
Sideral e do show performático de André 14 Voltas. Adriana Buffet assina o cardápio do tradicional encontro dos
médicos do Distrito Federal.
Os convites já estão à venda na Secretaria da AMBr e no
posto da Associação montado no Centro Clínico Sul – consulte horário de atendimento pelo telefone: (61) 21959797. Valor para sócio: R$ 130 e não sócio R$ 150.
5(9,67$0e',&2(0',$‡OUTUBRO DE 2012
20/9
31
Ponto
$*$0(1217255(6‡Presidente do SindMédico-DF
Plano de carreira
A criação de um plano de carreira único para todos os
trabalhadores da Saúde tem sido discutida em todo o
território nacional. O tema polêmico divide opiniões.
Para o Conselho Nacional de Saúde (CNS), a ausência
de uma carreira única é maior problema do SUS, já
que a demora por atendimento nos postos de saúde
poderia ser amenizada se o atendimento deixasse de ser
centrado na figura do médico.
Do outro lado, os médicos discordam e dizem que a medida desvaloriza a categoria que
tem uma formação diferenciada das outras áreas da saúde.
5(9,67$0e',&2(0',$‡OUTUBRO DE 2012
'LYXOJDomR
Para falar sobre o assunto, entrevistamos o presidente do SindMédico-DF, Dr. Marcos Gutemberg Fialho da Costa, e o presidente do SindSaúde-DF, Agamenon Torres.
Agamenon Torres
Qual a sua opinião a respeito da criação de uma carreira única de Estado para
os trabalhadores do SUS?
Eu sempre fui a favor da carreira única, pois vejo a saúde como um todo e acho que nenhuma categoria de servidores deve ter privilégios em detrimento de outras. Justamente
para defender essa união é que participo como membro da Mesa Permanente de Negociação do SUS-DF.
Você acredita que essa proposta desvaloriza a profissão médica?
Não, pelo contrário. A carreira única servirá para valorizar os profissionais de saúde como
um todo e melhora, no meu ponto de vista, a qualidade do serviço do SUS e assistência
aos usuários.
34
& Contraponto
Dr. Marcos Gutemberg Fialho da Costa
Qual a sua opinião a respeito da criação de uma carreira única de Estado para
os trabalhadores do SUS?
Por enquanto não tem nada de concreto, existe uma negociação querendo criar um tipo
de Plano de Cargos e Salários semelhante a um “carreirão”, que não concordamos. Não é
interessante, mesmo porque nós conquistamos uma carreira, temos um salário diferenciado em virtude da nossa força política, das nossas conquistas sindicais e não vai ser agora
que a gente vai perder tudo isso.
Você acredita que essa proposta desvaloriza a profissão médica?
Desvaloriza o médico mesmo porque nós temos toda uma formação diferenciada. A formação do médico é de mais de 8,5 mil horas, de outros profissionais é metade disso, além
da residência. Como podemos nivelar para todos? Sem menosprezar outras categorias,
temos uma responsabilidade diferenciada. Temos toda uma conquista de anos lutando
aqui no Sindicato. Era assim antigamente, nós conseguimos conquistar nossa carreira,
assim como outras categorias conseguiram. Não só nós avançamos, como eles também
avançaram. Se tivesse continuado como era antes, nem nós tínhamos avançado, nem eles.
Todos teriam tido ganhos pífios, os ganhos de cada carreira isoladamente são maiores do
que se fosse uma carreira única. Cada um conquista suas peculiaridades.
5(9,67$0e',&2(0',$‡OUTUBRO DE 2012
Podemos até ter uma carreira única de estado para cada categoria, mas nunca nivelar
todos no mesmo patamar. Não faz sentido, pegar um médico que tem 8,5 mil horas e
ter o mesmo salário que uma enfermeira com 4 mil horas, metade da formação. Mesmo
porque a responsabilidade é totalmente diferente. Isso seria um retrocesso.
35
'UHDPVWLPH
'LYXOJDomR
'50$5&26*87(0%(5*),$/+2'$&267$‡Presidente do SindMédico-DF
Histórias da Música Popular
5(1$729,9$&48$‡Historiador da música popular
A Música Popular Brasileira, desde o surgimento do disco
no início do século passado, veiculou nomes de produtos
ligados a área farmacêutica, com ou sem finalidade propagandística. A antiga modinha O Chefe da Orchestra louvava
o potencial do fortificante Jataí: “O trombone fraquejava.
Tli, hi, hi. A vista disso tiveram que tomar muito JATAÍ.”
O excelente letrista Aldyr Blanc, psiquiatra, acabou por
abandonar a profissão revoltado com os métodos medievais nos manicômios quando estagiário. Foi bom, nosso
cancioneiro saiu lucrando. Fez muito sucesso com o curativo de Dois pra lá, dois pra cá: “No dedo falso brilhante.
Brincos iguais ao colar. E a ponta de um torturante band
-aid no calcanhar.”
5(9,67$0e',&2(0',$‡OUTUBRO DE 2012
O parceiro afinado foi João Bosco com quem criou obras
primas. Da dupla com Cláudio Tolomei surge a saga de um
estropiado por amor sem cura: “Olha meu bem o que restou daquele grande herói sem seu amor. Enlouqueci e ando
dodói. Como Tarzan depois da gripe. De Emplastro Sabiá.”
Mais adiante reforça a dose: “Maracujina já não resolve.”
36
Aldyr e Bosco em Bandalhismo retornam após experiência
gastronômica nada agradável: “Como os pobres otários
da Central. Já vomitei sem lenço e Sonrisal. P.F. de rabada
e agrião.” Para quem não conhece o Rio, a Central é a estação ferroviária do povão, cheia de botecos com comidas
de ingestão arriscada. Em 1927 sua fama já não era boa
como o Duque de Abramonte (é um pseudônimo) em sua
música já metia a lenha. “Há sonhos que horrores dão. Da
cabeleira arrepiá. Não quero que sonhes não. Que viajas
pela Central. No Rio quando vou lá. Eu já vou cadáver já.
Tomando por precaução. Cloroformio com limão.”
Tom Zé em Jeitinho Dela é de um nonsense total: “Geladeira já teve febre. Penicilina teve bronquite. Melhoral teve
dor de cabeça. E quem quiser que acredite.” Em dupla
com Rita Lee algo inusitado, como em Dois mil e um: “Sou
baiano e estrangeiro. Meu sangue é de gasolina. Correndo
não tenho mágoa. Meu peito é de sal de fruta. Fervendo
no copo d’água.”
A marchinha carnavalesca de Klécius Caldas e Armando
Cavalcanti fez sucesso: “Penicilina cura até defunto. Petróleo bruto faz nascer cabelo. Mas ainda está pra nascer. O
doutor. Que cure a dor de cotovelo.”
Gilberto Gil recorda pílula famosa do tempo de nossos
avós: “O sonho acabou dissolvendo a Pílula de Vida do Dr.
Ross Na barriga da Maria.” Na sua deliciosa Canção pra Inglês Ver, Lamartine Babo fax uma mixórdia: “Elixir de Inhame. Reclame de andaime. Mon Paris, je t’aime. Sorvete de
creme.” Caetano Veloso em Superbacana critica a supervalorização que virou mania: “Superbacana. Superbacana.
Super-Homem. Superflit. Supervinc. Superhist. Superviva.”
Em Amigo da Onça, Silvio Silva prescreve uma receita estranha: “Não é possível. Você não se comove. Vá tomar um
Engove!” Volta Aldyr em parceria com a competente Suely
Costa em Altos e Baixos: “Meu taxi, meu uísque. Dietil,
Diempax. Ah, mas há que se louvar entre altos e baixos. O
amor. Que traz tanta vida. Que até para morrer leva tempo
demais.” Agora Aldyr com Giordano em New Malemolên-
cia debocha da jovem metida a moderninha: “Ela acha que
é meio punk. Pós moderna, uma deusa do sol. Com um
jeito de gata beleza. Junta o funk ao new besteirol. Entre
a insustentável beleza. E o Almanaque mais Capivarol.”
Ritchie na composição Preço do Prazer, parece meio debilitado para enfrentar uma batalha amorosa: “Nesse quarto
de hotel. Nem água quente tem. É o preço do prazer. Estou
na base do B12. Mas está tudo bem. É o preço do prazer.” A
banda Pato Fu em seu trabalho lançado em 2005 Toda cura
para todo mal tem versos desconcertantes: “Toda cura para
todo mal. Está no hipoglós, mertiolate e sonrisal.”
Não é possível.
Você não se comove.
Vá tomar um Engove!”
Amigo da Onça, de Silvio Silva
)RWRV'UHDPVWLPH
5(9,67$0e',&2(0',$‡outubro de 2012
João Bosco teve uma inspiração dolorosa para compor
Benzetacil em 2003. Para curar uma infecção crônica teve que tomar o antibiótico durante seis meses: “Não conseguia nem dormir só pensando na hora da injeção. Foi
horrível.” O talentoso Wilson Batista, em seu samba Diagnóstico mostra outra situação onde a ciência está de mãos
atadas: “A medicina está muito avançada. Mas no seu caso
não adianta nada. É incurável a sua enfermidade. Não há
remédio para curar a saudade.”
37
Especialidade Médica
'LYXOJDomR
A Medicina do
Ambiente de
Trabalho
Philipe Aureolus Theophastus Bombastus Von Hohenheim
(1493-1541), o médico Paracelso, assim chamado por seu
pai querendo demonstrar que era mais sábio do que Celso,
o célebre médico de sua época, tinha personalidade controvertida. Entretanto, tornou-se conhecido por sua visão
holística da medicina e foi o primeiro médico a associar a
doença do bócio aos minerais da água potável, especialmente o chumbo. Considerado um dos precursores da Medicina do Trabalho, assim, inspirou Bernardino Ramazzini
com sua filosofia.
'UHDPVWLPH
“Eu, quando pude, fiz o que estava ao meu alcance, e não me considerei diminuído visitando,
de quando em quando, sujas oficinas (já que, em
nossa época, a medicina tende para o mecanicismo, de certo modo, e as escolas nada mais
tratam senão de automatismo) a fim de observar
segredos da arte mecânica. Confio, todavia, na
indulgência dos nossos nobres mestres porque é
evidente que em uma só cidade, em uma só região, não se exercitam todas as artes, e, de acordo
com os diferentes lugares, são também diversos
os ofícios que podem ocasionar várias doenças.
Das oficinas dos artífices, portanto, que são antes escolas de onde saí mais instruído, tudo fiz
DRA. ROSYLANE ROCHA
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5(9,67$0e',&2(0',$‡OUTUBRO DE 2012
Bernadino Ramazzini, nascido em 1633, graduou-se em
Filosofia e Medicina na cidade de Parma, Itália, em 1659.
Foi um generalista perfeito. Autor de várias obras, foi o
primeiro médico a sistematizar o conhecimento acerca da
relação entre o processo de adoecimento e o ambiente
de trabalho. Escreveu o livro De Morbis Artificum Diatriba
em 1700, no qual descreveu doenças, sintomas, sinais que
frequentemente acometiam os trabalhadores; sendo este
um marco para a Medicina do Trabalho.
39
para descobrir o que melhor poderia satisfazer
o paladar dos curiosos, mas, sobretudo, o que é
mais importante, saber aquilo que se pode sugerir
de prescrições médicas preventivas ou curativas,
contra as doenças dos operários. E, assim, o médico que vai atender um paciente proletário não
se deve limitar a pôr a mão no pulso, com pressa,
assim que chegar, sem informar-se de suas condições; não delibere de pé sobre o que convém
ou não convém fazer, como se não jogasse com
a vida humana; deve sentar-se, com a dignidade
de um juíz, ainda que não seja em cadeira dourada, como em casa de magnatas; sente-se mesmo
num banco, examine o paciente com fisionomia
alegre e observe detidamente o que ele necessita
dos seus conselhos médicos e dos seus cuidados
piedosos. Um médico que atende um doente deve informar-se de muita coisa a seu respeito pelo
próprio e pelos seus acompanhantes, segundo o
preceito do nosso Divino Preceptor: “Quando visitares um doente, convém perguntar-lhe o que
sente, qual a causa, desde quantos dias, se seu
ventre funciona e que alimento ingeriu” são palavras de Hipócrates no seu livro “Das Afecções”; A
estas interrogações devia-se acrescentar outra: “E
que arte exerce?”Tal pergunta considero oportuna
e mesmo necessário lembrar ao médico que trata
um homem do povo, que dela se vale para chegar
às causas ocasionais do mal, a qual quase nunca
é posta na prática, ainda que o médico a conheça. Entretanto, se a houvesse observado, poderia
obter uma cura mais feliz...” (RAMAZZINI,1700).
40
cumprir a Resolução do CFM nº 1488/1998 que disciplina
em seu artigo 2º:
Art. 2º - Para o estabelecimento do nexo causal entre os transtornos de saúde e as atividades
do trabalhador, além do exame clínico (físico e
mental) e os exames complementares, quando
necessários, deve o médico considerar:
I - a história clínica e ocupacional, decisiva em qualquer diagnóstico e/ou investigação de nexo causal;
II - o estudo do local de trabalho;
III - o estudo da organização do trabalho;
IV - os dados epidemiológicos;
V - a literatura atualizada;
VI - a ocorrência de quadro clínico ou subclínico
em trabalhador exposto a condições agressivas;
VII - a identificação de riscos físicos, químicos,
biológicos, mecânicos, estressantes e outros;
VIII - o depoimento e a experiência dos trabalhadores;
IX - os conhecimentos e as práticas de outras
disciplinas e de seus profissionais sejam ou não
da área da saúde.
O trabalho é muito mais do que um meio de subsistência
ao indivíduo e à sua família, é o meio pelo qual ele pode
desenvolver as suas potencialidades biológicas, psicológicas e sociais, um meio de valorizar a sua auto-estima,
obter o respeito da família e de seus pares e, defender
seu espaço na sociedade. Não sendo possível dissociar esse
trabalhador, homem ou mulher, do trabalho e do ambiente
laboral, porquanto estas variáveis estão interligadas cabendo ao médico do trabalho compreender esta relação e a
extensão de seus efeitos. Somente assim, poderá atuar na
proteção integral e integrada à saúde do trabalhador e ainda, compreender que esta intervenção é multiprofissional.
Não é concebível, portanto, um
médico do trabalho que não
inspeciona os diversos setores
da empresa na qual trabalham os trabalhadores por ele
atendidos e, igualmente, não
é concebível um Médico
Perito estabelecer nexo
causal em seu laudo
pericial sem ter feito
diligência na empresa reclamada.
No diagnóstico de determinada enfermidade, onde o labor figura como possível causa de adoecimento, urge fazer
Atentemos para o
Ato Médico!
'UHDPVWLPH
5(9,67$0e',&2(0',$‡OUTUBRO DE 2012
Sendo este o indelével legado que nos deixou Ramazzini, o
estudo aprofundado dos agravos à saúde do trabalhador e
sua relação com as atividades laborais e com o ambiente do
trabalho. O médico do trabalho deixa o consultório e sai em
diligência para correção da “miopia” que o impede de enxergar para além do homem-paciente. Assim, alcança e entende o homem-trabalhador, como ser biopsicossocial que
faz parte de um universo e que sofre influências externas.
O trabalho é muito mais do
que um meio de subsistência
ao indivíduo e à sua família,
é o meio pelo qual ele
pode desenvolver as suas
potencialidades biológicas,
psicológicas e sociais”
Agende-se
Outubro
XIX Congresso Nacional do
Departamento de Ergometria,
Exercício, Reabilitação
Cardiovascular, Cardiologia Nuclear
e Cardiologia do Esporte
Data:
Local:
Informações:
O curso será ministrado em inglês,
com tradução simultânea.
5(9,67$0e',&2(0',$‡OUTUBRO DE 2012
Informações:
42
Data:
Local:
Informações:
11 a 13 de outubro
Royal Tulip Brasília Alvorada – Brasília/DF
http://departamentos.cardiol.br/sbc-derc/
congresso-2012
X Seminário de Homeopatia
Dr Bandish Ambani
Data:
Local:
Festa do Médico
12 a 14 de outubro
Av. Portugal, 1.052 – Setor Marista –
Goiânia/GO – CEP 74150-330
Renata – SMGH
Telefone: (62) 3251.06.79
Horário: 09h às 12h e das 14h às 18h
E-mail: [email protected]
Site: www.smgh.com.br
20 de outubro
Sede da AMBr – Brasília/DF
[email protected]
Telefone: (61) 2195-9739
XI Seminário de Atualização em
Diabetes e Síndrome Metabólica
do Distrito Federal
Data:
Local:
Informações:
19 e 20 de outubro
Sede da AMBr – Brasília/DF
[email protected]
Telefones: (61) 3244-2129/8408-4599
Reunião Terapêutica de Psoríase
Dra. Gladys Martins
Data:
Local:
22 de outubro
Auditório da AMBr
SCES Trecho 03 lote 06 – Brasília-DF
Informações:
Sociedade Brasileira de Dermatologia – DF
Telefone: (61) 3323-1524
Novembro
16° Congresso Brasileiro
da Sociedade Brasileira de
Ultrassonografia
8° Congresso Internacional de
Ultrassonografia da FISUSAL
Data:
Local:
Data:
Local:
Inscrições:
24 a 27 de outubro
Centro de Convenções Frei Caneca
– São Paulo – SP
Convidados Internacionais:
Armando Ricardo Goldman (Argentina)
Ramon Bataglia Araújo (Paraguai)
Fabrício Costa (Austrália)
Informações:
XXXI Congresso Brasileiro
de Homeopatia
13 a 17 de novembro
Sede da AMBr – Brasília/DF
http://www.congressohomeopatia2012.
com.br
VII Congresso do Museu
Abrahão Brickmann
Data:
Local:
Informações:
23 a 25 de novembro
Hotel Nacional – Ribeirão Preto/SP
Telefone: (16) 3636-5065
www.sbuscongresso2012.org.br
Telefone: (11) 3081-6049
21ª Edição do Curso de Qualificação
para Profissionais de Saúde em
Educação em Diabetes / Projeto
Educando Educadores
24 a 27 de outubro
Florianópolis/SC
www.diabetes.org.br
Telefone: (11) 2761-7196
5(9,67$0e',&2(0',$‡OUTUBRO DE 2012
Data:
Local:
Informações:
43
ACADEMIA DOM BOSCO
(61) 3321-1214
15% no valor da matrícula
10% para atividades aquáticas
ABS BRASÍLIA SOMMELIERS
(61) 3323-5321
Descontos diferenciados para associados AMBr
ADRIANA SÓCRATES – PSICÓLOGA
(61) 3443-3522
709/909 Sul, Ed. Biocenter, sala 11
50% de desconto na consulta
AUDREY BRANTS – ÓPTICA
(61) 3443-9817
Desconto de até 25%.
CLÍNICA ODONTOLÓGICA DANIELE CASTRO
(61) 3328-2118
Desconto de até 50%
CLIVAC – CLÍNICA DE VACINAS
(61) 3346-7071
Desconto de até 12%
COLÉGIO SAGRADO CORAÇÃO DE MARIA
(61) 3031-5000
Desconto de até 15%
HOTEL NACIONAL
(61) 3321-7575
Desconto de 45% na hospedagem sobre tarifa de balcão
HOTEL FAZENDA MESTRE D’ARMAS
(61) 3248-4000
Desconto de 20% em baixa temporada
e 10% em alta temporada.
IBO – INSTITUTO BRASILEIRO DE ODONTOLOGIA
(61) 3244-5099
Desconto de 15% em consultas e tratamentos
IMUNOLIFE – CLÍNICA DE VACINAS
(61) 3347-5957
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Clube de Afinidades
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Perfil
DR. EDSON PORTO
Dr. Edson Porto
CRM nº 1 de Brasília!
O andar tranquilo de quem viveu em outro
tempo e a voz calma e baixa contam com
orgulho histórias de quem construiu o sonho
de uma nação. A história também é de um
herói mineiro que cuidou de centenas de
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outros heróis. Pessoas que deixaram suas
famílias e seguiram para o planalto central
construir uma nova capital. Todos sabiam
que estavam ali vivendo o anúncio de uma
nova era na história do país.
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Dr. Jorge Porto, o primeiro médico de Brasília, chegou ao
que seria a nova capital no dia 04 de dezembro de 1956.
Hoje é um museu vivo que esbanja conhecimento e se orgulha em ter em sua história a história de um novo Brasil.
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O INÍCIO
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Caçula de catorze irmãos,
o jovem Edson Porto já
sonhava com a medicina
desde os primeiros anos de
sua infância, na cidade de
Araguari (MG). Bom aluno, dedicado aos estudos,
o jovem venceu inúmeros
desafios antes de sair da
pequena cidade mineira.
Incentivado pela mãe, dona Elídia, seguiu sozinho aos 16
anos para o Rio de Janeiro onde, com 17 anos, foi aprovado no vestibular da Faculdade Nacional de Medicina.
O rapaz sonhador graduou-se em 1955, aos 24 anos, e escolheu a pediatria como especialidade. Já doutor, precisava
de novas oportunidades profissionais. Foi quando seguiu
para Goiânia. Iniciou-se aí a grande reviravolta que mudou
sua vida para sempre.
A IDA PARA A NOVA CAPITAL
Com somente 25 anos de idade, o médico tinha as funções
de realizar exames admissionais nos operários e tratar as
emergências que chegavam ao posto médico montado no
acampamento dos primeiros 60 operários candangos.
Picadas de cobras e mordidas de animais eram os principais atendimentos realizados por Dr. Porto. O desmatamento na área onde seria o futuro Lago Paranoá gerou centenas de acidentes. Os casos mais graves eram
levados de avião Cesna, disponibilizado pela Companhia
Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) para o Hospital
Rassi, em Goiânia.
Em poucos meses o número de operários chegou a 1,5 mil
e o trabalho ficou cada vez mais árduo. Dr. Porto poderia
ter voltado para assumir o cargo prometido em Goiânia,
mas as oportunidades na nova capital eram muitas. Não
demorou a receber um convite para ser o diretor do primeiro hospital da cidade, o Iapi, mais tarde denominado
Hospital Juscelino Kubitschek de Oliveira, o HJKO, onde hoje funciona o Museu Vivo da Memória Candanga.
O GRANDE AMOR DA SUA VIDA
Basta conversar poucos minutos com Dr. Porto para encantar-se pela paixão com que fala da medicina. A dedicação
do pediatra pelo seu trabalho o transformou em uma das
mais importantes personalidades da nova capital. Mas o
verdadeiro amor de Dr. Porto é outro: a família que construiu ao lado de sua dedicada esposa, dona Marilda.
A goiana de Rio Verde encantou o médico que ficou deslumbrado quando a conheceu na capital de Goiás. A jovem normalista abandonou o sonho de ser médica para
construir a maior riqueza de sua vida: a família. Um mês
após o casamento, em 1958, a jovem já estava grávida do
primeiro dos cinco filhos do casal.
Dona Marilda dedicou a sua vida à família. A falta de estrutura da nova cidade não a impediu de criar e formar
todos os seus filhos. Mesmo dedicada inteiramente à organização do lar, dona Marilda ainda encontrou tempo para
cuidar da guarda dos documentos e fotos históricas da
época. A catalogação hoje forma um imenso e rico acervo
de quem viu a criação de uma cidade no meio do imenso
cerrado no Centro-Oeste brasileiro.
Os registros guardados por dona Marilda transformaramse em uma bela exposição em sua casa no Park Way. Cada
parede, móvel e ambiente da residência do casal traz uma
parte da história da capital do país.
AMOR PELA ARTE
As artes também sempre fizeram parte da vida do Dr. Edson Porto. Autodidata, aprendeu sozinho a tocar e a pintar.
Um dos seus mais belos quadros -um autorretrato onde
aparece tocando violão- enfeita o seu estúdio montado
em casa, onde por anos dedicou-se a mais essa paixão. A
música também sempre fez parte da vida do doutor que
participava das serestas no Catetinho, onde era comum a
presença até do presidente JK. A paixão pela música foi tão
grande que Dr. Porto participou da fundação da orquestra
Sinfônica de Brasília.
Hoje o médico ainda encontrou tempo para dedicar-se a
uma nova paixão: a internet. Gosta de ler notícias, mantêm-se atualizado e já aprendeu a utilizar programas de
fotografia no computador.
Dr. Edson Porto foi também um dos primeiros apresentadores da Rádio Nacional de Brasília. Dois anos depois de
chegar à capital federal foi convidado para apresentar um
programa sobre saúde na recém-inaugurada emissora.
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A capital goiana guardava grandes surpresas para o jovem
doutor. Foi lá que recebeu o convite que daria um novo rumo à sua vida. Recém chegado na capital goiana, recebeu
o convite para ser o médico dos operários enviados para
a construção da nova capital do país. Com a promessa de
ser integrado, após a realização do trabalho em Brasília,
ao corpo de pediatras do novo hospital que estava sendo
construído em Goiânia, Dr. Edson Porto chegou à capital
federal no dia 04 de dezembro de 1956.
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Vitrine
FOTOS: ANDRÉ MUNIZ
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Destinos
CUBA
Cuba,
a ilha da Saúde
Desde o triunfo da Revolução de 1959, o desenvolvimento da medicina tem sido a grande prioridade do governo
cubano, o que transformou a ilha do Caribe em uma referência mundial neste campo. Atualmente, Cuba é o país
que concentra o maior número de médicos por habitante.
Em 2012, Cuba formou mais de 11 mil novos médicos, os
quais completaram sua formação de seis anos em faculdades de medicina reconhecidas pela excelência no ensino.
Em 2013, o país receberá importantes congressos internacionais e encontros da área médica. A Revista Médico
em Dia montou um roteiro para você se programar para
participar dos eventos científicos e ao mesmo tempo aproveitar o melhor do turismo local cubano.
Com informações: Opera Mundi
TURISMO
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Maior ilha do Caribe, Cuba é singular, com seu passado
estampado nas construções históricas, que vão do barroco
ao neoclássico, do art nouveau ao déco.
O domínio comunista de Fidel Castro sobre a ilha levou ao
embargo de produtos do mundo capitalista, o que faz com
que um passeio pelas ruas da capital, Havana, dê a impressão de que ainda estamos nos anos 50. Carros antigos conhecidos como rabo de peixe, a exemplo dos Cadillacs, são
vistos por todo lado e podem até ser alugados por intermédio da empresa governamental Grand Car. Bares e músicos
da velha guarda são ícones do país. Visitar Cuba e suas belas
praias como Varadero e Cayo Largo é uma bela aventura.
HAVANA
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A história política de Havana aparece por todos os lados,
e um dos principais pontos de visitação é a Plaza de la
Revolución, palco de manifestações e dos famosos – e lon-
XII Congresso Cubano de Cirurgia
05 a 08 de Março
Informações: www.eventosemcuba.com.br
Congresso Internacional de Urgencias – Emergencias
e Cuidados Intensivos – URGRAV 2013
16 a 19 de Abril 2013 - Havana - Cuba
Informações: http://www.urgravcuba.com
XV Congresso da Sociedade Cubana de Obstetricia
e Ginecologia
06 a 10 de Maio - Havana - Cuba
Informações: http://www.ginecobstcuba.com
III Simposio Internacional de Medicina Regenerativa
20 a 24 de Maio 2013 - Havana Cuba
Informações: http://www.hematologiacuba.com/
IX Conferência Latino-Americana sobre Hematologia,
Imunologia e Transfusão de Medicina
20 a 24 de maio de 2013
Informações: http://www.hematologiacuba.com
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guíssimos – discursos de Fidel Castro antes que a idade
e a doença abatessem o mandatário. Ao redor da praça,
estão edificações como o Memorial José Martí, dedicado
ao político, filósofo, jornalista e poeta cubano, o Teatro
Nacional e o Ministério del Interior, com uma gigantesca
escultura do rosto do revolucionário Ernesto Che Guevara.
A pé ou de bicitáxi, bicicleta que puxa um ou dois acentos
cobertos, faça um passeio sem preconceitos pela bela e
emocionante Havana.
ONDE COMER EM HAVANA
Ź AMIGOS DEL BENNY
Trata-se do primeiro café de Cuba, fundado em 1772, ainda pelos espanhóis. Seu
nome faz referência a um dos maiores
artistas cubanos, o cantor popular Benny
Moré, que se reunia com os amigos no local para compor.
Ź BODEGUITA DEL MEDIO HAVANA CUBA
A Bodeguita del Medio, que criou o mojito (bebida à base de rum e hortelã), serve
a mais tradicional comida cubana: arroz,
feijão-preto e carne de porco.
SITES:
www.cubagob.cu
www.cuba.com
www.mycubavisit.com
www.infotur.cu
POPULAÇÃO:
11.254.000 hab
CÓDIGO DE ÁREA:
+53
FUSO HORÁRIO:
-4h (horário de Brasília)
Não há voos diretos do Brasil para Cuba. A Copa Airlines
(11/3549-2672, www.copaair.com), por exemplo, tem escala na Cidade do Panamá. Entre algumas das principais
companhias que voam para o Caribe estão American Airlines (11/4502-4000, 0300-7897778, www.aa.com.br) e
Avianca (0800-8918668,www.avianca.com.br).
MOEDA:
Peso Cubano ou Moneda Nacional;
Peso Cubano Convertido
COMO LIGAR PARA O BRASIL:
119-55
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Com informações: http://viajeaqui.abril.com.br/
VISTO:
É necessário
EMBAIXADA NO BRASIL:
Setor de Habitações Individuais Sul
QI 5, Conjunto 18, Casa 1 – Brasília/DF
(61) 3248-4710, 3248-4130
embacu.cubaminrex.cu
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LOCALIZAÇÃO:
América Central
COMO CHEGAR
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Brinda Brasil
2º Salão do Espumante de Brasília
Começou no dia 29 de setembro, a venda antecipada de
ingressos para o Brinda Brasil – 2º Salão do Espumante de
Brasília, que será realizado nos dias 19, 20 e 21 de outubro, no Pontão do Lago Sul.
Os ingressos poderão ser adquiridos na Central de Ingressos
do Brasília Shopping ao preço único de R$ 50. Cada ingresso
dá direito a uma taça, a ser retirada no dia e local do evento,
para a livre degustação de mais de 100 rótulos dos melhores
espumantes brasileiros, produzidos em vinícolas do sul do
País e premiados em concursos internacionais.
20ª Avaliação Nacional de Vinhos
premia melhores do setor
O encontro ocorreu no Parque de Eventos de Bento Gonçalves, no dia 29 de setembro
A 20ª Avaliação Nacional de Vinhos, encerrada no dia 29
de setembro, no Parque de Eventos de Bento Gonçalves,
reuniu apreciadores da bebida de todo o país e premiou os
16 produtos mais representativos da safra 2012. Promovido pela Associação Brasileira de Enologia (ABE), o encontro
ocorre desde 1993 e serve como parâmetro para a evolução dos vinhos brasileiros.
Confira os 16 vinhos vencedores no site: http://pioneiro.
clicrbs.com.br
Serviço:
Com informações: Pioneiro/RBS
BRINDA BRASIL – 2º SALÃO DO ESPUMANTE DE BRASÍLIA
Pontão do Lago Sul
Mais informações:
‡ www.brindabrasil.com
‡ Sucesso Comunicação
(61) 3328.5434/ 9985.5470/
9618.4085
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Dias 19, 20 e 21/10/12
‡ Dia 19, das 18h às 22h
‡ Dia 20, das 11h às 23h
‡ Dia 21, das 11h às 22h
Venda antecipada de ingressos:
‡ Brasília Shopping
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Restaurante Aquavit: a Dinamarca no cerrado
O restaurante Aquavit, do chefe Simon Lau, oferece menu degustação de 5 pratos, com a opção de menu de vinhos composto de 5 taças, previamente harmonizadas -, escolhidos com todo o cuidado para proporcionar uma experiência
enograstronômica única.
Além disso, há opções de 3 ou 4 pratos, que também podem ser acompanhados pela harmonização. Tem, ainda, à disposição dos clientes, uma carta de vinhos.
Como o proprietário e chef de cozinha Simon Lau é dinamarquês, o ponto de partida é a culinária nórdica. A matéria-prima que usa, porém, é a brasileira - fresca e da estação, com ênfase no terroir do cerrado. O restaurante apresenta a cada
seis semanas um menu completamente novo aos seus clientes.
Acesse o site do restaurante Aquavit e veja o menu criado para o mês de outubro: www.restauranteaquavit.com
Com informações: Viver em Brasília
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Duas óticas sobre a saúde pública brasileira