PORTUGUÊS - 2o ANO
MÓDULO 47
SEMANA DE ARTE
MODERNA
Fixação
Leia o texto abaixo, publicado na revista Veja:
Brasil, mostra a tua cara !
A busca de uma identidade nacional é preocupação deste século
Ao criar um livro, um quadro ou uma canção, o artista brasileiro
dos dias atuais tem uma preocupação a menos: parecer brasileiro.
A noção de cultura nacional é algo tão incorporado ao cotidiano
do país que deixou de ser um peso para os criadores. Agora, em
vez de servir à pátria, eles podem servir ao próprio talento. Essa é
uma conquista deste século. Tem como marco a Semana de Arte
Moderna de 1922, uma espécie de grito de independência artística
do país, cem anos depois da independência política. Até essa data,
o brasileiro era, antes de tudo, um envergonhado. Achava que
pertencia a uma raça inferior e que a única solução era imitar os
modelos culturais importados.
Para acabar com esse complexo, foi preciso que um grupo
de artistas de diversas áreas se reunisse no Teatro Municipal de
São Paulo e bradasse que ser brasileiro era bom. O escritor Mário
de Andrade lançou o projeto de uma língua nacional. Seu colega
Oswald de Andrade propôs o conceito de antropofagia, segundo o
qual a cultura brasileira criaria um caráter próprio depos de digerir
as influências externas.
A Semana de 22 foi só um marco, mas pode-se dizer que ela
realmente criou uma agenda cultural para o país. Foi tentando
inventar uma língua brasileira que Graciliano Ramos e Guimarães
Rosa escreveram suas obras, as mais significativas do século, no
país, no campo da prosa. Foi recorrendo ao bordão da antropofagia
que vários artistas jovens, nos anos 60, inventaram a cultura pop
brasileira, no movimento conhecido como tropicalismo. No plano
das ideias, o século gerou três obras que se tornariam clássicos da
reflexão sobre o país. Os Sertões, do carioca Euclides da Cunha,
escrito em 1902, é ainda influenciado por teorias racistas do século
passado, que achavam que a mistura entre negros, brancos e índios
provocaria um “enfraquecimento” da raça brasileira. Mesmo assim,
é um livro essencial, porque o repórter Euclides, que trabalhava no
jornal O Estado de S.Paulo, foi ao campo cobrir a guerra de canudos
e viu na frente de combate muitas coisas que punham em questão
as teorias formuladas em gabinete. Casa-Grande & Senzala, do
pernambucano Gilberto Freyre, apresentava pela primeira vez a
miscigenação como algo positivo e buscava nos primórdios da
colonização portuguesa do país as origens da sociedade que se
formou aqui. Por último, o paulista Sérgio Buarque de Holanda,
em Raízes do Brasil, partia de premissas parecidas mas propunha
uma visão crítica, que influenciaria toda a sociologia produzida a
partir de então.
(LIMA, João Gabriel de. Revista Veja. Rio de Janeiro: J. Olympio,
1970. p, 51-2.)
1) (ITA) Dadas as informações:
I) O Romantismo no Brasil caracteriza-se por iniciar de modo consciente a busca da nossa autonomia literária, a qual, segundo os
românticos, deveria ser conseguida através da busca da chamada “cor
local”, mediante descrição criteriosa da paisagem e da observação
crítica da natureza física e social do Brasil.
II) Os poetas parnasianos, embora fossem impessoais e cultuadores
da forma, interessavam-se pelo passado histórico — particularmente
a Antiguidade greco-romana — porque lá encontravam os termos e
as imagens que lhes permitiam denunciar as mazelas de sua época.
III) O movimento modernista, que se tornaria conhecido a partir da
Semana de Arte Moderna, caracterizou-se por ser essencialmente uma
transposição, para o Brasil, das novas tendências que se formaram
na Europa: futurismo, desvairismo, impressionismo, concretismo etc.
Está(ão) correta(s):
a) nenhuma
b) apenas I
c) apenas II
d) apenas III
e) todas
Fixação
-
r
O Movimento Modernista
A Semana marca uma data, isso é inegável.
Mas o certo é que a pré-consciência primeiro,
e em seguida a convicção de uma arte nova,
de um espírito novo, desde pelo menos
seis anos viera se definindo no sentimento
de um grupinho de intelectuais paulistas.
De primeiro foi um fenômeno estritamente
sentimental, uma intuição divinatória, um ...
estado de poesia. Com efeito: educados na
plástica “histórica” sabendo quando muito
da existência dos impressionistas principais,
ignorando Cézanne, o que nos levou a
aderir incondicionalmente à exposição de
Anita Malfati, que em plena guerra vinha nos
mostrar quadros expressionistas e cubistas?
Parece absurdo, mas aqueles quadros foram a
revelação. E ilhados na enchente de escândalo
que tomara a cidade, nós, três em quatro,
delirávamos de êxtase diante de quadros que
se chamavam o “Homem Amarelo” de formas
tão inéditas então, eu dedicava um soneto de
forma parnasianíssima... Éramos assim.
Pouco depois Menotti Del Picchia e Oswald
de Andrade “descobriam” o escultor Vitor
Brecheret, que morava em São Paulo numa
espécie de exílio, um quarto que lhe tinham
dado grátis, no Palácio das Indústrias, pra
guardar os seus calungas. Brecheret não
provinha da Alemanha, como Anita Malfatti,
vinha de Roma. Mas também importava
escurezas menos latinas, pois fora aluno do
célebre Maestro. Vitor Brecheret, para nós, era,
no mínimo, um gênio. Este o mínimo com que
podíamos nos contentar, tais os entusiasmos
a que ele nos sacudia. E Brecheret ia ser em
breve o gatilho que faria Pauliceia Desvairada
estourar...
Eu passara esse ano de 1920 sem fazer
poesia mais. Tinha cadernos de coisas
parnasianas e algumas timidamente
simbolistas, mas tudo acabara por me
desagradar. Na minha leitura desarvorada,
já conhecia até alguns futuristas de última
hora (...). Concebi imediatamente fazer um
livro de poesias “modernas”, em verso livre,
sobre a minha idade. Tentei mais e nada. Os
meses passavam numa mesma angústia,
numa insuficiência feroz. Será que a poesia
tinha acabado em mim?... E eu me acordava
insofrido.
(Mário de Andrade – O Movimento Modernista)
2) Comente sobre a posição incoerente de Mário
de Andrade ao dedicar à Anita Malfatti um soneto
parnasiano.
Fixação
F
O penseiroso
4
Jardim desencanto
O dever e procissões com pálios
E cônegos
Lá fora
E um circo vago e sem mistério
Urbanos apitando nas noites cheias
Mamãe chamava-me e conduzia-me para dentro
[do oratório de mãos grudadas.
Anjo do Senhor anunciou à Maria que estava
Vacilava o morrão do azeite bojudo em cima do copo. Um manequim esquecido
vermelhava.
Senhor convosco, bendita sois entre as mulheres, as mulheres não têm pernas, são como o
manequim de mamãe até embaixo. Para que pernas nas mulheres, amém.
3) Como o poema difere do tratamento tradicional dispensado à Igreja?
(Oswald de Andrade)
Fixação
4) Em que trecho do poema pode-se identificar humor?
Fixação
F
5) (FUVEST)
6
Macumba de Pai Zusé
Na macumba do Encantado
Nego véio pai de santo faz mandinga
No palacete de Botafogo
Sangue de branca virou água
Foram vê estava morta!
É correto afirmar que, neste poema de Manoel Bandeira:
a
a) emprega-se a modalidade do poema-piada, típica da década de 20, com o fim de satirizarp
os costumes populares.
b
b) usam-se os recursos sonoros (ritmos e metro regulares, redondilha menor) para representar ab
cultura branca, e os recursos visuais (imagens, cores), para caracterizar a região afro-brasileira.
c
c) mesclam-se duas variedades linguísticas: uma que se aproxima da língua escrita culta ec
outra que se mimetiza uma modalidade da língua oral popular.
d
d) manifesta-se a contradição entre dois tipos de práticas religiosas, representadas pelasp
oposições negro x branco, macumba x pai de santo, nego véio x Encantado.
e
e) expressa-se a tendência modernista de encarar a cultura popular como manifestação dod
atraso nacional, a ser superado pela modernização.
Fixação
6)
Com pouco dinheiro, mas fora do eixo revolucionário do mundo, ignorando o Manifesto
Comunista e não querendo ser burguês, passei naturalmente a ser boêmio. (...) Continuarei na
burguesia, de que mais que aliado, fui índice cretino, sentimental e poético. (...) A valorização
do café foi uma operação imperialista. A poesia Pau Brasil também. Isso tinha que ruir com
as cornetas da crise. Como ruiu quase toda a literatura brasileira “de vanguarda”, provinciana
e suspeita, quando não extremamente esgotada e reacionária.
(Oswald de Andrade. Prefácio a Serefim Ponte Grande, 1933.)
O texto de Oswald de Andrade:
a) expõe o anseio do autor de que a literatura e as demais formas artísticas fossem controladas
pelo Estado e escapassem, assim, da tutela da classe social hegemônica.
b) revela algumas das principais características do movimento modernista de 1922, como a
busca da identidade nacional e a adesão a projetos político-partidários de direita.
c) indica o afastamento gradual dos participantes da Semana de Arte Moderna em relação aos
componentes ideológicos de esquerda que caracter zaram o movimento.
d) explicita a preocupação dos setores políticos e sociais dominantes frente à crise econômica
provocada pela alta do preço do café e sua tentativa de regulamentar o setor.
e) demonstra a defesa, pelo autor, da politização da produção literária e o abandono de parte
dos princípios estéticos que guiaram sua obra na década anterior.
Fixação
7) (FUVEST) Leia os versos de Poética, de Manuel
Bandeira:
Poética
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de
ponto
[expediente protocolo e manifestações de
apreço
[ao
Sr. diretor
Estou farto do lirismo que para e vai
averiguar no
[dicionário o cunho vernáculo de um
vocábulo
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barabarismos
[universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes
de
[exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
(...)
F
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
8
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
— Não quero saber do lirismo que não é
libertação.
Nos versos transcritos de Poética, de Manuel
Ban-deira, pode-se identificar a:
I) afirmação de um novo conceito estético, que
propõe a rejeição de todos os métodos tradicionais
de composição poética.
II) condenação da linguagem acadêmica, erudita,
beletrista, valorizada pelo Parnasianismo.
III) proposição de substituição de fórmulas poéticas tradicionais por formas livres, espontâneas
que garantam harmonia e comedimento de expressão.
IV) recusa à dissociação entre a espontaneidade
do sentimento e da expressão linguística.
c
Está correto o que se afirma em:
a) I e II
d) II e IV
b) II e III
e) III e IV
c) I e IV
a
l
c
d
Fixação
8) (FUVEST)
Oração a Teresinha do Menino Jesus
Perdi o jeito de sofrer.
Ora essa.
Não sinto mais aquele gosto cabotino
da tristeza.
Quero alegria! Me dá alegria,
Santa Teresa!
Santa Teresa não, Teresinha…
Teresinha... Teresinha…
Teresinha do Menino Jesus.
(…)
(Manuel Bandeira, Libertinagem)
Sobre este trecho do poema, só NÃO é
correto afirmar o que está em:
a) Ao preferir Teresinha a Santa Teresa, o eu
lírico manifesta um desejo de maior intimidade
com o sagrado, traduzida, por exemplo, no
diminutivo e na omissão da palavra “Santa”.
b) O feitio de oração que caracteriza estes
versos não é caso único em Libertinagem nem
é raro na poesia de Bandeira.
c) Embora com feitio de oração, estes versos
utilizam principalmente a variedade coloquial
da linguagem.
d) Em “do Menino Jesus”, qualificativo de
Teresinha, pode-se reconhecer um eco da
predileção de Bandeira pelo tema da infância,
recorrente em Libertinagem e no conjunto de
sua poesia.
e) Apesar de seu feitio de oração, estes versos
manifestam intenção desrespeitosa e mesmo
sacrílega em relação à religião estabelecida.
Fixação
F
9) (UERJ)
1
a
r
Tarsila do Amaral
Tarsila do Amaral foi uma das principais artistas da Semana de Arte Moderna de 1922. A
tela acima é representativa da primeira fase do movimento modernista no Brasil (1922 a 1930).
Nesse momento, as propostas desses artistas e intelectuais encontravam eco em reivindicaçõesI
de diferentes setores sociais do país, cuja mobilização levou ao fim da República Oligárquica,c
r
em 1930.
Identifique, a partir da tela apresentada, duas características da ordem socioeconômicae
defendida pelos modernistas na década de 1920. Em seguida, explique de que forma elaso
f
contradizem a política e a economia brasileiras vigentes à época.
a
I
m
Fixação
10) Leia com atenção o poema a seguir e as
afirmativas sobre o movimento modernista
realizadas logo em seguida:
Quero beber! Cantar asneiras
No esto brutal das bebedeiras
Que tudo emborca e faz em caco...
Evoé Baco!
Lá se me parte a alma levada
No torvelim da mascarada,
A gargalhar em doudo assomo
Evoé e Momo!
(BANDEIRA, Manuel. Bacanal. In: Antologia Poética.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001)
I) Em 1922, ano do centenário da independência do Brasil, um grupo de letrados, a maioria bem-nascida, organizou em São Paulo
exposições e apresentações artísticas com
o objetivo de chocar o público. Essa manifestação ficou conhecida como “semana de
arte moderna”.
II) A antropofagia tornou-se teoria entre os
modernistas, expressando a tentativa do grupo
de combinar as particularidades nacionais e as
tendências artísticas mundiais, a herança cultural e os impulsos de modernização. “Comer
o invasor” — esse era seu lema.
III) O comportamento rebelde dos modernistas
e o conteúdo inovador de sua arte, ruidosamente vaiada no Teatro Municipal de São
Paulo, os transformou em vítimas do forte
sistema repressor do governo, tendo seus integrantes sofrido todos os tipos de perseguição.
IV) Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade,
Anita Malfatti, José Lins do Rego e Lasar Segall estão entre os nomes mais expressivos
do movimento modernista.
V) Os modernistas empenhavam-se na busca
de novas linguagens para expressar o elemento nacional, valorizando o folclore, as questões
sociais e desprezando as rígidas métricas dos
versos acadêmicos e as padronizações da
língua portuguesa.
Estão corretas as afirmativas:
a) I, III e IV
b) II, III, V
c) I, II, III
d) I, II, V
e) I, IV, V
Fixação
c)
11) Sobre a exposição de Anita Malfatti, em 1917, que muito
influenciaria a Semana de Arte Moderna, Monteiro Lobato escreveu, em artigo intitulado Paranoia ou Mistificação:
Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que vem
as coisas e em consequência fazem arte pura, guardados
os eternos ritmos da vida, e adotados, para a concretização
das emoções estéticas, os processos clássicos dos grandes
mestres. (...) A outra espécie é formada dos que veem
anormalmente a natureza e a interpretam à luz das teorias
efêmeras, sob a sugestão estrábica das escolas rebeldes,
surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. (...).
Estas considerações são provocadas pela exposição da sra.
Malfatti, onde se notam acentuadíssimas tendências para
uma atitude estética forçada no sentido das extravagâncias
de Picasso & cia.
d)
Vaso de flores
A boba
e)
(O Diário de São Paulo, dez./1917.)
Em qual das obras a seguir identifica-se o estilo de Anita
Malfatti criticado por Monteiro Lobato no artigo?
A Santa Ceia
b)
a)
Acesso a Monte Serrat-Santos
Nossa Senhora Auxiliadora
Proposto
1) Quais desses fragmentos resumem propostas do Modernismo brasileiro?
I) “A língua sem arcaísmo, sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de
todos os erros. Como somos.”
II) “Contra o índio de tocheiro. O índio filho de Maria, afilhado de Catarina de Médicis e genro
de D. Antônio de Maris.”
III) “A pena é um pincel. Eu limo sonetos engenhosos e frios.”
IV) Nomear um objeto significa suprimir as três quartas partes do gozo de uma poesia, que
consiste no prazer de adivinhar pouco a pouco. Sugerir, eis o sonho.”
V) “A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da favela, sob o
azul cabralino, são fatos estéticos.”
a) I, III e IV
b) II, III e IV
c) I, II e III
d) I, II e V
e) II, IV e V
Proposto
Verbo crackar
Eu empobreço de repente
Tu enriqueces por minha causa
Ele azula para o sertão
Nós entramos em concordata
Vós protestais por preferência
Eles escafedem a massa
Sê pirata
Sede trouxas
Abrindo o pala
Pessoal sarado.
Oxalá que eu tivesse sabido que esse verbo era
irregular.
2) Justifique o último verso do poema.
(ANDRADE, Oswald de. Memórias Sentimentais de João Miramar.
Rio de Janeiro, Globo, 1991)
Proposto
3) Qual seria um possível significado para o neologismo “crackar”?
Proposto
4) No que diz respeito à forma e ao conteúdo, o poema aproxima-se ou distancia-se das propostas da Semana de Arte Moderna? Justifique.
Proposto
-5) (UFBA)
Queremos libertar a poesia do presídio canoro das fórmulas acadêmicas, dar elasticidade
e amplitude aos processos técnicos, para que a ideia se transubstancie, sintética e livre [...].
Nada de postiço, meloso, artificial, arrevezado, precioso: queremos escrever com sangue
— que é humanidade com eletricidade — que é movimento, expressão dinâmica do século;
violência — que é energia bandeirante.
(Menotti del Picchia)
Indique a proposição ou proposições que comprovam a ideia contida no fragmento acima.
a) “Torce, aprimora, alteia, lima / A frase; e, enfim, / No verso de ouro engasta a rima, / Como
um rubim.”
b) “Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais / Todas as construções sobretudo
as sintaxes de exceção / Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis.”
c) “Eu quero compor um soneto duro / como poeta algum ousara escrever. / Eu quero pintar
um soneto escuro, / seco, abafado, difícil de ler.”
d) “Não rimarei a palavra sono / com a incorrespondente palavra outono. / Rimarei com a palavra carne / ou qualquer outra, que todas me convêm.”
e) “A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros / vinha da boca do povo na língua
errada do povo / Língua certa do povo / Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil...”
Proposto
6) (PUC) A Semana de Arte Moderna (1922), expressão de um movimento cultural que atingiu
todas as nossas manifestações artísticas, surgiu de uma rejeição ao chamado colonialismo
mental, pregava uma maior fidelidade à realidade brasileira e valorizava sobretudo o regionalismo. Com isto pode-se dizer que:
a) o romance regional assumiu características de exaltação, retratando os aspectos românticos
da vida sertaneja.
b) a escultura e a pintura tiveram seu apogeu com a valorização dos modelos clássicos.
c) o movimento redescobriu o Brasil, revitalizando os temas nacionais e reinterpretando nossa
realidade.
d) os modelos arquitetônicos do período buscaram sua inspiração na tradição do barroco
português.
e) a preocupação dominante dos autores foi com o retratar os males da colonização.
Proposto
7) O texto abaixo revela determinada perspectiva do eu lírico com relação às classes dominantes.
-
s
o
Qual é ela?
Moça linda bem tratada,
Três séculos de família,
Burra como uma porta:
Um amor.
Grã-fino do despudor,
Esporte, ignorância e sexo,
Burro como uma porta:
Um coió.
Mulher gordaça, filó
De ouro por todos os poros,
Burra como uma porta:
Paciência...
Plutocrata¹ sem consciência,
Nada porta, terremoto
Glossário:
• Plutocrata: pessoa influente preponderante pelo seu dinheiro.
(ANDRADE, Mário. Lira Paulistana)
Proposto
(ENEM) As questões de números 8 e 9 referem-se ao poema abaixo.
Brasil
O Zé Pereira chegou de caravela
E preguntou pro guarani da mata virgem
— Sois cristão?
— Não. Sou bravo, sou forte, sou filho
da Morte
Teterê tetê Quizá Quizá Quecê!
Lá longe a onça resmungava Uu! ua! uu!
O negro zonzo saído da fornalha
Tomou a palavra e respondeu
— Sim pela graça de Deus
— Canhem Babá Canhem Babá Cum
Cum!
E fizeram o Carnaval
(Oswald de Andrade)
8) Este texto apresenta uma versão humorística da formação do Brasil, mostrando-a
como uma junção de elementos diferentes.
Considerando-se esse aspecto, é correto
afirmar que a visão apresentada pelo texto é:
a) ambígua, pois tanto aponta o caráter
desconjuntado da formação nacional, quanto
parece sugerir que esse processo, apesar de
tudo, acaba bem.
b) inovadora, pois mostra que as três raças
formadoras — portugueses, negros e índios
— pouco contribuíram para a formação da
identidade brasileira.
c) moralizante, na medida em que aponta a
precariedade da formação cristã do Brasil
como causa da predominância de elementos
primitivos e pagãos.
d) preconceituosa, pois critica tanto índios
quanto negros, representando de modo positivo apenas o elemento europeu, vindo com
as caravelas.
e) negativa, pois retrata a formação do Brasil
como incoerente e defeituosa, resultando em
anarquia e falta de seriedade.
Proposto
9) A polifonia, variedade de vozes, presente no poema, é fruto da manifestação do:
a) Poeta e colonizador apenas.
b) Colonizador e do negro apenas.
s
c) Negro e do índio apenas.
ad) Colonizador, do poeta e do negro apenas.
e) Poeta, do colonizador, do índio e do negro.
m
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SEMANA DE ARTE MODERNA