ECONOMIA POLÍTICA
Thomas Malthus
A pobreza e a questão
populacional
Thomas Malthus: vida e obra
• Thomas Robert Malthus foi um padre protestante, da
igreja anglicana, recebeu educação liberal.
• Ordenou-se padre em 1797, após estudar matemática
e Letras Clássicas (latim e grego) no Jesus College,
faculdade da Universidade de Cambridge.
• Abandonou a paróquia e casou-se em 1804.
• Seu pai, Daniel Malthus, era amigo de muitos
intelectuais ilustres da época, como J.-J. Rousseau,
David Hume e William Godwin. Era um entusiasta
das doutrinas iluministas.
• Principais obras de Malthus:
Ensaio sobre o princípio da população (1798).
Princípios de economia política (1820).
Thomas Malthus
(1766-1834)
O Ensaio
• O Ensaio teve seis edições, enquanto
Malthus viveu. A primeira foi publicada no
anonimato, pois o autor temia o preconceito
dos críticos pelo fato de ser ainda um padre.
• Guru da Teoria Evolucionista
 Malthus teria sido, segundo o próprio
Darwin, guru da teoria evolucionista.
 No prefácio de sua A origem das
espécies, Darwin presta tributo a
Malthus, admitindo que sua teoria
originou-se do emprego do princípio
populacional malthusiano, estendido
aos reinos animal e vegetal.
Charles Darwin
(1809-1882)
O Ensaio
• O Ensaio teve seis edições,
enquanto Malthus viveu.
• A primeira, de 1798, foi
publicada no anonimato, pois o
autor temia o preconceito dos
críticos pelo fato de ser ainda
um padre.
O Ensaio
O Sumário da obra:
• Estudo das leis que determinam o crescimento demográfico.
• As fontes empíricas foram dados demográficos dos EUA e de
alguns países da Europa.
• A superpopulação é um mal que tem como consequência a
pobreza e a miséria, que são o futuro inevitável do homem.
• A pobreza é um problema moral, é um problema que decorre do
comportamento irracional do pobre.
• As políticas sociais são inúteis.
• Os salários tendem ao nível de subsistência no longo prazo.
• Crítica às Leis dos Pobres (Poor Laws).
O Ensaio
A utopia iluminista da perfectibilidade humana
Marie Jean Antoine Nicolas de Caritat,
o Marquês de Condorcet
• A pobreza podia ser resolvida gradualmente
pela ampliação do crédito aos pobres.
Condorcet
(1743-1794)
• Também podia ser combatida pela criação
de um fundo de amparo aos pobres, cuja
assistência seria concedida segundo o
número de filhos.
• O excesso populacional só podia acontecer
num futuro muito distante.
O Ensaio
A utopia iluminista da perfectibilidade humana
William Godwin
• A propriedade privada privava o proletariado
da satisfação de necessidades, induzindo à
fraude, ao roubo e a todos os males sociais. O
Estado era instrumento dos ricos e opressor
dos pobres.
William Godwin
(1756-1836)
• A injustiça desapareceria quando os homens
fossem educados e conscientizados dos males
causados pelo sistema. Juntos, extinguiriam a
propriedade privada, o Estado, as classes
sociais, e fundariam uma nova sociedade
igualitária.
O Ensaio
As críticas de Malthus a Condorcet e Godwin
• Nas discussões com seu pai, Malthus
interessou-se pela questão da pobreza e da
população e elaborou um Ensaio para refutar
Godwin.
• O Ensaio foi um sucesso e acendeu um
debate fervoroso sobre a questão, dividindo
opiniões e rendendo a seu autor tanto paixão
quanto ódio.
• Leis dos Pobres: promulgadas em 1601,
para controlar os pobres e também reduzir seu
sofrimento.
O Ensaio
A lei populacional:
• Considerando que:
1. O alimento é necessário à sobrevivência.
2. A paixão entre os sexos é necessária e permanecerá
aproximadamente a mesma.
• E tendo como dados que:
- A população cresce em PG: 1,2,4,8,16,...
- Os alimentos crescem em PA: 1,2,3,4,5, 6,...
• Conclusão:
- O futuro da humanidade será de fome e miséria.
O Ensaio
População vs. Produção de Alimentos
População / Qtde. Prod. Alimentos
População
Produção
de Alimentos
Tempo
O Ensaio
Evolução da População Mundial (10.000 a.C. a 1950)
População Mundial (milhões)
3.000
2.500
- 1950 d. C. = 2,485 bilhões
2.000
- 1900 d. C. = 1,6 bilhão
1.500
- 1850 d. C. = 1,2 bilhão
1.200
- 1800 d. C. = 910 milhões
- 1750 d. C. = 750 milhões
0,1
10.000 a.C.
Tempo
1750
Fonte: Cipolla (1977)
1950
O Ensaio
• O problema só não era mais grave porque havia barreiras ao
crescimento populacional:
 Entraves positivos ou repressivos: morte
prematura resultante de guerras, fome, doenças,
maus tratos a crianças, abandono, alimentação,
trabalho forçado etc. Regula a população pobre.
 Entraves preventivos: postergação do
matrimônio, medo da “queda social”. Padrão de
vida era entrave demográfico. Mais comuns a
populações ricas.
Edward Jenner
(1749-1823)
• Malthus polemizou com Edward Jenner, médico inventor da
vacina contra a varíola. Malthus entendia que vacinar em massa
a população eliminaria uma importante barreria natural ao
crescimento populacional.
O Ensaio
A lei populacional e a pobreza:
• A pobreza nada tem a ver com as instituições capitalistas.
• A pobreza é de fundo “essencialmente moral” e se deve aos
hábitos depravados e inconsequentes dos pobres, que procriam
inconsequentemente.
• As políticas sociais são inúteis no combate à pobreza.
• Se uma política social fosse capaz de distribuir igualmente as
riquezas, seus efeitos seriam efêmeros, pois a conduta sexual
viciosa e irresponsável dos indivíduos faria as futuras gerações
regredirem à situação de seus antepassados.
• A contenção da miséria depende apenas de uma coisa:
subordinar as paixões entre sexos à razão.
O Ensaio
As Leis dos Pobres e a fundamentação histórica da
política social
 Estatuto dos Trabalhadores, 1349.
 Estatuto dos Artesãos (Artífices), 1563.
 Leis dos pobres elizabetanas, 1531-1601.
 Lei de Domicílio (Settlement Act), 1662.
 Emenda às Leis dos Pobres ou Nova Lei
dos Pobres (Poor Law Amendment Act),
1834.
O Ensaio
A Lei dos Cercamentos de Terras, na Inglaterra
• A política de cercamentos de terras foi fruto do contexto
comercial do século XVIII, na Inglaterra.
• Consistia na conversão de terras comuns, provenientes da antiga
relação feudo-vassalagem, em pastos para ovelhas e depois para
a exploração capitalista. A lã era, junto com o carvão e o ferro,
um dos pilares da expansão comercial inglesa.
• No século XVI (1500-1600), os cercamentos já haviam expulso
90% dos camponeses das terras comuns. Sem-terra
perambulavam em busca de sobrevivência.
• No século XVIII, o processo se acelerou. O forte êxodo rural
liberava mão-de-obra para as fábricas em franca expansão. No
meio urbano, as condições de vida eram muito precárias.
O Ensaio
Crítica de Malthus às Leis dos Pobres
• As Leis dos Pobres incentivam pessoas despreparadas
financeira e patrimonialmente a casar;
• As Leis dos Pobres restringem a mobilidade de MO, impedindo
que os trabalhando busquem empregos fora de sua jurisdição,
o que contribui para o aumento do custo da mão de obra.
• As Leis dos Pobres desviam alimentos para albergues,
reduzindo sua oferta e elevando seus preços, de sorte que o
custo da mão de obra acaba aumentando;
• As Leis dos Pobres transferiam recursos de atividades
produtivas para o uso não produtivo, levando ao retardamento
do processo de acumulação de capital e reduzindo a taxa de
crescimento da economia.
O Ensaio
O Ensaio
A lei “de ferro” dos salários
• O salário tende ao nível de subsistência (ou salário natural
= SN) no longo prazo.
- Acima do SN: a população tende a aumentar.
- Abaixo do SN: a população tende a diminuir.
• Aumentos de salário são pulverizados pelo crescimento
populacional. As massas trabalhadoras estão fadadas a
viver entre a miséria e o nível de subsistência.
O Ensaio
Salário
Tendência do Salário ao Nível de Subsistência
Salário de Mercado
Salário Natural =
Salário Subsistência
Tempo
Após Malthus
• Os avanços tecnológicos trouxeram aumentos significativos
das taxas de produtividade no setor de alimentos, inclusive
acima das taxas de crescimento populacional.
• Atualmente, o crescimento demográfico é estável nos países
desenvolvidos e seu ritmo desacelera em grande parte dos
países subdesenvolvidos (especialmente nas últimas
décadas).
• A fome do mundo e do Brasil não se deve mais à falta de
alimentos ou ao excesso populacional, mas à má
distribuição da riqueza.
Após Malthus
Neomalthusianismo
• Após a 2ª Guerra Mundial, o crescimento populacional
acelerado nos países subdesenvolvidos chamou a atenção
dos chamados neomalthusianos.
• Para eles, a pobreza e o subdesenvolvimento deviam-se ao
grande crescimento populacional, e isso exigia drásticas
políticas de controle de natalidade, através do famoso
"planejamento familiar".
• Muitos países subdesenvolvidos adotaram essas políticas.
Mas, com exceção da China, onde a natalidade caiu pela
metade em 40 anos, nos outros foi ineficaz.
Após Malthus
Ecomalthusianismo
• Os recursos naturais são esgotáveis. Quanto maior a
população, maior o consumo de recursos naturais. Os
problemas sociais, o subdesenvolvimento e a ameaça do
desastre ambiental são culpa do crescimento populacional.
Teoria reformista: para eles, os países ricos exploram
intensamente os países pobres ou subdesenvolvidos, disso
resultando o excesso populacional e a pobreza generalizada.
Por isso, defendem a adoção de reformas socioeconômicas
para superar os graves problemas.
ECOMOMIA POLÍTICA
economia clássica
A polêmica Malthus
vs. Ricardo sobre
a Lei de Say
Jean-Baptiste Say
• J.-B. Say (1767-1832) nasceu na França em uma
família de protestantes.
• Trabalhou no mercado financeiro até
os 29 anos e somente aos 30 iniciou leituras de A
riqueza das nações.
• Considerava-se o grande divulgador das idéias de
Adam Smith, na França. Porém, rejeitava a teoria
do valor trabalho de Smith.
Principais obras:
 Tratado de Economia Política (1803)
 Catecismo de Economia Política (1815)
 Curso de Economia Política (1832)
A lei de Say
• Já implícito no pensamento de Smith, o princípio que originou a
Lei dos Mercados, de Say, foi aperfeiçoada por David Ricardo.
• A Lei de Say é uma apresentação simplificada da atividade
econômica, em um mundo onde reina a divisão do trabalho.
• As implicações da lei de Say:
1. Os produtos são trocados por produtos;
2. A oferta cria sua própria demanda (O = D);
3. A poupança da economia é igual ao investimento (S = I);
4. A moeda é neutra;
5. Não há crises econômicas generalizadas;
6. Não há desemprego involuntário.
A lei dos mercados, de Say
As implicações da lei de Say
1. Produtos são trocados por produtos:
Os indivíduos oferecem no mercado seus produtos e serviços
com o fim de poder adquirir outros produtos.
Mercadoria – Dinheiro – Mercadoria
2. A oferta cria sua própria demanda:
Para produzir, as firmas oferecem como contrapartida uma
igual remuneração (renda monetária) aos fatores de produção
(trabalho, capital e terra). A lei de Say assegura que essa renda é
sempre gasta integralmente na aquisição do conjunto de todas
as mercadorias produzidas pela economia.
Produção = Consumo + Investimento
A lei dos mercados, de Say
3. Poupança agregada é igual ao Investimento agregado:
Toda a poupança disponível no sistema econômico é emprestada
pelas firmas para realizar investimento. Isso quer dizer que não
há excesso de poupança (S > I) e não há “vazamentos” no circuito
econômico (pois não há entesouramento de moeda).
Poupança = Investimento
4. A moeda é neutra:
A moeda é neutra, existe apenas para viabilizar as trocas dos agentes
econômicos em uma economia complexa. Quer dizer que a moeda não
influencia a economia real (o mercado bens e serviços).
Mercadoria – Dinheiro – Mercadoria
A lei dos mercados, de Say
5. Não há desemprego involuntário:
A economia opera sempre em pleno emprego e em perfeita
alocação de recursos. Como a demanda sempre absorve toda a
produção, os empresários (buscam o máximo lucro) sempre irão
empregar toda a sua capacidade instalada e, por isso, não há
desemprego de recursos.
O=D
6. Não há crises econômicas generalizadas:
Ao admitir que a economia sempre opera no produto potencial
para produzir o nível máximo de produção, não é possível a
ocorrência de crises gerais ou sistêmicas. Há, sim, eventuais
crises em mercados localizados (crises parciais), mas as próprias
forças automáticas de mercado as corrigem no longo prazo.
A lei dos mercados, de Say
O fluxo circular de renda, segundo a lei de Say
Serviços de Fatores de Produção
Trabalho, capital e terra
PRODUTORES
Produção
de Bens e
Serviços
Remuneração a Fatores de Produção
INDIVÍDUOS
Capital e
Trabalho
Pagamentos das empresas
Vendas de bens e serviços
Malthus e a crítica à lei de Say
• Em Princípios de Economia Política
(1820) e em cartas ao amigo David Ricardo,
Malthus expôs seus argumentos contra a
Lei de Say.
• Malthus estudou de modo muito mais
realista e mais sofisticado o processo de
circulação de mercadorias e da moeda.
Assim, identificou problemas que invalidam
a lei de Say.
• Malthus acreditava que, eventualmente a
demanda agregada poderia não ser capaz
de absorver toda a oferta de bens da
economia. Como isso poderia ocorrer?
Princípios de Economia(1820)
• A contribuição de Malthus para a HPE não se restringe à sua
afamada teoria da população.
• A controvérsia com Ricardo sobre a Lei de Say é outra
contribuição altamente significativa.
• Ao negar a Lei de Say, Malthus se colocou como uma das únicas
vozes dissonantes sobre a questão, em seu tempo, e um dos
precursores das teorias da demanda efetiva e dos ciclos
econômicos.
• Nas primeiras décadas do século XIX, Malthus antecipa uma
questão que seria objeto da grande obra de John M. Keynes, um
século depois.
• Embora grandes amigos, Malthus e Ricardo protagonizaram um
dos maiores embates da história do pensamento econômico.
Malthus e a crítica à lei de Say
• Em seus Princípios de Economia Política e em cartas a Ricardo,
Malthus expôs seus argumentos contra a Lei de Say. Malthus
desenvolveu estudos muito mais realistas e sofisticados sobre os
mecanismos de circulação de mercadorias e da moeda. Assim,
identificou problemas e incongruências que invalidam a lei dos
mercados, de Say.
• Ao contrário dos outros clássicos, Malthus viu a tendência do
capitalismo a viver depressões periódicas. Sua teoria das crises
considera que em certos períodos a demanda efetiva pode ser
insuficiente para absorver toda a oferta de bens da economia.
• Por isso, lançou-se a compreender o mecanismo e as razões das
crises econômicas e também a propor formas de agir sobre elas,
afim de evitá-las ou resolvê-las.
Malthus e a crítica à lei de Say
• Malthus observou que, para se realizar nas trocas, o preço natural
precisa de uma demanda efetiva igual aos custos de produção
(correspondentes às rendas das três classes sociais: trabalhadores,
capitalistas e proprietários de terras).
• Os empresários só se sentirão dispostos a investir em mais
produção caso a demanda efetiva possa igualar o valor do preço
natural da produção.
• Obviamente, diz Malthus, ninguém empregaria trabalhadores
para gerar um produto cuja demanda efetiva fosse igual ao
consumo desses trabalhadores; pois não haveria lucro.
• Malthus compilou dados e analisou o perfil de gastos das classes,
chegando a conclusões muito importantes que foram
fundamentais para a sua teoria das crises.
Malthus e a crítica à lei de Say
1) Trabalhadores: gastavam toda a renda com a subsistência.
• Basicamente o que consomem são mercadorias essenciais, representadas
principalmente por alimentos, cujos preços dependem da lei populacional e, por
isso, não tendem à superprodução.
2) Capitalistas: tinham paixão em acumular . Dedicavam de 7 a 8 horas
diárias ao seu negócio e não tinham tempo nem inclinação para o
consumo perdulário. Gastavam em mais capital (Reinvestimento).
3) Proprietários de terra: cavalheiros do ócio e com renda garantida,
gastavam em luxo e criados, promoviam a arte e a cultura. Gastavam
toda a renda em consumo ou serviços pessoais.
• Mas, diferentemente dos trabalhadores, capitalistas e latifundiários (elite)
costumavam adquirir mercadorias consideradas não-essenciais,
representadas pelos manufaturados e bens de luxo. Aos contrário dos bens
essenciais, esses dependem das preferências e dos gostos da elite e seus preços
não sofrem ação da lei populacional. Num momento de crise, seu consumo é o
primeiro a ser adiado.
Malthus e a crítica à lei de Say
• A demanda das mercadorias não-essenciais depende
claramente das elites (capitalistas e latifundiários). Caso sempre
comprassem a produção integral desses bens, não haveria
insuficiência de demanda e a lei de Say faria sentido.
• No entanto, eventualmente ocorre o contrário. A formação de
estoques não planejados impedirá a realização do lucro esperado e
levará os capitalistas a reduzirem a produção. A crise incial e
localizada em um segmento de bens não-essenciais pode acometer
outros ramos sucessivamente até ter comprometido todo o resto
da economia.
• Decidindo produzir menos, os empresários desempregam
pessoas, retraindo a renda monetária e a demanda efetiva. O
problema vai se repetindo em um círculo vicioso de efeito espiral
que pode levar a economia à ruína.
Malthus e a crítica à lei de Say
 Malthus, então, observa um problema:
1. Os trabalhadores consomem tudo o que ganham basicamente
com a subsistência.
2. Em épocas e prosperidade, os lucros de comerciantes e
industriais tendem a crescer a um ritmo muito superior às
possibilidades de expansão das inversões em capital. Isso porque
estes não consomem boa parte do que ganham, há uma tendência
à acumulação excessiva.
 Por isso, Malthus destaca a importância do consumo perdulário
da classe de latifundiários. Se não fosse por sua tendência a
gastar tudo o que ganha, parte do capital acumulado ficaria
ocioso. Não vendo como acumular mais, os capitalistas teriam
que desempregar para refrear a produção.
Malthus e a crítica à lei de Say
Soluções de Malthus às crises gerais
1. Alterar a distribuição de renda: capitalistas com menos lucros e
proprietários de terra com mais renda (o que ocorreria com a manutenção
das leis do Trigo). Os latifundiários gastariam em consumo e com uma
massa de criados. Esses trabalhadores improdutivos gastariam sua renda
em produtos da indústria.
2. A guerra: Inglaterra e América sofreram muito pouco e foram
enriquecidas pelas guerras napoleônicas, e sofrem muito por causa da paz.
3. Gasto em obras públicas: em épocas de sofrimento econômico
agudo, a construção de rodovias, canais, pontes. Os impostos necessários
para financiar tais obras não retiram da aplicação produtiva deficiente. O
segmento de obras públicas seria o ideal, segundo Malthus, porque não
influenciaria os custos de produção e nem estimularia diretamente oferta
dos outros segmentos da economia. Trata-se de um segmento alheio ao
nexo de mercado.
Malthus e a HPE
 Ao lado de Simonde de Simondi e Marx, foi um dos precursores
da teoria das crises.
 As proposições de Malthus ajudaram Keynes a entender a
Depressão dos anos 1930. “Se apenas Malthus, em vez de
Ricardo, tivesse sido a raiz-mestra da economia no século XIX,
como o mundo seria mais sábio e rico hoje!”, disse Keynes.
 A visão de Malthus teria sido rejeitada em seu tempo devido,
tanto pelo brilhantismo de Ricardo quanto pela incapacidade do
pároco de colocar adequadamente seus argumentos.
 Além disso, parece que aos economistas e empresários da época,
soava muito melhor o otimismo de Ricardo sobre o
funcionamento perfeito do capitalismo, em vez do realismo de
Malthus.
Bibliografia
ARAÚJO, C. R. V. História do pensamento econômico: uma abordagem introdutória. São
Paulo: Atlas, 1988.
BARBER. Uma história do pensamento econômico. Rio de Janeiro: Zahar, 1976.
FEIJÓ, R. História do pensamento econômico: de Lao-Tsé a Robert Lucas. São Paulo: Atlas,
2001.
FUSFELD, D. A era do economista. São Paulo: Saraiva, 2000.
HUNT, E.K. História do pensamento econômico: uma perspectiva crítica. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2005.
MALTHUS, T. Princípios de economia política. Ensaio sobre a população. São Paulo:
Nova Cultural, 1996. (Col. Os Economistas).
NAPOLEONE, C. Smith, Ricardo, Marx. 3ª. ed. R. Janeiro: Graal.1983.
OLIVEIRA, R.; GENNARI, A. História do pensamento econômico. São Paulo: Saraiva, 2009.
RICARDO, D. Princípios de economia política e tributação. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
(Col. Os Economistas).
SMITH, A. A riqueza das nações: uma investigação sobre sua natureza e suas causas. São Paulo:
Nova Cultural, 1996. (Col. Os Economistas).
SILVA, T. S. Notas sobre a economia ricardiana. Revista Pensamento & Realidade. São Paulo,
Ano VI, nº 13, out/2003.
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Economia Política Clássica