REAFES NÚMERO ESPECIAL: 1º Congresso Ibero-americano de Desporto, Actividade Física, Educação e Saúde 2 Editor Francisco Carreiro da Costa Editor da área de Actividade Física e Saúde Dartagnan Pinto Guedes Editor da área de Desporto José Antonio González Jurado Editor da área de Educação Física Miguel González Valeiro REAFES Gymnasium 2015 3 FICHA TÉCNICA Título: Gymnasium – Revista de Educação Física, Desporto e Saúde ISSN: 1645 – 3298 Sítio: Publicação da REAFES – Rede Euro-americana de Actividade Física, Educação e Saúde Propriedade: Faculdade de Educação Física e Desporto – Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Cofac – Cooperativa de Formação e Animação Cultural Depósito Legal nº 312855/10 REAFES Gymnasium 2015 4 1º Congresso Ibero-americano REDE EURO-AMERICANA DE ACTIVIDADE FÍSICA, EDUCAÇÃO E SAÚDE - REAFES 22, 23, 24 e 25 de Outubro, 2015 Lisboa – Portugal RESUMOS Editores: Francisco Carreiro da Costa, F. & António Palmeira Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias ISSN: 1645-3298 REAFES Gymnasium 2015 5 Organização: Presidente do Congresso Jorge Proença Comissão de Honra - Embaixador do Brasil - Embaixador da Colômbia - Embaixador da Espanha - Embaixador da Mêxico - Mário Moutinho, Reitor da Universidade Lusófona - José Manuel Constantino, Presidente do Comité Olimpico - Jorge Bento, Presidente da Faculdade de Desporto, Universidade do Porto - José Alves Diniz, Presidente da Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de Lisboa - Nuno Ferro, Presidente da Sociedade Portuguesa de Educação Física - João Lourenço, Presidente do Conselho Nacional das Associações de Profissionais de Educação Física Comissão Científica - Francisco Carreiro da Costa, Universidade Lusófona - António Palmeira, Universidade Lusófona - Xurxo Dopico Calvo, REAFES, Universidad de La Coruña - Miguel Gonzalez Valeiro, REAFES, Universidad de La Coruña - Lidia Guillermina León Fierro, REAFES, Universidad de Chihuahua - José Antonio González Jurado, REAFES, Universidad Pablo Olavide - António José Silva, Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro - Armando Raimundo, Universidade de Évora - Carlos Neto, Universidade de Lisboa - Francisco Leitão, Universidade Lusófona - João Abrantes, Universidade Lusófona - João Paulo Vilas Boas, Universidade do Porto - Jorge Castelo, Universidade Lusófona - Jorge Mota, Universidade do Porto - José Brás, Universidade Lusófona - Luis Bettencourt Sardinha, Universidade de Lisboa - Manuel João Coelho e Silva, Universidade de Coimbra - Salomé Marivoet, Universidade Lusófona Comissão Organizadora - Ana Margarida Sousa (presidente) - João Pinto da Costa - João Figueira Martins - João Valente dos Santos - Raquel Barreto Madeira REAFES Gymnasium 2015 6 Boas Vindas Jorge Proença Director da Faculdade de Educação Física e Desporto, Universidade Lusófona De Lisboa partiram, há cinco séculos, ‘por mares nunca dantes navegados’, caravelas e homens que ‘deram novos mundos ao mundo’. Lisboa, ponto de partida e de chegada; cidade milenar, histórica, multicultural; cidade das sete colinhas, cidade do Fado – património Imaterial da Humanidade – que tão bem expressa um modo português de sentir. É nesta cidade que temos o privilégio de organizar o Congresso da REAFES, causa próxima da honra de vos receber. Um Congresso que, reunindo-nos em torno das mais importantes e atuais temáticas científicas – Educação, Saúde, Desporto e Bem-Estar – queremos que fique gravado na sua memória como um tempo de conhecimento, amizade e felicidade. E que, no final, levem no coração a palavra e sentimento mais portugueses – saudade. Esperamos por si. Xurxo Dopico Coordinador General de la REAFES La REAFES (Red Euroamericana de Actividad Física, Educación y Salud) es una organización internacional creada por las Universidades Europeas, y de América Latina, dedicada a la creación, transferencia y difusión de la cultura, la ciencia y la tecnología. Está formada por las universidades asociadas, las cuales son aceptadas en Asamblea General, y representadas por un responsable (coordinador/a) acreditado por la máxima autoridad de cada universidad. Los principales objetivos de la REAFES son promover la cooperación y los intercambios entre universidades europeas y de América Latina, promover el intercambio de experiencias humanísticas y culturales entre las distintas universidades, fomentar la creación de los Programas de Formación de cualquier nivel, especialmente en las Universidades Latinoamericanas y promover, organizar, ejecutar y difundir las experiencias científicas y tecnológicas en las áreas de las Ciencias del Deporte, la Educación, la Educación Física y la Salud. Entre estas últimas, y tras la realización de XI Simposios Internacionales, la REAFES celebra su 1º Congresso Ibero Americano – Desporto, Educação, Atividade Física e Saúde, el cual tendrá lugar en Lisboa, entre el 22 y el 25 de Octubre de 2015, y organizado por la Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Desde la Presidencia de la REAFES realizamos una invitación a la participación, y al intercambio del conocimiento y de las experiencias que, en materia de Educación Física, Deporte y Salud, serán desarrolladas en este evento internacional. REAFES Gymnasium 2015 7 Índice ORGANIZAÇÃO 5 BOAS VINDAS 6 CONFERÊNCIAS SIMPÓSIO DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE EDUCAÇÃO FÍSICA 8 SECÇÃO ACTIVIDADE FÍSICA 15 SIMPÓSIOS 15 COMUNICAÇÕES 18 SECÇÃO EDUCAÇÃO FÍSICA 78 SIMPÓSIOS 78 COMUNICAÇÕES 79 SECÇÃO TREINO DESPORTIVO 128 SIMPÓSIOS 128 COMUNICAÇÕES 129 AGRADECIMENTO: A Comissão Científica deve um especial agradecimento aos avaliadores dos trabalhos submetidos ao congresso, a saber: Francisco Ramos Leitão, João Abrantes, Jorge Proença Martins, José António Jurado, José Brás, Luís Massuça, Miguel Gonzalez Valeiro, Salomé Mariovoet, Xurxo Dopico, Susana Veloso, Eliana Carraça, Marlene Silva, Sandra Martins, António Palmeira, João Valente-dos-Santos, Ricardo Gonçalves, Rui Batalau, Raquel Barreto, Ricardo Silvestre, Adílson Marques. REAFES Gymnasium 2015 8 CONFERÊNCIAS A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO FÍSICA COMO ESSÊNCIA DA PROMOÇÃO DE UMA CIDADANIA ACTIVA E SAUDÁVEL Marcos Onofre Laboratório de Pedagogia, Faculdade de Motricidade Humana Unidade de Investigação e Desenvolvimento em Educação e Formação, Instituto de Educação, Universidade de Lisboa, Portugal A cidadania ativa e saudável envolve uma participação social autónoma e motivada através da prática de atividades físicas, nomeadamente desportivas e expressivas, nos vários contextos formais e informais. A competência e o sentimento de bem-estar de cada cidadão na prática das atividades físicas está associada ao nível literacia e cultura neste âmbito. Para fazer face aos dados assustadores da baixa prevalência de participação na atividade física e desporto das populações de grande parte dos países, os respetivos governos têm procurado desenvolver políticas em que os programas esporádicos de animação, a produção de equipamentos de acesso fácil sem o enquadramento pedagógico e as campanhas de informação sobre o valor atividade física são marcadamente são as suas prioridades. Estas políticas baseiam-se em insistentes sugestões de várias organizações internacionais que se circunscrevem à necessidade de promover uma prática significativa de atividade física e de informar as populações da sua importância. Estas políticas têm ignorado que é na formação cultural no domínio das atividades físicas de cada cidadão que o conhecimento, gosto e hábitos de prática duradoura se baseiam e que, para esta finalidade o processo educativo desenvolvido na escola, através da disciplina de educação física é essencial. De facto, aí se reúnem quatro condições de qualidade: o facto de um espaço social todas as crianças e jovens, sem exceção, têm acesso a uma educação generalista tendencialmente gratuita; a circunstância dessa educação ser orientada por pedagogos preparados para esse efeito; a existência de programas, mais ou menos centralizados, tendencialmente ajustados às necessidades das crianças e jovens; e um cenário eclético de recursos raramente disponíveis noutros espaços sociais.Contraditoriamente, é exatamente nos países de mais baixa prevalência de atividade física e desportiva que se observa o uso de políticas de restrição das possibilidades de usufruto da educação física como fator de promoção de uma cidadania ativa e saudável. Isso pode observar-se na tentativa ou efetiva substituição da oferta curricular obrigatória da educação física pela oferta de outro tipo de atividade física, nomeadamente de cariz essencialmente desportivo-competitivo, na facilitação da entrada de agências pedagogicamente impreparadas para o ensino das atividades físicas nas escolas, na redução da carga horária da educação física, na vulgarização do seu projeto educativo a partir. Estes são, simultaneamente, países cuja literacia geral é mais baixa. É imenso o que os profissionais da educação física podem fazer para contrariar esta tendência ao nível da academia, das escolas e das associações profissionais e científicas. Uma verdadeira procura do significado da qualidade da EF e da sua implementação é essencial para esse efeito. Esta conferência procurará analisar o papel e as ações que se estão e podem ainda desenvolver a estes diferentes níveis.Portugal é, neste âmbito, um caso de estudo inadiável, pelo que será usado nesta conferência para ilustrar as ideias acima reportadas. REAFES Gymnasium 2015 9 OBSERVATÓRIO DE ACTIVIDADE FÍSICA DO LANCET: VIGILÂNCIA, PESQUISA E POLÍTICA NA ÁREA DE ACTIVIDADE FÍSICA NO MUNDO Pedro Hallal Universidade Federal de Pelotas, Brasil Desde a publicação da Série de Atividade Física do Lancet em 2012, foi criado o Observatório de Atividade Física do Lancet, como um comitê da Sociedade Internacional de Atividade Física e Saúde (ISPAH). O Observatório monitora o status de vigilância, pesquisa e política em atividade física em todos os países do mundo. Durante o ano de 2015, foram lançados os Cartões Nacionais de Atividade Física, caracterizados como documentos de uma página sumarizando a situação de cada país do mundo no que se refere à vigilância, pesquisa e política em atividade física. Para cada país, foi identificada uma pessoa para atuar como ponto de contato do Observatório. Os cartões foram traduzidos para mais de 20 línguas. Os indicadores presentes no cartão foram criados pelo Comitê Executivo do Observatório e submetidos a um período de consulta online, no qual pesquisadores de diversos países deram sugestões e ajudaram a desenvolver os cartões. Para o ano de 2016, uma nova versão dos cartões será preparada. Durante o ano de 2015, será feito novo processo de consulta para aprimoramento do layout e dos indicadores presentes no cartão. Os cartões serão apresentados no Congresso Internacional de Atividade Física e Saúde Pública, na Tailândia em 2016. A EVIDÊNCIA E TEORIA DA MODIFICAÇÃO DOS COMPORTAMENTOS DE SAÚDE: UM ITINERÁRIO PARA O FUTURO Pedro Teixeira Faculdade de Motricidade Humana,Universidade de Lisboa, Portugal A manutenção de um esilo de vida saudável é um dos grandes desafios das sociedades de hoje, repercutindo-se nos decisores políticos. profissionais e população em geral. Para se atingir o progresso na prevenção e tratamento da diabetes, obesidade, cancro e outras denominadas doenças não comunicáveis, é fundamental uma investigação comportamental sólida, em áreas como a actividade física e comportamentos sedentários, nutrição, hábitos tabágicos e redução do stress. Entre outras considerações, o caminho a percorrer envolve a disseminação alargada da evidência actual acerca da regulação do comportamento e determinantes da modificação do comportamento; o uso apropriado e sistemático de teorias da modificação comportamental; e a procura de melhorar o desenho e o teste de (cada vez mais efectivas) intervenções.Com o intuito de ajudar, potencialmente, a definir este itinerário para a evolução da investigação e prática na área da modificação comportamental em saúde, esta comunicação explorará estes temas, com base em exemplos de pesquisas anteriores e actuais na área da obesidade e exercício. Será dado ênfase aos mecanismos motivacionais associados à manutenção a longo-prazo dos comportamentos salutogénicos, aos métodos e técnicas de modificação comportamental, e ao desenho de intervenções com tecnologias da informação baseadas na evidência e teoria que suportem a alteração do estilo de vida. REAFES Gymnasium 2015 10 A ESPECIFICIDADE DOS EXERCÍCIOS METODOLÓGICA À NEUROLÓGICA DE TREINO – DA JUSTIFICAÇÃO Jorge Castelo Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Portugal Na atualidade a teoria e metodologia do treino aponta para uma crescente especificidade dos meios de preparação dos praticantes e das equipas. Cada modalidade desportiva para evoluir, tem que suportarse em exercícios de ensino/treino que, por sua vez, assentam numa lógica individualizada e intransmissível. Neste quadro, a especificidade é um conceito chave no processo de treino reajustandose aos novos conhecimentos, realidades e exigências da luta competitiva. Ora, a presente apresentação desenvolve paradigmas essenciais à compreensão da importância na construção e prática de exercícios subordinados ao conceito de especificidade de ensino/treino, justificandoa sob três planos: (i) Metodológico. A especificidade é uma qualidade complexa e constitutiva de um grupo de exercícios que se distinguem de todos os outros, por exercerem uma relaçãode representatividade e semelhança com a lógica de como se pretende que o praticante ou equipa exprima a sua dinâmica estratégico/táctica. Dai que se observe uma ampla e constante aproximação dos conteúdos dos exercícios a "modelos de execução individual e colectiva, os quais afinam e calibram atitudes, decisões e ações numa direção intencionalmente construída de modo a tornar inteligível a complexidade de cada fenómeno, ou seja, de cada modalidade desportiva ou de cada contexto situacional" (Castelo, 2015). (ii) Fisiológico. O ATP sempre foi estudado como produtor de energia no interior das células vivas, estabelecendose regimes alácticos lácticos e aeróbios. Todavia, para além da produção de energia, o ATP desempenha igualmente um papel relevante fora da célula como transmissor de informação, atuando como informador acerca dos múltiplos estados que o corpo vivencia em diferentes instantes, “sendo por isso uma molécula determinante para a proprioceptividade e como tal para assegurar a funcionalidade criteriosa dos milhões de neurónios existentes no cérebro” (Khakh e Burnstock, 2011). A especificidade deste mecanismo irá potenciar uma intencionalidade e uma finalidade acelerando os processos de adaptação fisiológica e decisório/motora dos praticantes. (iii) Neurológico. Perante a necessidade de cumprir um conjunto de tarefas que emanam da especificidade do exercício de ensino/treino ativase uma complexa e concreta rede neural, cuja persistência da sua utilização produz processos químicos em cascata. Estas alterações têm um impacto fundamental nas sinapses devido a mecanismos intracelulares que invariavelmente sintetizam novas proteínas para realizar uma tarefa específica, sendo transportadas desde da célula até à fenda sináptica propiciando alterações das conexões cerebrais, tendo como impacto o aumento da eficácia das decisões/ações dos praticantes e a redução do apoio cognitivo na resolução das situações. Na verdade, “somos aquilo que (especificamente) fazemos todos os dias”, mas somos “sobretudo o que (especificamente) fazemos para mudarmos o que somos” (Eduardo Galaeno). EDUCACIÓN FÍSICA Y ESTILO DE VIDA ACTIVO Y SALUDABLE: TRANSFERENCIA DE LA INVESTIGACIÓN A LA INTERVEWNCIÓN ESCOLAR Juan Luis Hernández-Álvarez Departamento de Educación Física, Deporte y Motricidad Humana Universidad Autónoma de Madrid, España El inadecuado uso de los espacios públicos en las grandes ciudades, junto con extensión de la utilización de los medios tecnológicos, provocan un aumento de comportamientos sedentarios que tienen un reflejo relevante en el incremento de enfermedades no trasmisibles, tanto de carácter físico como psicosocial, así como en los déficits en el REAFES Gymnasium 2015 11 desarrollo de niños y adolescentes. El estilo de vida activo y saludable constituye un reto social, educativo y sanitario que debe involucrar a todos los agentes sociales. En la actualidad, la investigación ofrece significativos hallazgos sobre los beneficios, tanto físicos como psicosociales, que conlleva la actividad física realizada en determinadas circunstancias de duración, intensidad y adecuación. Además, los estudios han puesto de manifiesto la existencia de relaciones entre diversos factores físicos, sociales y ambientales y adecuados niveles de práctica de actividad física. Sin embargo, ni los conocimientos que relacionan la actividad física con los beneficios para la salud, ni el conocimiento sobre los factores que contribuyen a la adopción de estilos de vida activos, ni los programas que han tratado de incentivar la actividad física, han evitado que, para un significativo porcentaje de la población, en torno al 50%, los niveles de actividad entre los niños y adolescentes no alcancen las recomendaciones de organismos internacionales. En ese contexto, cabe preguntarse por el papel que la educación física puede jugar en la adopción de estilos de vida activos. ¿Cómo utilizar los conocimientos generados en la investigación en el ámbito de la intervención escolar, entendiendo que es, precisamente, en la edad escolar en la que deben asentarse hábitos, actitudes y valores vinculados a una práctica de actividad física saludable, además, de desarrollarse los conocimientos básicos y habilidades que permitan a cada persona integrarse en las actividades físicas del grupo social? La respuesta no es fácil ni sencilla en las circunstancias actuales. Existen dificultades para que los conocimientos acumulados en la investigación sean transferidos a acciones y programas de intervención con razonables expectativas de éxito. Si bien la respuesta a la preocupación de salud personal y pública debe involucrar a todos los agentes sociales, el fomento de la adopción de un estilo de vida activo debe constituir una referencia ineludible en los objetivos escolares. La Educación Física puede asumir un liderazgo legitimado por la relevancia que tienen las referencias a la salud en el currículo oficial. Tomando en consideración los resultados de los diversos estudios, la intervención debe centrarse en dos grandes ámbitos. Por un lado, el ámbito de actuación referido a informarformar y dinamizar a la comunidad educativa y su entorno, apoyándose en el conocimiento de los factores que facilitan la práctica de actividad; por otro, el ámbito directamente vinculado con la intervención en el desarrollo curricular, promoviendo conocimientos, habilidades y actitudes que sustenten un compromiso crítico y fundamentado de los niños y adolescentes con la adopción de un estilo de vida activo y saludable. En este último ámbito, una mención destacada merece el fomento de la autonomía de los jóvenes como elemento clave para el compromiso con la búsqueda de la calidad de vida personal y social. INVESTIGACIÓN EN LA COMPETICIÓN Y EN EL ENTRENAMIENTO DE LOS DEPORTES SOCIOMOTES DE EQUIPO Rafael Martín Acero. Universidad de Coruña, España En la búsqueda de líneas de estudio de los deportes de equipo (DSEQ) se indagan variables que expliquen la actividad de los jugadores (Menaut, 1982), o que orienten la intervención de los entrenadores (Teodorescu, 1984), generandose líneas de investigación (Garganta, 1997), también el análisis del rendimiento en la competición. El conocimiento, la identificación y la definición que conforma cada DSEQ precisa de la formalización y utilización de modelos capaces de interpretar y explicar la lógica de su contenido (cualitativo y cuantitativo) a partir de las dimensiones consideradas como esenciales o más representativas del fenómeno sometido a estudio. La explicación causal de la acción motriz intencional representa el principal reto al que se enfrentan los investigadores que abordan el estudio de los juegos deportivos colectivos. En los DSEQ la acción se construye colectivamente mediante la interacción de los deportistas que participan en cada uno de los actos molares que la componen. A medida que la acción evoluciona REAFES Gymnasium 2015 12 en el tiempo se hace más compleja, mediante la progresiva complicación de la estructura de relaciones interpersonales (definida como el sistema N+1) interviniente en la acción, y la dificultad para llevar a cabo los comportamientos solicitados (Serrano, 1996). La implicación de los participantes no se limita a un único entorno inmediato: su comportamiento se ve afectado por hechos que ocurren en escenarios en los que a veces ni siquiera se hallan presentes. La actividad intencional que cada deportista dispone en los diferentes episodios del juego no se corresponde necesariamente con las conductas motrices que percibe un observador externo. Tal singularidad encierra dos importantes obstáculos a la hora de comprender el comportamiento de los deportistas en la competición. ¿Cómo superar esta situación?, asumiendo la casi imposibilidad de que una teoría general de la acción motriz en los DSEQ fuese capaz de contener todas las posibles ocurrencias de comportamiento que se suceden a lo largo de un encuentro ludo-deportivo, y aunque asumimos el alcance limitado de cualquier teoría general intentaremos definir los ejes sobre los que se deberían articular las explicaciones causales de la acción motriz intencional en los deportes de equipo. Para poder realizar las necesarias y progresivas aproximaciones al conocimiento científico de los DSEQ, nos situaremos en la noción de teoría de alcance intermedio (Merton, 1972), que va de la mano de una concepción sistémica de la acción motriz según la cual los comportamientos desarrollados por los participantes son explicables finalmente a partir de cálculos individuales de optimización de la situación de juego sobre los que ejercen influencia las relaciones motrices interpersonales que comunican a los deportistas entre sí (Martín Acero y Lago, 2001). Para los registro y su análisis disponemos de la metodología observacional, cuya expansión es innegable en las últimas décadas y cuyo carácter científico se halla perfectamente avalado (Anguera, 1991; Bakeman y Gottman, 1997; Sackett, 1978; Suen y Ary, 1989), quela hace especialmente válida en el ámbito de los DSEQ, pues además permite el acceso de los investigadores a la construcción de modelos formalizados (matematizados) en la explicación causal de la acción motriz. SIMPÓSIO SPEF-SOCIEDADE PORTUGUESA DE EDUCAÇÃO FÍSICA EDUCAÇÃO FÍSICA – QUE IDENTIDADE PROFISSIONAL? O LUGAR DO CORPO E DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA Rui Machado Gomes Universidade de Coimbra, Portugal Um dos mais pregnantes lugares-comuns que de modo recorrente tem justificado a presença do corpo-desportivo nos estudos universitários diz respeito à utilidade da exercitação do corpo na melhoria da saúde das populações. O topos mais usado é o da mente sã em corpo são, actualizado por versões mais recentes como a promoção da saúde através de estilos de vida activos e saudáveis baseados em actividades físicas. Proponho-me revisitar este topos sujeitando-o a uma análise crítica severa de modo a verificar se ele resiste ao teste da falsificabilidade. A contemporaneidade vive um regime visual marcado pelo poder crescente das tecnologias da imagem, particularmente as usadas pela medicina, acederem ao interior do corpo e, desse modo, jogarem um papel constituinte na formação de normas sobre o aperfeiçoamento e as possibilidades de modificação do corpo humano. Em consequência dos progressos científicos e tecnológicos desenvolvidos em esferas tão diversas quanto a biomedicina, a engenharia genética, os transplantes de órgãos e tecidos, a reprodução, a cirurgia plástica, os implantes ou a fisiologia do exercício, o corpo tornou-se no novo território de exercício das liberdades individuais. Não é apenas a engenharia genética que nos vem propor uma nova arquitectura do corpo; os engenheiros de materiais, os físicos e a cirurgia também estão envolvidos no processo de criação de seres híbridos compostos por elementos orgânicos e electrónicos. O corpo deixou de ser a expressão de um dado fixo da natureza, de um destino, para se sujeitar progressivamente aos ditames das opções da REAFES Gymnasium 2015 13 sociedade de consumo, passando a ser uma escolha. Na sociedade de consumo e da crise das grandes narrativas o corpo surge assim como último reduto de controlo dos acontecimentos. O Desporto moderno também participou activamente neste processo desde o seu surgimento no século XIX. No Desporto actual podemos identificar pelo menos três lógicas diferentes de os sujeitos construírem identidades e alteridades: a lógica estatal, a lógica mercantil e a lógica comunitária. A lógica estatal sujeita o corpo ao controlo, avaliação e treino de competências típico do controlo burocrático e gestão reproduzidos nos desportos e nas ginásticas de massas promovidas pelo Estado. Este modelo trabalha para a integração do sujeito no sistema social através da disciplina, adaptação e correcção. CRÍTICA DA «CRISE DE IDENTIDADE» EM EDUCAÇÃO FÍSICA Luís Bom, Universidade Lusófona de Humanidades eTecnológicas, Portugal A escolha do tema «identidade profissional» sugere, à partida, que se trata de um problema. Mas de que problema se trata? Teremos dificuldade em reconhecermos o que nos é próprio? Haverá uma indefinição do nosso campo, da nossa profissão, ou profissões, faltando-nos um conceito claro e definitivo? Se assim for, será possível um tal conceito unificador? Ou, pelo contrário, teremos múltiplos conceitos profissionais, várias definições identitárias, com pressupostos e finalidades diversas ou até contraditórias? Se assim for, essas definições podem ser coerentes e complementar-se, ou correspondem a facções antagónicas, que se contestam? Seremos actores circunstanciais, com múltiplos papéis, cuja unidade escapa à nossa compreensão? Faltar-nos-á uma clarificação das nossas competências e responsabilidades, um estatuto bem estabelecido? Ou, ao invés teremos um estatuto muito delimitado, uma formatação demasiado restritiva das nossas funções? Teremos de mudar o nosso estatuto, ou conquistar um outro poder e reconhecimento, para ultrapassar uma identidade difusa? Estaremos demasiado isolados, faltando-nos alianças e colaborações, ou encontramo-nos dependentes de outros actores e poderes, que nos submetem e desvalorizam? Porventura, estas e outras questões fazem sentido, expressam tendências na formação inicial e na formação “ao longo da vida”, nas oportunidades de emprego, nas condições e exigências dos trabalhos que exercemos, no desenvolvimento (ou na frustração) de uma carreira profissional. São situações que dependem não só das escolhas individuais, mas também das dinâmicas sociais, de oportunidades e constrangimentos que nos ultrapassam. Mas estas interrogações não são novas, nem são exclusivas da Educação Física (EF). A identidade da Educação Física tem sido sempre problemática, em todos os aspectos. O conceito e a prática da EF, os objectivos e os processos, o reconhecimento e os meios, os resultados e os pressupostos, etc., têm sido, desde meados do século XIX, temas de crítica sobre o valor e o significado de «educação física». O questionamento sobre o que é, o que pode ser e o que deve ser a EF, e também sobre o que não é, o que não pode ou não deve ser, tem animado a nossa área, em vez de a debilitar. A EF continua a ser um problema a resolver, que se actualiza e projecta no futuro, interessando-se pelas necessidades de desenvolvimento pessoal e social, no domínio das actividades físicas. Nesta linha, verifica-se que os pressupostos e objectivos da EF se renovam e aprofundam. Conhecemos novos esforços e ideias, em todos os campos profissionais da EF, ou afins, na REAFES Gymnasium 2015 14 educação formal e informal, na escola e na “educação ao longo da vida”, na recreação e nos desportos, nos costumes e estilos de vida. Esta vitalidade contraria aqueles que, dentro da nossa área, se precipitaram na «crise da EF», ao ponto de declarar a falência e ou até a morte deste projecto. O debate dos fundamentos, das limitações e das possibilidades, não é uma deficiência típica da EF, é um processo vital – a crítica dos problemas de desenvolvimento, caracteriza não só o campo educativo, mas também as ciências sociais e humanas, a ciência, em geral, e a política. Em Educação, esse debate é indispensável para que se formem, se apliquem e se revejam os compromissos que organizam a actividade pedagógica, nos planos políticos, institucional e profissional. São compromissos que enquadram a realidade social e a vivência pessoal da Educação. Mas não se pode ignorar que a “realidade” e a “vivência” educativa são irredutíveis a uma perspectiva ou a um consenso, isto é, não se deixam encerrar em hábitos, ideologias, ou teorias, nem nas profissões ou nos lugares, seja o lar, a escola, a biblioteca, o ministério, o estádio, o clube, o recreio, a rua, etc. Sendo necessário, por isso mesmo, reflectir e debater criticamente a nossa identidade profissional, discutimos nesta comunicação cinco pontos de vista sobre a «crise de identidade» dos profissionais de Educação Física, destacando um erro genérico – o reducionismo. No primeiro ponto, identificamos determinadas narrativas sobre a «crise da Educação Física», em que se tenta uma desconstrução que não é analítica mas, antes, interessada em substituir a EF por outra coisa. Neste âmbito, argumentamos o conceito de EF que seguimos, fazendo a distinção e a relação com o Desporto, a Saúde e os fundamentos científicos na nossa área. No segundo ponto, interpretamos a crise epistemológica, ou académica, da EF. Focando o contexto universitário, criticamos concepções de formação em EF como uma subespecialidade (variante de outras especialidades ou aplicação de uma ciência fundamental). Em terceiro lugar, analisamos a posição periférica e a orientação instrumental e compensatória atribuída à EF no contexto da instituição escolar. A quarta perspectiva incide na crise do projecto educativo da nossa área. Refutamos diversas posições alternativas ou de substituição da EF, com referência aos seus fins, conteúdos e processos. Finalmente, consideramos o problema do estatuto profissional dos diplomados em EF, Desporto e Exercício. Interpretamos exemplos da crise de autonomia e de reconhecimento das nossas responsabilidades, pedagógica e científica, responsabilidades que não devem reduzir-se à execução de regulamentos, rotinas ou automatismos. REAFES Gymnasium 2015 15 SECÇÃO ACTIVIDADE FÍSICA E SAÚDE SIMPÓSIOS ACTIVIDADE FÍSICA RELACIONADA À SAUDE Dartagnan Pinto Guedes 1, António Palmeira, 2, Jorge Mota 3, Juan LopezTaylor 4 1 Centro de Pesquisa em Ciências da Saúde, Universidade Norte do Paraná, Brasil 2 Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Portugal 3 Universidade do Porto, Portugal 4 Universidad de Guadalajara, México Durante a maior parte dos aproximadamente dois milhões de anos que se supõe a existência do homem, este, de forma geral, viveu sob intensa atividade física. Sua alimentação, composta principalmente por animais e vegetais de difícil acesso, sua proteção contra inimigos naturais como animais selvagens e as adversidades climáticas eram asseguradas graças ao empenho de suas habilidades físicas. Para sua sobrevivência, diariamente o homem primitivo tinha necessidade de utilizar suas capacidades e aptidão física. Hoje, diferentemente do que ocorriam em tempos idos, as máquinas têm executado grande parte do trabalho físico que o homem costumava realizar manualmente. Na realidade, o homem típico do século XXI desempenha tarefas que exigem muito pouco esforço físico. A maioria deles utiliza veículos motorizados em seu transporte, recorrem a inúmeros dispositivos tecnológicos para desempenhar suas funções no trabalho e ainda optam por atividades que reduzem ao mínimo o esforço físico no preenchimento de seu tempo livre ou dedicado ao lazer. Por conseqüência, o homem moderno, caso deseje, pode levar uma vida totalmente isenta de esforço físico mais intenso. Não se pode negar que a evolução tecnológica observada nos últimos séculos tem resultado em grande melhoria na qualidade de vida do homem moderno. O maior indício desse fato é, por exemplo, o progressivo aumento da longevidade da espécie humana. Os avanços na área médica vêm contribuindo de forma decisiva para que isso ocorra; entretanto, a maioria desses avanços tem auxiliado, de forma mais acentuada, no tratamento e na prevenção das doenças infecto-contagiosas, mas infelizmente não têm o mesmo êxito na prevenção das enfermidades crônico-degenerativas, como é o caso das coronariopatias, da hipertensão, da obesidade, do diabetes, do câncer e de outros males. Ao consultar a literatura serão encontradas evidências científicas sugerindo que o estilo de vida inativo ou o sedentarismo provocado pela tecnologia moderna são contribuintes em potencial para muitas das doenças crônico-degenerativas que podem, de uma forma ou de outra, afetar diretamente a saúde do homem, tornando-o incapaz para determinadas tarefas de seu cotidiano ou, até mesmo, levando-o a morte de maneira prematura. Diante dessa perspectiva, fica bastante evidente que, se de um lado a industrialização e a tecnologia moderna têm contribuído enormemente para o progresso de nossa civilização, de outro tem deixado o homem vulnerável a um conjunto de fatores que colocam em risco o seu estado de saúde. Portanto, acredita-se que o grande desafio para os profissionais da área consiste em procurar reduzir ao mínimo a predisposição do homem moderno frente a esses problemas. Não obstante isso, ao admitir a enorme contribuição que a prática de atividade física, exercício físico e esporte, estruturados e orientados de forma adequada, pode trazer a preservação do bom estado de saúde, mediante a melhoria da capacidade funcional dos indivíduos, o presente seminário pretende reunir três especialistas na área da atividade física relacionada à saúde para tratar de temas voltados à promoção e à adoção de um estilo de vida ativo e saudável para a nossa população. Neste sentido, o Professor Doutor REAFES Gymnasium 2015 16 António Palmeira (Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Lisboa, Portugal) deverá oferecer um enfoque às regulações motivacionais para a prática de atividade física, enquanto o Professor Doutor Jorge Mota (Universidade do Porto, Portugal) deverá abordar estratégias vinculadas aos programas comunitários de prática de atividade física direcionadas especificamente às populações latinas, e o Professor Doutor Juan Lopez Taylor (Universidad de Guadalajara, México) deverá colocar em discussão os paradigmas tratados na prescrição e na orientação do exercício físico. EXERCÍCIO E NATUREZA: RELAÇÃO COMO BEM ESTAR, SAÚDE E ACTIVIDADES DE AR LIVRE Veloso, S., Loureiro, A., Vidal, A. Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Portugal A atividade física é fundamental para a prevenção das doenças não transmissíveis e para a melhoria do nível geral de saúde pública, ajudando a enfrentar os desafios da saúde da humanidade. O “green exercise” ou “exercício verde” (ié., prática de exercício ou actividade física em ambiente natural) e outras formas de atividades recreativas ao ar livre promovem a saúde física e psicológica e o bem-estar de várias formas (Bowler et al, 2010; Pretty et al., 2005; Thompson Coon et al., 2011). Por conseguinte, os benefícios sinérgicos da combinação da actividade física e exposição à natureza vão para além dos resultados diretos na saúde física e mental do indivíduo. Um modelo proposto por Hartig e col. (2014) sobre a relação entre o exercício verde e a saúde e bem estar, mostra o impacto positivo ao nível pessoal (desempenho, alívio do stress, motivação, bem estar subjectivo), social (interação social), comunitário (convívio no bairro, sentimento de comunidade) e público (morbilidade, mortalidade e longevidade). A conexão com a natureza resultante do aumento do contato com o ambiente natural, há muito proporcionada pelas actividade de ar livre e aventura, mas também pela prática de exercício verde, pode ser um caminho para o desenvolvimento de mais atitudes e valores ambientais, e, assim, ter um efeito sobre os comportamentos e decisões com impacto ambiental para os indivíduos e sociedades (Collado, Corraliza, Staats, e Ruiz, 2015; Hartig, Kaiser, e Strumse, 2007). Os benefícios para as sociedades atuais e futuras podem vir de caminhos diferentes na mudança de valores e de ações que apoiem um desenvolvimento social, económico e ambiental sustentável. Este simpósio pretende apresentar as evidências científicas que emergem deste conceito chave – exercício verde – que parece representar um recurso útil e válido para diferentes áreas, como a prevenção e promoção da saúde em todo o mundo, a preservação ambiental, a sustentabilidade económica e social das sociedades modernas (Gladwell et al., 2013; Haluza et al, 2014; Pretty et al., 2011). No seu conjunto as intervenções deste simpósio pretenderão demonstrar a importância para a humanidade da prática de actividade física e do contacto com a natureza, através das implicações que a combinação das duas actividades trazem para a saúde, bem estar e desenvolvimento da sociedade. IMPORTÂNCIA DA EQUIPA MULTIDISCIPLINAR: APLICAÇÃO AO TRATAMENTO CIRURGICO DA OBESIDADE EDA DIABETES TIPO 2 Sandra Martins 1, Jorge Limão 2, Cidália Almeida 2, Zélia Santos 2 1 Universidade Lusófona, Portugal 2 Baroclínica e British Hospital, Portugal Objetivo global: Sensibilizar para a relevância da formação e acompanhamento por equipas REAFES Gymnasium 2015 17 multidisciplinares no tratamento da obesidade mórbida e da diabetes tipo 2. Relevância e atualidade: A obesidade, em particular, a sua forma mais grave, a obesidade mórbida e a diabetes tipo 2 constituem duas das mais preocupantes doenças nãotransmissíveis do século XXI. Estas doenças requerem particular atenção devido ao aumento crescente da sua prevalência e devido às suas comorbilidades, as quais incluem disfunção metabólica, cardiovascular, articular, psicossocial, física, entre outras. Devido à etiologia multifactorial e à complexidade que envolve a obesidade mórbida e a diabetes tipo 2, as recomendações internacionais destacam a cirurgia bariátrica e metabólica como intervenções eficazes a curto e longo prazo, no entanto o sucesso destas intervenções requer o acompanhamento pré e pós-cirurgico por equipas multidisciplinares diferenciadas. Objetivos específicos: Os participantes no simpósio deverão compreender: - A complexidade do tratamento da obesidade mórbida e da diabetes tipo 2; - O contributo da cirurgia para o tratamento destas patologias; - A importância e composição da equipa multidisciplinar; - O contributo das diversas áreas disciplinares nos períodos pré e pós-cirurgico. Plano do Simpósio: Introdução. Jorge Limão. Definição do problema, caracterização das intervenções cirurgicas na obesidade mórbida e na diabetes tipo 2, coordenação da equipa multidisciplinar. - Avaliação e acompanhamento psicológico, Cidália Almeida Avaliação psicológica do candidato a cirurgia bariátrica e metabólica, intervenção e acompanhamento no período pós-cirurgico, articulação com a equipa multidisciplinar. - Avaliação e acompanhamento nutricional, Zélia Santos Avaliação alimentar e nutricional do candidato a cirurgia bariátrica e metabólica, preparação das alterações alimentares a introduzir no período pós-cirurgico, acompanhamento póscirurgico e articulação com a equipa multidisciplinar. - Avaliação e prescrição de exercício, Sandra Martins Avaliação da aptidão física e prescrição de exercício nos períodos pré e pós-cirurgico, articulação com a equipa multidisciplinar. O LADO “NEGRO” DA INTERVENÇÃO MOTIVACIONAL NA PROMOÇÃO ACTIVIDADES FÍSICAS: PROPOSTAS DE EXPLICAÇÃO EDE SOLUÇÃO DE Marlene Nunes Silva 1 3, João Moutão 2, António Labisa Palmeira 3, Frederico Raposo 2, Tomás Garcia Calvo 4, David Sanchez-Oliva 4 1 Universidade de Lisboa, Portugal 2 Instituto Politécnico de Santarém, Portugal 3 Universidade Lusófona, Portugal 4 Universidad de Extremadura, Espanha Objectivo global do simpósio e justificação da sua relevância e actualidade: A investigação na área da promoção das atividades físicas, suportada teoricamente pela Teoria da Autodeterminação (TAD), tem demonstrado de forma consistente que estilos motivacionais de ordem autónoma estão associados com uma integração mais estável dos comportamentos-alvo nas rotinas e estilos de vida, com reflexos também ao nível do bemestar. No entanto a larga maioria da investigação desenvolvida até ao momento no âmbito da TAD tem-se focado nos participantes de exercício, sublinhando-se a crescente necessidade de se investigar também a motivação dos profissionais envolvidos na promoção de atividades físicas (AF) e de que forma esta condiciona o tipo de estratégias motivacionais por eles utilizadas utilizadas, sendo este o objectivo geral deste simpósioObjectivos Específicos: Apesar de já existir literatura e bom nível de evidência acerca da possibilidade de treinar profissionais para darem suporte a um clima promotor de REAFES Gymnasium 2015 18 motivações autónomas, algumas questões permanecem em aberto, sendo de importância crucial para o desenvolvimento do conhecimento e práticas neste domínio. Neste sentido o presente simpósio procurará aprofundar I) Que factores influenciam a motivação dos profissionais envolvidos na promoção de AF e através de que mecanismos o fazem? II) Qual a influência desta motivação nas estratégias motivacionais desenvolvidas (direta e indiretamente)? III) O que é um estilo motivacional promotor de autonomia vs. controlador (e que padrões de coexistência podem apresentar) e quais as suas implicações para o próprio profissional. COMUNICAÇÕES AF_1 A GINÁSTICA PARA TODOS E A PROMOÇÃO DA SAÚDE Tsukamoto, M. Universidade de São Paulo, Brasil Introdução: Em uma sociedade na qual a preocupação na adoção de medidas que proporcionem a promoção da saúde é uma realidade, reconhecer práticas que contribuam para este estado é uma necessidade. O presente estudo tem como objetivo analisar possíveis contribuições da Ginástica para Todos (GPT) para a promoção da saúde. Metodologia: Para a realização do presente trabalho, fez-se uso da pesquisa bibliográfica. Para tal, foAram selecionadas referências significativas em cada uma das áreas abordadas no trabalho, em bases de dados eletrônicas e impressas, a partir das quais realizou-se a reflexão e análise sobre a temática proposta. Resultados e Discussão: A GPT constitui-se em uma modalidade gímnica de esporte participativo e predominantemente de caráter demonstrativo. Possui regulamentos bastante flexíveis, o que permite a participação de indivíduos de todas as idades, sem impedimentos quanto a limitações físicas ou nível de habilidade. Geralmente praticada em grupos, possibilita o desenvolvimento de uma série de valores, favorecendo a sociabilização e o intercâmbio cultural. Seu principal objetivo é proporcionar ao praticante o prazer pela pratica da atividade. Porém, através dela, observamos a melhora da condição física, a aprendizagem de novas habilidades e a promoção da saúde (AYOUB, 2003; BORTOLETTO, 2008). No mundo contemporâneo, a preocupação com a promoção da saúde e o desenvolvimento de atitudes no sentido de garantir uma boa qualidade de vida para todos os indivíduos é uma realidade. Desde a década de 1980, com a publicação da Carta de Ottawa na Primeira Conferência Internacional de Promoção à saúde (WHO,1986), diversos países vem desenvolvendo ações em diferentes níveis (pessoal, social, político e institucional) visando ao estabelecimento da promoção da saúde (WHO, 2011). Sem dúvida a prática de atividades físicas e esportivas constitui uma relevante ferramenta neste cenário. Compreendemos que a GPT se aproxima de conceitos importantes para a promoção da saúde no que diz respeito aos níveis pessoal e social, uma vez que em suas sessões de prática, na constituição de grupos e quando da ocorrência de festivais, observamos a ênfase em fatores como autonomia, empowerment e consciência crítica, pilares importantes para promoção da saúde. Referências Ayoub, E. (2003) Ginástica Geral e Educação Física Escolar. Campinas, Editora da Unicamp. Bortoleto, M. A. C. (2008) Uma reflexão sobre o conceito de técnica na Ginástica Geral. In. Paoliello, E. Ginástica Geral experiência e reflexões. São Paulo: Phorte, pp.167-180. REAFES Gymnasium 2015 19 WORLD HEALTH ORGANIZATION (1986) The ottawa charter for health promotion. Disponível em: < http://www.who.int/healthpromotion/conferences/previous/ottawa/en/ > Acesso em 25 de maio de 2015. WORLD HEALTH ORGANIZATION (regional office for Europe) (2011) Promoting sport and enhancing health in European Union countries: a policy content analysis to support action. Disponível em < http://www.euro.who.int/__data/assets/pdf_file/0006/147237/e95168.pdf.> Acesso em 25 de maio de 2015. AF_2 A INFLUÊNCIA DOS FACTORES PSICOSSOCIAIS NA ACTIVIDADE FÍSICA E DESPORTIVA DOS JOVENS Almeida, M. J. 1, Sabino, B. 2, Teixeira, J. 3 1 Universidade De Coimbra, Portugal 2 Universidade do Porto, Portugal 3 Clube Desportivo Escola de Santana, Portugal Introdução: Atualmente, é inquestionável os efeitos que atividade física tem na saúde da população. Os jovens não cumprem as recomendações diárias de atividade física, verificando-se uma decréscimo com o avanço da idade, particularmente nas raparigas. Para controlar esta atual epidemia de inatividade física é essencial descrever e monitorizar todos os determinantes da atividade física. Neste sentido, este estudo tem como objetivo determinar a relação entre fatores psicossociais e os níveis de atividade física. Métodos: Participaram neste estudo 1606 alunos, com idades entre os 10 e os 15 anos, de 8 escolas do ensino público da Região Autónoma da Madeira. O nível de atividade física dos participantes foi avaliado pelo questionário PAQ-C (Crocker et al., 1997). As variáveis psicossociais avaliadas foram a percepção de autoeficácia, a percepção das barreiras para a prática de atividade física e o apoio dos pares. As escalas contêm 8, 10 e 4 itens, respetivamente. Recorremos ao software SPSS para realizar o tratamento estatístico. Resultados: Os rapazes reportaram um maior score geral de AF do que as raparigas (p<0,05). Os rapazes em média apresentam um maior nível de percepção de autoeficácia e maior percepção das barreiras para a pratica de AF (p<0,05). As raparigas reportam em média um maior apoio de pares relativamente à prática de atividade física (p>0,05). Níveis mais elevados de atividade física estão relacionados com uma maior percepção de autoeficácia e apoio dos pares (p<0,05) e uma menor percepção de barreiras para a prática (p<0,05). Discussão/Conclusão: A influência social, nomeadamente o apoio dos pares, é um dos determinantes de atividade física dos adolescentes, sendo a presença dos amigos fundamental para este comportamento nesta fase da vida. Para o desenvolvimento de intervenções eficazes que visem a modificação deste comportamento nesta população, é determinante a inclusão de variáveis psicossociais. Referências: Crocker PR, Bailey DA, Faulkner RA, Kowalski KC, McGrath R. (1997). Measuring general levels of physical activity: preliminary evidence for the Physical Activity Questionnaire for Older Children. Med Sci Sports Exerc.;29, 1344-9. AF_3 ALTERAÇÕES DA COMPOSIÇÃO CORPORAL E DOS INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS APÓS CIRURGIA BARIÁTRICA EM DOENTES COM OBESIDADE MÓRBIDA – ASSOCIAÇÃO COM OS HÁBITOS DE ACTIVIDADE FÍSICA Marreiros, A. 1, Martins, S. 1 2 3, Santos, Z. 3, Limão, J. 3 1 Universidade Lusófona, Portugal. REAFES Gymnasium 2015 20 2 Universidade de Lisboa, Portugal. 3 Baroclínica, Serviço Integrado de Cirugia Bariátrica e Metabólica, Lisboa, Portugal. Introdução: A obesidade mórbida é uma doença epidémica a nível mundial. A cirurgia bariátrica (CB) deve ser considerada no seu tratamento, de modo a combater a prevalência elevada, simultaneamente com uma redução muito significativa das suas comorbilidades. Para além da redução do peso, a melhoria da composição corporal também ocorre em resultado da CB mas ainda são escassas as investigações que reportam estas alterações decorrentes de bypass gástrico e de sleeve. O contributo da atividade física (AF) para estas modificações também está pouco estudado. Método: Realizou-se a pesquisa de artigos científicos através do motor PubMed Central e Google Académico, publicados em língua inglesa, de Janeiro de 2010 a Abril de 2015. Foram extraídos os dados referentes a: desenho do estudo, participantes, instrumentos de avaliação, intervenção realizada e resultados. Resultados: Onze estudos foram incluídos para análise. Após CB por bypass gástrico ou sleeve, ocorreram reduções acentuadas da massa gorda [7.3kg-22.5kg], massa isenta de gordura [7.3-12.9kg], IMC [11.7-42.3kg/m2], perímetro da cintura [23.3cm-36.7cm], percentagem de peso em excesso perdido [29.4kg-70.7kg], %PEP [34.2%-81.7% PEP] e peso corporal [29.5kg-62.6kg], independentemente da prática de AF. A maior perda de peso ocorreu dos 12 aos 24 meses do período pós-cirurgico, variando entre 71.8% e 81,7% PEP. Após 16 anos de follow-up verificou-se que 80% dos participantes obtiveram sucesso na manutenção da %PEP (70% PEP). Observou-se, ainda, que a realização de mais de 1 sessão/semana de AF moderada a vigorosa (AFMV), comparativamente à não-realização, levou a uma probabilidade 3,5 vezes maior de manter atualmente ≥50% PEP, o dobro da probabilidade de manter ≥80% PEP e à recuperação significativamente menor do peso. Conclusão: Os estudos analisados indicam que o tratamento da obesidade mórbida por CB conduz à redução da MG e dos indicadores antropométricos, mas também da MIG, em conjunto com a redução acentuada de co-morbilidades. Após follow-up prolongado no período pós-cirurgico, a recuperação ponderal ocorreu aproximadamente em 20% dos doentes, mas a prática de AFMV mais de 1 vez por semana parece contribuir para a sua diminuição. É necessária a realização de investigação direcionada para estas variáveis, utilizando metodologias mais rigorosas. AF_4 AMBIENTE OBESOGÊNICO E SÍNDROME METABÓLICA NO CONTEXTO ESCOLAR: CIDADES DO BRASIL E DA ESPANHA. Ferreira-Lima, W. 1,2, Fuentes, J.P. 1, Silva-Lima, S.B. 1,2, Bandeira-Lima, F.E. 3, Bandeira-Lima, F. 4, Molena-Fernandes, C.A. 5 1 Universidad Extremadura, Espanha 2 Ciência Sem Fronteiras - CAPES Foundation, Ministério da Educação, Brasil 3 Universidade Estadual do Norte do Paraná, Brasil 4 Universidade Estadual de Londrina, Brasil 5 Universidade Estadual do Paraná, Brasil No Brasil, o crescimento da prevalência de excesso de peso, nas últimas três décadas, foi superior a 200%, na Espanha o problema não é diferente, segundo vários estudos a prevalência da obesidade entre os mais jovens triplicou da década de 1980 até os dias atuais. O estilo de vida está diretamente relacionado ao ambiente considerado obesogênico, caracterizado pela influência das condições ambientais nas oportunidades e escolhas, por parte dos indivíduos, em relação a hábitos de vida que promovam à adoção de comportamentos alimentares inadequados e o sedentarismo. Portanto, torna-se imprescindível conhecer o papel e a interação desses ambientes, a fim de que seja possível reunir informações suficientes para combater as crescentes proporções de indivíduos REAFES Gymnasium 2015 21 acometidos pela obesidade, uma vez que adolescentes obesos têm maior probabilidade de desenvolver a síndrome metabólica. O objetivo desta investigação será estimar a prevalência de síndrome metabólica e analisar a associação com o ambiente obesogênico no contexto escolar, em Paranavaí (Brasil) e Cáceres (Espanha). A amostra será selecionada por um plano de amostragem de conglomerados em dois estágios, com escolares de 11 a 16 anos de idades. A coleta de dados será realizada por professores de educação. As variáveis bioquímicas serão coletadas por laboratórios qualificados. O desfecho será a síndrome metabólica, as variáveis independentes: ambientais, sóciodemográficas, socioeconômicas, antropométricas (Obesidade Geral e Abdominal), hemodinâmicas (pressão arterial sistólica e diastólica e a frequência cardíaca de repouso) e bioquímicas (Glicemia de jejum:. Triglicérides; HDL-colesterol e LDL-colesterol e Insulina). A análise Estatística será realizada com critérios científicos, por meio dos principais testes estatísticos. Temos como principais metas: - publicação de artigos científicos em periódicos especializados; divulgação dos resultados da pesquisa por meio de veículos de informação, com intuito de sensibilizar a comunidade a respeito da importância da adoção de um estilo de vida saudável desde a infância e adolescência; reuniões com os responsáveis pelas instituições escolares para divulgação dos resultados e proposição de programas, campanhas e outras abordagens educativas que englobem questões relacionadas à promoção da saúde no contexto escolar; ampliação do currículo dos professores envolvidos no projeto por meio de publicações em anais de congressos e revistas científicas. Esperase encontrar os seguintes resultados nesta investigação: existe associação entre ambiente obesogênico e SM; não existe diferença estatisticamente significativa entre a prevalência de fatores de risco para SM; existe uma prevalência maior de um dos fatores de risco para SM e que existe associação entre as variáveis antropométricas, hemodinâmicas e bioquímicas, além de outras relações relevantes, no contexto escolar, nas cidades foco desta investigação. AF_5 ANÁLISE DA ASSOCIAÇÃO ENTRE A EXPERIÊNCIA PROFISIONAL, A FORMAÇÃO ACADÉMICA DOS PERSONAL TRAINERS, A PRESSÃO NO TRABALHO E A SATISFAÇÃO DAS NECESSIDADES BÁSICAS PSICOLÓGICAS Cerca, L. Universidade Lusófona, Portugal Este estudo teve como objectivo analisar as pressões no trabalho e a sua relação com a satisfação das necessidades psicológicas básicas dos personal trainers. As pressões no trabalho podem advir de três níveis: a) pressões de cima que podem ser identificadas como as políticas de gestão dos quadros superiores, dos colegas, do tempo e dos processos de avaliação; b) pressões de dentro, traços de personalidade que afectam as regulações comportamentais, como a regulação introjetada; e c) as pressões vindas de baixo, ou seja, por parte dos clientes/sócios. Nesta análise consideraram-se ainda variáveis antecedentes como o género, os anos experiência e formação académica. Método: Trata-se de um estudo observacional transversal e com uma amostra constituída por 377 personal trainers dos quais 193 eram homens, 262 licenciados e com uma experiência profissional de 7,69 ± 5,76 anos. Foram aplicados questionários sobre as pressões no trabalho (nos três níveis) e satisfação das necessidades psicológicas básicas. Recolheram-se ainda dados sobre o género, o grau académico e os anos de experiência como personal trainer. Testes-t analisaram as diferenças entre género e grau académico. Quatro modelos de regressão, com os antecedentes demográficos num primeiro passo, e as pressões no segundo, foram construídos para a predição da satisfação das necessidades psicológicas básicas. Resultados: Os resultados indicaram que não existem diferenças entre licenciados e não licenciados e as variáveis estudadas (p<.0,5), os homens apresentam valores mais altos da REAFES Gymnasium 2015 22 satisfação das necessidades psicológicas básicas totais, na competência e na autonomia (p<.021) .Mais anos de experiência estiveram associados a menores valores de pressão (p<.013). O modelo de regressão explicou em 27,8% da satisfação das necessidades psicológicas básicas, 21.3% da autonomia, 22,1 % na competência e 21,1% no relacionamento (todas p<.001). Nas regressões realizadas as variáveis preditoras, que tiveram um influencia negativa, foram as pressões de cima, enquanto que as pressões de dentro e de baixo tiveram um influência positiva. Conclusão: Os resultados deste estudo demonstram que o grau académico dos personal trainers não tem influência nas variáveis estudadas. As pressões de cima são as que, realmente, influenciam de uma forma negativa a satisfação das necessidades psicológicas básicas. Podemos concluir que os personal trainers que estão sujeitos a estas pressões têm dificuldades em gerir as mesmas e é da responsabilidade dos quadros superiores encontrar estratégias de proteção da satisfação das NPB. Sendo algo necessário para a evolução de um mercado cada vez mais exigente, a forma e o entendimento destas estratégias de pressão deverão ter uma solução para minimizar este efeito negativo e que deverá passar por um melhor enquadramento das mesmas e a sua aceitação da parte dos personal trainers. Por outro lado as pressões de dentro e de baixo parecem influenciar as necessidades psicológicas básicas refletindo-se num efeito positivo das necessidades psicológicas básicas. AF_6 ANÁLISE DA ASSOCIAÇÃO ENTRE A SATISFAÇÃO E A FRUSTRAÇÃO DAS NECESSIDADES PSICOLÓGICAS BÁSICAS NO TRABALHO E AS ESTRATÉGIAS MOTIVACIONAIS UTILIZADAS POR PROFISSIONAIS DE EXERCÍCIO FÍSICO Simões, A.S. Universidade Lusófona, Portugal Introdução: Um trabalho “saudável” e produtivo baseia-se em pressões apropriadas sobre os funcionários relativamente às suas capacidades e recursos, ao nível de controlo sobre o trabalho e ao apoio recebido de colegas e supervisores. Método: Estudo observacional transversal, realizado com a aplicação de quatro questionários a 174 profissionais de exercício físico, 74 do sexo feminino e 88 do sexo masculino. Os questionários mediram a satisfação e a frustração das necessidades psicológicas básicas (NPB) e a utilização de estratégias motivacionais de suporte ou controladoras. Resultados: As três variáveis da perceção de apoio apresentam uma correlação significativa com a satisfação das NPB. Relativamente à frustração das NPB nem todas as variáveis apresentam uma correlação significativa. Na comparação entre géneros, a satisfação de competência apresenta valores significativos e positivos em ambos os géneros relativamente às estratégias motivacionais de suporte. Na frustração a única correlação significativa em comum nos dois géneros é entre a frustração de autonomia e a perceção de crítica e depreciação. Conclusões: Existe uma associação positiva entre a satisfação das NPB e a perceção de apoio das NPB. Já a frustração não parece estar tão fortemente relacionada com as estratégias motivacionais como a satisfação. Individualmente, o género masculino, quando satisfeitas as NPB, utilizam estratégias motivacionais de suporte, mas quando frustradas, estão mais predispostos a utilizar estratégias motivacionais de controlo. O género feminino, apenas a satisfação de competência conduz à adoção de estratégias motivacionais de suporte mas a frustração mas parece não levar a estratégias motivacionais de controlo. Referências http://www.who.int/occupational_health/topics/stressatwp/en/ REAFES Gymnasium 2015 23 AF_7 ANÁLISE DO MÉTODO ADAPTADO DE TABATA (HIGH INTENSITY INTERVAL TRAINING) EM PARTICIPANTES TREINADOS E DESTREINADOS: PERFIL DA INTENSIDADE DO ESFORÇO E DO DISPÊNDIO ENERGÉTICO Santos, M.A. 1, Raposo, F.Z. 1, Martins, S.S. 1,2 1 Universidade Lusófona, Portugal 2 Universidade de Lisboa, Portugal Introdução: Com o aumento dos níveis de obesidade cada vez se tem dado mais importância a treinos de menor duração mas com maior intensidade, com o objetivo de reduzir a percentagem de massa gorda. O High Intensity Interval Training (HIIT) consiste na realização de breves explosões de atividade vigorosa (80 a 100% da FCmáx) intercaladas com períodos de descanso ou de exercício de intensidade leve a moderada (40 a 50%). O objetivo deste estudo foi comparar e caracterizar o perfil da intensidade de esforço e o dispêndio energético (DE) durante uma sessão de HIIT em indivíduos treinados e destreinados. Métodos: 16 participantes do sexo masculino foram divididos em 2 grupos: 9 indivíduos treinados(T) (21,8±1,4 anos; 23,8±7,8 kg/m2; 61±7,3 bpm repouso; 59,0±5,0 ml.kg- 1.min-1) e 7 indivíduos destreinados (D)(20,1 ± 0,3 anos; 23,5 ± 1,6 kg/m2; 78,9 ± 2,8 bpm repouso; 52,9 ± 5,1 ml.kg-1.min-1). Foram realizados 4 Tabatas (1 Tabata=8 séries de 20 segundos à máxima intensidade e 10 segundos de recuperação), com 2 minutos de recuperação entre cada Tabata. Os exercícios realizados em cada Tabata foram: Jumping Jacks e Skater (1º); Squat e Suicide (2º) Skipping High e Switch Feet (3º) e Jumping Jacks e Moutain Climbers (4º). A frequência cardíaca (FC) e o DE foram registados no final de cada Tabata e no final da sessão. Resultados: A % média da FC durante o treino foi respetivamente 88,3%(T) e 91,6%(D), não sendo significativamente diferente (p>0,05), assim como não se encontraram diferenças entre os dois grupos nos vários Tabatas. O grupo T registou diferenças significativas (p =330 kcal), em apenas 22 minutos de treino. Os valores de FC observados vão ao encontro dos descritos na literatura, para protocolos de HIIT. Os resultados sugerem que os exercícios com o peso do corpo podem ser uma alternativa à realização de treinos de HIIT em cicloergómetros. AF_8 ANÁLISE ERGONOMICA DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EM UMA EMPRESA DE CONFECÇÃO E AS CONSEQUÊNCIAS PARA A SAÚDE DOS COLABORADORES Veiga Bruniera, C. A., Antonio Guarido, E., Garcia Freitas, L.A. Universidade Estadual de Londrina, Brasil. Introdução: Hoje, vivemos em uma época em que a tecnologia e o desenvolvimento da informática levam o homem cada vez mais ao sedentarismo. Com isso, as pessoas acomodam-se mais, reduzindo o nível de atividade física, ao mesmo tempo passam horas na mesma posição no trabalho, podendo causar uma série de doenças ocupacionais, que podem tornar-se sérios problemas de saúde, algumas vezes irreversíveis. E o mundo moderno tem tornado a vida cada vez mais estressante, acabando por comprometer a qualidade de vida e a saúde no trabalho. Portanto, é necessário que ocorram transformações no trabalho, na relação homem – máquina – ambiente, e não adianta investir só em tecnologia, mas também em recursos humanos, em sua educação, qualificação, ferramentas e mobiliário (VAN NIEKERK et al, 2012). O objetivo deste trabalho foi o de avaliar os aspectos ergonômicos do ambiente de trabalho da empresa de confecção e propor recomendações que possam reduzir os esforços sobre o sistema músculo REAFES Gymnasium 2015 24 esqueléticos gerados pelos mobiliários e/ou ambiente de trabalho e pela repetitividade do movimento. Método: Foram avaliados 53 colaboradores de uma empresa de confecção de roupas femininas de pequeno porte, onde realizou-se visitas ao local de trabalho para analisar as atividades desenvolvidas através de questionários e check-list. O questionário aplicado analisou o ambiente de tabalho, além do check-list de Couto - versão outubro de 2007: "Avaliação Simplificada do Fator Biomecânico no Risco para Distúrbios Musculoesqueléticos de Membros Superiores Relacionados ao Trabalho" e o Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares (NMQ - Nordic Musculoskeletal Questionnaire), todos aplicados para a coleta de informações sobre o posto de trabalho, o desenvolvimento das atividades e as possíveis doenças ocupacionais adquiridas no decorrer do tempo em que trabalham no local. Resultados: A boa postura do tronco do corpo em relação à mesa de trabalho foi observada em poucos postos analisados. Nenhum dos postos de trabalho analisado apresentou apoio para os pés. Aproximadamente 50% das mesas apresentaram bordas arredondadas e 50% apresentaram cantos vivos com riscos de acidentes. Do total de funcionários analisados 63,2% apresentaram alguma lesão, sendo uma maior concentração de lesões nas articulações do joelho (41,6%), ombro (50%) e coluna vertebral (58,3%). Discussão: O fator biomecânico encontrado foi de moderada importância, que significa que há possibilidade de riscos ergonômicos, portanto é necessária uma maior atenção para que não se manifestem. Pelo fato da tarefa de confecção de roupas exigir grande esforço e movimentos repetitivos de diferentes partes do corpo, muitas das atividades desenvolvidas podem resultar em alguma doença ocupacional no decorrer do tempo de trabalho e, isto ocorre devido ao excesso de movimentos e posturas inadequadas adotadas ao realizar as tarefas, e este fato pode acarretar em prejuízos à saúde dos colaboradores e à empresa. Referências Van Niekerk et al. (2012). The effectiveness of a chair intervention in the workplace to reduce musculoskeletal symptoms. A systematic review. BMC Muculoskeletal Disorders; 13:145. Couto, H. A. (2007). Ergonomia aplicada ao trabalho: conteúdo básico: guia prático. Belo Horizonte: Ergo. AF_9 APTIDÃO CARDIORRESPIRATÓRIA E DESEMPENHO ESCOLAR EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES Oliveira, T., Costa, M., Mota, J., Silva, G., & Ribeiro, J. Centro de Investigação em Atividade Física, Saúde e Lazer, Faculdade de Desporto, Portugal Introdução: Como parte integrante da aptidão geral relacionada à saúde de crianças e adolescentes, a baixa aptidão cardiorrespiratória (ACR) está relacionada com a obesidade e é considerada um marcador relevante na saúde cardiovascular. Estudos recentes mostram que a ACR também está relacionada positivamente com o desempenho escolar (DE), no entanto, apesar da plausibilidade dos argumentos neurofisiológicos, as evidências sobre a relação entre ACR e DE continua fraca (Van Dusen, 2011), fatores confundidores como o estatuto socioeconómico (ESE) precisam de ser considerados. O nosso objetivo foi contribuir para o debate, procurando identificar uma associação entre a ACR e o DE. Métodos: A amostra foi composta por 1632 crianças e adolescentes, 856 raparigas e 776 rapazes, na faixa etária de 6 a 18 anos. A ACR foi avaliada através do teste 20 metros Vaivém de acordo com os procedimentos descritos no protocolo Fitnessgram e dividida por quartis. O DE foi avaliado através dos registros escolares de todas as notas do final do ano letivo. Para fins padronizados foram classificadas de 1 a 5, onde o 1=Mau e o 5=Muito Bom, REAFES Gymnasium 2015 25 e divididas por ciclos de estudos – 1ºciclo, 2º e 3ºciclo e ensino secundário. Peso, altura e índice de massa corporal (IMC) foram avaliados. Resultados: Os resultados indicam que os alunos que se encontram no quarto quartil da ACR têm melhores desempenhos escolares - aferidos pela análise do somatória das notas (3,204±0,061) do que os alunos do primeiro quartil (2.877±0.065), (p<0,05). Não existem diferenças significativas para peso, altura e IMC. Discussão: De acordo com estes resultados verificamos que a ACR está positivamente relacionada com o somatório das notas escolares. Em consonância com estudos recentes os nossos dados suportam a hipótese de que o DE é superior em crianças e adolescentes com níveis mais elevados de ACR. Embora ainda seja difícil retirar conclusões sobre esta relação pensa-se que a atividade física pode contribuir para esta associação através de mecanismos fisiológicos, como o aumento do fluxo sanguíneo cerebral, melhoria da funcionalidade neuroelétrica e aumento da síntese do fator neurotrófico derivado do cérebro, conhecido por BDNF, que facilita a aprendizagem e mantém as funções cognitivas, melhorando plasticidade sináptica. Referências Van Dusen DP, Kelder SH, Kohl HW, Ranjit N, Perry CL (2011). Associations of physical fitness and academic performance among schoolchildren. J Sch Health 81, 733-40. Projeto de Investigação suportado por: SFRH / BD / 79886 / 2011; PTDC/DTPDES/1328/2012 (FCOMP-01-0124-FEDER-028619); e Centro de Pesquisa apoiado por: FCT: UID/DTP/00617/2013 AF_10 ATIVIDADE FÍSICA, COMPORTAMENTO SEDENTÁRIO E APTIDÃO FÍSICA DE ESCOLARES: COMPARAÇÃO ENTRE PERÍODO INTEGRAL E PARCIAL. Ferreira-Lima, W. 1,2, Silva-Lima, S.B. 1,2, Fuentes, J.P. 1, Ferreira de Faria, W. 3, Farias, J.P. 3, Bandeira-Lima, F.E. 3, Marques Elias, R.G. 3 1 Universidad Extremadura, Espanha 2 Ciência Sem Fronteiras - CAPES Foundation, Ministério da Educação, Brasil 3 Universidade Estadual do Norte do Paraná, Brasil Evidências indicam que a atividade física regular melhora a composição corporal, o desempenho motor, a saúde óssea e o perfil lipídico entre crianças e adolescentes. Para tanto, adolescentes devem envolver-se em atividade física de intensidade moderada a vigorosa por pelo menos 60 min./dia, sendo que tais atividades podem ser praticadas dentro ou fora da escola, de forma estruturada ou não estruturada. Objetivou-se comparar a prática de atividade física, comportamento sedentário e aptidão física entre escolares de período integral e parcial. A amostra foi composta por 72 escolares. Foram coletadas informações sobre a maturação sexual, composição corporal, aptidão física, questionário sobre atividade física, comportamento sedentário e características sócio-demográficas. Os questionários foram aplicados em forma de entrevista. Atividade física habitual foi analisada a partir das respostas ao (IPAQ-8 versão reduzida). Sendo computada a frequência, duração e intensidade das atividades físicas realizadas na semana anterior a coleta de dados. O comportamento sedentário foi analisado por meio do tempo de tela do avaliado, considerando o valor médio entre o tempo relatado durante a semana habitual com a média do final semana [Tempo de tela = (semana + média final de semana) / 2]. O nível socioeconômico foi avaliado pelo questionário de classificação socioeconômica da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa. A maturação biológica foi avaliada pelo processo de auto avaliação das características sexuais secundárias, elaborado por Tanner. A massa corporal foi determinada por meio de uma balança digital da marca Welmy, com precisão de 100 gramas e a estatura através de um estadiômetro portátil, fixado a parede, graduado de 0 a 200 cm, com escala de precisão 0,1 cm. Para análise criterial foram utilizados os pontos de corte propostos por Conde e Monteiro estratificado por gênero e REAFES Gymnasium 2015 26 idade. Os escolares foram submetidos a uma bateria de testes motores do Projeto Esporte Brasil para a análise de diversas capacidades, exceto para a potência aeróbia, no qual foi substituído o teste de corrida e caminhada de nove minutos pelo teste vai e vem de 20 metros proposto por Léger et al. Para a estimativa do consumo máximo de oxigênio foi utilizada a equação proposta por Léger et al. Os dados revelaram que as meninas de período integral apresentaram menor tempo diário despendido com comportamento sedentário (p < 0,05). Observaram-se valores significativamente inferiores de % Gordura para os meninos de período integral, além de diferenças significativas nos testes sentar e alcançar, salto horizontal, medicine ball e quadrado. As meninas de período integral demonstraram um desempenho significativamente superior nos testes salto horizontal e quadrado, comparadas a seus pares. Os escolares de período integral apresentam menor tempo gasto em comportamento sedentário e melhores índices de aptidão física na maioria dos testes utilizados independentemente do gênero sexual. AF_11 CARACTERIZAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA DE UM SUB-GRUPO OPERACIONAL DE POLÍCIAS DE ELITE Belchior, F. 1, André, N. 1, Morgado, S. 2, Massuça, L. 3 1 Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna, Portugal 2 Instituto Politécnico de Santarém, Portugal 3 Universidade Lusófona, Portugal Introdução: O facto dos agentes policiais se encontrarem bem preparados fisicamente contribui para melhorar a resolução de ocorrências que exijam o uso da força física (Lagestad, 2012). Segundo a literatura, se determinado nível de aptidão física (ApF) for exigido para desempenhar o trabalho de polícia, então deverá ser esse o nível a requerer, independentemente da idade e do género (e.g., Bonneau & Brown, 1995). OBJETIVOS. Estudar o impacto da idade na aptidão física (ApF) e no desempenho na prova de aptidão técnica (PAT). Método: Foram considerados neste estudo os resultados do desempenho dos operacionais da SO/CI em 4 provas de avaliação da ApF (elevações na barra, extensões de braços no solo, flexão do tronco à frente, e teste Cooper) e 1 PAT, realizadas desde 2010 a 2014 (n = 1747 avaliações). Os dados foram facultados pelo Subgrupo Operacional Técnico de Formação do Corpo de Intervenção, e as observações foram distribuídas de acordo com a classe de idade dos avaliados (i.e.: 25-29 anos; 30-34 anos; 35-39 anos; 40-44 anos; 45-49 anos). Resultados: Observou-se que com o aumento das classes de idade, o desempenho nos testes de avaliação da ApF e na PAT decrescem significativamente. Discussão: Os resultados sugerem que o treino físico dos operacionais (ao longo da vida profissional), é uma estratégia fundamental, no sentido de não comprometer a ApF e aptidão técnica (i.e., contribuindo para atenuar o impacto do aumento daidade). Referências Bonneau, J., & Brown, J. (1995). Physical ability, fitness and police work. Journal of Clinical Forensic Medicine, 2, 3, 157–164. Lagestad, P. (2012). Physical skills and work performance in policing. International Journal of Police Science and Management, 14, 1, 58–70. AF_12 CARATERIZAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA E ANÁLISE DA SUA ASSOCIAÇÃO COM INDICADORES DE RISCO PARA A SAÚDE EM ADULTOS Raposo, C. 1,2, Martins, S. 1,3 REAFES Gymnasium 2015 27 1 Universidade Lusófona, Portugal 2 Tiagos Clínica, Portugal 3 Universidade de Lisboa, Instituto de Saúde Ambiental, Portugal Introdução: A avaliação da aptidão física como indicador de saúde é considerada uma prática indispensável na classificação de risco cardiovascular e metabólico (ACSM, 2009; NSCA, 2012). Assim, o objetivo deste estudo consistiu em caracterizar a aptidão física e analisar a interação entre as suas componentes tendo como referência indicadores de saúde em adultos. Método: Este estudo apresentou um desenho observacional e transversal cuja recolha de dados se realizou durante 10 anos (2002 a 2012) e correspondeu à avaliação da aptidão física inicial de 1904 adultos: 733 do género masculino (idade, 37,29 ± 11,35 anos) e 1171 do género feminino (idade, 36,92 ± 11,12 anos). Avaliou-se a pressão arterial, peso, altura e perímetro da cintura (PC) seguindo protocolos pré-definidos. A aptidão cardiorrespiratória (ACR) foi estimada utilizando um teste submáximo em cicloergómetro, a percentagem de gordura (%MG) foi avaliada através de Luz infravermelha, a força muscular através do teste sit up e a flexibilidade pelo teste sentar e alcançar. Resultados: Os homens apresentaram valores mais elevados nos indicadores antropométricos e melhores níveis de desempenho na ACR e força, enquanto as mulheres apresentaram resultados mais altos nos indicadores de composição corporal e na flexibilidade (pObesidade, p0,05). Conclusão: De um modo geral, os homens obtiveram melhores níveis de desempenho nos testes de avaliação da aptidão física inicial, com exceção da flexibilidade. Não se verificaram diferenças nos níveis de aptidão física entre os diferentes intervalos etários e não se verificou nenhuma associação entre a aptidão física e a idade. Os indivíduos normoponderais apresentaram melhores níveis de aptidão física à exceção da força abdominal, observando-se ainda que a aptidão física diminuiu com o aumento da condição de IMC. Referências National Strength and Conditioning Association [NSCA], (2012). NSCA’s Guide to tests and assessments. USA: Human Kinetics; American College of Sports Medicine [ACSM], (2014). ACSM's Guidelines for Exercise Testing and Prescription (Ninth Edition). Baltimore, MD: Lippincott Williams & Wilkins. AF_13 COMPARAÇÃO DA VARIAÇÃO DA PRESSÃO INTRAOCULAR E CONCENTRAÇÕES DE LACTATO PLASMÁTICO ENTRE EXERCÍCIOS AERÓBIOS E ANAERÓBIOS EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS Ferreira, V.1, Silva, M. 1, Gaspar, A. 1, Conte, M. 2 1 Universidade de Coimbra, Portugal 2 Escola Superior de Educação Física de Jundiaí, Brasil Introdução: Os efeitos do exercício resistido são conhecidos pelo aumento da massa magra, manutenção da força e potência muscular, além de prevenção de patologias. Por outro lado, a influência dos exercícios resistidos na pressão intra-ocular (PIO) ainda é pouco explorada no âmbito das ciências do esporte e/ou visuais. Discutir a associação entre a concentração de lactato plasmático após o exercício resistido e exercícios aeróbicos com a variação da (PIO). Método: Foram avaliados 16 estudantes, selecionados de acordo com os seguintes critérios de inclusão: i) sexo masculino; ii) praticantes de musculação com pelo menos seis meses de pratica;iii) com idades entre 18 e 30 anos;iv) sem presença de lesões e aptos fisicamente a realizar os exercícios (teste negativo ao Par-q); v) ausência de patologias oculares. Após a determinação das cargas os voluntários realizaram duas sessões de treinamento resistido REAFES Gymnasium 2015 28 (exercício supino-reto), de forma randômica: E1-1 S1: 3x8 85% de 1RM com 180” de intervalo entre as séries e E1-2 S2: 3x15 65% de 1RM com 60” de intervalo entre as séries, E2) Exercício aeróbio contínuo realizado a 60% da Freqüência Cardíaca de Reserva (FCR) por 30 minutos em esteira ergométrica e E3) Exercício Aeróbio Intervalado�com duração de 30 minutos, mas com intensidade variando entre 50% da FCR (2 min) a 80% FCR (1 min). Também foi solicitado aos avaliados para que evitassem esforço excessivo nos dois dias que antecediam os testes. A aferição da PIO (tonometro de Perkins) e do lactato (lactimetroaccu-check) ocorreram em duas oportunidades, antes da execução do exercício; e imediatamente após a execução do mesmo. Como procedimentos estatísticos foram aplicados para comparação das médias referente as variáveis estudadas foi utilizado ANOVA com medida, repetidas, adotando-se um intervalo de confiança de 95%. O software utilizado foi Graphpad Prism®. Resultados: Houve redução da (PIO) significativa, aonde as concentrações de lactato aumentaram significativamente também. Conclusão: Há uma redução da PIO após a prática de exercícios físicos dinâmicos, independente da modalidade aparentemente, desde que haja consigo um aumento significativo das concentrações de lactato. AF_14 COMPARACIÓN DEL PATRÓN PSICOMOTRIZ EN NIÑOS CON TDAH Y NIÑOS SANOS. REVISIÓN SISTEMÁTICA. Amatriain, S., Ezquerro, M. Universidad de La Coruña, España Introducción: La dimensión psicomotriz reviste una importancia crucial en el desarrollo de los niños, tanto con TDAH como sanos. El conocimiento preciso de los parámetros implicados es relevante, tanto para el diagnóstico, como para el tratamiento. El creciente número de publicaciones sobre el perfil psicomotriz de niños con TDAH y la divergencia de los resultados, plantea la necesidad de realizar una revisión sistemática de la literatura, con objeto de esclarecer el estado de la cuestión. El estudio se ha desarrollado alrededor de tres preguntas: ¿Existen diferencias significativas entre el patrón motor de niños con TDAH y sanos? ¿Puede contribuir el conocimiento del perfil psicomotriz a una mejora en el diagnóstico del TDAH? ¿La metodología utilizada respalda la validez de los datos? Método: Se han utilizado tres bases de datos: Psycinfo, SPORTdiscus y Pubmed. La búsqueda se ha dirigido a resolver las preguntas referenciadas previamente. Palabras clave: ADHD/hyperactivity, motor performance/skills. Criterios de inclusión: 1) idioma: inglés y castellano; 2) Participantes: niños de edad escolar con TDAH; 3) Instrumentos de evaluación motriz; 4) Grupo control; 5) Especifica el tratamiento de los niños. Los estudios han sido revisados en base a los criterios de la escala AMSTAR para evaluar la calidad metodológica de los mismos. Resultados: El perfil psicomotriz es cuantificable y existen abundantes herramientas para su evaluación. Numerosos autores encuentran diferencias significativas a nivel psicomotriz entre niños con TDAH y sanos, pero también hay quienes afirman no encontrar tales diferencias. No existen referencias específicas al perfil psicomotriz como complemento para el diagnóstico del TDAH. La metodología utilizada en los estudios analizados presenta numerosas deficiencias, especialmente, en lo que se refiere al tamaño de muestras y su composición, lo que pone en cuestión la validez de los datos, considerando la elevada variabilidad interindividual de los niños. Conclusiones: Estos resultados muestran que, pese a la abundante información existente sobre el perfil psicomotriz en niños con TDAH y sanos, hay desacuerdo sobre la existencia de diferencias significativas entre ambos grupos. Las muestras de los estudios tienden a ser pequeñas, favoreciendo la variabilidad de los datos. Las herramientas de evaluación utilizadas varían, dificultando la comparación objetiva entre estudios. Referências: REAFES Gymnasium 2015 29 1. Vidarte, J.A. et al. (2007). Caracterización del perfil psicomotor de los niños en edades entre 5 y 12 años diagnosticados clínicamente con TDAH en la ciudad de Manizales (Colombia). Tesis Doctoral. UDC. 2. Tseng, M.H. et al. (2004). Relationship between motor proficiency, attention, impulse, and activity in children with ADHD. Developmental Medicine & Child Neurology 2004, 46: 381– 388 381. AF_16 COMPORTAMENTOS DE RISCO A SAÚDE E FATORES SOCIOCULTURAIS ASSOCIADOS EM ESTUDANTES DO BRASIL E ESPANHA. Silva-Lima, S.B.1,2, Fuentes, J.P. 1, Ferreira-Lima, W. 1,2, Bandeira-Lima, F.E. 3, Bandeira-Lima, F. 4, Molena-Fernandes, C.A. 5 1 Universidad Extremadura, Espanha 2 Ciência Sem Fronteiras - CAPES Foundation, Ministério da Educação, Brasil 3 Universidade Estadual do Norte do Paraná, Brasil 4 Universidade Estadual de Londrina, Brasil 5 Universidade Estadual do Paraná, Brasil O atual estilo de vida sedentário, com hábitos alimentares pouco saudáveis, níveis de estresse elevado, abuso de álcool e fumo, são favoráveis para aumentar os fatores de risco e o desenvolvimento de doenças crônicas, como as cardiovasculares e diabetes tipo 2, estes comportamentos levam também ao aumento da obesidade. Neste sentido, o objetivo desta investigação será verificar a prevalência de comportamentos de risco à saúde e fatores socioculturais associados, em estudantes de Paranavaí - Brasil, e Cáceres Espanha. Será um estudo transversal de base escolar por meio de amostra probabilística. Com estudantes de 11 a 16 anos de idade, matriculados em escolas das duas cidades. A amostra será selecionada por um plano de amostragem de conglomerados em dois estágios. Para o cálculo do tamanho da amostra será utilizado: nível de confiança de 95%, um poder de teste 80%, a prevalência estimada de 6% (±3 pontos percentuais). Todos os procedimentos éticos serão realizados, tais como: utilização de Termos de Consentimento para menores e professores participantes; pedidos de autorizações para todos os órgãos competentes e Comitê de Bioética. Os dados serão coletados por professores de Educação Física, capacitados e testados. Serão realizados Testes Piloto da Coleta de Dados, para avaliação, adequação e correção dos instrumentos utilizados. Serão utilizados questionários com variáveis ambientais, sociodemográficas, socioeconômicas, comportamentais (inatividade física, comportamento sedentário, horas de sono, hábitos alimentares, consumo de tabaco e bebidas alcoólicas), para estudantes e para seus pais. Medidas Antropométricas, Hemodinâmicas e Análises Laboratoriais para estudantes. Os questionários passarão por etapas de tradução, adaptação cultural e validação. Os dados serão tratados com critérios científicos. O critério de significância estatística estabelecido será de 5%. A Razão de Prevalência (RP) com intervalo de confiança de 95% (IC95%), usando a regressão de Poisson, será aplicada para quantificar a associação bruta e ajustada entre o desfecho. A análise ajustada será realizada de acordo com um modelo hierárquico elaborado previamente em cinco níveis: 1) sócio demográficas 2) ambientais, 3) socioeconômicas, 4) comportamentais, 5) antropométricas. Espera-se encontrar como resultado final nesta investigação uma prevalência elevada de comportamentos de risco à saúde e fatores socioculturais associados, tanto em Paranavaí como em Cáceres, podendo haver uma prevalência maior e relevante entre as meninas espanholas, valores influenciados talvez por diferenças culturais existentes entre os estudantes nestas cidades do Brasil e da Espanha. REAFES Gymnasium 2015 30 AF_17 EFECTO DE UN PROGRAMA DE KARATE AEROBICO SOBRE COMPONENTES DE SINDROME METABOLICO Y CAPACIDADES FISICAS Navarrete-Miramontes, V., Torre-Díaz, M., Muñoz-Daw, M.J. Universidad Autónoma de Chihuahua, México Introducción: El Síndrome Metabólico (SM) es un conjunto de alteraciones metabólicas interrelacionadas entre sí, como lo son la circunferencia de cintura, triglicéridos (TG) elevados, lipoproteínas de alta densidad (HDL) disminuida, hipertensión y glucosa elevada en ayunas1. La ENSANUT 2012 revela que en México 6.4 millones de adultos mexicanos padecen diabetes, de los cuales, el 47% ya ha sido diagnosticado también con hipertensión. La prevalencia de sobrepeso y obesidad en adultos mexicanos es de 71.28%2. Objetivo: Determinar el efecto de un programa de karate aeróbico sobre componentes del SM y capacidades físicas en adultos. Metodología: Estudio longitudinal en 13 varones de 32-45 años con SM de acuerdo a criterios del NCEP. Se realizó un programa de ejercicio físico de cargas incrementales (5070% FC Karvonen) con duración de 6 semanas, monitorizando la intensidad con pulsómetro. Antes y después del programa de ejercicio se determinó: perfil de lípidos, glucosa, presión arterial, capacidades físicas y antropometría. Resultados: Disminuyó el peso de 100.54 ± 18.45 a 98.72 ± 18.15 kg (-2.38%), IMC 34.52 ± 5.95 a 33.73 ± 6.11 (-2.38%), circunferencia de cintura 108.16 ± 12.44 a 104.48 ± 12.06 cm (-3.41%) y el IC 1.68 ± .06 a 1.64 ± .06 (-2.22) todos p <0.001. La circunferencia de cuello 44.61 ± 2.51 a 44.31 ± 3.34 cm (-3.16%) y el ICC .99 ± .04 a 96 ± .04 (-2.01%) ambos p<0.01. Se redujo significativamente (p<0.05) VLDL 42.96 ± 28.06 a 30.31 ± 16.35 mg/dL (21.18%) y TG 212.08 ± 140.54 a 151.62 ± 81.10 mg/dL (-20.79%). Colesterol total 202.54 ± 32.93 a 185.85 ± 30.04 mg/dL (-7.92%), y el IA 4.93 ± 1.14 a 4.35 ± 1.12 (-11.63) ambos p<.01. La reducción significativa del cuello se correlaciona con mejoras en: colesterol (r= .803 p<.01), LDL (r=.727 p<.01), VLDL (r=.663 p<.05), TG (r=.657 p<.05), IA (r=.678 p<.05), circunferencia de cintura (r=.701 p<.05), IC (r=.727 p<.05). En las capacidades físicas: 1000 mts 6.40 ± 1.23 a 5.21 ± .59 minutos (-15.31%) (p<.001), VO2max 41.57 ± 9.84 a 51.25 ± 4.55 mL·kg-1·min-1 (24.1%), abdominales 16.91 ± 10.25 a 26.42 ± 9.14 repeticiones (89.05%) y lagartijas 22 ± 13.81 a 31.67 ± 21.21 repeticiones (51.84%) todos p<.01. Discusión: El SM se asocia con un aumento de 2 veces el riesgo de las enfermedades cardiovasculares, mortalidad cardiovascular, infarto de miocardio y accidente cerebrovascular. Para promover o mejorar la capacidad funcional del individuo es necesario desarrollar y trabajar las capacidades físicas. En conclusión un programa de ejercicio aerobio de 6 semanas con cargas incrementales en pacientes con SM, mejora significativamente IA, VO2max, resistencia, velocidad y fuerza en abdomen, piernas y brazos. Reduce circunferencia de cintura, circunferencia de cuello, IC, IMC, ICC, TG, colesterol y VLDL. Referencias Executive Summary of The Third Report of The National Cholesterol Education Program (NCEP) Expert Panel on Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Cholesterol in Adults (Adult Treatment Panel III). (2001). JAMA. Gutiérrez, J., Rivera-Dommarco, J., Shamah-Levy, T., Villalpando-Hernández, S., Franco, A., et al. (2012). Encuesta Nacional de Salud y Nutrición 2012. Resultados Nacionales. Cuernavaca, México: Instituto Nacional de Salud Pública. AF_18 EFEITO DE 12 SEMANAS DE TREINAMENTO COMBINADO SOBRE A COMPOSIÇÃO CORPORAL E AUTOIMAGEM DE ADOLESCENTES COM EXCESSO DE PESO REAFES Gymnasium 2015 31 Silva, L.R. 1, Stefanello, J.M.F. 1, Berbetz, S. 1, Lopes, W.A. 2, Cavaglieri, C.R. 2, Ferreira, J.P.L. 3, Paes, M.J. 1, Radominski, R.B. 4, Leite, N. 1 1 Universidade Federal do Paraná, Brasil 2 Universidade de Campinas, Brasil 3 Universidade de Coimbra, Portugal 4 Hospital de Clinicas da Universidade Federal Paraná, Brasil Introdução:A satisfação com a imagem corporal está relacionada com desordens alimentares e distúrbios de autoimagem em adolescentes (FLAMENT et al., 2012) e pode ser componente fundamental na relação entre o excesso de peso e as doenças crônicas degenerativas nesta população (FARHAT et al., 2014). Portanto, o objetivo deste estudo foi analisar o efeito de 12 semanas de treinamento combinado sobre a composição corporal e a autoimagem corporal de adolescentes. Métodos: A amostra foi composta por 26 adolescentes que foram alocados em grupo treino (n=13) e grupo controle (n=13), os quais foram avaliados quanto a antropometria, aptidão física (VO2 max e teste de 1 repetição máxima), composição corporal (DXA). A escala de avaliação de silhuetas foi utilizada para avaliar a satisfação com a imagem corporal. A intervenção consistiu de exercícios de resistência (70-85% 1MR) e aeróbicos 50-85% VO2max) em cada sessão, totalizando 60 minutos ao todo, três vezes na semana por 12 semanas. Resultados: O peso não apresentou diferenças após a intervenção em ambos os grupos (F=1,927; p=0,178). CA diminui apenas no grupo que realizou o programa de treinamento (F=5,749; p=0,02). Houve redução da MG (F=9,617; p=0,05) e do %G (F=13,021; p=0,001) nos adolescentes que realizaram as sessões de treinamento. Além disso, a MM (F= 9,640; p=0,005) e o %MM (F= 13,172; p=0,001) aumentaram apenas no grupo treinamento. Os adolescentes que participaram das sessões de exercícios físicos apresentaram uma melhora na satisfação corporal após a intervenção (p<0,01). Além disso, na avaliação da autoimagem corporal atual identificou-se que o grupo treino reduziu esta variável após a intervenção, o que não aconteceu no grupo controle (p<0,05). No entanto, na autoavaliação da silhueta ideal não houve alterações nos dois grupos (p>0,05). Discussão: A obesidade é fator de risco para o desenvolvimento de doenças e alterações metabólicas, a qual se associa a maior insatisfação corporal e autoimagem negativa em adolescentes. Fator que pode representar componente importante na efetividade e na manutenção dos tratamentos da obesidade nesta faixa etária. Este programa de intervenção foi efetivo para promover mudanças na composição corporal e na satisfação corporal de adolescentes sobrepesados, independente de mudanças no peso corporal. Referências Farhat T., Iannotti R.J., Caccavale L.J. (2014). Adolescent Overweight, Obesity and Chronic Disease-Related Health Practices: Mediation by Body Image. Obes Facts, 7, 1-14. Flament M.F., Hill E.M., Buchholzc, A., Hendersonc, K, Tascad, G.A., Goldfielde, G. (2012). Internalization of the thin and muscular body ideal and disordered eating in adolescence: The mediation effects of body esteem. Body Image, 9, 68–75. Silva LR, Cavaglieri C, Lopes WA, Pizzi J, Coelho-E-Silva MJC, Leite N. (2014).Endothelial wall thickness, cardiorespiratory fitness and inflammatory markers in obese and non-obese adolescents. Braz. J. Phys. Ther, 18, 1,:47-55. Stunkard A, Sorensen T, Schulsinger F. (1983). Use of the Danish Adoption Registery for the study of obesity and thinness. In, Kety SS, Sidman RL, Matthysse SW, (Eds). The Genetics of Neurological and Psychiatric Disorders (pp. 115-120). Raven Press; New York, NY, 115-120. AF_19 EFEITO DE 12 SEMANAS DE TREINAMENTO REFORÇADO EXCENTRICAMENTE SOBRE INDICADORES DE CAPACIDADE FUNCIONAL EM PESSOAS COM ESCLEROSE MÚLTIPLA – UM ESTUDO PILOTO REAFES Gymnasium 2015 32 Patrocínio de Oliveira, C.E. 1 2, Costa Moreira, O. 1 2, Medina-Pérez, C. 1, Romero-Pérez, E.M. 3, De Paz, J.A. 1 1 Instituto de Biomedicina – Universidad de León, Espanha 2 Universidade Federal de Viçosa, Brasil 3 Universidad de Sonora, México Introdução: O treinamento excêntrico com volantes inerciais é relativamente recente e, por isso, pouco se sabe sobre como esse tipo de treinamento poderia afetar alguns parâmetros indicadores de saúde, qualidade de vida ou capacidade funcional em pessoas com a saúde comprometida, como é o caso dos pacientes com Esclerose Múltipla (EM). Deste modo, o objetivo desse estudo foi determinar o efeito de 12 semanas de treinamento reforçado excentricamente sobre indicadores de capacidade funcional em pacientes com EM. Métodos: 24 pacientes com EM, de ambos os sexos (12 homens e 12 mulheres), realizaram 4 séries de 8 repetições de um exercício que resistido que estimulava, conjuntamente, ações concêntricas e excêntricas, em uma prensa de pernas com volantes inerciais denominada Flywheel Multgym (YoYo Inertial Technology, Stockholm, Sweden), duas vezes por semana, durante 12 semanas. A capacidade funcional desses pacientes foi avaliada por meio dos testes de sentar e levantar da cadeira (LS) (RIKLI, JONES, 1999) e de levantar e caminhar 3 metros [Timed up-and-go (TUG)] (PODSIADLO, RICHARDSON, 1991) que foram aplicados antes do início do programa e logo ao final das 12 semanas de treinamento. Para comparação dos resultados obtidos antes e depois do treinamento, nas duas provas, foi utilizado o teste T de Student para amostras pareadas, com um nível de significância estatística de p<0,05. Os resultados estão apresentados em média ±desvio padrão (DP). Resultados: Todos os pacientes completaram as 12 semanas de treinamento. Os mesmos apresentaram média de idade de 45,75 ± 10,98 anos, estatura média de 1,69 ± 0,1 cm, massa corporal de 70,28 ± 12,61 Kg e IMC médio de 24,42 ± 3,32 Kg/m². Foram obtidos valores médios de 8,34 ± 4,00 segundos para a prova TUG e 15,42 ± 5,12 repetições para a LS na avaliação inicial. Depois de 12 semanas de treinamento reforçado excentricamente foram observados valores médios de 6,31 ± 2,19 segundos para TUG e 20,17 ± 6,17 repetições para LS, com melhora estatisticamente significante nas duas provas. Discussão: Os resultados do presente estudo indicam que o treinamento excêntrico com volantes inerciais foi capaz de promover um incremento na velocidade de caminhada, bem como um aumento da força (potência) de membros inferiores, visto que os pacientes puderam realizar um maior número de repetições por unidade de tempo, em relação à avaliação inicial. Assim, a partir dos resultados obtidos é possível concluir que a realização de 12 semanas de treinamento reforçado excentricamente foi capaz de promover melhoras em indicadores de capacidade funcional de pacientes com EM. Referências Podsiadlo D, Richardson S. (1991) The timed "Up & Go": a test of basic functional mobility for frail elderly persons. J Am Geriatr Soc, 39, 2:142-8. Rikli RE, Jones CJ. (1999). Development and validation of a functional fitness test for community-residing older adults. J Aging Phys Activity,7: 129-61. AF_20 EFEITO DE DIFERENTES TIPOS DE EXERCÍCIO NA MODULAÇÃO HORMONAL, NAS DIFERENTES ACTIVIDADES DA VIDA DIÁRIA E NO RISCO DE QUEDAS EM IDOSAS PRÉ-FRÁGEIS Rieping, T. 1; Furtado, G. 1 2; Ulba, M. 1 2; Ferreira, J. P. 1; Teixeira, A. 1 1 Universidade de Coimbra, Portugal 2 CAPES/CNP, Brasil REAFES Gymnasium 2015 33 Introdução: Entre as várias consequências da imunossenescência destacam-se o declínio na autonomia funcional e na capacidade de realizar atividades da vida diária (AVDs), que estão associadas ao aumento do risco de quedas em idosos frágeis (Milte & Crotty, 2014). O Cortisol (COR) e a alfa-amílase (AA) salivar, por serem substâncias essenciais na regulação da resposta ao stress e com actividade ao nível do sistema nervoso autónomo simpático (Maruyama et al., 2012), podem fornecer pistas para compreensão destas perdas, principalmente quando avaliados sob modulação do exercício. Neste sentido o objetivo deste estudo é analisar o impacto de diferentes programas de exercício (PsE) sobre os níveis salivares de COR e AA, nas AVDs e no risco de quedas (RQ) em idosas institucionalizada pré-frágeis. Métodos: Participaram neste estudo 61 idosos institucionalizados do sexo feminino (idade = 82 ± 7,30) de três instituições distintas, estratificados em função do fenótipo de fragilidade (Fried et al, 2001) e divididos em três grupos: a) Exercício aeróbico/caminhada (EAC, n = 23); b) Treino Força com Banda-Elástica (TF-BE, n = 21) e c) Grupo controle sedentário (GC, n = 21). Para avaliar a autonomia funcional foram utilizados o índice de Katz, o índice Lawton e a Escala de Tinneti. Os níveis hormonais de COR foram determinados por ELISA e os da AA através de ensaio cinético. Todos os testes foram aplicados pré e pós as 14 semanas dos PsE em todos os grupos. Resultados: Registou-se uma tendência para o aumento dos níveis de COR (p = 0,61) para os grupos de intervenção, enquanto a atividade sAA diminuiu substancialmente em todos os grupos (p = 0,21). Nenhuma mudança na perceção de autonomia funcional foi relatada, no entanto, uma diminuição significativa na média da perceção RQ foi verificada para todos os PsE. Já o GC não apresentou alterações substanciais em nenhuma dimensão avaliada. Discussão: O ligeiro aumento do COR ocorrido nesta amostra em estudo pode representar uma característica comum à resposta hormonal modulada pelo exercício (Maruyama et al, 2012). Programas de exercício com intensidades moderadas em populações idosas podem levar a uma menor influência da atividade simpática, o que poderá explicar a diminuição da secreção de AA. Esta alteração poderá estar também relacionada com um estado antiinflamatório causado pelo incremento da atividade parassimpática. A diminuição da perceção do RQ nesta amostra de idosos frágeis pode estar relacionada com ganhos de força e equilíbrio. Referências Fried, L. P., Tangen, C. M., Walston, J., Newman, a B., Hirsch, C., Gottdiener, J., McBurnie, M. a. (2001). Frailty in older adults: evidence for a phenotype. The Journals of Gerontology. Series A, Biological Sciences and Medical Sciences, 56, 3, M146–56. Maruyama, Y., Kawano, A., Okamoto, S., Ando, T., Ishitobi, Y., Tanaka, Y., Akiyoshi, J. (2012). Differences in salivary alpha-amylase and cortisol responsiveness following exposure to electrical stimulation versus the Trier Social Stress Tests. PloS One, 7(7), e39375. AF_21 EFEITO DE TREINO CONCORRENTE VS TREINO EM CIRCUITO NA FORÇA MÁXIMA DINÂMICA DOS MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES EM JOVENS ADULTOS Santos, S., Figueiredo, T., Nunes, P., Espada, M., Pereira, A. Instituto Politécnico de Setúbal, Portugal O treino simultâneo de exercícios de força e predominantemente aeróbios na mesma sessão, designado de treino concorrente é importante tanto para atletas de determinadas modalidades, como para a promoção da saúde em geral. No entanto, o treino em circuito também apresenta benefícios em sujeitos que iniciam a prática de exercício físico associado às Atividades de Academia. Têm sido realizados diversos estudos acerca das interferências destes treinos, avaliando a performance muscular após a aplicação de um programa de treino. No entanto, em jovens os efeitos diferenciados carecem de investigação científica REAFES Gymnasium 2015 34 dado que a maioria dos estudos têm sido realizados em idosos e em populações específicas, desde atletas a sujeitos com diferentes patologias. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos de dois programas de treino na melhoria da força máxima dos membros superiores e inferiores [a) treino concorrente (TC, n=5, 19.2 (1.3 anos): 60-80% 1RM; 6075% FC reserva; 10-15 repetições; 13 séries e em b) treino circuito (TCC, n=4, 20.1 (0.5 anos):): 40-60% 1RM; 6075% FC reserva; 8-15 estações; 10-15 repetições e 13 séries] antes e após 9 semanas de treino consecutivas (uma vez por semana). Para tal foi aplicada uma bateria de testes [força máxima dinâmica (1RM): supino (1RMSUP e prensa de pernas (1RMPP]. Após o período de treino foram observadas melhorias na performance muscular total em ambos os grupos (TC e TCC, entre 64% 81%) (P≤0.05). No entanto, relativamente aos membros inferiores o grupo TC evidenciou um incremento de força superior ao grupo TCC (75% e 64%, respetivamente) (SPSS V20.0, ANOVA, P=0.045). Comparativamente aos membros superiores, o grupo TCC melhorou em cerca de 21% em relação ao grupo TC (81%60%, respetivamente) (P=0.032). O facto do treino concorrente ter iniciado em cada sessão primeiramente com os exercícios de treino de força, e posteriormente exercícios predominantemente aeróbios, poderá condicionar as melhorias da força muscular nos membros inferiores na mesma magnitude dos sujeitos que realizaram o treino em circuito (alternando grupos musculares do membro superior e inferior). Variáveis como o intervalo de descanso e a velocidade de execução poderão determinar os efeitos de cada tipo de treino, assim como o volume e intensidade realizada em cada sessão e a sua relação com a fadiga e perceção subjetiva do esforço de cada sujeito. AF_22 EFEITO ERGOGÉNICO DA INGESTÃO DE CAFÉ NO DESEMPENHODE UMA PROVA DE APTIDÃO PROFISSIONAL NUM GRUPO OPERACIONAL DE POLÍCIAS DE ELITE Neves, A., 1, Belchior, F., 1, Morgado, S., 1, 2, Massuça, L., 1, 3: 1, 1 Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna, Portugal 2, Instituto Politécnico de Setúbal, Portugal 3 Universidade Lusófona, Portugal Introdução: Não é recente o interesse da comunidade científica pela compreensão dos efeitos ergogénicos da cafeína, em particular, quando consumidos por atletas com vista à obtenção de melhores desempenhos desportivos (Braga & Alves, 2000). No entanto, Laurence et al. (2012) referem que são poucos os estudos sobre o efeito ergogénico da cafeína onde foi utilizada uma população não atleta (e.g., Wallman & Guelfi, 2010). Objetivos: Estudar o efeito da ingestão de cafeína (1) no desempenho da prova de aptidão técnica (PAT); (2) sobre a FC durante a realização da PAT; e (3) sobre a PSE6-20; de policias de elite. Método: Trata-se de um estudo com um desenho randomizado, duplocego com avaliação de controlo, em que participaram no estudo 12 homens fisicamente ativos, pertencentes ao Corpo de Intervenção (CI) da Polícia de Segurança Pública (PSP), e com idade entre 27 e 35 anos (estatura, 179.75 ± 3.44 cm; massa corporal, 76.92 ± 3.77 kg). Os participantes efetuaram: (1) Teste inicial com a PAT (T0, CON). Vinte e quatro horas após T0, os participantes realizaram a PAT com suplementação de cafeína (T1, CAF) ou placebo (T1, NCAF). Em todos os momentos foi registado o tempo despendido na realização da PAT, o score referente à PSE6-20 e FC. Posteriormente foram calculados os valores relativos da FC máxima (%FCmáx) e de reserva (%FCR). Resultados: Observou-se que não existe evidência estatística de que as diferenças registadas nas médias sejam significativas quando. Discussão: Os resultados sugerem que a cafeína não tem efeito ergogénico no desempenho da prova de aptidão técnica (PAT) do CI/PSP. De facto, o referido também foi observado em exercícios de força (e.g., Mora-Rodriguez et al., 2014), em exercício de características anaeróbias (sem utilização de cargas adicionais ou saltos) (e.g., Lee et al., REAFES Gymnasium 2015 35 2014), e em exercícios de características predominantemente aeróbias (e.g., Bortolotti et al., 2014). Referências Bortolotti, H., Altimari, L. R., Vitor-Costa, M., & Cyrino, E. S. (2014). Performance during a 20-km cycling time-trial after caffeine ingestion. J Int Soc Sports Nutr, 11, 45, 1-7. Braga, L., & Alves, M. (2000) A cafeína como recurso ergogênico nos exercícios de endurance. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, 8, 3, 33-37. Mora-Rodriguez, R., Pallares, J. G., Lopez-Gullon, J. M., Lopez-Samanes, A., FernandezElias, V. E., & Ortega, J. F. (2014). Improvements on neuromuscular performance with cafeine ingestion depend on the time-of-day. J Sci Med Sport, 18(3), 338-342. Laurence, G., Wallman, K., & Guelfi, K. (2012). Effects of cafeine on time trial performance in sedentary men. J Sports Sci, 30, 12), 1235-1240. Lee, C. L., Cheng, C. F., Astorino, T. A., Lee, C. J., Huang, H. W., & Chang, W. D. (2014). Effects of carbohydrate combined with caffeine on repeated sprint cycling and agility performance in female athletes. J Int Soc Sports Nutr, 11(17), 1-12. Wallman, K. E., Goh, J. W., & Guelfi, K. J. (2010). Effects of cafeine on exercise performance in sedentary females. J Sports Sci Med, 9(2), 183-189. AF_23 EFEITOS DE UM PROGRAMA COMUNITÁRIO DE EXERCÍCIO FÍSICO NA APTIDÃO FÍSICA, EQUILÍBRIO E NA SUA RELAÇÃO COM A QUALIDADE DE VIDA DE MULHERES IDOSAS: UM ESTUDO QUASI-EXPERIMENTAL. Batalau, P. 1, André, H. 4, Batalau, R. 1,2, Gonçalves, R. 1,2, Leal, J. 3 1 Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes, Portugal 2 Universidade Lusófona, Portugal 3 Instituto Politécnico de Beja, Portugal 4 Universidade de Lisboa, Portugal Introdução: A prática de atividade física regular (AF) tem efeitos benéficos na capacidade física geral, na prevenção da perda progressiva de capacidades físicas e promove melhores desempenhos nas atividades funcionais, como sentar, subir escadas e caminhar. As recomendações relativas à AF em idosos contemplam as dimensões aeróbia, força, flexibilidade e equilíbrio. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos de um programa comunitário de exercício físico na aptidão física (APF), no equilíbrio e na qualidade de vida (QV) de mulheres idosas portuguesas. Métodos: Participaram no estudo 92 mulheres (M=68,9±6,2; Idade: ≥60), integradas em quatro grupos (G): G1(N=15) - ginástica e hidroginástica duas vezes por semana; G2(N=20) - ginástica e hidroginástica uma vez e duas vezes por semana, respetivamente; G3(N=38) - ginástica duas vezes por semana; e G4(N=19) - ginástica uma vez por semana. As variáveis antropométricas (VA) e de composição corporal (CC) (IMC e % gordura corporal - bioimpedância), aptidão física (Baterias de Fullerton) e qualidade de vida relacionada com a saúde - QVRS (EQ-5D) foram avaliadas no início e final da intervenção de 24 semanas. Para controlar a AF habitual utilizaramse acelerómetros Actigraph (wGT3X) em 7 dias consecutivos (cut-points de Freedson, 1998). Utilizou-se a análise correlacional de Spearman e para as análises comparativas uma ANOVA 2x2. Resultados: Considerando a totalidade da amostra verificaram-se melhorias em todas as VA, CC e de APF (p<.01), exceto IMC (F(1,75)=1,64, p=.20) e equilíbrio unipedal (F(1.75)=0.70, p=.41). A QVRS também mostrou melhorias significativas para o índice de saúde (F(1,75)=40,78, p<.001) e para o estado de saúde (F(1,75)=17,13 p<.01). Na comparação entre grupos não se verificaram diferenças para as variáveis descritas, bem como na AF avaliada com recurso à acelerometria. Discussão: Este programa de exercício físico parece ter promovido efeitos positivos nas variáveis principais (APF e QVRS). Não obstante, a inexistência de diferenças entre grupos de acordo com REAFES Gymnasium 2015 36 a frequência e tipo de exercício semanal pode suscitar diversas interpretações: 1) a variável volume de exercício semanal não foi tão revelante; 2) a eventual diferente intensidade com que os participantes realizaram as sessões pode ter sido determinante, pelo que o controlo objetivo desta variável deverá considerado no futuro; 3) para haver melhorias no equilíbrio unipedal, parecem ser necessárias intervenções mais prolongadas que contemplem também exercícios mais específicos. AF_24 EFEITOS DE UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO TERMAL COM HIDROCINESIOTERAPIA NA LOMBALGIA E MOBILIDADE FUNCIONAL EM INDIVÍDUOS COM LOMBALGIA CRÓNICA NÃO ESPECÍFICA Mota, C., Mendes, R. Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal Introdução: A lombalgia é uma das patologias músculo-esqueléticas mais comuns, com importantes consequências na mobilidade funcional e absentismo laboral (Direção-Geral da Saúde, 2004). Este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos de um programa de reabilitação termal com hidrocinesioterapia na lombalgia e mobilidade funcional em indivíduos com lombalgia crónica não específica. Metodologia: Este estudo apresenta um desenho longitudinal. Foram recrutados 18 voluntários (10 mulheres e 8 homens; 64.44 ± 7.11 anos de idade) com lombalgia crónica não especifica na consulta de Hidrologia Clínica das Termas de Longroiva (Meda, Portugal). Os indivíduos foram submetidos a um programa de reabilitação termal com 14 dias de tratamentos, constituído por sessões diárias de hidrocinesioterapia, duche massagem vichy e vapor parcial à coluna. As sessões de hidrocinesioterapia englobaram um aquecimento baseado em atividades de marcha, a realização de 6 exercícios resistidos, e exercícios de Ai Chi, com uma duração total de 30 minutos. A lombalgia foi avaliada pela Escala Visual Analógica da Dor (antes e após o programa de reabilitação; pré- e pós-sessões de hidrocinesioterapia) e a mobilidade funcional através do Timed Up and Go Test e do Chair Sit and Reach Test (antes e após o programa de reabilitação). Resultados: A adesão aos tratamentos foi de 89.69 ± 8.21 %. A intensidade das sessões de hidrocinesioterapia foi de 11.99 ± 0.27 pontos na Escala de Borg (6 a 20 pontos). Foram observadas diferenças signficativas na lombalgia antes e após o programa de reabilitação termal (4.56 ± 2.81 vs. 1.50 ± 1.86 pontos; p < 0.001), assim como no desempenho do Timed Up and Go Test (7.36 ± 2.07 vs. 6.14 ± 1.64 s; p < 0.001) e do Chair Sit and Reach Test (5.19 ± 8.27 vs. 0.67 ± 8.29 cm; p < 0.001). As sessões de hidrocinesioterapia induziram uma redução aguda imediata significativa na lombalgia desde o 1º ao 12º dia de tratamentos. Discussão: Um programa de reabilitação termal com hidrocinesioterapia com apenas 14 dias de tratamentos melhorou a lombalgia e a mobilidade funcional em indivíduos com lombalgia crónica não específica. Os resultados indicaram ainda que as sessões de hidrocinesiterapia tiveram um papel importante ao induzirem um alívio imediato da dor lombar após cada sessão. A inclusão da hidrocinesioterapia nos programas de reabilitação termal para esta patologia parece ser relevante. Referências Direção-Geral da Saúde (2004). Programa Nacional Contra as Doenças Reumáticas. Lisboa: Direção-Geral da Saúde. AF_25 EFEITOS DE UM PROGRAMA DE TREINO DE FORÇA NOS MARCADORES SALIVARES DA IMUNIDADE, EM MULHERES IDOSAS FRÁGEIS. REAFES Gymnasium 2015 37 Furtado, G.1 2, Uba-Chupel, M.1 2, Ferreira, J. P.1, Teixeira, A. M.1 1 Universidade de Coimbra, Portugal 2 CAPES/CNPQ, Brasil Introdução: A síndrome da fragilidade (SF) é uma complexa condição associada ao envelhecimento. O aumento do stress crónico acelera a imunossenescência levando a desordens fisiológicas multiplas resultando no idoso frágil (Yao, Li, & Leng, 2011). A literatura aponta muitos estudos que encontraram uma elevada concentração de marcadores inflamatórios tais como IL-1β e IL-6 em idosos frágeis. Outros estudos reforçam ainda a importância da quantificação de marcadores envolvidos na protecção contra infecções bacterianas, às quais os idosos são mais vulneráveis, para verificação da função imunitária (FI) destes (Gil et al., 2013). O estudo destes marcadores em função da modulação pelo exercício, com base na hipotética melhoria do PI causada pelo exercício precisa ainda de ser investigado nesta população. Assim, o objectivo deste estudo foi o de verificar os efeitos do treino de força com bandas elásticas (TF-E) nas alterações dos níveis salivares da IgA (sIgA), lisozima (LIZ), IL-1β e IL-6 mulheres em idosas-frágeis. Métodos: A amostra foi composta por 27 participantes idosos que vivem em regime de institucionalização (n = 27; 83,5 ± 4,9 anos) avaliados em função do fenótipo da fragilidade (Morley et al. 2013). Os participantes foram divididos dois grupos: Treino de força com bandas elásticas (TF-E, n = 16) e grupo controlo (GC, n = 11). Todos os indivíduos foram avaliados pré e pós programa de TF-G, que teve duração de 28 semanas, com frequência de 2-3 vezes por semana, controlado a uma intensidade de esforço que variou de 60-85% da frequência cardíaca máxima. O GC não passou pelo programa de exercício. Para avaliação da FI, foram coletadas amostras de saliva em tubos de polipropileno. Os níveis salivares de IgA, lisozima, IL-1β e IL-6 foram analisados por ELISA. Todos os dados foram recolhidos no período pré e pós exercício, em repouso. As diferenças entre as variáveis nos grupos foram verificadas utilizando test t de student para amostras emparelhadas e as variações dos marcadores expressas em percentagem do delta. Discussão: Os resultados apontam para um ligeiro aumento dos valores de sIgA e LIZ mediado pelo TF-E (Δ% = 23% e Δ + 27, respetivamente). No GC ocorreu uma diminuição significativa na concentração de IgA após 28 semanas (p = 0,05), bem como na taxa de secreção de IgA (p = 0,01). Não foram observadas alterações significativas nos níveis salivares de IL-1 β e IL-6 em ambos os grupos. De acordo com outros estudos (Akimoto et al., 2003), a prática do TF-E parece ter sido capaz mediar a manutenção dos níveis de sIgA e lisozima salivares, ao contrário do que que ocorreu no CG. Estes resultados sugerem que a prática regular de exercício reforça a FI da mucosa de mulheres idosas, mesmo quando apresentam condição frágil. Referências Gill SK, Teixeira AM, Rama L, Rosado F, Hankey J, Scheer V, Robson-Ansley P, Costa RJ. (2013). Salivary antimicrobial protein responses during multistage ultramarathon competition conducted in hot environmental conditions. Appl Physiol Nutr Metab.;38,9:977-87. Morley JE1, Vellas B, van Kan GA, Anker SD, Bauer JM, Bernabei R, Cesari M, Chumlea WC, Doehner W, Evans J, Fried LP, Guralnik JM, Katz PR, Malmstrom TK, McCarter RJ, Gutierrez Robledo LM, Rockwood K, von Haehling S, Vandewoude MF, Walston J. (2013). J Am Med Dir Assoc. 14, 6:392-7. Yao, X., Li, H., & Leng, S. X. (2011). Inflammation and immune system alterations in frailty. Clinics in Geriatric Medicine, 27, 1:, 79–87. AF_27 EFEITOS DE UMA INTERVENÇÃO MULTIDISCIPLINAR NOS COMPORTAMENTOS SEDENTÁRIOS E NAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS DE CRIANÇAS PORTUGUESAS - PROJETO PANK. ESTUDO RANDOMIZADO CONTROLADO. REAFES Gymnasium 2015 38 Batalau, R. 1,2, Gonçalves, P. 2, Cruz, J. 1, Cabrita, P. 1, Guerreiro, T. 1, Santos, M. 1, Gonçalves, R. 1, Leal, J. 3, & Palmeira, A. 2,4 1 Instituto Superior Manuel Teixeira, Portugal 2 Universidade Lusófona, Portugal 3 Instituto Politécnico de Beja, Portugal 4 CIPER – Universidade de Lisboa, Portugal Objetivo: Uma elevada percentagem de crianças europeias passa muito tempo em comportamentos sedentários (CS), sendo conhecida a associação entre estes e diversos fatores de risco cardiovascular e metabólico (RCM), nomeadamente, a obesidade infantil. Este estudo representa uma parte do Projeto PANK (Atividade Física e Nutrição para Crianças), uma intervenção escolar multidisciplinar durante seis meses com o objetivo de melhorar diversas variáveis associadas ao aumento do RCM. Este estudo mostra os resultados obtidos nos CS e nas medidas antropométricas (MA). Metódos: Foram recrutadas crianças com excesso de peso e obesidade, da região Sul de Portugal (N=77, 7-10 anos, ambos os géneros). O grupo de intervenção (GI = 40) foi sujeito a um programa baseado na atividade física (AF) contemplando três consultas para as crianças e encarregados de educação (EE), uma aula de Educação Física adicional por semana (1 hora) e seis sessões educacionais em grupo sobre AF e CS. Simultaneamente, o GI teve uma intervenção nutricional envolvendo a realização de três consultas para as crianças e EE e seis sessões educacionais dinamizadas por uma nutricionista. O grupo de controlo (GC) não foi sujeito a intervenção, pelo que os CS e as MA foram avaliadas antes e no final do programa. No GI, as MA foram avaliadas antes e no final programa. Os CS foram avaliados antes de começar o programa, após três meses e no final através de acelerómetros GT3X durante sete dias. Resultados: O GI diminuiu significativamente o IMC z-score (p<.001), o perímetro de cintura (p=.013) e o perímetro de cintura indexado à estatura (p<.001), quando comparado com o GC. Nos períodos de CS (1-4, 5-9, 10-14, 15-29 e mais de 30 minutos), não foram encontradas diferenças entre grupos. O GI apresentou um número mais elevado de interrupções dos CS para praticar AF vigorosa (p=.043). Não foram encontradas diferenças entre grupos no tempo total de CS, quer nos dias úteis, quer nos fins-de-semana. Não se verificou uma associação entre as alterações nas MA e as modificações nos CS dos participantes do GI durante o programa. Conclusões: Os resultados positivos nas MA mostram a eficácia do projeto PANK, confirmando as atuais evidências sobre intervenções escolares multidisciplinares. Considerando os resultados verificados nos CS, as possíveis modificações comportamentais relacionadas com a prática de AF (não reportadas) podem explicar os resultados positivos verificados nas MA. Para reduzir os CS nestas idades, parecem ser necessárias intervenções mais específicas e a implementação de outras componentes nos programas escolares. AF_28 ESTIMACIÓN ANTROPOMÉTRICA DE LA MASA BLANDA APENDICULAR LIBRE DE GRASA POR MEDIO DE PLIEGUES CUTÁNEOS López y Taylor, J., Gonález Mendoza, R., Gaytán, A. Delgadillo, C., Velazquez Nande, S. Universidad de Guadalajara, México Introducción: La evaluación de la composición corporal es un componente básico en el desarrollo de un perfil fisiológico de todo atleta. Se ha postulado a la antropometría como un método cómodo con la capacidad de estimar distintos tejidos a partir de ecuaciones, siendo lo relacionado con la masa y porcentaje de grasa las que más se han presentado en la literatura. Se conoce la estrecha relación que existe entre la masa muscular total y la masa blanda apendicular libre de grasa (Kim, 2002), y se han publicado algunas ecuaciones para REAFES Gymnasium 2015 39 predecir este tejido por mediciones antropométricas (Quiterio,2009), con resultados aceptables. En este estudio se evalúa la aplicabilidad de las tres ecuaciones propuestas por Sigurbjom, 2009, que desarrolló 3 modelos para estimar el Tejido Blando Apendicular Libre de Grasa (ALST) basado en peso y 7 (tríceps, subescapular, pectoral, axilar, abdomen, cresta iliaca y muslo frontal), 3 (tríceps, abdomen y muslo frontal) o 1 (cresta iliaca) pliegue cutáneo en jugadores profesionales de futbol soccer. Método: Se realizó una toma de mediciones antropométricas y escáner de cuerpo entero por DXA a 148 jugadores de futbol soccer de entre 15 a 37 años de edad, todas las mediciones fueron realizadas bajo las especificaciones de ISAK. Las variables evaluadas fueron el peso, estatura, y 7 pliegues cutáneos (tríceps, subescapular, pectoral, axilar, cresta iliaca, abdominal y muslo frontal). Las mediciones fueron tomadas por personal certificado. El análisis estadístico consistió en una test de Barlett´s para determinar la igualdad de varianzas, un ANOVA para evaluar las diferencias entre las ecuaciones y un test de Dunet como post hoc tomando a DXA como el valor de referencia. Resultados: Se obtuvieron diferencias promedio entre el DEXA y los tres modelos de 1.04, 0.41, y 1.36 con SD de 0.76, 0.81, 0.9 kg. Esto representado en porcentaje es en promedio 3.83, -1.44, -5.01 con SD 2.59, 2.86, 3.02 % para los modelos de 7, 3 y 1 pliegues cutáneos respectivamente. El análisis estadístico de Barlett´s no mostro diferencias entre las varianzas, ANOVA arrojo diferencias significativas entre los grupos siendo la ecuación que utiliza 3 plagues cutáneos la que no mostro ser estadísticamente diferente. Discusión: Es posible estimar el ALST por medio de la toma de pliegues cutáneos en jugadores de soccer con un error aceptable. Estos resultados presentan la posibilidad de poder estimar diferentes tejidos por medio de la sola toma de pliegues cutáneos, ahorrando en tiempo de evaluación, sin embargo aún falta evaluar la eficacia para evaluar los cambios longitudinales a nivel personal Referencias Kim J. (2002). Am J Clin Nutr.,2, 378-83. Quiterio AL. (2009). Med Sci Sports Exerc., 414,828-36. Arngrímsson S. (2009), Med Sci Sports Exerc, 41,5,15-16. AF_29 ESTIMACIÓN DE VALORES DE CORTE PARA EL CUESTIONARIO DE ACTIVIDAD FÍSICA PARA NIÑOS (PAQC) UTILIZANDO RECOMENDACIONES INTERNACIONALES DE ACTIVIDAD FÍSICA COMO CRITERIO. Benítez-Porres, J., López Fernández, I., Alvero-Cruz, J. R., Carnero, E.A. Universidad de Málaga, España Introducción: El cuestionario de actividad física para niños (PAQC) (Crocker, Bailey, Faulkner, Kowalski, & McGrath, 1997) ha sido ampliamente utilizado para evaluar la AF en la población escolar. No obstante, existe una cierta controversia acerca de su validez y la información proporcionada por su puntuación. El objetivo de este estudio fue determinar los puntos de corte en el resultado global del PAQC utilizando los umbrales de AF evaluada objetivamente. Métodos: Un total de 157 escolares (n=88 niños, n=69 niñas) participaron en el estudio. Los escolares llevaron un acelerómetro (Actigraph GT3X) durante 7 días y completaron el PAQC el día de su retirada. En base a las recomendaciones internacionales de AF se crearon tres criterios relativos a si lo participantes cumplían o no con las mismas (AFMV >60 min/día, AF Vigorosa >30min/día, and AF Total >116 min/día; respectivamente). El análisis de las curvas ROC (Zweig & Campbell, 1993) fue llevado a cabo para identificar los puntos de corte en la puntuación del cuestionario. Resultados: Las áreas bajo las curvas ROC del resultado del PAQC para AFMV >60 min/día, AF Vigorosa >30min/día, and AF Total >116 min/día fueron de 0.57 ± 0.05 (95% CI 0.49 a 0.65); 0.56 ± 0.05 (95% CI 0.48 a 0.64) y 0.73 ± 0.12 (95% CI 0.65 a 0.80); REAFES Gymnasium 2015 40 respectivamente (todas P>0.05). La sensibilidad y especificidad obtenidas fueron del 68.8% (95% CI 57.3 a 78.9), 50% (95% CI 38.6 a 61.4); 28.3% (95% CI 17.5 a 41.4), 86.6% (95% CI 78.2 a 92.7); 100% (95% CI 97.6 a 100), 0% (95% CI 0 a 45.9); respectivamente. El análisis de las curvas ROC mostró unos puntos de corte de 2.9, 3.7 y 1.3 para discriminar las recomendaciones de AFMV, AF Vigorosa y AF Total, respectivamente. Discusión: De acuerdo con los resultados de sensibilidad y especificidad del análisis ROC, el PAQC no parece ser una herramienta útil para clasificar niños activos y sedentarios en concordancia con las recomendaciones para AFMV. Por el contrario, nuestros resultados sugieren que los puntos de corte para la AF Total y vigorosa podrían ser utilizados para conocer qué niños cumplen o no con las recomendaciones. Referencias Crocker, P. R., Bailey, D. A., Faulkner, R. A., Kowalski, K. C., & McGrath, R. (1997). Measuring general levels of physical activity: preliminary evidence for the Physical Activity Questionnaire for Older Children. Med Sci Sports Exerc, 29, 10: 1344-134. Zweig, M. H., & Campbell, G. (1993). Receiveroperating characteristic (ROC) plots: a fundamental evaluation tool in clinical medicine. Clin Chem,39, 4: 561577. AF_30 ESTUDO COMPARATIVO DOS CORRELATOS PSICOSSOCIAIS DA ATIVIDADE FÍSICA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM E SEM DIFICULDADES INTELECTUAIS E DESENVOLVIMENTAIS Figueiredo, V., Santos, S., Marques, A. Universidade de Lisboa, Portugal Introdução: Os benefícios da atividade física (AF) ao nível da saúde estão bem documentados. No entanto, em Portugal, o sedentarismo, excesso de peso/obesidade indiciam que a promoção de estilos de vida saudáveis é uma necessidade emergente. Esta situação é preocupante nas camadas jovens e principalmente entre as pessoas com dificuldades intelectuais e desenvolvimentais (DID). O objetivo do estudo foi compreender os correlatos psicossociais da AF de crianças/adolescentes com DID, tentando perceber o contributo da escola e Educação Física (EF) na promoção da prática de AF. Métodos: Participaram no estudo 60 adolescentes estudantes (com e sem DID) entre os 1016 anos (35 rapazes; 25 raparigas), de Lisboa: 30 tinham um diagnóstico de DID com capacidade de compreensão e resposta às questões do questionário (validado anteriormente – Marques, 2010), que também foi aplicado a 30 participantes sem DID. O questionário tinha questões sobre as atividades de lazer, hábitos alimentares; prática das AF e desportivas; perceção de saúde, competência e imagem corporal. Resultados: Os adolescentes com DID apresentaram níveis de prática de AF significativamente inferiores aos adolescentes sem DID. Nas atitudes face à AF e EF os resultados são similares, ao contrário do expectável, assim como na perceção de competência e saúde. No desporto escolar, não se verificaram diferenças significativas entres os 2 grupos. Neste campo, os resultados apontam para a escola como elemento fundamental na promoção de estilos de vida ativos, inferindo-se que parecem existir oportunidades para todas as crianças experienciarem diversas modalidades na escola. Conclusão: Parece crucial promover mais oportunidades para adolescentes com DID praticarem AF, para melhoria do seu estado de saúde e promoção de uma melhor qualidade de vida. Referências Marques, A. (2010). A escola, a educação física e a promoção de estilos de vida activa e saudável: Estudo de um caso. Dissertação apresentada à FMH para a obtenção do grau de Doutor em Ciências da Educação. UTL (não publicado). REAFES Gymnasium 2015 41 AF_31 EVIDÊNCIAS DO EFEITO ERGONOGÉNICO DA CAFEÍNA NO PERÍODO 2010-2014: REVISÃO SITEMÁTICA DA LITERATURA André, N. 1, Belchior, F. 1, Morgado, S. 2, Massuça, L. 3 1 Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna, Portugal 2 Instituto Politécnico de Santarém, Portugal 3 Universidade Lusófona, Portugal Objetivos: Identificar e analisar os estudos científicos produzidos nos últimos 5 anos (20102014), por forma a clarificar o efeito da suplementação de cafeína no desempenho físico de populações atletas e não atletas em exercícios com características aeróbias e anaeróbias. Método: Critérios de Inclusão: (1) Em relação aos participantes, Englobaram-se atletas e não atletas, saudáveis, não havendo uma limitação em relação à idade e às características físicas; (2) Na revisão foram aceites vários tipos de intervenções no que concerne ao tipo de esforço realizado; (3) Foram englobados trabalhos datados do ano 2010 ou posterior; (4) Foram incluídos estudos de revisão sistemática sobre o tema. Critérios de exclusão: (1) Excluíram-se os estudos em que a ação da cafeína não foi estudada de forma isolada; (2) Não foram considerados estudos com a utilização de bebidas energéticas. Fontes de informação: (1) Os estudos foram identificados utilizando a base de dados electrónica PubMed durante os meses de Outubro e Novembro de 2014. Estratégias de pesquisa: (1) A recolha bibliográfica foi realizada através de uma pesquisa por palavras-chave no título e resumo. Resultados: Foram identificados 47 estudos, nos quais participaram 751 sujeitos (sendo a população mais estudada a desportiva). Em 41 dos estudos a administração de suplementação de cafeína foi realizada 60-min antes do esforço físico. As doses de cafeína utilizadas variaram entre 1 mg.kg-1 e 10 mg.kg-1 (sendo que as doses mais utilizadas foram 5 mg.kg-1 e 6 mg.kg-1), e a maioria dos estudos adotou um desenho experimental que se caracteriza por ser duplo cego, randomizado, com controlo através de placebo (i.e.: classificação 1B de evidência científica segundo o Oxford Centre for Evidence-based Medicine). Observou-se ainda que em 70% dos estudos identificados permitem observou-se o efeito ergogénico da cafeína, e consequente melhoria do desempenho, i.e., em 70% do estudos centrados em exercícios de força, em 70% dos estudos centrados em exercício de características anaeróbias (sem utilização de cargas adicionais ou saltos), e 74% dos estudos centrados em exercícios de características predominantemente aeróbias. Discussão: Embora se observe uma maior percentagem de estudos que sugerem que a cafeína tem um efeito ergogénico em tarefas física, os resultados não são esclarecedores, pelo que se sugere um maior investimento por forma a colmatar esta lacuna. AF_32 EXERCÍCIO FÍSICO E RISCO CARDIOVASCULAR EM ADULTOS COM DIFERENTES PERCURSOS ESCOLARES. Rabelo da Silva, M. A. 1, Silva Ferreira, V. 1, Almeida Duarte, P. 2, Elias, F. 3, Simões Martins, R. 1 1 Universidade de Coimbra, Portugal 2 Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra, Portugal 3 Universidade São Judas Tadeu, Brasil Introdução: Sabe-se que saúde cardiovascular tem uma relação com o nível de atividade física. A falta de conhecimento, ou nível de conhecimento baixo, tem sido também apresentada com um fator de risco para a deterioração da saúde cardiovascular. Objetivo: O propósito da presente investigação consiste na caraterização de um conjunto de variáveis associadas com a saúde cardiovascular, das quais destacou-se para o presente REAFES Gymnasium 2015 42 trabalho, as variáveis antropométricas de pessoas adultas, explorando a existência de diferenças associadas com diferentes percursos escolares. Metodologia: 78 participantes do “Programa de Iniciação à Atividade Física”, PIAF®, dos quais 17 eram homens e 61 mulheres com a média de idade e desvio padrão de 59 ± 12 e 59 ± 11, respectivamente; o IMC era de 30,1 ± 5,2 para homens e 28,5 ± 4,7 para mulheres. As variáveis análisadas foram estatura (mensurada em uma escala com precisão de 1mm), massa corporal- Kg (balança digital com precisão de 100g), circunferência da cintura (com uma fita métrica especifica para avaliação de circunferência com precisão de 1mm) e Indice de massa corporal- IMC (a partir da formula altura2/peso). A comparação entre os participantes com diferentes níveis de escolaridade (básico, secundário e técnico/superior) foi efetuada com recurso à análise multivariada da variância (MANOVA). As diferenças entre sexos foram exploradas com recurso à análise multivariada da covariância (MANCOVA), assumindo-se o nível de escolaridade como co-variável. A comparação múltipla foi efetuada com recurso ao teste Least Square Differences (LSD). Foi estabelecido diferenças significativas em p≤ 0,05. Resultados: Encontrou-se diferenças significativas (p=0,01) na variável estatúra, onde o nível escolar mais elevado aprensentou uma média de 164,3 ± 68,2cm, em relação ao nível básico 159,5 ±90,1cm e o secundário 158,2 ± 51,1cm. As variáveis massa corporal, circunferência da cintura e IMC não apresentaram diferenças significativas entre os grupos (a partir da MANCOVA), mesmo assim o grupo que aprensentou maior média coletada foi o Técnico/Superior (79,8 ± 15,6kg , 95,2 ± 12,9cm e 29,5 ± 5,1kg/m2 respectivamente), em comparação ao grupos Secundário (71,8 ± 11,3kg, 90,3 ± 11,2cm e 28,5 ± 4,5kg/m2), e Básico (74,0 ± 16,7kg, 91,8 ± 12,7cm e 28,9 ± 4,7kg/m2). No entanto, a partir da comparação múltipla que resulta do teste Least Square Differences (LSD), observa-se que entre os participantes com formação de nível ‘secundário’ e os de nível ‘técnico/superior’, há diferenças significativas (P = 0,04), com os menos qualificados a apresentarem menor massa corporal (71,8 ± 11,3kg versus 79,8 ± 15,6kg). Conclusão: Conclui-se a presente investigação evidenciou que em uma amostra com diferentes percursos escolares não foi encontrado diferenças em algumas variáveis (IMC e circunferência do quadril) relacionadas com a saúde cardiovascula. A maior altura e peso corporal para o nível técnico superior pode estar atrelado a fatores nutricionais afetados pelo nível de conhecimento. AF_33 FATORES DE QUEDAS EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS Rossato, V.M., Krug, M.D., Panda, M.D.J, Schnneider, C., Figueiró, M.F. Universidade de Cruz Alta, Brasil Introdução: Nos últimos anos a organização demográfica do Brasil sofreu grandes modificações, levando a um crescimento acentuado da população de idosos. O envelhecimento é um processo natural do ser humano, mas se acompanhado de doenças pode produzir problemas para os sistemas sociais, previdenciários e principalmente para as instituições de longa permanência de idosos. Pesquisar sobre o envelhecimento e suas consequências é de fundamental importância a fim de tomar medidas preventivas, principalmente os fatores de quedas. Metodologia: Estudo exploratório descritivo com abordagem qualitativa com os coletados no ano de 2014 com 66 idosos moradores no asilo Santo Antônio da cidade de Cruz Alta/RS/Brasil. Pesquisa financiada pelo programa institucional de bolsas de iniciação científica–PIBIC–UNICRUZ–Universidade de Cruz Alta/RS/Brasil. Como instrumento utilizado para a avaliação do risco de quedas foi utilizado o protocolo fall risk score de Downton, adaptado para idosos brasileiros. Para o tratamento dos dados utilizou-se a estatística descritiva do programa SPSS 20.0. O estudo foi aprovado pelo CEPUNICRUZ, protocolo nº758.726 em 01/08/2014. REAFES Gymnasium 2015 43 Resultados: Nos resultados quanto a idade e sexo observou-se que, os 66 idosos apresentaram média de idade de 76,56, com a mínima 52 e a máxima 96 anos, (dp 11,3). Quanto ao sexo, 39 eram do sexo feminino (59.09%), e 27 do sexo masculino (40.9%). Desse total, 27 já sofreram quedas, equivalendo a (40.9%), sendo 12 do sexo masculino (44.4%) e 15 são do sexo feminino (55,5%). Para os que não sofreram quedas o número é de 39 (59.09%), destes 24 (61,5%) eram do sexo feminino e 15 (38,4%) do sexo masculino. Discussão: Na análise dos idosos do grupo que sofreu quedas, estes tiveram uma média de 2,11 repetições no decorrer do ano, (dp1,34). Estas quedas são resultantes de factores intrínsecos; como o uso constante de medicamentos, associados a um deficit sensório, estado mental confuso, deficiências no equilíbrio e fraqueza muscular; e fatores extrínsecos como, desnível do piso, pouca iluminação e piso escorregadio. Para o grupo que não sofreu quedas no decorrer do ano, mas apresenta características semelhantes ao grupo anterior, como utilização de medicamentos, deficiências na locomoção, unidos a estados de confusão mental e déficit sensório, apresenta também uma projeção de alto risco de quedas. Esta perspectiva necessita ser evitada já que após a primeira queda, os idosos tornam-se inseguros e temerosos restringindo seus movimentos e convívio social. Referências: Farinatti, P. (2010). V. Envelhecimento. Promoção da saúde e exercício. São Paulo: Manole. Schiaveto, F. V (2008). Avaliação do risco de quedas em idosos na comunidade de Ribeirão Preto, SP. Dissertação de mestrado apresentado à escola de enfermagem da Universidade de São Paulo. Ribeirão Preto. AF_35 FORÇA MUSCULAR E PERFIL ANTROPOMÉTRICO EM PESSOAS COM DIABETES TIPO 2 Almeida, J. P. 1, Almeida, A. 1, Alves, J. 1, Sousa, N. 1, Mendes, R. 1,2 1 Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal 2 Unidade de Saúde Pública, ACES Douro I – Marão e Douro Norte, Portugal Introdução As pessoas com diabetes tipo 2 possuem um conjunto de comorbilidades características da doença que estão associadas a uma menor funcionalidade do sistema muscular, nomeadamente a diminuição da força como capacidade motora (1). O perfil antropométrico parece ser uma das condições que poderá influenciar a função muscular. Tomando em consideração este contexto, o objetivo deste estudo foi avaliar a associação entre a força muscular dos membros superiores e inferiores e o perfil antropométrico em pessoas com diabetes tipo 2. Metodologia: Noventa pessoas com diabetes tipo 2 (46 homens e 44 mulheres; 66.27 ± 6.42 anos de idade; 10.69 ± 7.59 anos de duração da doença) candidatos ao programa Diabetes em Movimento® em Vila Real (2) participaram neste estudo transversal. A força dos membros superiores foi determinada pela performance no Seated Medicine Ball Throw Test (SMBT) e a dos membros inferiores através da performance no 30-Seconds Chair Stand Test (30-SCS). Foi medido o peso e a altura, para cálculo do índice de massa corporal (IMC), o perímetro da cintura (PC) e determinada a massa gorda (%MG) por bioimpedância. Foram utilizados coeficientes de correlação de Pearson para analisar a relação entre as variáveis de força muscular (SMBT e 30-SCS) e as variáveis do perfil antropométrico (IMC, PC e %MG). O nível de significância estatística foi definido em p < 0.05. Resultados: Após a análise das variáveis em estudo (SMBT 206.94 ± 71.83 cm; 30-SCS 12.72 ± 3.39 s; IMC 30.21 ± 3.80 kg/m2; PC 98.05 ± 10.52 cm; %MG 37.59 ± 8.27 %), foram observadas as seguintes correlações: SMBT e IMC (r = -0.061, p = 0.568); SMBT e PC (r = 0.199, p = 0.060); SMBT e %MG (r = -0.618, p < 0.001); 30-SCS e IMC (r = 0.090, p = 0.398); 30-SCS e PC (r = 0.046, p = 0.670); 30-SCS e %MG (r = -0.043, p = 0.684). REAFES Gymnasium 2015 44 Discussão: Foi apenas encontrada uma correlação significativa entre o SMBT e a %MG. Interpreta-se dos dados uma associação negativa moderada entre a performance no SMBT e a %MG, ou seja, os indivíduos com uma maior percentagem de massa gorda apresentam valores de força mais baixos nos membros superiores. Esta associação parece não existir nos membros inferiores. Não foi obervada uma relação entre o IMC e o PC com nenhum dos testes de força. Referências 1 – Park SW, Goodpaster BH, Strotmeyer ES, de Rekeneire N, Harris TB, Schwartz AV, et al. (2006). Decreased muscle strength and quality in older adults with type 2 diabetes: the health, aging, and body composition study. Diabetes,55, 6,1813-8. 2 – Mendes R, Sousa N, Reis VM, Themudo Barata JL. (2013). Diabetes em Movimento® Community-based exercise program for patients with type 2 diabetes. Br J Sports Med, 47, 10,:e3.43. AF_36 GASTO ENERGÉTICO POR ACELEROMETRÍA EN ESCOLARES Jiménez-Ponce, B.P., 1, De León, L.G., 1, Flores, L.A., 1, Carrasco-Legleu, C.E., 1, OrtizRodríguez, B., 1, Urita, O., 1 1 Universidad Autónoma de Chihuahua, México Introducción: La acelerometría es una herramienta que ha sido muy utilizada en la última década para la evaluación de la actividad física (AF), debido al rápido desarrollo de su tecnología, proponiéndose como un nuevo estándar de oro. Pero la diversidad en la interpretación y resultados no ha permitido caracterizar uniformemente el nivel de AF de los evaluados. El objetivo fue analizar el gasto energético (GE) de escolares de 6 a 11 años de edad con acelerometría triaxial. Método: Se reclutaron 107 escolares de 9.3±1.8 años, en quienes se determinó el gasto energético por actividad física (GAF) de cuatro días consecutivos (de jueves a domingo) utilizando el Acelerómetro ActiGraph wGT3X-BT. El acelerómetro se colocó en la muñeca del brazo no dominante del niño. Los períodos de medición fueron ajustados con épocas de 60s, después de mediciones básicas de peso y estatura. Se estimaron las kilocalorías por kilogramo de peso (kcal/kg/día), así como el tiempo promedio en minutos dedicado a tres niveles de actividad: sedentaria, ligera y moderada-vigorosa, de acuerdo al reporte de la plataforma de análisis de datos ActiLife 6, en donde se utilizó como algoritmo de referencia a Freedson VM3 Combination (2011). Se realizó un análisis de varianza de medidas repetidas entre los días evaluados, a una p≤ 0.05. Resultados: El GAF promedio durante los cuatro días fue de 20.46 ± 7.34 Kcal/kg/día. Se observó que el GAF en los días de entre semana (jueves y viernes) fue de 21.3 ± 8.7 Kcal/kg/día y en los días de fin de semana (sábado y domingo) de 19.7 ± 7.7 Kcal/kg/día (p=0.051). El 48% del tiempo de los días evaluados fue gastado en actividades sedentarias, el 37% en actividades ligeras y para las actividades moderadas-vigorosas fue de 14.5%. Discusión: En los valores de GAF se observa una tendencia a la significación mayor en los días de entre semana y que en fin de semana, lo que establece la probabilidad de que las actividades escolares representen la mayor demanda de GE, que las actividades de fin de semana. Destaca el hecho de que la AF sedentaria-ligera representa un gran porcentaje del día (85.5%), mientras que la AF moderada-vigorosa significó un 14.5%. Este último valor es equivalente a un poco mas de 200 minutos/día de AF moderada-vigorosa, coincidente con la recomendación del ACSM respecto a la cantidad de AF de esa intensidad para estas edades. Pero aún no están claros los criterios que permitan identificar la magnitud de estos valores en la totalidad de los niños, lo que nos limita para la clasificación de la AF en estas edades. Referencia REAFES Gymnasium 2015 45 Bornestein, D., Beets, W., Byun, W., & Mclver, K. (2011). Accelerometer-derived physical levels of preschoolers: A meta-analysis. Journal of Science and Medicine in Sport, 504-511. AF_37 GREEN EXERCISE: RELAÇÃO ENTRE MINDFULNESS E VITALIDADE PRATICANTES DE EXERCÍCIO INDOOR E EM AMBIENTE NATURAL EM Lobo, J., Veloso, S., Loureiro, A. Universidade Lusófona, Portugal Introdução: A investigação tem demonstrado que a actividade física melhora os níveis de bem estar físico e psicológico (Gladwell, Brown, Wood, Sandercock & Barton, 2013). No entanto é necessário compreender como o contexto em que a actividade é praticada poderá influenciar e moldar os benefícios para a saúde já demonstrados (Gladwell et al., 2013). O contacto com a natureza promove índices de saúde. Para descrever a interacção entre a prática de actividade física e a natureza foi criado em 2003 o termo “Green Exercice”. A vitalidade é definida como a energia física e psicológica disponível para o próprio (Ryan, Weinstein, Bernstein, Warren Brown, 2009). Quem vivencia este estado, sente-se disponível para si próprio, vivo e entusiasmado (Ryan et al., 2009). O mindfulness é, segundo Kabbat Zin (1990), a integração da capacidade de prestar atenção à singularidade do momento presente na prática do dia-a-dia. É também encarado como uma abertura para a experiência de “sentir e ser” no momento presente, sem resistência, facilitando o funcionamento integrado com o respeito congruente pela percepção. A Teoria da Restauração da Atenção, Attention Restoration Theory (Joye, Pals, Steg, Evans, 2013) segundo a qual, o contacto com fontes de envolvimento natural ajuda a recuperar o focus atencional, sobretudo em indivíduos que apresentem fadiga ou cansaço mental, pode oferecer-nos uma explicação para os efeitos benéficos do green exercise na vitalidade e no mindfulness. O poder de fascínio e a capacidade restauradora da natureza são superiores ao envolvimento urbano, tendo sido comprovado em inúmeros estudos que o aumento da vitalidade, a melhoria da disposição e bem estar geral seriam igualmente superiores quando comparados estes dois contextos (Joye et al., 2013). Método: Participantes Indoor N=29 Misto N=78 Outdoor N=13 N % N % N % Masculino 13 10,8 39 32,5 13 9,4 Feminino 16 13,3 39 32,5 0 0 A tabela apresenta a distribuição dos participantes por contexto de prática de acordo com o género. O contexto de prática foi dividido em Indoor, Misto e Outdoor. O ambiente misto é caracterizado por conter participantes que optem pelos dois ambientes de prática, indoor e outdoor. Para medir o mindfulness foi utilizado o MAAS (Mindfulness Attention Awareness Scale) validada por Brown e Ryan (2003), numa versão adaptada para português por Gregório e Pinto-Gouveia, (2011). Para medir a vitalidade foi utilizada a Escala da Vitalidade Subjectiva (SVS - Subjective Vitality Scale) de Ryan e Frederick (1997), na versão Portuguesa de Gouveia, Milfont, Gouveia, Medeiros, Vione e Soares, (2012). Resultados: Os resultados revelam não existir relação significativa entre o mindfulness e vitalidade nos praticantes indoor, nem nos praticantes outdoor, mas apenas nos praticantes mistos que demonstraram a relação positiva entre as variáveis estudadas. Conclusão: Comparando dois contextos de prática: indoor e outdoor). O mindfulness só se relaciona com a vitalidade nos praticantes que fazem exercício simultaneamente nos dois contextos indoor e outdoor. A existência de relação no ambiente misto pode demonstrar que uma prática num ambiente diversificado poderá ser considerada em relação a uma prática REAFES Gymnasium 2015 46 exclusiva a um desses ambientes. Estamos confrontados com um dado importante que pode ter implicações para a prática e promoção do exercício na população e que pode aumentar a sensibilidade dos especialistas em exercício para promoverem as suas aulas em diversos contextos contribuindo para os índices de vitalidade e mindfulness dos seus alunos. A ausência de relação no grupo de prática exclusivamente indoor e presença da relação positiva nos praticantes mistos, mostra que a componente outdoor é influência na relação destas duas variáveis. Os benefícios das variáveis estudadas, assim como outras variáveis associadas ao bem estar vão somando nos benefícios da prática de actividade física e contribuindo para a compreensão mais extensa da actividade física como fenómeno de intervenção holística. Referências Gladwell, V. F., Brown, D. K., Wood, C., Sandercock, G. R. & Barton, J. L., (2013). The great outdoors: how a green exercise environment can benefit all. Extreme Physiology & Medicine, 2:3. Pretty J., Peacock J., Hine R., Sellens M., South N. & Griffin M., (2007) Green Exercise in the UK Countryside: Effects on Health and Psychological Well-Being, and Implications for Policy and Planning. Journal of Environmental Planning and Management, 50 ( 2), 211 – 231. Ryan, R., Weinstein, N., Bernstein, J., Warren, K., Mistretta, L., & Gagne, M. (2009). Vitalizing effects of being outdoors and in nature. Journal of Environmental Psychology 30 (2010) 159–168. Joye, Y., Pals R., Steg L., Evans L. (2013). New Methods for Assessing the Fascinating Nature of Nature Experiences. PLOS ONE 8(7): e65332. Dol:10.1371/ journal.pone.0065332 Brown, W. & Ryan,. (2003). The Benefits of Being Present: Mindfulness and its Role in Psychological Well-Being. Journal of Personality and Social Psychology, 84, 4, 822-848. Gregório & Pinto-Gouveia (2013). Mindful Attention and Awareness: Relationships with Psychopathology and Emotion Regulation. The Spanish Journal of Psychology,16, e79, 1– 10. Gouveia, V.,Milfont, T., Gouveia, R., Medeiros, E., Vione, K., Soares, A., (2012). Escala de Vitalidade Subjetiva – EVS: Evidências de sua Adequação Psicométrica, Psicologia: Teoria e Pesquisa, AF_38 IMPACTO DA APTIDÃO FÍSICA NO DESEMPENHO DE POLÍCIAS DE ELITE NUMA PROVA DE APTIDÃO TÉCNICA Belchior, F. 1, André, N. 1, Morgado, S. 2, Massuça, L. 3 1 Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna, Portugal 2 Instituto Politécnico de Santarém, Portugal 3 Universidade Lusófona, Portugal Introdução: Algumas profissões requerem níveis de aptidão física (ApF) mínimos para que seja possível cumprirem a sua missão com sucesso (Anderson et al., 2001). Destaca-se assim o conceito de aptidão funcional, termo também utilizado para caracterizar o trabalho de polícia, com o intuito de escalpelizar as componentes da ApF e as habilidades necessárias para desempenhar o mesmo (Anderson et al., 2001). Para Strating et al. (2010), uma das estratégias para monitorizar e melhorar a ApF dos elementos policiais passa mesmo pela implementação de uma prova de aptidão técnica (PAT) como forma de aferição da habilidade da pessoa em causa em desempenhar e suportar as exigências físicas das tarefas relacionadas com o trabalho policial. Para o autor (Strating et al., 2010), esta avaliação poderá servir como ferramenta para aferir a ApF dos polícias no ativo. Objetivo: Identificar os atributos de aptidão física (ApF) que melhor explicam o desempenho na prova de aptidão técnica (PAT) de polícias de elite. MÉTODO. Foram considerados neste estudo os resultados do desempenho dos operacionais da SO/CI em quatro provas REAFES Gymnasium 2015 47 de avaliação da ApF (i.e.: elevações na barra, extensões de braços no solo, flexão do tronco à frente, e teste Cooper) e uma PAT, realizadas desde 2010 a 2014 (n = 1747 observações). Os dados foram facultados pelo Subgrupo Operacional Técnico de Formação do Corpo de Intervenção (SO/CI), e as observações foram distribuídas por cinco classe de idade dos avaliados (i.e.: 25-29 anos; 30-34 anos; 35-39 anos; 40-44 anos; 45-49 anos). Resultados: Observou-se que, à exceção da classe de idade 40-44 anos, todos os modelos RLM têm como variável explicativa do desempenho na PAT o desempenho no teste Cooper, i.e., a capacidade aeróbia. DISCUSSÃO. O impacto da capacidade aeróbia na aptidão técnica enfatiza a necessidade do treino físico dos operacionais (ao longo da vida profissional), no sentido de não comprometer a aptidão técnica e, ao mesmo tempo, atenuar o impacto do aumento da idade. Referências Anderson, G., Plecas, D., & Segger, T. (2001). Police officer physical ability testing: Revalidating a selection criterion. Policing: An International Journal of Police Strategies & Management, 24, 1, 8–31. Strating, M., Bakker, R. H., Dijkstra, G. J., Lemmink, K. A., & Groothoff, J. W. (2010). A jobrelated fitness test for the Dutch police. Occupational Medicine, 60, 4, 255 – 260. AF_39 IMPACTO DE INTERVENÇÕES MULTIDISCIPLINARES NA REDUÇÃO DE COMPORTAMENTOS SEDENTÁROS EM ADOLESCENTE COM OBESIDADE – REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA Rebelo, F. 1, Martins, S., 1 2 Veloso, S. 1 1 Universidade Lusófona, Portugal 2 Universidade de Lisboa, Portugal Introdução: Com uma prevalência de 40 milhões de crianças em idade pré-escolar com préobesidade, a obesidade pediátrica é um dos mais sérios problemas de saúde pública do século XXI. A prevenção focada na mudança comportamental através de uma equipa multidisciplinar é considerada a estratégia de eleição para inverter a situação. Intervenções com ênfase na redução dos hábitos sedentários parecem ser eficazes na mudança comportamental e no controlo do peso nesta população. Assim, o objetivo da presente revisão sistemática de literatura é avaliar o impacto de intervenções multidisciplinares na redução de comportamentos sedentários, no âmbito do tratamento da obesidade pediátrica. Métodos: Realizou-se uma pesquisa através do motor de busca Pubmed entre Janeiro e Abril de 2013. Foram extraídas informações referentes a: desenho do estudo, participantes, instrumentos de avaliação, intervenção realizada e resultados. Resultados: Foram identficados 4697 artigos mas apenas 5 artigos de texto completo satisfaziam todos os critérios de inclusão. Quatro dos estudos incluídos eram RCT’s e um era de coorte. Em todos, os participantes eram adolescentes com obesidade submetidos a uma intervenção multidisciplinar com instrumentos de avaliação de comportamentos sedentários. Em 3 dos 4 RCT’s o tempo em actividades sedentárias fo avaliado por questionário. Apenas dois dos estudos reportaram diminuições médias significativas de 0,8 e 2,1 horas em tempo de ecrã e de 3,2 horas por semana em actividades sedentárias fora do ecrã. Das restantes investigações, uma reportou uma redução significativamente menor destes comportamentos no grupo de intervenção comparativamente ao de controlo e no estudo de coorte não foram observadas diferenças no tempo despendido em atividade sedentária. Conclusões: Apesar de terem sido observados benefícios na redução dos comportamentos sedentários e em múltiplas variáveis no âmbito da saúde, os resultados destas intervenções são modestos e controversos. Uma possível explicação poderá ser a curta duração das intervenções e o número reduzido de sessões de acompanhamento realizadas. O facto da maioria dos estudos nesta revisão ter avaliado os comportamentos sedentários através de REAFES Gymnasium 2015 48 dados auto reportados pode ter retirado alguma fiabilidade aos resultados. Assim existe a necessidade de realizar novos estudos com instrumentos de avaliação mais objetivos e desenhos mais robustos que permitam uma melhor análise e compreensão do impacto deste tipo de intervenções na redução de comportamentos sedentários na obesidade pediátrica. AF_40 INATIVIDADE FÍSICA NO LAZER E DECLÍNIO COGNITIVO EM IDOSOS COM BAIXA CONDIÇÃO ECONÔMICA: ESTUDO MONIDI Souza, N. 1, Nascimento, R. 2, Batista, R. 2, Rocha, S. 2, Vasconcelos, L. 2 1 Universidade de Coimbra, Portugal 2 NESP UESB, Brasil Introdução: Com o processo de envelhecimento verifica-se redução e deterioração dos domínios funcionais, celulares, teciduais e ao nível dos órgãos, com a diminuição da capacidade de adaptação (Fedarko et al. 2011). Apesar dessas mudanças, as pessoas podem viver de modo produtivo e sem dependência (Rantanen, 2013), sendo a atividade física um comportamento importante para prevenção de perdas cognitivas (Guimarães et al. 2014). Neste sentido, o objetivo deste estudo é avaliar a associação entre inactividade física no lazer e declínio cognitivo em idosos de baixa condição econômica. Métodos: Estudo transversal com amostra constituída de 310 idosos residentes no município de IbicuíBA, 56,5% do sexo feminino e 43,5% do sexo masculino com média de idade de 71,62 ± 8,15 anos. Foi utilizado o Mini Exame do Estado Mental para a avaliação do estado cognitivo global e uma questão dicotômica para avaliação da atividade física. Para verificar a associação entre inatividade física e declínio cognitivo utilizou-se o teste quiquadrado χ2. Resultados: A prevalência global do estado cognitivo foi de 18,7%. Em relação ao nível de atividade física no lazer, 68,7% dos idosos eram inativos, ou seja, não praticavam nenhuma atividade física no tempo livre. Observa-se maior déficit cognitivo que não realizavam atividade física no lazer (19,7%). No entanto, a associação não foi estatisticamente significante (p>0.05). Discussão: Apesar de não ter sido observada associação entre a atividade física no lazer e declínio cognitivo, um maior percentual de déficit cognitivo foi observado entre os indivíduos insuficientemente ativos. Achados da literatura atestam que a pratica de atividade física regular favorece o aumento da circulação sanguínea cerebral, estimulando a síntese das substâncias (neurotrofinas). Ainda, o maior fluxo sanguíneo no cérebro (em diferentes regiões) também contribui para o aumento na oferta de nutrientes (ex: carboidratos, creatina) e maior aporte energético (ATP) favorecendo o desempenho cognitivo (Merege Filho et al. 2014). Referencias Fedarko NS. The biology of aging and frailty. (2011). Clin Geriatr Med ; 27, 27-37 Guimarães AV, Rocha SV, Barbosa AR.(2014). Exercise and cognitive performance in older adults: a systematic review. Medicina (Ribeirão Preto). Merege Filho CA, Rodrigues Alves CR, Sepúlveda CA, et al. (2014). Influência do exercício físico na cognição: uma atualização sobre mecanismos fisiológicos. Rev Bras Med Esporte; 20, 3, 237-241. Rantanen, T. (2013). Promoting Mobility in Older People. Journal Preventive Medical Public Health, 46, 50-54. AF_41 INFLUENCIA DEL ESTADO PONDERAL EN LA CALIDAD DE VIDA RELACIONADA CON LA SALUD DE ADOLESCENTES LATINOAMERICANOS REAFES Gymnasium 2015 49 Pinto Guedes, D., 1, Villagra Astudillo, H., 2, Moya Morales, J., 2, Pires Júnior, R., 1 1 UNOPAR, Brasil 2 Universidad Autónoma de Madrid, Espanha Introducción: Los componentes de la calidad de vida relacionada con la salud (CVRS) vienen despertando un creciente interés en el área de la salud pública. Por otro lado, el sobrepeso y la obesidad son disfunciones nutricionales endémicas en todo el mundo, sobre todo en países latinoamericanos. El objetivo del presente estudio es determinar diferencias en relación con el sexo, la edad, el país de origen y el estado ponderal, en los componentes de la CVRS, en una muestra de adolescentes de tres ciudades localizadas en Argentina, Brasil y Chile. Métodos: Se aplicó el cuestionario Kidscreen-52 a 1357 adolescentes con edades comprendidas entre 12 y 17 años (48,6% chicos) en muestras seleccionadas en las tres ciudad/países (Tucumán/Argentina; Londrina/Brasil; Valparaíso/Chile). Estado ponderal (sobrepeso y obesidad) fue definido según el índice de masa corporal. Se tomaron como referencia los estándares sugeridos por la International Obesity Task Force – IOFT. Para establecer comparaciones entre los estratos formados, se utilizó el análisis de varianza univariada y multivariada, teniendo como variables dependientes los componentes de CVRS y como variables independientes la ciudad/país de origen de los adolescentes, el sexo, la edad y el estado ponderal, acompañadas del test de comparación múltiple de Scheffe para la identificación de diferencias específicas. Resultados: Los datos indican diferencias significativas en componentes específicos de CVRS entre las tres ciudades/países. Los chicos consiguieron puntuaciones significativamente más elevadas que las chicas en los componentes Bienestar físico, Bienestar psicológico, Estado de ánimo y emociones, Autopercepción, Autonomía y Relación con los padres y vida familiar. Las puntuaciones medias atribuidas a los componentes Bienestar físico, Bienestar psicológico, Autopercepción, Autonomía, Relación con los padres y vida familiar, Entorno escolar y Recursos económicos muestran un descenso significativo con el avance de la edad; en cuanto al componente Rechazo social/bullying, los puntajes medios encontrados aumentaron significativamente con la edad. En comparación con los adolescentes eutróficos, los adolescentes obesos presentaron puntuaciones significativamente más comprometidas en los diez componentes de CVRS. Conclusiones: Las evidencias encontradas apuntan que los componentes de la CVRS deben recibir atención especial en los programas de intervención asociados con el control del peso corporal y con la prevención del sobrepeso/obesidad de los adolescentes. AF_42 INFLUENCIA DEL MÉTODO PILATES EN LA PERCEPCIÓN DE MOLESTIAS DURANTE EL EMBARAZO. Feria Ramírez, M.C.1, González Sanz, J.D.1, Barquero González, A. 2 1 Servicio Andaluz de Salud, España 2 Universidad de Huelva, España Introducción: La práctica de ejercicio físico favorece la calidad de vida durante el embarazo, ya que influye en la percepción de modificaciones tanto a nivel emocional como físico que conlleva la gestación y que pueden favorecer la aparición de molestias. Debido al aumento de la práctica del Método Pilates durante el embarazo, el propósito de este estudio fue evidenciar la influencia de dicho método en la disminución de la percepción de molestias asociadas al embarazo. Material y Método: Se llevó a cabo un estudio cuasi-experimental en el que participaron 66 mujeres embarazadas, de las cuales 39 pertenecían al grupo control y 27 pertenecían al grupo caso. Se recogió información sobre la actividad física previa mediante el cuestionario REAFES Gymnasium 2015 50 internacional de actividad física (IPAQ), se valoró el apoyo social percibido por parte de la gestante a través del cuestionario de valoración de apoyo social percibido (DUCKUNC) y los datos relativos a la percepción de molestias relacionadas con el embarazo se recogieron mediante un cuestionario de elaboración propia. Todos ellos fueron autocumplimentados por las gestantes en tres momentos diferentes de la asistencia a la educación maternal por parte del grupo control o de la asistencia a las sesiones del Método Pilates por parte del grupo caso, continuando en ambos grupos con el seguimiento normal del programa de embarazo de su Centro de Salud. Resultados: Se concluye que existe efecto significativo entre la práctica del Método Pilates y la percepción del dolor lumbar, pélvico, abdominal y de espalda, disminuyendo dicha percepción a medida que avanza en el tiempo la práctica del Método Pilates durante la gestación. No se ha podido concluir que exista efecto significativo entre la práctica del Método Pilates y los edemas en miembros superiores e inferiores, calambres, varices, hemorroides y estreñimiento. Discusión: La disminución de la percepción del dolor asociado al embarazo contribuye a la disminución del gasto sanitario, ya que favorece la disminución del número de consultas y bajas médicas, así como el uso de medicación por dichos motivos. Por todo ello, se debería tener en cuenta la inclusión de la práctica deportiva, y más concretamente del Método Pilates en los programas de preparación para la maternidad. AF_43 INTERVENÇÕES COLABORATIVAS E COMPORTAMENTO NUTRICIONAL DE ALUNOS DO ENSINO BÁSICO Krug, M.R., 1, Ilha, P.V., 2, Rossi, D.S., 2, Lima, A.P.S., 2, Soares, F.A.A., 2 1 Universidade de Cruz Alta, Brasil 2 Universidade Federal de Santa Maria, Brasil Introdução: Intervenções na promoção de hábitos alimentares saudáveis ao ser enfatizada durante a infância permanecem ao longo da vida. Segundo Gabriel, Santos e Vasconcelos (2008), o estilo de vida saudável precisa ser introduzido e mantido na idade escolar, priorizando a formação de hábitos alimentares adequados mediante estratégias de educação nutricional. Assim, objetivou-se identificar a modificação nos aspectos nutricionais em escolares, durante o projeto, desenvolvido em uma escola da rede pública em Santa Maria–RS. Métodos: Participantes, alunos e professores do ensino fundamental. As variáveis foram: o estado nutricional (EN) e o conhecimento nutricional (CN) e os hábitos alimentares (HA) que foram avaliadas no início e final de 2011 e 2012, através de instrumentos pré-existentes. Durante o período de dois anos realizou-se intervenções colaborativas com os professores. Os dados quantitativos foram analisados através da estatística descritiva e os qualitativos a partir da análise de conteúdo. ´ Resultados: Os alunos melhoraram o CN do início para o final do ano de 2011. Porém, observou-se uma diminuição desse conhecimento em 2012/1 e 2. Embora tenha ocorrido melhora no CN a maioria, permaneceu com moderado a baixo CN. Outra melhora significativa foi no EN o percentual de alunos eutróficos (estado nutricional normal) aumentou de 58,1% em 2011/1 para 76,7% em 2012/2, diminuindo em 18,6% a prevalência de alunos com sobrepeso/obesidade de 2011 para 2012. No decorrer da intervenção não se observou modificações nos HA dos alunos, embora o CN tenha melhorado os hábitos permaneceram, para a maioria, como regulares. Discussão: Os HA dos escolares estudados não melhoraram significativamente, entretanto o EN modificou-se, ocorrendo uma redução de alunos que apresentaram sobrepeso e obesidade, no decorrer das avaliações, o que pode estar diretamente relacionado com o aumento do CN. É importante salientar que nesse estudo não foi avaliado a ingesta calórica, no entanto, relatos das professoras e alunos, mostraram que os escolares REAFES Gymnasium 2015 51 diminuíram a quantidade de alimentos calóricos ingeridos em relação aos demais, o que pode estar relacionado com a melhora do EN observada de 2011 para 2012. Conclusão: Intervenções colaborativas no ambiente escolar podem repercutir favoravelmente nos aspectos nutricionais de alunos, no entanto conteúdos de promoção da saúde escolar precisam ser melhor abordados junto aos docentes, os quais ainda apresentam dificuldades quanto ao significado dessa prática. Referências Gabriel, C. G.; Santos, M. V.; Vasconcelos, F. A. (2008). Evaluation of a program to promote healthy eating habits among schoolchildren in the city of Florianópolis, State of Santa Catarina, Brazil. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, 8, 299-308. AF_44 MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DA IDADE ÓSSEA Araújo, J. 1, Pinto, V., 2, Dantas, R., 2, Mortatti, A., 1, Cabral, B., 2 1 Centro Universitário de Rio Grande do Norte, Brasil 2 Universidade Federal de Rio Grande do Norte, Brasil Introdução: A maturação esquelética é reconhecida como o melhor indicador isolado do estado de maturidade, sendo considerada como um registro verdadeiro da idade biológica. A técnica de raio x de mão e punho para verificar a idade óssea é considerado padrão ouro na literatura, para a interpretação das radiografias são utilizados atualmente os atlas de Grave e Brown, Pyle e Greulich e Tanner-Waterhouse, porém, a busca por um método de identificação da maturação óssea mais econômica, prático e sem a necessidade de especialistas tem sido uma constante nas ciências do esporte. Tal método facilitará a identificação do estágio maturidade, possibilitando assim, a elaboração de uma iniciação e/ou treinamento esportivo adequado ao estágio maturidade. Diante do exposto, o estudo tem como objetivo estabelecer uma correlação entre os protocolos de verificação de idade óssea de óssea. Métodos: A amostra foi composta por escolares, com idades entre 8 a 14 anos, de ambos os sexos, sendo 14 meninas e 11 meninos, totalizando 25 sujeitos. Os participantes foram submetidos à avaliação antropométrica de: Estatura, peso corporal, perímetro corrigido de braço, dobra cutânea triciptal e diâmetros de fêmur e úmero. Para determinação da idade óssea, foram aplicados três protocolos: O exame radiológico (RX) de mão e punho que foi interpretado através do atlas proposto por Grave e Brown (1976), o modelo matemático preditora de idade (MMP) óssea proposto por Cabral et al (2013) e a Idade cronológica (IC) em anos foi determinada pela soma dos meses de vida do indivíduo, a partir de sua data de nascimento dividida por 12, resultando, assim, em sua idade cronológica em anos. Para a análise estatística foi aplicado o teste Kolmogorov-Smirnov e calculados o coeficiente de correlação de Pearson, apresentando significância de 5%. Resultados: Encontramos entre os protocolos correlação alta para IC x MM (,759) moderada para IC x RX e RX x MMP (,533) em meninas de 8 a 14 anos de idade. Em meninos da mesma faixa etária, foi possível observar correlação alta entre os protocolos de IC x MM (,948), IC x RX (,839) RX e MMP (,848). A magnitude dessas correlações foram avaliadas qualitativamente de acordo com Hopkins et al. (2009) - (>0,70 – elevado, 0,30 a 0,70 – moderado e <0,30 – fraco). Discussão: Frente à diferença entre os gêneros, ao observar a idade óssea, os resultados encontrados corroboram com estudos que concluíram que todos os eventos do crescimento e fases do esqueleto aconteceram mais cedo em indivíduos do gênero feminino do que em indivíduos do gênero masculino. Expondo a positiva correlação de entre os protocolos de RX de mão e punho e MMP em ambos os sexos. Dessa forma, apuramos que o modelo matemático preditor de idade óssea é uma ferramenta objetiva e de fácil aplicabilidade que contribuirá na seleção e promoção de novos talentos esportivos. Referências: REAFES Gymnasium 2015 52 Cabral, BHAT et al (2013). Equação preditora de idade óssea na iniciação esportiva através de variáveis antropométricas. Rev. Bras.Med.Esporte, 19, 2. AF_45 MODELAÇÃO MULTINÍVEL DAS ALTERAÇÕES LONGITUDINAIS NA APTIDÃO CARDIORRESPIRATÓRIA, UTILIZANDO MEDIDAS OBJETIVAS DE ATIVIDADE FÍSICA E TEMPO SEDENTÁRIO EM ADOLESCENTES MASCULINOS Valente-dos-Santos, J. 1,2, Coelho-e-Silva, M. J. 2, Sherar, L. B. 3, Elferink-Gemser, M.T. 4, Malina, R. M. 5 1 Universidade Lusófona, Portugal 2 Universidade de Coimbra, Portugal 3 SSEHS-LU, Reino Unido 4 CHMS, UMCG-UG, Holanda 5 DKHE-UT, EUA Introdução: A aptidão cardiorrespiratória é influenciada por diversos fatores, incluindo o crescimento, maturação biológica, gordura corporal, idade, sexo, estado de saúde e genética (Teran-Garcia et al., 2008). Porém, as suas principais determinantes modificáveis parecem ser a atividade física (AF) de intensidade moderada e vigorosa (AFIMV) e os comportamentos sedentários. O presente estudo foi desenhado para examinar as interrelações longitudinais entre sedentarismo, AFIMV, em paralelo ao crescimento e maturação, com a aptidão cardiorrespiratória em adolescentes do sexo masculino. Metodologia: Foram observados 110 rapazes (11,0-14,5 anos de idade no início do estudo), classificados como aptos de acordo com os valores de corte do FITNESSGRAM para a zona saudável de aptidão cardiorrespiratória. As variáveis morfológicas (estatura, massa corporal, perímetro abdominal e pregas de gordura subcutânea), a AF e a aptidão cardiorrespiratória, foram avaliadas bianualmente, durante 2 anos. O maturity offset foi utilizado como indicador de maturação biológica. A aptidão cardiorrespiratória foi avaliada com o recurso ao Progressive Aerobic Cardiovascular Endurance Run test (PACER). O tempo sedentário e a AF habitual foram determinados com o recurso à acelerometria uniaxial, para um período de observação de 7 dias consecutivos. Para a análise dos dados longitudinais recorreu-se à modelação multinível. Resultados: Após controlar para a variabilidade inter-individual e intra-individual, atribuível à idade biológica, para a adiposidade subcutânea e perímetro abdominal, o modelo multinível, com melhor bondade ajustamento estatístico, indica que um decréscimo de 100 minutos por dia no tempo sedentário (P < 0,001) e a participação desportiva federada (3,1 ± 1,2 horas por semana; P < 0,001) contribuíram, independentemente, para um incremento de 2,5 ± 0,9 e 7,5 ± 2,1 percursos, respetivamente, no desempenho no PACER. Discussão: É possível concluir que o tempo sedentário apresenta uma associação negativa com a aptidão cardiorrespiratória, nesta amostra de adolescentes masculinos saudáveis, após se controlar estatisticamente para a idade biológica e adiposidade. Os resultados sugerem, ainda, que a promoção da participação desportiva de não elite é suficiente para promover níveis mais saudáveis de aptidão cardiorrespiratória durante a puberdade. Resumindo, a aptidão cardiorrespiratória, durante os anos pubertários, parece resultar de um cruzamento de forças em que a idade biológica assume mais preponderância que a idade cronológica. A gordura corporal assume-se como uma agravante, mas não dispensa um olhar sobre o padrão de gordura. Por fim, será importante que os programas dedicados à promoção de AF e desportiva considerem, simultaneamente, o combate ao sedentarismo. Referências Teran-Garcia, M., Rankinen, T., & Bouchard, C. (2008). Genes, exercise, growth, and the sedentary, obese child. Journal of Applied Physiology, 105, 3, 988–1001. REAFES Gymnasium 2015 53 AF_46 MORFOLOGIA EXTERNA EM ADOLESCENTES ESCOLARES DA CIDADE DE MACEIÓAL, BRASIL Silva, M.E.A. 1,2, Ramos, M. 2,3, Medeiros, D. 1,2, Ferreira, J.P. 2, Figueiredo, A.J. 2 1 Universidade Federal de Alagoas, Brasil 2 Universidade de Coimbra, Portugal 3 Instituto Federal de Alagoas, Brasil Introdução:O objetivo foi descrever o perfil morfológico em função do sexo em adolescentes da cidade de Maceió (AL), Brasil. Método: Amostra foi composta por 544 do sexo masculino (M) e 728 do sexo feminino (F) escolares com idade entre 12-15 anos. As variáveis e os instrumentos utilizados para coleta dos dados foram: estatura (EST) estadiométro, massa corporal (MC) Balança elétrica SECA mod 770, e dobras cutâneas (DC) Slim Guide Skinfold Caliper. O índice de massa corporal (IMC) foi calculado a partir da estatura e massa corporal. A estatura matura predita (EMP) através do método Khamis Roche. Foram considerados valores de p<0,05 como sendo significativos. Resultados: Os resultados mostram que o sexo masculino possuem médias maiores que o sexo feminino nas variáveis: massa corporal e estatura. Já o sexo feminino apresenta valores médios de IMC, DC e EMP superiores ao sexo masculino. No sexo masculino obtivemos correlações fracas entre a DC e a EST (r=,129 p=,003), DC e a EMP (r=,135 p,002) e moderada entre o IMC e a EMP (r=,302 p=,000). Observou-se ainda no sexo masculino, fortes correlações entre MC e EMP (r=,588 p=,000) e EMP com EST (r=,746 p=,000). No sexo feminino observaram-se fortes correlações moderadas entre a EMP e o IMC (r=,571 p=,000), EMP e DC (r=,520 p=,000) bem como EMP e EST(r=,633 p=,000). O t-test demostrou que existem diferenças significativas entre os sexos nas variáveis: EST, DC, EMP (p=,000) e IMC (p=,001). Discussão: O perfil morfológico em função do sexo em adolescentes da cidade de MaceióAL, Brasil demostra que na amostra estudada o sexo feminino obteve médias maiores que o sexo masculino em IMC, DC e EMP e o sexo masculino nas variáveis de MC e EST. Estes resultados foram também encontrados por Anjos et al (2003) e Minatto, et al. (2010) em pesquisas realizadas em outras regiões do Brasil. Tais diferenças entre os sexos poderão ser justificadas pelos efeitos do crescimento e da maturação, que normalmente ocorrem primeiro nas meninas e só depois nos meninos. As relações existentes entre as variáveis nos sexos indiciam a urgência em melhorar a Aptidão física destes jovens em especial no sexo Feminino. Referências Dos Anjos, L. A., de Castro, I. R. R., Engstron, E. M., & Azevedo, A. M. F. (2003). Crescimento e estado nutricional em amostra probabilística de escolares no Município do Rio de Janeiro, 1999. Cad Saud Publ, 19(Suppl 1), 171-9. Malina,R. Bouchard, C. & Bar-Or, O.. (2004). Growth, maturation, and physical activity, 2nd edition. Champaign: Human Kinetics. Minatto, et al. (2010). Idade, maturação sexual, variáveis antropométricas e composição corporal: influências na flexibilidade. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum, 12, 3, 1518. AF_47 MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM PROGRAMAS DE PERDA DE PESO EM ADULTOS COM PRÉ-OBESIDADE OU COM OBESIDADE Sobral, S. 1, Caetano, C. 2, Martins, C. 1,3 1 Universidade Lusófona, Portugal 2 Direção de Exercício e Saúde, Ginásio Clube Português, Portugal REAFES Gymnasium 2015 54 3 Universidade de Lisboa, Portugal Introdução: A prevalência da pré-obesidade e da obesidade em adultos está a aumentar significativamente em todo o mundo. Sendo a realização de exercício uma das componentes das intervenções para a prevenção e tratamento desta doença, é necessário compreender em que medida a mudança comportamental e a motivação para a prática de exercício promovem a adesão e manutenção dos indivíduos em programas de perda de peso e consequente perda de peso e/ou a sua manutenção. Método: A pesquisa foi efetuada através do motor de pesquisa PubMed e após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão foram selecionados 4 artigos para esta revisão sistemática de literatura, todos eles com incidência nos processos de motivação e mudança comportamental associados à prática de exercício, em adultos com obesidade em processo de perda ou manutenção do peso. Resultados: Dos estudos incluídos dois tinham desenho RCT e dois de coorte. Apenas três intervenções envolviam a realização de exercício físico (Exercícios de força e/ou aeróbios, a uma intensidade moderada, 30 minutos de duração e 5 dias por semana), sendo que a outra intervenção se baseava na mudança comportamental. Os estudos analisados originaram uma melhoria significativa na mudança de comportamentos, como a adesão ao exercício a manutenção do mesmo e alimentação saudável, na motivação (principalmente na motivação intrínseca), na perda e manutenção do peso e também na motivação para a prática de exercício e alimentação saudável. Discussão: Intervenções multidisciplinares orientadas para a mudança comportamental aparentam ser eficazes na redução do peso corporal e no tipo de motivação existente relativamente à prática de exercício para a perda de peso. A motivação intrínseca parece ser aquela que promove a autonomia para a prática de exercício e mudança de comportamento de forma positiva, para chegar a resultados de perda de peso. Seria importante realizar estudos com mais especificidade relativamente ao exercício, envolvendo a motivação em todas as suas dimensões e mudança comportamental na população com obesidade. AF_48 O EFEITO DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIO FÍSICO NA CAPACIDADE FUNCIONAL E PERFÍL LIPÍDICO DE DOENTES CARDÍACOS Tavares, N. 1, Madeira, R. 2, Nuno, L. 3 1 Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Portugal 2 Universidade Lusófona, Portugal 3 Hospital de Vila Franca de Xira, Portugal Introdução:A inclusão do exercício físico em programas de reabilitação cardíaca é reconhecida como um componente essencial na optimização do doente com patologia cardíaca (1). Intervenções que se enquadram no cluster da saúde e do bem-estar com enfoque nos operadores da cadeia de valor entre o cidadão, as equipas de saúde e a sociedade (2). Objetivo: Aplicar o exercício físico supervisionado (grupo ES), em fase ambulatória realizada na comunidade, com vista a analisar e comparar os resultados desta aplicação com os dados obtidos pelos doentes em tratamento convencional (grupo TC). Método: O estudo teve duração superior a 3 meses, dividindo-se os doentes cardíacos em dois grupos (grupo ES vs. grupo TC), esclarecendo por consentimento informado o seu propósito e procedimentos. O grupo ES foi submetido a um plano de intervenção estruturado em três fases segundo a frequência, intensidade, tempo e tipo de exercício físico atendendo à estratificação de risco e recomendações da AACVPR (3). As avaliações foram realizadas no Hospital, recorrendo à prova de esforço segundo protocolo de Bruce para avaliar a capacidade funcional (grupo ES n=12 vs. grupo TC n=10) e ao laboratório de REAFES Gymnasium 2015 55 patologia clínica (grupo ES n=22 vs. grupo TC n=14) para os parâmetros bioquímicos. Avaliou-se a M±SD para todas as variáveis em estudo recorrendo-se aos teste paramétricos e não paramétricos para p<.05. Resultados: Observaram-se melhorias estatisticamente significativas ao nível do MET, CT, C-LDL e CT/C-HDL (p<.01) no grupo ES, o qual obteve variações percentuais entre as avaliações superiores ao grupo TC ao nível do MET e do Duplo Produto e decrescente para CT, C-LDL e CT/C-HDL. Conclusão: O exercício físico supervisionado aplicado em fase ambulatória precoce, realizada na comunidade logo após alta hospitalar com uma intensidade pelo menos moderada, potência a capacidade funcional e influência o perfil lipídico. Referências: Balady, G., Williams, M., Ades, P., Bittner, V., Comoss, P., Foody, J., Franklin, B., Sanderson, B., Southard, D. (2007). Core Components of Cardiac Rehabilitation/Secondary Prevention Programs. American Heart Association Circulation. 115, 2675-2682. Mendes, T., Sepúlveda, A., Neto, I., Reis, P., Paralta, S. (2013). O Cluster da Saúde e Bemestar: Uma Aposta de Futuro. Confederação do Comércio e Serviços Portugal. Franklin, B., Jong, A.(2007). Compêndio de programas de Reabilitação Cardíaca: Prescrição do Exercício. American Association of Cardiovascular and Pulmonary Rehabilitation. São Paulo: Editora Roca, 1, 83-97. AF_49 O LAZER NOS ESTILOS DE VIDA DOS JOVENS UNIVERSITÁRIOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTO. PERSPECTIVAS E TENDÊNCIAS ENTRE PÚBLICOS-ALVO BRASILEIRO, PORTUGUÊS E SUL-AFRICANO Porfírio Couto, A.C. 1, Marivoet, S. 2, Cabral, J.F. 3 1 Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil 2 Universidade Lusófona, Portugal 3 ICESSD/UWC, África do Sul Introdução: O lazer é uma atividade humana de tempos livres, marcada pela necessidade de fruir as práticas sociais constituídas culturalmente (Gomes, 2014). O desporto como prática de lazer, desenvolve-se fora das obrigações profissionais sujeitas a um elevado nível de rotina (Elias & Dunning,1992). Os lazeres são constitutivos de estilos de vida, determinados pela classe social, género, idade e residência (Pais, 1996; Stigger, 2002; Marivoet, 2005). Pretendeu-se com esta investigação conhecer as práticas de lazer dos jovens estudantes da licenciatura em Educação Física e Desporto em três Universidades (Portugal, Brasil e África do Sul), de modo a traçarmos um perfil dos estilos de vida desta população face às suas representações e culturas. Métodos: Foi aplicado um inquérito por questionário on-line ao universo de análise. A amostra foi determinada pelo critério de saturação. Considerámos como variáveis o perfil social, as representações de lazer e o estilo de vida. Para a análise dos dados recorremos ao SPSS. Resultados: Os dados demonstraram que 54% dos inquiridos são do sexo feminino e 46% do masculino. A faixa etária predominante situa-se acima dos 24 anos, sendo a maioria apenas estudantes. A maioria dos inquiridos concebem o lazer como o ato de se fazer o que quer. 81% optam por utilizar os espaços públicos. O desporto constitui a prática de lazer mais escolhida pelos estudantes portugueses e sul-africanos, enquanto os brasileiros o sair com amigos. Nas práticas recorrentes encontra-se ainda a internet. Discussão: A prática do desporto e o sair com os amigos são a marca do estilo de vida dos jovens impresso nas práticas de lazer. Grosso modo, tanto quanto pudemos concluir, verificámos que os estudantes de EFD nos três países em estudo, apesar das peculiaridades, apresentam práticas culturais e sociais focados na melhoria da qualidade de vida e bem estar, i.e., praticam desporto e mantêm ativas as suas redes de sociabilidade. REAFES Gymnasium 2015 56 Referências Elias,N. & Dunning, E. (1992). O Lazer no espectro do Tempo Livre. In A Busca da Excitação (pp.130-185). Lisboa: Difel. Gomes, C. (2014). Lazer: Necessidade Humana e Dimensão da Cultura. Revista Brasileira do Lazer, 1, 3-20. Pais, J. M.(1996). Culturas juvenis. Lisboa: Imprensa Casa da Moeda. Marivoet, S. (2005). Prática Desportiva nos Estilos de Vida dos Europeus: Obstáculos e Tendências. In R. M. Gomes (org.), Os Lugares do Lazer (pp. 39-53). Lisboa: IDP. Stigger, M.P. (2002). Esporte, Lazer e Estilos de Vida. Campinas: Autores Associados. AF_51 PERFIL ANTROPOMÉTRICO E SINTOMATOLÓGICO DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO Toscano, C. 1, Ferrreira, J.P. 2 1 Universidade Federal de Alagoas, Brasil 2 Universidade de Coimbra, Portugal O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é constituído por diferentes perturbações do desenvolvimento neurológico com três eixos principais: prejuízo na interação social, na comunicação, repertório marcantemente restrito de atividades e interesses. A categoria TEA é constituída pelas subcategorias: autismo (AUT), síndrome de Asperger (AS) e transtornos do desenvolvimento sem outra especificação (TDSE) (DSM-V, 2012). Pesquisas relacionadas ao perfil antropométrico de crianças com TEA são escassas (Pan, 2011). A justificação da escassez pode dar-se em função da variabilidade do quadro sintomatológico e da necessária adequação dos procedimentos da avaliação antropométrica (Sowa & Meulenbrouek, 2012). O objetivo do estudo foi descrever a relação existente entre o perfil sintomatológico e as variáveis antropométricas nas diferentes subcategorias do TEA. O estudo descritivo englobou amostra de 42 crianças do sexo masculino, com idade entre 04 a 10 anos, com diagnóstico de AUT, AS e TDSE atendidas em instituição especializada da cidade de Maceió-Alagoas/Brasil. As variáveis antropométricas avaliadas foram estatura, altura e perímetro da cintura. O perfil sintomatológico foi obtido a partir da aplicação da Escala de Traços Autístico (ATA). Os dados foram determinados a partir do grau de associação entre variáveis ordinais e correlação linear simples em programa informático SPSS version 20.0 for Windows. Os resultados demonstraram que não foram detectadas diferenças significativas para cada uma das variáveis antropométricas em função de cada subcategoria do TEA. Não se verificou também qualquer correlação entra a severidade do TEA e as variáveis antropométricas. Foram encontradas diferenças significativas entre as subcategorias do TEA e o valor total da ATA. As diferenças entre as subcategorias AUT e TDSE foram p ≤ 0.001 e entre as subcategorias AS e TDSE p ≤ 0.044. Há correlação negativa entre a ATA e cada uma das subcategorias do TEA. Quanto maior o valor total da ATA, o que implica maior número de sintomas autísticos presente no comportamento da criança, menor será seu nível de autonomia e maior será a severidade do TEA. Conclui-se que não existe uma associação entre o perfil sintomatológico e as variáveis antropométricas nas diferentes subcategorias da TEA. Referências Pan, C. Y. (2011). The efficacy of an aquatic program on physical fitness and aquatic skills in children with and without autism spectrum disorders. 5, 657-665. Sowa M. & Meulenbroek R. (2012), Effects of physical exercise on autism spectrum disorders: a meta-analysis. Research in Autism Spectrum Disorders 6, 46-57. Home | APA DSM-5. Developed by© 2012 American Psychiatric Association. Disponível em <http://www.dsm5.org/>. Acesso em: 24 abril. 2015. REAFES Gymnasium 2015 57 AF_52 PERFIL DE ATIVIDADE, FREQUÊNCIA CARDÍACA E PERCEPÇÃO SUBJETIVA DE ESFORÇO DURANTE PRÁTICA DE SURF RECREATIVO EM ADULTOS Barreto Madeira, R., Carozza, M. Universidade Lusófona, Portugal Introdução: A prática do surf sofreu um grande crescimento nas últimas décadas, seja como desporto de competição seja como um desporto de lazer, apreciado por pessoas de diferentes faixas etárias, sexo e nível físico. O objetivo deste estudo foi analisar as respostas fisiológicas durante a prática do surf recreativo e contribuir para o aumento do conhecimento sobre as características e os benefícios da prática do surf. Método: Participaram no estudo 24 indivíduos adultos de sexo masculino (idade 27,09±3anos, peso 75,7±6,67kg, altura 1,74±0,06m, IMC 25±1,53 kg/m2), divididos em dois grupos, básico e avançado, para verificar a influência do nível técnico sobre a intensidade da sessão. Os dados foram produzidos a partir da monitorização da Frequência Cardíaca, sincronizada à filmagem vídeo dos movimentos e da classificação da Perceção Subjetiva do Esforço durante uma sessão de 20 min de surf recreativo, A capacidade aeróbia dos participantes foi avaliada através do Chester Step Test para verificar a sua influência sobre as variáveis caraterizantes da prática. Resultados: Na fase de remada foi gasto 50% do tempo total, 32% na fase estacionária, 9% na fase de arranque na onda e 8% na fase de outros movimentos. Foram encontradas diferenças entre os dois grupos na fase de arranque na onda e na fase de outros movimentos (p<0,05). Uma média de FC média e máxima correspondente, respetivamente, a 73,83% e 93,63% da FCmax predita com valores mais elevados durante a fase de remada (FC média 151,79 bpm) e durante a fase de arranque na onda (FC média 163,38 bpm). Os dados da PSE mostram resultados compatíveis com os dados da FC - valor médio 3,54 (p<0,05). Não foram encontradas diferenças entre o grupo básico e avançado relativamente as respostas da FC a da perceção subjetiva do esforço. O VO2max não se correlacionou com o tempo gasto nas diferentes fases da sessão, mas verificou-se uma correlação negativa forte (p<0,05) entre o VO2max e a FC média, a FC pico, e a FC média em cada categoria de movimento. Discussão: Verificamos que a prática do surf é uma atividade predominantemente aeróbia com uma intensidade média moderada. Independentemente do nível técnico e do condicionamento físico, os praticantes são altamente solicitados durante o desempenho da atividade, mostrando intensidades suficientes para melhorar e manter a aptidão cardiovascular em adultos saudáveis. Referências Farley, O., Harris, N., & Kilding, A. (2012) Physiological Demands of Competitive Surfing. J Strength & Conditioning Research. 26(7), 1887-1896, doi: 10.1519/JSC.0b013e3182392c4b Meir, R., Lowdon, B., & Davie, A. (1991). Heart Rates and Estimated Energy Expenditure During Recreational Surfing. The Australian J Science and Medicine in Sport, 23, 70-74. Mendez-Villanueva, A. & Bishop, D. (2005). Physiological Aspects of Surfboard Riding Performance. Sports Medicine, 35, 1, 55-70. AF_53 QUAL A INFLUÊNCIA DOS AMIGOS NOS NÍVEIS DE ATIVIDADE FÍSICA E SEDENTARISMO DE ADOLESCENTES? Torrado, P., Martins, J., Rendeiro, P., Marques, A., Carreiro da Costa, F. 1 Universidade Lusófona, Portugal 2 Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal REAFES Gymnasium 2015 58 Introdução: Os níveis de atividade física (AF) dos adolescentes são reduzidos e tendem a diminuir com a idade. Por outro lado, o tempo passado nos comportamentos sedentários é superior ao recomendado e tende a aumentar com a idade. Em Portugal, são necessários mais estudos para compreender a influência dos amigos na AF e CS dos adolescentes. Objectivo: Analisar a influência do apoio dos amigos nos níveis de AF e no CS de adolescentes. Metodologia: 783 adolescentes (404 rapazes), com 15.7±1,5 anos, do 9º e 12º ano de 16 escolas de Lisboa e Setúbal preencheram um questionário. As questões permitiram recolher informação sobre AF [formal, informal, desporto escolar, índice AF; AF moderada a vigorosa (AFMV)], CS [tempo ver TV – dia de semana e dia de fim de semana (fds)], a perceção sobre a AF e o apoio dos amigos para a AF e para realizar CS (ver TV em conjunto). Para analisar os dados recorreu-se ao teste t, de Mann-Whitney e ao Rho de Spearman. Resultados: Os níveis de AF dos adolescentes foi de 4,6 e 4,2, para o 9º e 12º ano respetivamente. O tempo passado a ver TV nos dia semana foi de 78,6 e 111,1 min e no fds foi de 65,5 e 98,6 min. Cerca de 32% dos alunos do 9º ano foram classificados como tendo um baixo apoio para AF e 21,9% elevado apoio (apoio intermédio não considerado). No 12º ano, 45% destes alunos foram classificados como tendo baixo apoio e 12% elevado apoio. Os alunos do 9º ano apresentam níveis superiores de AF informal do que os do 12º ano (M=2,7 vs. M=2,1, p<0.05), tal como apoio dos amigos (9,8 vs. 9,1 p<0.05). No 9º e no 12º ano, os alunos com maior apoio para a AF dos seus amigos apresentaram níveis de AF formal (9ºU=12,10; 12ºU=4,44), informal (9ºU=10.82; 12ºU=3,77), AFMV (9ºU=11.55; 12ºU=3,73), AF total (9ºU=12.15; 12ºU=4,58), superiores aos dos alunos do mesmo ano de escolaridade com baixo apoio para a prática de AF (p<0.05). Registou-se uma relação positiva e significativa entre ter amigos ativos e o índice AF, no 9º (r=0,257) e 12º ano (r=0,266). Constatou-se, no 9º ano, uma associação positiva significativa (p<0.05) e moderada da frequência com que os adolescentes vêem TV durante a semana com ver TV ao fds (r=0,610) e com ver TV com os amigos (r=0,206), tal como no 12º ano (r=0,641 e r=0,253, respectivamente). Conclusão: Os alunos com mais apoio dos amigos revelaram ter níveis de AF superiores. Os alunos que viam TV durante a semana foram, tendencialmente, aqueles que indicaram fazê-lo ao fds e em conjunto com os amigos. A influência dos amigos nos níveis de AF e CS dos adolescentes deve ser considerada nos programas que visem promover estilos de vida ativos entre os jovens. AF_54 QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA COM A SAÚDE EM PESSOAS COM DIABETES TIPO 2: INFLUÊNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA HABITUAL E DA APTIDÃO FÍSICA Almeida, A., Fernandes, H.M., Monteiro, M.J., Rodrigues, V., Mendes, R. Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal Introdução: O presente estudo teve como objetivo investigar o efeito da atividade física habitual (AFH) e das principais componentes de aptidão física (AF) nas diferentes dimensões da qualidade de vida relacionada com a saúde (QVRS) em pessoas com diabetes tipo 2. Metodologia: Este estudo apresenta um desenho transversal com análises comparativas e correlacionais. A amostra foi constituída por 95 pessoas com diabetes tipo 2 (47 do género feminino e 48 do género masculino; 66.23 ± 6.34 anos de idade), candidatos ao programa Diabetes em Movimento® em Vila Real (1). Foi aplicado o questionário de QVRS SF36v2, o International Physical Activity Questionaire para avalair a AFH, e testes funcionais para avaliar as principais componentes da AF: aptidão aeróbia (6min walk test, 6MW), força dos membros superiores (seated medicine ball throw test, SMBT), força dos membros inferiores (30s chair stand test, 30SCS), agilidade/equilíbrio (timed up and go test, TUG), flexibilidade REAFES Gymnasium 2015 59 dos membros superiores (back scratch test, BS) e flexibilidade dos membros inferiores e tronco (chair sit and reach test, CSR). Resultados: Indivíduos com níveis elevados de AFH reportaram níveis superiores de saúde geral (p < 0.05), tendo-se verificado uma correlação positiva entre a AFH e a medida sumário física (MSF; r = 0.202; p < 0.05). As dimensões função física (FF), desempenho físico (DF), vitalidade (VT) desempenho emocional (DE), saúde mental (SM) e a MSF correlacionaram-se positivamente (rs > 0.224; p < 0.05) com o desempenho no SMBT e no 30SCS, e negativamente com os valores no TUG (rs > −0.236; p < 0.05). O desempenho no 6MW correlacionou-se de forma positiva (rs > 0.206; p < 0.05) com as dimensões FF, DF, VT, DE e MSF. Por sua vez o desempenho no BS também se correlacionou positivamente com a dimensão DF (r = 0.320; p < 0.05). Discussão: Quer a AFH, quer as componentes da AF parecem influenciar a maioria das dimensões da QVRS nesta população. No geral, quem apresenta maior AFH e AF reporta melhor QVRS. Referências 1 Mendes R, Sousa N, Reis VM & Themudo Barata JL. (20013). Diabetes em Movimento® Community-based exercise program for patients with type 2 diabetes. Br J Sports Med , 47, e3.43. AF_56 REPRESENTAÇÕES DE ESPORTE E ATIVIDADE FÍSICA EM PALMEIRA DOS ÍNDIOSAL-BRASIL Ramos, M.1,2; Silva, M.2,3; Medeiros, D.2,3; Almeida, V.1; Santiago, L.3 1 Instituto Federal de Alagoas, Brasil 2 Universidade de Coimbra, Portugal 3 Universidade Federal de Alagoas, Brasil Introdução: O objetivo desse estudo foi identificar e interpretar as representações de esporte e atividade física da população de Palmeira dos Índios - AL, verificando semelhanças e diferenças entre os gêneros, a quantidade de sedentários e buscando soluções para os problemas enfrentados. Métodos: A pesquisa é qualitativa, exploratório-descritiva e um estudo de caso. O grupo de estudo foi formado por 97 pessoas, sendo 41 mulheres e 56 homens, com idades de15 a 72 anos. O instrumento para coleta de dados foi um questionário. A análise e a interpretação dos dados foram feitas a partir de categorias elencadas a posteriori, de acordo com as falas dos entrevistados, através da análise de conteúdo. Discussão e Resultados: A população representou a atividade física e o esporte como termos idênticos, mas sem mencionar conceitos específicos. Os homens indicaram diferentes tipos deesportes e as mulheres apontaram seus benefícios. Identificou-se que as mulheres são mais ativas fisicamente que os homens e, que os sujeitos sedentários reclamam da falta de tempo para prática. Houve alguns relatos sobre as faltas de segurança pública, de locais apropriados para a prática e de profissionais qualificados para a orientação das atividades nos locais públicos. A construção e melhoria dos espaços destinados à prática de atividades físicas foram colocadas como medidas importantes, porém identificou-se que a falta de informação sobre os benefícios da prática da atividade física, ainda deixa muitas pessoas sedentárias. Sugestões: Sugere-se a implantação de projetos de prática de atividade física com orientação de profissionais da área, buscando um esclarecimento da população que ainda é sedentária. Sugere-se ainda, para aqueles que já têm no seu quotidiano hábitos que passam pela atividade, a diversificação das atividades para que possam alcançar maior prazer advindo dessa prática. Referências REAFES Gymnasium 2015 60 Almeida, G. (2005). As representações sociais, o imaginário e a construção social da realidade. In, M. Santos, L. Almeida. Diálogos com a teoria das representações sociais. Recife: Univ.UFPE. Giuselini, M. (2006). Aptidão física, saúde, bem-estar: fundamentos teóricos e exercícios práticos. (2a ed.). São Paulo: Phorte. Guerra, I. (2012). Pesquisa qualitativa e análise de conteúdo – sentidos e formas de uso. Portugal: Princípia. Nogueira, Q. (2011). Esporte, desigualdade, juventude e participação. Florianópolis: Rev.Bras.Cien. Esp., 33, 1. Ramos, M. & Santiago, L. (2013). As representações das aulas teóricas de educação física sob o ponto de vista dos alunos do ensino médio. In, L. Santiago (Org). Estudos qualitativos em Educação Física e Esporte – representações e sentidos. Maceió: EDUFAL. AF_57 RESPOSTA AGUDA DA FREQUÊNCIA CARDÍACA NO TREINO DE FORÇA EM CIRCUITO EM ADOLESCENTES COM OBESIDADE: A INFLUÊNCIA DA DENSIDADE DO TREINO NA INTENSIDADE RELATIVA E NA PERCEPÇÃO SUBJECTIVA DE ESFORÇO Ribeiro, P. 1, Martins, S. 1,2, Palmeira, A. 1,2, Fonseca, H. 2 1 Universidade Lusófona, Portugal 2 Universidade de Lisboa, Portugal Introdução: O treino de força em circuito (TFC) é recomendado para adolescentes obesos e com elevados níveis de sedentarismo, pois contribui para promover mudanças na composição corporal, reduzindo a massa gorda (Faigenbaum et al., 2009). O objectivo deste estudo foi comparar a resposta aguda da frequência cardíaca (FC) em duas sessões de TFC e testar a hipótese de que uma densidade e volume de treino superiores desencadeariam uma resposta aguda mais intensa da FC. Métodos: Os participantes foram 12 adolescentes com obesidade (8 raparigas e 4 rapazes; 15,92±1,44 anos; IMC≥P95). A FC foi monitorizada através do Polar Team2 e a percepção subjectiva do esforço (PSE) avaliada pela OMNIRES (Robertson et al., 2005). Utilizou-se 50% de uma repetição máxima e duas séries em circuito com oito exercícios de força. A diferença entre as duas sessões de TFC, consistiu no aumento na duração do exercício e na redução do tempo de pausa. Nas análises emparelhadas usaram-se os testes t e de Wilcoxon e para comparar amostras independentes, os testes t e U de Mann-Whitney. Resultados: As médias da % FCmax avaliadas na 2ª sessão foram superiores às registadas na 1ª sessão (p=,001). Em relação à PSE, na 2ª sessão registaram-se valores mais elevados na média (p=,007). A comparação entre géneros revelou diferenças no volume do treino, tendo os rapazes atingido valores mais elevados em ambas as sessões (p≤,001). Conclusões: Em adolescentes com obesidade, a resposta aguda da FC e da PSE indica que, para um mesmo plano de exercício e com a mesma duração total, é possível atingir uma maior intensidade de esforço através do aumento da duração de cada exercício e redução do tempo de pausa. Referências Faigenbaum, A. D., Kraemer, W. J., Blimkie, C. J. R., Jeffreys, I., Micheli, L. J., Nitka, M., & Rowland, T. W. (2009). Youth Resistance Training: Updated Position Statement Paper from the National Strength and Conditioning Association. Journal of Strength and Conditioning Research, 0(0), 1–20. Robertson, R. J., Goss, F. L., Andreacci, J. L., Dub, J. J., Rutkowski, J. J., Frazee, K. M., Aaron, D. J., et al. (2005). Validation of the Children’s OMNI-Resistance Exercise Scale of Perceived Exertion. Medicine & Science in Sports & Exercise, 37(5), 819– 826. REAFES Gymnasium 2015 61 AF_58 VALIDAÇÃO CRUZADA DE MODELO PREDITOR DE IDADE ÓSSEA A PARTIR DE VARIAVEIS ANTROPOMETRICAS Pinto, V.C.M., Souza, F.E.S., Simões, T.B.S., Cabral, S.A.T., Cabral, B.G.A.T. Universidade Federal do Rio Grande do norte, Brasil Introdução: As pesquisas em ciências do esporte vêm buscando, nas estratégias de avaliação física e orientação ao treinamento, instrumentos que auxiliem na prescrição do exercício e consequente melhora no desempenho dos atletas. Os atletas que se destacam no início do processo de especialização esportiva são aqueles com estado de maturidade avançados sendo poucos aqueles em estado tardio, que conseguem ser bem-sucedidos nesse período, embora, esses atletas se destacam mais tardiamente no processo de seleção e orientação. O objetivo desse estudo é realizar a validação cruzada através de variáveis antropométricas. Métodos: A população foi constituída por 25 sujeitos, entre 8 a 14 anos, ambos os sexos. Os sujeitos foram submetidos avaliação antropométrica (estatura, peso corporal, perímetro corrigido de braço, dobra cutânea triciptal, diâmetro de úmero e fêmur) seguindo as diretrizes da International Society for the Advancement of Kinanthropometry. A partir das variáveis antropométricas, foi aplicada a equação preditora de idade óssea proposto por Cabral et al. (2013) e administrado uma dosagem de Raio-x de mão e punho e utilizado o atlas propostos por Grave e Brown (1976) para interpretação das radiografias. Resultados: Coeficiente de correlação intraclasse em ambos os gêneros sexuais (CCI) 0,951 e o intervalo de confiança de 95% (IC) 0,890 – 0,979. O gráfico Bland e Altman apresentou alta correlação entre os protocolos de idade óssea, o mesmo, foi encontrado no gráfico de BoxPlot para comparação visual. No gráfico de regressão linear o coeficiente de reprodutibilidade (R) foi r=0,839. Discussão: Os valores encontrados demonstram fortes correlações entre os métodos de mensuração da idade óssea, uma correlação ainda mais forte que a verificada no estudo de Cabral et al. (2013). A correlação estabelecida por Bland e Altman entre os protocolos de idade óssea possibilita assim, a equação matemática a ser uma ferramenta prática e eficiente a ser utilizada no meio esportivo. A relação positiva entre os protocolos que devese ao fato da equação ser composta de variáveis antropométricas que colaboram para avaliação da maturação possibilitando estimar a idade óssea. Dessa forma, facilita o processo de seleção e orientação esportiva, assim como o desenvolvimento e planejamento de métodos de treinamento esportivo, levando em consideração fatores de interveniência como a maturação, que poderá ser um fator de influencia nas diferentes variáveis analisadas no esporte. Referências Cabral, B. G. A. T., Cabral, S. A. T., Vital, R., Lima, K. C., Alcantara, T., Reis, V. M., & Dantas, P. M. S. (2013). Prediction equation of bone age in sports initiation through anthropometric variables. Revista Brasileira Medicina do Esporte, 19, 2, 99-103. AF_59 CIRCUNFERENCIA DE CINTURA ABDOMINAL EN RELACIÓN A LA ADIPOSIDAD EN ESCOLARES. Flores, L.A., De León, L. G., Carrasco Legleu, C.E., OrtizRodríguez, B., Urita, O. Universidad Autónoma de Chihuahua, México Introducción: La circunferencia de cintura abdominal (C) es comunmente utilizada como un indicador de adiposidad, que identifica de manera indirecta la obesidad central y la generalizada. Se reportan diferentes sitios de medición y a la fecha, no se ha unificado una zona para su medición que pueda tener la mejor capacidad para identificar la grasa REAFES Gymnasium 2015 62 corporal, por lo que el objetivo de este trabajo fue analizar la asociación de cuatro sitios de medición de la circunferencia de cintura abdominal con indicadores de adiposidad corporal, en un grupo de escolares de 6 a 11 años de edad. Métodos: Se reclutaron 48 niños y 59 niñas sanas, con edades promedio de 9.2±1.7 años y 9.5±1.5 años, respectivamente. Se determinaron peso corporal, estatura y C en cuatro sitios: 1) Mínima (CM); 2) Umbilical (CU); 3) Punto medio entre el borde superior de la cresta iliaca y la última costilla (CPM) y 4) Inmediatamente por arriba del borde superior de la cresta iliaca (CCI); todos los valores fueron ajustados a la estatura phantom a través de la fórmula C*(170.18/estatura). Como indicadores de adiposidad se determinaron la suma proporcional de 6 pliegues (SP6P), el porcentaje de grasa corporal con la ecuación de Slaughter (%GC); y el componente endomorfo del somatotipo antropométrico (Endo) a partir de la medición de seis pliegues cutáneos (tricipital, subescapular, supraespinal, abdominal, muslo anterior y pierna medial). Se utilizó regresión lineal para determinar la relación entre los indicadores de adiposidad y cada una de las circunferencias. Resultados: Todos los sitios de medición de la C mostraron asociación significativa con cada uno de los tres indicadores de adiposidad con valores de R2 corregida por arriba de 0.80 (p=0.000). Las circunferencias de cada uno de los sitios medidos no fueron diferentes entre hombres y mujeres, aunque en las niñas, la CCI fue mayor que la CM (p=0.018). Discusión: Los cuatro sitios de medición de la C evidenciaron una alta correlación con cada uno de los indicadores de adiposidad, por igual en hombres y mujeres. Este hecho parece señalar que la C puede identificar adiposidad independientemente del sitio de medición; sin embargo, el hecho de que en las niñas los valores de la CCI resultaron mayores que la CM, advierte la presencia de diferentes formas corporales que pueden ser atribuidas a la presencia de dimorfismo sexual desde etapas tempranas. Referencias Wang, J., Thornton, J., Bari, S., Williamson B., Gallagher, D., Heymsfield, S., et al (2003). Comparisons of waist circumferences measured at 4 sites. American Journal of Clinical Nutrition, 77,379–84. AF_60 EFECTOS DE UN PROGRAMA DE EJERCICIO FÍSICO SOBRE LA COMPOSICION E IMAGEN CORPORAL EN UNA POBLACIÓN INFANTIL (DE 8-11AÑOS) CON SOBREPESO U OBESIDAD Romero,E. 1, De Paz, J. 2, Camberos, N. 1, Tánori, M.1, Patrocinio, C. 2 1 Universidad de Sonora, México 2 Universidad de Léon, España El aumento en las tasas de obesidad infantil en el mundo y así como en México, es un problema de salud de origen multifactorial que ha sido abordado desde diferentes enfoques: genético, metabólico, social y psicológico. El impacto psicológico de la obesidad a edades tempranas durante la etapa de formación de la personalidad, puede originar trastornos de autopercepción de la imagen corporal, también puede propiciar elevación en los niveles de ansiedad y depresión o trastornos en la socialización y el desempeño académico. Todo ello facilita la aparición de conductas obsesivo compulsivas como en los frecuentes trastornos alimentarios. El objetivo de este trabajo fue determinar los cambios producidos por un programa de ejercicio físico en las variaciones de indicadores antropométricos, el grado de satisfacción con la imagen corporal y el nivel de ansiedad y depresión, y la condición física de los participantes. Se reclutó a 119 niños en edad escolar con índice de masa corporal (IMC) de 26.59 ±4.2 (kg/m2) un peso de 55.9 ± 12.05 kg y una estatura de 144.28 ± 8.1 cm. Antes y después de participar en un programa de 20 sesiones en 20 semanas de ejercicio, se evaluó la capacidad física (batería FITNESSGRAM) ; la antropometría (pliegues y circunferencias); la grasa total y abdominal (Absorciometría de Rayos X de doble energía, DXA); y se evaluaron aspectos psicológicos de la ansiedad (Escala de ansiedad manifiesta REAFES Gymnasium 2015 63 en niños Revisada, CMASR), la depresión (Escala de depresión en niños, CDS) y el grado de satisfacción con la imagen corporal (Escala de Satisfacción con la Imagen Corporal, SIC). Los resultados con cambios significativos (P≤0.05), entre el pre-test y el post-test se identifican en la fuerza de abdomen y la flexibilidad; el peso y la talla, atribuibles éstos últimos a la etapa de crecimiento, más que a la intervención. La grasa total y abdominal, evaluadas solo en el grupo experimental, muestran cambios con significancia estadística., Se observan cambios significativos En 15 de los 18 componentes del cuerpo que forman la imagen corporal, en los niños del grupo experimental, especialmente en el área del abdomen, pecho, muslos, glúteos, cintura y cadera. No se hubo cambios relativos a la ansiedad o la depresión. Concluimos que el ejercicio físico, auque no produce cambios significativos en indicadores como el IMC, e incluso sin producir mejoras sustanciales en la capacidad física modifica positivamente la percepción de su imagen corporal. Referencias Cebolla, A., Baños, R., Botella, C., Lurbe, E. y Torró, I. (2011). Perfil Psicopatológico de Niños con Sobrepeso u Obesidad en Tratamiento de Pérdida de Peso. Revista de Psicopatología y Psicología Clínica, 16, 2, 125-134. Chen, L., Fox, K., y Haase, A. (2010). Body Image and physical activity among overweight and obese girls in Taiwan. Women´s Studies Intenational Forum, 33, 3, 234-243. AF_62 CAMBIOS EN EL RENDIMIENTO FÍSICO DE LOS ALUMNOS DE NUEVO INGRESO DE LA GENERACIÓN 2014A DE LICENCIATURA EN CULTURA FÍFICA Y DEPORTES DE LA UNIVERSIDAD DE GUADALAJARA (CUCOSTA) CAMPUS Gómez Chávez. L., Almanzar, P. Universidad de Guadalajara, México Introducción: Algunas Universidades en México y en el extranjero que ofrecen programas educativos de nivel superior relacionados con las distintas áreas de la cultura física realizan pruebas de aptitud física como parte de sus requisitos de ingreso, tal es el caso de la universidad de León campus Ponferrada en Ponferrada – León, España y la Escuela Nacional de Entrenadores Deportivos (ENED) en México. Se aplicará a los alumnos que ingresarán a la Licenciatura en Cultura Física y Deportes de la Universidad de Guadalajara, Centro Universitario de la Costa (CUCosta), Campus Puerto Vallarta, en el ciclo escolar 2014A en el marco del curso de inducción; una batería de 5 pruebas físicas; estas pruebas no condicionan en ninguna medida su ingreso a la Carrera, su tránsito por el plan de estudios o el área de formación especializante de su elección; posteriormente al término de su segundo ciclo escolar (1 año) se les aplicará la 2da muestra. Método: A una muestra de 34 alumnos de nuevo ingreso de la Licenciatura en Cultura Física y Deportes de la Universidad de Guadalajara, Centro Universitario de la Costa, Campus Puerto Vallarta; 76.4% del género masculino y 23.6% del femenino se les aplicó la primer muestra durante su curso de inducción a la carrera, una batería de 5 pruebas físicas; esta batería se seleccionó a partir de baterías de pruebas similares aplicadas en otras universidades tal es el caso de la universidad de León campus Ponferrada en Ponferrada – León, España (2013). La 2da muestra se les tomó al término de ciclo escolar (1 año después). La interpretación de los datos será cuantitativa y correlacional. Resultados: Se arrojaron los siguientes resultados de la comparación de los resultados de la prueba 1 contrastados con la prueba 2: en velocidad a cíclica el 48% de los alumnos presentaron una mejoría, en fuerza explosiva en tren superior 46% de los alumnos presentó mejoría, en fuerza explosiva en tren inferior 51% de los alumnos presentaron mejoría en su registro, en el Test Léger 68% presentaron mejora y por último 46% de los alumnos presentaron mejoría en su prueba de movilidad articular. Estos resultados pueden ofrecer información sobre el impacto en el rendimiento físico de los alumnos de Cultura Física después de un año de cursar la Licenciatura. REAFES Gymnasium 2015 64 Discusión: Los resultados sobre el impacto en el rendimiento físico de los alumnos de nuevo ingreso a la licenciatura en cultura física, se puede vincular en primera instancia con las horas práctica de actividad física curricular y extra curricular de los alumnos durante el primer año de su formación universitaria, también se podrá asociar con la práctica cotidiana de hábitos saludables y la disminución de las prácticas de riesgo, derivada, de los conocimientos adquiridos en los primeros dos ciclos escolares. Referencias Fisher, G. (2007). Test y Pruebas Físicas. Barcelona: Ed. Paidotribo. Mártinez, E. (2003). Las Pruebas de Aptitud Física en la Evaluación de la Educación Física, Fundación DIALNET / Universidad de la Rioja, España. Sánchez, E. (2005). Cómo Superar las Pruebas Físicas de las Oposiciones. Alcalá: Ed. MAD. AF_64 PERFIL DO ESTILO DE VIDA INDIVIDUAL: UM ESTUDO DESCRITIVO COM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO Krug, M.1, Pedrotti, P.1, Fernandes, R.1, Soares, F.2 1 Universidade de Cruz Alta, Brasil 2 Universidade Federal de Santa Maria, Brasil Introdução: Conhecer o estilo de vida de escolares pode ser um instrumento valioso para a elaboração de estratégias que possam proporcionar aos escolares conhecimentos para adotar uma atitude favorável em relação aos seus hábitos de vida. Dessa forma, esse estudo teve como objetivo analisar o perfil do estilo de vida de alunos do ensino médio e a relação deste com os aspectos socioeconômicos. Métodos: Participaram desse estudo descritivo, 31 alunos do 2º ano do ensino médio de uma escola estadual. Foi utilizado um formulário contendo as informações socioeconômicas e o Pentáculo do Bem Estar proposto por Nahas, Barros e Francalacci (2000) para identificação do estilo de vida nos componentes: nutricional, atividade física, comportamento preventivo, relacionamento social e controle de estresse. Os dados foram analisados através da estatística descritiva e as variáveis foram correlacionadas por meio do Quiquadrado (P=0,05). Resultados: Os resultados evidenciaram que nem a baixa renda e nem a baixa escolaridade estavam afetando o perfil dos estudantes, considerando que a maioria apresentou índice positivo em três dos cinco componentes estudados, atividades física, relacionamento social e controle do estresse. No entanto pareceu estar afetando os componentes nutricionais e preventivos, já que a maioria apresentou índice regular. Observou-se uma associação significativa entre o componente atividade física (p=0,038) e sexo (p=0,012), sendo os homens mais ativos e mais preocupados com a prevenção em relação às mulheres. Discussão: Corroborando com o presente estudo, Angonese et al. (2013) encontraram resultados semelhantes no componente nutricional, mostrando que comumente adolescentes não se preocupam com a ingesta de alimentos. Com relação ao componente preventivo, Nahas, Barros e Francalacci (2000) salientam que cinto de segurança, uso de protetor solar, uso de preservativo nas relações sexuais, não fumar, não ingerir bebidas alcoólicas e não usar drogas entram como comportamento preventivo devendo ser parte da vida cotidiana de qualquer ser humano, salienta, ainda, que os adolescentes não se preocupam com esses componentes o que confirma nossos resultados. Referências: Angonese, C. M., Aires, A., Gonçalves, T., Sampedro, L.. (2013). Anais do II Congresso Estadual de Educação Física na Escola: Educação Física Escolar: desafios a prática pedagógica –UNIVATES, 1° Edição – pág. 86 Lajeado. Nahas, M. V.; Barros, M. , Francalacci, V. (2000). O Pentáculo do bem estar: base conceitual para avaliação do estilo de vida de indivíduos ou grupos. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, 2, 5, 48-59. REAFES Gymnasium 2015 65 AF_65 EFEITOS DO EXERCÍCIO SOBRE OS NÍVEIS DE IgA E LISOZIMA DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS Souza, N.1 2, Furtado, G. 1 2, Uba, M., Martins, R. 1 2, Teixeira, A. 1 1 Universidade de Coimbra, Portugal 2 CAPS, Brasil Introdução: Os estudos envolvendo os níveis de IgA e da Lisozima salivares são muito importantes na monitorização da imunidade das mucosas, particularmente envolvidas na protecção contra infecções bacterianas, a que alguns indivíduos (especialmente idosos) são mais vulneráveis (Gill et al. 2013) ). O objetivo deste trabalho é verificar o efeito do exercício aeróbio nos níveis de IgA e Lisozima salivares, e sua relação com a aptidão física funcional de idosos institucionalizados. Métodos: 29 mulheres (n= 29, 81,5±7,5 anos) foram divididas em dois grupos: exercício aeróbio (ExAer, n=18) e grupo controlo (GC, n=11). Todos os idosos foram avaliados antes (T0) e após (T1) o programa. O grupo ExAer fez caminhadas, 2-3 vezes por semana, por um período de 28 semanas, com intensidade de 60-65% da FCM. O GC não participou do programa. Amostras de saliva foram recolhidas em T0 e T1, para análise das concentrações de IgA e Lisozima. Para avaliar a aptidão física funcional foi adaptada a bateria de testes desenvolvida por Rikli & Jones (2001). Diferenças entre os momentos foram analizadas através de teste T-Student para amostras emparelhadas e as variações dos marcadores expressas em percentagem do delta. A existência de correlações entre as variáveis foi determinada utilizando o teste de Pearson. Resultados: Não foram encontradas diferenças nos níveis de Lisozima entre T0 e T1 e houve um decréscimo da concentração de IgA em ambos os grupos (p <0,05). A Aptidão Física Funcional apresentou os seguintes resultados para os diferentes testes: para Sentar e Levantar houve um aumento do número de repetições no ExAer (Δ=+17%), todavia, um decréscimo foi observado no GC (Δ=-4%); na caminhada de 2,44m uma diminuição do tempo foi observada no ExAer (p: 0,05), ao mesmo tempo que ocorreu um aumento no GC (Δ=+21%). Os valores do 2MStep Test aumentaram em T1 apenas no ExAer (Δ=+11%), tendo diminuido para o GC (Δ=-17%). O teste de sentar e levantar apresentou correlações significativas com o 2MStep Test (p <0,001, r=0,510), e uma associação negativa com o tempo de caminhada de 2,44m (p<0,001, r=-0,720). Discussão: De acordo com outros estudos (Martins et al. 2008), verificou-se uma melhoria nas variáveis de aptidão física funcional na nossa pesquisa. No entanto, o nosso protocolo de exercício não foi capaz de promover um aumento dos índices de IgA e Lisozima salivares, na população estudada. Referências Gill, SK. et al. (2013) Physiologie appliquée, nutrition et métabolisme, 38(9):977-87 Martins R. Rosado F. Cunha MR. et al (2008). Exercício físico, IgA salivar e estados emocionais em pessoas idosas. Motricidade,4(1):5-11 Rikli RE, Jones CJ. (2001).Senior fitness test manual. Champaign (Illinois): Human Kinetics Books; 176p. AF_66 DIFERENÇAS NA APTIDÃO FÍSICA ENTRE GÉNEROS EM INDIVÍDUOS COM DIABETES TIPO 2 Silva, M., Almeida, A., Sousa, N., Marques, M., Mendes, R. Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal REAFES Gymnasium 2015 66 Introdução: A aptidão física é um forte preditor da mortalidade por todas as causas na população com diabetes tipo 2, para além de estar associada com a qualidade de vida e com o risco de queda, especialmente nos indivíduos envelhecidos (1). Este trabalho teve por objetivo identificar e analisar diferenças na aptidão física entre géneros em pessoas com diabetes tipo 2. Metodologia: Este estudo apresenta um desenho transversal e analítico. Noventa indivíduos com diabetes tipo 2 (44 mulheres e 46 homens; 66.27 ± 6.42 anos de idade), candidatos ao programa Diabetes em Movimento® em Vila Real (2), foram avaliados nas principais componentes da aptidão física: aptidão aeróbia (6min walk test, 6MW), força dos membros superiores (seated medicine ball throw test, SMBT), força dos membros inferiores (30s chair stand test, 30SCS), agilidade/equilíbrio (timed up and go test, TUG), flexibilidade dos membros superiores (back scratch test, BS) e flexibilidade dos membros inferiores e tronco (chair sit and reach test, CSR). Resultados: Os testes t para amostras independentes identificaram diferenças significativas entre homens e mulheres na performance do SMBT (257.28 ± 57.02 cm vs. 154.32 ± 41.62 cm; p < 0.001), do TUG (6.88 ± 1.1 s vs. 8.20 ± 2.29 s; p = 0.001) e do CSR (10.49 ± 8.95 cm vs. 3.08 ± 10.60 cm; p = 0.001). Não foram identificadas diferenças significativas na performance dos outros testes de aptidão. Discussão: Os resultados deste estudo demonstraram que as mulheres possuem menor força nos membros superiores, menor agilidade/equilíbrio, e maior flexibilidade nos membros inferiores e tronco, em relação aos homens. Estas diferenças podem ter implicações na realização das tarefas da vida diária e no risco de queda. Os programas de intervenção na área da atividade física devem ter em consideração estas diferenças e adequar as estratégias de exercício. Referências 1 Kokkinos P, Myers J, Nylen E, Panagiotakos DB, Manolis A, Pittaras A, et al. Exercise capacity and allcause mortality in African American and Caucasian men with type 2 diabetes. Diabetes Care 2009;32(4):6238. 2 Mendes R, Sousa N, Reis VM, Themudo Barata JL. Diabetes em Movimento® Communitybased exercise program for patients with type 2 diabetes. Br J Sports Med 2013;47(10):e3.43. AF_67 EXERCÍCIOS PROPRIOCEPTIVOS EM MULHERES PÓS-MENOPÁUSICAS COM ARTRITE REUMATOIDE Aleixo, P.1, Coelho, P.2, Patto, V.2, Abrantes, J.1 1 Universidade Lusófona, Portugal 2 IPR, Portugal Introdução: Doentes com artrite reumatóide (AR) apresentam redução da força muscular relativamente a pessoas saudáveis(1), sendo esta redução acompanhada por um risco acrescido de quedas(2). Esse risco é igualmente maior em mulheres pós-menopáusicas(3). A marcha é uma das atividades diárias com maior incidência de quedas(4) e nesta atividade estes doentes apresentam: menor velocidade e passada mais curta(5); menor pico máximo do momento de força do tornozelo (PMMF)(6). O pico máximo de potência do tornozelo (PMP) é um parâmetro essencial na fase propulsiva da marcha e na mobilidade funcional(7). Exercícios de equilíbrio e coordenação (propriocetivos) reduzem o risco de quedas e aumentam o controlo propriocetivo em idosos(8). É objetivo analisar os efeitos de um programa individualizado de exercícios propriocetivos em mulheres pós menopáusicas com AR, relativamente ao peso da massa muscular de cada membro inferior (MMI), e aos PMMF e PMP da fase de apoio na marcha. Métodos: Programa individualizado de 12 semanas com exercícios propriocetivos para os membros inferiores (3 sessões/semana; 30 minutos/sessão). MMI calculada por REAFES Gymnasium 2015 67 bioimpedância octopolar. PMMF e PMP determiados por um modelo biomecânico 3D que utilizou tecnologia e software do sistema Vicon® Motion Capture (9 câmeras, 200Hz) sincronizado com uma plataforma de forças (AMTI BP400600-200, 1000Hz). As mulheres realizaram 7 ensaios válidos do pé esquerdo na plataforma e 7 do direito. Análise estatística através do teste t. Resultados: As 14 mulheres pós-menopáusicas com AR melhoraram os valores do PMP (2.33 vs 2.60 W; p<0.05). Na MMI e no PMMF não se verficaram diferenças entre a pré e a pós intervenção (6.07 vs 6.12 kg; 1.12 vs 1.16 N.m/kg). Conclusões: Os resultados parecem indicar que o programa individualizado de exercícios propriocetivos proporcionou às participantes a alteração positiva de um dos parâmetros que está na génese do risco acrescido de quedas, isto é, melhorar a capacidade de gerar mais potência articular. O facto de não alterar a quantidade de massa muscular ou a capacidade de produzir maiores momentos de força poderá indicar que este tipo de exercícios melhoraram essencialmente a propriocetividade e algumas especificidades do controlo motor. Referências Meireles S, Oliveira L, Andrade M et al. J Bone Spine. 2002;69(6):566–73 Hayashibara M, Hagino H, Katagiri H et al. Osteoporos Int. 2010;21(11):1825–33 Cangussu L, Nahas-Neto J, Nahas E et al. BMC Musculoskelet Disord. 2012;13:2 Rubenstein L. Age Ageing . 2006;35 Sup2:ii37–41 Khazzam M, Long J, Marks R et al. J Orthop Res. 2007;25(3):319–29 Weiss R, Wretenberg P, Stark A et al. Gait Posture. 2008;28(2):229–34 Suzuki T, Bean J, Fielding R. J Am Geriatr Soc. 2001;49:1161–7 Gillespie L, Robertson M, Gillespie W et al. Cochrane Database Syst Rev. 2012 AF_68 APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA PIBID/UNICRUZ/EDUCAÇÃO FÍSICA A SAÚDE DE ESCOLARES DO Panda, M., Fuhmann, M., Krug, R., Rossato, V., Krug, M. Universidade de Cruz Alta, Brasil Introdução Respiratóriamotoras, sua aptidão física é utilizada para expansão do seu desenvolvimento onde o movimento é seu meio de comunicação e aprendizagem. Além disso, índices satisfatórios dos aspectos da aptidão física relacionados a saúde protegem quanto ao surgimento e desenvolvimento de distúrbios orgânicos. Esse estudo se apresenta de extrema importância para definir em que estágio se encontra a aptidão física dos alunos em termos de saúde, indicadores que servirão para refletir a prática docente da Educação Física na escola. Metodologia: Pesquisa descritiva de caráter diagnóstico, sendo sujeitos os alunos dos anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano) das escolas estaduais integrantes do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID da UNICRUZ – Universidade de Cruz Alta/RS/Brasil na subárea de Educação Física, totalizando 643 crianças na faixa etária de sete a onze anos. O instrumento utilizado é o PROESPBR, Projeto Esporte Brasil (GAYA, 2012). Para tratamento dos dados foi utilizada a estatística descritiva no SPSS 2.0. O estudo é parte do projeto aprovado no CEPComitê de ética em pesquisa sob o número 818.441 em 18/09/2014. Resultados: Os resultados mostram que 52,41% são do sexo masculino e 47,59% são do sexo feminino. Quanto ao índice de massa corporal IMC 38,58% dos meninos e 42,81% das meninas estão na zona de risco. A aptidão cardiorrespiratória mostrou 44,21% dos meninos e 61,76% das meninas em zona de risco. A resistência muscular localizada RML determinou 59,05% dos meninos e 60,13% das meninas em zona de risco. A flexibilidade revelou 35,61% dos meninos e 68,63% das meninas em zona de risco. REAFES Gymnasium 2015 68 Conclusão: As variáveis relacionadas a aptidão física para a saúde mostrou um significativo percentual de alunos em zona de risco, determinando preocupação com relação ao futuro dessas crianças. Esses resultados podem estar relacionados a prática de atividade física ineficiente e uma alimentação inadequada. A escola tem um papel importante na orientação dos alunos e dos familiares na busca de uma vida saudável, e foi informada dos resultados do estudo sendo sugerido a busca de estratégias, juntamente com os bolsistas do programa PIBID/UNICRUZ/Educação Física no sentido de melhorar essa realidade. Referências GAYA, A.; et al. Projeto Esporte Brasil – PROESP – BR: Manual de testes e avaliação. Versão 2012. Disponível em www.proesp.ufrgs.br AF_69 ASSOCIAÇÃO ENTRE APTIDÃO CARDIORESPIRATÓRIA, PRÉOBESIDADE NO 4º ANO DO 1º CICLO DO ENSINO BÁSICO NO AGRUPAMENTO DE ESCOLA PROFESSOR ARMANDO LUCENA Ruivo, E. Universidade Lusófona, Portugal Enquadramento: O declínio da atividade física (AF) em crianças em Portugal é hoje uma evidência, com consequências no aumento da pré -obesidade e obesidade infantil. Objetivo: Analisar a associação entre a aptidão cardiorrespiratória (ACR), e a prevalência da préobesidade e obesidade em crianças do 4.º ano. Método: Estudo transversal, incidindo sobre 143 crianças, (73 raparigas) dos 9 -12 anos de idade do Concelho de Mafra. Registou -se o índice de massa corporal (IMC) e a % de massa gorda (MG) por bioimpedância. Foram utilizados os pontos de corte da International Obesity Task Force, para definir a pré -obesidade e obesidade. A avaliação da ACR foi efetuada através do teste Vaivém 20 metros do Fitnessgram. Os alunos foram ainda avaliados por questionário sobre a AF extra-curricular (QAD); os pais sobre os níveis de AF com recurso a questionário (IPAQ), e o estatuto sócio -económico (ESE). Resultados: Não houve diferenças entre géneros na prevalência de pré -obesidade e obesidade: rapazes (20.55% e 8.21%) e raparigas (34.28% e 5.71%) (p=0.176). As crianças com maior ACR tinham menor IMC (p<0.01) e MG (p<0.01). A ACR (VO2max) foi superior nos rapazes (46.88 vs 39.15 raparigas) (p<0.001). A idade não esteve associada à ACR. Os pré-obesos eram maioritariamente insuficientemente ativos, e os normoponderais eram insuficientemente ativos ou suficientemente ativos (p=0.033). Não houve associação entre o ESE e AF dos pais e o IMC, ACR ou QAD dos alunos. Conclusões: As crianças que tiveram maior ACR registaram menor IMC e MG, independente da idade e do sexo. Verificou -se que o estatuto sócio-económico e a AF dos pais não estão associados aos resultados da ACR, IMC ou MG das crianças. Será essencial sensibilizar a comunidade educativa para a continuidade de estudos similares. AF_70 EFEITOS DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIO DE FORÇA EM PARÂMETROS HEMATOLÓGICOS DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS Direito, F. 1, Uba-Chupel, M. 1,2, Furtado, G. 1,2, Rieping, T. 1, Souza, N. 1, Rosado, M.F. 1, Ferreira, J.P.L. 1, Teixeira, A.M. 1 1 Universidade de Coimbra, Portugal 2 CAPES, Ministério da Educação, Brasil Introdução: A modulação hematológica torna-se instável com o envelhecimento. O hemograma, nestes casos, é essencial para a investigação das doenças hematológicas. REAFES Gymnasium 2015 69 Devido à sua diversidade, é um dos exames mais requisitados para as práticas clínicas e cirúrgicas. As alterações periféricas com a idade incluem uma leve e isolada elevação na taxa de sedimentação de eritrócitos, uma leve linfocitopenia sem manifestações clínicas, e um decréscimo na concentração média de hemoglobina e no hematócrito (Sganolin et al. 2013). Porém, não existem muitas evidências sobre o efeito do exercício na variação quantitativa e morfológica dos elementos do sangue, especialmente em indivíduos idosos. O objetivo deste trabalho é verificar as alterações hematológicas em idosos praticantes de um programa de exercício de força. Métodos: Trinta e cinco idosos (n=35, idade = 83,9±5,2 anos) participaram no estudo, e foram divididos em 2 grupos: Treino de Força (TF, n=17) e Grupo Controlo (GC, n=18). Todos os sujeitos foram avaliados antes (M0) e após (M1) o programa de exercício. TF foi realizado 2-3 vezes por semana, durante 28 semanas, com intensidade de 60-65% da FCM. Amostras de sangue foram recolhidas para realização de um hemograma em M0 e M1. Teste T-Student foi usado para verificar diferenças entre as variáveis. Alguns resultados são apresentados em variação delta percentual. Resultados: No TF ocorreu uma diminuição da contagem de leucócitos (Δ=-7%; p <0,05) comparativamente ao GC (Δ=+10). Apesar de não ser estatisticamente significativo, ocorreram alterações na percentagem de monócitos no TF e no GC (Δ=+13% e Δ=-12%, respectivamente). O volume corpuscular médio em TF aumentou significativamente (p=0,001) e foi observado um leve aumento na média concentração de hemoglobina em TF (Δ=+4%) o que não ocorreu no GC. Os parâmetros plaquetários não sofreram alterações significativas em ambos grupos. Conclusão: Apesar de desconhecidos os mecanismos pelos quais ocorreu uma diminuição no número de leucócitos no grupo de TF e aumentou no GC, é possível que eventos inflamatórios e infecciosos tenham levado à elevação destas células no GC. Um aumento no VCM no grupo TF mostra que, mesmo em idosos, a prática de TF foi capaz de melhorar a morfologia de algumas células do sangue positivamente. Referências Desai, A. et al. (2010). Leukocyte function in the aging immune system. J Leukoc Biol, 87(6):1001-9 Simpson, RJ. et al. (2012). Exercise and the aging immune system. Ageing Res Rev, 11(3): 404-20 Sgnaolin, V. et al. (2013). Hematological parameters and prevalence of anemia among freeliving elderly in south Brazil. Rev Bras Hematol Hemoter, 32(2):115-118 AF_71 NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE CRUZ ALTA, BRASIL Krug, M.R., Panda, M., Rossato, V.M., Krug, R. Universidade de Cruz Alta, Brasil Introdução: último censo brasileiro indicou uma população de quase 21 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade. Número este que deixa o Brasil entre os países com maior número de idosos no mundo. Este rápido crescimento acarretará um grande impacto na economia do país e agravamento dos problemas de saúde (IBGE, 2010). Assim, busca-se com esse estudo analisar a relação entre a qualidade de vida (QV) e o nível de atividade física (AF) em indivíduos idosos assistidos pelas Estratégias de Saúde da Família da cidade de Cruz Alta-RS, visando sugerir ações preventivas para a saúde dos mesmos. Métodos: Participaram desse estudo 900 idosos (+60 anos), que foram avaliados a partir do WHOQOL-OLD e do Questionário Internacional de Atividades Físicas. Os dados foram analisados pelos testes: U Mann Whitney e Correlação de Spearman (p<0.05). Resultados: Observou-se que a maioria (60%) dos idosos eram sedentários. A avaliação da QV evidenciou maiores escores nas facetas: intimidade (74,51%), atividades passadas, REAFES Gymnasium 2015 70 presentes e futuras (74,72%), autonomia (76,50%) participação social (72,45%) e menores escores para as facetas: funcionamento do sensório (43,61%), morte e morrer (36,98%). Os idosos ativos apresentaram maior escore, na faceta Autonomia (76,50%) e para os sedentários na faceta Intimidade (69,46%). Já o menor escore, para os ativos e sedentários, relacionou-se à faceta Morte e Morrer (36,98% e 41,98%, respectivamente). Verificou-se que os ativos apresentaram maiores escores nas facetas autonomia (p=0,000), atividades passadas, presentes e futuras (p=0,000), participação social (p=0,000) e intimidade (p=0,001) quando comparados aos sedentários. Discussão: Embora um grande corpo de conhecimento evidenciem o papel da atividade física como um dos elementos decisivos na qualidade de vida, estes níveis, em diferentes países, continuam baixos e na região Sul do Brasil não é diferente. Martins et al. (2007) também observaram um alto nível de QV, relatado pelos idosos. Isto pode ser explicado pelo fato de algumas pessoas idosas terem um bom processo adaptativo para conviver com as dificuldades decorrentes do envelhecimento humano e essa adaptação pode influenciar na percepção da QV. Conclusão: Conclui-se que a maioria dos idosos de Cruz Alta são sedentários e que o nível de atividade física está influenciando significativamente quatro das seis facetas estudadas. Referências IBGE. Síntese de indicadores sociais – Uma análise das condições de vida da população brasileira. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1> acesso em: 26 de junho de 2011. Martins et al. (2007). Avaliação da qualidade de vida subjetiva dos idosos: uma comparação entre os residentes em cidades rurais e urbanas. Estud. interdiscip. envelhec., Porto Alegre, v. 11, p. 135-154. AF_72 RISCO DE QUEDAS EM INDIVÍDUOS COM DIABETES TIPO 2: RELAÇÃO COM O PERFIL ANTROPOMÉTRICO Alves; J., Almeida, A., Almeida, J.P., Sousa, N., Mendes, R. Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro A diabetes tipo 2 está associada a um aumento do risco de quedas e a um aumento da severidade das lesões consequentes. A obesidade parece ser um dos fatores que contribui para o aumento da incidência de quedas e maior incapacidade para as atividades da vida diária após este evento adverso (1). O objectivo deste estudo foi analisar a associação entre o perfil antropométrico e o risco de queda em indivíduos Metodologia: Foram analisados 90 indivíduos (46 homens e 44 mulheres; 66.27 ± 6.42 anos de idade; 10.69 ± 7.59 anos de duração da doença) candidatos ao programa Diabetes em Movimento® em Vila Real (2). Foi medido o peso e a altura, para cálculo do índice de massa corporal (IMC), o perímetro da cintura (PC) e determinada a massa gorda (%MG) por bioimpedância. O risco de queda foi calculado através do desempenho no Timed Up and Go Test (TUG). Foram calculadas as correlações entre o TUG e o IMC, PC e %MG. Resultados: Após a análise dos dados (IMC 30.21 ± 3.80 kg/m2; PC 98.05 ± 10.52 cm; %MG 37.59 ± 8.27 %; TUG 7.52 ± 1.93 s) foi encontrada uma correlação positiva e significativa entre o TUG e a %MG (r = 0.293, p = 0.005), não tendo sido encontradas correlações significativas entre o TUG e o IMC (r = 0.026, p = 0.809) e o TUG e o PC (r = 0.099, p = 0.352). Os resultados demonstraram uma associação entre a %MG e um menor desempenho no TUG, sugerindo que, a população com diabetes tipo 2 com maior %MG apresenta um maior risco de queda. Por outro lado, não foi observada qualquer associação entre o TUG e o IMC e o PC. Referências 1 Himes CL, Reynolds SL. Effect of obesity on falls, injury, and disability. J Am Geriatr Soc 2012;60(1):12-49. REAFES Gymnasium 2015 71 2 Mendes R, Sousa N, Reis VM, Themudo Barata JL. Diabetes em Movimento® Communitybased exercise program for patients with type 2 diabetes. Br J Sports Med 2013;47(10):e3.43. AF_73 RELAÇÃO ENTRE IMAGEM CORPORAL E ESTADO NUTRICIONAL EM ESCOLARES DE MARINGÁ, PARANÁ – BRASIL. Bandeira-Lima; F.E. 1, Silva-Lima, S.B. 2, Ferreira-Lima, W. 2, Bandeira-Lima, F. 3, Pellegrinotti, I.L. 4, Lopes Vieira, J.L. 5 1 Universidade Estadual do Norte do Paraná 2 Universidad Extremadura, Espanha 3 Universidade Estadual de Londrina, Brasil 4 Universidade Metodista de Piracicaba, Brasil 5 Universidade Estadual de Maringá, Brasil Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar a relação entre imagem corporal e IMC de adolescentes escolares de Maringá, Paraná – Brasil. Metodologia: Instrumentos utilizados: Ficha de identificação e avaliação antropométrica, questionário de Imagem Corporal (BSQ). A análise descritiva dos dados foi realizada através do Excel 2007 e SPSS 15.0. O teste Qui-quadrado foi utilizado para analisar as diferenças entre os percentuais. Os valores de Odds Ratio para possíveis associações. O intervalo de confiança adotado foi 95%. Para a correlação dos dados utilizou-se o teste de normalidade de Kolmogorov Smirnov. Não apresentando normalidade, o teste foi Spearman. Resultados: A amostra foi de (n) 372 adolescentes (249 meninas, 123 meninos) com idade média 13,3 anos (±0,8), peso médio de 53,3kg (±12.1), estatura média de 1,59m (±0,08), IMC médio 20,7 kg/m2 (±3,7). Avaliando o estado nutricional dos adolescentes pelo IMC, a maioria (66,4%) encontra-se dentro do valor esperado de IMC. Entretanto, 32% dos adolescentes estão acima do valor de peso ideal para a idade e sexo (24,2% sobrepeso e 7,8% obeso). Analisando a prevalência de sobrepeso em relação ao sexo, os escolares do sexo feminino apresentam 103,7% mais chances de apresentarem sobrepeso do que os do sexo masculino. A Imagem Corporal encontra-se dividida em quatro graus: ausência, leve, moderada e alta distorção. Observa-se que 33% dos adolescentes apresentam um dos graus de insatisfação corporal, sendo esse dividido em leve (16,9%), moderado (10,5%) e alto (5,9%). Verificando a prevalência de distúrbio da Imagem Corporal em relação ao sexo, observa-se uma tendência linear entre as variáveis (OR 4,698), ou seja, a probabilidade das meninas apresentarem grau de distorção de Imagem Corporal é 469,8% maior que os meninos. Analisando imagem corporal com o sexo verifica-se que 28,8% das meninas e 13,7% dos meninos estão insatisfeitos com sua imagem corporal. Comparando Imagem Corporal com IMC, os dados apresentam que, mesmo um número significante de adolescentes apresentando sobrepeso e obesidade, alguns desses adolescentes não possuem distorção de Imagem Corporal. Verificando a relação de imagem corporal com o IMC, observa-se uma tendência linear entre variáveis (OR 3,351), ou seja, a probabilidade dos escolares com obesidade apresentarem nível de distorção de imagem corporal é 335,1% maior do que os escolares que não apresentam obesidade. Conclusão: Conclui-se que mesmo a maioria dos adolescentes apresentar-se dentro do IMC, cerca de um terço dos adolescentes estão acima do peso ideal. As meninas possuem mais chances de apresentar obesidade que os meninos. Verificou-se que a insatisfação com a Imagem Corporal atinge mais de um terço dos escolares. A prevalência de distúrbio da Imagem Corporal em relação ao sexo foi maior no sexo feminino. Analisando a relação do nível de imagem corporal com o IMC, observa-se a probabilidade dos escolares com sobrepeso apresentarem nível de distorção de imagem corporal. REAFES Gymnasium 2015 72 AF_74 PUNTOS DE CORTE PARA CLASIFICAR ADOLESCENTES ACTIVOS A TRAVÉS DEL CUESTIONARIO DE ACTIVIDAD FÍSICA PARA ADOLESCENTES (PAQ-A). Benítez-Porres, J.1, López Fernández, I.1, Barrera-Expósito J.1,2, Alvero-Cruz J.R.2, Carnero E.A.1 1. Universidad de Málaga, España. 2. Universidad de Málaga, España. Introducción: El cuestionario de actividad física para adolescentes (PAQ-A) es una herramienta económica para evaluar la actividad física (AF) durante la adolescencia (Janz, Lutuchy, Wenthe, & Levy, 2008) y ha sido ampliamente utilizado en investigaciones de campo. Sin embargo, la puntuación final del PAQ-A puede ser optimizada. El objetivo del presente estudio fue determinar los valores de corte en el resultado del PAQ-A utilizando las recomendaciones internacionales como criterio. Métodos: Doscientos veintitrés adolescentes (n=110 chicos, n=113 chicas) participaron en el estudio. Se utilizó acelerometría triaxial (Actigraph GT3X) durante siete días y los participantes completaron el PAQ-A al entregar el acelerómetro. En base a las recomendaciones internacionales de AF se crearon tres criterios relativos a si los participantes cumplían o no con las mismas (AFMV >60 min/día, AF Vigorosa >30min/día, y AF Total >116 min/día; respectivamente). El análisis de las curvas ROC (Zweig & Campbell, 1993) fue utilizado para identificar los puntos de corte. Resultados: Las áreas bajo las curvas ROC de la puntuacón del PAQ-A para AFMV >60 min/día, AF Vigorosa >30min/día, and AF Total >116 min/día fueron de 0.69 ± 0.04 (95% CI 0.63 a 0.75); 0.67 ± 0.04 (95% CI 0.60 a 0.73); y 0.74 ± 0.04 (95% CI 0.67 a 0.79), respectivamente (todas P<0.001). La sensibilidad y especificidad obtenidas fueron del 8.1% (95% CI 2.7 a 17.8), 99.4% (95% CI 96.6 a 100); 59.7% (95% CI 46.4 a 71.9), 73.9% (95% CI 66.4 a 80.5); y 98.9% (95% CI 96.1 a 99.9), 12.5% (95% CI 4.2 a 26.8); respectivamente. El análisis de las curvas ROC mostró unos puntos de corte de 4.01, 2.73 y 1.25 para discriminar las recomendaciones de AFMV, AF Vigorosa y AF Total, respectivamente. Discusión: Nuestros resultados sugieren que el PAQ-A puede ser una herramienta útil para clasificar adolescentes activos e inactivos siguiendo las recomendaciones internacionales de AF como criterio. Una puntuación superior a 4.01 parece ser válida para detectar adolescentes que realicen suficiente AFMV, mientras que puntuaciones inferiores a 1.25 indicarían sedentarismo. Referencias Janz, K. F., Lutuchy, E. M., Wenthe, P., & Levy, S. M. (2008). Measuring activity in children and adolescents using self-report: PAQ-C and PAQ-A. Med Sci Sports Exerc, 40(4), 767772. Zweig, M. H., & Campbell, G. (1993). Receiver-operating characteristic (ROC) plots: a fundamental evaluation tool in clinical medicine. Clin Chem, 39(4), 561-577 AF_75 DOMINÂNCIA DE PÉ, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE. Atalaia, T., 1, Abrantes, J.M.C.S., 2. 1. Escola Superior de Saúde Cruz Vermelha Portuguesa, Portugal. 2. Universidade Lusófona, Portugal. Introdução: A dominância de pé é compreendida como a utilização preferencial de um membro inferior em relação ao seu contra lateral. Deste modo, parece lógico que a dominância influencie a estabilidade articular, com implicações tanto a nível do desempenho de atividade física bem como em questões relacionadas com a área da saúde. A REAFES Gymnasium 2015 73 estabilidade articular pode ser medida com recurso a medidas de rigidez, tais como a rigidez dinâmica articular (DJS), a rigidez vertical (KVERT) e a rigidez de membro inferior (KLEG). O objetivo deste estudo foi o de verificar qual a influência da dominância de pé nas medidas de rigidez citadas, e de compreender esta influência à luz da prática da saúde e da atividade física. Métodos: A amostra estudada incluía 20 mulheres (média de idade 23,0±2,98 anos) e 11 homens (media de idade 23,64±2,25 anos), com diferentes demonstrações de dominância de pé (81,8% destros e 18,2% canhotos). Cada sujeito executou três tarefas diferentes: marcha, triplo salto unilateral (SLTJD) e saltitar unilateral (UH). Dados cinemáticos (sistema de análise de movimento 3D VICON®) e cinéticos (plataforma de forças AMTI®) sincronizados, foram utilizados para calcular cada uma das medidas de rigidez especificadas. Para avaliar a influência da dominância de pé nas medidas de rigidez, foi utilizado o teste t-Student para amostras emparelhadas. Resultados: Não foram encontradas diferenças significativas entre membro dominante e não dominante com exceção da DJS do tornozelo, medida na fase de propulsão do UH (p<0,05): Foi registado um aumento da rigidez no membro não dominante. Discussão: Os resultados indicam que a dominância de pé parece não influenciar a estabilidade articular medida pela DJS, KVERT e KLEG. Os presentes resultados suportam a teoria de que a dominância de pé não se relaciona com uma determinada estabilidade articular específica. Por outro lado, a diferença significante registada na fase de propulsão do UH pode suportar o conhecimento de que a dominância é dependente da tarefa, sendo que diferentes dominâncias podem ser observadas em diferentes tarefas. Deste modo, a dominância de pé não deve ser considerada em medidas de desempenho físico, assim como não deve ser considerada como um indicador de risco de lesão. Referências Atalaia, T., Abrantes, J., & Castro-Caldas, A. (2015). Influence of Footedness on Dynamic Joint Stiffness during the Gait Stance Phase. JSRR, 5 (2), 175-183. Atalaia, T., Abrantes, J. M. C. S., & Castro-Caldas. (2015). Is Footedness Consistent? Journal of Basic and Applied Research International, 3(1), 1-8. Atalaia, T., Abrantes, J. M. C. S., & Castro-Caldas, A. (2015). Adaptação cultural e fidedignidade da versão portuguesa do Lateral Preference Inventory para a avaliação do perfil de lateralidade. Salutis Scientia, 7 (Março), 5-11. Atalaia, T., Abrantes, J. M. C. S., & Castro-Caldas, A. (2015). Footedness-related differences in dynamic joint stiffness and leg stiffness measurements. JSRR, 6 (5), 363-370. AF_76 CONSISTÊNCIA NA ANÁLISE DE SINAL EMG DE SUPERFÍCIE NOS MEMBROS INFERIORES EM DIFERENTES CONTRAMOVIMENTOS VERTICAIS. Rodrigues, C. 1, Abrantes, J.M.C.S. 2, Correia, M.V. 1, Nadal, J. 3, Rodrigues, M.A.B. 4 1 Universidade do Porto, Portugal 2 Universidade Lusófona, Portugal 3 Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil 4 Universidade Federal de Pernambuco, Brasil Este trabalho tem por objetivo avaliar a consistência de análise e resultados obtidos por aplicação de diferentes técnicas de estudo dos sinais EMG de superfície associados a grupos musculares estratégicos em diferentes contramovimentos (CM) nos membros inferiores (MI) avaliados em saltos de máxima impulsão vertical (MIV). A amostra experimental é composta por um grupo de n=6 estudantes de licenciatura em educação física e desporto, sem aptidão ou treino físico específico. Os sujeitos foram pesados (76,7±6,7) kg e medida a sua estatura (1,79±0,05) m, tendo sido colocados após preparação da pele, elétrodos Skintact F55 Aqua-Wet na configuração bipolar de acordo com a convenção SENIAN nos músculos recto femoral (RF), vasto medial (VM), vasto REAFES Gymnasium 2015 74 lateral (VL) e gémeos interno e externo (GI/GE), de acordo com as contribuições indicadas pela anatomia funcional para a flexão da anca, extensão do joelho e flexão plantar. Cada sujeito realizou um total de três ensaios para cada um dos tipos de saltos MIV considerados, nomeadamente sem CM (SJ - Squat Jump), com CM longo (CMJ - Counter Movement Jump) e com CM curto (DJ - Drop Jump). Durante os ensaios foram registadas as atividades EMG de superfície dos grupos musculares selecionados, com recurso a sistema eletromiográfico sem fios Biotell 99 da Glonner Electronic GmbH à frequência de 2000 Hz e as forças de reação do solo com recurso a plataforma de força AMTI BP24164000CE à frequência de 1000 Hz. Foram detetadas as fases de movimento a partir dos perfis de força registados e selecionados o melhor salto de cada tipo de MIV de acordo com o tempo máximo de voo por ausência de contacto com a plataforma de força. Os sinais brutos EMG foram retificados e filtrados com filtro passa-baixo Butterworth de 2ª ordem e frequência de corte 2,3 Hz aplicado no sentido direto e inverso para evitar deslocamento de fase e obtenção da envolvente. Os sinais obtidos foram correlacionados (CR) para deteção de atividade sinergística, agonista e antagonista, análise de componentes principais (ACP) para deteção de componentes não correlacionados explicativos da maior variabilidade e correlação cruzada normalizada (CCRN) para deteção de correlações máximas e atraso eletromecânico. As CR por pares das envolventes dos sinais EMG permitiram detetar coatividades superiores em DJ relativamente a SJ e coatividades superiores em SJ quando comparadas com CMJ com maior atividade sinergista em DJ relativamente a SJ e CMJ. As CR permitiram ainda detetar vários ciclos em SJ e CMJ indicando desfasamento temporal nos traçados EMG individuais. A ACP permitiu detetar 1 componente principal (CP) em SJ e CMJ e 2 CP em DJ explicativos de 97,7%, 97,1% e 97,3% da variabilidade dos sinais EMG. As CCRN entre as actividades EMG dos vários músculos considerados apresentaram também valores superiores em DJ e SJ do que em CMJ o que associada a uma maior simultaneidade de recrutamento em DJ em virtude da solicitação provocada pelo salto em profundidade e em SJ por ausência de contramovimento relativamente a CMJ. Os métodos CR, ACP e CCRN revelaram-se consistentes no que respeita à análise dos sinais EMG dos músculos considerados nos diferentes CM. AF_77 EFEITOS NA ATIVIDADE FÍSICA E QUALIDADE DE VIDA ATRAVÉS DO SUPORTE SOCIAL E DAS REGULAÇÕES COMPORTAMENTAIS PARA O EXERCÍCIO NUMA INTERVENÇÃO EM CONTEXTO ESCOLAR: O PROGRAMA PESSOA. Quaresma, A. M. 1, Palmeira, A. L. 1, Martins, S. S. 1, Minderico, C. S. 2, Sardinha, L. B. 2 1 Universidade Lusófona, Portugal 2 Universidade de Lisboa, Portugal Introdução: O objetivo deste estudo foi explorar os efeitos do suporte social e das regulações comportamentais para o exercício, na atividade física (AF) e na qualidade de vida (QV) de adolescentes Portugueses, após uma intervenção de dois anos em contexto escolar. O programa PESSOA – Promoção do Exercício e Saúde no Sedentarismo e Obesidade da Adolescência – financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (PTDC/DES/108372/2008), procurou desenvolver e avaliar um modelo de intervenção centrado na Escola para a prevenção e tratamento do excesso de peso/obesidade juvenil, no âmbito global dos estilos de vida saudáveis. Método: A amostra foi constituída por 1042 alunos (549 rapazes), dos 10 aos 16 anos com IMC=19.31 ± 3.51. Foram utilizados questionários para avaliar a AF (PAQ - Physical Activity Questionnaire), a QV (Kidscreen-10), as regulações comportamentais (BREQ-2 – Behavioural Regulations for Exercise) e o suporte social (PEACH - Personal and Environmental Associations with Childrens Health). Foram efetuadas análises de mediação múltipla (Preacher & Hayes, 2008) e de mediação série (Hayes, 2013). REAFES Gymnasium 2015 75 Resultados: Verificou-se: a) nos participantes que aumentaram a sua AF, a existência de efeitos indiretos positivos da intervenção na QV, através do suporte de pares (Intervalo Confiança - IC de .029 a .089) e da motivação intrínseca (IC de .057 a .144) e, efeitos indiretos negativos na QV através da regulação introjetada (IC de -.034 to -.006); b) que os efeitos indiretos em série positivos (P < 0.01) na QV e AF foram explicados através do aumento do suporte de pais/pares através da motivação intrínseca; e, c) o suporte de pais levou a um aumento na motivação externa (P <0.05), o que veio a amortecer os efeitos da intervenção. Discussão: O suporte de pares e a satisfação de regulações mais autodeterminadas explicaram o efeito indireto da AF na QV dos adolescentes. Esta intervenção em meio escolar promoveu o desenvolvimento de suporte social (pares e pais) e de mecanismos motivacionais que explicaram maiores níveis de AF e QV. Estes resultados sugerem que os pares poderão desempenhar um papel importante na promoção de um estilo de vida mais ativo/saudável. Referências: Hayes, A. F. (2013). Introduction to mediation, moderation, and conditional process analysis: A regressionbased approach. New York: The Guilford Press. Preacher, K. J., & Hayes, A. F. (2008). Asymptotic and resampling strategies for assessing and comparing indirect effects in multiple mediator models. Behavior Research Methods, 40(3), 879-891. doi: 10.3758/brm.40.3.879 AF_78 PRECISÃO DA DXA E REPRODUTIBILIDADE INTRAOBSERVADOR PARA AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL. Moreira, O.C. 1,2, Oliveira, C.E.P.1,2, Romero-Pérez, E.M.3, Paz Fernández, J.A.1 1 Universidade de León, Espanha 2 Universidade Federal de Viçosa, Brasil 3 Universidade de Sonora, México. Introdução: A precisão das medidas da composição corporal pode interferir no diagnóstico e prescrição de tratamento de doenças. Além disso, no que diz respeito à dupla absorciometría de raios X (DXA), pode haver diferenças importantes entre as medidas das regiões de interesse (ROI) realizadas automaticamente por DXA ou manualmente por um avaliador, fato que pode causar erros de medida e influenciar na avaliação ou no diagnóstico. Assim, este estudo teve como objetivo avaliar a precisão da medição da composição corporal por DXA, bem como a reprodutibilidade intraobservador para a medida das ROI. Métodos: 15 adultos jovens foram avaliados duas vezes com um mapeamento de corpo total por DXA, sob as mesmas condições. Após a primeira avaliação, os voluntários saíam do aparelho e voltavam a se colocavam no mesmo, para a segunda avaliação. Além disso, a primeiro avaliação de todos os voluntários foi escolhida para a determinação e leitura das ROI, em duas ocasiões separadas por um período de duas semanas, por um único avaliador treinado na definição e leitura das mesmas. O coeficiente de variação (CV) e o coeficiente de correlação intraclasse (CCI) foram calculados com um nível de significância de p <0,05. Resultados: Foram obtidos indicadores de alta precisão das medidas da DXA para a massa corporal total (CCI= 0,999; CV= 2,3%), massa gorda (CCI= 0,998; CV= 1,6%), massa magra (CCI= 0,995; CV= 0,3%) e conteúdo mineral ósseo (CCI= 0,996; CV<0,1%). Além disso, foi observada alta reprodutibilidade intraobservador para a medida das ROI, com valores de CCI variando entre 0,952 e 0.999. Discussão: Com base nos resultados deste estudo, a DXA pode ser considerada como um método preciso para determinar a composição corporal, sendo uma tecnologia avançada e de baixo custo que é útil para a aquisição de dados, desde que suas limitações sejam REAFES Gymnasium 2015 76 consideradas durante o planeamento da intervenção. Além disso, os valores encontrados neste estudo indicam uma excelente reprodutibilidade para as definições e leituras intraobservador para a medida das ROI, independentemente da região analisada. Assim, é possível concluir que, a avaliação da composição corporal por DXA apresenta elevada precisão para a massa de corpo inteiro, massa gorda, massa magra e conteúdo mineral ósseo, além de alta reprodutibilidade intraobservador para a medida das ROI, indicando elevado grau de precisão do aparelho e das medidas realizadas pelo avaliador. AF_79 PREFERÊNCIAS DOS IDOSOS RELATIVAMENTE AO FEEDBACK DOS INSTRUTORES EM AULAS DE GRUPO DE FITNESS Mercê, C., Franco, S., Simões, V. Escola Superior de Desporto de Rio Maior, Portugal Introdução: Os instrutores de aulas de grupo de fitness devem procurar adequar o seu comportamento à preferência dos participantes, nomeadamente o seu feedback, de forma a promover aprendizagem, motivação e a satisfação dos participantes (Franco et al, 2012), e, consequentemente, a sua adesão ao exercício. O presente estudo teve como objetivo caracterizar a preferência dos idosos relativamente ao feedback dos instrutores em aulas de grupo de fitness. Métodos: A amostra foi composta por 62 idosos participantes em aulas de grupo de fitness, com idades compreendidas entre os 60 e 82 anos de idade (M±DP=68,4±5,8) de ginásios em Portugal. Foi aplicado o Questionário Feedback dos Instrutores de Fitness: Aulas de Grupo (Simões et al, 2013). Resultados: Verificou-se que os idosos preferem que os instrutores emitam feedback: direccionado para a classe, avaliando positivamente a sua performance, explicando a forma de realizar o exercício, referindo a respiração, sobre um exercício em separado, utilizando o canal auditivio e/ou visual, durante a realização do exercício e com o instrutor perto de si, com o instrutor a realizar o mesmo exercício e em posição de espelho, seguido de observação, e com afetividade positiva. Discussão: Os resultados obtidos no presente estudo parecem ir ao encontro da literatura relativa à preferência dos adultos. Normalmente, os adultos participantes em aulas de grupo de fitness referem preferir os seguintes tipos de feedback: positivo descritivo, separado, auditivo e/ou visual, durante o exercício, com o instrutor a realizar o mesmo exercício e perto de si, em posição de espelho, seguido de observação, e com afetividade positiva (Simões, 2013). Os instrutores devem atuar de acordo com a preferência dos idosos, de modo a promover a sua satisfação e adesão ao exercício. Referências Franco, S., Rodrigues, J., & Castañer, M. (2012). The behaviour of fitness instructors and the preferences and satisfaction levels of users. In O. Camerino, M. Castañer & M. T. Anguera (Eds.), Routledge Research in Sport and Exercise Science. Mixed Methods Research in the Movement Sciences - Case studies in sport, physical education and dance. Oxon: Routledge. Simões, V. (2013). Análise do Feedback Pedagógico em Instrutores Estagiários e Experientes na Atividade de Localizada: Comportamento observado, auto-perceção dos instrutores e preferências dos praticantes. Tese de Doutoramento, UTAD, Vila Real. Simões, V., Rodrigues, J., Alves, S., & Franco, S. (2013). Validação do questionário de feedback de instrutores de fitness em aulas de grupo. Revista da Unidade de Investigação do Instituto Politécnico de Santarém, 1(1), 227-246. AF_80 RELAÇÃO ENTRE DADOS OBTIDOS COM A APLICAÇÃO DO FITNESSGRAM E PROTOCOLOS ESPECÍFICOS EM ALUNOS DO ENSINO SUPERIOR REAFES Gymnasium 2015 77 Miranda, S., Lopes, C., Reis, J., Silva, M., Conceição, P., Canhola, F., Nunes, P., Pereira, A., Figueiredo, T., Espada, M. Instituto Politécnico de Setúbal, Portugal Introdução: Encontra-se bem definido que existe uma relação direta entre o envolvimento em atividade física (AF) e benefícios para o bem-estar holístico. Baixos níveis de atividade física (AF) podem colocar os indivíduos em risco de obesidade e doenças cardiovasculares (Sacheck et al., 2010). Por outro lado, tem sido sugerido que a AF é um meio para redução e controlo da massa gorda corporal (MG) (Zaccagni et al., 2014). É prática comum a aplicação da bateria de testes fitnessgram® nas escolas portuguesas, contudo, pouca investigação tem sido realizada nas escolas com recurso a outros instrumentos que permitem o diagnóstico de capacidades físicas. O objetivo do presente estudo foi comparar os resultados obtidos em testes da bateria fitnessgram® e testes específicos realizados com recurso a instrumentos tecnológicos não acessíveis às escolas básicas e secundárias Métodos: Participaram no estudo 32 jovens a frequentar uma licenciatura em Desporto no Ensino Superior, 28 do género masculino e 4 do género feminino (21.4 ± 3.7 anos; 1.74 ± 0.08 m; 69.0 ± 8.2 kg). Foi aplicado o teste “vai e vem” para aptidão aeróbia (teste de patamares de esforço progressivo de 20 metros publicado por Léger et al. (1988). Para composição corporal foi utilizada uma balança de bioimpedância Tanita (modelo Bc 601). Para o teste de força dos membros inferiores recorreu-se a um sistema ergojump que possibilitou a cada estudante a realização de 3 saltos máximos em contramovimento (CMJ) para avaliar a altura máxima do salto (registo do melhor dos três saltos - cm). Foi utilizado um dinamómetro digital (Camry 90 Kg) para avaliar força de preensão manual e para pregas adiposas utilizou-se um plicómetro caliper fat 1 (GIMA) aplicado de acordo com Gonçalves e Mourão (2007). Concretizou-se ainda um sprint de 40 metros. Resultados: O teste “vai e vem” (72.6 ± 13.4 voltas) revelou-se correlacionado com os valores de prega adiposa crural (12.3 ± 8.9 mm) (r = 0.52; p < 0.01), prega adiposa geminal (7.2 ± 4.6 mm) (r = 0.49; p < 0.01) e também % massa gorda (14.8 ± 4.3 mm) (r = 0.48; p < 0.01) e sprint de 40 m (4.4 ± 0.4 segundos) (r = -0.49; p < 0.01). Prega adiposa tricipital (9.8 ± 4.7 mm) revelou-se correlacionado com sprint de 40 m (r = 0.52; p < 0.01), força de preensão manual (45.6 ± 8.8 kg) (r = -0.38; p < 0.05) e CMJ (42.7 ± 6.8 cm) (r = -0.51; p < 0.01). Conclusão: Os resultados evidenciam a relação entre composição corporal, força de preensão manual, força dos membros inferiores e capacidades que se pretendem avaliar com recurso ao fitnessgram®. Estes dados tornam pertinente a possibilidade de utilização de instrumentos científicos na avaliação de alunos paralelamente à aplicação da bateria de testes do fitnessgram®, situação para poderá beneficiar o diagnóstico de capacidades e a dinâmica das aulas de EF. Referências Gonçalves, F. e Mourão, P. (2007). A Avaliação da Composição Corporal: A Medição de Pregas Adiposas como Técnica para a Avaliação da Composição Corporal. Motricidade; 4(4): 13-21. Léger, L.A., Mercier, D., Gadoury, C., Lambert, J. (1988). The multistage 20 meter shuttle run test for aerobic fitness. J S ports Sci; 6: 93-101. Sacheck, J.M., Kuder, J.F., Economos, C.D. (2010). Physical fitness, adiposity, and metabolic risk factors in young college students. Med Sci Sports Exerc; 42(6):1039–1044. Zaccagni, L., Barbieri, D., Gualdi-Russo, E. (2014). Body composition and physical activity in Italian university students. J Transl Med; 12(120): 1-9. REAFES Gymnasium 2015 78 SECÇÃO EDUCAÇÃO FÍSICA SIMPÓSIOS A FORMAÇÃO INICIAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA E A PROMOÇÃO DE UM ESTILO DE VIDA ACTIVO EM CONTEXTO ESCOLAR Francisco Carreiro da Costa 1, Marcos Onofre 2, Martin Villa Lobos 3, Miguel Gonzalez Valeiro4 1 Universidade Lusófona de Humanidadese Tecnologias, Portugal 2 Universidade de Lisboa, Portugal 3 Universidad de Guadalajara, México 4 Universidad de la Coruña, España Pouco se conhece, ainda, sobre os Programas de Formação Inicial em Educação Física, a sua qualidade e o seu impacto sobre o ensino da Educação Física visando a promoção de estilos de vida activos e saudáveis. Com o objectivo de colmatar esta lacuna, está a realizar-se no âmbito da Rede Euro-americana de Actividade Física e Saúde um projecto de investigação procurando responder à seguinte pergunta: Estarão as instituições de formação a preparar adequadamente os profesores, isto é, fazendo-os adquirir os conhecimentos e as competências necessárias para que estejam motivados e sejam capazes de organizar, e pôr em prática, aulas de Educação Física susceptíveis de promoverem um estilo de vida activo e saudável nos alunos? Baseado no “modelo educativo” de Educação Física relacionada com a saúde (Haerens, Kirk, Cardon, y De Bourdeaudhuij (2011) e na teoria da socialização ocupacional, o projecto de investigação está centrado nos programas de formação inicial de professores de Educação Física, interrogando os formadores e os estudantes em formação sobre temas relacionados com a promoção de um estilo activo e saúdável. O projecto possui uma dimensão quantitativa e uma dimensão qualitativa/interpretativa. No simpósio serão apresentados e discutidos resultados de alguns temas e questões objecto de investigação e relativos a três contextos: o português; o espanhol; e o mexicano. EDUCAÇÃO COMPARADA José Brás 1, António Teodoro 1, Ana Madeira 2, José Curado 2, Marcos Onofre 2 1 Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias 2 Universidade de Lisboa A teoria do sistema mundial mostra que os sistemas educativos se modificam por contaminação e que as transferências educacionais se operam pela circulação física de pessoas e de ideias pedagógicas intensificando-se as relações de interdependência em todo o mundo (Nóvoa, & Jungen, 2000). Schriewer (2000, 2001) serve-se do conceito de externalização para se referir aos modelos de referência cuja difusão e recepção em vários países contribuem para o movimento de internacionalização. Assim, pretendemos neste Congresso abrir um Simpósio Temático onde se possa discutir a educação, a educação física, o desporto numa perspectiva internacional. REAFES Gymnasium 2015 79 COMUNICAÇÕES EF_1 AVALIAÇÃO AUTÊNTICA EM EDUCAÇÃO FÍSICA – O PROBLEMA DOS JOGOS DESPORTIVOS COLECTIVOS Comédias, J. Universidade Lusófona, Portugal Introdução: No esforço de qualificação representado pelas avaliações alternativas, ganha destaque a avaliação autêntica como linha de melhoria do conceito e das práticas de avaliação. Alinhadas com novas perspectivas de ensino dos Jogos Desportivos Colectivos (JDC), surgiram formas de avaliação autêntica, alternativas aos testes de habilidades. Contudo, os instrumentos mais utilizados, Game Performance Assessment Instrument (GPAI) e Team Sport Assessment Procedure (TSAP), mantêm dificuldades metodológicas (Memmert & Harvey, 2008), faltando-lhes níveis de jogo que sirvam de referência para a avaliação. O objectivo geral deste estudo é responder ao problema: como produzir classificações válidas e fiáveis do domínio dos JDC a partir de provas de avaliação autênticas que usam níveis de jogo? Método: Participaram no estudo 151 professores. Garantimos três condições metodológicas: tomar como referência empírica a avaliação feita por um Grupo de EF que pratica a avaliação autêntica; utilizar objectos de avaliação já classificados em função de um «padrão de ouro»; realizar uma pesquisa quasi experimental em três etapas, como na experiência de Noizet e Caverni (1985). O trabalho de campo consistiu em situações de classificação dos níveis de jogo e do desempenho dos jogadores, num processo de observação sistemática em vídeo, tendo os dois grupos experimentais recebido instruções diferentes para essa classificação, distintas do grupo de controlo. Num dos grupos experimentais, os observadores, em primeiro lugar, avaliaram o jogo, situando-o num nível, e, a partir daí, situaram cada um dos jogadores. Resultados: A adoção do paternalismo pela Companhia Paulista estimulou a popularização do futebol no interior do Estado de São Paulo. Diante deste cenário, foi fundado em 1909 o Rio Claro F.C.. Ao longo de sua trajetória, este clube migrou do amadorismo ao profissionalismo amparado pelo suporte oferecido pela empresa ferroviária e, ao mesmo tempo, se manteve envolto pelas transformações políticas ocorridas no Brasil. Discussão: Os resultados revelam que o conhecimento dos níveis do Programa Nacional de Educação Física e a sua utilização adequada fez melhorar, significativamente, as classificações, quer do jogo, quer dos alunos. Dos dois grupos experimentais, o que melhor classificou os jogadores foi o que identificou o nível de jogo em primeiro lugar. Os observadores atribuíram significado ao desempenho colectivo para melhor compreender o jogador. Não somaram as partes para chegar a uma pontuação que reflectisse um nível. Nesta abordagem que se revelou eficaz, directa e económica, não foram necessários nem recursos especiais, nem muito tempo. Argumentamos em conclusão que, sendo a actividade de grupo a essência da própria matéria, esses resultados indicam ser mais correcto partir do grupo para o individual, do todo para a parte e do jogo para o jogador. Referências Memmert, D., & Harvey, S. (2008). The Game Performance Assessment Instrument (GPAI): Some concerns and solutions for further development. Journal of Teaching in Physical Education, 27, 220-240. Noizet, G., & Caverni, J. P. (1985). Psicologia da avaliação. Coimbra: Coimbra Editora. REAFES Gymnasium 2015 80 EF_2 A DANÇA E O MOVIMENTO CRIATIVO ENTRE MÃES E FILHOS COM DEFICIÊNCIA Lopes, K.1, Salerno, M. B.2, Ferreira de Araújo, P.1 1 Universidade Estadual de Campinas, Brasil 2 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Brasil Introdução: O presente estudo teve como objetivo refletir sobre os depoimentos de mães de crianças com deficiência que participaram de práticas com dança e movimento criativo juntamente com seus filhos. As atividades foram planejadas e desenvolvidas para a díade crianças e jovens com deficiência motora e cognitiva e suas mães, e executadas com movimentos dirigidos e espontâneos. Métodos: Este estudo caracterizou-se por uma pesquisa qualitativa. Para a coleta de dados utilizamos a entrevista realizada com as mães de crianças e jovens com deficiência motora e cognitiva, aplicada após seis meses de trabalho com dança realizado no Centro de Dança Integrado, na cidade de Campinas/SP, com encontros semanais. Oito mães aceitaram participar da pesquisa e relataram aspectos referentes à relação com seus filhos. A faixa etária das crianças e jovens variou de nove a dezessete anos, sendo sete do sexo feminino e um do masculino. Para a análise dos dados, utilizamos as contribuições de Bardin (1977). As entrevistas foram gravadas e transcritas na íntegra. A presente pesquisa obteve aprovação do Comitê de Ética da FCM/Unicamp, com Parecer de número 910/2009. Resultados: Foi possível constatar nos depoimentos das mães participantes deste estudo que a interação com seus filhos mediada pela dança e pelo movimento corporal trouxe benefícios nos aspectos motores e emocionais para ambas as partes, destacando a melhoria nos movimentos corporais e nas relações afetivas nas díades mãe e filho. Discussão: Ao considerarmos os depoimentos das mães observamos que para as crianças e jovens com deficiência, os benefícios dessa atividade se estenderam no âmbito motor e emocional, evidenciando o ganho na autoestima e autonomia de atitudes. As mães, que participaram da atividade a fim de beneficiar ou auxiliar o desenvolvimento de seus filhos, também encontraram realização pessoal na atividade e no contato com o grupo, através das trocas de experiências com outras mães. A prática com o movimento corporal facilitou o relacionamento entre mãe e filho na vida cotidiana e em contextos diferentes do ambiente artístico criativo. Ao mesmo tempo trocas e dinâmicas expressivas ocorreram também em situações no espaço familiar. Consideramos necessário, incentivar o envolvimento das mães e/ou pais para realização de actividades corporais e expressivas com seus filhos, principalmente se considerarmos os benefícios desta atividade para crianças ou jovens que possuem uma condição de deficiência. Referências Bardin, L. (1977). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70. EF_3 A EDUCAÇÃO FÍSICA NA PROPAGANDA REPUBLICANA Brás, J. 1, Gonçalves, M. 1, Robert, A. 1 Universidade Lusófona, Portugal 2 Universitée Lyon -2, France Nos últimos decénios da Monarquia, em Portugal, a propaganda republicana intensificou-se. A educação, uma das principais bandeiras da ideologia antidinástica, era recorrentemente tratada ao ponto do “discurso escolar constituir um facto de militância” (Costa, 1993, p. 262). A propaganda republicana foi um veículo de grande importância para disseminar as suas ideias para o combate político. Com isto pretendia-se angariar simpatizantes para a causa da República. Neste sentido, a questão de partida que colocamos está em saber qual o espaço atribuído à educação física na propaganda. Assim, definimos como objectivos: REAFES Gymnasium 2015 81 identificar a presença da área da educação física na propaganda republicana; discutir o valor atribuído à educação física no imaginário educativo. Como fontes para a análise do trabalho, destacamos: imprensa, almanaques, debates parlamentares, manifestos aos eleitores e comícios. Realçamos a importância dos comícios, como fonte do nosso trabalho, pois, como disse o republicano Magalhães Lima, “eram uma arma poderosa contra a marcha dos governos e (…) verdadeiros acontecimentos políticos” (Lima [1925], vol. 1, p. 126).No que respeita à metodologia, as fontes serão exploradas, tendo como critérios de análise e de interpretação os seguintes descritores: imaginário educativo, educação física, educação cívica, higiene, saúde, regeneração e decadência. Como resultados da pesquisa, realçamos que a educação física teve um papel relevante na propaganda republicana e que serviu para legitimar o novo poder que se queria afirmar para estabelecer uma nova ordem. Elias Garcia, então deputado republicano, sintetizou esta ideia ao afirmar no Parlamento, “não deixemos essa educação �intelectual� completamente separada da educação física” para “decoro e honra do Parlamento e de todos aqueles que se dedicam à educação”, pois, no seu entender, “a educação moral, intelectual e física eram indispensáveis” (Diário da Câmara dos Senhores Deputados, sessão n.º 41, de 10 de Março de 1883, p. 631). EF_4 A FORMAÇÃO PROFISSIONAL NO CAMPO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA AMÉRICA LATINA: ELEMENTOS DO PROCESSO HISTÓRICO. Silva, A. M., Lazzarotti Filho, A., Salles da Silva, A. P., Antunes, P. C. Universidade Federal de Goiás, Brasil Este texto constitui-se como recorte de pesquisa mais ampla cuja metodologia utilizada foi à técnica de grupo focal com pesquisadores de dez dos países investigados e de revisão bibliográfica e documental com técnica de análise de conteúdo categorial. Objetivou apresentar uma caracterização histórica do processo de formação profissional em Educação Física em treze países da América Latina (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, Guatemala, México, Paraguai, Peru, Uruguai, Venezuela). Como síntese conclusiva indica-se que o primeiro curso registrado entre esses países foi no Chile na primeira década do século XX e Equador e Bolívia com inicio do processo de formação mais recente, entre as décadas de quarenta e sessenta do mesmo século. A terminologia para designar o campo era majoritariamente Educação Física nesses países investigados, o que, porém vem se alterando com o passar do tempo. Comparativamente, o campo da Educação Física mostra-se amplo e diverso no âmbito da formação profissional na América Latina, mostrando-se ainda em processo de consolidação acadêmica. EF_5 A PERCEPÇÃO DE PROFESSORES DE OUTRAS ÁREAS DISCIPLINARES SOBRE O ESTATUTO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO CURRÍCULO. UM ESTUDO DE CASO Gomes, L., Claro, J., Martins, J, Carreiro da Costa, F. Universidade Lusófona, Portugal Introdução: O papel da Escola e da Educação Física (EF) tem sido identificado como importante na promoção de estilos de vida ativos ao longo da vida. Para que a Escola seja consequente no seu projeto educativo é necessário que os valores e princípios estabelecidos, sejam partilhados por toda a comunidade educativa. Os objetivos deste estudo foram: a) analisar as percepções de Professores (Prof) das outras áreas disciplinares relativamente ao estatuto da disciplina de EF no currículo; e b) comparar as percepções dos Prof em função da sua percepção de competência passada em EF. Metodologia: Participaram no estudo 147 Prof (122 mulheres e 26 homens) de um REAFES Gymnasium 2015 82 agrupamento de Escolas de Lisboa. A percepção dos Prof sobre o estatuto da EF foi recolhida a partir das seguintes alternativas de resposta: obrigatória com avaliação e contando a média para acesso ao Ensino Superior(ES); obrigatória com avaliação, sem que a média conte para acesso ao ES; não deve ser obrigatória; opcional; não deve existir no currículo. A percepção de competência passada em EF foi medida através da pergunta: Considerava-se um aluno de que nível em EF no Ensino Básico e utilizando a seguinte escala: Fraco, médio, bom e muito bom. O tratamento dos dados foi levado a cabo utilizando o teste Kruskal-Wallis H com p<0,05. Resultados: A maioria dos Prof referiu que a EF deve ser obrigatória com avaliação (86%). Cerca de 6% dos Professores mencionou que não deve ser obrigatória. Os Prof. com boa e muito boa percepção de competência passada, consideram que a disciplina de EF deve ser obrigatória com avaliação e contando para o acesso ao ES(n=31;43%). Os Prof com fraca e média percepção de competência passada, referem que a EF deva ser obrigatória, com avaliação, mas sem contar para a média de acesso ao ES(n=45;59%). Os resultados revelam diferenças significativas entre a percepção de competência passada no ensino básico e o estatuto da EF(H=8,768, p<0,05) Discussão: Os resultados estão em linha com os alcançados por Carreiro da Costa & Marques(2011) quando verificaram que 82% dos Prof consideravam que a disciplina deveria ser obrigatória com avaliação e 15% eram de opinião que deveria ser obrigatória sem avaliação. Os resultados sugerem que a EF ainda não atingiu entre a comunidade escolar o pleno reconhecimento, limitando as suas potencialidades formativas. A situação reclama dos Prof de EF uma capacidade de diálogo permanente com os colegas das outras áreas curriculares sobre o valor educativo da disciplina e o impacto que esta poderá ter na qualidade de vida dos alunos. Referências Carreiro da Costa, F.& Marques, A.(2011). Promoting active and healthy life styles at school:Views of students, teachers, and parents in Portugal. In, Ken Hardman & Ken Green (Eds.)Contemporary Issues in Physical Education(pp.249-268). Maidenhead:Meyer & Meyer. EF_6 A PERCEPÇÃO DO CLIMA MOTIVACIONAL EM ALUNOS DE PROFESSORES ESTAGIÁRIOS E EM ALUNOS DE PROFESSORES COOPERANTES Mendes, J., Martins, J., Carreiro da Costa, F. Universidade Lusófona, Portugal Introdução: O papel fundamental que a Educação Física (EF) pode e deve assumir na promoção de um estilo activo é reconhecido por numerosas organizações e investigadores. A consecução daquela finalidade implica um ambiente educativo que valorize as variáveis psicológicas associadas à prática da actividade física. O clima motivacional orientado para a maestria é uma das variáveis que deverá ser considerada. Os objectivos do estudo foram os seguintes: (a) analisar a percepção de clima motivacional em alunos de professores estagiários (PE) e de professores cooperantes (PC); e (b) analisar a atitude dos alunos face à disciplina de Educação Física. Métodos: Participaram no estudo 122 alunos (66 de PE; 56 de PC) do ensino secundário (59 rapazes e 63 raparigas), com idades compreendidas entre os 15 e os 18 anos, de quatro escolas da área urbana de Lisboa. Os dados foram recolhidos através da versão portuguesa dos questionários Achievement goals questionnaire e Perception’s of teachers emphasis on goals questionnaire (PTEGQ) (Papaioannou, Tsiglis, Kosmidou e Milosis, 2007), validados por Martins (2015). O teste t-Student foi utilizado para analisar as diferenças nas variáveis dependentes (clima motivacional, orientação de objectivos, atitude face à Educação Física e percepção de competência). REAFES Gymnasium 2015 83 Resultados: Verificaram-se diferenças nas variáveis dependentes nos dois grupos de alunos. Os valores da orientação de objectivos para a maestria dos alunos de PE foram superiores aos alunos de PC (T (119) =2.257, p=0.032). O grupo de alunos de PE apresentou valores superiores na maioria das variáveis, em relação ao outro grupo, excepto no clima motivacional performance-evitamento (cuja média foi 1.99±0.81 vs 2.12±0.94, respectivamente para os alunos de PE e os alunos de PC). Na importância atribuída à EF os alunos de PE (3.47±1.07) apresentaram médias inferiores às dos alunos de PC (3.52±1.01). Conclusão: Estes resultados parecem denunciar a existência de preocupções pedagógicas diferentes entre os dois grupos de professores. Uma preocupação em criar um clima orientado para a maestria por parte de PE, enquanto as prioridades pedagógicas de PC centram-se na promoção de uma atitude positiva face à EF. Referências Martins, J. (2015). Educação Física e Estilos de Vida: Porque são os adolescentes fisicamente in)ativos? Tese de Doutoramento. Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de Lisboa. Papaioannou, A., Tsigilis, N., Kosmidou, E. & Milosis, D. (2007). Measuring perceived motivational climate in physical education. Journal of Teaching in Physical Education, 26, 236-259. EF_7 ANÁLISE DOS NÍVEIS DE ATIVIDADE FÍSICA NAS AULAS DO ESTÁGIO PEDAGÓGICO EM ESTUDANTES DA FORMAÇÃO INICIAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA Guimarães, M., Carreiro da Costa, F. Universidade Lusófona, Portugal Introdução: Uma das finalidades da Educação Física (EF) é garantir níveis adequados de actividade física (AF). Preparar os futuros professores de EF para uma intervenção eficaz neste domínio, é um desígnio dos cursos de formação de professores. O objetivo deste estudo foi analisar os níveis de intensidade de AF nas aulas lecionadas por Professores Estagiários (PE) de um Mestrado em Ensino da EF. Métodos: Participaram no estudo 14 PE. Foram gravadas em vídeo 42 aulas de EF (3 de cada PE). As matérias objeto de aprendizagem foram Jogos Desportivos Coletivos (JDC), Ginástica, Atletismo, Badmínton, Orientação, Luta e Condição Física. A quantificação e qualificação da AF foi realizada através do sistema SOFIT (McKenzie, 2015). Resultados: A média total de atividade física moderada e vigorosa (afmv) das aulas observadas foi de 52%. Estes níveis de afmv variaram entre 18% e 89%. Ao contrário do que era expectável os níveis de AF não se apresentaram associados às matérias lecionadas. Por exemplo foi possível observar níveis de AF acima e abaixo de 50%, em aulas de JDC e em aulas de Ginástica. Em todas as suas aulas observadas somente dois PE garantiram um nível superior a 50% de afmv. Discussão: Estes resultados apontam níveis de afmv nas aulas de EF ligeiramente superiores aos resultados verificados em estudos internacionais onde os níveis de afmv foram inferiores a 50% do tempo útil da aula de EF (Fairclough & Straton, 2006). No entanto, estão em linha com resultados obtidos em Portugal por Adilson, Ferro & Carreiro da Costa (2011) que reportam 60,5% de tempo em afmv. Deve referir-se, todavia, que aquele estudo foi realizado num contexto escolar reconhecido pela qualidade do ensino ministrado. Ao analisar a atividade de ensino dos PE e em linha com a média global de afmv (52%), este estudo parece evidenciar alguma influência favorável da formação inicial neste domínio. No entanto, os resultados deste estudo apontam para a necessidade de examinar com maior profundidade as razões porque alguns PE, ainda não garantem em nenhuma das suas aulas níveis adequados de afmv (acima de 50% do tempo útil). Por outro REAFES Gymnasium 2015 84 lado, aponta para o interesse em estudar o impacto da socialização profissional a longo prazo. Referências Fairclough, S. J., & Stratton, G. (2006). A Review of Physical Activity Levels During Elementary School Physical Education. Journal of Teaching In Physical Education, 25, 2, 239-257. Marques, A.,Ferro, N. & Carreiro da Costa, F. (2011). Análise Comparativa da Intensidade das Aulas de Educação Física de 45 vs 90 Minutos. Gymnasium, 3, 4, 55-72. McKenzie, T. L. (2015). SOFIT: System for Observing Fitness Instruction Time. Available at: http://activelivingresearch.org/sofit-system-observing-fitness-instructiontime. EF_8 ANÁLISIS DE LOS ESTILOS DE ENSENÃNAZ DE LOS PROFESORES DE EDUCACIÓN FÍSICA DE LAS INSTITUCIONES DE BACHILLERATO DEL MUNICIPUIO DE IBAGUÉ Correa Cabezas, D., .Aponte Lopez, W., Castillo Lozano, E. Universidad de Tolima, Colombia Los estilos de enseñanza en Educación Física han cobrado una gran relevancia, esto por ser una de las herramientas principales para un aprendizaje significativo como también un gran apoyo para lograr los objetivos planteados en las clases de Educación Física. La relevancia de esta investigación radica en dar a conocer por primera vez el uso y preferencia de los estilos de enseñanza de los profesores de educación física de las instituciones educativas de bachillerato del municipio de Ibagué. En la presente investigación se plantea identificar cuáles son los estilos de enseñanza de los profesores de Educación Física en las instituciones educativas de bachillerato del municipio de Ibagué. El enfoque de investigación es cuantitativo de tipo descriptivo utilizando como instrumento de recolección de datos el cuestionario denominado “DEMEVI” Delgado, M. A., Medina, J. y Viciana, J. que consta de sesenta expresiones o afirmaciones relacionadas con los Estilos de Enseñanza. (Adaptado por juicio de expertos y se buscó coherencia interna), se realizara técnicas de análisis documental. La población se seleccionara a través de una muestra aleatoria estratificada, a los docentes de las instituciones educativas de bachillerato del municipio de Ibagué distribuidos por sus 13 comunas. En el análisis de resultados se encontró una tendencia a los estilos de enseñanza tradicionales-conductistas dejando a un lado los estilos participativos dejando de lado los Tradicionales. Para el análisis de los resultados se utilizó el software estadístico SPSS versión 21. CONCLUSIONES: Se encontraron modelos pedagógicos tradicionales directamente relacionados con los estilos de enseñanza. Es necesario establecer planes de formación continua de docentes cuyos contenidos estén relacionados con modelos didácticos modernos que estén basados en enfoques de enseñanzas constructivistas. Bibliografia: Delgado, M. A (1991). Estilos de enseñanza en la educación Física. Propuesta para una reforma de la enseñanza. ICE Universidad de Granada. Delgado, M. A. (1998). Comparación de la valoración de los estilos de enseñanza por futuros profesores de educación física durante la formación inicial y profesores de educación física en formación permanente. Lecturas: Educación Física y Deportes, 3, 12, s/p. Tinning, R. (1992). Educación Física: la escuela y sus profesores. Universidad de Valencia. EF_9 AS APRENDIZAGENS DE GRUPO EM EDUCAÇÃO FÍSICA- UM QUADRO DE SISTEMATIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES FÍSICA, SEGUNDO OTIPO DE PROVA E O TIPO DE RELAÇÃO INTERPESSOAL REAFES Gymnasium 2015 85 Bom, L.; Carreiro da Costa, F. Universidade Lusófona, Portugal As decisões de organização e o desenvolvimento curricular, bem como as decisões da prática pedagógica, requerem a definição e a especificação de conteúdos, ou matérias de ensino. Trata-se de sistematizar os objetos culturais, sistemas de prática e de conhecimento, a apropriar pelo sujeito da educação, o aluno, na perspectiva do desenvolvimento, quer pessoal, quer do conjunto da sociedade. O valor de cada disciplina e matéria, que é escolhida para compor o currículo escolar, decorre do reconhecimento social da sua especificidade. Tratase do específico de cada uma das unidades curriculares, considerado relevante para a realização das finalidades, e das qualidades pedagógicas, formalizadas no projecto educativo e nos compromissos curriculares, desde o nível de responsabilidade política (para todos os alunos), até ao nível de responsabilidade pedagógica de cada professor (com a sua turma), passando pelas decisões da gestão escolar. Quanto à especificidade curricular da Educação Física (EF), consideramos três características principais: 1) a EF centra-se no domínio das atividades físicas (e não em conteúdos intelectuais); 2) a EF afeta directamente a saúde, em termos de atividades, conhecimentos e atitudes; 3) a EF integra matérias de desempenho coletivo. Estas matérias, especialmente os jogos de equipa, e também a ginástica acrobática, as danças, etc., implicam aprendizagem de grupo e, não apenas, a aplicação de métodos de aprendizagem em grupo, dos conteúdos de desempenho individual, típicos da generalidade das disciplinas curriculares. Relativamente à 3ª característica, apresentamos um quadro de sistematização das matérias de ensino dos Programas Nacionais de EF (PNEF) de Portugal, em vigor desde 1989, adotando o projeto curricular de EF do 1º ano ao 12º ano de escolaridade, proposto por Bom et al. (1989/90). Neste quadro, consideramos diversas categorias de AF, em duas dimensões: o tipo de prova e o tipo de relação interpessoal (formas de interdependência dos alunos). Argumentamos as opções de prática pedagógica e desenvolvimento curricular a partir dessa tipologia (categorias, dimensões e tipos de AF), considerando a conceção geral dos PNEF, segundo a qual a EF curricular é eclética (aprendizagem dos diferentes tipos de AF) e não enciclopédica (experiências de uma variedade de desportos, os programas “multiactividades”), nem de prática desportiva opcional (programas de “educação desportiva”). Assim, discutimos as implicações do quadro no processo de ensinoaprendizagem em EF, relacionandoas com as finalidades, objetivos gerais e especificações, as orientações metodológicas e de avaliação dos PNEF, originalmente elaboradas em 1989/90 e revistas em 2000 e em 2010. EF_10 AS ATITUDES DOS ALUNOS DO ENSINO BÁSICO FACE À INCLUSÃO DOS SEUS PARES COM DEFICIÊNCIA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA – AS ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS CENTRADAS NOS OBJECTIVOS Leitão, F., Ramos Leitão, F. Universidade Lusófona, Portugal O estudo teve como objectivo analisar a atitude dos alunos do ensino básico e secundário face à inclusão dos seus pares com deficiência nas aulas de E. F., bem como o tipo de associação entre essas atitudes e as estratégias competitivas centradas nos objectivos. A amostra é constituída por 2094 alunos, distribuídos por doze escolas dos distritos de Lisboa e Setúbal, que frequentam o 1º, 2º e 3º ciclos do ensino básico e o ensino secundário. Os dados foram recolhidos através do AIDEF (Leitão, 2014), que avalia as atitudes dos alunos face à inclusão dos seus pares com deficiência nas aulas de E.F. e o ESCOOP (Leitão, 2014), que é uma escala de competição/cooperação. Realizou-se uma análise descritiva dos dados e posteriormente uma análise inferencial, utilizando-se o teste de correlações de REAFES Gymnasium 2015 86 Pearson através do programa estatístico SPSS. As atitudes dos alunos em relação aos seus pares com deficiência nas aulas de E. F. são um dos factores mais importantes para o sucesso da inclusão escolar (Tripp e alt. 2007; Siperstein e alt., 2007; Obrusnikova e alt., 2010; Papaioannou e alt., 2014). Isolamento e baixos níveis de interação social entre alunos com e sem deficiência (Block e Obrusnikova, 2007; O’Brien e alt., 2009; Kalymon e alt., 2010; Spencer-Cavaliere e Watkinson, 2010) estão entre os desafios que se colocam à inclusão nas aulas de E. F. As revisões da literatura realizadas por Block e Obrusnikova (2007), O´Brien (2009) e Qi e Ha (2012) confirmam os resultados encontrados em revisões anteriores, nomeadamente a de Block e Vogler (1994), relativos ao impacto das práticas inclusivas (Faison-Hodge e Porretta, 2004; Goodwin e Watkinson, 2000; Obrusnikova e alt., 2003). Se neste domínio a investigação se tem centrado nas atitudes dos alunos, já os estudos sobre a associação entre atitudes, competitividade e inclusão (Block, 1995; Kalyvas & Reid, 2003; Yang & alt., 2010; Evaggelinou e & alt., 2013; Papaioannou & alt.,2013) são quase inexistentes ou apresentam resultados contraditórios. Os nossos resultados confirmam uma atitude favorável dos alunos em relação à inclusão dos seus pares com deficiência nas aulas de E. F. (atitudes favoráveis, crenças normativas e de controlo). Contrariando a usual dicotomia entre competição e cooperação, que suporta a ideia que a cooperação é um facilitador da inclusão e a competição uma barreira a essa mesma inclusão, os nossos dados indicam que há uma correlação positiva, embora fraca, entre as estratégias competitivas centradas nos objectivos e as crenças comportamentais favoráveis, desfavoráveis, normativas e de controlo externo. Só no caso das crenças de controlo interno não foi encontrada uma correlação positiva. EF_11 AS EXPERIÊNCIAS DOS ALUNOS NA DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FÍSICA. UM ESTUDO MULTICASO Claro, J., Gomes, L., Carreiro da Costa, F. Universidade Lusófona, Portugal Introdução: A Escola e a Educação Física (E.F.) têm um papel preponderante na criação de estilos de vida ativos e saudáveis ao longo da vida. A literatura refere que as experiências positivas ou negativas durante os Ensinos Básico e Secundário influenciam o estilo de vida na idade adulta (Bradley, Cardinal, Yan, & Cardinal, 2013). O objetivo do estudo foi identificar os fatores associados às experiências positivas e negativas na disciplina de E.F. Metodologia: Participaram no estudo 6 alunos (3 rapazes e 3 raparigas) do Ensino Secundário de uma Escola no distrito de Lisboa, com diferentes níveis de prestação motora. Foi solicitado aos alunos, através de uma entrevista, que falassem sobre as suas experiências nas aulas de Educação Física. As entrevistas foram posteriormente submetidas a uma análise de conteúdo por via indutiva. Resultados: As experiências positivas e negativas relatadas pelos alunos surgiram associadas às características das aulas; do professor e dos espaços e equipamentos. A falta de planeamento e de organização das aulas, a ausência de regras e a falta de controlo do Professor foram identificados como fatores associados às experiências negativas. A centração na aprendizagem, o clima de aula positivo, a atenção disponibilizada pelo Professor, e a existência de regras foram os fatores associados às experiências positivas. Discussão: Os resultados sugerem que os comportamentos de ensino considerados eficazes pela investigação processo-produto proporcionam um ambiente de aprendizagem com impacto positivo na atitude dos alunos face à Educação Física. Referências Bradley J., Cardinal, B.,Yan, Z. & Cardinal, M. (2013) Negative Experiences in Physical Education and Sport: How Much Do They Affect Physical Activity Participation Later in Life?, Journal of Physical Education, Recreation & Dance, 84,3, 49-53, DOI: 10.1080/07303084.2013.767736 REAFES Gymnasium 2015 87 EF_12 AS ORIENTAÇÕES EDUCACIONAIS DOS ESTUDANTES DE UM CURSO DE PROFISSIONALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA Meireles, J.; Carreiro da Costa, F. Universidade Lusófona, Portugal Introdução: A formação inicial constitui um período fundamental de socialização dos professores, isto é, de construção dos valores, crenças e representações sobre a profissão. A literatura refere, igualmente, que os processos de pensamento dos professores influencia as suas decisões e comportamentos de ensino. Assim, o objectivo deste estudo foi analisar as orientações educacionais dos estudantes de um curso de Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário. Método: Participaram no estudo 96 estudantes (56=1º ano; 40=2ºano; 63=homens; 33=mulheres). Na identificação das orientações educacionais utilizou-se a versão portuguesa do “Value Orientation Inventory – Short Version” (Vieira, 2003). As variáveis género, ano de formação, experiência como atleta e experiência como treinador, foram analisadas com recurso à estatística descritiva (médias, modas e desvio-padrão) e estatística inferencial, na qual foram usados os testes de correlação de Pearson e do Chiquadrado. Resultados: Os estudantes apresentaram um perfil educacional diversificado, conferindo alta prioridade a uma ou mais orientações educacionais. A “Mestria Disciplinar” e a “Processo Aprendizagem” foram as orientações mais valorizadas, e a “Auto-realização” a menos valorizada. Não se verificaram diferenças significativas nas orientações educacionais em função do género dos participantes, ano de formação, e experiência como atleta ou como treinador. No entanto, o género feminino atribuiu maior valor às orientações “Integração Ecológica” e “Auto-realização”, enquanto os estudantes de 1º ano valorizaram mais a “Responsabilidade Social”. Discussão e Conclusões: O facto de a maioria dos inquiridos se situar na média de prioridade em todas as orientações educacionais parece indicar que os estudantes não possuem uma concepção de Educação Física bem definida. Estes resultados sugerem a necessidade dos formadores reflectirem não só sobre o modo como o curso está a moldar o sistema de crenças sobre a Educação Física dos estudantes, mas também se os está a tornar capazes de argumentarem de forma pedagógica e cientificamente consistente a importância social da Educação Física. Referências Vieira, F. (2007). As Orientações Educacionais dos Professores de Educação Física e o Currículo Institucional. Lisboa: Instituto Piaget. EF_13 AUTOEFICÁCIA DOS ESTAGIÁRIOS NA INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA EM EDUCAÇÃO FÍSICA Martins, M., Onofre, M., Costa, J. Universidade de Lisboa, Portugal Introdução: Os estudos referentes à formação inicial de professores não são unânimes relativamente às atividades de intervenção pedagógica (AIP) face às quais os professores estagiários apresentam maior e menor autoeficácia (AE) (e.g. Oberski et al, 1999; Poulou, 2007). Considerando que este conhecimento concorre para melhorar a formação de professores, esta pesquisa pretendeu identificar as AIP em que os professores estagiários REAFES Gymnasium 2015 88 (PE) de Educação Física (EF) apresentam maior e menor AE e se estas tarefas diferem no decorrer da primeira etapa de formação de estágio pedagógico. Método: Aplicou-se um questionário de AE específica (Onofre, 2000) a 263 professores estagiários de seis instituições do ensino superior, em dois momentos: no início e no final da primeira etapa de formação, outubro e dezembro respetivamente. Para a identificação das AIP relativamente às quais os professores estagiários se sentiam mais e menos capazes, utilizaram-se respetivamente os percentis 20 e 80 da distribuição. Resultados: Os resultados mostram que, tanto no início como no final da primeira etapa de formação, os PE destacam maior AE nas AIP relacionadas com a prevenção da disciplina e com o clima relacional entre o professor e o aluno. Inversamente, evidenciam uma menor perceção de capacidade nas tarefas relativas à introdução, acompanhamento e avaliação das tarefas de aprendizagem. Conclusões: formação, apresentam maior AE em dimensões de cariz mais relacional que contribuem para a ocorrência de um clima propício à aprendizagem. Não obstante, as tarefas associadas à instrução necessitam de um trabalho específico para que os PE se possam sentir capazes no ensino dos conteúdos de aprendizagem aos seus alunos. Assim, ao nível dos cursos de formação é essencial que os futuros professores sejam intencionalmente envolvidos em experiências de formação desencandadoras de mestria em tarefas de instrução com complexidade progressiva. A este nível a supervisão assume um papel essencial no planeamento e na implementação de técnicas supervisivas que concorram para experiências de sucesso por parte dos futuros professores. Referências Oberski, K. Ford, S. Higgins, & Fisher P. (1999). The Importance of Relationships in Teacher Education.. Journal of Education for Teaching, 25, 2, 135–150. Onofre, M. (2000). Conhecimento prático, autoeficácia e qualidade de ensino: um estudo multicaso em professores de educação física. Dissertação de Doputoramento, Universidade Técnica de Lisboa. Poulou, M. (2007). Personal Teaching Efficacy and Its Sources: Student Teachers’ Perceptions. Educational Psychology, 27, 2, 191–218. EF_14 AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO MOTOR: IDENTIFICANDO A IDADE MOTORA EM RELAÇÃO À IDADE CRONOLÓGICA DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL I Simões, T.B.S. 1, Albuquerque, A.C.C. 1, Silva, A.A. 2, Dantas, P.M.S. 1, Cabral, B.G.A.T. 1 1 Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil 2 Faculdade Natalense de Ensino e Cultura, Brasil Introdução: Na infância a coordenação motora deve ser estimulada desde cedo, mesmo que involuntariamente. O simples ato de pegar um brinquedo, rastejar, arremessar, saltar e correr a criança está desenvolvendo a sua motricidade. Promover atividades envolvendo a capacidade coordenativa, tanto fina como global é muito importante em todos os níveis da educação. O objetivo do trabalho é identificar a idade motora em relação às habilidades de motricidade fina e global em crianças com idade variando entre 08 e 09 anos, pertencentes à rede pública de ensino. Métodos: Trata-se de uma pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa. A amostra foi composta por 21 crianças estudantes do ensino fundamental I (09 meninos e 12 meninas) de 08 e 09 anos. O procedimento de coleta teve início com a aplicação de um questionário para traçar o perfil das tarefas realizadas no cotidiano destas crianças, em seguida aplicouse a bateria de testes de motricidade proposta por Rosa Neto (2002) que compreende um conjunto de provas diversificadas e de dificuldade progressiva, conduzindo a uma exploração minuciosa de diferentes setores do desenvolvimento. Resultados: Identificou-se nos resultados que: na comparação das habilidades finas e globais, um maior nível de desenvolvimento foi demonstrado na coordenação fina; 48% dos REAFES Gymnasium 2015 89 alunos apresentam um atraso médio de 15 meses em relação a sua Idade Cronológica (IC); o Quociente Motor Geral está com média de idade de 99 meses, isso mostra uma diferença de 8 meses em relação a IC na população estudada que é 107 meses. De acordo com a Escala de Desenvolvimento motor classificaram-se em: 38.1% como normal médio; 23.8% como normal alto; 14.3% normal baixo; 14.3% inferior e 9.5% como superior. Discussão: Estes resultados indicaram que as crianças com idade motora baixa são menos inativos, pois estas realizam atividades que não proporcionam um maior repertorio motor para ajudar em seu desenvolvimento. A baixa diversidade das vivências motoras pode ser o fator primordial para este resultado, pois isso mostra uma irregularidade do desenvolvimento. Fatores como; o ambiente, a hereditariedade e as atividades motoras podem influenciar diretamente. É importante que a prática de jogos, brincadeiras, lutas, atividades rítmicas e esporte, para que esta apresente mais experiências motoras, o que irá proporcionar uma ampliação do repertório motor e consequentemente, melhor aquisição de padrões motores e habilidades que serão necessárias para a vida. Referências Rosa Neto F.(2002). Manual de Avaliação Motora. Porto Alegre: Artmed. EF_15 COMUNIDADES DE APRENDIZAGEM PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA – UMA REVISÃO SISTEMÁTICA Costa, J., Onofre, M., Martins, M. Universidade de Lisboa, Portugal A investigação sobre o desenvolvimento profissional contínuo sob a perspetiva de aprendizagem social no seio das unidades coletivas de professores de Educação Física (EF) raramente alcança uma dimensão concetual de trabalho colaborativo sobre o grupo disciplinar de EF. O modelo das Comunidades de Aprendizagem Profissional (CAP) (Hord, 2008) apresenta-se como uma configuração que permite aos professores de EF organizarem-se colaborativamente nos seus grupos para potenciarem a aprendizagem dos alunos, bem como permite à investigação assumir uma organização concetual facilitadora da compreensão das dimensões que contribuem para essa organização. Através de uma revisão sistemática de literatura sobre este tema procurámos esclarecer o estado da arte sobre o trabalho colaborativo dos grupos disciplinares de EF como entidades coletivas, a partir do quadro concetual das CAP proposto por Hord. Globalmente, pouca literatura provém de contextos latinos e/ou ibéricos, indicando um alheamento destas questões no geral e deste modelo em particular em relação aos benefícios que pode induzir. A dimensão “valores, crenças e visão partilhada” é essencialmente orientada por forças externas ao grupo que induzem maiores necessidade sobre a legitimação da EF em detrimento da promoção das aprendizagens dos alunos que é pouco alicerçada na integração ecológica ou no currículo. Paralelamente, sobressai a importância da herança histórica de cada grupo na forma como afeta esta dimensão. Na “liderança partilhada”, a importância dos líderes (in)formais para o trabalho colaborativo do grupo de EF é revelada fundamentalmente pelas perceções que os professores traçam dos seus líderes como elementos facilitadores ou dificultadores do trabalho colaborativo e pouco pelos líderes na primeira pessoa. Na “aprendizagem intencional coletiva e sua aplicação” identificam-se diversos focos de aprendizagem dos grupos disciplinares de EF embora pouco centrados na pedagogia e no currículo e esclarecedores da sua operacionalidade. Adicionalmente, identificam-se aspetos facilitadores e inibidores do desenvolvimento desta dimensão. Nas “condições de suporte” o tempo disponível é o recurso mais protegido internamente e simultaneamente atacado em diversas frentes contextuais. Contudo, esta dimensão representa um processo tendencialmente reativo e pouco intencional nos grupos disciplinares de EF. Sobre a “prática pessoal partilhada” pouco se sabe acerca das condições, caraterísticas e objetivos com que os professores de REAFES Gymnasium 2015 90 EF observam as aulas uns dos outros, e que benefícios (ou desafios) essas práticas acarretam para alunos e professores. Este estudo contribui para o esclarecimento do grupo profissional de EF como uma CAP a nível internacional, lançando importantes reflexões sobre a prática e a investigação do desenvolvimento profissional na EF com vista à melhoria das aprendizagens dos alunos. Referências Hord, S. (2008). Evolution of the professional learning community. Journal of Staff Development, 29, 3, 10-13. EF_16 CONHECIMENTO EM PRIMEIROS SOCORROS: ANÁLISE DE PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE QUE ATUAM EM ESCOLAS DE FUTEBOL DE BASE EM CLUBES DA CIDADE DE POÇOS DE CALDAS – MG, BRASIL. Rosário G. P., Ressurreição, K. S. Universidade Presbiteriana Mackenzie, Brasil Introdução: As aulas de futebol, tanto nas categorias de base, quanto no ambiente profissional, possuem riscos de acidentes ou fatalidades que podem levar a algum tipo de lesão. Na urgência deverá ocorrer uma ação de outros profissionais, não médicos, habilitados para prestar atendimento de emergência, que possuam os seguintes requisitos: equilíbrio emocional (autocontrole), disposição para cumprir ações orientadas e treinamento em suporte básico de vida. Logo, o objetivo deste estudo foi verificar, se os profissionais de Educação Física e Esporte que atuam na área de futebol de base, possuem conhecimentos básicos sobre primeiros socorros em casos de emergência. Método: Este estudo caracterizou-se como pesquisa de campo e a amostra foi composta por 17 técnicos do gênero masculino, com idade entre 23 e 67 anos, sendo ou não profissionais de Educação Física e Esporte, atuantes em escolas de futebol de base da cidade de Poços de Caldas – MG, Brasil. Como instrumento de coleta, foi realizada uma entrevista com perguntas abertas e fechadas relacionadas a primeiros socorros através de um questionário, adaptado de Pérgola e Araújo (2008). Resultados: Na amostra desse trabalho foram encontradas em suma, nove sujeitos que tiveram em sua grade curricular a Disciplina de Primeiros Socorros e seis sujeitos graduados que não possuíram tal disciplina. Por fim dois sujeitos que não tiveram nenhum tipo de disciplina de Primeiros Socorros em nenhum grau de escolaridade. Discussão: Os dados apresentados afirmam que os profissionais que atuam na área de futebol de base possuem conhecimentos básicos necessários caso ocorra com seus atletas uma lesão ou seja necessário um atendimento imediato emergencial clinico, como um desmaio ou convulsão. Porém apenas um sujeito, acertou todas as questões e está apto a um atendimento em primeiros socorros. dentro dos treinamentos de futebol de base. Apesar dos resultados desta pesquisa, concluímos que devemos manter um olhar mais atento para a disciplina de primeiros socorros na graduação, França et al (2007) sugere que nas academias e clubes deve-se implantar capacitação na prestação de socorros para professores, e no dia-a-dia, os próprios profissionais, devem ter o interesse e iniciativa de se aprimorarem em sua segurança e nos conhecimentos básicos em primeiros socorros. Referências Pergola, A. M., & Araujo, I. (2008). O leigo e situação de emergência. Revista da Escola de Enfermagem da USP, .42, 4, p.769-776. França, I. et al. (2007). Enfermagem e práticas esportivas: aprendendo com os dilemas éticos. Revista Brasileira de Enfermagem,.6 0,.6,.724-727. REAFES Gymnasium 2015 91 EF_17 CONHECIMENTO EM PRIMEIROS SOCORROS: ANÁLISE DE PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE QUE ATUAM EM ESCOLAS DE FUTEBOL DE BASE EM CLUBES DA CIDADE DE POÇOS DE CALDAS – MG, BRASIL. Ressurreição, K.S. & Rosário, G.P Universidade Presbiteriana Mackenzie, Brasil Introdução: As aulas de futebol, tanto nas categorias de base, quanto no ambiente profissional, possuem riscos de acidentes ou fatalidades que podem levar a algum tipo de lesão. Na urgência deverá ocorrer uma ação de outros profissionais, não médicos, habilitados para prestar atendimento de emergência, que possuam os seguintes requisitos: equilíbrio emocional (autocontrole), disposição para cumprir ações orientadas e treinamento em suporte básico de vida. Logo, o objetivo deste estudo foi verificar, se os profissionais de Educação Física e Esporte que atuam na área de futebol de base, possuem conhecimentos básicos sobre primeiros socorros em casos de emergência. Método: Este estudo caracterizou-se como pesquisa de campo e a amostra foi composta por 17 técnicos do gênero masculino, com idade entre 23 e 67 anos, sendo ou não profissionais de Educação Física e Esporte, atuantes em escolas de futebol de base da cidade de Poços de Caldas – MG, Brasil. Como instrumento de coleta, foi realizada uma entrevista com perguntas abertas e fechadas relacionadas a primeiros socorros através de um questionário, adaptado de Pérgola e Araújo (2008). Resultados: Na amostra desse trabalho foram encontradas em suma, nove sujeitos que tiveram em sua grade curricular a Disciplina de Primeiros Socorros e seis sujeitos graduados que não possuíram tal disciplina. Por fim dois sujeitos que não tiveram nenhum tipo de disciplina de Primeiros Socorros em nenhum grau de escolaridade. Discussão: Os dados apresentados afirmam que os profissionais que atuam na área de futebol de base possuem conhecimentos básicos necessários caso ocorra com seus atletas uma lesão ou seja necessário um atendimento imediato emergencial clinico, como um desmaio ou convulsão. Porém apenas um sujeito, acertou todas as questões e está apto a um atendimento em primeiros socorros. Dentro dos treinamentos de futebol de base. Apesar dos resultados desta pesquisa, concluímos que devemos manter um olhar mais atento para a disciplina de primeiros socorros na graduação, França et al (2007) sugere que nas academias e clubes deve-se implantar capacitação na prestação de socorros para professores, e no dia a dia, os próprios profissionais, devem ter o interesse e iniciativa de se aprimorarem em sua segurança e nosconhecimentos básicos em primeiros socorros. Referências Pergola, A. & Araujo, I.(2008). O leigo e situação de emergência. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 42, 4, 769-776. França, I.et al. (2007). Enfermagem e práticas esportivas: aprendendo com os dilemas éticos. Revista Brasileira de Enfermagem, 6 0, 6, 724-727. EF_18 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: AÇÕES DO PRESENTE E PERSPECTIVAS FUTURAS Nascimento, R.1; Fujita, O.2; Guazzi, D.1; Ayrosa, P.1 1 Universidade Estadual de Londrina, Brasil 2 Universidade de S. Paulo, Brasil Introdução: O presente texto apresenta de forma sucinta o pioneiro processo educacional de três cursos na modalidade EAD realizado na Universidade Estadual de Londrina (UELPR). Durante a coleta de dados os pesquisadores deram maior ênfase ao processo do que propriamente ao produto em si e ao “significado” que as pessoas dão às coisas e à sua REAFES Gymnasium 2015 92 vida. Estes aspectos característicos da Pesquisa Qualitativa permitiram que a análise dos dados estatísticos tivesse um “olhar” diferenciado em relação aos resultados obtidos. Depoimentos, comentários e impressões confirmam a positividade desta ação e projeta perspectivas promissoras futuras para a instituição, a curto e a médio prazo. Metodologia: A pesquisa foi desenvolvida segundo a Abordagem Qualitativa do tipo Pesquisa-Ação. Os pesquisadores tiveram participação direta nos projetos oferecidos (concepção, planejamento, desenvolvimento, execução, avaliação) e por um período de cinco meses realizaram a coleta de dados: os dados foram apresentados em sua maioria de maneira descritiva e a análise seguiu o processo indutivo. Resultados: Os resultados obtidos no processo educacional da UEL no tocante à cursos na modalidade EAD, foram extremamente positivos, pois atendeu a demanda e as necessidades estruturais da instituição, além do aspecto pioneiro e significado visionário que ele possui. Os depoimentos, comentários, projetos desenvolvidos no AVA Moodle e as avaliações formativas e diagnósticas aplicadas no curso comprovam tais afirmações. Diante dos resultados apresentados e expectativas promissoras, novos cursos serão oferecidos para a edição PACC/UEL (2015/2016). Discussão: Por ser considerada uma ação inovadora, tanto para a UEL assim como para os participantes (docentes, discentes e funcionários) o processo foi amplamente discutido e debatido nos fóruns de discussão e explanado na avaliação final. As análises deste instrumento sinalizam que algumas melhorias necessitam ser realizadas, em especial, no tocante ao sistema avaliatício, pois novas tecnologias, novas metodologias de ensino e aprendizagem também exigem e requerem novos formatos de avaliação. EF_19 EFECTO DEL NIVEL DE ACTIVIDAD FÍSICA PROGRAMADA EN ESTUDIANTES ENTRE 14 Y 17 AÑOS Reyes, T. Universidadad de Playa Ancha y Universidad de Viña del Mar, Chile Actualmente niños y jóvenes tiene un bajo nivel de actividad física, lo cual implica un incremento en el sobrepeso y la obesidad infantil. Ante este fenómeno la Organización Mundial de la Salud (OMS) como factor protector de enfermidades recomienda 60 minutos de actividad física diariamente. Objectivo. Comparar el nivel de actividad física programada entre 2 grupos, en las variables estado nutricional, fuerza muscular y consumo máximo de oxígeno. Metodo: investigación cuantitativa, diseño descriptivo. Muestra; 22 varones de 14 a 17 años, separados en 2 grupos, 11 correspondieron al grupo activo (GA) y 11 al grupo inactivo (GI). Instrumentos: Cuestionario del Instituto de Nutrición y Tecnología de los Alimentos, Índice de Masa Corporal (IMC), Salto a Pies Juntos (SPJ) y Test Course Navette. Para el análisis estadístico se aplicó descriptivo inferencial, test de normalidad y luego Anova de un Factor. Valor de significación p < 0,05. Software SPSS 20.0. Resultados: El IMC promedio del GA; 23,32 Kg/m2; y del GI; 24,58 Kg/m2; no presentan diferencia significativa (p < 0,51), el SPJ promedio GA fue 200 cm mientras que GI 184 cm, esta diferencia tampoco es significativa (p < 0,19), el VO2máx promedio obtenido por GA fue 48,23 ml/kg/min mientras que GI 30,97 ml/kg/min, este resultado establece un alta diferencia significativa (p < 0,001) entre los grupos. Conclusión. GA en todos los parámetros tiene mejores resultados que GI, sin embargo sólo en el VO2máx presenta diferencia significativa. nivel de actividad física; estudiantes; consumo máximo de oxígeno; fuerza; nutrición. EF_20 FACTORES DE QUALIDADE DAS EXPERIÊNCIAS EM EDUCAÇÃO FÍSICA EM FUNÇÃO DO GÉNERO REAFES Gymnasium 2015 93 Martins J., Martins, M., Costa, J., Onofre, M. Universidade de Lisboa, Portugal No âmbito de um projeto mais amplo e internacional desenvolvido pela REAFES sobre a socialização dos professores e a promoção de estilos de vida ativos, e reconhecendo que as mulheres tendem a enfrentar maiores dificuldades de acesso a uma EF de qualidade, assim como a apresentarem níveis mais baixos de actividade física (UNESCO, 2015), este estudo visa identificar os fatores da qualidade da experiência anterior em Educação Física Escolar (EF), percecionada por alunas e alunos da Licenciatura em Ciências do Desporto (LCD) e do Mestrado em Educação Física (MEF). Participaram no estudo um total de 285 alunos (192 homens, 93 mulheres), sendo que 239 (168 homens, 71 mulheres) frequentavam o 1º ano da LCD e 46 alunos (24 homens, 22 mulheres) o 1º ano do MEEF, com uma média de idades de 19,7±4,1 e 23,1±2,2 anos, respetivamente. Foi aplicado questionário por autoadministração para recolher a informação sobre a perceção acerca da qualidade da experiência anterior em EF, da importância dos fatores que contribuíram para essa experiência e da competência em EF nos ensinos básico e secundário. Os dados foram submetidos ao teste de Mann-Whtiney para comparar as perceções entre os dois géneros e a uma regressão linear múltipla para estimar a preponderância dos fatores na qualidade da EF Os homens (x̅= 3.9±0.7) e as mulheres (x̅= 3.9±0.6) revelaram uma perceção favorável da qualidade da experiência anterior em EF, embora sem diferenças estatisticamente significativas (U=8784,5; p=0,932), o que evidencia a relação entre uma perceção positiva da qualidade da EF e a longevidade na relação com esta área disciplinar, independentemente do género. Não obstante, foram encontrados dois modelos de regressão linear, sendo que, no caso dos homens, a relação com o professor (β=0,207, p=0,013) e com os pares (β=0,184, p=0,016), as características das aulas (β=0,179, p=0,016) e os benefícios colhidos (β=0,175, p=0,025) foram as variáveis preditoras que integraram um modelo que explicou 16,2% da qualidade da experiência em EF (R2ajustado=0,162; F=4,240). No caso das mulheres, foram as condições materiais (β=0,281, p=0,013) e a relação de companheirismo com o professor (β=0,236, p=0,05) que integraram um modelo que explicou 18,5% da qualidade da experiência em EF (R2ajustado=0,185; F=2,818). Estes resultados revelam, simultaneamente, a potencialidade do professor de EF, ao nível da gestão da aula para melhorar a qualidade da EF, no caso, facilitando um clima motivacional favorável e a enfase no benefício dos seus efeitos, e a forma como os recursos podem condicionar essa qualidade, sobretudo, na perspetiva das mulheres. Referências UNESCO. (2015). Quality PE: Guidelines for policymakers. EF_21 GINÁSTICA NA ESCOLA: A MATÉRIA INCOMPREENDIDA Ribeiro da Silva, E. Universidade de Coimbra, Portugal Introdução: Deparamo-nos constantemente com uma metodologia de ensino analítica das modalidades gímnicas que, para além de se afastar do seu espírito (sequências de elementos de exigências psicomotoras variadas, ligados de forma lógica, executadas com alternância de ritmos) não favorece a motivação para a aprendizagem nem a inclusão no ensino, cada vez mais reclamada. Alunos com condicionantes físicas ou psicológicas vêemse excluídos do processo de aprendizagem, porque não lhes são proporcionadas as mesmas oportunidades para aprenderem o que lhes interessa e como lhes interessa. Este estudo, em que fomos conhecer as representações sobre as aulas de Ginástica vividas na escola, junto duma população em formação para a docência da Educação Física, serviu de REAFES Gymnasium 2015 94 justificação a propostas de intervenção pedagógica inovadoras e de maior valor pedagógico para o ensino daquela matéria. Métodos: Construímos e aplicámos um questionário com cinco questões referentes à caracterização pessoal e académica dos indivíduos e quatro questões semia-bertas relativas às suas perceções/representações sobre as aulas de Ginástica vividas no seu percurso académico básico e secundário. Conciliámos uma metodologia quantitativa traduzida em técnicas de estatística descritiva com uma metodologia qualitativa de análise de conteúdo. Resultados: Dos resultados obtidos destacamos os 55,3% de afirmações de carga negativa relativas à Ginástica, sendo 40,4% atribuídos às características das aulas e 14,9% a sentimentos (negativos), enquanto as afirmações positivas representam 44,7%, das quais 23,4% atribuídas às características das aulas e 21,3% aos sentimentos positivos. Já os pontos fracos das aulas vividas respeitam à Organização/Dinâmica das aulas (53,8%) e às Condições para a prática (12,8%) e os pontos fortes aos Ganhos/Benefícios formativos e à Organização das aulas, ambas com 19%. Se numa população em vias de profissionalização em Educação Física, a impressão retida sobre a respetiva prática das Atividades Gímnicas na escola é significativamente negativa, parece-nos legítimo colocarmos a hipótese que aquela impressão se agravará em indivíduos que nada tenham a ver com aquele âmbito. Reflexões Finais: A Ginástica, nas suas várias modalidades, apresenta-se como uma matéria desinteressante para a maioria dos alunos, pelo que é necessário que surjam conceções e práticas de ensino diferentes, viradas para o trabalho em grupo e explorando mais a coordenação nas suas diferentes formas, que respondam, na linha de Blázquez (2013), à necessidade de se desenvolverem aprendizagens nas dimensões fisiológica, motora, psicológica e sociológica, que o tipo tradicional de trabalho não permite com tanta intensidade. Referências Blázquez, D. (2013). Diez competencias docentes para ser mejor profesor de Educación Física – La gestión didáctica de la clase. Barcelona: INDE EF_22 IDENTIDADE SOCIOPROFISSIONAL, PARTICIPAÇÃO E INTERAÇÕES ENTRE OS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA E A COMUNIDADE EDUCATIVA Valente-dos-Santos, J. 1, Matos, A. P. 2, Ferreira, A. G. 2 1 Universidade Lusófona, Portugal 2 Universidade de Coimbra, Portugal Introdução: A identidade socioprofissional dos professores de Educação Física (EF) alinhase, fortemente, com a crítica social, alentada por antinomias em torno do conhecimento, práticas e conteúdos da disciplina de EF e do seu profissional (Wrench & Garrett, 2012). Considerando, adicionalmente, que a participação dos professores de EF na vida da escola se assume como um constructo social, que ultrapassa o espetro de práticas estrito das competências da disciplina (Kirk, 2010), a presente investigação procurou analisar as perceções que os professores de EF têm acerca da sua identidade socioprofissional, do grau de participação na vida da escola e das relações que estabelecem com os vários elementos da comunidade educativa. Metodologia: O estudo apresenta uma natureza não experimental, quantitativa e descritiva. Recorreu-se à aplicação do questionário como instrumento de recolha de dados. Foram utilizados o questionário “identidade socioprofissional dos professores de EF”, o questionário “clima escolar e participação dos professores” e o questionário “relação entre os professores de EF e a comunidade educativa”. Para a realização do estudo, recorreu-se a uma amostra não probabilística de 464 professores de EF dos 2.º, 3.º ciclos do ensino básico e ensino secundário, de um total de setenta e sete estabelecimentos escolares distribuídos por quarenta e um concelhos do Continente e três da ilha da Madeira. REAFES Gymnasium 2015 95 Resultados: Existe, em geral, uma perceção positiva sobre a identidade socioprofissional do professor de EF. Quanto à participação dos professores de EF nos diferentes momentos e tarefas da vida da escola, verifica-se que, na sua maioria, os professores percecionam níveis de participação elevados, nomeadamente no que se refere à colaboração com os órgãos de administração e gestão e à colaboração com os professores das outras disciplinas na realização das atividades escolares. Verifica-se, também, que quanto mais positiva é a relação dos professores de EF com os professores das outras disciplinas e com a comunidade educativa, mais elevado é o grau de participação na vida da escola. Discussão: É possível concluir que os resultados sugerem que um aumento das habilitações académicas poderá contrubuir para maior poder de iniciativa e capacidade organizativa dos professores de EF, sem prejuízo da sua identidade socioprofissional. Será importante que os professores de EF aproveitem a sua imagem social positiva, as boas relações com os colegas das outras disciplinas e o facto de os (as) directores (as) propenderem a aceitar as suas sugestões, para melhorar as perceções da comunidade educativa sobre a importância da disciplina de EF. Também parece necessário perspetivar novas formas de colaboração com os pais dos alunos para este efeito, o que possibilitará o desenvolvimento de um entendimento mais adequado, por parte destes últimos, do trabalho realizado pelos professores de EF. Referências Kirk, D. (2010). Defining physical education: Nature, purposes and future's. Physical Education Matters, 5, 3, 30-31. Wrench, A., & Garrett, R. (2012). Identity Work: Stories Told in Learning to Teach Physical Education. Sport, Education and Society, 17, 1, 1-19. EF_23 CARACTERIZACIÓN DE LOS ESTILOS DE ENSEÑANZA EN LOS DOCENTES DE LAS S UB ÁREAS DIDÁCTICASEN LA LICENCIATURA EN EDUCACIÓN FÍSICA, DEPORTES Y RECREACIÓN, UNIVERSIDAD DEL TOLIMA, COLOMBIA Castro Campos, P., Rojas Rojas, J., Aponte Lopez, N. Universidad de Tolima, Colombia Introducción: Los Estilos de Enseñanza son un tema de trascendencia para la comunidad educativa, de ahí el objetivo de esta investigación: caracterizar los estilos de enseñanza utilizados por losprofesores de la licenciatura en Educación Física Deportes y Recreación, universidad del Tolima, Colombia. El análisis e los estilos de enseñanza ofrece indicadores que ayudan a guiar las diferentes interacciones y decisiones e enseñanza (Sicilia Camacho & Delgado Noguera, 2002). Metodología: De corte descriptivo transversal, para el desarrollo de este estudio se empleó como referencia el cuestionario DEMEVI 1991 (Delgado Noguera, 1998), el cual se adaptó y valido para esta investigación a través de un juicio de expertos y se verifico su fiabilidad con el método de consistencia interna. También se realizó un análisis documental, y se adelantó un registro Audiovisual de algunas de las clases. Resultados: Se encontró a partir de las respuestas en el cuestionario; una variedad de estilos deenseñanza; cognoscitivos, participativo y creativo. En cuanto a la observación de lasasignaturas encontramos ue los docentes tienen prácticas marcadas a estilos de corte tradicionalista, otro instrumento que se utilizó arrojó unos resultados diferentes a lo observado en la práctica; la matriz mostro que los docentes proponen una metodología basada en ABP, descartando estilos tradicionalistas, una evaluación que tiene en cuenta más el proceso y no solamente la verificación de la memorización de contenidos destacando diferencias entre la teoría y la práctica. REAFES Gymnasium 2015 96 Discusión: Es pertinente realizar este tipo de estudios donde se puede identificar las metodologías utilizadas por los docentes y articularmente los Estilos de enseñanza empleados por losprofesores del programa Licenciatura en Educación Física Deportes y Recreación Universidad del Tolima, considerando que este tipo de investigaciones son de tipo exploratorio porque no sean realizado anteriormente en la región y son un importante indicador del proceso enseñanza– aprendizaje con miras a la elaboración de planes de mejoramiento, en esta investigación se pudo identificar diversas orientaciones de los docentes y algunas incoherencias con lo que está plasmado en los planes curso frente a la práctica de las asignaturas didácticas, elementos que describe en cierta forma (Crum, 2012) en su círculo vicioso de la Educación Física. Referencias Crum, B. (2012). Memoria Académica. Recuperado el 23 de octubre de 2014, dehttp://www.memoria.fahce.unlp.edu.ar/art_revistas/pr.5667/pr.5667.pdf Delgado Noguera, M. A. (Diciembre de 1998). EF Deportes.com. Recuperado el 13 de septiembre de 2014, de http://www.efdeportes.com/efd12/estilos.htm Sicilia Camacho, A., & Delgado Noguera, M. A. (2002). Educacion Fisica Y Estilos deEnseñanza. Barcelona: Inde. EF_24 IMAGEM CORPORAL DE ADOLESCENTES E INFLUÊNCIA DA MÍDIA: UM ESTUDO SOBRE AS RELAÇÕES DE GÊNERO Gonçalves, V.1; Parra Martínez, J.2 1 UFGRegional Jataí, Brasil 2 Universidad de Castilla-La Mancha, Espanha O objetivo do estudo é conhecer as diferenças de gênero em uma amostra de adolescentes em relação à percepção da imagem corporal e percepção da influência da mídia. Realizouse uma pesquisa quanti-qualitativa com 237 adolescentes de Toledo (Espanha), aplicando o BSQ-34 e o CIMEC-26, e realizando grupos de discussão com 60 alunos da amostra anterior. Os resultados indicam maior insatisfação com o corpo entre os participantes do sexo feminino em comparação com o sexo masculino, e a associação entre a insatisfação corporal e a influência da mídia, ao transmitir estereótipos corporais de beleza que afetam principalmente às mulheres. EF_25 OS ALUNOS E A ESCOLA: A PERCEPÇÃO SOBRE A ESCOLA, A DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E OS COMPORTAMENTOS DE ENSINO DO PROFESOR Santos, B. 1, Martins, J. 2, Carreiro da Costa, F. 3 1 Agrupamento de escolas 4 de Outubro, Loures, Portugal 2 Universidade de Lisboa, Portugal 3 Universidade Lusófona, Portugal Introdução: Ao longo do processo ensino aprendizagem o aluno assume um papel ativo, intervém necessariamente no decurso educativo, não sendo um mero recetor, pelo que as suas atitudes, pensamentos e perceções continuam a chamar a atenção dos investigadores. Para melhor compreensão desta realidade torna-se importante reforçar a investigação dos processos cognitivos dos alunos e no papel que eles assumem como mediadores, entre o comportamento do professor e os seus desempenhos. REAFES Gymnasium 2015 97 Objetivo: O objetivo do estudo foi analisar a forma como alunos do ensino básico e secundário percecionam a escola, a disciplina de Educação Física (EF) e os comportamentos de ensino do professor nas dimensões: instrução, clima, gestão/organização e disciplina. Metodologia: Responderam a um questionário 478 alunos (226 raparigas, 251 rapazes), sendo 79 do 2º ciclo de ensino básico, 197 do 3º ciclo do ensino básico e 202 do ensino secundário. Para analisar os dados dividiu-se a amostra em três escalões etários, 10-12 anos, 13-15 anos e 16-19 anos, recorrendo-se à ANOVA e ao teste não paramétrico de Kruskal-Wallis. Resultados: Numa escala de 1 a 5, os alunos do escalão etário 10-12 anos são os que revelam uma atitude mais positiva, os que mais gostam de frequentar a escola (3,9±1) e os que dão maior importância para o seu sucesso na vida futura (4,5±0,7). A disciplina de EF é a preferida dos alunos nos três escalões, contudo, são os alunos mais novos (4,6±0,8) que revelam uma atitude mais favorável. Os alunos valorizam mais os comportamentos do professor relacionados com as dimensões clima de aula (3,8±0,5) e instrução (3,9±0,6) do que os relacionados com as dimensões gestão/organização (3,5±0,6) e disciplina (3,5±0,7). Os resultados revelaram que com o avançar da idade os alunos tendem a diminuir a importância dada aos vários comportamentos de ensino do professor. Especificamente, registaram-se diferenças significativas entre o escalão etário 10-12 anos (4,2±0,7) e o escalão 16-19 anos (3,8±0,4) na dimensão instrução (ρ<0,001). Conclusões: A maioria dos alunos apreciam a escola e a disciplina de EF, no entanto, os resultados patenteiam que à medida que os alunos vão crescendo a importância da escola e ao que lá se aprende diminui. Os alunos mais novos revelaram-se os mais preocupados com a importância do desenvolvimento da condição física ao longo das aulas. Relativamente à perceção que os alunos têm dos comportamentos de ensino do professor, podemos concluir que os alunos tendem a dar mais relevo às questões relacionadas com as dimensões clima e instrução do que às dimensões gestão/organização e disciplina. EF_26 KARATÊ COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA NA REDUÇÃO DA AGRESSIVIDADE Rebecca, C. J, Viana, F.C.F, Almeida, J.D.L, Ressurreição, K.S., Braz, L. Faculdade Nossa Cidade, Brasil Introdução: A agressividade dos alunos em sala de aula é um dos problemas sociais que mais preocupam os professores, os pais e as próprias crianças. É nesse contexto que as lutas podem tornar-se uma excelente ferramenta de desenvolvimento holístico para o educando, pois em sua essência tem a formação do caráter e da pessoa como objetivo. SASAKI (2007). Método: Esta pesquisa se caracteriza como pesquisa de campo (GIL, 2008). Para análise do questionário com perguntas abertas, foi avaliado com base na Análise de Conteúdo de Bardin (2009), e as perguntas fechadas foram realizados de maneira quantitativa. Foram pesquisados 15 pais e 11 professores da rede pública no município de Carapicuíba – Sp – Brasil. Resultados: Perguntamos aos pais por que colocaram seu filho (a) nas aulas de karatê, e observamos que 53% deles responderam que o próprio filho quis praticar o karatê. Perguntamos se houve melhora no comportamento e 73% disseram que sim na escola e em família. Perguntamos qual era a sua visão quanto ao karatê antes de seu filho pratica-lo, 53% dos pais acreditam que o karatê é um esporte disciplinador, e por fim, qual é o maior benefício que o karatê trouxe para seu filho, e 34% dos país responderam que foi a melhora no rendimento escolar e outros 33% a melhora no condicionamento físico. Aos professores perguntamos qual o maior benefício que o karatê traz para o aluno 55% disseram que é a redução da agressividade. Quando perguntados se o karatê praticado pode colaborar com a redução da agressividade 100% dos professores responderam que sim. Indagamos se REAFES Gymnasium 2015 98 utilizam o karatê nas suas aulas e 64% dos professores não utilizam. Na última pergunta sobre quanto tempo em média o aluno precisa praticar o karatê 64% responderam que o aluno precisa praticar o karatê entre 1 a 6 meses para se notar a diferença em seu comportamento. Discussão: Observamos que o karatê tem uma boa aceitação dentro da escola e que pode contribuir para um bom relacionamento entre todos, porém é pouco utilizado pelos professores nas aulas de Educação Física. Em relação aos pais notamos que a agressividade não é um fator determinante para a prática do karatê, pois os itens mais relacionados foram condicionamento físico e rendimento escolar. Os profesores pesquisados consideram que o karatê pode sim, colaborar com a redução da agressividade dos alunos nas escolas de ensino regular e em seu entorno. Concluímos que a pratica do Karatê é benéfica e auxiliará nos aspectos biopsicossociais desta criança. Referencias Bardin, L. (2009). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70. Gil, A. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social. 6 ed, São Paulo: SP, Atlas. Sasaki, Y. (2007). História do Karatê Shoto-Kan. São Paulo: Litografia. EF_27 NATAÇÃO: UMA RELAÇÃO ENTRE OS ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO IFSULDEMINAS – CAMPÛS MUZAMBINHO E A MODALIDADE. Machado,M., Bueno, D.,Coelho, J., Ribeiro, S.,Bazilio,M. Instituto Federal do Sul de Minas, Brasil Introdução: A formação do professor de natação acontece, na maioria das vezes, nos cursos superiores de Educação Física, portanto, espera-se que estes sejam capazes de oferecer serviços confiáveis e de qualidade e além disso, demonstrar uma postura ética e profissional embasada teoricamente. O profissional ligado a natação não pode se limitar apenas ao ensino dos quatro nados e sim procurar diversificar os conhecimentos, pois assim conseguirá perceber a riqueza que a modalidade pode oferecer às pessoas (TAHARA & SANTIAGO, 2006). Este estudo identificou a percepção dos alunos do sexto período do Curso de Educação Física do IFSULDEMINAS-Câmpus Muzambinho, no que diz respeito a natação e ainda conhecer suas perpectivas em relação a disciplina de Metodologia e prática de atividades aquáticas. Métodos: A amostra foi composta por 34 alunos graduando do curso de Educação Física que responderam um questionário semi estruturado composto pelas perguntas a) Você sabe nadar? B) Por que você aprendeu ou aprenderia a nadar? C) O que você espera da disciplina de Atividades Aquáticas enquanto futuro profissional da área? Resultados: Na primeira pergunta aproximadamente 64% dos entrevistados já sabem nadar. Na segunda questão 39,4% responderam motivo de sobrevivência, 31,5% aprenderam por lazer, 7,8% por motivo de saúde e 18,4% outras respostas como por curiosidade, necessidade profissional e por gostar de água foram apontadas. Na terceira pergunta questionamos os alunos sobre as expectativas com as aulas da disciplina de atividades aquáticas e os mesmos acreditam que será interessante adquirir subsídeos teórico-práticos para ser um profissional que proporciona a seus alunos, uma maior vivência motora no meio líquido e uma boa convivência social. Discussão: Moises (2006) em seu estudo traz que as pessoas procuraram aprender a nadar para evitar afogamentos e traumas. Outro fator que poderia explicar a escolha deste esporte seria os dados de pesquisa da ONG Criança Segura (2012)que apresentam o afogamento como segunda causa morte por acidente até aos 14 anos de idade na região sudeste. Segundo Reis e Santos (2009) a natação proporciona aos seus praticantes seis benefícios, sendo eles: físico, psíquico, social, recreativo, terapêutico e preventivo. Referencias REAFES Gymnasium 2015 99 Moisés,M.P. (2006). Ensino da natação:expectativas dos pais de alunos.Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte,São Paulo,.5, .2,.65-74. Reis,R., Santos,Z. (2009). A Natação e a visão de futuros professores em dois momentos distintos.Coleção Pesquisa em Educação Física,Várzea Paulista, 8, 1, 31-36. Tahara, A. , Santiago,D. (2006). Lazer, lúdico e atividades aquáticas:Uma relação de sucesso.Movimento & Percepção.Espírito Santo do Pinhal.SP,.6. EF_28 O QUE É UM “BOM PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA”? PERCEÇÕES DOS ESTUDANTES NO INÍCIO DO CURSO EM EDUCAÇÃO FÍSICA Martins, M., Onofre, M., Martins, J., Costa, J. Universidade de Lisboa, Portugal Os estudos sobre a identidade do professor de Educação Física (EF) têm-se focado no final da formação inicial, embora a investigação evidencie maior resistência à mudança nas crenças formadas precocemente. Assim, no âmbito de um projecto internacional sobre a socialização dos professores e a promoção de estilos de vida ativos (REAFES), este estudo pretende identificar as características que alunos iniciantes do curso de Educação Física (AICEF) associam a um “bom professor” de EF. Aplicou-se um questionário de resposta aberta a 143 AICEF (101 homens, 42 mulheres), com 17,9±1,1 anos. Neste questionário foi solicitado aos participantes que indicassem as características que consideravam mais importantes num “bom professor” de EF. Para o tratamento de dados recorreu-se à análise de conteúdo dedutiva, seguindo o modelo por camadas sugerido por Korthagen (2004) na análise da conceção do “bom professor” que contempla diferentes níveis: Missão, Identidade, Crenças, Competências, Comportamentos e Contexto. Os resultados mostram que a maioria dos AICEF identifica características do "bom professor” de EF relativas ao Comportamento (nível externo). Este nível surge associado a diversas características de intervenção pedagógica. Em primeiro lugar: promover um bom clima de aprendizagem = 65,7%; em segundo lugar: realizar instrução = 30,1%; em quarto lugar: planificar = 18,2%, e em sexto lugar: organizar aulas = 11,2%. O nível referente às Competências foi mencionado em terceiro lugar, estando associado à competência científica = 23,1%. A Identidade emergiu como a principal camada interna relacionando-se com os traços de personalidade = 11,9% (quinto lugar) e com a atitude profissional = 11,2% (sexto lugar). O Contexto e a Missão foram os menos mencionados. Os resultados evidenciam que os AICEF percecionam que são essencialmente as características comportamentais que caracterizam o “bom professor”. Os cursos de formação de professores devem considerar estes dados referentes às perceções dos AICEF no sentido de analisarem formas de promoção de níveis de reflexão mais profundos acerca do “como” e do “porquê”, enquanto parte integrante da sua identidade. Paralelamente a investigação referente à formação de professores de EF carece de esclarecimento acerca das experiências de formação que se assumem como mais determinantes no desafio das crenças dos futuros professores acerca do que significa ser um “bom professor” de EF. Referências Korthagen, F. (2004). In search of the essence of a good teacher: Towards a more holistic approach in teacher education. Teaching and Teacher Education, 20, 1, 77-97. EF_29 O QUE É UM “ALUNO BEM-EDUCADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA”? PERSPETIVAS DOS ESTUDANTES À ENTRADA DE UM CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA Costa, J., Onofre, M., Martins, M., Martins, J. Universidade de Lisboa, Portugal REAFES Gymnasium 2015 100 No âmbito do estudo da identidade dos professores de Educação Física (EF) é escassa a literatura sobre as perceções dos estudantes na formação inicial em relação aos objetivos educacionais (Shulman, 1986). Integrado num projeto internacional sobre a socialização dos professores e a promoção de estilos de vida ativos da REAFES, e reconhecendo o potencial que pode encerrar na construção da sua identidade, nomeadamente da argumentação sobre a legitimação da EF à luz das atuais orientações programáticas em Portugal, este estudo analisou as ideias daqueles estudantes sobre o que é um aluno “fisicamente bemeducado”. Foi aplicado um questionário de resposta aberta aos alunos de 1º ano de licenciatura de uma instituição do ensino superior em Portugal (N = 143; 101 homens, 42 mulheres; 17.9±1.1 anos), onde se solicitou que participantes indicassem as suas ideias acerca dos objetivos educacionais da EF e do que é um aluno “fisicamente bem-educado”. Os dados foram submetidos a uma análise de conteúdo dedutiva com recurso às categorias dos objetivos de EF propostos por Bailey et al (2009) e das conceções curriculares de EF (Crum, 1994). A maioria dos estudantes identificou o aluno “fisicamente bem-educado” representando-a por uma competência desportiva (24.5%) ou pelo domínio dos conhecimentos teóricos da disciplina (21.7%). Uma terceira visão representou aquele conceito por uma capacidade integradora da competência desportiva e da condição física (14.7%). Em relação aos objetivos da EF, a maioria dos estudantes situou-os num âmbito de uma perspetiva recreativa da disciplina (32.0%). Num segundo plano, foram valorizados os objetivos relacionados com uma socialização acrítica no desporto (28.0%) e com a aptidão física (23.1%), sendo que apenas 6.3% da amostra se referiu a objetivos da disciplina relacionados com uma visão sociocrítica da EF. Os resultados deste estudo mostram que as identidades dos estudantes na formação inicial são várias, relacionadas com ideias e objetivos que não correspondem à identidade da disciplina enunciada nos Programas Nacionais de Educação Física, sugerindo que a formação inicial assuma a discussão e análise destas percepções como um elemento crítico para o desenvolvimento da profissionalidade daqueles estudantes assente nas orientações programáticas. Referências Bailey, R., et al. (2009). The educational benefits claimed for physical education and school sport: an academic review. Research Papers in Education, 24,1, 1-27. Crum, B. (1994). A critical review of competing physical education concepts. In: J. Mester (Ed.) Sport Science in Europe 1993. Current and Future Perspectives (pp.516-533). Aachen: Meyer & Meyer. Shulman, L. (1986). Those who understand: Knowledge growth in teaching. Educational Researcher, 15, 2, 4-14. EF_30 OS JESUITAS: A CIÊNCIA, A EDUCAÇÃO FÍSICA E O NOVO CONCEITO DE SALVAÇÃO Brás, J., Gonçalves, M. Universidade Lusófona, Portugal A Companha de Jesus é vulgarmente atacada pelo seu obscuratismo, por ter desprezado e até condenado o progresso do país. Aliás, esse é o motivo principal que levou às suas expulsões do território português. Na esteira da visão antijesuítica republicana, Magalhaes Lima haveria de caracterizar o ensino das escolas oficiais, como “verdadeiras sucursais da Companhia de Jesus, onde se mantêm ainda, para vergonha de todos, os velhos processos da rotina, inspirada no sectarismo jesuítico” (Vanguarda, 1 de Fevereiro de 1905). Neste sentido, parece parodoxal, mas destacamos como objectivo axial da nossa comunicação dar a conhecer a importância que a actividade dos jesuítas teve para a história da educação física em Portugal. Como fontes do nosso trabalho seleccionámos: Revista de Educação Física (1920); (ii) A educação moral e religiosa nos colégios dos Jesuítas (1913); (iii) Colégio de Campolide: 18731898; (iv) História do Colégio de Campolide da Companhia de REAFES Gymnasium 2015 101 Jesus. (v) jornais: Vanguarda, O Século, O Mundo. A metodologia centra-se na heurística e na exploração das fontes tendo como critérios de análise e interpretação os seguintes descritores: ciência, pedagogia científica, higiene, exercício físico e educação física. Pela análise e investigação em curso, poderemos desde já adiantar como resultados da pesquisa que temos vindo a desenvolver que os jesuítas, contrariamente à visão dominante generalizada caracterizada por Miguel Bombarda como “o afogamento das inteligências em oceanos de ignorância” (O Mundo, 25 de Março de 1901) ajudaram a promover no seu tempo a ciência, a higiene e a educação física. EF_31 PERSPETIVAS DOS ESTUDANTES DE EDUCAÇÃO FÍSICA SOBRE AS FINALIDADES DA DISCIPLINA: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE OS INICIANTES E FINALISTAS DA FORMAÇÃO Onofre, M., Martins, J., Costa, J., Martins, M. Universidade de Lisboa, Portugal Este estudo desenvolveu-se no âmbito de um projeto internacional sobre a socialização dos professores e a promoção de estilos de vida ativos da REAFES, e procurou comparar as perspetivas de iniciantes de cursos iniciais de educação física (1º ano da licenciatura) com alunos finalistas (do 1º ano de mestrado) em relação às suas perceções sobre as finalidades da Educação Física (EF). Um inquérito foi aplicado a 142 estudantes (91 homens e 51 mulheres, com idades média de 21.4 ±4.3 anos, Foram analisadas as respostas dos participantes à seguinte questão aberta: "Na sua opinião, qual é o papel (efeitos) da EF no currículo escolar?" com recurso à análise de conteúdo dedutiva. Posteriormente, foi realizada uma análise Bivariada para aquilatar as relações entre o tipo de estudante (BS vs FS) e as finalidades da EF. Realizou-se uma Análise de Cluster para identificar os perfis distintos de finalidades de EF dos estudantes. Para efeitos estatísticos o nível de significação usado foi p<0.05. Os estudantes finalistas foram significativamente superior aos dos estudantes iniciantes, nas seguintes finalidades: efeitos educativos gerais (65.2% and 29.2%, p<0.001), promoção do gosto pela atividade física (28.3% and 9.4%, p=0.008) e promover a aprendizagem do desporto (58.7% and 33.3%, p=0,011). Não foram encontradas diferenças significativas em relação à promoção de estilos de vida ativos e saudáveis (FS=65,2%; BS=45.8%), promoção da aprendizagem sobre o conceito de aptidão física e de saúde (FS=30.4%; BS=9.8%) e promoção da aptidão física (FS=19.6%; BS=33.3%). A Análise de Clusters confirmou que os estudantes finalistas e iniciantes tinham diferentes perfis de perceção sobre as finalidades da EF. Enquanto os finalistas eram significativamente caraterizados por se reportarem a efeitos educativos gerais, ao desenvolvimento do gosto pela atividade física, e pela promoção da aprendizagem do desporto, os iniciantes, não se caracterizaram-se por reportar este tipo de finalidades. Em conclusão identificamos a alteração de perceções ao longo da formação, sendo que os estudantes finalistas estão mais próximos de uma perspetiva sociocritica acerca das finalidades do curriculum da EF escolar, em contraste com uma perspetiva menos clara dos iniciantes. EF_32 PESQUISA INTERVENTIVA E FORMAÇÃO PROFISSIONAL: EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIDAS NOS CURSOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UFG/REJ/BRASIL Machado de Assis, R. Universidade Federal de Goiás, Brasil REAFES Gymnasium 2015 102 Introdução: Atualmente, a Educação Física tem se apropriado de pesquisas interventivas para o desenvolvimento de investigações que Demo (1995) caracteriza como comprometidas com intervenções que contemplam o autodiagnóstico, a construção de estratégia de enfrentamento e a organização política. Este trabalho relata o desenvolvimento de pesquisas interventivas como foco da disciplina Oficina Experimental, nos cursos de licenciatura e bacharelado em Educação Física (EF) da Universidade Federal de Goiás (UFG), Regional Jataí (REJ), Brasil. Métodos: No primeiro semestre os alunos fazem contato com um local a ser investigado, de preferência que não tenham experiência com a área escolhida. Em seguida fazem as observações não participantes, caracterizam o local de pesquisa e elaboram o projeto de pesquisa. No segundo semestre, desenvolvem a pesquisa ação ou a pesquisa participante, com apoio de instrumentos de coleta de dados variados. Ao final do segundo semestre é feita a análise de todo o processo de pesquisa e elaborado um relatório final. Resultados: A pesquisa ação e a pesquisa participante requerem muita leitura, preparação e conhecimento por parte dos pesquisadores, pois, de acordo com Demo (1995), trata-se de uma forma de avaliar qualitativamente as manifestações sociais, e se apóiam no paradigma crítico dialético de produção científica. Portanto, nem sempre os objetivos da disciplina são alcançados, pois as pesquisas se mostram incipientes, e os pesquisadores (alunos) não demonstram nem mesmo o domínio do conhecimento sobre pesquisa interventiva, essencial para o desenvolvimento do trabalho. Percebe-se, com os relatórios finais apresentados, que há uma tentativa de conhecer de forma mais profunda o campo investigado, e de contribuir com a realidade encontrada, mas os pesquisadores têm dificuldade em sistematizar o trabalho e em analisar os dados coletados. Discussão: Este tipo de pesquisa torna-se relevante na formação dos acadêmicos dos cursos de Educação Física, pois, de acordo com Freire (1984), propõe um método de pesquisa alternativa em que se aprende a fazer por meio da ação. Esta disciplina permite que os acadêmicos conheçam, problematizem e intervenham em realidades que possivelmente não conheceriam durante seu curso de formação. A despeito das dificuldades de construção do conhecimento e de domínio metodológico, esta experiência, sem dúvida, contribui no processo formativo dos futuros profissionais de Educação Física. Referências Demo, P. (1995). Metodologia científica em Ciências Sociais. São Paulo: Atlas. Freire, P. (1984). Criando métodos de pesquisa alternativa: aprendendo a fazê-la melhor através da ação. In, Brandão, C. R (Org.). Pesquisa participante (pp. 34-41). São Paulo: Brasiliense. EF_33 PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA EM EDUCAÇÃO FÍSICA: A REALIDADE ESCOLAR AOS OLHOS DOS ESTUDANTES ESTAGIÁRIOS Lima, R. 1, Resende, R. 2, Cardoso, S. 3 1 Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Portugal 2 Instituto Superior da Maia, Portugal 3 Universidade Nova, Portugal O estágio pedagógico é o processo final na formação de professores, e segundo Pacheco (1995), a passagem a estagiário significa uma descontinuidade tripartida da instituição de formação para a escola, de aluno para professor, da teoria para a prática, destacando-se como fortes e marcantes fatores de socialização o contexto prático em que se passa a atuar e os elementos que têm a responsabilidade de o avaliar. Para compreendermos de que forma o futuro professor de Educação Física estabelece os primeiros laços na escola, através de uma metodologia qualitativa, aplicou-se um focus group a 5 estudantes estagiários no final da sua prática de ensino supervisionado. Desta forma, o objetivo deste estudo é percecionar as dificuldades dos estudantes quando contactam a realidade escolar, REAFES Gymnasium 2015 103 assim como é construída a sua relação com o Professor Cooperante e o Orientador durante o ano de prática. Os resultados evidenciaram que os estudantes estagiários necessitam de um maior contacto com a realidade escolar durante a sua formação académica. A relação com o Professor Cooperante é fundamental para um bom desempenho da sua prática, no entanto, estes vêem o Orientador da faculdade como um mediador da sua avaliação, referindo que a presença deste deve ser mais frequente para um acompanhamento regular do crescimento dos estagiários enquanto futuros professores de Educação Física. Referências Pacheco, J. A. (1995). Formação de professores: teoria e práxis. Braga: Instituto de Educação e Psicologia. EF_34 PRÁTICAS CORPORAIS DE AVENTURA [NA NATUREZA] NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: UMA EXPERIÊNCIA EM ESCOLAS DA REDE MUNICIPAL DE GOIÂNIA Inácio, H.L.D, Sousa, C., Machado, L. F. Universidade Federal de Goiás, Brasil Introdução: O objetivo dessa pesquisa foi identificar algumas possibilidades de inserção das Práticas Corporais de Aventura (PCANs) na escola, bem como avaliar a ampliação de seu repertório de manifestações corporais buscando com isso propor uma metodologia de ensino das mesmas. Método: A pesquisa se caracterizou como um estudo qualitativo e utilizou a observação participante, o diário de campo, registros iconográficos e a análise de documentos, como instrumentos para a coleta de dados. Foi desenvolvida em duas escolas da rede pública de ensino de Goiânia (GoiásBrasil), com 60 alunos entre 9 e 12 anos de idade, de ambos os sexos. Foram ministradas 11 aulas em cada escola, planejadas desde uma metodologia crítica (COLETIVO DE AUTORES, 1992). Os conteúdos foram práticas corporais diversas que continham elementos de queda livre, deslizamento e deslocamento, com materiais alternativos. Entretanto, também foram realizadas práticas de tirolesa e de slack-line, com materiais e equipamentos disponibilizados pela universidade. Resultados: Os resultados obtidos nas análises evidenciaram que as sensações e emoções dos alunos correspondem, em geral, a percepções de liberdade, confiança e autonomia. Identificamos a existência de alguns limites, porém as análises mostram que as possibilidades de inserção foram bem maiores. Como dificuldades de uso das PCANs na escola pode-se destacar a falta de espaços e equipamentos, bem como a dificuldade em planejar aulas dinâmicas, nas quais uma parte significativa dos alunos não fique parada esperando a ‘sua vez’. Como ponto mais significativo pode-se indicar a motivação que tais conteúdos provocam, reforçando a necessidade de expansão da Educação Física para além dos esportes tradicionais. Discussão: Desde que as PCANs vêm assumindo significado e relevância social no contexto brasileiro, em especial nos âmbitos do lazer e esportivo, que pesquisadores tem se dedicado a refletir sobre sua inserção na Educação Física Escolar. Contudo, poucos têm sido os trabalhos mais sistematizados, com rigor científico e proposições baseadas em experimentações planejadas. Neste sentido, o estudo aqui apresentado se mostrou positivo ao apontar limites e possibilidades das PCANs na Educação Física, contribuindo para que possa ser criada uma metodologia específica de ensino das mesmas, dadas suas especificidades e características. Referências Coletivo de Autores (2009). Metodologia do Ensino de Educação Física. São Paulo. Editora Cortez. Freire, P. (1991). Educação de Corpo Inteiro: Teoria e Prática da Educação Física. São Paulo: Editora Scipione. REAFES Gymnasium 2015 104 Inácio, H. L. D. et al. (2005). Bastidores das práticas de aventura na natureza. In, A. M..Silva, I. R. Damiani, (Org.). Práticas corporais (pp. 69-87). Florianópolis: Nauemblu e Ciência e Arte. EF_35 PRÁTICAS CORPORAIS DE LAZER, CONSCIÊNCIA E COMPORTAMENTO AMBIENTAL NO RIO ARAGUAIA. Inácio, H.L.D, Nascimento, O. Universidade Federal de Goiás, Brasil Este estudo buscou identificar as principais práticas corporais presentes nos acampamentos montados nas praias do rio Araguaia (Aruanã, estado de Goiás-Brasil). Os resultados mostraram que a consciência e o comportamento ambiental dos turistas se enquadraram no nível médio. Haviam poucas práticas corporais presentes nos acampamentos, sendo a opção pelo "descanso" predominante. A cidade de Aruanã (Goiás-Brasil) é local de encontro de dois grandes rios, o Araguaia e o rio Vermelho. Na temporada de férias de julho a cidade vive seus dias de maior movimentação, pois recebe milhares de turistas, devido ao período de seca, causando uma baixa no volume de água dos rios, surgindo grandes praias de areia, combinadas com o clima quente e ensolarado da região. Métodos: Foram visitados quatro acampamentos: dois organizados por sindicatos, um terceiro caracterizado por diversas famílias e um quarto acampamento caracterizado por atividades de um só dia. Utilizamos a observação sistematizada em conjunto com a aplicação de questionário fechado (234 questionários). Os dados foram tratados com o SPSS® 15.0. A avaliação dos níveis de consciência e comportamento ambiental foi feita de acordo com BAENA; INÁCIO, 2013. Resultados: As observações dos acampamentos mostraram uma diversidade em sua organização. Os turistas ocupavam seu tempo com descanso. Sobre práticas corporais sistematizadas pouco foi encontrado: Vôlei na Praia, Tênis de Mesa, futevôlei e crianças brincando no rio com jogos aquáticos. Nos questionários, obtivemos uma diversidade de dados que apontam um nível de comportamento médio, com 81,28% (191) dos indivíduos, e um nível de consciência ambiental médio de 80,43% (189). Conclusões: Os resultados mostram a necessidade de estudos que investiguem a relação entre o poder público e o turismo no local, bem como os impactos ambientais da acção humana. No rio Araguaia há uma gama de possibilidades para a realização de práticas corporais, mesmo que, atualmente, estas pouco se manifestem. A opção pelo descanso é a mais escolhida. Há contradições entre a consciência e o comportamento ambiental, percebidas pela falta de conexão das respostas entre si e em comparação destas com a realidade observada. Referências Garcia Angelo, P. Carvalho, A.R. (2007). Valor recreativo do rio Araguaia, região de Aruanã, estimado pelo método do custo de viagem. Acta Scientiarum. Biological Sciences, . 29, 4, 421-428. http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciBiolSci/article/view/886/432>. Acesso em 18 jul 2014 Ináciuo, H. L. (2007) Ecoturismo como vetor de desenvolvimento territorial sustentável. Tese de Doutorado (Centro de Filosofia e Ciências Humanas) – UFSC. Santa Catarina. EF_36 PRIMEIROS SOCORROS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: ALTERNATIVA OU OBRIGAÇÃO? Lacerda, C. S., Paiano, R., Ressurreição, K. Universidade Presbiteriana Mackenzie, Brasil REAFES Gymnasium 2015 105 Introdução: A educação é uma forte aliada na prevenção de acidentes. A prova que isso funciona é que crianças estão salvando vidas e ensinado aos mais velhos, lições de cidadania, Darido; Souza Junior, (2007). Sempre é bom lembrar que no caso dos primeiros socorros não basta conhecer, mas também se dispor e estar preparado para em frações de segundos decidir o que fazer e enfrentar um cenário, muitas vezes, chocante. O objetivo deste trabalho foi analisar o conhecimento que alunos do ensino médio possuem sobre os primeiros socorros. Método: A amostra foi composta por 45 alunos do primeiro ao terceiro ano do ensino médio, com idade entre 14 e 18 anos, sendo 23 meninas e 22 meninos. Como instrumento de coleta, foi entregue um questionário adaptado de Pérgola e Araújo (2008), com perguntas abertas e fechadas relacionadas aos Primeiros socorros, nas situações mais comuns como desmaios, convulsões, hemorragias e Parada Cardiorrespiratória. Para análise das perguntas abertas, foi considerado a análise de Conteúdo de Bardin (2009), para as perguntas fechadas foi usado tabulação quantitativa. Resultados: Perguntamos aos alunos se já tiveram algum treinamento, aula ou palestra sobre primeiros socorros, apenas quatro responderam positivamente (cerca de 9%). Quanto a estarem preparados para prestar primeiros socorros em qualquer tipo de situação, três responderam sim (cerca de 7%), sendo que alguns citaram que o motivo é pela falta de capacitação. Quando perguntado se já tinham visto alguma pessoa desacordada necessitando de socorro, qual era a situação e o que fez, Vinte e seis alunos responderam que nunca presenciaram alguém desacordado necessitando de socorro (cerca de 58%). Quando perguntado aos alunos se sabiam verificar sinais de vida, somente cinco alegaram não saber (cerca de 11%), porém a maioria que afirmou saber, respondeu de maneira vaga, apenas citando que deve-se checar pulso, batimento cardíaco, respiração, etc. Discussão: Apesar de pouquíssimos alunos terem participado de algum treinamento sobre primeiros socorros (9%) e de uma reduzida parcela (7%) se sentir preparada para prestar um atendimento, conclui-se que os alunos possuem conhecimento básico sobre procedimentos em situações de emergência, mas falta para eles uma formação concreta e conhecimento adequado para salvar vidas de maneira correta e segura. Alguns alunos não saberiam o que fazer nesses casos, devido essa insegurança, ou levadas pelo senso comum agiriam de maneira inadequada causando consequências mais graves para a vítima Referências Bardin, Laurence (2009). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70. Darido, S. & Souza Junior, O. (2007). Para ensinar Educação Física: possibilidades de intervenção na escola (Capítulo 8). ED. PAPIRUS-SP - 2007 Pergola, A. & Araujo, I. (2008). O leigo e situação de emergência. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 42, 4, 769-776. EF_37 RELAÇÃO ENTRE A PERCEÇÃO DE SATISFAÇÃO DAS NECESSIDADES PSICOLÓGICAS BÁSICAS E AS ESTRATÉGIAS MOTIVACIONAIS EMPREGUES PELOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO 3º CICLO E DO ENSINO SECUNDÁRIO Costa, M. & Palmeira, A. Universidade Lusófona, Lisboa Enquadramento: Professores de Educação Física (EF) com valores elevados de satisfação das necessidades psicológicas básicas (NPB), tendem a utilizar melhores estratégias motivacionais (EM) nas suas turmas. Entre outros fatores, os anos de experiência e o género do professor podem condicionar a satisfação das NPB no contexto do seu trabalho enquanto professores e assim o recurso a estratégias motivacionais promotoras dos melhores resultados na aprendizagem. REAFES Gymnasium 2015 106 Objetivo: Analisar a relação entre a perceção de satisfação das necessidades psicológicas básicas (NPB) e as EM empregues pelos professores de EF do 3º ciclo e do ensino secundário, na região de Lisboa. Método: A amostra foi constituída por 131 professores de EF (67 do sexo feminino), com uma média de 16,84±8,12 anos de experiência profissional. Utilizámos as versões portuguesas do Teaching as Social Context Questionnaire para as estratégias motivacionais, e do Basic Psychological Needs at Work Scale para a satisfação das NPB no trabalho. Resultados: Verificámos que as estratégias motivacionais de estrutura e de envolvimento estão positivamente associadas à satisfação das NPB (p<,05). Esta associação foi registada independentemente do género, enquanto que o grau da correlação entre as variáveis foi quase sempre superior nos estagiários relativamente aos professores mais experientes. Conclusões: O nosso estudo verificou que a satisfação das NPB estão associadas a estratégias motivacionais de envolvimento e estrutura. No entanto, estes níveis de satisfação não estiveram associados às estratégias de suporte de autonomia. EF_38 RELAÇÃO ENTRE COMPOSIÇÃO CORPORAL, NÚMERO DE PASSOS E AUTOIMAGEM DE ALUNOS DO CURSO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO IFSULDEMINAS. Machado Tassote, E., Maria de Araújo, J., Missaki Nakamura, P., Silva, E, Gomes Martins Bueno, D. IFSULDEMINAS, Brasil. Introdução: Nos dias atuais a sociedade é influenciada pela mídia que dita o padrão de beleza, rotula os corpos, modela perfis antropométricos magros e fortes sugestionando a autoestima e autoimagem do ser humano. Para Schilder (1999), autoimagem é definida pela representação do próprio corpo na mente. A insatisfação com a autoimagem faz com que seja incessante a busca por uma melhor aparência pelos praticantes de atividade física tornando-se um fenômeno sociocultural muitas vezes mais significativo do que a própria satisfação econômica, afetiva ou profissional (Damasceno et. al., 2005). Assim, o objetivo deste estudo foi relacionar a composição corporal, o número de passos e a autoavaliação da imagem corporal dos futuros profissionais da Educação Física. Metodologia: A pesquisa caracteriza-se como comparativa transversal e tem como universo de estudo 65 indivíduos de ambos os sexos, com idade entre 18 à 28 anos matriculados no Curso Superior de Educação Física do IFSULDEMINAS. A autoimagem foi avaliada por meio do questionário de Sorensen e Stunkard (1993) “A Escala de figuras silhuetas corporais”. Para composição corporal foram adotados o índice de Massa Corporal (IMC) e o Percentual de gordura (%G) dados pela Balança de Bioimpedância InBody 720 e o nível de atividade física foi avaliado por meio do pedômetro Ultra Slim 3D Sensor PW15 WiSO. O questionário de autoimagem foi aplicado antes da avaliação da composição corporal para eliminar interferências na escolha da silhueta do indivíduo avaliado. Resultados: A amostra apresentou as médias de idade de vinte dois anos, peso de 70,8 quilos, altura de 170, 8 cm. Foram considerados ativos 62,71% indivíduos a composição corporal esteve dentro das taxas de normalidade. Relacionados os dados não foi observada diferença significativa (P>0,05) entre eles. Discussão: Diante dos resultados supracitados, a análise das variações revelou que mesmo não havendo uma significância estatística considerável, na amostra estudada observamos uma tendência que os indivíduos que estão insatisfeitos com a autoimagem buscando o emagrecimento possuem um maior número de passos e ainda uma maior relação entre número de passos e IMC do que o número de passos e o %G. Uma das hipóteses que se estabelece para a não significância estatística é a de que a amostra tenha se apresentado muito homogênea, não tendo nenhum indivíduo com obesidade e nem magreza. REAFES Gymnasium 2015 107 Referências Damasceno, V. et al. (2005). Tipo físico ideal e satisfação com a imagem corporal de praticantes de caminhada. Rev Bras Med Esporte, . 11, 181-6. Schilder, P. (1999). A imagem do corpo: as energias construtivas do psique. 3.ed São Paulo: Martins Fontes. EF_39 SABERES E COMPETÊNCIAS CONSTRUÍDOS DURANTE UMCURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA: A PERCEPÇÃO DOS EGRESSOS Freire, E.S.1; Oliveira, G. K 2.; Paiano, R.2; Souza, J. X.1; Verenguer, R. C.2 1 Universidade São Judas Tadeu, Brasil 2 Universidade Presbiteriana Mackenzie, Brasil Introdução: No Brasil, os cursos de Licenciatura em Educação Física passaram por grandes mudanças, em decorrência da alteração na legislação sobre a Formação de Professores, implementada a partir de 2001. O impacto dessas mudanças na qualidade da formação dos novos professores tem sido investigada por diversos pesquisadores. No entanto, poucos são os estudos que buscam conhecer a perspectiva dos egressos sobre a qualidade do curso que realizaram. O objetivo deste estudo foi conhecer os saberes e competências que egressos de um curso de licenciatura em Educação Física acreditam ter construído durante seu processo de formação inicial. Método: Foi realizada uma pesquisa qualitativa com a participação de 19 professores de Educação Física, egressos de um curso de Licenciatura em Educação Física de uma Universidade Privada de cidade da Grande São Paulo. A entrevista com roteiro semiestruturado foi utilizada como recurso para obtenção das informações. As entrevistas, gravadas e transcritas, foram analisadas com a técnica de análise de conteúdo. Resultados: Os professores participantes identificaram um conjunto de saberes e competências, classificados em duas subcategorias. A primeira delas é constituída por saberes e competências profissionais gerais, que envolvem dialogar e trabalhar em equipe; saberes de âmbito cultural; gerir sua formação continuada; valorizar, compreender, articular e participar da produção do conhecimento científico, comprometerse com a profissão e apresentar argumentos para justificar suas decisões. A segunda subcategoria é composta por saberes e competências específicas para a intervenção pedagógica como: avaliar a realidade com a qual se depara; diagnosticar as características e aprendizagem do aluno; elaborar o planejamento; trabalhar com as dimensões dos conteúdos; construir recursos didáticos; e trabalhar com pessoas com necessidades especiais. Conclusões: A pesquisa revelou que apesar da possível dificuldade de obtenção da clareza acerca do conceito de competências por parte dos egressos, estes apresentaram o reconhecimento de saberes e competências importantes e constantes do projeto de formação de professores da instituição participante do estudo. Os resultados deste estudo permitem aplicação pedagógica, aperfeiçoando o curso avaliado, assim como uma aplicação científica, contribuindo para melhor compreensão sobre a construção de competências e saberes por parte do professor. Referências Borges, C. & Tardif, M. (2001). Os Saberes dos docentes sua formação. Educação e Sociedade, 2, 74, 11-26. Tardif, M. (2002). Saberes docentes e formação profissional. Rio de Janeiro: Vozes. EF_40 SERÁ QUE O NÍVEL DE PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA DOS ADOLESCENTES VARIA DE ACORDO COM A PRÁTICA E O APOIO QUE OS PAIS FACULTAM AOS SEUS FILHOS? REAFES Gymnasium 2015 108 Rendeiro, P. 1, Torrado, P. 1, Gomes, L. 1, Marques, A. 2, Martins, J. 1 1 Universidade Lusófona, Portugal 2 Universidade de Lisboa, Portugal Enquadramento : A atividade física (AF) está associada a benefícios na saúde e qualidade de vida. Porém, os níveis de AF dos adolescentes são reduzidos. É importante perceber quais os fatores relacionados com a AF, onde o papel dos pais parece ser fundamental, sobretudo, ao nível do modeling e apoio para a prática de AF. Objetivos: Analisar os níveis de AF dos pais e o seu apoio para a prática de AF dos filhos. Metodologia: Participaram 783 alunos (404 alunos, 379 alunas) de 16 escolas dos distritos de Lisboa (n=9) e Setúbal (n=7), com idades entre os 14 e os 18 anos. Os dados foram recolhidos com recurso a um questionário. Para verificar a associação entre AF e o modeling recorreu-se ao coeficiente de associação de Rho de Spearman, para comparar os níveis de AF dos alunos (formal, informal, desporto escolar e total) em relação ao apoio social (alto ou baixo) ao teste de Mann-Whitney e para verificar se há dependência entre AF (ativos e inativos) e o apoio dos pais (alto e baixo) ao teste do Qui-Quadrado de Independência. Os alunos considerados ativos reportaram praticar AF 7 ou mais vezes por semana. Resultados: No total, 28,1% dos alunos foram considerados fisicamente ativos e 71,9% inativos. Relativamente ao apoio, de uma forma geral, foi considerado elevado para 14,8% dos casos e para 85,2% baixo. No que concerne à relação entre AF e o modeling, existe uma associação significativa, mas fraca, entre o tempo dedicado à prática de AF ao ponto de ficar ofegante e a transpirar e a prática de AF da mãe (r=0,112; p<0,001) e do pai (r=0,151; p=0,002). Indicadores similares foram encontrados para a relação entre a AF informal, formal e total com a prática de AF do pai e da mãe. Analisando a relação entre o apoio total dos pais e a prática de AF, verifica-se que os alunos com elevado apoio tinham níveis de AF informal (U=32,515, p<0,05), formal (U=31,666, p<0,05), total (U=29,208, p<0,05), AF moderada a vigorosa (U=32,515, p<0,05) significativamente superiores aos dos alunos com baixo apoio. Por último, ser ativo depende do elevado apoio recebido (Quiquadrado=52,936, p<0,001). Conclusões: Este estudo permitiu verificar que os alunos mais ativos tinham um maior apoio do pais. Com isto é importante criar ações de intervenção, por parte dos professores de Educação Física, junto dos pais para mobilizar um maior apoio juntos dos seus filhos em relação à prática de AF, promovendo um aumento significativo de promoção de estilo de vida ativo e saudável na população juvenil. EF_41 TENDENCIAS PEDAGÓGICAS Y DIDÁCTICAS EN LAS INSTITUICIONES EDUCATIVAS DE BACHILLERATO DEL MUNICIPIO DE IBAGUÉ Castillo Lozano, E., Correa Cabezas, D., Aponte Lopez, W. Universidad de Tolima, Colombia Los aspectos relacionados con las estrategias metodológicas y didácticas del profesor, siempre han sido causa de estudio para el mejoramiento del proceso enseñanza – aprendizaje, lo cual nos lleva a enfocarnos cada vez más en el papel del docente, ya que él, es determinante en el proceso formativo del estudiante, como también su socialización e inserción en el mundo que lo rodea, de ahí la importancia de estudiar los estilos de enseñanza del docente de educación física de las instituciones educativas de bachillerato del municipio de Ibagué. En la presente investigación se plantea conocer cuáles son los estilos de enseñanza utilizados por los docentes de Educación Física de las instituciones educativas de bachillerato del municipio de Ibagué. El enfoque de investigación es cuantitativo de tipo descriptivo utilizando como instrumento de recolección de datos REAFES Gymnasium 2015 109 cuestionarios y la técnica de análisis documental. La población se seleccionara a través de una muestra aleatoria estratificada, en las instituciones educativas de bachillerato del municipio de Ibagué distribuidos por sus 13 comunas. En el análisis de resultados se encontró que las instituciones educativas de bachillerato del municipio de Ibagué manejan un enfoque pedagógico tradicionalistas, los enfoques humanistas y constructivistas Para el análisis de los resultados se utilizó el software estadístico SPSS versión 21. Conclusiones: Los planes de área se encuentran descontextualizados y sin ninguna pertinencia al contexto y los nuevos enfoques pedagógicos y didácticos de la Educación Física. Las instituciones educativas de bachillerato del municipio de Ibagué en su PEI denotan enfoques constructivistas pero en la practica son tradicionalista y conductistas. Esta investigación será el punto de partida para realizar propuesta para resignificar los currículos de la de la educación física. Bibliografria: Contreras, J. (2004). Didáctica de la educación física: un enfoque. Madrid: Editorial INDE. Delgado, M. A (1991). Estilos de enseñanza en la educación Física. Propuesta para una reforma de la enseñanza. ICE Universidad de Granada. Tinning, R. (1992). Educación Física: la escuela y sus profesores. Universidad de Valencia. EF_42 O TAPEMBOL COMO UMA POSSIBILIDADE DE CONTEÚDO BÁSICO NA EDUCAÇÃO FISICA ESCOLAR Souza da Costa, I., Caxeta da Silva, R., Ferreira Olanda, A., Tiengo Cristina de Oliveira, R., Fernandes da Silva, F. Instituto Federal do Sul de Minas, Brasil. Introdução: A educação física (EF) sofreu diversas alterações com o passar dos anos, e atualmente tem como objetivo formar um cidadão capaz de posicionar-se criticamente diante das novas formas da cultura corporal de movimento. O ensino médio por sua vez, merece atenção, pois alguns estudos apontam uma progressiva desmotivação em relação à EF, uma possibilidade pedagógica que pode ser inserida é o Tapembol (TPB) é baseado no Handebol. Foi criado em Caeté/MG - em julho de 2007, na Escola Centro Educacional Washington de P. e Silva, por meio de uma experiência do professor Marco Aurélio C. Rocha. De uma simples brincadeira de “tapa na bola”, o aluno através do desejo de jogar algo diferente surgiu um novo jogo que foi sendo construído coletivamente (ROCHA, PRUDENTE E MEDINA, 2010). O presente verificou o nível de aceitação de alunos do ensino médio em relação ao (TPB). Metodologia: A amostra foi constituída por 516 alunos (202 meninos e 314 meninas) entre 15 - 17 anos de idade, matriculados no ensino médio das escolas estaduais de MG: O trabalho foi dividido em uma sequência de 4 aulas. Onde a primeira aula se deu a partir de observações do comportamento dos alunos, segunda aula foi feita a apresentação da modalidade que continham informações sobre a criação, como se jogar e as principais regras, Na terceira aula, foi aplicado o jogo propriamente dito. A aula foi de 50 minutos. Resultados: Para análise de dados procurou-se identificar a satisfação dos alunos em relação ao TPB e sua metodologia, através de um questionário. Além disso, foram feitas filmagens de depoimentos de alunos para mensurar qualitativamente o nível de aceitação. Os dados referentes à avaliação realizada pelos alunos sobre a modalidade TPB são apresentados e percebe-se que apenas 2,71% (n=14) dos alunos entrevistados consideram como ruim e 66,86% consideram a modalidade como muito boa (n=165) ou excelente (n=180). Os valores absolutos de como os alunos avaliam a metodologia das aulas é de parte dos alunos (73,25%) considera muito boa (n=163) ou excelente (n=215). Ficou evidente a satisfação dos alunos, onde 90,11% responderam que gostaram (n=306) ou gostaram muito (n=159) do jogo. REAFES Gymnasium 2015 110 Discussão: Diante do exposto, nossos resultados permitem inferir que o TPB e sua metodologia foram bem aceitos pelos alunos do ensino médio envolvidos nesse estudo, e que esta modalidade pode ser uma excelente ferramenta pedagógica capaz de promover a participação dos alunos. Referências Rocha, M., Prudente, P., MEDINA, A, (2010). Tapembol – um jogo para a educação física. Belo Horizonte. Melo, R., FERRAZ, O. (2007). O novo ensino médio e a ed. física. Rev. Motriz., 13, 2, 8696. EF_43 VALIDAÇÃO DA SERVE-SPECIFIC CORE SELF-EVALUATION SCALE Machado, T.l; Stefanello, J. Universidade Federal do Paraná, Brasil Encontra-se uma grade dificuldade em avaliar construtos psicológicos em atletas devido a escassez de instrumentos de medida para tal. Desta forma, o objetivo deste estudo foi validar a tradução e adaptação transcultural da Serve-Specific Core Self- Evaluation Scale (SS-CSES) para atletas brasileiros de voleibol. Métodos: Inicialmente foi realizada a tradução e adaptação do instrumento SS-CSES para língua portuguesa, validação de conteúdo por um grupo de 10 especialistas e por 10 atletas bilíngues. Também a análise do construto por meio da análise fatorial exploratória e análise fatorial confirmatória, consistência interna geral e de cada questão, estabilidade da escala (teste e reteste), validade de critério, sensibilidade da escala em três categorias (infantil, infanto-juvenil e adulta) para atletas de ambos os sexos (Pasquali, 2010). Resultados: A validação de conteúdo obteve índice geral de validade de 0.91. Houve correlação entre as versões em inglês e português respondidas pelos atletas bilíngues (ICC= 0.95 e Kappa 0.93). A análise fatorial exploratória apontou 4 dimensões, a análise fatorial confirmatória demonstrou valores próximos aos recomendados pela literatura, embora ainda não se possa confirmar a dimensionalidade do instrumento. A consistência interna apresentou valores itens e geral α= 0.87. A estabilidade da escala apresentou ICC=0.95 e Kappa 0.93 e Correlação de Pearson 0.96 para fidedignidade. A validade de critério demonstrou correlação (r= -0.19). A sensibilidade da SS-CSES foi confirmada para as categorias infantil, infanto-juvenil e adulta masculina e infantil feminina. Discussão: Os achados do processo de tradução da SS-CSES para atletas brasileiros Escala de Autoavaliação no Saque do Voleibol demonstraram indicadores de validade de conteúdo adequados no que diz respeito à clareza de linguagem, pertinência prática e relevância teórica, bem como para fidedignidade e consistência interna. A sensibilidade da escala foi demonstrada na maioria das categorias avaliadas, embora, para a categoria infanto-juvenil e adulta femininas novas pesquisas devem ser conduzidas. A validade de construto da SS-CSES obteve discrepâncias em relação ao instrumento original e sua adaptação para atletas de voleibol. Embora os resultados tenham-se aproximado aos valores recomendados pela literatura, ainda se fazem necessários outros estudos para que o modelo possa ser confirmado e a escala obtenha índices aceitáveis para validação. A validade de critério não demonstrou ser uma boa medida para analisar a validade concorrente. Por fim, sugere-se a aplicação da validade preditiva para futuros estudos, a fim de relacionar a SS-CSES com o escalte no saque dos atletas em jogos e competições. Referências Pasquali, L. (2011). Psicometria: teoria dos testes na psicologia e na educação. Petrópolis: RJ: Vozes. REAFES Gymnasium 2015 111 EF_44 SINCRONIZAÇÃO OU SEQUENCIALIDADE INTERSEGMENTAR NOS MEMBROS INFERIORES EM DIFERENTES CONTRAMOVIMENTOS VERTICAIS Rodrigues, C. 1, Abrantes, J.M.C.S. 2, Correia, M.V. 1, Nadal, J. 3, Rodrigues, M.A.B. 4, 1 Universidade do Porto, Portugal 2 Universidade Lusófona, Portugal 3 Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil 4 Universidade Federal de Pernambuco, Brasil Este trabalho tem como objetivo avaliar a coordenação intersegmentar com recurso à análise de fase nos membros inferiores (MI) em diferentes contramovimentos (CM) executados em saltos de máxima impulsão vertical (MIV). A amostra é composta por um grupo de n=6 estudantes de licenciatura em educação física e desporto, sem aptidão ou treino físico específico. Os sujeitos foram pesados (76,7±6,7) kg e medida a sua estatura (1,79±0,05) m, tendo sido colocadas marcas refletoras adesivas nos pontos anatómicos das articulações do ombro, anca, joelho, tornozelo, calcanhar e terceiro metatarso. Cada sujeito realizou um total de três ensaios para cada um dos tipos de saltos MIV considerados, nomeadamente sem CM (SJ – Squat Jump), com CM longo (CMJ – Counter Movement Jump) e com CM curto (DJ – Drop Jump). Durante os ensaios foram registadas as coordenadas 3D das marcas refletoras com recurso a duas câmaras JVC9800 à frequência de 100 Hz posicionadas num plano paralelo ao sagital e as forças de reação do solo com recurso a plataforma de força AMTI BP2416-4000CE à frequência de 1000 Hz. Foram detetadas as fases de movimento a partir dos perfis de força registados e selecionados o melhor salto de cada tipo de MIV de acordo com o tempo máximo de voo por ausência de contacto com a plataforma de força. Modelizaram-se a partir das coordenadas 3D os segmentos dos MI como pêndulos invertidos oscilando em torno da articulação distal e consideraram-se os ângulos do tronco, coxa, perna e pé com a horizontal. Representaramse os planos de fase com recurso à velocidade angular e aos ângulos segmentares e obtiveram-se para cada segmento anatómico os ângulos de fase. Os planos de fase angulares segmentares apontam para a existência de ciclos limite e fases caraterísticas em cada tipo de MIV. Os padrões de coordenação apresentados pelas fases segmentares durante a impulsão revelam um comportamento com características mistas de sincronização e sequencialidade, de acordo com a necessidade inicial de Produção simultânea de maiores níveis de força e posterior propulsão com maior velocidade. Em SJ a coxa apresenta durante a impulsão um avanço de fase relativamente ao troco e o tronco um avanço de fase relativamente à perna. Em CMJ o tronco, a coxa e a perna apresentam no início do contramovimento fase negativa passando depois a positiva na impulsão ascendente com elevada sincronização de fase dos três segmentos. Em DJ verifica-se que no início da impulsão o tronco apresenta fase positiva enquanto a perna e a coxa apresentam fase negativa, invertendo-se em seguida a tendência com o tronco apresentar fase negativa e a coxa e a perna fase positiva. O pé apresenta em todos os tipos de MIV oscilação de fase considerável ao longo da impulsão e sincronização de fase com os restantes segmentos anatómicos na fase final de impulsão anterior ao take-off. EF_45 LA FIABILIDAD TEST-RETEST DE UNA EVALUACIÓN DE LA CONDICIÓN FÍSICA PARA NI-NOS DE 3-6 AÑOS Latorre Román, P., Párraga Montilla, J., García Pinillos, F., Serrano Huete, V. Universidad de Jaén, España El presente estudio tiene como objetivo determinar la fiabilidad test-retest de una batería de pruebas de evaluación de la condición física en niños de 3-6 años. Un total de 553 niños participaron voluntariamente en el estudio; todos los niños tenían entre 3 y 6 años. REAFES Gymnasium 2015 112 Características demográficas revelan que 274 niños eran varones (edad: 4,63 ± 0,94 años de edad, el índice de masa corporal [IMC] = 16,30 ± 2,07 kg / m 2), y 279 eran niñas (edad 4,70 ± 0,97 años de edad, IMC = 16,28 ± 2,09 kg / m 2), y que fueron seleccionados de entre 8 escuelas en el sur de España. Todas las pruebas seleccionadas para evaluar la condición física, con excepción de la prueba de 10x20 metros (m) que fue diseñada ad hoc para este estudio, se han utilizado en estudios anteriores y se centran en los componentes básicos de la condición físico-motora como la resistencia, fuerza , velocidad, tiempo de reacción y el equilibrio (10x20 m, salto de longitud, 20 m de velocidad, Ruler drop test y flamingo). Los resultados obtenidos en este estudio indican que la batería de condición física ha obtenido parámetros de fiabilidad adecuados, y es capaz de discriminar con la edad entre las diferentes pruebas en niños sanos de entre 3 y 6 años de edad. Las pruebas utilizadas eran seguras, fáciles de realizar, muy aceptables y comprensibles para los niños. EF_46 DIFERENCIAÇÃO PEDAGÓGICA EM EDUCAÇÃO FÍSICA – COMO A ENTENDEM OS PROFESSORES Constantino, A., Silva, E. Universidade de Coimbra, Portugal Não obstante a sobrecarga numérica das turmas atuais, a individualidade de cada aluno não pode ser descurada. A consciência sobre os diferentes níveis de maturidade emocional e social, de modos e ritmos de aprendizagem, de personalidades, de pensar e de poder de decisão dos alunos, deve estar subjacente a todas as decisões dos professores (préinterativas, ativas e pósinterativas). Compete-lhes elaborarem propostas pedagógicas que tenham em consideração as múltiplas potencialidades dos seus alunos e onde tentem perceber as formas que mais facilitam a sua aprendizagem, devendo, para isso, de se interessarem em encontrar as razões que impedem alguns alunos de aprenderem, identificando suas dificuldades, de modo a que, alunos com condicionantes físicas ou psicológicas não sejam excluídos do processo de aprendizagem por não lhes serem oferecidas as mesmas oportunidades para aprenderem o que lhes interessa e como lhes interessa (Ribeiro da Silva, 2015). Só colocando cada aluno perante a situação mais favorável ao seu processo de aprendizagem (Perrenoud, 1994), é possível “agitar” a sala de aula (Tomlinson, 2008), permitindo a alunos de diferentes idades, aptidões, comportamentos e savoirfaire, mas agrupados na mesma turma, atingir, por vias distintas, objetivos comuns (Gomes, 2006). Método: Objetivando perceber o entendimento e as técnicas e estratégias de diferenciação pedagógica mais comumente utilizadas pelos professores nas aulas de Educação Física, optámos por uma metodologia qualitativa em que os dados da entrevista semiestruturada, composta por seis questões, por nós realizada, foram sujeitos a análise do conteúdo e consequente categorização. A amostra foi constituída por nove professores de Educação Física do distrito de Coimbra, com serviço docente inferior a cinco anos. Reflexões Finais: Se por um lado é unanimemente aceite pelos professores de Educação Física a importância dum processo de ensinoaprendizagem assente na diferenciação pedagógica, por outro, o conhecimento sobre esta e sobre a sua abrangência é manifestamente insuficiente. Tal levanos a concordar com Zylberberg (2007) quando afirmou que os professores, apesar de concordarem com a ideia de que os alunos são diferentes, necessitando de aprender por estratégias e atividades diferenciadas e devendo dedicar durações distintas a uma mesma proposta educativa, apresentam propostas pedagógicas sempre voltadas à semelhança. Nesta linha, os nossos resultados conduziramnos à perceção de que existe desconhecimento da parte dos professores de Educação Física sobre o trabalho em diferenciação pedagógica, tendoa associado apenas a duas situações: à divisão das turmas em grupos de nível de desempenho ou à intervenção pedagógica com alunos com Necessidades Educativas Especiais. Sabemos que apesar deste desconhecimento muitas outras técnicas e estratégias de diferenciação REAFES Gymnasium 2015 113 do ensino são, mesmo que inconscientemente, utilizadas pelos professores nas aulas de Educação Física pelo que consideramos pertinente o prosseguimento na exploração desta problemática. Referências Gomes, M. H. (2006). O Despacho n.º 50/2005 e a Diferenciação pedagógica. Lisboa.Editorial Presença. Perrenoud, P. (2000). Pedagogia Diferenciada, das intenções à ação. Alegre: Artmed Editora. Ribeiro da Silva, E. (2015). Ginástica na Escola: a matéria malquista. Comunicação apresentada in IV Fórum Internacional das Ciências da Educação Física sob o tema: Educação Física no Contexto Europeu programas, estratégias e formação profissional. 24 de Abril 2015. FCDEFUC. Coimbra. Tomlinson, C. (2008); Diferenciação Pedagógica e Diversidade. Porto Editora. Zylberberg P. (2007). Possibilidades corporais como expressão da inteligência humana no processo de ensinoaprendizagem. Tese (Doutorado em Pedagogia do Movimento) – Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. EF_47 CONTRIBUIÇÃO DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARA O CUMPRIMENTO DAS RECOMENDAÇÕES DA ACTIVIDADE FÍSICA EM JOVENS Costa, M., Oliveira, T., Mota J., Silva G., Santos M. P. & Ribeiro, J. Universidade do Porto, Portugal Introdução: A escola, com o objetivo de favorecer aprendizagens, deve ser um espaço de promoção do acesso à prática desportiva organizada e regular, orientando na criação de hábitos de vida saudáveis. A Educação Física escolar (EF) é o meio mais privilegiado para promover as atividades físicas (AF) junto dos mais novos. As recomendações para a AF em jovens sugerem 60 minutos diários de atividade física moderada a vigorosa (AFMV). Nesse sentido, com este estudo pretendemos analisar a contribuição relativa das aulas de EF de 45 e 90 minutos para o cumprimento das recomendações diárias de AFMV, tendo em conta o género e o Índice de Massa Corporal (IMC). Métodos: A amostra foi constituída por 472 jovens, 206 rapazes e 266 raparigas, com idades compreendidas entre os 10 e os 22 anos. A AF foi medida por acelerometria durante as aulas de EF de 45 e 90 minutos com recurso a acelerómetros Actigraph (GT1M e GT3Xs). O tempo total em AFMV foi calculado pela soma de minutos em AF moderada e vigorosa (Evenson et. al., 2008). O IMC foi calculado com o peso e altura dos jovens [peso(Kg)/altura2(m)]. Resultados: Os resultados mostram que os níveis percentuais de AFMV são semelhantes em aulas de EF de 45 e 90 minutos (31.9±19.1% vs 28.9±16.7%, respetivamente). As aulas de 45 min contribuem 16.9±10,4% para os 60 minutos diários de AFMV e as aulas de 90 min contribuem cerca de 31,7±18,4%. Os rapazes têm valores mais elevados de AFMV do que as raparigas nas aulas de 45 e 90 min [(18,6±11,2% vs 14.9±9,1%);(42,8± 21,5% vs 26.0±14,7%), respetivamente, (p<0,05)] e alunos com peso normal têm valores mais elevados do que alunos com excesso de peso e obesos nas aulas de 45 e 90 [(18,7±1,1% vs 15.1± 1,2%) ; ( 35,2±1,0% vs25.6±1,5%), (p<0,05)]. Discussão: Os níveis recomendados de 50% do tempo de aula em AFMV não estão a ser cumpridos nem nas aulas de 45 nem de 90 min. O género parece ser uma variável importante, com os rapazes a passar mais tempo em AFMV que as raparigas. Ter excesso de peso ou obesidade parece estar relacionado com tempos mais baixos em AFMV. É importante criar estratégias que tornem as aulas mais interessantes para os jovens e as questões relacionadas com o sexo e IMC não podem ser ignoradas, devendo-se procurar contrariar a menor participação destes grupos. Referências: Evenson, K.R., Catellier, D.J., Gill, K., Ondrak, K.S., & McMurray, R.G.(2008).Calibration of two objective measures of physical activity for children. Journal of REAFES Gymnasium 2015 114 sports sciences, 26(14), 1557-65. Projeto de Investigação suportado por: MCTES-FCT:SFRH/BD/79980/2011; PTDC/DTPDES/1328/2012 (FCOMP-01-0124-FEDER-028619); e Centro de Investigação suportado por: FCT: UID/DTP/00617/2013. EF_48 CENÁRIOS E MODELOS DE DOCÊNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO 1º CEB – ORGANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO CURICULAR Rodrigues, J., Neves, R. Universidade de Aveiro, Portugal Introdução: A Educação Física (EF) na escola enfrenta constantes desafios em seu desenvolvimento curricular, principalmente nos anos iniciais, ressaltando assim uma preocupação, pois é nesta fase que as crianças mostram mais prazer e estão mais propensas a se envolverem em atividades físicas. Se realizada regularmente e de modo organizado podem-se obter ganhos para uma vida mais saudável e fisicamente ativa. Em Portugal, a EF no 1º ciclo do ensino básico (ceb) apresenta uma realidade peculiar quanto à sua prática, evidenciada como uma área marginalizada no desenvolvimento curricular, e por vezes reconhecida como “baldio pedagógico”. A escola do 1º ceb, que tem como matriz de modelo de intervenção a monodocência, apresenta atualmente distintos modelos. Esses modelos de docência têm implicações na organização do desenvolvimento curricular da área, evidenciando o interesse da nossa investigação sobre as diferentes formas de organização da EF no 1º ceb estruturada a partir da diversificação de cenários e contextos relativamente aos modelos de docência. Objetivos: O nosso estudo visa investigar a organização do desenvolvimento curricular da EF no 1º ceb num agrupamento de escolas da região centro de Portugal (Águeda), caracterizando diferentes cenários a partir dos modelos de docência. Pretende-se analisar como as finalidades educativas da EF, a forma da sua organização curricular (planificação, organização da aula), a regularidade da prática, e a perceção acerca das competências específicas emergem face à diversidade de contextos em que a EF é desenvolvida pelo professor generalista (monodocência), por um professor generalista coadjuvado por um especialista (monodocência apoiada), e por fim, por um especialista da área. Metodologia: O estudo será de natureza qualitativa, baseado no método de estudo de caso, pois tem como foco interpretar um contexto específico, buscando retratar uma realidade e suas múltiplas dimensões acerca de determinado problema ou situação. A sequência de recolha de dados prevê: i) análise documental dos projetos educativo, planeamentos de turma e outros ii) entrevistas semi-estruturadas com os docentes dos diferentes cenários apresentados, iii) dinâmica(s) de focus group com professores entrevistados. Os dados serão analisados em termos de conteúdo (Bardin, 2007) e tratados tendo como suporte o auxílio do software WebQda (Web Qualitative Data Analysis) versão 1.0. Resultados Esperados: Ao caracterizar os diferentes modelos de organização da EF no 1º CEB espera-se que os resultados possam contribuir tanto no campo da construção curricular, ao identificar formas mais sustentáveis do desenvolvimento da área, em termos da sua regularidade e qualidade, como também auxiliar na definição ecológica de políticas locais nos territórios educativos. Referências Bardin, L. (2007). Análise de Conteúdo. 3ª Edição. Lisboa: Edições 70. Neves, R. (2001). Educação Física no 1o ciclo ensino básico. Do Baldio Pedagógico à construção curricular. Revista Digital Efdeportes, 6(31), 1–5. Retrieved from http://www.efdeportes.com/efd31/ef11.htm Neves, R. (2007). A construção curricular da educação física no 1º ciclo do ensino básico – conhecimento e percepções dos professores. Tese de Doutoramento (não publicada). Departamento de Didáctica e Tecnologia Educativa – Universidade de Aveiro. REAFES Gymnasium 2015 115 Neves, R., Rocha, L., Campos, C. (2003). Equipas ou Monodocência: Para que serve o Professor do 1º Ciclo – o caso da Educação Física, mesa-redonda promovida pela revista Escola Informação do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, Nº 177 Fevereiro Sloan, S. (2010). The continuing development of primary sector physical education: Working together to raise quality of provision. European Physical Education Review, 16(3), 267–281. http://doi.org/10.1177/1356336X10382976. EF_49 RELAÇÃO ENTRE COMPOSIÇÃO CORPORAL, NÚMERO DE PASSOS E AUTOIMAGEM DE ALUNOS DO CURSO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO IFSULDEMINAS. Clicia Machado Tassote, E., Maria de Araújo, J. , Missaki Nakamura, P., Silva, E, Gomes Martins Bueno, D.. IFSULDEMINAS, Brasil. Introdução: Nos dias atuais a sociedade é influenciada pela mídia que dita o padrão de beleza, rotula os corpos, modela perfis antropométricos magros e fortes sugestionando a autoestima e autoimagem do ser humano. Para Schilder (1999), autoimagem é definida pela representação do próprio corpo na mente. A insatisfação com a autoimagem faz com que seja incessante a busca por uma melhor aparência pelos praticantes de atividade física tornando-se um fenômeno sociocultural muitas vezes mais significativo do que a própria satisfação econômica, afetiva ou profissional (DAMASCENO et. al., 2005). Assim, o objetivo deste estudo foi relacionar a composição corporal, o número de passos e a autoavaliação da imagem corporal dos futuros profissionais da Educação Física. Metodologia: A pesquisa caracteriza-se como comparativa transversal e tem como universo de estudo 65 indivíduos de ambos os sexos, com idade entre 18 à 28 anos matriculados no Curso Superior de Educação Física do IFSULDEMINAS. A autoimagem foi avaliada por meio do questionário de Sorensen e Stunkard (1993) “A Escala de figuras silhuetas corporais”. Para composição corporal foram adotados o índice de Massa Corporal (IMC) e o Percentual de gordura (%G) dados pela Balança de Bioimpedância InBody 720 e o nível de atividade física foi avaliado por meio do pedômetro Ultra Slim 3D Sensor PW15 WiSO. O questionário de autoimagem foi aplicado antes da avaliação da composição corporal para eliminar interferências na escolha da silhueta do indivíduo avaliado. Resultados: A amostra apresentou as médias de idade de vinte dois anos, peso de 70,8 quilos, altura de 170, 8 cm. Foram considerados ativos 62,71% indivíduos a composição corporal esteve dentro das taxas de normalidade. Relacionados os dados não foi observada diferença significativa (P>0,05) entre eles. Discussões: Diante dos resultados supracitados, a análise das variações revelou que mesmo não havendo uma significância estatística considerável, na amostra estudada observamos uma tendência que os indivíduos que estão insatisfeitos com a autoimagem buscando o emagrecimento possuem um maior número de passos e ainda uma maior relação entre número de passos e IMC do que o número de passos e o %G. Uma das hipóteses que se estabelece para a não significância estatística é a de que a amostra tenha se apresentado muito homogênea, não tendo nenhum indivíduo com obesidade e nem magreza. Referências Damasceno, V. et al. (2005). Tipo físico ideal e satisfação com a imagem corporal de praticantes de caminhada. Rev Bras Med Esporte, 11, 181-6. Schilder, P. (1999). A imagem do corpo: as energias construtivas do psique. São Paulo: Martins Fontes. REAFES Gymnasium 2015 116 EF_50 EL CENTRO EDUCATIVO COMO ENTIDAD PROMOTORA DE ESTILOS DE VIDA ACTIVOS: PRACTICA DE ACTIVIDAD FISICA, EDAD Y GÉNERO Cantero Castrillo, P.1, Mayor Villalaín, A. 1, Fernández Villarino, M.A. 2, Toja Reboredo, B.1, González Valeiro, M. 1 1 Universidad de A Coruña, España 2 Universidad de Vigo, EspAña Introducción: En España se está fomentando que los centros educativos tengan un papel importante en la promoción de estilos de vida saludables (Ley Orgánica-LOMCE 8/2013). Este trabajo nace en el contexto de la comunidad autónoma de Galicia y en los centros educativos que pusieron en práctica el Proyecto Deportivo de Centro-PDC (Xunta de Galicia 2013) como vertebrador de la actividad física formal, no formal e informal que se puede realizar en sus instalaciones y en su ámbito de influencia. Método: Estudio descriptivo de encuesta de una muestra de 1697 escolares entre 12 y 15 años y 2335 madres/padres pertenecientes a centros educativos en los que se desarrolla un PDC participaron en la primera parte del estudio donde se abordan múltiples aspectos (actividades de tiempo libre y ocio, alimentación, hábitos de sueño, concepciones hacia la escuela y la Educación Física, práctica motriz, oferta de actividades en el entorno escolar). Presentamos la fase de diagnóstico del estudio en cuanto a práctica real de actividad física y su categorización según las recomendaciones de la Organización Mundial de la Salud (2010) en función de la edad (curso académico) y género. Para ello se realiza un sumatorio de lo que cada escolar contesta sobre la práctica de actividad física que dice hacer de tipo formal (clases de Educación Física), no formal (actividades extraescolares y deporte de club) e informal (pasear, andar en bicicleta, patinar). Se realizan pruebas estadísticas de V de Cramer para detectar la relación de dependencia entre las variables estudiadas. Resultados: Se clasifica a los escolares participantes en el estudio en cuatro categorías: muy poco activo, poco activo, activo y muy activo, atendiendo a las recomendaciones de la OMS (2010), pero a la vez diferenciando entre aquellos escolares que están muy lejos de llegar a los índices de la recomendaciones y a aquellos que están muy por encima de ellas. En general, los resultados sugieren que un 60% de escolares no llega al mínimo de horas de actividad físico-deportiva recomendadas. Se presentan las diferencias significativas que encontramos en virtud del género en todas las edades estudiadas. Bibliografía Xunta de Galicia. (2013): Plan Proxecta. Disponible en: ttp://www.edu.xunta.es/web/planproxecta Ley Orgánica 8/2013: Ley Orgánica 8/2013, de 9 de diciembre, para la mejora de la calidad educativa. Organización Mundial de la Salud (2010): Recomendaciones mundiales sobre actividad física para la salud. Ginebra: Ediciones de la OMS. EF_51 CONDICIONES QUE DEBE CUMPLIR UN CENTRO EDUCATIVO PARA CONVERTIRSE EN PROMOTOR DE ESTILOS DE VIDA ACTIVOS PARA LOS ESCOLARES Mayor Villalaín A.1, Cantero Castrillo, P.1, Fernández Villarino, M.A.2, Toja Reboredo, B., 1, González Valeiro, M.1 1 Universidad de A Coruña, España 2 Universidad de Vigo, España Introducción: En España se está fomentando que los centros educativos tengan un papel importante en la promoción de estilos de vida saludables (Ley Orgánica-LOMCE 8/2013). Este trabajo nace en el contexto de la comunidad autónoma de Galicia y en los centros REAFES Gymnasium 2015 117 educativos que pusieron en práctica el Proyecto Deportivo de Centro (Xunta de Galicia 2013) como vertebrador de la actividad física formal, no formal e informal que se puede realizar en sus instalaciones y en su ámbito de influencia. Entendemos que la existencia de una planificación es requisito indispensable para cumplir la función que se le quiere asignar a los centros educativos. Otras variables a analizar serán: Gusto hacia la escuela, hacia la Educación Física y hacia la oferta de actividad física que tiene el centro de los escolares y opinión de sus madres/padres sobre la Educación Física y sobre la oferta de actividad física del centro. Método: Estudio descriptivo de encuesta de una muestra de 1697 escolares entre 12 y 15 años y 2335 madres/padres participaron en la primera parte del estudio donde se abordan múltiples aspectos (actividades de tiempo libre y ocio, alimentación, hábitos de sueño, concepciones hacia la escuela y la Educación Física, práctica motriz, oferta de actividades en el entorno escolar). Presentamos en esta comunicación la fase de diagnóstico del estudio en cuanto a la opinión que los escolares tienen hacia la escuela y hacia la Educación Física como asignatura del currículo escolar y la de sus madres/padres hacia la consideración que tienen de nuestra asignatura. Se realizan pruebas estadísticas de V de Cramer para detectar la relación de dependencia entre las variables estudiadas. Bibliografía Xunta de Galicia. (2013): Plan Proxecta. Disponible en: ttp://www.edu.xunta.es/web/planproxecta Ley Orgánica 8/2013: Ley Orgánica 8/2013, de 9 de diciembre, para la mejora de la calidad educativa. EF_52 IDENTIFICAÇÃO DE SITUAÇÕES PROBLEMA E FACTORES QUE INFLUENCIAM A PARTICIPAÇÃO DOS ALUNOS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA. A REFLEXÃO E FORMAÇÃO DE UMA PROFESSORA ESTAGIÁRIA ATRAVÉS DA INVESTIGAÇÃOACÇÃO Marques, M., Carreiro da Costa, F. Universidade Lusófona, Portugal Introdução: Alguns alunos adotam comportamentos inapropriados nas aulas de Educação Física, circunstância que pode comprometer, não só o bom clima que deve caracterizar a relação professor-alunos(s), mas também a qualidade das aprendizagens estabelecidas para o processo educativo. Conhecer as atitudes e perceções dos alunos face aos comportamentos inapropriados e as razões que os conduzem a realizá-los constitui uma informação que ajudará o(a) professor(a) a desenvolver estratégias de ensino que permitam superar de forma mais adequada as situações problema. Esta circunstância apresenta especial relevância em professores inexperientes. Este estudo visou identificar e analisar situações problema nas aulas de Educação Física de uma Professora Estagiária, mais concretamente, as atitudes e percepções dos alunos face a 11 comportamentos inapropriados, bem como as razões que conduzem os alunos envolvidos a realizálos. Métodos: O registo em vídeo de 6 aulas (3 em espaço interior e 3 em espaço exterior) permitiu identificar as situações problema e os comportamentos inapropriados dos alunos, através da técnica de incidentes críticos. A aplicação de um questionário e a realização de entrevistas aos alunos visou aferir as perceções de 23 alunos do 9º ano de escolaridade, quanto ao grau de gravidade dos comportamentos identificados e as razões que os conduziram à adopção de tais comportamentos. As entrevistas foram audiogravadas e submetidas posteriormente a uma análise de conteúdo por via indutiva. Resultados: Os resultados obtidos apontaram que: a) a maioria dos alunos da turma não actuava em conformidade com a sua percepção do grau de gravidade dos comportamentos; b) a falta de motivação e interesse pelas matérias/tarefas e a perceção de competência, eram as razões mais evocadas pelos alunos como justificação dos seus comportamentos; REAFES Gymnasium 2015 118 c) existia um maior número de ocorrências de comportamentos inapropriados evidenciados pelo género masculino comparativamente ao género feminino; d) os comportamentos de modificação da tarefa, recusa da tarefa solicitada pela professora e a utilização e manipulação inadequadas do material didático foram os comportamentos inapropriados mais comuns. Discussão: A utilização da investigação-acção permitiu analisar e reflectir sobre as razões subjacentes às situações problema experienciadas e compreeender os motivos que desencadeiam os comportamentos observados nas aulas de EF e tomar consciência que muitas das situações problema são o resultado de decisões inadequadas do professor. Revelou-se, assim, um óptimo instrumento de formação didáctica da professora estagiária.apresenta especial relevância em professores inexperientes. EF_53 CARACTERIZAÇÃO DE PAIS EM RELAÇÃO À SUA PERCEÇÃO DA EXPERIÊNCIA PASSADA COM A DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FÍSICA Cruz, J., Gomes, L., Claro, J., Carreiro da Costa, F. Universidade Lusófona, Portugal Introdução: Em Educação não é possível operar mudanças de atitudes e paradigmas sem considerar o papel decisivo dos pais no acompanhamento de todo o processo. Para além de se assumirem como modelos comportamentais, marcos sinalizadores de caminhos a seguir e a evitar, os pais são, hoje como nunca, instrumentos privilegiados dos poderes decisores para a adoção de políticas educativas num ou noutro sentido. Para que possa haver na Escola e nos professores de Educação Física (EF) uma compreensão e uma intervenção conducente à promoção do estatuto da disciplina, é necessário ter em conta este importante fator, as crenças e valores que o orientam, bem como os fenómenos que estão na origem dos mesmos. Os objetivos deste estudo foram três: caracterizar as perceções dos pais e mães em relação à experiência vivida em EF; perceber se existem diferenças significativas entre pais e mães nestas perceções; perceber quais os fatores que assumem importância na construção de tais perceções. Método: Participaram no estudo 106 pais e 324 mães selecionados aleatoriamente nas populações de dois Agrupamentos de Escolas da Região de Lisboa. A opinião dos pais sobre a própria experiência da disciplina de EF foi recolhida através da questão: “Tomando como referência a sua experiência pessoal, como classifica a Educação Física na escola (ou escolas) que frequentou?”. As respostas foram dadas utilizando uma escala de cinco níveis. Pedia-se também que identificasse, numa escala de Likert de cinco níveis, o grau de importância que fatores como professor, benefícios, convívio, condições materiais, conteúdos, organização institucional, características das aulas tinham na formação dessa opinião. Resultados: Não considerando o género, 5,8% das pessoas inquiridas consideram má ou muito má, enquanto 66,5% consideram boa ou muito boa a passagem pela disciplina de EF. 10,4% dos pais considera má ou muito má, enquanto 56,6% considera boa ou muito boa. 4,6% das mães considera má ou muito má, ao passo que 70,4% perceciona como boa ou muito boa. Excetuando as condições materiais, para as mães todos os fatores considerados se correlacionam positivamente com a qualidade da experiência manifestada, enquanto para os pais, tal correlação apenas existe com as características do professor. Discussão: É esmagadora a maioria dos progenitores que consideram positiva a passagem pela disciplina. O mesmo acontece quando consideramos grupos diferenciados por género. Em termos percentuais, são mais as mães que encontram na EF uma experiência boa ou muito boa, quando comparadas com os pais. Esta diferença é estatisticamente significativa. Os pais revelam maior percentagem (33%) de indiferença do que as mães (25%) em relação à experiência passada em EF. Parece consensual entre pais e mães o papel desempenhado neste processo pelo professor. Tal consenso parece desaparecer quando REAFES Gymnasium 2015 119 considerados outros fatores, secundarizados no caso dos pais, mas valorizados no caso das mães. As condições materiais não parecem assumir grande importância para uns e outros. Estes dados poderão ser um contributo importante para a interação com os pais no processo de educação dos filhos, com vista à promoção de estilos de vida ativos. Referências McBride, B. A., Schoppe-Sullivan, S. J., & Ho, M. H. (2005). The mediating role of fathers' school involvement on student achievement. Journal of Applied Developmental Psychology, 26(2), 201-216. Ornelas, I. J., Perreira, K. M., & Ayala, G. X. (2007). Parental influences on adolescent physical activity: a longitudinal study. International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity, 4(1), 3. EF_54 A PERCEPÇÃO DE ALUNOS FISICAMENTE ATIVOS E INATIVOS SOBRE OS COMPORTAMENTOS DE ENSINO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA Anjos, R., Martins, J., Carreiro da Costa, F. Universidade Lusófona, Portugal O objectivo do estudo foi analisar a percepção de alunos do ensino secundário relativamente aos comportamentos de ensino do professor considerados eficazes pela investigação processo-produto, nas dimensões instrução, gestão/organização, clima e disciplina e verificar se a percepção dos alunos variava em função do seu nível de actividade física (AF). Participaram no estudo 112 alunos, 46 rapazes e 66 raparigas, com idades compreendidas entre os 15 e os 19 anos (Midade =15,7). A percepção dos alunos foi medida através de um questionário adaptado de Leal (1993), e o nível de AF através de um pergunta sobre a frequência, duração e intensidade da AF praticada. Com base na frequência de AF reportada criaram-se dois grupos: inativos (0-4 vezes por semana) e ativos (≥5). A dimensão instrução foi analisada utilizando o teste –t, enquanto as dimensões clima e gestão/organização foram analisadas através do teste Mann-Witney. A dimensão disciplina apenas foi analisada com recurso à estatística. Em geral, os cinco comportamentos mais valorizados pelos estudantes foram os seguintes: “o professor é educado com os alunos”, “o professor tem paciência, quando os alunos têm dificuldades em aprender”, “ o professor demonstra respeito pelos alunos”, “o professor apoia os alunos,e ajuda-os a resolver as suas dificuldades”,”o professor trata todos os alunos do mesmo modo”. Os comportamentos menos valorizados foram: “o professor deixa os alunos entregues a si mesmos”, “o professor ameaça, por vezes, o aluno com castigo”, “o professor dá informações demoradas”,”os alunos ficam muito tempo à espera da sua vez, para fazer o exercício”. Os alunos classificados como ativos e inativos representavam 65,2% e 34,8% da amostra, respetivamente. Numa escala de 1 a 5, a dimensão instrução foi a mais valorizada (Média: ativos=4; inativos=3,8), seguindo-se a dimensão clima (Média: ativos=3,8; inativos=3,7) e gestão/organização (Média: ativos=3,5; inativos=3,3). Não se verificaram diferenças significativas na percepção dos dois grupos de alunos, activos e inativos, nas dimensões instrução e clima, tendo-se verificado diferenças significativas na dimensão gestão/organização. Na dimensão gestão/organização os alunos activos atribuiram maior importância ao facto do professor garantir o máximo de tempo possível na tarefa e conseguir controlar visualmente toda a classe, tendo atribuido menor valor às situações em que o professor leva muito tempo a iniciar a aula e a aula apresenta muitos tempos mortos. Este estudo contribui para compreender melhor os resultados da investigação processoproduto e a importância dos processos mediadores nos resultados da aprendizagem em Educação Física. Referência Leal, J.(1993). A Atitude do Aluno face à Escola, à Educação Física e aos Comportamentos de Ensino do Professor. Dissertação de Mestrado, FMH –Universidade Técnica de Lisboa. REAFES Gymnasium 2015 120 EF_55 PESQUISA INTERVENTIVA E FORMAÇÃO PROFISSIONAL: EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIDAS NOS CURSOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UFG/REJ/BRASIL Machado de Assis, R. Universidade Federal de Goiás, Brasil Atualmente, a Educação Física tem-se apropriado de pesquisas interventivas para o desenvolvimento de investigações que Demo (1995) caracteriza como comprometidas com intervenções que contemplam o autodiagnóstico, a construção de estratégia de pesquisas interventivas como foco da disciplina Oficina Experimental, nos cursos de licenciatura e bacharelado em Educação Física (EF) da Universidade Federal de Goiás (UFG), Regional Jataí (REJ), Brasil. Métodos: No primeiro semestre os alunos fazem contato com um local a ser investigado, de preferência que não tenham experiência com a área escolhida. Em seguida fazem as observações não participantes, caracterizam o local de pesquisa e elaboram o projeto de pesquisa. No segundo semestre, desenvolvem a pesquisa ação ou a pesquisa participante, com apoio de instrumentos de coleta de dados variados. Ao final do segundo semestre é feita a análise de todo o processo de pesquisa e elaborado um relatório final. Resultados: A pesquisa ação e a pesquisa participante requerem muita leitura, preparação e conhecimento por parte dos pesquisadores, pois, de acordo com Demo (1995), trata-se de uma forma de avaliar qualitativamente as manifestações sociais, e se apóiam no paradigma crítico dialético de produção científica. Portanto, nem sempre os objetivos da disciplina são alcançados, pois as pesquisas se mostram incipientes, e os pesquisadores (alunos) não demonstram nem mesmo o domínio do conhecimento sobre pesquisa interventiva, essencial para o desenvolvimento do trabalho. Percebese, com os relatórios finais apresentados, que há uma tentativa de conhecer de forma mais profunda o campo investigado, e de contribuir com a realidade encontrada, mas os pesquisadores têm dificuldade em sistematizar o trabalho e em analisar os dados coletados. Discussão: Este tipo de pesquisa tornase relevante na formação dos acadêmicos dos cursos de Educação Física, pois, de acordo com Freire (1984), propõe um método de pesquisa alternativa em que se aprende a fazer por meio da ação. Esta disciplina permite que os acadêmicos conheçam, problematizem e intervenham em realidades que possivelmente não conheceriam durante seu curso de formação. A despeito das dificuldades de construção do conhecimento e de domínio metodológico, esta experiência, sem dúvida, contribui no processo formativo dos futuros profissionais de Educação Física. Referências Demo, P. (1995). Metodologia científica em Ciências Sociais. São Paulo: Atlas. Freire, P. (1984). Criando métodos de pesquisa alternativa: aprendendo a fazêla melhor através da ação. In, Brandão, C. R (Org.). Pesquisa participante. São Paulo: Brasiliense, 34-41. EF_56 DESENVOLVIMENTO DO NÍVEL DO JOGO EM ALUNOS DE 3º CICLO NAS MODALIDADES DE FUTEBOL E BASQUETEBOL: A EFICÁCIA DE UM PROGRAMA DE INTERVENÇÃO COM BASE EM EXERCÍCIOS DE TRABALHO COOPERATIVO Gonçalves, B., Guerra, J., Pomar, C., Folgado, H. Universidade de Évora, Portugal Introdução: A cooperação é uma característica fundamental em diferentes contextos, quer de interação social quer desportivos. Os jogos desportivos coletivos podem proporcionar um meio eficaz para o desenvolvimento desta competência. Este estudo analisou os efeitos de REAFES Gymnasium 2015 121 um programa de intervenção com base em exercícios de trabalho cooperativo e sua a relação com o nível de jogo. Aplicado a uma turma de 9º ano durante as aulas de Educação Física. Métodos: Após caracterização das capacidades e competências individuais dos 16 alunos, formaram-se dois grupos homogéneos – grupo experimental e grupo controlo. A performance de ambos os grupos foi avaliada em dois momentos, pré e pósintervenção numa situação de jogo 4x4, com a duração de 8 min. em cada modalidade. Esta avaliação foi registada em vídeo. Um total de 8 exercícios, com constrangimentos específicos, foram aplicados ao grupo experimental, durante 6 semanas nas aulas de Educação Física. Durante as aulas, o grupo de controlo teve o mesmo tempo de prática específica, com exercícios que promovem a aquisição de habilidades e competências explícitas nos Programas Nacionais de Educação Física. O software TACTO (Duarte, Ferreira, Folgado, & Fernandes, 2010) foi usado para capturar as posições dos alunos durante o jogo. Posteriormente, foram quantificadas as seguintes variáveis; (i) regularidade da distância do aluno ao centro geométrico da própria equipa; (ii) regularidade da distância de cada aluno ao centro geométrico da equipa adversária; (iii) sincronização entre alunos da mesma equipa. A regularidade foi medida através do cálculo da entropia amostral e a sincronização foi quantificada através do cálculo da fase relativa. Resultados: Os resultados indicam aumentos; (ii) irregularidade na distância de cada aluno ao centro geométrico da equipa adversária em ambas as modalidades, (iii) sincronização dos alunos da mesma equipa nos movimentos longitudinais em basquetebol. Discussão: O aumento da irregularidade na variável (ii), sugere um aumento da imprevisibilidade face à equipa adversária, criando maior incerteza no seu deslocamento relativamente ao adversário. Quanto ao aumento na variável (iii) em basquetebol, sugere que os alunos melhoraram o seu nível de sincronização interpessoal, característica relacionada com o nível de expertise. Estes resultados sugerem que os alunos do grupo experimental melhoraram a sincronização de movimentos entre a sua equipa, ao mesmo tempo que aumentaram a imprevisibilidade face à equipa adversária. Referências: Duarte, R., Ferreira, R., Folgado, H., & Fernandes, O. (2010). Interpersonal dynamics in team sports: The role of TACTO and its applications. International Journal of Sport Psychology, 41, 4, 62. EF_57 REVISÃO DA MATÉRIA DADA E OLHARES SOBRE A EDUCAÇÃO FÍSICA NO 1º CEB EM PORTUGAL – CENÁRIOS E SUSTENTABILIDADE Neves, R. Universidade de Aveiro, Portugal A educação física (EF) na escola do 1º ceb em Portugal tem uma história de avanços e recuos, de ostracismo e afirmação ao longo dos tempos. O surgimento das atividades físicas e desportivas nas atividades de enriquecimento curricular constituíramse simultaneamente como um avanço na promoção da atividade física dos alunos e um recuo na regularidade da EF de cada turma. Mais recentemente o discurso dominante da “hierarquização curricular” cruzado com as institucionalizadas práticas avaliativas por exame, produzem uma pressão profissional e social sobre os professores do 1º ceb que impedem a sua liberdade de decisão curricular perante as diversas áreas. Por outro lado a organização vertical das unidades orgânicas, parece ter promovido práticas profissionais de homogeneização, onde as questões da hiperespecialização são apresentadas como vantagens. A escola do 1º ceb tem especificidades que a tornam diferente, começando desde logo pelo seu modelo de docência, com um docente com responsabilidades sobre todas as áreas do currículo. No entanto outros modelos têm sido equacionados face ao que se consideram mudanças na escola do 1º ceb. Todas estas questões possuem fortes implicações na realização, na regularidade e na qualidade da EF na escola do 1º ceb. Neste REAFES Gymnasium 2015 122 quadro e em função da análise das práticas e de estudos realizados importa equacionar onde estamos, em termos da sustentabilidade da EF na escola do 1º ceb e do seu papel na vida escolar dos seus alunos. A partir daqui poderemos descrever cenários e refletir sobre “futuros possíveis” para a sustentabilidade da EF na escola do 1º ceb, não dependente de variáveis circunstanciais ou de vontades isoladas. Os alunos da escola do 1º ceb precisam da EF, mas não de uma EF qualquer e esta só perdurará no impacto junto deles quando se conseguir afirmar no tempo e no modo, alicerçada nas suas aprendizagens, nos benefícios pessoais e na promoção de uma cultura motora para a vida. EF_58 O CURRÍCULO DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM PORTUGAL EM CONTEXTOS DE MUDANÇA SISTÉMICA. A PRÁCTICA PEDAGÓGICA E AS OPÇÕES DOS PROGRAMAS NACIONAIS EM 1989, 2001 E 2010 Mira, J., Bom. L. Universidade Lusófona, Portugal A escola alterou-se profundamente, em Portugal, a partir da revolução democrática de 25 de Abril (1974). Currículo, estrutura central do Ensino, foi objeto de inovação e reforma e também uma base para a ação inovadora e reformista. Esta ação foi especialmente importante em Educação Física (EF), no sentido de se afirmar como área/ disciplina nuclear. Na última década da ditadura, tivemos uma expansão escolar limitada e com atraso de muitos anos em relação ao conjunto da OECD. A Constituição de 1976 instituiu a garantia de educação de todos na escola pública, que continua a ser um importante factor de democratização e de desenvolvimento. Após Abril de 1974, verificou-se um forte crescimento da procura escolar, associada a expectativas positivas de progresso e mobilidade social. O “período crítico” de expansão desafiou a capacidade do sistema de ensino responder de forma adequada e equitativa, havendo elevados níveis de retenção e desistência. Esta nova realidade desafiou também a política, a economia e a cultura, no sentido de apoiar e integrar as necessidades e as expectativas educacionais. Durante as décadas de 70 e 80, a EF manteve diversas limitações, tendo um estatuto curricular reconhecido apenas no 5º e 6º ano (“Ciclo Preparatório”). Em geral, o compromisso educativo em EF era limitado à dedicação do professor na prática pedagógica. De acordo com a orientação programática oficial no ensino secundário (7º-11ºano) a EF consistia em animação pré-desportiva conforme os recursos disponíveis e as motivações dos alunos. Em 1986, a Lei de Bases do Sistema Educativo reorganizou todos os sectores e níveis do ensino, alargando a escolaridade obrigatória para 9 anos (era de 6 anos desde 1964). Em 2009, a frequência escolar obrigatória passou para 12 anos. Os PNEF foram elaborados entre 1988 e 1991, na Reforma iniciada com a Lei de Bases (Dec-Lei nº 286/89). Os Governos aprovaram diversas revisões do Currículo, sendo as principais em 2001, 2004, 2009 e 2012. Os PNEF foram confirmados e atualizados em 2001 e 2010, quanto às especificações das matérias e orientações de avaliação pedagógica, A EF manteve-se uma área/ disciplina no Currículo definido por lei, do 1º ao 12º ano, reforçando o seu estatuto nuclear não só nos planos curriculares (de 1992 até 2012), mas também na avaliação dos alunos do ensino secundário, de 2004 a 2012. Apresentamos o quadro geral de pressupostos e opções de aplicação dos PNEF, no âmbito da prática pedagógica e, a partir daí, as decisões de política educativa e de gestão escolar indispensáveis para sustentar o desenvolvimento das melhores práticas. Argumentamos a orientação global dos PNEF de “inovação incremental” e discutimos estratégias de superação das principais posições adversas ao estatuto curricular e à qualificação da EF. REAFES Gymnasium 2015 123 EF_59 ORGANIZAR O ESTÁGIO PEDAGÓGICO PARA QUALIFICAR A ORGANIZAÇÃO PEDAGÓGICA. INOVAÇÕES NO ESTÁGIO DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA FEFD – UNIVERSIDADE LUSÓFONA Petrucci, R., Bom, L. Universidade Lusófona, Portugal O estágio pedagógico é geralmente reconhecido como um processo estruturante na formação do professor, envolvendo encontros múltiplos, diversas relações, com significados e efeitos complementares Primeiro, e o mais importante, o encontro do estagiário com “os seus alunos”, numa relação que se pretende pedagógica, assumida, tanto quanto possível, com a autonomia que decorre da sua (do estagiário) capacidade de intervenção e de autoria; O encontro dos estagiários (núcleo) com o orientador que os acolhe no seu espaço próprio de prática pedagógica, espaço partilhado e que se amplia no encontro dos estagiários com os colegas professores de EF e também os professores de outras disciplinas – encontro de gerações e de personalidades, com diferentes sensibilidades, expectativas e capacidades, Antes do estágio, durante o processo e depois, o encontro, entendimento mútuo, entre, por um lado, a instituição de formação, a Faculdade, e, por outro, a Escola cooperante – encontro que é protagonizado pelos docentes universitários e pelos seus colegas especialistas da profissão (professor de EF) em que se pretende diplomar os estagiários. Foi a partir desta perspectiva relacional que se estruturou o «Regulamento e a Organização» do Estágio Pedagógico de EF na FEFD- ULHT, a partir de 1995 até este momento, mantendo a coerência da formação, em termos de «modelo», perante diversas mudanças, muito profundas, da legislação sobre a formação inicial de professores, ao longo de 20 anos. A coerência do modelo assenta no conceito de desenvolvimento, que não foi limitado à dimensão individual, embora a responsabilidade e a aprendizagem de cada um sejam centrais nesta formação. Para concretizar esta concepção, foram delineados, experimentados, avaliados e integrados na organização do Estágio, três processos centrados na avaliação formativa e formadora, com carácter colaborativo, que constituem também, formas de participação de todos (estagiários, orientadores e outros professores das escolas) para o desenvolvimento de comunidades pedagógicas, comunidades de aprendizagem focadas na aprendizagem dos alunos. Argumentamos esses três processos, estruturados a partir de 1996/ 97 até ao presente: Projectos dos estagiários, focados nas aprendizagens dos alunos (turmas da Escola), na sua própria aprendizagem (dos estagiários) e na elevação das possibilidades de resposta pedagógica da Escola: - Professor a Tempo Inteiro e Semana de Ensino Intensiva, processos de prática pedagógica alargada a diversas turmas e anos de curso, em colaboração com o conjunto de professores do grupo de Educação Física; - Processo de Aferição de Critérios, incluindo a “observação cruzada” e “conferências de Zona”, de colaboração entre grupos de orientadores e estagiários de diversos núcleos de estágio. EF_60 AS ATITUDES DOS ALUNOS DO ENSINO BÁSICO E SECUNDÁRIO FACE À INCLUSÃO DOS SEUS PARES COM DEFICIÊNCIA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA – AS ESTRATÉGIAS CENTRADAS NA RELAÇÃO Veiga, F., Leitão, F. Universidade Lusófona, Portugal O objectivo desta desta investigação centra-se na análise das atitudes dos alunos do ensino básico e secundário face à inclusão dos seus pares com deficiência nas aulas de educação física, bem como no estudo das relações entre essas atitudes e as estratégias competitivas centradas na relação. A amostra é constituida por 2094 alunos, pertencentes a escolas dos REAFES Gymnasium 2015 124 distritos de Lisboa e Setúbal, que frequentam o 1º, 2º e 3º ciclos do ensino básico e os ensino secundário. Os dados foram recolhidos através da aplicação do ESCOOP (Leitão, 2014) Escala de Competição/Cooperação e do AID-EF (Leitão, 2014) Atitude dos alunos sobre a inclusão dos seuspares com deficiência nas aulas de E.F. Procedeu-se uma análise descritiva e inferencial dos dados obtidos, utilizando-se o Teste de Correlação de Pearson, através do programa estatístico SPSS. Adulterando os pressupostos básicos da teoria da competição/cooperação e da interdependência social, tem prevalecido um pensamento antitético e dicotómico entre os valores da cooperação e da competição, algo que necessita de uma profunda clarificação. Stanne e alt. (1999), num estudo de meta-análise sobre os efeitos da cooperação e da competição, bem como, entre outros, Epstein e Harackiewicz (1992, Reeve e Deci (1996); Tauer e Harackiewicz (1999), Tauer e Harackiewicz (2004), Hutzler e Levi (2008), Obrusnikova e alt. (2010), Cocquyt eSigmund (2011), evidenciam igualmente que a competição pode ter um efeito positivo na motivação intrínseca, relacionando esses efeitos com as características e estrutura da tarefa, nomeadamente o grau de interdependência que a sua realização exige. Resultados consistentes com os longínquos estudos de Johnson (1990) e Slavin (1996) quando concluem que os efeitos positivos da cooperação aumentam quando em articulação com contingências ou recompensas exteriores, como é o caso da competição. O presente estudo, centrando a atenção nas estratégias competitivas centradas na relação, vem de alguma forma questionar o paradigma de que a competição é uma barreira para a inclusão, revelando algumas associações positivas entre a competição, as atitudes e a inclusão, particularmente entre estratégias de competição centradas na relação e crenças comportamentais favoráveis, normativas e de controlo. EF_61 EDUCAÇÃO FÍSICA E ESTILOS DE VIDA:ANÁLISE COMPARATIVA DAS POPULAÇÕES DO 12º ANO DE 2011 E 2015 DE UMA ESCOLA PÚBLICA DE LISBOA Martins, J. 1,2, Marques, A. 1, Carreiro da Costa, F. 1,2. 1 Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal 2 Universidade Lusófona, Portugal Introdução: Os níveis de atividade física (AF) dos adolescentes são reduzidos, sobretudo entre as raparigas e aqueles com baixo estatuto socioeconómico (ESE). Em Portugal, com o decreto lei 139/2012 [redução carga horária da Educação Física (EF); deixa de contar para nota final e acesso ao ensino superior], acentua-se a marginalização político-cultural da EF. Objetivo: Realizar uma análise comparativa do estilo de vida e dos fatores psicológicos, sociais e educacionais relacionados com a prática de AF em alunos de uma escola pública em Lisboa, antes e após implementação do decreto de lei 139/2012. Método: Participaram 224 alunos do 12º ano (95 rapazes), com 17,9±1,1 anos, dos quais 80,5% tinha um ESE médio-baixo. Destes, 119 alunos (58 rapazes) participaram em 2011 e 105 (37 rapazes) em 2015. Todos preencheram um questionário com perguntas sobre AF [informal, formal, desporto escolar (DE), intensidade], perceções (competência, saúde, imagem corporal), atitudes (escola, EF), orientação de objetivos (OO), clima motivacional (CM) e rendimento escolar. Os alunos considerados ativos reportaram praticar AF 7 ou mais vezes por semana. Os dados foram recolhidos no primeiro trimestre de 2011 e de 2015 e analisados com recurso ao Teste t e ao Qui-Quadrado. Resultados: A maioria dos alunos em 2011 (76,5%) e 2015 (78,1%) foram classificados como inativos, não havendo diferenças significativas entre os anos estudados (p=0,772). Os alunos de 2015 comparativamente aos de 2011 apresentaram valores significativamente (p<0,05) inferiores no DE (M=2,7 e M=2 respetivamente), atitude face à escola (M=3,4 e M=3,1), OO para a mestria (M=4,1 e M=3,8). Os rapazes em 2015 apresentaram níveis REAFES Gymnasium 2015 125 estatisticamente inferiores aos de 2011 (p<0,05) na OO para a mestria (M=4,2 e M=3,8 respetivamente). Comparadas com as raparigas de 2011, as de 2015 evidenciaram níveis significativamente inferiores (p<0,05) de participação no DE (M=2,8 e M=1,5), atitude face à escola (M=3,5 e M=3,2) e no CM para a performance-aproximação (M=3 e M=2,3), e superiores na AF formal (M=0,5 e M=1,2). Conclusão: De 2011 a 2015 os níveis de AF foram considerados baixos e não houve uma alteração significativa. Ao longo dos anos verificou-se a atribuição de menor importância ao esforço e progresso individual em EF, importante indicador motivacional. Para promover os níveis de AF, a perceção de competência e o CM para a mestria devem ser potenciados pelos professores de EF. EF_62 COOPERAÇÃO E COMPETIÇÃO, DIMENSÕES OBRIGATORIAMENTE ANTAGÓNICAS? Leitão, R., Paulo, A. Universidade Lusófona, Portugal Anos de investigação, desde os pioneiros trabalhos de Deutsch (1949, 1973) e Johnson e Johnson (1974, 1978, 1979) fizeram com que a aprendizagem cooperativa tenha sido largamente confirmada, como reconhece Fitch (2007: 1), “for cultivating multicultural democratic citizenship, no other approach has proven as effective in promoting positive intergroup relations, increasing academic achievement and building bridges across borders of difference”. Ao longo de todos estes anos, adulterando os pressupostos básicos da teoria da competição/cooperação e da interdependência social, tem prevalecido um pensamento antitético e dicotómico entre os valores da cooperação e da competição, algo que necessita de uma profunda clarificação, já que esta antinomia reflecte de alguma forma a disputa entre uma concepção hobbesiana e neodarwinista do homem, como animal agressivo e competitivo, e uma visão humanista e democrática que deriva do naturalismo rousseauniano do bom selvagem. Nos últimos anos esta visão antinómica tem vindo a esbaterse criandose um ethos mais positivo e construtivo em relação à competição. Competição e cooperação são dois modos básicos de cognição social que, envolvendo formas diversas de regulação social dos comportamentos, têm em comum quadros mentais que põem em jogo questões como a flexibilidade comportamental, a antecipação de comportamentos ou a capacidade de ler os sinais comunicativos do outro. A complexidade da temática revelase logo na multiplicidade de constructos a que os autores têm recorrido: competição construtiva e destrutiva (Deutsch, 2006), competição apropriada e não apropriada (Stanne e alt., 1999), competição e hipercompetição (Ryckman, 1991), selfcontained individualism e ensemble individualism (Sampson, 1988), competing to win e competing to excel (Hibbard e Buhrmester, 2010). O objetivo deste estudo prendeuse com a construção e validação de uma escala de competição/cooperação suportada nas teorias da interdependência social (Johnson e Johnson, 1974, 1978, 1979, 2009) e da dupla preocupação (Blake e Mouton, 1964; Kilmann e Thomas, 1975; Flynn e Elloy, 1987), pelo que quer para a cooperação quer para a competição foi integrada a “dupla preocupação” dos objectivos e das relações. Foi utilizada uma amostra de 2658 sujeitos, 1350 do sexo masculino e 1308 do sexo feminino, representantes de diferentes ciclos de ensino (N 1º Ciclo =173; N 2º Ciclo=607; N 3º Ciclo=1233; N Secundário=478; N Licenciatura=132; N Mestrado=35). A validação de constructo foi concretizada através de análise de componentes principais com rotação oblíqua. Os resultados mostram que o instrumento mede 4 dimensões: a) Cooperação, objectivos e relações; b) Competição e objectivos; c) Trabalho individual; d) Ansiedade, cooperação e competição. A fiabilidade do instrumento, comprovada através do coeficiente alfa de Cronbach, foi de .69 para a escala, e entre .68 e .76 nas dimensões enunciadas. REAFES Gymnasium 2015 126 EF_63 O TEXTO ESCRITO UTILIZADO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA: ANÁLISE DAS CARACTERÍSTICAS E DOS GÊNEROS TEXTUAIS Vieira, P..1, Freire, E. 1 2, Rodrigues, G.2 1 Universidade São Judas Tadeu, Brasil 2 Universidade Presbiteriana Mackenzie, Brasil Introdução: Embora o texto escrito seja muito utilizado como recurso didático na escola, ele raramente está presente nas aulas de educação física. Contudo, este quadro começa a ser alterado. Por iniciativa própria ou por exigência da escola na qual trabalha, alguns professores têm utilizado materiais escritos em suas aulas. A presente pesquisa teve como objetivo identificar as características do texto escrito selecionado pelo professor. Método: Foi realizada uma pesquisa qualitativa com 21 professores de Educação Física do Estado de São Paulo, que declararam utilizar texto escrito em suas aulas. Foram realizadas entrevistas semiestruturada com os participantes, que falaram sobre seu trabalho com textos escritos e forneceram cópias de alguns dos textos utilizados. Entrevistas e textos foram analisados com a aplicação da técnica de análise de conteúdo. Resultados: Foi possível identificar a utilização de diferentes gêneros textuais pelos participantes do estudo. Alguns deles são didáticos, como os livros didáticos e os paradidáticos. O material didático é aquele preparado com a finalidade de facilitar a aprendizagem de determinado conhecimento. Na Educação Física brasileira o uso de livros didáticos parece estar em crescimento, sendo recurso utilizado por 10 dos professores participantes. O aumento no uso desse material pode estar associado ao surgimento de diversas propostas curriculares adotadas oficialmente em Municípios e Estados brasileiros. Os professores participantes também utilizam textos didatizados, ou seja, aqueles que não foram elaborados com a finalidade didática. Entre esses textos estão charges, tirinhas, história em quadrinhos, textos jornalísticos, textos acadêmicos, poemas, poesias, letras de música, crônicas e textos elaborados pelos próprios alunos. Os textos didatizados mais citados pelos participantes foram os textos jornalísticos e os acadêmicos. Conclusão: A diversidade de materiais apresentados evidencia a preocupação dos professores participantes com a elaboração de recursos didáticos diversificados para utilização em suas aulas para possibilitar a seus alunos o acesso ao conhecimento. É preciso, entretanto, identificar quais conhecimentos são apresentados nesses textos, bem como a forma como os estudantes percebem e avaliam a utilização de textos nas aulas de Educação Física. Referências: Marcuschi, L. A. (2008) Produção Textual, Análise De Gêneros E Compreensão. São Paulo: Parábola Editorial. Brandão, H.; Micheletti, G., (2011) Aprender E Ensinar Com Textos Didáticos E paradidáticos. v.2, 6ed. São Paulo: Cortez. EF_64 COMPARACIÓN DEL NIVEL DE ACTIVIDAD DURANTE LA CLASE DE EDUCACIÓN FÍSICA Y EL RECREO DE NIÑOS DE QUINTO GRADO DE UNA ESCUELA PÚBLICA Y UNA ESCUELA PRIVADA A TRAVÉS DEL SOFIT. Alfaro Jiménez, D. & Salicetti Fonseca, A. Universidad de Costa Rica, Costa Rica En la edad escolar, la actividad física regular es de suma importancia ya que trae consigo beneficios tanto mentales como físicos. En las instituciones educativas, los niños tienen la oportunidad de moverse e involucrarse en algún tipo de ejercicio físico ya sea en su clase regular de Educación Física o bien durante los recreos. Para la observación del ejercicio REAFES Gymnasium 2015 127 físico se han implementado diferentes técnicas de observación directa, entre ellas se encuentra el system for observing fitness instruction time (SOFIT). Partiendo de la información anterior, se realizó un estudio que tuvo como propósito comparar el gasto energético durante el recreo y la clase de Educación Física de dos tipos de centros educativos y comparar la intensidad de trabajo de un monitor de frecuencia cardiaca (lat/min) con la reportada en los datos finales del SOFIT. Metodología: Un total de 30 estudiantes de quinto año participaron en la investigación. Para la recolección de datos de la actividad física se utilizó el SOFIT diseñado por McKenzie, Sallis & Nader (1991) y monitores de frecuencia cardiaca (polar FT7). Durante 3 clases y 3 recreos se escogieron 5 estudiantes al azar observados durante cuatro minutos cada uno alternando hasta que finalizaran los mismos. Resultados: La comparación de los datos de gasto energético del SOFIT y el monitor de frecuencia cardiaca demostró que no hay diferencia estadísticamente significativa entre los dos métodos de medición (F: 0,62, sig: 0.55). Además, no se encontró diferencia estadísticamente significativa entre los tipos de centro educativo y los tipos de situación en los puntajes de gasto energético reportados por el SOFIT. Discusión: Los datos conseguidos son alarmantes ya que para esta población el gasto energético de la clase de Educación Física no fue estadísticamente diferente al del recreo (F: 0.91, sig: 0.76). Se demuestra la importancia del recreo en relación al gasto energético conseguido, siendo una posible estrategia para aumentar la actividad física en las escuelas. Por otra parte, los datos obtenidos al comparar el monitor de frecuencia cardíaca y e SOFIT concuerdan con lo encontrado en la investigación de Pope et al., (2000), donde realizan una validación este test utilizando una población de 56 niños de tercer a quinto grado, encontrando una f: 0,61 (en nuestro estudio, F: 0,62). Referencias McKenzie, T. L., J. Sallis, et al. (1991). "System for observing fitness instruction time." J Teach Phys Educ 11: 195-205. Pope, R. P., Coleman, K. J., Gonzalez, E. C., Barron, F., & Heath, E. M. (2002). Validity of a revised System for Observing Fitness Instruction Time. (SOFIT) / Fiabilite du nouveau Systeme d ' observation du temps d ' activite physique (SOFIT). Pediatr Exerc Sci, 14(2), 135-146. REAFES Gymnasium 2015 128 SECÇÃO TREINO DESPORTIVO SIMPÓSIO FORMAÇÃO DE TREINADORES – EXEMPLOS DE BOAS PRÁTICAS Paulo Cunha 1, José Curado 1, Isabel Mesquita 2, Pedro Sequeira 3, Rafael Acero 4, Fernando Del Villar Alvarez 5 1 Universidade Lusófonade Humanidades e Tecnologias, Portugal 2 Universidade do Porto, Portugal 3 Instituto Politécnico de Santarém, Portugal 4 Universidade da Corunha, Espanha 5 Universidade da Extremadura, Espanha As preocupações com o reconhecimento da profissão, a formação e as qualificações dos(as) treinadores(as) não são recentes. Contudo, e no contexto da União Europeia, elas sofreram um enorme incremento na sequência do desenvolvimento, entre 2003 e 2007 e sob coordenação da European Network of Sport Sciences, Education and Employment/ENSSEE, do Projeto Temático AEHESIS (Aligning a European Higher Education Structure in Sport Science) e a consequente assinatura da Convenção de Rio Maior (23 de Setembro de 2007) por um significativo número de instituições da EU relacionadas com a formação de treinadores(as). A par de outras iniciativas, o European Coaching Council, até há pouco tempo o sub-comité da ENSSEE especializado para os problemas dos(as) treinadores(as) mas agora instituição autónoma, coordenou o Projeto da EU CoachNet entre 2012 e 2014, o qual integrou treze instituições de nove países da UE relacionadas com a formação de treinadores(as) e ajudou a aprofundar as vias para a disseminação das melhores soluções para o fortalecimento das organizações de treinadores no espaço europeu, condição indispensável para o reconhecimento da profissão. Na generalidade dos países da EU, incluindo Portugal e Espanha, estão em curso desenvolvimento de trabalhos conducentes à implementação das principais orientações contidas no texto da Convenção de Rio Maior. O International Council for Coaching Excellence/ICCE, organização mundial que desenvolve o seu trabalho também no âmbito do reconhecimento da profissão e do aprofundamento da qualidade da formação e das qualificações dos(as) treinadores(as), tem vindo a seguir com muita atenção os desenvolvimentos no espaço da EU e a usá-los como referência fundamental para o resto do Mundo. Por tudo isto consideramos pertinente a inclusão desta temática no 1º Congresso IberoAmericano de Desporto, Educação, Atividade Física e Saúde, consubstanciada no Simpósio subordinado ao título “Formação de Treinadores – Exemplos de boas práticas”, no qual especialistas de Portugal e Espanha, profundamente envolvidos nos diferentes setores e vias de formação e qualificação de treinadores, darão a conhecer aos participantes no Congresso interessados na temática os traços fundamentais das práticas em curso nos dois países. Sendo certo que a temática é importante para os nacionais de Portugal e Espanha, ela será especialmente relevante para os que virão do outro lado Atlântico, até porque é no espaço americano de língua não inglesa que o ICCE tem sentido mais dificuldade em fazer passar as suas mensagens e divulgar as suas preocupações. Chegados aqui convirá esclarecer que não existe um “modelo europeu” de formação de treinadores que se está a tentar “impor” noutras paragens. Não é, não poderá ser esse o caminho. Aliás, no próprio espaço da EU não existe uma única solução. As que já existem estão próximas umas das outras e com muitos pontos comuns. O importante é que se considerem as experiências já existentes como referências fundamentais para o muito trabalho que há para fazer noutras culturas e noutros contextos. Sob esse ponto de vista a posição do ICCE é muito clara ao ter disponibilizado para todo o Mundo o International Sports Coaching Framework (2013), uma publicação eu contem os aspetos essenciais a serem tomados como referências por REAFES Gymnasium 2015 129 todos aqueles que se interessam e operam no intricado mundo da formação de treinadores – formadores, instituições, países. COMUNICAÇÕES TD_1 A INTENSIDADE NO PLANEAMENTO DE TREINO DE JOVENS NADADORES Fidalgo, J. 1, Proença, J. 1, Cunha, P. 1, Cardoso, L. 1, Rama, L. 2 1 Universidade Lusófona, Portugal 2 Universidade de Coimbra, Portugal Independentemente da modalidade desportiva espera-se que os programas de treino estimulem as componentes específicas do desempenho, com o objetivo de alcançar a adaptações desejadas (Reilly, Morris & Whyte (2009). Apesar de, na natação pura, 80% das competições apresentarem durações entre os 20,91’’ e os 140,12’’, os regimes de treino privilegiam o elevado volume (TEV), em intensidades muito inferiores às que ocorrem durante essas competições (Mujika, 2010). Mesmo para os jovens nadadores, que no essencial se preparam para o mesmo programa competitivo dos nadadores mais velhos, tradicionalmente o volume é apresentado como o principal fator na prescrição do treino. Atualmente tem sido apresentada a intensidade como o principal fator que influencia os resultados competitivos (Aspenes & Karlsen, 2012; Mujika, 2010). No entanto, o aumento da intensidade de treino em tarefas, como o treino intervalado de alta intensidade (TIAI), deverá ser adequado ao grupo etário ao nível de prática e à periodização do treino. O treino mais intenso promove adaptações: ao nível das fibras musculares, no transporte de O2 para o músculo; na dinâmica cardiovascular; nos padrões de recrutamento neuromusculares; no suporte bioenergético e morfologia muscular, assim como, no controlo do pH a nível muscular (Buchheit & Laursen, 2013). Do mesmo modo o TEV estimula adaptações fisiológicas fundamentais e por isso não deve ser considerado uma estratégia inadequada na preparação dos atletas. Os ganhos com o TIAI parecem ser rápidos mas, uma base aeróbia construída pelo TEV parece ser uma condição prévia para a tolerância e adaptações à intensidade de treino num curto espaço de tempo. Ambos os tipos de treino melhoram o perfil celular, no entanto o TIAI parece conseguir esses resultados em menos tempo. Alguns autores propõem o treino de alta intensidade após um período de trabalho de baixa intensidade e a polarização das intensidades de treino, para atingir melhores resultados, pois potenciam as adaptações que se conseguem com a alta intensidade (Buchheit & Laursen, 2013) Referências Mujika, I. (2010). Intense training: the key to optimal performance before and during the taper. Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports, 20 Suppl. 2, 24-31. Aspenes, S., & Karlsen, T. (2012). Exercise training intervention studies in competitive swimming. Sports Medicine, 42, 6, 527-43. Buchheit, S., & Laursen, T. (2013). High-intensity interval training, solutions to the programming puzzle: Part 1: cardiopulmonary emphasis. Sports Medicine, 43, 5, 313-38. Laursen, P. (2010). Training for intense exercise performance: high-intensity or high volume training? Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports, 20 Suppl 2:, 1- 10. Mujika, I. (2010). Intense training: the key to optimal performance before and during the taper. Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports, 20 Suppl. 2, 24-31. Reilly, T., Morris, T., & Whyte, G., (2009). The specificity of training prescription and physiological assessment: a review. Journal of Sports Science. 27, 6, 575-89. TD_2 A RESILIÊNCIA E O EMPENHAMENTO EM ATLETAS DE LUTA OLÍMPICA REAFES Gymnasium 2015 130 Pedro, S. Universidade Lusófona, Portugal Introdução: A investigação sobre a importância dos factores psicológicos como variáveis pessoais demonstra o efeito destes no desempenho dos atletas. Estudar a relação entre a resiliência e o empenhamento do atleta que lhe possibilita cooperar com situações adversas e de ameaça aos seus objectivos durante a carreira desportiva, permite-nos perceber o porquê da importância dos factores psicológicos para uma melhor performance desportiva e de como estes se interligam (Sarkar & Fletcher, D., 2013). Este estudo tem como objectivo perceber a relação do empenhamento e as suas quatro dimensões com a resiliência em atletas de lutas olímpicas. Método: O estudo é de caracter observacional transversal em que 20 atletas de lutas olímpicas com idades (M=16,8 anos; DP 1,96) e com um tempo de prática (M= 5,4 anos; DP 4,2) dos escalões de cadetes (9), Juniores (9) e seniores (2) reportaram as suas percepções de empenhamento e resiliência, foram utilizados os instrumentos AEQ e RS13A. O método de estudo é uma correlação de Pearson, para observar a relação entre o empenhamento nas suas quatro dimensões (Dedicação, Entusiasmo, Confiança e Vigor) e a resiliência dos atletas. As relações com a percepção de esforço e o nível competitivo, também foram realizadas. Resultados: Existe uma correlação positiva e significativa entre o empenhamento e a resiliência nos lutadores (r = .655, P<0.05). A percepção de esforço está significativa e positivamente correlaciona da com a resiliência (r = .489, P<0.05), com o nível competitivo (r = .474, P<0.05) , o empenhamento dos atletas (r = .485, P<0.05) e com a dimensão entusiasmo (r = .506, P<0.05) do empenhamento. As dimensões do empenhamento com maior relação com a resiliência são o entusiasmo (r =491, P<0.05), a dedicação (r = .580, P<0.05) e a confiança (r = .729, P<0.05). Discussão: Nas lutas olímpicas observa-se que um maior empenhamento é preditor de maior resiliência. Os atletas com maior percepção de esforço demonstram maior resiliência, associado talvez à grande exigência física e psicológica das Lutas olímpicas. A percepção de esforço ainda se relaciona com o nível competitivo dos atletas, tendo os atletas internacionais uma maior percepção de esforço. Uma maior percepção de esforço está também relacionada com um maior empenhamento total, mostrando a relação entre a quantidade de esforço imprimida no treino e o nível de empenhamento do atleta. Com este estudo é possível relacionar o empenhamento com a resiliência, ainda percebemos que a percepção de esforço também se relaciona com a resiliência. Concluindo, este estudo permite perceber que atletas que sejam mais empenhados terão mais possibilidades de ser resilientes afectando positivamente a sua performance. Referências: Sarkar, M. y Fletcher, D. (2013). How should we measure psychological resilience in sport performers? Measurement in Physical Education and Exercise Science, 17, 264-280. TD_3 ANÁLISE DOS MÉTODOS E MICROCICLOS DE TREINO DO SPORT LISBOA E BENFICA. SENIORES B, ÉPOCA DESPORTIVA 2013/2014 Veríssimo, N., Castelo, J. Universidade Lusófona, Portugal As equipas B assumem-se como um espaço de transição entre o futebol de formação e o futebol sénior profissional, permitindo que os jovens jogadores tenham competição num contexto de maior exigência no qual se confrontam com jogadores mais velhos, com mais maturidade e com outras experiências. Este trabalho tem como objetivo efetuar uma análise profunda e reflexiva sobre o processo de treino conceptualizado e operacionalizado pela REAFES Gymnasium 2015 131 equipa técnica dos seniores B do Sport Lisboa e Benfica, assim como uma descrição do seu modelo de jogo. Ao longo da época desportiva, os métodos específicos de preparação, parecem ser os métodos preferenciais para operacionalizar o modelo de jogo conceptualizado, representando os exercícios competitivos e os sectoriais cerca 38% do tempo total de treino. Estes dados são replicados, quando se comparou a utilização dos métodos de treino usados no período pré competitivo e competitivo e quando se comparou o microciclo com um e com dois momentos competitivos. A conceptualização e operacionalização do modelo de treino a partir de uma dimensão diagonal parece potenciar os efeitos das adaptações funcionais, ou seja, os métodos de treino devem estar ligados entre si e revelar transferibilidade de forma lógica. Quando aplicados isoladamente, os métodos de treino têm um menor efeito sobre os jogadores e a equipa. Definiram-se os microciclos (MC) padrão da época desportiva, do período pré competitivo (PPC), do período competitivo (PC), do microciclo com um jogo (MC1) e com dois jogos (MC2), tendo-se chegado às seguintes conclusões: (1) no microciclo padrão da época desportiva, os exercícios mais utilizados foram os de velocidade, os exercícios de manutenção da posse da bola e os exercícios competitivos; (2) quando comparados os MC padrão do PPC e PC verificamos uma alteração da predominância dos exercícios de resistência (PPC) para os exercícios de força (PC) e manutenção da predominância dos exercícios de posse da bola e dos exercícios competitivos; (3) quando comparados os MC padrão com um e com dois momentos competitivos, verificamos ao longo da semana, uma variabilidade nas capacidades condicionais trabalhadas com manutenção da predominância dos exercícios de manutenção da posse da bola e dos exercícios competitivos. TD_4 ANALISIS DEL TIEMPO DE MOVIMIENTO (TIME-MOTION) DE LAS TAEKWONDISTAS CADETES DEL CAMPEONATO MUNDIAL Menescardi, C.1, Estevan, I. 2, Moya-Mata, I. 2. 1 UCV, España 2 Universidad de Valencia, España Introducción: La relación entre los tiempos de lucha (L), no lucha (NL) y pausa (P) en taekwondo (TKD) ha sido utilizada para caracterizar las demandas físicas de este deporte (Santos et al., 2011; Tornello et al., 2013). Investigaciones en TKD han centrado su atención en competidores adultos (Santos et al., 2011), sin embargo, no es posible generalizar la información obtenida a competidores cadetes, quienes tienen normas de competición diferente acorde a su edad (i.e. menor duración del combate) (Tornello et al., 2013). Puesto que el comportamiento de los taekwondistas puede ser diferente en función de la categoría de competición (Santos et al., 2011), el objetivo del presente estudio fue comparar las diferencias del tiempo de L, NL y P entre las categorías de competición en las taekwondistas cadetes. Método: Se analizaron 25 combates femeninos (finales y semifinales) del primer Campeonato del Mundo de Taekwondo Cadete siguiendo las fases de tiempo de movimiento establecidas por Tornello et al., (2013) (L, NL y P) en función de la categoría de competición (ligero, medio y pesado). Para comparar las diferencias entre grupos se realizó un ANOVA univariante seguido de las pruebas post hoc de Bonferroni para realizar las comparaciones por pares (p < 0.05). Resultados: Se encontraron diferencias significativas en la fase de NL (F [1000, 3] =3.160; p = 0.04) en función de la categoría de competición, siendo los competidores de peso pesado quienes realizaron fases más largas (3.64±2.65s) que los competidores de peso ligero (3.17±2.62s) (p = 0.04). No se encontraron diferencias significativas en la fase de L (F [1035, 3]= 2.621; p = 0.07) ni en la fase de P (F[296, 3] = 0.012; p = 0.98) en función de la categoría de competición. REAFES Gymnasium 2015 132 Discusión: Los resultados obtenidos coinciden con Tornello et al. (2013), quienes muestran un tiempo de movimiento independiente de la categoría de competición ya que la única diferencia encontrada fue en la fase de NL donde los competidores de pesado estuvieron un mayor tiempo en NL que los competidores de ligero, lo cual podría deberse a la mayor masa corporal de los pesados quienes gastar más energía golpeando al oponente y por tanto, necesitarían un tiempo mayor para descansar que los competidores de peso ligero (Santos et al., 2011). Los resultados del presente estudio pueden ser aplicados en los entrenamientos de TKD, no dividiendo a los taekwondistas en función de la categoría de competición en esta población (cadetes). References Santos V.G., Franchini E., Lima-Silva A.E. (2011). Relationship Between Attack and Skipping in Taekwondo Contests. J Strength Cond Res, 25, 6, 1743-1751. Tornello F., Capranica L., Chiodo S., Minganti C., Tessitore A. (2013). Time-motion analysis of youth olympic taekwondo combats. J Strength Cond Res, 27,1, 223–228. TD_5 ASSOCIAÇÃO ENTRE A PERCEPÇÃO SUBJECTIVA DO ESFORÇO E CORTISOL SALIVAR EM COMBATES SUCESSIVOS DE JUDO, CONTROLANDO A IDADE Massuça, L. 1, Branco, B. 2, Monteiro, L. 1, Miarka, B. 2 1 Universidade Lusófona, Portugal 2 Universidade de São Paulo, Brasil Introdução: As competições em geral, e os combates de judo em particular, são situações geradoras de stress. De facto, as alterações dos níveis hormonais decorrentes desse estímulo, também podem resultar do esforço solicitado durante uma competição de judo, como sinónimo de acumulação de fadiga. No entanto, parece relevante estudar o impacto da idade na associação entre a resposta biológica e a perceção do atleta de judo em situações reais de competição. Objetivo: Estudar o impacto da idade na associação entre a perceção subjetiva do esforço e a resposta hormonal de judocas em combates sucessivos realizados durante uma competição oficial. Método: Participaram no estudo oito atletas de judo do sexo masculino (idade, 22.8±4.3 anos; massa corporal, 81.2±20.2 kg; estatura, 1.74±0.09 m), com mais de 6 anos de prática regular e sistemática de judo, que realizam semanalmente 5 sessões de treino de 90-min. Todos os atletas são cintos negros (2º ou 3º Dan) com experiência competitiva nacional e internacional. Foram registadas as respostas fisiológicas dos participantes durante os 3 primeiros combates de uma competição oficial de judo (T1, T2 e T3), i.e.: uma medida objetiva (cortisol salivar pós-combate - sC) e uma medida subjectiva (escala PSE6-20). Resultados: Observou-se que (1) a correlação parcial de primeira ordem entre a PSE6-20 e sC, em T3, passa a ser significativa quando se controla a variável idade (sC: r = 0.896, p = 0.006); e (2) a concentração de sC no final do 3º combate (T3) explica 80.3% da variância da perceção subjetiva do esforço, contra 23.9% sem controlar o efeito da variável idade. Discussão: A idade do judoca (ou anos efetivos de prática!) parece ter um efeito significativo na explicação da variância da perceção subjetiva do esforço em situações de acumulação de fadiga (i.e., após 3 combates de judo, numa mesma competição). Contudo, importa destacar que os participantes não pertencem todos à mesma categoria de peso, pelo que, de acordo com a dinâmica de combate que caracteriza cada uma das categorias de peso, a perceção também pode variar. Assim, para clarificar a relação observada, parece relevante considerar em estudos futuros dinâmica do combate de judo (i.e., a estrutura temporal de cada um dos combates). TD_6 REAFES Gymnasium 2015 133 CARACTERISTICAS ANTROPOMÉTRICAS, FISIOLÓGICAS E MUSCULOESQUELÉTICAS EM JOGADORES DE FUTEBOL FEMININO Barreto Madeira, R., Justiniano, V. Universidade Lusófona, Portugal Introdução: O futebol feminino é um desporto que tem crescido grandemente em Portugal, no entanto sem a popularidade e tradição do futebol masculino. Para ter sucesso no futebol de elite, é exigido uma boa aptidão física para lidar com as exigências do jogo e permitir que suas habilidades técnicas e táticas sejam utilizadas de forma plena durante o jogo. Pretende-se caracterizar e verificar se existem diferenças fisiológicas, antropométricas e músculos esqueléticas entre as posições de guarda-redes, defesa, médio e avançada, num grupo de futebol feminino sénior profissional. Método: Foram selecionadas 25 jogadoras de futebol feminino da liga profissional (24.76±5.42 anos). A avaliação das jogadoras foi realizada como equipa (GT) e de acordo com a posição em campo: avançado JA, médio JM, defesa JD e guarda-redes JGR. Foi avaliada a Agilidade, Força dos Membros Inferiores, Flexibilidade, Resistência Abdominal e Aeróbia Máxima, Peso, Altura, Índice Massa Corporal, Superfície Corporal, Massa Gorda, Peso Massa Gorda, Peso Massa Isenta de Gordura. Resultados: As jogadoras apresentam valores médios de peso 57.88 ± 6.68kg, altura 1.66 ± 0.05 m, IMC 21.24 ± 1.88 kg/m2, SC 1.63 ± 0.1 m2, %MG 20.22 ± 4.01%; PMIG 46.00 ± 0.09 kg; PMG 11.87± 3.46 kg. A altura das JD é superior à das JM, as JGR são mais pesadas e com maior IMC que as JM, JD e GT, o mesmo se passa com a SC mas apenas entre as JGR e JM e GT (p<.05). A %MG e PMG das JGR com valores superiores relativamente a JA, JM, JD e GT, e no PMIG as JGR com valores superiores relativamente a GT e JD e as JD com valor superior relativamente a JM (p<.05). Relativamente à aptidão física, valores médios de Agilidade 11.24±0.65 segundos, FMI 39.53±6.29 cm e 180.7±18.76 cm, RA 68.8±12.7, Flexibilidade 31.73±7.37 cm e VO2max 35.89±5.33 ml/kg/min. Na FMI, Flexibilidade, VO2max, Agilidade as JD apresentaram melhor resultado comparado com JGR e na RA as JD em relação às JM e JGR (p<.05). Discussão: A avaliação do desempenho tornou-se uma componente relevante de desenvolvimento do jogador dentro de programas de controlo no futebol, mas os dados disponíveis são limitados para jogadores do sexo feminino. Os resultados apresentados não revelam grandes diferenças entre as jogadoras de acordo com a posição que ocupam em campo. Em jogadoras de futebol feminino, não é evidente a determinação de um perfil fisiológico ideal e de aptidão física. É necessário desenvolver mais estudos nesta modalidade. Referencias Ingebrigtsen, J., Dillern, T, Shalfawi, S. (2011). Aerobic Capacities and Anthropometric Characteristics of Elite Female Soccer Player. J Strength Condition Res Dec, 25,12, 3352-7 Vescovi, J., Brown, T., Murray, T. (2006). Positional Characteristics of Physical Performance in Division I College Female Soccer Player. J Sports Med Physical Fitness, 46, 2, 221-6. Vescovi, J., Rupf, R., Brown, T., Marques, M. (2010). Position Performance Characteristics of High-Level Female Soccer Player. Scand J Med Science Sports. Mar 11. TD_7 COMPARAÇÃO DO PERFIL MORFOFUNCIONAL E DA MATURAÇÃO DE JOVENS ATLETAS DE BASQUETEBOL DE DIFERENTES NÍVEIS COMPETITIVOS Ramos, S., Massuça, L. Universidade Lusófona, Portugal Introdução: Os atributos antropométricos e de ApF são fatores determinantes no rendimento desportivo e influenciam o processo de seleção de atletas para as equipas de elite em REAFES Gymnasium 2015 134 equipas de formação, especialmente em desportos, como é o caso do basquetebol, em que o confronto físico é relevante (Hoare, 2000). De facto, nos clubes de elite, a escolha de atletas para as equipas principais (equipa A) parece ter em consideração os atributos antropómétricos e de ApF, sendo estes fortemente influenciados pelo processo de maturação dos atletas (Coelho-e-Silva et al., 2004). Face ao exposto, parece relevante comparar atletas de níveis competitivos diferenciados (equipa A e B) relativamente aos atributos morfológicos e de ApF e ao processo de maturação. Método: Participaram no estudo 57 atletas de basquetebol (sexo masculino) pertencentes aos escalões: (1) SUB14 (A, n=14; B, n=11); e (2) SUB16 (A, n=14; B, n=18); de um clube de elite. Todos os atletas que aceitaram participar no estudo, foram avaliados durante o período competitivo, entre os meses de Novembro e Dezembro de 2014. A avaliação realizada abrangeu três categorias, nomeadamente: (1) morfologia (antropometria e composição corporal); (2) aptidão física; e (3) maturação. Resultados: Observou-se que: (1) no escalão SUB14 apenas existiram diferenças significativas na resistência abdominal entre os atletas da equipa A e B; (2) no escalão SUB16 os atletas da equipa A possuiam melhores atributos morfológicos (massa corporal, estatura e envergadura) e melhores desempenhos nas provas de ApF (agilidade, força nos membros superiores e inferiores e capacidade anaerobia) que os atletas da equipa B; e (3) não existiram diferenças significativas na maturação entre atletas da equipa A e B em ambos os escalões. Discussão: Os resultados sugerem que os atributos antropométricos e de ApF tiveram influência no processo de seleção dos atletas no escalão de SUB16 enquanto no escalão SUB14 tal evidência não foi confirmada. TD_8 EFEITO DA IDADE RELATIVA NO CAMPEONATO DA EUROPA DE BASQUETEBOL DE U16 Ramos, S., Massuça, L. Universidade Lusófona, Portugal Introdução: O estudo da distribuição das datas de nascimento dos jovens atletas caracteriza-se por assimétrica, sendo usual uma maior representação dos atletas nascidos no início do ano de seleção (Musch & Hay, 1999). Assim, o objetivo deste trabalho é: analisar a distribuição dos quartis de nascimento dos atletas participantes no Campeonato da Europa de Basquetebol Sub16. Método: Foram considerados no estudo os atletas das 16 equipas que participaram no Campeonato da Europa de Basquetebol U16 em 2013 (divisão A; n=192). A recolha de dados foi realizada através da página oficial da FIBA Europa, e os atletas foram distribuído, consoante a sua data de nascimento, em: (1) em quartis (1ºQ: Janeiro a Março; 2ºQ: Abril a Junho; 3ºQ: Julho a Setembro; 4ºQ: Outubro a Dezembro; e (2) em semestres (1ºS: 1ºQ+2ºQ; 2ºS: 3ºQ+4ºQ). Resultados: Observou-se que: (1) os atletas nascidos no 1ºQ e 2ºQ têm uma maior representatividade que os nascidos no 3ºQ e 4ºQ do ano de seleção (35% e 26% vs 21% e 18%, respectivamente); (2) 61% de atletas nasceram no 1ºS (n=108); (3) das 16 equipas estudadas, 11 apresentam uma distribuição maior no 1ºS (Espanha, Bélgica, Lituânia, Turquia, Suécia, França, Polónia, Sérvia, Croácia, Ucrânia e Letónia), 3 uma simetria na distribuição por semestres (Rússia, Alemanha e Grécia) e 2 uma maior representatividade no 2ºS (Itália e Montenegro); e (4) das 11 equipas que evidenciaram uma maior representatividade de atletas no 1ºS, em 9 delas (Espanha, Bélgica, Turquia, Suécia, França, Polónia, Sérvia, Ucrânia e Letónia) verificou-se que os atletas nascidos no 1ºS duplicavam. Discussão: A maioria dos participantes nasceram no 1ºS do ano de seleção, tendo-se observado uma sobre-representação de atletas no 1ºQ e uma sub-representação no 4ºQ, REAFES Gymnasium 2015 135 evidenciando deste modo o efeito da idade relativa nesta população. A comparação realizada entre as várias equipas presentes na competição também permite destacar que existe uma maior representatividade de atletas nascidos no 1ºS na maior parte das equipas, com exceção feita a 2 equipas onde a influência desta variável não se verificou. Numa destas equipas, o desenvolvimento físico manifestado pelos atletas mais jovens, revelado pela comparação das suas alturas com as dos mais velhos pode explicar a não influência da idade relativa nesta parte da amostra. TD_9 EFEITO DA MATURAÇÃO NO PERFIL MORFO-FUNCIONAL DE JOVENS ATLETAS DE BASQUETEBOL Ramos, S., Massuça, L. Universidade Lusófona, Portugal Introdução: O desempenho motor na infância e na adolescência está fortemente associado aos processos de crescimento e maturação, sendo que os indivíduos com maturação precoce, ou seja aqueles que iniciaram antes o seu processo de maturação, apresentam melhores desempenhos motores que aqueles mais atrasados no seu desenvolvimento biológico (Malina et al., 2004). De facto, parece que o desempenho motor dos adolescentes do sexo masculino está significativamente relacionada com o seu estado de maturidade, sendo que os rapazes de maturação avançada evidenciam, geralmente, melhores performances que os de maturação tardia (Seabra et al., 2001). Face ao exposto, parece relevante clarificar o efeito da maturação no perfil morfo-funcional de jovens atletas. Método: Participaram no estudo 57 atletas de basquetebol (sexo masculino) pertencentes aos escalões: (1) SUB-14 (n=25); e (2) SUB-16 (n=32); de um clube de elite. Todos os atletas que aceitaram participar no estudo, foram avaliados durante o período competitivo, entre os meses de Novembro e Dezembro de 2014. A avaliação realizada abrangeu três categorias, nomeadamente: (1) morfologia (antropometria e composição corporal); (2) aptidão física; e (3) maturação. Resultados: Observou-se que: (1) os atletas SUB-16 apresentaram valores significativamente superiores em todos os atributos antropométricas e de ApF que os atletas SUB-14; e (2) a maturação teve influência nas diferenças observadas entre os atletas SUB14 e SUB-16 nas dimensões corporais (massa corporal, estatura, envergadura, diâmetro palmar) e força. Discussão: Os atributos antropométricos e de ApF melhoram com a idade. De facto, os resultados sugerem que a maturação teve efeito nas diferenças observadas nos atributos antropométricos e de ApF em jovens basquetebolistas SUB-14 e SUB-16. Referências Malina, R., Bouchard, C., & Bar-Or, O. (2004). Growth, maturation and physical activity. UK: Human Kinetics. Seabra, A., Maia, J., & Garganta, R. (2001). Crescimento, maturação, aptidão física, força explosiva e habilidades motoras específicas. Estudo em jovens futebolistas e não futebolistas do sexo masculino dos 12 aos 16 anos de idade. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 1,2, 22-35. TD_10 ESTUDO DAS VARIÁVEIS ESPECIFICADORAS DA AÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO EM VOLEIBOL EM EQUIPAS MASCULINAS DE ALTO NÍVEL. Esteves, F., Lopes, A., Fonseca, S., Castro, J., Seixas, A. Universidade Lusófona, Portugal REAFES Gymnasium 2015 136 Os Jogos Desportivos Coletivos têm sido alvo de interesse de muitos especialistas e investigadores, que visam procurar e identificar as variáveis que melhor definam o rendimento desportivo. Atualmente, as equipas de alto nível de Voleibol trabalham com um único jogador responsável pelas ações de distribuição. Assim o distribuidor passou a ser visto como uma peça chave para o sucesso de qualquer equipa de voleibol. As opções de distribuição tomadas por estes, parecem interferir diretamente no sucesso das equipas. A funcionalidade do jogo de Voleibol é regida por compartimentos de jogo designados de Complexos, os quais determinam, entre outros aspetos, a maior ou menor estabilidade das condições iniciais de organização das ações de jogo. Neste sentido, o objetivo deste estudo é perceber as relações funcionais e dinâmicas do jogo de Voleibol de eventos precedentes e sucedentes da ação de distribuição e que determinam o comportamento do jogador distribuidor. Pretende-se assim conhecer o possível efeito preditor de eventos de jogo antes, durante e após a ação de distribuição, nomeadamente no Complexo 1 e complexo 2. De forma a operacionalizar o presente estudo, numa primeira fase será realizado um levantamento das variáveis relacionadas com ação de distribuição utilizadas em diferentes estudos. Posteriormente realizar-se-ão entrevistas a jogadores Distribuidores de referência na modalidade de forma a estes se pronunciarem sobre a pertinência de cada uma das variáveis, selecionando no final as variáveis com mais representatividade para os mesmos. A amostra deste estudo será composta por observações retiradas das ações de jogo no Complexo 1 e 2, no Campeonato do Mundo de Voleibol de Seniores Masculinos realizado na Polónia, de 30 de Agosto a 21 de Setembro de 2014, contemplando seis Seleções e perfazendo um total de onze jogos que englobam quarenta e três sets disputados. Neste estudo recorrer-se-á a modelos estatísticos dinâmicos como seja a Regressão Logística Multinomial, a qual se baseia na análise da predição de uma variável a partir da consideração do efeito da interação de variáveis que a determinam. Com este estudo pretende-se identificar as variáveis determinantes da ação de distribuição no contexto do alto rendimento do Voleibol masculino. Através do tratamento da informação recolhida na competição o treinador estará mais apto a intervir em todo o processo de treino e na regulação da competição. TD_11 ESTUDO DOS FATORES DETERMINANTES NO ATAQUE ORGANIZADO NO VOLEIBOL DE ALTO RENDIMENTO EM SITUAÇÃO DE SIDE-OUT Seixas, A., Lopes, A., Fonseca, S., Esteves, F., Castro J. Universidade Lusófona, Portugal Para a organização do processo de treino e preparação do jogo de voleibol é necessário compreender os fatores determinantes no sucesso. Os estudos recentes em Voleibol procuram detetar padrões comportamentais dos jogadores recorrendo à análise de variáveis discretas. Contudo, os resultados destes estudos não têm permitido identificar os fatores determinantes no sucesso do ataque organizado devido à subjetividade das variáveis utilizadas. Com base na teoria dos sistemas dinâmicos é possível recorrer a métodos que possibilitem a identificação objetiva de factores determinantes no ataque organizado no Voleibol de Alto Rendimento, complementando a informação existente das variáveis atrás referenciadas. Assim, o objetivo deste estudo consiste na identificação dos fatores determinantes no sucesso e na tática ofensiva no jogo de Voleibol de Alto Rendimento, em ataque organizado na situação de Side-Out, através da análise dos padrões existentes na organização espacial individual e coletiva. A amostra deste estudo serão todas as sequências ofensivas com finalização em ataque organizado na situação de Side-Out do último Campeonato do Mundo de Voleibol de Seniores Masculinos (a partir da terceira ronda) realizado na Polónia, de 30 de Agosto a 21 de Setembro de 2014, contemplando seis Seleções e perfazendo um total de onze jogos que englobam quarenta e três set’s disputados. Para analisar esta amostra serão utilizadas, num primeiro momento, a análise REAFES Gymnasium 2015 137 sequencial para a deteção de padrões de conduta, baseado num sistema de categorias que será ordenado e validado por peritos da modalidade, o qual terá como base categorias do sistema estatístico DataVolley; num segundo momento, a análise dos dados posicionais dos jogadores através do recurso a técnicas não lineares. Os fatores determinantes serão identificados com base nas análises referidas. Com este estudo, esperamos conseguir identificar e relacionar as medidas espaciais com o sucesso da tática ofensiva, através do posicionamento inicial individual e coletivo dos jogadores, definindo desta forma padrões de movimento. TD_12 EVALUACIÓN DE LA TÉCNICA DE DISCENTES DE LA ASIGNATURA TENIS DE LA UNIVERSIDAD FEDERAL RURAL DE RÍO DE JANEIRO Nunes, J. W., Pacheco, W., Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Brasil Introducción: La práctica regular de deportes está relacionada al mantenimiento de una buena salud, que envuelve aspectos síquicos, físicos y sociales. El tenis, por su especificidad, promueve el equilibrio entre estas variables durante el aprendizaje y el partido en sí. Partiendo de la necesidad de obtener conocimientos sobre el proceso de evaluación y de la indicación de la imagen capturada durante el proceso, la pesquisa ha tenido como objetivo verificar el desempeño de los alumnos por medio del análisis de los gestos técnicos durante los partidos de dúos. Metodología: El estudio ha sido exploratorio. La muestra ha sido constituida por un profesor especialista, que ha conducido el proceso, y diez alumnos de ambos sexos de la asignatura Tenis divididos en cinco dúos. Los propios alumnos se han evaluados, unos a otros, durante los partidos de dúos. El instrumento para la evaluación ha sido un cuestionario de evaluación objetiva de trece preguntas relacionadas a la técnica de los fundamentos ―posición de espera, empuñadura, desplazamiento, preparación, ejecución, golpe de derecha y de revés, servicio, voleas, globo y remate― evaluados en una escala de tipo Likert, con las calificaciones muy bueno, bueno, razonable y malo. En la evaluación subjetiva ha habido alrededor de cinco ítems de posibles correcciones de acuerdo a la percepción de cada evaluador. Resultado: La posición de espera, empuñadura, desplazamiento, preparación y ejecución del golpe de derecha han alcanzado la calificación muy bueno. La finalización del golpe de revés ha alcanzado la calificación bueno. La preparación, ejecución y finalización del golpe de revés, servicio, voleas, globo y remate han alcanzado la calificación razonable. En lo subjetivo, la posición de espera, empuñadura, desplazamiento, preparación y ejecución no han presentado elementos significativos de corrección. La finalización del golpe de derecha no ha sido una fase constante, pues no se ha realizado el movimiento completo. La preparación, ejecución y finalización del golpe de revés han sido fases imperfectas. El servicio ha presentado un resultado aceptable. Las voleas, globos y remates han presentado fases incorrectas en consecuencia de la falta de práctica. Discusión: La indicación de los gestos adecuados es necesaria para que el alumno comprenda las acciones biomecánicas de cada golpe, auxiliándolo así en la busca de la ejecución correcta del golpe. La relación profesor-alumno puede influir en el aprendizaje. La didáctica utilizada durante la evaluación puede favorecer positivamente el progreso de los alumnos. Diversas evaluaciones relacionadas a la técnica del deporte pueden convertirse en un mecanismo de obtención de informaciones que el profesor puede usar en sus clases y entrenamientos. Para ser un profesional competente es necesario tener conocimientos teóricos y prácticos sobre la modalidad. Referencias Álvarez, J.A. (2010) – Unidad didáctica del tenis para niveles de iniciación infantil, Universidad Miguel Hernández de Elche, – España REAFES Gymnasium 2015 138 Sanz, D., Crespo, M. (2013) – Propuesta metodológica para la iniciación al tenis – Departamento de Desarrollo e Investigación – ITF Nunes. W.J. (2012) Tênis: a arte, o jogo e o esporte. Rio de Janeiro: Ed. Letra Capital. TD_13 FERROVIA E POLÍTICA NO BRASIL: INFLUÊNCIAS NA HISTÓRIA DO FUTEBOL DE RIO CLARO Vidal Mina, R., Bettine de Almeida, M. A., Universidade de São Paulo, Brasil Introdução: Entre o final do século XIX e a primeira metade do século XX, tem-se um período de profundas transformações na cidade de Rio Claro. Fausto (1986) aponta que o excedente econômico advindo da cafeicultura possibilitou a dinamização dos investimentos visando à implantação das linhas férreas para escoar a mercadoria para os portos. No bojo deste processo, criou-se a Companhia Paulista de Estradas de Ferro, cujos trilhos também serviram para propagar a cultura futebolística. Assim, a proposta deste estudo foi analisar os interesses da Companhia Paulista em estimular o futebol em Rio Claro, bem como o influxo das transformações da política brasileira no referido esporte local. Métodos: O estudo pautou-se pela interpretação de documentos e literatura temática, considerando os seguintes tópicos: “ferrovia”, “Companhia Paulista de Estradas de Ferro”, “tempo livre”, “cafeicultura”, “urbanização”, “industrialização”, “paternalismo”, “São Paulo”, “futebol”, “Rio Claro” e “Rio Claro Futebol Clube”. Selecionou-se como recorte histórico o período de 1876 a 1948, o qual remete a uma fase de relevantes transformações sociais, econômicas e políticas no Brasil, abarcando desde a época de um país agroexportador e mestiço, passando pela Primeira República e alcançando a etapa populista. Resultados: A adoção do paternalismo pela Companhia Paulista estimulou a popularização do futebol no interior do Estado de São Paulo. Diante deste cenário, foi fundado em 1909 o Rio Claro F.C.. Ao longo de sua trajetória, este clube migrou do amadorismo ao profissionalismo amparado pelo suporte oferecido pela empresa ferroviária e, ao mesmo tempo, se manteve envolto pelas transformações políticas ocorridas no Brasil. Discussão: Buscando controlar o tempo livre dos ferroviários e enfraquecer a organização destes enquanto classe social, os diretores da Companhia Paulista subsidiaram o desenvolvimento do Rio Claro F.C.. Assim, além de ajudar na promoção dos embates do Rio Claro F.C. com os principais clubes de futebol do Estado de São Paulo, verificou-se que nas décadas de 1920 e 1930 a agremiação local disputou partidas contra clubes estrangeiros e contra um selecionado regional de jogadores negros. Os jogos internacionais refletiam a política da Primeira República, que incentivou a realização destes duelos a fim de criar um sentimento de unidade na população, especialmente após as tensões da Primeira Guerra. A partida contra os negros, por sua vez, demonstra que o clube estava se enquadrando na proposta de ampliação da inserção social no futebol difundida pelo presidente Getúlio Vargas. Esta transição de uma raiz elitista para um movimento de democratização no âmbito esportivo resultou, por fim, na adesão do Rio Claro F.C. ao profissionalismo em 1948. Referências Fausto, B. (1986). Trabalho urbano e conflito social. São Paulo: Difel. TD_14 O EFEITO DA IDADE NO TEMPO DE REAÇÃO E NA FORÇA EXPLOSIVA NO SALTO VERTICAL EM CRIANÇAS DOS 6 AOS 9 ANOS DE IDADE Monteiro L. 1, Perdiz, A. 1, Garcia J.M. 2, Carratalá V. 3, Calvo Rico, B. 2 REAFES Gymnasium 2015 139 1 Universidade Lusófona, Portugal 2 Universidad de Castilla-La Mancha, Espanha 3 Universidad de Valencia, Espanha Introdução: Atualmente as organizações mundiais de saúde recomendam 60 minutos de atividade física moderada a vigorosa na maioria dos dias da semana para as crianças em idade escolar (WHO, ACSM, 2009). A atividade física deve ser agradável, adequada ao desenvolvimento da criança, e deve consistir numa variedade de atividades. As crianças em idade escolar devem envolver-se na prática de jogos recreativos e atividades de corrida, de saltos, de pontapear, de arremessar e de jogar (Johnson, B. et al., 2011). É de grande interesse investigar a percentagem de fibras musculares de contração rápida, como o tempo de reação e a força explosiva máxima, parâmetros que podem fornecer informações sobre a força do músculo durante o crescimento (6-7 contra 8-9 anos de idade). Ainda, os ganhos de força em crianças pré-púberes têm sido atribuídas a adaptações neurais. O objetivo deste estudo foi: (1) comparar as diferenças das qualidades de velocidade, de força, de potência, da parte inferior do corpo, em crianças de 6 e 7 anos vs. 8 e 9 anos de idade; e (2) determinar o efeito da idade no tempo de reação e da força explosiva do salto com contramovimento (CMJ). Método: 24 crianças de 6 a 9 anos masculinas e femininas participaram neste estudo, e foram classificados em dois grupos, com mesma idade (6 e7 anos vs. 8 e 9 anos). Para avaliar o salto vertical utilizou-se a plataforma de forças ISONET 500, e as crianças foram instruídas a flexionar os joelhos a 90º, e para manter as mãos nos quadris ao longo do salto. Posteriormente realizavam a extensão dos joelhos e completavam o salto. As crianças foram orientados e instruídas a saltar “o mais alto que conseguissem”. Resultados: Foram observadas diferenças significativas entre os dois grupos de idade: (1) avaliação da potência (G6-7anos = 423 ± 110 W vs. G8-9 anos = 615 ± 243 W; p <0.01), velocidade do salto (G6-7anos = 2.16 ± 0.11 m/s vs. G8-9 anos = 2.38 ± 0.43 W; p <0.05), e força explosiva máxima (CG = 5118 ± 1910 N/s vs. G8-9 anos = 8493 ± 2050 N/s; p <0.01). Foram ainda observadas fortes associações entre o tempo de reação (ms) e: (1) Idade (r = -0.593; p <0.01), (2) altura CMJ (r = -0.549; p <0.01), (3) Velocidade do salto (r = -0.411; p <0.05), (4) potência (r = -645; p <0.001), e (5) força (r = -0.515; p <0.01). Discussão: A idade/grupo da criança tem um efeito significativo na explicação da variância do tempo de reação e da força explosiva máxima na realização do salto com contramovimento (CMJ). Por razões éticas, a medição do metabolismo anaeróbio por biópsia não é possível em crianças durante o exercício. Consequentemente, os esforços de investigação têm-se centrado sobre a medição da produção de curta duração de alguns parâmetros como tempo de reação, velocidade, força explosiva, que no caso deste estudo recorreu-se ao tempo de reação e a outras formas de manifestação de força, medido no início e durante a execução do salto vertical. Referências Johnson, BA, Salzberg, CL, & Stevenson, DA. (2011). A systematic review: plyometric training programs for young children. J Strength Cond Res, 25(9): 2623–2633. TD_15 PREDIÇÃO DO DESEMPENHO NO REMO, EM MODADALIDADE DE ESCALER, A PARTIR DE CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS E FISIOLÓGICAS. Silva, F. 1, Oliveira, R. 2, Brito, J. 2, Ribeiro dos Reis, V. 1 1 Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal 2 Escola Superior de Desporto de Rio Maior, Portugal Introdução: Os escaleres são embarcações de dez remadores, de proa fina e popa quadrada, tendo tido origem na Marinha do Brasil para a formação, cerimonias e, REAFES Gymnasium 2015 140 atualmente, são utilizados em competições Nacionais e internacionais. Diversos estudos dedicaram-se à predição do desempenho no remo, com suporte em remoergómetros, não existindo, no entanto, informações sobre o remo em escaler. Este facto limita a adequada tomada de decisão para o planeamento e controlo do treino nesta modalidade. O estudo da associação da aplicação de uma bateria de testes de avaliação da aptidão física afigura-se pertinente, por não existirem referências que suportem a predição do desempenho, auxiliando no controlo e prescrição do treino. Objetivo: Verificar se o desempenho conjunto no barco pode ser predito pelas características individuais dos remadores (antropométricas, fisiológicas e desempenho no remoergómetro). Metodologia: Participaram do estudo 20 atletas de remo em escaler da Escola Naval, do sexo masculino (idade 21,42±0,24 anos; estatura, 174,57±1,32 cm; massa corporal, 79,16±1,56 kg). Todos mantiveram um volume semanal de treino entre 10 a 15 horas. As variáveis analisadas foram a idade, estatura, envergadura, massa corporal, massa magra, massa gorda, pico do consumo máximo de oxigénio, frequência cardíaca máxima, velocidade do barco, velociadade do remoergometro, força máxima nos exercícos de “levantamento terra”, “agachamento” e na “remada deitada”. Como medidas de associação foram usados os coeficientes de Pearson ou Spearman, regressões lineares simples e múltiplas, com o nível de significância de P<0,05. A robustez das regressões foi indicada pelo erro padrão das retas. Resultados: Verificou-se que a envergadura (185,2±6,7 cm, p=0,52, p<0,05) e a força máxima na remada deitada (86,00±1,29 kg, p=0,46, p<0,05) foram os dois melhores preditores de desempenho conjunto do barco na água. A correlação negativa moderada indica que, com o aumento da força máxima da “remada deitada” e/ou envergadura, o tempo médio nos 500 metros do barco na água tende a reduzir, obtendo-se melhora no desempenho conjunto. As demais variáveis deste estudo não apresentaram significância estatística, não contribuindo para a predição do desempenho conjunto do barco na água, dos atletas estudados. Conclusão: Os testes realizados em laboratório não apresentam correlação com o desempenho no barco, desta forma apenas as variáveis envergadura e força máxima na “remada deitada” se apresentam como preditores de desempenho para a amostra de remadores na modalidade de escaler. TD_16 PROPRIEDADES PSICOMÉTRICAS DO ATHLETE BURNOUT QUESTIONNAIRE PARA USO EM ATLETAS JOVENS BRASILEIROS Octaviano Sousa, R., Pinto Guedes, D. UNOPAR, Londrina, Brasil Introdução: Burnout é tema de interesse crescente na literatura vinculada ao esporte. No entanto, no caso de atletas jovens, investigações mais seguras vêm sendo obstaculizadas devido a falta de instrumentos validados especificamente para uso neste segmento. Proposta universalmente aceita para dimensionar e ordenar os componentes de burnout em atletas é o Athlete Burnout Questionnaire (ABQ), originalmente proposto em língua inglesa; contudo, já traduzido para vários outros idiomas inclusive português sul-americano. Objetivo do estudo foi identificar propriedades psicométricas do ABQ para uso em atletas jovens brasileiros. Métodos: O ABQ verifica escores de burnout em relação à frequência com que são experimentados sentimentos pessoais e atitudes do atleta diante da prática de esporte. O inventário é conformado por 15 itens distribuídos igualmente em três componentes (exaustão física/emocional, reduzido senso de realização pessoal e desvalorização esportiva). No estudo o ABQ foi administrado em amostra de 1217 atletas jovens de ambos os sexos, praticantes de diferentes modalidades esportivas, com idades entre 12 e 17 anos. REAFES Gymnasium 2015 141 Para identificar as propriedades psicométricas foi realizada análise fatorial confirmatória e, na sequência, para análise da consistência interna de cada fator foi empregado coeficiente alfa de Cronbach. Resultados: Análise fatorial confirmou estrutura de três fatores originalmente proposta, mediante indicadores estatísticos equivalentes à χ2/gl = 1,81, ao GFI = 0,927, AGFI = 0,939 e RMSR = 0,069. Com relação à saturação fatorial do modelo proposto, verificou-se que todos os valores de r encontrados apontaram significância estatística (p<0,001), não sendo encontrados itens com saturação fatorial ≥ 0,40 em mais de um componente ou com saturação insuficiente. Os escores equivalentes aos componentes de burnout atenderam aos pressupostos teóricos de distribuição normal dos dados e apresentaram valores médios de 1,86 a 2,59, com desvios-padrão associados entre 0,56 e 0,81. Alfa de Cronbach apresentou coeficientes equivalentes aos componentes exaustão física/emocional e desvalorização esportiva discretamente mais elevados (0,88 e 0,87, respectivamente) que ao componente reduzido senso de realização pessoal (0,81). Conclusão: O ABQ alcançou bom desempenho psicométrico frente à amostra do estudo, apresentando satisfatórios coeficientes alfa de Cronbach calculados para os três componentes de burnout. Solução fatorial gerada mediante análise fatorial confirmatória foi similar à apresentada originalmente. Desta maneira, versão traduzida para o idioma português sul-americano do ABQ mostrou-se promissora para utilização em futuras intervenções com objetivo de identificar burnout em atletas jovens brasileiros. TD_18 RESPOSTAS FISIOLÓGICAS À PRÁTICA DE SURF RECREATIVO EM ADULTOS Barreto Madeira, R., Carozza, M., Universidade Lusófona, Portugal Introdução: A prática do surf sofreu um grande crescimento nas últimas décadas, seja como desporto de competição seja como um desporto de lazer, apreciado por pessoas de diferentes faixas etárias, sexo e nível físico. O objetivo deste estudo foi analisar as respostas fisiológicas durante a prática do surf recreativo e contribuir para o aumento do conhecimento sobre as características e os benefícios da prática do surf. Método: Participaram no estudo 24 indivíduos adultos de sexo masculino (idade 27,09±3anos, peso 75,7±6,67kg, altura 1,74±0,06m, IMC 25±1,53 kg/m2), divididos em dois grupos, básico e avançado, para verificar a influência do nível técnico sobre a intensidade da sessão. Os dados foram produzidos a partir da monitorização da Frequência Cardíaca, sincronizada à filmagem vídeo dos movimentos e da classificação da Perceção Subjetiva do Esforço durante uma sessão de 20 min de surf recreativo, A capacidade aeróbia dos participantes foi avaliada através do Chester Step Test para verificar a sua influência sobre as variáveis caraterizantes da prática. Resultados: Na fase de remada foi gasto 50% do tempo total, 32% na fase estacionária, 9% na fase de arranque na onda e 8% na fase de outros movimentos. Foram encontradas diferenças entre os dois grupos na fase de arranque na onda e na fase de outros movimentos (p<0,05). Uma média de FC média e máxima correspondente, respetivamente, a 73,83% e 93,63% da FCmax predita com valores mais elevados durante a fase de remada (FC média 151,79 bpm) e durante a fase de arranque na onda (FC média 163,38 bpm). Os dados da PSE mostram resultados compatíveis com os dados da FC - valor médio 3,54 (p<0,05). Não foram encontradas diferenças entre o grupo básico e avançado relativamente as respostas da FC a da perceção subjetiva do esforço. O VO2max não se correlacionou com o tempo gasto nas diferentes fases da sessão, mas verificou-se uma correlação negativa forte (p<0,05) entre o VO2max e a FC média, a FC pico, e a FC média em cada categoria de movimento. Discussão: Verificamos que a prática do surf é uma atividade predominantemente aeróbia com uma intensidade média moderada. Independentemente do nível técnico e do REAFES Gymnasium 2015 142 condicionamento físico, os praticantes são altamente solicitados durante o desempenho da atividade, mostrando intensidades suficientes para melhorar e manter a aptidão cardiovascular em adultos saudáveis. Referências Farley, O., Harris, N., & Kilding, A. (2012) Physiological Demands of Competitive Surfing. J Strength & Conditioning Research. 26, 7, 1887-1896, doi: 10.1519/JSC.0b013e3182392c4b Meir, R., Lowdon, B., & Davie, A. (1991). Heart Rates and Estimated Energy Expenditure During Recreational Surfing. The Australian J Science and Medicine in Sport, 23, 70-74. Mendez-Villanueva, A. & Bishop, D. (2005). Physiological Aspects of Surfboard Riding Performance. Sports Medicine, 35,1, 55-70. TD_19 RESPUESTA PSICOFISIOLÓGICA A LA COMPETICIÓN DEPORTIVA EN JUGADORES DE FÚTBOL DE CATEGORÍA SUB-15 Jiménez, M. 1 ; García Romero, J. 2; Alvero Cruz, J. 2 1 Universidad Internacional de La Rioja, España 2 Universidad de Málaga, España Introducción: La testosterona (T) se asocia a la motivación por tener impacto sobre los demás y luchar por mantener o buscar estatus social (Mazur, 1985). El modelo bio-social de Mazur relacionó victoria y derrota en contextos competitivos con la T circulante. El cortisol (C) también juega un papel importante en el afrontamiento de estos desafíos preparando el cuerpo para la acción, además de ser un indicador fiable de estrés (Filaire et al., 2009). El objeto de estudio fue analizar si el modelo biosocial puede ser aplicable a deportistas pospúberes. Se estudió una muestra de 15 jugadores de fútbol masculino de nivel provincial en entrenamiento y competición oficial (edad = 14.73±0.46; IMC = 21.638±2.91; años en competición = 6.33±2.22). Se recogieron muestras de saliva (23 ml) en tubos de plástico (Eppendorf) instruyéndolos previamente en el protocolo. Las muestras se codificaron y congelaron a 30º C, almacenadas hasta su análisis. Se usaron kits estandarizados (DiaMetra, Segrate, Mi, Italy) para inminoensayo, los coeficientes de variación intra e interanálisis fueron 5,5 y 6,58 % para T y 8,8 y 16,05 % para C. Límites inferiores de detección para T y C de 2,96 pg/ml y 0,05 ng/ml, respectivamente. Resultados: Se observaron correlaciones directas entre las concentraciones entre T y C al iniciar entrenamiento y competición (rho = 0,61, p < 0,001; rho = 0,81, p < 0,001 respectivamente) y correlaciones directas del C inicial con las concentraciones de T a la finalización del entrenamiento y la competición (rho = 0,44, p < 0,015; rho = 0,58, p < 0,024, respectivamente) sugiriendo influencia de activación arousal inicial en rendimiento. Lo más destacable del presente estudio fueron los incrementos de T observados al vencer el partido (z = 2,102, p < 0,036), incrementos que no fueron observados durante el entrenamiento. Las concentraciones de C por el contrario incrementaron en ambas situaciones (83,61%; z = 2,222, p < 0,026 en entrenamiento y 177,63%; z = 3,181, p < 0,01 en competición). Conclusiones: En conclusión, el presente sugiere que el modelos biosocial podría ser extensible a adolescentes pos-púberes, que podrían responder con similar intensidad a la competición como los adultos en otros deportes (Filaire et al., 2009; Jiménez et al., 2012). Este descubrimiento sirve de apoyo para avanzar en futuras investigaciones que analicen cuáles son las diferencias y similitudes en la búsqueda y mantenimiento de estatus social en jóvenes y adultos. Referencias Filaire, E., Alix, D., Ferrand, C., & Verger, M. (2009). Psychophysiological stress in tennis players during the first single of a tournament. Psychoneuroendocrinology, 34, 150-157. Jiménez, M., Aguilar, R., Alvero Cruz, J.R. (2012). Effects of victory and defeat on testosterone and cortisol response to competition: Evidence for same response patterns. Psychoneuroendocrinology, 37, 1577-1581. REAFES Gymnasium 2015 143 Mazur, A. (1985). A biosocial model of status in face to face primate groups. Social Forces, 64, 377-402. TD_20 UNA PROPUESTA DE FORMACION EN BALONMANO, DENTRO DEL CURRICULUM DEL GRADO/LICENCIADO EN CIENCIAS DE LA ACTIVIDAD FISICA Y EL DEPORTE, EN LA UNIVERSIDAD DE A CORUÑA-ESPAÑA Torres Tobío, G., Avila Alvarez, A., Saavedra García, M., Dopico Calvo, X., González Valeiro, M. Universidade de A Coruña, España Se presenta una propuesta de optimización de la formación inicial en Balonmano, dentro del currículum del grado/licenciado de Ciencias de la Actividad Física y el Deporte, en la Universidad de A Coruña-España. Partiendo de un breve análisis de la evolución de la asignatura de Balonmano en los diferentes planes de estudio de Ciencias de la Actividad Física de la Universidad de A Coruña, desde su implantación en 1987; se manifiesta que en los sucesivos planes de estudios se ha producido una pérdida progresiva y relevante del número de créditos en la enseñanza del Balonmano, que afecta no sólo a las decisiones de programación de la enseñanza del profesor, sino también al aprendizaje del alumno. Esta transformación puede afectar a la calidad del proceso de enseñanza-aprendizaje, y provocar cambios en el perfil de los titulados, afectando al conocimiento, a la experiencia vivencial, y a su saber metodológico. Aunque este artículo es un ejemplo de la materia de Balonmano, se plantea como un modelo del proceso de transformación del currículum que afecta a todos los deportes de los planes de estudio. En consecuencia, esta situación del diseño curricular obliga a los profesores a adaptarse, a realizar un profundo análisis didáctico de los contenidos a impartir, y a retroalimentar sus decisiones de programación. Pero ¿qué hacer?. Esa es la propuesta que se presentará con esta comunicación, que propone optimizar la formación inicial suplementando las actividades formales del currículum con otras no formales (extracurriculares, complementarias), para mejorar la calidad de enseñanza y revertir la influencia negativa que la pérdida del número de créditos ocasiona a la formación inicial de los alumnos; mediante la propuesta, fundamentalmente, de un conjunto de actividades prácticas, relacionadas con el entrenamiento y la competición. TD_21 VARIABILIDADE DA FREQUENCIA CARDÍACA, CARGA DE TREINO E CARACTERIZAÇÃO PSICOFISIOLÓGICA NO TÉNIS: ESTUDO DE CASO Figueiredo, P., Madeira, R., Fonseca, S. Universidade Lusófona, Portugal Introdução: O desempenho no desporto de alto rendimento e em particular no ténis, requer cargas de treino significativas e estratégias eficazes para o seu controlo. O objectivo deste estudo foi monitorizar as variações nos índices de variabilidade da frequência cardíaca (VFC) e estado psicofisiológico ao longo de microciclos de treino em atletas de elite em ténis, e perceber se elas reflectem a carga de treino (CT) e a percepção subjectiva de esforço (PSE). Métodos: Dois atletas profissionais de ténis, um masculino (atleta A) e outro feminino (atleta B) participaram neste estudo durante 4 e 3 microciclos de treino respectivamente. A análise da VFC foi obtida através dos intervalos RR todos os dias ao acordar. A CT de cada sessão foi determinada através do produto da PSE de cada sessão e duração em minutos. No início de cada semana e no final do estudo, foi aplicada a versão portuguesa, do REAFES Gymnasium 2015 144 questionário RestQ-Sport (Leite et al., 2013) para avaliar os níveis de stress (E Index) e recuperação (R Index) dos atletas. Resultados: No que respeita ao atleta A, verificamos uma tendência para a diminuição dos valores das variáveis FC média, SDNN, RMSSD, PNN50, SD1 e SD2; ligeiro aumento dos RR e estabilização dos valores de LF, HF e LF/HF. O R Index diminui e o E Index aumenta. As variáveis que apresentam as correlações mais fortes quando relacionadas com a PSE são o RR, FC e PNN50 (r=-0.484, r=0.446, r=-0.328); Com a CT são o RR, FC, VLF e HF (r=-0.434, r=0.435, r=-0.299, r=0.251). Para a atleta B verificamos uma tendência para a diminuição dos valores das variáveis FC média, VLF e HF e aumento de SDNN, RR, RMSSD, PNN50, LF, LF/HF, SD1 e SD2. A escala E Index aumenta e a R Index aumenta ligeiramente. As variáveis que apresentam as correlações mais fortes quando relacionadas com a PSE são SDRR, PNN50, VLF e LF (r=-0.292, r=-0.258, r=-0.539, r=0.245); Com a CT são RR, FC, PNN50, VLF e LF (r=-0.285, r=0.361, r=-0.336, r=0.432, r=-0.268). Discussão: Neste estudo observamos que a VFC reflecte a carga de treino e o estado psicofisiológico de dois atletas de elite. Sabe-se que a VFC representa o desequilíbrio autónomo característico de estados de cansaço excessivo. No caso do atleta A não se observa aumento da LF e diminuição da HF ao longo do tempo ao contrário da atleta B o que parece indicar uma recuperação deficiente, reforçada pelos resultados do RestQ-Sport. A avaliação da VFC e administração do RestQ-Sport durante um período de treino pode ser uma forma acessível e adequada para avaliar o estado de recuperação-stress destes atletas. Referências Leite, A., Rosado, A., Alves, F. (2013). Recuperação subjetiva: validação da escala de recuperação subjetiva para o desporto (ERSD), Revista Portuguesa de Fisioterapia no Desporto, 7, 1, 15 - 28. TD_22 VIDA E OBRA DE TEOTÓNIO LIMA: UM CONTRIBUTO PARA (RE)PENSAR O DESPORTO PORTUGUÊS Coelho, O. Universidade Lusófona, Portugal Introdução: O Professor José Teotónio Lima é uma figura ímpar do Desporto e da Educação Física Nacionais que imprimiu, durante várias décadas, pelo seu pensamento e intervenção, marcas indeléveis no tecido desportivo português. Justifica-se, assim, o objetivo de caracterizar as múltiplas dimensões do seu pensamento identificando: a) As circunstâncias históricas, sociais e profissionais em que se forjou. b) A sua pertinência e impacto estruturante nos domínios institucional e da profissão. c) A sua atualidade e potencial contributo para uma indispensável reformulação conceptual do desporto nacional. Método: Este estudo, de natureza qualitativa, desenvolve-se na lógica da Teoria Alicerçada nos Dados (Grounded Theory) e operacionaliza-se no tratamento de documentos publicados, documentos inéditos e documentos que possam emergir do próprio desenvolvimento do processo de pesquisa, recorrendo ao Método Biográfico e à “Análise de Conteúdo.” A pesquisa incide em cerca de dez mil documentos oriundos de 102 dossiês, facultados pelo sujeito do estudo, a que foram agregados os seus livros e artigos, assim como um considerável número de textos, entrevistas e referências publicados na imprensa. Resultados/Discussão: A natureza do tema e o modelo de pesquisa adotado não permitem, no estado atual do desenvolvimento do estudo, apontar, formalmente, resultados. No entanto, os documentos coletados, submetidos a uma análise genérica, permitem identificar os seguintes traços caracterizadores do pensamento do sujeito do estudo: 1- Evidencia uma perspetiva cultural do desporto devendo a sua prática cumprir uma função social de valorização humana. 2- Acentua que respeitar os valores de ordem cultural e social não é contraditório com o facto de os praticantes procurarem alcançar a vitória nas competições REAFES Gymnasium 2015 145 em que participam. 3- Salienta a vinculação do desporto à organização social, numa perspetiva política, pois é esta que lhe atribui ou lhe nega o conteúdo cultural e a sua função social. 4- Adopta uma perspetiva sistémica do Desporto analisando criticamente, de forma integrada, as diferentes etapas do processo desportivo, da iniciação ao alto rendimento, assim como todos os seus atores: praticantes, treinadores, dirigentes e juízes. 5- Considera a formação como a alavanca das indispensáveis mudanças no sistema desportivo no sentido da sua qualificação. 6- Proclama que saber de desporto é uma condição cultural para governar e dirigir o edifício desportivo do País. Identificam-se, ainda, como principais temas sobre os quais o sujeito do estudo concentra a sua reflexão, que constituirão linhas orientadoras da continuidade e aprofundamento da pesquisa, os seguintes - Desenvolvimento desportivo - Formação desportiva - Liderança e comunicação - Ensino e treino desportivos - Análise do movimento humano e das técnicas desportivas. TD_23 RESPUESTA NEUROMUSCULAR DE ATLETAS ENTRENAMIENTO DE INTERVALO EXTENSIVO DE RESISTENCIA EN UN García Pinillos, Párraga Montilla, J., Latorre Román, P. Universidad de Jaén, España El propósito de este estudio fue analizar los efectos de un entrenamiento de intervalo (EIT) en el salto con contramovimiento (CMJ) y la fuerza de prensión manual en atletas de resistencia para determinar la relación entre la fatiga y el fenómeno de potenciación postactivación. Treinta corredores de larga distancia masculinos, sub-élite con experiencia (edad = 28,26 ± 8,27 años, índice de masa corporal = 22,24 ± 2,50 kg /m 2, VO2 máx = 58,7 ± 4,50 ml · kg · min ) participaron voluntariamente en este estudio. Los sujetos realizaron el protocolo en una pista de atletismo al aire libre, que consistía en 12 carreras de 400 m, agrupadas en 4 grupos de 3 carreras, con una recuperación pasiva de 1 minuto entre carreras y 3 minutos entre las series (4 × 3 × 400 m). Durante el protocolo, los parámetros de fatiga (lactato, frecuencia cardiaca y la tasa de esfuerzo percibido) y los parámetros de rendimiento (CMJ, la fuerza de prensión y el tiempo empleado en cada uno de los 400 m) fueron controlados. El análisis de la varianza reveló una mejora significativa en CMJ (p <0,001) en todo el protocolo. Un análisis de conglomerados agrupando a los atletas de acuerdo a si se produjo potenciación (grupo de responders, n = 17) o no (grupo de no responders, n = 13) en relación con el incremento del CMJ desde el reposo a la condición de fatiga al final de la actividad. Grupo de respuesta mejoró significativamente (p ≤ 0.05) el rendimiento en el CMJ, la fuerza de agarre manual y el tiempo empleado en cada uno de 400 m. Los resultados sugieren que a pesar de la fatiga inducida por EIT, los sujetos entrenados pueden mantener sus niveles de fuerza y potencia y su capacidad de trabajo. Este hecho apoyaría el argumento de que las mejoras en el rendimiento pueden deberse no sólo a las adaptaciones metabólicas, sino también a las adaptaciones neuromusculares específicas. TD_24 PERFIL NEUROMUSCULAR EN EL JUDO DE COMPETICIÓN Serrano Huete, V., García Pinillos, F., Latorre Román, P., Párraga Montilla, J. Universidad de Jaén, España REAFES Gymnasium 2015 146 El judo puede ser considerado como un deporte de combate con agarre sobre un judogi (Bónitch-Góngora et al, 2012), ya que esto permite el uso tanto de técnicas específicas como de dificultar las acciones del oponente en un período de 5 minutos. Así, sucesivos combates producirán fatiga y un considerable deterioro de las capacidades físicas durante los combates. Por ello, en sucesivos combates de judo intervienen variables fisiológicas, neuromusculares y metabólicas, entre otras (Detanico et al, 2015) que causan altos niveles de fatiga. El principal propósito de este estudio fue caracterizar el perfil neuromuscular durante sucesivos combates de judo. 29 judokas (20.953.19 años; 74.438.53 kg; 174.04.6 cm) participaron en un estudio de campo de medidas repetidas en el que las variables de rendimiento muscular (salto con contramovimiento (CMJ), fuerza isométrica manual (HS) y lumbar (BIS) y fuerza dinámica máxima (MDS) fueron recogidas en varias ocasiones durante una competicion simulada de judo (5 combates sucesivos). Los resultados revelaron que todos los combates afectan a las capacidades HS, BIS, MDS y CMJ (p<0.001) y una reducción significativa fue verificada entre ellas Según el análisis post hoc, fueron encontrados cambios significativos del 2º al 5º combate en CMJ y en los combates 3, 4, y 5 en MDS. Finalmente, el principal hallazgo de este estudio fue la obtención de altos valores de fatiga, generando estos un importante declive en la capacidad neuromuscular, que se reflejó en miembros superiores, inferiores y tronco. TD_25 EFECTO AGUDO QUE TIENEN SUCESIVOS COMBATES DE JUDO SOBRE LOS VALORES FISIOLÓGICOS Párraga Montilla, J., Latorre Román, P., García Pinillos, F., Serrano Huete, V. Universidad de Jaén, España Detanico et al (2015) investigaron los efectos de sucesivos combates de judo sobre marcadores de fatiga, concluyendo que producen fatiga y un considerable deterioro en las capacidades físicas. Además, se hace necesario cuantificar el esfuerzo en judo sobre aspectos metabólicos durante sucesivos combates de judo. Por ello, el principal objetivo de esta investigación fue caracterizar el efecto agudo expresado en las variables fisiológicas durante 5 combates de judo sucesivos. 29 judokas (20.953.19 años; 74.438.53 kg; 174.04.6 cm) participaron en un estudio de campo de medidas repetidas en el que las variables fisiológicas (frecuencia cardíaca (HR), lactato (LAC) y escala de esfuerzo percibido (RPE) fueron recogidas en varias ocasiones durante una competicion simulada de judo (5 combates sucesivos). Los resultados revelaron un incremento significantivo en HRmax (p=0.045), HRmean (p=0.018) y RPE (p<0.001). Con estos datos, podemos concluir que el principal hallazgo de la presente investigación fue la obtención de altos valores de fatiga, a lo que habría que añadir que los marcadores fisiológicos mostraron que los participantes acumularon fatiga durante cada combate, empezando uno nuevo con signos evidentes de fatiga. TD_26 ÍNDICE DE MASA MUSCULAR EN JUGADORES PROFESIONALES DE FUTBOL SOCCER Lopez y Taylor, J., Gonález Mendoza,R., Jimenez Alvarado, J., Contreras de la Torre; G., Jauregui Ulloa, E. Universidad de Guadalajara, México Introducción: El desarrollo de métodos de imagen como DXA para la evaluación de la composición corporal, ha brindado la posibilidad de profundizar más en este campo en los REAFES Gymnasium 2015 147 diferentes compartimentos corporales. Sabemos que el tejido blando apendicular libre de grasa (ALST) tiene una relación muy estrecha con la masa muscular total. Vantalin (1990) ha postulado el Indice de Masa Muscular (IMM); resultado del ALST dividido entre la estatura al cuadrado, que podría brindar información comparable a lo largo de tiempo entre individuos. El objetivo del presente estudio es brindar información sobre el IMM en futbolistas de soccer según la posición de juego. Método: Se realizó un escáner de cuerpo entero por DXA, toma de peso y estatura a 183 jugadores profesionales de futbol soccer de entre 15 a 37 años, se organizaron según su posición de juego en portero (P), defensa (DE), medio(M) y delantero (D). Se calculó el IMM de acuerdo Vantalin. Se realizó una prueba de Barlett´s para confirmar la igualdad de varianzas, un ANOVA y un análisis de Tukey como post hoc a la estatura, peso e IMM. Resultados: Se obtuvo un peso promedio de 78.8, 73.22, 67.2 y 72.9, SD de 6.6, 6.4, 7.1 y 7.2 kg, estatura de 1.82, 1.8, 1.73, 1.76 SD, 0.03, 0.04, 0.05, 0.04 m, los IMM promedio fueron de 8.66, 8.77, 8.55, 8.96, SD de 0.65, 0.66, 0.64 y 0.62 kg/m2 para P, DE, C y D respectivamente. Se obtuvo una diferencia significativa para el peso y estatura de P y DE contra M y D. El IMM es similar entre los grupos a excepción M contra D. Discusión: La medición de la masa muscular total representa un verdadero reto puesto que los métodos más exactos representan un alto costo de tiempo y dinero. Se ha comprobado la estrecha relación entre el ALST medido por DXA y su alta relación con la masa muscular total (Kim, 2002 ). VanItallie (1990) menciona la necesidad de utilizar un IMM, ya que en individuos con un mismo porcentaje de músculo la masa muscular puede ser muy variable. Los resultados del presente estudio han mostrado que independientemente de la edad, la dinámica de la masa muscular en las distintas posiciones es igual, esto a pesar de haber encontrado diferencias en el análisis ANOVA entre medios y delanteros, considerando la diferencia promedio de 0.5 kg/m2. Es notable observar que los porteros y defensas que tuvieron un valor mayor de peso tengan un IMM similar a la de sus demás compañeros lo cual indica una mayor composición de masa grasa en estas posiciones. TD_27 HíPER-REDES MULTINÍVEL REVELAM PROPRIEDADES DA DINÂMICA COLECTIVA DO JOGO DE FUTEBOL Ramos, J. 1, Araújo, D. 2, Lopes, R. 3 1 Universidade Lusófona, Portugal 2 Universidade de Lisboa, Portugal 3 Instituto Universitário de Lisboa, Portugal As equipas desportivas podem ser consideradas como sistemas complexos, com estruturas e dinâmicas especiais nas interações interpessoais, que contribuem para a sua organização e funcionamento (Duch, Waitzman, & Amaral, 2010). O estudo da estrutura relacional entre os jogadores, tem-se limitado às interações através do fluxo da bola (topologia local), consequentemente havendo no máximo 2 jogadores da equipa atacante em cada ligação (Grund, 2012; Passos et al., 2011). Esta representação, tem descurado a influência dos jogadores da equipa adversária em relações. Para isso, a representação do jogo pode e deve ser efectuada num nível superior, com relações nárias, n>2 jogadores, envolvendo não só os colegas de equipa mais próximos, mas também o(s) adversários diretos. Segundo Johnson e Iaravani (2007) o estado do sistema (jogo) com uma estrutura relacional em diferentes níveis, pode ser representado pela utilização de híperredes multinível. As alterações do seu estado ao longo do tempo, refletem a dinâmica do jogo. Este conceito de híperredes multinível pode ser aplicado a quaisquer sistemas multiagentes, através do seu formalismo matemático. Esta metodologia de análise permite acoplar os elementos (símplices: constituídos pelos atacantes e respetivos defesa/guardaredes direto) mais próximos entre si, caraterizandose a sua dinâmica por processos de tomada de decisão como o “dilema do defesa” ou “dilema do guardaredes” REAFES Gymnasium 2015 148 (“cubro a progressão/remate ou o passe?”) (Johnson & Iravani, 2007). Neste trabalho estudámos a dinâmica das interações entre os símplices (e portanto a topologia global) constituídos pelos conjuntos nários, n>2 jogadores de um jogo de futebol de 11 e sua evolução na topologia em função da proximidade ao golo e ao longo do tempo de jogo. Referências Duch, J., Waitzman, J. S., & Amaral, L. A. N. (2010). Quantifying the Performance of Individual Players in a Team Activity. PLoS ONE, 5, 6, e109-37. doi: 10.1371/journal.pone.0010937. Grund, T. U. (2012). Network structure and team performance: The case of English Premier League soccer teams. Social Networks, 34, 4, 682690. doi: 10.1016/j.socnet.2012.08.004. Johnson, J. H., & Iravani, P. (2007). The multilevel hypernetwork dynamics of complex systems of robot soccer agents. ACM Transactions on Autonomous and Adaptive Systems (TAAS), 2, 2, 5. Passos, P., Davids, K., Araújo, D., Paz, N., Minguéns, J., & Mendes, J. (2011). Networks as a novel tool for studying team ball sports as complex social systems. Journal of Science and Medicine in Sport, 14, 2, 170-176. doi:10.1016/j.jsams.2010.10.459. TD_28 RELACION ENTRE EL PERFIL ANTROPOMETRICO, MORFOLOGICO Y LA POTENCIA ANAEROBICA DE PATINADORAS JOVENES DE BOGOTA. Reyes, Y.G., Gálvez Pardo, Á. Y., Santos Alemán, J. S. Universidad Santo Tomas, Colombia El patinaje colombiano ha tenido grandes éxitos a nivel internacional, sin embargo esta situación contrasta con los pocos estudios realizados en Colombia y a nivel latinoamericano. El patinaje es un deporte cíclico en el que se necesita una alta preparación física, técnica, táctica y psicológica (Lozano, Contreras & Navarro, 2006); adicional a una elevada demanda anaeróbica por los constantes cambios de velocidad y de explosión en determinados momentos de la prueba (Lozano, Villa, & Morante, 2006). Las variables que se tuvieron en cuenta en el estudio son determinantes para la detección de talentos en jóvenes futuros deportistas (Contreras & Lozano, 2009). El objetivo del estudio fue determinar la relación existente entre el perfil antropométrico, morfológico y la potencia anaeróbica de patinadoras de diferentes niveles. Este estudio fue realizado con 39 patinadoras (10 elite y 29 no elite) perteneciente a la liga de Bogotá, a las cuales se les realizó la toma de medidas antropométricos y la prueba de Wingate. Las patinadoras presentaron una predominancia en el componente mesomorfico-ectomórfico. Al realizar la prueba de Wingate se tuvieron en cuenta el pico máximo alcanzado (472,12 W ± 84,64 W), la media de la prueba (377,75 W ± 55,28), el índice de fatiga (7,24 W/s ± 2,32), la potencia anaeróbica (9,67 W/Kg ± 1,61) y la capacidad anaeróbica (7,70 W/s ± 0,77). Al establecer correlaciones se obtuvo significancia entre el pico máximo y el índice de fatiga (r=0,896); la masa corporal y la potencia media durante la prueba (r=0,765); la potencia media durante la prueba y el IMC (r=0,680). Además, entre la edad y el pico máximo, la media durante la prueba y el IMC existen relaciones altamente significativas. Se concluye que aquellas deportistas que presentaron un somatotipo mesomórfico pueden mantener la media cercana al pico máximo de potencia anaeróbica. Referencias Contreras, D. G. & Lozano Zapata, R. E. (2009). Caracteristicas antropometricas de los patinadores de velocidad en linea torneo nacional de transiciòn cartagena de indias diciembre 2005.Revista digital Efdeportes, 11(102). Recuperado de: http://www.patincolombia.com/areamedica/medicina/investigacionkikelozano2.html Lozano, R., Contreras, D., & Navarro, L. (2006). Descripcion antropometrica de los patinadores de velocidad sobre ruedas participantes en los juegos deportivos nacionales de venezuela. Recuperado de: http://www.efdeportes.com/efd102/patin.htm REAFES Gymnasium 2015 149 Lozano, R., Villa, J. G., & Morante, J. C. (2006). Caracteristicas fisiologicas del patinador de velocidad sobre ruedas determinadas en un test de esfuerzo en el laboratorio. Recuperado de: http://www.efdeportes.com/efd94/patin.htm. TD_29 CONTEÚDO TÉCNICO DE EXERCÍCIOS INDIVIDUAIS DE GINÁSTICA RITMICA EM DIFERENTES APARELHOS: VOLUME DE CARGA, VARIEDADE E DIVERSIDADE Leandro, C.1,2, Ávila-Carvalho, L, 3, Bobo-Arce, M. 2,Sierra-Palmeiro,E.2 1 Universidade Lusófona do Porto, Portugal 2 Universidad de A Coruña, Espanha 3 Universidade do Porto, Portugal Introdução: O principal determinante do sucesso em competição de Ginástica Rítmica (GR) é a capacidade de executar com a máxima correção, elementos de técnica corporal e de aparelho de elevado nível, em perfeita harmonia com o carater e ritmo da música. Deste pressuposto devem resultar coreografias que pela sua originalidade e diversidade se apresentem como um magnifico espetáculo de arte para quem vê e sejam um desafio ao alto rendimento. O Volume de carga dos exercícios de competição pode ser determinado pela quantidade, qualidade e diversidade dos parâmetros da Composição. ( Arkaev, 2004). O resultado da análise destes fatores pode, segundo Ávila (2012), influenciar os programas de desenvolvimento da prática, bem como, os desenhos experimentais utilizados na pesquisa científica em GR. Neste contexto, o principal objetivo deste estudo é analisar os elementos técnicos usados nos exercícios individuais, nos aparelhos Arco, Bola, Maças e Fita, do Campeonato do Mundo de Ginástica Rítmica em Kiev 2013 e identificar características estruturais do conteúdo dos exercícios de ginástica rítmica de elite que definam o volume de carga que os exercícios de competição representam. Metodologia: Foram analisadas 288 cartas de competição, utilizadas no Campeonato do Mundo de GR em Kiev 2013, respetivas a 72 exercícios individuais em cada aparelho (Arco, Bola, Maças e Fita). A análise dos elementos de Dificuldade corporal (D) foi organizada de acordo com as exigências de composição do COP2012/2016, em Equilíbrios, Saltos, Rotações, Dificuldades Mistas, Mestrias, Passos Rítmicos e Elementos dinâmicos com rotação e lançamento (DER). Este estudo teve a aprovação da Federação Internacional de Ginástica (FIG). Os dados foram analisados com recurso a estatística descritiva e testes não paramétricos (Kruskal-Wallis, Mann-Whitney e teste de Friedman), com utilização do programa SPSS. Resultados e Discussão: Os principais resultados obtidos, registam que as ginastas no Campeonato do Mundo em KIEV2012 usaram dificuldades corporais similares, na composição dos seus exercícios, nos diferentes aparelhos. Os elementos de dificuldade identificados com maior frequência de execução são o pivot em atitude, rotação em penché, equilíbrio com perna livre em elevação superior e tronco na horizontal sem ajuda e o salto geté en tournant, com uma diferença estatisticamente significativa para todos os outros tipos de elementos de dificuldade. Os grupos de D com maior valor na composição são os DER e Rotações e representam uma evolução significativa no coeficiente de dificuldade dos exercícios. O grupo de dificuldade de equilíbrio foi a categoria menos utilizada em todos os aparelhos As principais diferenças estatisticamente significativas, no padrão de composição dos exercícios nos diferentes aparelhos, foram : (i) Número de Mestrias e Passos Rítmicos (ii) Valor de Mestrias, Passos Rítmicos e DER. Este estudo fornece informações atualizadas sobre o volume de carga dos exercícios individuais de ginástica rítmica de elite, a ser considerado (i) na possibilidade de alteração do presente código de pontuação, nomeadamente na definição das exigências de Composição, que favoreçam a Variedade e Diversidade da composição, (ii ) no processo de treino e perfil de desempenho de ginastas de elite de GR. REAFES Gymnasium 2015 150 Referências Arkaev, L.I.&Suchilin, N.G.(2004). How to create champions - the theory and methodology of training top-class gymnasts. Oxford: Meyer&Meyer Sport. Ávila-Carvalho, L., Klentrou, P., Palomero, M. d. L., & Lebre, E. (2012) Analysis of the Technical Content of Elite Rhythmic Gymnastics Group Routines. The Open Sports Sciences Journal, 5, 146-153. FIG. (2012). Code of Points for Rhythmic Gymnastics Competitions. from http://www.figgymnastics.com/site/page/view?id=472 TD_30 FLEXIBILIDADE E FORÇA EM ATLETAS DE GINÁSTICA RÍTMICA DE DIFERENTES NÍVEIS DE RENDIMENTO Santos, A. 1, Leandro, C. 2, Ávila-Carvalho, L. 1 1 Universidade do Porto 2 Universidade Lusófona do Porto, Portugal Introdução: A Ginástica Rítmica é uma modalidade que reúne de modo harmonioso e singular capacidades motoras como flexibilidade e força. Estas valências são consideradas imprescindíveis para que uma ginasta atinja o alto nível de rendimento. Neste sentido, o presente estudo teve como objetivos, verificar os níveis de flexibilidade, força explosiva e resistência muscular das ginastas Portuguesas da 1ª divisão no escalão Júnior e verificar a existência de possíveis assimetrias funcionais. Ainda, comparar os resultados das ginastas da Seleção Nacional e ginastas não pertencentes à Seleção. Metodologia: A amostra foi constituída por 30 ginastas, com média de idade de 13,73 ± 0,17 anos, sendo 5 ginastas da Seleção Nacional. Na avaliação dos diferentes parâmetros foi utilizada a Bateria de Testes da Federação Internacional de Ginástica, (Fig,2014), bem como o recurso à filmagem. Para a análise estatística recorremos aos Testes Paramétricos (Teste T) e não Paramétricos (Teste Mann-Whitney e Teste de Wilcoxon), com utilização do programa SPSS. Resultados e Discussão: Entre os principais resultados registamos que as ginastas da Seleção Nacional apresentaram níveis de flexibilidade com membro inferior preferido e níveis de força, superiores às ginastas não pertencentes à Seleção. Nos testes de flexibilidade executados com o membro inferior não preferido, os grupos demostraram resultados semelhantes com níveis de flexibilidade limitados. Constatamos ainda que 86,7% das ginastas avaliadas apresentaram diferentes níveis de assimetrias de flexibilidade entre os membros inferiores. Referências Laffranchi B. (2005). Planejamento, Aplicação e Controle da Preparação Técnica da Ginástica Rítmica: Análise do Rendimento Técnico alcançado nas Temporadas de Competição: Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. FIG ( 2010). Age group development program for rhythmic gymnastics sample physical testing program. Lausanne: Federation International de Gymnastique. Marchetti PH(2009). Investigações sobre o controle motor e postural nas assimetrias em membros inferiores. São Paulo: Universidade de São Paulo. TD_31 AVALIAÇÃO DO PERFIL NEUROMUSCULAR DOS JUDOCAS DE ELITE MASCULINOS E FEMININOS COM RECURSO À TENSIOMIOGRAFIA Monteiro L. 1, Hormigo A. 1, Crisóstomo J. 1, Pratas, P. 1, Calvo Rico B. 2 1 Universidade Lusófona, Portugal REAFES Gymnasium 2015 151 2 Universidad de Castilla La Mancha , Espanha Introdução: A força dos músculos dos braços é considerada um importante fator de desempenho no judo. A coordenação eficiente dos músculos agonistas e antagonistas é uma das importantes adaptações precoces no treino da força, responsável por um grande aumento na força (Baker & Newton, 2005; Robbins et al., 2010). Apesar da utilidade da tensiomiografia (TMG), dados de referência dos músculos (grande dorsal, bíceps braquial, tríceps braquial e peitoral) não são conhecidos em judocas, no entanto, em outros desportos têm sido utilizado para este fim, sendo usados como valores de referência neuromusculares em atletas de elite, ou como um meio para determinar a simetria lateral e funcional do atleta, tal como foi sugerido por Garcia-Garcia et al. (2015) em canoístas (que estudou o grande dorsal Deltoide e trapézio). O objetivo deste estudo foi avaliar (1) as propriedades contráteis dos músculos entre masculinos e femininos, (2) as percentagens de simetria dos músculos laterais: bíceps braquial, tríceps braquial, peitoral e grande dorsal em mulheres e homens judocas de elite, (3) analisar o equilíbrio agonista / antagonista dos braços, e (4) determinar a associação entre as propriedades contráteis dos músculos e dos valores de desempenho no exercício de supino e da remada. Método: Vinte e oito atletas de judo voluntários participaram neste estudo, divididos em dois grupos: dez mulheres judocas de elite (ME), dezoito judocas masculinos de elite (HE), (idade: 21.6 ± 3.3 vs. 20.4 ± 5.2 anos; altura: 1.60 ± 0.02 vs. 1.75 ± 0.05 m; massa corporal: 60.5 ± 9.3 vs. 76.7 ± 13.1 kg) foram avaliados através de tensiomiografia (TMG). O deslocamento máximo (Dm), tempo de reação (Tr), o tempo de contração (Tc), o tempo de sustentação (Ts) e o tempo de relaxamento (Trx) foram obtidos no lado esquerdo e lado direito de cada músculo estudado: (1) grande dorsal; (2) bíceps braquial; (3) tríceps braquial; e (4) peitoral, em todos os sujeitos. Fora utilizados o t-teste (p≤ 0.05) e tamanhos do efeito d de Cohen, além do algoritmo do TMG-BMC tensiomyography® para determinar as percentagens de simetria laterais. Resultados: Foram encontradas diferenças entre HE e ME a favor dos atletas masculinos, no tempo de contração do bíceps braquial (Tc), no deslocamento máximo (Dm) do grande dorsal e peitoral. Também foi encontrado, em alguns grupos musculares (bíceps braquial e grande dorsal), um maior equilíbrio (simetria bilateral) em HE que em ME. Foi ainda verificado que, se o Tc diminuía e o Dm aumentava, significava uma boa resposta muscular ao treino de força. Discussão: Neste grupo de elite de judocas, as propriedades contrácteis dos músculos das ações de puxar (grande dorsal e bíceps braquial) e das ações de empurrar (peitoral e tríceps braquial): (1) deslocamento máximo (Dm); (2) tempo de reação (Tr); (3) tempo de contração (Tc); e (4) tempo de sustentação (Ts) parecem ter um efeito significativo na explicação da variância do desempenho da força máxima, da força média e da potência média e máxima nas ações do exercício da remada e do supino. Referências Baker, D., & Newton, R. U. (2005). Acute effect on power output of alternating an agonist and antagonist muscle exercise during complex training. Journal of Strength and Conditioning Research, 19(1), 202-205. García-García, O., Cancela-Carral, J.M., & Huelin-Trillo, F. (2015). Neuromuscular Profile of Top Level Women Kayakers, Assessed Through Tensiomyography. The Journal of Strength and Conditioning Research, 29(3), 844-853. Robbins, D.W., Young, W.B., & Behm, D.G. (2010). The Effect of anUpper-Body Agonist– Antagonist Resistance Training Protocol on Volume Load and Efficiency. The Journal of Strength and Conditioning Research, 24(10), 2632–2640. TD_32 REAFES Gymnasium 2015 152 IMPACTO DA FADIGA FISIOLÓGICA E NEUROMUSCULAR NUM EXERCÍCIO DE CINCO MINUTOS DE ALTA INTENSIDADE EM ATLETAS OLÍMPICOS DE JUDO MASCULINOS E FEMININOS Monteiro, L 1., Massuça, L.1, Garcia, M. 2, Rico, B., 2, Carretã, V. 3 1 Universidade Lusófona, Portugal 2 Universidad de Castilla La Mancha, Espanha 3 Universidad de Valencia, Espanha Introdução: O Judo é um desporto caracterizado por breves episódios de exercício intermitenteque exige um desempenho neuromuscular (Góngora-Bonitch et al., 2012). Monteiro et al. (2013) observaram que estas ações de alta intensidade podem causar grandes episódios de fadiga em atletas de judo do sexo masculino. No entanto, a fadiga em contrações dinâmicas não é clara, além do efeito do sexo no padrão neuromuscular de uma competição de judo não ter sido estudado. Assim parece relevante clarificar o efeito do sexo do atleta sobre a fadiga nos músculos extensores do braço num exercício intermitente de intensidade elevada. Métodos: Quarenta e dois atletas olímpicos do judo participaram no estudo (masculinos, n=30; femininos, n=12). Todos os participantes realizaram um teste intermitente de judo COPTEST (um teste de duração de 5 minutos, com 9 Nage-komis, 9 Uchi-komis, 9 Jujigatame e quatro repetições de supino), com a carga de potência (~50% 1RM) em cada minuto, i.e., T1 a T5). A carga da potência no supino foi testada em pesos livres dois dias antes da realização do teste. Durante o COPTEST foram registados quatro parâmetros: (1) velocidade; (2) força; (3) potência; e (4) taxa de produção de força. A frequência cardíaca também foi registada em cada minuto do teste, e a %FCmáx foi calculada. No tratamento estatístico utilizou-se a ANOVA de medidas repetidas. Resultados: Observou-se que a variação das diferentes formas de manifestação da força não difere significativamente (1) com a evolução do teste; e (2) dos atletas masculinos e femininos. Também se observou que o efeito do sexo sobre a variação das formas de manifestação da força durante o COPTEST não foi significativo. Discussão: Os resultados sugerem que o padrão de fadiga em judocas masculinos e femininos é semelhante em esforços específicos de judo de alta intensidade, i.e., o sexo não diferencia a fadiga em judocas. Destaca-se ainda, que os resultados do estudo não ajudam a explicar a alteração das regras de arbitragem, da Federação Internacional de Judo, no que respeita à redução do tempo dos combates de Judo feminino (i.e., de 5 minutos para 4 minutos). Referências Góngora-Bonitch, J., Dominguéz-Bonitch, J., Paulino, P., & Feliche, B. (2012). The Effect of Lactate Concentration on the Handgrip Strength during Judo Bouts. J Strength Cond Res, 26(7), 1863-1871. Monteiro, L., Massuça, L., Garcia-Garcia, J.M., Carratalá, V., & Calvo-Rico, B. (2013). Effect of fatigue on strength performance. In 4th European Science Symposium – 27 April 2013, Budapest, Hungary. TD_33 PRESCRIÇÃO E CONTROLO DAS VELOCIDADES DE TREINO AERÓBIO EM NADADORES, ASSOCIADAS A PARÂMETROS CINEMÁTICOS Cunha, P. 1, Proença, J. 1, Fidalgo, J. 1, Cardoso, L. 1, Rana, L. 2 1 Universidade Lusófona, Portugal 2 Universidade de Coimbra, Portugal Os nadadores têm de construir uma consistente base aeróbia, procurando adaptações bioenergéticas através do uso em tarefas de treino de diferentes zonas de intensidade - A1 REAFES Gymnasium 2015 153 (Limiar Aeróbio), A2 (Limiar Anaeróbio) - para concretizar elevados volumes de treino [1]. Contudo, são escassos os estudos realizados com atletas de nível competitivo elevado. São objetivos específicos deste estudo comparar as velocidades (Vs) calculadas através de protocolo incremental adaptado [2] para as intensidades de A1 e A2, com as Vs prescritas pelos treinadores, com as Vs cumpridas pelos nadadores, e as variáveis cinemáticas associadas: frequência gestual (FG) e índice de nado (IN). A amostra: 16 nadadores masculinos absolutos de nível nacional e internacional, com idade de 20±3,70 anos. Foram avaliadas as seguintes tarefas: A1 – 8x400m L 70% p=30” (T1) e 32x100m L 65% p=10” (T2); A2 – 2x(7x200m L 80% p=30”)P=3’ (T3) e 3x(10x100m L 75% p=15”)P=3’ (T4), definidas em [3]. Resultados e Discussão – Em A1 verificaram-se diferenças entre V determinada no teste (1.43m/s ±0.07) e V prescrita pelos treinadores em T1 (1.35m/s ±0.06) e T2 (1.38m/s ±0.05). As Vs prescritas pelos treinadores foram sempre cumpridas pelos nadadores e inferiores ao calculado protocolarmente; esta situação pode questionar o efeito real da carga aplicada, que poderá ser insuficiente para as adaptações desejadas. Em A2 verificaram-se diferenças entre V determinada no teste (1.50m/s ±0.06) e V prescrita pelos treinadores em T3 (1.47m/s ±0.05); em T4 verificaram-se diferenças na V entre a 1ª série (1.47±0.05) e as restantes, tendo eventualmente ocorrido uma estratégia de poupança energética para as duas séries subsequentes, cujas Vs definidas são cumpridas. Parte das diferenças encontradas nas Vs em A1 e A2 poderão ser explicadas pelas características do protocolo aplicado [4]. Verifica-se uma diferença na FG de T4 entre a 1ª serie (33.0±3.0) e a 3ª serie (34.3±2.7), o que traduz um aumento da V decorrente de uma maior FG. Conclusões – Os treinadores tendem a prescrever Vs inferiores ao definido protocolarmente, sobretudo em A1. Maioritariamente, os nadadores cumprem com as prescrições dos treinadores. Os valores de FG e IN não sofrem alterações importantes, mesmo quando se verificam diferenças nas Vs. Referências [1] Maglischo, E. (2003). Swimming Fastest. Human Kinetics; USA [2] Pyne, D.; Lee, H.; Swanwick, K. (2000). Monotoring the lactate threshold in worldranked swimmers. Medicine & Science in Sports & Exercise. American College of Sports and Medicine [3] Cunha, P.; Proença, J.; Rama, L. (2014). Development of aerobic capacity in swimmers – criteria for the prescription and control of sets oriented towards basic aerobic intensity. 19th Annual Congress of the European College of Sport Science. Amsterdam; The Netherlands [4] Bentley, D; Newell, J. e Bishop, D. (2007). Incremental Exercise Test Design and Analysis – Implications for performance diagnostics in endurance athletes. Sports Med.; 37(7): 575-586. TD_34 RELAÇÃO ENTRE VELOCIDADES EM REGIME AERÓBIO E PARÂMETROS DE CONTROLO DA CARGA, EM NADADORES Cunha, P. 1, Proença, J. 1, Fidalgo, J. 1, Cardoso, L. 1, Rana, L. 2 1 Universidade Lusófona, Portugal 2 Universidade de Coimbra, Portugal A frequência cardíaca (FC), a lactatemia (La) e a percepção do esforço (PE), são importantes indicadores no controlo da carga de treino aeróbia - A1 (Limiar Aeróbio), A2 (Limiar Anaeróbio) - [1] [2]. São objetivos deste estudo comparar as implicações das velocidades (V) calculadas através de protocolo incremental adaptado [3] para A1 e A2, com as V cumpridas pelos nadadores sob prescrição técnica, e a resposta fisiológica associada a: La e FC, bem como a PE. A amostra foi constituída por 16 nadadores masculinos absolutos de nível nacional e internacional, com idade de 20±3,70 anos. Foram avaliadas as seguintes tarefas: A1 – 8x400m L 70% p=30” (T1) e 32x100m L 65% p=10” (T2); A2 – 2x(7x200m L 80% p=30”)P=3’ (T3) e 3x(10x100m L 75% p=15”)P=3’ (T4), REAFES Gymnasium 2015 154 definidas em [4]. Resultados e Discussão – Em A1 as diferenças entre V determinada no teste (1.43m/s ±0.07) e V em T1 (1.36m/s ±0.05) e V em T2 (1.39m/s ±0.03), implicaram diferenças entre os valores de La do teste (2,35±0,54 mM) com os de T1 (1,50±0,64 mM) e os de T2 (1,29±0,35 mM). O mesmo verificou-se na PE: teste (3,25±0,86), em T1 (2,56 ±0,96) e em T2 (2,25±0,78); os valores da FC não apresentaram diferenças. Em A2 apesar das diferenças entre V determinada no teste (1.50m/s ±0.06) e a V nas duas séries de T3 (1.47m/s ±0.05 e 1.48m/s ±0.05), não evidenciam diferenças na La, FC e PE. Contrariamente, em T4, na V verificaram-se diferenças apenas entre a 1ª série (1.47±0.05) e as restantes em: a) La no teste (3,56±0,53mM), com 1ª série (2,56±1.00mM) e 2ª série (2,46±1.61mM); b) FC no teste (161±7.96 bpm), com 3ª série (173±11.3 bpm) e desta com a 1ª série (166±12.0 bpm). Nos valores da PE não foram encontradas diferenças. As diferenças encontradas poderão ser explicadas pelas características do protocolo de avaliação usado [5]. Conclusões – Em A1 as diferenças de V são acompanhadas por diferenças de La e PE, mas não da FC. Em A2 as diferenças de V nem sempre tiveram uma correspondência direta com as restantes variáveis do estudo, particularmente em PE. Referências [1] Dekerle, J., Baron, B., Dupont, L., Garcin, M., Vanvelcenaher, J., e Pelayo, P. (2003). Effect of incremental and submaximal constant load test: Protocol o Perceived Exertion (Cr10) values. Percept Motor Skills, 96, 896-904 [2] Maglischo, E. (2003). Swimming Fastest. Champaig: Human Kinetics. [3] Pyne, D.; Lee, H.; Swanwick, K. (2000). Monotoring the lactate threshold in worldranked swimmers. Med & Scien in Sports & Exerc. American Coll of Sports and Med. [4] Cunha, P.; Proença, J.; Rama, L. (2014). Development of aerobic capacity in swimmers – criteria for the prescription and control of sets oriented towards basic aerobic intensity. 19th Annual Cong. of the Europ Coll Sport Science. Amsterdam; Netherlands. [5] Bentley, D; Newell, J. e Bishop, D. (2007). Incremental Exercise Test Design and Analysis – Implications for performance diagnostics in endurance athletes. Sports Med.; 37(7): 575-586. TD_75 ESTUDIO LONGITUDINAL (1997-2014) DE LA TÉCNICA DE APARATOS EN AL GIMNASIA RÍTMICA INDIVIDUAL DE ÉLITE Sierra-Palmeiro 1,E Bobo-Arce, Marta 1; Fernandez-Villarino, Mª Angeles 2 1 Universidade de A Coruña, España 2 Universidade de Vigo, España Introducción: La Gimnasia Rítmica es un deporte que se mueve entre parámetros técnicos y estético-artísticos cuyo resultado depende de la reproducción de un modelo estipulados en un Código de Puntuación. La evolución de este código se convierte en un factor clave para definir la lógica interna de la Gimnasia Rítmica y en la herramienta básica para las entrenadoras y para las jueces en la evaluación del rendimiento. El objetivo es analizar la evolución de las composiciones de los ejercicios desde la perspectiva del trabajo técnico de aparatos el período comprendido entre el año 1997 y 2014 en ejercicios de G.R. realizados por las finalistas en las grandes competiciones internacionales desde el Campeonato de Europa de Zaragoza 1997 hasta el Campeonato del mundo de Izmir 2014. Métodología: Se procedió a la observación de una muestra de 400 ejercicios finalistas en 10 competiciones de ámbito internacional (Campeonatos del Mundo y campeonatos de Europa). Se utilizó un instrumento de observación partir de un sistema de categorías de carácter deductivo, avalado por los 5 Códigos de puntuación utilizados, que permitió el registro objetivo, sistemático y específico de las acciones realizadas por las gimnastas con los aparatos. Los datos recogidos a partir de esta observación se sometieron a un análisis descriptivo de los datos recogidos, un análisis no paramétrico, análisis de la varianza de comparación de muestras independientes (Anova de una factor y la prueba de Kruskal- REAFES Gymnasium 2015 155 Wallis), y un análisis de la correlación (correlación de Pearson) utilizando el programa SPSS 20.0 para Windows. Resultados y Discusión: La cinta es el aparato que mayor número global de elementos realiza casi 10 puntos por encima, en las competiciones en las que aparece (46,51.4,09), seguido de Mazas (36,13.4,14), y Aro (35,86.4,87). La cuerda es el aparato que menos elementos presenta (29,60.4,31), Las gimnastas ha aumentado el número de elementos técnicos realizados con todos los aparatos, entre 10 y 15 puntos, con fluctuaciones que varian de un aparato a otro a lo largo del período 1997-2014. Los valores más elevados se obtienen de forma común en los 5 aparatos en Izmir 2014. No encontramos correlación significativa entre el número de elementos realizados durante el ejercicio y la clasificación obtenida en al final del aparato. En todos los aparatos el índice de correlación de Spearman es no significativo. Referencias: Aversani, M. (2010). O incostante Código de Puntuaçao da Gimnástica rítmica. Posibilidades da Gnástica rítmica. Sao Paulo. Norte editor. Avila, L., Lebre, E. y Palomero M.L. (2010). Estudio del valor artístico de los ejercicios de conjunto de Gimnasia Rítmica de la Copa del Mundo de Portimao 2007 y 2008. Apunts. Educación Física y deporte. 2103, 1º trimester, 68-75 Bobo, M y Sierra, E. (2005). Estudio de las repercusiones de los cambios de código de puntuación en la composición de los ejercicios individuales de gimnasia rítmica en la técnica de aparatos. Revista de entrenamiento deportivo Tomo XVIII Federación Internacional de Gimnasia (2013) (2011) (2009) (2003) (2001) (1997). Código de puntuación Gimnasia Rítmica Deportiva. París. TD_76 RESPUESTA PSICOFISIOLÓGICA A LA COMPETICIÓN DEPORTIVA EN JUGADORES DE FÚTBOL DE CATEGORÍA SUB15 Jiménez, M.1, García Romero,J.2, Alvero Cruz, J.2 1 Universidad Internacional de La Rioja, España 2 Universidad de Málaga, España Introducción: La testosterona (T) se asocia a la motivación por tener impacto sobre los demás y luchar por mantener o buscar estatus social (Mazur, 1985). El modelo biosocial de Mazur relacionó victoria y derrota en contextos competitivos con la T circulante. El cortisol (C) también juega un papel importante en el afrontamiento de estos desafíos preparando el cuerpo para la acción, además de ser un indicador fiable de estrés (Filaire et al., 2009). El objeto de estudio fue analizar si el modelo biosocial puede ser aplicable a deportistas pospúberes. Se estudió una muestra de 15 jugadores de fútbol masculino de nivel provincial en entrenamiento y competición oficial (edad = 14.73±0.46; IMC = 21.638±2.91; años en competición = 6.33±2.22). Se recogieron muestras de saliva (23 ml) en tubos de plástico (Eppendorf) instruyéndolos previamente en el protocolo. Las muestras se codificaron y congelaron a -30 º C, almacenadas hasta su análisis. Se usaron kits estandarizados (DiaMetra, Segrate, Mi, Italy) para inminoensayo, los coeficientes de variación intra e interanálisis fueron 5,5 y 6,58 % para T y 8,8 y 16,05 % para C. Límites inferiores de detección para T y C de 2,96 pg/ml y 0,05 ng/ml, respectívamente. Resultados: Se observaron correlaciones directas entre las concentraciones entre T y C al iniciar entrenamiento y competición (rho = 0,61, p < 0,001; rho = 0,81, p < 0,001 respectivamente) y correlaciones directas del C inicial con las concentraciones de T a la finalización del entrenamiento y la competición (rho = 0,44, p < 0,015; rho = 0,58, p < 0,024, respectivamente) sugiriendo influencia de activación arousal inicial en rendimiento. Lo más destacable del presente estudio fueron los incrementos de T observados al vencer el partido REAFES Gymnasium 2015 156 (z = -2,102, p < 0,036), incrementos que no fueron observados durante el entrenamiento. Las concentraciones de C por el contrario incrementaron en ambas situaciones (83,61%; z = -2,222, p < 0,026 en entrenamiento y 177,63%; z = -3,181, p < 0,01 en competición). Conclusiones: En conclusión, el presente sugiere que el modelos biosocial podría ser extensible a adolescentes pospúberes, que podrían responder con similar intensidad a la competición como los adultos en otros deportes (Filaire et al., 2009; Jiménez et al., 2012). Este descubrimiento sirve de apoyo para avanzar en futuras investigaciones que analicen cuáles son las diferencias y similitudes en la búsqueda y mantenimiento de estatus social en jóvenes y adultos. Bibliografía: Filaire, E., Alix, D., Ferrand, C., & Verger, M. (2009). Psychophysiological stress in tennis players during the first single of a tournament. Psychoneuroendocrinology, 34, 150-157. Jiménez, M., Aguilar, R., AlveroCruz, J.R. (2012). Effects of victory and defeat on testosterone and cortisol response to competition: Evidence for same response patterns. Psychoneuroendocrinology, 37, 1577-1581. Mazur, A. (1985). A biosocial model of status in face to face primate groups. Social Forces, 64, 377-402. TD_77 A FASE COMO FATOR DE OTIMIZAÇÃO DO MOVIMENTO DO CG EM DIFERENTES CONTRAMOVIMENTOS VERTICAIS Rodrigues, C. 1, Abranço, J.2, Correia, M. 3, Nadal, J. 3 & Rodrigues, M. 4. 1 Universidade do Porto, Portugal. 2 Universidade Lusófona, Portugal. 3 Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil. 4 Universidade Federal de Pernambuco, Brasil O objetivo deste trabalho consiste na avaliação das diferenças de fase entre grandezas físicas complementares, como forma de otimização do movimento do centro de gravidade (CG) em diferentes tipos de contramovimentos (CM) dos membros inferiores avaliados em saltos de máxima impulsão vertical (MIV). A amostra é composta por um grupo de n=6 estudantes de licenciatura em educação física e desporto, sem aptidão ou treino físico específico. Os sujeitos foram pesados (76,7±6,7) kg e medida a sua altura (1,79±0,05) m, tendo cada sujeito realizado um total de três ensaios para cada um dos tipos de saltos MIV considerados, nomeadamente salto sem CM (SJ – Squat Jump), salto com CM longo (CMJ - Counter Movement Jump) e salto com CM curto (DJ - Drop Jump). Durante os ensaios foram registadas as forças de reação do solo com recurso a plataforma de força AMTI BP2416-4000CE à frequência de 1000 Hz. Foram detetadas as fases de movimento a partir dos perfis de força registados e selecionados o melhor salto de cada tipo de MIV de acordo com o tempo máximo de voo por ausência de contacto com a plataforma de força. Obtiveram-se por integração numérica da aceleração vertical resultante (az) do CG a variação da velocidade vertical (Dvz) e por integração numérica da velocidade (vz) o deslocamento vertical (Dz) do CG. A partir de az, vz e Dz foram traçados os respetivos planos de fase e obtidas as diferenças de fase em cada um dos planos, nomeadamente f(vz, z), f(az, vz) e f(az, z). A partir das variações temporais de fase em cada um dos planos é possível verificar a existência de padrões distintos de coordenação neuro-motora em cada tipo de MIV. Assim, durante a impulsão f(vz, z) começa por ser positiva, correspondente a um comportamento ativo de adiantamento de fase de vz relativamente a z, passando durante a impulsão f(vz, z) a negativa, correspondente a um comportamento reativo de atraso de fase de vz relativamente a z. Enquanto em SJ esta inversão de fase ocorre por curtos intervalos de tempo entre os 400 e os 200 ms anteriores ao take-off, em CMJ a inversão de fase ocorre em intervalos de tempo superiores entre os 350 e os 40 ms anteriores ao take-off e REAFES Gymnasium 2015 157 em DJ a inversão de fase ocorre entre os 100 ms anteriores ao take-off e os 200 ms após o take-off. Os resultados obtidos apontam para a existência de ciclos limites distintos em cada plano de fase e tipo de MIV com semelhanças entre sujeitos. Foram rejeitadas com base no teste de Rayleigh as hipóteses de concentração nula de fase e detetadas com base nos testes de von Misses a existência de diferenças de fase entre os diferentes tipos de MIV, permitindo apontar a fase como um fator descriminante na otimização do movimento do CG para os diferentes CM verticais analisados. TD_78 UM ESTUDO AUTOETNOGRÁFICO SOBRE A APRENDIZAGEM PROFISSIONAL DE UM TREINADOR SIMULTANEAMENTE EM PRÁTICA PROFISSIONAL E EM FORMAÇÃO INICIAL. Pedro, S., Costa, J. Universidade Lusófona, Portugal. A controvérsia na investigação sobre a educação dos treinadores indica que o desenvolvimento e a sua aprendizagem profissional tende a ocorrer maioritariamente na experiência prática, mesmo nos casos que passam por uma etapa de formação inicial estruturada. As experiências e conteúdos de aprendizagem são elementos essenciais na aprendizagem e construção de conhecimento. Este estudo teve como objectivo contribuir para o aprofundamento e esclarecimento sobre construção da aprendizagem do treinador. Considerámos especialmente, o caso dos treinadores com oportunidade de se envolverem em educação formal, enquanto integrados na prática profissional. Tal aprofundamento pode trazer contributos importantes para a formação dos treinadores, permitindo que estes proporcionem experiências de treino mais intencionais e efectivas aos atletas. Um dos autores lecciona aulas de Luta Olímpica a crianças há três anos e participa numa licenciatura de formação de treinadores para a obtenção da qualificação de nível 2. Através de uma abordagem autoetnográfica durante o segundo semestre do segundo ano do curso, o autor reflectiu sobre experiências de aprendizagem significativas. O conteúdo de cada uma das sete reflexões decorrentes foi submetido a uma análise de conteúdo temática e a uma revisão por pares, assegurando a confiabilidade. O esquema de codificação foi inicialmente definido de modo dedutivo em relação à forma e ao conteúdo das experiências de aprendizagem, permitindo ainda, a emergência de novas categorias ou temas, conjugando para isso, uma estratégia indutiva. Nos conteúdos de aprendizagem, a gestão da actividade do treinador foi central e o conhecimento pedagógico e contextual mostraram-se como as dimensões de conhecimento mais relevantes, estando o conhecimento pedagógico do conteúdo ausente. Do ponto de vista da forma, as experiências de aprendizagem directas apareceram como as mais relevantes para a construção de conhecimento, por sua vez, a educação formal foi uma experiência de aprendizagem quando associada internamente a fontes informais provenientes do contexto real da prática. As fontes informais conseguiram ser mais significativas quando cruzadas e integradas na reflexão sobre as experiências da educação formal. O processo de investigação em si introduziu um passo metacognitivo, como uma extensão ao modelo de reflexão do treinador de Gilbert e Trudel (2001). Esta investigação suporta que algumas experiências específicas podem ser mais importantes para conteúdos específicos, e que nem a experiencia prática ou a educação formal são suficientes por si só para a aprendizagem profissional do treinador. Este estudo abre uma linha de discussão sobre a relação entre as experiências que induzem aprendizagem profissional e os respectivos conteúdos, bem como sobre a importante relação entre os contextos formais e informais de aprendizagem. Referências: Gilbert, W., & Trudell, P. (2001). Learning to coach through experience: Reflection in model youth coaches. Journal of Teaching in Physical Education, 21(1), 16-34. REAFES Gymnasium 2015 158 TD_79 ÁGUAS ABERTAS: UMA DISCIPLINA, DIFERENTES VARIÁVEIS. Bonança, M. 1, Rama, L. 2, Proença, J. 1. 1 Universidade Lusófona, Portugal. 2 Universidade de Coimbra, Portugal. O ressurgimento eminente das águas abertas (AA) como disciplina mais recente da natação, tem suscitado a curiosidade de treinadores, nadadores e intervenientes. O aparecimento da prova de 10km no programa olímpico em 2008, tem vindo a evidenciar a importância de um maior conhecimento em torno desta competição. Os principais estudos referentes às velocidades de nado dos atletas apontam para que nas provas do campeonato do mundo estas sejam superiores, quando comparadas com outras provas. Contrariamente a outras ultra modalidades como maratona ou ciclismo, a diferença verificada, na velocidade de nado entre géneros, é reduzida, sendo superior nas prestações masculinas em 7% (Vogt, Rüst, Rosemann, Lepers, & Knechtle, 2013). As dificuldades para alguns atletas ou facilidades para outros, começam quando o contexto de prova é diferente de uma prova em piscina. Diferentes variáveis (ondulação, radiação solar, temperatura ambiente e da água) e uma exigente capacidade de adaptação por parte dos intervenientes coabitam num contexto incerto. Associada a estas variáveis do contexto da disciplina está o fator suplementação em competição. A exposição dos atletas a todo um contexto possível em determinada prova, desempenha um papel significativo na determinação das estratégias nutricionais adotadas. No que respeita a considerações nutricionais, as principais recomendações apontam para um conjunto de medidas pré prova que privilegiam uma adequada hidratação e uma otimização das reservas de glicogénio muscular. A preparação para a prova deve incluir nos dias que a antecedem, uma combinação eficaz do processo de treino com um aporte significativo (1012g/kg BM) de hidratos de carbono (Bussau, V.A., Fairchild, T.J., Rao, A. Steele, P., & Fournier, 2002). Durante a competição é essencial um aproveitamento tático dos pontões e plataformas de abastecimento existentes no circuito. (Shaw, Koivisto, Gerrard, & Burke, 2014). A exposição a todas as variáveis inerentes a uma prova de AA, faz com que atletas e treinadores devam planear com detalhe estratégias táticas e nutricionais, encorajados a recorrer a especialistas na matéria, de modo a otimizar o desempenho destes atletas no dia da competição. TD_80 OS EFEITOS DA PARTICIPAÇÃO DESPORTIVA NO DESENVOLVIMENTO MORFOLOGIA DO VENTRÍCULO ESQUERDO EM JOVENS MASCULINOS DA Valente-dos-Santos, J. 1, Coelho-e-Silva, M. J. 2, Castanheira, J. 3, Elferink-Gemser, M. T. 4, Malina, R. M. 5 1 Universidade Lusófona, Portugal. 2 Universidade de Coimbra, Portugal. 3 Instituto Politécnico de Coimbra, Portugal 4 Universidade de Groningen, Holanda 5 Universidade do Texas, EUA Introdução: A remodelagem cardíaca, entendida como alteração dos diâmetros das cavidades e espessura das paredes, tende a acontecer logo a partir dos anos prépubertários, existindo evidências que isso acontece como resposta a períodos de treino de curta duração (Zdravkovic et al., 2010). Contudo, a literatura dedicada a este tópico é, essencialmente, de natureza transversal ou longitudinal analisada transversalmente. O presente estudo foi desenhado para examinar o desenvolvimento da massa ventricular esquerda (MVE) em jovens adolescentes, sendo dedicada especial atenção aos preditores REAFES Gymnasium 2015 159 biológicos longitudinais da MVE. Foi analisado, ainda, o efeito da participação desportiva regular na MVE. Metodologia: Foram observados 110 rapazes (11,0-14,5 anos de idade no início do estudo), bianualmente, num espaço temporal de 2 anos. Consideraram-se variáveis morfológicas (massa corporal, estatura, altura sentado e pregas de gordura subcutânea), maturação (maturity offset) e variáveis ecocardiogáficas (parâmetros de dimensão da estrutura cardíaca para determinar a MVE). A informação relativa à participação desportiva foi acedida por questionário. Para a análise dos dados longitudinais recorreu-se à modelação multinível. Resultados: A MVE aumentou, em média, 42 ± 18 g dos 11 aos 15 anos de idade (P < 0,05) e 76 ± 14 g dos -3,5 anos de idade em que ocorre o pico de velocidade de crescimento em estatura (PVC) aos +1,5 anos de idade em que ocorre o PVC. O modelo multinível, com melhor ajustamento estatístico (P < 0,05), indica que após controlar para a idade biológica (1 ano = 4,7 ± 1,2 g de MVE), estatura (1 cm = 0,5 ± 0,2 g de MVE) e massa magra (1 kg = 1,0 g ± 0,2 de MVE), não se verifica um efeito significativo independente da participação desportiva de não elite na MVE. Discussão: É possível concluir que as variáveis que mais contribuem para explicar alterações na MVE, de jovens adolescentes caucasianos, estão associadas a processos de maturação biológica, crescimento linear e massa magra. A adiposidade subcutânea não apresenta uma associação significativa, independente do tamanho corporal, com a MVE. Estes resultados sugerem que a adiposidade subcutânea não assume uma importância biológica e clinica significativa na determinação da MVE em jovens adolescentes saudáveis. Adicionalmente, os dados não apoiam a premissa de que a participação desportiva, em níveis de não elite, por si só, influencia a MVE. Este resultado assume especial importância na medida em que o desporto de não elite é de fácil acesso à maioria das crianças e jovens e não requer elevados níveis de treino desportivo. Referências Zdravkovic, M., Perunicic, J., Krotin, M., Ristic, M., Vukomanovic, V., Soldatovic, I., & Zdravkovic, D. (2010). Echocardiographic study of early left ventricular remodeling in highly trained preadolescent footballers. Journal of Science and Medicine in Sport, 13(6), 602-606. TD_81 O EFEITO DE 16 SEMANAS DE TREINO EM JOGADORES INICIADOS DE FUTEBOL Miranda, S., Gomes, P., Palinhos, C., Carvalho, I, Nora, D., Fernandes, G., Nunes, P., Pereira, A., Figueiredo, T., Espada, M. Instituto Politécnico de Setúbal, Portugal Introdução: O futebol moderno é caracterizado por uma grande dinâmica ao nível do jogo, situação que requer um aprimorado processo e controlo do treino. É uma modalidade desportiva exigente do ponto de vista fisiológico requerendo a repetição de diversas atividades tais como jogging corrida e sprint (Mohr et al., 2003). A análise de estudos tem demonstrado que o futebol requer dos praticantes a repetida produção de ações máximas ou quase máximas de curta duração com pequenos períodos de recuperação (Spencer et al., 2005), situação que objetiva uma preparação específica desde a formação ao alto rendimento. O objetivo do estudo foi analisar o efeito de 16 semanas de treino em jogadores do escalão iniciados ao nível da composição corporal, medidas antropométricas e capacidades físicas. Métodos: Participaram no estudo 23 jogadores masculinos (13.3 ± 0.5 anos de idade), a recolha de dados decorreu em dois momentos da época, fevereiro e maio. Os atletas treinavam três vezes por semana aproximadamente 1 hora e 30 minutos, competindo um dos dias do fim-de-semana. O processo de treino não envolveu trabalho específico, sendo privilegiado o trabalho com bola. Para análise da composição corporal dos jogadores foi utilizada uma balança de bioimpedância Tanita (modelo Bc 601). Para o teste de força dos REAFES Gymnasium 2015 160 membros inferiores recorreu-se a um sistema ergojump que possibilitou a cada jogador a realização de 3 saltos máximos em contramovimento (CMJ) para avaliar a altura máxima do salto (registo do melhor dos três saltos - cm). O teste técnico específico (TTE) relacionou-se com uma distância de 26 m de comprimento com 8 m de largura em que os sujeitos tinham de percorrer em condução de bola os cones colocados na zona central das linhas (situados a 6.4 m de distâncias uns dos outros), este teste foi repetido 3 vezes e contou o menor registo cronométrico (Mattos, 2012). O tratamento dos dados foi realizado no software SPSS 20.0. Para análise de diferenças foi realizado o teste T de amostras emparelhadas. Resultados: Não se verificaram diferenças significativas nos dois momentos ao nível do peso (50.2 ± 7.2 vs. 50.7 ± 7.2 kg), altura (1.62 ± 0.07 m nos dois momentos) e índice de massa corporal (IMC) (19.2 ± 2.5 vs.19.4 ± 2.4 kg/m2). Já no que concerne a outras variáveis foram verificados valores significativamente diferentes (p < 0.01), nomeadamente na massa gorda (MG) (14.6 ± 5.1 vs. 13.9 ± 4.5 %) CMJ (29.0 ± 5.6 vs. 30.5 ± 4.9 cm) e TTE (15.7 ± 1.0 vs. 15.2 ± 0.9 seg.). Paralelamente, verificou-se uma correlação entre CMJ e TTE no primeiro (r = -0.62; p < 0.01) e segundo momento de testes (r = -0.57; p < 0.01). A % MG correlacionou-se igualmente com CMJ (r = -0.67; p < 0.01) e TTE (r = 0.58; p < 0.01) no primeiro momento de testes, no segundo apenas com CMJ (r = -0.64; p < 0.01). Também o IMC se verificou como correlacionado com o TTE nos testes realizados em fevereiro (r = 0.42; p < 0.05). Conclusão: Verificou-se que 16 semanas de treino no futebol de formação possibilitam melhorias ao nível das capacidades dos jogadores, nomeadamente, composição corporal, força dos membros inferiores e desempenho num TTE, associado a velocidade e coordenação. No passado, foi verificado que numa partida de futebol, a cada 90 segundos, em média, é realizado um sprint com dois a quatro segundos de duração (Really e Thomas, 1976), concluímos que as correlações entre CMJ, TTE e composição corporal apontam no sentido da importância da correta prescrição e fundamentalmente controlo do treino no futebol de formação com o objetivo de avaliar o impacto do treino nos jovens e relação com as necessidades específicas do jogo. Referências Mattos, F. (2012). Proposição e validação de uma bateria de testes para avaliar as habilidades técnicas em jovens jogadores de futebol. Graduação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mohr, M., Krustrup, P., Bangsbo, J. (2003). Match performance of high-standard soccer players with special reference to development of fatigue. J Sports Sci; 21: 519-528. Reilly, T. e Thomas, V. (1976). A motion analysis of work-rate in different positional roles in professional football matchplay. J Hum Mov Stud; 2(1): 87–97. Spencer, M., Bishop, D., Dawson, B., Goodman, C. (2005). Physiological and metabolic responses of repeated-sprint activities: specific to field-based team sports. Sports Med; 35: 1025–1044. REAFES Gymnasium 2015