ARTILHARIA DE CAMPANHA NO
EXÉRCITO BRASILEIRO EM 2007
A Arma de Artilharia no Exército Brasileiro é dividida em Artilharia Antiaérea e
Artilharia de Campanha. A de Campanha é assim definida:
“A Artilharia de campanha é o principal meio de apoio de fogo da Força
Terrestre. Suas unidades e subunidades podem ser dotadas de canhões, obuses,
foguetes ou mísseis. Tem por missão apoiar a arma-base pelo fogo, destruindo ou
neutralizando os alvos que ameacem o êxito da operação. A artilharia antiaérea,
componente terrestre da defesa aeroespacial ativa, realiza a defesa antiaérea de
forças, instalações ou áreas. A artilharia de costa participa da defesa contra
operações navais inimigas em áreas marítimas próximas ao litoral ou em águas
interiores. Suas características são a precisão e a rapidez, para destruir ou neutralizar
as instalações, os equipamentos e as tropas inimigas localizadas em profundidade no
campo de batalha.”1
Sua classificação é Quanto ao tipo, Quanto ao calibre e Quanto ao transporte.
Quanto ao tipo classifica-se em Artilharia de tubo e Artilharia de mísseis ou
de foguetes, sendo que a de tubo compreende canhões, obuseiros e morteiros, que são
assim definidos: Canhões: Têm tubo relativamente longo e grande velocidade inicial,
operando em pequenos ângulos de elevação;
Obuseiros – Têm tubo de comprimento médio e velocidade inicial
média, podendo operar com grandes ângulos de elevação;
Morteiros de 120 mm – Têm tubo de comprimento médio e
velocidade inicial reduzida, operando com grandes ângulos de elevação.
Quanto ao calibre classificam-se em Leves – até 120 mm, inclusive;
Médios – acima de 120 até 160 mm,
inclusive;
Pesados – acima de 160 até 210 mm,
inclusive, embora os morteiros de 120 mm sejam considerados pesados.
Muito pesados – acima de 210 mm. (não
usado mais na atualidade).
1
In http://www.exercito.gov.br/01inst/armas/Artilhar/indice.htm
A artilharia de mísseis ou de foguetes compreende os lançadores de mísseis e
os lançadores múltipos de foguetes.
Quanto ao transporte a Artilharia de Campanha classifica-se em auto-rebocada,
quando tracionada por viaturas e autopropulsada, montada permanentemente sobre
reparo constituído pela própria viatura.
Pode ainda ser transportada por meios não orgânicos, em rodovias, ferrovias ou
aquavias; quando transportada pelo ar, classifica-se em Helitransportada, transportada
por helicópteros e colocada no terreno de forma que permita seu emprego imediato e
Aerotransportada, possui capacidade de ser transportada por aviões até seu destino ou
lançada em pára-quedas.
Os principais equipamentos em uso atualmente no país são:
Obuseiro leve 105 mm L-118 Light Gun auto rebocado, com alcance de 17 km, de
fabricação Inglesa;
Obuseiro leve 105 mm M-101 auto rebocado, com alcance de 10 km, de fabricação
americana;
Obuseiro leve 105 mm M-56 Oto Melara auto rebocado, com alcance de 10 km, de
fabricação Italiana;
Obuseiro l55 mm M-114 auto rebocado, com alcance de 19 km, de fabricação
americana;
Obuseiro autopropulsado 105 mm M-108, de fabricação americana;
Obuseiro autopropulsado 155 mm M-109, com alcance de 23,5 km, de fabricação
americana;
Sistema Universal de Foguetes de Artilharia para Saturação de Área ASTROS II,
com alcance entre 30 a 60 km, dependendo do calibre, de fabricação brasileira;
Canhão Anticarro SR 84 mm M-3 Carl Gustav, de fabricação Sueca e
Morteiro pesado raiado de 120 mm M2-R auto rebocado, com alcance de até 13 km,
dependendo da munição, de fabricação brasileira, empregados nos Grupo de Artilharia
de Campanha Leve, de Selva e Pára-quedistas, quando pelo menos uma de suas baterias
de obuses é composta por estes morteiros.
Obuseiros auto rebocado 155 mm M-114 do 20º GAC de Jundiaí, SP, à esquerda. Á direita
Obuseiro autopropulsado 155 mm M-109 (Fotos: autor)
Obuseiro leve 105 mm M-56 Oto Melara, à esquerda, e à direita Obuseiro leve 105 mm L-118 Light
Gun, ambos auto rebocados. (Fotos: autor)
Obuseiro leve 105 mm M-101 auto rebocado, à esquerda. À direita, morteiro raiado de 120mm,
fabricados pelo Arsenal de Guerra do Rio de Janeiro e a munição pela Imbel JF. (Fotos: autor)
Obuseiro autopropulsado M-108 de 105mm. (Foto: Exército Brasileiro)
Vale salientar que o Sistema Universal de Foguetes de Artilharia para
Saturação de Área ASTROS II, denominado Lançador Múltiplo de Foguetes
ASTROS II e o Morteiro raiado de 120 mm são de fabricação nacional, sendo o
primeiro produzido e exportado a diversos países pela Avibrás Aeroespacial S/A e o
morteiro pelo Arsenal de Guerra do Rio de Janeiro – AGR.
Lançador Múltiplo de Foguetes ASTROS II do Exército Brasileiro, à esquerda e prontos para
embarcarem para a Malásia, à direita. (Fotos: Avibrás)
Está organizada em diferentes níveis de comandos, denominados escalões de
artilharia, a saber:
Bateria de Obuses (Bia O);
Grupo de Artilharia de Campanha (GAC);
Agrupamento-Grupo (Agpr-Gp);
Artilharia Divisionária (AD) e
Artilharia de Exército (AE).
A bateria de Lançadores Múltiplos de Foguetes Astros II, em função de suas
características é a única que é mantida subordinada diretamente a Artilharia
Divisionária (AD), estando as demais organizadas em Grupo de Artilharia de
Campanha – GAC, que englobam o Leve, Selva e Pára-quedistas, que em situação de
necessidade podem muito bem ser orgânico à Brigada, Artilharia Divisionária (AD) e
Artilharia de Exército (AE).
As últimas aquisições da Artilharia de Campanha foram os 37 Obuseiros
autopropulsados de 155 mm M-109 da empresa Belga Sabiex, Obuseiros italianos leves
de 105 mm M-56 Oto Melara auto rebocado e mais de 100 morteiros pesados de 120
mm, produzidos no Arsenal de Guerra do Rio de Janeiro, nos últimos quatro anos.
Atualmente a IMBEL, em sua fábrica de Juiz de Fora, está produzindo munições
de 105 mm para os canhões M-101 e M-56 auto rebocados, bem como para o morteiro
raiado de 120 mm, estando em desenvolvimento uma versão com propulsão adicional,
o que dará um alcance superior a 12 km de distância.
Possui também capacidade para produzir munições de 155 mm para o Obuseiro
M-114 auto-rebocado, enquanto que a munição do obuseiro 105 mm L-118 Light-Gun
está sendo produzida pela fábrica de munições da Marinha, a antiga FI.
À esquerda - Diversas etapas da fabricação na IMBEL-JF do corpo da granada, da esquerda para
a direita e de cima para baixo, 90mm, morteiro 120mm e 105mm. À direita diversos corpos de
granada 105mm recebendo acabamento.(Fotos: autor)
Desenvolvimento da munição do morteiro raiado de 120 mm e a munição com propulsão adicional.
(Fotos: autor)
A Artilharia de Campanha tem por missão geral apoiar a força pelo fogo,
destruindo ou neutralizando os alvos que ameacem o êxito da operação e é de vital
importância para o Exército num país de dimensões continentais como é o caso do
Brasil, daí a importância estratégica em manter e modernizar não só os meios como
também todo o setor de produção.
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