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MAPEANDO A LÍNGUA PORTUGUESA ATRAVÉS DAS ARTES
P. xviii
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P. 28
1) 8th line – replace descubra for descubram
2) 23rd line – replace question mark after trouxeram for full stop.
P. 31
1) 19th line – replace Tira for Tire
P. 32
Replace Superlativo for Superlativos
P. 33
1) 6th line – replace descreva for descrevam
2) 8th line – replace 10 for 5
P. 34
Replace à for a
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1) 6th line – replace a procura for à procura
P. 36
1) 3rd line – a) replace mini-narrativa for mininarrativa b) replace micro-conto for
microconto
2) 5th line – replace à for a
P. 38
1) 10th line – replace este for neste
2) 12th line – replace este for neste
P. 41
Replace é for seja
P. 42
1) 6th line -- replace de país for do país
2) 9th line – replace foto-jornalistas. for fotojornalistas.
3) 13th line – replace foto-jornalistas. for fotojornalistas.
4) 18th/19th/21st/23rd/25th/27th/28th/31st lines – replace auto-retrato/autoretrato
for autorretrato
P. 50
Delete os
P. 51
1) 21st line – replace gravaçâo. for gravação. [tilde]
2) 22nd line – replace Patrícia for Patricia
P. 53
Replace anteriores for posteriores
P. 57
1) 23rd line – print flaw of letter a in the word “especial”.
P. 66
1) 9th line – replace sues for seus
2) 10th/11th lines – a) replace sues for seus b) delete Quais as razões pelas quais
você gêneros musicais?
P. 69
Estrelas luso-afro-brasileiras
O teatro Zeiterion não é mais o mesmo. Desculpem-me pela falta de modéstia, mas
depois de quatro eventos ali protagonizados por estrelas do mundo lusófono, até as
paredes do distinto centro artístico já conhecem melhor a nossa cultura musical e a
nossa alma. Em menos de dois anos, fomos contemplados com os exuberantes
concertos de Dulce Pontes, Gilberto Gil, Lura e, no último fim-de-semana, a grande
fadista dos nossos tempos, Mariza. Alguns aspectos se destacaram nesses
espetáculos: o alcance e maleabilidade das vozes, além da simpatia e leveza
performáticas de cada artista. Uma sedutora e acrobática Dulce Pontes, por
exemplo, dançou e simulou emoções com seu corpo ágil e redobrável de cantorabailarina. Gilberto Gil, com sua poesia sutil e filosoficamente precisa naquele que foi
seu único show em toda a Nova Inglaterra, não apenas pareceu atingir o âmago do
ser etéreo e sonhador de cada um dos presentes. Ele também se fez de maestro para
que milhares de pessoas criassem o que talvez nunca tivessem nem mesmo tentado
na vida: um lúdico e inacreditável falsete. Vi muita gente chorando, de êxtase e pele
arrepiada. Ou era de orgulho, por saber que um artista brasileiro da estirpe de Gil ali
estava e cantava, carne e osso, como se estivesse numa roda de samba no boteco da
esquina, ou numa reunião de família, no fundo do quintal. Sim, era Gil, o mesmo dos
nossos sonhos e paixões dos anos 60, 70, 80 e 90, que prosseguia viagem pelo século
XXI esbanjando saúde, bom-humor, otimismo e muito lirismo. Com seus longos
cabelos trançados e amarrados atrás, ele vestia bata e calças de algodão branco –
mais parecia um anjo afro ou, talvez, um filho de Ghandi, um bloco de Carnaval de
Salvador. Lura chegou ao palco do Zeiterion exalando energia criadora, encantandonos em crioulo cabo-verdiano, inglês ou português. Entre os quatro artistas do
mundo lusófono, foi ela quem atraiu o público mais jovem àquela casa de
espetáculos. Lura é muito lírica também, e seu charme ao evocar múltiplas tradições
e dramas cotidianos de Cabo Verde levava-nos a um animado passeio pelas ilhas do
seu país. Quando dialogava com a platéia em cabo-verdiano, Lura parecia reforçar,
sílaba por sílaba, a legitimidade da existência cabo-verdiana enquanto povo dono
seu próprio idioma e de uma identidade diversificada, entre nativos e estrangeiros,
por exemplo, ou habitantes de Santiago e São Nicolau. Mariza fechou com chave de
ouro essa sequência de espetáculos luso-afro-brasileiros. Nascida em Moçambique,
filha de mãe africana e pai europeu, essa estrela de 33 anos deixou lembranças
indeléveis na mente de todos os que tiveram o privilégio de poder comprar seus
(caros) ingressos. Foi capaz de entreter os amantes do fado tradicional sem se
conter no improviso e na liberdade que sua voz potente e pluritonal lhe
proporcionava. Ela, que já morou no Brasil alguns anos, que já se expôs
profundamente às inovações vocais e rítmicas do gospel, blues e jazz norteamericanos, e que já descobriu o borbulhar inspirador das suas raízes africanas,
reiterou duas ou três vezes, em conversa com os seus ouvintes, a sua ligação visceral
com Portugal, um Portugal popular, dos bairros da Mouraria e Alfama.
Metaforicamente, Mariza aludiu à dupla semântica do termo “fado”: “gênero
musical” e “destino”. Ela, por assim dizer, fez glosa do fado do seu fado, isto é, do seu
destino enquanto cantora de fado e, também, do próprio fado enquanto música do
seu destino. Esse tal destino lhe empurrou o fado quando ela morava no Brasil e
ainda nem sonhava em ser fadista, apesar de ter sido criada desde os três anos em
ambiente de taverna, quando seu próprio pai possuía uma dessas casas na área mais
boêmia de Lisboa. Finalmente, parece-me de suma importância que Mariza faça seu
fado como o faz, eletrizando os corações dos patrícios sem deixar de reiterar a
origem transcontinental do seu talento ou a identidade multirracial do seu ser.
Saravá, Mariza!
Dário Borim Jr.
P. 70
Replace apresentou for apresentaram
P. 71
1) last line – replace no for do
P. 72
1) antepenultimate line in the box, left column – replace Vos for Vós
P. 74
Replace papai? for papai!
P. 77
R Á D I O-C A B E Ç A
João gostava de ouvir música. Samba, rock, funk, choro, frevo, baião… Sendo canção,
era com ele. Por isso ganhou de aniversário um desses aparelhos de bolso em que se
armazena e reproduz música. E passou a ouvir canções em moto-contínuo, qual
sempre sonhara.
A princípio contava apenas com as canções de sua modesta discoteca. Clicava no
modo “aleatório” e se deliciava com as montagens que o acaso lhe oferecia. O
aparelho garantia um grande número de sequências, conferindo sentido novo às
canções em cada momento que elas apareciam.
Em pouco tempo a rede de associações se potencializou de forma radical, pois João
andou de amigo em amigo, de discoteca em discoteca, até esgotar a memória da
máquina. Ora, a memória desses aparelhos, dizem, é um imenso armazém. E João
poderia, se quisesse, ouvir sequências que, ao máximo inusitadas, tornariam cada
canção um evento sempre novo.
Imagino, porém, que ele não quisesse se desfazer totalmente das repetições, uma
vez que, poesia pra tocar no rádio, canções também são para se guardar.
E quando ganhou a prodigiosa maquininha de bolso, João mudou. Radicalmente.
“Ficou surdo”, diziam. Aos pés do ouvido constantemente plugado, minguavam
mesmo as mais insistentes tentativas de comunicação. Gritar, fazer gestos ou mesmo
falar em câmera lenta para que ele lesse nos lábios o que tentavam lhe dizer: era
como se ninguém estivesse em sua frente. João batia o pé no pulso da canção ou, vez
por outra, entoava, desafinado, as melodias que se desdobravam em seus ouvidos.
A situação chegou no limite quando perceberam que João excluíra de sua rotina
todas as atividades que ameaçassem o fluxo contínuo das canções. Não ia mais à
faculdade, não assistia TV, quase não tomava banho, não conversava. Apenas ouvia
canções.
Foi difícil para a família, mas passaram a considerar a possibilidade de interná-lo.
Felizmente isso nunca chegou a acontecer, pois João, sabe-se lá se por obra do acaso
ou receio de se ver em camisa de força, voltara a fazer contato com o mundo ao
redor, retomando, pouco a pouco, um ritmo normal de vida.
Ou quase isso. Pois ele continuava com as canções. O que mudou foi apenas o modo
de usá-las. Na sala de aula, no bar, no cinema, baixava o volume a ponto de também
poder ouvir o lado de fora e, assim, vivia sempre em dois mundos. O mundo de fora
e o mundo de dentro muitas vezes sofriam inevitáveis interferências e João se via a
responder a alguém do lado de fora as palavras que habitavam o lado de dentro.
Depois de um tempo, aquela história de João com as canções finalmente parecia
entrar em declínio. Ao sair de casa, ele algumas vezes esquecia o aparelho em cima
do criado-mudo e passou a usá-lo só de vez em quando, como a maioria dos
ouvintes.
Ninguém duvidava das transformações. E todos, sem exceção, passaram a
comemorar a “cura” de João. Finda a tempestade, a vida se refazendo azul…
Muito tempo se passou até que, um dia, o inusitado se deu. Tendo abandonado por
completo o aparelho, objeto perdido no breu do esquecimento, João, sem estar
conectado a máquina alguma: fragmentadas, porém nítidas e em jorro contínuo,
brotavam canções em sua rádio-cabeça.
João não disse nada a ninguém. Temia que, dessa vez, o encontrassem doido. Como
as canções não o incomodavam, embora nunca cessassem, decidiu fingir que não as
ouvia. Continuou a frequentar as aulas na faculdade, ir ao cinema, conversar com os
amigos no bar e com a família na hora do jantar.
Mas com o tempo, tal como antes, deu de confundir as coisas. Exterior e interior,
entrelaçados, convergiam. E muitas vezes surpreendeu-se a entoar o trecho de uma
canção como resposta a alguém ou mesmo sozinho, num canto qualquer de casa ou
da cidade.
A princípio, achavam graça. Pensavam que João estivesse apenas se valendo da
memória das canções. Ele sabia, entretanto, que a maioria de suas intervenções
eram involuntárias, ecos do que soava dentro de si. Até que o mundo de fora e o
mundo de dentro acabaram por se confundir, fazendo com que ele não soubesse
mais distinguir um do outro.
E então um susto espesso e duradouro entrou em cena: o mundo lhe aparecia sob
forma de canção. Conversava com as pessoas e lhe restava sempre a impressão,
nítida, de estarem entoando canções. E mais que isso até: tudo, à sua roda, virava
canção. Não apenas palavras, mas também, por mais simples que fossem, os objetos.
Um pedaço de pau, uma pedra, um copo vazio sobre a mesa de jantar...
João sentiu fome, João sentiu sede, João sentiu medo. A fome, a sede e o medo
viraram canções. João pensou em desistir de tudo e decidiu terminar de vez com
aquela história. Foi até o edifício mais alto da cidade e se atirou do último andar.
Quando viu, voava leve, pluma no vento. Minutos depois, intacto sobrevivente, seus
pés deslizavam em ritmo sereno sobre o chão da canção.
No caminho de casa, em seus ouvidos, uma felicidade sem rumo. E definitiva.
Guilherme Trielli Ribeiro
P. 82
1) Text’s title – replace O quilombo for A Quilombo
A Quilombo na história das escolas de samba
Nem lembro a primeira vez que vi o carnaval carioca e as escolas de samba na
televisão, mas o que eu sei é que, de garoto, eu não imaginava a riqueza da história
do carnaval carioca, e as pessoas que fundaram as escolas de samba. Antes de viajar
ao Brasil pela primeira vez em 2002, a mãe de um rapaz a quem ensinava a língua
espanhola me apresentou ao Jack—vascaíno doente e amigo próximo do bamba
portalense Paulinho da Viola. Quando visitei Jack na casa dele, ele me passou o
telefone para falar com Cecília, filha do Paulinho da Viola. Cecília me disse, “liga pra
gente quando você estiver no Rio”. Assim que cheguei no bairro do Catete no Rio,
liguei para os filhos do Paulinho, e três deles, João, Cecília, e Beatriz, vieram me
buscar de carro para me levar a casa deles, onde tive a ocasião de passar a tarde e
tomar cachaça com Paulinho. Além da minha já nascente paixão pela música
brasileira, o encontro com Paulinho me motivou a aprofundar conhecimentos sobre
a história do carnaval carioca e das escolas de samba como a Portela.
Ao ler sobre a história das escolas de samba, descobri que em 1975, os integrantes
da Portela decidiram fundar uma escola de samba chamada, QUILOMBO, ou Grêmio
Recreativo Arte Negra. Pois é, fundar uma escola de samba. Porque como disse o
Cartola em entrevista em 1978, “no meu modo de pensar, as escolas de samba já
acabaram. Já não existe escola de samba. Há só uma agora, a Quilombo. As outras
são show” (Jornal do Brasil,1/7/78). Há vários motivos que instigaram os
integrantes da Portela a criar o QUILOMBO, tantos que não dá para mencioná-los
todos aqui. No entanto, uma das questões centrais foi bem articulada pelo sambista
e presidente do conselho deliberativo do QUILOMBO, Antônio Candeia Filho e seu
amigo Isnard Araújo no livro Samba: A Árvore Que Esqueceu A Raíz. Estas duas
pessoas expressaram um sentimento que foi compartilhado por muitos outros
sambistas nos anos setenta. Segundo eles, os elementos tradicionais do samba (os
passistas, as porta-bandeiras, os sambistas, as baianas) estavam à beira do perigo de
extinção. Com essa extinção, a modernização triunfava—esse show do carnaval do
qual falava Cartola (atores, atrizes, coreógrafos, artistas plásticos, desenhistas,
figurinistas, personalities). Porém, há pessoas que pensavam na época e pensam
ainda hoje, que a evolução do carnaval e das escolas de samba é algo inevitável que
deve ser aceita. Porém, para quem vive o samba de perto, como os integrantes do
QUILOMBO, essa chamada evolução era muito problemática. Como relata o bamba
Elton Medeiros no livro Candeia: Luz da Inspiração, “eles [Candeia e Paulinho da
Viola] perceberam que as escolas em que vivíamos se descaracterizaram cada vez
mais, impedindo que os sambistas mantivessem a sua autenticidade. Escola de
samba deixou de ser reduto de sambistas” (Baptista M. Vargens 75).
Depois das minhas leituras e depoimentos com sambistas sobre o QUILOMBO,
comecei a pensar seriamente no papel das pessoas que são influentes no mundo do
samba e que têm pouco ou nada a ver com ele. No final das contas, algo ficou claro
nesta história para os sambistas. O que muitos tinham entendido como uma
aparente vitória do samba, isto é, do seu passado de desprezo e perseguição, acabou
gerando uma realidade mais truculenta do que muitos chegavam a imaginar; não
somente a morte da escola de samba como tinha apontado o mestre Cartola, mas
também outra sensu estrictu, a do sambista.
Stephen Bocskay
Brown University
P. 83
1) last line – replace scrito for stricto [italics]
P. 92
Replace preconceitos? for preconceito?
P. 127
1) 27th line – replace poderá for poderão
2) 34th line – replace predomina for predominam
P. 159
1) 2nd/11th/12th/14th lines after the text – replace Luís for Luiz
P. 166
1) 1st line, item 8-38 – replace abaixo for ao lado
P. 168
1) 5th line – replace tamaios, for tamoios,
P. 200
1) 2nd/3rd/4th lines – replace Rufato for Ruffato
2) 6th line – replace Rufato for Ruffato,
P. 202
Replace afeta identidade for afeta a identidade
P. 203
1) 14th line – replace Roberto Da Matta for Roberto DaMatta
2) 36th line – replace Luís Fernando Veríssimo for Luis Fernando Verissimo
P. 216
1) 20th line in the text – replace pogroms for pogrons
P. 223
1) 25th line – replace á for a
P. 225
1) 1st line – replace singularizaçâo for singularização [tilde]
2) 27th line – replace em Maine for no Maine
3) 31st line – replace é de 25 a for são entre 25 e 33
P. 239
Replace sartoriais for cartoriais
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