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FUVEST 2002 - 2a FASE - HISTÓRIA
HISTÓRIA
3. Andava o conde de Nassau tão ocupado em fabricar a sua nova
cidade, que para estimular os moradores a fazerem casas, ele
mesmo, com muita curiosidade, lhe andava fazendo as medidas, e endireitando as ruas para ficar a povoação mais vistosa.
1. A cidade e o Estado não surgiram na Grécia antiga. Mas a
Pólis, entre os séculos VIII e III a.C., foi uma criação especificamente grega.
(Frei Manuel Calado. O valoroso Lucideno e triunfo da
liberdade, 1648)
a) Indique as instituições básicas da Pólis.
Com base no texto, responda:
b) Comente sua especificidade e sua importância histórica.
a) Quem foi o conde de Nassau?
Resolução
b) Qual o projeto apresentado no texto? Explique.
a) As principais instituições da Pólis manifestavam-se no
plano político, através da isonomia, que garantia a todos
os cidadãos a igualdade de direito em termos da discussão e elaboração das leis que normatizavam a vida de
seus habitantes.
Resolução
a) O conde Maurício de Nassau foi o governador de
Pernambuco (1637/1644) durante parte da ocupação
holandesa nessa região.
No plano religioso, eram importantes as panatenéias
(festas religiosas), que serviam para exaltar o caráter
sagrado da Pólis e os laços de seus cidadãos para
com ela.
b) A ocupação holandesa em Pernambuco (1630/1654)
caracterizou-se, entre outros aspectos, pela tolerância
religiosa, pelo incentivo à pesquisa da fauna e flora da
região e pela administração que procurou modernizar a
estrutura urbana, destacando-se a construção de pontes
e estradas.
A escravidão, no plano econômico, em termos gerais,
contribuiu para seu desenvolvimento.
b) A Pólis implicou a principal característica político-administrativa da Grécia Antiga. Possuía uma zona central,
fortificada, onde ficava a praça do mercado (Ágora), os
templos e outros edifícios públicos. Compreendia, além
da zona urbana (Asty), uma zona rural (Chora). Em torno
dela, organizava-se a vida política, econômica, social e
intelectual dos gregos antigos.
4. Nas primeiras décadas do século XIX, com as independên-
cias das Américas, parecia aos contemporâneos que o
colonialismo terminara. Mas, nas últimas décadas do mesmo
século, as potências européias estavam guerreando e negociando entre si a partilha da África e da Ásia.
Explique os interesses econômicos e os argumentos políticoideológicos presentes
Consistia uma unidade autárquica, por isso, tradicionalmente, entendida por cidade-estado. Exerceu grande
importância histórica ao legar-nos sonhos de cidadania,
participação política, distinções entre público e privado
etc.
a) na superação do velho colonialismo.
b) na constituição do neocolonialismo.
2. A servidão e a relação feudo-vassálica constituem as duas
instituições fundamentais do sistema feudal, tal como este se
formou e desenvolveu na Idade Média Ocidental. Explique a
origem e o funcionamento:
Resolução
a) A passagem do capitalismo comercial para o capitalismo
industrial, no século XVIII, resultou na decadência dos
países ibéricos e na ascensão da Inglaterra, que se
tornou hegemônica, marcando a crise do sistema colonial.
a) da servidão.
b) da vassalagem, ou da relação feudo-vassálica.
Resolução
Paralelamente às transformações materiais operavamse as mudanças no nível das idéias, com a sistematização do pensamento liberal e iluminista, que implicou
na contestação das práticas mercantilistas, entre elas o
pacto colonial, que nas colônias estimularam os primeiros movimentos separatistas.
a) A servidão tem suas origens mais profundas no processo de decadência do Império Romano, a partir do século
III, vinculada principalmente ao declínio da mão-de-obra
escrava e à necessidade subseqüente de sua
substituição por uma nova forma de exploração da força
de trabalho.
A combinação desses fatores resultou na independência
da maioria das colônias ibéricas no início do século XIX.
Nesse processo, os senhores de terra foram submetendo ao seu domínio e exploração os pequenos proprietários e outros segmentos da sociedade, transformandoos em servos.
b) A difusão da industrialização em meados do século XIX
para outros países, entre outros aspectos, resultou na
necessidade de se encontrar novos mercados consumidores e local para obtenção de matéria-prima.
b) A relação feudo-vassálica implicava direitos e deveres
recíprocos entre os nobres (laicos ou clericais) senhores
feudais, suseranos e vassalos. Tinham como função o
exercício e a preservação do poder expresso no domínio
do feudo.
Teve, assim, o início da partilha da África e Ásia, o
neocolonialismo.
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lingüiça. Quebramos então a vitrine e levamos a lingüiça. Isso
é comunismo. [...]
Os países industrializados justificaram suas práticas
“neocoloniais” através de um discurso racista, fundamentado na supremacia da “raça branca” ou, ainda, no
“dever dos povos mais desenvolvidos” de levar a
civilização para os “povos mais atrasados” (darwinismo
social).
Heiner Müller. Guerra sem batalha.
Com base no relato do autor, membro da Juventude Hitlerista,
explique
5. Odeio cordialmente as revoluções ... Nas reformas deve haver
muita prudência ... Nada se deve fazer aos saltos, mas tudo
por graus como manda a natureza... Nunca fui nem serei
absolutista, mas nem por isso me alistarei jamais debaixo das
esfarrapadas bandeiras da suja e caótica democracia.
a) a concepção de comunismo do professor.
b) como o regime nazista combatia esse inimigo.
Resolução
José Bonifácio de Andrada e Silva, 1822.
a) A concepção de comunismo para o professor consiste
na idéia de que tudo é de todos (coletivismo) e na ausência da propriedade privada. Esta idéia dava direito ao
cidadão de tomar o objeto que desejava.
Analise o texto, associando-o ao processo de independência
do Brasil no que se refere
a) à forma assumida pela monarquia no Brasil.
b) O regime nazista combatia o comunismo através do
terrorismo (psicológico, físico e mental) a qualquer tentativa ideológica contrária dentro da Alemanha.
b) à participação popular.
Resolução
8. As comunidades negras do vale do Ribeira não têm título das
a) A monarquia, sistema adotado no Brasil por um arranjo
político entre D. Pedro e a elite agrária, tinha por objetivo
a manutenção de algumas características que privilegiassem as duas partes, tais como: a unidade territorial,
a escravidão e a coroa, que ficaria com D. Pedro.
terras que ocupam, mas estão reivindicando o direito coletivo
de possuí-las, com base na Constituição de 1988 (...).
Liana John. Jornal da Tarde, 28/12/1993.
a) Explique a origem das comunidades negras a que se refere
o artigo do jornal.
Este arranjo só poderia ser feito caso as duas partes
tivessem formas de controle político sobre tal, o que
significou a impossibilidade da implantação de uma
monarquia absolutista e sim de uma monarquia constituicional.
b) Qual a relação entre o problema colocado pelo texto e o
fato de a Constituição de 1988 ser chamada de “constituição-cidadã”?
Vale notar que se “de direito” a monarquia tinha assumido
a forma constitucional, “de fato” esta monarquia assumiu
ares absolutistas através da criação, pela Constituição
de 1824, do poder moderador.
Resolução
a) As comunidades negras no Brasil tiveram, historicamente, dificuldades quanto aos seus direitos fundamentais,
como políticos, econômicos e sociais.
b) Este arranjo político, descrito na parte a, explicita o domínio político dividido entre D. Pedro e a elite agrária, principalmente se considerarmos, segundo o texto de José
Bonifácio, o juízo que esta elite fazia sobre a “suja e
caótica democracia”. Portanto, a participação popular,
praticamente, inexistiu.
Mesmo após o fim da escravidão, em 1888, os negros
não foram contemplados, em sua plenitude, por tais
direitos; isto acelerou a busca de sobrevivência, por parte
dos negros, de maneira isolada em comunidades que
poderiam gerar sua subsistência.
6. Em 1872, a cidade de São Paulo possuía 31.385 habitantes.
Em 1920, havia 579.033 pessoas na Capital.
b) A Constituição de 1988 garantiu, não só aos negros,
mas a todos os cidadãos, a posse das terras através
de processo jurídico promovido pelo Estado.
Explique esse extraordinário crescimento no período.
9.
Resolução
O crescimento populacional sofrido pela cidade de São
Paulo em fins do século XIX e início do XX só pode ser
compreendido se ressaltado o processo de industrialização
vivido por esta cidade.
Neste período, São Paulo deixou de ser a passagem do
interior ao litoral para se transformar no centro industrial do
país. Vale destacar que tal processo só foi possível através
do capital gerado na produção e exportação do café
produzido no interior de São Paulo.
7. Havia o professor responsável pela classe que algumas vezes
aparecia de uniforme. Ele nos explicou o comunismo: Comunismo
é quando passamos por um açougue onde está pendurada uma
Jornal O Estado de S. Paulo, 14/08/2001.
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No primeiro plano desta fotografia, Fernando Henrique Cardoso e Fidel Castro juntam as mãos com Hugo Chávez. Na
década de 1970, esta foto seria impossível, já que os governos do Brasil e de Cuba não mantinham relações diplomáticas.
b) o ataque terrorista ao Pentágono e ao W.T.C., em 11 de
setembro do mesmo ano.
Resolução
a) A História sempre relatou que o mundo se fragilizava
nos momentos em que um Estado tornava-se o único a
comandar a política e a economia dos povos. A globalização tornou-se a forma moderna de um imperialismo
nacional, fragilizando as demais nações. Daí a idéia de
que viver ficou perigoso.
Aponte duas razões – uma nacional e outra internacional –
para essa impossibilidade.
Resolução
Nos anos restantes o Brasil vivia, juntamente com os demais países da América Latina, um período de governo
militarista que se opunha a qualquer idéia socialista. Além
disso, foi um período em que a Organização dos Estados
Americanos, comandada pelos Estados Unidos, rompia relações diplomáticas com Cuba, excluindo-a de relações comerciais com os países alinhados aos Estados Unidos.
b) O ataque de 11 de setembro de 2001, além de atingir o
centro nervoso, tanto econômico como militar da maior
nação do mundo, mostrou a fragilidade de uma superpotência, até então idolatrada como invulnerável.
Comentário
10. Se é, como se diz comumente, pelo estudo do passado que se
pode compreender o presente, utilize seu conhecimento de
História para comentar criticamente
A prova foi bem distribuída, com assuntos de várias épocas da História, tanto Geral quanto do Brasil, permitindo ao
vestibulando condições para elaborar uma resposta satisfatória tanto na parte analítica quanto factual.
a) a manchete de capa da revista Época/Globo, em outubro
de 2001: “A Globalização do Medo. Viver ficou perigoso”
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Arq. 5