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Vol. XVIII • N° 302 • Montreal, 6 de fevereiro de 2014
Editorial
Curandeiros e quejandos
•
Por Carlos DE JESUS
M
uita gente acredita em horóscopos, em bruxas, em videntes, em curandeiros e em médiuns. Assim como também há
muita gente que acredita que a terra é plana e
que é o sol que gira à nossa volta e não o
contrário ou que o homem nunca foi à Lua.
Já Rabelais, médico, padre e escritor do
século XV dizia que «a ignorância é a mãe de
todas as misérias» e mais tarde um político
americano do século XIX, Robert Ingersoll,
afirmava que «a superstição é filha da igno-
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6 de fevereiro de 2014
EDITORIAL...
Cont. da pág 1
rância e a mãe da miséria».
Infelizmente não são só as pessoas pobres e incultas que vão atrás destas patranhas.
Um caso bem recente é o de Steve Jobs, o fundador de Apple e um dos grandes pioneiros da
informática, que, acreditando na virtude das
mesinhas e nos milagres do pensamento mágico, acabou por morrer de um cancro no pâncreas, com apenas 56 anos de idade, tendo recusado até às vésperas da morte os tratamentos
da medicina oficial.
Há ignorância, há superstição e há fé. Mas
há sobretudo muita gente crédula e outros tantos para tirarem proveito dessa credulidade.
Quando as sociedades funcionam normalmente, quando há pouco desemprego, quando
há menos ameaças de guerras ou conflitos,
quando a maioria dos cidadãos se sente em segurança e em paz, os curandeiros fazem menos
negócio.
Mas quando surge uma crise, ei-los de volta ao assalto das páginas de pequenos anúncios,
sobretudo nos pequenos jornais de província
ou, no nosso caso, nos jornais étnicos.
O que é deveras confrangedor é que, em
troco de um pequeno espaço publicitário pago,
os editores desses jornais não tenham a mais
pequena relutância em induzir os seus leitores
em erro, caucionando, com a idoneidade que
devia ser atributo da letra impressa, as mais
grotescas e enganadoras promessas feitas por
gente que não busca senão enganar o próximo.
Como se explica que haja gente que se
deixe levar por promessas tão balofas como
esta que vinha há dias publicada num jornal da
nossa comunidade: «Posso-vos ajudar a resolver os vossos problemas. Trabalho, amor, afeição, fidelidade absoluta no casal, carta de condução, atrair clientes, sorte para encontrar trabalho, tratar impotência sexual, proteção familiar
contra perigos, feitiços, álcool, curandeiro, sorte no jogo, etc.»
Infelizmente, a verdade é que há quem caia
no logro. Porque se não houvesse, os ditos
curandeiros não arranjavam dinheiro para pagar os anúncios. Temos mesmo conhecimento dum compatriota que gastou milhares de
dólares com um desses vendedores da banha
da cobra, para vir a descobrir que tudo aquilo
não passava duma burla.
Tem sido um número sem conta as vezes
que esses anunciantes nos têm batido à porta,
prometendo pagar bem e depressa e a nossa
resposta, amável mas firme tem sido sempre a
mesma. Obrigado pela oferta mas os seus serviços não se enquadram dentro da linha ética
do nosso jornal.
Não queremos servir de exemplo para ninguém, mas gostávamos que nesta matéria os
nossos colegas fugissem igualmente da tentação do anúncio bem pago, ainda que não seja
pelo respeito devido aos seus leitores. L P
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L u s oP r e s s e
Página 2
Quem não faz puto...
•
Por Osvaldo CABRAL
H
á exatamente dez anos que a
RTP mandou elaborar um projeto de reestruturação do seu canal nos Açores.
Uma década de sonhos que jaz perdida
algures numa gaveta da sede na Marechal
Gomes da Costa.
Era uma re-estruturação de necessidade absoluta, devido à já degradação das infraestruturas e equipamentos do canal, englobada num plano para toda a empresa,
denominado “Fénix II”.
Antes, tinha sido aplicado o “Fénix
I”, que re-estruturou todos os restantes
canais do grupo, incluindo a transferência
da 5 de Outubro para a Gomes da Costa.
Foram investidos mais de 2 mil milhões de euros nestas fénixes renascidas,
com novas instalações, novos estúdios e
equipamentos de ponta, em Lisboa, Porto,
Madeira, Delegações espalhadas pelo continente e ainda sobrou para “programas
de cooperação” com os canais dos PALOP’s.
O único canal que ficou a ver navios
foi... a RTP-Açores.
Quando o atual Presidente da RTP
veio, no final da semana passada, numa
entrevista ao “DN”, dizer que “há gente
na RTP que não faz puto”, lembrei-me
logo das administrações e ministros destes
últimos dez anos.
A reforçar a tese, o ministro Poiares
Maduro veio esta semana anunciar que o
aumento da CAV (Contribuição do
Audiovisual, que os contribuintes pagam
na fatura da eletricidade) é para re-estruturar
os canais internacionais e lançar mais 4
canais temáticos!
Ou seja, há canais do grupo público
que já vão na segunda
e terceira renovações,
já se pensa em mais
canais, e a RTP-Açores sempre a marcar
passo.
Esta gente devia
ter vergonha.
Vergonha porque prometeram uma
nova televisão, em
nome do serviço público para os Açores,
pago por todos nós,
e não cumpriram.
Vergonha porque vamos todos – nós,
açorianos – continuar a contribuir com o nosso dinheiro da CAV para re-estruturar outros
canais em Lisboa.
Vergonha porque delapidaram o património do canal regional, nomeadamente ao venderem um dos edifícios da sede regional, em
Ponta Delgada, no valor de várias centenas de
milhares de euros.
O dinheiro “voou” para Lisboa, sem que
fosse reinvestido um tostão nos Açores.
Administradores, ministros, deputados,
partidos, não se insurgiram contra este “negócio” nem se preocuparam, durante uma década,
em poupar umas migalhas para a renovação
de um canal, que só não se afunda mais por
persistência dos seus profissionais.
Administradores e políticos não fizeram
puto!
•••
FUNDOS – Os Açores vão receber, até
2020, cerca de 1,5 mil milhões de euros, no
âmbito do novo Quadro Comunitário de Apoio (QREN).
A verba vem incluída no envelope finan-
ceiro destinado a Portugal, que ronda os
21 mil milhões.
O Governo da República já estudou
e anunciou como vão ser aplicados os novos fundos.
Nomeou, inclusive, um Grupo de Trabalho, coordenado pelo Presidente da Associação Industrial Portuguesa, José Eduardo Carvalho, que escolheu os 30 projetos
mais prioritários para o país.
Integraram este grupo vários autarcas,
gestores, empresário, operadores de transportes, engenheiros, professores universitários e outros especialistas em vários setores.
O maior partido da oposição, através
do seu líder, António José Seguro, também
foi chamado a dar o seu contributo ao acordo de parceria sobre os fundos comunitários.
Nos Açores, é estranho o silêncio à
volta destes fundos.
O Governo Regional também já devia
estar a debater, com a sociedade civil, a aplicação do novo QREN, analisando as prioridades de investimento na nossa região.
É bom que haja o cuidado de envolver
toda a gente nesta discussão.
Para que não aconteça que estes fundos estejam ao dispor de uma cabeça só,
para satisfazer amigos de grupos económicos ou clientelas políticas.
Houve grandes investimentos, como
já se percebeu, que se revelaram um desastre
para a economia regional.
É preciso agora corrigir o tiro e investir
na criação de riqueza e empregos, sob pena de
continuarmos a ver os nossos níveis de desenvolvimento a passo de caracol.
E isto faz-se com todos, envolvendo
uma grande abertura, em vez de se tomarem decisões nos gabinetes fechados da
política. L P
Que mistério guarda o Morro da Cruz?
•
Por Lélia Pereira DA SILVA NUNES
N
os idos anos sessenta, costumava passar as férias de verão na casa da “tia”
Volga. Na verdade, a “tia” era de direito prima
e, de facto, muito mais que uma tia do coração. Foi ali no convívio dos primos e da turma da Herman Blumenau que ouvi falar, pela
primeira vez, sobre a existência de um misterioso túnel ligando o Morro do Antão, a
450 metros acima do nível do mar, até a
Igreja Nossa Senhora do Desterro e que teria
sido construído por jesuítas como via de fuga, caso a Ilha fosse tomada de assalto por
piratas ou, os padres, perseguidos pela mão
de ferro do Marquês de Pombal. Até um baú
carregado de pedras preciosas e joias de ouro
da mais fina ourivesaria portuguesa dizia-se
ter sido escondido no lendário túnel pelos
jesuítas. Tudo é possível: o túnel e o tesouro
escondido.
Por muito tempo, esta história do fabulário ilhéu, parte do imaginário coletivo da
nossa cidade me intrigou. No entanto, nunca
encontrei uma pista que confirmasse a sua
existência, a não ser o costumeiro “diz que
diz” envolto em mistério, visões sobrenaturais,
“pombocas” ou tochas que se apagavam e ventos uivantes em torno da sua embocadura abaixo da grande pedra, no alto do morro do Antão, assim chamado porque na encosta leste
residira o açoriano Antão Lourenço Rebolo.
Era também conhecido por Pau da Bandeira
por ter servido de posto semafórico como
meio de comunicação entre os navios e à Vila
de Desterro.
Lugar de grande beleza paisagística, vegetação exuberante, elo entre a Vila de Desterro
e a freguesia da Santíssima Trindade de Trás
dos Montes. Como bem descreve Virgílio
Várzea em Santa Catarina, a Ilha (1900):
“Por este valor portentoso abrindo para uma
natureza de supremo encantos, o Morro do
Pau da Bandeira deve atrair a curiosidade de todos que visitam o Desterro, como acontece
com os que ali nascem e vivem...”
A propósito da beleza da Ilha e seu destino, observou o arguto Paulo Joze Miguel de
Brito em sua Memória Política sobre a Capi-
tania de Santa Catharina (1839,39-40):
“Se a Ilha de Santa Catarina se tivesse dado
a atenção política que merece, e se tivessem
aproveitado devidamente as vantagens que
ela oferece (...), sem dúvida seria ela hoje o
Paraíso do Brasil.”
31 de dezembro de 1900. Fim de tarde
na Ilha. O dia se esvai na água cálida da baía
enquanto o céu tingido de púrpura saúda a
procissão de fiéis que parte da Igreja Matriz
levando o cruzeiro de ferro para erguê-lo no
alto do Morro do Antão num pedestal erguido pelo povo de Desterro. Uma iniciativa
do Padre Francisco Xavier Topp para assinalar a passagem do século. A bênção aconteceu em 6 de janeiro de 1901, dia consagrado
aos Santos Reis.
A Ilha adentrou o Século XX sob o
abraço da Cruz que, do cimo do Morro do
Antão, agora Morro da Cruz, abençoava a
antiga Desterro de ontem e abençoa a Florianópolis multicultural do Século XXI, esta
linda moça faceira que, na inquieta jornada
das gerações, como a mítica Penélope, tece
a renda infinita do imaginário da Ilha com
seus mistérios e lendas. L P
6 de fevereiro de 2014
Bilhete de Lisboa
Lisboa em movimento
•
Por Filipa CARDOSO
L
isboa foi eleita no passado mês de agosto, na Turquia, pelo
World Travel Awards, a melhor cidade europeia para estadas de curta
duração.
Nos últimos cinco anos este galardão foi entregue a Lisboa por
três vezes, em 2009, em 2010, e em 2013.
Tem havido um esforço contínuo para a melhoria dos produtos e
serviços turísticos. Um desses serviços foi inaugurado a 31 de agosto
do ano passado. Estou-me a referir ao elevador que da Rua dos Fanqueiros/Rua da Madalena nos permite chegar até ao Largo Adelino Amaro da Costa.
Esta obra é da autoria do arquiteto João Pedro Falcão de Campos.
A poucos passos encontramos o antigo Mercado do Chão do
Loureiro, onde funciona um grande parque de estacionamento, um supermercado e, no último andar, um restaurante com uma enorme espla-
L u s oP r e s s e
nada onde se pode apreciar uma panorâmica e excelente
vista sobre Lisboa. Neste edifício foi integrado, em 2011,
um elevador panorâmico que nos leva até ao nível da rua
da Costa do Castelo.
Esta obra é da autoria do arquiteto Eduardo Pereira.
Ambos os elevadores são gratuitos e funcionam das
9h às 21h.
Muito perto da saída do elevador, entre a Sé e o Castelo
de S. Jorge, na Rua das Merceeiras, foi inaugurado recentemente um hotel que estava com curiosidade de visitar, o
“Memmo Alfama Hotel Lisboa”, membro do “Design
Hotels”.
Para lá chegar, fui caminhando pelas estreitas ruelas
de Alfama, mas a escassos metros do hotel fui surpreendida
por um pedaço de arte de rua do jovem artista português
Vhils.
Este artista foi convidado a fazer um trabalho especial
numa das paredes exteriores. Desse trabalho resultou um
rosto muito original de um ex-morador do bairro.
Este pequeno hotel tem uma localização extraordinária, com uma vista de encantar sobre o rio Tejo, cumprindo a pretensão de, também, vender imagens inesquecíveis
de Lisboa.
Página 3
Todos os pequenos pormenores foram muito bem
pensados e o resultado está a ser plenamente conseguido,
que passa, segundo nos informaram, também, por promover os produtos nacionais de qualidade e com isso a identidade nacional.
Segundo o arquiteto responsável, Samuel Torres de
Carvalho, esta é a primeira grande intervenção contemporânea no centro da história de Alfama.
Este hotel é o “irmão” mais novo de um outro que
existe no Algarve, em Sagres, o “Memmo Baleeira Hotel”,
inaugurado em 2007.
Estes dois hotéis pertencem a Rodrigo Machaz, neto de
Joaquim Machaz, um dos fundadores dos Hotéis Tivoli (1933),
que em 1999 foram comprados pelo Grupo Espírito Santo.
Rodrigo Machaz sempre esteve ligado a estabelecimentos hoteleiros ao longo da vida, designadamente por via da
herança familiar, uma vez que a família sempre esteve ligada
à hotelaria. Trabalhou, designadamente, no Four Seasons
de Vancouver, num hotel em San Diego, e no Hotel Ritz,
em Lisboa.
Toda a experiência profissional que foi adquirindo no
espaço hoteleiro é visível em ambos os hotéis “Memmo”,
a que auguro grande sucesso. L P
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• José Vieira ARRUDA
• Norberto AGUIAR
Diretor: Carlos de Jesus
Cf. de Redação: Norberto Aguiar
Adjunto/Redação: Jules Nadeau
Conceção e Infografia: N. Aguiar
Escrevem nesta edição:
• Carlos de Jesus
• Norberto Aguiar
• Anália Narciso
• Lélia Pereira da Silva Nunes
• Fernando Pires
• Onésimo Teotónio Almeida
• Osvaldo Cabral
• Filipa Cardoso
• Inês Faro
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(Ver informações na página 16)
L u s oP r e s s e
Página 4
Dez anos sem Aldírio Simões...
Histórias que o tempo não apaga
•
Por Lélia Pereira DA SILVA NUNES
C
ronista da alma da Ilha, de Florianópolis, do carnaval, da terra, do mar, dos
valores mais típicos da nossa gente. Este
era seu chão e daí gerava a sua escrita simples
e alegre. Ousado, teve coragem de valorizar
o ilhéu nativo - o “Manezinho” - a identidade renascida e abraçada de forma incontestável. Com Aldírio Simões e sua paixão pela
Ilha nasceu um novo olhar - de respeito e
reverência - ao Manezinho que ele soube
como ninguém colocar no seu devido lugar
e dando a real dimensão da dignidade. Mesmo passados 10 anos de sua partida, Florianópolis não o esquece. Junto da saudade da
sua presença amiga ficou um legado inegável
representado por sua importante produção
literária para quem se aventurar a conhecer a
alma do ilhéu. Uma herança que permanecerá
viva no correr das gerações como parte da
nossa história cultural.
Histórias ou memórias que o tempo
não apaga...
Apresentei ao jornalista Osvaldo Cabral, na época Diretor-Geral da RTP-Açores,
o projeto de gravar nos Açores o programa
“Bar Fala Mané”. A ideia foi acolhida com
entusiasmo e o projeto previsto para ser realizado em junho de 2004. Aldírio ficou feliz.
Tudo acertado para divulgar a boa nova no
programa “Bar Fala Mané”, na noite de sexta-feira, dia 23 de janeiro de 2004. No entanto, “o Bar” não abriu. Um dia antes, Aldírio
Simões pregou-nos uma grande peça - simplesmente levantou âncora da vida e partiu...
Falar do Aldírio é como mexer num balaio
de siris. Puxa um e vêm todos... Assim, puxo
outra história. O aniversário da Fundação
Franklin Cascaes em 29 de julho de 2002.
Entre os convidados, os escritores Onésimo
Teotónio Almeida e Leonor Simas-Almeida,
da Brown University, Providence (USA).
Onésimo proferiu conferência na Academia
Catarinense de Letras e, com a Leonor, participou das inúmeras atividades da programação de aniversário da Fundação. Aldírio Simões fez questão de entrevistá-lo no “Bar
Fala Mané”, que seria gravado na Praia do
Sonho. Na última parte do programa seria
oferecido um farto almoço e, no cardápio,
músculo assado na panela. A entrevista foi
ótima. Tudo resultou bem e chegara o momento de servir o esperado “músculo na panela.”
- Professora Lélia, traz o Onésimo, o
escritor açoriano. Vamos encerrar agora, fala
o Aldírio. - Onde está o Onésimo? Cadê o
Onésimo? Procuramos por todos os lados e
nada. Minutos foram passando...
Saímos a procurá-lo nas redondezas. Ao
pé dali, coisa de uns 200 metros, uma família
almoçava. O aroma do churrasco e as gargalhadas tomavam conta do sítio. Entramos.
No fundo do quintal uma grande mesa em
torno da qual celebrava-se um aniversário.
Entre eles, e muito à vontade, estava o Onésimo todo sorridente a contar histórias. Doze
anos depois (e dez da morte do Aldírio) pergunto ao Onésimo o que guardara na memória sobre este breve convívio com o jornalista Aldírio Simões na sua visita Florianópolis.
Escreve-me Onésimo T. Almeida:
“Foi assim. O Aldírio no meio de nós
explodindo de vida e humor, alegria, wit, convivialidade suprema, tudo numa boa que um
visitante como eu, caído sem paraquedas em
Florianópolis, tomava como sendo de outro
mundo a confirmar que, para lá do Equador,
se não era verdade não existir pecado, ao menos tristeza não se enxergava. Foi rápido o
encontro, a conversa na TV ou na rádio (já
nem me recordo), a folia no parque, numa
festa que as fotografias não registaram o nome, pois não vêm com legendas e a memória
não consegue reconstruí-las. Trouxe comigo
esses momentos, esses rostos, essas faces
de sorriso rasgado e, de repente, tão de repente
como me surgiu esse monumento de comunicação que era o Aldírio Simões, chegou a
notícia de ele ter abruptamente decidido que
era bastante, qualquer razão estranha lhe ditara ser tempo de acabar a festa da vida. Tudo
um mistério que não entendi como não entendera antes de onde vinha tanto humor
nem tão contagiosa maneira de estar neste
mundo.” L P
Auten(tique)cidade
•
Por Onésimo Teotónio ALMEIDA
E
screve-me um açor-americano de Illinois (não se irritem comigo por causa desse “açor” em vez de “luso” antes de lerem o resto).
Traduzo o e-mail cuja frase de abertura já vem,
por sinal, em português (mais adiante virá a explicação):
Olá! Como vai? Chamo-me Austin Carvalho e sou de New Brunswick, Illinois. [“Carvalho” foi invenção minha para despistar o leitor
e preservar a privacidade do subscrevente. Idem
para a geografia indicada]. Passemos agora à tradução do cerne do e-mail:
Depois de visitar a Brown, fiquei deveras
interessado nessa universidade [devagar, caro leitor, a ideia não é fazer autopublicidade!]. O meu
entusiasmo levou-me de imediato a querer aprender mais nas áreas dos meus interesses mais específicos. Isso levou-me ao portal do Departamento
de Estudos Portugueses e Brasileiros e depois ao
seu CV. Foi impossível não notar que você é de
S. Miguel. Que legal! [este Que legal! saiu-lhe
assim mesmo em português, a demonstrar que o
está aprendendo na versão brasileira, ou então
com algum lusitano que vê muita telenovela daquele lado do mundo].
O meu avô também nasceu lá. Embora eu
tenha o sobrenome dele, não cheguei a ter oportunidade de o conhecer porque faleceu antes de
eu nascer. Por causa disso, tenho estado interessado em reavivar as minhas raízes portuguesas.
Estou particularmente interessado em ouvir as
suas opiniões sobre como é a vida nos Açores.
Como é um dia normal por lá? Quais são algumas
tradições e costumes especificamente açorianos?
Em que diferem dos de Portugal continental?
Que evolução sofreram ao longo dos anos?
Este ano também comecei a aprender português. Estou a tentar melhorar o meu sotaque. Atualmente soa um pouco a espanhol, pois tenho
estudado essa língua. O que me poderia fazê-lo
parecer mais açoriano? E o que torna o dialeto
açoriano diferente de outros dialetos portugueses?
Desculpe-me todas estas perguntas, estou
simplesmente fascinado com tudo isto.
Sinceramente [também escrito assim, em
português]
Austin (que é a versão americanizada do
nome do meu avô – Agostinho)
P.S. Tenho dois cães-de-água, um deles tem
o nome de Azor por causa das ilhas.
Lá seguiram para o jovem recomendações
bibliográficas (se não, no resto do mês não faria
outra coisa além de responder-lhe às perguntas),
mas ficou-me o bico-de-obra: como explicar-lhe
a questão do sotaque? Que não há sotaque açoriano, ainda vá, posso informá-lo de que, quando
se usa essa expressão, se refere geralmente o sotaque micaelense, o da minha querida ilha. O problema vai ser a escolha. Ensino-lhe o da Ribeira
Grande, o da Bretanha, ou vou mesmo mais longe na saga da autenticidade e apresento-lhe o de
Rabo de Peixe?
Se calhar recomendo-lhe os dois: o de Lisboa
e o de Rabo de Peixe. Ficará tetralingue (ou tataralingue, como Saramago preferia – pelo menos
escrevia tataraneto).
Na mente do leitor adivinho uma dúvida:
Austin a tradução mais próxima de Agostinho?
Claro! O ouvido dos pais do jovem eram afinados.
Em micaelense, Ag’stim.
Ah! As vantagens do bilinguismo!
LP
6 de fevereiro de 2014
L u s oP r e s s e
Página 5
José Cesário em Montreal
«Missão é exemplo de mobilização»
•
Entrevista de Inês FARO
G
“
osto de me manter atualizado. Como tinha alguns eventos
agendados em Toronto e uma visita planeada a Otava aproveitei para
visitar também Montreal”, disse o secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, a propósito do seu encontro com a comunidade
portuguesa de Montreal na Missão de Santa Cruz nos dias 30 e 31 de janeiro.
Uma visita para rever a nossa comunidade, onde também aproveitou para se encontrar com algumas instituições fundamentais para a
relação entre o Governo de Portugal e a realidade local.
Nas suas últimas visitas a Montreal, José Cesário fez questão de
passar pela Missão de Santa Cruz. “Considero que a Missão de Santa
Cruz é um centro fundamental da vida da nossa comunidade. Faço
questão de vir aqui periodicamente porque sei que se fazem coisas muito interessantes”, disse, realçando que a Missão é um exemplo ao nível
da mobilização de pessoas de todas as gerações da nossa comunidade.
“Tenho procurado sempre encontrar-me com pessoas provenientes de várias áreas sociais e profissionais. Temos de estar conscientes
de um facto – é humanamente impossível ir a todo o lado”, disse a propósito de quem o crítica por ainda não ter visitado algumas das associações da nossa comunidade.
Nova emigração
Um dos temas-chave durante esta sua visita ao Canadá foi a nova
vaga de emigração para o Canadá. Embora não seja o destino preferido
dos portugueses – França, Luxemburgo, Suíça, Angola e Brasil continuam a ser países mais procurados -, o Canadá tem acolhido uma recente vaga de emigração vinda de Portugal. “Temos plena consciência
que entraram muitos portugueses no Canadá nos últimos anos. Também sabemos que muitos estão em situações ilegais e isso é uma preocupação”, disse. “Por outro lado, temos conhecimento que muitos
desses novos emigrantes se conseguiram integrar na sociedade canadiana
e prestam um serviço útil ao desenvolvimento deste país”, acrescentou.
Canadá e Portugal
A vaga mais recente de emigração foi um dos temas que também
esteve na mesa no encontro de José Cesário com o ministro federal para o Multiculturalismo, Jason Kenney, em Otava. Para os portugueses
que pensem emigrar, o Canadá quer apresentar-se como um destino de
eleição. “Sabemos que há procura de quadros de setores especializados
para este país”, disse José Cesário. “Há províncias que estão a recrutar.
No próximo mês vamos receber em Portugal uma delegação de Manitoba
para recrutar trabalhadores portugueses”, acrescentou. De acordo com
José Cesário, as entidades federais prometem também facilitar a entrada
de emigrantes qualificados vindos de Portugal, dando preferência a
quem domine uma das línguas oficiais do país.
Emigrar, uma solução?
“Nós não incentivamos ninguém a emigrar, mas somos confrontados com a realidade atual: pessoas que são obrigadas a emigrar nalguns
casos e noutros casos os que intencionalmente procuram alternativas”,
disse o secretário de Estado das Comunidades.
Para José Cesário, o papel do Governo é o de alertar para as condições desta nova emigração. “Se optarem por emigrar, o importante é
que o façam em segurança”, disse. “É preciso que as pessoas conheçam
as circunstâncias em que vão: se têm contrato de trabalho ou não; se
sabem exatamente para onde vão; quais são os custos de vida no país;
etc.”, alertou.
lação à última revisão
da lei que acaba com
os Conselhos Regionais. “O Conselho é
um órgão muito importante para encaminhar o governo relativamente às questões específicas de cada comunidade”, disse. “Infelizmente,
deixou de ter como
prioridade a representação das questões específicas que condicionam a vida dos portugueses em cada região”, declarou.
“Consideramos que
as comunidades não
são todas iguais, por
isso estamos a lutar
para que todas as comunidades possam
voltar a ter essa representação”, concluiu.
Mensagem para a
comunidade
Por último, o Secretário de Estado das
Comunidades quis
deixar uma mensagem
à comunidade portuguesa de Montreal.
“Espero que a comunidade seja capaz de
se unir em torno de
projetos concretos e
consiga mobilizar
gente mais jovem para a vida comunitá-
O secretário de Estado das
Comunidades Portuguesas, José
Cesário, antes de passar por
Montreal e Toronto, esteve em
Otava, capital do Canadá, onde se
encontrou com o ministro do
Trabalho e do Multiculturalismo,
Jason Kenney.
ria”, disse. “É importante esta articulação entre
mais velhos e mais novos de maneira a sermos
capazes de promover cada vez melhor os interesses dos portugueses na sociedade de acolhimento, os produtos portugueses, os valores e
a nossa história”, disse José Cesário. L P
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Mudanças no Consulado
Uma novidade anunciada pelo secretário de Estado das Comunidades foi a mudança para breve no Consulado. “É possível que haja
uma readaptação do espaço do Consulado. É uma área muito grande e
está desaproveitada. É excessivo para aquilo que são as necessidades
deste posto”, disse. No entanto, José Cesário deixou claro que esta alteração não afetará em nada os serviços que o Consulado-Geral de Portugal presta aos cidadãos portugueses de Montreal.
Porque os nossos clientes merecem o melhor!
Uma relação que dura há 20 anos e da qual
nos sentimos orgulhosos.
Conselho das comunidades
José Cesário falou ainda da posição da Secretaria de Estado em re-
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6 de fevereiro de 2014
L u s oP r e s s e
Página 6
O Livro Digital e a França da Cultura Com Preço Fixo!
•
Por Fernando PIRES
D
ecerto que não foi o livro numérico
digital de Dany Laferrière que fez com que ele
fosse eleito para a Academia Francesa, levando
este escritor Haitiano ao “santuário” dos intelectuais da francofonia?!
A natureza da hierarquia desta instituição
francesa do saber, talvez não se enquadre, hoje,
ainda, nas alianças da troca do saber comercial
no mundo da sabedoria numérica digital do livro. Por isso é de tirar o chapéu aos negociadores da Aliança Comercial Europa-Canadá,
sobretudo ao negociador Pierre-Marc Johnson, por ter deixado de fora nesta aliança, uma
cláusula de exceção cultural para o Quebeque.
Mas vamos ao assunto que aqui mais nos
Dra. Carla Grilo, d.d.s.
Dentista
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interessa, que é a edição do livro de papel em
relação à edição do universo digital das novas
tecnologias numéricas do livro prancheta editado pela americana multinacional AMAZON,
onde este monstro do digital começa a deixar
rastos que é de arrepiar os cabelos.
Primeiramente, temos que identificar o estratagema, do modo como este elefante sem
escrúpulos faz dinheiro com o comércio da
rentabilidade, da sabedoria dos homens (Amazon é a décima nona multinacional mais rica
do mundo, fundada apenas há 13 anos, que
conta 52 milhões de clientes).
Segundo o jornal “O Mundo Diplomático” são “cem mil pessoas, através do mundo,
que se ativam numa azáfama no seio de oitenta
e nove armazéns num espaço de uma superfície
que acumula um total de sete milhões de metros quadrados”, tradução livre... Ou seja atualmente: Alemanha, Japão, Estados Unidos e
França... A escolha da Alemanha na Europa
não foi um puro acaso, o estratagema foi pensado como cabeça-de-ponte, num país onde
o Banco Central alemão dita a sua maneira de
gestão à outra Europa, no qual país não tem
uma lei do salário mínimo! Por isso o Sr. Jeff
Bezos, patrão da Amazon Web Services, viu
aqui uma oportunidade para atingir o seu objetivo. Este senhor está disposto a vender tudo
(mesmo a própria mãe). Aproveita assim o
desemprego atual em Portugal, Espanha, Itália,
e noutros países da Europa, cruelmente obriga
trabalhadores em França a aceitar condições
de trabalho sem aquecimento, nos seus arma-
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zéns, a trabalhar de luvas, de parkas e de barrete.
(Não me venham agora dizer que Amazon-digital não tem nada a ver com a escravatura da
tecnologia numérica moderna!)
Onde mora a democracia direta que não
distingue a qualidade da quantidade?
Decerto que a quantidade dos serviços que
Amazon produz tem como consequência produzir mais, em menos tempo, e em condições
indignas de trabalho a que são submetidos os
seus trabalhadores. Espaço de habitação restrito para oito homens sujeitos a aceitar temperaturas demasiado quentes, ou extremamente frias em locais de trabalho e de alojamento!
Vamos agora aos livros pranchetas digitais e das suas “consequências” ao longo dos
tempos com a rapidez e a impaciência da utilização das novas tecnologias, assim como a
“brevidade utilizada, que vai ao encontro da
especificação rigorosa em assuntos aprofundados da paciência de um leitor”. Este entre aspas, é aquilo que pude interpretar da explicação
mencionada num artigo de opinião publicado
no jornal “Público” e referido na conferência
que Valter Hugo Mãe deu no Instituto Camões
na Universidade de Montreal.
Hugo Mãe, numa passagem do seu livro
escreve o seguinte: “tu sabes hoje armazenamse informações que não serão jamais consultadas”.
Será que a leitura efémera da rapidez de leitura numérica não será meio caminho andado
para a desmaterialização da humanidade?
Para que serve o desenvolvimento da tecnologia numérica senão para aliviar o homem
das algemas da vida que o condicionam, encaminhando-os para a sua libertação?
Fabien Deglise menciona como “paradoxo” o facto de não se avançar com o “desenvolvimento da tecnologia numérica e digital”
sobre a presença científica da Astronomia, em
vez do obscurantismo, esoterismo horoscópico e práticas do feiticismo (que se veem constantemente em jornais cá do nosso bairro).
O jornalista Deglise dá como o exemplo
o jornal “La Presse” que numa página numérica, ao lado, se encontra a leitura do horoscópio.
Portanto, o conceito de Astrologia não é um
conceito científico! Mas esta crítica vai mais
longe quando cita o “Império Ficher-Price”
como inventor de uma cadeira batizada “Apptivity Seat”, para um bebé com mais de 18 kg,
cadeira essa ajustada ao nível da vista do bebé
para ele poder ver o iPad. Imaginem!
Não teria havido também precipitação na
edição do livro numérico em substituição do
papel? Nicolas Carr, um especialista americano
das novas tecnologias, diz o seguinte: “No
que diz respeito aos tabletes, quanto mais o
número aumenta menos eles servem para ler
livros”, acrescentando ao mesmo tempo que
num futuro previsível, “o livro eletrónico poderia não ter existência que como apêndice do
livro imprimido, como o livro audiovisual”. A
França, talvez seja um exemplo na Europa,
dado o avanço das novas tecnologias numéricas, mesmo em Paris as pequenas livrarias ainda
não cederam todo o espaço à leitura da prancheta digital!
Talvez por isso Jeff Bezo, patrão da Amazon, ainda não tenha conseguido o sucesso
esperado, visto que é uma empresa deficitária
de quem o fisco francês reclama quase 200 mil
euros. No entanto é possível que daqui por
cinco anos os franceses cedam a este monstro
No Verão
Canadiana ‘low cost’ Rouge
voa a partir de Lisboa
A
transportadora aérea canadiana ‘low
cost’ Rouge vai começar a operar voos diretos
a partir de Lisboa no próximo verão, anunciou
um responsável da ANA, entidade que gere os
aeroportos portugueses.
Num balanço sobre o tráfego nos cinco
aeroportos geridos pela ANA durante o ano
de 2013, o presidente da empresa, Jorge Ponce
de Leão destacou o contributo das ‘low cost’
para o aumento do número de passageiros e
salientou que, a par das britânicas Easyjet e da
Ryanair, também o crescimento da franco-holandesa Transavia “começa a ser significativo”.
“A redução da dependência da Easyjet e da
Ryanair é um objetivo que devemos prosseguir
para não estarmos dependentes da estratégia
de uma companhia aérea”, afirmou Ponce de
Leão em conferência de imprensa, acrescentando que a ANA “aposta na diversificação
das ‘low cost’”.
O tráfego nos aeroportos geridos pela
ANA aumentou 5% no ano passado, atingindo 32 milhões de passageiros, metade dos quais passaram por Lisboa, cujo aeroporto é servido por 37 companhias aéreas.
LP
multinacional de fazer a entrega a domicílio
em “taxi-drôme” dentro de alguns minutos!
Obrigando assim ainda mais o cidadão a sedentarizar-se e a tornar-se legume?
O texto numérico sabe hoje das nossas
vidas porque estamos rodeados de um “Bigbrother” que pode saber hoje o que escrevemos, o que lemos, os males do corpo de que
sofremos e por aí adiante.
A potência da ferramenta da transmissão
digital hoje, nesta cultura numérica, é imensa,
mas também pode ser efémera.
Citemos André Schiffrin, que fez carreira
na edição nos Estados Unidos e que escreveu:
“Em 1945 Nova Iorque tinha 300 livrarias,
hoje são apenas 30” (Os oráculos modernos).
Ref.: Jornal “O Mundo Diplomático”
n° 716 – novembro 2013.
Jornal “Le Devoir” – 13/16 dezembro
2013.
Jornal “Público” (Opinião Digital) – 1
de dezembro 2013 (Valter Hugo Mãe “L’apocalypse des travailleurs”, Éditions Métailié
– Paris 2013).
Revista “Pour la Science’’ n° 433 – novembro 2013. L P
6 de fevereiro de 2014
•
L u s oP r e s s e
E praxar os políticos?
Por Osvaldo CABRAL
J
á aqui abordei, por mais de uma
vez, a hipocrisia que é a classe política manifestar-se “profundamente preocupada”
com temas que dividem a sociedade e, depois, deixar ficar tudo na mesma.
Na semana passada dei o exemplo da
crescente abstenção eleitoral.
Agora temos as praxes académicas.
Pelo meio surgem, todos os dias, sinais da mais despudorada hipocrisia.
Vejamos as mais recentes.
A aprovação do referendo sobre a coadoção e adoção por uma minoria de deputados, ainda por cima com disciplina de
voto, que certamente não será realizado, é
uma atitude hipócrita para que tudo fique
na mesma.
Fazer uma grande festa com a redução
do défice, quando é sabido que foi à custa
das receitas do aumento dos impostos,
penalizando os mais fracos, é pura hipocrisia política. Reduzir o défice assim, até
a mais humilde Junta de Freguesia.
Quando Passos Coelho define o perfil do candidato presidenciável, a apoiar
pelo PSD, recusando um “cata-vento de
opiniões erráticas”, e depois vem dizer que
não se estava a referir a Marcelo Rebelo de
Sousa, revela a mais requintada hipocrisia
política.
O PS e o PCP, ao acordarem a formação de uma comissão parlamentar de inquérito aos Estaleiros de Viana, deixando
de fora, subtilmente, o mandato das administrações de José Sócrates, é outra forma
hipócrita de fazer política.
Vir dizer que os investimentos em ciência e tecnologia aumentaram com este
governo, quando está à vista de todos a
redução de bolsas individuais de doutoramento e pós-doutoramento, com cortes
acima dos 40%, é mais uma hipocrisia.
Criar um “grupo técnico” para estudar
e propor uma “reformulação da Contribuição Extraordinária de Solidariedade”, é
um eufemismo hipócrita, porque o verdadeiro significado da medida é escolher a
fórmula constitucional para o corte defini-
tivo das pensões.
Até no setor da Justiça, quando umas
almas penadas vêm propor escutas e buscas
aos jornalistas, por causa do segredo de justiça, é outra forma de hipocrisia. Quer dizer,
não se vai à fonte, vai-se ao mensageiro.
Os exemplos desta prática política, em
todos os quadrantes, são assustadoramente
crescentes.
Revelam o caráter pouco digno que se
respira no país político.
Voltando às praxes académicas, cuja discussão vai estar, novamente, na agenda política destes dias, deixem-me recordar mais
esta hipocrisia da nossa classe política: em
2008 a Comissão de Educação e Ciência da
Assembleia da República elaborou um grosso relatório sobre a violência nas praxes
académicas, ouvindo várias personalidades
do mundo do ensino, incluindo professores, reitores e alunos.
Destacadas figuras defenderam o fim
das praxes ou, em alternativa, a criação de
legislação que orientasse o fenómeno, com
castigo severo às praxes violentas.
A dita Comissão, presidida, imaginese, por António José Seguro, gastou tempo
e tinta no laborioso relatório.
Sabem qual foi o resultado?
Zero!
Digam lá se não dá vontade de pegar
nessa classe política e praxá-la na praça pública.
•••
PICO – A ilha do Pico, pela sua extensão, tem sido uma das mais martirizadas pelo
setor da saúde.
Nenhum governante conseguiu, até
hoje, encontrar uma fórmula racional e eficaz para resolver os graves problemas dos
picoenses na saúde.
Surge agora a ideia peregrina de concentrar tudo na Madalena, esvaziando as unidades das Lajes e de S. Roque.
Tudo em nome da racionalização financeira.
Mas há orçamento para os complementos dos funcionários públicos que já
ganham 3 mil euros e margem de manobra
para estabelecer horários de 35 horas...
É outra forma de hipocrisia política. L P
Dia 25 de Março!
Primeira edição de um leilão silencioso
Participe!
O
Centro de Ajuda à Família organiza a primeira edição de um leilão silencioso,
terça-feira, dia 25 de março de 2014, a partir das 18h, no Restaurante Chez Le Portugais,
4128 St-Laurent em Montréal.
As obras de arte de todos os géneros serão expostas e podem ser adquiridas no leilão
silencioso. Estas obras foram oferecidas ao Centro por artistas provenientes de vários
horizontes, por isso é uma ocasião excecional de encontrar obras de arte de qualidade para
todos os gostos e orçamentos. E a tudo isto, acrescenta-se um encontro simpático e agradável, bem como prémios de presença.
Esperamos por si!
Para mais informações: http://www.centreaidefamille.ca/caf/index.php?id=15 L P
35
anos
Página 7
6 de fevereiro de 2014
L u s oP r e s s e
Página 8
Deputada luso-canadiana quer mais mulheres portuguesas na política
T
Teresa Armstrong disse que gostava de ver a
comunidade portuguesa “mais envolvida” na
política no Canadá, “especialmente as mulheres”.
“Ficava mais agradada se houvesse mais
portugueses na vida política canadiana, principalmente mais mulheres ativas”, referiu a lusocanadiana em declarações à agência Lusa.
Teresa Armstrong é natural da Terceira
(Açores) e é a primeira mulher de origem portuguesa a integrar o parlamento provincial do
Ontário.
“Tem de haver um maior interesse e motivação por parte da comunidade portuguesa para estarem mais ativos”, acrescentou a deputada
de 48 anos.
Teresa Armstrong passou muito do seu
tempo livre em causas associativas, com destaque para o Luso Centre, integrando o elenco
diretivo do Luso Centre, associação que ajuda
os imigrantes na sua integração na sociedade
canadiana, nomeadamente no inglês e também
nos requerimentos de imigração.
“Tentamos manter a cultura, ficar com as
raízes do país, pois temos orgulho em sermos
portugueses”, regozijou-se a deputada.
Tendo a seu cargo a área da terceira idade,
uma das dificuldades dos idosos é a integração
quer pela língua quer pela cultura no Canadá,
Teresa Armstrong envolve-se com diversas comunidades de London, nomeadamente com a
“portuguesa, italiana, grega, coreana e chinesa
“, na distribuição de livros nas respetivas línguas para que aquelas comunidades se possam
“adaptar” mais facilmente.
A lusodescendente imigrou com os seus
pais para o Canadá com apenas seis anos de
idade. Em Outubro de 2011 foi eleita deputada
provincial pelo NDP, principal partido da oposição do governo liberal, pela área de London
- Fanshawe. É crítica do seu partido pelas áreas
da educação do ensino superior e também pela
terceira idade.
Além de Teresa Armstrong, existe também
outro deputado de origem portuguesa no parlamento provincial, Charles Sousa (Partido Liberal), eleito por Mississauga Sul, atual ministro
das Finanças do Ontário.
“Estamos em partidos diferentes, mas
quando é necessário falar, fazemo-lo, estamos
abertos ao diálogo, pelo menos considero que
da parte dele (Charles Sousa) também é assim.
E no Dia de Portugal, ele faz questão de se
lembrar de mim”, afirmou.
O NDP em Junho de 2013 viabilizou o
orçamento provincial, exigindo algumas
Votre
medidas ao governo
liberal, em particular
uma diminuição dos
valores das taxas dos
seguros automóvel.
“Não pretendemos
*
*
*
eleições antecipadas,
pois trará alguns gastos, e daí que sugerimos ideias, queremos
Cabernet Sauvignon - Pinot Noir Merlot
uma província meChardonnay - Sauvignon Blanc - Icewine - Port
lhor, com a criação de
Mais de 40 variedades, em brancos, tintos e rosés.
mais empregos”, salientou também lan38 anos
Import
çando em perspetiva
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a votação do orçaAberto de terça-feira a sábado. Encerrado ao domingo e segunda-feira.
mento para este ano.
ORONTO, Ontário - A deputada provincial luso-canadiana
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Para aproximar a Diáspora a Portugal
Gulbenkian e COTEC relançam iniciativa
Candidaturas até 31 de março de 2014
E
stão abertas as candidaturas para uma nova edição do Concurso
Ideias de Origem Portuguesa e do Prémio Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa, que formam a iniciativa FAZ, promovida
pela Fundação Calouste Gulbenkian e a COTEC Portugal com o objetivo de aproximar a diáspora portuguesa do seu país.
Os interessados podem submeter candidaturas até 31 de março
nos respetivos sítios: www.ideiasdeorigemportuguesa.org e
www.cotec.pt/diaspora
IDEIAS DE ORIGEM PORTUGUESA
O objetivo deste Concurso é encontrar projetos de Empreendedorismo Social que façam a diferença nas áreas do Ambiente e Sustentabilidade, do Diálogo Intercultural, do Envelhecimento e da Inclusão
Social.
Para participar só é necessário constituir uma equipa que integre
um português ou luso-descendente residente no estrangeiro e submeter
um vídeo ilustrativo da ideia que propõe.
Criado pela Fundação Calouste Gulbenkian em 2010 para usar a
experiência, o talento e o dinamismo dos emigrantes portugueses em
benefício do seu país de origem, o concurso Ideias de Origem Portuguesa registou grande adesão nas edições anteriores, com um total de
278 ideias provenientes de mais de 30 países dos 5 continentes.
Na primeira edição, a ideia vencedora foi “Requalificação a Custo
Zero” que se materializou no projeto Arrebita!Porto, atualmente a trabalhar na reabilitação de um edifício devoluto na Ribeira do Porto.
Na segunda edição, foram premiados três projetos: Orquestra XXI,
que reúne músicos portugueses espalhados pelas melhores orquestras
do Mundo para tocar com regularidade em Portugal; Fruta Feia, projeto
de combate ao desperdício alimentar, que criou uma cooperativa de
consumo para distribuir fruta e legumes que não são vendidos apenas
por razões estéticas; e o Rés do Chão, projeto que dinamiza os pisos
térreos de edifícios desocupados, aproveitando esses espaços para promover indústrias criativas locais.
PRÉMIO EMPREENDEDORISMO INOVADOR NA DIÁSPORA
PORTUGUESA
O objetivo deste Prémio é distinguir os portugueses que, pela sua
ação empreendedora e inovadora, se notabilizaram fora de Portugal
nas suas respetivas atividades empresariais, mas também a nível social
ou cultural.
Promovido pela COTEC Portugal desde 2007, e contando com o
alto patrocínio do Presidente da República, este Prémio tem contribuído
para fortalecer a ligação dos portugueses ao seu país de origem, mas
também tem permitido reforçar a imagem e prestígio de Portugal no
estrangeiro. Pretende-se ainda que tenha reflexos na internacionalização
da economia e na atração de investimento, mas também na valorização
da língua e da cultura nacionais.
O Prémio Diáspora já deu a conhecer, ao longo destes sete anos,
importantes personalidades que se afirmaram nos meios empresariais,
sociais e políticos, em sociedades de acolhimento da mais elevada exigência, como Austrália, EUA ou França. Na última edição, Mapril Baptista
foi o vencedor do Prémio e Teresa Lundahl foi distinguida com uma
menção honrosa.
Mapril Baptista emigrou para França aos 6 anos onde é atualmente
proprietário da marca Les Dauphins, líder em venda de ambulâncias,
com cerca de 98% de quota de mercado na Ile de France e 50% em todo
o país. Teresa Lundahl vive na Suécia, onde fundou a Mateus Stock AB,
uma empresa que combina design moderno com artesanato tradicional
português, através da produção de peças de cerâmica exclusivas e produzidas à mão em Portugal.
A última edição deste Prémio reuniu até agora o número recorde
de candidaturas: 155. No último ano destacou-se a participação inédita
de candidatos da Índia, Malásia, República Checa e Venezuela. Os países
que têm uma forte participação das comunidades portuguesas neste
Prémio são os EUA (30), França (23), e o Brasil (17). Os setores mais
representados são o empresarial/financeiro, com 29% das candidaturas,
seguido pelos setores da restauração/turismo, educação/investigação/
ciência, e indústrias criativas.
Mais informações: www.faz.com.pt L P
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Anos
6 de fevereiro de 2014
L u s oP r e s s e
Página 10
Festival Montréal en Lumière
Com pouca participação lusa
•
Por Norberto AGUIAR
E
Na festa de sexta-feira passada…
Associação Portuguesa fez pela vida
•
Por Anália NARCISO
D
iz-se que a maior parte dos clubes
e associações da comunidade têm dificuldades
em recrutar dirigentes. Também se diz que essa
maioria tem problemas financeiros graves. Pode ser. Mas é coisa que não podemos confirmar... Contudo, também sabemos que há quem
se esforce para mudar o sentido das coisas nesse domínio. E esse esforço vem de dirigentes
associativos como de pessoas do exterior das
organizações. Está neste caso Carlos Ferreira,
do Grupo Ferreira, que tem ajudado quem se
lhe dirige, com particular incidência a Associação Portuguesa do Canadá, que ainda não há
muito tempo beneficiou dum investimento
de uma soma significativa, direcionada para
melhoramentos estruturais.
Na sexta-feira passada, nas suas instalações, foi levado a efeito um jantar, «entre amigos?», para angariar fundos para a Associação.
E quem esteve por detrás da iniciativa? Claro,
o Carlos Ferreira!
Muito bem preparado, não tivesse a chancela do novo chefe do Ferreira Café, João Dias,
o jantar de sexta-feira à noite foi muito participado, de caras conhecidas na comunidade mas
também de outras gentes que quiseram colaborar com a Associação através do carisma do
seu promotor, no caso o Carlos Ferreira (presente também o Chefe Marino Tavares).
Um porto à chegada, a sopa da pedra,
alheiras com grelos e coelho à caçadora ou bacalhau à Castelo Branco fizeram as delícias dos
presentes. E que dizer do creme de castanha,
sorvete de pera bêbada, sobretudo quando se
tem um «fraco» pelas coisas doces? A lista de
vinhos, disposta em cima da mesa, também
era de topo. O preço era acessível – 45,00 $ – e
tinha por missão primeira reverter os seus ganhos para a Associação Portuguesa do Canadá.
Para além do jantar, a organização da festa
também quis contar com músicos da Comunidade. Foi por isso que Jordelina Benfeito, Luís
Duarte e António Moniz estiveram presentes.
Cantaram e tocaram algumas das melodias mais
importantes dos seus repertórios, nos casos
da Jordelina Benfeito e do Luís Duarte, dois
dos maiores valores musicais da comunidade,
enquanto António Moniz dedilhou as cordas
stá às portas o já tradicional e popular festival montrealense «Montréal en
Lumière». O pontapé de saída é no dia 20
de fevereiro e prolonga-se até ao dia 2 de
março. Muita música, com artistas vindos
dos quatro cantos do planeta, mas sobretudo muita gastronomia, estarão fazendo furor nalguns dos principais restaurantes e
salas da cidade.
Neste 15° ano de realização, o Festival
Montréal en Lumière conta com uma presença mínima de portugueses, que estará totalmente ausente no plano musical. São os
restaurantes Portus Calle e Helena, da chefe
Helena Loureiro, que em 2014 representam
a nossa comunidade, quando se sabe que
em anos anteriores a nossa representação
já teve honras de «Comunidade em destaque».
Assim sendo, em ambos os restaurantes «Portus Calle» e «Helena» participará,
como chefe convidada, Margarida Cabaço,
do restaurante português «São Rosas». Aliás,
Margarida Cabaço já foi a convidada da chefe Helena Loureiro em 2013, o que é sinal
do êxito que foi a sua presença no ano passado.
Mas também soubemos que os restau-
rantes Portus Calle e Helena contam apresentar durante o festival uma personalidade
de prestígio, que se associará ao próprio
«Montréal en Lumière». Ela virá, muito provavelmente, do meio jornalístico e tratarse-á de uma personalidade muito mediática
e de grande prestígio. Ao que nos foi dado
saber, as negociações estão em curso e vão
bem encaminhadas. Por razões evidentes,
o seu nome ainda não pode ser divulgado.
Se os leitores estiverem interessados
em tomar parte neste festival através destes
dois restaurantes, aqui fica o respetivo contacto para informações mais pormenorizadas: (514) 849-2070.
Entretanto, dentro do possível, o LusoPresse tentará cobrir este acontecimento,
versão comunitária.
... E na Música
Não há, que saibamos, nenhum artista
de origem portuguesa no decorrer do festival, como também já aconteceu em edições anteriores. Mas há presença lusófona
nas pessoas dos artistas brasileiros Dom
La Nena e Piers Faccini. Eles vão atuar na
sexta-feira, dia 21 de fevereiro, em espetáculo levado a efeito na sala do Club Soda, situado no boulevard St-Laurent, esquina
com a rua Ste-Catherine. O espetáculo começa às 20h00. L P
Em Santa Cruz
Emanuel seduz no «Cantar às Estrelas»
•
Por Norberto AGUIAR
A
No dia em que Carlos Ferreira
comemorou mais uma aniversário
de nascimento, a Associação
Portuguesa esteve cheia de amigos.
Fotos LusoPresse.
da sua guitarra, beneficiando do acompanhamento do Luís.
E antes que fossem cantados os parabéns
ao Carlos Ferreira por mais um aniversário,
que nos parece estar a caminho do fim dos
cinquenta, o homem forte do Grupo Ferreira
ainda havia de pedir para que a Comunidade
Portuguesa apoie a Associação Portuguesa
pois que se não, «... o risco é que tudo se acabe...». Todos aplaudiram!
A festa, transformada em pegada confraternização, terminou pela uma da madrugada.
LP
cave da Igreja Santa Cruz apresentou sábado passado um número impressionante de pessoas para assistir à festa de cariz
açoriano «Cantar às Estrelas». Como atrativo
suplementar, bem entendido, esteve presente
o popular cantor nacional Emanuel, que esteve
pela segunda vez em Montreal e que voltou,
pelo que se viu na reação do público, a impressionar a plateia, toda ela rendida às canções e
charme do artista.
Tudo começou pelo jantar, por sinal servido mesmo assim com alguma celeridade, o que
nem sempre acontece em festas deste tipo, para
mais com muita gente, para aí umas 500 pessoas. Depois foi tempo para Joe Puga subir
ao palco e demonstrar aos seus fiéis admiradores que já está totalmente recuperado, como
ele próprio afirmou para quem o quis ouvir. E
não só está recuperado como já se apresentou
em excelente forma, arrebatando do público
os aplausos correspondentes. Daí que não tenha admirado, no fim, que mesmo Emanuel o
tenha felicitado pela sua excelente atuação.
A parte final da noite do «Cantar às Estrelas» – sem cantar às Estrelas – foi toda preenchida com Emanuel no palco. Assim, de uma
só vez. Esta atitude, pelos vistos, foi muito
bem recebida pelos presentes, que se deleitaram com a interpretação das suas canções mais
queridas e retiradas dos seus CDs «Dança da
Paixão» e «Bomba», à venda no local.
Antecipadamente teve lugar uma missa
em honra de Nossa Senhora das Estrelas, com
sermão do padre António Araújo.
Em forma de rodapé diremos que foi a
primeira vez que assistimos a esta festa realizada na comunidade. E o que nos apetece dizer é
que foi uma festa conseguida, por mérito dos
seus organizadores, a Família Silva. O único
senão, em nossa opinião, terá sido a falta de
um grupo de cantares tradicionais que pudesse,
de alguma forma, dar a entender o verdadeiro
sentido do que é o cantar das estrelas na ilha,
com relevância para o que se faz na cidade de
Ribeira Grande e seu concelho.
LP
6 de fevereiro de 2014
L u s oP r e s s e
VALHA-NOS A FRANÇA!
•
Por Fernando PIRES
S
erá que a existência do livro em papel
tem os dias contados? Contudo, pelo caminho
que vamos, existem poucos países que até agora tenham resistido e ousem tomar posição
em defesa do livro amigo da “galáxia de Gutenberg” que dormiu connosco na cama durante
os anos escolares e perdura desde 1468.
Quem tem a coragem de criticar agora as
edições digitais do monopólio mundial da Amazon pela publicação do manifesto Mein
Kampf de Hitler que sobe para o topo de
vendas como um best-seller? (jornal “O Público” 9-01-2014).
E que será de nós se não houver por aí
muitos big brothers como o George Orwell e
Edward Snowden, que nos alertem e protejam
de todos os tabletes do digital que se apoderaram deste comércio, e nos invadem os cinco
sentidos, sem que nós possamos levantar cabelo?
A tudo isto responde a França em defesa
F
ernanda Moreira Dias – A
foto chegou ao LusoPresse pelas mãos de
um pai vaidoso da filha que tem. E essa
vontade de dar à estampa a cara de uma filha bonita só lhe fica bem. Foi por isso
mesmo que, nesta redação, logo anuímos
ao pedido que delicadamente nos foi feito
pelo Senhor Manuel Dias, pai da Fernanda
e homem bem conhecido na comunidade.
«Sim, senhora, a foto vai ser publicada. E
mais, vamos-lhe dar o relevo que se impõe»,
palavras de um dos responsáveis do jornal.
A Fernanda Moreira Dias, para além
de ser bonita, é uma mulher assumida. É
casada, mãe de dois filhos (Alejandro Dias
e Lucas Manuel Dias) e tem como profissão
o ser desenhadora de moda.
A foto é do conhecido fotógrafo Manuel Ribeiro.
LP
dos três mil livreiros franceses, cercados pela
edição do digital numérico, monopólio da
Amazon que está em vias de se acaparar do lucro mundial do mercado do livro, para já presente na América do Norte e na Europa.
Antes de avançar mais sobre o assunto
deixem-me dizer que já denunciei algures neste
jornal, que a cultura da escrita sempre dominou
a cultura oral dos povos onde esta era e esteve
menos presente.
Foi desde os tempos remotos que a cultura das oligarquias milenárias dominaram desde
o aparecimento dos símbolos da escrita e a se
implantar há quarto mil anos na Mesopotâmia.
Vamos lá então ao assunto do comércio
cultural numérico, do qual a Amazon se está a
apoderar mas a que uma lei votada pelo senado
francês põe um travão, salvando os três mil livreiros independentes franceses das garras do
comércio da superfície da Amazon, que engole
os mais pequenos.
Nada garante, que a lei que impõe as condições à Amazon, ponha fim ao mercado; mas
os 9 milhões de euros que o senado francês
votou para combater a concorrência deste monopólio podem ser eficazes. A ver vamos. No
entanto, a lei anti-Amazon não proíbe a venda
do livro numérico.
O lucro da Amazon não tem mãos a medir.
Mesmo já os Michel Tremblay e as Marias Laberge estão a vender alguns dos seus livros
através da edição numérica!
Quem sabe se brevemente os “drones”
da Amazon poderão distribuir os livros destas
pessoas numa praia da Florida?
De modo que me interrogo até que ponto
a Aliança Comercial que o Canadá assinou com
a França, mesmo com a cláusula especial do
Quebeque que exclui a cultura desta aliança,
pode impedir as garras do elefante da Amazon
de atingirem “Les Belles-Soeurs” de Tremblay?
Vantagens e desvantagens do numérico
da tablete, do iPad, do smartphone, em relação
à edição do livro em papel. É certo que qualquer
um destes objetos é mais maleável que um livro
de bolso. Mas até que ponto a quantidade e a
qualidade do conteúdo pode ser absorvida?
Esta questão é levantada numa revista científica sobre a memória da biologia que agora é
pesquisa das neurociências.
A pergunta põe-se da seguinte maneira:
“Será que o numérico perturba a memória biológica? Até que ponto os diversos média numéricos em funções simultâneas de situações múltiplas, que exigem uma divisão de atenção, não
terá uma influência sobre a memória biológica?” O argumento da vantagem é que o acesso
da posição de diferentes janelas permite tarefas
múltiplas; mas encaminha-nos para um tratamento automatizado “das informações não
consciente que faz intervir estruturas diferentes
das quais necessitam uma atenção focalizada”…
Depois de alguns textos de um estudo científico universitário a conclusão é de que “a
monotarefa é consciente focalizando a atenção,
enquanto o estudo das multitarefas é superficial”. Ademais o serviço público da Amazon
anda à deriva do benquerer do poder e do capital!
Numa análise crítica de um livro, Bill Gates
não hesita em afirmar que vê o livro como
Cont. Pág. 14, VALHA-NOS...
Página 11
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6 de fevereiro de 2014
L u s oP r e s s e
Paolo’s Café...
Um café que sabe a Portugal
•
Reportagem de Raquel Cunha
M
uitos conhecem o Paolo´s Café,
situado na avenida Saint Laurent, coração da
Comunidade, ou Aldeia, como a chama o proprietário Paulo Simões. Paolo´s é mais do que
um café singular onde não há relógio, nem futebol. É também uma marca de café, com torrefação feita em Portugal, especialmente concebida para as águas daqui, e cujo sabor quer-se
português. É ainda uma oficina de restauração
e venda de máquinas de café, a particulares e
clientes comerciais.
Por ser tão particular, o LusoPresse quis
saber mais. O resultado foi uma viagem pelo
fascinante mundo da degustação do café, seu
fabrico e história, assim como o empreendorismo deste jovem português, oriundo de Lisboa.
O emigrante empreendedor
Foi em 1986 que Paulo Simões visitou
pela primeira vez Montreal. Vinha de férias,
para visitar a irmã que cá estava e para “juntar
uns tustos”; para isso trabalhou no restaurante
Solmar. Voltou para Portugal, mas acabou por
regressar definitivamente em 1989.
“Vim pela oportunidade. Aqui há muito
mais possibilidades de desenvolver uma ideia
do que em Portugal”. Veio com o intuito de cá
ficar só por um ano ou dois anos, e também
porque tinha conhecido cá uma amiga da família, uma rapariga italiana, que acabou por
ser sua namorada, e mais tarde se tornar sua
esposa.
O seu mundo sempre esteve ligado ao café. Em Portugal foi responsável por um café
que a família possuía e trabalhou numa companhia de cafés. Por isso não foi difícil encontrar
trabalho, e pelas mãos do sogro iniciou-se como ajudante num restaurante italiano.
Foi lá, que por azos do destino conheceu
um mecânico das máquinas Faema, e decidiu
candidatar-se ao mesmo cargo, dando início a
uma carreira que já vai para perto de 30 anos
(24 aqui, 5 em Portugal).
Trabalhou na Faema por cerca de um ano
e meio mas, empreendedor como é, cedo decidiu trabalhar por conta própria, transformando a garagem de sua casa numa oficina de reparação e venda de máquinas de café. O negócio
cresceu e o Paulo Simões foi angariando clientela.
Em 1991, num jogo de cartas, a sorte de
Paulo Simões iria mudar, foi uma brincadeira,
mas conseguiu o aluguer de uma pequena loja,
na rua de Bullion, esquina com Mont-Royal,
Página 12
pela módica quantia de 250 $.
Com os dados do seu negócio lançados,
a loja abre portas em 1992, com a preciosa ajuda dos amigos Joaquim Carreira e Fauster. O
estabelecimento oferece-lhe a oportunidade de
ter um espaço físico para receber os clientes, e
de abrir consequentemente um Café para a degustação dos seus produtos.
De distribuidor a marca própria
O negócio foi um sucesso, e rapidamente
Paulo Simões associa-se à Delta como primeiro distribuidor de Montreal, uma vez que a
empresa tinha já um importador em Edmonton.
Aliou o negócio da restauração e venda
de máquinas, com o café, mas quis “sempre
importar a minha própria marca de café, dadas
as dificuldades de importar directamente o café
Delta”. Com as dificuldades impostas, decidiu
em 1996 largar a Delta e associar-se directamente ao Café Silveira, o qual distribuiu até
2011, quando a crise atingiu esta empresa portuguesa.
Mais uma vez, Paulo Simões não deixou
perder a oportunidade, e juntamente com um
membro da família Silveira, criou a sua própria
marca, Paolo´s Cafés. Com torrefação especial,
em Portugal, preparada para as águas de cá, de
forma a maximizar o dito sabor português,
que segundo Paulo “sabe a café”.
De Paulo a Paolo´s
É ainda durante os anos 90, na procura de
um espaço maior para o seu crescente negócio,
que Paulo Simões se muda para o atual Paolo´s
Café, situado na Avenida Saint Laurent.
O nome Paolo´s vem de um trocadilho,
feito com o seu nome e o da sua filha, Di Paolo.
Contudo, confessa que nunca quis ter um
café, mas antes um local de degustação para
suportar a oficina. Mas as pessoas gostaram
do ambiente e a coisa foi crescendo, acabando
por tornar-se num Café. Um café particular,
confessa, sobretudo aqui na Comunidade portuguesa: “Não há álcool, não há futebol, não
há televisão nem relógio”, sorri. Mas há bom
gosto e uma decoração de qualidade que nos
recria uma Lisboa remota, quase fantasiosa,
uma decoração “fruto do meu gosto pessoal
por coisas antigas” conclui.
Tendo uma clientela variada, o Paolo´s
Café é hoje um dos cafés portugueses (moído
e em grão) mais vendidos no Quebeque. A sua
oficina conta já com três mecânicos a tempo
inteiro, ocupados na reparação e venda de todos
os tipos de máquinas de cafés, particulares ou
comerciais. Encontra aqui também cápsulas
Bicafés, compatíveis com todas as máquinas,
desde Nespresso, Delta Q e afins.
Portugal é dono de um excelente café, considerado por muitos o melhor do mundo. Somos especialistas em torragem, fruto da relação
com as ex-colónias, e sabemos misturá-los como ninguém. Pelas palavras de Paulo Simões,
“os italianos têm a fama, nós temos o saber”.
Aproveitem estes dias frios para passarem
por lá e apreciarem o Paolo´s Café, um café
que sabe a Portugal. L P
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6 de fevereiro de 2014
L u s oP r e s s e
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VALHA-NOS...
Cont. da pág. 11
“sensual” em relação ao “computador glacial”.
Quero também de passagem mencionar
o fator linguístico, mesmo se não implica uma
inclusão direta. O inglês é o esperanto da língua mundial que hoje se impõe pelo código
numérico. Numa conferência na UQAM (25/
10/2013), o linguista Noam Chomsky, respondendo a uma pergunta sobre o desaparecimento das línguas respondeu assim: “É uma
perca de quantidade de informação, e também
uma tragédia humana, porque estamos a perder
a nossa herança cultural”…
Isto mesmo se a “galáxia de Gutenberg”
continua a existir remando contra ventos e
mares; dentro do “cyberspace” de Marshall
McLuhan como o mundo real da pequena aldeia, que nos devia a ajudar a construir Edward
Snowden, que nos alertem e protejam de todos
os tabletes do digital que é o ideal da democracia
cidadã. A realidade é outra, a realidade saltanos aos olhos, dado que os cidadãos vivem as
ruas da amargura espionadas nas suas vidas
privadas. O pensador livre está longe de dizer
aquilo que sente na sua canção “Vejam bem
que não há só gaivotas em terra quando um
homem se põe a pensar”, como canta o Zeca
Afonso.
Ref.: Apologia do livro – Robert Darnton. Edição Gallimard 2010/2012. Paris.
Google e o novo mundo, Bruno Racine.
Edições-Perrin.Fr.
Jornal “Le Devoir”, Michel Lapierre,
2011.
Do Livro sensual ao computador Glacial.
Bernard Poulet – O Fim dos jornais e o futuro da informação. Edição Gallimard 2009.
FREGUESIAS DO CONCELHO DE LAGOA
João Ponte apoia desenvolvimento
O
Presidente da Câmara Municipal
de Lagoa reuniu com a Junta de Freguesia do
Cabouco, acompanhado do seu executivo camarário, a convite do seu presidente César Pacheco.
Para João Ponte, tratou-se de uma reunião
importante, que ocorreu ainda no início de
mandato, o que permite perspetivar o trabalho
a desenvolver nos próximos 4 anos, consoante
as necessidades da população da freguesia do
Cabouco e tendo em conta os compromissos
eleitorais.
Durante a reunião, o autarca lagoense manifestou que é pretensão da autarquia continuar
a apostar no desenvolvimento das freguesias
do concelho, sabendo “a priori” que este será
“um ano atípico em termos de investimento”,
uma vez que agora terminou o quadro comunitário de apoio, existindo ainda alguma indecisão relativamente ao novo quadro, no que
respeita ao início do mesmo e à natureza dos
investimentos que serão comparticipados.
O presidente da Câmara Municipal de Lagoa tomou conhecimento da carta de intenções do executivo da Junta para a freguesia do
Cabouco, para os próximos 4 anos, onde são
expostas algumas intervenções necessárias
onde se destacam as acessibilidades.
O presidente da Junta de Freguesia do
Cabouco teve ainda a oportunidade de apresentar o seu plano de atividades para o presente
No Restaurante Solmar
João Ponte em reunião na Junta de Freguesia do Cabouco, com o seu presidente
César Pacheco. À sua direita a vice-presidente da Câmara, Cristina Calisto.
ano e manifestou a sua satisfação por receber
o executivo camarário na sede da Junta de Freguesia, mostrando-se bastante agradado pela
disponibilidade da autarquia em continuar a
apoiar a Junta do Cabouco.
Após a reunião, o presidente da Câmara
teve a oportunidade de visitar vários locais da
freguesia e verificar “in loco” algumas das intervenções necessárias.
LP
Deputado de Vimont…
Com responsabilidades acrescidas
O
Partido Liberal do Quebeque e o
seu chefe Pilippe Couillard acabam de anunciar
a nomeação de Jean Rousselle, deputado de
Vimont, como porta-voz da Oposição oficial
em matéria de Desporto e lazer. Jean Rousselle
conserva ao mesmo tempo a responsabilidade
que já era sua no campo da habitação, que lhe
fora atribuída em Setembro de 2012.
Com estas responsabilidades, o deputado
de Vimont terá o mandato de explorar o talento e visão do Partido Liberal com objetivo de
apoiar as empresas e organismos que traba-
lham nestes domínios, isto é, no desporto e
na habitação.
Jean Rousselle, segundo a missiva recebida
na nossa redação, tem vários anos de experiência como voluntário no mundo desportivo.
Ele foi treinador de hóquei no gelo para a Associação Desportiva de Monteuil de Laval, assim como treinador de basebol para a Associação Vimont-Auteuil. A sua implicação social
e o seu engajamento comunitário valem-lhe
46 anos de bons serviços. A tudo isto, juntase-lhe uma rica experiência profissional a título
de chefe de equipa pelos países doadores e responsável do Comité de Acolho e de Partida
para a Organização das Nações Unidas, Haiti
2005/2006. Além disso, Jean Rousselle é recipiendário da Medalha do Jubileu de Diamante
da Rainha Elizabeth II, atribuída em 2012 pela
sua importante implicação social.
Responsabilizando Jean Rousselle, o Partido Liberal do Quebeque aproveitará, quando
se aproximam os próximos Jogos Olímpicos
de Inverno 2014 em Sotchi, de um elemento
precioso que promoverá os atletas quebequenses através do mundo. O deputado de Vimont
passou a ser, graças à sua ética de trabalho, a
sua atitude face à adversidade, a sua simplicidade
e notoriedade um modelo importante no seio
da sua equipa.
LP
São Valentim com cantor de luxo!
L
USOPRESSE – Há quem diga
que é o Julio Iglesias português! Estamos
a referirmo-nos a José Alberto Reis, cantor
popular lusitano que estará em Montreal
para animar com as suas canções a Festa
de São Valentim do Solmar.
Serão duas noites de festa. A primeira
na terça-feira, dia 11 de fevereiro, a outra
na sexta-feira, dia 14, dia muito especial
para todos os namorados – diria, para todos os apaixonados!
Para os dois dias, os chefes do Solmar
estão preparando uma ementa consentânea com a data, que se prevê muito concorrida. De resto, informam-nos do Solmar que as reservas estão a decorrer a bom
ritmo.
Para reservas ou outras informações,
aqui fica o contacto do restaurante Solmar:
(514) 861-4562.
LP
Centro de Ajuda à Família
Encontro da Amizade
S
exta-feira, dia 14 de fevereiro de
2014, o Centro de Ajuda à Família (CAF)
vai organizar um encontro da amizade
para todos!
Teremos um filme sobre a importância da amizade e do amor nas nossas vidas,
jogos e um sorteio com um prémio surpresa!
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Onde: 2414 Avenue Mont Royal Est
(Entre Chapleau e Franchère).
Hora: às 14h.
LP
Vítor Carvalho
ADVOGADO
Escritório
Telef. e Fax. 244403805
Jean Rousselle, deputado liberal de Vimont.
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6 de fevereiro de 2014
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DESPORTO
IMPACTO CONTINUA PREPARAÇÃO
•
Escolha...
Por Norberto AGUIAR
O
Impacto de Montreal continua a
sua preparação com vista à época que se avizinha. Os treinos têm decorrido a bom ritmo
no ginásio/terreno do colégio Marie-Victorin,
sob o comando do novo treinador americano,
Frank Koplas.
Com apenas quatro novos recrutas, sem
falar nos atletas oriundos da Academia que se
juntaram ao grupo, o Impacto espera poder
analisar o seu plantel nesta fase preparatória
de maneira a decidir, mais adiante no tempo,
se precisa de mais jogadores; e que tipo de jogadores.
Eric Miller, George Malki, Pete Caringi e
Jordan Ongaro, este canadiano de Edmonton,
são os jogadores recrutados nas fases da escolha anual entre todas as equipas, realizadas a
meados de janeiro passado. São jovens, mas
têm talento para lutar por um lugar ao sol, isto
se a equipa técnica montrealense quiser dar tempo ao tempo. Ao invés, se não houver paciência, pode ser que o destino deles possa ser algures.
Sem Nesta, jogador que dava prestígio ao
grupo e que imponha responsabilidade, e sem
Arnaud, seu ex-capitão, o Impacto terá de reforçar fileiras para que em novembro próximo
possa estar disputando a fase eliminatória, de
novo o grande objetivo do clube para 2014.
Vale que Nelson Rivas, que em duas temporadas jogou pouco mais que meia dúzia de partidas, está de regresso... E diz-se que poderá recuperar a forma que fez dele um dos melhores
jogadores do Inter Milão!
Quando a nossa próxima edição estiver
de volta, o Impacto estará na Florida, na segunda fase da sua preparação, onde por acaso
participará no torneio de Orlando, com várias
equipas. Trata-se do mesmo torneio que venceu
em 2013.
Estados Unidos vencem
A Seleção dos Estados Unidos jogou a
Se viajar
para os Açores...
À parte John Tavares, o outro lusodescendente da equipa de hóquei no gelo do Canadá que toma parte nos Jogos Olímpicos é Drew Dougthy.
semana passada contra a Seleção da Coreia do
Sul, formação também apurada para o Campeonato do Mundo de Futebol Brasil 2014. O
jogo teve lugar em Los Angeles e o resultado
foi uma vitória americana por 2-0. Pode dizerse que a vitória dos ianques foi justa e sem apelo, mesmo se os Estados Unidos apresentaram
um leque de jogadores só proveniente da Major
League Soccer. A exceção foi Diskerud, que
por alinhar no Campeonato da Noruega, interrompido devido ao inverno rigoroso naquele
país, pôde alinhar pela sua seleção.
A razão da não participação de jogadores
americanos a disputarem campeonatos na Europa teve a ver com o facto de esta não ser
uma data FIFA, que antes do Mundial do Brasil
só vai acontecer duas vezes, a primeira já no
dia 5 de março.
Com os 23 jogadores da MLS neste jogo
e os mais de uma dúzia que podem ser recrutados na Europa, os Estados Unidos que, não
se esqueçam, estão no grupo de Portugal, podem e devem fazer uma equipa poderosa, capaz
de dar boa luta no Mundial.
FPF festeja 100 anos
A Federação Portuguesa de Futebol festeja
100 anos no dia 31 de março. E vai daí, decidiu
convidar o presidente da República, Aníbal
Cavaco Silva, para presidir ao evento. Foi Fernando Gomes, presidente do organismo que
dirige o futebol em Portugal, que em nome da
sua direção, convidou o mais alto dignitário da
nação para aquele efeito.
Mas Fernando Gomes não se ficou por
aí. Também convidou Cavaco Silva para estar
presente na final da Taça de Portugal, no Jamor,
a 18 de maio, e na final da Liga dos Campeões,
no Estádio da Luz, no dia 24 de maio.
Não satisfeito, Fernando Gomes ainda
abordou o presidente da República para a possibilidade dele estar presente num dos jogos
da Seleção Nacional no Campeonato do Mundo do Brasil.
Jogos Olímpicos
Os Jogos Olímpicos de Inverno começaram hoje em Sotchi, na Rússia. Na delegação
do Canadá, país que acolhe uma comunidade
portuguesa avaliada em 600 mil pessoas, estão
dois luso-descendentes, os jogadores de hóquei no gelo John Tavares, do Islanders de
Nova Iorque, e Drew Dougty, dos Kings de
Los Angeles.
Depois da participação de Meaghan Benfeito nos Jogos Olímpicos de Verão de Londres 2012, são agora mais dois dos «nossos» a
estarem na Rússia para representar o Canadá e
que, tal como Meaghan Benfeito, com bastas
possibilidades de regressarem ao país que os
viu nascer de medalha ao pescoço.
Ambos são oriundos da província do Ontário. L P
A Seleção dos Estados Unidos,contra a Coreia, fez um bom jogo e o seu capitão,
Landon Donavan, teve papel preponderante ao preparar os dois golos de Wondo.
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6 de fevereiro de 2014
LE JOURNAL DE LA LUSOPHONIE
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Éditeur et rédacteur en chef : Norberto Aguiar
Directeur : Carlos de Jesus
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Carlos do Rio e Ludmila Aguiar
Horários de difusão: segunda-feira das 22h00 às 23h00 e sábados das 11h00 ao meio-dia.
Telenovela (Bem-vindos a Beirais): de segunda a sexta-feira, das 17h00 às 18h00.
Repetição: de segunda a sexta-feira, das 06h00 às 07h00 e das 12h00 às 13h00.
Informação
: 450.628-0125 - 514.835-7199 - [email protected]
o
a Aguiar quaAngduiar,
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C. MARTINS - LusoPresse