METODOLOGIA DE LOCALIZAÇÃO DISCRETA APLICADA A UNIDADES DE PRODUÇÃO EM PROJETOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURA Guilherme Luiz Bianco Marcello da Costa Vieira Roberto Bernardo da Silva Sérgio Ronaldo Granemann Universidade de Brasília Programa de Pós-Graduação em Transportes RESUMO A localização das unidades de produção nas obras de infraestrutura em muito se assemelha aos problemas tradicionais de análise da localização ótima em projetos de logística. Embora exista extensa literatura sobre a Teoria da Localização Industrial, produzida desde o final do século XIX, os projetistas de obras de infraestrutura ainda não dispõem de ferramentas analíticas capazes de subsidiar seu processo de decisão. Este artigo propõe a utilização do modelo de localização discreta conhecido como problemas de p-medianas para encontrar qual a localização mais econômica em relação ao custo do transporte, dentre as localizações pré-estabelecidas possíveis, das unidades de produção. Com os resultados encontrados, pode-se perceber que a utilização desse método consegue determinar decisões importantes para subsidiar as estratégias de planejamento dos órgãos executores de grandes obras de infraestrutura. ABSTRACT The location of production units in the infrastructure works is very similar to traditional problems of analysis of the best location in logistics projects. Although there is extensive literature on the Theory of Industrial Location, produced since the late nineteenth century, designers of infrastructure still lack analytical tools able to support your decision making process. This paper proposes the use of discrete location known as p-median problems to find what the economic location in relation to the cost of transportation, among the possible pre-established location, of production units. With these results, may realize that using this method can determine important decisions to subsidize the planning strategies of executing agencies of major infrastructure works. 1. INTRODUÇÃO A execução de uma obra é feita segundo um “sistema de produção”, o qual condiciona a disposição dos diferentes componentes do respectivo canteiro de obras. O arranjo de um canteiro de obras inclui-se como uma das partes mais importantes do planejamento da obra, variando estas em sua natureza, mas objetivando um mesmo propósito, que é o de fornecer suporte às atividades de construção Limmer (2013). Em uma obra de infraestrutura existem várias unidades de produção, sendo umas mais importantes que outras. Dentre as unidades de produção (UP) de maior relevância podem ser citadas as usinas de concreto, usinas de asfalto, usinas de melhoramento de solo, fábricas de pré-moldados, central de carpintaria e de armação, além das unidades de britagem. Essas UP recebem os insumos primários tais como: cimento, areia, brita, água, cimento asfáltico de petróleo e os processam, transformando-os, em seguida, em produtos usinados. A distribuição dos produtos usinados é realizada a partir das próprias UP, segundo as demandas das equipes de produção da obra, responsáveis pela aplicação dos produtos usinados na execução de serviços de engenharia tais como pavimentação asfáltica, pavimentação rígida, obras de arte corrente e especiais, drenagem etc. A seleção de locais para instalação dessas unidades em canteiros de trabalho é realizada durante a elaboração do projeto básico do empreendimento. Segundo Limmer (2013), a alocação de espaço e o posicionamento das instalações temporárias (unidades de produção) necessárias à execução de uma obra têm, até o presente, sido feitos de maneira aleatória, prevalecendo a experiência passada de quem projeta tais instalações. Em geral, nos canteiros das obras de infraestrutura de grande porte, essas instalações são normalmente localizadas próximas às pedreiras, ou a acessos com maior facilidade de locomoção ou nos centros de gravidade de cada lote. É evidente que não se pode desprezar a experiência profissional, mas também é observado que em muitos casos a localização dessas instalações gera gargalos operacionais e desperdícios de materiais e de unidades de transporte. Este artigo propõe a utilização do modelo de localização discreta conhecido como problema de p-medianas para encontrar a localização mais econômica da unidade de produção, em relação ao custo do transporte, dentre as localizações possíveis pré-estabelecidas. 2. O PROBLEMA DA LOCALIZAÇÃO DE FACILIDADES LOGÍSTICAS A localização ótima de unidades de produção e depósitos está incluída nas principais buscas de novas estratégias empresariais. Ballou e Displan (1984) ressalta que a localização de instalações em uma rede de distribuição de produtos é um tema de grande relevância para os profissionais que estudam a logística, tendo em vista que constitui umas das principais questões de planejamento estratégico logístico para muitas empresas. Ambrosino e Scutellá (2005) descreveram que os problemas de localização de instalação em uma cadeia de suprimentos envolvem decisões estratégicas, que por sua vez influenciam decisões táticas e operacionais. A escolha do posicionamento das unidades de produção, em especial, nada mais é que a tentativa de atender a um ou mais critérios de eficiência, podendo ser exemplificados a melhoria do nível de serviço, a redução do tempo, a redução do custo de transporte, de mão de obra e de estoques. Entretanto, também se ressalta a definição dos níveis de investimento iniciais e periódicos da empresa. Assim sendo, o melhor resultado pode ser encontrado tanto quando se realiza um processo de centralização das instalações, quanto em situações em que se opta pela descentralização, dependendo sempre da avaliação caso a caso. Chopra e Meindl (2003) relatam que a escolha entre centralizar e descentralizar influencia o comportamento dos custos logísticos totais e do nível de serviço. Os problemas de localização apresentam alta complexidade. Isso ocorre devido ao fato que as variáveis dos problemas se influenciam mutuamente, gerando trade-offs. Além disso, o número de alternativas a serem analisadas é elevado, mesmo em caso de situações de pequeno porte, onde se trata da localização de apenas uma instalação Lacerda (2000). O principal objetivo da teoria da localização é a procura da localização ótima, aquela que assegura a maior relação benefício/custo para o investimento. Em muitos casos, a melhor localização é determinada pela menor distância, devido à relevância do custo do transporte. O presente estudo aborda a seleção de um ponto entre localizações alternativas. Clemente (2008) afirma que em muitas situações práticas, o conjunto de possíveis localizações é conhecido de antemão, sendo necessário escolher um subconjunto de tais localizações. Krarupee e Pruzan (1990) classificaram os vários modelos de localização discreta em quatro famílias ou tipos de problema: Problemas de p-medianas; Problemas de p-centros, Localização de capacidade ilimitada; e Problemas de designação quadrática. Os problemas de p-medianas foram introduzidos na literatura por Hakimi (1964) para a localização de instalações com o uso da programação matemática, tendo por base um conjunto pré-selecionado de locais. Em seguida, autores como Minieka (1970) e Elzinga e Hearn (1972) evoluíram o conceito para os problemas de recobrimento, onde era determinado para uma distância ou tempo máximo de atendimento, qual o mínimo número de instalações necessário para que todas as demandas fossem atendidas (cobertas). A variação do problema de recobrimento, estudado por Church e ReVelle (1974) é a busca da maximização da demanda coberta para uma distância ou tempos máximos de atendimento. Outros problemas apresentados tinham por objetivo a minimização da máxima distância entre os pontos de demanda e as instalações mais próximas dos mesmos. Esses problemas são conhecidos como MiniMax e foram estudados por Halfin (1974) e Kariv e Hakimi (1979). Outras variações do problema de p-mediana foram apresentadas por Owen e Daskin (1998). Esses autores mostraram os problemas de localização de instalações com custo fixo e sem e com capacidade, conhecidos na literatura como Fixed Charge Facility Location Problems e Capacited Facility Location Problems, respectivamente. Em ambos busca-se o número de instalações que minimiza o custo total da rede, incorporando os custos fixos de construção e operação das instalações aos custos de transporte já considerados no p-mediana. Posteriormente, outro salto de qualidade foi dado aos problemas de localização a partir da incorporação nos modelos dos custos simplificados de estoque, por Jayaraman (1998), Ambrosino e Scutellà (2005); pelo estudo dos efeitos da centralização de estoques, por Maister(1976) e Tallon (1993); e da consolidação de estoques, por Evers (1995). Para a aplicação proposta neste artigo, optou-se pela utilização do problema de p-medianas, pois este apresenta restrições de emprego que se assemelham ao problema de localização de usinas em uma obra de duplicação de uma rodovia, quais sejam: Sempre que as localizações da empresa e dos fornecedores ou clientes não coincidirem, cada entrega ou atendimento requererá exatamente uma viagem; Cada ponto onde a unidade de produção estiver instalada poderá atender qualquer número de clientes (capacidade ilimitada); A solução ótima contém apenas pontos que são nós predefinidos; O método objetiva atender a todas as demandas de todos os clientes ao custo total mínimo, sendo que esse custo limita-se aos aspectos de transporte; É flexível o bastante para permitir a incorporação de pesos aos pontos de demanda, análise por distâncias, custos de transporte ou tempo de viagem; e Sua formulação assume que as demandas não são sensíveis ao nível de serviço. Senne e Lorena (2003) definem o problema de p-medianas como um problema clássico de localização, com o objetivo de determinar os locais de p facilidades em uma rede de “n” nós, de modo a minimizar a soma das distâncias entre cada nó de demanda e a mediana mais próxima. Para Clemente (2008) os problemas de p-medianas consistem em escolher um subconjunto de p-localizações dentre os nós da rede de forma a atender as demandas de todos os clientes ao custo mínimo. O modelo de p-medianas permite ainda a designação de pesos para cada mercado ou ponto de demanda. Essa ponderação de pesos permite ajustá-lo às quantidades necessárias de cada insumo que será transportado às unidades de produção ou às demandas por material processado em cada ponto de aplicação de uma obra. Para Wanke et al (2009), o p-medianas é tratado como um problema de programação linear inteira e tem a seguinte função-objetivo: ∑∑ Sujeita às seguintes restrições: ∑ ∑ { } { } Onde: i = índice do nó de demanda; j = índice do nó que representa a localidade potencial de uma instalação; hi = demanda no nó i; dij = distância entre o nó de demanda i e o nó j que representa a localidade potencial de uma instalação; P = número de instalações a serem localizadas; As variáveis de decisão do problema de p-mediana são dadas por: { { } } A restrição (2) garante que exatamente P instalações serão localizadas. A restrição (3), por sua vez, garante que toda a demanda será alocada ao menos numa instalação. Já a restrição (4) permite a alocação de demanda somente nas instalações abertas. Finalmente, as restrições (5) e (6) garantem que as variáveis do problema assumam os valores binários adequados. 3. APLICAÇÃO DO MODELO – LOTE DA DUPLICAÇÃO DA BR-101/NE A intenção aqui é, a partir de uma obra rodoviária cujo projeto executivo tenha sido aprovado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), estabelecer uma metodologia, baseada no modelo de p-medianas, para encontrar a localização ótima, dentre as localizações possíveis de uma determinada unidade de produção. A obra selecionada foi um dos 08 (oito) lotes da obra de Adequação de Capacidade e Restauração da BR-101 – Corredor Nordeste. A Figura 1 traz a localização desta obra. Figura 1: Localização do trecho do estudo de caso 3.1.Características da obra O lote selecionado foi o lote 01 da Rodovia BR-101/RN, no trecho que vai do entroncamento com a rodovia RN-063 (para Ponta Negra) ao entroncamento com a rodovia RN-061 (para Arês), do km 96,4 ao km 142,6 e com extensão total de 46,2 km. O lote selecionado possui 35,21% de sua extensão localizada em área urbana, atravessando as cidades de Natal, Parnamirim e São José do Mipibu. Esse fato aumenta a influência do tráfego local na rodovia, afetando potencialmente as velocidades de deslocamento na região, e impactando negativamente a produtividade de equipes de trabalho tais como a de terraplenagem e pavimentação. A obra consiste na duplicação da rodovia existente e na restauração do pavimento da pista antiga. A sua execução se assemelha a um problema clássico de logística, onde a cadeia de suprimento abastece a usina de insumos tais como brita, areia e cimento e a cadeia de distribuição fornece o produto transformado, nesse caso o concreto de cimento, aos clientes ou pontos de consumo. No que concerne aos transportes de insumos e de materiais usinados, o projeto previu, baseado na metodologia de orçamentação do DNIT - o Sistema Informatizado de Custos Rodoviários (SICRO II), a adoção de preços diferenciados para transporte dos insumos dos fornecedores às unidades de produção e delas para as frentes de serviço. Assim, os transportes foram considerados como comerciais e locais, respectivamente. Além da duplicação da pista e da restauração da pista existente o projeto executivo também previu a duplicação das três pontes (Ponte sobre os rios Trairi, Ararai e Baldun) e do viaduto de Ponta Negra - que marca o início do trecho - Figura 1. 3.2. Aplicação do método p-medianas Para a aplicação do método indicado optou-se por restringir o problema estudado, facilitando assim tanto a aplicação quanto o entendimento da metodologia. A localização da usina de concreto mostrou-se uma escolha natural ao objeto de estudo, pois o concreto utilizado, tanto para pavimentação quanto para as pontes e viadutos, representa aproximadamente 30% do total do valor da obra. Além disso, a produção e o transporte do concreto utilizado para pavimentação apresentam restrições técnico-operacionais, tais como o tempo de transporte que não pode ultrapassar 1 hora (equivalente a 40 km de deslocamento de um caminhãocaçamba carregado em uma rodovia pavimentada), pois o concreto fresco a partir daí inicia geralmente seu processo químico de endurecimento. Caso isso ocorra durante o transporte, o concreto deve ser descartado, pois será impróprio para o uso. 3.2.1. Localização dos fornecedores de insumos Os materiais previstos no projeto para a execução das camadas de pavimento rígido e na duplicação das três pontes e do viaduto estão apresentados de acordo com a Tabela 1. Essa tabela também apresenta a quantidade necessária de cada material de construção utilizado para a confecção do concreto utilizado na obra, dividido por tipo de aplicação. Essas quantidades foram calculadas a partir das fichas de composição de custos unitários que compõem o orçamento da obra. Tabela 1: Materiais previstos no projeto executivo SERVIÇO PLACA DE CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND (PISTA) SUB-BASE DE CONCRETO COMPACTADO A ROLO (PISTA) PONTES E VIADUTO EM CONCRETO ARMADO QUANT. SV MATERIAL (m³) 64.452,00 32.155,00 2.720,00 QUANT. MATERIAL UND PERCURSO ORIGEM DESTINO BRITA 69.793,78 t PEDREIRA COMERCIAL USINA AREIA 54.623,07 t AREAL TRAIRI USINA CIMENTO 27.714,36 t FÁBRICA - JOÃO PESSOA USINA ADITIVO 97,32 t COMÉRCIO NATAL USINA AÇO 488,55 t COMÉRCIO NATAL USINA CONCRETO 141.794,40 t USINA PISTA BRITA 74.085,12 t PEDREIRA COMERCIAL USINA CIMENTO 3.215,50 t FÁBRICA - JOÃO PESSOA USINA CONCRETO 70.741,00 t USINA PISTA BRITA 2.945,43 t PEDREIRA COMERCIAL USINA AREIA 2.358,24 t AREAL TRAIRI USINA CIMENTO 1.115,20 t FÁBRICA - JOÃO PESSOA USINA ADITIVO 2.420,80 t COMÉRCIO NATAL CONCRETO 5.984,00 t USINA USINA Pnt ARARAI, TRAIRI e BALDUN VIADUTO PONTA NEGRA Fonte: os autores A localização dos diversos fornecedores, os pontos de aplicação do concreto usinado e os locais pré-selecionados para a instalação da usina de concreto são apresentados na Figura 2. A Tabela 2 apresenta a descrição e localização dos fornecedores, das alternativas para a localização da usina e dos locais de aplicação do concreto. Também indica se o local préselecionado excede o limite operacional de 1 hora a partir do ponto de aplicação do concreto mais distante em relação às extremidades do trecho. Figura 2: Esquema geral das localizações Fonte: os autores Tabela 2: Localização dos pontos críticos PONTOS CRÍTICOS LOCALIZAÇÃO SIGLA A1 P1 P2 C1 S1 U1 U2 U3 U4 U5 U6 U7 U8 Ɵ1 Ɵ2 Ɵ3 Ɵ4 Ɵ5 Ɵ6 Ɵ7 Ɵ8 DESCRIÇÃO km 129,8 Areal Trairi km 129,9 Pedreira de projeto km 102,5 Predreira comercial km 142,6 - acesso à João Pessoa / PB Fábrica de cimento km 96,4 - acesso à Natal / RN Fornecedor de aço POSIÇÕES PRÉ-SELECIONADAS PARA A USINA DE CONCRETO km 96,4 Início do lote 01 km 109,6 Acesso à Pium km 111,0 Canteiro de trabalho km 116,1 Acesso à Monte Alegre km 125,4 Acesso à Nísia floresta km 135,6 Ponte sobre o rio Baldun km 142,6 Final do lote 01 km 96,4 Usina comercial em Natal / RN LOCAIS DE APLICAÇÃO DO CONCRETO USINADO Viaduto da Ponta Negra km 96,4 Ponte sobre o rio Trairi km 126,4 Ponte sobre o rio Ararai km 127,4 Ponte sobre o rio Baldun km 135,6 Zona rural km 108,4 - km 122,4 Zona urbana de são José do Mipibu km 122,4 - km 125,4 Zona rural km 125,4 - km 135,6 Zona rural km 135,6 - km 142,6 DISTÂNCIAS A PARTIR DO EIXO DA RODOVIA / EXTREMIDADE DO LOTE TIPO DE PAVIMENTO EXCEDE EM 40 KM UMA DAS EXTREMIDADES DO LOTE (S/N) 3,3 30,7 12,0 130,0 8,0 em rodovia não pavimentada em rodovia não pavimentada em rodovia pavimentada em rodovia pavimentada em rodovia pavimentada NÃO NÃO NÃO SIM NÃO 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 6,0 _ _ _ _ _ _ _ em rodovia pavimentada SIM NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO SIM 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ Fonte: os autores Na prática, esse limite restringe a instalação da usina de concreto dentre os pontos possíveis de sua instalação. Desse modo, os locais U1, U8 e C1 foram descartados, pois extrapolavam o limite de transporte do concreto usinado, fazendo com que o concreto fresco iniciasse seu endurecimento ainda nos caminhões, o que é inaceitável para a qualidade da obra. Os locais de aplicação do concreto usinado foram indicados na Figura 2 pelos códigos de Ɵ1 a Ɵ8, sendo que a partir de Ɵ5 são relacionados os subtrechos homogêneos de aplicação de concreto em pavimento rígido. Já os locais fornecedores de insumos foram indicados por A1, P1, P2, C1 e S1. Deste modo, pode-se de maneira análoga, comparar essa cadeia sequencial observada na obra, com uma rede logística. Os cinco primeiros pontos são os alimentadores de insumos da rede, os quais passam por um estágio de processamento e ao fim são distribuídos de acordo com a demanda, representada pelos oito pontos Ɵ da Figura 2. 3.2.2. Seleção preliminar dos locais de instalação da usina de concreto A função objetivo procura minimizar o custo total de transporte, considerando a soma de duas parcelas: o transporte de insumos para a usina de concreto e o transporte de concreto usinado para os locais de aplicação, conforme equação 8. (8) Onde CT = Custo de Transporte Para se atender a função objetivo, alguns princípios básicos indicados por Limmer (2013) devem ser considerados para o arranjo de um canteiro de obras: Integração dos elementos que compõem a cadeia de produção; Minimização de distâncias; Disponibilidade de áreas de estocagem e de locais de trabalho; Melhoria da produtividade através de condições adequadas de trabalho e de segurança; e Flexibilidade para adaptar as instalações a mudanças de processos construtivos. Seguindo essas orientações, alguns locais comumente apresentam-se como candidatos naturais à instalação de unidades de produção, são eles: Extremidades do trecho, no caso de rodovias e ferrovias ou proximidades dos portões nos casos de sítios aeroportuários; Entroncamentos rodoviários e acessos a cidades próximas da obra; Locais onde estão ou serão instalados os prédios administrativos dos canteiros de trabalho; Locais onde estão ou serão instaladas outras unidades de produção (incluindo as usinas comerciais já operacionais); Proximidades dos principais fornecedores de insumos tais como areia, brita e cimento; e Pontos onde se concentram a aplicação dos produtos usinados, tais como pontes e viadutos. Desse modo, na obra da BR 101 / NE, foram escolhidos com base nos princípios e orientações descritos acima, 10 possíveis locais de instalação da usina de concreto, indicados de U1 a U8 e A1, P1 e P2, S1 e C1. Convém frisar que a análise em questão não se limitou aos locais previstos no projeto executivo. Durante a obra, várias revisões do projeto foram necessárias para ajustá-lo às condições de execução realmente encontradas no local da obra. Dessa forma, foram feitas algumas alterações importantes, comuns em obras de infraestrutura, as quais reforçam a necessidade de ferramentas de apoio à decisão para a seleção de locais para as unidades de produção, tais como: O local de fornecimento do cimento a granel de Natal para João Pessoa; O local de instalação do canteiro do km 129,8 para o km 111,0 por solicitação da construtora; e Inclusão de uma pedreira comercial existente nas proximidades da obra (P2), pois a jazida de material pétreo prevista em projeto (P1) mostrou-se de exploração inviável por questões ambientais. A fim de calcular o impacto financeiro nos custos de transporte em consequência da mudança da pedreira, foram consideradas nos cálculos tanto a pedreira prevista no projeto quanto a pedreira comercial. Para tanto, foram calculados os custos de transporte separadamente para cada pedreira, conforme as Tabelas4 e 5. 3.2.3.Cálculo das distâncias e custos de transporte As distâncias de transporte foram calculadas a partir das distâncias rodoviárias indicadas no projeto executivo. Além do mais, seguiu-se o critério de orçamentação adotado pelo Sistema Informatizado de Custos Rodoviários (SICRO II/DNIT), e foi diferenciado o transporte comercial do transporte local, e ainda, o transporte realizado em rodovia pavimentada e em rodovia não pavimentada. O SICRO II (BRASIL, 2003) considera custos, em R$ / ton.km, diferenciados para diversas situações, sendo que o transporte local e realizado em rodovias não pavimentadas é mais caro que o comercial e o realizado em rodovias pavimentadas, respectivamente. Para o cálculo dos custos de transporte foram adotados os valores considerados pelo SICRO II / RN, conforme consta do Relatório de Projeto Executivo do Lote 1 da BR/101. 3.2.4.Montagem das matrizes de distâncias e lugares Para a aplicação do método p-medianas foram consideradas duas matrizes de distâncias e lugares. A primeira considerou o transporte dos insumos dos fornecedores aos locais pré- selecionados para a instalação da usina, excluídos os locais que não atendiam à restrição operacional de 1 hora até o ponto de aplicação do concreto. A segunda matriz considerou o transporte dos locais possíveis de instalação da usina para os pontos de aplicação do concreto usinado. Em ambos os casos, o objetivo foi minimizar as distâncias de transporte, considerando um único local para a usina (p = 1) e devido à distinção do orçamento da obra em relação ao tráfego em rodovias pavimentadas ou não, optou-se por considerar ainda as duas distâncias em cada posição da matriz. 3.2.5.Aplicação do método de p-medianas A seguir está apresentada a matriz de distâncias entre usina e fornecedores (transporte de suprimentos), conforme Tabela 3. Cada local pré-selecionado para a instalação da usina apresenta duas distâncias de transporte: a da esquerda representa o transporte em rodovia não pavimentada (RNP) e a da direita o transporte em rodovia pavimentada (RP). Por exemplo, observa-se nesta tabela que a distância entre o fornecedor A1 e o local de instalação da usina U2 é de 3,3 km em rodovia não pavimentada e de 20,2 km em rodovia pavimentada. Após a montagem da matriz é calculado o momento de transporte (equação 9), por definição, o produto entre a distância de transporte e a quantidade transportada, calculado pela soma dos momentos de transporte relativos a cada um dos insumos que são utilizados para a produção do concreto. Os pesos indicados na matriz são as quantidades a serem transportadas de cada insumo, em toneladas. ∑ (9) Onde: MT = momento de transporte; Di = distância média de transporte (km); e Pi = peso total em toneladas (t) Conforme explicado anteriormente, foram consideradas duas possibilidades de fornecimento de pedra, o local previsto no projeto (P1) e a pedreira comercial (P2). As Tabelas 4 e 5 apresentam os cálculos do custo de transporte para as duas possibilidades de fornecimento (pedreiras P1 e P2), respectivamente. Tabela 3: Matriz de distâncias (km) entre usinas x fornecedores FORNECEDORES PESO (ton) A1 LOCAIS PRÉ-SELECIONADOS PARA INSTALAÇÃO DA USINA DE CONCRETO U2 U3 U4 U5 U6 U7 P1 A1 RNP (km) RP (km) RNP (km) RP (km) RNP (km) RP (km) RNP (km) RP (km) RNP (km) RP (km) RNP (km) RP (km) RNP (km) RP (km) RNP (km) RP (km) 56.981,31 3,3 20,2 3,3 18,8 3,3 13,4 3,3 4,4 3,3 6,0 3,3 12,8 34,0 0,0 0,0 P1 146.824,34 30,7 20,2 30,7 18,8 30,7 13,4 30,7 4,4 30,7 6,0 30,7 12,8 0,0 0,0 34,0 0,0 P2 146.824,34 0,0 19,0 0,0 20,4 0,0 25,8 0,0 34,8 0,0 45,2 0,0 52,0 30,7 39,2 3,3 39,2 C1 32.045,06 0,0 163,0 0,0 161,6 0,0 156,2 0,0 147,2 0,0 136,8 0,0 130,0 30,7 142,8 3,3 142,8 S1 6.569,87 0,0 21,2 0,0 22,6 0,0 28,0 0,0 37,0 0,0 47,4 0,0 54,2 30,7 41,4 3,3 41,4 Fonte: os autores 0,0 Tabela 4: Custo de Transporte (R$) para a hipótese da Pedreira P1 P1 U2 U3 U4 U5 MOMENTO 4.695.545,42 9.479.500,03 4.695.545,42 9.158.506,86 4.695.545,42 7.920.390,34 4.695.545,42 5.856.862,81 CUSTO 1.596.485,44 2.085.490,01 1.596.485,44 2.014.871,51 1.596.485,44 1.742.485,88 1.596.485,44 1.288.509,82 CUSTO TOTAL 3.681.975,45 P1 U6 3.611.356,95 U7 3.338.971,32 P1 2.884.995,26 A1 MOMENTO 4.695.545,42 5.918.009,86 4.695.545,42 7.130.656,94 3.122.842,85 4.848.027,13 5.119.456,67 4.848.027,13 CUSTO 1.596.485,44 1.301.962,17 1.596.485,44 1.568.744,53 1.061.766,57 1.066.565,97 1.740.615,27 1.066.565,97 CUSTO TOTAL 2.898.447,61 3.165.229,97 2.128.332,54 2.807.181,24 Fonte: os autores Tabela 5:Custo de Transporte (R$) para a hipótese da Pedreira P2 P2 MOMENTO CUSTO U2 U5 188.038,32 9.393.425,80 188.038,32 9.741.012,10 188.038,32 10.320.322,61 63.933,03 2.046.728,38 63.933,03 2.066.553,68 63.933,03 2.143.022,66 63.933,03 2.270.470,97 2.110.661,41 P2 CUSTO U4 9.303.310,83 CUSTO TOTAL MOMENTO U3 188.038,32 U6 2.130.486,71 U7 2.206.955,69 P1 2.334.404,00 A1 188.038,32 11.673.523,80 188.038,32 12.886.170,89 7.630.349,95 10.603.541,08 611.949,57 10.603.541,08 63.933,03 2.568.175,24 63.933,03 2.834.957,60 2.594.318,98 2.332.779,04 208.062,85 2.332.779,04 CUSTO TOTAL 2.632.108,27 2.898.890,63 4.927.098,02 2.540.841,89 Fonte: os autores Considerando os custos totais de transporte de suprimentos (transportes comerciais) obtidos nas tabelas 4 e 5, observa-se que o menor custo ocorre quando o fornecedor é a pedreira P2 e a usina de concreto está localizada na posição U2, no acesso à cidade de Pium – km 109,6. Essa conclusão é parcial e não representa a solução ótima ao problema proposto. Ainda devem ser considerados os custos de transportes relacionados à distribuição, ou seja, o transporte do concreto usinado até os locais de aplicação. Procedimento análogo é repetido para a montagem da matriz de distâncias entre a usina e os consumidores (transportes locais). Essa segunda parte dos cálculos é apresentada na Tabela 6, a seguir. A Tabela 7 mostra que o menor custo total para o transporte de distribuição é encontrado para a usina de concreto instalada na posição U5, no acesso à cidade de Nísia Floresta – km 105,4. A Tabela 8 apresenta o custo de total de transporte, para cada alternativa de pedreira, considerando ainda custos diferenciados para os tipos de pavimento e de transporte de cada local selecionado. Como pode ser visto na Tabela 8, a posição ótima dentre os locais pré-selecionados para a instalação da usina de concreto, tendo como critério de análise o custo total de transporte, foi a posição U4, no acesso à cidade de Monte Alegre – km 116,14 aliada à pedreira P2. A posição U4 dista 19,7 km do início e 26,5 km do final do trecho. O custo total do transporte para essa localização foi de aproximadamente R$ 2,43 milhões (preços de fevereiro de 2005). Tabela 6: Matriz de locais de usinas x consumidores CONSUMIDORES PESO (ton) O1 O2 O3 O4 O5 O6 O7 O8 576,00 463,00 1.340,00 371,00 25.256,00 7.986,80 18.400,80 12.808,40 LOCAIS PRÉ-SELECIONADOS PARA INSTALAÇÃO DA USINA DE CONCRETO U2 U3 U4 U5 U6 U7 P1 A1 RNP (km) RP (km) RNP (km) RP (km) RNP (km) RP (km) RNP (km) RP (km) RNP (km) RP (km) RNP (km) RP (km) RNP (km) RP (km) RNP (km) RP (km) 0,0 13,2 0,0 14,6 0,0 20,0 0,0 29,0 0,0 39,4 0,0 46,2 30,7 33,4 3,3 33,4 0,0 16,8 0,0 15,4 0,0 10,0 0,0 1,0 0,0 9,4 0,0 16,2 30,7 3,4 3,3 3,4 0,0 17,8 0,0 16,4 0,0 11,0 0,0 2,0 0,0 8,4 0,0 15,2 30,7 2,4 3,3 2,4 0,0 26,2 0,0 24,8 0,0 19,4 0,0 10,4 0,0 0,0 0,0 6,8 30,7 6,0 3,3 6,0 0,0 5,8 0,0 4,4 0,0 1,0 0,0 10,0 0,0 20,4 0,0 27,2 30,7 14,4 3,3 14,4 0,0 14,3 0,0 12,9 0,0 7,5 0,0 1,5 0,0 11,9 0,0 18,7 30,7 5,9 3,3 5,9 0,0 20,9 0,0 19,5 0,0 14,1 0,0 5,1 0,0 5,3 0,0 12,1 30,7 0,7 3,3 0,7 0,0 29,4 0,0 28,0 0,0 22,6 0,0 13,6 0,0 3,2 0,0 3,6 30,7 9,2 3,3 9,2 Fonte: os autores Tabela 7: Custos de transporte de material usinado(R$) P1 U2 U3 U4 U5 MOMENTO - 1.070.793,52 - 978.323,52 - 672.165,52 - 556.283,92 CUSTO - 353.361,86 - 322.846,76 - 221.814,62 - 183.573,69 CUSTO TOTAL 353.361,86 P1 322.846,76 U6 221.814,62 U7 183.573,69 P1 A1 MOMENTO - 787.079,04 - 1.162.078,88 2.063.101,40 567.780,96 221.766,60 567.780,96 CUSTO - 259.736,08 - 383.486,03 866.502,59 187.367,72 93.141,97 187.367,72 CUSTO TOTAL 259.736,08 383.486,03 1.053.870,30 280.509,69 Fonte: os autores Tabela 8: Custo total de transporte (R$) U2 U3 U4 U5 U6 U7 P1 A1 ∑ CUSTO TOTAL P1 = 4.035.337,31 3.934.203,71 3.560.785,94 3.068.568,95 3.158.183,69 3.548.716,00 3.182.202,84 3.087.690,92 ∑ CUSTO TOTAL P2 = 2.464.023,27 2.453.333,47 2.428.770,31 2.517.977,70 2.891.844,35 3.282.376,66 5.980.968,32 2.821.351,58 Fonte: os autores Supondo agora que a localização da usina de concreto fosse escolhida na própria U4 e fosse escolhida, diferente do indicado pelo método p-mediana, a pedreira 1 (aquela prevista no projeto básico), o custo de transporte aumentaria em 46,6%. Em outro cenário, caso fosse escolhida a pedreira 2, porém com a localização da usina de concreto em U7, o aumento do custo de transporte seria de 35,1%. 4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Dentre as parcelas que compõem os custos das grandes obras de infraestrutura, o custo de transporte destaca-se como um dos mais relevantes. A diferença de valores encontrada nos diversos cenários propostos indica que os custos de transporte estão diretamente relacionados à correta localização das Unidades de Produção. Então, justifica-se a busca por métodos de localização, tal como o p-mediana, capazes de encontrar soluções ótimas para a localização dessas unidades. A não utilização de métodos de localização de unidades de produção pelos projetistas das obras de infraestrutura pode contribuir para desperdícios de insumos, de recursos humanos, de aumento do uso de combustíveis, da poluição ambiental e, consequentemente, de custos superiores. Por outro lado, a utilização da metodologia proposta nesse artigo pode reduzir significativamente as distâncias de transporte e, consequentemente, contribuir para a redução da frota de caminhões, com reflexos no custo total e no prazo das obras de infraestrutura. Tendo em vista os resultados encontrados, pode-se inferir que a utilização do método pmedianas no planejamento de obras de infraestrutura pode contribuir com outras decisões estratégicas importantes, tais como a localização de canteiros de trabalho, localização e número de unidades de produção etc. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CLEMENTE, Ademir (organizador). Projetos Empresariais e Públicos –3ª ed. – São Paulo: Atlas, 2008. SENNE, Edson Luiz França; LORENA, Luiz Antônio Nogueira. Abordagens complementares para problemasde p-medianas. Revista Produção, São Paulo, v.13, n° 3, p. 78-87, 2003. BALLOU, R. H. DISPLAN: a Multiproduct Plant/Warehouse Location Model with Nonlinear Inventory Costs. 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Guilherme Luiz Bianco ([email protected]) Marcello da Costa Vieira ([email protected]) Roberto Bernardo da Silva ([email protected]) Sérgio Ronaldo Granemann ([email protected]) Faculdade de Tecnologia, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, Programa de Pós-Graduação em Transportes, Universidade de Brasília, Campus Universitário Darcy Ribeiro, Asa Norte, Edifício SG-12, 1º Andar – Brasília, DF, Brasil.