Análise do
Comportamento
(princípios básicos aplicados à Saúde)
Prof. Dr. Ricardo Gorayeb
Depto. Neurociências e Ciências do Comportamento
FMRPUSP
Aspectos Preliminares
• Origem da abordagem teórica (Pavlov, Skinner)
• Características:
o científica,
o objetiva
• Usada em contextos de saúde
tem grande sucesso
Estilo desta aula
• Serão apresentados os conceitos básicos
da Análise do Comportamento, de uma
maneira sintética.
• Com o objetivo didático de facilitar a
compreensão.
• O COMPORTAMENTO HUMANO é
complexo
Comportamento
Envolve uma relação entre:
eventos ambientais - estímulos (S)
e
respostas (R).
Podem ser:
 Observáveis ou Internos (encobertos)
 Respondentes ou Operantes
Comportamento Respondente
Quando um estímulo antecedente (eliciador) produz
uma resposta filogeneticamente determinada.
S  R
•



Exemplos
Luz.......pupila se contrair
ameaça.....coração acelerar
pancada.....reflexo patelar
Condicionamento Respondente
S incondicionado
S neutro
R incondicionada
Ø
Condicionamento Respondente
S incondicionado
S neutro
R incondicionada
Condicionamento Respondente
S incondicionado
S condicionado
R condicionada
Condicionamento Respondente
a) Apresentar um estímulo neutro antes de um
estimulo eliciador.
b) Esta associação faz o estímulo neutro adquirir
propriedades do estímulo eliciador
(incondicionado)
c) O estímulo (antes neutro) passa a eliciar o
comportamento respondente, de uma maneira
condicionada.
Condicionamento Respondente
Antes do condicionamento:
Dor (S incondicionado)  Aumento da PA (R incondicionada)
Presença de um médico (S neutro) – Sem resposta
Durante o condicionamento:
Presença de um médico
(S neutro) 
Dor
 Aumento da PA (R incondicionada)
Após condicionamento:
Presença de um médico (S condicionado)  Aumento da PA (R condicionada)
Síndrome do Jaleco Branco e
Hipertensão
Médico com jaleco branco
CONSULTÓRIO
PAS – 140 mmHg
PAD – 90 mmHg
Em casa / Rotina diária
MAPA
PAS – 120 mmHg
PAD – 80 mmHg
(Guedis et al, 2008)
Síndrome do Jaleco Branco e
Hipertensão
Médico com jaleco branco
CONSULTÓRIO
PAS – 140 mmHg
Sem
PAD – 90 mmHg
compreender o
condicionamento, o médico faz um
FALSO DIAGNÓSTICO
DE
Em casa / Rotina diária
HIPERTENSÃO ARTERIAL
SISTÊMICA PAS –MAPA
120 mmHg
PAD – 80 mmHg
(Guedis et al, 2008)
Síndrome do Jaleco Branco e
Hipertensão
Médico com jaleco branco
“A utilização de simples manobras
CONSULTÓRIO
semiológicas como repetidas medidas de PA
PAS – 140 mmHg
durante
PAD – 90
mmHga consulta e o estabelecimento de
uma boa relação médico-paciente podem
reduzir reações de alarme (condicionadas) e,
Em casa / Rotina diária
possivelmente, o surgimento de falsos
MAPA
diagnósticos”
PAS – 120 mmHg
PAD – 80 mmHg
(Guedis et al, 2008)
Comportamento Operante
a) O comportamento ocorre diante de um estímulo
(discriminativo)
b) Sua ocorrência produz uma consequência,
c) Esta consequência afeta a chance do
comportamento acontecer novamente.
Estímulo  Resposta  Consequência
SRC
Consequência:
Reforço
Consequência que AUMENTA as
chances daquela resposta
ocorrer de novo.
Fortalecimento de um
comportamento
Procedimento no qual uma resposta é fortalecida
pela consequência.
S Antecedente
Resposta
Consequência
(R)
Perguntas do
médico
Paciente
responde com
detalhes
Médico dá mais
atenção ao
paciente
Efeito
Fortalecimento de um
comportamento
Procedimento no qual uma resposta é fortalecida
pela consequência.
S Antecedente
Resposta
Consequência
(R)
Efeito
Perguntas do
médico
Paciente
responde com
detalhes
Médico dá mais
atenção ao
paciente
Paciente dá uma
boa entrevista
Fortalecimento de um
comportamento
Procedimento no qual uma resposta é fortalecida
pela consequência.
S Antecedente
Resposta
Consequência
(R)
Efeito
Perguntas do
médico
Paciente
responde com
detalhes
Médico dá mais
atenção ao
paciente
Paciente dá uma
boa entrevista
Enfermeira com
a medicação
Paciente é
colaborativo e
toma a
medicação
tranquilamente
Enfermeira é
gentil com
paciente
Fortalecimento de um
comportamento
Procedimento no qual uma resposta é fortalecida
pela consequência.
S Antecedente
Resposta
Consequência
(R)
Efeito
Perguntas do
médico
Paciente
responde com
detalhes
Médico dá mais
atenção ao
paciente
Paciente dá uma
boa entrevista
Enfermeira com
a medicação
Paciente é
colaborativo e
toma a
medicação
tranquilamente
Enfermeira é
gentil com
paciente
Paciente se torna
mais
colaborador
Consequência:
Estímulo Aversivo
Consequência que DIMINUI as
chances daquela resposta
ocorrer de novo.
Diminuição de um
Comportamento
S Antecedente
Resposta
Consequência (P)
Questionamento
do médico
Paciente responde
com poucos
detalhes
Médico critica a
resposta, dizendo
que paciente não
está cooperando
Efeitos
Diminuição de um
Comportamento
S Antecedente
Resposta
Consequência (P)
Efeitos
Questionamento
do médico
Paciente responde
com poucos
detalhes
Médico critica a
resposta, dizendo
que paciente não
está cooperando
Paciente se inibe e
passa a dar menos
informações dali
para a frente
Diminuição de um
Comportamento
S Antecedente
Resposta
Consequência (P)
Efeitos
Questionamento
do médico
Paciente responde
com poucos
detalhes
Médico critica a
resposta, dizendo
que paciente não
está cooperando
Paciente se inibe e
passa a dar menos
informações dali
para a frente
Diante da
Enfermeira com a
medicação
Paciente é
colaborativo e
toma a medicação
tranquilamente
Enfermeira não
diz nada e sai,
reclamando da
demora do
paciente
Diminuição de um
Comportamento
S Antecedente
Resposta
Consequência (P)
Efeitos
Questionamento
do médico
Paciente responde
com poucos
detalhes
Médico critica a
resposta, dizendo
que paciente não
está cooperando
Paciente se inibe e
passa a dar menos
informações dali
para a frente
Diante da
Enfermeira com a
medicação
Paciente é
colaborativo e
toma a medicação
tranquilamente
Enfermeira não
diz nada e sai,
reclamando da
demora do
paciente
Paciente deixa de
ser colaborador
com a enfermeira
dali para a frente
Lembre-se:
Se a consequência é REFORÇADORA:
maiores chances da resposta ocorrer
novamente
Se a consequência é AVERSIVA:
menores chances da resposta ocorrer
novamente
Reforçamento Diferencial
Reforçar um comportamento desejável
E
NÃO reforçar comportamentos
diferentes do desejável
Reforçamento Diferencial
• Exemplo: Prestar atenção, manter contato
visual, dizer “hum”, ou “sei”, quando o
paciente descreve seus sintomas.
• Não dar atenção, não perguntar mais, não
dizer “hum” ou “sei”, quando o paciente
descrever a doença de seu vizinho.
Aproximação Sucessiva
• Exemplo: Quando queremos ensinar ao paciente
formas adequadas de se alimentar
(comportamento complexo)
• Valorizo progressivamente dizer que:
o
o
o
o
o
A) Reduziu quantidade de ingestão
B) Começou a comer salada
C) Reduziu sal
D) Reduziu ingestão de gorduras
E) Aumentou ingestão de fibras
Controle Aversivo
Controle do comportamento
baseado em apresentação ou
ameaça de apresentação de
estímulos aversivos.
Efeitos do Controle Aversivo
• Fuga / Esquiva
• Rebaixamento do repertório comportamental
• Supressão de outros comportamentos
• Contracontrole
• Sentimentos negativos, ansiedade,
redução da autoestima e autoconfiança
Reação emocional
pós-controle aversivo
• Agressividade
• Desesperança
Controle aversivo em estudantes
de Medicina
• Estímulos aversivos envolvidos:
- sofrimento e morte dos pacientes;
- responsabilidade civil e penal da prática
médica;
- relacionamento com superiores.
• Impossibilidade de fugir e/ou esquivar-se.
• Aparecimento de sintomas de ansiedade e
estresse.
(Pereira, 2007)
Controle aversivo em
pacientes
Já ocorre em demasia em tratamentos de
saúde.
O comportamento do médico não deve ser
mais um controle aversivo sobre o paciente
Vivemos em Sociedade....
• Os reforçadores são também
permeados pelas relações sociais....
• Há reforços naturais e reforços
arbitrários.
O Comportamento Humano
é Complexo
Requer Análise FUNCIONAL
Estímulos,
COMPORTAMENTOS
e Consequências
HISTÓRIA DE
VIDA
HISTÓRIA
RECENTE
MOMENTO
ATUAL
MOTIVAÇÃO
Download

Analise do Comportamento - Neurologia