UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS (UEG) Unidade Universitária de Ciências Exatas e Tecnológicas Coordenação de licenciatura em Química Supervisão do trabalho de conclusão de curso . A contextualização do Ensino nas aulas de Química no 3° ano do ensino médio: experiências com limites e possibilidades baseados na concepção de Paulo Freire Anápolis, 2011. Rafael R. Ramos A contextualização do Ensino nas aulas de Química no 3° ano do ensino médio: experiências com limites e possibilidades baseados na concepção de Paulo Freire. Monografia apresentada à Banca Examinadora como exigência para a obtenção do título de licenciado em Química pela Universidade Estadual de Goiás, sob a Orientação do Professor Ms. Rogério Daniel P. Ramos Anápolis, 2011. 2 Catalogação na Fonte Biblioteca UnUCET – UEG Jerusa da Silva Alves Guimarães – CRB 1/1938 RAMOS, Rafael Rodrigues A contextualização do Ensino nas aulas de Química no 3° ano do ensino médio: experiências com limites e possibilidades baseados na concepção de Paulo Freire. [Goiás] 2011 Orientador: Profª. Ms. Rogério Daniel P Ramos TCC (Graduação), Universidade Estadual de Goiás, Unidade Universitária de Ciências Exatas e Tecnológicas, 2011. 1. Ensino 2. Aprendizagem. 3. Contextualização.RAMOS, Rogério Daniel Pereira A contextualização do Ensino nas aulas de Química no 3° ano do ensino médio: experiências com limites e possibilidades baseados na concepção de Paulo Freire 4 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho à minha família, em especial, à minha tia Heliene Pereira Ramos “IN MEMORIAM”. AGRADECIMENTOS A Deus por ter me concedido inúmeras bênçãos para que pudesse chegar até aqui. Aos meus pais Benedito e Helione, por terem sido o meu referencial e por terem me acompanhado e me apoiado em todos os momentos da minha vida. A vocês, que iluminaram os caminhos obscuros com afeto e dedicação para que eu os trilhasse, sem medo e cheio de esperança. A minha avó Nair e minha tia Luzia, que inúmeras vezes renunciaram aos seus sonhos, para que eu pudesse realizar os meus. Aos meus irmãos Eduardo e Sarah por haver-me incentivado e acreditado no meu trabalho, impulsionando-me a perseverar frente aos momentos de muitas dificuldades. A minha namorada Greicy, que sempre esteve comigo nos momentos bons e difíceis da minha vida. Ao professor e orientador Rogério Daniel Ramos, pelo carinho, apoio, compreensão, amizade, paciência e pela disposição em me ajudar a fazer o melhor. A todos meus parentes, amigos, professores e alunos que diretamente ou indiretamente me apoiaram e contribuíram para a realização desse trabalho. 6 RESUMO Solucionar os problemas de ensino-aprendizagem e propiciar um maior rendimento escolar é um desafio para escola, pais e professores. Os diversos problemas que favorecem o fracasso como as dificuldades de aprendizagem dos conteúdos de química são questões de grande relevância e necessitam ser trabalhadas no intuito de repensar os fazeres dos profissionais da área da licenciatura em Química para reverter esse quadro de fracasso. A utilização de questões contextualizadas de Química em sala de aula é apresentada como uma proposta de trabalho na escola no sentido de criar metodologias diversificadas para facilitar o processo de ensino-aprendizagem dos conteúdos de química no ensino médio. Esse trabalho monográfico busca detectar e demonstrar as principais dificuldades encontradas pelos professores e alunos no desenvolvimento da aprendizagem dos conteúdos de química, a partir de um colégio público estadual de Goiânia-Goiás. Foram elaborados questionários estruturados para uma melhor compreensão da realidade acerca do uso de questões contextualizadas nas aulas de química no 3º ano do ensino médio. Estes foram aplicados a alunos e educadores do Colégio Estadual Villa Lobos. Os resultados obtidos nos proporcionaram subsídios para integrá-los às teorias e investigação das relações entre o interesse dos alunos em aprender os conteúdos de química com mais motivação através de atividades contextualizadas. A fundamentação teórica desse estudo baseia-se em pressupostos freirianos. Segundo Paulo Freire, conhecer os educandos, a sua vivência e realidade social ajuda e propicia para uma prática educativa contextualizada. PALAVRAS-CHAVES: Ensino/Aprendizagem/Contextualização SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 9 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................ 12 1A CARACTERIZAÇÃO DAS DIFICULDADES NO ENSINO APRENDIZAGEM DE QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO .............................................. 15 1.1- A problemática do ensino de Química: um diagnóstico sobre a realidade da educação no Brasil, em Goiás e em Goiânia .................................................... 15 2- QUESTÕES CONTEXTUALIZADAS: UMA ABORDAGEM METODOLÓGICA COMO MEIO FACILITADOR PARA O ENSINO DE QUÍMICA ................................. 20 2.1- Bases legais e fundamentações para inserção da prática da contextualização do ensino de Química no nível médio. ....................................... 20 2.2- A valorização do contexto como referência para uma aprendizagem significativa............................................................................................................. 24 2.3- Técnicas para elaboração de questões contextualizadas ............................... 25 3- PERSPECTIVAS E RESULTADOS DO ESTUDO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DE QUESTÕES CONTEXTUALIZADAS NO ENSINO DE QUÍMICA ................................................................................................................... 29 3.1- O universo da pesquisa e a opção metodológica ........................................... 32 4- ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.................................................... 33 5- CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 38 6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 40 7-APÊNDICES .......................................................................................................... 42 8 INTRODUÇÃO No Brasil observa-se que desde a chegada da educação com os jesuítas, a questão do processo de ensino-aprendizagem da Química tem sido um problema que tem gerado grandes discussões, isso porque boa parte das escolas não consegue realizá-lo com êxito. Assim, questões relacionadas a esse problema têm preocupado profissionais de diversas áreas educacionais que buscam opções para superar essas dificuldades. Nessa perspectiva, tentativas de soluções têm sido produzidas a respeito da importância da aprendizagem dos conteúdos básicos dessa Ciência com o intuito de levar um número cada vez maior de educandos a compreender melhor os conteúdos dessa disciplina. Mesmo sendo a Química permeável em todas as áreas do conhecimento, o seu ensino em nossas escolas, vem apresentando baixos índices de rendimento. De acordo com os dados do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) 2008. Houve queda no desempenho dos alunos brasileiros nessa disciplina. Observa-se que dentre os vários motivos dessa queda, um deles é a forma mecânica na qual os conteúdos vêm sendo expostos pelos educadores. Essa mecanização, que muitas vezes ocorre pela formação inadequada dos professores, torna a sala de aula um ambiente desinteressante, gerando aulas enfadonhas e exaustivas que tem por conseqüência a dificuldade de concentração e desmotivação dos alunos e outros. Diante desses fatos percebem-se a necessidade de inserir no contexto escolar instrumentos como questões contextualizadas que sirvam de recursos pedagógicos para facilitar o ensino-aprendizagem dos conteúdos apresentados nas propostas curriculares para o ensino da Química no nível médio, em especial, neste estudo o do uso das questões contextualizadas no 3º ano do ensino médio, propiciando assim uma aprendizagem significativa e prazerosa. Maranhão (2004) ressalta que a utilização de questões contextualizadas como recurso pedagógico é sugerida como meio facilitador da aprendizagem e do desenvolvimento em todos os sentidos. O problema levantado nesse trabalho refere-se à utilização de questões contextualizadas de química em sala de aula como elementos que contribuem para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem dessa ciência. O objetivo central desta pesquisa é realizar um estudo diagnóstico junto aos alunos e professores de Química do 3º ano do ensino médio do Colégio Estadual Villa Lobos a respeito da utilização das questões contextualizadas nas aulas de Química, bem como apresentar e fundamentar uma proposta teórica e metodológica de natureza pedagógica com a utilização de questões contextualizadas com conteúdos diversos da química voltados para o ensino médio, tendo como princípio norteador as concepções de Paulo Freire, defensor da idéia de que o cotidiano é para o aluno uma possibilidade de desenvolver os aspectos cognitivo, social, afetivo e moral propiciando assim a fixação e/ou aprendizagem de conceitos. Nesse sentido, busca-se, portanto, contribuir com os professores de Química com a apresentação de questões contextualizadas a serem aplicadas em sala de aula e algumas dicas sobre como elaborá-las. O presente trabalho está dividido em três capítulos, sendo que no primeiro apresentar-se-á uma caracterização dos principais problemas e das dificuldades do ensino aprendizagem da química no ensino médio, em especial, sobre a falta de conhecimento dos professores sobre a importância do uso das questões contextualizadas em sala como forma de enriquecimento das metodologias utilizadas que favorecem a aquisição do conhecimento. No segundo capítulo será retratada a utilização das questões contextualizadas, como instrumento facilitador da aprendizagem dos conteúdos estudados no ensino médio e cobrados nos programas de vestibulares das universidades públicas. O referencial teórico para este estudo está pautado em Paulo Freire que defende a ideia da dialogicidade, e da crítica como forma de contribuir para formação de cidadãos conscientes, participativos e transformadores da sociedade em que vivem. Também serão apresentadas dicas de elaboração de questões e por fim discutir-se-á, sobre a importância do papel do educador como mediador neste processo. No terceiro capítulo, será apresentada a análise descritiva e a discussão dos resultados encontrados na pesquisa realizada com professores 10 e alunos do Colégio Estadual Villa Lobos da cidade de Goiânia-Goiás, acerca do uso ou não das questões contextualizadas na sala de aula do 3º ano do ensino médio. Diante do exposto acima se faz necessário entender a escola numa perspectiva educativa realmente eficiente onde vida e escola devem caminhar juntas levando os professores a vivenciar novas práticas, que geram grandes possibilidades de transformar a escola em um lugar onde a aquisição do conhecimento possa andar de mãos dadas com a alegria de aprender. JUSTIFICATIVA A Química surgiu na antiguidade por necessidade da vida cotidiana e em pleno século XXI ela tem papel decisivo na qualidade de vida dos cidadãos e, pela importância que lhe é atribuída sua aprendizagem é imprescindível. Porém, trabalhar conteúdos dessa disciplina em sala de aula não é uma tarefa fácil, em particular, numa perspectiva contextualizada, conhecida como a que os alunos apresentam maior dificuldade de compreensão, pelo fato de exigir o desenvolvimento do raciocínio lógico e também por não ser uma ação pedagógica ainda presente na prática de muitos professores de química. Sendo assim, este ensino implica na superação de alguns obstáculos, tais como: inovação da prática pedagógica dos professores, aproximação das universidades publicas e privadas do universo do ensino médio, da gestão da escola e da relação professor-aluno. Tendo consciência desses problemas, buscamos instrumentos que sirvam de recursos pedagógicos para inserir na prática diária de professores de química o uso de questões contextualizadas para, facilitar o ensino dos conteúdos de química e proporcionar aos alunos do ensino médio possibilidades reais de aproximarem os conteúdos estudados do seu cotidiano e também de participarem do ENEM e de outros concursos obtendo bons resultados nestes exames, já que a maioria das universidades brasileiras está adotando esse segmento. De acordo com Vygotsky (1989), observa-se também nesse tipo de questão, elementos facilitadores, capazes de desenvolver potencialidades, habilidades, reflexão e estímulo do raciocínio, partindo sempre de situações cotidianas vivenciadas pelos alunos para que estes possam evoluir no sentido de adquirirem novos conceitos em relação ao que foi inicialmente apresentado. Esse estudo se justifica pela relevância de apresentar o uso das questões contextualizadas em sala como proposta atrativa, no sentido de proporcionar uma aprendizagem mais prazerosa e concreta, transformando a sala de aula em um espaço harmonioso e gerador de conhecimento, fazendo com que os alunos se apropriem do pensamento criativo, da imaginação e do 12 raciocínio lógico, e da condição de avaliar resultados e compará-los com a vida real, podendo ainda, introduzir o indivíduo ao grupo social, ou seja, este entra em contato com seus pares, habitua-se a considerar o ponto de vista do outro, aprendendo a obedecer às regras e levando ao desenvolvimento de novas estratégias e habilidades. Segundo Vygotsky (1987), “a colaboração entre pares durante a aprendizagem pode ajudar a desenvolver habilidades gerais de solução de problemas, através da internalização do processo cognitivo implícito na interação e na comunicação”. A defesa da abordagem contextualizada no ensino é bastante acentuada nos documentos oficiais da reforma curricular, como os PCN’s (BRASIL, 1999), onde considera que o aprendizado necessita de exemplos relevantes, regionais ou locais. Sendo assim, o contexto dos estudantes, a sua vivência cotidiana, tem sido apontado como algo de sumo importância para os processos de ensino-aprendizagem. Nesse caso, as orientações curriculares constituem um dispositivo oficial/legal que ampara o empreendimento de práticas pedagógicas condizentes com uma concepção transformadora de educação, em que se busca propiciar meios para que os estudantes, enquanto sujeitos históricos compreendam o potencial que possuem como agentes de transformação social. Também para Paulo Freire (1997) os processos e atividades de ensino-aprendizagem devem dar ênfase à realidade com vistas a possibilitar, sobretudo, o desencadeamento de um processo de ação transformadora dessa mesma realidade pela interferência dos sujeitos na sociedade. Partindo deste princípio, numa prática freireana, tais situações apresentam-se como desafios não somente para melhor compreendê-las, mas também atuar para transformá-las, sendo a educação problematizadora algo de fundamental importância nesse intento. Sendo assim, apresentamos como sugestão para o professor trabalhar em sala de aula com situações/problemas através do uso de questões contextualizadas como forma de inovar no aspecto metodológico, contribuir para a formação de um cidadão crítico, participativo e transformador e ainda possibilitar aos mesmos, condições de acesso ao ensino superior. A utilização dessa prática em sala de aula poderá oferecer ao educador um leque de possibilidades para sua atuação enquanto mediador no processo de ensino- aprendizagem, pois o desenvolvimento do indivíduo está em processo acelerado de mudanças. Com esse estudo, esperamos contribuir com os professores de química do Ensino Médio, no sentido de apresentar uma proposta pedagógica diferenciada que viabiliza uma melhor compreensão dos conteúdos específicos da ciência química caracterizados como questões ambientais, políticas, econômicas, éticas, sociais e culturais, referentes à ciência-tecnologia por meio de temas químicos sociais. 14 1- A CARACTERIZAÇÃO DAS DIFICULDADES DO ENSINO APRENDIZAGEM DE QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO 1.1- A problemática do ensino de Química: um diagnóstico sobre a realidade da educação no Brasil, em Goiás e em Goiânia. Na escola, o conhecimento tem sido apresentado principalmente através de repasse de informações pelo professor, supondo que o aluno, memorize tudo passivamente. O conhecimento químico de forma geral, atualmente passa a ter novas abordagens, tendo como objetivo a formação de futuros cientistas, de cidadãos mais conscientes. Apesar disso, no Brasil, o que é ensinado nas escolas continua praticamente o mesmo. Embora às vezes os professores queiram manter uma aparência de modernidade, a essência permanece a mesma, priorizando as informações desvinculadas da realidade vivida pelos alunos e pelos professores. O ensino de Química tem contribuído para o desenvolvimento científico-tecnológico, cujo alcance tem sido amplo. A sociedade e seus cidadãos interagem com o conhecimento químico por diferentes meios, através dos saberes, fundamentado dentro de uma visão químico, científico, ou baseados em crenças populares. Por isso, o ensino de Química atualmente passa por mudanças e tem buscado se adaptar as novas propostas de ensino, apresentadas através dos PCN’s (1999), para o nível médio. Pesquisas no mundo todo têm sugerido que o ensino de Química é, via de regra, e salvo honrosas exceções, caótico, pouco frutífero e dicotomizado da realidade de professores e alunos. Além disso, como agravante, apresenta-se essencialmente livresco e, em nível de linguagem, parece incapaz de romper com o hermetismo lingüístico que lhe é próprio, tornando-se instrumento de opressão e de discriminação, na medida em que contribui para punir os alunos que, sem compreensão de seus fundamentos, são mal sucedidos quando submetidos ao adestramento para seu uso. (Nota-se grande ênfase nos modelos atômicos, modelos de ligações químicas, classificação de ácidos e bases, nomenclaturas de compostos, enquanto uma aproximação com aquela Química que está mais perto do aluno e de sua realidade, por exemplo, a produção de materiais industrializados como plásticos e medicamentos, o tratamento do lixo e da água ou o impacto da atividade humana sobre o meio ambiente), via de regra é relegada a plano secundário. Talvez fosse possível migrar da chamada “Química do cotidiano” (como se pudesse haver o oposto de um cotidiano de Química) para os conceitos fundamentais. Talvez fosse frutífero. Talvez [...] (MACHADO, 2001, p.1). O aprendizado deve levar em conta as diferenças de cada aluno. Na sala de aula, devem-se considerar valores como respeito pela opinião dos colegas, pelo trabalho em grupo, responsabilidade, lealdade e tolerância têm que ser enfatizados, de forma a tornar o ensino de Química mais eficaz, contribuindo para o desenvolvimento dos valores. O ensino de Química deve capacitar os alunos a tomarem suas próprias decisões, formando assim o educando como pessoa humana e como cidadão. Há uma crescente necessidade de se reorganizar os conteúdos químicos atualmente ensinados, bem como a metodologia empregada. De acordo com Brasil, (1999, p. 239): [...] Na escola, de modo geral, o individuo interage com um conhecimento essencialmente acadêmico, principalmente através de transmissão de informações, supondo que o estudante, memorizando-as passivamente, adquira o “conhecimento acumulado”. A promoção do conhecimento químico em escala mundial, nestes últimos quarenta anos, incorporou novas abordagens, objetivando a formação de futuros cientistas, de cidadãos, mais conscientes e também o desenvolvimento de conhecimentos aplicáveis ao sistema produtivo, industrial e agrícola. Apesar disso, no Brasil, a abordagem da química escolar contínua praticamente a mesma, embora, as vezes, “maquiada” com uma aparência de modernidade , a essência permanece a mesma, priorizando-se as informações desligadas da realidade vivida pelos alunos e pelos professores Temos que considerar que a Química utiliza uma linguagem própria, através de símbolos, fórmulas, convenções e códigos. É necessário que o 16 aluno desenvolva habilidades para reconhecer e saber utilizar essa linguagem, e ser capaz de entender e empregar, a partir das informações. A memorização de símbolos, fórmulas e nomes de substâncias não contribuem para o desenvolvimento de habilidades desejáveis no Ensino Médio. Ainda hoje podemos perceber uma prática de natureza tradicional por parte da maioria dos professores de Química, pois tudo que é novo leva um tempo para que as pessoas assimilem, podemos perceber o quanto o professor se apega ao livro didático tendo ele como único referencial para suas aulas. Segundo Ramos (2002, p 16), podemos citar alguns fatores que levam os professores a tratar o ensino de química assim: Falta de preparação e formação dos professores que lecionam esta disciplina; Inadequada seqüência em que os conteúdos são apresentados; Extensão dos programas; Ausência de atividades experimentais previstas no planejamento para serem desenvolvidas em sala de aula; Dogmatização do conhecimento científico; Ausência de objetivos, conteúdos e métodos propostos para nortear suas aulas; Ausência de situações problemas de natureza contextualizada. A grande maioria dos professores não deixou a maneira tradicional na qual foi educada e, segundo Alves (1981): “... é preciso formar pessoas que se atrevam a sair das trilhas aprendidas, com coragem de trilhar novos caminhos. De acordo com esse autor, a ciência construiu-se pela ousadia dos que sonharam, e o conhecimento é a aventura pelo desconhecido. Sem isso, simplesmente corre-se o risco de afastar o aprendiz do processo de produção de conhecimento, somente reproduzindo seres nada criativos e às vezes até incompetentes para construir ou reconstruir o conhecimento.” A educação parece não ter evoluído. O aluno tem perdido o gosto por aprender, pois não há uma preocupação em tornar o aprendizado algo divertido e prazeroso. A maioria das escolas não se preocupa em valorizar a aprendizagem natural e o contexto de que provém o aluno. Hoje é essencial que as salas de aula deixem de ser salas de repetição e mecanização. Segundo Hartwig (1999, p.6): A utilização excessiva de formulas matemáticas em química é bastante generalizada no ensino médio, sem que a fundamentação conceitual correspondente seja efetivamente assimilada pelos alunos, uma vez que a necessidade imposta de manipular expressões algébricas sobrepuja a da aquisição dos respectivos conceitos e princípios. A “mecanização mental” é nociva à formação do aluno, dificultando seu raciocínio e sua autonomia como cidadão. Essa prática promove poucas oportunidades para que o aluno através de seus próprios conhecimentos e raciocínios deduza sozinho e com uma orientação adequada a maioria das fórmulas. È o caso, por exemplo, das formulas envolvendo as leis físicas dos gases, propriedades coligativas, eletrólise, etc. De modo, a maioria dos alunos não percebe os conceitos subjacentes, que acaba ficando ocultos pela excessiva manipulação algébrica. Essa fórmula de apresentar o conteúdo pode ser uma das causas que fazem com que, comumente o aluno do ensino médio seja incapaz de resolver problemas, mesmo os mais simples, caso não disponham a formula. Essa dependência é manifestada em algumas observações feitas por alunos quando se deparam com problemas de química. Quais dessas fórmulas devo usar para resolver o problema? - Sei qual é a formula para se aplicar, mas não consigo resolver o problema. - Só consigo resolver um problema quando já resolvi outros parecidos. Esqueci a formula e não consigo resolver este problema. - Apliquei uma formula no lugar de outra. - Tem muita formula para decorar. Em Goiás, em Goiânia e em especial no Colégio Estadual Villa Lobos a realidade não é diferente das demais citadas anteriormente. A prática dos professores de Química das escolas públicas continua centrada na figura do docente que repassa aos alunos os conhecimentos prontos, acabados e desconectados da realidade dos mesmos. Não se observa uma relação clara entre os propósitos das universidades e das escolas e isso provoca a exclusão de milhares de jovens no que diz respeito à garantia de uma vaga no ensino superior. 18 A maioria do alunato das escolas públicas afirma sentir uma distancia imensa entre o que se aprende nas escolas e o que se encontra nas provas dos vestibulares e também do ENEM. A natureza do ensino tradicional e da aplicação de exercícios técnicos ainda presentes nos livros didáticos diferenciam-se daqueles de natureza contextualizadas e interdisciplinares cobrados nos processos seletivos das principais universidades do Brasil. Por esse motivo se faz necessário que a escola contemple em seu projeto pedagógico a formação continuada dos professores para melhor administração e aproveitamento dos conteúdos, sendo que este serão de suma importância para o desenvolvimento intelectual do mesmo. Considerando que a Química esta presente no cotidiano de cada indivíduo, nada mais justo e sensato que trabalhar essa ciência de forma mais prática que teórica, utilizando os conhecimentos prévios dos estudantes e os levando a formulação sistematizada dos conhecimentos adquiridos na educação formal. Sob tais aspectos, no capítulo que segue faremos uma discussão sobre a importância das questões contextualizadas na prática pedagógica dos professores de Química do ensino médio como opção metodológica que visa facilitar a aquisição do conhecimento de forma significativa. Serão também apresentados alguns modelos dessas questões como forma de auxilio aos professores abordando temas químicos sociais a partir de contextos relevantes para os estudantes, pautando-se nos pressupostos freireanos que defendem um ensino de Química voltado à cidadania, do qual se parte da proposição de um tema social para a contextualização do conteúdo, 2QUESTÕES CONTEXTUALIZADAS: UMA ABORDAGEM METODOLÓGICA COMO MEIO FACILITADOR PARA O ENSINO DE QUÍMICA 2.1- Bases legais e fundamentações para inserção da prática da contextualização do ensino de química no nível médio. Em um mundo globalizado, cuja realidade econômico-tecnológica imprime profundas transformações em um ritmo surpreendentemente acelerado, a escola tem papel fundamental no processo de integração do aluno à sociedade. Dessa maneira, cabe aos educadores, em sintonia com toda comunidade escolar, viabilizar um conjunto de atividades contextualizadas e que atenda a essas novas perspectivas. Fatores diversos, tais como a falta de estrutura e de equipamentos e baixa capacitação de professores, contribuem para isso. O ensino de qualidade tem-se generalizado e a sociedade aspira por ver seus jovens aptos a enfrentar os desafios do novo milênio e da globalização. A escola tem a função básica de analisar problemas diversos, solucionando-os; buscando o desenvolvimento do espírito crítico e o domínio de habilidades e competências diversas pelo aluno. Entretanto, deve-se ter clareza que formar cidadãos não significa apenas ensinar conceitos e ilustrar a Química cotidiana com fotos e comentários de processos químicos envolvidos. Hoje, existe uma compreensão mundial de que o cidadão precisa, sobretudo, compreender e saber aplicar conceitos, além de desenvolver a capacidade de tomar decisões. Por isso, é necessária uma reforma do conteúdo químico, para que o aluno possa entender as múltiplas inter-relações entre Ciência, Tecnologia e Sociedade, permitindo-o tomar decisões, analisando o custo e benefício das mesmas (Santos 2003). Os professores devem ser preparados e se sentirem estimulados para as inovações metodológicas na escola, para a criação e utilização de materiais didáticos alternativos e para darem aos livros e demais materiais didáticos à função que devem ter na formação da consciência crítica da realidade dos educando. Atualmente, vem se buscando a necessidade de um 20 currículo integrado, do qual seja possível desenvolver nos alunos características que os capacitem a se inserir em um mercado de trabalho competitivo. Com o objetivo de um ensino onde as práticas pedagógicas sejam integradoras, os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, publicados em 1999, traz conceitos como os de interdisciplinaridade, contextualização, competências e tecnologia, com a finalidade de valorizar a integração, sendo os dois primeiros conceitos, os eixos dessa integração e a tecnologia, o agente integrador entre as disciplinas (Abreu, 2002). Segundo Silva (1996), aprender, dentro das atuais fronteiras do contexto escolar, significa atender às liturgias dos livros. O apego aos livros didáticos pode significar uma perda crescente de autonomia por parte dos professores. Tal apego, certamente muito preocupante, decorre da percepção de que o livro se reveste de autoridade última de saber científico, como nos faz perceber a citação a seguir: [...] “o livro didático não atua como auxiliar no processo de transmissão de conhecimento, mas como modelo padrão, autoridade absoluta, critério último de verdade: parece modelar os professores” (FREITAG et al., 1978, p.16). Segundo Lopes (1991), o professor, não sabe o que, e como ensinar. Ele acaba orientando todas as suas atividades, todo o seu fazer pedagógico segundo livros didáticos mesmo quando estes não são adotados em suas turmas. Os livros didáticos lhe oferecem pronto o que deveria ser por ele preparado: a ordem dos conteúdos, os exercícios, as explicações dos mais variados assuntos. Nessa perspectiva, Chassot (1990) posiciona-se com propriedade ao destacar que, de modo geral, o que se encontra é um ensino de Química que pouco tem contribuído para a transformação dos estudantes em cidadãos críticos, a ponto de afirmar que, da forma como tem sido praticado, esse ensino resulta em algo literalmente “inútil”. Cabe às escolas e aos professores nos dias atuais, propiciar um ensino de Química voltado ao desenvolvimento do exercício da cidadania aos egressos do ensino médio. Nesse sentido, a contextualização social no ensino de Química tem sido defendida em vários trabalhos (SANTOS; SCHNETZLER, 1997). O conteúdo pelo conteúdo como ainda se observa estruturado na grande maioria dos livros já não atende mais às necessidades de aprendizagem do alunado do ensino médio. A idéia de contextualização surgiu com a reforma do Ensino Médio, a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB n0 9.394/96) que orienta para a discussão dos conhecimentos partindo do cotidiano. Originou-se nas diretrizes que estão definidas nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s), os quais visam um ensino de química centrado na interface entre informação científica e contexto social. Tal afirmativa se estende a partir de 2003 aos novos documentos norteadores do processo de ensino e aprendizagem no Brasil, as chamadas Orientações Curriculares para o Ensino Médio em 2010 e nas propostas curriculares para o ensino médio apresentadas pela Secretaria Estadual de Educação de Goiás. Diante do exposto, se faz necessário a prática de um ensino mais contextualizado, em que se pretende relacionar os conteúdos de química com o cotidiano dos alunos, respeitando as diversidades de cada um, visando à formação do cidadão, e o exercício de seu senso crítico. Assim Freire afirma que “[f] o dever de não só respeitar os valores dos educandos, sobretudo os das classes populares, chegam a ela saberes socialmente construídos na prática comunitária [f]” (FREIRE, 2000, p. 30) Sob tais aspectos, os processos e atividades de ensino- aprendizagem devem dar ênfase a realidade (FREIRE, 1997a), com vistas a possibilitar, sobretudo, o desencadeamento de um processo de ação transformadora dessa mesma realidade pela interferência dos sujeitos na sociedade. O problema em questão, e que merece atenção para estudo, referese ao fato do “por que” dos alunos do ensino médio não resolverem questões 22 contextualizadas em sala quando a maioria dos vestibulares das universidades públicas já usa esse segmento em seus processos seletivos. Interessa saber se os professores utilizam essa metodologia em sala de aula e quais as dificuldades apresentadas pelos alunos frente à resolução de questões contextualizadas que envolvem conteúdos químicos. Tais questionamentos serão mais bem discutidos no capítulo seguinte. Buscando apoiar esses professores de química do Colégio Estadual Vila Lobos e outros que a esse trabalho tiverem acesso, apresentamos a seguir algumas sugestões para elaboração de questões contextualizadas bem como alguns modelos que possam concretizar essa discussão. 2.2- A valorização do contexto como referencia para uma aprendizagem significativa É a partir dos novos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (1999), que se enfatiza, em documento oficial, a busca de uma aprendizagem significativa através da contextualização. Na verdade, essa proposta requer uma nova escola, um novo currículo, capaz de refletir a vida real do educando fora da escola e, ao mesmo tempo, prepará-lo para viver de maneira autônoma. Assim, ao se admitir que educar para a vida é o objetivo principal da escola, faz-se necessário que ela considere a realidade fora de seus próprios muros e lance um olhar para o futuro. Considerando, também, que os processos seletivos de ingresso aos cursos de graduação, no que diz respeito a normas e critérios, devem "levar em conta seus efeitos sobre o Ensino Médio", conforme determina o Art.° 51 da LDB 9394/96, as Universidades de todo o Brasil tem procurado desenvolver, através do Vestibular, questões de múltipla escolha contextualizadas. Se a educação agora é para a vida, a escola, abrindo-se às vivências individuais e coletivas do aluno, deve ser capaz de prepará-lo para se transformar nesse convívio em sociedade e, em conseqüência, transformar o próprio mundo em que vive. É buscando uma interação com essa nova escola, que as Universidades têm procurado incluir questões contextualizadas em seus processos seletivos, visando a um desenvolvimento não só intelectual, mas também afetivo na relação do aluno com o conhecimento. Ao procurar atender a esse novo princípio norteador do Ensino Médio, as Universidades têm incluído questões de múltipla escolha contextualizadas em seus processos seletivos. Os alunos do ensino médio também têm se deparado com esse modelo de questões no ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio). Sendo assim se faz necessário que os professores adotem essa prática pedagógica em sua metodologia. 24 2.3- Técnicas para elaboração de questões contextualizadas Buscando tornar o ensino dos conteúdos de química mais atraente e significativo para os alunos no momento da elaboração das questões contextualizadas deve-se considerar a proposição de uma situação problema a ser resolvida pelo aluno que apresente coerência e significado. Para isso recomenda-se: • Uso de textos com apresentação de informações que serão usadas para a resolução da questão; • Uso de imagem, gráficos e tabelas que desenvolvam as capacidades de analisar, interpretar e opinar; • O uso de textos, imagens, tabelas e gráficos devem ter utilidade para resoluções de questões e não apenas para ilustrações; • Apresentar questões com níveis de dificuldades que variam entre fácil, médio e difícil; • Usar de situações que permitam identificar os conhecimentos dos alunos identificando o seu desenvolvimento potencial; • Criatividade na proposição do problema por parte do professor. • Acompanhamento por parte dos professores das provas do ENEM e dos vestibulares da UEG, UFG e de instituições do entorno. Alguns exemplos desse tipo de questão e que atende aos itens propostos acima são exemplificados abaixo. Vale ressaltar que essas questões foram aplicadas aos alunos e professores do 3º ano do ensino médio do Colégio Estadual Villa Lobos para que se pudesse identificar a capacidade dos mesmos na resolução dos problemas apresentados. A discussão dos resultados será apresentada no capítulo seguinte. Ex 1: Questão nº 67 do processo seletivo da UEG 2007/2 Um aluno resolveu fazer um suco para aplicar seus conhecimentos sobre soluções. Ele tinha em mãos um pacote com preparado sólido, conforme mostra a figura ao abaixo. Na preparação do suco, o sólido foi totalmente transferido para um recipiente e o volume foi completado para um litro, com água pura. Com base nas informações do texto, do desenho e em seus conhecimentos sobre química, é CORRETO afirmar: a) A diluição do suco para um volume final de 2,0 L fará com que a massa do soluto se reduza à metade. b) O suco é um exemplo de uma mistura azeotrópica. c) A concentração de soluto no suco preparado é igual a 10000 mg.L-1. d) Caso o aluno utilize açúcar para adoçar o suco, haverá um aumento da condutividade elétrica da solução. Ao analisarmos a questão percebemos uma situação problema apresentada pelo aluno sobre o conteúdo soluções. A abordagem do cotidiano se deu através de um exemplo comum presente em nossas casas, o suco em pó. Para a resolução desta questão o aluno precisa analisar os dados apresentados na figura, conhecer o modo de preparo do suco em pó e associar essas experiências trazidas de casa com os aspectos conceituais relativos ao estudo das soluções. 26 Ex 2: ENEM 2000. Moradores de três cidades, aqui chamadas de X, Y e Z, foram indagados quanto aos tipos de poluição que mais afligiam as suas áreas urbanas. Nos gráficos abaixo estão representadas as porcentagens de reclamações sobre cada tipo de poluição ambiental. X Y Z X Y Z Considerando a queixa principal dos cidadãos de cada cidade, a primeira medida de combate à poluição em cada uma delas seria respectivamente X Y Z: Considerando a queixa principal dos cidadãos de cada cidade, a primeira medida de combate à poluição em cada uma delas seria respectivamente: a) Manejamento de lixo, Esgotamento sanitário, Controle emissão de gases, b) Controle de despejo industrial, Manejamento de lixo, Controle emissão de gases, c) Manejamento de lixo, Esgotamento sanitário, Controle de despejo industrial, d) Controle emissão de gases, Controle de despejo industrial, Esgotamento sanitário, e) Controle de despejo industrial, Manejamento de lixo, Esgotamento sanitário. Essas questões nos mostra como podemos melhorar nossa prática em sala de aula inovando no aspecto metodológico, motivando os alunos a participarem das aulas e aprender de uma forma prazerosa. Dessa forma os conceitos serão adquiridos e a aprendizagem dos conteúdos de química se tornará mais significativa. 3-PERSPECTIVAS E RESULTADOS DO ESTUDO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DE QUESTÕES CONTEXTUALIZADAS NO ENSINO DE QUÍMICA. Este trabalho discute o ensino de Química para alunos do 3º ano A do ensino médio do Colégio Estadual Vila Lobos, situado em Goiânia/GO sob o ponto de vista da contextualização. O foco é questionar a relevância de questões contextualizadas e não contextualizadas e até que ponto as questões produzidas para avaliar o conhecimento podem servir de um meio para a produção de aprendizagens e acesso ao ensino superior. A fundamentação teórica desse trabalho está pautada em Paulo Freire no sentido de que ensinar é algo profundo e dinâmico em que se deve valorizar a questão da identidade cultural dos educandos (FREIRE, 2000). Para atender aos objetivos dessa pesquisa de campo será empregado como metodologia o levantamento de dados primários realizados junto aos 2 (dois) professores de química e alunos do 3° ano A do Colégio Estadual Villa Lobos do ensino médio em Goiânia. Pesquisa de campo é aquela que tem como objetivo conseguir informações ou conhecimentos a respeito de um determinado problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese que se queira comprovar, ou ainda descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles (LAKATOS; MARCONI, 1991). De acordo com Andrade (apud RAMOS, 2003) “dados primários são originados pelo pesquisador para a finalidade específica de solucionar o problema de pesquisa”. O levantamento de dados primários foi realizado sob forma de pesquisa, valorizando os aspectos quantitativos e quantitativo-descritivo. Segundo Rampazzo (2004, p. 52), tratam-se do estudo e da descrição das características, propriedades e relações existentes na comunidade grupo ou realidade pesquisada. Os métodos utilizados para realização do trabalho foram: 28 Histórico lógico- abordagem do contexto histórico do ensino de Química no Brasil, Goiás e especificamente em Goiânia. Análise e síntese- revisão bibliográfica da literatura, e os questionários. Métodos empíricos: Observação- acompanhamento dos professores e alunos no Colégio Estadual Vila Lobos no 3º ano do Ensino Médio na fase de estagio supervisionado da disciplina de pratica de ensino de química. A amostra da pesquisa compõe-se por 2 (dois) professores de química e 36 (trinta e seis) alunos, ou seja, 100% (cem por cento) dos educando, selecionados no 3º ano A do turno matutino. Para Gil (1999, p. 100), “amostra é uma porção ou parcela convenientemente selecionado do universo; é um subconjunto do universo (população) por meio do qual se estabelecem ou se estimam as características desse universo”. A pesquisa é pautada em um delineamento não-probabilístico, e dentro dos diversos métodos para seleção de amostras, utilizamos o método de amostragem intencional, ou seja, a opinião (ação, intenção) de elementos que exercem funções de líderes de opinião. Portanto, os resultados desta investigação representam informações relevantes no âmbito escolar, no que permite a validade e a representatividade dos resultados obtidos e discutidos da pesquisa. Para a coleta de dados, foram aplicados (um) questionário aos educadores e (um), aos educando, com questões objetivas. Ambos os questionários têm o intuito de coletar somente dados de natureza nominal. De acordo com Mattar (apud. RAMOS, 2003) “os dados nominais surgem quando se definem categorias e se conta o número de observações pertencentes a cada categoria”. O objetivo da elaboração dos questionários é analisar o que propomos neste trabalho, ou seja, o conhecimento dos alunos e professores sobre o uso das questões contextualizadas no 3° ano do ensino médio. Após a identificação dessas situações envolvendo professores e alunos, propõe-se disponibilizar alguns modelos de questões e sites de referência para pesquisa como materiais de apoio para ajudar na elaboração de questões contextualizadas por parte dos professores e alunos. 30 3.1- O universo da pesquisa e a opção metodológica A abordagem de investigação adotada é do tipo qualitativo, utilizando como fonte principal de dados, questionários. Tal abordagem foi escolhida por permitir a compreensão dos modos como os formadores atuam em seus contextos profissionais e o sentido dado ao trabalho docente. Isto é, possibilita a explicitação das dimensões do vivido que influenciam nas decisões atuais e nas projeções de formas desejáveis de ação. Ademais, esse nível de estudo permite a realização de orientações diferenciadas na abordagem do problema, pois, segundo Bogdan e Biklen (1994), a abordagem qualitativa assume muitas formas e é conduzida em múltiplos contextos. Foram questionados 2 (dois) professores de Química, do Colégio Estadual Villa Lobos Goiânia (GO). Nos questionários foram solicitados: razões como sua formação, que tipo de recursos ele utiliza em sala de aula para eventualmente enriquecê-las, ações (o que fazem e como o fazem), dificuldades sentidas para se trabalhar com questões contextualizadas em sala de aula. Do conjunto de questões que orientaram o desenvolvimento do estudo, interessa-nos, particularmente, neste trabalho, é se o professor sabe resolver, desenvolver questões com caráter contextualizado em sala de aula. Na construção e análise dos dados, o caráter qualitativo foi dado pelo fato de a ênfase recair na captação de significados, nas definições da situação e nos pontos de vista dos sujeitos envolvidos (Olabuenaga e Ispizua, 1989). 4- ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Ao serem inquiridos sobre a participação com frequência dos alunos nas aulas de química os professores se mostraram insatisfeitos. % 100% 0% 0% Sim Não As vezes Figura 01 Participação dos alunos em sala de aula. Pela análise dos dados obtidos observa-se que segundo a opinião dos professores, 100% dos alunos às vezes participam das aulas com frequência. A não frequência dos alunos em sala gera muitas dificuldades para que o professor consiga trabalhar bem o desenvolvimento dos conteúdos que em sua grande maioria são interligados necessitando, pois o aluno de estar sempre presente nas aulas para conseguir fazer as relações necessárias entre aquilo que ensinou ontem e o que será apresentado na aula seguinte. Por outro lado também se pode afirmar que essa indisposição para a participação dos alunos nas aulas de química revela que muitas vezes a aprendizagem não ocorre de forma significativa. A repetição dos conteúdos presentes nos livros didáticos sem nenhuma inovação metodológica por parte do professor dificulta e muito o processo de assimilação por parte dos alunos 32 causando muitas vezes o desinteresse pelo ensino acarretando faltas ou até mesmo desistência por dificuldades de aprendizagem. Sendo assim e necessário que o professor esteja revendo sua prática pedagógica de forma a estimular e motivar os alunos a estarem presentes nas aulas de química. Como sugestão realizar trabalhos em sala com questões contextualizadas. Um dos questionamentos feitos aos alunos refere-se à utilização de atividades diferenciadas pelo professor daquelas já existentes no livro didático adotado pela escola. 45% 40% 35% 30% 25% % Alunos 20% 15% 10% 5% 0% Sim Não As vezes Figura 02. Participação dos alunos referente à utilização de questões e atividades diferenciadas. Pela análise da figura podemos identificar que pouco mais de 20% dos alunos afirmam que tem aulas diferenciadas das tradicionais e repetitivas aulas com segmento do livro didático. Também se pode observar essa tendência da não utilização de questões contextualizadas em sala de aula como forma de preparar os alunos para os desafios do ENEM e dos vestibulares. Isso se concretiza quando se é perguntado aos alunos se o professor sempre ministra as aulas de Química associando o conteúdo a fatos cotidianos. Participação dos alunos 60,00% 50,00% 40,00% 30,00% % 20,00% 10,00% 0,00% Sim Figura 03: participação dos contextualizadas em sala de aula Não alunos As vezes a respeito das questões Pela análise da figura podemos notamos que pouco mais de 10% dos alunos afirmam que os professores ministram aulas contextualizadas em sala. Nesse sentido é preciso que o professor conheça e explique aos seus alunos a natureza do trabalho contextualizado. Vale ressaltar que as informações advindas do cotidiano precisam ser trabalhadas de forma a ressignificar aquilo que para o aluno era entendido como algo difícil de compreender. Somente dessa forma o aluno se apropriará do conceito, partindo das situações cotidianas e chegando aos conceitos científicos através da compreensão evolutiva dos fatos. Foram aplicadas as questões apresentadas Apêndice para os alunos e professores envolvidos no universo da pesquisa. Outro ponto importante da 34 pesquisa realizada com questionários foram que os professores, e alunos sentiram dificuldades em resolver as questões contextualizadas propostas 80,00% 70,00% 60,00% 50,00% % professores 40,00% % alunos 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% Acerto Erro Figura 04 Participação de professores e alunos a respeito da resolução de questões contextualizadas A resultante apresentada na figura acima revela que professores e alunos têm muita dificuldade de resolverem essas questões. A forma como os exercícios são apresentados e a linguagem usada nos mesmos distancia-se daqueles encontrados na maioria dos livros didáticos de química. Isso nos mostra que é urgente a necessidade do repensar da prática dos professores de química em sala de aula. È preciso, construir um banco de dados com questões de natureza contextualizada cobradas no ENEM e nos vestibulares para trabalhar com os alunos sob forma de fixação. Dessa forma estes últimos não se sentirão excluídos do processo por vivenciarem na escola uma pratica diferente daquela cobrada nesses processos seletivos. Cabe também às Universidades em seus cursos de licenciatura inserir na grade curricular disciplinas que possam contemplar esses conteúdos para os futuros professores. Num processo de formação continuada isso também se faz urgente. Confirmando essa ideia da figura abaixo demonstra se os professores tiveram em seu processo de formação seja ela durante a graduação ou pós-graduação alguma disciplina que contemplasse o estudo de questões contextualizadas. Professores 60% 50% 40% 30% % 20% 10% 0% Sim Não Figura 05: Ainda é necessário avançar nesta proposta viabilizando a possibilidade dos novos professores de química que estão sendo lançados no mercado de trabalho ter melhores condições de assumirem as salas de aula. Essa preocupação reflete na formação de um profissional qualificado e comprometido com o ato de educar. Que as novas políticas públicas implantadas pela SEDUC/GO acerca da valorização do contexto do aluno possam de fato se efetivar favorecendo o alcance de um ensino de qualidade nas escolas estaduais de Goiás. 36 5- CONSIDERAÇÕES FINAIS Partindo do princípio de que o verdadeiro aprendizado deve ser apoiado na compreensão e não na memória, e de que é só na interação com a classe que se pode estimular o raciocínio e o desenvolvimento de idéias próprias em busca de soluções, cabe ao professor aguçar seu espírito crítico diante das inovações metodológicas e tecnológicas, pois é a ele que compete selecionar e fazer uso daquilo que será útil para o desenvolvimento da aprendizagem de seus alunos, devendo, portanto, estar suficientemente informado para realizar satisfatoriamente essas tarefas. Apenas estar centrado no livro didático como único recurso disponível para ministrar suas aulas não garante ao professor sucesso na transposição dos conteúdos, pois dessa forma pouquíssimos alunos conseguem aprender. Vale lembrar que a ênfase na aprendizagem, por meio de problemas-padrão e exercícios com respostas fechadas, afasta o jovem do prazer da descoberta. Para que a aprendizagem seja significativa precisamos oferecer aos alunos, múltiplos caminhos e estratégias para que eles se apropriem verdadeiramente do conhecimento. Sendo assim, a utilização de questões contextualizadas de química retiradas de vestibulares e do ENEM, despertarão nos alunos e professores uma maior aproximação para juntos vencerem os desafios das resoluções das questões apresentadas como situações-problemas que trabalhadas de forma adequada em sala de aula despertarão nos alunos a curiosidade e a motivação para resolver tais problemas As questões contextualizadas de química devem ser utilizadas como recurso didático que contribui para facilitar o processo de ensino- aprendizagem, tornando assim as aulas mais atrativas e prazerosas. Verificamos através das bibliografias analisadas sobre o assunto, e do contato com professores e alunos do 3º ano matutino do Colégio Estadual Villa Lobos que o uso das questões contextualizadas de química sala de aula é muito significativo para os alunos, pois ao lidar com esses desafios de resolver problemas, desenvolvem-se várias habilidades importantes como: cooperação, socialização, desenvolvimento, a troca de conhecimento entre pares, atenção e concentração, fatores necessários para se ter uma significativa aprendizagem. Ficou evidentemente que os educadores estão conscientes dos benefícios que este tipo de atividade realizada em sala de aula pode trazer para o ensino; porém essa prática não é usada regularmente, devido às dificuldades em criar novas formas de ensinar. Os educadores se preocupam com a quantidade de conteúdos a serem trabalhados e acabam não usufruindo do recurso (questões contextualizadas) enquanto instrumento pedagógico para facilitar o processo de ensino-aprendizagem; perdendo muitas vezes a oportunidade de ensinar de maneira dinâmica e agradável. Contudo, conclui-se que esse tipo de recurso e muito importante para o aluno que pretende acessar o ensino superior de qualidade, mas acima de tudo, o significado que o professor dá a esse trabalho torna-se fundamental para que os alunos das escolas públicas alcancem esse mérito. 38 6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, R. G. A integração na área de ciências da natureza nos PCN para o ensino médio. In: ENDIPE, Goiânia; Anais, 2002. ALVES, R. Filosofia da Ciência : Introdução ao jogo e suas regras. 7ª edição, São Paulo: Brasiliense, 1981. BOGDAN, R.C; BIKLEN, S.K. Investigação qualitativa em educação. Porto Editora, LTDA, 1994. p.183-93. BRASIL. Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM: documento básico 2002. Inep 2002. 27 p. visitado em 31 de março de 2011, em: http://www.enem.inep.gov.br. BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio: linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília: MEC, SEMTEC. 244 p, 2002. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 16º ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000 FREITAG, B.; MOTTA, V.; COSTA, W. O estado da arte do livro didático no Brasil. Brasília, DF: INEP, 1978. GIL, A.C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5ºed São Paulo: Atlas,2006. HARTWING, D. R.; SOUZA, E. de; MOTA, R. N. Química Geral e Inorgânica. 1º ed., São Paulo: Scipione, 1999. LAKATOS, E.M., MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 3º ed. São Paulo: Atlas, 1991. MACHADO, J. R. C. Considerações sobre o ensino de química. Publicado em 2001, Disponível em http://www.ufpa.br/eduquim/consideracoes.htm. Acesso em 14 de Jun. 2011. OLABUÉNAGA, J. I. R., & Ispizua, M. A. (1989). La descodificacion de la vida cotidiana: Métodos de investigación cualitativa. Bilbao: Universidad de Deusto. RAMPAZZO, L. Metodologia científica para alunos de graduação e pósgraduação. 2ºed São Paulo:Loyola,2004. SANTOS, W. L. P.; MORTIMER, E. F. Tomada de decisão para a nação social responsável no ensino de ciências. Ciências & Educação. Campinas, SP, v.07, n. 01, p. 95-111, 2001. SANTOS, W. L. P.; SCHENETZLER, R.P. Educação em química: compromisso com a cidadania. 3. ed. Ijuí: UNIJUÍ, 2003. SILVA, E. T. Livro Didático: do ritual de passagem à ultrapassagem. In: Em Aberto. Ministério da Educação e Desporto SEDIAE/ INEP. Ano 16. nº 69. 1996. 40 7- APÊNDICES A “QUESTIONARIOS ELABORADOS PROFESSORES DO COLÉGIO ESTADUAL VILLA LOBOS”. PARA OS Questionário para os professores do 30 ano do Ensino Médio Prezado Professor, Este questionário tem como objetivo, realizar uma pesquisa a respeito da aplicabilidade, compreensão e dificuldades de interpretação de questões contextualizadas nas aulas de química por parte dos alunos do 3º ano do ensino médio do Colégio Estadual Vila Lobos. Os resultados obtidos serão analisados em um estudo realizado sob forma de monografia para conclusão do curso de licenciatura plena em Química da Universidade Estadual de Goiás. Solicito a sua atenção para que as respostas sejam precisas. Atenciosamente Rafael Ramos 1- Qual o seu nível de formação? ( ( ) Licenciado em Química ) Especialista ( ( ) Licenciado em outra área ) Mestre ( ) Doutor 2- Os alunos participam com freqüência das aulas de química acompanhando o desenvolvimento dos conteúdos ministrados? ( ) Sim ( ) Não ( ) As Vezes 3- Que tipo de recursos você utiliza em sala para enriquecer suas aulas? ( ( ) livro didático ( ) outros ) textos atuais ( ) questões contextualizadas 4 - Em seu processo de formação durante a graduação ou pós-graduação você teve alguma disciplina da grade curricular que contemplasse o estudo de questões contextualizadas? ( ) Sim ( ) Não 5- Você já resolveu em sala de aula com os seus alunos alguma questão de Química de vestibular da UFG, da UEG ou do ENEM? ( ) Sim ( ) Não 6- Abaixo são dadas duas questões contextualizadas para análise e posterior resolução. Após o término da resolução de cada questão marque o grau de dificuldade que você julgou na interpretação dos mesmos. Questão 01: Moradores de três cidades, aqui chamadas de X, Y e Z, foram indagados quanto aos tipos de poluição que mais afligiam as suas áreas urbanas. Nos gráficos abaixo estão representadas as porcentagens de reclamações sobre cada tipo de poluição ambiental. X Y Z X Y Z Considerando a queixa principal dos cidadãos de cada cidade, a primeira medida de combate à poluição em cada uma delas seria respectivamente X Y Z: (A) Manejamento de lixo, Esgotamento sanitário e Controle emissão de gases. (B) Controle de despejo industrial, Manejamento de lixo e Controle emissão de gases. (C) Manejamento de lixo, Esgotamento sanitário e Controle de despejo industrial. (D) Controle emissão de gases, Controle de despejo industrial e Esgotamento sanitário. (E) Controle de despejo industrial, Manejamento de lixo e Esgotamento sanitário. ( ) Fácil ( ) Médio ( ) Difícil 42 Questão 02- Um aluno resolveu fazer um suco para aplicar seus conhecimentos sobre soluções. Ele tinha em mãos um pacote com preparado sólido, conforme mostra a figura abaixo. Na preparação do suco, o sólido foi totalmente transferido para um recipiente e o volume foi completado para um litro, com água pura. Com base nas informações do texto, do desenho e em seus conhecimentos sobre química, é CORRETO afirmar: a) A diluição do suco para um volume final de 2,0 L fará com que a massa do soluto se reduza à metade. b) O suco é um exemplo de uma mistura azeotrópica. c) A concentração de soluto no suco preparado é igual a 10000 mg.L-1. d) Caso o aluno utilize açúcar para adoçar o suco, haverá um aumento da condutividade elétrica da solução. ( ) Fácil ( ) Médio ( ) Difícil. 7- APÊNDICES “B” “QUESTIONARIOS ELABORADOS PARA OS ALUNOS DO COLÉGIO ESTADUAL VILLA LOBOS”. Questionário para os alunos do 30 ano do Ensino Médio Prezado Aluno, Este questionário tem como objetivo, realizar uma pesquisa a respeito da aplicabilidade, compreensão e dificuldades de interpretação de questões contextualizadas nas aulas de química do 3º ano do ensino médio do Colégio Estadual Vila Lobos. Os resultados obtidos serão analisados em um estudo realizado sob forma de monografia para conclusão do curso de licenciatura plena em Química da Universidade Estadual de Goiás. Solicito a sua atenção para que as respostas sejam precisas. Atenciosamente Rafael Ramos 1- Você gosta de assistir às aulas de Química ( ) Sim ( ) Não ( ) As Vezes 2- O seu professor em alguma aula traz atividades diferenciadas daquelas já existentes no livro didático adotado pela escola? ( ) Sim ( ) Não ( ) As Vezes 3- Você já resolveu em sala alguma questão de Química de vestibular da UEG ou do ENEM? ( ) Sim ( ) Não 4- O professor sempre ministra as aulas de Química associando o conteúdo a fatos do cotidiano? ( ) Sim ( ) Não ( ) As Vezes 5- Abaixo são dadas duas questões contextualizadas para análise e posterior resolução. Após o término da resolução das mesmas marque o grau de dificuldade que você julgou na interpretação desses exercícios. 44 Questão 01: Moradores de três cidades, aqui chamadas de X, Y e Z, foram indagados quanto aos tipos de poluição que mais afligiam as suas áreas urbanas. Nos gráficos abaixo estão representadas as porcentagens de reclamações sobre cada tipo de poluição ambiental. X Y Z X Y Z Considerando a queixa principal dos cidadãos de cada cidade, a primeira medida de combate à poluição em cada uma delas seria respectivamente X Y Z: (A) Manejamento de lixo, Esgotamento sanitário e Controle emissão de gases. (B) Controle de despejo industrial, Manejamento de lixo e Controle emissão de gases. (C) Manejamento de lixo, Esgotamento sanitário e Controle de despejo industrial. (D) Controle emissão de gases, Controle de despejo industrial e Esgotamento sanitário. (E) Controle de despejo industrial, Manejamento de lixo e Esgotamento sanitário. ( ) Fácil ( ) Médio ( ) Difícil Questão 02- Um aluno resolveu fazer um suco para aplicar seus conhecimentos sobre soluções. Ele tinha em mãos um pacote com preparado sólido, conforme mostra a figura abaixo. Na preparação do suco, o sólido foi totalmente transferido para um recipiente e o volume foi completado para um litro, com água pura. Com base nas informações do texto, do desenho e em seus conhecimentos sobre química, é CORRETO afirmar: a) A diluição do suco para um volume final de 2,0 L fará com que a massa do soluto se reduza à metade. b) O suco é um exemplo de uma mistura azeotrópica. c) A concentração de soluto no suco preparado é igual a 10000 mg.L-1. d) Caso o aluno utilize açúcar para adoçar o suco, haverá um aumento da condutividade elétrica da solução. ( ) Fácil ( ) Médio ( ) Difícil 46 47