2 Genealogia Memória das Famílias Lopes e Urroz Concentração sobre o casal Joaquim (Talo) e Joana (Catucha) Confecção do material: Cicero Galeno Urroz Lopes 3 Sumário Apresentação e agradecimentos / 4 Seção 1 – Tronco Lopes / 5 Descendências Lopes / 5 Primeira geração / 5 Segunda geração / 5 Terceira geração / 7 Casal Urroz Lopes / 10 Quarta geração / 16 Quinta geração / 23 Seção 2 – Tronco Urroz / 27 Descendências Urroz / 27 Primeira geração / 27 Segunda geração / 27 Terceira geração / 30 Casal Urroz Lopes / 28 Quarta geração / 31 Quinta geração / 32 Anexos / 36 Apêndices / 39 4 Apresentação e agradecimentos Este material foi coletado a partir de 2004. Houve várias interrupções no trabalho por exiguidade de tempo e falta de material. Contou com a colaboração especial de José Antônio Urroz Lopes (Zé), em Curitiba; Manuel Francisco Cairoli Lopes (Chico) e Henrique Togo Urroz Inoue, em Uruguaiana. Colaboraram ainda Gládis Maria (Urroz) Lopes Tarragó, Leda (Canaparro) Urroz Inoue, Maria do Horto Lopes Tarragó. Contou também com informações anteriores de Joana Januária (Ubetagoyena) Urroz Lopes (Catucha), Balbino Alves (Bindo), Francisca Agostinha Ubetagoyena Urroz (Tica). Colaborou também quem enviou fotos. Alterações podem ser feitas a qualquer momento. Grácias a todos. O material está organizado em duas seções. A primeira seção trata da família Lopes; a segunda, da família Urroz. O levantamento que foi possível fazer acolhe até quinta geração, a partir dos primeiros casais identificados como ascendentes. O material contém ainda cinco anexos e três apêndices. As quatro bandeiras menores da folha de rosto indicam as origens encontradas para a formação da família Urroz Lopes: de cima para baixo, paraguaia, uruguaia e argentina (pelos Lopes), e basca (pelos Urroz). As duas centrais são a do estado e a do país em que se constituiu. Inicialmente o trabalho foi apenas de levantamento de dados. Depois, porque ficou um tanto sisudo, resolvi usar a figura dum narrador, como em ficção. Assim me pareceu mais agradável de ler. Apesar de esta ser a segunda edição (a primeira foi em 2011), este trabalho não está terminado. Faltam informações que ainda podem ser incluídas, com auxílio de quem as possa fornecer. Além disso, memórias jamais se concluem. Quando este narrador estiver calado, haverá outros, sDq. Abraços. Porto Alegre, 2004-2011. Segunda edição, 2012. CGUL. 5 Seção 1 Tronco Lopes Primeiros casais identificados – Primeiros ascendentes – Primeira geração João de Deus Lopes e Manoela Benites. Ele foi nascido na Província Cisplatina e faleceu em Uruguaiana, em 1888. Filhos: Domingos, Manuel, (?). (Não foi possível apurar o motivo de o sobrenome dos filhos ter sido fixado apenas como de Deus Lopes.) Isidoro Gomes de Oliveira e Umbelina Marques de Oliveira. Filhos: Porfíria Gomes (de Oliveira), (?). (Talvez em função da tradição espanhola para nominações de descendentes, foi fixado apenas o sobrenome Gomes.) Santana Velha, aí por 1840. Depois se denominou Santana do Uruguai. Finalmente, Uruguaiana, único núcleo urbano herdado dos revolucionários farroupilhas. Segunda geração Domingos de Deus Lopes e Porfíria Gomes (de Oliveira) Lopes. O casal teve 16 filhos: Antônia, Beneval (Checo), Cícero (Piá), Domingos (Dindo, Sete Cordas, Bugre Velho), Egydio (Coruja), Ema, Isidoro (Pina), João (Matapasto, Janjão), Joaquim (Talo), José (Jê), Manuel (Jica), Manuela, Setembrino (Setembro), Teodora (Cucha), Vitória (Nena), Umbelina (Catita). Todos os filhos nasceram em Uruguaiana; estão aqui citados em ordem alfabética. Todos levaram apenas o sobrenome do pai. Domingos foi homem do campo. Depois do falecimento dele (provavelmente), a viúva passou a viver em casarão localizado na rua Domingos de Almeida, entre a Canabarro e a Júlio de Castilhos. A propriedade dominava a esquina da Domingos de Almeida com a Canabarro, com aproximadamente cinquenta metros de frente para cada rua. Tinha pátio com frutíferas, horta e jardim. No fundo, havia alojamentos de serviço. Ali moraram, pelo menos, Lucila, Conceição, Inácia. Pela frente, tinha porta central, uma janela alta e dois janelões com a base a cerca de 60 cm acima do nível da calçada. No lado direito pra quem a olhasse de frente, tinha portão de ferro para serviços e movimento 6 diário de pessoas. Para o fundo, no lado direito, o corredor aberto levava diretamente ao pátio calçado e arborizado, com poço. No lado esquerdo, ficava a maior parte dos cômodos gerais. A casa tinha frente pra o leste. Logo depois do falecimento de Porfíria, o casal Talo e Catucha viveram lá por um ano. Depois foi Antônia quem ficou vivendo lá. Vivia com Lucila (Morel?), a China, menina criada pelo casal. Os irmãos a visitavam com frequência. Chamavam a atenção a altura das paredes e do teto, as cornijas, os forros, as portas e janelas de madeira de lei maciça e um jogo de xadrez, com pé, igualmente de madeira de lei maciça. Depois viveu ali, por algum tempo, o casal Setembro-Miguelina. Mais tarde, a casa foi vendida pra Trajano Silva. A construção subsiste (2008). Lopes se origina de Lopo (lobo, no latim vulgar; de lupus, -i, do latim clássico). Isso pode significar que algum ancestral era caçador ou vivia recluso ou era aguerrido ou brabo ou peludo ou tivesse cabelo claro, pra que passassem a chamá-lo de lobo. Cícero (106-43 aC, orador romano) menciona Lupus como sobrenome, em “gens Rutilia” (De natura deorum, 1, 63); Rutília é nome feminino. De origem portuguesa, é inscrição que se pode ler nele: "Ilustre e no século 15. Cavaleiro da casa real de participou da tomada de Tânger e tomada de Castela e, por essas guerras por ele armado cavaleiro e nobre da o brasão de armas em 6/6/1476". disponível um brasão Lopes. Eis a honrada família iniciada por João Lopes dom Afonso V, rei de Portugal, Anafé na África. Participou ainda da e batalhas e estando junto com o rei, foi corte portuguesa, sendo-lhe concedido E>D: Domingos. Porfíria. Domingos. Porfíria (de luto) na frente do casarão da rua Domingos de Almeida. 7 E>D: Travessia Uruguaiana-Paso de los Libres sobre o rio Uruguai, a partir de 1945. Zona noroeste de Uruguaiana. Libres ao fundo. Terceira geração Antônia não teve descendência; faleceu solteira. Beneval de Deus Lopes (Checo) e Doralisa (Lalala) Flores Lopes. Filhos: Zaíra (Zazá), Ílton e José Clarimundo. Checo era policial civil; Lalala, do lar. Lalala me presenteou com as boleadeiras (de marfim e prata) que pertenceram ao Checo. Ele foi o primogênito. Checo. Cícero de Deus Lopes (Piá) não teve descendência. Foi morto em combate, durante a revolução de 1923. Era solteiro; administrador de estância. Meu pai me deu o prenome e as esporas dele. Eu as doei ao Zé, que tem pequeno museu no sítio, em Mandirituba (PR). Domingos de Deus Lopes (Dindo) e Palmira (Mira) Bassuíno. Filhos: Mílton e Guido. Dindo era ruralista, residiu no Itapitocai e na cidade de Uruguaiana; ela, do lar. Já o conheci na cidade. Depois, Dindo e Lica. A casa ficava na rua Domingos de Almeida a uns sessenta metros da casa dos pais, Domingos e Porfíria. A casa dele, como a conheci, tinha dois pisos, porta e janela na frente; à direita a quem a olhasse de frente, tinha o sempre presente portão de ferro. 8 E>D: 1ª sequência: Guido e Alaíde; Elizabeth (Bete), Mílton, Elza. 2ª sequência: Dindo e Lica; Maria Lúcia, Leda, Elza, Débora, Maurício, Nery, Maria Cristina Lopes Murad. Egydio de Deus Lopes e Áurea. Filho: Antônio Maria de Deus Lopes (Nene). Egydio era ruralista, tinha tambo e fabricava queijos, no Itapitocai; ela, do lar. A chácara ficava à direita de quem saísse de Uruguaiana para o Itapitocai e Barra do Quaraí. Tinha casa de alvenaria, com galpões de madeira e de alvenaria. A casa, como a do casal Talo-Catucha, tinha formato quadrado e era circundada por varanda, exceto ao sul. O mato ciliar do rio Uruguai chegava até parte do campo dele. Entrando-se pela BR-472, passava-se pela chácara do Setembro. Entre as duas, corria sanga forte, que abastecia campos. Depois, residiu na rua Dr Maia, em frente à praça Argentina, entre as ruas General Câmara e Sete de Setembro. A casa tinha frente norte. Na frente, tinha duas janelas com porta entre elas. No fundo tinha pátio pequeno; à garagem, que ficava no fundo, à esquerda de quem olhasse a casa de frente, se tinha acesso a partir de portão no limite da calçada. Ao lado desse portão, havia outro, para acesso de pessoas. Com o casal e o Nene, vivia Sônia Maria Marques Preto, natural de Bagé, sobrinha da Áurea. 9 E>D: Egydio. Nene e Egydio. Áurea e Egydio. Nene (1956-7) e com os filhos (2010) Eduardo (1979), Ana Paula (1981) e Mariana (1983), formanda. Ema e Ernesto Ferrari. Filhas: Maria José e Zoca. Isidoro de Deus Lopes (Pina) e Vininha de Bem. Filhos: Nora, Lígia, Baltasar. Isidoro era engenheiro e trabalhava na VFRGS; ela, do lar (?). Residiam em Porto Alegre. Foi ele quem construiu o panteão da família, no cemitério de Uruguaiana. Nora de Bem Lopes. Pina e Vininha (1929). Domingos, Geni, Isidoro, Rosa Maria, Jê, Maria da Graça. João de Deus Lopes (Matapasto) e Juvelina Nunes. Filha: Gládis (Pequena). Depois, João e Belinha. Ele era ruralista; ela, do lar. Ele residia nos arredores da cidade, ao sul, e depois na cidade de Uruguaiana. A casa da cidade era de tamanho médio, em área originalmente do casal Domingos-Porfíria, ao lado da esquina entre as ruas Domingos de Almeida e Canabarro. Tinha parralzinho, pátio e garagem. Morava sozinho, mas era assistido pela Lucila, criada pelos pais dele (Domingos-Porfíria). Quando morava no campo, ele costumava visitar nossa casa quase todos os domingos. Chegava de manhã, mateava, conversava, almoçava, sesteava, tomava o chá da tarde, jogava baralho. De tardezinha, pegava sua caminhonetinha Ford modelo 1928 (que aparece nas p. 13 e 35) e se ia. Como era meu padrinho, certa vez me deu um cofre – um porquinho amarelo, roliço, com corte em cima pra se pôr moeda. Com frequência, nos domingos, pedia pra ver o porquinho. Então punha a mão atrás do cofre-porquinho e deixava cair moedas pra eu juntar; ria-se com isso e dizia: - Fez porcaria esse porco. Costumava também carregar caramelos nos bolsos das bombachas, pra distribuí-los à gurizada. A 10 chácara dele tinha, atrás da casa e dos galpões, frutíferas, horta e, a cerca de quatrocentos metros, passava o arroio Salso de Baixo. João (Matapasto). Gládis (Pequena). Pequena e o neto Tomás com Catucha. João Talo Talo Joaquim de Deus Lopes (Talo) e Joana Urroz Lopes (Catucha). Filhos: Gládis Maria (1934), Yeda (Maria (?), 1935, faleceu aos 8 meses), Domingos Matias (1937), José Antônio (1941), Cícero Galeno (1944). Joaquim era pecuarista inicialmente de atividade extensiva: primeiro sozinho; depois em sociedade com João. Depois foi produtor de laticínios e criador de plantéis de gados de leite (Jérsei e Holandês); também criou gado Flamengo (de dois propósitos, leite e carne). Também mantinha um rebanho ovino de dupla finalidade (lã e carne), raça Romney. Residiu nas vizinhanças do parque da Associação Rural de Uruguaiana e do aeroporto Rubem Berta. Em razão de que Catucha tinha quatro irmãs solteiras, vivendo juntas na chácara (das) Matias, comprou 272 hectares de terras (de Candemil), construiu casa e se estabeleceu no local: podia-se ir da Granja Nossa Senhora de Lourdes, como denominaram o estabelecimento, à chácara Matias (pra os estranhos), às Tias (pra criançada), às Gurias (pra Talo e Catucha), a pé; ficava acerca de dois quilômetros, por dentro dos campos. (Apesar disso, não era comum nem costume andar a pé no campo.) Nas festas familiares, as Tias estavam sempre presentes. Eram também frequentes José-Lila e filhos e Matapasto. Entre os amigos que frequentavam a casa estavam José Mendizábal (padrinho do Zé), João Duzatti (ou Duzatto), Tito Apestégui (ou Apestegue), João Ribeiro, Serafim de los Santos. Também visitavam a casa com alguma frequência os filhos de Serafim e Ema de los Santos: Adelaida, Justino, Tchela e Yolanda. (Q. v. texto do apêndice 5, sobre as atividades de Talo, na sustentação remetida à Câmara Municipal de Vereadores de Uruguaiana, para nomeação da atual estrada Joaquim de Deus Lopes, entre a BR-472 e a BR-290.) 11 Em cima: E>D: Yedinha com boneca; Cícero (1945). Zé, Matias e Cícero (1949 ou 1950). Embaixo: Cícero, Zé, Catucha, Iolanda de los Santos, Gládis (+- 1950). Hortinho e Gládis (1961). Cícero (1971 e 2006). A casa da granja Nossa Senhora de Lourdes tinha formato quadrado e dispunha de dez peças. A porta principal, que abria ao escritório e sala da casa, localiza-se no centro da parede, ao norte. Há uma janela para cada lado da frente da casa, com venezianas e postigos. Olhando-se de frente, a janela à direita era do quarto do casal, que tinha também duas janelas, ao norte e a oeste. A janela da esquerda era do quarto da Gládis. A porta do quarto do casal dava a uma sala de estar aberta à de jantar, usada quando havia visitas e muitas pessoas. A porta do quarto da Gládis dava para a sala de costura, que também era quarto de hóspedes. No extremo sul, à esquerda, ficava o quarto dos guris. Havia cozinha ampla com armário grande fabricado pelo Talo (do piso ao teto) e despensa, com prateleiras também construídas por ele. Com exceção da face sul, toda a casa era guarnecida de varanda, isto é, com eira e beira. A porta externa da cozinha dava para pátio calçado, em que se encontrava o algibe, que captava água da chuva, obtida nos telhados (quatro águas). As primeiras águas de cada chuva a serem captadas pelas calhas, por meio de dispositivo específico, eram jogavas fora. Quando se julgava que o telhado já estava limpo com as primeiras águas, encaixavam-se as calhas pra que deixassem cair a água no algibe, reservatório de fundo, paredes e cobertura de alvenaria, com cerca de 60 centímetros acima do solo. Daí se tirava água com bomba manual. Abastecia a casa grande, a do Bindo e um banheiro de empregados. Havia um poço (38 metros) com moinho, com cuja água se irrigava a horta (grande) e abastecia bebedouros e galpões. Os reservatórios de água tinham capacidade um pouco superior a cinquenta mil litros Os animais do tambo e da casa bebiam essa água. Havia outro poço, de balde, rodeado de acácias (tipas) centenárias e gigantescas. Nesse local, à sombra da maior 12 das árvores, havia um tanque (segundo) de lavar roupa. Também com a água desse poço se abastecia um bebedouro pra os animais do potreiro da frente. Havia também chácaras. Ao redor da casa, no pátio, havia renques em duas fileiras. Também havia o parral, ao fundo, à direita. (O que resta da área da casa está arrendado. A casa principal foi reformada em 2006, quando perdeu a beira. Os galpões foram retirados no mesmo ano. Foi construída uma segunda casa, de serviço.) Bem próximo da casa, ligada ao parral, havia outra casa, de alvenaria e madeira, onde morava o Bindo. Acolhiam-se aí também hóspedes, como Tojo (Fructuoso López), uruguaio, que às vezes passava semanas de visita. Tojo era primo do Talo. Na parte de madeira, ficavam a garagem, um jirau e duas peças com ferramentas e outros utensílios. No quarto da frente, com janela, porta e piso de tábuas, moravam Laíde (Alaídes) e Maria (irmãs também de Paulo Martins, colaborador elogiado por Talo), que cozinhavam e limpavam. Havia ainda mais quatro galpões, dois galinheiros e chiqueiros. Um dos galpões era do tambo, com piso de lajes regulares e cobertura de telhas coloniais, com duas portas grandes, a oeste e a leste, duas menores ao sul, dois janelões, também a oeste e a leste, e quatro janelas ao norte. Por dentro, uma cerca baixa de madeira dividia o espaço dos cochos em que as tambeiras comiam e eram ordenhadas e o chiqueiro em que dormiam os terneiros, para o apojo da manhã. Havia duas ordenhas ao dia. Outro era o do fogo, dos quartos dos peões, da carroça, dos couros, dos estábulos dos touros, da jardineira de leite etc. O terceiro era dos implementos (trator e outros); era também onde se emparvava batata, em que estava a carpintaria do Talo e se encontravam dois estábulos para animais em tratamento. A oeste desse galpão havia um pequeno potreiro, em que se faziam parvas forrageiras para o inverno e onde havia frutíferas e os chiqueiros dos porcos. O quarto galpão era menor, cobertura de capim santa-fé e capim-caninha. Mais tarde, recebeu cobertura de telhas metálicas. Era onde se trabalhava com as ovelhas; para dormir, elas se acomodavam aí e numa pequena mangueira com cobertura verde, que lhe ficava ao lado. Mangueiras grandes eram duas. Uma de cercas de arame; outra cercada de madeira. A de cercas de arame tinha várias finalidades: pegar cavalos, “prender” a carroça e a jardineira (encilhar os cavalos e prepará-los a tirar esses veículos), trabalhar com bovinos mansos etc. A segunda era ligada ao curral e ao tronco. Aí se trabalhava com o gado geral. Em todos os campos (campo do fundo, dos plantéis, potreiros) havia sombreamento de árvores: ou capões plantados ou arborização natural. Todos eram igualmente servidos de água, natural, como o do Salso e o do Fundo, ou açudes ou bebedouros de alvenaria. Nos verões, o regalo da gurizada era tomar banho no Salso, de águas cristalinas, correntes, com fundo de pedra. Uma correnteza sobre pedra moura e seixos rolados o abastecia, na sua corrida em busca do rio Uruguai. É conhecido como o Salso de Cima. Ali aprendemos todos a nadar e, eventualmente, nos oferecia breves pescarias. Tinha duas partes rasas. A primeira era utilizada para se chegar à “ilha”, extensão de campo de pouco mais de quatro hectares, separada da parte maior do campo do Salso pelo arroio que lhe deu nome. A segunda parte rasa, abaixo, ao lado da ponte férrea, deixava ver os carás, que chamávamos de pacus. A partir daí, passava por baixo da ponte férrea, ao lado da gruta Nossa Senhora de Lourdes (donde proveio o nome da Granja) e por baixo da ponte rodoviária, para perder-se da vista. Fornecia também areião, para construções. Do potreiro do Salso e duma coxilha do campo das Tias, vieram as pedras brancas, ágatas, brilhantes e pontiagudas, com que Talo construiu a réplica da gruta, no pátio da casa, com laguinho e ponte de pedra. Dentro da pequena gruta doméstica descansava uma imagem vestida de azul e branco. 13 Os sábados pela manhã eram destinados pelas mulheres, Joana e empregadas, com ajuda de meninos e meninos de empregados, a varrer o imenso pátio que circundava toda a casa e tirar teias das varandas. Passarinhos costumavam fazer ninhos, pôr ovos e criar filhotes entre as tijoletas de barro do forro e os listões de madeira da varanda. Depois de serem abandonados, os ninhos eram retirados, nessas limpezas. E>D: Em cima: F 1: Talo Lopes, já casado, em lida de campo. F 2: Vista da frente leste do galpão da leitaria como era em 1952 e como parcialmente podia ser visto da casa grande. Embaixo: Maria Ester Villela Gomes, Rodrigo e Ariadne (1979); pode-se ver parcialmente o lado oeste da casa, com eira e beira; nessa época o estabelecimento se denominava Granja Vô Joaquim. À direita, João Lopes e Tchela de los Santos, amiga da casa, também no lado oeste da casa da então Granja Nossa Senhora de Lourdes; ao fundo à direita, se pode ver a casa onde morava o Bindo. Em 1958, a família mudou-se para a cidade. Já não estavam em casa o Matias e o Zé; viviam ambos, então, em Porto Alegre. A casa (da cidade) foi adquirida da senhora Castora Villela. Foi vendida depois do falecimento da Catucha. Um pouco modificada, ainda é habitada. Localiza-se na rua Treze de Maio n. 2248, esquina com a rua Dr Maia. A casa tinha dois terrenos, o da esquina, onde está implantada a construção, e o do lado, pela rua Treze. No terreno da casa, havia jardins e árvores. No terreno ao lado, havia pomar, horta, galinheiro. A garagem tinha entrada pela rua Dr Maia. Para chegar nela, passava-se sob um dos parrais. No mesmo prédio da garagem, atrás, pra quem olhasse a entrada de frente, ficavam acomodações de serviço. A casa tinha forma retangular, com pequena área aberta e coberta na frente, e cobertura, também aberta, no fundo. No lado norte da casa havia uma parede de vidro, que possibilitava aproveitar luz e calor do sol, no inverno; ao lado, porta, que dava pra o segundo parral. Nessa sala grande, tinha lareira. A casa tinha sete peças fechadas, com aberturas de madeira, persianas e postigos. Costumavam visitar a casa com frequência, além de Egydio, Jica, João, Lalala e Pichim, Honório Orcy Filho (Zera), primo de Talo, e Armando Pinto. 14 Talo costumava comentar que (pelo menos) uma família Fernandes de Uruguaiana também era parente. Trata-se da família materna do Ramiro Zacarias. Festa dos 130 anos, no ap. do Matias: Gládis, 70; Cicero, 60. Na verdade era o ano dos 260, porque nesse ano (2004) Matias fez 67, e Zé, 63. E > D: Matias, Jandira, Márcia, Cicero, Sandra, Zé, Gládis, Cide. José de Deus Lopes (Jê) e Geni Barros. Filhos: Domingos Antônio, Maria da Graça, Rosa Maria, Isidoro (Neco). Jê era comerciante em Porto Alegre; Geni, do lar. Quando os visitei pela primeira vez, creio que pelos anos 50, residiam na av. Independência, entre as ruas João Telles e Fernandes Vieira, em casa de pé-direito alto, com detalhes de reboco, porta central maciça, trabalhada e (me parece) uma janela de cada lado. Manuel Lopes (Jica) e Maria Carolina (Molinari) Cairoli Lopes. (Jica não teve o sobrenome de Deus, por distinção relativamente a Manuel de Deus Lopes, irmão do Domingos de Deus Lopes.) Filhos: Maria José, Carlos Domingos, Manoel Francisco (Chico). Depois: Jica e Amália. Jica foi pecuarista; teve tambo. Era tenente do Exército; Maria, do lar. Residiu no Itapitocai, à esquerda da estrada, para quem saísse da cidade para ir ao Itapitocai e à Barra do Quaraí; depois viveu na cidade, Uruguaiana. A residência ficava na rua Bento Martins, entre as ruas Treze de Maio e General Victorino, com acesso ao sul. Entrava-se por pequeno portão para alcançar a casa, que ficava mais ao fundo e à esquerda. À direita, no terreno, residia dona Laura, pessoa que criou os dois filhos menores. Ela era baixinha e um pouco gordinha e alegre; caminhava se balançando. Aí pela década de 60 (1960), Jica costumava diariamente visitar sua Amália, que morava na rua Júlio de Castilhos. Para chegar lá, a casa onde morávamos o Pai, a Mãe e eu era local de passagem pra ele. Por isso, costumava nos visitar quase diariamente, aí pelas 89h. No inverno, costumava usar capa preta espanhola, redonda, tipo de toureiro; Pai tinha uma igual, com dois botões de prata presos por corrente também de prata, com inscrição (T) de ouro, presente da cunhada Ramona. 15 E>D: Jica. Maria Carolina. Maria Carolina e Jica (de branco). Embaixo: Jica. Maria José (2005). Carlos Domingos e Francisco (Chico). Manuela não teve descendência. Faleceu solteira. Setembrino de Deus Lopes (Setembro) e Miguelina Mondino Lopes. Filha: Maria Teresa. Setembro era tabelião, estabelecido à rua Bento Martins entre Domingos de Almeida e General Câmara, zona central da cidade de Uruguaiana; ela, do lar. Era proprietário também de uma chácara no Itapitocai, na frente da do Egydio, pra quem olhasse da estrada que leva ao arroio e povoado Itapitocai e à Barra do Quaraí; ambas na mesma orientação geográfica (a oeste da estrada). E>D: Setembro. Maria Teresa Mondino Lopes e Claudionor Jacques. Gustavo Lopes Jacques. Teodora de Deus Lopes Machado (Cucha) e Vivida Machado. Filhos: Francisco (Chico Machado), Domingos, Marina, Marília (Maroca), Rosalina, Yeda. Cucha era do lar 16 e conhecida como boa costureira. Residia na rua Júlio de Castilhos, entre a Duque de Caxias e a Domingos de Almeida, em Uruguaiana. Era uma casinha de tamanho médio, baixa, com duas janelas na frente; de madeira no fundo. Entrava-se por portãozinho de ferro. A porta principal abria ao leste. Como era comum, o pátio tinha frutíferas, parral, canteiros de hortaliças e galinheiro. A casa tinha frente norte para a rua. Vivida fora estancieiro na região do Matapi-Francisco Borges. Mudou-se pra Porto Alegre, onde moravam Marina e Domingos, filhos. E>D: Cucha, Sueli, Nena. Laís, Suzana (filha de Domingos Lopes Machado e Hildegardes), Cucha, Vivida. Laís e João Carlos Silveiro. Catita. Umbelina (de Deus) Lopes Menezes (Catita) e Benedito Jardim de Menezes. Filhos: Maria Salomé, Válter (Uca). Catita era do lar; ele, (?). Residiam em casa de esquina entre a rua Dr Maia (rua 28, na época) e a Domingos de Almeida. A casa era de alvenaria e tinha duas janelas e uma porta na frente. A frente era norte e dava para a Dr Maia. Depois, passou a morar com Salomé e Antônio Augusto, em Alegrete e mais tarde em Porto Alegre. Acompanhava-os sempre; nos veraneios (em Imbé, na vila dos funcionários do DAER) era possível privar com todos. Ajudou a criar os netos. Vitória de Deus Lopes (Nena) e Evaristo Machado. Filhos: Arietê ou Aretê. Quarta geração A partir do ramo Beneval (Checo). Zazá (Flores) Lopes Gutierrez e Nórman Gutierrez. Filhos: Gládis Clarisa e Nórman. José Flores Lopes e (?). Filha: Zênia. Ílton (?). O casal Zazá e Nórman viveu e criou os filhos em Uruguaiana, na rua Tiradentes, entre Duque de Caxias e Domingos de Almeida. Ele era agropecuarista, estabelecido na Barra do Quaraí, que era distrito de Uruguaiana; ela, do lar, mas também trabalhava na fazenda. Gládis Clarisa reside em Uruguaiana; Nórman, no Uruguai. Recebi informação (1/2008) de que Zênia mora em Gravataí. A partir do ramo Domingos (Dindo). Mílton Bassuíno Lopes e Elza Caffarate. Filhos: Nery e Elizabeth (Bete). Mílton era dentista; Elza, do lar. Ele manteve a chácara do Dindo (pai dele), no Itapitocai. Residia em casa de estilo moderno, como se dizia à época, à rua Santana, esquina com a Íris Valls. Guido Bassuíno Lopes não deixou descendência. Residiu no Rio; era policial federal. A partir do ramo Egydio (Coruja). Antônio Maria (Nene) e Maria de Fátima Pombo de Almeida, licenciada em Letras e psicóloga, filha de Edison Luzardo de Almeida e Leda Pombo de Almeida. Filhos: Eduardo (1979), Ana Paula (1981) e Mariana (1983), advogados. Depois: Nene e Jocelane (Nica). Nene é agrônomo, advogado e professor na 17 faculdade de Agronomia na UPF; ela, licenciada em História. Residem em Passo Fundo. Ele mantém a fazenda do Egydio. Quem cuida da fazenda é a Sônia Maria (que foi parcialmente criada por Egydio e Áurea), que é viúva (2011) e tem dois filhos. Um deles cuida da chácara. A partir do ramo Ema. Maria José e Aloísio Horta. Filhas: Lu (?) e Zoca (?). Segundo informação obtida (1/2008), residem em Porto Alegre. A partir do ramo Isidoro (Pina). Nora de Bem Lopes e (?) Scalzilli. Filhos: Nora, Isidoro. A partir do ramo João (Matapasto). Gládis (Pequena) Lopes e Luís Lopes Burmeister. Pequena foi professora; foi também comerciante, proprietária de loja de roupas infantis na zona sul de Porto Alegre; Luís é natural de Cachoeira do Sul; advogado trabalhista. Todos residem em Porto Alegre. Moraram na av. Osvaldo Cruz, zona Sul. Filhas: Luciana, Gisela, Sílvia, Larissa. As duas primeiras filhas nasceram em Santa Rosa. Todos residem em Porto Alegre. Luciana e Luís Madeira. Filha: Karine. Luciana é do lar. Gisela é psicóloga; solteira; sem descendência. Sílvia e Sérgio Silva. Filhos: Tomás e Vitória. Sílvia é advogada trabalhista; ele, bancário. Os filhos nasceram em Porto Alegre, onde residem. Larissa e Bruno Perícolo. Filha: Ísis, nascida em Porto Alegre. Larissa é do lar; Bruno é músico. Todos vivem em Porto Alegre. A partir do ramo Joaquim (Talo). Gládis Maria e Alcides Mendes Tarragó (Cide). O casal reside na avenida Duque de Caxias, em frente à praça Barão do Rio Branco, em Uruguaiana. Ele é dentista; ela, do lar. Cide é filho de Francisco (Chico) Tarragó e Elvira Mendes Tarragó. Filhas: Maria do Horto (1958), Maria da Graça (1966). As duas filhas nasceram em Uruguaiana e residem em Porto Alegre. Maria do Horto (Hortinho) é funcionária pública. Maria da Graça (Boê) é médica fisiatra. E>D: Boê (formatura, 1990); com um ano e meio; com mais ou menos 8 anos. Hortinho (formatura e em 2004). 18 Turma da Gládis: E>D: Hortinho, Cide, Maria Cláudia, Gládis, Rafaela, Renato, Laura e Boê. Domingos Matias e Jandira (Crósio) de Oliveira Lopes. Matias é engenheiro mecânico. Destacou-se em serviços prestados à empresa Gerdau. Reside em Porto Alegre, Bela Vista. É reconhecido como executivo e estatístico. Coordenou (2006-2008) equipe responsável por obras do Memorial Iberê Camargo, em Porto Alegre. Jandira é advogada; do lar. Filhos: Matias (Matiasinho), Virgínia (Ginha). Os dois filhos nasceram em Porto Alegre. Matiasinho reside no Rio de Janeiro; Virgínia, em Porto Alegre. Matiasinho é advogado. Ginha é arquiteta e comerciante. E>D: Matiasinho e Virgínia (1968). Matiasinho (formatura). Matiasinho e Ana (2008). E>D: Tomás, Beatriz, Júlia, João. 19 José Antônio (Zé) e Vera Maria (Grecchi) de Sousa Lopes. Filhos: Vânia Maria (Nana), Maria Renata (Nata), Fernão (Finão, Finão Urso). Zé é mestre em geologia e empresário: foi um dos criadores da empresa Engemin em Curitiba, depois, em São José dos Pinhais (PR). É reconhecido como qualificado profissional. Foi participante ativo da Legalidade (1961). Vera era do lar; tinha atração pelo canto e pela dança; era natural de Porto Alegre, filha de Lauro de Sousa e Dida Grecchi de Sousa, ambos naturais de Araranguá (SC); residiram em Porto Alegre. Os três filhos nasceram e vivem em Curitiba. Vânia é do comércio. Renata é bióloga. Fernão é veterinário. Depois: José e Sandra Mara Pereira Queiroz. Sandra é bióloga, professora de ensino superior. O casal reside na rua Colombo, em Curitiba. Turma do Zé: E>D: Vânia (Nana, 2011). Camila. Nana, Renata, Zé, Finão. Cícero Galeno e Maria de Lourdes (Sousa) Villela (Lopes) (Dudu). Filhos: Joaquim Rodrigo (Rô) (27/2/1973) e Ariadne (Dinê, Maninha, Goda) (14/3/1974). Cícero foi professor de Literatura Brasileira e Português no ensino médio; depois, de Literatura Brasileira em cursos de Letras na Fafiur, no câmpus 2 da PUCRS, na UFRGS e no Unilasalle Canoas. É licenciado em Letras pela UCPel; especialista em Literatura Brasileira pela UFSM; mestre em Letras / Teoria da Literatura pela PUCRS; doutor em Letras / Literatura Brasileira pela UFRGS. Escreve ensaios crítico-teóricos em periódicos especializados, em livros coletivos, incluindo um dicionário eletrônico editado em Lisboa (E-dicionário de termos literários), e dois impressos, dos quais um editado em Madri e outro editado em Porto Alegre (Dicionário de figuras e mitos literários da Américas); publicou também livros próprios. É ficcionista (contista), com três títulos publicados pela Editora Movimento, de Porto Alegre. Maria de Lourdes é filha do casal Carlos Cartell Villela e Sara Yolanda Souza Villela (Sarita). Foi professora de Língua Portuguesa no ensino médio, na Fafiur e no câmpus 2 da PUCRS, do qual foi também diretora. Residiam na rua Íris Valls, em Uruguaiana. Cícero vive na rua Itaboraí, no Jardim Botânico, em Porto Alegre. (Por isso é vizinho de sabiás, saracuras, periquitos, juritis, rolinhas, corruíras, cambaxirras, andorinhas, fim-fins, caranchos, caturritas, papagaios, joõesbarreiros e outra linda multidão alada. Tem vistas verdes e ar muito bom.) 20 Turma do Cícero: E > D: Ariadne (2006); Gabriela, Rodrigo (2011); anunciação do Matheus (restaurante Speranza, SP, 2007). Ariadne (2005). Rodrigo e Gabriela (2006). Joaquim nasceu em Uruguaiana e reside em Porto Alegre. Ariadne nasceu e reside em Porto Alegre. Joaquim é arquiteto, administrador de empresas e miniempresário. Ariadne é advogada tributarista. Rô é forma familiar de chamá-lo; quem lhe deu esse apelido foi a mãe dele. Bindo o chamava de Tê (Chê, adaptado). Ariadne era chamada de Dinê, porque o Rô, treze meses mais velho que ela, ao ouvir chamarem-na em voz alta (A-ri-á-di-nê), passou a chamá-la assim. Maninha foi a segunda forma como ele se referia a ela. Goda, porque era uma bolinha quando pequenina; foi como o pai dela às vezes lhe chamava. 21 Ariadne e Rodrigo saindo pra escola, em Uruguaiana (1980), no pátio de casa. Ariadne, Rodrigo e Cícero (2005): lançamento do livro de contos A viagem, em Porto Alegre. A partir do ramo José. Domingos Barros Lopes e Maria da Graça Velhinho Lopes. Filhos: Maria da Graça, Rosa Maria, Neco. Domingos era médico e agropecuarista; Maria da Graça, (?). Ambos nasceram e viveram em Porto Alegre, onde residem os filhos. A partir do ramo Manuel. Maria José e Jorge Quesus. Filhos: Daniel Alejandro, Maria Raquel. Maria José foi religiosa. Depois, retornou à Fronteira, onde se casou. Jorge é argentino, da província de Corrientes; comerciante de móveis. O casal e os filhos vivem em Alvear (em frente a Itaqui). Carlos Domingos e Élida Brum. Filha: Carla. Carlos Domingos foi funcionário do extinto INPS; Élida é professora. Carla nasceu em Uruguaiana, é dentista, mora em Bento Gonçalves; também, Carlos e Élida. Manuel Francisco e Gilda Lopes. Filhos: Priscilla e Francisco (Chiquinho). Manuel Francisco é advogado; trabalhou no INPS; foi procurador federal da Previdência Social; leciona na PUCRS, em Uruguaiana. Gilda foi funcionária do INPS, é artista plástica e do lar. O casal reside em Uruguaiana, onde nasceram os dois filhos, que moram em Porto Alegre. Priscilla é mestra em Psicóloga; Chiquinho, advogado. E>D: Chico, Priscilla, Gilda, Chiquinho. A partir do ramo Setembrino. Maria Teresa e Claudionor Jacques. Filhos: Gustavo, Cláudio, Marcelo. Maria Teresa era do lar; Claudionor, pecuarista, no Touro Passo. Os três filhos nasceram em Uruguaiana. Gustavo e Marcelo residem em Porto Alegre; Cláudio, em Uruguaiana, é quem cuida da estância que foi dos pais. 22 A partir do ramo Teodora (Cucha). Francisco (Chico) e Antonieta (?) Machado. Filhos: Sérgio, Francisco (Chiquinho). Chico Lopes Machado residiu no Rio de Janeiro, onde casou. Foi funcionário da Empresa de Petróleo Ipiranga. Antonieta é fluminense. Os dois filhos nasceram e residem no RJ. Domingos e Hildegardes. Filhos: Suzana, Dóris, Raul. Domingos era policial civil estadual; Hildegardes, do lar. Os três filhos nasceram em Porto Alegre, onde residem Suzana e Dóris. Raul reside no Rio de Janeiro. Marina Lopes Machado e Newton Niederauer. Filhos: Laís, Newton (Carioca), Luís Carlos (Pingüim). Marina viveu em Porto Alegre, na rua Pinto Bandeira, edifício Secco, no Centro. Aí também lhe nasceram os filhos e se criaram. Marina era funcionária pública. Rosalina e Sady Sanchotene. Filho: Sady Pedro (Sadyzinho). Rosalina era do lar; Sady era do comércio e produtor de serviços. Comercialmente, era estabelecido na rua Treze de Maio, com a Oficina Sady Sanchotene. Fazia comércio de peças, as fabricava para reposição, produzia pequenos artefatos industriais mecânicos para veículos automotores, especialmente máquinas agrícolas. Residia na rua Domingos de Almeida, entre a Júlio de Castilhos e a Dr Maia, a meia quadra do Dindo, a uma quadra da Cucha (mãe da Rosalina), a meia quadra da Catita e uma quadra do antigo casarão do casal DomingosPorfíria. A casa tinha frente para oeste, com duas janelas e porta pra calçada. Tinha portão lateral para a garagem. Yeda não deixou descendência. Era religiosa. Como freira, viveu em Vassouras (RJ); depois, em Porto Alegre, na rua Demétrio Ribeiro, antiga Rua do Arvoredo. A partir do ramo Umbelina (Catita). Maria Salomé e Antônio Augusto de Oliveira, naturais de Uruguaiana. Filhos: João Antônio (Neneco), José Augusto (Zé), Juçara, Janice, Jacqueline. Antônio Augusto era engenheiro civil, trabalhou no DAER; foi um dos responsáveis pela construção da ponte em arco sobre o rio das Antas, a maior do mundo do tipo; Maria, do lar. Os filhos João Antônio e Zé nasceram em Alegrete; as filhas, em Porto Alegre, onde residem todos, exceto João Antônio. Wálter Jardim de Menezes (Uca) e Horaydes Simon de Menezes, ambos naturais de Uruguaiana. Filha: Vera. Uca era servidor público estadual; Horaydes, do lar, também costureira. A filha nasceu e reside em Porto Alegre. E>D: Antônio Augusto e Maria Salomé de Oliveira. João Antônio de Oliveira (Neneco) aos seis (?) anos. Juçara de Oliveira. Vera Simon de Menezes. 23 E>D: F 1: Juçara, Vera, Zé, Neneco. F 2: Neneco, Horaydes, Vera, Catita, Uca. A partir do ramo Vitória (Nena). Filha: Arietê ou Aretê. Arietê (ou Aretê) nasceu e reside (?) em Santos (SP). Quinta geração A partir do ramo Beneval (Checo). Descendência de Zazá. Nórman e Cerise. Filhos: Luciano, Rodrigo, Maurício e Marcelo. Gládis Clarisa é solteira, não tem descendência. Descendência de José: Zênia Lopes. Zênia e (?). A partir do ramo Domingos (Dindo). Descendência de Mílton: Nery e Leda Costa. Filhos: Maria Cristina, Maurício, Maria Lúcia. Nery é agropecuarista; cuida da chácara herdada do avô, no Itapitocai. Leda é professora. Elizabeth (Bete) é solteira; não tem descendência. Maria Cristina e Murad, pais de Cecília; Maria Lúcia e Frederico Burguer; não têm descendência (2012). Todos residem em Uruguaiana. E>D: Palmira (Mira) Bassuíno Lopes. Bete e Cecília. A partir do ramo Egydio (Coruja). Descendência de Nene: Eduardo, sem descendência. Ana Paula e (?) Pombo: não têm descendência (2012); residem em Porto Alegre. Mariana (1983), solteira, sem descendência. A partir do ramo Ema. Descendência de Maria José: Lu e (?). Filhos: (?). Descendência de Zoca: (?). A partir do ramo Isidoro (Pina). Descendência de Nora (?). Descendência de Isidoro (?). A partir do ramo João (Matapasto). Descendência de Gládis Pequena. Filhos de Sílvia: Tomás e Vitória. Filha de Larissa: Ísis. 24 A partir do ramo Joaquim (Talo). Descendência de Gládis. Maria do Horto (Hortinho) e Astério Oscar Guglielmone dos Santos (Tuca). Filhas: Rafaela, Maria Cláudia. Maria da Graça (Graça, Boê) e Renato Capparelli. Filha: Laura (10/6/2003). Descendência de Matias. Matias de Oliveira Lopes (Matiasinho) e Ana. Filhos: João e Beatriz (2008). Virgínia (Ginha) e Flávio Jacociúnas. Filhos: Tomás e Júlia. Descendência de José Antônio (Zé). Vânia Maria (Nana) e Vilnei Pereira (Nei). Filha: Camila. Maria Renata e Rafael Guinart, sem descendência. Fernão, solteiro, sem descendência. Descendência de Cicero. Joaquim Rodrigo (Rô) e Gabriela Stefanski Gómez. Filhos: Matheus (2007), Thaís (2009). Residem à rua Marquês do Pombal, Higienópolis, Porto Alegre. Ariadne é solteira, sem descendência. Reside à rua Barão do Amazonas, em Porto Alegre. E>D: Em cima: Maria Cláudia e Rafaela em Imbé. No meio, Boê, Rodrigo e Ariadne brincando com um dos guaxinhos criados por Vó Joana. À direita, Matheus e Thaís (2010), no apartamento do vô Cícero, sentados em sofá que foi das Tias. Em baixo: Rafaela, Maria Cláudia; Laura (2012) na praia e velejando; Pequena, Tomás (neto dela) com Joana. E>D: 1ª e 2ª: Thaís (2011). 3ª: Matheus e o primeiro mate com Papai (2008); 4ª: Thaís e Matheus (2011). 25 1º aniversário do Matheus (2008). E>D: Cide (sentado), Cícero, Gládis, Zé, Matias (com Matheus no colo). A partir do ramo José (Jê). Descendência de Domingos: (?). Descendência de Maria da Graça: (?). Descendência de Rosa Maria: (?). Descendência de Neco: (?). A partir do ramo Manuel (Jica). Descendência de Maria José: Daniel Alejandro e Alejandra (?). Filhos: Renata, Benjamin. Descendência de Carlos Domingos: Carla e (?). A partir do ramo Nena. (?). A partir do ramo Setembrino (Setembro). Descendência de Maria Teresa. Gustavo e Marcelo são solteiros, sem descendência; residem em Porto Alegre. Cláudio e Maria do Horto Schenkel. Filho: Agnelo (prenome do avô materno). Residem em Uruguaiana. A partir do ramo Teodora (Cucha). Descendência de Domingos. Suzana e (?) Chaves Barcelos. Filhos: (?). Dóris e Rubem ou Rubens ou Rubinho Borges Fortes. Filhos: (?). Residem em Porto Alegre. Raul e Coquinha (?). Filhos: (?). Residem no Rio. Descendência de Francisco. Sérgio e (?). Francisco (filho) (Chiquinho): solteiro, sem descendência. Residem no Rio. Descendência de Marina. Laís e João Carlos Silveiro. Filhos: Eduardo, Elisa, Pedro, Gilberto. A partir do ramo Umbelina (Catita). Descendência de Maria Salomé. Juçara Maria (engenheira) e Jorge (?) (médico). Filho: Lucas. Residem em Porto Alegre. João Antônio (Neneco) (engenheiro) e Maria Regina (professora). Filhos: Rodrigo, Fernando, Gabriela, Carolina, Mateus. Residem em Porto Alegre. Descendência de José Augusto (Zé) (engenheiro) e Inês (arquiteta). Filha: Luísa. Residem em Porto Alegre. Descendência de Janice (médica) e Luís (arquiteto). Filho: Pedro. Residem em Porto Alegre. Jacqueline (advogada) e Marcelo do Couto e Silva. Filhas: Manuela e Mariana. Residem em Porto Alegre. Descendência de Uca. Vera e Jorge Alberto da Fontoura. Filha: Rafaela de Menezes da Fontoura. 26 Rafaela e Vera (2007). A partir do ramo Vitória (Nena). Descendência de Arietê (ou Aretê) e (?). Filhos: (?). ---oo0oo--- 27 Seção 2 Tronco Urroz Primeiros casais identificados – Primeiros ascendentes – Primeira geração Lorenzo Urroz e Felippa Bengochea (ou Bencochea) de Urroz, bascos espanhóis, pais de Mathias. Pedro Ubetagoyena e Francisca Gênova de Ubetagoyena, bascos espanhóis, pais de Cornélia. Vila Urroz: E>D: Prédio com brasão; ruela e prédio do brasão; igreja. E>D: Asador Lizárraga. Estrada Urroz-Pamplona. Segunda geração Mathias Urroz (24/2/1851-17/4/1925) e Cornélia Ubetagoyena Urroz (16/9/1868– 15/2/1943). Tiveram 7 filhos: Ramona (16/6/1891–20/11/1947), Maria Cornélia (Marica) (6/8/1892–?/?/1964), José Estêvão (José, pronunciado em espanhol; Flaco) (3/8/1893(?)– 1/1/1958), Graciana Petrona (Chana, Chaninga, Tchana) (23/10/1894–22/1/1958), João Mathias (Pichim, Pitchín, Matias) (6/5/1896–22/7/1975), Francisca Agostinha (Tica) (28/8/1901–12/11/1990), Joana Januária (Catucha) (19/9/1903–2/4/1996). Todos os filhos nasceram em Uruguaiana, na Chácara Matias. Urroz é o nome da villa Urroz, em espanhol; em basco, Urrotz, que significa água fria; fica a trinta e oito quilômetros de Pamplona. Cornélia é também basca, de San Sebastián, cidade litorânea, no país basco. Urrotz é uma vila medieval de planície, a poucos quilômetros de área montanhosa. As construções (de alvenaria) estão dispostas em círculo, ao redor de uma praça. Há uma estrada que passa pelo centro da vila. Há uma igreja, um asador (restaurante), pouquíssimas árvores, 28 residências em geral de pedra, sem reboco. Na parede externa da segunda residência, para quem chega de Pamplona, há azulejos brancos com inscrição em azul: Urrotz. Na estrada há placa indicando em espanhol – Villa Urroz; e em basco – Urrotz. Urroz é sobrenome toponímico, ou seja, tem origem no nome da localidade onde foi registrada a primeira pessoa que se chamou assim. Há três variantes: Urroz, Urrotz, Urros. O primeiro registro de Urroz como sobrenome é 1265. Do local de origem, pessoas com o sobrenome Urroz se moveram a Goizuela (Navarra), a Ur niela e Azpelia (Biscaia), a Cantábria, Catalunha e Américas. Há registros espanhóis, p. ex., para Manuel Matias de Urroz (no século 18). Em busca na internete, é possível saber que há pessoas com o sobrenome Urroz também fora do Brasil, como no Chile, nos Estados Unidos, na Nicarágua, no Uruguai, além de na Espanha. O brasão reproduzido acima é atribuído à família Urroz. E>D: 1ª: Cornélia e Mathias. 2ª: Ramona, Deolinda Madeira, Catucha, Leocádia Madeira, Tica. 29 E>D: 1ª: Leocádia, Catucha, Deolinda, Eulália (criada por elas), Marica, Tica. 2ª: José Urroz (Flaco) e Talo Lopes. E>D: Tica, Talo, Ramona, Catucha. Catucha e Talo. 30 Terceira geração Ramona, Graciana, Maria e Francisca não tiveram descendência. Faleceram solteiras. José e Otília Canaparro Urroz (Lila). Filhos: Leda Teresinha, José Carlos, Ieda, Luís Mathias, Antônio Solon. Na casa deles, lecionava em casa Teodora, que foi professora de primeiras letras e números de vários de nós em fins dos 1940 e início dos 1950: Leda, Carlos, Ieda e Luís Urroz; Domingos Matias, Zé e Cícero Lopes; Eni Farias; Ione e Edgar Mota Fagundes e possivelmente outros. Quem vinha de mais longe, como meus irmãos e eu, atávamos os petiços embaixo de árvores, durante a manhã, enquanto duravam as aulas. João (Pichim) e Odila Fagundes. Filhos: Zilá Teresinha, Luís Alberto e Antônio Matias. Joana (Catucha) (19/9/1903–2/4/1996) e Joaquim (Talo) (19/8/1897–24/6/1970). Catucha foi nascida no 1o distrito do município, ao lado do atual aeroporto, que era área de propriedade da família Ubetagoyena-Urroz, desapropriada, mas nunca paga. Talo foi nascido no município de Paso de los Libres, Argentina, fronteiro com Uruguaiana. E>D: Catucha e Tica na casa de Gládis-Cide, na rua Treze de Maio, em Uruguaiana (1980 e...). Leda Urroz. Pichim (1957). 31 E>D: Catucha. Rodrigo (arrumando as caixas de trabalhos de alunos do pai dele, 1973). Zilá (+- 1964 e 2004). Filhos: Gládis (Gládis, Glades, Magra) reside em Uruguaiana. Yeda (faleceu bebê). Matias (Matias, Bendias, Matiacito) reside em Porto Alegre. José Antônio (Zé, Zantônio, Zé Antônio, Gordo, Zelope) reside em Curitiba. Cícero Galeno (Cícero, Chicho, Cutá) reside em Porto Alegre. Todos os filhos nasceram no 1o distrito do município de Uruguaiana, local denominado Salso de Cima, nas proximidades do parque da Associação Rural de Uruguaiana e do aeroporto Rubem Berta. E>D: 1ª: Rodrigo e Joana, na Chácara Vô Joaquim, como então era nomeada (1977). (Ainda se pode ver parcialmente o sistema de captação d’água da chuva do telhado ao algibe e recalque para caixa d’água.) 2ª: a casa das Tias (2010), de frente, já desfigurada pelo corte das palmeiras e demais árvores altas feito pela Infraero e pela falta de preservação. Dois galpões da Granja Vô Joaquim (ex-Granja N. S. de Lourdes), em desenho a lápis (1980) do Rodrigo. Ambos aparecem parcialmente O da esquerda era o de estar dos peões; o da direita, o da alimentação das leiteiras e da ordenha. Quarta geração Do ramo Joana. Gládis (12/7/1934) e Alcides Mendes Tarragó (Cide). Ela, do lar; ele, dentista. Filhos: Maria do Horto (Horto, Hortinho), licenciada em Letras, funcionária pública. Maria da Graça (Graça, Bolinha, Boê, Pelota, Pelotita), médica fisiatra. As filhas nasceram em Uruguaiana e residem em Porto Alegre. Matias (26/11/1937) e Jandira de Oliveira Lopes. Ele é engenheiro mecânico; ela, advogada, do lar. Filhos: Matias (Matiasinho) nasceu em Porto Alegre e reside no Rio de Janeiro. Virgínia (Ginha) nasceu e reside em Porto Alegre. José (13/6/1941) e Vera Maria Grecchi de Souza. Filhos: Vânia (Nana), do comércio; Renata (Nata), bióloga; Fernão (Finão, Finão Urso), veterinário. Os filhos nasceram e residem em Curitiba. Depois: José e Sandra Mara. Zé é geólogo; Sandra, professora de ensino superior. 32 Cícero (26/7/1944) e Maria de Lourdes Souza Villela (14/3/1949). Filhos: Joaquim Rodrigo (Joaquim, Rodrigo, Rô, Tê) nasceu em Uruguaiana e reside em Porto Alegre. Está estabelecido com empresa de climatização de ambientes, denominada Ateliê do Clima, com sede em São Paulo. Ariadne (Dinê, Maninha, Goda, Godinha) nasceu e reside em Porto Alegre. É advogada. Depois, Cícero e Márcia Spiercart (Mima). Residem em Porto Alegre. Cícero é professor de Literatura Brasileira; Márcia é licenciada em História. Entrada da Granja Vô Joaquim, vista a partir da Pastoril: à esquerda e ao fundo, arvoredos; no centro, a casa, de que as árvores do pátio só permitem ver paredes (amarelas) e os cortes de janela e porta do lado oeste; à direita, galpões; na base da foto à esq, campo nativo; à direita, lavouras de aveia. Quinta geração e descendências Do ramo Joana. Descendência de Gládis. Maria do Horto (4/5/1958) e Astério Oscar Guglielmoni dos Santos (Tuca). Filhas: Rafaela e Maria Cláudia. Ambas nasceram e residem em Porto Alegre. Maria da Graça e Renato Caparelli (professor de Educação Física). Filha: Laura; nasceu em Porto Alegre. Descendência de Matias. Matias (filho) e Ana. Filhos: João e Beatriz. Matias é advogado; Ana é economista. Todos residem no Rio de Janeiro. Virgínia e Flávio Jacociúnas. Filhos: Tomás e Júlia, nasceram e residem em Porto Alegre. Ginha é arquiteta; Flávio, engenheiro. Descendência de José. Vânia e Vilnei. Filha: Camila. Todos nasceram e residem em Curitiba. Renata e Rafael Guignart. Renata é bióloga; Rafael, produtor gráfico. O casal não tem descendência. Fernão, solteiro, sem descendência. Fernão é veterinário. Descendência de Cícero. Joaquim Rodrigo (27/2/1973) e Gabriela Stefanski Gómez (30/7/1977). Filhos: Matheus (15/10/2007) e Thaís (29/5/2009). Rodrigo é miniempresário; Gabriela, do lar; ambos são formados em Administração de Empresas. Ariadne (14/3/1974) é solteira, sem descendência; é advogada. Do ramo José Estêvão. José Estêvão e Otília (Lila) Canaparro Urroz. Filhos: Leda, José Carlos (Carlos, Amigo da Onça), Ieda, Luís Matias (Luís), José Solon (Solon). José era pecuarista; ela, do lar. Descendência de Leda: Leda e Massahiro Inoue (Matchcô). Filhos: José Masao, do comércio, solteiro, sem descendência. Henrique, microempresário (tecelagem) e produtor rural. Formou-se em Administração de Empresas (2011) e estuda Direito. É casado com Mariele Pereira da Silva, professora de Educação Especial. São pais de Henrique Togo Urroz Inoue e Martina (1/7/2011). Alexandre (Xande) é solteiro, sem descendência. Todos residem em Uruguaiana. Descendência de Carlos: Carlos e Marlene Tomazetti. Residem em Brasília. Carlos foi bancário; ela é advogada. Têm 5 filhos: Ana Paula (Paula), casada com Bruno, ambos advogados; têm um filho, Pedro; residem em São Paulo. Luciana (Lu), comissária de bordo, casada com Rafael, piloto da aviação comercial; não têm filhos; residem em São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro. Daniela (Dâni), psicóloga, solteira, funcionária da ANAC; não tem descendência. Maria Eduarda (Malu), solteira, sem descendência. Carlos Eduardo (Cadu), prof. de Inglês. Descend:encia de Ieda: Ieda e Mário Santarrosa: Ela reside em Porto Alegre, professora aposentada. Descendência: 4 filhos: Mário Ricardo, casado com Cislene, professora; têm um filho, Maninho; Mário é formado em Informática, trabalha no Banco do Brasil; residem 33 em Brasília. Sérgio Henrique, engenheiro civil, casado com Liege, do lar, com quem tem 2 filhos, Lucas e Ângelo; residem em Porto Alegre. José Luiz, falecido em dezembro de 2007 no Rio de Janeiro, não teve filhos. Guilherme: advogado, sem filhos; reside em Porto Alegre. Descendência de Luís: Luís e Hilda Acunha: tiveram três filhos: Maria Cristina (Cristina), Ana Maria (Ana), Luís (Luisinho). Hilda e os filhos residem em Uruguaiana. Luís faleceu. Trabalhou na propriedade herdada; Hilda, do lar. Maria Cristina, formada em Administração, tem um filho, Darci, que trabalha no comércio. Ana Maria: do comércio, solteira, sem descendência. Luís Mathias (Luisinho), casado com Patrícia, técnica em Enfermagem. Filho: Mateus (Mateusinho). Solon e (?) não tiveram filhos. Residia em Taquara (RS). Ele era engenheiro; ela é dentista. Solon faleceu em 2011. Do ramo João Mathias. João Mathias (Pichim) e Odila Fagundes. Filhos: Zilá Terezinha (Zilá), Luís Alberto (Gordo, Zabeco), Antônio Matias (Tunico). Pichim era agropecuarista; foi comerciário; Odila, do lar. Descendência de Zilá. Zilá e Sady Machado Sanchotene: Jacqueline (Jaque), Rosalina (Rosa), Mônica (Mone). Zilá era do lar; depois, comerciante. Sady era do comércio. Descendência de Jaque: Greta Sanchotene Melo; residem em Porto Alegre. Descendência de Rosa: Marcele Sanchotene Kruse; residem em Porto Alegre. Mone e Marcelo Silva são professores; ela é mestre; ele, doutor. Filhos: Ana Carolina e João Pedro; residem em Porto Alegre. Descendência de Luís Alberto (Zabeco). Zabeco e Zilá Melo: Márcia e Zabeco 2º (?). Zabeco foi microempresário: táxi, caminhão e maquinaria de construção de barragens; Zilá foi do comércio e do lar. Descendência de Tunico. Tunico e Eliane Braseiro: Fernanda. Tunico e Eliane residem em Uruguaiana. Tunico foi comerciante de gados. Eliane é professora. Fernanda Braseiro Urroz e Miguel; residem em São Paulo, sem filhos (2011). E>D: Odila, Catucha, Talo, Zilá, Ieda, Pichim, Lila, José Urroz: 1957, casamento da Gládis. As Tias e a casa das Tias As Tias eram as irmãs solteiras da Joana (Catucha), do José e do Mathias (Pichim): Ramona, Graciana (Chana, Tchana, Chaninga, Tchaninga), Maria (Marica) e Francisca (Tica). A casa das Tias era nossa segunda casa. Como a conheci, era uma construção sólida, com porão fechado, que desafiava. O prédio tinha forma quadrada, com pequena varanda a oeste. A entrada principal ficava no canto entre leste e sul. Entrava-se nela por uma área parcialmente murada, com gerânios, que dava à sala de visitas. A porta 34 secundária (principal no dia-a-dia) abria a cozinha à varanda. Nesse lado havia uma terceira porta, que dava ao comedor. Do comedor chegava-se ao banheiro por corredor. Os dormitórios circundavam o comedor. Na esquina do leste com o norte, era o da Marica; ao lado, o da Tica; depois a sala de visitas. Ao lado, o dormitório da Leda, da Iolanda e da Eni, todas criadas por elas. Ao lado, na ponta da varanda, o da Graciana. Almoçava-se no comedor, mas jantava-se na mesa da cozinha, ampla, com despensa ao lado. Havia algibe e caixa d’água, com bomba manual, como na casa da Granja Nossa Senhora de Lourdes. Sobre o algibe estendiam-se as ramas do parral. As portas eram de madeira de lei maciças. As janelas tinham venezianas com postigos, como as do casal Talo-Catucha. Próximos ficavam os galpões. Um tinha sido a casa primitiva, construída de pedras de uns quarenta por trinta e por trinta centímetros. A cobertura era de capim-caninha, mais tarde com telhas metálicas por cima. A quincha ainda conservava as ataduras com couro sem lonquear, onde especialmente se penduravam os picumãs. A cozinha, peça principal, tinha uma porta e uma janela. O fogão era também de pedras, com grade de ferro para panelas (ollas) e chaleiras médias (pavas) e grandes (calderones). Mesmo depois de estarem usando a casa nova, era nesse fogão de pedras que elas ferviam la leche de la mañana, tomavam mate depois da ordenha, que era feita pela Marica e pela Graciana com auxílio das criadas e dos criados. Não costumavam ter empregados. Na casa velha, havia corredor sem portas, de norte a sul, que dividia a cozinha e a despensa de duas peças também de pedras, que guardavam utensílios. As tarefas eram divididas: gerência geral era da Marica, assim como dirigir o automóvel. A cozinha também era dela, com auxílio das meninas criadas. A limpeza da casa era de todas as mulheres. Costuras, arranjos da casa, cuidados do jardim da frente, com a Tica. Com ambas, as gaiolas e viveiros dos pássaros. Cuidado com as aves domésticas, com a Tica. Graciana fazia os doces: tâmara, figo, marmelo, pêssego, pera, leite, ambrosia etc. Cuidava do quintal: horta e pequeno pomar, que tinha cacimba própria. Era cercado e vedado a quem pudesse estragar. Crianças e jovens só podiam entrar com ela. Era lugar um tanto misterioso, porque tinha cobertura vegetal por dentro da cerca que o marcava. Pães e carnes assadas no fornão do pátio, com as três. (Ramona já não vivia.) No galpão, parte de madeira anexa à casa de pedras, morava o Alceu, criado. Também costumavam alojar-se ali, por dias e dias, os achegos, visitas de galpão e gente sem condições de trabalho continuado. Todos ali tinham abrigo e comida: Irineu Cabecinha, Atanagildo, Otacílio (que acabou por ficar morando lá) e outros. A uns cem metros ficava a casa do único empregado que tiveram, Lilo, casado com uma das meninas criadas, Eulália. O casal Lilo-Eulália teve cinco filhos. Um deles ficou morando na casa grande, depois do falecimento da última delas, a Tica. Chama-se Luís Afonso Rodrigues dos Santos. A mais conhecida dessas pessoas que ali se alojavam ficou sendo o Bubu ou Sete-trouxas. Era um dependente, provavelmente índio, que carregava muitas trouxas com roupas sujas e outras quinquilharias. Costumava tomar banho uma vez por ano, em dezembro, quando ganhava sabão e roupa nova. Gostava especialmente de leite e carne. Tinha um costume estranho: se alguém passava pela frente dele, corria atrás, reclamava, acenava com o calçado. Mesmo animais não podiam tomar-lhe a frente. Às vezes corria horas pra passar na frente da galinha que lhe tinha passado antes na frente. Quando não se encontrava lá, estava na chácara das Tellechea, nos arredores da cidade, onde ficava também, às vezes, durante meses. O segundo galpão guardava o tílburi, que tinha sido usado pelo casal MathiasCornélia, implementos e utensílios. Abrigava também o galinheiro e o criadouro de perus. O terceiro era igualmente de pedras e tinha sido o local em que se fabricava vinho, quando Mathias vivia. Encostado nele foi construído o do tambo, de madeira, aberto para 35 o norte. O local de as vacas serem ordenhadas era separado por uma cerca de madeira, baixa, onde dormiam os terneiros para o apojo. O poço de balde, fundo, construído a marrão na pedra moura, só permitia ver a água, quando havia sol a pino. Alceu e Aristeu, irmãos, desciam ao fundo, usando cordas, uma vez por ano, pra limpá-lo. Era uma tarefa que nos parecia admirável e perigosa. Tinha sido construído por Rodolfo Gomes, um filho dele e os meninos criados. Chegavase a ele, vindo-se da casa velha, por um renque duplo de casuarinas, cujas folhas esfiapadas assobiavam ao vento. Na casa das Tias, tinha catavento com gerador, baterias, sob os cuidados da Tica, jasmim-manga, mimo-de-vênus e, por cima da casa, passavam aviões em descida para a pista do aeroporto, que ficava a uns setecentos metros. Como na granja Nossa Senhora de Lourdes, tinha geladeira, que todos conheciam como frigider, que funcionava com chama de mecha que queimava querosene, também sob os cuidados da Tica e, às vezes, do Talo, que lá ia pra isso. Na casa das Tias tinha muitas crianças, meninas e meninos, com muitas opções de brinquedos, caminhadas, pescarias, corridas e narração de histórias estranhas, quase sempre inventadas na roda de conversa. Alceu era declamador e sabia de cor o Henrique Salsedo, décima (poema narrativo em sextilhas heptassílabas) que conta a história de amor entre um domador de cavalos e a filha do estancieiro. Sabia também muitas trovas, que ouvia e inventava. Contava lorotas e era um pouco briguento, se bebesse. E>D: 1ª: (no campinho na frente da casa das Tias): adultos: Lila, Tica, Marica, Catucha, Chana. 2ª: (na frente da varanda da casa da família Urroz Lopes): Catucha, José, Lila, Chana, Tica, Marica. 36 E>D: 1ª: Luís Alberto (Zabeco, Gordo) Urroz, Márcia Melo Urroz (filha dele) e Luís Matias (1970). 2ª: Zé aí por 1961-62). 3ª: Zé, no sítio de Mandirituba, município vizinho de Curitiba, hasteando a bandeira do RS, como costuma fazer ao chegar. 4ª: Cícero em desfile do dia do gaúcho (1955). Cícero em 1968 (estreia no magistério), 1979 e 2006). ---oo0oo--Anexos Anexo 1 Companheiros 1 37 E>D: Em cima: Balbino Alves (Bindo): a segunda foto é de 1972; Diamantina dos Santos (1957, +- 1967, +1976). Alaídes Martins (Laíde). Embaixo: Paulo Martins e Ramiro Zacarias, no galpão da Granja Vô Joaquim. Foto 2: Rodrigo, Ramiro e Teresa Zacarias, Ariadne, Eni Zacarias, mãe da Adelaide (ao colo da vó Teresa). Anexo 2 Companheiros 2 Pessoas acolhidas pelas Tias: E>D: Eulália (+-1937), Eni Farias (com criança ao colo), Iolanda Sigal, Luís Afonso Rodrigues dos Santos (+-1953), filho da Eulália. Esmeralda, que ajudou a criar os filhos do José e Lila Urroz. Infelizmente não tenho foto de Teodora, que foi professora em casa de vários de nós. Na extrema direita, dona Laura, que ajudou a criar os filhos de Jica, a partir da viuvez dele. Anexo 4 Marcas Marca e sinal do gado de Talo. A marca contém as figuras básicas do sinal: à esquerda, a mossa, que se repete verticalmente no centro da travessa; à direita, a forquilha. A mossa e a forquilha aparecem unidas por travessa proporcional. Ao todo, a marca usada (com tinta) no rebanho ovino tinha 14cm de comprimento por 4cm de altura; a usada (a fogo) no gado bovino tinha 9cm por 3cm. O sinal era usado na orelha esquerda dos animais (ovinos e bovinos): a mossa aparecia na ponta, e a forquilha, embaixo, na curvatura inferior da orelha. Os equinos não eram marcados nem assinalados (não é costume assinalá-los.) À esquerda, a marca usada pelas Irmãs Urroz. O U contém também, no lado esquerdo, o I. As irmãs Urroz eram Ramona, Graciana, Maria e Francisca. À direita, marca usada por Pichim na criação em geral, bovinos, ovinos e equinos. O eme central simboliza o nome pelo qual era mais conhecido; a perna esquerda do eme sugere o jota, inicial de João, prenome dele; a perna direita 38 sugere o u de Urroz. Esta marca reproduzida. também foi usada por Pichim anteriormente à acima Essa foi a marca do gado bovino de Balbino Alves (Bindo), principal colaborador na Granja Nossa Senhora de Lourdes, do casal Talo-Catucha. A perna esquerda sugere um bê maiúsculo (que se fecha na direita), inicial de Balbino, prenome dele; a da direita sugere o á maiúsculo, inicial de Alves, sobrenome dele. Usada ou olhada na horizontal, passa a indicar apenas o bê. Anexo 5 Mapas Mapas do campo da Granja Nossa Senhora de Lourdes Este mapa foi reconstituído: não aparece nele o corte da BR-290. 39 Este mapa mostra os estragos provocados pela construção da BR-290 e pelo lixão. Mapa (incompleto) da propriedade Ubetagoyena-Urroz. Foi traçado para divisão, após falecimento da última das Tias, a Tica. Originalmente tinha mais 3/7 além dessa área, que corresponderam às heranças de José, João Matias e Joana. Apêndices Apêndice 1 Informações do Zé (Resposta do Zé a meu pedido de ajuda (24/10/2006).) 40 Seu Cíçaro Inicialmente meus parabéns pela iniciativa de tentar reconstituir a árvore genealógica da família. Eu também, há bastante tempo, venho pensando nisso e confesso que me arrependo profundamente de não ter investigado nossas origens enquanto os velhos eram vivos. O problema é que nessa época tudo nos parece natural e não damos bola para o assunto. Às vezes penso, como sabemos pouco sobre nossos pais, como eles se conheceram, o que pensavam, quais seus problemas e alegrias etc. durante o tempo que não compartilhamos com eles e mais ainda, eu, por exemplo, não sei o nome dos nossos bisavós paternos; dos maternos te passo adiante, como colaboração. Em segundo lugar, minhas observações sobre o teu e-mail: 1 Vininha, se não estou enganado, não era irmã do pai; era mulher do tio Pina que era engenheiro da VFRGS e do qual não sei o nome, só o apelido. Este tio Pina não aparece na tua lista. 2 Nena era irmã do pai, mas acho que este era o apelido dela e não o nome; a Gladis deve saber bem. 3 Não sei se a tia Ramona tinha outro nome, mas creio que sim, porque todas elas tinham dois nomes, conforme o costume espanhol: o primeiro era um nome escolhido e o segundo era o nome do santo do dia. Assim, José nasceu no dia de Santo Estêvão [por isso, José Estêvão]; Graciana nasceu no dia de São Pedro (29/6) e por isso se chamava Graciana Petrona; Francisca, no dia de Santo Agostinho, daí o segundo nome, Agostinha; a mãe, no dia de São Januário (19/9), daí chamar-se Joana Januária (o pai dizia, brincando, que, se soubesse que ela se chamava Januária, não tinha casado com ela); aparentemente, o único que foge à regra é o tio Pichim, cujo segundo nome é Mathias, mas creio que este nome é homenagem ao velho Mathias e não ao santo. É possível, também, que no caso dele tenha sido invertido, João, sendo o nome do santo. É fácil verificar isto, por exemplo, com a Zilá, sabendo a data do aniversário dele é possível ver se tem ou não o nome do santo. 4 Vi que não tens a data do nascimento do José: acho que pelo onomástico (dia do santo, que consta do calendário católico, ou então, mais fácil, perguntando para a Leda) é possível descobrir o dia do nascimento. Quanto ao ano, há qualquer coisa errada na certidão de óbito dele (morreu em 1/1/58), pois fala em 75 anos quando de sua morte, o que remeteria seu nascimento para 1883, o que não pode estar certo, pois, pelo que me lembro, ele era 4 anos mais velho que o pai. Creio que deve ter nascido em 1893, já que o pai, pelo que me lembro, nasceu em 1897. O José deve ter morrido com 65 e não 75 anos. 5 Os nossos bisavós maternos eram Lourenço (deveria ser Lorenzo, no original) Urroz e Felippa Bengochea de Urroz, por parte do vô Mathias (aqui é outro costume, não sei se espanhol ou apenas basco: as mulheres tomavam o nome do marido, mas com um “de” antes) e Pedro Ubetagoyena e Francisca Genova de Ubetagoyena, por parte da vó Cornélia. Todos eram bascos espanhóis. Lembra-te que conversamos sobre achar a certidão de nascimento ou batismo do pai: se conseguirmos em algum arquivo público ou na cúria em Uruguaiana, nele devem constar os nomes dos nossos bisavós paternos. Eu me lembro que o pai dizia que entre seus avós havia paraguaios e que uma das avós era bugra. Seria mui lindo resgatar isso, não te parece? Um abraço e conta comigo para ajudar. Zelope Obs. sobre o nome “Cíçaro”: era como a Laíde costumava dizer, e Zé usa. Obs. sobre o item 3 da carta do Zé: a igreja católica registra o dia 14/5 como de São Matias. Pichim é de maio. Apêndice 2 Informações do Chico Lopes (Resposta do Chico a meu pedido de ajuda.) Caro primo. Aí vai: 41 Livro 3, fls. 49 - Matriz de Uruguaiana - Casamento de Domingos Lopes (filho de João de Deus Lopes e Manoela Benites) e Porfíria Gomes de Oliveira (filha de Isidoro Gomes de Oliveira e Umbelina Marques de Oliveira). Testemunhas: Onofre Marques Vianna, Victoria Lopes, João Carlos de Assis e Julia de Albuquerque Assis, realizado em 25 de setembro de 1880. (a) Cônego Vigário Pedro Gay Livro 3 fls. 92 - Óbitos. João de Deus Lopes - falecido em 29 de dezembro de 1888, com 65 anos de idade. Oriental. Casado. Encomendado e sepultado no cemitério desta cidade. (a) Con. Vig. João Pedro Gay. Parabéns, novamente, pelo Matheus. Abrs. Chico e família [dezembro de 2007]. Meu Doutor Falando em memória, recente encontro com um amigo, também Procurador da Previdência, e o seu entusiasmo maragato, trouxe-me o interesse de revisitar materiais sobre nossas Revoluções, 1893 e 1923. Então lembrei que nosso avô Domingos arrendou após o revés de 93 uma fazenda na Argentina, em sociedade com um ilustre advogado uruguaianense chamado Eduardo Lima (que fora colega de faculdade de Castilhos), conforme consta no diário deste causídico maragato, anotações atualmente na posse do seu neto João Nadir Franco de Lima, que não vejo há anos, mas com quem confirmei este fato. Outra coisa, o tio falecido na Revolução de 1923 é Cícero? o Piá? Um abraço, Chico. (O segundo imêil é de 2011.) (Obs.: A resposta à pergunta do Chico é positiva.) Apêndice 3 Poema de Zé Lopes em homenagem aos avós Urroz, publicado originalmente, sob o pseudônimo Vasco de Sant’Anna, em Sonata de outono. Porto Alegre: Alcance, 2003, p. 27. Mi herencia Trago comigo a herança nobre da basca euzkadi, só e oprimida, que na pessoa de um menino pobre singrou o mar para semear a vida. Em minha alma ressoam os tambores dos índios, suas mulheres e seus filhos, que mesclaram seu sangue aos vencedores em batalhas e em leitos maltrapilhos. Nas veias me galopam maragatos na luta eterna, sem finalidade, contra chimangos, inimigos natos. Minha herança é, na verdade, u’a coletânea de passados fatos: traz dentro dela toda a humanidade. Apêndice 4 Artigo escrito por Cícero Galeno, publicado no jornal Momento de Uruguaiana, em 17/12/2010, p. 11, sobre a história de Matias e Cornélia Urroz. O tamanho da esperança O menino chegou a estas plagas por volta de 1868, com dezessete anos de idade. Vindo inicialmente do país basco, Espanha, e tendo passado aproximadamente quatro anos na antiga província Cisplatina, chegou a Uruguaiana. Com a basquita que lhe seria esposa, que conheceu 42 aqui, dezessete anos mais nova, construiu casa de pedras lascadas, chão batido em quase toda, cobertura de quincha atada com couro de cavalo. Instalaram-se com tambo e horta. Ela chegara com mais ou menos catorze anos, acompanhando outra família basca, que vinha instalar-se aqui. Ele também fazia longas carreteadas pra mantimento e comércio. O fogão da cozinha foi construído também de pedras, com grade de ferro em cima. Um galpão de madeira abrigava animais, forragens, ferramentas e algum andante ou desabrigado. Era também o galpão do tambo. Outro, menor, de pedras, conservava a produção da horta, do pomar, da quinta, queijos, carnes. Árvores nativas, casuarinas, laranjeiras, palmeiras, tamareiras, figueiras, pessegueiros, marmeleiros e algumas outras compunham a arborização. Para cultivar, além das vinhas, implantadas na parte mais alta da propriedade, havia a horta, a quinta e o jardim. Para cuidar também havia pequenos animais e guaxos. No campo, ovelhas, gado bovino, cavalos. Abaixo da casa, um pequeno açude. No fim do renque de casuarinas, que se alongava entre a casa e o pomar, o poço de bocal alto, fundo e farto. Nos limites extremos do campo, serpeava o Salso de Baixo, na época, piscoso. O local passou a ser conhecido como Chácara Matias, porque o nome do senhor, aquele menino que partira da Espanha com treze anos de idade, era Matias Urroz. Depois do falecimento do casal, que teve sete filhos, dos quais apenas dois homens, havia quem se referisse ao estabelecimento como Chácara dos Matias, Chácara das Matias ou pelo nome original, que foi dado pelos que se referiam desse modo à chácara. Veio estrada, e ela cortou o campo. Chegou o aeroporto, construído sobre o campo do casal de imigrantes bascos, cuja área de terra foi desapropriada, mas jamais paga. Vieram as chamadas de revoluções. Dentre elas, a de 1923, dois anos antes do falecimento dele. Foi quando Uruguaiana sofreu (o segundo) cerco. Houve escavação de trincheira, roubaram ovelhas e outros animais, envenenaram sangas. Os dois filhos precisaram ser escondidos. Porões, com ferramentas e outros utensílios velhos, garrafas fechadas, garrafas vazias, poucas e pequenas armas bem guardadas, muita teia de aranha e poeira, podiam esconder colchões e pessoas. Olhando de fora, só se viam dois pequenos respiros gradeados no rés do chão. Sempre no escuro e no silêncio absoluto, foi possível passar dois ou três meses de olhos mais fechados que abertos, urinando em garrafas vazias e as tampando e guardando empilhadas como as de vinho, esperando a noite para receber comida e água e retirar excrementos, a fim de livrar-se das lâminas, do fogo e do sequestro de voluntários. Em tempos de paz, contudo, foi possível ser feliz. O casal, os filhos, a carreta, ora esperando ora sulcando o chão com seu vagar, o tambo, a horta e a quinta sustentando o essencial, e os cavalos mansos e os cavalos xucros construíram a condição da esperança. Para quem vinha da Europa de tradição medieval e colonialista, ter cavalos e montar neles era privilégio de poucos. Sempre imagino o que teria significado para aquele Matias Urroz, quando já maduro, poder montar a cavalo e tocar outros, soltos e xucros, no fundo do campo da pequena propriedade. Só muito ricos, os chamados de nobres, podiam montar a cavalo naquela Europa longínqua, de onde vieram os primeiros colonizadores e os primeiros possessores à nossa América. Certamente a família e a estabilidade econômica foram as compensações maiores daquele casal de meninos pobres, oriundo do norte espanhol, no solo uruguaianense. Posso também supor a satisfação pessoal daquele menino, então homem maduro, de ter encontrado nestas plagas o que não teria conseguido, pelo menos em parte, em seu país natal. Fica difícil imaginar, todavia, a reconstrução da nossa memória social. O imaginário social, atualmente, está marcado pelo que os meios de comunicação divulgam e com os quais se sustentam e se locupletam. A Chácara Matias depois, habitada por quatro irmãs, sobreviveu como pôde. Manteve o tambo, a criação de ovelhas e de pequenos animais. Caraterizou-se por abrigar simultaneamente várias pessoas necessitadas, às vezes transitoriamente, às vezes quase permanentemente. Entre essas pessoas, alguns talvez possam lembrar-se do Bubu, conhecido também como Sete-Trouxas, de quem pretendo noutra oportunidade falar. A esperança encolheu. Atualmente, da Chácara Matias restam campos recortados, uma casa e um galpão, mas nada das primeiras construções. Já não se pode ver a primitiva casa de pedras, porque as pedras foram retiradas de lá. O aeroporto em breve terá a pista alongada. No prolongamento a oeste, vai avançar sobre a casa que resta e arrasar a arborização reduzida e mutilada que ainda resiste. 43 Apêndice 5 Argumentação para nomeação da estrada Joaquim de Deus Lopes Porto Alegre, 8/4/2000. Vereador Delmar Kaufman Gostaria inicialmente de te agradecer pela disponibilidade de levar avante minha proposta de nomear a servidão aberta ao público em 1999 e pela gentileza como recebeste a solicitação. Informarei agora sobre o pretendido homenageado. Joaquim de Deus Lopes (Talo Lopes) era filho de Domingos de Deus Lopes e Porfíria Gomes Lopes. Nasceu em 19 de agosto de 1897, em Uruguaiana. Alfabetizou-se com o professor Luís Antônio Lopes, com quem também fez os estudos que as condições propiciaram. Foi sempre homem do campo: teve fazenda arrendada no Sarandi e mais tarde em Santana Velha. Em 1938 adquiriu pequena fazenda (área da qual retiramos a servidão) e se estabeleceu nela, nomeada por ele Granja Nossa Senhora de Lourdes, em referência à então conhecida Gruta do Salso, que abrigava imagem dessa entidade religiosa. Talo Lopes ajudou a manter a gruta por anos, juntamente com outras famílias, especialmente integrantes da colônia basco-espanhola, em que atuava, em festas religiosas, o pároco monsenhor Estanislau Wolski. Talo Lopes construiu pessoalmente réplica da gruta no pátio da residência. A pequena fazenda (estanciola, como alguns diziam) tinha aproximadamente três quadras de sesmaria, como se designava na época, ou (mais ou menos) 272 hectares. Viveu do tambo que aí montou: fazia distribuição de leite (p. ex., ao Colégio Sant’Ana e ao Colégio Nossa Senhora do Horto, que então mantinham internatos.) Fabricava manteiga e queijo e mantinha lavouras de produtos para alimentação humana e de forrageiras. Constituiu e manteve plantéis bovinos leiteiros e semileiteiros, um da raça Flamengo, outro da raça Jérsei e outro da raça Holandês. Foi dos pioneiros em acolher imigrantes japoneses na Fronteira Oeste do RS. Recebeu duas famílias, de que podem dar testemunho os descendentes dum imigrado (Massau Inoue), seus filhos Massamiche, Kioko, Massahiro, Massaci, que vivem em Uruguaiana. Casou-se com Joana Ubetagoyena Urroz, que nasceu e viveu, enquanto solteira, na chamada de Chácara Matias. Era filha de Matias e Cornélia Ubetagoyena Urroz, ambos nascidos bascos espanhóis. Na Granja Nossa Senhora de Lourdes, Talo viveu seus dias mais produtivos e ali foi feliz, na sua simplicidade de homem de trabalho e honradez. Ali criou os filhos (Gládis Maria, Domingos Matias, José Antônio e Cícero Galeno) e envelheceu. Foi pessoa idônea e de reputação irrepreensível. A idade e a falta de saúde o obrigaram a abandonar o trabalho que desenvolveu durante todos esses anos. Ao fazê-lo, deixou as pessoas que mais o auxiliaram com pequena área de terra com benfeitorias. Uma delas, Paulo Martins, ainda habita o local. Quando Joaquim/Talo faleceu, em 24 de junho de 1970, seus muitos amigos testemunharam o apreço em que era tido. Seu nome foi homenageado em reunião da Câmara Municipal de Uruguaiana, por iniciativa do então vereador Nivaldo Soares. Outras explicações. A área que os filhos entregamos em servidão liga a estrada vicinal (que atualmente leva ao lixão), em seu trajeto O-L, à BR-290. A oeste do traçado longitudinal da servidão, localiza-se área de propriedade do Lanifício Vale do Uruguai (desapropriada da antiga Granja Nossa Senhora de Lourdes); a leste, estão campos remanescentes da propriedade do pretendido homenageado, de que foi posteriormente usufrutuária a viúva, Joana. A servidão tem catorze metros de largura em toda sua extensão. A estrada Joaquim de Deus Lopes estende-se da BR-472 (em frente ao acesso principal ao parque da Associação Rural de Uruguaiana) à BR-290 (ao lado do ex-lanifício Vale do a Uruguai Ltd . Cito agora como posso, porque não me lembro dos nomes de todas, as pessoas a quem poderíamos recorrer pra colher assinaturas. Grupo 1: Paulo Martins; José Antônio, César, Eugênio/Negrão, Pedro, Joana e Sandra Martins Soares; Pacheco Soares: moram (todos) nas casinhas que há na terra doada pelo pai ao Paulo e à irmã dele, Alaídes (falecida): entra-se pelo brete que leva ao lixão; quando o brete dobra à direita, as casinhas ficam à esquerda. Mora com Paulo um filho de criação dele chamado João, com mulher. Grupo 2: Família Luzardo: proprietária da leitaria a que se chega passando pelo lixão, no término do brete. 44 Grupo 3: Pedro Busanelo, a esposa, Lore, o filho deles (Éberson): pode-se entrar pela sede da chácara ou pelo mesmo brete do lixão. No último caso, entra-se à direita, antes do começo da área do domínio do lixão. Grupo 4: Sidnei Apestégui, a esposa dele, Olga, outras pessoas maiores (creio que devam sê-lo par assinar), parentes, que quase sempre estão ou trabalham com ele, na sede da chácara. Atualmente se entra pela servidão, que começa ao lado dos portões dos graneleiros que foram da cooperativa de lãs. Grupo 5: Teresa Zacarias, ex-moradora na chácara, atualmente na rua Gonçalves Viana, 1208; filha e neta (maior) dela, que também moraram algum tempo na chácara. Grupo 6: Luiz Afonso Rodrigues dos Santos e esposa, na Chácara Matias, na estrada do aeroporto, última casa à esquerda, antes da extremidade oeste da pista, ao lado do acesso à vila do Banco do Brasil. Bom trabalho aí, recomendações junto aos familiares e abraços aos amigos comuns, como Alcido, que há muitos anos não vejo. Abraço do Cícero Lopes. Aí vamos, campo fora... pelos caminhos que Tupã ilumine... Porto Alegre, junho de 2012. Cícero Galeno Urroz Lopes