UNIVERSIDADE ANGELA TUIUTI DO PARANA MARIA DE CASTRO HISTORIA E CUL TURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA NOS CADERNOS PEDAGOGICOS MUNICIPAlS: OMISSAO OU PRECONCEITO? CURITIBA 2008 ANGELA MARIA DE CASTRO HISTORIA E CUL TURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA NOS CADERNOS PEDAGOGICOS MUNICIPAIS:OMISsAo OU PRECONCEITO? Monografia apresentada como requisito parcial para obten9ao do Titulo de especialista, do Curso de Hist6ria e Cultura Africana e Afrobrasileira, Educayao e A<;:oes Afirmativas no Brasil., da Universidade Tuiuti do Parana, Campus BarigOi. Orientador: Prof. Paulo Vinicius Silva. CURITIBA 2008 Baptista da Agrade~o aos meus familia res que me deram for~a e coragem para realizar essa tarefa. Agrade~o a contribui~ao dos professores em ampliar os meus conhecimentos sobre a minha propria historia. Aos amigos que nao deixaram eu desistir e a todos e todas que fizeram a historia da popula~ao negra. SUMARIO INTRODU<;;Ao . . 2 1- CAPITULO I - 0 PAPEL SOCIAL DA ESCOLA .4 2 - CAPITULO II - A FORMA<;;Ao DOS PROFESS ORES PARA UMA EDUCA<;;AO ETNICA RACIAL . 8 3 - CAPITULO III - A LEI 10.639/03 EDUCACIONAIS NA SUPERA<;;AO DAS DESIGUALDADES . 11 4- CAPITULO IV - POLITICAS PUBLICAS DO MUNICIPIO A IMPLEMENTA<;;AO DA LEI 10.639/03 5- CAPITULO V - CADERNOS PRECONCEITO?.. 6- CONSIDERA<;;OES 7 - REFERENCIAS PEDAGOGICOS FINAlS BIBLIOGRAFICAS DE CURITIBA PARA 17 MUNICIPAlS: . . OMISsAo OU 35 ..41 .... .43 RESUMO Este trabalho apresenta uma analise da inclus130 do conteudo de Historia e Cultura Africana Pedagogicos e Afro-brasileira no processo da Rede Municipal pollticas publicas educacionais contribuiu Buscou-se desde 2005 ate hoje. Especialmente analisar os Cadernos Pedagogicos, a realiza9130 do Forum da constru9130 dos Cadernos de Ensino de Curitiba. as por ser um material elaborado do is anos apos Estadual para os professores analisar procurou-se da Diversidade Etnico-Racial, evento que da rede cobrar uma a9130 mais especifica da Secreta ria da Educa9130 em rela9130 a impiementa9130 da referida lei no sistema de ensino. Primeiramente, frente aos desafios foi feito uma abordagem do papel social da escola da SUpera9130 das desigualdades raciais. Em seguida forma9130 dos professores como tarefa de transformar 0 pedagogico a em politico e o politico em pedagogico, a fim de fazer valer a valoriza9130 da diversidade etnico- racial na sala de aula. Apos foi feito uma analise da lei 10.639/03 contemplando a supera9130 das desigualdades que refor9am 0 educacionais e os instrumentos racismo nas institui90es de ensino prejudicando Por fim, foi feito um resgate das polfticas publicas e municipal para entendermos 0 processo a ascens130 da popula9i3o negra. educacionais da nacional, estadual formula9130 dos Pedagogicos. Palavras-chave: Educa9130 Racial, Materiais Didaticos, racismo. Cadernos INTRODUCAo A elaborayao de materias que tratem da diversidade etnico -racial e uma questao muito importante no debate sobre as implementayoes de ayoes referentes a Cultura e Hist6ria Africana e Afro-brasileira. em que a tematica racial ganha relevancia na legislayao 10.639/2003 e a aprovayao das No momenta brasileira, "Diretrizes Educayao das Relayoes Etnico-Raciais com a promulgayao Curriculares Nacionais da Lei para a e para 0 Ensino de Hist6ria e Cultura Afro- Brasileira e Africana, ainda percebemos resistencia do poder publico em efetivar ayoes para incentivar do magisterio os profissionais a trabalharem a tematica racial. o Brasil, 0 ultimo pais a abolir formalmente 0 trabalho escravo, concentra hoje 0 maior contigente da populayao negra do mundo, atras apenas da Nigeria. Essa realidade exige de toda a sociedade uma reflexao sobre a condiyao dessa populayao no pais. A educayao e fundamental mesmas oportunidades proposta pedag6gica secretarias de reconhecida, o na construy8o de uma sociedade que ofereya as para todos os cidadaos. multirracial educayao Neste sentido, estabelecer e popular, deveria estar na pauta de todas as para que a cultura da populayao respeitada e valorizada, sendo assim integrada a cultura trabalho com a cultura do povo negro, 0 reconhecimento, da diversidade uma negra fosse local. a valorizayao brasileira, a hist6ria vista dos do is lados, a trajet6ria hist6rica sao essenciais para a pratica pedag6gica de uma forma dinamica da questao racial. Desta forma 0 trabalho monografico, apresenta no primeiro capitulo, 0 papel social da escola conhecimento, o e como esta instituiyao deve ir alem de reproduzir 0 trabalhando com temas que envolvam a diversidade etnico-racial. segundo capitulo faz uma analise da formayao dos professores como agentes diretos na promoyao da igualdade racial. o terceiro capitulo analisa como se deu a promulgayao como ela se tornou um instrumento ideol6gicos dominantes de luta para desconstruir da lei 10.639/03 e os mecanismos presente nas escolas, como tambem desmistificar 0 mito 2 da democracia racial no ambiente escolar. Em seguida foi feito um resgate das politicas publicas educacionais nacional, estadual e municipal para contextualizar a elabora<;:ao dos Cadernos Pedagogicos Municipal em abordar a tematica de Educa<;:ao tem e a dificuldade que a Secreta ria racial nos seus materias didaticos. 3 CAPiTULO I o PAPEl SOCIAL DA ESCOLA Se a educaCao nao transforma sozinha a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda. Se a nossa oPCao e progressista, se estamos a favor da vida e nao da morte, da equidade e nao da injustica, do direito e nao do arbitrio, nao temos outr~ caminho senao viver plenamente Encarna-Ia, diminuindo assim a distancia a nossa opCao. entre 0 que dizemos e 0 que fazemos. Paulo Freire As desigualdades sofridas pela populac;:ao negra no Brasil, no processo de escolarizac;:ao, vern sendo denunciadas ha varios negro, por estudiosos e mais recentemente Essas denuncias baseiam-se nas escolas, em dados fornecidos do tratamento dispensado anos, seja pelo movimento por organismos governamentais. em estudos que analisam os livros didaticos pelo IBGE/PNAD, as crianc;:as negras, em observac;:oes empiricas aos conteudos veiculados nos programas de ensino, a relac;:ao professor - aluno enos numeros que denunciam o fracasso escolar. Desta maneira, nao e mais possivel negar que 0 sistema educacional brasileiro e excludente. " A desigualdade preconceitos e encontrados racial na escola tem se mostrado discriminac;:oes permeiam a evidente. sociedade Todos os brasileira sao nela, cujo 0 papel deve ser a instrumentalizac;:ao dos cidadaos para viver na diversidade, que lutando contra todo tipo de preconceito. acaba reforc;:ando 0 racismo e outros tipos de preconceitos." Mas na pratica, ela ( SISMMAC, pag. 19, 2004) Um olhar penalizados tambem atento para as escolas percebemos como os negros sao na educac;:ao por meio da exclusao do sistema fonnal de ensino como nas outras esferas da vida social. Candau (1994), ao apontar a existencia especialmente (2003, p.25), cita Oliveira de diferentes preconceitos presentes na escola, os de genero, rac;:ae classe social. Deste modo, varios estudos tem demonstrado a importancia da escola nao 4 so como uma instituic;ao formadora em que compartilhamos de saberes escolares, mas como um espac;o valores sociais e culturais. "A instituic;ao escolar aparece importantes no processo em varios estudos como um dos fatores de construc;ao da identidade vezes essas relac;6es escolares negra, reforc;am-se os estereotipos embora, muitas e representac;6es negativas da figura negra" . (GOMES, 2002) Assim, a maneira como a escola ve 0 negro, sem duvida emitem marcas profundas acontece na vida desses na realidade representac;ao sujeitos. Ja que, segundo e que existe do que e ser negro, Gomes no interior da escola, isso pode (2002), 0 que uma determinada ser percebido nas relac;6es pedagogicas entre professor e aluno e dos alunos entre si. Sendo assim, os estereotipos recebidos na escola sem duvida marcam as relac;6es entre negros e brancos, pois, eles representam uma abertura para a sua vida social. Silva reafirma 0 que foi dito acima dizendo que: "0 significado ac;6es humanas e os sentidos tornam-se significativos produzidos das nas praticas sociais sao multiplos e para os sujeitos, de acordo com as posic;6es e 0 modo de participac;ao deles nas relac;6es sociais que estabelecem". Cabe ressaltar que, e nessa hora que pertencer etnico faz muita diferenc;a nas relac;6es estabelecidas ou nao a um segmento entre os sujeitos na escola. Menezes (2002), cit a as palavras de Cavalheiro (2000), para dizer "[... J que essa pratica que utiliza denominada criterios de rac;a para segregar, humilhar, discriminar, foi racismo". Cavalheiro (2000,p.22) utiliza 0 discurso de Cunha Jr (1992), para definir racismo como "uma pratica que reproduz na consciencia social falsos valores e falsas verdades e tornam 0 resultado da propria ac;ao como comprovac;ao dessas verdades falseadas". Novamente cabe citar Cavalheiro (2000), pois, ele define esse termo como uma construc;ao mental, uma disposic;ao a uma ideia e julgamento preconcebido, sem nenhuma ponderac;ao, sobre uma pessoa ou grupo de pessoas. Ja 0 conceito de discriminac;ao racial pontuado por Silva (2006), preceitua que a discriminac;ao racial e a manifestac;ao comportamental, ou seja, a expressao 5 materializada do preconceito. Estas praticas individuais e institucionais agoes expressam-se concretamente em que violam os direitos sociais ou humanos na igualdade de tratamento. Para refietirmos importante a situagao do povo negro nos sistemas de ensino e refletirmos sobre a fungao social da escola e as condigoes de acesso da populagao negra a esta instituigao e sua permanencia na mesma. Ana Lucia Lopes diz que: "A Escola em nossa sociedade e a segunda instituigao responsavel relagoes de sociabilidade de criangas e jovens. A primeira e a familia. Eo a escola que vai ajudar na sociabilidade valores sao experimentados e na construgao de identidades. Aqueles As regras e os sob a 6tica do grupo. As experiencias escola podem definir a base de uma trajet6ria atribulada. pelas que se sentem acolhidos, iniciais na escolar mais tranqOila ou mais incluidos e integrados constr6em uma auto - estima positiva, que vai Ihe possibilitar um sucesso escolar." ( 2006, p. 13) A escola que conhecemos da Revolugao Francesa, e a escola dos princfpios do pensamento com base no individualismo, propriedade, liberal, igualdade e liberdade. "Essa escola deveria garantir 0 respeito aos talentos e aptidoes individuais e 0 desenvolvimento individual individuais, direitos, no sentido de melhor em respeito a personalidade pensamento igualdade maximo da capacidade de cada um, bem como a liberdade nas escolhas, liberal estava vinculada de oportunidades independente a aproveitar as potencialidades de cada um. A ideia de igualdade igualdade perante a lei, del a derivando de aces so a do pertencimento instrugao publica, como igualdade a qualquer cia sse social. do a de (Ana Lucia Lopes, 2006)". humane independente da familia, das instituigoes religiosas e das classes socia is. Esse desenvolvimento Acreditava-se num desenvolvimento seria mediado pela escola que cumprindo seu papel, garantiria ou, pelo menos, contribuiria de modo inestimavel como fungao do estado e sua garantia. 6 Um longo percurso de transformac;:oes hist6ricas e de construc;:oes te6ricas a respeito da func;:ao escola aconteceu desde a constituic;:ao francesa do ana de 1792. Porem e fato que ela continua reproduzindo desigualdades. "Nas escolas publicas, onde os negros utilizados para avaliar indices de aprendizagem dados coletados vem perpetuando atribuem a responsabilidade agravante deste quadro dos alunos e os um discurso sobre eva sao e a repetencia, e 0 processo dos professores responsabilidade, os instrumentos desses resultados aos alunos e professores. de estigmatizac;:ao analises, que identificam a incapacidade de compromisso sao maioria, e desempenho que 0 mais resultante dessas dos alunos negros em aprender e a falta em ensinar, isentando, assim 0 estado de sua, e tirando 0 foco da discussao em torno do modelo de educac;:ao que nao contempla a diversidade humana" (NASCIMENTO, 1994, P. 28). A escola cumpre um papel estrategico no que se refere a populac;:ao negra porque como ja citamos cultural do individuo, anteriormente Entao, e nela que se pode trabalhar diversidade e um local em que se da a formac;:ao e um local de sociabilidade conteudos racial e 0 multiculturalismo. varios grupos etnicos que contribuiram e de exercicio que prezem da cidadania. por respeitar Isso passa por valorizar a a hist6ria dos para a formac;:ao do pais, pois e na escola que se da a diversidade racial. Ao pensar em escola, temos que pensar em uma escola que valorize diversidade. A escola nao pode estar desvinculada a da realidade hist6rica, social e cultural em que esta inserida. Faz-se necessario entao que assuma uma postura diferente, que requer mudanc;:a nos discursos, raciocfnios, 16gicas, gestos, posturas, modos de encarar e tratar a diversidade. A proposta de uma educac;:ao voltada para a diversidade desafio de estar atentos as diferenc;:as economicas, dominio de um saber critico que permitam "E preciso aprendizagens escolha, inaugurar interpreta-Ias. refletir com mais profundidade que ocorrem coloca 0 grande sociais e raciais e de buscar 0 sobre os ensinamentos de cada intervenc;:ao, pois cada ac;:ao da escola e do professor possibilidades e as no dia -a- dia, por meio de cad a ayao, de cada de construc;:ao identitaria positiva ou apenas pode confirmar 7 aquilo que a sociedade brasileira vem reservando a populac;:ao negra - um lugar marcado pela falta de oportunidades e de aces so as condic;:6es de prestfgio social" (Ana Lucia Lopes, 2006) CAPiTULO II A FORMACAO DOS PROFESSORES PARA UMA EDUCACAo ETNICO - RACIAL A formac;:ao dos professores ultimos anos. (organismo diversos tem side um assunto A formac;:ao do professor internacionais, empresarios, (formar 0 professor-reflexivo, profissional...). E elemento (Revista Sismmac, de destaque tem sido considerada nos por muitos mfdia, intelectuais ...) e com enfoques 0 professor-pesquisador, 0 professor decisivo no que diz respeito a qualidade do ensino. p. 21, 2007) Porem a ausencia da diversidade, grande lacuna nos currfculos escolares, tem trazido grandes prejufzos a formac;:ao, tanto dos alunos como dos professores, situac;:ao que se torna mais grave quando se fala de escola publica. Os professores, profissional em sua grande maioria, em meio ao mito da "democracia constitufram racial", como sua identidade indica Kabengele Munanga: "A partir de um povo misturado desde os primordios, lenta e progressivamente, mislurado, portanto, 0 mito de democracia miscigenado; e, acima foi elaborado, racial. Somos de tudo, um povo e a diversidade biologica e cultural que dificulta a nossa uniao e 0 nosso projeto enquanto povo e nac;:ao. Somos uma democracia racial porque a mistura gerou um povo que esta acima de tudo, acima das suspeitas raciais e etnicas, um povo sem barreiras e sem preconceitos. Trata-se de um mito, pois a mistura nao produziu inumeras dissimular, a declarada desigualdades dificultando, democracia sociais alias, racial, como e raciais ate demonstrado que 0 proprio a formac;:ao da pelas mito ajuda consciencia a e da identidade polftica dos membros dos grupos oprimidos" (1996, p. 216). 8 o professor em qualquer fase de seu processo de formac;ao, bem como de sua vivemcia pessoal, e um sujeito cultural e social, que como tal recebe efeitos positiv~s e negativos da configurac;ao hist6rica, social e econ6mica da sociedade, que no caso do Brasil e extremamente inferiorizantes, preconceitos construidos e discriminac;oes historicamente pautada sobre estere6tipos acerca de alguns grupos ditos "minoritarios", e que sao pautados pelas relac;oes de poder. Poder esse que para Dora Lucia de Lima Bertulio se torna "0 ponto de maior interesse no racismo e 0 preconceito e uma atitude que contribui para pratica do racismo, da mesma forma que contribui 0 etnocentrismo". E grande qualquer forma questionamentos diferentes a necessidade de da escola assumir discriminac;ao. mais profundos este que contra toda e deve levar a acerca das relac;oes entre as diferenc;as e os e que apesar de passar tambem politica individual, necessita uma postura Posicionamento necessariamente do desenvolvimento de politicas por uma postura e praticas voltadas para a diversidade etnico cultural no ambito desses espac;os formadores. "E fato que nem a escola nem os centros de formac;ao de professores 'inventaram', sozinhos, os diversos isenta, porem, da necessidade preconceitos de assumirem e estere6tipos. lsso nao os um posicionamento contra toda qualquer forma de discriminac;ao" (GOMES, 2003, p.160) A falta de valorizac;ao dada a questao racial nos leva a ter um cuidado muito grande na abordagem e no desenvolvimento muitos educadores geralmente uma tendencia colocando-a do mesmo. Observamos a desvalorizar despreparo trabalho pedag6gico a discussao, como questao de grupos individuais justificando sua nao inserc;ao ou discussao mais aprofundada o e desqualificar por parte de dos educadores ocasionando e a falta de subsidios geralmente assim a no curriculo. trazem prejuizos uma grande resistencia a tematica ou mesmo ate em admitir a sua importancia, relac;oes entre os educandos e educadores comprometendo ao em discutir fato que se refiete nas 0 processo educativo como um todo. Torna-se firmemente entao fundamental a desconstruc;ao de discursos e conceitos arraigados em nosso meio que podem atravancar irremediavelmente 0 9 desenvolvimento educadores. dos educandos e empobrecer consideravelmente Em pesquisa desenvolvida 0 trabalho dos por Vera Moreira Figueira intitulado como Preconceito Racial na escola em 1998, ela afirma que 0 professor mantenedor difusor do preconceito atua como racial entre os alunos, seja por omissao, seja por efetivas declarat;:oes racistas, seja pelo simples fato de considerar a questao, por trata-Ia como um problema menor ou inexistente. Diante fundamental desta do cotidiano inserida 0 escolar e tem influencia nos importantes, problematica papel dos gestores publicos torna-se no sentido de garantir que a questao racial que ja e parte integrante curriculos de modo oficiais significativa junto que a pratica a outras pedag6gica na pratica pedag6gica, discussoes nao esteja seja consideradas dissociada das relat;:oes socia is, ja que se pretende fonnar cidadaos de fato e de direito. Nas Diretrizes Curricula res Nacionais para a Educat;:ao das Etnico- Raciais e para 0 Ensino de Hist6ria e Cultura Afro-Brasileira Relat;:oes e Africana a populat;:ao negra como todos os outros cidadaos brasileiros tem 0 direito de cursar cada um dos niveis de en sino em escolas devidamente orientados por professores conhecimentos, qualificados 0 que significa situat;:oes decorrentes instaladas e equipadas, para 0 ensino das diferentes profissionais das desigualdades areas de que possam lidar com as diversas raciais, racismo e discriminat;:ao, forma a conduzir a reeducat;:ao das relat;:oes entre os diferentes de grupos etnicos raciais. Faz-se entao necessario mudant;:as gerais e constantes instrumentalizar 0 professor para lidar com as que se efetivam na escola, ampliando assim as suas funt;:oes. Gomes (2003) aponta como um primeiro passe para a insert;:ao da tematica um aprofundamento nos processos busca de uma maior compreensao sua compreensao etnica e a como parte de um processo social e cultural. Ao se pensar diversidade de fonnat;:ao de professores do que significa a produt;:ao das diferent;:as, e a em uma format;:ao e cultural com certeza de professores precisamos preocupada pensar com a e repensar em curriculos, politicas e praticas no sentido de construir uma pratica pedag6gica que valorize 0 respeito as diferent;:as e que as encare como elementos componentes e 10 valorizadores da configurayao social e que devem ser imprescindfveis construyao de uma educayao mais comprometida Enfim tudo isto pressup6e uma outra concepyao professores. Gomes (2003) nos diz ainda que esta formayiio dos cursos de graduayao competencia te6rica e pr<3tica que seja capaz de acompanhar de aprender e p6s graduayiio, e de conhecer, desenvolvidas Diante do contexto desigualdades raciais conseqOentemente as semelhanyas da sociedade e sociais, a como parte de educadores politicos, crfticos, responsaveis fazer uma educayao e professores de como em um quadro de consciencia de e de se conhecer e valorizar importante em qualquer projeto Busca-se entao a formayao e teo rica mente competentes que sirva como instrumento cidadaos aptos a agir criticamente conjunto cultural. pautado educativo e social que se pretenda ser democratico. de as diferentes formas tomada de posiyao diante da necessidade e diferenyas formayao exige dos docentes, pelos alunos brasileira, urge de 0 desenvolvimento a diversidade sujeitos s6cio culturais, relacionando-as para a com as causas sociais. social de inclusao, na sociedade, conhecedores para que forme e atores de sua cultura. CAPiTULO III A lEI 10.639/03 NA SUPERACAo o Sistema aumento de Avaliayao das desigualdades primeira constatayao DAS DESIGUAlDADES da Educayiio no sistema EDUCACIONAIS Basica (Saeb) tem revelado de ensino, e que os alunos negros sao exclufdos prematuramente escola. Para Carlos Henrique Araujo diretor de Avaliayao da Educayao INEP/MEC e Ubiratan Palmares/Ministerio do ensino fundamental, medio Castro de Araujo um especial mente a racial. A presidente da da Basica do Fundayao Cultural da Cultura, a participayao das crianyas negras na ultima serie representa enquanto a metade os brancos, primeiro cicio do fundamental, da registrada na 4a serie do ensino que somam 44% dos alunos ao final do totalizam 76% na 3a serie do ensino medio. 11 Os alunos negros que sobrevivem sistematica queda de desempenho. desempenho brancos, leitura, na escola sao escolar na prova de leitura dos estudantes aumentou na 4a apresentam vitimas do ensino desempenho uma negros, em relac;:ao aos de 20 para 26 pontos. 0 dados mostram serie de Entre 1995 e 2001 segundo dados do Saeb 0 fundamental, classificado 44% dos ainda, que, em estudantes negros como "critico" e "muito critico" contra 67% de alunos brancos. Nesse sentido a escola oferece aos alunos brancos e negros oportunidades diferentes para se sentirem participantes da sociedade aceitos, respeitados e positivamente brasileira. A origem etnica condiciona um tratamento diferenciado na escola aponta Eliane Cavalleiro. Os mesmos dados revelam que, mesmo entre estudantes particulares, portanto com niveis s6cio-economicos de escolas similares, 0 desempenho entre brancos e negros nao e igual. De acordo com dados do INEP, alunos negros na 4a serie, em Lingua Portuguesa, alcanc;:am uma pontuac;:ao de 179, na escala de desempenho, e os brancos de 228 pontos. Ainda que insistissemos historicamente cultural" acumuladas expresso grande dificuldade em uma explicac;:ao centrada pelas familias negras, pela baixa escolaridade de entender nas desvantagens um certo deficit de "capital de bisav6s, av6s e pais, teriamos os dados do Saeb relativos a escolaridade da familia. Alunos brancos, matriculados na 4a serie (rede publica e particular) - filhos de maes com escolaridade media de desempenho de estudantes entre - obtiveram de 175 pontos em Matematica, contra uma media de 160 negros filhos de maes com a mesma escolaridade. de 15 pontos comparamos ate a 8a serie do ensino fundamental as medias de desempenho brancos, com maes de escolaridade aumenta Essa diferenc;:a para 38 quando media ou superior, com alunos negros, com maes de mesma escolaridade. Nao ha como reduzir 0 campo explicativo dessa desigualdade as variaveis importante socioeconomicas. do problema, Certamente que elas mas nao 0 explica totalmente. sao um educacional componente 0 que salta a vista e a reproduc;:ao de condic;:6es hostis aos alunos negros nas escolas brasileiras que 12 atuam permanentemente para 0 agravamento das diferengas escolar desse segmento. Eo 0 que afirma Henrique Cunha de desempenho Jr no texto "Os negros nao se deixaram escravizar". "Ainda esta presente nas aulas de hist6ria do Brasil uma versao alien ada do escravismo criminoso. lamentaveis. As formas que 0 escravismo 0 escravismo pel a etica e moral da sociedade. As apresentagoes africana como predestinada esta populagao socialmente criminoso e introduzido sao aparece com alguma coisa natural, nada condenavel ao escravismo. intelectualmente dadas condenam a populagao Por conservar as suposigoes inferior, ou culturalmente menos desorganizada". (Artigo disponivel em ser men os evoluida, ou no site: www.app.com.br) Estas introdugoes desastrosas na sala de aula repetem as introdugoes igualmente desastrosas que estes estudantes Nestas, eles aprenderam socialmente consideram a figura ja tiveram na rua durante a sua infancia. sobre diversas formas de insultos como desqualificar dos negros. Estes insultos, aos quais muitas pessoas simples piadas, sao partes do racismo, perfazem uma pedagogia do en sino social do racismo. "0 racismo e um problema social, que se aprende na rua e na escola." (Henrique Cunha Jr ,Artigo disponfvel no site: www.app.com.br) Eo preciso enfrentar, sem hipocrisia, a constatagao de que a escola nao e tao eficaz para os negros quanto e para os brancos. Essa evidencia contornos de um problema raciais sao especificamente a ser diagnosticado responsaveis e resolvido: pelas desigualdades o baixo rendimento dos alunos negros esta diretamente velada de preconceito que ganha forga as desigualdades educacionais relacionado no ambiente define os escolar, e que a uma forma disseminado inclusive por professores e educadores. o escolar, educagao silencio sobre 0 racismo, 0 preconceito alem de serem subsidios brasileira tambem e a discriminagao para a hist6rica impedem orientagao que os seres humanos no ambito eurocentrica se formem da sua plenitude, livres de preconceitos e esteri6tipos. 13 "0 silencio oculta a racismo brasileiro. Silencio convencidos par vezes, da pretensa cordialidade "democracia racial". (HENRIQUES, Oeste instituiyoes modo e urgente educacionais. a que nos habituamos, nacional au do elegante mito da 2003, p.13). romper Utilizando com a silencio instrumentos sabre eficazes a racismo de nas promoyao da igualdade racial. Neste sentido cabe fazer uma reflexao sabre as politicas de implementayao da lei 10.639/03 que altera a Lei nO9.394/06 das Oiretrizes e Bases da Educayao Nacional, acrescentando acrescidas dos seguintes as ART. 26", 79A e 79 B. A lei passou artigos: ( Brasil. lei n° 10.639/03, a vigorar de 9 de janeiro de 2003. Oiario Oficial da Uniao de 10 de janeiro de 2003. "Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e media, oficiais e particulares, torna-se obrigatorio a ensino sabre Historia e Cultura Afro-Brasileira". § 1Q 0 conteudo programatico a que se refere a caput deste artigo incluira a estudo da Historia da Africa e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura nacional, negra brasileira resgatando a contribuiyao econ6mica e politica pertinentes § 2Q OS conteudos serao ministrados e a negro na formayao do povo a Historia referentes a negro da sociedade nas areas social, do Brasil. Historia e Cultura Afro-Brasileira no ambito de todo a curricula escolar, em especial nas areas de Educayao Artlstica e de Literatura e Historia Brasileiras. "Art. 79-B. 0 calendario escolar incluira a dia 20 de novembro como 'Oia Nacional da Consciencia o povo Negra'." movimento negro ciente da falta de politicas educacionais negro no redemocratizayao sistema educacional do paiS, se rearticularam brasileiro, durante e promoveram a especfficas ao processo de a convenyao nacional do Negro pela Constituinte, realizada em Brasilia em 1986. Entre as reivindicayoes finais da convenyao constava a obrigatoriedade da inclusao nos currlculos 14 escolares do ensino da Historia da Africa e do Negro no Brasil. A reivindica<;ao nao foi atendida durante a assembleia constituinte No decorrer da decada de 1990, os movimentos de 1988. sociais negros continuaram a exigir a inclusao do tema na educa<;ao brasileira e, considerando as pressoes anti- racistas, a reformular varios estados e municfpios brasileiros come<;aram as normas que regulam 0 sistema de en sino. Visando a construyao da democracia racial, 0 Brasil aderiu, em 2001, ao plano de a<;oes contra 0 racismo, a discrimina<;ao, a xenofobia correlatas, elaborado durante a Conferencia em Durban, na Africa do SuI. Com a ratifica<;ao do plano, os parses signatarios reconheceram suas e intolerancias consequencias afirmativas. e comprometeram No ambito etnico-raciais da educayao, - se a existencia a adotar pollticas a promo<;ao de igualdade do racismo de a<;oes nas rela<;oes nas escolas brasileiras voltou a ter destaque apos a promulga<;ao da Lei 10.639/2003 e a aprovayao das "Diretrizes Educa<;ao das Rela<;oes Etnico-Raciais Curriculares Nacionais para a e para 0 Ensino de Historia e Cultura Afro- Brasileira e Africana". Esses movimento documentos representam uma conquista das negro, porem sua homologa<;ao nao significa reivindica<;oes do uma mudan<;a radical nas rela<;oes sociais, e 0 que analisa Sales Augusto dos Santos, 2005. Segundo ele a lei apresenta algumas falhas ao nao estabelecer metas para implementa<;ao, nao se referi a necessidade e medio para ministrarem programas de ensinos licenciatura, para formarem cultura de qualificar os professores dos ensinos fundamentais afro-brasileira as disciplinas, el ou cursos professores , nao implementa<;ao adequada especifica a urgencia de gradua<;ao de aptos a ministrarem qual e 0 reformula<;ao , especialmente orgao dos os de ensino de historia e responsavel pela da lei, limita 0 en sino de historia e cultura africana as areas de educa<;ao artrstica, literatura e historia brasileira. Sales continua dizendo que: " As principais crrticas as nossas rela<;oes raciais tem sido elaboradas principal mente no campo das ciencias sociais e mais recentemente na area de educa<;ao. A nao considera<;ao de que os conteudos referentes a historia e cultura 15 afro-brasileira deveriam ser ministradas especial mente sociais e de educac;:ao, parece-me um grande equivoco, nas areas de ciencias pois ao que tudo indica, sao estas areas que estao frente da discurso das relac;:6es raciais brasileiras." Ao falarmos da educac;:ao etnico-racial precisamos encarar os desafios apontados por Sales e fazer valer a lei 10.639/03 nos estabelecimentos de ensino, ja que as diretrizes Curricula res Nacionais para a Educac;:ao das Relac;:6es- EtnicoRaciais e para 0 Ensino de Historia e Cultura Afro-brasileira novas responsabilidades e Africana imp6em para a escolas. "Aos estabelecimentos de ensino esta sendo atribuida a responsabilidade de acabar com 0 falso e reduzido modo de tratar a contribuic;:ao dos africanos escravizados e de seus descendentes para a construc;:ao da nac;:ao brasileira; de fiscalizar para que, no seu interior, os alunos negros deixem de sofre os primeiros e continuados atos de racismo de que sao vitimas. Sem duvida, assumir essas responsabilidades comunidade implica compromisso cidadao atuantes e democraticos, etnicos-raciais decodificar com 0 entomo sociocultural onde esta se encontra e que serve, compromisso capazes de compreender da escola, da com a formac;:ao de as relac;:6es sociais e de que participam e ajudam a manter/ou a reelaborar, capazes de palavras, desempenhar-se fatos e situac;:6es a partir de diferentes em areas de competencias perspectivas, que Ihes permitam continuar de e aprofundar estudos em diferentes niveis de formac;:ao." Reconhecendo proporcionar democratica comunidade aos a responsabilidade alunos multicultural escolar uma educac;:ao compativel e plurietnica cobrar do dos estabelecimentos com de ensino a uma em sociedade ( deliberac;:ao Estadual 04/06) cabe toda a Estado politicas publicas educacionais que contemple a cultura afro-brasileira. 16 CAPiTULO IV pOliTICAS PUBLICAS IMPlEMENTACAO DO MUNICIPIO DE PARA e importante uma retrospectiva pel a Rede Municipal de Ensino das agoes em nfvel nacional Estadual para fazermos uma reflexao sobre as agoes desenvolvidas Curitiba para implementagao Femando Henrique orgaos governamentais, envolvendo diversos movimentos implementadas e pel a RME de da lei 10.639/03. No Brasil apos a Conferencia Republica A DA lEI 10.639/03 Para situarmos as politicas desenvolvidas de Curitiba CURITIBA de Durban 2001, 0 entao Cardoso, estabeleceu sociedade para 0 dialogo um civil organizada e acompanhamento presidente co mite e entidade de agoes da nacional de a serem em nfvel de polfticas publicas de Estado, porem, nao houve muitos avangos na efetivagao das agoes. o atual compromisso presidente assumido Luiz Inacio Lula da Silva, tendo que garantir 0 pelo Brasil em Durban e sob a pressao do movimento negro adotou em sua administragao medidas objetivando assegurar as politicas de Promogao da igualdade implementagao govemo Racial e deu de ay6es afirmativas aprovou medidas infcio ao processo na agenda compulsorias politica de discussao nacional. de transformagoes e Em 2003 0 socia is, visando promover politicas de reparagao para a populagao vitimada pela exclusao social criando Racial a secretaria Especial de Polftica da promogao da igualdade (SEPPIR) e instituindo a politica Nacional de Promogao da Igualdade Racial. No Ambito das polfticas educacionais agoes do Alfabetizagao govemo foi a criagao e Diversidade da para a diversidade Secretaria de etnico-racial Educagao as Continuada, - ( SECAD) - vinculada ao ministerio da Educagao ( ME C), a vigencia da lei 10.639/03 e a homologagao pelo Conselho Educagao CNE e Conselho Pleno/CP as Diretrizes Curriculares Educagao das Relagoes Etnico-Raciais Nacional de Nacionais para a e para 0 Ensino de Historia e Cultura Afro- Brasileira e Africana. No que diz respeito a Secreta ria de Educagao do Estado do Parana as 17 agoes realizadas foram a partir de uma parceria entre a APP- Sindicato e SEED, com a criagao de um Grupo de Trabalho para acompanhar 0 processo de implementagao da referida Lei nas escolas da rede publica estadual. As agoes do GT tem side pautadas acompanhamento pela realizagao de propostas de grupo que favoregam de estudos, a insergao elaboragao da tematica e nos currlculos escolares. Dentre as agoes ja realizadas, a partir da organizagao Seminario de Historia e Cultura Afro-Brasileira do GT, destaca-se e Africana, promovido 0 pela SEED em novembro de 2003, para 500 professores da rede publica estadual. Em 2004, com a aprovagao das Relagoes Etnico-Raciais e Africana, Nucleos a SEED organizou Regionais das Diretrizes Curriculares para a Educagao e para 0 Ensino de Historia e Cultura Afro-Brasileira a I Reuniao Tecnica com representantes de Educagao, com 0 objetivo de divulgar dos 32 0 documento e realizar estudos e discussoes relativas a tematica. Tambem foi realizado 0 I Simposio oficinas pedagogicas de Capoeira, Historia e Cultura Afro-Brasileira , em Faxinal do Ceu, contando Cultura Africana e Jogos, com Laboratorio de e Africana, Grupo de Estudos, comunicagao de trabalhos pelos professores, mesa redonda e atividades culturais. Tendo em vista a necessidade as escolas da rede publica estadual, Educando para as Relagoes de implementagao 0 GT organizou etnicos-Raciais da lei 10639/03 em todas os Cadernos Caderno e composto de artigos relativos a insergao dos conteudos Cultura Afro-Brasileira Tematicos- que esta na sua 2" edigao. 0 de Historia e e Africana e de atividades que poderao ser realizadas pelos professores das diversas areas do conhecimento. Em 2006 Deliberagao 0 Conselho do Conselho Estadual de Educagao do Parana elaborou Estadual de Educagao 04/06 que estabelece Diretrizes Curriculares Nacionais para a normas complementares as a Educagao Relagoes etnico -raciais e para 0 ensino de historia e Cultura Afro-brasileira das e Africana, a comissao contou com a relatoria de Romeu Gomes de Miranda, Marilia Pinheiro Machado de Souza, Lygia Lumina Pupatto, Domenico Costella e Maria Tarcisa Silva Bega. 18 De certa forma a aprova9ao da delibera980 Educa9ao impulsionou as instancias govemamentais promovessem do Conselho Estadual a promoverem a Historia e a Cultura Afro-Brasileira e Africana. Neste sentido houve uma pressao do movimento negro, movimento sindical, movimentos pois a delibera9ao se tornou mais um instrumento de a90es que de prom09ao sociais, da igualdade racial nas escolas estaduais e municipais. Em Curitiba as a90es para a implementa9ao um pouco imagens tim ida. Para entendermos construfdas Primeiramente Garcia de Sousa, popula9ao na cidade de Curitiba Curitiba e conhecida esse conceito em rela9ao de certa forma mostram-se e importante ressaltar a popula9ao como a " Capital Europeia" negra em nosso municfpio afirmando culturalmente, da lei 10.639/03 esse processo legitimou a negra. para Marcilene a invisibilidade da que Curitiba e uma cidade que renega sua negritude e seus negros. Representantes de 20% da popula9ao. Outra imagem abordada uma grande hannonia por Pedro Bode e a de que em Curitiba have ria inter-etnica imagem forjada ideologicamente, se aceita brancos uma especie herdeiras grupos de uma educa9ao Lauro Comelio Ela foi introjetada, etnicos raciais brasileiros. de matizes culturais polfticas publicas educacionais racial". Essa foi refor9ada das fonnas mais variadas e tornou- por toda uma popula9ao. e outros de "democracia pelos E sao europeias negros, essas fndios, pessoas, que elaboram as do nosso municfpio, nesse sentido, de acordo com da Rocha isso implica na elabora9ao de polfticas educacionais voltados para um determinado grupo etnico. Em linhas verificamos uma gerais ao observannos estrutura racista as a90es que desenvolvidas infelizmente reflete pela RME nas polfticas institucionais e nas pn3ticas escolares. A RME tomou conhecimento da lei em julho de 2005 , quando foi realizado em Curitiba a 17" Edi9ao do Forum Estadual de Educa9ao e Diversidade Racial promovido Diversidade pela Secretaria (Secad/MEC) de Educa9ao juntamente com a Continuada, SEED, 0 Etnico- Alfabetiza9ao movimento e negro, movimento sindical e movimentos socia is. 0 encontro tinha por objetivo discutir as 19 politicas publicas de promoc;:ao da igualdade racial e de genero com professores (as) e gestores(as) dos sistemas de ensino. No seminario as representantes questionadas a falta de politicas igualdade da Secreta ria de Educac;:ao Municipal foram pelos (as) professores (as) da rede presentes no evento em relac;:ao publicas para implementac;:ao de ac;:oes para promoc;:ao da racial na rede de en sino. A esse questionamento desconheciam a lei. Porem afirmaram Municipal participavam tema "Pluralidade de cursos de capacitac;:ao educacional, Cultural" e um dos temas Parametros Curricula res Nacionais obrigatorio e complementar propoem a abordagem onde abordavam (PCN/MEC) transversais 0 da "Pluralidade reconhecer e enriquecendo propostos nos que, apesar do seu carater nao as orientac;:oes curriculares a LDB/96, quando Cultural" como um tema transversal, entre outros, de possibilitar cultural brasileiro; criticamente que da Rede Cultural" . A "Pluralidade os objetivos, a res posta foi que desde 1998 os professores 0 conhecimento as qualidades do patrimonio da propria cultura, a vivencia da cidadania; repudiando com etnico- valorizando- a e denunciando toda e qualquer forma de discriminac;:ao baseada em diferenc;:as de rac;:a, etnia, classe social, crenc;:a religiosa, sexo e outras caracteristicas Silveira chama atenc;:ao para 0 fato de predominar mundial, um enfoque especialistas cultura acrllico, nos PCNS, uma tendencia baseado acerca de valores e praticas supostamente (.... ) sem desigualdades do "culteranismo perguntar em que medida sociais atuam como determinantes, individuais ou socia is. os em considerac;:oes caracteristicos conflitos, as de cada lutas e as tanto das caracteristicas que vaG assumindo as sociedades como na construc;:ao da diversidade cultural" Silveira tambem afirma que grande parte das secretarias unidades escolares "relativizava analisar que, desigualdade. dos se deteve a uma as diferenc;:as, tratando-as no modele leitura superficial como pluralidade socioeconomico brasileiro, de educayao e e enviesada que de experiencias" sem diferenc;:a e sinonimo de Em um artigo intitulado "A Inclusao da Historia Africana no Tempo Parametros Curriculares Nacionais", Henrique Cunha fazia a seguinte observac;:ao: 20 " Os Parametros Curriculares Nacionais (PCNS), necessitam de ampla revisao para contemplar as propostas de interesse dos Afrodescendentes a nivel do ensino fundamental". Durante 0 evento 0 MEC atraves de Andreia Lisboa de Sousa que na epoca era da coordenat;:ao da Secreta ria de Educat;:ao Continuada cobrou uma at;:ao mais especffica 10.639/03. Em resposta ao e Diversidade da SME em relat;:ao a implementat;:ao MEC A secretaria se colocou na da lei postura de implementar at;:oes referentes a tematica racial. Embora a percebemos RME afirme que essas at;:oes estao se concretizando, 0 que e um vacuo. Em documento encaminhado para 0 SISMMAC em mart;:o deste ana a RME afirmava 0 seguinte: A SME desenvolve promove 0 respeito a politicas publicas que incorporam a dimensao cultural e diversidade em todos os niveis de ensino. At;:oes desenvolvidas: * Diretrizes Curriculares para a Educat;:ao Municipal de Curitiba - a questao etnico-racial e enfocada em especial na area de historia. * Cadernos Pedagogicos imagens de personagens * Proposta - todos os Cadernos produzidos contemplam negros e afrodescendentes. Pedagogica - todas as escolas RME contemplam em suas livros de literatura infantil e propostas a lei 10.639/03. * Aquisit;:ao de materia is- foram adquiridos infanto juvenil unidades que abordam do Livro Africa a tematica etnico-racial. e Brasil Africano Foram para as escolas comprados da RME. adquiridos em 2008 a coleyao A Africa Esta Em Nos- Ensino fundamental 195 Foram que foi enviada para todas as Escolas e NRE da SME. * Pasta Museu na Escola- Editada em 2008 aborda a tematica etnico-racial e apresenta encaminhadas obras de varios artistas negros. Foram produzidos para todos os equipamentos 4.200 pastas e da SME. * Estao previstas oficinas para SEP 2008 e Cursos de capacitat;:ao referente a tematica. Teremos em 2008 0 II Forum Municipal de Educat;:ao e Diversidade 21 Etnico-racial de Curitiba. Os movimentos estariam que lutam para ver implementadas convencidos que a prefeitura prioriza as a lei 10.6391 03, questoes etnico-racias, entretanto em entrevista com professores e pedagogos da rede verificamos falhas graves nas ai(oes, que pontuaremos a seguir: Diretrizes Curriculares o documento Municipais comei(ou a ser organizado em setembro de 2000 com 0 tema "Diretrizes Curriculares - em discussao". Ele foi organizado para atender uma nova forma de organizai(ao do tempo curricular de series para ciclos de aprendizagem. Em mari(o de 1999, a SME propos a organizai(ao exigindo da escola um posicionamento das escolas por ciclos, num curto espai(o de tempo- 16 dias letivos. A maio ria de ensino da rede assumiu a nova forma de organizai(ao tempo por ciclos, respondendo era trazer um referencial aprendizagem, que positivamente curricular compativel servisse oficialmente com a perspectiva de a subsidio de ciclos de reformulai(ao propostas pedag6gicas das escolas da rede de ensino, porem os integrantes grupo de Estudos "A Organizayao do Trabalho Pedag6gico municipal de Curitiba" (SISMMAC/UFPR), do a esta proposta. A inteni(ao da SME das do na Escola publica analisaram 0 documento e perceberam as perdas das escolas em comparai(ao a construi(ao do Curriculo Basico. "0 sentimento de perda das escolas Curriculo Basico, que foi pensado amplamente e cada vez maior em relai(ao ao discutido desde 0 final da Decada de 80 e que norteava 0 trabalho pedag6gico da rede; assim como bem definem as concepi(oes de educai(ao, homem, sociedade e trabalho, que sustentam de conhecimento Alem das escolas ganharem que desarticulavam de Curriculo, as areas no curriculo". (SISMMAC/UFPR) e desconstruiram ganharam tambem as lacunas criadas pelo vacuo da novidade, 0 que foi pensado diretrizes e trabalhado estabelecidas sem objetivos, que aparecem no documento sob 0 titulo de principios o Desenvolvimento Sustentavel, em termos clareza dos : Educai(ao para Educai(ao pela Filosofia e Gestao Democratica do 22 Processo Pedag6gico. A definir;:ao destes diversificada exigencia princfpios gera duvidas tais como: Esta e a parte a que se refere 0 artigo 26 da LDB? As diretrizes das caracteristicas regionais e locais, da sociedade, representam da cultura, a da economia e da clientela? No que diz respeito a gestao democratica quem foi consultado para elaborar;:ao das mesmas diretrizes? Sabemos que 0 documento foi elaborado sem a participar;:ao da totalidade dos professores e pedagogos da rede Municipal. Mesmo com a analise do documento feito pelo SISMMAC/UFPR uma repercussao representantes por nas escolas municipais efetivos encaminhamento periodicamente e suplentes, sendo convocado estava com desafamem - em constru9ao" de conteudos, cobrando um instrumento Interno de sindical e composto 6rgao consultivo e acionado pela Diretoria do Sindicato-em Curriculares escolas. Ao chegar nas maos dos professores dos professores um terem tido conselhos e de das atividades sindicais no seu local de trabalho, devendo ser de 2004 "Diretrizes municipais dos do SISMMAC- 0 conselho de Representantes membros fosse atraves estes observaram come9a-se dezembro foram encaminhadas para as que 0 material entao um intenso movimento uma atitude da SME de forma que esse documento que pudesse nortear a pratica pedag6gica nos centros de ensino e nas escolas. Com essa cobran9a ocorreu um seminario da Secretaria Municipal da Educa9ao Educa9ao infantil e do ensino Fundamental documento. onde apontaram os departamentos de as lacunas existentes no Segundo a SME a partir dessas observa90es foram proposto durante o ana de 2005 momentos de discussao entre as modalidades de ensino para aprimorar 0 documento. A partir educacional educacionais, desse do mom en to, municfpio come9aram programas que a ser delineados traduziam buscando atender as diferentes necessidades saber como se efetivaram as polfticas educacionais, escolares, para atender as necessidades polfticas educacionais pedag6gicas diferentes no da popula9ao. traduzindo-se sistema tendencias Resta em praticas da popula9ao, visto que as foram implantadas sob a egide de tendencias pedag6gicas 23 que tinham maior repercussao traduziram por efetivas em determinado privilegiado da relac;:ao professor-aluno. com as demais necessidades momento, mudanc;:as no cotidiano atividades pedagogica, mas que nao se salas de aula, locus As atividades de sala de aula, em conjunto escolares, deveriam entendidas atitudes que as crianc;:as provenientes das ter condic;:6es de atender como "os conhecimentos, as habilidades e de familias de baixa renda devem adquirir enquanto freqOentam a escola para, de posse desse saber, tentar superar a sua propria situac;:ao" (PASSOS, 1983, p. 8). Em referencia cultura e historia africana 0 interessa que nenhum dos principios questao relatados racial. E na versao definitiva ressaltar e 0 fato de na 1" versao do documento nao ha um enfoque questao racial como tambem nao cita a lei em nenhum momento. Diversidade e tratada no principio da gestao democratica superficial nao faz uma abordagem segmento citado indigenas, pessoas com deficiemcia ..) ,ou seja, nao referencia no documento ( mulheres, a dado a A questao da on de a SME aponta a diversidade e os varios problemas de discriminac;:6es e preconceitos historica abordava especifico e socioeconomica homossexuais, de uma forma de nenhum afrodescendentes, a valorizac;:ao da populac;:ao negra. Ainda segundo a SME no documento encaminhado marc;:ode 2008 0 conteudo de Historia e Cultura afro-brasileira de historia, analisando as modalidades as diretrizes observamos ao SISMMAC em e abordada na area nao e dado prioridade em todas de ensino, e 0 vemos nas diretrizes Curriculares para a educac;:ao infantil - volume 2 nao ha enfoque especifico sobre a questao racial, porem se 0 professor tivesse conhecimento da lei ele poderia incluir a tematica nos seguintes conteudos: a) a identidade das crianc;:as b) as relac;:6es sociais e naturais c) lingua gens Entretanto provavelmente como nao estava implicito a tematica na diretrizes os professores nao se atentaram em trabalhar a tematica. Nas diretrizes Curriculares para a Educac;:ao Municipal de Curitiba referente 24 ao ensino Fundamental -volume 0 tema e abordado e para ser trabalhado em en sino religioso e hist6ria. Observando os conteudos na area de ensino religioso ( anexo) a analise que fazemos e mesma feita nas diretrizes da educa<;ao Infantil nao ha um conteudo considera<;ao predominam conteudo especffico sobre a religiosidade que em uma realidade entre os profissionais toma-se compreensao um desafio, Africana, cuja fe judaico-crista do magisterio pois, sabemos desvelam-se de uma educa<;ao com outras dimens6es. crian<;as terao conhecimento em rela<;ao a religiosidade nao passar por um processo religiosidade africanas conhecimentos no de conscientiza<;ao Ensino Fundamental mais amplos e transforma se levarmos em e 0 eurocentrismo que trabalhar novas este a perspectivas E dificilmente as nossas african a se 0 professor de que "estudar possibilita a a cultura aquisi<;ao a realidade hist6rico-cultural e de de povos ou grupos". "E possivel identificar em sala de aula resistencia afrodescendentes". a cultura e religiosidade (Morche Ricardo Almeida) Ja na area de hist6ria, podemos concluir que os conteudos abordam em parte 0 que esta proposto nas Diretrizes Curriculares a Educa<;ao das Rela<;6es Etnico-Raciais Afro-Brasileira propostos Nacionais para e para 0 Ensino de Hist6ria e Cultura e Africana. A critica que fazemos e que a tematica nao abrange nem as areas citadas na lei. Nas diretrizes Curriculares para a Educa<;ao Municipal de Curitiba referente a Educa<;ao Especial e Inclusiva, Educa<;ao Integral e Educa<;ao de Jovens adultos- nao traz volume 4 0 documento nenhuma referencia didatica e dos conteudos a serem trabalhados em cada modalidade de ensino. Em sintese 0 que podemos concluir e que as Diretrizes Curriculares incorporar explorados, aspectos da Cultura afro-brasileira que precisam por todos e todas que participam do sistema educacional como estrategia para minimizar os preconceitos, que imperam na sociedade devem ser percebidos as discrimina<;6es e brasileiro, e 0 racismo brasileira e atingem grande margem de estudantes negros e negras deste pais. 25 Proposta Pedag6gica "0 projeto pedag6gica, representa os professores a oportunidade de a direyao, e a comunidade, definir seu papel estrategico tomarem a coordenayao sua escola nas maos, na educayao das crianyas e jovens, organizar ayoes, visando a atingir os objetivos que se propoem. E 0 ordenado, suas 0 norteado da vida escolar". Joao Carlos Libando Pensar em Projeto Politico que os educadores tenham Pedag6gico um espayo para qualquer onde possam processo da escola e suas experielncias acumuladas escola, se manifestar, sejam refletidas. uma definiyao anterior sobre qual a COnCepyaO de Projeto Politico sera utilizada pelo grupo. simples ''formas participayao Nesse momenta e supoes independente porque a gestao democratica a constituiyao elas darao de sujeitos e preciso a colegiada na escola, como ideia de enfrentamento que 0 Que haja Pedag6gico vai alem de coletivos sustentayaO colegiados que sao criados" ( SPOSITO, P 44/5) pressupoe atraves participayao de nos que se afirme a gestao as praticas anti -democraticas impostas pela SME na construyaO do projeto- polltico- pedag6gico. As instituiyoes pedag6gico" educacionais sao orientadas a organizar 0 seu "projeto de acordo com as orientayoes da SME, geralmente ap6s os projetos serem elaborados e encaminhados aos nucleos para serem revisados , estes voltam para a escola para serem alterados de acordo com os princfpios proposto pela SME nao, ou seja ,a escola tem autonomia desde que sigas as norm as da SME.. Em relac;:ao as questoes raciais, pedagogas da rede, as informayao elaborados na comunidade sem nenhuma abordagem em conversa informal que temos e que a maioria escolar foram encaminhados com algumas dos projetos aos nucleos regionais da lei. Diante dessa atitude a SME encaminhou para a escola para essas anexarem ao projeto pedag6gico. sabe-se a lei que essa ayaO foi feita sem nenhuma orientayaO e nenhuma reflexao da importancia da lei em si. "Devemos participativos, ter em mente que se queremos individuos devemos orientar nossas teorias e ayoes crfticos, aut6nomos, educacionais pelo 26 princfpio da reflexividade, educacionais concretos produtivamente, pois necessitamos capazes de fazer urgentemente parte da realidade de sistemas e influenciil-la estando isto numa estreita rela9ao com os projetos educacionais." Aquisic;ao de materiais Os materiais que segundo a RME estao a disposi9ao dos profissionais do magisterio da rede Municipal ( livros de literatura infantil e infando juvenil ,pasta museu na Escola) encontram-se receberam ainda nao chegaram na maioria das escolas e Ceeis, nos nucleos regionais para distribui9ao. E as poucas escolas que ja os materiais, segundo os professores e pedagogos consultados, chegaram sem nenhuma orienta9ao de utiliza9ao e como as pedagogas forma9ao sobre a cultura e historia afro-brasileira nao tem essas preferem deixar 0 material nas estantes. "A rela9ao importancia, comprometido disponiveis do professor com pois so ensinamos 0 trabalho os materiais aquilo que sabemos pedagogicos e da maior e, sem esse apoio fica do professor que, em geral, nao possui tempo e fontes para uma pesquisa em profundidade sobre os diversos assuntos que precisam ser estudados".( Ana Lucia Lopes p. 259)Educayao E quando 0 professor tem a possibilidade africanidades Brasil) de ter em suas mao recursos e fontes que pod em ser utilizados para subsidiar as suas aulas esses nao chegam as escolas. Ficando dificil ate se fazer uma refiexao sobre os conteudos impressos nos materias distribuidos: "Uma atitude necessaria que sirva como mediador sobre sua natureza. ao professor em rela9ao a qualquer entre 0 aluno e 0 conhecimento" E importante instrumento 0 questionamento que 0 professor tenha consciencia da estrutura que 0 organiza seja um texto, uma imagem, um filme, um jogo". ( Ana Lucia Lopes p, 259) Educa9ao africanidades Brasil. 27 Oficinas para capacita~ao Semana de Ensino Pedag6gica -SEP 2008 e Cursos de referente a tematica. As formas de organizac;:ao curricular propostas pelas polfticas educacionais da rede Municipal de Ensino de Curitiba precarizou formac;:ao continuada) Ensino Pedagogica organizado RME. Atualmente que e composta pela Secretaria E responsabilizam. os cursos de capacitac;:ao ( os cursos sao ofertados na Semana de de cinco dias durante 0 ano. Dois dias e de Educac;:ao e os outros tres dias as escolas importante ressaltar que nesse momenta as escolas se tem autonomia para escolher 0 tema das palestras. E a formac;:ao na questao racial e crucial para as indicac;:oes dos palestrantes que tratam dessa questao. Nao temos a quantidade exata de escolas que indicaram palestra referentes que tres escolas procuram semana pedagogica 0 SISMMAC nos para a na sua respectiva escola. A SEP da secreta ria municipal da educac;:ao inicia-se com conferencias se deslocam a lei, sabemos para este indicar palestrantes locais onde Educac;:ao. Os profissionais nos nucleos regionais apos os professores acontecem do magisterio oficinas referentes se inscrevem na tematica preferencia. Nesses tres anos que a SME tomou conhecimento observa-se poucas ac;:oes referentes a tematica aos temas da de sua da lei ate hoje racial na SEP. 0 numero de oficinas que se referem a tematica da lei 10.639/03 atinge um numero pequeno de profissionais, profissionais Isso se levarmos em considerac;:ao que da rede ainda nao tem 0 conhecimento procura nas oficinas ofertadas. E as conferencias uma boa parte dos da lei, 0 que implica a pouca de abertura que geralmente contam com a presenc;:a de todos os profissionais da Educac;:ao da rede ate agora nao abordaram as questoes referentes a Cultura e Historia Afro-brasileira. Ja os cursos de capacitac;:ao sao ofertados 0 ana todo com abordagem diversas tematicas referentes a educac;:ao. Porem existe um limite minima inscric;:ao por escolas 0 que dificulta a participac;:ao dos professores sua preferencia. um professor das de nos cursos de Sabe-se ainda que alguns cursos ofertados participam por escola sendo que muitas vezes esses profissionais somente participam atraves de sorteio. 28 Sobre os cursos de capacitac;:ao em relac;:ao a questao racial, a SME propos dois cursos durante 0 ana de 2007 referentes aproximadamente 160 professores. a lei esses cursos atenderam Sendo que temos na rede aproximadamente 8.000 professores um contingente de cerca de 7.640 professores ficaram de fora. Nao podemos deixar de citar um outro programa que segundo a SME, e um espac;:o de formac;:ao continuada programa "Escola dos profissionais &Universidade" - uma do magisterio ac;:ao da de Curitiba. 0 Municipal da Secretaria Educac;:ao (SME) de Curitiba em parceria com instituic;:6es de educac;:ao superior que busca envolver professores de ensino superior com professores da rede municipal de ensino, a fim de produzirem trabalhos que sao aplicados em sala de aula. Ao longo de quatro meses, os professores da rede municipal de ensino sao orientados pel os professores universitarios e recebem bolsa-auxilio os projetos desenvolvidos fazemos a esse com os estudantes programa e que para aplicarem da rede municipal. nova mente nao atinge A critica que a totalidade dos professores. A rede conta hoje com 10.190 profissionais do magisterio atuando em escolas municipais e 3.300 educadores 3.000 foram profissionais deparamos com competividade uma contemplados 16gica perversa e 0 individualismo que atuam em CMEls. no ana de 2007. no ambiente Destes apenas Neste sentido escolar que nos reforc;:a a entre os profissionais do magisterio. Reforc;:amos ainda que esse programa e realizado focando a pedagogia de projetos da SME, que privilegiam os quatro pilares para a educac;:ao de seculo XXI: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver junto com outros e aprender a ser. Onde se exclui a principal caracteristica " Pensamento que constr6i conhecimento! Observando tematicas da filosofia: 0 aprender a pensar. que organiza sistematicamente da realidade, (SISMMAC, p.19) os titulos abordadas a apreensao dos projetos perpassam Educac;:ao para 0 Desenvolvimento pelos classificados Principios Sustentavel, da identificamos que as Educac;:ao Municipal: Educac;:ao pel a Filosofia e Gestao Democratica do Processo Pedag6gico. 29 A rede municipal de ensino conta hoje com 172 Escolas de Ensino Fundamental, atendem 162 CMEls e 4 Escolas Especializadas. um total de 106.146 alunos (as) dados Esses equipamentos de dezembro de 2007. Vejamos: a) Ensino Fundamental = 97.674 = 7.70S Ensino Especializado = 767 Educac;ao Infantil = 22.941 1° ao SOana sa a sa b) c) series Temos 10.190 professores e um programa de formac;ao que atinge apenas 30% da categoria do magisterio. E0 continuada que verificamos ao analisar as tabelas abaixo: TABELA1 ESCOLA & UNIVERSIDADE 2005 ENSINO FUNDAMENTAL Boisjstas Bolsjstas classificados Inscritos classificados 108 57 397 205 UNICENP 225 115 846 435 BAGOZZI 101 0 364 147 D.BOSCO 94 0 345 174 PUC 146 78 555 290 mjetos I.E.S. Projetos inscritos FAP UFPR 160 75 628 300 FACEL 139 55 529 250 UNIEXP 54 25 216 96 UNIBRASIL 66 25 250 TOTAL 1093 510 130 103 2000 30 EDUCA<;:Ao INF ANTIL I.E.S. Projctos inscritos FAP 02 Projetos Boisista, classificados Inscritos Bol,istas Classificados 01 04 02 UNICENP BAGOZZI 10 04 28 12 D. BOSCO 06 03 17 07 PUC 43 IS 129 52 12 07 36 17 73 30 214 90 UFPR FACEL UNIEXP UNIBRASIL TOTAL Dos 540 projetos classificados 7 foram relacionadas a questao racial. TABELA2 ESCOLA & UNIVERSIDADE 2006 ENSINO FUNDAMENTAL I.E.S. Boisistas Projetos Boisistas classificados Inscritos Classificados 73 ~31 240 390 Projetos inscritos FAP 125 UNICENP 205 110 716 BAGOZZI 177 88 636 350 FACINTER 24 IS 78 48 PUC 188 114 645 350 FACEL 201 III 692 376 UNIEXP 147 87 517 280 UNIBRASIL lao 58 346 188 OPET 51 29 184 98 TOTAL 1218 685 4245 2320 100% ~6% 100% 55% % classifica-rao 31 EDUCA<;Ao I.E.S. FAP lNFANTIL Projctos Projctos Bolsistas Bolsistas inscritos classificados Inscritos Classificados 22 12 53 31 UNlCENP BAGOZZI 07 04 17 10 FACINTER 18 12 43 25 PUC 38 23 91 58 FACEL 20 II 52 31 UNIEXP 17 09 43 25 122 71 299 180 100% 56% 100% 59% UNlBRASIL OPET TOTAL 0/0 classifica~ao Projctos rojetos Total gcral 09 lESs Boisistas inscritos Bol,istas c1assificados inscritos classificados 1340 756 4544 2500 Dos 756 projetos 11 eram referentes a questao racial. 32 TABELA3 ESCOLA & UNIVERSIDADE 2006 ENSINO FUNDAMENTAL N° INTEGRANT N°PROJETOS ~. INTEGRANTES N°PROJETOS INSCRITOS INSCRITOS CLASSIFICADOS ES IES CLASSIFICA DOS BAGOZZI 260 708 174 477 FACINTER 15 41 10 29 FAP 116 319 77 216 OPET 124 342 80 222 PUC 172 68 112 309 UFPR 254 705 168 466 UNIBRASlL 184 507 124 344 UNICENP 150 ~21 99 277 UNIEXP 195 538 127 350 UTFPR 170 473 112 310 TOTAL 1640 ~522 1083 3000 % 100% 100% 65% 66% Dos 1083 projetos 38 eram relacionados Verificando desenvolvidos as tabelas entre 2005 a questao observamos e 2007 racial. que ha um crescimento relativo a questao racial. de projetos Isso se deve a aprovayao da Deliberayao do Conselho Estadual de Educayao 04/06, ja citado no documento. Por outr~ lado nao podemos de deixar de nos preocupar com esse programa de formayao continuada, pois como ja nos referimos anteriormente e um programa que parte do interesse individual dos profissionais que atuam na escola. Nao e uma polftica que atinja a comunidade escolar. Geralmente os trabalhos ficam restritos apenas as turma que estao sendo aplicado 0 projeto. Enfim, nao uma polftica que tenha 0 compromisso permanente e para a melhoria da qualidade do ensino na escola publica. 33 Quanto a orientayao superior nos deparamos dos projetos realizados pelos com uma situayao preocupante, professores do ensino pois dos 56 projetos 5 nao fizeram referencia nenhuma a lei 10.639/03. Conclui-se que, tanto os professores que estao sendo orientados quanto os que orientam nao tem formayao alunos (as) de se apropriarem sobre a diversidade etnica -racial. Impedindo os do conhecimento sobre a cultura e hist6ria afro- brasileira. PROJETOS QUE .VIVENDO NAo ABORDARAM A PLURALIDADE A LEI 10639 CULTURAL: APRENDENDO COM A DIVERSIDADE • A CUL TURA HIP HOP: DA RUA PARA ESCOLA • A INSERt;:AO DA CAPOEIRA NO CONTEXTO ESCOLAR E SEU RESGATE HISTORICO-CUL TURAL .AFRODESCENDENTES: MAIS QUE UMA CONTRIBUIt;:AO CULTURAL • A LEITURA DE IMAGENS COMO ELEMENTO ARTICULADOR ENSINO-APRENDIZAGEM As politicas importancia NO PROCESSO DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA publicas para entendermos educacionais 0 processo da RME e um assunto de implementayao da lei 10.639/03 rede de ensino. Entretanto, extrapola os limites deste documento ressaltar aqui e 0 fato de que mesmo ap6s 0 conhecimento se de uma ayao pedag6gica forma pungente desmantelamento na sao ensinados na legislayao, que insista numa educayao de qualidade, manutenyao da diversidade na 0 que interessa da lei os conteudos sobre Africa e sobre a hist6ria e a cultura dos afro-brasileiras agora de forma muito timida. Mesmo com as modificayoes de extrema etnico-cultural ate precisae atue de e no de transformayao do das ayoes discriminat6rias: ' Eo preciso a compreensao de que todo 0 processo curriculo a partir da Lei 10.639/03 nao e apenas uma tentativa de incluir a cultura e 34 a historia afro-brasileira estabelecer cultura numa sociedade que ha muito tempo as exclui, mas sim no processo educativo as herangas culturais e a diversidade etnica da brasileira, compoem, possibilitando sem distingoes, 0 dialogo promovendo e a participagao os principios de todos da dignidade, que a do respeito mutuo e da justiga social "(SIL VA, 2007:71). CAPITULO V CADERNOS PEDAGOGICOS Os cadernos MUNICIPAlS: OMlssAo pedagogicos OU PRECONCEITO? sao uma colegao didatica destinada a rede municipal de ensino. A intengao deste documento e a de subsidiar 0 trabalho dos profissionais do magisterio auxiliar os professores elaborado ele apresenta e educadores orientagoes didatico-pedagogica para a planejar suas aulas, Esse material foi a partir das crfticas dos professores em relagao a falta de conteudos nas Diretrizes Municipais. Ele e composto por 8 cadernos que atendem todas as areas do ensino portuguesa, fundamental matematica, Alfabetizagao, geografia, historia, lingua educagao ffsica, en sino religioso, ciencias, e artes ( nao esta pronto). A analise a esse material sera feito em um capftulo a parte por se tratar de um material didatico conhecimento organizado em 2006, da lei e ter se comprometido ou seja apos a prefeitura ter 0 com 0 MEC em estar desenvolvendo agoes para efetivagao da lei 10.639/03. No documento Cadernos produzidos afrodescendentes" encaminhado ao SISMMAC a SME afirmou que: contemplam Analisando imagens os documentos de personagens fica evidente " todos os negros e que secretaria municipal ainda nao esta priorizando 0 trabalho com a Educagao e Diversidade etnico-racial. Em analise dos cademos verificamos contemplada a tematica racial somente na area de historia e ensino religioso. A lei e citada no documento de historia em um relato de experiencia trabalho realizado na Escola Municipal Arapongas de um NRE Portao, em um dos ultimos 35 temas apresentados no cademo. 0 que nos chama atenyao surge sem nenhuma contextualizayao e nos trans mite que precisavam e que esse relato anterior da questao racial. A impressao que incorporar a lei antes de terminar 0 cademo assim fizeram sem, como se 0 conteudo da Cultura afro-brasileiro e nao precisasse de uma abordagem mais aprofundada. Analisando personagens as imagens percebemos brancos. Os personagens negros na maioria das ilustrayoes que a prioridade brancos aparecem aparecem sozinhos. ainda e dada aos em multidoes, ja os Eo 0 que observamos na tabela abaixo: CADERNOS IMAGENS PESSOAS BRANCAS PESSOAS NEGRA GEOGRAFIA 8 27 4 ALFABETIZA~AO 1 6 6 LINGUA 4 2 3 5 34 12 HISTORIA 35 + 100 28 ENSINO 15 30 7 8 10 2 PORTUGUESA EDUCA~AO FISICA RELIGIOSO CIENCIA Um aspecto representayoes a considerar na analise do material e em relayao dos persona gens negros na maioria das imagens analisadas as eles aparecem exercendo atividades positivas, talvez porque as ilustrayoes apresentas eram para representar cenarios pOliticamente corretos. Ja em uma situayao denuncia social a imagem apresentada eram crianyas negras sentadas um banco de praya. Ou seja, quando os cademos retratam situayoes de pobreza 0 negro personagem de e0 representado. No cademo de geografia aparece uma cena com dois hom ens negros e uma mulher branca. Os hom ens estao em situayao de desvantagem po is um e 36 deficiente fisico observando e a outro e um vendedor uma loja, a imagem finance ira confortavel ambulante, transmitida em compara9ao a mulher e de que possui branca esta uma situa9ao com as homens negros. Neste sentido e importante destacar a situa9ao da maioria da popula9ao negra que ocupam a base da piramide social consequentemente, devido a existencia a desigualdade do racismo em nossa sociedade e, racial entre as negros e as brancos. " De um modo geral, a negro e representado como pobre. Porem, a representa9ao nas ilustra90es do pobre corresponde vez que e descrito e ilustrado com esfarrapado, a do e descrito miseravel, uma morador de casebres, pedinte au marginal. "E urgente refletir sabre as conteudos alem das paginas escritas As imagens ordem de prioridades impressos nos materiais a sele9ao de conteudos que vao, dos textos, a e a espa90 ocupado pelos temas dizem aquila que importa estudar e saber, do conhecimento que gera valor. Par outro lado, a ausencia de imagens, a confirma9ao de lugares inferiores na escala social, a espa90 destin ado a certos temas, tambem dizem, mas aquila que desconhecimento que tambem nao importa estudar e saber, do gera valor. " Ana Celia Da Silva Superando a racismo na escola. Em rela9ao aos conteudos que abordam a questao racial encontramos no cademo de hist6ria: 1- Na tematica constru9ao da identidade negra a caderno traz orienta9ao para a professor utilizar cartazes, videos, e textos sabre diversidade nao tem nenhuma indica9ao de referencia de filmes, literatura, etnica, porem artigos para 0 professor pesquisar. 2- Na tematica familias na sociedade de hoje nao ha nada se referindo as diversidade uma familia etnica racial, a que nos chama aten9ao e uma fotografia branca, alias as cadernos mais imagens entre ilustra90es pedag6gicos e fotografias que mostra de hist6ria e a que possui . Nas fotografias nao aparecem pessoas negras somente brancas isso em todos as documentos. 3- Manifesta90es A sugestao culturais apresentada e que as alunos identifiquem diversos grupos 37 etnicos do bairro e as manifestac;:oes artfsticas pr6ximas as escolas. A dificuldade aqui apresentada novamente e que se 0 professor nao tem uma proximidade com a tematica, ele ira orientar os alunos a procurar grupos etnicos europeus. 4- construc;:ao do espac;:o cultural e da identidade cultural paranaense A sugestao aqui e 0 professor trabalhar com dois textos para que os alunos possam entender a forma da organizac;:ao das sociedades africanas. Em seguida ele aponta como sugestao um texto que mostra 0 contigente de escravizados no Parana. A analise positiva que fazemos em relac;:ao ao terceiro texto e de que ele de certa forma desmistificar a imagem que no Parana nao existia escravizados. Algumas sociedades africanas forma ram grandes reinos, como Egito, 0 Mali, Songai, Oi6, Axante e Daome. Outras eram agrupamentos muito pequenos de pessoas que cac;:avam e coletavam 0 que a natureza ofere cia ou plantavam 0 suficiente para 0 sustento da famflia e do grupo. Mas todas, das mais simples as mais complexas, se a partir da fidelidade familia, cercado organizavam- ao chefe e das relac;:oes de parentesco. de seus dependentes e agregados, 0 chefe de era 0 nucleo basico de organizac;:ao na Africa. (SOUZA, 2006) o engenho e a escravidao A escravidao vend ida, trocada, transformou "0 africa no em uma mercadoria empenhada, comprada ..." De que que poderia ser regioes provinham principal mente os negros? Na documentac;:ao da epoca, encontra-se frequentemente "negra de Guine". Pode-se dizer que, entao, os europeus a expressao nao desconheciam a Africa e, sim, a Guine, que correspondia toda a costa ocidental do continente. Assim, a costa da mina, sendo Ajuda 0 seu porto principal, e Angola, com seus tres portos, Congo, Luanda e Benguela, foram as duas regioes de origem da quase totalidade de escravos africanos introduzidos no Brasil. Contudo, ao contrario do que se pensa, os africanos nao provinham de uma mesma nac;:ao(...) poderiam falar Ifnguas diferentes, como, tambem, ser portadores de costumes e valores diversos.( ...) Calcula-se que a produc;:ao ac;:ucararia tenha sido responsavel pela 38 importagao de 1.350.000 cafe, respectivamente, negros entre os seculos XVI e XVII, a mineragao e 0 de 600.000 e 250.000, enquanto outras atividades, como a produgao do fumo, do algodao, os servigos domesticos (sec. XIX) absorveram e empresas comerciais 1.100.000, perfazendo um total de 3.3000.000. Nadai; NEVES, 1991 ,p 48) Escravos no Parana. No tocante ao conjunto da populagao paranaense, 0 emprego obra escrava em grande parte das atividades dos trabalhadores de que representava da mao de livres era indfcio uma porcentagem significativa dentro do mesmo. De acordo com 0 Censo geral de 1772 feito pela Capitania de Sao Paulo, a populagao paranaense era composta de 7.627 habitantes, dos quais 28,8% eram escravos. E com base em outros numeros fomecidos pelo referido censo, pode-se constatar que 46,3% da populagao escrava pertencia a grupos de ida de Superior a 20Anos. Isso demonstra plena capacidade 5- Transformagoes o que um grande contingente desse total se encontra em produtiva. (Santos, 1995,p. 24) tecnologicas: mudangas e permanencia. negro aqui e abordado somente na condigao de "escravo" em um tema riqufssimo para aprofundar a historia e cultura africana e afro-brasileira os diversos trouxeram pin"lmides, conhecimentos e tecnologias que para 0 Brasil. Como a construgao as torres c6nicas das muralhas esse povo abordando dominava e que de obras monumentais como as do templo reino no antigo do Zimbabue .. Em relagao aos conteudos de ensino religioso encontramos: 1- Na introdugao ressalta 0 respeito de proselitismo, ha uma citagao se referindo a diversidade a alteragao na LOB que cultural religiosa do Brasil e veda qualquer forma isto e, profbe a pratica da doutrinagao, evangelizagao ou catequese. 2 - religiao na vida das pessoas. Em uma das sugestoes cristianismo, de atividades cita as varias religioes que existe; islamismo, budismo, hindufsmo, judafsmo, mas nao cita as religioes de matriz africana. 39 3- religiao na vida das pessoas. Nessa tematica as diferentes religioes sao representadas por imagens fotog raticas , dentre elas 0 ritual de candomble. 4- principais simbolos religiosos de algumas religioes. Aparecem do is simbolos das religioes de matrizes africanas representa a umbanda e yemanja que representa 0 camdomble. predominantes representam a chave que Mas os simbolos as tradiyoes cristas. 5 - espayos sagrados da comunidade. No caderno religiosas, aparece sugestao de varios espayos de diferentes tradiyoes porem nao ha nenhum espayo referente a religiao de matriz africana. Vejamos: Catedral Nossa senhora da luz - Praya Tiradentes Mesquita- Largo de Sao Francisco Igreja Messianica- Centro civico Ordem Rosa da Cruz-Bacacheri Sin agog a Francisco Frishmann Federayao Espirita do Parana Igreja Luterana Igreja Ortodoxa 6- espiritualidade das tradiyoes religiosas. Sugerem um texto de Emergi Schlogl nesse texto ele faz uma abordagem dos rituais de varias religioes e aborda 0 candomble. Dos 14 temas relacionados as tradiyoes religiosas observamos que dos quatorze temas do caderno somente seis faz alguma referencia mais explicita das religioes matrizes africanas. As africanizadas podem Brasileiras constitui-se ser organizadas abrangendo enquanto disciplina em campo de estudo, logo, tanto curricular, programa de estudos diferentes disciplinas, como entre diferente areas de conhecimentos, que toma como perspectiva a cultura dos povos africanos e de descendentes Petronilha Beatriz Gonyalves e silva superando 0 racismo na escola. Se as africanizadas Brasileiras abrangem as diversas areas, ela pode estar 40 presente nas diferentes disciplinas do curriculo escolar , cabe entao a secreta ria municipal de ensino construir materiais pedag6gicos totalidade reconhecendo eta ria e com pedag6gicos especificas social, contudo, 0 que a lei em sua etnico -racial, em correlayao de cada nivel de ensino. poderiam ser uma ferramenta indispensavel a exclusao discussao, a diversidade situayoes que contemple pudemos com a faixa Os cadernos no processo de combate acompanhar no decorrer dessa que ha muito para ser revisto no que tange a questao racial no ambito escolar. 6- CONSIDERA<;;OES FINAlS A promulgayao Curricula res Nacionais da Lei 10.639/2003 para a Educayao Ensino de Hist6ria e Cultura afro-brasileira dos novos instrumentos e a aprovayao das Relay6es das "Oiretrizes Etnico-Raciais e para 0 e Africana " sao apontadas como um para a superayao do racismo na escola. Os objetivos da Educayao das Relayoes Etnico-Raciais produyao de conhecimentos, sao a divulgayao e de atitudes, posturas e valores que buscam educar cidadaos quanto a pluralidade etnico-racial, tornando-os capazes de interagir e de negociar objetivos comuns que garantam a todos 0 respeito aos direitos legais e a valorizayao de identidade. E tambem, a valorizayao das raizes africanas da nayao brasileira, ao lado das indigenas, europeias, asiaticas e reconhecimento da hist6ria e da cultura dos afro-brasileiros. A nova legislayao estabelecimentos veio legitimar a luta do movimento de ensino a educayao para promoyao alterar a LOB ela garante que os estabelecimentos em levar para os da igualdade racial. Ao priorizem a Cultura do povo Africano e afro -brasileiro da mesma forma os outros grupos etnicos que ajudou a formar a nayao brasileira. Nesse sentido e importante ressaltar que a escola tem papel fundamental em estabelecer desempenhou reproduyao mecanisme de combate ao racismo, pois ela durante muito tempo e continua desempenhando muito mais a funyao de elemento do racismo do que de superayao, colocando as populayao de negra a 41 dificil tarefa de superar a discrimina<;:ao de forma individualizada. Portanto, a escola entendida como espa<;:o de media<;:ao com a realidade social, desempenha desenvolvido papel fundamental neste processo, pois 0 conhecimento na escola podera servir como desestruturador ou edificador das formas de reprodu<;:ao do racismo e do processo de exclusao. A forma<;:i3o do professor se torna essencial para desenvolver transformadora uma pratica no interior da escola, como tambem ajudar a discutir os rumos da educa<;:ao para a diversidade etnico -racial. Esse trabalho tentou mostrar que a SME ainda assumiu 0 compromisso com da popula<;:ao negra curitibana. Ao elaborar um material onde a tematica racial aparece percebemos ainda um longo 0 poder publico ter a iniciativa de colocar sem muito destaque caminho a percorrer ate presenciarmos que temos na sua prioridade os anseios de 46% da popula<;:ao brasileira. 42 7- REFERENCIAS ALMEIDA, BIBLIOGRAFICAS Morche R. Estudo da historia de religioes fundamental. Artigo Publicado em Outubro de africanas 2007. no ensino Dispon[vel no site: www.morchericardo.blogspot.com BRASIL. Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003.D.O.U. BRASIL,MINISTERIO Educa~ao DA EDUCA~AO. das Rela~oes Afro-Brasileira CANDAU, Diretrizes Curriculares Etnico-Raciais Nacionais para a e para 0 Ensino de Historia e Cultura e Africana. Parecer CNE/CP 3/2004, de 10 deman;o de 2004. Vera educa~ao DE 10101/2003 Maria. Somos Todas Iguais? Escola, discrimina~ao e em direitos humanos. Rio de Janeiro: DP&A, 2003. CAVALHEIRO, Racismo, Eliane dos Santos. Preconceito Do Silencio e Discrimina~ao do Lar ao Silencio na Educa~ao Infantil. 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