Custos e Benefícios de
Sistemas de Informação
Introdução à Medicina
Maio 2005
João A Fonseca
Custos e Benefícios de Sistemas
de Informação (SI) Clínicos
1.
Porquê avaliar?
2.
O que avaliar?
Custos dos SI
Benefícios dos SI
3.
Como avaliar?
Tipos de avaliação
Avaliação económica
Dificuldades na avaliação SI
Porquê avaliar?
• Como escolher?
– Tecnologia
• De diagnóstico
• De terapêutica
– Serviço
“Nós aqui fazemos assim”
“Agora é o que nos arranjam”
“É assim desde que o Dr. X foi a França”
“Já usámos outras mas vimos que assim é melhor”
“Vêm no último número do Lancet”
ESCOLHA
NECESSIDADES
PRIORIDADES
ESCASSEZ
de recursos
EQUIDADE
EFICIÊNCIA
Porquê avaliar?
• Disponibilidade crescente de novas tecnologias
• Exigências crescentes dos utilizadores
• Aumento dos custos em saúde
– Contenção de custos pelos financiadores
Comparação entre intervenções
• A técnica T1 na situação X num doente Y
melhora os resultados clínicos/prognóstico,
é mais segura,
consome menos recursos,
é melhor aceite pelo doente, …
do que a técnica T2?
Perspectiva
de custos e benefícios
Sociedade
Profissionais
Doente
Instituição
Por exemplo um
Novo anti-asmático,…
Financiadores
...ou um
Sistema de telemedicina, …
Expectativas dos Participantes
• Doente
– Vai ajudar-me? É seguro?
• Utilizador/profissional de saúde
– É exacto? Rápido? Agradável?
• Fornecedor
– Funciona? Vão usá-lo?
• Financiador
– Qual o custo/benefício? É seguro e de confiança?
Para quê
estudos de avaliação SI Clínicos?
• Ética – obrigação moral, no contexto de recursos
limitados
• Investigação – obter novo conhecimento
• Pragmatismo – melhorar os sistemas
• Promoção / divulgação – encorajar o seu uso
• Médico-legais – obtenção licenças e defesa em
processos legais
Custos e Benefícios de Sistemas
de Informação (SI) Clínicos
1.
Porquê avaliar?
2.
O que avaliar?
Custos dos SI
Benefícios dos SI
3.
Como avaliar?
Tipos de avaliação
Avaliação económica
Dificuldades na avaliação SI
O que avaliar?
Resultados dos SI enquanto
intervenção nos cuidados de saúde
vs
Análise das características de SI para a sua
aquisição/utilização
O que avaliar?
Recursos
–
–
–
–
–
Financeiros
Tempo
Aptidões
Instalações
Equipamento…
Processos
– Administrativos
– Clínicos
– De apoio
Resultados
– Clínicos
– Orgazionacionais
– Económicos
O que avaliar?
• Benefícios dos SI
– Valor ganho com a utilização
de recursos
• Quantificáveis Monetários
• Quantificáveis não
monetários
• Não-quantificáveis
• Custos dos SI
– Valor que seria ganho
utilizando os recursos noutra
aplicação
• Directos
• Indirectos
• Intangíveis
Custos quantificáveis dos
sistemas de informação
• Hardware (equipamentos)
– Aquisição, manutenção, depreciação
• Consumíveis
• Software (aplicações informáticas)
– Aquisição/desenvolvimento, manutenção
• Com profissionais
– Salários, prestações sociais, formação
• Com instalações
– Aquisição, manutenção, gestão de edifícios e estruturas (electricidade,
aquecimento, segurança, limpeza)
• Despesas gerais (“overhead”)
– Despesas da organização como telefone, custos de secretariado ou de
contabilidade
Benefícios
dos Sistemas de Informação
• Benefícios quantificáveis Monetários
– p.ex. redução de materiais desperdiçados
– melhor facturação dos actos médicos
• Benefícios quantificáveis não monetários
– p.ex. tempo de espera
• Benefícios Não-quantificáveis (intangíveis)
– p.ex. registos mais completos, precisos e uniformes
– melhoria da acessibilidade aos dados dos doentes
– utilização para gestão, investigação ou educação
Expectativas do valor dos registos
clínicos electrónicos (RCE)
• Inquérito a 67 membros do College of Healthcare
Information Management Executives (CHIME)
Melhoria do
Serviço
Melhoria de
resultados
Redução de
custos
Outros
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
“Info Systems Evangelists,” Modern Healthcare, 2/98
70%
80%
Justificação
para investimento em RCE
Produtividade
Vantagem
competitiva
Eficiência de
gestão
0%
10%
20%
30%
“Info Systems Evangelists,” Modern Healthcare, 2/98
40%
50%
Objectivos
de um SI em saúde (1)
• Melhorar os cuidados prestados aos doentes
• Melhorar a acessibilidade à informação do doente pelos profissionais
– pela melhoria da gestão dos processos clínicos, aumento da rapidez da
obtenção de resultados de técnicas diagnósticas e recolha de informação
do doente proveniente de outros locais
• Melhorar os procedimentos administrativos resultando em menores
tempos de espera e melhor serviço
• Tornar homogéneos os procedimentos administrativos e de gestão nos
diferentes locais
BMJ 2003;326:860–3
Objectivos
de um SI em saúde (2)
• Ser parte integrante do programa de melhoria de qualidade
• Fornecer informação para avaliar a performance dos serviços e para
auditorias clínicas
• Melhorar a eficiência de gestão das instituições
• Permitir a gestão financeira das instituições
• Melhorar a facturação e a recolha de pagamentos
• Reduzir custos pela identificação e monitorização das principais
causas de gastos
BMJ 2003;326:860–3
Custos e Benefícios de Sistemas
de Informação (SI) Clínicos
1.
Porquê avaliar?
2.
O que avaliar?
Custos dos SI
Benefícios dos SI
3.
Como avaliar?
Tipos de avaliação
Avaliação económica
Dificuldades na avaliação SI
Como avaliar SI Clínicos?
•
Avaliação técnica
•
Avaliação clínica
•
Avaliação económica
–
Benefícios da intervenção relativamente aos custos
Avaliação tecnologia em saúde
– três passos
1. Características
•
p.ex. velocidade das pesquisas, resolução de imagem
2. Eficácia
– Resultados em situações idealmente definidas
•
p.ex. estudo randomizado e controlado
3. Efectividade
– Comportamento no “mundo real”
•
resultados clínicos, económicos e sociais
Dificuldades na avaliação SI
– um exemplo
• Eficiência económica da telemedicina
– A telemedicina tem tido muita atenção e é considerada
capaz melhorar a gestão de recursos
– Centenas de artigos publicados afirmando ser
economicamente eficiente
– Uma revisão sistemática da literatura identificou mais
de 600 artigos mas só 9% continham informação sobre
custo-benefício
BMJ 2002;324:1434–7
Eficiência económica
da telemedicina
• Conclusões de 55 artigos (n de estudos)
– Reduz custos (20)
– Reduz tempo e dinheiro (11)
– É economicamente rentável apenas se determinados
níveis são conseguidos (9)
– São necessário mais estudos (7)
– Não reduz custos (4)
BMJ 2002;324:1434–7
Eficiência económica
da telemedicina
• Só 4% destes cumpriam critérios de qualidade para
inclusão na análise, sendo a maioria de pequena escala e
de natureza pragmática com conclusões pouco
generalizáveis
• Pouca evidência sobre se a telemedicina é, ou não, uma
opção economicamente eficiente
BMJ 2002;324:1434–7
Porque é elevado
o risco de insucesso dos SI médicos?
•
Não considerar a cultura social e profissional das instituições de saúde
•
Não reconhecer como essencial a formação prévia dos utilizadores e dos
colaboradores informáticos
•
Subestimar a complexidade das rotinas clínicas e administrativas
•
Discordância entre expectativas: financiadores, produtores e utilizadores do SI
•
Implementação dos SI é demorada dificultando a percepção da mudança
•
O síndroma do “meu bebé”
•
Relutância em parar de investir num projecto mal encaminhado e alterá-lo
•
Não aprendizagem com os erros dos projectos anteriores
BMJ 2003;326:860–3
Áreas de avaliação na
implementação SI Clínicos
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Formação e enquadramento das alteração na instituição
Fiabilidade do sistema
Gestão do projecto
Comunicação da informação do doente
Protecção dos dados
Qualidade e utilização da informação para o suporte de decisões dos
clínicos, gestores e público
Processos administrativos dos doentes estandardizados e eficientes
Custos por unidade de serviço
Facturação e recolha de pagamentos
Utilização da informação para auditoria e investigação
Adaptado de BMJ 2003;326:860–3
Bibliografia
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•
•
J.H. Van Bemmel, Mark A. Musen eds. “Costs and Benefits of information systems”, 95-501
(Chap 32). Handbook of Medical Informatics. Springer 1997
PS Whitten, FS Mair, A Haycox, CR May, TL Williams, S Hellmich. Systematic review of
cost effectiveness studies of telemedicine interventions. BMJ 2002;324:1434–7
Herbst K, Littlejohns P, Rawlinson J, Collinson M, Wyatt JC. Evaluating computerised
health information systems: hardware, software and human ware. J Public Health Medicine
1999; 21: 305-10. http://www.ucl.ac.uk/kmc/publications/pdfs/jphm1999.pdf
•
•
•
P Littlejohns, JC Wyatt, L Garvican. Evaluating computerised health information systems:
hard lessons still to be learnt. BMJ 2003;326:860–3
A Haycox, E Noble. What is health economics. www.evidence-based-medicine.co.uk
C Phillips, G Thompson. What is Cost-effectiveness. www.evidence-based-medicine.co.uk
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Custos e Benefícios dos S.I. - Curso de Informática Médica