SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento
DERAL - Departamento de Economia Rural
PECUÁRIA DE CORTE
MARÇO 2014
BRASIL
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil no ano de
2012 abateu 31,1 milhões de cabeças, com uma produção de carne de 7.350.924
toneladas. Em 2011, o país abateu 28,8 milhões de cabeças, com uma produção de
6.783.537 toneladas, demonstrando crescimento em produtividade. De acordo com a
citada instituição o país em 2011, apresentou um rebanho de 212 milhões de cabeças. As
taxas de desfrute do Brasil nos últimos anos tem variado entre 16 a 18%.
De janeiro a setembro de 2013 o país abateu 25.577.483 cabeças, com crescimento de
11,5% em relação a igual período do ano anterior.
Estatísticas do Setor
TABELA 01 - BRASIL – EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE CABEÇAS BOVINAS ABATIDAS ANO 2012 E 2013 (*jan a set)
Brasil – Número de Cabeças Abatidas
Ano 2012 (jan-set.)
Ano 2013 (jan-set.)
Variação %
22.931.174
25.577.483
11,5
Fonte: IBGE – Pesquisa Trimestral do Abate
Responsável: Fábio P. Mezzadri
Contato: [email protected] ; (41) 3313-4102
TABELA 02- BRASIL – EVOLUÇÃO NA PRODUÇÃO DE CARNE – ANO 2012 E 2013
(*jan a set)
Brasil – Peso Total das Carcaças (T)
Ano 2012 (jan-set.)
Ano 2013 (jan-set.)
Variação %
5.400.638
6.042.357
11,8
Fonte: IBGE – Pesquisa Trimestral do Abate
Como podemos observar nas tabelas acima, estão sendo confirmadas as expectativas
de crescimento no número de animais abatidos e produção de carne, previstas pelo IBGE
e USDA no ano passado. Estas estatísticas, geram a expectativa que o Brasil sustente
este aumento na oferta de animais este ano, embora exista a dependência de alguns
fatores para que isto ocorra, como o comportamento do clima e o comportamento do
mercado externo. Outro ponto a ser observado é o custo com o insumo das rações, o que
pode interferir na oferta de animais prontos para abate. No ano passado os custos com o
milho caíram devido a baixa nas cotações do produto, entretanto se elevaram devido a
necessidade de suplementação devido a escassez de pastagens maltratadas pelo clima
atípico, os custos com a soja mantiveram-se praticamente iguais a 2012, sem falar no alto
custo do sal mineral, componente da dieta que pesa nas despesas do pecuarista.
Com o aumento da oferta, se torna essencial a recuperação dos mercados externos,
visando o crescimento das exportações, para que seja evitado o inchaço de oferta interna
e depressão dos preços, com consequente retomada de um ciclo de baixa.
BRASIL – EVOLUÇÃO DO REBANHO BOVINO
Nas tabelas a seguir podemos observar a evolução do rebanho bovino brasileiro. Entre
os anos de 2010 a 2013, o crescimento foi de 0,82%. A região centro-oeste, em todos os
anos avaliados manteve-se em primeiro lugar, agregando o maior rebanho bovino
brasileiro. Esta região é tradicional em pecuária de corte, possui grandes propriedades
com grande potencial natural para esta finalidade. A situação de clima, solo, relevo e
pastagens favorecem a atividade. Fora isto, a pecuária do centro-oeste brasileiro conta
com profissionais cada vez mais capacitados e comprometidos com o aumento da
Responsável: Fábio P. Mezzadri
Contato: [email protected] ; (41) 3313-4102
produtividade.
Outro aspecto que favorece o centro-oeste é a logística. Nesta região, estão situadas
grandes plantas de empresas frigoríficas, que demandam grande volume diário de
animais e possuem grande capilaridade de captação.
TABELA 03 - Brasil - Efetivo dos rebanhos - Ranking descendente
Variável = Efetivo dos rebanhos (Cabeças)
Tipo de rebanho = Bovino
Ano = 2010
“ranking”
Brasil e Grande Região
Brasil
209.541.109
1
Centro-Oeste
72.559.996
2
Norte
42.100.695
3
Sudeste
38.251.950
4
Nordeste
28.762.119
5
Sul
27.866.349
Nota: 1 - Os municípios sem informação para pelo menos um efetivo de rebanho não aparecem nas listas. 2 - Efetivos
dos rebanhos em 31/12.
Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal
TABELA 04 - Brasil - Efetivo dos rebanhos - Ranking descendente
Variável = Efetivo dos rebanhos (Cabeças)
Tipo de rebanho = Bovino
Ano = 2011
“ranking”
Brasil e Grande Região
Brasil
212.815.311
1
Centro-Oeste
72.662.219
2
Norte
43.238.310
3
Sudeste
39.335.644
4
Nordeste
29.585.933
5
Sul
27.993.205
Nota: 1 - Os municípios sem informação para pelo menos um efetivo de rebanho não aparecem nas listas. 2 - Efetivos
dos rebanhos em 31/12.
Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal
Responsável: Fábio P. Mezzadri
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TABELA 05 – Brasil - Efetivo dos rebanhos - Ranking descendente
Variável = Efetivo dos rebanhos (Cabeças)
Tipo de rebanho = Bovino
Ano = 2012
“ranking”
Brasil e Grande Região
Brasil
211.279.082
1
Centro-Oeste
72.385.029
2
Norte
43.815.346
3
Sudeste
39.206.257
4
Nordeste
28.244.899
5
Sul
27.627.551
Nota: 1 - Os municípios sem informação para pelo menos um efetivo de rebanho não aparecem nas listas. 2 - Efetivos
dos rebanhos em 31/12.
Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal
A nova realidade conjuntural que o Brasil atravessa na pecuária de corte, realmente
está mudando a regionalização da atividade, que está migrando cada vez mais para o
norte do país, o que podemos confirmar nas tabelas anteriores. A boa rentabilidade de
produtos agrícolas como o milho, soja, cana-de-açucar e em menor escala os florestais
(principalmente o pinus e eucalipto), aliado aos altos custos de produção da pecuária e a
baixa rentabilidade que a atividade atravessou nos últimos anos, impulsionaram os
produtores a mudar de atividade, transformando suas pastagens em lavouras e abatendo
suas matrizes.
Este cenário foi observado em regiões nobres do país, como no centro-oeste, no sul e
sudeste, aonde a produtividade de grãos é viável e rentável na maior parte das
propriedades bem administradas. Sendo assim, muitos pecuaristas mudaram seus
investimentos no setor pecuário para a região norte, atraídos pelos baixos preços das
terras, pelas boas condições para a criação de bovinos (bom regime de chuvas, boas
pastagens), incentivo do governo local e acesso facilitado a linhas de crédito para
investimentos, aspectos que contribuem para a redução dos custos e viabilidade da
atividade.
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TABELA 06 - Efetivo dos rebanhos - Ranking descendente
Variável = Efetivo dos rebanhos (Cabeças)
Tipo de rebanho = Bovino
Ano = 2012
“ranking”
Brasil e Unidade da Federação
Brasil
211.279.082
1
Mato Grosso
28.740.802
2
Minas Gerais
23.965.914
3
Goiás
22.045.776
4
Mato Grosso do Sul
21.498.382
5
Pará
18.605.051
6
Rio Grande do Sul
14.140.654
7
Rondônia
12.218.437
8
São Paulo
10.757.383
9
Bahia
10.250.975
10
Paraná
9.413.937
11
Tocantins
8.082.336
12
Maranhão
7.490.942
13
Santa Catarina
4.072.960
14
Ceará
2.714.713
15
Acre
2.634.467
16
Espírito Santo
2.285.345
17
Rio de Janeiro
2.197.615
18
Pernambuco
1.895.642
19
Piauí
1.689.926
20
Amazonas
1.445.739
21
Alagoas
1.221.266
22
Sergipe
1.156.157
23
Paraíba
967.067
24
Rio Grande do Norte
858.211
25
Roraima
686.491
26
Amapá
142.825
27
Distrito Federal
100.069
Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipio
Responsável: Fábio P. Mezzadri
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EXPORTAÇÕES - MERCADO EXTERNO
Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA/ Agrostat Brasil, a
partir de dados da SECEX/MDIC ), o Brasil no ano de 2013, enviou ao exterior 1.504.317
toneladas de carne bovina (“in natura” e industrializada), resultado 21% superior a 2012,
quando enviou 1.242.492 T aos mercados externos. A receita em 2013 foi 16% superior
ao ano anterior.
TABELA 07 - BRASIL - EXPORTAÇÕES DE CARNES BOVINA (2006 A 2013*)
Ano
Carne Bovina
2013
2012
2011
2010
2009
2008
2007
2006
Volume (T)
Valor (US$ FOB)
1.504.317
1.242.492
1.095.601
1.230.570
1.245.139
1.383.865
1.615.041
1.523.244
6.660.011.367
5.744.134.848
5.348.496.552
4.795.356.990
4.118.482.028
5.325.479.529
4.424.544.092
3.923.410.713
Fonte: Agostat Brasil a partir de dados da SECEX/MDIC
Nota: carne bovina(miudezas, “in natura” e industrializada);
Em 2014 as exportações iniciaram o ano indicando bons resultados. Segundo o MAPA,
no primeiro bimestre deste ano, em relação a igual período do ano passado, as
exportações deram um salto. Em valores o acréscimo foi de 30% e em volume foi de 25%.
TABELA 08 - BRASIL - EXPORTAÇÕES DE CARNES BOVINA /JANEIRO e FEVEREIRO
(2013 E 2014)
Ano
Volume (T)
Valor (US$ FOB)
2013
216.620
964.178.750
2014
270.867
1.166.272.789
Variação (%)
25
30
Fonte: Agostat Brasil a partir de dados da SECEX/MDIC
Nota: carne bovina(miudezas, “in natura” e industrializada);
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PARANÁ
O Estado do Paraná encontra-se na 10ª colocação no cenário nacional, com 9,4
milhões de cabeças bovinas. Participando com 4,4% do rebanho nacional. De acordo com
os dados do SINDICARNE (PR), o estado no ano de 2013 abateu 1.041.927 cabeças
gerando uma produção de aproximadamente 234.434 toneladas de carne, somente em
estabelecimentos com Inspeção Federal (SIF). No ano de 2012, de acordo com a mesma
instituição, o Paraná, abateu 994.169 cabeças bovinas, com uma produção de carne de
223.689 toneladas, apresentando um crescimento de 4,8% no número de cabeças
abatidas e produção de carne.
No Paraná a grande maioria dos abates são realizados por estabelecimentos que
possuem SIF (73,8%) do total abatido.
TABELA 09 - PARANÁ – Abates de Bovinos e Produção de Carne (SIF)
Ano
Bovinos
2013
2012
2011
2010
2009
2008
2007
2006
N° de cabeças
Kg
1.041.927
994.169
939.521
1.188.315
985.587
1.030.913
1.140.382
1.270.880
234.433.575
223.688.025
211.392.225
267.370.875
221.757.075
231.955.425
256.585.950
285.948.000
Fonte:SINDICARNE (bovinos) /Nota: Kg(Equivalente Carcaça) -Bovinos: 225 Kg por animal.
TABELA 10 - “Ranking” do abate de bovinos (Paraná x Brasil) - Ano base: 2012
Espécie
Estados Produtores
Bovinos
1º- MT, 2º- SP, 3º- GO, 4º- MS, 5º- MG, 6º- PA, 7º- RO, 8º- BA, 9º- PR
Fonte: IBGE - Pesquisa Trimestral do Abate / Ano 2012
No “ranking” de animais abatidos o Paraná encontra-se na 9ª posição, devido ao fato já
citado de ser um estado de predominância agrícola. Nesta lista o Mato Grosso ocupa o 1º
lugar.
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MERCADO PARANAENSE
O ano de 2013, apresentou períodos realmente críticos para a pecuária de corte,
principalmente no que diz respeito a manutenção das pastagens e alimentação do gado.
O excesso de chuvas em algumas regiões, as fortes geadas, frio intenso e por fim a
estiagem atrapalharam o implante e desenvolvimento das pastagens, com consequentes
alterações no ciclo de engorda dos bovinos.
Diante deste cenário e com os animais ainda com baixo peso para o abate, os
produtores optaram por segurar as vendas, a espera da recuperação dos pastos e ganho
de peso dos bovinos o que elevou as cotações.
Outra alternativa que vêm sendo utilizada por pecuaristas que possuem caixa para tal
prática é a suplementação alimentar, utilizando resíduos de lavouras, silagens e o milho,
aproveitando a queda dos preços do cereal.
Devido a esta conjuntura é que uma maior oferta de animais prontos para o abate ainda
está sendo restrita, pois o clima atípico de 2013 e a estiagem aliada as altas temperaturas
atípicas observadas no primeiro bimestre de 2014, atrasaram toda a estrutura de manejo
das pastagens e a maior parte dos animais destinados ao corte ainda estão em período
de engorda.
Este cenário reflete em cotações ainda altas no varejo, o que também é em parte
causado pelo acréscimo nos preços da arroba paga aos produtores.
TABELA 11 – VARIAÇÃO DOS PREÇOS DA ARROBA E DO BOI MAGRO RECEBIDOS
PELOS PRODUTORES
Produto
Boi gordo (arroba)
Boi magro p/engorda (cab.)
Fevereiro 2013
Fevereiro 2014
Variação (%)
96,59
113,12
17,11
1.055,33
1.206,38
14,31
Fonte: SEAB/DERAL
As cotações da arroba do boi gordo tem se elevado no Estado do Paraná. O ano de
2013 já vinha apresentando altas na arroba, que em setembro foi cotada a R$ 100,56
elevando-se mensalmente até fechar fevereiro de 2014 a R$ 113,12, valor 17,11%
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superior ao mesmo mês de 2013. No dia 12/03 do corrente ano a arroba do boi foi cotada
a R$ 118,46 e da vaca R$ 108,29 confirmando o movimento de alta.
No mesmo período avaliado, a cotação do boi magro elevou-se em 14,31%.
Atualmente os preços do bezerro desmama (7 a 8 meses) no Estado, tem variado em
média entre R$ 850,00 para animais comuns a R$ 1.200,00 os bezerros especiais,
provenientes de cruzamento industrial.
O cenário de alta já foi desenhado em 2013, aonde observamos deficiência em
pastagens devido ao clima atípico, com estiagem, frio intenso, geadas, atraso no
desenvolvimento das pastagens de inverno e posteriormente de verão.
A expectativa era que no último bimestre do ano (2013) e início de 2014, as chuvas
recuperassem as pastagens aumentando o fornecimento de forragens aos animais, com
consequente aumento de oferta de bois gordos.
Entretanto, na retomada e melhoria da brota das pastagens em janeiro de 2014, as
mesmas foram castigadas pelo calor intenso, coincidindo com uma estiagem de quase 30
dias entre meados de janeiro a meados de fevereiro.
Devido a esta situação climática, o ano de 2014 vêm apresentando elevação nas
cotações da arroba. Atrelado a este fato, está o alto índice no abate de matrizes
observado a aproximadamente 10 anos, o que ocasiona na atualidade, um alto preço nas
categorias de reposição, como bezerros e bois magros. Aliado a isso cabe destacar ainda
o aquecimento das exportações que cresce com a abertura de novos mercados e,
também, a estiagem em importantes estados produtores, o que faz diminuir a oferta de
animais que poderiam reforçar a oferta de carnes dentro de nosso estado.
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TABELA 12 - PARANÁ – VARIAÇÃO DOS PREÇOS MÉDIOS NO VAREJO – ANO SAFRA
2013/14 (fevereiro)
Produto
CARNES
Car bov
acem
(s/osso)
Car bov
alcatra
(s/osso)
Car bov
contra-file
(c/osso)
Car bov
costela
(c/osso)
Car bov
coxao mole
Car bov
mignon
(s/osso)
Car bov
moida 1a.
Car bov
moida 2a.
Car bov
paleta
(c/osso)
Car bov
patinho
(s/osso)
Car bov peito
(c/osso)
Unidade
fev/2013
fev/2014
9,01
9,91
kg
kg
kg
9,9
21,56
kg
kg
14,97
17,12
14,3
9,16
10,09
10,1
17,07
18,24
32,05
33,33
6,8
3,9
14,83
16,39
9,16
9,56
9,98
10,60
kg
kg
kg
23,39
8,4
kg
kg
Variação %
10,5
4,3
6,2
15,52
kg
17,09
10,1
7,97
8,40
5,3
Fonte:
SEAB/DERAL
Logicamente o cenário de alta na arroba, acarreta em alta no mercado varejista. Dos 11
cortes avaliados pelo DERAL, todos apresentaram alta no mês de fevereiro, em relação
ao mesmo mês no ano de 2013. O que mostrou maior alta foi o contra-filé, que no período
analisado subiu 14,3%.
A tendência é que os preços da arroba mantenham-se em patamares elevados, podendo
ocorrer uma pequena queda nos meses de pico de safra (abril-maio), aonde os
produtores necessitam vender seus animais antes da chegada do período de entressafra
(inverno). Entretanto, fatores como a falta de oferta de animais devido a redução do
rebanho de matrizes, o aquecimento das exportações e a menor oferta que é comum no
período de entressafra, devem manter os preços em alta.
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EXPORTAÇÕES PARANAENSES
TABELA 13 - PARANÁ - Exportações de carne bovina (2006 a 2013)
Ano
Carne Bovina
2013
2012
2011
2010
2009
2008
2007
2006
Volume (T)
Valor (US$ FOB)
22.169
18.453
13.556
22.185
18.131
26.216
10.416
12.384
74.594.303
61.886.538
52.515.295
72.483.100
53.835.562
91.847.922
20.778.942
23.874.357
Fonte: Agrostat 1Brasil a partir de dados da SECEX/MDIC Elaboração: SEAB/DERAL
Nota: carne bovina (miudezas, in natura e industrializada); carne suína (“in natura”, miudezas e industrializada); carne
de frango (in natura e industrializada). Jan-dez
Como podemos avaliar na tabela anterior as exportações cresceram no ano de 2013,
apresentando-se superiores 20,1% em volume e 20,5% em receita, em relação ao ano de
2012.
TABELA 14 - PARANÁ - Exportações de carne bovina, jan. e fev. (2013 e 2014)
Ano
Carne Bovina
2013
2014
Janeiro e Fevereiro
Volume (T)
Valor (US$ FOB)
4.087
12.702.177
3.833
13.149.256
Fonte: SEAB/DERAL
O Estado do Paraná após anos de embargos e sem exportar carne bovina, está
voltando ao mercado exportador, devido aos esforços realizados pela Associação
Brasileira de
Frigoríficos (ABRAFRIGO), Sindicarnes, a ADAPAR, SEAB e a
Superintendência do Mapa no Estado visando a habilitação de novas plantas de
frigoríficos exportadores.
Devido ao sucesso nas negociações, o estado voltou a exportar carne bovina para
o Egito, um dos dez maiores importadores do produto e recentemente foi habilitado a
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exportar para a União Aduaneira, formada pelos mercados da Rússia, Bielorrússia e
Cazaquistão, o segundo maior comprador do produto brasileiro.
Segundo o Presidente Executivo da ABRAFRIGO, Péricles Salazar “A retomada
das exportações deverá beneficiar toda a cadeia produtiva da carne bovina e está dando
um novo alento à atividade no Paraná”. Segundo ele, o rebanho local é de
aproximadamente 10 milhões de cabeças e o próximo alvo das empresas do estado é o
mercado iraniano, que está prestes a se abrir.
No Estado do Paraná, foram habilitadas plantas como a do Frigorífico Astra, de
Cruzeiro do Oeste, no Noroeste do Estado, que já está enviando cerca de 2 mil quilos
mensais de carne congelada para a Rússia e o frigorífico VPR, de Colorado que foi
habilitado no mês de fevereiro.
Com a abertura das exportações os frigoríficos investem em mão-de-obra, contratando
funcionários modernizando as instalações, o que favorece o desenvolvimento social
destas regiões.
“O trabalho da área internacional da ABRAFRIGO de habilitação de novas plantas
exportadoras está sendo realizado em todo o país, num momento em que o mercado
internacional está aumentando suas compras de carne bovina brasileira e há intensa
procura por novas fontes de fornecimento do produto”, informa Péricles Salazar.
PERSPECTIVAS
A pecuária de corte no Brasil está em expansão embora nos últimos anos tenha
sofrido forte pressão das principais culturas agrícolas. O Brasil é um dos únicos países
que ainda possui potencial de crescimento da pecuária, uma vez que tradicionais
fornecedores, estão com restrição em sua capacidade de produção por limitações
climáticas e econômicas. Entretanto, devido às novas exigências ambientais, os
produtores precisam aprender a produzir de maneira sustentável, causando o menor
impacto possível ao meio-ambiente e, nesta área é que se necessita de evolução,
desenvolvendo e difundindo técnicas que elevem a produção de forma ambientalmente
correta, maximizando a produção nas áreas já exploradas.
O estado do Paraná, é de tradição agrícola e perdeu espaço na pecuária nos
últimos anos. O Estado, dificilmente se tornará o maior produtor brasileiro de carnes em
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volume. Entretanto deve explorar seu potencial na produção de animais de genética de
ponta e carne bovina de qualidade superior. Este processo, já iniciou em muitas regiões e
vêm se intensificando a cada ano, através de iniciativa de grupos e associações de
produtores, muitas vezes contando com o apoio do governo através da assistência
técnica.
Para que estas perspectivas se tornem uma realidade futura é necessário que
todos os elos da cadeia façam sua parte. Dentro da porteira é fundamental a gestão do
empreendimento (capacitação/organização para produção e comercialização do produto).
Os produtores precisam ter uma visão geral do negócio carne bovina (demanda,
exigências e comportamento do mercado), adesão quando possível a sistemas e
mercados diferenciados da carne, estarem atentos a estrutura e funcionamento da cadeia
produtiva, assim como a formação de preços (oferta, demanda, ciclos).
Ao frigorífico cabe, buscar parcerias com o produtor buscando a remuneração justa
e bonificando produtos de melhor qualidade, os quais serão repassados também a preços
diferenciados.
Ao mercado varejista, cabe repassar aos consumidores produtos de qualidade e
com preços condizentes à remuneração da arroba ao produtor. Este elo da cadeia,
também se beneficia com a venda de produtos diferenciados e ganha um nicho de
mercado formado por consumidores mais exigentes que por sua vez pagam a mais por
uma carne de qualidade superior. Fechando um sistema em que todos se beneficiam com
um produto de qualidade.
Além dos aspectos já citados, entendemos que a pecuária de corte deverá se
especializar cada vez mais nos anos seguintes, uma vez que os produtores que não
apresentarem eficiência na produção e maximização do uso da terra, não terão uma
atividade competitiva às culturas agrícolas.
Os produtores estão cada vez mais atentos as tendências do mercado, buscando
produzir o que os consumidores desejam.
Espera-se que com a manutenção das cotações da arroba em alta, os produtores
voltem a investir na atividade e que o abate de matrizes daqui para frente se reduza. Além
destes aspectos, se prevê um aumento das áreas de utilização de integração lavourapecuária e de sistemas silvipastoris.
Enfim, deverá ocorrer uma maior sintonia entre os elos que compõe a cadeia, frigorífico,
Responsável: Fábio P. Mezzadri
Contato: [email protected] ; (41) 3313-4102
produtores e varejo buscando oferecer o mercado consumidor carnes de qualidade
superior e com valor agregado.
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Pecuária de Corte - Secretaria da Agricultura e Abastecimento