Boletim
Epidemiológico
Núcleo Hospitalar de
Epidemiologia HNSC
ANO VI
Dezembro 2013
NÚMERO 17
Violência doméstica, sexual e/ou outras violências em Unidades do Grupo
Hospitalar Conceição, 2012-2013
EDITORIAL
A
Violência é um tema que nos remete às
Este é o primeiro boletim epidemiológico sobre os
instâncias policiais e jurídicas, com
casos notificados de violência doméstica, sexual e
frequente divulgação na mídia. Ao longo
outros tipos entre os atendimentos no Hospital
do tempo, a área da saúde tem agregado funções
Nossa Senhora da Conceição, Hospital da Criança
para auxiliar no controle do agravo, além do
Conceição e Unidade de Pronto Atendimento da
tratamento de traumatismos físicos e transtornos
Zona Norte. Portanto, não temos a pretensão de
emocionais. Ao pesquisarmos as formas de inserir
explorar o tema de forma mais abrangente. Assim,
a saúde no contexto das violências encontramos a
o objetivo principal nesta oportunidade é descrever
importante colaboração de Minayo que explora em
a proporção de casos notificados por faixas
seu artigo “Violência e Saúde como um campo
etárias, o tipo de violência e os prováveis
interdisciplinar e de ação coletiva” alguns aspectos
agressores envolvidos.
que relacionam saúde e violência (1). A autora
Apresentaremos também neste artigo a
enfatiza “a necessidade de agregar saberes de
proporção de profissionais do Grupo Hospitalar
várias disciplinas e campos profissionais, pois a
Conceição
complexidade do fenômeno exige abordagem ao
treinamentos que inicialmente foram ministrados
mesmo tempo social, psicológica e epidemiológica
pela Equipe de Vigilância de Eventos Vitais,
considerando aspectos biológicos”. A autora cita o
Doenças e Agravos Não Transmissíveis (DANT),
documento elaborado pela Organização Pan-
Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre
Americana
1993)
(SMS/POA) e Secretaria Estadual da Saúde, RS
declarando que "a violência, pelo número de
(SES/RS) e posteriormente pelo NHE/HNSC-HCC.
de
Saúde
(OPAS,
1995,
(GHC)
que
vítimas e a magnitude de sequelas emocionais
que produz, adquiriu um caráter endêmico e se
Autores:
converteu num problema de saúde pública em
vários países”.
A Portaria Nº 104, de 25 de Janeiro de
Ivana R. S. Varella
Andreia Pereira Pedroso
2011 universalizou a notificação do agravo para
Paulina Rosa de Marco Crestani
todos os serviços de saúde, incluindo-a na relação
Raquel Carara
de doenças e agravos de registro no Sinan (2).
Camila de Rossi Cousseau
participaram
dos
Introdução
Atualmente,
a
morbimortalidade
por
internações por doenças do aparelho circulatório
causas externas (violências e acidentes) constitui
manteve-se
um dos maiores problemas da saúde pública
proporção de hospitalizações por doenças do
mundial e um grande desafio para reduzir tanto a
aparelho respiratório (15,5% X 12,6%). Em 2010,
sua ocorrência quanto as suas consequências.
as lesões autoprovocadas responderam por 0,9%
sido
constante
e
houve
redução
da
No Brasil, os acidentes e violências têm
das internações, determinando uma taxa de 0,4
uma
por
preocupação
dos
gestores
e
profissionais de saúde, em decorrência de sua
10 mil habitantes,
com predomínio de
hospitalizações de homens (58,8%) (3).
magnitude e da complexidade envolvida em sua
causalidade e para o seu enfrentamento (3). Além
disso, a violência é fonte de uma grande parcela
das
morbidades
(sexta
maior
causa
de
internações hospitalares com alta prevalência da
violência doméstica) e mortalidades (terceiro lugar
em mortalidade).
A mortalidade por causas
externas no Brasil, em 2010, atingiu 12,5% em
relação ao total de 1.136.947 óbitos registrados,
se
situando
abaixo
apenas
das
doenças
cardiovasculares e neoplasias (3,4). É a primeira
causa de morte entre adolescentes e adultos
jovens, de 20 a 39 anos (3). O padrão no país
difere de outros lugares do mundo nos seguintes
aspectos: a maior parte dos óbitos é causada por
homicídio ou está relacionada ao trânsito (Figura
1), diferentemente da maioria dos países membros
da OMS, nos quais 51% dos óbitos devidos a
A violência doméstica talvez não leve a
causas externas são suicídios e 11% ficam por
tantos óbitos como os acidentes, mas sua parcela
conta de guerras e conflitos civis (4).
de morbidade relacionada à violência é grande.
A morbidade por violência é difícil de ser
Isso resulta em altos custos individuais e coletivos
mensurada. Estima-se que para cada morte
(4). No Brasil, homens jovens, negros e pobres
atribuível a acidente, duzentos a quatrocentos
são
casos de lesões não-mortais geram sequelas e
agressores em relação à violência comunitária, ao
incapacidades prematuras (1). A partir de dados
passo que mulheres e crianças negras e pobres
obtidos do Sistema de Informações Hospitalares
são as principais vítimas da violência doméstica.
do SUS (SIH/SUS) foi identificado que a proporção
Além dos determinantes socioculturais, parte da
de internações por causas externas no Brasil
violência no Brasil tem sido associada ao uso
aumentou progressivamente (de 6,1% em 2002
indevido de álcool e drogas ilícitas e à ampla
para 8,6% em 2011) enquanto que a proporção de
disponibilidade de armas de fogo (4).
BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO Nº 17
Vigilância Epidemiológica de Violência Doméstica, Sexual e outras Violências
Dezembro/2013
as
principais
vítimas
e
os
principais
2
Para
identificar
os
Mato Grosso do Sul, Roraima e Rio Grande do
determinantes da violência no Brasil o Ministério
Sul. Houve predomínio de notificações de vítimas
da Saúde (MS) implantou o Sistema de Vigilância
do sexo feminino (69,8%) e de casos entre adultos
de Violências e Acidentes (VIVA), o qual é
jovens (20 a 39 anos de idade). A faixa etária mais
constituído por dois componentes: Vigilância de
acometida entre os homens foi a de 0 a 9 anos
violência interpessoal e autoprovocada do Sistema
enquanto que entre as mulheres foi a de 20 a 29
de
anos. Em relação à tipologia das violências, entre
Informação
(VIVA/SINAN)
de
e
e
monitorar
Agravos
as crianças de 0 a 9 anos predominou a
acidentes em unidades de urgência e emergência
negligência, sendo os pais os agressores mais
(VIVA Inquérito). O objeto de notificação do
frequentemente
VIVA/SINAN é a violência doméstica, sexual e
adolescentes, os adultos e os idosos a violência
outros
física foi mais frequente. Na maior parte dos
de
violência
de
Notificação
e
tipos
Vigilância
de
violências
(psicológica/moral;
envolvidos.
de
um
os
financeira/econômica; tortura; tráfico de pessoas;
atendimentos
trabalho
negligência/abandono;
conhecido o provável autor da agressão entre
intervenção por agente legal) contra mulheres e
adolescentes, de pessoa da relação afetiva entre
homens de todas as idades. Nos casos de
os adultos e do filho entre os idosos (6).
infantil;
tratava-se
Entre
amigo
ou
violências extrafamiliares/comunitárias, excetuam-
Em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul
se homens adultos (20 a 59 anos de idade). O
houve aumento de casos notificados de violência
VIVA Inquérito tem o objetivo de analisar a
doméstica, sexual e/ou outras violências ao
tendência das violências e acidentes e descrever o
compararmos o ano 2010 com o ano 2012,
perfil das vítimas de violências (interpessoais ou
segundo
autoprovocadas)
(trânsito,
autoprovocadas representaram 7,4% do total de
quedas, queimaduras, dentre outros) atendidas
casos de violências notificados no município e
em
15,5% dos casos notificados no Estado. Em 2013
unidades
e
de
dos
acidentes
urgência
e
emergência
selecionadas (5).
foi
No Brasil, em 2011, foram registradas
107.530 notificações de violência
registros
demonstrada
no
a
Datasus.
tendência
As
lesões
crescente
da
proporção deste tipo de violência em relação aos
doméstica,
demais, o que pode estar refletindo a qualidade
sexual e outros tipos de violência no Sinan. Os
dos sistemas de vigilância ou o aumento real do
Estados com maior razão de notificação foram
número de casos do agravo (tabela 1) (7).
Tabela 1 – Número de casos registrados de violência doméstica, sexual e/ou outras violências segundo
município e ano de notificação.
Porto Alegre
Ano de
Todos os
Autoprovocada
RS
Todos
Autoprovocada
notificação
tipos
os tipos
2010
1.441
69 (4,8%)
6.627
672
2011
1.363
32 (2,3%)
11.230
1.921
2012
1.686
133 (7,9%)
14.595
2.512
2013*
1.553
211 (13,6%)
12.559
1.887
2010-2013*
6.045
445 (7,4%)
45.009
6.992 (15,5%)
Dados atualizados até 02/12/2013. Fonte: Datasus. Acesso em 05 de Dez 2013.
A Violência contra a mulher é outro
cada mês; 15,5 a cada dia; ou ainda um óbito a
aspecto com resultados alarmantes no Brasil.
cada hora e meia. Estes resultados demonstram
Segundo
Pesquisa
que a implantação da Lei Maria da Penha não teve
Econômica e Aplicada (Ipea), 50 mil mulheres
impacto no total de óbitos de mulheres por
foram mortas vítimas de agressões, entre 2001 e
violência no Brasil uma vez que entre 2001 e
2011 e 29% destes óbitos ocorreram na casa da
2006, período anterior à referida Lei, foram
vítima. As principais vítimas do feminicídio são
mortas, em média, 5,28 mulheres a cada 100 mil e
jovens entre 20 e 29 anos (31%) e negras (61%).
no período posterior, até 2011, foram vítimas, em
O número representa a média de 5.664 mortes de
média 5,22 mulheres a cada 100 mil (8).
dados
do
Instituto
de
mulheres por causas violentas a cada ano, 472 a
Metodologia
Foi realizado um estudo descritivo das
características
das
notificações
de
fichas seguiram as recomendações do Ministério
violência
da Saúde (9). As faixas etárias foram classificadas
doméstica, sexual e outros tipos, realizadas entre
conforme recomendado pela Organização Mundial
01 de janeiro de 2012 e 30 de setembro de 2013,
da Saúde (OMS) que define como crianças a faixa
no Hospital da Criança Conceição, Hospital Nossa
etária
Senhora da Conceição e Unidade de Pronto
adolescentes entre 10 e 19 anos, adultos entre 20
Atendimento da Zona Norte. A UPA ZN iniciou o
e 59 anos e idosos como 60 anos ou mais.
envio das notificações ao NHE/HNSC-HCC a partir
Consideramos mulheres em idade reprodutiva
de 02 de outubro de 2012. O preenchimento das
aquelas com idade entre 10 e 49 anos (3).
compreendida
entre
0
e
9
anos,
Resultados
Houve 574 notificações de casos de violência
aumentou para 21,6% em relação a Porto Alegre e
doméstica,
para 2,8% em relação ao Rio Grande do Sul.
sexual
e/ou
outras
violências,
atendidos no Hospital da Criança Conceição
As notificações foram confirmadas em
(HCC) (314 casos), Hospital Nossa Senhora da
91,1% dos casos e as demais foram prováveis. A
Conceição (HNSC) (176 casos) e Unidade de
proporção dos casos confirmados foi semelhante
Pronto Atendimento da Zona Norte (UPA ZN) (84
entre as unidades, sendo 90,8% no HCC, 90,3%
casos) no período (figura 2). Observamos evidente
no HNSC e 94% na UPA ZN. Entre o total de
aumento do número de notificações anuais no
casos notificados nestas unidades do GHC 41,4%
HNSC e UPA ZN, mesmo com o ano de 2013
estavam
incompleto. Em 2012, o HNSC, HCC e a UPA ZN
internação e os demais foram atendidos nas
foram responsáveis por 15,2% e 1,8% dos casos
emergências (57,1%), na UPA ZN (14,6%) ou
notificados em Porto Alegre e no Rio Grande do
ambulatórios
Sul, respectivamente. Em 2013 esta proporção
hospitalizados em unidades de internação 15,1%
estavam
BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO Nº 17
Vigilância Epidemiológica de Violência Doméstica, Sexual e outras Violências
Dezembro/2013
hospitalizados
em
(1,6%).
unidades
em
Entre
de
unidades
os
238
terapia
de
casos
intensiva.
4
Figura 2. Distribuição das notificações por violência doméstica, sexual e/ou outras violências por unidade de
atendimento do GHC e ano de notificação, jan-2012 a set-2013.
A notificação realizada pelos profissionais que
acentuado entre os 176 casos atendidos no HNSC
assistem o paciente é importante uma vez que
(figura 3). Na UPA ZN a equipe do NHE/HNSC-
eles têm oportunidade de obter informações para
HCC ainda não sistematizou uma forma de busca
o preenchimento completo da ficha de notificação,
ativa dos casos atendidos, portanto a maioria dos
principalmente em casos ambulatoriais. Houve
casos foi notificada espontaneamente pela equipe
aumento na proporção de notificações realizadas
da Unidade, sendo 95,5% em 2012 e 96,8% em
pelos
2013.
profissionais
assistentes
quando
comparamos o ano de 2013 com 2012 sendo mais
Figura 3. Proporção de notificações por violência doméstica, sexual e/ou outras violências realizadas pelos
profissionais assistentes, por Unidade de atendimento do GHC e ano de notificação, jan-2012 a set-2013.
Características dos eventos por violência doméstica, sexual e/ou outras violências
Descrição dos municípios de residência, município de ocorrência do agravo e tipo de local de ocorrência
Em relação ao município de residência,
metropolitano e 84,8% no interior do RS. Na
70,4% das notificações registradas eram de
maioria dos casos o local de ocorrência da
moradores de Porto Alegre, 21,3% do anel
violência foi uma residência (74,8%), comércio ou
metropolitano e 8,4% do interior do Rio Grande do
serviços (14,8%) ou via pública (7,5%). Os demais
Sul. A violência ocorreu em Porto Alegre em
ocorreram em escola ou local de prática esportiva
74,9% dos casos atendidos nestas unidades do
(1,5%), habitação coletiva (0,7%), bar ou similar
GHC. A proporção de casos em que a violência
(0,5%) ou indústria e construção (0,2%) ou foram
ocorreu no mesmo município de residência foi
ignorados (4,5%).
97,8%
em
Porto
Alegre,
92,9%
no
anel
Distribuição do agravo conforme faixa etária, sexo, raça, escolaridade, situação conjugal e gestação
Entre o total de 574 casos notificados, a
maioria das situações de violências ocorreu entre
possível obter a informação sobre a presença ou
não de gestação em 20,2% das mulheres.
crianças (0 a 9 anos) (51,2%) e adolescentes (10 e
Houve predomínio de casos notificados
19 anos) (22,5%) acumulando 73,7% dos casos.
de violências entre pacientes da raça branca
Os adultos entre 20 a 59 anos foram acometidos
(79,1%). Entre os 260 casos com idade para o
em 23,7% das situações notificadas (figura 4).
início das atividades escolares identificamos 203
Houve maior frequência das notificações por
casos que cursaram até o ensino fundamental
violências
com
completo (78,1%), 6 analfabetos (2,3%) e os
distribuições diferentes quando avaliamos sexo e
demais 57 casos cursaram o ensino médio ou
faixa etária. Para o total de 191 homens
superior completos ou incompletos (21,9%). Em 46
notificados a faixa etária com maior proporção de
casos não havia a informação (8,0%).
entre
as
mulheres
(66,7%)
casos foi entre 1 a 5 anos (46,6%). Entre as
mulheres, a maior
proporção de casos
Excluindo 306 casos em que não se
foi
aplica a análise da situação conjugal e 5 casos
observada entre adolescentes (30,0%) (figura 5).
ignorados, observamos que a maioria estava
Entre as 383 mulheres notificadas 203 estavam
solteira (63,1%), seguida de casados ou união
em idade reprodutiva (53,0%) e entre elas 38 eram
consensual (26,6%), de viúvos (4,9%) e de
gestantes (23,5%). A maioria das gestantes estava
separados (5,3%).
no 3º trimestre da gestação (64,9%). Não foi
BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO Nº 17
Vigilância Epidemiológica de Violência Doméstica, Sexual e outras Violências
Dezembro/2013
6
Figura 4. Número e distribuição proporcional das notificações de violência doméstica, sexual e/ou outras
violências, segundo a faixa etária. HNSC, HCC e UPA ZN, jan-2012 a set-2013.
Figura 5. Distribuição proporcional das notificações de violência doméstica, sexual e/ou outras violências,
segundo a faixa etária e sexo. HNSC, HCC e UPA ZN, jan-2012 a set-2013.
Frequência de prováveis agressores, sexo dos agressores e de uso de álcool
Os agressores mais frequentes foram a mãe
agressão por professora (1), colegas (1), vizinha
(46,5%), o pai (20,2%), a própria pessoa (19,3%),
(1), cunhado (1), filho do padrasto (1) e por
pessoas da relação afetiva (8,8%), desconhecidos
guardião legal (1). O sexo do agressor foi feminino
(6,2%) e amigos ou conhecidos (5,0%). Outros
em 272 casos (47,5%). Para cada notificação
prováveis agressores incluem os avós ou tios
pode existir mais de um agressor, por exemplo, o
(5,9%), irmão (1,8%), instituição (1,4%), padrasto
pai e a mãe.
(1,4%), cuidador (0,9%), filho (0,7%), primos
(0,7%) e netos (0,4%). Houve outros casos de
O uso de álcool pelo agressor foi
identificado em 68 notificações (11,8%).
Frequência de deficiências ou transtornos entre os pacientes em situação de violência doméstica, sexual
e/ou outros tipos de violências
Houve a presença de deficiências ou
transtornos mentais ocorreram em 17,2% dos
transtornos em 123 pacientes em situação de
casos. A frequência de deficiências ou transtornos
violência entre 446 com a informação (27,6%) e o
foi maior entre crianças e adolescentes (49,6%),
transtorno mental foi o mais comum (tabela 2).
mas ao avaliarmos as faixas etárias isoladamente
Entre o total das notificações de violência, os
houve predomínio entre os adultos (figura 6).
Tabela 2 – Frequência de deficiências ou transtornos entre os casos notificados por violência
doméstica, sexual e/ou outras violências. HNSC, HCC e UPA ZN, jan-2012 a set-2013.
Nº/n
%
123/446
27,6
Deficiência física
13/123
10,6
Deficiência mental
39/119
32,8
Deficiência visual
1/117
5,1
Deficiência auditiva
3/116
2,6
Transtorno mental
77/119
64,7
Transtorno do comportamento
25/108
23,1
Outras deficiências ou transtornos
10/109
9,2
Epilepsia ou convulsão
5/10
50,0
Dependência química
2/10
20,0
Dislexia
1/10
10,0
Síndrome de Angelman
1/10
10,0
Síndrome de Down
1/10
10,0
Deficiências ou transtornos
Obs: os casos notificados podem ter mais de um déficit ou transtorno.
Figura 6. Distribuição proporcional das notificações de violência doméstica, sexual e/ou outras violências
com presença de deficiências ou transtornos, segundo faixa etária (n=123). HNSC, HCC e UPA ZN, jan2012 a set-2013.
BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO Nº 17
Vigilância Epidemiológica de Violência Doméstica, Sexual e outras Violências
Dezembro/2013
8
Tipologia das violências notificadas no HNSC, HCC e UPA Zona Norte
O tipo de violência mais frequente entre
Para a descrição mais detalhada dos
todas as notificações realizadas durante o período
tipos de violências e para permitir comparações
avaliado foi a negligência ou o abandono (50,7%),
utilizamos
seguido
(19,2%),
epidemiológico da Secretaria de Vigilância em
sexual e física (figura 7). Entre os 110 casos de
Saúde do Ministério da Saúde que classificou as
lesões autoprovocadas houve 107 casos de
características das situações de violências em
tentativa de suicídio e 3 casos de automutilação.
categorias de faixas etárias (ciclos de vida).
de
Nº
lesões
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
autoprovocadas
o
modelo
encontrado
no
boletim
60,0
50,0
40,0
30,0 %
20,0
10,0
Negligência ou
abandono
Lesão
autoprovocada
Sexual
Física
Psicológica
Financeira
Trabalho
infantil
2012
159
36
34
41
24
1
1
2013
131
74
69
60
45
7
3
Distribuição (%)
50,7
19,2
18,0
17,8
12,2
1,4
0,7
0,0
Figura 7. Distribuição proporcional das notificações de violência doméstica, sexual e/ou outras violências,
segundo o tipo de violência. HNSC, HCC e UPA ZN, jan-2012 a set-2013.
Nota: A mesma pessoa pode ser acometida por mais de um tipo de violência.
Caracterização dos eventos por violência doméstica, sexual e outras violências, conforme os
ciclos de vida
Criança (0 a 9 anos de idade)
Entre
por
suicídio) de uma criança de 8 anos de idade. O
que
manual do MS orienta que a lesão autoprovocada
negligência ou abandono foi o tipo mais comum
seja notificada a partir dos 10 anos de idade
(figura 8) e entre estes casos predominou a
considerando que a ideação suicida possivelmente
ingestão de medicamentos, evasão e ingestão de
inicie em torno desta idade e que a criança ainda
produtos químicos (tabela 2). A unidade de
não desenvolveu a noção de morte como ligada à
atendimento com maior número de casos de
finitude antes desta fase (9,10). Entretanto, o caso
violências nesta faixa etária foi o HCC (94,6%),
foi notificado porque a menina verbalizou que
seguida da UPA ZN (3,1%) e HNSC (2,4%). Houve
queria se matar.
situação
de
294
crianças
violência
notificadas
identificamos
1 caso de lesão autoprovocada (tentativa de
BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO Nº 17
Vigilância Epidemiológica de Violência Doméstica, Sexual e outras Violências
Dezembro/2013
9
Figura 8. Distribuição proporcional das notificações de violência doméstica, sexual e/ou outras violências,
segundo o tipo de violência contra crianças (0 a 9 anos). HNSC, HCC e UPA ZN, jan-2012 a set-2013.
Nota: a mesma pessoa pode ter sido vítima de mais de um tipo de violência.
Tabela 2 – Frequência de formas de negligência ou abandono entre os casos notificados
por violência doméstica, sexual e/ou outras violências contra crianças (0 a 9 anos).
HNSC, HCC e UPA ZN, jan-2012 a set-2013 (n=250).
Categorias de negligência
nº
%
Ingestão de medicamentos
95
38,0
Evasão
51
20,4
Ingestão produto químico
40
15,6
Busca tardia de atendimento médico
13
5,2
Omissão cuidados básicos
8
3,2
Queda evitável
6
2,4
Ingestão de objeto
6
2,4
Ingestão de veneno
6
2,4
Aplicação de medicamento errado
5
2,0
Descontinuidade de tratamento
5
2,0
Abandono de incapaz
4
1,6
Péssimas condições de higiene
3
1,2
Negligência vacinal
2
0,8
Afogamento
2
0,8
Ingestão de bebida alcoólica
2
0,8
Ingestão de drogas ilícitas
1
0,4
Omissão com consequência, abuso sexual
1
0,4
Ingestão de substância desconhecida
1
0,4
Criança sem documentação
1
0,4
BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO Nº 17
Vigilância Epidemiológica de Violência Doméstica, Sexual e outras Violências
Dezembro/2013
10
Ao avaliarmos quais os medicamentos
pode ter sido vítima de ambos os agressores
que são ingeridos inadvertidamente pelas crianças
(figura 9).
identificamos que os psicotrópicos foram os mais
autores da agressão identificamos tios ou avós (27
frequentes, seguidos dos anti-histamínicos e dos
casos), primos (3 casos), professora (1 caso), filho
descongestionantes nasais (tabela 3).
do padrasto (1 caso) e houve 1 caso ignorado.
Na maioria dos casos de crianças em
Houve relato de uso de álcool pelo agressor em
situação de violência, o provável agressor foi a
8,5%
mãe (85,3%) ou o pai (37,9%) e a mesma criança
informação).
Tabela
3
–
Frequência
de
Na categoria de outros prováveis
medicamentos
das
ingeridos
situações
conforme
(10/118
as
casos
com
categorias
farmacológicas entre os casos notificados de intoxicações de crianças (0 a 9 anos).
HNSC, HCC e UPA ZN, jan-2012 a set-2013 (n=95).
Categorias de fármacos
nº
%
Psicotrópicos
33
34,7
Anti-histamínicos
11
11,6
Descongestionantes nasais
9
9,5
Anti-inflamatórios
8
8,4
Broncodilatadores
8
8,4
Antibióticos ou anti-fúngicos
6
6,3
Analgésicos
4
4,2
Neurológicos
4
4,2
Anti-hipertensivos
3
3,2
Ferro
2
2,1
Colírio
2
2,1
Medicamento não especificado
2
2,1
Diurético
1
1,1
Vitamina
1
1,1
Carrapaticida
1
1,1
Figura 9. Distribuição proporcional das notificações de violência doméstica, sexual e/ou outras violências
contra crianças (0 a 9 anos), segundo provável autor de agressão. HNSC, HCC e UPA ZN, jan-2012 a
set-2013.
a
Adolescente (10 a 19 anos de idade)
A unidade de atendimento com maior
anos foi a sexual, física e autoprovocada (figura
número de casos notificados nesta faixa etária foi
10). Na maioria dos casos os familiares (pai,
o HNSC (57,4%), seguida do HCC (25,6%) e da
mãe, irmão ou padrasto) foram os prováveis
UPA ZN (17,1%). Os casos de violência entre
autores da agressão (27,9%), seguidos da
adolescentes
própria
foram
mais
frequentemente
atendidos no Serviço de Psiquiatria do HNSC.
O tipo de violência mais frequente
pessoa
em
casos
de
lesão
autoprovocada e de pessoas da relação afetiva
(cônjuge, namorado ou ex-namorado) (figura 11).
entre os 129 casos notificados entre 10 e 19
Figura 10. Distribuição proporcional das notificações de violência doméstica, sexual e/ou outras violências
segundo o tipo de violência contra adolescentes (10 a 19 anos). HNSC, HCC e UPA ZN, jan-2012 a set2013.
Nota: A mesma pessoa pode ser acometida por mais de um tipo de violência.
Figura 11. Distribuição proporcional das notificações de violência doméstica, sexual e/ou outras violências
contra adolescentes (10 a 19 anos), segundo provável autor de agressão. HNSC, HCC e UPA ZN, jan-2012
a set-2013.
Outros: tios ou avós (7 casos), colegas (1 caso), cunhado (1 caso), guardião legal (1 caso), vizinha (1 caso).
BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO Nº 17
Vigilância Epidemiológica de Violência Doméstica, Sexual e outras Violências
Dezembro/2013
12
Adultos (20 a 59 anos de idade)
As unidades hospitalares com maior
frequente de violência foi a física seguida de
proporção de casos notificados nesta faixa etária
violência psicológica e sexual (figura 12).
O
foram o HNSC (61,0%) e a UPA ZN (36,8%).
provável agressor, com exceção dos casos de
Houve predomínio de lesões autoprovocadas – 78
lesões autoprovocadas foi uma pessoa com
casos de tentativas de suicídio e 1 caso de
relação afetiva (cônjuge, ex-cônjuge ou namorado)
automutilação, e consequentemente, o agressor
(figura 13). O uso de álcool pelo agressor foi
foi a própria pessoa. O segundo tipo mais
relatado em 33,7% dos casos.
Figura 12. Distribuição proporcional das notificações de violência doméstica, sexual e/ou outras violências
segundo o tipo de violência contra adultos (20 a 59 anos). HNSC, HCC e UPA ZN, jan-2012 a set-2013.
Nota: A mesma pessoa pode ser acometida por mais de um tipo de violência.
Figura 13. Distribuição proporcional das notificações de violência doméstica, sexual e/ou outras violências
contra adultos (20 a 59 anos), segundo provável autor de agressão. HNSC, HCC e UPA ZN, jan-2012 a set2013.
Outros: avô (1), concunhado (1), padrasto (1), irmão (1), ignorado (1).
BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO Nº 17
Vigilância Epidemiológica de Violência Doméstica, Sexual e outras Violências
Dezembro/2013
13
Idosos (60 anos de idade e mais)
A maioria dos casos de violência
casos com omissão de cuidados 3 casos de
contra o idoso foi atendida no HNSC (80%) e os
abandono de incapaz. O próprio filho foi o
demais na UPA ZN. A distribuição dos tipos de
agressor mais comum e outros familiares (netos
violência identificados foi mais uniforme em
e primos). O sexo feminino predominou entre os
relação às demais faixas etárias, com leve
prováveis agressores (42,9%) enquanto que
predomínio de negligência ou abandono, de
ambos os sexos foram responsáveis por 21,4%
violência psicológica e financeira (figura 14).
dos casos (figura 15).
Entre os casos de negligência identificamos 4
Figura 14. Distribuição proporcional das notificações de violência doméstica, sexual e/ou outras violências
segundo o tipo de violência contra idosos (60 anos ou mais). HNSC, HCC e UPA ZN, jan-2012 a set-2013.
Nota: A mesma pessoa pode ser acometida por mais de um tipo de violência.
Figura 15. Distribuição proporcional das notificações de violência doméstica, sexual e/ou outras violências
contra idosos (60 anos ou mais), segundo provável autor de agressão. HNSC, HCC e UPA ZN, jan-2012 a
set-2013.
Em
2012
o
NHE/HNSC-HCC
se
envolvimento das equipes de profissionais de
integrou na vigilância epidemiológica de violência
diferentes serviços e setores do HNSC, HCC e
doméstica, sexual e outras violências com o
UPA Zona Norte.
BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO Nº 17
Vigilância Epidemiológica de Violência Doméstica, Sexual e outras Violências
Dezembro/2013
Para que pudéssemos
14
conhecer um pouco melhor a realidade dos casos
Capacitações em Vigilância Epidemiológica de
de
unidades,
Violências.
vigilância
ocorrendo 3 delas em 2012 e 10 em 2013 com a
epidemiológica preconizado pelo Ministério da
participação de 754 profissionais de saúde. A
Saúde e, ainda, realizarmos as adequações locais
distribuição destes
foram necessários vários encontros com as
unidade do GHC está detalhada na figura 16.
violência
apresentarmos
equipes
atendidos
o
nestas
modelo
assistenciais
de
denominados
Foram realizadas 13 capacitações,
participantes
conforme
a
de
Figura 16. Número e distribuição dos participantes das capacitações em vigilância epidemiológica de
violências conforme Unidades do Grupo Hospitalar Conceição.
Discussão e conclusão
Houve aumento na proporção anual de casos de
NHE/HNSC-HCC detectaram e notificaram 49%
violência doméstica, sexual e/outras notificados
dos casos ocorridos no HCC e 27% dos casos no
nas unidades do GHC, em relação aos casos
HNSC, no período.
notificados no município de POA e no Rio Grande
É
importante
ressaltar
que
as
do Sul, identificando as unidades hospitalares do
Emergências e a Unidade de Pronto Atendimento
GHC como importantes fontes notificadoras do
destes hospitais foram os serviços com o maior
agravo. Esta tendência ao aumento na proporção
número de atendimentos.
anual de casos notificados deve estar relacionada
A maioria destes casos de violências foi
às capacitações em vigilância epidemiológica do
atendida no HCC, o que provavelmente está
agravo, desenvolvidas ao longo do período.
refletindo a maior frequência de casos notificados
Entretanto, ainda entendemos que é necessário
na faixa etária de 0 a 9 anos. Este achado pode
manter uma educação continuada relacionada ao
ser uma conseqüência da rotina previamente
tema, considerando que os profissionais do
estabelecida
BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO Nº 17
Vigilância Epidemiológica de Violência Doméstica, Sexual e outras Violências
Dezembro/2013
de
envio
de
relatórios
destas
15
situações
ao
Conselho
Tutelar
conforme
entre os idosos foram os filhos. Embora exista
preconizado no Estatuto da Criança e do
uma
Adolescente desde 1990 (10). Ainda é necessário
negligência não sejam intencionais e que possam
qualificar a detecção de casos entre os adultos e,
ser eventos únicos é necessário estudar e
principalmente, entre os idosos onde é provável a
dimensionar melhor estes aspectos. Entre 1620
subnotificação, mesmo com o Estatuto do Idoso
notificações
disponibilizado
possível
vitimizados, efetuadas aos Conselhos Tutelares
explicação seria a dificuldade do idoso em
de Londrina, Paraná, houve reincidência dos
denunciar
episódios de violência em 10,6% dos casos (11).
o
em
2003.
próprio
Uma
filho,
agressor
mais
frequentemente encontrado nestas situações.
percepção
de
de
que
crianças
muitos
e
casos
de
adolescentes
Estas crianças são atendidas em diferentes
No Brasil a maior proporção de casos foi
serviços, o que dificulta a identificação das
entre os adultos jovens (20 a 39 anos), enquanto
situações de violência que se repetem em um
que nestas unidades do GHC houve um evidente
mesmo paciente. Mediante a notificação dos
predomínio de crianças e de adolescentes em
casos é possível identificar estas situações
situação de violência. Entretanto, esta análise não
repetidas com a análise da base de dados do
incluiu
onde
Sinan municipal e estadual. Este achado denota
esperamos encontrar maior número de casos de
a importância das notificações mesmo quando
violência física entre adultos jovens, o que
não há uma clara confirmação, uma vez que a
justificaria este viés. Entre o total de casos de
agressão pode ser reincidente e de caráter
violência doméstica em nossa população, as
progressivo em gravidade. Além disso, estas
mulheres foram o alvo mais comum. Os homens
situações podem ser evitadas com o auxílio dos
foram mais acometidos na infância, enquanto que
profissionais assistentes que podem alertar para
as
que os pais evitem o acesso das crianças aos
o
Hospital
mulheres
agredidas
a
Cristo
foram
partir
Redentor
mais
da
frequentemente
adolescência.
Uma
distribuição semelhante foi encontrada entre as
medicamentos, por exemplo, evento mais comum
entre os casos de negligência detectados.
vítimas de violência notificadas no Brasil, em
2011
(6).
A
mais
doméstica está em fase inicial de implantação no
frequentemente encontrado seguido da lesão
país e nas unidades do GHC. Possivelmente o
autoprovocada e de violência sexual entre o total
perfil atualmente identificado ainda não seja
de notificações realizadas. Novamente as faixas
representativo da realidade, uma vez que as
etárias
de
formas de detecção do agravo são variáveis nos
negligência foram os extremos dos ciclos de vida
diferentes serviços e nem todos os profissionais
-
de
mais
crianças
negligência
acometidas
e
idosos,
foi
o
pela
tipo
O sistema de vigilância da violência
situação
demonstrando
a
saúde
tem
conhecimento
obrigatoriedade
encontrado no GHC, os idosos no Brasil foram
Porém, considerando estes resultados iniciais, é
mais acometidos por agressão física. Um aspecto
importante
contrastante
agressores
perceber situações onde é possível minimizar os
nestas situações de negligência, pois entre as
danos e contribuir para uma investigação mais
crianças os prováveis agressores foram os pais e
detalhada dos casos em que ocorre a suspeita de
foram
os
prováveis
BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO Nº 17
Vigilância Epidemiológica de Violência Doméstica, Sexual e outras Violências
Dezembro/2013
notificação
eles
estejam
desde
a
vulnerabilidade dos mesmos. Diferente do que foi
que
da
sobre
atentos
2011.
para
16
violência doméstica.
Ressaltamos que após a
atendimentos
realizados
nestas
instituições.
notificação medidas de controle são instituídas
Medidas de acolhimento e de atenção integral às
com o auxílio da rede de saúde nos seus
vítimas de violência devem avançar em todos os
municípios de residência. O papel das unidades
aspectos, mas a vigilância epidemiológica pode
hospitalares do GHC é utilizar a epidemiologia
ser o passo inicial para atingirmos esta meta, com
como uma ferramenta para identificar tanto a
a
magnitude como o perfil das situações de
assistência, além dos outros setores como a
violências
destas
educação, os serviços sociais, a justiça, a
análises podem ser utilizados como um alerta
segurança pública, o ministério público, o poder
para identificação dos possíveis casos entre os
legislativo e os movimentos sociais (1).
detectadas.
Os
resultados
integração
entre
a
saúde
pública
e
a
Agradecimentos
Nesta oportunidade agradecemos a disponibilidade, a parceria, o incentivo, a motivação, as lições
aprendidas de Simone Lerner e Karla Livi (Equipe de Vigilância de Eventos Vitais, DANT, SMS/POA) e de
Andréia Novo Wolkner e Fernando Faraco (DANT, SES/RS). Agradecemos por nos incluírem neste
processo. Acreditamos que ao nos integrarmos nesta desafiante tarefa da vigilância epidemiológica das
violências possamos contribuir com informações que direcionem ações em saúde para a redução de
danos ou mesmo para a prevenção deste agravo no contexto hospitalar.
Agradecemos também as equipes assistenciais que mediante o comprometimento de notificar os
casos de violências proporcionaram as informações para que todos possam conhecer o perfil dos
pacientes em situação de violência atendidos nestas Unidades do GHC.
Referências bibliográficas
1. Minayo MCS. Violência e saúde como um campo interdisciplinar e de ação coletiva. Hist Cienc Saúde
1997 Nov; 4(3):513-31.
2. Ministério da Saúde (Brasil). Portaria nº 104, de 25 de janeiro de 2011. Define as terminologias adotadas
em legislação nacional, conforme o disposto no Regulamento Sanitário Internacional 2005 (RSI 2005), a
relação de doenças, agravos e eventos em saúde pública de notificação compulsória em todo o território
nacional e estabelece fluxo, critérios, responsabilidades e atribuições aos profissionais e serviços de
saúde. Diário Oficial da União 26 jan 2011; seção 1.
3. Ministério da Saúde (Brasil), Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Análise de Situação
de Saúde. Saúde Brasil 2011: uma análise da situação de saúde e a vigilância da saúde da mulher.
Brasília: Ministério da Saúde; 2011.
BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO Nº 17
Vigilância Epidemiológica de Violência Doméstica, Sexual e outras Violências
Dezembro/2013
17
4. Reichenheim ME, Souza ER, Moraes CL, Jorge MHP, Silva CMFP, Minayo MCS. Saúde no Brasil 5.
Violência e lesões no Brasil: efeitos, avanços alcançados e desafios futuros.The Lancet 2011 Jun [acesso
em 2013 Nov 4]; 377(9781): 1962-75. Disponível em: http://download.
thelancet.com/flatcontentassets/pdfs/brazil/brazilpor5.pdf.
5. Ministério da Saúde (Brasil), Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Análise de Situação
de Saúde. Viva : vigilância de violências e acidentes, 2008 e 2009 . Brasília: Ministério da Saúde, 2010.
6. Ministério da Saúde (Brasil), Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigilância de violência doméstica,
sexual e/ou outras violências: Viva/Sinan. Bol Epidemiol 2013; 44(9):3-12.
7. Ministério da Saúde (Brasil), DATASUS [internet] Número de casos registrados de violência doméstica,
sexual e/ou outras violências segundo município e ano de notificação.[atualizada em 2013 Dez 2; acesso
em 2013 Dez 5]. Disponível em:
http://dtr2004.saude.gov.br/sinanweb/tabnet/dh?sinannet/violencia/bases/violebrnet.def.
8. IPEA. RS é o quinto estado com menor incidência de violência contra a mulher. Correio do Povo
2013 Set 25 [acesso em 2013 Nov 4] Disponível em: http://www.correio do povo.
com.br/Noticias/?Noticia=508376.
9. Ministério da Saúde (Brasil), Secretaria de Vigilância em Saúde.Viva: instrutivo para preenchimento da
ficha de notificação/investigação individual de violência doméstica, sexual e/ou outras violências no
sistema de informação de agravos de notificação. Brasília: Ministério da Saúde, 2011[acesso em 2013 Nov
12]. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/viva_instrutivo_notificacao_violencia_domestica.pdf.
10. Câmara dos Deputados (Brasil) Estatuto da criança e do adolescente. 7 ed. 2010 [acesso em 2013
Nov 4] Disponível em:
http://bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/785/estatuto_crianca_adolescente_7ed.pdf?sequen
ce=10.
11. Martins CBG, Mello MHP. A violência contra crianças e adolescentes: características epidemiológicas
dos casos notificados aos Conselhos Tutelares e programas de atendimento em municípios do Sul do
Brasil, 2002 e 2006. Epidemiol Serv Saúde. 2009 Out-Dez; 18(4):315-34.
BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO Nº 17
Vigilância Epidemiológica de Violência Doméstica, Sexual e outras Violências
Dezembro/2013
18
Diretoria do GHC
Diretor-Superintendente - Eduardo Nery Paes
Diretor Administrativo e Financeiro - Gilberto Barichello
Diretor Técnico - Paulo Ricardo Bobek
Gerência de Internação do HNSC
Elisabete Storck Duarte
Equipe do NHE/HNSC
Ivana R. S. Varella (Pediatra e Epidemiologista), responsável técnica
Patricia Fisch (Médica Infectologista)
Andréia Pedroso (Técnica de Enfermagem)
Andréia Rejane Stippe da Rosa (Enfermeira)
Ângela dos Santos Trindade (Auxiliar de Enfermagem)
Angela Cristina Amaral dos Santos (Técnica de Enfermagem)
Eidryan Denisieski Vieira (Técnico de Enfermagem);
Fábio Dias Misturini (Enfermeiro)
Ilda Maria Germano Martins (Técnica de Enfermagem)
Eder Junior Silva dos Santos (Auxiliar Administrativo)
Maria da Glória Accioly Sirena (Médica de Família e Comunidade)
Paulina Rosa de Marco Crestani (Técnica de Enfermagem);
Raquel Carara (Técnica de Enfermagem)
Estagiários de enfermagem do NHE/HNSC
Rafael Moreira Bello
Luany Nunes Nichele
Para obter fichas de notificação no prontuário eletrônico – repositório de documentos do GHC –
vigilância epidemiológica – Núcleo Hospitalar de Epidemiologia – fichas de notificação
Núcleo Hospitalar de Epidemiologia HNSC-HCC:
Fones: 3357 2091 ou 2744
[email protected]
BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO Nº 17
Vigilância Epidemiológica de Violência Doméstica, Sexual e outras Violências
Dezembro/2013
19
Download

Boletim Epidemiológico Número 17