Maria Mercedes Saraiva Hackerott
USP
"uma gram.!ltica portuguesa no nome, nas pa 1avras e nas
regras, por.m no intento para que se compOs e latina".
"e .ssim entendo, que 0 livro • muito diono de que 0 mundo
o conh.~a para 0 ••timar, e 0 autor d. que n~o se .ncubra,
porque sua mod.stia .era danvsa a quem quiser consulta-lo
na art. da gramatica."
(Argote, 1721, Licen~a do Pa~o)
dispendia muitos an05. De acordo com Argot., para h.ver maior.,
br.vidade nesse aprendizado seria nece5s~rio .nsiner no~~es
"Este e pois 0 intento desta arte, ensinar as regras da
lingua.portuguesa para facilitar aos meninos a ~ercep~~o e
uso da gram~tica latina."
(Argote, 1721, p.41
"alguns poderao estranhar a elCplica~aoe solu~~o que dou a
alguns pontos de gram~tica portliguesa, porem os versados
na li~~o do Padre Vales, Sanches,
Broeence, Geraldo
Vassio, dos padres da Con9rega~ao de Port Royal e na li~ao
de gram.tica discurs.da e ne art. de falar do Padre Lamy,
ver~o que na elCplica~~ode gram~t1ca portuguesa observo a
mesma doutrina que eles observam a respeito da latina."
(Argote, 1721, p.61
"M •• tre.
Oi.eipulol
Dizei-me, e que eoisa • a lingua Portuguesa?
Lingua Portuguesa ••
:lIoas pal.vra. e modo de
falar, de que o. Portuque.e. entre .1 usam na
prAtiea, ou n. con".,rsa.llio
ou quando .ticrevem.
E de que eonlSt•• prAtica ou conyersa.ao?
Con.ta d. pal.yr •• ou or.~Oe5.
E que eoi.a • orafilo?
sao
palavras que um homem diz a algu*m ou
lhe ••ere"e.
Dizei eMemplos.
J~ •• tou .~OI Tenho sede; s~o ora.Oes.
a.
E quenta. e.-to
de ,.lavr..
l1nv_Port'4u •••• IMA<n or•••• ?
t..- .
ono.
Quais do?
••••• p,.ona-. vet-ba, participlo.
prepOai~~,
conjun4ao • int.~j.i4ao."
CArlOt.,
"A v,..mAt.le. jA n:lllo
• um inv.nt..,-io
eor,-•• pondenei •• fo,-mai. d. eon.tru~~e.,
unid.d ••• up.rior •• (juizo, r.eioeinio).
uma r.uniao, um. justapo.l~:IIIe
de t.rme.,
um. ·eri.~ao·." (Krist.va, 1969, p.191)
ad"""bio,
1721. p •• )
d. t.rmo. ou d.
m•• um •• tudo d.s
A lingua j. n:lllo
e
mas um organlsmo,
"como o. homen. tem nece •• idade de .iQno. p.,.. lII.re.r
•• a
que suc.de .m .eu •• pirit.o, ••,-. t.mbelllnec •••• rio que •
p,-i
•• ir. distin~:IIIo
da. p.l.vr •••• ja que u••s .iVnifiquelll
o. objet.o.
do p.n •••• nto
[nom.,
.,-tiQo. pronOllle·,
pr.po.i~.o e .adverbio] • •• outr •• .a for•••
o. lIlOdo·
'do
pen••Mento [v.rbo, eonjun~.o • interj.i~.o}. embor. MUlt ••
v.z •• nac .iQnifiquelll .ozinh •• , ma. aeompanh.d •• do
obj ••
to"
(Arnauld. Lane.lot, 1bbO, p.l54)
"Comparando a linQuav.m • u. qu.adro, u. Qra •• tieo do final
do ••culo XVIII define o. nom •• como forma., o. adjetivo.
como core.
e 0 verbo
como a pr6pr ia
tela
onde .la,.
aparecelll.
Tela
invl.lvel,
intRirament.
recoberla
pli!'lo
br i1 ho • a de,..nho
d.u; pa lavras,
m.1i que
forneCR
•
linguagelll 0 lUQar ande faZRr val ••r sua pintura;"
(Fouccault,
1966, p.1121
"ao conlr.1lrio,
• qualie lad.
arbilraria
e, par esta
,"azillo,
apareee
multo difRrenlR
Rm~.da
lingua.
Porque umas formam
o regime pRlo. e •• os, outra.,
em vez de easos,
.6 utilizam
pequena.
partieula.
qUit indieam
algun",
de",te •• c •• o","
(Arnauld e Laneelot,
1980, p.1221
Qu••nto
cl ••••sific.-Ios
"0 ••
trill
tuda
das
p ••imitiva
pronam •••
(.
p •••
ArQot ••••
o••l).
1.",
pa •••••
de
iva.
M. Diz.i trM.mplq d.s ••• c •••o••
D. Eu iJmo. 0 p••onome eu est.
em nomin ••tiva
do sinQul ••r.
Coitado de mim. 0 p••oname mim esta em genitivo.
Dpu-me
dinheiro. 0 pronome me •• t. em d••tivo.
A mim a d~v •• 0
p••onom. mi", est •• em dativo.
Acusou-me. 0 pronome me
esta
em acusativo.
De mim 0 ~abe. 0 pronome mim est .• em
••blativo.
(A••gote.
1721,
p.40)
Vi vosso fi.lho est •.• me par •.•
ceu esperto. Nelita ora ••310 0
pronome .ste
to •• elativo
po ••que traz
a ",e",oria 0 lieu
antecedent.
filho. e f ••z e.te
sentidol
Vi vosso filho.
est. filho me pareceu esperto.
( .•. )
O. E.t. ca •••
grande. Nest •• ora ••~o 0 prono",e psta n.o •
relativa
po••qu. n.o tem.' ••ntecedente."
(Argote.
1721, p.4b)
"D.
"M.
D.
M.
D.
M.
D.
N:IIo di •••• h! no C••pitulo
1 que 0 • A ••• am ••••tigo •• ·
como ••go •••• dizei.
que •• 0 ••
elativoli?
Um
•• v.z ••••
0 .rtigo.
outr ••••• 0 r.l.tivo
••
E qu ••nda • que •• 0 •••
lativo.?
Quando t ••••z.m .• m.mo••i •• 0 ••u ant.c~d.nt
••
Diz.1 .M.",plo.
Comi pera. e a' colhi. N•• t. 0•••••••
0 • p••l ••vr ••••
tr ••z ••
",••",6ria
0
antec",d",nte
pera If faz •• t •• entido
Colhi
p •.•r •• " .s
comi."
(Argot ••• 1721. p.48)
"1'1. E _ta palavra qu" •• mpre to rel ••
t~"o?
D. N~o muitas veze••• conjun~'o.
M. Quando?
D. Qu.ndo nllo traz a memOria nenhum nome antecedente.
M. Oizei eMe.plo.
D. N~o quero qu. m.u lilho brinqu~. Ne.ta ora~~o • palayra
que
nao
•• relativo,
porque
,,;Wo traz .to memOria
antecedente aIQum."
(ArQote, 1721, p.50)
"D. Eu ceara"
pret.rito m.is que perf",ito, porque mo••tra
que a minha ceia ja passou a rIP.peito d. mim • mostra
que tamb.m ja p.ssou • respeito de outra coisa.
M. E quando mostr.?
D. Nao mostr. quando diQo somente "u c.ara, porem mostra-o
no usa d. or.~ao.
M. Dize1 eMempla.
D. Quando tu entr•• t•• u c.ara.
Nesta orat;ao a palaYr.
ceara mostra que minha eei. ja passou a r.speito do
tempo em que falo e mostra que t.mbem ja tinha passado
quando tu .ntr •• t....
(Argot., 1721, p.59)
ARGOTE, J.C.
Llngua
SilVA.
(1721) Regra. d. Lingua Portugue •• Espelho
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thia. Pereira
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par.
Ser
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