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INCLUSÃO ESCOLAR:
COMO SAIR DO SONHO PARA A REALIDADE?
Andréa de Carvalho Tikhomiroff
Curso de Pós Graduação em Educação Inclusiva
Pólo de Pedreira, SP
Orientador: Prof. Mario Nishikawa
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo refletir sobre a situação atual da inclusão escolar, analisando o
que precisa ser mudado na educação, de modo geral, a fim de torná-la realidade em nosso
país. Partiu-se de um envolvimento próprio com a questão, onde uma série de fatores
propiciaram um incômodo crescente com situações recorrentes de exclusão e uma
consequente tomada de consciência acerca do assunto. Utilizou-se, para tanto, pesquisa
bibliográfica e discussões realizadas em grupos de discussão virtuais. Como resultado, é
possível perceber que, apesar de muita coisa ainda precisar ser alterada na postura dos
educadores e das escolas, a inclusão escolar é algo viável.
Palavras- chave: Educação Inclusiva, inclusão, deficiência
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INTRODUÇÃO
O objetivo do presente artigo é levar o leitor à reflexão acerca de um tema ainda tão
contraditório, a Inclusão Escolar, a partir da apresentação dos resultados obtidos em estudos
realizados acerca deste tema. Creio, entretanto, que antes de começar a discorrer sobre este,
devo me apresentar e explicar como me envolvi com a questão inclusiva.
Formei-me em Pedagogia no final de 2010, com quase 40 anos. Escolhi Pedagogia por
acreditar na inclusão, como diz um grande amigo, ampla, total e irrestrita. Abracei esta causa
há alguns anos, ainda como leiga, mas sentia que precisava poder atuar mais seriamente,
precisava ser ouvida de fato, precisava de uma formação. Como sempre gostei (e atuei
informalmente) na Educação, não tinha como escolher outra área.
“Inclusão? Mas o que você tem a ver com isso?” Essa é uma pergunta que algumas
pessoas me fazem. Afinal, não tenho nenhuma pessoa com deficiência na família, até pouco
tempo atrás não tinha formação em nenhuma área que pudesse ter a ver com isso, além do
quê, quem me conhece sabe que sempre gostei de informática, mexo com computadores
desde criança. E como essa mudança de foco aconteceu?
Não é fácil explicar, mas às vezes penso que tem alguma coisa até a ver com genética,
uma vez que minha mãe (já falecida) se formou em professora pré-primária visando uma
especialização em educação especial. Anos depois, o grupo espiritualista do qual nós
fazíamos parte, iniciou um trabalho com crianças e jovens com Down. Não é difícil imaginar
que no dia em que abriram as inscrições, minha mãe era a primeira da fila. Eu a segui, sem
ainda saber muito bem o porquê, mas foi algo que me marcou para sempre, a ponto de jamais
conseguir me afastar dessas pessoas e até mesmo manter contato com algumas daquelas
crianças, que hoje são jovens ou adultos.
Desde então, eu estava sempre envolvida com o assunto, mas de forma ainda contida.
Na verdade era muito estranho, porque o assunto caía em minhas mãos de forma contínua. Eu
ligava a tv, entrava num site, abria uma revista, e dava de cara com alguma matéria. Saía e
encontrava alguma pessoa com Down. Uma amiga chegou a brincar comigo dizendo que não
era possível, que eu devia ter um imã para Down! Tudo isso foi fazendo com que eu sentisse
que devia fazer algo, mas não sabia o quê.
A partir de 2005, com o crescimento das redes sociais, minha aproximação com a
questão inclusiva se acentuou. Passei a fazer parte de algumas comunidades sobre síndrome
de Down, até reencontrei algumas das crianças que havia trabalhado anteriormente, só era
difícil me apresentar. Afinal, se não era mãe, tia, irmã, nem fono, TO, médica, professora... o
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que estava fazendo ali? Fazer as pessoas entenderem que era por puro amor foi complicado no
começo, mas aos poucos fui rompendo as barreiras, indo a encontros reais dos grupos,
tornando-me “madrinha virtual” de algumas crianças.
No começo, então, minha atuação era à distância. Eu tentava ajudar em alguns tópicos
postados, levando uma palavra amiga quando havia alguma criança doente, ou passando
experiências vivenciadas com minhas sobrinhas, que não têm Down, mas eram crianças, ou
simplesmente dando minha opinião. Mas foi participando destes grupos que eu comecei a me
inteirar, a me interessar mais pelo tema "inclusão" propriamente dito, em especial a partir do
grupo Síndrome de Down, do Yahoo, onde além dos pais e familiares participam também
profissionais de várias áreas. Então eu passei a ler mais a respeito, a refletir, a perceber o
quanto a gente age errado, muitas vezes sem perceber e, principalmente, comecei a tomar
consciência de quanta coisa tem que ser feita ainda para que as pessoas com deficiência (e aí
eu falo de qualquer deficiência) tenham direito a uma vida digna.
Como era leiga no assunto, percebia que em diversos momentos minha opinião não era
levada tão a sério, e senti que precisava de uma formação. Foi neste momento que decidi
ingressar na faculdade. Entretanto, apesar de ter me formado ainda não atuo, diretamente, na
área. Ainda assim, já fiz algumas coisas em prol das pessoas com deficiência, como ajudar na
organização de um fórum sobre o tema na região onde moro, ou na elaboração de uma cartilha
para a hora da notícia, quando os pais descobrem que o filho que nasceu ou está sendo gerado
tem síndrome de Down. Pretendo fazer muito mais, ainda. Foi para isso que escolhi me pós
graduar em Educação Inclusiva. E, também por isso, escolhi o tema deste artigo (Inclusão
Escolar – como sair do sonho para a realidade?) para o meu trabalho de conclusão de curso.
O estudo partiu de diversas discussões em grupos da internet, em especial o já citado
“Síndrome de Down”, do Yahoo, pela diversidade de pessoas que dele participam. Nestas
discussões tornou-se bastante claro que apesar de a inclusão escolar ser defendida por muitos,
e apesar de ter todo o amparo legal, ainda é algo muito distante da realidade de inúmeras
crianças, jovens e adultos com deficiência.
A partir destas discussões, buscando a base teórica em autores sérios e renomados da
área, recorreu-se uma pesquisa bibliográfica, além de entrevistas, de forma a obter relatos
reais de pessoas que vivenciam a árdua batalha da inclusão escolar em seu cotidiano, o estudo
para o qual apresento agora os resultados foi desenvolvido.
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INCLUSÃO E EDUCAÇÃO INCLUSIVA
O que vem a ser uma Educação Inclusiva? Normalmente se ouve falar em inclusão
quando há alguma pessoa com deficiência inserida em algum contexto. Mas a Educação
Inclusiva não é uma Educação para inserir alunos com deficiência nas escolas, é uma
Educação para fazer valer o preceito constitucional que diz em seu artigo 205: “A educação,
direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1988, p.34).
Direito de TODOS. Mas quem são estes “todos”? Pobres e ricos? Brancos, negros,
orientais, índios? Hetero, homo, bi ou transexuais? Pessoas de qualquer canto do mundo, de
qualquer religião, com qualquer aparência, tendo ou não alguma deficiência? TODOS sem
exceção ou todos que se enquadrem no padrão e, preferencialmente, que possam ser
considerados “aptos a aprender”? A resposta, é óbvio, deveria ser a primeira opção, afinal é o
que determina a Constituição Federal de 1988 e, diga-se de passagem, é a opção mais
coerente, humana, racional. Mas, infelizmente, a realidade é bem outra.
São inúmeros os exemplos encontrados em nosso cotidiano, de pais que tentam
matricular seus filhos e encontram as portas das escolas fechadas sob os mais diversos
pretextos. Desde a falta de preparo (seja de professores, seja da estrutura física da escola que
não é acessível), a uma limitação do número de “alunos de inclusão” à escola, passando pelo
preconceito velado ou, até mesmo, direto. Quando as portas se abrem, ao contrário de uma
inclusão de fato, muitas vezes temos apenas um aluno dentro de uma escola, sem ser
desafiado. Colocado à margem, enquanto os professores se ocupam daqueles que “valem a
pena”. Basta uma pesquisa simples em qualquer grupo ou comunidade voltada para a inclusão
para repararmos que esta ainda é sonho em muitos lugares.
Em matéria divulgada no site Bengala Legal (Vasconcelos, 2011) temos o depoimento
de Narjara Cristina Cardoso Pessoa, mãe de Iago, sete anos, autista:
Aos quatro anos, matriculado no jardim 1, em escola da rede privada, Iago
foi vítima de maus tratos pela professora que perdia a paciência quando ele
não a obedecia. O que era considerado ‘desobediência’, na verdade, se trata
de uma característica do autismo: a dificuldade em atender comandos.
Narjara lembra que era comum ele voltar sujo de terra, porque era deixado
no jardim enquanto outras crianças assistiam à aula. O menino chegou uma
vez com o rosto arranhado na altura das orelhas, outra com hematomas nos
braços e até picado por formigas. “Eu perguntava a ‘tia’ o que estava
acontecendo e ela dizia que tinha sido brincadeira de criança. Frisava que
meu filho era diferente dos outros. Não sabia o que era autismo e o tratava
assim”, lembra Narjara.
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Conforme o depoimento citado na matéria de Vasconcelos (2011),
Foi uma coleguinha de classe quem revelou que a professora o forçava a
sentar, puxava as orelhas, o castigava. “Foi um choque. Não levei o caso à
justiça porque não queria expô-lo mais”. O abandono e a negligência já na
primeira experiência de interação social geraram um bloqueio para
atividades de desenhar e escrever.
Na busca por outra instituição, enfrentou uma seqüência de “nãos”. Em uma
escola, a lista de material chegou a ser tirada das mãos da mãe, após
mencionar a necessidade do filho. Há três anos, Iago está matriculado em
escola, em Macaíba, para onde a família precisou se mudar, e tem aulas com
horário reduzido e somente três vezes na semana, na turma de 2º ano do
ensino fundamental. Com acompanhamento psicológico paralelo, a interação
e comunicação de Iago, que se mostrou bem receptivo à câmera fotográfica,
apresentam melhoras.
O que vemos diariamente nas escolas é uma seleção que vai do sutil ao escancarado.
Apesar de todos admitirem que as salas de aula são heterogêneas, que os alunos são diferentes
desde suas características mais básicas, ainda se busca a homogeneidade, o padrão, como
afirma Marta Wolak Grosbaum (2001, p. 78):
Em geral, as escolas optam por dois caminhos: um deles é tentar formar
classes homogêneas em termos de conhecimentos, esquecendo-se de que
esse procedimento tem forte impacto no autoconceito do aluno. Sempre se
sabe em que "classe" se está: se na dos fortes, na dos médios ou na dos
fracos. Se o aluno estiver na sala dos "bons", ele vai se achar o máximo e
fazer de tudo para continuar assim. Mas se estiver na dos "fracos" e, pior, se
tiver sido remanejado, ou seja, sistematicamente despejado de uma classe
para outra, sucessivas vezes (como é frequente acontecer), o resultado é só
um: descrença na própria competência para aprender, desânimo, nenhuma
vontade de estudar. O autoconceito fica destroçado. Além disso, formar
classes homogêneas implica desconsideração pelo fator idade, que determina
grande parte dos interesses e motivações dos alunos. Colocar alunos mais
velhos com mais novos cria, geralmente, dificuldade para os dois lados.
Resumindo: organizar classes homogêneas é impossível, porque as crianças
ou os jovens são sempre diferentes.
A esse respeito, lembro-me de um caso que nada tem a ver com deficiência,
vivenciado por conhecidos meus anos atrás, quando tentaram matricular a filha adotiva em
uma escola particular de São Paulo e foram surpreendidos pela pergunta: “mas ela não é de
cor, é?” Eles viraram as costas e saíram sem nem responder. A filha, no caso, era branca, mas
não era aquele o ambiente que queriam para ela. Por que seria preterida se fosse negra? Outra
amiga, ao reclamar do aumento abusivo da mensalidade ouviu que estavam “selecionando por
poder aquisitivo”! Eu mesma ouvi de uma coordenadora que seria “persona non grata” na
escola porque ousei questionar uma nota injusta. E ainda hoje encontramos situações
semelhantes, ainda que mais veladas. No caso dos alunos com deficiência a coisa se torna
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ainda mais séria, porque as desculpas para não aceitar a matrícula são as mais diversificadas:
falta de preparo, de estrutura, de aceitação dos outros pais.
Então, a Educação Inclusiva não defende apenas o direito da criança com deficiência,
mas de TODAS as crianças, pois TODAS, sem exceção de nenhuma espécie, têm direito a um
ensino de qualidade, ao respeito, à dignidade, à felicidade, a se desenvolver plenamente para
se tornar uma pessoa autônoma, independente. Educação Inclusiva, portanto, não deveria
sequer existir. Deveria ser, apenas, Educação. Um dia chegaremos lá, mas o caminho a ser
percorrido é longo. No que se refere às crianças com deficiência, maior ainda, e por isso que a
luta inclusiva se confunde com a luta pelos direitos da pessoa com deficiência.
O aluno com deficiência desafia o professor, pois suas características são visíveis, não
há como escondê-las, disfarçá-las. E, como normalmente se parte do pressuposto de que os
alunos da mesma série têm o mesmo ritmo, aprendem do mesmo modo (alguém consegue
MESMO acreditar nisso?), ter alguém diferente naquele espaço tumultua. Não passa
despercebido, não tem como. Mas quando o professor enxerga o aluno, qualquer um deles, em
sua individualidade, em seu ritmo próprio, sua maneira particular de aprender, todos saem
ganhando, alunos e professor, como afirma Celina Camargo Bartalotti (2003):
E quem ganha com a inclusão? Ganham todos. Ganham as crianças com
deficiência, que têm a oportunidade de usufruir de um recurso de sua
comunidade, de vivenciar a riqueza do espaço escolar, de conviver com
parceiros que lhes oferecem modelos de ação e aprendizado impensáveis em
uma educação segregada. (se for citação, formatar conforme mencionado
acima)
Ganham também as outras crianças, que aprendem a conviver com a
diversidade, aprendem a respeitar e a conviver com a diferença. Serão,
certamente, adultos muito melhores, muito mais flexíveis.
Ganham os educadores, que enriquecem sua formação e sua prática, pelo
crescimento que o desafio de educar a todos lhes proporciona.
Ganham as famílias, que passam a ver seu filho como um cidadão que tem
direito de partilhar dos recursos de sua comunidade.
Ganha, em última instância, a comunidade como um todo, que se torna um
espaço mais democrático, que entende que todos os seus membros são
igualmente dignos.
Para citar um exemplo rápido, meu amigo Fábio Adiron, fazendo palestra em uma
escola no ano de 2008, ouviu o seguinte relato de uma professora: disse que era professora de
matemática, e que na 8ª série recebeu um aluno com síndrome de Down. Sentiu-se perdida,
afinal sempre ouviu dizer que pessoas com Down não têm raciocínio abstrato, então como ela
poderia ensiná-lo? No entanto, ao invés de entregar os pontos, resolveu tentar. Continuou
dando suas aulas normalmente, passava matéria, exercícios, e enquanto a sala trabalhava,
dedicava-se a explicar de outra forma àquele aluno em especial. Até que um dia, outra aluna,
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que não possuía nenhuma deficiência, disse à professora que adorava quando ela explicava
para aquele aluno, porque era naquele momento que ELA, aluna, entendia a matéria.
Percebem o que aconteceu ali? Não fosse a presença daquele aluno, talvez a professora nunca
tivesse percebido que outros alunos precisavam de atenção diferenciada, ou que ela buscasse
explicar de maneira variada. Talvez aquela aluna fosse mais uma entre as muitas “com
problemas em matemática”, que passam a vida detestando a disciplina por não entendê-la.
É isso que a Educação Inclusiva busca. Que se ofereça condições de aprendizagem
para todos os alunos, que todos sejam desafiados, estimulados, levados em consideração.
Entretanto, quando se fala em condições de aprendizagem para todos os alunos temos, muitas
vezes, um “todos” que na verdade se refere a “todos aqueles aptos a aprender”, como
exemplificado na matéria do Bengala Legal (Vasconcelos, 2011), citada acima. Surge, então,
a questão: como determinar quem é ou não apto? Através de provas, notas, reprovações, que
são métodos sabidamente excludentes, seletivos? No caso de haver um aluno com deficiência
na sala, ele será tratado como os demais ou como “café-com-leite”, por não ter condições de
“acompanhar”? Volta-se aí à mesma questão anterior: como determinar quem pode
acompanhar o quê?
Inclusão não é favor, não é uma boa ação que deve ser feita pelos coitadinhos, é lei!
Mas apesar de termos hoje diversas leis que garantem o acesso de todos às escolas regulares,
sabemos também que muitas escolas não as cumprem ou, quando muito, aceitam os alunos
com deficiência sem, no entanto, realmente se preocupar em ensiná-los, apenas para mostrar
que as estão cumprindo. Como nos diz Mantoan (2007, p. 23):
Um dos argumentos sobre a impossibilidade prática da inclusão total aponta
os casos de alunos com deficiências severas, múltiplas, notadamente a
deficiência mental, os casos de autismo.
A Constituição, contudo, garante a educação para todos e isso significa que é
para todos mesmo e, para atingir o pleno desenvolvimento humano e o
preparo para a cidadania, entende-se que essa educação não pode realizar-se
em ambientes segregados.
Claro que não se pode generalizar, há diversas escolas que realmente abraçaram a
causa da inclusão, e temos também pais que realmente batalham pelos direitos de seus filhos,
sem se contentar com “migalhas”. Não fosse assim não assistiríamos a tantas vitórias obtidas
por pessoas com deficiência, seja autismo, Down, paralisia cerebral, que conseguem, hoje,
concluir faculdade e trabalhar nas áreas que escolheram. Apenas para fins de exemplo, temos
Daniel Jansen, autista, que concluiu seu mestrado em Zoologia no ano de 2007 na
Universidade de Campinas (Campinas, 2008). Em 2008 tivemos a Flavia Cristiane Fuga e
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Silva, que apesar de sua paralisia cerebral obteve a carteira da OAB que tantos advogados
sem deficiência tanto sonham em obter, como foi publicado na matéria do Portal G1 (2008).
Temos também o João Vitor Mancini Silvério, que se formou em 2009 em Educação Física,
tornando-se o primeiro brasileiro com síndrome de Down a ter curso superior, como destacou
o Jornal O Estado de São Paulo, em seu artigo online (2009). À época da matéria, já cursava
licenciatura em Educação Física (concluída em 2011) e pensava no mestrado e no doutorado.
Já disse e repito: não defendo uma escola que apenas aceite e ensine alunos com
deficiência, mas que aceite e ensine todo e qualquer aluno, que entenda que um ritmo
diferente não é sinal de incapacidade. Mas a inclusão é uma batalha recente. Até meados do
século XX a escola existia apenas para a classe dominante e, muitas vezes, apenas para os
meninos. No caso de uma criança com deficiência era ainda mais grave, porque causava
vergonha à família, que preferia escondê-la, às vezes até internando em instituições, como
retratado no filme “Rain Man”. Como nos dizem Ana Maria Farias da Silva e Ivonete T. S.
Buss Heidemann (2002, p. 82), citando Alves (2007) e Pessoti (1984):
Portanto, agora a ética cristã reprime a tendência a livrar-se do deficiente
através do assassinato ou da exposição, como confortavelmente se procedia
Ana Antiguidade. Os deficientes passam a ser acolhidos em conventos e;ou
igrejas sob a ambivalência castigo versus caridade. Merecem o asilo, cujas
paredes convenientemente isolam e escondem o incômodo ou inútil.
Apenas na segunda metade do século passado começaram a surgir as primeiras escolas
para atender estas crianças, e a partir da década de 70 começou-se a falar em integração, ou
seja, crianças que se preparassem (ou se normalizassem) poderiam frequentar as escolas
regulares. A inclusão propriamente dita começou a surgir no final da década de 80,
defendendo que não é a criança que deve se preparar para ser aceita na escola, é a escola
quem deve se preparar para atendê-la e, portanto, todas deveriam estudar em escolas
regulares. Peter Mittler (2003 apud MARTINS, 2006) afirma que, enquanto na perspectiva da
integração não há pressuposição de mudança da escola e, consequentemente do ensino, diante
da inclusão esta estabelece que a mudança é necessária, a partir da reformulação dos
currículos, das formas de avaliar, da formação dos professores e de uma política educacional
mais democrática.
Desde então, diversos documentos surgiram, ratificando o conceito de inclusão:
Constituição Federal (1988), Declaração de Salamanca (1994), LDB (1996), Convenção de
Guatemala (1999), Declaração dos Direitos da Pessoa com Deficiência da ONU (ratificada
pelo Brasil em 2008, com peso de Constituição Federal).
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Os movimentos pela inclusão, entretanto, esbarram muitas vezes em “desculpas” para
não incluir, dentre as quais se destaca a inclusão responsável, ou seja, “não é que eu não
aceite a inclusão, mas ela deve ser feita com responsabilidade para evitar problemas”,
transformando aqueles que defendem a inclusão ampla, total e irrestrita em irresponsáveis.
Inclusão responsável. Como diz Fábio Adiron (2008) em seu texto “Criando um
irresponsável”:
Irresponsabilidade civil é a das pessoas que insistem em não cumprir as leis
do país. Pessoas que se perpetuam causando prejuízo a milhares de outras
pessoas que não são alfabetizadas (em nome de uma suposição de que não
tem capacidade para isso), que não são qualificadas para o trabalho e não
terão como se sustentar, que não são preparadas para a autonomia e onerarão
seus familiares ou o estado, ou ambos. Pessoas que deveriam ser
responsabilizadas civilmente e pagar todos os danos que causam às pessoas
que excluem e ressarcir o estado pelos danos futuros.
Irresponsabilidade penal dos pais por cometerem o crime de deixar seus
filhos sem escolaridade regular e comum é crime de abandono intelectual
(Artigo 246 do Código Penal).
Conforme o autor (2008),
Irresponsabilidade penal das escolas (Lei 7.853/89), que recusem,
suspendam, adiem, cancelem a inscrição de aluno....por motivos derivados
da deficiência que tem. Se todos os pais de pessoas com deficiência
estivessem realmente lutassem pelo futuro dos seus filhos, muitos diretores
de escola estariam respondendo por processos criminais e, quiçá, na cadeia(o
crime é punível com reclusão de 1 a 4 anos).
Eu prefiro manter a minha "irresponsabilidade" de levar meu filho todos os
dias para a escola "irresponsável" que o educa, onde ele já foi alfabetizado,
está aprendendo os mesmos conteúdos que os colegas (afinal, é tão gente
quanto as outras crianças), tem os mesmos direitos e os deveres
"irresponsáveis" de todas as pessoas.”
Alguém já parou para pensar quais os argumentos em que ela se pauta? Mais do que
isso, já parou para pensar na validade destes argumentos? Podemos destacar aqui quatro
pontos fundamentais. O primeiro diz que a criança pode ser incluída, desde que esteja
preparada para isso e não atrapalhe os demais, ou seja, ao invés de defenderem a inclusão
defendem um retorno ao conceito de integração. Como nos diz Mantoan (2007, p.11):
A escola se entupiu do formalismo da racionalidade e cindiu-se em
modalidades de ensino, tipos de serviços, grades curriculares, burocracia.
Uma ruptura de base em sua estrutura organizacional, como propõe a
inclusão, é uma saída para que ela possa fluir, novamente, espalhando sua
ação formadora por todos os que dela participam.
A inclusão, portanto, implica em mudança desse atual paradigma
educacional para que se encaixe no mapa da educação escolar que estamos
retraçando.
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O segundo ponto afirma que o professor deve estar capacitado para isso, mas o
governo não oferece esta capacitação. No entanto é sabido que o professor deve ser
responsável por sua formação continuada, buscando manter-se atualizado através de livros,
revistas, cursos, simpósios, etc., nem sempre oferecidos pelo governo, mas que estão ao
alcance de todos. Apenas como exemplo, temos há mais de dois anos uma publicação mensal
chamada “Ciranda da Inclusão”, revista séria, cheia de ideias para os professores, editada pela
Ciranda Cultural, editora que conta ainda com inúmeros títulos sempre voltados à inclusão,
um mais interessante que o outro. Segundo Libâneo (2004, p. 207),
O termo formação continuada vem acompanhado de outro, a formação
inicial. A formação inicial refere-se ao ensino de conhecimentos teóricos e
práticos destinados à formação profissional, completados por estágios. A
formação continuada é o prolongamento da formação inicial, visando o
perfeiçoamento profissional teórico e prático no próprio contexto de trabalho
e o desenvolvimento de uma cultura geral mais ampla, para além do
exercício profissional.”
Em terceiro lugar, afirma-se que as escolas devem estar preparadas, o que muitas
vezes acarreta custos e adaptações (muitas vezes consideradas supérfluas, diga-se de
passagem). Entretanto, se não é possível termos uma escola “ideal”, totalmente adaptada,
deve-se buscar minimizar as barreiras de forma a atender aos alunos. Há várias maneiras de
fazer isso, muitas delas a custos baixíssimos. Basta que haja boa vontade e criatividade. Basta
nos informarmos a respeito das chamadas “terapias assistivas” para percebermos que muito
pode ser feito sem precisar estourar o orçamento. As escolas têm, à disposição e de forma
gratuita, o acesso ao “Manual de Acessibilidade Especial para Escolas: o direito à escola
acessível” no site do Portal Nacional de Tecnologia Assistiva (Dischinger, 2009).
Por fim, afirma-se que a LDB diz em seu texto que os alunos devem ser incluídos
preferencialmente na rede regular de ensino, entretanto no artigo 4°, inciso III temos o
seguinte: “atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades
especiais, preferencialmente na rede regular de ensino” (Brasil, 2006). Ou seja, refere-se ao
atendimento especializado: fono, TO, fisioterapia, etc., e não ao ensino de português,
matemática... Este atendimento especializado deve ser feito no contraturno, como
complemento à educação regular, como suporte aos alunos que precisam deste suporte.
Nenhuma das justificativas, portanto, pode ser aceita como barreira à inclusão.
Outro ponto importante é o fato de que o ser humano, e a escola reflete isso,
acostumou-se a valorizar as falhas ao invés das conquistas, o déficit em prejuízo das
competências. Em uma reunião de pais é comum ouvirmos queixa do aluno que não faz as
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tarefas, não obedece, não vai bem em determinada disciplina, e uma infinidade de “nãos”.
Raro é ouvir comentários positivos sobre os alunos. Se o aluno tem deficiência, a situação é
ainda pior, pois tudo é culpa da deficiência, como se o aluno não fosse um indivíduo como
qualquer outro. Tomemos por exemplo uma situação corriqueira, como uma criança que
morde a outra na Educação Infantil. Normalmente é algo encarado como algo do dia-a-dia da
escola, que as professoras tentam coibir, mas que vira e mexe acontece. Se tivermos aqui
pessoas que já atuam em escola, podem confirmar que, por mais que fiquem de olho, vez ou
outra aparece uma criança mordida por outra. Os pais entendem, chegam a achar até divertido
muitas vezes, pois sabem que ora o filho é mordido ora é ele quem morde, faz parte. Mas se a
criança que mordeu tem alguma deficiência, a história muda. A mordida ocorreu não porque
isso acontece entre crianças pequenas, mas porque AQUELA criança tem Down, ou autismo,
ou PC. Já vi uma escola chegar ao cúmulo de sugerir que o “mordedor” voltasse um ano
porque não estava “maduro” para aquela turma. Será que se ele tivesse recebido a mordida ele
avançaria um ano?
O foco no déficit é esquecer que existem qualidades, é ser preconceituoso, segregar,
rotular, determinar o fracasso, ao passo que o foco nas competências reconhece as qualidades
e as usa para superar eventuais pontos falhos levando o indivíduo ao sucesso. É preciso
acreditar no potencial do aluno. Todos podem aprender! Apenas cada um tem um ritmo e um
modo próprio de fazer isso. Se o professor não acredita no aluno, como será capaz de ensinálo, de desafiá-lo? Se acredita que o aluno não vai aprender será trabalho perdido, não? Mas eu
garanto que se ele der oportunidade àquela criança, se acreditar em seu potencial, terá, sim,
gratas surpresas.
É hora de entender que incluir não é só matricular, é oferecer a todos acesso,
permanência e aproveitamento nos estudos. O aluno com deficiência não pode mais ser visto
como problema, mas sim como desafio à capacidade do professor em buscar recursos para
ensiná-lo. O fracasso escolar não é, portanto, um fracasso do aluno, mas sim da família, da
escola e da sociedade em atender às suas necessidades.
Hoje é discurso recorrente que cada aluno tem seu ritmo próprio de aprender, mas as
mesmas pessoas que afirmam isso querem, ao final do ano, todos os alunos no mesmo
patamar pré-estabelecido. Não há uma incoerência aí? Para que o ritmo de cada aluno seja
respeitado, é preciso que se mude a forma de avaliar, que passe a se usar a avaliação
formativa, onde o aluno é comparado com ele mesmo para que se saiba o quanto ele
caminhou desde o ponto de partida até o de chegada, e não com os outros.
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Outra questão bastante discutida é a necessidade de especialização do professor que
lida com inclusão, como se fosse possível agir de outra forma. Aliás, é hora de entender que
não existe um “aluno de inclusão”, uma “sala de inclusão”, uma “professora que trabalha com
inclusão”, uma “escola que aceita inclusão”. Porque ao aceitar estes conceitos, aceita-se que
existem alunos de exclusão, salas de exclusão, professoras que trabalham apenas com a
exclusão, escolas que defendem a exclusão. Já dizia a mestra Maria Tereza Eglér Mantoan
(2007, p. 42),
Inclusão não é:
Você sabe que não é inclusão....
Quando há uma classe de inclusão.
Quando há uma escola de inclusão.
Quando há uma professora de inclusão.
Quando há “as crianças da inclusão”.
“Quando você fala para o seu filho que ele não precisa mais voltar para
aquela escola ou outro lugar novamente e ele responde:” - Graças a Deus!”
Quando seu filho está incluindo numa escola comum em um período e no
outro turno freqüenta uma outra escola, para que possa “acompanhar” a
turma.
Quando você vive o sentimento de não pertencer ao grupo de pais da escola.
Quando seu filho é o único que não sai para o recreio.
Quando sua criança é a que vai para o recreio sozinha com um assistente.
Quando ninguém deixa de ir a um passeio, exceto a sua criança.
Quando o pátio da escola é dividido, justamente por causa de seu filho.
Quando seu filho é incluído no Jardim de Infância, mesmo tendo 11 anos de
idade.
Quando todo mundo pensa que está fazendo inclusão.
Quando você passa todo o tempo tentando defender a inclusão e dizendo a
eles que é a melhor solução para seu filho.
Quando você paga por um serviço e/ou um professor extras para a inclusão
de seu filho na escola comum.
Quando a inclusão começa às 9 horas da manhã e termina às 4 horas da tarde
Quando você arrepia os cabelos ao caminhar pela escola.
Quando “a classe de inclusão” é mais um tópico no Projeto Pedagógico da
escola e não o seu fundamento.
Quando os companheiros de atividades das crianças são as outras crianças e
o de seu filho é sempre o professor itinerante/assistente.
Quando o professor itinerante/assistente vive colado a sua criança o tempo
todo na sala de aula da escola comum.
Quando ninguém nunca, jamais ouviu falar sobre amizade e acolhimento na
escola.
Voltando ao ponto “especialização”, se fosse verdade que apenas professores
especializados poderiam ensinar determinados alunos, então voltaríamos às escolas especiais,
onde teríamos uma sala para crianças com Down, uma para crianças com autismo, uma para
crianças com paralisia cerebral, uma para crianças com dislexia. Mas será que todas as
crianças com Down aprendem da mesma forma? Todas as crianças com autismo aprendem da
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mesma forma? Todas as... É evidente que não! Não há como generalizar, nunca. Um professor
especializado é interessante para a sala de recursos, para fazer o contraturno, para dar o
suporte necessário àqueles alunos que realmente precisam deste suporte. Um professor
especializado é interessante para auxiliar o professor regente da sala, para que este encontre
mais facilmente os meios para ensinar os alunos que estão com alguma dificuldade, tenham
eles deficiência ou não. Mas o fato de ter um aluno com deficiência em sala não exige ou
torna indispensável a presença de um professor especializado!
PROJETO ROMA
Em meio às pesquisas para o TCC da faculdade, busquei ler mais a respeito de um
projeto desenvolvido na Espanha por Miguel Lopez Melero (2003) nas décadas de 70 e 80,
que eu já conhecia por alto mas ainda não havia me aprofundado. Achava interessante sua
visão, mas quis entender melhor seu pensamento. Melero não aceitava os rótulos de
excepcionais e deficientes mentais que seus alunos com síndrome de Down recebiam. Ele
percebia que estes alunos eram tão capazes quanto quaisquer outros de aprender e se tornar
autônomos. O projeto leva o nome de Projeto Roma, porque tempos depois do início de suas
pesquisas ele descobriu a existência de um projeto similar na Itália, o que resultou em um
trabalho cooperativo entre os dois países. Na Itália o projeto chama-se Málaga em
homenagem aos espanhóis. Ficou claro para mim, nestas pesquisas, que o pensamento de
Melero vem de encontro a tudo aquilo em que acredito no que se refere a Educação.
É um tema bastante amplo, mas para que tenham alguma noção da sua profundidade e
seriedade, posso dizer que Melero afirma que os rótulos são colocados porque a inteligência é
vista ainda como algo inato, ao invés de algo que se adquire e constrói, como afirmavam
Piaget e Vygotsky. Assim, o Projeto Roma se propôs a determinar um novo conceito de
inteligência, que partisse das diferenças e fosse favorável à diversidade, permitindo a
existência da “imperfeição”, em contraponto ao conceito atual, de padronização, exclusão,
seleção e de uma perfeição que acarreta inúmeros preconceitos.
O Projeto Roma fundamenta-se nos estudos de Habermas, com a sua teoria da ação
comunicativa, Luria, e sua concepção de inteligência, Vygotsky, e seus estudos na área da
Psicologia, Bruner, numa síntese de Luria e Vygotsky na área da Pedagogia, Maturana, com
sua biologia do conhecimento, e Kemmis, através de sua concepção de investigação-ação.
Busca, com isso, o desenvolvimento global da criança, atuando em quatro dimensões
interrelacionadas: cognição, linguagem, afetividade e autonomia.
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Para que isso seja possível, trabalha com projetos de investigação, que partem de
questionamentos das próprias crianças, onde família, escola e mediadores participam. Cada
qual tem sua responsabilidade no projeto e todos, sem exceção, têm voz para dar suas
opiniões. Os projetos de investigação partem sempre de uma das quatro dimensões, mas
atuam em todas elas.
O interessante é perceber que não é algo assim tão desconhecido para os educadores.
Hoje é comum vermos professores defendendo o uso de projetos interdisciplinares. Na
faculdade somos estimulados a fazer uso deles, por terem uma abrangência muito maior e por
permitirem uma avaliação formativa. A diferença para o Projeto Roma está na forma como é
feito, e o envolvimento que se busca de família e escola trabalhando juntas, da presença de
um mediador fazendo a ponte entre todos, bem como na inexistência de uma cobrança para
que todos atinjam um patamar. Todos os relatos, todas as etapas, todas as conquistas, tudo é
valorizado. O tamanho do passo é mais valorizado do que o ponto atingido. Porque um
projeto pode ter chegado em um ponto atrás de outro, mas dependendo de onde cada um
partiu, o primeiro pode ter dado um passo bem maior do que o segundo. E não é isso que a
avaliação formativa nos mostra? Ou seja, temos todas as ferramentas nas mãos, basta apenas
que comecemos a fazer uso delas da forma correta.
CONCLUSÃO
Por tudo o que expus, acredito que possam entender minha confiança de que a
Educação Inclusiva, ou melhor, oferecer condições de aprendizagem a todos é um desafio
possível sim. Difícil, é verdade, mas educar é algo realmente complexo. É hora de entender
que a exclusão vem do preconceito, dos rótulos que estamos acostumados a colocar. O
desconhecido assusta, então torna-se preferível recusar do que buscar aprender, adaptar. O
aluno com deficiência requer criatividade, pois suas necessidades são visíveis, mas na verdade
todos os alunos requerem criatividade, afinal cada um tem características próprias.
Está na hora de pararmos de pensar que é fundamental uma formação especializada
para lidar com este ou aquele aluno. Ninguém nunca estará preparado para todas as variantes
que podem surgir em sala de aula. O professor, então, deve se empenhar em sua formação
continuada, para ensinar melhor a todos. E, quando surgir um desafio, ao invés de se fechar,
amedrontado, deve encará-lo, entendendo que é sua função ensinar àquele aluno, e conseguir
fazer isso não vai ser bom apenas para aquele aluno em especial, mas para todos que cruzarem
seu caminho dali por diante. Vai ser bom para a sua própria formação, profissional e pessoal.
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Está na hora de pararmos de falar em Educação Inclusiva como algo à parte da
Educação. Educação é Educação e ponto. Para todos, sem exceção.
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