HISTÓRIA DO BRASIL
Prof. Rodrigo Simão
AULA DE HISTÓRIA DO ESPÍRITO SANTO
1ª PARTE – ES COLÔNIA
- menosprezo pelo trabalho braçal.
- dificuldade na obtenção de escravos e no
escoamento da produção.
- investimentos insuficientes por parte do
donatário e o constante atrito com os silvícolas.
O IDEAL DA COLONIZAÇÃO
Em 1534 o governo português decide dividir o
território brasileiro em capitanias hereditárias e doar
os lotes aos nobres portugueses. O lote
correspondente ao atual Espírito Santo foi entregue
a Vasco Fernandes Coutinho, um importante
combatente durante o processo de conquista
portuguesa na África e na Ásia.
Vasco F. Coutinho acreditou nas possibilidades
de adquirir riquezas na nova terra e vendeu suas
propriedades,
conseguiu
empréstimos,
um
contingente de 60 pessoas e trocou uma pensão por
uma caravela chamada “Glória”. Apostou em um
sonho de enriquecimento e poder, cruzou o Oceano
Atlântico e se estabeleceu no Brasil.
2 - Vasco Luta para Realizar seu Sonho
Devido ao conjunto de entraves vivenciados
pela capitania do Espírito Santo, Vasco F. Coutinho
decide ir à Europa buscar apoio militar e financeiro
para dar cabo a seu empreendimento colonizador.
Em uma dessas viagens de Vasco à procura de
ajuda, a Vila do Espírito Santo é atacada por grupos
indígenas que se indignam com os devaneios dos
europeus, e aproveitando a saída do donatário
promovem uma violência jamais vista. Após a
morte em combate de capitães como D. Jorge de
Menezes, D. Simão de Castelo Branco e grandes
perdas materiais, os colonos decidem dar uma
trégua com a “gentilidade”. Depois do ataque, a vila
foi abandonada e os sobreviventes fugiram para
capitanias vizinhas (como a de Porto Seguro), para
o norte da capitania do Espírito Santo, onde
colaboraram com povoamentos às margens do rio
Cricaré e para a Ilha de Santo Antônio de Duarte de
Lemos, local da fundação da Vila de Nossa Senhora
da Vitória em 1551.
A Vila do Espírito Santo ficaria em grande abandono
e passaria a ser chamada de Vila Velha, devido ao
nome da nova capital, Vila Nova da Vitória (o nome
Vila Nova da Vitória, para alguns historiadores, está
ligado a uma provável vitória dos colonos sobre os
índios, enquanto outros acreditam em uma postura
de exaltação religiosa).
1 - A CHEGADA DE VASCO FERNANDES
COUTINHO
Imbuído do sonho de encontrar riquezas sem
fim, chegou ao seu novo destino no dia 23 de maio
de 1535 e batizou a nova terra como Espírito Santo,
devido à coincidência da data da chegada com a
comemoração do dia do divino Espírito Santo. O
desembarque ocorreu próximo ao morro do Moreno
(imediações da Prainha). As ordens imediatas foram
a construção de uma paliçada para alojar os
tripulantes e uma atenta defesa contra qualquer
movimentação indígena, já que na chegada, Vasco
F. Coutinho teve que utilizar os canhões para
dispersar os índios que se aglomeravam na praia
para impedir o desembarque. O primeiro núcleo foi
batizado de Vila do Espírito Santo (a sesmaria do
donatário foi batizada de Sítio do Ribeiro), porém
Vasco Coutinho também doou sesmarias, que
formariam outros núcleos, tais como: “Ilha do Bode”
(futura Ilha do Boi) entregue a D. Jorge de Menezes,
Ilha do Frade a Valentin Nunez e a Ilha de Santo
Antônio a Duarte de Lemos.
Apesar dos investimentos de Vasco Coutinho, a
capitania do Espírito Santo não foi considerada uma
próspera capitania durante a fase inicial de
colonização. A cultura de cana-de-açúcar inicia-se
aos arredores de Vitória e devia expandir-se pela
faixa litorânea, facilitando o seu escoamento. Ao
norte a agromanufatura da cana-de-açúcar chegou
a atingir Nova Almeida e ao sul chegou até
Itapemirim. Em São Mateus a lavoura ficou isolada
do centro de irradiação, Vitória. Os principais
motivos do relativo insucesso do processo
colonizador do Espírito Santo foram:
- a grande preocupação dos colonos em
realizar o sonho de enriquecimento fácil e rápido
encontrando ouro e pedras preciosas.
3 - O Massacre do Cricaré
Vasco também pede ajuda às capitanias
vizinhas e ao Governo-Geral para dar cabo ao
gentio mais insubordinado. Os primeiros grupos a
serem atacados são da região norte da capitania, no
vale do Cricaré, ou Kiri-Kerê (o que é propenso a
dormir, dorminhoco/ nome que davam os índios a
uma planta mimosácea como a sensitiva/ é o nome
indígena do rio São Mateus - Sampaio, O Tupi;
192).
Mem de Sá envia seis caravelas e
aproximadamente 200 homens sob a liderança de
seu filho, Fernão de Sá, para eliminar a “gentilidade”
mais agressiva - esta agressividade era, na maioria
das vezes, uma resposta dos indígenas às
atrocidades cometidas pelos colonizadores.
Fernão de Sá ao chegar à capitania do Espírito
Santo promove combates em que grande
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quantidade de índios é morta e outra quantidade
maior ainda é aprisionada. Durante os combates,
Fernão de Sá é encurralado e morto pelos índios.
Apesar da perda do primeiro capitão os portugueses
confiantes em seu potencial bélico nomeiam Diogo
de Morim como novo capitão e entram no rio Cricaré
chegando à grande resistência indígena. A fortaleza
conhecida como Mererique, era composta por
paliçadas onde se concentravam as maiores forças
indígenas da região. Após destruída a fortaleza os
gentios da região são submetidos aos interesses
portugueses.
antropologia ainda relata traços da cultura Tupi nos
vales dos rios Cricaré, Doce, Itapemirim e
Itabapoana.
Os índios que vivem atualmente no Espírito
Santo estão distribuídos pelo município de Aracruz,
nas proximidades do rio Piraqueaçu, sob a
supervisão da FUNAI, nas seguintes aldeias:
Caeiras Velha, Boa Esperança (Tekoa Porá),
Comboios, Irajá, Pau Brasil, Piraquê Açu, Três
Palmeiras (Boapy Pindo).
Mashacali,
Jê
Patashó, Malali
Agricultura da
Agricultura da
Caça, pesca e
mandioca, caça, mandioca, algodão, coleta.
pesca e coleta. caça, pesca e
coleta. Tecelagem
com fio de algodão.
Puri-Coroado
4 - Principais Troncos Lingüísticos
4.1 - Puri-Coroado (Macro-Jê)
Concentradas na região sul do Espírito Santo,
região montanhosa de Castelo, Conceição de
Castelo, Muniz Freire, Iúna, Alegre, Guaçuí, a Serra
do Caparaó e o Vale do Itapemirim, estas
comunidades desenvolveram a agricultura da
mandioca e também dedicaram-se à caça, à pesca
e à coleta de frutas, entre outros.
Agricultura da
mandioca, milho,
caça, pesca e
coleta.
5 - A MORTE DE VASCO
FERNANDES COUTINHO
Com a morte de Vasco Fernandes Coutinho, a
capitania do Espírito Santo é entregue ao seu filho
bastardo com a senhora Ana Vaz, Vasco Fernandes
Coutinho Filho. Essa medida foi tomada pelo
governador-geral Mem de Sá como alternativa pela
ausência de filhos legítimos e caso o filho bastardo
não se interessasse em assumir a administração
seria confiada ao capitão Belchior de Azeredo.
Entende-se, com base em documentação
histórica, que na data da morte de Vasco F.
Coutinho (pai) todos seus filhos legítimos já
estavam mortos.
4.2 - Mashacali, Malali e Patashó
Os estudos antropológicos revelam a existência
dessas comunidades na região do vale do Cricaré,
do vale do Rio Doce e de Itaúnas, basicamente na
região norte do Espírito Santo. Porém, em um
período que antecede a chegada dos botocudos
naquela região.
4.3 - Jê (Aimorés, Goitacazes e Botocudos)
OBS: Fatores do Fracasso da Capitania - o relevo
acidentado e a grande quantidade manguezais,
afastavam o sonho de encontrar a Serra das
Esmeraldas. A agricultura não cresceu o suficiente
para colocar a Capitania na rota do tráfico de
escravos,
tornando
a
mão-de-obra
uma
preocupação constante (também o ES estava fora
do eixo econômico do ciclo da cana). O Número
reduzido de colonos estabelecidos, a ausência
aparente de metais preciosos frustrou os
colonizadores, tornando a administração da
Capitania um tormento. O grande volume de
capitais consumido e não revertido, com os baixos
lucros obtidos, e a grande extensão territorial da
capitania, foram fatores geradores da crise.
Esse grupo era considerado o mais violento. Os
“Botocudos” (o tronco Jê ou Gê muitas vezes foi
generalizado como Botocudo) estavam dispersos
por todo o território do Espírito Santo. Eram os
únicos que não praticavam a agricultura, pois eram
nômades e inúmeras vezes foram acusados de
“comer europeus”. Os rituais de “antropofagia” eram
comuns entre os índios, que esperavam assimilar as
virtudes do indivíduo que era sacrificado. Apesar
das cartas dos jesuítas que sempre relatavam o
risco de serem comidos pelos índios, esses rituais
poucas vezes ocorreram com europeus.
Como
não
tinham
área
definida,
constantemente estavam em choque com outras
tribos ou colonos. Contudo, o intenso fluxo de
bandeirantes pela capitania do Espírito Santo, após
a descoberta de ouro no interior, e a maciça
exploração no século XVIII acabaram confinando o
que sobrou dos Botocudos na região norte, entre o
vale do rio Doce e o vale do rio Cricaré.
6 - A ADMINISTRAÇÃO DE
FERNANDES COUTINHO FILHO
VASCO
Ansioso por desenvolver a capitania, Vasco
Filho pediu à Ordem dos Franciscanos que
enviassem frades para colaborarem com o processo
de povoamento e integração do índio. Contou,
também, com uma atuação decisiva dos jesuítas
que tinham como foco irradiador da catequese,
decisões políticas e econômicas, o Colégio de São
4.4 - Tupi Guarani
(Tupiniquim, Tupinambá, Tmiminó)
Os tupis foram
europeus, mortos
habitavam o litoral,
primeiros contatos
Tupi Guarani
os primeiros aculturados pelos
e expulsos de suas terras,
justamente onde se fizeram os
entre nativos e europeus. A
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Tiago (Colégio dos Meninos), atualmente, o Palácio
Anchieta – arquitetado pelo padre Afonso Brás.
Além disso, é um período de intensificação de
investimentos na produção de cana-de-açúcar, que
ainda assim permaneceram pequenos quando
comparados com São Vicente e Pernambuco,
capitanias consideradas prósperas. Outras duas
atividades, o algodão e o gado, também têm certo
prestígio naquele período.
com o recrutamento de índios e até foi prisioneiro.
No cativeiro, escreveu o famoso De Beata Virgine
Dei Matre Maria (Poema à Virgem Maria), composto
por mais de 5.000 versos.
Em determinado momento do conflito no Rio de
Janeiro, na época colônia francesa batizada de
França Antártica, Anchieta solicita ao governadorgeral, Mem de Sá, embarcações para retirar os
índios maracajás da atual Ilha do Governador, pois
estavam sendo constantemente atacados pelos
tamoios. Como solução, Anchieta levá-os para a
capitania do Espírito Santo, onde se estabelecem
na Vila de Nossa Senhora da Conceição da Serra,
atual município da Serra, em seguida, dirigem-se
para a atual Itapemirim.
Os caciques Gato Grande (Maracaiaguaçu) e
seu irmão Cão Grande, líderes dos maracajás,
ficaram muito gratos ao beato e como retribuição,
decidem contribuir com homens para o conflito no
Rio de Janeiro. Entre estes, ia o filho do cacique
Cão Grande, Araribóia (“COBRA FEROZ”), um dos
heróis do Espírito Santo. Seus feitos nos combates
de Paranapicuí, Uruçumirim e nas campanhas de
Cabo Frio foram imperativos na vitória portuguesa
sobre os franceses estabelecidos no Brasil.
Araribóia escalou um penhasco e incendiou o
armazém de munição dos franceses, tornando-os
despreparados para os constantes combates.
“Cobra Feroz” acabou sendo batizado como cristão,
recebendo o cargo de capitão-mor e assumindo a
administração da vila que hoje é a cidade de Niterói.
O padre Anchieta ainda assumiria o lugar de
Manuel da Nóbrega, supremo líder dos jesuítas no
Brasil, exercendo um cargo de tal responsabilidade
teve que viver anos de intenso trabalho, porém
quando é substituído por Marçal de Beliarte em
1587, escolhe a vila de Reritiba (ou Rerigtiba, atual
cidade de Anchieta) para passar os últimos anos de
sua vida. Tinha passado várias vezes por ali e
desenvolvido profundo afeto pelo lugar e por seus
habitantes.
“ RERITIBA MEU RECANTO,
RERITIBA SÍTIO AMENO,
RERITIBA TERRA DE BOA GENTE”.
(Padre José de Anchieta)
7 - Principais Religiosos
7.1 - Frei Pedro Palácios
Em uma das viagens de Vasco Fernandes Coutinho
até a Europa, a fim de conseguir ajuda no processo
de colonização da capitania do Espírito Santo,
chegou frei Pedro Palácios no ano de 1558. Trouxe
consigo o quadro de Nossa Senhora dos Prazeres
(ou Nossa Senhora e o Menino/ Nossa Senhora da
Penha), que foi colocado onde está o pequeno
oratório, construído próximo ao atual portão de
entrada dos fiéis, na Prainha. Frei Pedro Palácios
era espanhol, nascido na Vila de Medina do Rio
Seco, próximo a cidade de Salamanca. Transferiuse para a província de Arrábida, em Portugal, de
onde veio para o Brasil. Desembarcou na Bahia, lá
auxiliou os jesuítas no processo de integração do
índio e na construção da Igreja de São Francisco,
mais tarde veio para a capitania do Espírito Santo e
continuou seu trabalho com o nativo, mas também
iniciou as obras de um dos cartões postais mais
famosos do Espírito Santo, o Convento da Penha.
7.2 - Padre José de Anchieta
Anchieta chega ao Brasil aos 19 anos
juntamente com o segundo governador-geral,
Duarte da Costa, no ano de 1553, tendo
desembarcado primeiramente em Salvador. Logo
em seguida, foi para capitania de São Vicente, no
entanto, no percurso, já teve o primeiro
contratempo, pois uma tempestade, na altura do
arquipélago de Abrolhos, acabou danificando uma
das embarcações que encalhou próximo à costa
capixaba, enquanto a outra foi destroçada nos
arrecifes. Apesar do susto, toda a tripulação
sobreviveu. A única saída era consertar a
embarcação danificada com os destroços da outra,
mas para isso teriam que desembarcar e um grande
número de índios já se aglomeravam na praia,
próximo aos destroços. Esse foi o primeiro contato
do jovem Anchieta com os “selvagens” brasileiros.
Anchieta é reconhecido pelos seus inúmeros
feitos em prol da catequese e dos interesses da
Coroa portuguesa. Somente no Espírito Santo
catequizou em torno de 12.000 índios. Seus
métodos ficaram famosos por se utilizar dos mais
variados meios para catequizar e se integrar com as
comunidades, como por exemplo os “Teatros
Anchietanos” e a primeira “Gramática da Língua
Tupi”. Ressalta-se ainda a sua importante
participação na luta contra os franceses e os índios
tamoios na Baía da Guanabara, onde colaborou
Residindo na capitania do Espírito Santo,
Anchieta foi indicado por seus superiores para
assumir os trabalhos no Colégio de São Tiago. Essa
nova atribuição exigiu de Anchieta novas e
constantes caminhadas entre Vitória e Reritiba,
cumprindo algumas vezes por mês um percurso de
100 quilômetros. Hoje, esse percurso pode ser feito
através de caminhadas organizadas que remontam
à rotina de Anchieta. Após anos de trabalho em prol
da catequese, o beato Anchieta morre em Reritiba e
é levado por um cortejo de índios até Vitória, sendo
sepultado no Colégio de São Tiago, atualmente
Palácio Anchieta. O túmulo do beato Anchieta
recebe inúmeros visitantes todos os anos, sendo
parada obrigatória para romeiros e fiéis de todo
Brasil que acreditam nos seus milagres.
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8 - FAZENDAS JESUÍTICAS ESPECIALIZADAS
Fazenda
Itapoca (Carapina)
Muribeca (Presidente
Kennedy)
Araçatiba (Viana)
período que foi ordenada a segunda tentativa de
invasão holandesa ao Espírito Santo, que contou
com aproximadamente 800 soldados e sete navios.
Mais uma vez foram expulsos, apesar dos árduos
combates travados durante dois dias, inclusive nas
proximidades do Convento da Penha. Devido ao
recuo inesperado dos holandeses, surgiu uma lenda
sobre o combate. Segundo essa lenda, os
holandeses teriam recuado devido a visão de um
grande exército descendo o Morro do Convento
para enfrentá-los.
Produção
Farinha de mandioca e hortaliça.
Pecuária (mais de 2000 cabeças de gado vacum e
aproximadamente 200 cavalos).
Engenho de açúcar e aguardente. Maior fazenda da costa
brasileira. Para escoar sua produção abriu-se um canal de
doze quilômetros de extensão, atualmente chamado de rio
Marinho, ligando o Rio Jucu à Vitória, a fim de encurtar o
itinerário. Aberto em 1740, foi o primeiro do país.
9 - TENTATIVAS DE INVASÕES
9.3 – Ingleses
9.1 - Franceses
Os ingleses estiveram no Espírito Santo em
dois momentos. No primeiro, entraram pela baía,
dispararam alguns tiros e acabaram, sem motivos
aparentes, desistindo da empreitada.
Já na invasão liderada pelo corsário Tomas
Cavendish, os combates aconteceram de forma
intensa. No ano de 1592, a capitania era
administrada pela viúva de Vasco Fernandes
Coutinho Filho, senhora Luísa Grimald (ou Grimaldi
ou Grinalda). As mobilizações em seu governo para
expulsar Cavendish foram excepcionais. Contaram
com a colaboração dos índios goitacazes, das
proximidades de Vila Velha, tanto na luta quanto na
construção de dois fortins de taipá, onde hoje é o
forte São João. Derrotado e com seu exército
reduzido (perde aproximadamente 80 homens),
Cavendish foge. Luísa Grimald, no entanto, por ser
mulher, não consegue continuar na liderança da
capitania do Espírito Santo, um parente de Vasco F.
Coutinho Filho exigiu a posse da administração e
Luísa Grimald acabou indo para um convento em
Portugal.
Os franceses tentaram invadir a capitania do
Espírito Santo em três momentos, mas em todas as
tentativas foram repelidos, sempre com um esforço
conjunto dos habitantes da capitania, independente
de cor ou raça. A primeira tentativa acontece no ano
de 1558, a segunda e a terceira, respectivamente
em 1561 e 1581.
9.2 - Holandeses
Durante 1580 a 1640, Portugal e Espanha
estiveram unidos. A Espanha proíbe portugueses de
manterem o comércio do açúcar com os
holandeses, lesados, os holandeses fundam a WIC
e invadem o Brasil. A primeira invasão foi na Bahia
e teve curta duração, pois portugueses e espanhóis
uniram forças para expulsá-los, a capitania do
Espírito Santo, também, colaborou enviando um
grupo de índios flecheiros. Após derrotados na
Bahia, os holandeses constituíram um grupo de 28
navios e entraram na baía de Vitória sob o comando
de Pieter Heyn. A intenção do grupo invasor era
pegar os habitantes de surpresa, mas apesar da
repentina chegada, os colonos tiveram tempo de
organizar alguma defesa. Sem dúvida, o momento
mais marcante do combate foi quando os
holandeses chegaram até a antiga ladeira do
Pelourinho e se preparavam para tomar a parte alta
da Vila, onde estava o armazém de munição e
armas. Na subida são surpreendidos por uma jovem
que os ataca, jogando inúmeros baldes de água
fervendo e detritos, também gritava, incitando os
que se encontravam na parte alta da Vila a
aproveitarem a oportunidade para expulsar
definitivamente os invasores. A atitude desta jovem
foi decisiva para o desfecho do conflito, pois sua
ação forçou uma momentânea retirada holandesa.
Com o repentino e temporário recuo holandês
concedeu tempo suficiente para os habitantes da
Vila comporem uma defesa mais bem estruturada e,
por fim, ainda foram perseguidos por uma esquadra
portuguesa que tinha saído do Rio de Janeiro para
vistoriar a costa baiana. Essa jovem entrou para a
História como uma heroína capixaba. Seu nome era
Maria Ortiz. Apesar da primeira derrota na Bahia, a
WIC ainda invadiu Pernambuco e durante vinte e
quatro anos lá permaneceu. Foi durante esse
10 - O CICLO DA MINERAÇÃO
NO ESPÍRITO SANTO
Segundo registros históricos, as primeiras
minas que passaram a dar grandes lucros na
exploração datam de 1694, porém em 1692 chegou
em Vitória o bandeirante paulista Antônio Rodrigues
Arzão, trazendo ouro encontrado no interior, com
quase metade de sua expedição original. Famintos,
feridos e sem munição, relataram que foram
acossados por índios, provavelmente Botocudos,
das serras até o litoral. Segundo Antônio Rodrigues,
o ouro tinha sido encontrado ainda nos limites da
capitania do Espírito Santo, no Rio Casca,
atualmente as cidades mineiras de Caeté e Sabará.
A corrida de migrantes das diversas regiões
brasileiras e imigrantes para a região mineradora
proporcionou um grande crescimento populacional
no interior, aliado a profundas transformações
sociais, econômicas, políticas e culturais. Chegaram
a ser promulgados editos que proibiam o êxodo do
litoral, mas nada adiantou.
Os reflexos abateram-se de forma desoladora
sobre a capitania do Espírito Santo, apesar de
grande parte do ouro ter sido encontrado nos
antigos limites da capitania. O Espírito Santo sofreu
4
2. Governo de Francisco Alberto Rubim
(1813 – 1819)
um êxodo tremendo, chegando a cerca de 5.000
habitantes residindo aqui, como consta no
recenseamento de 1728. Só permaneceram no
Espírito Santo, basicamente, religiosos, militares,
funcionários públicos e escravos destes grupos.
Vale ressaltar que ainda foi encontrado um núcleo
aurífero no que sobrou da antiga capitania do
Espírito Santo, estas eram as minas do “ALTO
CASTELO”, atualmente Conceição do Castelo,
Castelo e Venda Nova do Imigrante.
Recebeu o governo de Albuquerque Tovar,
sucessor de Silva Pontes. Rubim é reconhecido
pelo incentivo da produção de café, trigo, linho,
cana e algodão, além de fundar a Santa Casa de
Misericórdia e elevar Itapemirim à categoria de Vila,
no entanto, o seu maior feito foi a construção da
primeira estrada ligando o Espírito Santo a Minas
Gerais. Essa estrada começou a ser construída em
1814 e só terminou em 1820 com auxílio de D. João
VI. Cada vez mais os interesses locais podiam ser
consolidados e um fato que marca o caminho
político e econômico do Espírito Santo é o parcial
desligamento da tutela da Bahia em 1810, ou seja,
os administradores capixabas passavam a ter mais
autonomia, no entanto, a influência baiana marcaria
a administração do Espírito Santo até a
independência em 1822. A primeira estrada que
promovia a integração do Espírito Santo obedecia
um trajeto parecido com o da atual BR 262, que liga
Vitória a Belo Horizonte. Saía de Itacibá, em
Cariacica e ia até Vila Rica, atual Ouro Preto. A
cada três léguas foram montados postos militares
para dar proteção, aos viajantes e comerciantes,
dos ataques dos índios botocudos, inúmeros na
região. Apesar dos esforços de Rubim a primeira
estrada não integrou o Espírito Santo ao quadro
econômico da região Sudeste, pois as rotas
comerciais já estavam bem estabelecidas naquele
momento entre as cidades mais importantes. Dez
anos após o término da estrada as guarnições
militares são retiradas, a receita da estrada não
cobria os gastos com as tropas e, portanto,
deixando os viajantes entregues à própria sorte.
10.1 - Barreira Verde
A Coroa portuguesa acreditava que se algum
país tentasse invadir o Brasil para conquistar a
região mineradora esta invasão aconteceria pelo
litoral capixaba, região pouco fortificada e mais
próxima do núcleo mineiro. Com base em tais
perspectivas, a Coroa portuguesa estabeleceu
ordens de proibir a construção de estradas que
ligassem o litoral do Espírito Santo ao interior,
proibiu a navegação no Rio Doce, ordenou que
fossem reformados os fortes já existentes, e que
outros fossem construídos e que o contingente
militar fosse aumentado. Como se não bastasse, a
capitania do Espírito Santo tornou-se uma estreita
faixa litorânea, após sua redução oficial, com a
criação da capitania das Minas Gerais. Afastada da
vida mineira pela densa Mata Atlântica, um relevo
recortado, um grandioso número de índios que não
raro acossavam aventureiros e pelas ordens de
isolamento da região emitidas pelo rei de Portugal.
Essa área acabou sendo considerada uma
verdadeira “BARREIRA VERDE” ou “ESTADO
TAMPÃO”.
A Coroa portuguesa, para garantir os seus
interesses, compra a capitania do Espírito Santo de
Cosme Rolim de Moura, cunhado e primo do
herdeiro direto, Manuel Garcia Pimentel, que nunca
esteve na capitania. Este, era filho de Francisco Gil
de Araújo.
OBS.: Vale ressaltar a presença de dois
estrangeiros de importância na província do Espírito
Santo: o príncipe Maximiliano que esteve aqui em
1816, acompanhado de uma comitiva de botânicos
e desenhistas e o cientista Saint Hilaire que
documentou a fauna e flora do Espírito Santo, ainda
na administração de Francisco Alberto Rubim.
Fase Imperial
1. Auto de 1800
IMPORTANTE: O governo baiano aproveita a
fragilidade do ES durante a mineração e assume
o gerenciamento do norte do ES, até o vale do
Rio Doce. Estavam interessados em São
Mateus, grande produtor de farinha.
Em represália aos baianos, no contexto das
guerras do pós-independência, D. Pedro I restitui
o norte do ES à administração capixaba. Era
uma forma de premiar os capixabas pelo apoio
imediato à Independência do Brasil e castigar os
baianos pelo apoio às Cortes Portuguesas.
O governador Antônio Pires da Silva Pontes foi
nomeado em 1798, no entanto, só tomou posse em
1800 (até o início do século XX o cargo de
governador tinha o nome de Presidente de
Província). Nesses dois anos que antecedem sua
posse, estudou toda história do Espírito Santo, seus
aspectos
econômicos,
políticos
e
sociais.
Empossado,
mesmo
sendo
subalterno
ao
governador da Bahia, tomou providências para
mudar a política de isolamento que vigorou no
Espírito Santo por todo o século XVIII. O primeiro
grande passo foi a assinatura de um acordo com
Minas Gerais para demarcar os limites territoriais
com o Espírito Santo. O acordo ficou conhecido
como “AUTO DE 1800”, que em suma, impediu a
expansão de Minas Gerais rumo ao mar e
preservou o território do Espírito Santo.
3. Heróis da Fase Imperial
2.1 – Domingos Martins
Domingos José Martins nasceu em Itapemirim,
estudou na Bahia e complementou seus estudos na
Europa. Retornando ao Brasil, passou a residir em
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5. Imigração
Destaque para a forte presença de imigrantes
italianos e alemães devido, principalmente, ao
processo de unificação desses países e o interesse
no plantio de café – possibilidade de
enriquecimento.
Recife - Pernambuco, onde participou ativamente de
um movimento contrário ao domínio português e
favorável ao desligamento de Pernambuco. Essa
revolta ficou famosa e foi batizada como
“REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817”. A
revolta acabou abafada por D. João e Domingos
Martins, que seria o líder das relações comerciais
de Pernambuco independente, acaba fuzilado em
12 de junho de 1817.
Modelos de Imigração:
5.1 - Colonato – Proposta de imigração subsidiada
pelo governo, com doação de terras e financiamento
do imigrante. No Espírito Santo o destaque é para o
“Sertão de Santo Agostinho”, atualmente é o
município de Viana, formada por açorianos. Tinha o
propósito de promover o branqueamento da
população brasileira.
2.2 – Caboclo Bernardo
O Caboclo Bernardo é considerado um herói do
império, devido ao salvamento de 128 homens de
um total de 142, tripulantes do cruzador Imperial
Marinheiro, um dos mais novos barcos da marinha
de guerra brasileira. O Caboclo Bernardo tentou
exaustivamente ligar um cabo da praia ao navio,
para que pudesse trazer a tripulação em segurança.
Vale ressaltar que a presença de possíveis
tubarões e das ondas gerava grande pânico. Na
quinta tentativa o Caboclo Bernardo consegue ligar
o cabo e com o auxílio de uma chalana ajuda os
sobreviventes chegarem à praia. O pescador de
regência foi trazido ao Rio de Janeiro e recebeu
uma medalha pelo seu heroísmo, diretamente das
mãos da princesa imperial regente.
5.2 - Sistema de Parceria – após a aprovação da
“Lei de Terras em 1850”, a doação de terras fica
proibida e o imigrante passa a ser financiado pela
iniciativa privada – fato que vai gerar grande
exploração do imigrante e até, em certos casos, a
suspensão da imigração. Nesse sistema podemos
destacar a proposta de Pietro Tabacchi, italiano
responsável por uma colônia de “parceria” em Santa
Cruz que só gerou exploração sobre o imigrante – a
colônia ficou conhecida como “Nova Trento”.
4. O Café no Espírito Santo
A introdução do café na economia capixaba foi
responsável por um aquecimento econômico nunca
visto. A balança comercial capixaba ficou favorável
e o governo passou a ter dinheiro para investir em
infraestrutura. O café chegou ao Espírito Santo
vindo pelo sul, do Vale do Paraíba, aproveitando a
baixa ocupação territorial ao longo do Rio
Itabapoana e Itapemirim. A região sul do Espírito
Santo foi a mais beneficiada inicialmente pela
produção de café e esteve ligada durante muito
tempo à economia fluminense.
A produção cafeicultora capixaba assumiu
características peculiares. A principal foi a pequena
propriedade que se manifestou em larga escala, em
um momento em que o latifúndio monocultor ainda
era o perfil da economia brasileira. Os motivos para
essa condição podem ser explicados pelo fato de
alguns proprietários lotearem parte de suas terras
para venda e outros terem suas terras invadidas por
serem consideradas abandonadas ou improdutivas.
(Vale ressaltar que estes proprietários receberam
boas indenizações por parte do governo em grande
parte dos casos). As vantagens da pequena
propriedade para a província estão ligadas ao
processo de intensificação do povoamento,
arrecadação de impostos, divisão da renda e certa
diversificação produtiva.
Dossiê Nagar
Carlos Nagar (diplomata italiano) relatou ao rei
Victório Emmanuel as humilhações e penalidades
aos quais seus patrícios estavam submetidos aqui
no Espírito Santo, especificando o Vale do Rio
Doce, a exploração dos fazendeiros e uma epidemia
de malária, em 1895. Essa carta ficou conhecida
como “Dossiê Nagar” e levou uma má fama do
Espírito Santo para vários países da Europa,
levando-os a suspenderem temporariamente a
emigração. Um outro fator foi o interesse na mãode-obra. Já em 1871, o responsável pela unificação
alemã, Otto Von Bismarck, após a consolidação da
união alfandegária (ZOLLVEREIN) na Confederação
Germânica, criou inúmeras restrições à emigração
de alemães para o Brasil. Sua intenção era a
ampliação da “massa” disponível ao processo de
industrialização do Reich, mas as desculpa para tal
decisão eram as péssimas condições oferecidas
aos imigrantes no Brasil.
5.3 - Imigração Subordinada ou Subvencionada
– Com as restrições externas, o governo acabou
intervindo na imigração e criando um modelo de
menor exploração para o imigrante. Esse novo
modelo era fundamentado em uma aliança entre
iniciativa privada e governo – essa medida viabilizou
a continuidade do processo de imigração.
OBS.: O Barão de Aymorés foi o responsável por
implantar uma cultura modelar de café. Era
conhecido como café capitania; produzido à
sombra, gerava grãos que produziam um café
mais suave e um valor de mercado mais
interessante para os produtores no mercado
internacional.
OBS.: CAIXAS BENEFICENTES: era uma
tentativa de amenizar as dificuldades. Consistia
em
uma
cooperação
mútua
entre
os
componentes do núcleo imigrante, com o objetivo
de criar recursos para compra de remédios,
garantias de segurança e abertura de vias.
6
6 - Colônias Importantes
abandonando os casarões coloniais em que viviam.
Essa região também foi marcada pelos quilombos.
O comércio de farinha de mandioca entre os
quilombos do norte e São Mateus, exemplificam
uma relação tensa e lucrativa. O caso de Dona Rita
Maria da Conceição Cunha, esposa do Barão de
Aymorés*, que enriqueceu com a produção de
farinha do quilombo do negro Rugério, é um
exemplo dessa relação entre os negros fugidos e os
brancos da região. Outros nomes também surgiram
na região. Benedito Meia-Légua conhecido ladrão
de cavalos no norte do Espírito Santo morreu
queimado dentro do tronco de uma árvore – seu
esconderijo - abraçado a uma estátua de São
Benedito. Entre outros, como a princesa cabinda
(angolana) Zacimba Gaba, que, segundo relatos,
fundou quilombos e tentou organizar motins na
região, usando seu título de nobreza africano,
Viriato Canção-de-Fogo e Constância de Angola.
Todos negros que fizeram História no norte do
Espírito Santo e receberam algum tipo de
reconhecimento pela forma que viveram.
6.1 – Colônia de Santa Izabel
A colônia de Santa Izabel foi fundada no ano de
1847 às margens da Estrada do Rubim, no vale do
rio Santa Maria da Vitória. Contou com um
contingente de 163 prussianos vindos do Hunsruck
e do Hesse, na região central do rio Reno. Dez anos
mais tarde sua população já era de 286 moradores
que produziam 1.200 alqueires de farinha e 10.000
arrobas de café, além de uma produção
diversificada entre milho, feijão e a criação de gado.
Em 1858 a colônia foi dividida devido aos conflitos
entre católicos e protestantes. O resultado foi a
fundação de um novo núcleo na região de
Campinho, atualmente Domingos Martins. Durante
muito tempo existiu uma grande rivalidade entre
esses núcleos, porém com o passar do tempo,
políticas de aproximação foram desenvolvidas tanto
em Domingos Martins (protestantes), quanto em
Santa Izabel (católicos).
6.2 – Colônia de Santa Leopoldina
A colônia de Santa Leopoldina foi fundada em 1857
e contou com uma fusão de 140 colonos suíços
transferidos de Ubatuba, litoral paulista, com 222
alemães, ampliando o seu contingente populacional
e automaticamente a produção. Na década de 1870
possuía um contingente de 3.881 habitantes e uma
produção que ultrapassava os 7000 kg de café
anuais. Essa colônia foi uma das que recebeu
atenção especial de Dom Pedro pelo seu potencial
produtivo e importância estratégica no campo do
povoamento de zonas interioranas.
8
- A Revolta de São José do Queimado
Entre as revoltas escravas ocorridas no Espírito
Santo, a mais famosa foi a “REVOLTA DE
QUEIMADOS”, no atual município da serra, em 19
de março de 1849.
O palco dessa revolta
chamava-se São José do Queimado e toda história
gira em torna da construção de uma igreja para a
região. Determinado dia surge um boato de que o
frade italiano, Gregório de Bene, havia prometido
que o negro que ajudasse a edificar uma igreja
naquela região teria como recompensa a alforria no
dia da inauguração da igreja. O resultado foi que
durante um ano, escravos trocaram dias santos e
domingos (folgas do trabalho) pela empreitada na
igreja. Ao término da obra os escravos cobram do
padre a sua promessa, ele não podia cumpri-la, pois
não tinha autoridade para tanto. Então os escravos
iniciam uma revolta pela liberdade e destroem a
igreja. De Vitória sai um destacamento militar para
abafar o levante, aproximadamente 200 (duzentos)
negros estavam envolvidos, dos quais só seriam
capturados 41 (quarenta e um). Cinco destes
conseguem fugir, os outros foram processados, seis
foram absolvidos, vinte cinco condenados a açoites,
e cinco foram condenados à morte, considerados os
líderes do movimento. Eram eles: Chico Prego,
João, Elisiário, Carlos e João Pequeno. (Apenas
Chico Prego e João foram mortos, os demais
fugiram ou se mataram).
7 - A Escravidão no Espírito Santo
Os escravos negros estavam concentrados no
Espírito Santo, basicamente, ao norte em São
Mateus, ao sul em Cachoeiro de Itapemirim e no
centro, em Vitória. Os principais pontos de compra e
venda de negros em Vitória eram o Forte São João,
onde hoje é o Saldanha da Gama, o mercado do
porto e o Parque Moscoso, antigamente chamado
de “Campinho”. Devido aos maus tratos e ao grande
número de escravos nas áreas de concentração, as
revoltas eram constantes.
7.1 - São Mateus e o Porto
São Mateus foi a região que recebeu as primeiras
levas de escravos que vieram para o Espírito Santo
e foi a referência portuária capixaba quanto ao
tráfico negreiro por muito tempo. O desenvolvimento
do porto ocorreu mediante o interesse dos
senhores, proprietários rurais, em estabelecer
pontos comerciais, armazéns e escritórios na região
beira-rio, no atual local do porto. Os portos fluviais,
como o de São Mateus, entraram em decadência
com a construção de rodovias, a partir das décadas
de 30 e 40 do século XX. É nesse período que as
ricas famílias de São Mateus instalam-se na parte
alta da cidade e passam a viver “de costas” para o
porto. Literalmente essas famílias “sobem a ladeira”,
OBS.:
CAIXAS
DE
EMANCIPAÇÃO:
arrecadação financeira feita pelos movimentos
abolicionistas em prol da compra da carta de
alforria de cativos.
7
8.1
- Comunidades Negras e Brecha
Camponesa
As comunidades de Cacimbinha (Atual São Jorge) e
Boa Esperança, situadas no município de
Presidente
Kennedy
são
referências
para
entendermos o surgimento de comunidades negras
após a abolição. Apesar de surgirem de formas
diferentes, marcam caminhos de maior autonomia
para comunidades negras. Essas comunidades
basicamente poderiam surgir por doações dos seus
ex-senhores em vida ou após a morte, por herança.
Cacimbinha surgiu através de doações de terras
feitas ao negro Manoel da Batalha, nome que
herdou do fazendeiro dono de sua mãe. O exemplo
de brecha camponesa de Cacimbinha implica na
concessão de terras ao escravo, permitindo-lhe tirar
folga semanal para trabalhá-la, promovendo sua
subsistência. Esse era um mecanismo de controle e
manutenção do escravismo, que barateava seu
custo à medida que ele criava sua subsistência,
diversificava a produção, e servia como “válvula de
escape” para as pressões da escravidão, pois
distraía a atenção da brutalidade escravista e
prendia o escravo à fazenda. Já a comunidade de
Boa Esperança teve sua origem através da
aquisição de terras por um negro chamado Manuel
João Ferreira, proveniente, até onde se sabe, de
Campo dos Goitacazes/RJ. No Espírito Santo
trabalhou como madeireiro e na Usina Paineiras
(produção de açúcar em Itapemirim), assumiu
quatro companheiras que ocupavam terrenos que
são basicamente o território de Boa Esperança,
legalizados na década de 20. Com a morte de
Manuel João em 1963 seus descendentes dividiram
o território, o que acabou com a condição de
sobrevivência em comunidade camponesa, gerando
a necessidade de busca de trabalho e êxodo rural.
Afonso Cláudio de Freitas Rosa, historiador e
advogado, acabou não ficando nem um ano no
poder. Por questões administrativas transferiu o
cargo para Constante Gomes Sodré, que dois
meses depois passou a Henrique da Silva Coutinho,
que em quatro meses transferiu a administração
para Antônio Gomes Aguirre. A República teve certa
dificuldade de se estabelecer, tanto na esfera
federal, quanto nas esferas estaduais, o conflito de
interesses era enorme. Nesse período foi
promulgada a Constituição Estadual de 20 de julho
de 1891 e foi eleito o Barão de Monjardim, que
governou até dezembro e entregou o cargo ao vice,
Antônio Gomes Aguirre. A posse do “Marechal de
Ferro”, Floriano Peixoto, também chamado de
“Consolidador da República”, por ter desenvolvido
uma política de eliminação da instabilidade
republicana, muitas vezes sem o uso da
democracia, acabou por trazer reflexos diretos ao
Espírito Santo. Caiu o situacionismo capixaba. Para
acabar com a instabilidade estadual e garantir os
seus interesses, o governo federal indicou uma
junta governamental constituída pelos coronéis
Inácio Henrique de Gouveia, Graciano dos Santos
Neves e Galdino Teixeira Lins de Barros Loreto.
Administraram do final de 1891 até 1892.
Espírito Santo República
Professor: Rodrigo Simão.
A República no Espírito Santo
Segundo registros oficiais, a notícia da
Proclamação da República, chegou à Vitória na
tarde do mesmo dia (15 de novembro de 1889) e
não contou com qualquer tipo de manifestação
popular. Já em Cachoeiro de Itapemirim, os
republicanos
promoveram
passeatas
em
comemoração, pois ali o movimento republicano
havia sido muito mais intenso do que em Vitória.
O jornal A Província do Espírito Santo noticiou a
escolha do novo governador no Espírito Santo da
seguinte forma:
OBS.: Os descendentes dos escravos negros se
dizem donos, “por direito”, do antigo território de
Sapê do Norte, formado por grande parte dos
municípios de Conceição da Barra e São Mateus.
9
- A Proclamação da República em 15 de
Novembro de 1889
Segundos registros oficiais, a notícia da
Proclamação da República, chegou à Vitória na
tarde do mesmo dia (15 de novembro de 1889) e
não contou com qualquer tipo de manifestação
popular. Já em Cachoeiro de Itapemirim os
republicanos
promoveram
passeatas
em
comemoração, pois ali o movimento republicano
havia sido muito mais intenso do que em Vitória.
O jornal A Província do Espírito Santo noticiou a
escolha do novo governador no Espírito Santo da
seguinte forma:
“No Espírito Santo, dissolvida a Assembléia
Legislativa no dia 16, os principais líderes
republicanos reúnem-se para escolher o novo
chefe do Governo Provisório; a opção foi o
nome de Afonso Cláudio.”
Afonso Cláudio de Freitas Rosa, historiador e
advogado, acabou não ficando nem um ano no
poder. Por questões administrativas transferiu o
cargo para Constante Gomes Sodré, que dois
meses depois passou a Henrique da Silva Coutinho,
que em quatro meses transferiu a administração
para Antônio Gomes Aguirre. A República teve certa
dificuldade de se estabelecer, tanto na esfera
federal, quanto nas esferas estaduais. O conflito de
interesses era enorme. Nesse período foi
promulgada a Constituição Estadual de 20 de julho
de 1891 e foi eleito o Barão de Monjardim, que
governou até dezembro e entregou o cargo ao vice,
Antônio Gomes Aguirre.
“No Espírito Santo, dissolvida a Assembléia
Legislativa no dia 16, os principais líderes
republicanos reúnem-se para escolher o novo chefe
do Governo Provisório; a opção foi o nome de
Afonso Cláudio.”
8
A posse do “Marechal de Ferro”, Floriano
Peixoto, acabou por trazer reflexos diretos ao
Espírito Santo. Caiu o situacionismo capixaba. Para
acabar com a instabilidade estadual e garantir os
seus interesses, o governo federal indicou uma
junta governamental constituída pelos coronéis
Inácio Henrique de Gouveia, Graciano dos Santos
Neves e Galdino Teixeira Lins de Barros Loreto.
Administraram do final de 1891 até 1892.
solucionar a crise, decide renunciar em 16 de
setembro de 1897. Assumindo o vice-presidente
Constante Gomes Sodré, que convocou novas
eleições, segundo exigia a constituição, sendo eleito
José Marcelino Pessoa de Vasconcelos.
3 - Henrique da Silva Coutinho (1904-1908)
Muniz Freire, em seu segundo mandato, apóia
Henrique Coutinho para o cargo de Governador e
por motivos de divergências políticas acabam
rompendo após a eleição. Outro caso que chamou
atenção foi quando Coutinho autorizou Jerônimo
Monteiro a negociar a venda da Estrada de Ferro
Sul Espírito Santo, vendida a Leopoldina Railway.
Segundo denúncias, Jerônimo Monteiro havia
emitido mais títulos do que seriam necessários,
criando um enorme escândalo no governo.
1 - O Projeto Modernizante de Muniz Freire
1º Mandato (1892-1896) /
2º Mandato (1900-1904)
O Dr. José Carvalho Muniz Freire é uma das
maiores referências políticas do Espírito Santo. As
metas prioritárias do seu governo eram:
investimentos nas ferrovias, no povoamento e na
produção agrícola. O seu primeiro mandato marcou
o início da fase política de estabilidade
administrativa. Iniciou as obras da Estrada de Ferro
Sul Espírito Santo, construindo o trecho Argolas –
Viana. Seu objetivo era dinamizar o escoamento do
café da região sul do estado para os portos de
Vitória, já que havia uma maior facilidade de escoar
aquela produção para os portos do Rio de Janeiro,
coisa que não interessava ao estado, porque
deixava uma boa soma dos impostos do nosso café
para os cariocas. A Estrada de Ferro Vitória Minas (1903) foi outro grande investimento
ferroviário e colaborou decisivamente para o
desenvolvimento do Espírito Santo, principalmente
no setor norte.
Com base no seu projeto de povoamento,
introduziu cerca de vinte mil colonos italianos sob
o regime de pequena propriedade. Através de um
projeto de urbanização desenvolveu, pelas mãos do
engenheiro-sanitarista Saturnino de Brito, o NOVO
ARRABALDE DE VITÓRIA (Praia do Canto/Praia
Comprida). Muniz Freire ainda se empenhou na
reorganização da Escola Normal, construiu o teatro
Melpômene (onde ocorreu um incêndio em 1923 e o
local virou o teatro Carlos Gomes) e criou a Diocese
do Espírito Santo com sede em Vitória.
Na sua segunda administração enfrentou uma
terrível crise do café, pois o preço do produto entrou
em uma queda vertiginosa, enfrentando uma
prolongada seca que gerou a falência econômica do
estado e forçou o governo a decretar uma
moratória, junto aos nossos banqueiros credores.
Essas crises geradas pelo café tinham um reflexo
direto na economia capixaba, principalmente, devido
a dependência da nossa nascente indústria da
receita desse produto. Mas ainda assim, o
crescimento continuava em todos os sentidos,
somente da primeira administração de Muniz Freire
para a segunda, a população do estado havia
passado de 110.000 para 209.783.
4
Jerônimo
Republicana
(1908-1912)
Monteiro/Construção
Jerônimo Monteiro cuidou de uma crise política
criando uma nova agremiação: o Partido
Republicano Espírito Santense. Investiu no sul do
estado, mais precisamente em Cachoeiro de
Itapemirim, onde foi implantado o primeiro grande
projeto industrial do Espírito Santo: COMPANHIA
INDUSTRIAL DO ESPÍRITO SANTO, cujos
empréstimos
e
grande
endividamento
permitiram criar:
 Fábrica de tecidos para aproveitamento de
fibras têxteis (TECISA)
 Usina de açúcar no baixo Vale do Itapemirim
(Usina Paineiras)
 Fábrica de cimento
 Fábrica de papel
 Fábrica de óleo vegetal lubrificante
 Serraria industrial
 Usina hidrelétrica do rio Fruteiras
Apesar
das
grandes
perspectivas
de
crescimento industrial e dos extraordinários
investimentos, os resultados esperados não foram
alcançados, por não terem levado em conta o
diminuto mercado consumidor interno e as precárias
ou inexistentes vias de escoamento de produção. O
governo foi assim forçado a vender as unidades
industriais para pagar as dívidas adquiridas.
5 - Questões de Limites entre Espírito
Santo, Minas Gerais e Bahia
A primeira questão de limites da Era
Republicana entre Espírito Santo e Minas Gerais
ocorreu em 1912, em virtude de um incidente fiscal.
Os dois estados passaram a disputar as regiões de
Lajinha, Mutum, São Manuel do Mutum, Chalé,
Conceição do Ipanema, São Sebastião do Ocidente
e Bom Jardim, essa região acabou sendo chamada
de CONTESTADO.
A decisão foi parar na justiça e o laudo pericial
acabou favorecendo Minas. Mesmo contando com o
2 - Graciano dos Santos Neves (1897)
Assume o governo em um contexto de crise,
devido a falta de disponibilidade em levantar
recursos e a uma forte decadência do café. Sofre
forte oposição e, em meio a impossibilidade de
9
7 - Bernardino de Souza Monteiro
(1916-1920)
A administração de Bernardino Monteiro passou
por momentos que marcaram a história capixaba e
brasileira, como por exemplo, a declaração de
guerra do Brasil à Alemanha, em 26 de outubro de
1917, na Primeira Guerra Mundial e a Revolta do
“Xandoca”, que eclodiu em Colatina, onde seus
opositores, inconformados com a derrota política no
estado, proclamaram um governo paralelo.
Liderados pelo coronel Alexandre Calmon, que
emprestou seu apelido para a revolta, resistiram por
algum tempo rompendo relações com a capital, até
o levante ser abafado.
apoio do excelentíssimo senhor Rui Barbosa o
Espírito Santo perde os territórios.
A segunda questão territorial com Minas Gerais
acabou
conhecida
como
“GUERRA
DO
CONTESTADO”.
O laudo pericial do Serviço
Geográfico do Exército acabou sendo favorável ao
Espírito Santo e concordou que a região a noroeste,
mais precisamente na serra dos Aimorés, seria o
limite natural entre os dois estados. Os
representantes mineiros recorreram e alegaram que
a serra dos Aimorés legalmente não existia e
acabaram conseguindo a impugnação do laudo. Por
final, em 15/09/1963 sai um acordo (Acordo de
Bananal) em que o Espírito Santo perdia Mantena,
mas
garantia
Mantenópolis
e
Barra
de
São Francisco.
8 - Florentino Avidos (1924-1928)
Florentino Avidos buscou privatizar todos os
investimentos industriais que estavam sob
administração
estatal.
Em
seu
histórico
administrativo
destaca-se
a
geração
de
infraestrutura, principalmente na construção de
importantíssimas pontes, tais como: a ponte sobre o
rio Doce em Colatina (ponte Florentino Avidos),
sobre o rio Itabapoana ligando o Espírito Santo ao
Rio de Janeiro, a ponte Florentino Avidos de Vitória,
a ponte sobre o rio São Mateus em Nova Venécia e
sobre o rio Itabapoana, na estação Bananal. Entre
outros feitos inaugurou o teatro Carlos Gomes, abriu
estradas entre Colatina e Nova Venécia, eram os
chamados “caminhos de penetração” (vitais para o
escoamento e integração) cortando a “zona
desconhecida” (referência para essa região que
ainda era timidamente povoada).
Florentino Avidos como um administrador
solidário ao governo federal, enviou 321 homens da
força pública do estado para São Paulo, com o
objetivo de colaborar no apaziguamento da
Revolução Paulista de 1924, contexto do Movimento
Tenentista.
OBS.: entre o período de assinatura do acordo
definitivo, a região citada viveu um longo período
de dupla jurisdição e atritos entre as polícias
mineira e capixaba, chegando até a serem
registrados conflitos armados.
As questões territoriais capixabas que envolvem
a Bahia, estão relacionadas à bacia do rio Mucuri e
do rio São Mateus. Como divisas naturais, cada
estado tentou estender ao máximo suas fronteiras.
O Espírito Santo reivindicando a fronteira no vale do
Mucuri e a Bahia o vale do São Mateus. Com o
impasse, foi estabelecida uma jurisdição temporária
sobre a região durante a administração de
Florentino Avidos em 1926, até que ocorra uma
demarcação definitiva dos limites.
6 - O Conflito na Região do Contestado
Na década de quarenta, chega à Cotaxé
(noroeste do Espírito Santo – Ecoporanga) um
jovem baiano chamado Udelino Alves de Matos.
Com inspirações messiânicas, como as de Antônio
Conselheiro, Udelino propõe aos camponeses a
criação de um Estado alternativo, um “paraíso
terreno”, com terra para todos. Esse seria o Estado
União de Jeováh, com capital em Cotaxé. Depois
de uma suposta audiência com Getúlio Vargas,
Udelino consegue atuar com mais audácia,
liderando camponeses na apropriação das terras da
região e intensificando as tensões do lugar. Depois
do suicídio de Vargas suas “garantias” acabam e
sua milícia que chegou a contar com
aproximadamente 800 pessoas, foi desbaratada
pelas forças oficiais de MG e ES, que se uniram,
apesar da indecisão da jurisdição sobre a região.
Udelino consegue fugir, mas não volta a liderar os
posseiros, e depois desse fato não se ouve mais
falar dele.
9 - Aristeu Borges de Aguiar (1928-1930)
Seu governo foi marcado pela perseguição aos
partidários da Aliança Liberal no estado (movimento
de oposição à situação) e acabou sofrendo grande
oposição quando um comício promovido pelos
aliancistas nas escadarias do Colégio do Carmo foi
duramente reprimido, fato ocorrido em 13 de
fevereiro de 1930 e acabou entrando para a história
como o MASSACRE DE 13 DE FEVEREIRO. O
saldo ficou em quatro mortos e onze feridos à bala e
a patadas de cavalos. Ainda em 1930, tropas
revolucionárias invadiram o Espírito Santo em três
frentes: uma ao sul que ocupou Cachoeiro de
Itapemirim e duas pelo oeste, uma com destino à
Afonso Cláudio e outra à Vitória. Com medo, Aristeu
Borges fugiu no cargueiro italiano Atlanta. Punaro
Bley dominou a capital e estabeleceu a 19 de
outubro uma Junta Governativa composta por
Punaro Bley, João Manuel de Carvalho e Afonso
Lírio. A revolução estava concluída, era o início de
uma nova fase da história do Espírito Santo.
OBS.:
foi estabelecida
pela
Assembléia
Legislativa de Vitória uma CPI para apurar as
atrocidades cometidas por policiais na região/
essa
CPI
chamou
o
movimento
de
“Nova Canudos”.
10
10 - João Bunaro Bley (1930-1943)
Divisão Administrativa:
Primeira Interventoria
1930 - 1935
Fase Constitucional
1935 - 1937
Segunda Interventoria
1937 – 1943


Assumindo a administração em um momento
turbulento e se comprometendo em sanar as dívidas
assumidas pelo estado no seu projeto político,
Punaro Bley iniciou uma política de redução dos
gastos públicos, que chegou em alguns setores, a
um corte de 67% do orçamento do governo,
desenvolvendo um conjunto maciço de demissões
de “apadrinhados” das oligarquias cafeicultoras. Sob
um novo estigma político, dois novos partidos se
destacam: PARTIDO DA LAVOURA (PL), integrado
por pessoas de destaque de momentos anteriores
da política capixaba, como a família Monteiro e o
PARTIDO SOCIAL DEMOCRÁTICO DO ESPÍRITO
SANTO (PSD), integrado por Punaro Bley, Jones
dos Santos Neves, Carlos Lindemberg, Fernando de
Abreu e outros. Bley defendeu um projeto de
diversificação da economia capixaba e investiu em
cacau, feijão, milho, mandioca, criando a Escola
Prática de Agricultura de Santa Teresa e o Instituto
de Crédito Agrícola do Espírito Santo, que tinha por
finalidade subsidiar as plantações. Essa instituição
futuramente se transformaria no “BANESTES”. Isso
confirma uma iniciativa voltada exclusivamente para
o campo, ainda sem uma política decisiva de
investimentos na indústria.



11 - Governos de Carlos Linderberg
(1947-1951 e 1959-1962)
Primeiro Mandato 1947-1951
desenvolveu uma política de equilíbrio das
finanças do tesouro estadual
concluiu a ligação rodoviária entre Vitória e o
Rio de Janeiro colaborando com a integração
interestadual.
planejou e iniciou as obras de construção da
ponte sobre o rio Doce na cidade de
Linhares.
criou a Faculdade de
Medicina do
Espírito Santo.
construiu estradas de Colatina à Vitória, São
Domingos e Barra de São Francisco para
promover uma maior integração do norte do
estado e facilitar o escoamento da produção,
principalmente de café.
Segundo Mandato 1959–1962
 ampliação da rede escolar principalmente
nas zonas rurais.
 construiu um hospital para tuberculosos
em Colatina.
 forte geração de infraestrutura, como:
serviços sanitários, abastecimento e
eletrificação.
 influências da política federal - PLANO
DE METAS DE JK. Dividida em
três fases:
A. Expansão da Companhia Ferro e Aço de
Vitória em 1959. (COFAVI / Belgo Mineira).
B. Privatização da Fábrica de Cimento
Portland, a “Barbará” S/A, de Cachoeiro e
isenção de impostos por um prazo de 20 anos,
através da Lei 1.531 de 24 de outubro de 1960.
C. Programa Nacional de Erradicação dos
Cafezais Improdutivos: desenvolvido pelo
Instituto Brasileiro do Café (IBC) e gerenciado
pelo GERCA (Grupo Executivo de Recuperação
Econômica). Erradicaram aproximadamente
54% dos cafezais capixabas.
Repercussões da Segunda Guerra Mundial
no Espírito Santo
Grande parte dos imigrantes vindos para o
Espírito Santo tinham fortes influências do
fascismo italiano, do nazismo alemão, do
salazarismo português e do franquismo
espanhol. No Espírito Santo, o movimento
integralista se desenvolveu maciçamente na
região colonizada pelos europeus como:
Castelo, Conceição do Castelo, Santa Teresa,
Ibiraçu, Colatina, Marilândia e Rio Bananal.
Após o torpedeamento do navio Tamandaré
em 30 de julho de 1942 e o Itajubá em 15 de
agosto (saiu de Vitória com destino à Salvador e
teve 31 desaparecidos dos 121 embarcados),
supostamente pelos submarinos alemães, são
iniciadas manifestações contra o Eixo e são
levantados supostos traidores da pátria. Muitos
imigrantes foram presos e por um decreto as
propriedades dos “QUINTA COLUNAS”
(imigrantes
perseguidos
acusados
de
espionagem) foram confiscadas para pagar os
danos causados pelos seus respectivos países
ao nosso governo.
12 - Jones dos Santos Neves (1951-1954)
Jones dos Santos Neves investiu maciçamente
no campo industrial e a articulação habitual com os
produtores de café foi relegada a segundo plano.
Essa administração teve uma inspiração muito forte
nas propostas capitalistas do século XX, tais como a
política do “ESTADO DO BEM-ESTAR SOCIAL”
(welfare state). Isso já demonstrava parte dos ideais
propostos por Jones, que ainda passariam pelo
aumento da arrecadação e nesse período o Espírito
Santo chegou a ser o sétimo estado em volume de
receita arrecadado no Brasil. Com esse capital e
mais ajuda do governo federal e setores externos,
puderam ser desenvolvidos projetos marcantes na
história do Espírito Santo.
11
Plano de Valorização
Espírito Santo
Econômica
do
Principais
feitos
segundo mandato:
administrativos
do
 REFLEXOS DO PLANO TRIENAL DO
PRESIDENTE JOÃO GOULART: os projetos
do Porto de Tubarão começaram ainda na
segunda administração de Lindemberg, mas
tiveram grande prioridade na administração
de Chiquinho em 1963.
 conclusão das obras das BR 101 e BR 262,
agilizando a economia e diversificando o
mercado capixaba.
Eletrificação: construção de usinas
(EX:Rio Bonito); criação da Espírito Santo
Centrais Elétricas S.A, que na administração
seguinte seria posta em atividade e ficaria mais
conhecida por ESCELSA.
Obras Portuárias: criação de infraestrutura
para reforma de embarcações;
Transportes: grandes investimentos em
vias rodoviárias em Baixo Guandu, Colatina,
Vitória, São Mateus, Cachoeiro do Itapemirim,
Alegre e Guaçuí.
Em um depoimento do próprio Chiquinho ele
pergunta a um coronel o motivo dele ser um
indivíduo nocivo à revolução; a resposta foi
surpreende: “ – O senhor é muito ligado
ao povo.”
Saúde: criação do hospital colônia Adalto
Botelho.
O Golpe Militar de 1964
Os Novos Rumos da Política Capixaba
Educação: Criação da UNIVERSIDADE
FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO (UFES) e
grande ampliação da rede de ensino pública.
O prédio da Faculdade de Filosofia Ciências e
Letras(FAFI) foi cercado pelos militares e invadida.
Surgiram denúncias da existência de contrarevolucionários no corpo de alunos e a instituição
passou a ser constantemente fiscalizada depois
disso, assim como outras entidades intelectuais que
poderiam questionar o Regime Militar. Era o início
de uma fase marcada pela industrialização,
repressão e políticas de reconstrução econômica.
Os “GOVERNOS BIÔNICOS” marcaram essa nova
etapa da história do Espírito Santo. Os
governadores Biônicos capixabas foram:
13 - Francisco Lacerda de Aguiar
(1955-1958 e 1963-1966)
Chiquinho desenvolveu um estilo próprio de
governo que foi chamado por alguns de
AGROPOPULISMO, devido aos investimentos no
setor AGROPECUÁRIO e na sua POLÍTICA
POPULISTA.
Principais
feitos
administrativos
do
Primeiro Mandato:
 usina Hidrelétrica Mascarenhas no rio Doce
 construção
da
rodovia
Guaçuí-AlegreCachoeiro e início das obras das rodovias
BR 101 E BR 262, como proposta do
PLANO DE METAS DE JK., para integrar o
mercado brasileiro.
 Alargamento da ponte sobre o rio Doce em
Colatina com o objetivo de ampliar o
escoamento e acesso da região noroeste do
Espírito Santo.
 criação oficial da ESCELSA em 06 de
setembro de 1956.
 fundação da Fábrica de Chocolates Garoto
 criação de um Estaleiro Naval e uma política
de valorização portuária.
15 - Governo de Christiano Dias Lopes
Filho (1967-1971)
Após a renúncia de chiquinho, uma lista com
quatro nomes foi apresentada ao então Presidente
da República, general Humberto Castello Branco.
Na lista, constavam os seguintes nomes: João
Calmon, João Gilberti, Jeferson de Aguiar e
Christiano Dias Lopes. Palavras do governador
Christiano na tentativa de desvencilhar seu nome
dos populistas:
“Meus adversários tentaram me descartar
dizendo que eu era cria do Getúlio, devido ao
meu relacionamento com Jones, que fora amigo
do ex-presidente...”.
Christiano Dias Lopes foi eleito pelo voto
indireto e empossado em 31 de janeiro de 1967.
Segundo o próprio Christiano, o Presidente só lhe
fez um pedido: harmonizar a política do estado.
No dia 15 de Agosto de 1967 jorrou petróleo no
poço pioneiro da Petrobrás em São Mateus, o
governador se encaminhou à região para ver de
perto a boa nova, era uma excelente oportunidade
econômica que se concretizava para o estado do
Espírito Santo.
OBS.: a questão fundiária era muito polêmica
no período, pois desde a eliminação do Estado
União de Jeováh, no final do governo Jones dos
Santos Neves, em 1954, a atenção às instabilidades
no campo cresceu – com destaque para a criação
da SUPRA (Superintendência de Política Agrária)
em 1962 e o Estatuto do Trabalhador Rural em
1963, pelo presidente João Goulart.
12
Destaque para a Expansão do Complexo
Portuário
1º.
2º.
3º.
4º.
governador propôs a demissão de 3000 funcionários
públicos, o que gerou uma forte oposição ao seu
governo, coincidindo com os movimentos que
lutavam pela redemocratização do país. Podemos
destacar como principais grupos de luta no
processo de redemocratização no Espírito Santo:
Porto de Tubarão
Porto da Barra do Riacho
Porto de Ubu
Cais de Capuaba / melhorias
IGREJA: a Comissão Justiça e Paz (CJP) “Só o povo salva o povo” / frase símbolo do
movimento, Comunidades Eclesiais de Base
(CEB’s), Comissão de Direito a Moradia (CDM),
Comissão de Educação Popular (CEP), Comissão
Popular de Saúde (CPS).
16 - Arthur Carlos Gerhardt dos Santos
(1971-1974)
Grandes empreendimentos como o PROJETO
PILOTO DA COMPANHIA SIDERÚRGICA DE
TUBARÃO (CST) e o CENTRO INDUSTRIAL DE
VITÓRIA (CIVIT) são desenvolvidos nesse período
e contam com recursos gerados pelo Primeiro Plano
Nacional de Desenvolvimento (I PND) e o Milagre
Econômico Brasileiro.
 Incentivo à exploração de petróleo no norte do
Espírito Santo (São Mateus)
 Plantio do café Conillon e incentivo à fixação
do homem ao campo.
 Incentivo à exploração do mármore (granito e
calcário), em Cachoeiro de Itapemirim no sul
do estado.
 Grandes investimentos em eletrificação rural
 Investimentos em educação / escolas de
ensino médio, chamadas na época de
Escolas Polivalentes.
 Obras na Rodovia do Sol, já visando o
mercado turístico litorâneo capixaba.
 Início das obras da Segunda Ponte, ligando
Vitória ao continente.
MOVIMENTO ESTUDANTIL: começou a ter
grande expressão no Espírito Santo após a eleição
do DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES
(DCE) em 1978, que teve como vencedora a chapa
presidida por Paulo Hartung. Desenvolvendo uma
política de ação social cada vez mais forte, incluindo
o socorro às populações afetadas pelas enchentes
em 1979, o movimento estudantil ganhava cada vez
mais influência política.
MOVIMENTO SINDICAL: à medida que os
militares “afrouxavam o regime” os trabalhadores
ganhavam espaço para reivindicar seus direitos e
nesse contexto surgiram importantes órgãos
representantes dessas classes:
Sindicato dos
Jornalistas com Rogério Medeiros à frente,
Sindicato dos Médicos com Vitor Buaiz na liderança
e a Associação dos Docentes da UFES (ADUFES).
17 - Élcio Álvares (1975-1978)
Defendeu intensamente a construção de uma
terceira ponte entre Vitória e Vila Velha, já que a
Segunda Ponte tinha uma função básica de
desafogar a ponte Florentino Avidos e o centro de
Vitória do fluxo que nesse momento já trazia as
mazelas do progresso ao Espírito Santo. Os
estudos para a construção da ponte começaram em
1975, mas só foi iniciada em 1979, sendo concluída
em 1989. O próprio Presidente Geisel visitou o
Espírito Santo sete vezes e foi parceiro no projeto
de construção da Terceira Ponte, inserindo o
Espírito Santo no Segundo Plano Nacional de
Desenvolvimento (II PND) do Regime Militar. Outros
projetos:
 finalização das obras da Segunda Ponte
(Ponte do Príncipe)
 criação do transporte aquaviário
 projetos habitacionais
 construção do terminal rodoviário da Ilha do
Príncipe
 criação de uma estrutura mais organizada
para a distribuição do Hortifrutigranjeiro –
CEASA (Centrais de Abastecimento / SA).
19
Governos
da
Fase
de
RedemocratizaçãoGerson Camata (1983-1986)
A administração de Camata é marcada pelo
contexto do período de sua eleição. A possibilidade
de escolha de governadores trouxe uma esperança
de melhoria mais efetiva para as sociedades
capixabas e de todo Brasil. Principais feitos:
 além da eletrificação rural e das vias que
interligaram o interior, garantiu recursos
financeiros às prefeituras;
 criou linhas de crédito em diversos setores
(proporcionaram crescimento, mas as custas
de grande endividamento);
 conseguiu recursos da União e do BNDE para
dar vazão às obras da Terceira Ponte;
 início da operação da CST em 1983
abandonando a condição de projeto piloto..
20 - Max Mauro (1986-1990)
A administração de Max Mauro é marcada por
uma forte contenção de despesas que acaba
promovendo um gasto de apenas 53% na folha de
pagamento, fator que marcou seu governo. Nesse
período é concluída a Terceira Ponte, fonte de
orgulho capixaba e lindo cartão postal. Outros feitos
administrativos:
 Início do TRANSCOL
 Acordos ambientais com CST e CVRD
18 - Eurico Rezende (1979-1983)
Eurico Rezende foi o último governador indireto
do Espírito Santo e arcou com a enorme
responsabilidade de garantir o pagamento dos
empréstimos feitos por seus antecessores. Marcado
pela necessidade de ajuste das finanças, o então
13
Governos da Era Neoliberal e Globalização
21 - Albuíno Azeredo (1990-1994)
A administração de Albuíno está inserida no
processo de globalização desencadeado a partir de
1990 com a administração do presidente Fernando
Collor. Entre inúmeras propostas de privatização
destacamos a CST e a Escelsa, ambas contaram
com protestos contrários à desestatização. Outros
fatos importantes:
 Grande número de emancipações políticas
(fragmentação do território / surgimento de
inúmeros municípios novos)
 Grandes
avanços
na
política
de
implementação do CORREDOR CENTRO
LESTE. (Integração de portos capixabas com
rodovias e ferrovias, visando principalmente,
escoar a produção agrícola de GO, TO, MT,
MG, MS e DF.)
a) Explique o motivo que levou Portugal a escolher
o sistema de Capitanias Hereditárias.
b) Explique o motivo da escolha de Vasco
Fernandes Coutinho como donatário da
Capitania do Espírito Santo.
c) Quais as motivações de Vasco Fernandes
Coutinho ao aceitar a missão de colonização?
2. Sobre o nativo que vivia na região em que foi
implantada a capitania do Espírito Santo:
a) Indique um diferencial.
b) Qual a relevância histórica dos botocudos?
3.
“O Espírito Santo é a melhor e a mais rica
capitania que há na costa do Brasil, porém, está
tão perdida como o capitão dela, que é Vasco
Fernandes Coutinho (...)” (Tomé de Souza –
Carta ao rei D. João III).
Corredor Centro-Leste
Responda:
a) Descreva os motivos do fracasso da Capitania
do Espírito Santo:
b) Que medidas foram tomadas por Tomé de
Souza, então governador geral, em sua visita a
Capitania do Espírito Santo para tentar
contornar a situação?
O Corredor Centro-Leste compreende a
integração de vários estados com a finalidade
de facilitar e dinamizar o processo de
importação e exportação. Através da utilização
de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.
Espera-se ampliar as relações da região CentroOeste e Sudeste com outros países, gerando
empregos e aumentando a arrecadação
governamental. A Logística de Transportes
garantirá o sucesso dessa integração comercial.
Nesse setor o Espírito Santo é privilegiado, pois
contamos com duas grandes rodovias, a BR
101, que faz a ligação norte-sul e a BR262, que
faz a ligação leste-oeste, sendo a mais
importante via rodoviária do Corredor CentroLeste para o Espírito Santo. Com os novos
interesses de ampliação do Corredor CentroLeste ao MERCOSUL, criando o CORREDOR
ATLÂNTICO MERCOSUL, surgiram propostas
de privatização das estradas brasileiras e no
Espírito Santo já existe um projeto (atualmente
estagnado) de venda da Br 101 Sul. Esse
projeto, assim como outros, está paralisado, em
parte, pelas atuais incertezas políticas e
econômicas sobre o MERCOSUL. No ramo
ferroviário o Espírito Santo conta com a Estrada
de Ferro Vitória-Minas e com a Ferrovia CentroAtlântica S/A, que liga Vitória ao Rio de Janeiro.
Ainda existem projetos para futuras ferrovias
ligando o Espírito Santo de norte a sul
(Litorânea-Norte e Litorânea-Sul). Finalmente a
estrutura portuária, que atualmente é referência
na América Latina.
4. Sobre a atuação dos jesuítas no Espírito Santo:
a) Cite os principais feitos do padre Anchieta.
b) Aponte características das principais fazendas
especializadas no Espírito Santo.
5. Destaque a atuação da Igreja, em especial da
figura do Frei Pedro Palácios e do Padre José
de Anchieta no processo de pacificação do
indígena na Capitania do Espírito Santo:
6. Defina “civilização carangueja”.
7.
“As fases seguintes serão para o Espírito
Santo um tempo de estagnação, sobretudo a
partir do século XVIII, com a exploração do ouro
do vasto sertão da capitania, que se estende
para lá da muralha das montanhas. A partir daí,
o Espírito Santo perde seu rico quintal,
transformado em território das Minas Gerais ...”
(Espírito Santo Impressões)
Responda:
a) Quais as medidas tomadas pela coroa que
levaram o Espírito Santo ser conhecido como
“BARREIRA VERDE” ou “ESTADO TAMPÃO”?
b) Quais as consequências do êxodo do ciclo da
mineração para o Espírito Santo?
1. A partir de 1530, Portugal inicia a efetiva
colonização do Brasil, sendo dividido em 14
capitanias hereditárias e entregue a 12
donatários. A capitania que corresponde ao
atual Espírito Santo foi entregue a Vasco
Fernandes Coutinho, um importante combatente
durante o processo de conquista portuguesa na
África e Ásia.
8. Explique a relação entre a produção de café e o
desenvolvimento do Espírito Santo?
9. Em que consistiam as Caixa de Emancipação?
10. Leia o texto abaixo, que foi retirado do livro
Cotaxé, de Adilson Vilaça:
14
SECRETARIA DA AGRICULTURA, TERRAS E
COLONIZAÇÃO
SATC/53/131
13. O governo de Arthur Gerhardt durou de 15 de
março de 1971 até 15 de março de 1974 e foi
marcada pela alocação de recursos externos e
a concretização de propostas estruturais para
atrair projetos industriais. Cite, pelo menos, três
fatores que servem como justificativa para a
implantação dos Grandes Projetos Industriais:
Vitória, 24 de fevereiro de 1953
Senhor Secretário:
O Senhor Diretor da Divisão de Terras e
Colonização acaba de me dar conhecimento dos
expedientes que faço anexar por cópia, nos quais
relata que grupos de homens armados, sob a chefia
ou orientação de UDELINO ALVES DE MATOS –
nas regiões de PEDRA DA VIÚVA, RONCO, 2 DE
SETEMBRO, JABOTI e adjacências do município
de Barra de São Francisco, procuram despejar
posseiros das terras que ocupam e trabalham, sob o
pretexto de que estão a mando do Presidente
Getúlio Vargas e que são eles as únicas
autoridades com atribuições de repartirem as terras.
Um Agrimensor desta Secretaria, pelo menos,
já foi forçado a suspender os trabalhos, o que
denota a gravidade do acontecimento.
Solicito a Vossa Excelência as medidas
urgentes que o assunto reclama, apresento-lhe
os mais.
Atenciosos cumprimentos
As) HERMES CURRY CARNEIRO – Secretário
de Agricultura, Terras e Colonização em exercício.
Responda:
a) O que assemelhava o Estado União de
Jeováh com o movimento de Canudos
liderado por Antônio Conselheiro?
b) Como terminam o sonho de Udelino Alves
de Matos, em se criar o “paraíso terreno”?
c) Por que os posseiros, que chegaram junto
com Antônio Genuíno da Silva, foram
considerados comunistas?
11. A política desenvolvimentista de Jones dos
Santos Neves está baseada no projeto do Plano
de Valorização Econômica do Espírito Santo,
que podemos destacar como resultados:
12. Existe uma tendência no Espírito Santo: a
concentração de investimentos na Grande
Vitória. Os problemas da Grande Vitória estão
ligados
historicamente
ao
processo
contemporâneo de industrialização no Espírito
Santo (décadas de 1960 e 1970), o qual ocorreu
num momento de crise na economia agrícola
que contribuiu para uma política governamental
favorável à industrialização e para mudanças na
cidade de Vitória. Correlacione a política de
industrialização com a crise na agricultura e
com a acelerada urbanização de Vitória.
15
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HISTÓRIA DO BRASIL