Processo de Inovação de
Produtos Industriais:
retrospectivas no Brasil
II Conferência Internacional de Design,
Engenharia e Gestão para Inovação
Second International Conference on Integration
of Design, Engineering and Management for
Innovation
Prof. Nelson Back
IDEMI-2012
22/10/2012
Tópicos
1. Introdução
2. Definições e visão geral do processo de inovação
de produtos
3. Principais marcos da evolução da inovação de
produtos em nível mundial
4. Contribuições para evolução do processo de
inovação no Brasil
5. Proposições de modelo do processo de inovação
de produtos industriais
2
Tópicos
6. Modelo de processo de inovação proposta pelo
NeDIP
7. Incentivos à inovação de produtos no Brasil
8. Eficácia dos esforços e incentivos à inovação nos
resultados no Brasil
9. Referências bibliográficas
3
1- Introdução
4
1 Introdução
Objetivo: mostrar a retrospectiva de eventos e
desenvolvimentos relacionados ao conhecimento de
inovação de produtos industriais ocorridos principalmente
no Brasil, considerados sob a ótica de pesquisas e estudos
realizados no Núcleo de Desenvolvimento Integrado de
Produtos – NeDIP, do Departamento de Engenharia
Mecânica da UFSC
Equipe de Pesquisadores: Nelson Back; Longuinho da
Costa Machado Leal; Acires Dias; Fernando Antonio
Forcellini; André Ogliari e Jonny Carlos da Silva
5
1 Introdução
Inovação de produtos:
É um campo de conhecimento multidisciplinar pesquisado,
estudado, gerado e acumulado em diferentes centros e
institutos tradicionais de pesquisa e desenvolvimento, bem
como nos diversos setores industriais com tecnologias dos
mais variados níveis de complexidade, assim há muitas
diferenças de entendimentos, denominações, conceitos,
definições e amplitudes de visão do processo de inovação
de produtos industriais
6
2- Definições e visão da
inovação de produtos
7
2 Definições e visão
Projeto:
É o uso de princípios científicos, informações técnicas, de
mercado e imaginação na definição de estruturas, máquinas,
sistemas ou produtos para desempenhar funções préespecificadas com máxima economia e eficiência.
A responsabilidade do projetista ou da equipe de projeto se
estende por todo o processo, desde o estabelecimento das
especificações de projeto até as instruções detalhadas para a
fabricação, uso, descarte ou desativação de um produto.
8
2 Definições e visão
Para desenvolver o projeto de um produto com eficiência e
eficácia, é necessário saber o que fazer, para quem
fazer, quando fazer, com que fazer e como fazer.
A esta organização do conhecimento, métodos,
ferramentas e recursos utilizados, chama-se de
metodologia de projeto ou sistematização do processo de
desenvolvimento de produtos.
9
2 Definições e visão
Termos adotados:
Português: teoria de projeto, engenharia do produto, projeto
de produto, design de produto, desenho
industrial, desenvolvimento integrado de
produtos, gestão da inovação do produto.
Inglês: engineering design, product design, theory of
design, integrated product development, product
innovation, innovation management, industrial
design.
Alemão: Methodisches Konstruieren, Theorie der
Konstruktionsprozesse,
Konstruktionssystematik, Gestaltung,
Produktentwicklung.
10
2 Definições e visão
Com a globalização, cada vez mais, os produtos devem
apresentar alta qualidade, no mais amplo sentido do termo e
devem ser competitivos.
Para ter qualidade e competitividade o produto deve ser
desenvolvido de forma integrada, com competências em
múltiplas disciplinas.
Não se pode falar em projetista no singular e sim numa
equipe integrada de profissionais de diversas funções ou
competências, dentro de um apropriado ambiente de
desenvolvimento de produto, ou que atua, simultaneamente,
ao longo do ciclo de desenvolvimento do produto
11
2 Definições e visão
Para conseguir isto, a gerência do processo de
inovação é fundamental, para que a equipe das mais
diversas competências e interessados (stakeholders) –
desenhistas industriais ou designers; de marketing; de
custos; engenheiros mecânicos, eletricistas, eletrônicos, de
informática, de materiais, de confiabilidade, de
embalagens; assistência técnica; logística; consumidores;
fornecedores etc - alcance bons resultados
12
2 Definições e visão
Conforme Pesquisa de Inovação Tecnológica – Pintec
(2008) – IBGE e Manual de Oslo, da Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), de
(2005)]
Inovação Tecnológica: é definida pela introdução no
mercado de um produto, um processo produtivo ou serviço
tecnologicamente novo ou substancialmente aprimorado
13
2 Definições e visão
Razões para inovar
Razões tecnológicas:
•
•
•
•
Desenvolver novos produtos ou serviços;
Alterar ou melhorar métodos de produção existentes;
Imitar os líderes em inovação;
Adaptar as tecnologias desenvolvidas por outros às
necessidades da empresa;
• Melhorar o desempenho de técnicas existentes.
Razões econômicas:
•
•
•
•
•
•
14
Substituir produtos obsoletos;
Alargar gama de produtos;
Manter posição atual de mercado;
Entrar/abrir novos mercados;
Reduzir custos de fabricação, de pessoal e de projeto;
Reduzir consumo de materiais, energia, defeitos de fábrica,
poluição ambiental.
2 Definições e visão
Visão do processo de inovação de produto:
No Brasil há diversas definições, conceitos de gerenciamento do
processo de desenvolvimento de produto devido à existência de
diversos entendimentos parciais
No ensino e pesquisa, desenvolver produtos, era tratado de maneira
isolada pelas diferentes áreas de conhecimento especializado ou
cursos convencionais
Há frequentes discussões sobre as habilitações, competências ou
domínios de atuação dos diversos profissionais que atuam no
domínio de conhecimento de inovação de produtos [ver Bonsiepe
(2011) e http://www.portaldeconhecimentos.org.br/ ]
Fig. 1 Visão integrada do projeto
do produto (Back et al., 2008)
2 Definições e visão
15Capacitação em Desenvolvimento Integrado de Produtos
Pesquisa de
mercado
Análise da
concorrência
Lista de
verificação
QFD
Ciclo de vida
.....
Pesquisa de
mercado
Metodologia de projeto
etc.
Síntese de
funções
Análise da
concorrência
Métodos de
criatividade
Lista de
verificação
QFD
Métodos de
seleção
Modelagem
geométrica
Seleção de
materiais
Etc.
Contratação
Síntese de
funções
Métodos de
criatividade
Técnicas de
representação
Protótipos
Norma lização
Tecnologia da
Informação
Processos da organização
(processo de projeto)
Projeto Informacional
Projeto
Análise
detalhada
DFX
Planilhas
eletrônicas
Base de dados
Métodos de
seleção
Etc.
Projeto Conceitual
Sistema
Especialista
Produção
Modelagem
geométrica
Seleção de
materiais
Protótipos
Sistemas
CAD/CAE/CAM
Etc.
Projeto Preliminar
Comercialização
Linguagens
computacionais
Utilização
Análise
detalhada
Normalização
Técnicas de
representação
Padrões de
modelagem
Etc.
Projeto Detalhado
Desativação
.....
Integração
Iniciação
16
15
Escopo
Tempo
Planejamento
Prof. Nelson Back
Comunicações
Execução
Riscos
Aquisições
Custo
Gerenciamento de projeto
Qualidade
Controle
Recursos
Encerramento
etc.
etc.
etc.
3- Evolução da inovação
em nível mundial
17
3 Evolução da inovação em nível mundial
Quadro 1 Principais obras até 1990
Item
1
2
3
4
18
Autores
Comentários sobre a obra
Asimov, M.
(1962)
Autor apresentou o projeto de sistemas técnicos
de forma sistemática. Foi traduzida para o
português em 1968.
Woodson, T.
T. (1966)
Até esta data apresentou a melhor visão sobre o
processo de projeto.
Cain, W. D. (1969)
Esta obra apresentou , pioneiramente, capítulos tais como: projeto para
função; projeto para uso; projeto para aparência; projeto para manufatura.
Para a época foi uma obra muito boa.
Pahl & Beitz 36 artigos (Für die Konstruktionspraxis) na
(1972 a 1974), revista Konstruktion, com resultados de
Darmstadt, Berlin pesquisas de centros na Alemanha. É
considerado um marco inicial para a
sistematização do processo de desenvolvimento
de produtos.
3 Evolução da inovação em nível mundial
Quadro 1 Principais obras até 1990
Item
Autores
Comentários sobre a obra
5
O autor apresentou uma sistemática, ou melhor, uma metodologia de projeto
Koller, R. (1976)
de sistemas técnicos. Está baseada em resultados de pesquisas desenvolvidas
Aachen
na Alemanha semelhantes ao material citado no item 4.
6
Rodenacker, W. Esta obra é semelhante ao livro de KOLLER, também apresenta uma
G. (1976),
metodologia de desenvolvimento de sistemas técnicos. Os livros dos itens 5 e
Munich
6, para o seu tempo, eram de muito bom conteúdo.
7
Pahl, G. & Os editores dos artigos do item 4 publicaram livro
Beitz, W. que foi republicado em várias edições e línguas.
Estes dois autores estão, mundialmente, entre os
(1977)
Darmstadt/
mais referenciados nessa área. Foi e é uma
Berlin
excelente obra.
8
Norma que apresenta uma sistemática de projeto de sistemas técnicos.
VDI 2222
(Konstruktionsmethodik, konzipieren Technischer Produkte). Em 1985 foi
(1977) - Norma
publicada a VDI 2221.
19
3 Evolução da inovação em nível mundial
Quadro 1 Principais obras até 1990
Item
9
Autores
Tjalve, E. (1979),
Copenhagen
Blanchard, B.
S. &
10 Fabrycky, W.
J. (1981),
Virginia
Polytechnic Inst.
Pahl, G. &
11 Beitz, W.
(1984)
20
Comentários sobre a obra
Uma das primeiras obras que trata em mais profundidade os conceitos de
desenho Industrial (A short course in industrial design)
Obra é típica de engenharia de sistemas que, até
aquela data, apresentou a melhor visão global
do processo de desenvolvimento de produtos.
Visão de projeto do produto para consumidor e
ciclo de vida do produto, visão de engenharia
simultânea.
Engineering design: a systematic approach (1ª
tradução do alemão para o inglês). Mais tarde foi
traduzida para cinco línguas inclusive português
3 Evolução da inovação em nível mundial
Quadro 1 Principais obras até 1990
Item
Autores
Comentários sobre a obra
ASME pesquisou razões pelas quais os produtos
dos Estados Unidos perdiam competitividade
12 ASME (1985) perante Japão e Alemanha. Constatou baixa
qualidade do projeto de produtos e descuidos
no ensino e pesquisa em projeto de produtos.
Wallace, K.
M. & Hales,
13
C. (1987),
De forma análoga ao item 12, este artigo trata de
estudo realizado na Inglaterra.
Cambrigde
14
21
ASME (1986)
Este artigo apresenta recomendações e diretrizes para o ensino e pesquisa
na área. Os itens 12 e 13 podem ser considerados como marcos para o
desenvolvimento dessa área, especialmente nos Estados Unidos e na
Inglaterra.
3 Evolução da inovação em nível mundial
Evolução de conceitos após 1990
•projeto para o consumidor (Design for Consumer);
•projeto para custo (Design for Cost - DFC);
•projeto para manufatura (Design for Manufacturing - DFM);
•projeto para montagem (Design for Assembly - DFA);
•projeto para meio ambiente (Design for Environment - DFE);
•projeto para confiabilidade (Design for Reliability);
•projeto para estética (Design for Aesthetics - DFA)
•projeto para mantenabilidade (Design for Maintainability);
•engenharia simultânea (Concurrent Engineering - CE);
•projeto para a qualidade (Design for Quality - DFQ);
•projeto para competitividade (Design for Competitiveness); e
•desenvolvimento integrado do produto (Integrated Product
Development - IPD)
22
3 Evolução da inovação em nível mundial
Quadro 2 Principais obras entre 1990 e 2000
item
1
Autores
Pugh, S. (1991),
Strathclyde, Escócia
2
Huthwaite, B. & Schneberger, D.
(1992)
3
Kusiak, A. (1993), Iowa
4
Clausing, D. (1994),
MIT
Título da obra
Total design
Design for competitivness: the teamwork approach to product
development
Concurrent engineering: automation,
tools and techniques
Total quality development – a step-bystep guide to world-class concurrent
engineering
5
Boothroyd, G.; Dewhurst, P. &
Knight, W. (1994)
Product design for manufacture and assembly
6
Ulrich, K.; Eppinger,
S. (1995), MIT
Product design and development
23
3 Evolução da inovação em nível mundial
Quadro 2 Principais obras entre 1990 e 2000
item
Autores
Título da obra (principais obras 1990 a 2000)
7
Roozemburg, N. F. M. &
Eekels, J. (1995)
Product design: fundamentsls and methods
8
Prasad, B, 1996
Concurrent engineering Fundamentals
9
Bralla, J. G. (1996) Design for excellence
10
Huang, G. Q. (1996)
Design for X: concurrent engineering imperatives
11
Magrab, E. B.
(1997)
Integrated product and process design and
dvelopment
12
Stoll, H. W. (1999)
Product design and practices
Dieter, G. E. (2000), Engineering design: a materials and
13
Maryland
processing approach
24
3 Evolução da inovação em nível mundial
Quadro 3 Principais obras após 2000
Item
Autor
Titulo da obra
1
Otto, K. N.; Wood, K. L. Product design: techniques in reverse
(2001), MIT/Texas
engineering and new product development
2
Clarkson & Eckert (2005)
Rainey, D. L. (2005),
Design process improvement: a review of current practice
Product Innovation: leading change through
integrated product development
3
Rensselaer. Polytechnic
Institute
4
Trott, P. (2005)
Innovation management and new product development
5
Ettlie, J. E. (2006), Rochester
Institute of Technology.
Managing innovation: new technology, new products, and new
services in a global economy
6
7
25
Eversheim, W. (2009),
RWTH Aachen
Crawford, C. M.;
Benedetto, C. A. di
(2010), Huston
Innovation Management for Technical
Products: systematic and integrated product
development and production planning
New Product Management
3 Evolução da inovação em nível mundial
Quadro 4 principais revistas adotadas no NeDIP
Item
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
26
Título da revista
Computer Aided Design
Design
Design Issues
Design News
Design Studies
International Journal of Product Management
Journal of Engineering Design
Journal of Design Engineering
Journal of Mechanical Engineering
Journal of Product Innovation Management
Journal of Research in Engineering Design
Konstruktion
Machine Design
Materials and Design
Editor, ano de início
Elsevier, 1968
1992
MIT Press, 1997
UBM Canon LLC, 1997
Elsevier, 1979
Elsevier
Taylor & Francis,1994
1991
ASME, 1989
Wiley
Springer
Springer-VDI-Verlag
Penton Media, 1981
Elsevier, 1980
3 Evolução da inovação em nível mundial
Quadro 5 Principais congressos em desenvolvimento de produtos
Item
1
2
3
4
5
6
27
Nome
ASME Interational Conference on Design Theory and
Methodology (DTM)
ASME International Conference on Engineering
Design
CIRP Design Conference (College International pour
la Recherche em Productique)
International Conference on Engineering Design ICED
International Design Conference
International Conference on Design Education
3 Evolução da inovação em nível mundial
Principais instituições de pesquisa
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
28
Technische Universität Berlin
Technische Hochschule Darmstadt
Technische Universität Munich
Rheinisch Westfälische Technische Hochschule - Aachen
Massachusetts Institute of Technology - MIT
Virginia Polytechnic Institute - VPI
Rensselaer Polytechnic Institute
University of Texas at Austin
The University of Iowa
Univesrsity of Cambridge, Department of Engineering
Copenhagem University, College of Engineering
4- Evolução da inovação
no Brasil
29
4 Evolução da inovação no Brasil
Brasil teve um início lento e tardio no ensino, pesquisa
e prática em inovação de produtos
Fatos
1. Cabe destacar a criação da Escola Superior de Desenho
Industrial (ESDI), do Instituto de Belas Artes no então
Estado da Guanabara, em 1962.
2. Tradução para português do livro de Morris Asimov
(Asimov, 1962), pela Editora Mestre Jou, em 1968
(Asimov, 1968), que apresentava alguma sistematização
do processo de projeto (engineering design).
30
4 Evolução da inovação no Brasil
3. Em 1974 no NeDIP/EMC/UFSC foram introduzidas
disciplinas de desenvolvimento de produtos industriais, na
graduação e pós-graduação, desenvolvidas pesquisas
sobre o processo de inovação e desenvolvido protótipos de
máquinas e equipamentos como temas de mestrado e
doutorado.
4. Em 1984 o governo, para melhorar a competitividade dos
produtos, substituir importações e equilibrar a balança de
pagamentos, pensou criar centros, na forma de
laboratórios associados “Laboratório de Desenvolvimento
de Produto - Desenho Industrial – LDP/DI”, similar ao bem
sucedido modelo da EMBRAPA, principal promotora da alta
produtividade e competitividade dos produtos agrícolas
brasileiros.
31
4 Evolução da inovação no Brasil
5. Em 1984 foi instalado em Florianópolis o Laboratório
Associado de Desenvolvimento de Produto/Desenho
Industrial de Santa Catarina - LDP/DI-SC, sede
provisória na UFSC e posteriormente com instalação em
Canasvieiras, sob a coordenação de Gui Bonsiepe, no
período de 1984 a 1987, posteriormente, por Eduardo
Barroso até 1997.
6. A partir dos anos 90, mais intensamente a partir de 2000,
foram criados mais de 160 cursos de projeto do produto
ou design de produto (ver site
http://shenrique.wordpress.com/2008/08/11/faculdadesde-design-no-brasil/)
32
4 Evolução da inovação no Brasil
Quadro 6 Principais cursos de projeto ou design de produto no Brasil
Item
Faculdade ou universidade
Graduação/
habilitação
Ano de
implant.
Pósgraduação
1
Escola Superior de Desenho
Industrial – ESDI –UERJ
Projeto de
Produto
1963
Mestrado
2
Universidade do Estado de
Minas Gerais – UEMG, Escola
de design (ex - ESAP de 1963)
Projeto de
Produto
(1963) 1990
Mestrado
3
Universidade Federal de
Campina Grande - UFCG
Pontifícia Universidade Católica
– PUC/RIO
Projeto de
produto
Projeto de
Produto
1978
Universidade do Estado de
Santa Catarina - UDESC
Design
Industrial
1996
4
5
33
1980
Mestrado e
doutorado
4 Evolução da inovação no Brasil
Quadro 6 Principais cursos de projeto ou design de produto no Brasil
6
Pontificia Universidade
Católica – PUC/PR –
Escola de Arquitetura e
Design
7
Universidade Federal Projeto do
de Pernanbuco
Produto
1997
8
Fundação Armando
Design de
Alvares Penteado - FAAP Produto
2004
9
Universidade Federal Design de
do Rio grande do Sul Produto
Industrial
2006
34
Projeto do
Produto
Mestrado
Mestarado e
doutorado
Mestrado e
Doutorado
4 Evolução da inovação no Brasil
Em geral se observa nos cursos de graduação de projeto do
produto uma estrutura curricular para identificação das
especificações de projeto, a busca da concepção, configuração
ou modelagem da solução, bem como alguns conhecimentos
para dimensionamento, seleção de materiais e de processos
de fabricação.
Entende-se que deveria haver mais ênfase em disciplinas
de gerenciamento do processo de desenvolvimento de
produtos, de métodos e ferramentas utilizados ao longo do
ciclo do produto, bem como da organização gestão de
negócios.
35
4 Evolução da inovação no Brasil
Quadro 8 Disciplinas de pós-graduação em programas de engenharia
Item
1
2
3
36
Instituição
Disciplinas de pós-graduação
NeDIP - Projeto conceitual; Modelagem e simulação de
PPGEM/ sistemas mecânicos; Projeto para manufatura;
Confiabilidade e mantenabilidade; Gerenciamento do
UFSC
desenvolvimento de produtos; Sistemas
especialistas aplicados à engenharia.
PPGEP/ Análise funcional; Gestão da inovação; Fundamentos
de desenho industrial; Desenvolvimento de Produtos
UFSC
I, II e III; Projeto ergonômico do produto;
Sustentabilidade em projetos; Inteligência para
inovação; Sistemas enxutos; Desdobramento da
função qualidade.
PPGEP/ Ergonomia e projeto; Qualidade no desenvolvimento
UFSCar do produto; Projeto e desenvolvimento do produto;
Gestão de tecnologia e inovação.
4 Evolução da inovação no Brasil
Quadro 8 Disciplinas de pós-graduação em programas de engenharia
Processo de desenvolvimento de produto;
Melhoria do processo de desenvolvimento
4
de produtos; Gerenciamento ágil de
projetos de produtos inovadores.
Gestão da inovação tecnológica; Métodos
PPGEP/UFMG
de projeto de produtos; Métodos de projeto
de produtos aplicados a novas tecnologias;
5
Sistema de desenvolvimento de produtos;
Design e ergonomia no projeto;
Metodologia de projeto de produto.
PPEP/COPPE/UF Teorias e práticas de design; Ergonomia e
projetos industriais; Tópicos especiais em
RJ
eco-concepção e reciclagem de materiais;
6
Design, inovação social e desenvolvimento
sustentável.
EESC/EP/USP
37
4 Evolução da inovação no Brasil
Quadro 9 Principais revistas nacionais em desenvolvimento de produto
item
1
Título da revista
Editora, início e periodicidadae
IGDP desde 2002, semestral
2
3
4
Product: Management &
Development
Produção
Arcos Design
ARC Design
5
Estudos em Design
PUC/RJ, AEnD-BR, 1993, semestral
6
Produto & Produção
7
8
abc Design
AGITPROP - Rev. Brasileira
de Design
Design e Tecnologia
PPGEP/UFRGS, desde 2001,
quadrimestral
Editora Infolio, 2001, trimestral
Anthea Comunicação, 2007, mensal
9
38
ABEPRO, 1991, mensal
UERJ, 1998, semestral
Quadrifoglio Editora, 1997, bimestral
UFRGS, 2009, semestral
4 Evolução da inovação no Brasil
Quadro 10 Principais livros textos publicados em português no Brasil
Item
Cronologia das
principais obras
Asimov, M. (1968)
Tradução da obra de Morris Asimov, edição de 1964, sendo a primeira
obra que trata o processo de projeto de engenharia de forma sistemática.
Back, N. (1983)
É a primeira obra de autor brasileiro que trata do projeto de
produtos industriais de forma mais detalhada em todas as
fases do processo de desenvolvimento.
Bonfim, G. (1984 e
1995)
Descreve métodos de aplicação no desenho industrial.
Bonsiepe, G. et
al. (1984 e 1986)
Descreve metodologias experimentais de desenho
industrial e casos de desenvolvimento de produtos.
Bonsiepe, G. (1998)
Do material ao digital, FIESC/IEL, trata da estratégia, organização,
conceito, avaliação, mercado e comercialização de novos produtos.
1
2
3
4
5
39
Comentários sobre a obra ou editora
4 Evolução da inovação no Brasil
Quadro 10 Principais livros textos publicados em português no Brasil
6
7
8
9
40
Baxter, M.
(1998)
Trata-se de uma tradução de Itiro Iida do livro de M. R. Baxter de
1995 que dá ênfase aos princípios e métodos considerando as
fases planejamento, concepção, configuração e projeto
detalhado no desenvolvimento de produtos.
Heskett, J.
(1997)
Sob o título de Desenho Industrial, é uma tradução do livro Industrial Design
de 1980, tratando do processo geral da estratégia, organização, geração do
conceito e planejamento do mercado e comercialização de produto
Löbach, B.
(2001)
É uma tradução, por Freddy Van Camp professor da ESDI, do livro
original em alemão “Industrial Design - Grundlagem der
Industrieproduktgestaltung” de 1976.
É uma obra completa de apoio ao projeto para usabilidade de
produtos industriais e de estações de trabalho.
“Projeto na Engenharia” é a tradução da 6ª edição do livro clássico
de Pahl e Beitz, originalmente a obra de maior destaque neste
campo de conhecimento.
Iida, I. (2005)
Pahl, G. et al.
(2005)
4 Evolução da inovação no Brasil
Quadro 10 Principais livros textos publicados em português no Brasil
Rozenfeld, H. et
10 al. (2006)
Bürdeck, B. E.
(2006)
Cheng, L. C. et
al. (2007)
11
12
13
41
Back, N. et al.
(2008)
Coral, E. et al.
(2008)
Pode ser considerada a obra mais completa sob o ponto de
vista de completeza de visão e estruturação do processo de
projeto e de produção de produtos industriais e de sua gestão.
Sob o título História, Teoria e Prática do Design de Produtos é uma
tradução de Freddy Van Camp do original em alemão “Design –
Geschichte, Theorie und Praxis der Produkte-Gestaltung’ de 2005
Esta obra trata com profundidade o método de desdobramento
da função qualidade – QFD, fundamental na fase da
determinação das especificações de projeto do produto, bem
como de sua influência e contribuições nas demais fases do
ciclo de vida do produto.
Apresenta um modelo global de desenvolvimento integrado do
projeto, com detalhamento das fases de planejamento, projeto
informacional, projeto conceitual e modelagem de produtos
industriais
Dá uma visão geral da gestão integrada da inovação, considerando a
estratégia, a organização no desenvolvimento de produtos
4 Evolução da inovação no Brasil
Considerações:
1 No Brasil ocorreu um desenvolvimento lento com poucas
instituições promovendo ensino e pesquisa no domínio de
inovação de produtos, no período de 1970 a 1995
2 Nos cursos de graduação em engenharia poucos
introduziram disciplinas neste domínio de conhecimento
3 Destaca-se alguns programas de pós-graduação em
engenharia mecânica e engenharia de produção ao
introduzir disciplinas e realizar pesquisas no domínio de
inovação de produtos, mais acentuadamente a partir do
ano de 1995
42
4 Evolução da inovação no Brasil
Considerações:
4 Houve uma expansão de cursos de graduação e pósgraduação em desenho industrial ou design de produto,
especialmente após o ano de 2000
5 Foram poucos os textos produzidos tendo a finalidade
didática e prática de projeto de produtos
6 São poucas as revistas nacionais bem classificados neste
domínio de conhecimento
7 O Brasil tem uma boa produção de artigos científicos (2%
de participação mundial), mas os pesquisadores
brasileiros preferem publicar seus artigos em revistas
internacionais melhor classificadas
43
4 Evolução da inovação no Brasil
Considerações:
8 A boa produção de artigos científicos (2% de participação
mundial, 13ª posição), deveria refletir uma
correspondente participação em depósitos de patentes
nacionais e internacionais {somente a 24ª posição no
ranking de depositantes de patentes no PCT, Gorgulho
(2012)}
9 Isto torna importante disciplinas que tratam dos
procedimentos e assuntos correlatos ao patenteamento
nacional e internacional bem como da legislação
pertinente ao desenvolvimento e consumo de produtos
em cursos de projeto de produtos
44
5- Proposições de modelo
do processo de inovação
45
5 Proposições de modelo processo de inovação
Figura 2
Fases do ciclo de
produção-consumo
de produtos
(Asimov, 1962 )
46
5 Proposições de modelo processo de inovação
Figura 3
Fases do
processo de
projeto
Pahl and Beitz (1977)
47
5 Proposições de modelo processo de inovação
Figura 4
Procedimento
geral para o projeto
de sistemas
segundo
VDI 2221 (1985)
48
5 Proposições de modelo processo de inovação
Figura 5
49
Modelo de referência do processo de
desenvolvimento de produtos
(Rozenfeld, 2006 e Romano, 2003)
5 Proposições de modelo processo de inovação
Uma análise mais detalhada de modelos do processo de
desenvolvimento de produtos é encontrada em diversos
trabalhos:
- Salgado, E. G. et al. (2010);
- Back et al. (2008);
- Rozenfeld, H. et al. (2006);
- Romano, L. N. (2003);
- Ogliari, A. (1999);
- Fiod Neto, M. (1993 ) e muitos outros.
Examinando estas referências, observa-se inúmeras
proposições de modelo do processo de desenvolvimento
de produtos que podem ser resumidas em poucas
efetivamente úteis.
50
6- Modelo de processo de
inovação no NeDIP
51
6 Modelo de processo de inovação no NeDIP
O NeDIP iniciou suas atividades em 1974 introduzindo disciplinas
- na pós-graduação
• Projeto de Produtos Industriais I – PPI-I
• Projeto de Produtos Industriais II – PPI-II.
- na graduação
• Metodologia de Projeto
Formou até o presente no PPGEM/NeDIP/UFSC:
100 mestres e 29 doutores
Publicações de mais de 350 artigos, diversos capítulos de livros e
4 livros textos
Desenvolveu protótipos de máquinas e equipamentos
52
6 Modelo de processo de inovação no NeDIP
Semeadora de Arroz
Pré-Germinado
Dissertação de Carlos Cziulik(1990)
53
6 Modelo de processo de inovação no NeDIP
Reator de
Processamento de
materiais por plasma
(componentes
sinterizados)
Tese de doutorado Luciano A. Mendes (2001)
Financiamento:
PRONEX
54
6 Modelo de processo de inovação no NeDIP
Figura 6 Processo de Desenvolvimento Integrado de Produtos PRODIP (Romano, 2003 e Back et al., 2008)
55
6 Modelo de processo de inovação no NeDIP
PLAN. ESTRATEG. DA
INOVAÇÂO
Inteligência
Competitiva
Exploração de
oportunidades
Geração de
idéias
Avaliação e
seleção das
idéias
Caracterização
das idéias de
produtos
Figura 7 Destaque da fase de planejamento do produto
(Leonel, 2006 e Coral et al., 2008)
56
6 Modelo de processo de inovação no NeDIP
Sugestão para o modelo PRODIP
Adotar a denominação de “projeto de otimização” para a
fase de projeto preliminar
No inglês são frequentes as denominações de preliminary
design ou embodiment design
No Brasil, além de projeto preliminar, tem-se adotado a
denominação de projeto de configuração, encorpamento,
conformação ou eliminado por não gostar da denominação
de projeto preliminar
57
6 Modelo de processo de inovação no NeDIP
Na fase de projeto de otimização da concepção são
realizados: modelagem; simulação do desempenho;
dimensionamento e otimização do produto
Otimização do produto é um conceito amplo, às vezes
referido como otimização global ou otimização total, ou
de qualidade total
Qualidade total significa que a concepção é otimizada sob
múltiplos critérios: função, usabilidade, estética,
confiabilidade, fabricabilidade, mantenabilidade, segurança,
sustentabilidade, apoio logístico e tantos outros atributos
58
7- Incentivos à inovação
de produtos
59
7 Incentivos à inovação de produtos
Para desenvolver produtos competitivos é necessário:
-
conhecer o mercado,
conhecer a tecnologia ,
ter o conhecimento do processo de inovação,
o ambiente apropriado,
os recursos
Para estes objetivos os governos do Brasil têm promovido
incentivos ou apoio à inovação, sob duas formas:
- a criação de centros de pesquisa, desenvolvimento e apoio às
indústrias
- fomentos sob a forma de: incentivos fiscais; recursos não reembolsáveis ; recursos reembolsáveis (financiamentos das
atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação - P,D&I)
60
7 Incentivos à inovação de produtos
Exemplos de organizações internacionais de apoio à
inovação de grande sucesso:
- Fraunhofer - Gesellschaft na Alemanha, com mais de 80
unidades (incluindo 60 institutos, staff de 20.000 cientistas e
engenheiros e orçamento anual de 1,8 bilhão de euros.
- Korea Institute of Science and Technology – KIST, criado
em 1966 na Coreia do Sul. É um instituto de pesquisa
científica multidisciplinar, suportado pelo governo com staff
de mais de 1800 cientistas pesquisadores, visitantes e
profissionais em treinamento.
61
7 Incentivos à inovação de produtos
Alguns exemplos nacionais setoriais:
- Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária
- CENPES - Centro de Pesquisas e Desenvolvimento
Leopoldo Américo Miguez de Mello
- CERTI - Fundação Centros de Referência em
Tecnologias Inovadoras
- Laboratório Polo - parceria entre Departamento de
Engenharia Mecânica da UFSC e EMBRACO
Compressores
-
CESAR – Centro de Estudos Avançados de Recife (Porto Digital –
Recipe - PE)
-
Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer - CTI
62
(Campinas – SP)
7 Incentivos à inovação de produtos
A EMBRAPA é a instituição de pesquisa vinculada ao
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, criada
em 26 de abril de 1973
Estrutura com 40 Centros de Pesquisa, Unidades de Serviços
e Unidades Centrais, contando com 9.248 empregados, dos
quais 2.215 são pesquisadores
Orçamento em 2010 de R$1,82 bilhão, 1% quando comparado
com o PIB agropecuário brasileiro de R$180 bilhões
EMBRAPA é a grande responsável pela alta produtividade e
competitividade do Brasil neste setor
63
7 Incentivos à inovação de produtos
CENPES criado em 1963, com o objetivo de atender às
demandas tecnológicas para a consolidação e expansão
da Petrobras no cenário da energia mundial
Petrobras é um dos líderes mundiais no
desenvolvimento de tecnologias de produção em águas
profundas e ultraprofundas.
64
7 Incentivos à inovação de produtos
Principais leis federais de apoio à inovação e incentivos fiscais:
- Lei nº 8.248 de 23 de outubro de 1991, lei da informática
e versões posteriores (8.387 – 30/12/1991; 10.176 –
11/01/2001e 11.077 - 30/12/2004) (redução do Imposto sobre
Produtos Industrializados do setor de tecnologia da
Informática)
- Lei nº 10.973 de 02 de dezembro de 2004, denominada lei
da inovação, regulamentada pelo Decreto nº 5.563 de 11 de
outubro de 2005 (dispõe de Incentivos à Inovação e à
pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo)
Ver Rezende & Rosa (2011) e ANPEI (2009)
65
7 Incentivos à inovação de produtos
Principais leis federais de apoio à inovação e incentivos fiscais:
- Lei nº 11.196 de 21 de novembro de 2005, conhecida como a lei
do bem, regulamentada pelo Decreto nº 5.798 de 07 de junho de
2006 (Exclusão, do Lucro Líquido e da Base de Cálculo da CSLL,
do valor correspondente a até 200% da soma dos gastos classificados
como investimentos em pesquisa e desenvolvimento)
- Lei nº 11.487 de 15 junho de 2007, de incentivo adicional à Lei nº
11.196, conhecida como a Lei Rouanet da Pesquisa,
regulamentada pelo Decreto nº 6.260 de 20 de novembro de 2007
(exclusão do lucro líquido e da base de cálculo da Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido - CSLL, os dispêndios efetivados em projeto de
pesquisa científica e tecnológica e de inovação tecnológica a ser
executado por Instituição Científica e Tecnológica – ICT
Ver Rezende & Rosa (2011) e ANPEI (2009)
66
7 Incentivos à inovação de produtos
- Financiamentos de projetos de Pesquisa,
Desenvolvimento e Inovação - P,D&I, são concedidos
na forma de recursos não reembolsáveis e recursos
reembolsáveis a baixos juros.
- Fontes de financiamento: MCTI, CNPq, FINEP, BNDES,
Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa-FAPs,
Confederação Nacional da Indústria (SESI, SENAI),
bancos regionais e estaduais de desenvolvimento e
outros ministérios.
Ver Rezende & Rosa (2011) e ANPEI (2009)
67
7 Incentivos à inovação de produtos
- Para recursos financeiros não reembolsáveis são
permitidos gastos de custeio: despesas com pessoal,
consultorias, treinamento, serviços de terceiros e demais
despesas correntes.
- O acesso aos recursos não reembolsáveis ocorre por meio
de editais com prazo e direcionamento a setores
específicos, tais como: editais temáticos, FUNTEC, Primeira
Empresa Inovadora (Prime), Recurso Senai Sesi de
Inovação, RHAE – Pesquisador na Empresa, Subvenção
Econômica entre outros.
Ver Rezende & Rosa (2011) e ANPEI (2009)
68
7 Incentivos à inovação de produtos
Recursos reembolsáveis são financiamentos em
condições vantajosas de encargos financeiros, prazos de
amortização e carência, quando comparado ao mercado
financeiro.
Linhas reembolsáveis são de fluxo contínuo, propostas
podem ser encaminhadas em qualquer época do ano.
Ver Rezende & Rosa (2011) e ANPEI (2009)
69
8- Eficácia dos esforços e
incentivos à inovação
no Brasil
70
8 Eficácia dos esforços e incentivos à inovação no Brasil
Desde os anos de 1970 algumas iniciativas, de setores
específicos tiveram grande sucesso. Exemplos:
- EMBRAPA - alta produtividade e competitividade de
produtos agrícolas
- CENPES - líder mundial em exploração de petróleo em
águas profundas
- Parceria EMBRACO e Laboratório Polo - Embraco
mundialmente, a maior produtora de compressores de
refrigeração doméstica e comercial de pequeno porte
- A Fundação CERTI de perfil mais multidisciplinar tem
avançado consideravelmente, dentro dos moldes de
institutos de grande porte como o Instituto Fraunhofer e
KIST
71
8 Eficácia dos esforços e incentivos à inovação no Brasil
No que concerne à criação de laboratórios e
centros de desenvolvimento de produtos até o
presente, houve boas iniciativas mas que deveriam,
em âmbito mais geral e em planos de longo prazo,
ser tomadas muito antes como ocorreu em países,
Coreia do Sul e China desde os anos de 1968.
72
8 Eficácia dos esforços e incentivos à inovação no Brasil
- Quanto aos incentivos fiscais concedidos pelo governo
federal há acertos, mas também muitas críticas sobre os
resultados alcançados e da participação das indústrias em
programas de inovação
- De acordo com Rocha (2011) e Soares (2012), o relatório
do Ministério de Ciência, Tecnologia (MCTI) de 2011
mostra que o número de empresas que utilizaram, desde
o primeiro ano de aplicação, os Incentivos Fiscais à
Inovação Tecnológica, previstos no Capítulo III da lei nº
11.196/05 (Lei do Bem), foi pouco representativo conforme
Quadro 12
73
8 Eficácia dos esforços e incentivos à inovação no Brasil
Quadro 11. Participação de empresas nos incentivos fiscais à inovação
tecnológica, Lei 11.196, Lei do Bem (Rocha 2011 e Soares
2012)
Ano
Empresas
candidatas
Empresas
contempladas
Dispêndios de
custeio
(R$ milhões)
Benefícios fiscais
(R$ milhões)
2006
130
130
1.447
229
2007
332
300
4.579
884
2008
552
460
7.915
1.583
2009
635
542
6.030
1.383
2010
875
639
7.183
1.727
74
8 Eficácia dos esforços e incentivos à inovação no Brasil
- MCTI estima que somente 15 a 20% das empresas que
declararam, na Pesquisa de Inovação Tecnológica Pintec 2008, terem realizado investimentos em P,D&I
beneficiaram-se dos incentivos fiscais da Lei do Bem
- Uma das causas dessa baixa utilização é que a legislação
restringe o uso do benefício por empresas pequenas e
médias, que não são optantes pelo Lucro Real, além de
exigir controles contábeis dos gastos de inovação
75
8 Eficácia dos esforços e incentivos à inovação no Brasil
- Taxa de inovação na indústria que representa, o
número n de empresas que afirmaram que introduziram
alguma inovação, dividido pelo número total N de
indústrias ouvidas nos anos em que foram efetuados os
levantamentos da Pintec, são mostrados no Quadro 12
Quadro 12 Taxa de inovação das empresas nacionais no período de
2000 a 2008 (Pintec, 2008)
Ano
2000 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Taxa (n/N) %
31,5
Cresc. PIB %
4,3
76
33,3
2,7
1,1
33,4
5,7
3,2
38,1
4,0
5,7
5,1
8 Eficácia dos esforços e incentivos à inovação no Brasil
Quadro 13 Gastos em P, D&I empresarial em relação ao PIB (Cenários
Macroplan, 2011)
País
Portugal
Espanha
China
Dinamarca
Estados Unidos
Brasil
OCDE
Alemanha
União Europeia
77
Ano 2005
0,31
0,60
0,90
1,68
1,79
0,49
1,50
1,72
1,20
Ano 2008
0,76
0,74
1,08
1,91
2,00
0,54
1,63
1,84
1,28
Variação %
145
23
21
14
12
10
9
7
7
8 Eficácia dos esforços e incentivos à inovação no Brasil
- IEDI (2010) (Instituto de Estudos para o
Desenvolvimento Industrial) considerando todos os
instrumentos, mostra que o apoio do setor público ao
gasto privado em P,D&I no ano de 2008 foi de 0,18%(1)
do PIB, quando incluídos os incentivos fiscais da Lei da
Informática e 0,07%(2) sem estes incentivos, Quadro 14.
78
8 Eficácia dos esforços e incentivos à inovação no Brasil
Quadro 14. Apoio governamental ao gasto privado em P&D/PIB (IEDI,
2010)
País
Canadá
EUA
França
Brasil(1)
Japão
Reino Unido
Espanha
Brasil(2)
México
Ano
2005
2005
2005
2008
2005
2005
2005
2008
2005
Incentivos fiscais
0,21
0,04
0,05
0,16
0,12
0,05
0,03
0,05
0,04
Subvenções
0,02
0,18
0,12
0,02
0,03
0,09
0,08
0.02
0,01
(1) quando incluídos os incentivos fiscais da Lei da Informática
(2) sem estes incentivos
79
Total
0,23
0,22
0,18
0,18
0,15
0,14
0,10
0,07
0,05
8 Eficácia dos esforços e incentivos à inovação no Brasil
Brasil tem posição intermediária entre os países que colocam a
produção de conhecimento no centro do desenvolvimento
econômico e social (Pereira, 2011)
Nos países do Quadro 15 a iniciativa privada, em especial a
indústria, participa com mais de 60% dos investimentos em
pesquisa e tecnologia e no Brasil o setor público contribui com
mais de 60%
Quadro 15 Dispêndio em DP, D&I em relação ao PIB (OCDE 2005)
País
Brasil
Espanha
USA
Japão
Coreia do Sul
DP, D&I/PIB
1,07%
0,94%
2,7%
3%
2,5%
80
8 Eficácia dos esforços e incentivos à inovação no Brasil
Quadro 16 Depósitos na fase internacional do PCT (Boletim Inovação
Unicamp, 12/03/2012)
Ordem por número de
depósitos
Ano 2010
Ano 2011
Variação %
1º Estados Unidos
2º Japão
3º Alemanha
4º China
5º Coreia do Sul
21º Rússia
23º Cingapura
24º Brasil
25º Turquia
45.008
32.150
17.568
12.296
9.296
798
641
488
480
48.596
38.888
18.568
16.406
10.447
964
671
572
541
8
21
5,6
33,4
8
20,8
4,6
17,2
12,7
Total mundial
164.316
181.990
10,7
81
8 Eficácia dos esforços e incentivos à inovação no Brasil
Conclusão: temos muito esforço pela frente
para tornar o Brasil efetivamente inovador e
competitivo
Obrigado pela atenção
82
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Caracterização funcional de produtos e suas funções