Literatura – 1º EM – Professor Altair Martins
I.
Elementos de teoria da literatura (polígrafo do 1º
trimestre)
a) O sentido de Literatura
b) Literatura: a arte da visibilidade
c) Linguagem poética
d) Os conceitos clássico e não-clássico de literatura
II. Os Gêneros Literários
a) Gênero épico
b) Gênero lírico: lirismo, tipos de poesia, métrica, soneto
c) Gênero narrativo: tipos de narrador, personagens, tempo; romance, novela,
conto e crônica
d) Gênero dramático: textos teatrais
II. Transtextualidades
a)
b)
c)
d)
Intertextualidade (paródia)
Paratextualidade
Metatextualidade
Hipertextualidade
Exercícios: textos para identificação de gêneros:
[1] Amar, Carlos Drummond de Andrade
Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados amar?
Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?
Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o cru,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave
de rapina.Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
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doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.
Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.
[2] SONETO DA FIDELIDADE, Vinícius de Morais
De tudo, meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor ( que tive ) :
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
[3] A Ilíada (abertura), Homero
"Canta, ó Musa, a ira de Aquiles, filho de Peleu,
que incontáveis males trouxe às hostes dos aqueus.
Muitas almas de heróis desceram à casa de Hades
e seus corpos foram presa dos cães e das aves de rapina,
enquanto se fazia a vontade de Zeus,
a partir do dia em que se desavieram o filho de Atreu,
rei dos homens, e Aquiles, semelhante aos deuses.
Que deus provocou a desavença entre eles?
O filho de Leto e de Zeus, que fora ofendido pelo rei.
Assim, ele mandou sobre o acampamento a peste cruel
e muita gente morreu. O rei ofendera seu sacerdote,
Crises, quanto este chegara até os navios dos aqueus,
levando consigo ricos presentes para resgatar sua filha.
Empunhava um bastão de ouro, enfeitado com as guirlandas
de Apolo, o arqueiro infalível, e dirigiu sua súplica a todos os aqueus,
mas especialmente aos dois príncipes filhos de Atreu.
– Filhos de Atreu e vós, aqueus seus súditos, possam
os deuses que moram no Olimpo permitir que tomes
a cidade de Príamo e que regresseis sem percalços à vossa pátria!
Libertai, porém, minha amada filha, eu vos imploro,
e respeitai Apolo, o arqueiro infalível, filho de Zeus."
[4] A velhinha contrabandista, Sérgio Porto - Stanislaw Ponte Preta
3
Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava na
fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da
alfândega - tudo malandro velho - começou a desconfiar da velhinha.
Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da alfândega
mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra ela:
- Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí
atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais os outros, que ela
adquirira no odontólogo, e respondeu:
- É areia!
Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha
saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e
dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha fosse em frente. Ela montou
na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.
Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia
e no outro com moamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela
passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou o que é
que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O fiscal examinou e era
mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que
ela levava no saco era areia.
Diz que foi aí que o fiscal se chateou:
- Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com quarenta anos de serviço. Manjo
essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é
contrabandista.
- Mas no saco só tem areia! - insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o
fiscal propôs:
- Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo,
não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a
senhora está passando por aqui todos os dias?
- O senhor promete que não "espáia"? - quis saber a velhinha.
- Juro - respondeu o fiscal.
- É lambreta.
[5] Otelo (fragmento), William Shakespeare
Cena II
Um quarto de dormir, no castelo. Desdêmona dorme, no leito. Uma candeia acesa.
Entra Otelo.
OTELO - Esta é a causa, minha alma. Oh! Esta é a causa! Não vo-la nomearei, castas
estrelas! Esta é a causa! Não quero verter sangue, nem ferir-lhe a epiderme ainda mais
branca do que neve e mais lisa que o alabastro. Mas é fatal que morra; do contrário, virá
ainda a enganar mais outros homens. Apaga a luz! Depois... Apaga a luz! Se te apagar,
ministro flamejante, poderei restituir-te a luz primeira, se vier a arrepender-me. Mas
extinta que seja tua luz, ó tu, modelo primoroso da excelsa natureza! de onde o fogo
trazer de Prometeu, para dar nova luz à tua chama? Se tua rosa colher, é-me impossível
o vital crescimento restituir-lhe: fatal é que feneça. Vou aspirá-la no próprio galho. (Beijaa.) O hálito aromoso, que quase a convencer chegaste a própria Justiça a espedaçar a
sua espada! Mais um! Mais um! Se assim ficares, morta, quero tirar-te a vida, e, após,
amar-te. Mais outro; será o último; um tão doce jamais foi tão fatal. Chorar preciso
lágrimas impiedosas; é celeste meu sofrimento, pois castiga ao que ama. Vai acordar!
DESDÊMONA - Quem está aí? Otelo?
OTELO - Sim, Desdêmona.
DESDÊMONA - Não vindes para o leito, meu senhor?
4
OTELO - Desdêmona, rezastes esta noite?
DESDÊMONA - Oh, decerto, senhor!
OTELO - Se vos lembrardes de alguma falta não perdoada ainda pelo céu e sua graça,
cuidai logo de tê-la redimida.
DESDÊMONA - O meu senhor! Que pretendeis dizer com isso?
OTELO - Bem; fazei o que vos disse e sede breve. Passarei nesse em meio; não desejo
trucidar-vos o espírito manchado. Não pelo céu! Não vos matarei a alma.
DESDÊMONA - Quê! Falais em matar?
OTELO - Sim, é isso mesmo.
DESDÊMONA - Então que o céu de mim tenha piedade.
OTELO - Amém, de coração.
DESDÊMONA - Se assim falais, é que não pretendeis matar-me agora.
OTELO - Hum!
DESDÊMONA - Contudo, sinto medo, pois terrível sois sempre, quando revirais os olhos
dessa maneira. A causa desse medo, não sei dizê-lo, pois não sou culpada; porém sinto
que tenho muito medo.
OTELO - Pensa nos teus pecados.
DESDÊMONA - Só consistem no amor que vos dedico.
OTELO - Pois por ele vais agora morrer.
DESDÊMONA - É contra a natureza dar a morte a alguém por ter amor. Ah! Por que
causa mordeis o lábio assim? Toda a postura tendes ora abalada, por alguma sanguinária
paixão. E mau agouro; contudo espero, espero que nenhuma ameaça me comine.
OTELO - Paz e aquieta-te.
DESDÊMONA - Estou quieta. Que é que há?
OTELO - O lenço que te dei, que eu tanto amava, a Cássio o deste?
DESDÊMONA - Não, por minha vida, por minha alma, não o dei. Mandai chamá-lo e
interrogai-o.
OTELO - Juízo, querida alma, não jures falso, pois estás agora no teu leito de morte.
DESDÊMONA - Sim, no leito, mas não para morrer.
OTELO - Sim, neste instante. Assim, confessa francamente a culpa, pois se com
juramentos contestasses ponto por ponto, em nada isso alterara ou sustara o propósito
em que me acho e que gemer me faz. Urge que morras.
DESDÊMONA - Que Deus de mim se apiade.
OTELO - Digo amém.
DESDÊMONA - Sede também piedoso. Em toda a vida jamais vos ofendi. Nunca amei
Cássio, só lhe tendo dedicado essa amizade que o céu permite, e nunca o presenteei.
OTELO - Pelo céu, vi meu lenço na mão dele. Mulher perjura, em pedra me transmudas o
coração e o nome dás de crime ao que eu pensava ser um sacrifício. Vi o lenço! Eu
mesmo!
DESDÊMONA - Então, é que ele o achou. Nunca lho dei. Mandai chamá-lo, para vir
confessar o que há.
OTELO - Já confessou.
DESDÊMONA - Confessou quê, senhor?
OTELO - Que te possuiu.
DESDÊMONA - Como? Ilicitamente?
OTELO - Sim.
DESDÊMONA - Absurdo! Não dirá isso.
OTELO - Não, porque tapada já tem a boca, pois o honesto Iago tomou suas
providências.
DESDÊMONA - Oh! Meu medo tinha razão de ser! Então, morreu?
OTELO - Se seus cabelos todos vivos fossem, minha grande vingança os devorara.
DESDÊMONA - Ai de mim! Foi traído e estou perdida!
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OTELO - Sai, prostituta infame! Vais chorá-lo na minha frente?
RESPOSTAS: 1- gênero lírico, 2-lírico, 3-épico, 4-narrativo, 5-dramático
Exercícios complementares:
1. Um escritor contemporâneo se destaca
pela produção de sonetos, esquetes
teatrais e contos. A produção desse autor
está relacionada, respectivamente, aos
gêneros:
(A) épico, lírico e narrativo.
(B) lírico, narrativo e dramático.
(C) dramático, lírico e narrativo.
(D) lírico, dramático e narrativo.
(E) poético, dramático e lírico.
2. “No tempo, sob estes galhos,
Como uma vela fúnebre de cera,
Chorei bilhões de vezes com a canseira
De inexorabilíssimos trabalhos!”
Identifique a figura empregada nos
versos destacados:
(A) antítese
(B) anacoluto
(C) hipérbole.
(D) litotes.
(E) paragoge.
3. (UFRGS) O soneto é uma das formas
poéticas mais tradicionais e difundidas
nas literaturas ocidentais e expressa,
quase sempre, conteúdo:
(A) dramático.
(D) épico.
(B) satírico.
(E) cronístico.
(C) lírico.
4. (UFRGS) Considere as seguintes
afirmações:
I - O romance é um gênero literário
em constante evolução que, na sua
configuração atual, utiliza-se das técnicas
mais variadas, provenientes, inclusive, de
outras artes como o cinema e a pintura.
II - O conto é uma narrativa em
prosa, de curta extensão, cuja trama é
em geral construída com tempo, espaço
e número de personagens reduzidos.
III - A crônica moderna apresentase como um registro isento e distanciado
de
acontecimentos
cotidianos
presenciados pelo cronista.
Quais estão corretas?
(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas I e II.
(D) Apenas II e III.
(E) I, II e III.
5. Dentre os gêneros literários abaixo,
um, atualmente, está esquecido pelos
escritores, em parte pelos padrões
culturais do leitor atual e, principalmente,
pelo caráter obsoleto a que restringe a
abordagem de fatos e de personagens
heróicos. Pode-se afirmar que esse
gênero é o:
(A) épico.
(B) lírico.
(C) dramático.
(D) narrativo.
(E) jornalístico.
6. Hegel considerava que a burguesia
sofria de uma ausência do divino. Tal
ausência viria a marcar a cultura,
inclusive a produção literária. Por isso,
assinala que a epopéia, sem os deuses e
heróis, transformara-se, no mundo
burguês,
(A) no drama
(B) no conto histórico
(C) no romance
(D) na poesia
(E) no relato
7.
(UNISC-06)
O
texto
literário
transfigura, muitas vezes, a linguagem,
valendo-se de figuras com o propósito de
criar melhores efeitos.
Considerando a figura e seu
conceito,
onde
o
exemplo
não
corresponde?
(A) Metáfora: transição de uma realidade
a outra, a partir de elementos
semelhantes existentes entre as duas.
Exemplo: “A
Luciane é um canhão em matemática.”
6
(B) Antítese: confronto de dois elementos
antagônicos que entram em choque ao
coexistirem numa realidade. Exemplo:
“A lua é um tiro ao alvo/e as estrelas bala
e bala” (Luiz Coronel).
(C) Sinestesia: figura que cruza
sensações mediante atribuição de
qualidades de um sentido a outro.
Exemplo: “E que dizer do aroma azulado
da noite?” (Érico Veríssimo).
(D) Aliteração: repetição de uma mesma
consoante ou de consoantes com
propriedades
fônicas
semelhantes.
Exemplo: “E temo, e temo tudo, e nem
sei o que temo” (Alphonsus de
Guimaraens).
(E)
Personificação:
atribuição
de
qualidades, atitudes ou impulsos próprios
do homem a seres inanimados. Exemplo:
“Negro, imenso, disforme,/Enegrecendo a
noite, a desdobrar-se pelas/amplidões do
horizonte, a cordilheira dorme” (Vicente
de Carvalho).
8. (UNISC-04) Das afirmações a seguir,
qual é inadequada para definir ou
compreender literatura?
(A) A primeira estrofe do poema
“Autopsicografia”, de Fernando Pessoa,
diz: “O poeta é um fingidor./Finge tão
completamente/Que chega a fingir que é
dor/A dor que deveras sente”. Daí dá
para deduzir que o escritor é um criador
demundos, de emoções, de ilusões, de
verdades.
(B) Ao definir o escritor como criador
demundos, isso não significa que o texto
literário não possa estar baseado nas
realidades existentes.
(C) A literatura não lida apenas com
emoções vagas e distantes; ela também
se debruça sobre realidades sociais,
denunciando desajustes e injustiças. É o
que fez, por exemplo, Castro Alves, com
seus vigorosos poemas contra a
escravidão.
(D) É evidente que a poesia sempre se
constituirá texto mais literário do que a
prosa (contos, romances, etc.), porque a
primeira exige habilidades, técnicas,
conhecimentos teóricos, que a segunda
dispensa sem nenhum problema.
(E) Nem sempre a literatura necessita de
algum objetivo que se localize fora dela;
a obra de arte literária pode voltar-se
sobre si mesma, gerar prazer estético,
tanto para o autor como para o leitor. É
uma finalidade perfeitamente adequada à
literatura.
9. Dentre os textos abaixo, quais
apresentam princípio clássico?
1. "Quando a Indesejada das Gentes
chegar
(Não sei se dura ou caroável),
Talvez eu tenha medo,
Talvez sorria, ou diga:
- Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa
limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar."
2. “Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.”
3. “Mudam-se os tempos, mudam-se as
vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.”
4. “Continuamente estou imaginando,
Se esta vida, que logro, tão pesada,
Há de ser sempre aflita, e magoada,
Se como o tempo enfim se há de ir
mudando:”
(A) Apenas 1 e 2
(B) Apenas 2 e 3
(C) Apenas 2, 3 e 4
(D) Apenas 3 e 4
(E) 1, 2, 3 e 4
10. Considere o texto abaixo, de As três
Marias, de Rachel de Queiroz.
“Pelas
varandas
imensas
espalhavam-se às centenas meninas de
todos os tamanhos, com todas as caras
deste mundo, vestidas de azul-marinho.
Um grupo delas acercou-se de nós,
7
sorridente, curioso. A mim me pareceram
logo malvadas, escarninhas, hostis.
Encolhi-me mais junto à Irmã. Lá para
trás outras meninas vinham chegando, e
ouviam-se gritos:
– Novata! Uma novata!
A irmã me pôs a mão no ombro,
mandou que me fosse reunir a elas,
procurasse brincar, fazer amigas. Eu
resisti. Sentia cada vez mais medo e me
agarrei resolutamente ao hábito grosso
da freira:
– Queria ir para junto da minha
mala.
Angustiada pela timidez que me
inspiravam as caras novas e atrevidas
das meninas, eu só pensava em fugir; e a
lembrança da mala me ocorreu como
uma salvação.”
O narrador acima se apresenta
como
(A) câmera
(B) eu-testemunha
(C) onisciente neutro
(D) onisciente onipresente
(E) eu-protagonista
11. Sobre a arte literária, considere as
seguintes afirmações:
I – ao escrever, o escritor é
obrigado a manter um compromisso – ser
fiel à realidade, compondo um verdadeiro
retrato do mundo;
II – ao ler obra literária, um dos
aspectos que o leitor deve levar em conta
é a visibilidade – capacidade de imaginar
sensivelmente o que se lê;
III – a literatura é a arte da palavra,
razão pela qual não há fórmulas préconcebidas para se construir, por
exemplo, um bom poema.
Quais estão corretas?
(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas II e III.
(D) Apenas III.
(E) I, II e III.
12. Considere a imagem abaixo e
assinale a observação correta acerca do
fenômeno
artístico
moderno
nela
evidente:
(A) A imagem constitui um exemplo
moderno de desconstrução, uma vez que
associa uma obra clássica a um produto
popular.
(B) Na imagem percebe-se o recurso da
intertextualidade, uma vez que remete
explicitamente a uma obra marcada pela
tradição histórica.
(C)
A
imagem
constitui
cópia,
especificamente
chamada,
em
nomenclatura artística, de plágio.
(D) A figura ilustra a arte pop, uma vez
que insere na obra conteúdo político, no
caso anticonsumista.
(E) A obra mantém-se clássica, apesar
da interferência de um artista moderno,
pois não evita a lembrança do original.
13. A crônica é um gênero literário
bastante lido nos dias de hoje. Isso se dá
porque
I – é escrita em linguagem
comunicativa, o que facilita a leitura;
II – aborda temas essencialmente
atuais;
III – geralmente é encontrada em
jornais e revistas, o que facilita o acesso
do leitor.
Quais estão corretas?
(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas III.
(D) Apenas II e III.
(E) I, II e III.
14. Considere o texto O Vizinho, de
Leonardo Brasiliense:
“Meu vizinho do outro lado da rua
passa a vida olhando a vida - dos outros pela janela. É um homem velho e acho
8
que doente: não imagino outro motivo
para ele ficar o tempo todo assim. E ali
onde o vejo deve ser o seu quarto. Uma
pessoa como ele não deve sair nunca do
quarto. Há de receber muitos cuidados,
por uma enfermeira particular, talvez, ou
por alguém que o ame. Fico mais
tranqüilo se pensar que ele é amado.
Assim fica menos triste ver passar a vida,
ele lá, da sua janela, e eu aqui, da
minha.”
O narrador do texto é classificado,
segundo a tipologia de Friedman, como
É germe – que faz a palma,
É chuva – que faz o mar.”
Gênero [
]
(A) narrador-testemunha
(B) narrador onisciente neutro
(C) narrador-protagonista
(D) narrador câmera
(E) narrador onisciente intruso
18. “E quando acordei o dinossauro ainda
estava lá”.
Gênero [
]
15. Entre os textos narrativos e
dramáticos, há inúmeras semelhanças,
como o uso de ... . Porém, os textos
teatrais não necessitam obrigatoriamente
de um elemento essencial á narrativa,
que é ... .
(A) personagens – o cenário
(B) diálogos – o narrador
(C) descrições – narrador
(D) personagens – o autor
(E) falas – o autor
RESPOSTAS: 1.d, 2.c, 3.c, 4.c, 5.a, 6.c,
7.b, 8.d, 9.d, 10.e, 11.c, 12.b, 13.e, 14.a,
15.b
Instrução: as questões de 16 a 17
referem-se aos gêneros literários
abaixo. Numere os textos de acordo
com o gênero mais evidente.
1. epopeia
2. poesia
3. narrativa em prosa
4. texto dramático
16. “Oh! Bendito o que semeia
Livros... livros à mão cheia...
E manda o povo pensar!
O livro caindo n’alma
17. “Não acabava, quando uma figura
Se nos mostra no ar, robusta e válida,
De disforme e grandíssima estatura,
O rosto carregado, a barba esquálida,
Os olhos encovados, e a postura
Medonha e má, e a cor terrena e pálida,
Cheios de terra e crespos os cabelos,
A boca negra, os dentes amarelos”
Gênero [
]
19. “Caminhava para eles com o passo
altivo da garça que passeia à beira
d’água: por cima da carioba trazia uma
cintura das flores da maniva, que era o
símbolo da fecundidade. Colar das
mesmas cingia-lhe o colo e ornava os
rijos seios palpitantes.”
Gênero [
]
20. “A mentira é uma verdade que se
esqueceu de acontecer”
Gênero [
]
21. “(...) mas basta um contozinho que
ouvi em criança, e que aqui lhes dou em
duas linhas. Era uma vez uma choupana
que ardia na estrada; a dona,-um triste
molambo de mulher,- chorava o seu
desastre, a poucos passos, sentada no
chão. Senão quando, indo a passar um
homem ébrio, viu o incêndio, viu a
mulher, perguntou-lhe se a casa era dela.
– É minha, sim, meu senhor; é
tudo o que eu possuía neste mundo.
– Dá-me então licença que acenda
ali o meu charuto?”
Gênero [
]
9
22.
Gênero [
]
23. “BISPO – testamento de cachorro?
PADRE – (animando-se) sim, o cachorro
tinha um testamento. Maluquice de sua
dona. Deixou três contos de réis para o
sacristão, quatro para a paróquia e seis
para a diocese.
BISPO – é por isso que eu vivo dizendo
que os animais também são criaturas de
Deus. Que animal interessante! Que
sentimento nobre!”
Gênero [
]
24. "Aquela senhora tem um piano
Que é agradável mas não é o correr dos
rios
Nem o murmúrio que as árvores fazem...
Para que é preciso ter um piano?
O melhor é ter ouvidos
E amar a Natureza."
Gênero [
]
25. Um crime, um sorriso
Chico Pedreira deu um tiro no vizinho. O
homem foi caindo, quase em câmeralenta, olho esbugalhado no Chico e da
boca escorrendo sangue. Na janela,
gritava a Mariazinha, mulher do Chico e
causa do crime. A polícia chegou na hora
e logo algemou o assassino, em meio
aos prantos da mulher. No rosto do
vizinho morto um sorriso: valia a pena
morrer por Mariazinha.
Gênero [
]
RESPOSTAS: 16-2, 17-1, 18-2, 19-3, 202, 21-3, 22-2, 23-4, 25-3
10
26. Analise as imagens abaixo,
classificando-as nos padrões clássico e
moderno.
e) Hieronymus Bosch:
a) Rembrandt:
f) Giotto:
b) Tarsila do Amaral:
g) Leonardo da Vinci:
c) Salvador Dali:
h) Toulouse Lautrec:
d) Pablo Picasso:
11
i) Juarez Machado:
m) Sebastião Salgado :
j) Romero Britto:
n) Hélio Oiticica :
k) Jean Michel Basquiat:
o) Aleijadinho :
l) Cartier-Bresson :
p) Fellini :
12
RESPOSTAS :
a) Rembrandt: clássico
b) Tarsila do Amaral: moderno
c) Salvador Dali: moderno
d) Pablo Picasso: moderno
e) Hieronymus Bosch: moderno
f) Giotto: clássico
g) Leonardo da Vinci: clássico
h) Toulouse Lautrec: moderno
i) Juarez Machado: moderno
j) Romero Britto: moderno
k) Jean Michel Basquiat: moderno
l) Cartier-Bresson : clássico
m) Sebastião Salgado : clássico
n) Hélio Oiticica : moderno
o) Aleijadinho : moderno/clássico
p) Fellini : clássico
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Exame final