1 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ ANA LAURA WOICIECHOSKI Análise do Grau de Expectativa e Satisfação dos Acadêmicos da Univali na Realização do Estágio Supervisionado no Ibertoestar Bahia – Mata de São João - Bahia Balneário Camboriú 2008 2 ANA LAURA WOICIECHOSKI Análise do Grau de Expectativa e Satisfação dos Acadêmicos da Univali na Realização do Estágio Supervisionado no Ibertoestar Bahia – Mata de São João - Bahia Produção Técnica-Científica apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Turismo e Hotelaria, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Ciências Sociais Aplicadas: Comunicação, Turismo e Lazer. Campus Balneário Camboriú Orientador: Prof. Marli Cardoso Blehm, MSc. Balneário Camboriú 2008 3 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ Curso de Turismo e Hotelaria José Roberto Provesi Reitor Mário César dos Santos Vice-Reitor Valdir Cechinel Filho Pró-Reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão Amândia Maria de Borba Pró-Reitora de Ensino Mércio Jacobsen Secretário Executivo Carlos Alberto Tomelin Diretor do Centro de Ciências Aplicadas – Comunicação, Turismo e Lazer Silvia Regina Cabral Coordenadora do Curso de Turismo e Hotelaria Arno Minella Responsável de Estágio – Curso de Turismo e Hotelaria Balneário Camboriú 2008 4 ANA LAURA WOICIECHOSKI Análise do Grau de Expectativa e Satisfação dos Acadêmicos da Univali na Realização do Estágio Supervisionado no Ibertoestar Bahia – Mata de São João - Bahia Esta produção Técnica-Científica foi julgada adequada para obtenção do título de Bacharel em Turismo e Hotelaria e aprovada pelo Curso de Turismo e Hotelaria da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Comunicação, Turismo e Lazer, Campus Balneário Camboriú. Área de Concentração: Ciências Sociais Aplicadas Sub-Área: Turismo e Hotelaria Balneário Camboriú, 08 de Julho de 2008. Profª. Marli Cardoso Blehm, MSc. UNIVALI – CE de Balneário Camborií Orientadora Profº. Arno Minela UNIVALI – CE de Balneário Camboriú Responsável pelo Estágio Profº. Leandro Bertoli Neto UNIVALI – CE de Balneário Camboriú Membro 5 “A maior recompensa do nosso trabalho não é o que nos pagam por ele, mas aquilo em que ele nos transforma”. (John Ruskin) 6 AGRADECIMENTOS Agradeço à Deus, pela vida, e por ter me dado tantas oportunidades. Inclusive a de poder realizar um curso universitário, onde muitos caminhos puderam ser traçados para o futuro. Também agradeço à minha família, por ter me apoiado e incentivado a concluir o curso de Turismo e Hotelaria. Obrigada, as amizades que foram feitas e aqueles que realmente torcem por mim. Quero agradecer a todos os meus educadores, que puderam contribuir para o meu crescimento intelectual e também para o crescimento pessoal. A todos que fazem parte da minha vida, Obrigada.... 7 LISTA DE TABELAS Tabela 01: Período e Número de Estagiários..................................................................... 41 Tabela 02: Motivos que Levaram a Realização do Estágio no Iberostar Bahia................ 42 Tabela 03: Setores Escolhidos pelos Acadêmicos............................................................. 43 Tabela 04: Nível de Satisfação com a Recepção do Setor................................................. 45 Tabela 05: Nível de Satisfação das Atividades Desempenhadas....................................... 45 Tabela 06: Nível de Satisfação com as Instalações........................................................... 46 Tabela 07: Relações entre os Estagiários........................................................................... 47 Tabela 08: Convite............................................................................................................. 48 Tabela 09: Aplicabilidade dos Conhecimentos................................................................. 50 Tabela 10: Quadro de Recursos Humanos Hotel Ibrostar Bahia....................................... 99 Tabela 11: Lista de Equipamentos e Valores em Reais..................................................... 112 8 LISTA DE QUADROS Quadro 01: Campi Univali.................................................................................................. 28 Quadro 02: Cursos de Graduação........................................................................................ 29 Quadro 03: Relação entre Expectativa e Realização do Estágio......................................... 44 Quadro 04: Elaboração do Projeto...................................................................................... 49 Quadro 05: Sugestões e Opiniões........................................................................................ 52 Quadro 06: Horários dos Restaurantes................................................................................ 87 Quadro 07: Dimensões Salas Jorge Amado ou Bahia......................................................... 91 Quadro 08: Dimensões Salas Jorge Amado e Bahia........................................................... 91 Quadro 09: Dimensões Sala Pituba..................................................................................... 93 Quadro10: Dimensões Sala Bonfim.................................................................................... 93 Quadro 11: Dimensões Sala Pelourinho.............................................................................. 93 Quadro 12: Dimensões Sala Pituba, Bonfim e Pelourinho.................................................. 94 Quadro 13: Dimensões Salas Jubarte e Stella Maris........................................................... 95 Quadro 14: Materiais Diversos............................................................................................ 112 Quadro 15: Equipamentos Fixos nos Salões e Cabine DJ................................................... 113 9 LISTA DE FIGURAS Figura 01: Iberostar Bahia................................................................................................... 79 Figura 02: Entrada Principal................................................................................................ 81 Figura 03: Recepção do Hotel............................................................................................. 81 Figura 04: Suíte Superior com duas camas Queen Size...................................................... 82 Figura 05: Suíte Superior com duas camas King Size......................................................... 82 Figura 06: Suíte Presidencial............................................................................................... 83 Figura 07: Restaurante Meu Rei.......................................................................................... 84 Figura 08: Restaurante Coqueiro......................................................................................... 85 Figura 09: Restaurante Sakura............................................................................................. 85 Figura 10: Restaurante Mare Nostrum................................................................................ 86 Figura 11: Restaurante Gourmet......................................................................................... 86 Figura 12: Piscina 01, Bar molhado.................................................................................... 88 Figura 13: Show Brasil........................................................................................................ 89 Figura 14: Havana Bar e Charutaria.................................................................................... 90 Figura 15: Sala Bahia, Montagem U................................................................................... 91 Figura 16: Sala Bahia e Jorge Amado................................................................................. 92 Figura 17: Sala Pelourinho, Formato Auditório.................................................................. 94 Figura 18: Salas Pituba, Bonfim e Pelourinho.................................................................... 95 Figura 19: Sala Jubarte, Formato Presidencial.................................................................... 96 Figura 20: Organograma Conselho Administrativo............................................................ 97 Figura 21: Organograma Executivo Iberostar Bahia........................................................... 98 Figura 22: Organograma Setor de Eventos......................................................................... 99 Figura 23: Business Center.................................................................................................. 111 10 RESUMO O relatório de pesquisa para a conclusão de curso foi desenvolvido para o Iberostar Bahia, da Cidade de Mata de São João – BA e teve como objetivo a análise do Grau de Expectativa e Satisfação dos Acadêmicos da Univali na Realização do Estágio Supervisionado. A pesquisa apresentada foi dividida entre a contextualização do curso de Turismo e Hotelaria, com uma análise das matrizes curriculares III e V, o questionário aplicado com os egressos e acadêmicos do curso de Turismo e Hotelaria que já realizaram estágio no hotel, bem como os resultados dos dados coletados e as considerações finais. Com isso detectou-se a importância da realização do estágio e também que os acadêmicos do curso se sentem satisfeitos com a realização do estágio em um ambiente como o Hotel Iberostar Bahia. Palavras-chave: Estágio Supervisionado. Egressos e Acadêmicos. Expextativas e Satisfação. 11 SUMÁRIO PARTE I PRODUÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICO DE ESTÁGIO 1 INTRODUÇÃO............................................................................................................... 14 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................................. 17 3 DESCRIÇÃO DO CURSO DE TURISMO E HOTELARIA.................................... 26 3.1 Universidade do Vale do Itajaí.................................................................................... 26 3.2 Curso de Turismo e Hotelaria..................................................................................... 33 3.3 Estágio Supervisionado................................................................................................ 37 3.4 Estágio no Hotel Iberostar Bahia................................................................................ 39 4 RESULTADOS................................................................................................................ 41 4.1 Procedimentos Metodológicos..................................................................................... 41 4.2 Resultados..................................................................................................................... 42 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................ 54 REFERENCIAS................................................................................................................. 57 APENDICES....................................................................................................................... 59 ANEXOS............................................................................................................................. 64 PARTE II RELATÓRIO DE ESTÁGIO 1 IDENTIFICAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO E DO ALUNO....................................... 75 1.1 Identificação da Organização................................................................................... 75 1.2 Dados da aluna........................................................................................................... 75 2 JUSTIFICATIVA......................................................................................................... 76 3 OBJETIVOS.................................................................................................................. 77 3.1 Objetivo geral............................................................................................................. 77 3.2 Indicadores dos resultados parciais durante o estágio........................................... 77 4 CONTEXTUALIZAÇÃO DA EMPRESA................................................................. 78 12 4.1 Evolução histórica...................................................................................................... 78 4.2 Infra-estrutura física atual........................................................................................ 80 4.3 Infra-estrutura administrativa................................................................................. 97 4.3.1 Organograma conselho administrativo..................................................................... 97 4.3.2 Organograma executivo Iberostar Bahia.................................................................. 98 4.3.3 Organograma setor de eventos.................................................................................. 99 4.4 Quadro de recursos humanos segundo o organograma......................................... 99 4.5 Serviços prestados aos clientes.................................................................................. 100 5 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS......................................... 103 5.1 Grupos e Eventos....................................................................................................... 103 5.1.1 Função do setor........................................................................................................ 103 5.1.2 Infra-estrutura do setor............................................................................................ 110 5.1.3 Atividades desenvolvidas pela acadêmica no setor................................................. 113 5.1.4 Conhecimentos técnicos adquiridos ........................................................................ 114 5.1.5 Aspectos positivos, limitantes e sugestões............................................................... 115 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................... 119 REFERECNIAS............................................................................................................... 120 ANEXOS........................................................................................................................... 121 13 PARTE I Produção Técnica-Científica 14 1 INTRODUÇÃO O Estágio Supervisionado de conclusão do Curso de Turismo e Hotelaria da Univali foi realizado no Hotel Iberostar Bahia, pertencente à rede Iberostar Hotels & Resorts, este se localiza no Estado da Bahia na vila da Praia do Forte, município de Mata de São João. A rede é uma empresa que se destaca no mercado nacional por possuir pouco tempo no Brasil, apenas dois anos e, mesmo assim já considerado o melhor resort do país. O estágio foi direcionado para apenas um setor, que neste caso era o de Grupos e Eventos, onde a principal responsabilidade era atender a empresas que buscavam realizar eventos no hotel, ou mesmo grupos de passageiros que vinham dos mais diversos lugares do mundo. Por estar localizado em uma região do país, na qual o turismo é desenvolvido, tanto no mercado nacional como no internacional; e com condições climáticas favoráveis, o hotel pode atender aos mais diferentes tipos de público, desde os que estão a lazer ou a negócios, ou ainda os dois motivos juntos. Esta região ainda possui uma grande diversidade em hotéis com as mesmas características que o Iberostar Bahia, nem todos são tipologia resort, porém muito parecidos entre si. Apesar de o Iberostar Bahia ser um empreendimento com pouco tempo de mercado, possui uma excelente taxa de ocupação, ficando com uma média anual de 80%, de acordo com o Setor Comercial no Rio de Janeiro. Muitos acadêmicos, em função deste cenário, desejam realizar o estágio de conclusão do curso em uma rede de hotéis como esta. Sejam estes acadêmicos de Turismo e Hotelaria, Gastronomia, Educação Física, e Recursos Humanos, o hotel abre a suas portas para que isto seja possível. Com isto aprimora os seus serviços, com as sugestões deixadas por estes, assim que o trabalho se encerra. Bissoli (2002, p 16) explica que o objetivo geral do estágio é “consolidar, pela observação e prática exercida no local de trabalho, os conhecimentos adquiridos no curso”. Contudo cabe a cada instituição de ensino definir como será a realização deste estágio e também o que será cobrado como análise deste trabalho. Ansarah (2002, p.21) afirma que: “na prática, educação e treinamento são interligados. O treinamento é adquirido no dia-a-dia, realizando estágio no mercado e/ou em aulas laboratoriais nas instituições de ensino, e é visto como essencial para a atuação no setor turístico”. E complementa que o ensino do turismo deve ser trabalhado, tanto na teoria como na prática e o docente somente terá conhecimentos do conteúdo, quando vivenciar a prática. 15 Durante a realização do estágio no empreendimento foi perceptível, tanto por meio de observações, quanto pelos contatos mantidos com os colaboradores do empreendimento, bem como com os estagiários que estiveram no mesmo período, a relevante contribuição dada pelos estagiários ao hotel. Este projeto de pesquisa busca demonstrar esta importante participação dos estagiários, em uma organização como o Iberostar Hotels & Resorts. E tem como objetivo geral, analisar o grau de expectativa e satisfação dos acadêmicos da Univali na realização do Estágio Supervisionado no Ibertostar Bahia, visando auxiliar o empreendimento e futuros estagiários no desenvolvimento desta atividade. E como objetivos específicos: - Estabelecer os fundamentos teóricos de serviços na hotelaria e formação acadêmica; - Contextualizar o Estágio Supervisionado do Curso de Turismo e Hotelaria da Univali; - Contextualizar o Iberostar Bahia, Praia do Forte, como cenário para realizar o estágio; - Identificar os acadêmicos envolvidos nas três fases no Iberostar; - Identificar o grau de expectativa e satisfação dos acadêmicos; - Apresentar as possíveis contribuições para o Hotel Iberostar e futuros estagiários. Para que a pesquisa fosse comprovada foram utilizados instrumentos tais como questionário, que se refere a uma pesquisa teórico-empírica1. A coleta de dados se deu por meio de métodos quantitativos, que demonstram por meio de números as respostas obtidas. Este conceito está embasado em Lage e Milone (1999, p.304) que afirmam que: Na pesquisa quantitativa, o autor conduz seu trabalho científico dentro do plano estabelecido inicialmente, em acordo com hipóteses claramente apresentadas e variáveis previamente definidas. A medição é objetiva e a qualificação dos resultados deve ser precisa, evitando ao máximo as distorções e os vieses de trabalho que, geralmente, ocorrem em laboratórios ou ambientes controlados pelo investigador. Também foi utilizado o método qualitativo, buscando assim, uma investigação profunda e detalhada sobre os dados da amostra dos entrevistados. Richardson (1999, p. 90) afirma que “A pesquisa qualitativa pode ser caracterizada como a tentativa de uma compreensão detalhada dos significados e características situacionais apresentadas pelos entrevistados, em lugar da produção de medidas quantitativas de características ou comportamentos.” Sendo assim, a coleta de dados foi elaborada através de pesquisas quantitativas e qualitativas, nas quais foi aplicado um questionário com perguntas subjetivas e outras descritivas onde os respondentes expressavam sua opinião e sugestão. Foram utilizados 1 Relação entre a teoria e prática 16 também Trabalhos de Conclusão de Curso, imagens, sites oficiais e bibliografias para obter informações necessárias sobre o tema estudado. O trabalho está dividido em cinco capítulos, sendo que no segundo capítulo são apresentados os fundamentos teóricos que amparam o desenvolvimento do presente estudo. No terceiro é contextualizado o Curso de Turismo e Hotelaria, no quarto são apresentados os resultados da pesquisa e no quinto e último são apresentadas as considerações finais. O trabalho apresenta a importância da realização do Estágio Supervisionado, para a graduação no curso de Turismo e Hotelaria. Fator este fundamental em um curso onde o mercado está em constante transformação, além de cada empreendimento adotar uma forma de administração e padronização dos serviços e em muitos casos estar trabalhando com métodos que se contra põem a teoria, bem como descrever os benefícios e aprendizado que todos obtiveram, bem como mensurar os resultados em relação ao grau de expectativa e de satisfação dos alunos envolvidos, sejam estes positivos ou negativos. 17 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Atualmente existem as mais variadas formas de hospedagem, desde os mais sofisticados, como os resorts e hotéis “sete estrelas”, o Hotel Burj Al Arab em Dubai, no Emiratos Árabes, até os mais simples albergues. Existem muitas definições para hotel, destacam-se: Medlik (2002, p.04) “é suficiente descrever um hotel como um estabelecimento que oferece hospedagem, alimentação e bebidas para viajantes e residentes temporários”. E Torre (2001, p.29) que afirma “Hotel: é uma instituição de caráter público que oferece ao viajante alojamento, alimentação e bebida, bem como entretenimento, e que opera com a finalidade de obter lucro” Ainda complementando as variações de hospedagem, Mill (2003, p.25) define Resort como sendo de destinação ou não. Os resorts de destinação tendem a estar, pelo menos, a várias centenas de milhas distantes do mercado. Os visitantes tendem a viajar de avião, em vez de se deslocarem de carro, e os visitam uma vez ao ano, por uma ou duas semanas. Os resorts que não são de destinação tendem a estar a duas ou três horas de viagem de carro de seu mercado principal. Os hóspedes chegam de carro, fazem visitas mais freqüentes e permanecem de três a quatro dias, a cada visita. Porém este tipo de serviço já vem sendo executado há alguns séculos. Na Europa, a hotelaria apresenta registros do século VI a.C. de acordo com Duarte (1996, p.9) nesta época “já existia demanda de hospedagem, em função do intercâmbio comercial entre as cidades européias da região mediterrânea”. Para descrever o surgimento da hotelaria no mundo é preciso expor os motivos que levaram este tipo de empreendimento passar a ser desenvolvido. Andrade, Brito e Jorge (2000, p.18) discorrem sobre a influência do comércio na hotelaria: O comércio é o responsável pelas formas mais antigas de oferta hoteleira. As rotas comerciais da Antigüidade, na Ásia, na Europa e na África, geraram núcleos urbanos e centros de hospedagem para o atendimento aos viajantes. Na Idade Média, a hospedagem era feita em mosteiros e abadias. Nessa época, atender os viajantes era uma obrigação moral e espiritual. Em primeiro momento eram os viajantes que necessitavam do uso da hospedagem, nesta época de acordo com Paul e Jones (1989, p.15) os hotéis “eram denominados estalagens, e existiam em locais onde os viajantes que se deslocavam a cavalo, poderiam intervalar a sua viagem”. Duarte (1996, p.9) complementa que “Os primeiros albergues, operando de forma artesanal, não eram mais do que partes de residências ou mesmo quartos”. Posteriormente a 18 hospedagem era também para os nobres, mas estes se hospedavam em palacetes devido a influência da monarquia. Após muitos anos, em 1760, conforme explicam Medlik e Ingram (2002, p.06) “a palavra Hotel, em si, foi usada na Inglaterra com o surgimento em Londres de um tipo de estabelecimento comum em Paris, - uma grande casa onde os apartamentos eram alugados por dia, semana ou mês”. Antes disso, os resorts tiveram início em Roma, com os banhos públicos. Mill, 2003, descreve que antigamente os banhos públicos eram divididos entre homens e mulheres cada um com seu espaço definido. Depois passaram a ser integrados e, o que antes era rápido e sem adornos, passou a ser mais demorado e acompanhado de equipamentos. O autor (2003, p.20) explica que os banhos “serviam tanto a fins socais como de saúde. O banho público permitia relaxar, enquanto a venda de comidas e bebidas no local incentivava a interação social” Os primeiros resorts eram construídos próximos a fontes de águas termais e possuíam apenas estrutura de recreação, restaurantes, salas e jogos. Como explica o autor (2003), estes tiveram um grande desenvolvimento devido aos médicos da época apoiar o tratamento com águas termais, eles consideravam que muitas doenças poderiam ser curadas através dos banhos. Outro fato importante sobre os resorts, é que na época não havia estradas de ferro e nem outro tipo de transporte, o que fazia com que a viagem dos hóspedes fosse muito longa e cansativa. Por isso, muitos queriam ficar hospedados por mais tempo para que o dinheiro investido valesse a pena. E Mill explica que: No inicio de 1800, a Suíça era conhecida como o resort de verão. Porém em 1860, vários visitantes ingleses decidiram ali permanecer durante o inverno. A patinação já era um dos esportes prediletos, mas foi na Suíça que os hóspedes conheceram o esqui e o tobogã. (2003 p.22) Complementando a citação acima, o autor (2003, p.22) explica que “Embora o spa de saúde fosse a atração aparente, a verdadeira origem do sucesso do resort era o jogo”. O que antes era tido como uma fonte alternativa da medicina para cura de algumas doenças passou a ser o destino de muitos turistas que buscam o descanso, lazer e o conforto que estes hotéis oferecem na atualidade. Um grande marco da hotelaria no mundo aconteceu na Europa. Segundo Andrade, Brito e Jorge (2000, p.18 e 19), “o conceito de quarto com banheiro privativo, hoje chamado apartamento, foi introduzido pelo suíço César Ritz, em 1870, no primeiro estabelecimento hoteleiro planejado em Paris”. 19 Os hotéis europeus ficaram estabilizados com este grande feito de Ritz e não evoluíram no que diz respeito á estrutura física. Assim que a Revolução Industrial terminou, os EUA já estavam consolidados com relação á hotelaria da Europa. Duarte (1996, p.10) descreve que “nos EUA os hotéis foram abertos para a comunidade, diferentemente da hotelaria européia, que se manteve fechada para servir somente a aristocracia”. Assim, vê-se que a diferença principal entre os dois continentes era que, enquanto a Europa selecionava o público alvo dos hotéis, nos EUA bastava ter tempo e dinheiro disponível para se hospedar. O crescimento da hotelaria teve outras importantes influências, como, por exemplo, alguns fatos históricos, a evolução da tecnologia e o direito de férias. Andrade, Brito e Jorge (2000, p.18) falam sobre elas: O turismo passa por uma transformação radical a partir da segunda guerra mundial, com a expansão acelerada da economia mundial, a melhoria da renda de amplas faixas da população (basicamente nos países mais desenvolvidos da Europa central, nos EUA e no Canadá) e a ampliação da melhoria dos sistemas de transporte e comunicação, principalmente com a entrada em cena dos aviões a jato para passageiros, de grande capacidade e longo alcance. Com todo este desenvolvimento dos setores industrial, transporte, comunicação, e principalmente dos diretos trabalhistas, o setor de prestação de serviço também passou a ter grande importância na economia mundial. A partir disso passa a estar consolidada uma grande oferta de hotéis, principalmente nos Estados Unidos, visto que o mercado promissor resultou na abertura de muitos outros empreendimentos hoteleiros. Duarte (1996, p.13) afirma que “devido à prosperidade da nação, os hoteleiros consideravam ilimitada a demanda de serviços hoteleiros e, nesse período, foram construídos muitos dos atuais e famosos hotéis”. Alguns dos principais marcos da hotelaria mundial são citados por Andrade, de Brito e Jorge (2000, p.19), complementando as informações citadas anteriormente: Antiguidade: estâncias hidrominerais instaladas pelos romanos na Britänia (Inglaterra), na Helvécia (Suíça) e no Oriente Médio, pontos de paradas e de caravanas/ [...] Era Moderna: abrigos para cruzados e peregrinos/ 1790: surgimentos de hotéis na Inglaterra, na Europa e nos EUA, no final do século XVIII, estimulados pela Revolução Industrial/ [...] 1920: grande número de hotéis construídos, na década de 20, nos EUA e Europa, gerado pela prosperidade econômica/ 1950: novo surto de construção de hotéis nos anos 50, coincidindo com a era dos jatos e o grande incremento do movimento turístico mundial. A hotelaria no Brasil, por sua vez, teve suas particularidades, nos diferentes momentos os quais o país passou. Diferentemente do restante do mundo, onde os viajantes eram os primeiros a necessitar de hospedagem, no Brasil, conforme Duarte (1996, p.15) “os bandeirantes quase não permaneciam no vilarejo, pois estavam ocupados em escravizar os 20 índios ou em batear ouro e prata para a Coroa portuguesa”. Assim, deduz-se que não ainda havia oferta hoteleira. No inicio do século XVII, a atividade hoteleira era sempre exercida conjuntamente com outros ofícios como barbeiros, sapateiros, alfaiates, que era ao mesmo tempo artífices, vendeiros e estalajadeiros. O autor fala sobre a atuação da Igreja Católica no que diz respeito à hospedagem, com a Casa dos Hóspedes, em 1782. Ele afirma que “essa é a primeira informação sobre a prática da hospedagem ligada à colonização empreendida pela Igreja Católica” (1996, p.16). Entretanto, nesta mesma época, o autor descreve sobre o surgimento do primeiro hoteleiro oficial de São Paulo, Marcos Lopez. Diferente do período colonial, onde os viajantes pernoitavam em casas de fazendas ou em ranchos nas beiras da estrada, segundo Andrade, Brito e Jorge (2000, p.20) no século XVIII começaram a surgir na cidade do Rio de Janeiro estalagens ou casas de pasto, que ofereciam alojamento aos interessados, embriões de futuros hotéis. Entretanto, apesar da existência dessas casas específicas para alojamento, houve um aumento da demanda no Rio de Janeiro, que se sobrepôs à oferta, como explicam os autores Em 1808, a chegada da corte portuguesa ao Rio de Janeiro e a conseqüente abertura dos portos trouxeram um grande fluxo de estrangeiros, que aqui vieram exercer funções diplomáticas, científicas e comerciais. Com isso, houve aumento da demanda por alojamentos, e nos anos seguintes os proprietários da maioria das casas de pensão, hospedarias e tavernas passaram a utilizar a denominação de hotel, com a intenção de elevar o conceito da casa, independentemente da quantidade dos quartos e o padrão dos serviços oferecidos. (2000, p.20 e 21) Castelli (2005) também afirma a inexistência de hospedagem no Brasil antes da chegada da Família Real ao país e da abertura dos portos. O autor complementa que (2003, p.133). Com a influência cada vez maior das pessoas vindas do interior do país e do exterior, [...], foram construídos alguns alojamentos, com algumas peculiaridades. Uns mais modestos, denominados albergues portugueses, destinavam-se aos viajantes vindos do interior do país, e outros, mais confortáveis e com serviços mais qualificados, denominados hotéis de inspiração francesa e inglesa, destinavam-se aos viajantes estrangeiros. Candido e Viera (2003, p.38) alegam que “Desde a época do Brasil Colônia até a década de 70, a hotelaria brasileira não foi considerada como um negócio lucrativo a não ser para poucos empreendedores localizados no Rio de Janeiro, então capital do país”. Este crescimento na década de 70 só ocorreu porque houve a criação da Embratur (Instituto Brasileira de Turismo). 21 Antes desta ascensão do turismo nacional, houve a época em que os hotéis-cassinos foram instalados nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, Cândido e Viera 2003, explicam que estes hotéis eram construídos apenas para serem sedes de cassinos. Porém estes tipos de jogos foram proibidos no país, o que acarretou uma série de problemas voltados ao desenvolvimento das localidades onde estes hotéis eram instalados e também pelo grande desemprego que ocasionou na época. Castelli (2005, p.134) descreve alguns dos principais fatores que impulsionaram o turismo no país, “a partir da década de 1950, observa-se um aumento das viagens de negócios, motivados pelo desenvolvimento do transporte aéreo”, complementa que “ na década de 1960, registra-se um crescimento significativo do parque hoteleiro nacional” nesta época devido a incentivos na lei fiscal. Ainda o autor explica que somente nos anos de 1970 foi o “Booom” da hotelaria, onde as empresas internacionais apostavam que o Brasil seria um novo destino turístico e de negócio, várias redes passaram a se instalar no país principalmente nos grandes centros. Relembrando um pouco da história econômica do país, os anos 80 foram marcados pela instabilidade econômica e pela inflação incontrolável dos produtos, estes não foram bons anos para investimentos em turismo e na implantação de novos empreendimentos, conforme Castelli 2005. Somente em 1990 é que o parâmetro nacional da hotelaria pode ser moldada e aperfeiçoado com novas técnicas e inovações dos sistemas. Como nesta época o Brasil, complementa o autor (2005, p.136), “além de ter melhorado a sua imagem no exterior, de ter proporcionado a abertura da economia e de ter realizado bons investimentos em infra-estrutura, criou também novas fontes de financiamento para projetos hoteleiros por meio de bancos”. A partir disso muitos complexos ingressaram nesta área, como é o caso da costa do Sauípe. Estes complexos vêm crescendo cada vez mais no país, onde a oferta de turismo é tão variada e promissora. Para se estabilizarem e poder permanecer no mercado os hotéis, resorts e complexos hoteleiros devem aperfeiçoar seus serviços para que a qualidade permaneça sempre a mesma. Catelli (2005, p.144) define que “A hospitalidade é associada à amizade e a generosidade, e a prática das boas maneiras para exteriorizá-la”. Lashley e Morrison, (2004, p.21) complementam afirmando que a hospitalidade é “fundamentalmente o relacionamento entre anfitrião e hóspede. Para ser eficaz, é preciso que o hóspede sinta que o anfitrião está sendo hospitaleiro por sentimentos de generosidade, pelo desejo de agradar.” 22 Entende-se que ao buscar os serviços de um hotel os clientes não querem somente um quarto para passar uma noite ou mais, mas sim um atendimento onde possam se sentir a vontade como se estivessem em casa postos à suas mordomias. É muito comum as pessoas retornarem, ou mesmo indicarem um local para alguém, simplesmente porque foram bem recepcionados, atendidos e servidos. Lashley e Morrison (2004, p.47) explicam que: “decididamente, a hospitalidade é o meio, acima de todos os outros, de criar ou consolidar relacionamentos com estranhos.” Castelli, (2005, p.183) afirma que “a hospitalidade passou a representar para muitos profissionais da hotelaria moderna, a atenção dispensada às pessoas durante a sua estada no hotel. Neste caso, é preciso ter cuidado de não reduzi-la a um mero ato mecânico”. O autor quis explicar este ponto, pois muitos acabam apenas realizando a sua obrigação de bem atender sem realmente desejar uma boa estada para o hóspede. O importante é o colaborador estar satisfeito com sua função e também com o hotel. Assim como afiram Ansarah, (2002, p. 16) “no setor de turismo, dado seu caráter de prestação de serviços, a qualidade depende, quase sempre, da especialização e da motivação do elemento humano para satisfazer o cliente, exigindo um processo de inovação constante. Este fator torna-se comum, pois muitos dos colaboradores e profissionais do setor da hotelaria e do turismo não são preparados de forma adequada para trabalhar com este tipo de serviço. Apesar deste fato é indispensável analisar que a educação só pode ser desenvolvida no Brasil quando a Coroa Portuguesa chegou ao país no ano de 1808, Silva (2004) explica que os portugueses usaram da educação como uma forma de manutenção do domínio territorial do país. Ou seja “A educação no Brasil surge como um meio para garantir a manutenção do sistema social e econômico, sem qualquer compromisso com a transformação e emancipação do ser humano” (2004, p.13). Assim é possível entender o motivo da falta de compromisso com uma educação rígida onde a leitura deveria ser mais exigida pelos educadores e esta cultura ter se desenvolvido no inicio dos trabalhos educativos no país. E ainda conforme a autora (2004) a primeira Universidade só foi criada a partir de um decreto de 7 de setembro de 1920, esta foi instalada no Rio de Janeiro. A autora complementa explicando que “o modelo da universidade implantado, já desde o início seu conceito é diferente do conceito europeu de universidade”. Dencker confirma o fato acima e ainda acrescenta que “em suas origens, o modelo baseia-se em institutos isolados dentro de um enfoque profissionalizante, de caráter elitista, decorrente da necessidade de atender à aristocracia colonial impedida de freqüentar os cursos superiores da Europa.” (2002, p.48). Contudo o padrão Europeu de universidade de acordo com o autor (2002, p.48) “seguia o 23 paradigma de fragmentação disciplinar com origem no racionalismo e na especialização como forma de aquisição de conhecimento.” A procura por cursos superiores começa a ser maior a partir de 1940 e de acordo com Silva (2004) “com o avanço do século XX, ingressar na universidade provoca um tipo de orgulho social. Passa a ser uma forma ilusória de ter ascendido à classe dominante”. Dencker (2002, p.50) também relata sobre a mudança no ensino superior entre as décadas de 1950 e 1960, estas são: “preparar o pessoal técnico qualificado para as empresas, absorver a classe média que ansiava por ascensão social, e despolitizar a universidade de modo a manter o controle tanto da educação quanto da sociedade.” Contudo atualmente existe um grande crescimento do numero de Universidades ou Instituições de Ensino Superior privadas por todo o país. Conforme Colombo et all, (2004), as matrículas do ensino superior no Brasil, está concentrada em entidades particulares, devido ao fator econômico do país, onde este não obtêm recursos financeiros necessários para ampliar o numero de vagas em instituições públicas. O que ocorre no Brasil, é que os alunos que obtiveram uma boa educação básica, neste caso os que estudaram em escolas particulares conseguem ingressar nas Universidades públicas, pelo fato de que o vestibular exige nível alto de conhecimento, e os alunos que estudaram em escolas públicas acabam por ter de realizar cursos em universidades particulares. Ou seja, os alunos com condições financeiras para pagar universidades particulares, estudam em universidades federais, e os menos favorecidos estudam nas universidades privadas, está é a realidade de muitos acadêmicos por todo o país. O conhecimento teórico no setor de Turismo e Hotelaria vem alcançando cada vez mais estudiosos e trabalhadores do setor. Ansarah (2002, p. 28) descreve que “o turismo é um dos setores com maior potencial de crescimento na atual economia nos próximos anos”, e complementa É uma área de prestação de serviços e o docente necessita ficar atento a esses direcionamentos de mercado e ao caráter mutável da atividade, adequando-se permanentemente aos fatos e fenômenos gerados pelo setor. O conteúdo daí deve ser ensinado aos alunos para que possam tomar suas próprias iniciativas. E a autora complementa que (2002) as constantes mudanças do mercado e dos produtos, leva a entender que somente com a melhoria da qualidade da formação dos profissionais, estes terão condições para enfrentar as diversas mudanças e a competitividade do setor, para assim, melhorar a imagem do bacharel em turismo e hotelaria. Conforme explica Silva (2004 p. 36) cada área tem um leque muito grande de profissões distintas “o que 24 nos leva a reafirmar que o turismo gera empregos, porém devemos reconhecer que é quase impossível que todas essas funções sejam exercidas por pessoas com uma mesma formação”. Devido a esse alto potencial do desenvolvimento do setor turístico é possível observar que os acadêmicos da área de turismo e hotelaria necessitam ter algumas competências e habilidades além das outras, como explica Bissoli (2002, p.22) “os alunos devem ser capazes de: planejar e gerir; elaborar e implantar projetos; administrar informações econômicas, contábeis e financeiras de empresas de turismo ou hotelaria; definir e implementar estratégias de atuação na área;” entre outras. E algumas habilidades descritas pela autora (2002, p.27) como: “comunicação interpessoal e intercultural; exercício da criatividade, iniciativa e autonomia na tomada de decisões; disciplina e responsabilidade; princípios éticos” e outros mais. E complementa que a formação do perfil deve ser mesclada entre a teoria e prática. Silva (2004 p.38) explica que: A idéia de flexibilização contida nessa estruturação não é a mesma adotada nos cursos de turismo do Brasil; nestes, a imagem de um funcionário polivalente foi mal interpretada. As empresas de turismo precisam de funcionários com flexibilização vertical e especialização horizontal, pessoas que, dentro de um hotel, possam tanto gerenciar uma área quanto carregar uma bagagem sem constrangimento,... Hipoteticamente o bacharel em turismo pode trabalhar eficientemente no gerenciamento de qualquer empresa do turismo, lazer ou hospitalidade, da hotelaria até uma secretaria de Estado, porém não está apto ou não quer fazer trabalhos manuais. Muitos acreditam que o profissional em turismo e hotelaria só terá sucesso e será bem preparado para o mercado de trabalho se for cobrado junto com a teoria ensinada em sala de aula, a prática e atuação no setor. Por isso o estágio supervisionado está regulamentado na Lei nº 6.494, de 07 de dezembro de 1977, dispõe sobre o estágio de estudantes de estabelecimentos de ensino superior e de 2º grau e supletivo como descreve abaixo Art 2º - Considera-se estágio curricular, para os efeitos deste decreto, as atividades de aprendizagem social, profissional e cultural, proporcionadas ao estudante pela participação em situações reais de vida e trabalho de seu meio, sendo realizada na comunidade em geral ou junto a pessoas jurídicas de direito público ou privado, sob responsabilidade e coordenação da instituição de ensino. O estágio supervisionado como forma educacional é de estrema importância para que a atualização do conhecimento do docente seja sempre atualizada com a teoria ministrada na instituição de ensino. Para Bissoli, (2002, p. 15) estágio pode ser caracterizado como O conjunto de atividades de aprendizagem profissional e de complementação de ensino sob a forma de várias modalidades instituídas segundo a especificidade do curso, devidamente orientadas, acompanhadas e supervisionadas pela instituição e pela área de estágio como forma de desenvolver, associar e documentar. 25 Para o curso de turismo e hotelaria é necessário iniciar as atividades de estágio logo nos primeiros semestres do curso, para que quando o acadêmico chegar aos semestres finais, poder definir com sabedoria o que realizará no futuro. Gil (1997, p.58) define aprendizagem como sendo Às modificações nas capacidades ou disposições do homem que não podem ser atribuídas simplesmente a maturação. Assim, pode-se dizer que ocorre aprendizagem quando uma pessoa manifesta aumento da capacidade para determinados desempenhos em decorrência de experiências por que passou. Também se pode dizer que ocorre aprendizagem quando, em virtude de experiência, uma pessoa manifesta alterações de disposições, tais como atitudes, interesses ou valores. O autor ainda complementa afirmado que em termos educacionais o conceito de aprendizagem é mais específico “refere-se à aquisição de conhecimentos ou ao desenvolvimento de habilidades e atitudes em decorrência de experiências educativas, tais como aulas, leituras, pesquisas etc.” Com base neste autor percebe-se que a teoria é apenas suficiente para ampliar o conhecimento. É necessário estar em contato com atividade, pois é a experiência que transforma o conhecimento em aprendizado. Nas atividades de Turismo e Hotelaria é fundamental a realização e execução de atividades do setor. Desta forma, os cursos devem mesclar a teoria com a prática, exigindo conduta profissional durante a realização do curso, bem como implantar laboratórios onde as simulações das atividades podem ser efetuadas. 26 3 DESCRIÇÃO DO CURSO DE TURISMO E HOTELARIA 3.1 Universidade do Vale do Itajaí e sua estrutura atual2 A instalação da Universidade do Vale do Itajaí-Univali, em 21 de março de 1989, foi, na verdade, seqüência natural da trajetória da Educação Superior em Itajaí e na região. Esta história iniciou em 1964. De 16 de setembro deste ano data o registro do primeiro documento oficial da Sociedade Itajaiense de Ensino Superior, que previa o funcionamento de duas faculdades: a Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais, e a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. No dia 22 de setembro a Sociedade deixa de ser iniciativa privada para tornar-se, via Lei Municipal, uma instituição pública. Em 25 de outubro de 1968 é publicada a Lei Municipal 892, que cria a Autarquia Municipal de Educação e Cultura da cidade de Itajaí. Em 1970, a Autarquia é transformada em Fundação de Ensino do Pólo Geoeducacional do Vale do Itajaí (Fepevi). Em 1986, as Faculdades Isoladas de Ciências Jurídicas e Sociais, de Filosofia, Ciências e Letras, e de Enfermagem e Obstetrícia são transformadas em Faculdades Integradas do Litoral Catarinense (Filcat). No dia 16 de fevereiro de 1989, a Filcat torna-se Universidade do Vale do Itajaí, através da Portaria Ministerial 51/89, e em 21 de março é instalada oficialmente. Na condição de Universidade, a Univali passa a ter autonomia para a abertura de novos cursos – um dos fatores que a impulsionaram a se transformar na maior instituição de ensino superior do Estado. Saindo do plano das idéias para a realidade, a Instituição veio ocupar seu espaço e mostrar sua importância social e seu comprometimento com a redução das desigualdades sociais e a promoção da qualidade de vida em sua área de abrangência. Em outubro do mesmo ano, a Fepevi, pela Lei Municipal nº 2515, é transformada em Fundação Universidade do Vale do Itajaí – entidade mantenedora da Univali. O grande marco da trajetória do Ensino Superior forma em Itajaí foi oficialmente comemorado em 22 de setembro de 1964, quando a Sociedade Itajaiense de Ensino Superior (Sies) foi transformada em instituição pública pela lei municipal 599/64. 2 Estes dados foram extraídos do site oficial da Univali (2008) 27 Poucos dias antes, em 16 de setembro, a Sies já havia o seu estatuto registrado em cartório, mas como instituição privada. A sua transformação em entidade pública constituía a solução mais adequada para viabilizar o empreendimento educacional que tinha como objetivo inicial implantar as faculdades de Ciências Jurídicas e Sociais do Vale do Itajaí, e de Filosofia, Ciências e Letras do Vale do Itajaí. O procedimento da Sies de vincular a criação das escolas de nível superior à prefeitura municipal foi adotado em outras cidades do Estado, dando origem anos mais tarde à Associação Catarinense das Fundações Educacionais (Acafe), fundada em 1974. A criação das duas faculdades, porém, era já prevista nos objetivos do estatuto da Sociedade, concluído dois anos antes, em cinco de novembro de 1962, uma evolução dos objetivos de outra instituição: a Sociedade Professor Flávio Ferrari. A Univali explica que o Projeto Pedagógico Institucional-PPI, “orienta seus cursos para um processo educacional que leve em conta a realidade histórico-social, a formação de valores que dignifiquem o homem e a apropriação de princípios científicos”3. Entende-se que a instituição busca desenvolver em cada aluno o senso crítico, a cidadania e a responsabilidade social, pois em todas as aulas o professor instiga o aluno a pensar de maneira a solucionar alguns problemas do dia-a-dia da sua profissão. Ainda o Projeto Pedagógico-PP descreve que a “ação pedagógica dinâmica pressupõe uma postura investigativa do professor e do aluno frente ao conhecimento e ao domínio dos modos de produção”. Complementa afirmando que: Trata-se da proposição de um ensino que conduza o aprender a pensar, a integrar e relacionar conceitos, a produzi-los e avaliá-los com rigor, precisão, correção, clareza e que permitam a elaboração do pensamento de forma mais refinada do que o sensocomum. (2005/2006 p. 07) Ainda, a missão da Univali é de “Produzir e socializar o conhecimento pelo ensino, pesquisa e extensão, estabelecendo parcerias solidárias com a comunidade, em busca de soluções coletivas para problemas locais e globais, visando à formação do cidadão crítico e ético”. (PP, 2005/2006 p. 10) Hoje, a Univali é uma das maiores instituições de ensino superior do Brasil. Localizada no litoral centro-norte de Santa Catarina, está presente nas cidades de Itajaí, Balneário Camboriú, Biguaçu, Piçarras, São José e Tijucas. (Quadro 01) 3 Projeto Pedagógico 2005/2006 28 Campus Itajaí Campus Balneário Camboriú Campus Tijucas Campus Biguaçu A Campus Biguaçu B Campus São José Campus Balneário Piçarras Quadro 01: Campus Univali Fonte: Univali (2008) 29 Sua estrutura multicampi e sua política de atuação permitem atender a comunidade em toda a sua área de abrangência. São mais de 25 mil alunos, que contam com 170 mil m2 de área construída, 485 salas de aulas e 950 salas de apoio e laboratórios. Além disso, os estudantes dispõem de espaços reservados às atividades práticas, como clínicas, agências, escritórios, teatro, auditórios, ginásios de esporte e quadras poliesportivas, piscina e oito bibliotecas, que reúnem um acervo de 119,5 mil títulos de livros, 267,2 mil exemplares e cerca de 3,3 mil títulos de periódicos, com 85,7 mil exemplares. Atualmente, a Univali possui mais de 50 cursos superiores - se somados os cursos de graduação e os cursos seqüenciais de formação específica –, entre mais de cem opções de turno e local. Conta ainda com cerca de 36 cursos de especialização/aperfeiçoamento, oito mestrados e dois doutorados. Além disso, dedica-se à Educação de Jovens e Adultos e à Educação Básica – com o Colégio de Aplicação da Univali (CAU) em Itajaí, Tijucas e Balneário Camboriú, atendendo mais de mil crianças e adolescentes, da Educação Infantil até o Ensino Médio. A Univali, hoje apresenta, na graduação as seguintes áreas e cursos (Quadro 02): Centro Centro de Ciências da Saúde Curso Educação Física Localização Itajaí Biguaçu Enfermagem Itajaí Biguaçu Farmácia Itajaí Fisioterapia Itajaí Biguaçu Fonoaudiologia Itajaí Medicina Itajaí Nutrição Itajaí Odontologia Itajaí Psicologia Itajaí Biguaçu Centro de Ciências Humanas Geografia Itajaí História Itajaí Letras Itajaí Matemática Emergencial Balneário de Piçarras Música Itajaí 30 Centro Curso Localização Pedagogia Tijucas São José Biguaçu Balneário Camboriú Pedagogia Emergencial São José Balneário de Piçarras Biguaçu Balneário Camboriú Relações Internacionais Balneário Camboriú São José Centro de Ciências Sociais Ciências Políticas Itajaí Jurídicas Ciências Sociais Itajaí Direito Biguaçu Balneário Camboriú Tijucas Balneário Piçarras Itajaí São José Centro de Ciências Sociais Segurança Pública Biguaçu Administração Itajaí Aplicadas Biguaçu Tijucas Balneário Camboriú Balneário Piçarras São José Ciências Contábeis Itajaí Biguaçu Piçarras Ciências Econômicas Itajaí Ciências Exterior Itajaí Logística Itajaí Balneário Piçarras Secretariado Executivo São José Seqüencial Itajaí de Formação 31 Centro Curso Localização Específica em Administração Pública Tecnologia em Gestão de São José Estabelecimentos Assistenciais de Saúde Tecnologia em Gestão de São José Micro, Pequenas e Médias Empresas Tecnologia em Gestão de São José Gestão de São José Gestão de São José Negócios do Surf Tecnologia em Recursos Humanos Tecnologia em Representação Comercial Itajaí Unidade Kobrasol (São José) Tecnologia em Terminais e Gestão de Itajaí Operações Portuárias Tecnologia em Gestão do Itajaí Comercio Atacadista Tecnologia em Gestão e São José Segurança de Trânsito Tecnologia em Marketing São José Centro de Ciências Sociais Arquitetura e Urbanismo Balneário Camboriú Aplicadas Design de Moda Balneário Camboriú Design gráfico Balneário Camboriú – Turismo e Lazer Comunicação, Florianópolis Design Industrial Design de Balneário Camboriú Jogos e Balneário Camboriú Entretenimento Digital Tecnólogo em Jogos Digitais Florianópolis Gastronomia Balneário Camboriú Chef Internacional e Pâtissier Balneário Camboriú Jornalismo Itajaí Publicidade e Propaganda Itajaí 32 Centro Curso Localização Produções Publicitárias Florianópolis Relações Públicas Itajaí Tecnologia em Cosmetologia e Balneário Camboriú Estética São José Tecnologia em Design Tijucas Cerâmico Tecnologia em Design de Tijucas Calçados Curso Superior de Tecnologia Balneário Camboriú em Design de Interiores e Decoração Tecnologia em Gastronomia São José Turismo e Hotelaria Balneário Camboriú São José Centro de Ciências Ciência da Computação Itajaí Tecnológicas da Terra e do Mar São José Ciências Biológicas: Ênfase Itajaí em Biotecnologia Ciências Biológicas: Itajaí Licenciatura Engenharia Ambiental Itajaí Engenharia Civil Itajaí Engenharia da Computação São José Engenharia São José Industrial- Mecânica Oceanografia Tecnologia Itajaí em Construção Itajaí em Gestão São José Naval Tecnologia de Emergências Tecnologia em Manutenção Tijucas Industrial Tecnologia em Sistemas para Internet Quadro 02: Cursos de graduação Fonte: Adaptado, UNIVALI, 2008. Itajaí 33 3.2 Curso de Turismo e Hotelaria O Curso de Turismo e Hotelaria da Universidade do Vale do Itajaí pertence ao centro de Ciências Sociais Aplicadas: Comunicação Turismo e Lazer, Campus Balneário Camboriú. Está no mercado há 18 anos, portanto, foi fundado em março de 1990, e teve seu reconhecimento em setembro de 1994. O curso tem como titulação o Bacharel em Turismo e Hotelaria com capacidade para atuar e gerir os mais diversos segmentos do setor turístico. E após todos esses anos de atuação, o curso passou por várias mudanças em sua Matriz Curricular começando com o Currículo I em 1989; Currículo II em 1994; Currículo III em 1997; Currículo IV em 2004 e chegando assim, ao Currículo de número V em 2007 (Anexo A). Até o ano de 2003, o curso possuía uma duração de dez semestres, o que correspondia a cinco anos. Porém a partir de 2004, o curso passou a ter oito semestres, o que equivale a quatro anos de estudo com uma carga horária de 2.940 horas totais. Esta mudança de acordo com a Coordenadora Profª Silvia Regina Cabral, em entrevista informal realizada no dia 26 de maio deste ano, teve de ser feita para que o perfil do profissional em Turismo e Hotelaria pudesse acompanhar as mudanças do mercado. Para isso buscou-se juntamente com o Trade Turístico uma análise das necessidades do mercado. Assim, as matérias do curso foram remanejadas e seu enfoque principal é a gestão do segmento. A Matriz V foi introduzida, pois aconteceram algumas transformações com o Estágio Supervisionado, que antes os alunos deviam pagar um total de 30 créditos e agora apenas 20. As horas obrigatórias para o estágio continuam as mesmas, porém agora se complementam com atividades extras, como por exemplo: Participação e premiação de apresentações de trabalhos na Semana Científica, evento promovido pelo curso. O ingresso ocorre em dois períodos do ano e, o curso possui duas turmas novas a cada semestre, sendo uma no período matutino e outro no noturno. E são quatro as principais áreas de especialização do curso: Planejamento e Administração em Hospitalidade e Lazer; Agenciamentos e Transportes; Organização e Administração de Eventos; e, Organização do Turismo e Meio Ambiente. De acordo com a Secretaria de Estágio e a Coordenação do Curso, desde o ano de 1994 formaram-se 1458 bacharéis em turismo e hotelaria, destes, 107, formaram-se no final do ano de 2007, sendo este o ano com maior número, pois havia turmas dos Currículos III e IV. 34 Hoje o curso possui 09 turmas no período matutino e 08 no período noturno com média de 500 alunos. Tem 37 professores, onde 07 são doutores o que equivalem a 20% do total, 01 doutorando, 24 mestres que representam 64,8%, 02 mestrando e 03 especialistas. O curso de Turismo e Hotelaria possui um Projeto Pedagógico-PP para orientar os professores sobre métodos de ensino, atividades curriculares, formas de avaliação e ações que devem ser tomas para aprimorar as formas de ensino. A principal meta, de acordo com o Projeto Pedagógico (2005/2006, p.07) “é mudar o eixo da ação docente do ensinar para os processos que levem ao aprender”. Esse método de ensino e aprendizagem tenta mudar a imagem do aluno, que antes apenas recebia as informações passadas pelo professor, para um aluno que busca descobrir o conhecimento. Neste caso, o professor passa a proporcionar situações de aprendizado orientado com facilidade e objetividade sob a teoria que deve ser repassada. O curso de Turismo e Hotelaria tem como missão: Ser um Curso de Excelência em Turismo e Hotelaria, com ênfase no ensino, pesquisa e extensão, atingindo uma formação profissional de forma comprometida, crítica e ética, estabelecendo parcerias com a comunidade interna e externa, visando a prática da responsabilidade social e o desenvolvimento sustentável para a atividade turística global (PP, 2005/2006 p.10) Sabendo qual a missão do curso busca-se moldar o profissional definindo qual o perfil deste assim que graduado. O profissional em Turismo e Hotelaria estará apto a atuar em um mercado competitivo e em constante transformação, pois o curso dispõe de diversas áreas do conhecimento como: Agenciamento, Eventos, Hotelaria, Lazer, Transportes, Alimentos e Bebidas, Planejamento entre outras. Durante a realização do curso e no decorrer das disciplinas é perceptível que os acadêmicos acabam por desenvolver algumas outras habilidades que também são de fundamental importância para o profissional da área, como: criatividade, iniciativa, competência nas relações humanas e a polivalência. O principal objetivo do curso de Turismo e Hotelaria da Univali é: Formar Bacharéis em Turismo e Hotelaria com sólida humanística e técnicocientífica para atuar no mercado de trabalho, de forma responsável e ética nas áreas de planejamento, gestão sustentável do turismo e/ou áreas afins, produzindo e aplicando conhecimentos multidisciplinares. (PP, 2005/2006 p.10) A Matriz Curricular do curso oferece uma diversidade em matérias que ampliam o conhecimento do profissional e assim este estar melhor preparado para enfrentar o mercado turístico e suas diversas áreas. Para isso o currículo é composto por matérias como: História e Patrimônio Cultural; Língua estrangeira; Geografia; Turismo e Hotelaria; Direito aplicado ao 35 Turismo e Hotelaria; Administração aplicada ao Turismo e Hotelaria; Gestão de Políticas no Turismo; Economia do Turismo; Turismo e Meio ambiente; Gestão de pessoa; Relações Públicas; Planejamento e desenvolvimento de Eventos; Marketing Turístico; Agências e Transportes; Meios de Hospedagem; Contabilidade; Gastronomia; além das Viagens técnica, Ambientação Profissional e Estágio Supervisionado. Desde os primeiros semestres são elaborados alguns projetos integrados que podem ou não ser interdisciplinar. Estes projetos auxiliam os acadêmicos no estimulo da criatividade, da leitura científica e da produção de textos. O primeiro projeto a ser desenvolvido é o Projeto Integrado que envolve as disciplinas de Elaboração de Trabalhos Acadêmicos, História e Patrimônio Cultural, Sociologia Aplicada ao Turismo, Comunicação e Expressão e Turismo e Hotelaria. Neste os grupos de alunos devem escolher um município para realizar uma análise dos principais patrimônios históricoculturais e como estes são utilizados para o turismo, bem como a busca por dados da demanda de turistas do município. Para melhor análise devem aplicar questionários com a comunidade local e ainda, entrevistar o Trade Turístico. Antes de finalizar o projeto os alunos devem dar sugestões de melhor utilização dos patrimônios deste município e ainda preparar um seminário de apresentação. O segundo projeto trata-se da Campanha de Conscientização Turística que acontecem no segundo e terceiro período do curso. Os alunos são divididos em grupos e trabalham com orientação dos professores responsáveis pelas matérias de Sistemas de Turismo e Relações Públicas. Este projeto busca a importância sócio-econômica e cultural da atividade turística para o desenvolvimento das comunidades receptoras e assim possível aplicação do turismo sustentável. Neste trabalho os alunos devem criar uma campanha para alguma comunidade que receba um numero significativo de turistas. Esta campanha é voltada para a sustentabilidade do local, ou seja, após anos de uso pelo turista, esta ainda esteja em condições de receber e praticar turismo. O Projeto de Pesquisa aparece no quarto semestre do curso na disciplina de Pesquisa Aplicada ao Turismo e Hotelaria é o primeiro trabalho técnico-científico, e onde os acadêmicos exercitam a prática da pesquisa sob ótica qualitativa e quantitativa seguindo a perspectiva teórico-empírica. Neste trabalho os acadêmicos devem encontrar um problema de pesquisa; elaborar as perguntas e os objetivos de pesquisa; construir a contextualização, problemática, justificativa; estruturar a metodologia de pesquisa; elaborar fundamentos 36 teóricos; apresentar o projeto de pesquisa; coletar dados, interpretá-los e analisá-los e apresentar a pesquisa em forma de artigo científico. Juntamente com o projeto acima, é iniciado pelos acadêmicos o Plano de desenvolvimento Turístico e de Marketing para os municípios. Este projeto é finalizado no quinto semestre, para realizar este, é necessário um convênio com a prefeitura dos municípios e o curso de Turismo e Hotelaria, tendo como principal objetivos propor ações que visem o desenvolvimento sustentável do turismo nos municípios. É necessário fazer um levantamento de dados, analise e avaliação e um Plano de Marketing para estes municípios. Após este, é feita a Criação e Desenvolvimento de uma agência de Viagens e Turismo, que envolve o quinto e sexto período do curso. Para a criação desta agência, é necessário idealizar a empresa quanto à localização, estrutura administrativa e funcional, bem como a escolha do segmento alvo no mercado. Após é necessário a elaboração de roteiros turísticos voltados ao segmento escolhido. Até este momento da faculdade as matrizes curriculares de número III, IV e V são bastante semelhantes e somente se alteram por algumas matérias que foram reformuladas. Deste momento em diante, percebe-se uma mudança um pouco maior devido a inicialização da elaboração dos projetos, como se vê abaixo. No quinto período da Matriz Curricular V e no sétimo período da Matriz Curricular III, é elaborado o Plano de Marketing – Empresas Turísticas, este tem por objetivo desenvolver o processo de planejamento para empresas turísticas nos mais diversos segmentos. Neste trabalho deve ser feito um descritivo da empresa, análise swoot, elaborar os objetivos de marketing, as estratégias, o plano de ação, orçamento, controle e avaliação e Viabilidade financeira. O trabalho integrado das disciplinas de Administração de Restaurantes I, Higiene e Segurança e Marketing, Promoção e Vendas, que na Matriz Curricular III era elaborado no oitavo semestre do curso, passa a ser elaborado no sétimo período e tem por objetivo mais importante deste é oportunizar a observação e analise de vários aspectos do ambiente de atuação. Durante as visitas técnicas o grupo deverá observar as conformidades em relação a legislação vigente. Ao final o grupo deverá elaborar um relatório com analise dos pontos fortes e limitantes da empresa. O projeto mais esperado por todos os acadêmicos é Projeto Interdisciplinar – Módulo Hoteleiro, onde os alunos devem elaborar e desenvolver um empreendimento hoteleiro completo. O projeto deve conter viabilidade financeira, aspectos físico-construtivos, plano de marketing, recursos humanos e descrição do funcionamento de todos os setores. Os trabalhos 37 são apresentados na Semana Científica que acontece uma vez a cada semestre. Este trabalho começa a ser desenvolvido no sexto período e se encerra no sétimo período da matriz IV, antes os alunos começavam a desenvolver o trabalho no oitavo período e finalizavam no nono semestre. Além de todos estes trabalhos que são elaborados pelos acadêmicos do curso de Turismo e Hotelaria, outros instrumentos de ensino são disponibilizados para facilitar o aprendizado de todos. Estes são os laboratórios: Acatur – Agência Acadêmica de Turismo; A&B – Laboratório de Alimentos e Bebidas; Laboratório de Hospedagem; CAEX – Laboratório de Campos Experimentais de Ecoturismo e Turismo de Aventura; Oficina de Eventos e Núcleo de apoio as atividades turísticas. Os acadêmicos utilizam destes laboratórios para ter aulas práticas onde situações reais são proporcionadas para facilitar a aprendizado dos sistemas utilizados. Com todas estas estratégias pedagógicas, o curso de Turismo e Hotelaria da Univali, foi considerado o curso Cinco Estrelas pela revista Guia do Estudante no ano de 2007. Também é perceptível que o curso prepara seus profissionais para as diversas situações de mercado, e para todos os segmentos de que o turismo proporciona. 3.3 Estágio Supervisionado Para poder obter o título de Bacharel em Turismo e Hotelaria é obrigatório a realização do Estágio Supervisionado que permite ao acadêmico o acesso ao seu futuro campo de atuação, conforme a Lei nº 6.494/1977com alterações e modificações em anos seguintes. Atualmente, o Estágio Supervisionado do curso de Turismo e Hotelaria deve ser efetuado em 300 horas de trabalho em empresas do segmento de turismo ou hotelaria das seguintes áreas: Empresas Turísticas Públicas e Privadas; Meios de Hospedagem e Similares; Agenciamento e Transporte; Eventos; Consultoria em Turismo e Hotelaria; Turismo e Meio Ambiente; e Restauração (Alimentos & Bebidas). O objetivo geral do estágio de acordo com o Projeto Pedagógico é de Desenvolver atitudes e hábitos profissionais, bem como adquirir, exercitar e aprimorar conhecimentos técnicos nos campos de Turismo e da Hotelaria; possibilitando o treinamento no ambiente real de trabalho, visando a capacitação profissional do acadêmico e oportunizando o exercício dos conhecimentos teóricos em situações práticas de trabalho. (PP, 2005/2006 p. 137) 38 Os objetivos educacionais e institucionais, por sua vez, estão descritos de acordo com o Caderno de Ensino da Univali (2002, p.12) dentre eles: I - Objetivos educacionais a) consolidar o desempenho profissional desejado mediante o exercício teórico prático nos campos de Turismo e Hotelaria junto a empresas públicas, privadas e do terceiro setor; b) desenvolver atitudes e habito profissionais; c) exercitar, aprofundar e aprimorar conhecimentos técnicos nos campos específicos da atividade profissional; II – Objetivos institucionais. a) promover a integração dos cursos de Turismo e Hotelaria da UNIVALI nos múltiplos segmento do mercado abrangido pelas atividades em Turismo e Hotelaria; b) criar mecanismos administrativos e educacionais para retroalimentação curricular e metódica do processo de ensino; c) implantar banco de dados técnicos sobre o campos de atividade profissional. Ainda o Caderno de Ensino da Univali trás alguns dos requisitos essenciais para formação do Bacharel em Turismo e Hotelaria, onde muitos destes somente são realizados pelos acadêmicos no momento da realização do estágio, como por exemplo, capacidade de desenvolver planejamento administrativo; capacidade gerencial; capacidade de comunicação interpessoal; criatividade para tomada de decisões rápidas e eficientes; e atitude ética no campo profissional e pessoal. Todas as capacidades mencionadas acima, são trabalhadas e desenvolvidas por cada professor e sua área correspondente. Alguns alunos têm mais facilidade em desenvolver estas capacidades e habilidades do que outros, mas, é durante o Estágio Supervisionado que o acadêmico se depara com as reais situações e, é testado por profissionais que já são experientes e familiarizados com os eventuais problemas do dia-a-dia desta profissão. No curso de Turismo e Hotelaria, após o estágio é obrigatória a elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso – TCC em forma de projeto e ação ou de pesquisa. Este é composto, de acordo com o Projeto Pedagógico (2005/2006) pelo Relatório de Estágio (Anexo B) e Projeto de Ação (Anexo C) ou Pesquisa (Anexo D). O primeiro descreve as atividades práticas realizada na empresa, além do descritivo com informações importantes sobre a mesma. O segundo item, quando Projeto de Ação deve apresentar a situação problema, com as conseqüentes sugestões administrativas e científicas. E em quanto Projeto de Pesquisa, é realizado uma pesquisa, com um determinado público alvo, onde se detecta uma situação problema, a partir desta pesquisa é desenvolvido ações para minimizar ou eliminar a problemática da pesquisa, sempre buscando embasamento teóricos. Muitos acadêmicos iniciar o estágio no período de férias, tanto de verão e inverno, para antecipar os processos. Durante o estágio é estabelecido uma comunicação virtual com o 39 professor orientador do relatório, para que este auxilie o aluno na busca pelas informações importantes que o hotel possa disponibilizar. Após o período de estágio, o acadêmico passa a ter orientações presenciais no mínimo de uma vez por semana, também recebe acompanhamento do professor orientador via internet, que auxilia o processo de desenvolvimento do Trabalho de Conclusão de Curso. Para a aprovação no curso, o acadêmico deverá apresentar seu TCC em banca examinadora que contará com no mínimo três professores, e/ou convidado. A apresentação não deve ultrapassar os 30 mim de duração e a banca examinadora terá quinze minutos para interrogar ao acadêmico quanto a dúvidas sobre a explicação do projeto. Conforme o Projeto Pedagógico (2005/2006) a avaliação deve ser feita com base no trabalho apresentado e relatório final, observando os seguintes itens: organização, qualidade do trabalho, conhecimento do conteúdo; aplicação das normas técnicas, correlação entre programação e relatório apresentado. Retomando o dado que, de acordo com a Secretaria de Estágio e a Coordenação do Curso, desde o ano de 1994 formaram-se 1458 Bacharéis em Turismo e Hotelaria, e que a partir de 2003 até 2005, formaram-se um total de 300 bacharéis, destes, 58% realizou estágio no setor da Hotelaria, 16% em Turismo Público, 10% em Agência e Transportes e os outros nos setores de Eventos, Turismo Ecológico, Hotelaria Hospitalar, Alimentos & Bebidas e Consultoria. Também de acordo com a pesquisa realizada pela coordenação do estágio, nos anos de 2003 a 2005, os estados em que os estagiários mais realizaram estágio foram: Santa Catarina com 59,5%, Paraná com 8,5%, Mato Grosso do Sul com 6,5% seguidos por Rio Grande do Sul, Pernambuco e Bahia, além de outros estados do país e uma pequena porcentagem de países como Chile e Portugal com 1% do total dos alunos. 3.4 Estágio no Hotel Iberostar Bahia Para poder realizar estágio na Rede de Hotéis Iberosatr, o principal requisito que determinava se o aluno poderia ou não fazer, era o conhecimento em língua estrangeira, que deveria ser o Inglês ou Espanhol. Como a rede é de origem espanhola e a grande maioria dos seus clientes são estrangeiros, houve uma grande preocupação com relação a este fator. 40 Mesmo com este requisito, alguns dos alunos selecionados puderam realizar o estágio sem o conhecimento da língua estrangeira, mas sim devido ao currículo e a experiência que já havia no setor. No caso do Hotel Iberostar Bahia, são enviadas vagas destinadas aos alunos da Univali, onde estes devem definir qual é a melhor para si mesmo. Em seguida é encaminhado via e-mail os currículos de cada aluno, e este poderá ou não ser aceito pela empresa. Assim que todas as vagas são preenchidas, os alunos recebem da empresa um dia limite para começar a trabalhar. Antes de seguir para o estágio os acadêmicos recebem orientações dos professores responsáveis como também da coordenação do curso. No primeiro dia no hotel, os alunos recebem um pequeno treinamento para poder se acostumar com as normas internas, saber um pouco do histórico do hotel e obter noções básicas de atendimento e relação com o cliente. Também é realizada uma visita pelas instalações do hotel e como, conseqüência, nos setores que irão trabalhar, bem como apresentação aos responsáveis. Os estagiários são inseridos nos setores e passam a desempenhar atividades que são comuns a todos. Ficam hospedados no alojamento interno do hotel, onde cada setor possui um determinado número de apartamentos, nas quais devem dividir estes com colegas do mesmo setor. O transporte interno é feito com um veículo Van, ou com carros de golf. Estes costumam transportar os colaboradores nos principais horários de inicio e término dos turnos. Todos recebem alimentação, como café da manhã, almoço e jantar, estes realizados nas dependências do hotel. Desta forma, para realizar alguma destas refeições fora do horário de trabalho, é necessário se deslocar, muitas vezes à pé, até o hotel. O Hotel Iberostar Bahia, recebe com muito carinho a todos os estagiários. Retribui o trabalho, esforço e dedicação de todos com ensinamentos que somente são adquiridos com a prática e persistência em querer trabalhar. Muitos dos acadêmicos que já realizaram o estágio no Iberostar Bahia foram convidados a retornar para serem efetivados no hotel. 41 4 RESULTADOS 4.1 Procedimentos Metodológicos A pesquisa foi realizada via e-mail e os entrevistados eram egressos e acadêmicos do curso de Turismo e Hotelaria que realizaram estágio no Iberostar Hotels & Resorts Bahia. Esta Pesquisa teve como principal finalidade analisar a expectativa em realizar estágio e qual a satisfação após a realização no mesmo. Teve como caráter qualitativo e quantitativo, com objetivo descritivo. A pesquisa foi dividida em duas fases. Na 1ª fase foi a busca de dados junto a Coordenação de Estágio e obteve-se a informação de que desde que o Curso de Turismo e Hotelaria – UNIVALI firmou convênio com o hotel um total de treze alunos já efetuaram o Estágio Supervisionado neste. Como mostra a Tabela 01, foram três turmas diferentes nas quais 84,61% dos estagiários eram do sexo feminino. Tabela 01: Período e Número de Estagiários Período Dez2006–Fev 2007 Jul-Set 2007 Dez2007-Fev2008 Total Numero de alunos 02 05 06 13 Masculino -- -- 33,33% 15,39% Feminino 100% 100% 66,66% 84,61% Fonte: Setor de Estágio, 2008. Poderiam participar e responder ao questionário doze alunos, sendo estes sete Egressos e cinco Acadêmicos. Com esta informação passou-se para a 2ª fase da pesquisa que foi realizado por e-mail. Fora elaborado um texto para transmitir uma mensagem clara e evitar que os entrevistados interpretassem a pergunta de modo incorreto. O questionário (Apêndice E) foi dividido em quatro grandes áreas: Expectativas para com o Estágio; Desenvolvimento do Estágio; Produção Acadêmica; e, Avaliação das Expectativas após a Realização do Estágio. 42 Em cada uma das áreas estabeleceu-se um número de questionamentos que pudessem abranger e serem respondidos de forma completa, porém clara. A divisão dos vinte e um questionamentos ficou assim estabelecimentos: a) Expectativas para com o Estágio – Duas perguntas fechadas b) Desenvolvimento do Estágio – Oito perguntas fechadas c) Produção Acadêmica – Quatro perguntas abertas d) Avaliação das Expectativas após a Realização do Estágio – Três perguntas fechadas e quatro abertas. A análise dos dados coletados foi realizada por meio de tabulação no Excell, a fim de constatar qual a posição e opinião sobre o tema abordado. E esta análise é apresentada no item 4.2, que está dividida entre: Tabelas que demonstram os dados quantitativos, seguidas de uma análise descritiva dos fatos, sendo que os dados descritos serão apenas os que alcançaram destaques até o terceiro grau; e de Quadros que apresentam idéias e respostas dos entrevistados como forma de melhor visualização e interpretação das respostas obtidas. 4.2 Resultados Obtidos Na pesquisa obteve-se o resultado de apenas oito respondentes, totalizando uma participação de 66,66%. E os resultados obtidos foram: a) Expectativas para com o Estágio O primeiro questionamento buscava saber o motivo que levou o estagiário a escolher o Iberostar Bahia. Neste cada acadêmico deveria enumerar em ordem crescente as alternativas de 01 até 10, de acordo com a importância de cada. Resultados são apresentados na Tabela 02. Tabela 02: Motivos que Levaram a Realização do Estágio no Iberostar Bahia. Alternativa Conhecimento 1 2 3 4 5 6 12,5% 50,0% 12,5% 12,5% 12,5% 12,5% 25,0% 12,5% Emprego Prática 12,5% Hotel Internacional 50,0% 12,5% 25,0% 12,5% 10 12,5% 25,0% 12,5% 25,0% 12,5% Estrutura 12,5% 12,5% 50,0% Aproveitar para conhecer o local 12,5% Outra opção Fonte: Acadêmica, 2008. 8 12,5% Facilidades para o Estágio Não Tinha Opção 7 12,5% 12,5% 25,0% 12,5% 25,0% 12,5% 43 Como demonstrado na Tabela, metade dos acadêmicos, 50% responderam que a alternativa mais importante para a tomada de decisão em realizar o estágio no Iberostar é que este é um Hotel Internacional. Em seguida, com também 50%, o Conhecimento e em terceiro, a Estrutura do hotel foram os motivos mais importantes na tomada de decisão em escolher o Iberostar Bahia para realização do estágio. Contudo, muitos deles, apenas definiram os mais importantes e não todos eles, por exemplo, o número nove não foi utilizado nenhuma vez, e apenas três itens foram relevantes, neste caso Conhecimento, Hotel Internacional e não tinha outra opção. O segundo questionamento visava identificar dos respondentes quais setores haviam escolhido realizar estágio, isso para firmar se realmente obteve o setor escolhido ou se teve de realizar o estágio em outro setor. O resultado está demonstrado na Tabela 03. Tabela 03: Setores Escolhidos pelos Acadêmicos Setor Pretendido Realizado Recepção 37,5% 37,5% Reservas 12,5% 12,5% 25% 12,5% Governança Alimentos e Bebidas 12,5% Eventos 12,5% 12,5% Lazer e Recreação 12,5% 25% Administrativo 12,5% 12,5% Fonte: Acadêmica, 2008. Conforme a Tabela 03, alguns optaram por dois setores, percebeu-se com isso, que o acadêmico estava disposto a trabalhar em qualquer um destes dois, já que no Hotel Iberostar, o estagiário apenas deve trabalhar em um departamento. b) Desenvolvimento do Estágio Passando para a segunda área do questionário – Desenvolvimento -, o primeiro questionamento percebeu-se que complementava a pergunta anterior e visava saber se a escolha do setor havia sido confirmada pelo hotel ou não. Desta forma, saber em qual setor o acadêmico realizou estágio no hotel. Como mostra a Tabela 03, não foi possível, para nenhum dos entrevistados, estagiar em mais de um setor, a não ser que este estivesse interligado, como é o caso do Setor de Eventos e Reservas que pertencem ao mesmo departamento. Isto se deve porque, os setores 44 dependem do Setor Comercial que está localizado no Rio de Janeiro e estes estão subordinados ao mesmo chefe de departamento. Analisando a Tabela 03, o setor que mais estagiários recebeu foi o da Recepção, onde todos que se disponibilizaram para este foram aceitos. Percebeu-se que o Setor de Alimentos e Bebidas não aceitou nenhum estagiário, o que conforme observações realizadas no hotel, apenas acadêmicos do curso de Gastronomia podem lá realizar o estágio. Também como demonstra esta tabela o Setor de Governança obteve metade da aprovação dos estagiários que se candidataram a realizar o estágio neste. O que se percebe é que 12,5% dos acadêmicos que se disponibilizaram a vaga do Setor de Governança devem ter realizado o estágio no setor de lazer e recreação devido ao aumento de 12,5% para 25% entre o pretendido e o realizado, no setor de lazer e recreação. O segundo questionamento possibilitava verificar se houve diferença entre a expectativa e a realização. E os resultados estão no quadro 01. Item Expectativa X Realização Sentiu 37,5% Diferença Índice Motivo 12,5% A realização superou as expectativas; 12,5% Alegaram falta de adaptação ao Setor de Recreação e as atividades desempenhadas por estes; 12,5% Pensaram haver maior facilidade ao acesso a internet, e talvez maiores oportunidades quanto ao interesse em outros departamentos. Não 62,5% Sentiu Diferença Quadro 03: Relação entre Expectativa e Realização do estágio. Fonte: Acadêmica, 2008. Conforme o Quadro 01 para 62,5% dos acadêmicos não houve diferença e 37,5% responderam que sentiram diferença entre uma e outra. A pergunta se complementava indagando os motivos da diferença entre um e outro. Para 12,5% alegaram falta de adaptação ao Setor de Recreação e as atividades desempenhadas por estes. Este fator se deve, pois ao analisar novamente a Tabelas 03, percebemos que houve um aumento de 12,5% no número de 45 alunos que realizaram o estágio no Setor de Recreação. Fator este que leva a entender que estes realizaram o estágio em um departamento que não fosse da vontade própria. O terceiro questionamento voltado à área do desenvolvimento foi direcionado a recepção do acadêmico no Setor de Estágio. Cada aluno pôde avaliar o Chefe de Setor, os colegas do setor, o Departamento de Recursos Humanos e também os demais setores do hotel, com as seguintes alternativas: PS – Plenamente Satisfatório; S – Satisfatório; I – Indiferente; PS – Pouco Satisfatório e NS – Nada Satisfatório. O resultado é apresentado na Tabela 04. Tabela 04: Nível de Satisfação com a Recepção do Setor. Item Chefe de setor Colegas de setor Setor de Recursos Humanos Demais setores OS S I 87,5% 12,5% 75% 12,5% 12,5% 37,5% 50% 12,5% 50% 37,5% 12,5% PS NS Fonte: Acadêmica, 2008. Assim como demonstra a Tabela 04, todos os acadêmicos se sentiram plenamente satisfeitos com a recepção dos seus chefes, colegas e demais setores. Estes dados são bastante satisfatórios, pois os acadêmicos são recebidos por todos os colaboradores do hotel com muita alegria e expectativa. No quarto questionamento era sobre as atividades desempenhadas no setor e sua avaliação. Buscava-se detectar se houve orientação ao estagiário antes que este passasse a desempenhar suas funções, se houve acompanhamento e supervisão durante todo o período do estágio, e ainda saber se as expectativas com relação ao setor foram alcançadas. Os respondentes deveriam utilizar as seguintes alternativas: PS – Plenamente Satisfatório; S – Satisfatório; I – Indiferente; PS – Pouco Satisfatório e NS – Nada Satisfatório. O resultado encontra-se na Tabela 05. Tabela 05: Nível de Satisfação das Atividades Desempenhadas Item PS S I Orientação 75% 25% Acompanhamento 75% 12,5% 12,5% Supervisão 50% 25% 25% OS NS 46 Expectativas 62,5% 25% 12,5% Fonte: Acadêmica, 2008. Como demonstra a Tabela 05, a grande maioria dos estagiários, 75%, se sentiram Plenamente Satisfeitos com a orientação e acompanhamento das atividades que desempenharam. Com relação à supervisão, metade dos entrevistados se sentiu Plenamente Satisfeitos, 25% estavam satisfeitos e 25% responderam ser indiferente a supervisão durante o estágio. Na alternativa, Expectativas, a maioria disse estar Plenamente Satisfeito ou então Satisfeito com as atividades, apenas 12,5% respondeu estar Nada Satisfeito com as atividades desempenhadas. Neste caso é possível retornar as Tabelas 03, onde apenas 12,5% dos entrevistados realizaram o estágio no setor que não fosse o escolhido. É possível observar que, no questionário enviado aos entrevistados, a pergunta anterior foi dividia entre setor um e dois, para que no caso de algum acadêmico ter passado por mais de um setor, a exemplo do setor de Eventos e Reservas. Analisando este caso em especial, o estagiário se mostrou Plenamente Satisfeito com todos os itens da avaliação: Orientação, Acompanhamento, Supervisão e Expectativas. Quando feito quinto questionamento sobre as instalações, condições de lazer, transporte e refeitório, quis-se determinar as condições nas quais os estagiários da UNIVALI, são tratados e recebidos pelo hotel. Nesta pergunta os acadêmicos deveriam assinalar o grau de satisfação com os seguintes itens: Quarto, Banheiro, Refeitório, Lazer, Computador e Intenet, Transporte Interno e Externo, utilizando as seguintes alternativas: PS – Plenamente Satisfatório; S – Satisfatório; I – Indiferente; PS – Pouco Satisfatório e NS – Nada Satisfatório. A Tabela 06 apresenta os resultados obtidos. Tabela 06: Nível de Satisfação com as Instalações Item PS S I Quarto 37,5% 50% 12,5% 100% Banheiro 62,5% 37,5% 100% Refeitório 12,5% 12,5% 50% 12,5% Lazer 12,5% 37,5% 12,5% 37,5% 12,5% 25% 12,5% 50% 100% 12,5% 37,5% 12,5% 12,5% 100% 12,5% 50% 25% 100% Computador e Internet Transporte Interno 12,5% Transporte Externo 12,5% Fonte: Acadêmica, 2008. OS NS 12,5% Total 100% 100% 47 Os itens mais satisfatórios para os estagiários foram o quarto e o banheiro. No alojamento dos funcionários, os apartamentos são divididos por setores, assim, todos têm que dividir o apartamento com os colegas de setor, em muitos casos são quatro pessoas em cada quarto. Os quartos possuem camas Box ou beliches, o banheiro é amplo com equipamentos novos. Uma vez por semana as camareiras passam para fazer a limpeza dos quartos e também das áreas sociais do alojamento. Já os itens que são pouco satisfatórios ou nada satisfatórios, são o uso do o transporte externo e o computador e a Internet, cada um destes com 50% das respostas dos entrevistados. Isto se dá pelo fato de que muitos dos setores não permitem o uso do computador para uso particular, nem mesmo fora do horário de trabalho. O sexto Questionamento buscava saber se os respondentes haviam trabalhado com outros estagiários e se estes eram alunos da UNIVALI ou não. De acordo com a entrevista, 75% dos acadêmicos trabalharam com estagiários, destes 50% eram alunos da UNIVALI e 25% deles de outras universidades. Apenas 25% dos acadêmicos não trabalharam com outros estagiários. No sétimo questionamento, que complementava o anterior, e queria saber sobre as relações entre os estagiários, mesmo os acadêmicos que responderam não ter trabalhado com outros estagiários no mesmo setor, responderam a esta pergunta pelo fato de estarem na mesma empresa, utilizando as seguintes alternativas: PS – Plenamente Satisfatório; S – Satisfatório; I – Indiferente; PS – Pouco Satisfatório e NS – Nada Satisfatório. A Tabela 07 mostra os resultados obtidos. Tabela 07: Relações entre os Estagiários Item OS S I OS NS 50% 12,5% 12,5% 25% 50% 37,5% Quarto 62,5% 37,5% Refeitório 62,5% 37,5% 25% 75% Lazer Computador e Internet Atividades do Setor e/ou 12,5% Hotel Fonte: Acadêmica, 2008. Conforme a Tabela 07 é possível perceber que a relação entre os estagiários nas atividades sociais, como o uso do refeitório, quarto, e lazer foi Plenamente Satisfatório, ou 48 Satisfatório para todos. Já nos itens em que as atividades desenvolvidas no hotel e o uso, acesso ao computador e Internet, 50% entrevistados responderam como sendo Satisfatório. Outros 37,5% responderam ser indiferente, e apenas 12,5% responderam ser Plenamente Satisfatório. Apesar do alto índice de satisfação com as atividades nos setores, é preciso analisar os outros 37,5% de Indiferença, pois se este índice estiver relacionado aos acadêmicos que realizaram estágio com colegas da mesma universidade, isto pode estar refletindo um desempenho inadequado destes durante o estágio. Porém se este for com relação aos que realizaram o estágio com colegas de outras universidades, podemos concluir que os alunos da UNIVALI conseguem se destacar no mercado devido ao trabalho realizado pelo curso com seus alunos. Para finalizar a área do desenvolvimento, o oitavo questionamento, buscava saber se os respondentes foram convidados a trabalhar no hotel, se haviam aceitado ou não e por que da resposta. Com esta pergunta foi perceptível que todos os acadêmicos do Curso de Turismo e Hotelaria da UNIVALI, obtiveram sucesso com o estágio, pois 100% dos entrevistados foram convidados a retornar a trabalhar no hotel. O resultado é apresentado na Tabela 08. Tabela 08: Convite Item Convidado a Trabalhar Aceitou o Convite Sim 100% 37,5% Não -- 62,5% Fonte: Acadêmica, 2008. Porém nem todos os entrevistados concordaram em aceitar o convite para trabalhar no Iberostar Bahia, dos 62,5% que não aceitaram retornar, 25% responderam ter planos pessoais que não poderiam abandonar, 12,5% responderam querer realizar intercâmbio antes de se fixar em algum lugar, e os outros 25% não deram motivo qualquer. Já os que aceitaram o convite responderam que demonstraram interesse em retornar e por isso foram convidados, ou então que o hotel é uma excelente oportunidade e por chances de crescimento em pouco espaço de tempo devido à experiência profissional de cada um. c) Produção Acadêmica A terceira área do questionário estava voltada para a elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso de cada acadêmico. Como primeiro questionamento, detectou-se qual o tema de elaboração do projeto. Já foram, ou estão sendo elaborados projetos como: Análise da 49 Satisfação dos Hóspedes quanto ao Entretenimento do Hotel, Diagnóstico dos serviços oferecidos pelo Setor de Telefonia, Reestruturação Organizacional do Setor de Eventos, Responsabilidade Social, Qualidade de Vida no Trabalho, Análise do Iberostar para Identificar sua Classificação no Manual da ABIH, Análise Ergonômica do Setor de Governança e Análise do Sistema All Inclusive de alimentos e bebidas no mês de Janeiro de 2008. O segundo questionamento queria saber se foi difícil ou não a definição do tema e por que. Para 75% dos entrevistados foi difícil definir o tema da pesquisa, destes apenas 37,5% explicaram o motivo, que foram: setor limitado a poucos temas, a cultura interna que forma uma nova idéia de hotelaria e falta de orientação a longa distância. Já aos 25% que afirmaram que foi fácil definir o tema da pesquisa, explicaram que: tiveram uma ótima professora orientadora, e que o tema escolhido é de fácil compreensão e implantação. O Quadro 02 representa as respostas e análises dos entrevistados quando questionados sobre a obtenção de dados para elaboração do projeto. Alternativa Fácil Percentual 37,5% Índice Motivo 12,5% Adquiriram dados durante o estágio. 25% Contaram com colegas que ajudaram a enviar informações. Difícil 62,5% 12,5% Alegaram poucos autores sobre o assunto. 12,5% Alegaram tema muito conhecido. 25% Precisavam estar no hotel para obter mais informações. 12,5% Não quiseram explicar os motivos Quadro 04: Elaboração do Projeto Fonte: Acadêmica, 2008. Como é possível perceber apenas 12,5% do total dos estagiários obtiveram dados durante o estágio, sendo este o maior índice de dificuldades enfrentadas pelos entrevistados que alegam ser difícil a obtenção de dados para elaboração do projeto. Com isto é possível analisar que muitos dos acadêmicos que entram em estágio, não estão preparados para a elaboração do projeto. Para finalizar esta área, como terceiro questionamento, se o respondente achava possível o projeto que realizou ser implantado pelo hotel. Apenas 25% dos entrevistados responderam achar que o projeto será implantado, porém 12,5% destes, explicaram que só 50 será implantado, pois este melhorará as condições de saúde dos colaboradores do setor. Já os outros 75% acham que o seu projeto não será implantado, destes 50% explicaram que por ser uma rede de hotéis, este segue uma padronização dos serviços, é provável que o projeto não seja implantado. Lembrando que nem todos os projetos realizados são ação, mas sim de pesquisa, que podem auxiliar as atitudes do hotel, porém não tem como ser implantado. d) Avaliação das Expectativas após a Realização do Estágio A última área do questionário estava voltada para a Avaliação, nesta os respondentes também puderam deixar sua opinião sobre diferentes aspectos que envolveram o estágio. O primeiro questionamento queria saber se o entrevistado considerava a participação do estagiário nas atividades do hotel Muito Importante, Importante, Indiferente, Pouco Importante ou Nada Importante. Todos os acadêmicos, responderam ser Muito Importante a participação dos estagiários nas atividades do hotel. Voltando a analisar a Tabela 04, na qual aponta que todos estavam Plenamente Satisfeitos ou Satisfeitos com a receptividade do Chefe do Setor, é possível concluir, que os estagiários realmente fazem algo de bom para o hotel, seja com idéias novas, ânimo no novo trabalho ou apenas para substituir alguém que está faltando, mesmo sendo este último um motivo errado de ver o estagiário em fase de conclusão do curso. O segundo questionamento buscava saber se a participação pessoal do estagiário nas atividades do hotel era Muito Importante, Importante, Indiferente, Pouco Importante ou Nada Importe. Também igualmente à resposta anterior, todos os entrevistados responderam ser Muito Importante a sua participação nas atividades do hotel. Confirmando este fato a Tabela 08 demonstra que todos os estagiários foram convidados a trabalhar no Iberostar Bahia, determinando assim a aprovação dos chefes e superiores de cada estagiário. Buscou-se saber com os entrevistados, no terceiro questionamento, se os conhecimentos ensinados em sala de aula são realmente utilizados pelos acadêmicos durante o estágio. Cada aluno deveria assinalar se estes foram Plenamente Aplicáveis, Aplicáveis, Indiferentes, Pouco Aplicáveis ou Nada Aplicáveis. Os resultados são demonstrados na Tabela 09. Tabela 09: Aplicabilidade dos conhecimentos Item Aplicabilidade conhecimentos Fonte: Acadêmica, 2008. dos PA A 50% 37,5% I PA 12,5% NA 51 Assim como mostra a Tabela, 50% dos entrevistados responderam ser Plenamente Aplicáveis ou Aplicáveis os conhecimentos adquiridos em sala de aula, neste caso, não se trata apenas de teoria e ensinamentos básicos, mas sim postura profissional, práticas em laboratórios e outros ensinamentos que envolvem o curso. Para encerrar o questionário, foi solicitado aos entrevistados que deixassem sua opinião sobre os seguintes itens: A) A empresa em relação ao estagiário; B) O acadêmico que tem interesse em estagiar no Hotel Iberoestar; C) Os professores orientadores de relatório e projeto; e D) A Coordenação de Estágio e Curso. E os resultados estão demonstrados no Quadro 03. Visando preservar a identidade dos respondentes, estes estão identificados como Estagiário. 52 Estagiário 01 “Focar mais subsídios para o estagiário, pois o mesmo encontra-se fora de casa em um local diferente com pessoas diferentes” Estagiário 02 “Beneficiar financeiramente com uma ajuda de custo” Estagiário 03 “Investir em infraestrutura para atender as necessidades do estagiário” B “Ele deve levar mesmo é muita vontade de trabalhar e mostrar tudo que aprendeu nos 4 anos de academia” C “Na reunião em que se entregam os contratos deve se explicar bem e tirar todas as duvidas quanto ao projeto” “Busque informações que possam ser utilizadas, como por exemplo, pertences que possam ser levados junto na viagem” “Precisam dar mais suporte aos alunos” D “Vejo que o curso de Turismo E Hotelaria esta muito bem preparado para enviar seus acadêmicos para diferentes empreendimentos dentro e fora do país” “Procurar estreitar os vínculos com o Hotel” A Quadro 05: Sugestões e Opiniões Fonte: Pesquisa, 2008. Estagiário 05 Não respondeu. Estagiário 06 “Proporcionar Internet ou um valor para que as despesas para transporte e internet para os estagiários” Estagiário 07 “Ouvir o que os estagiários têm a contribuir” Estagiário 08 “Dar mais atenção com relação a lazer e moradia” “Entender que a rede segue padrões diferenciados, muitas vezes difíceis de aceitar e entender” Estagiário 04 Procurar meios de ajudar o estagiário, possivelmente com remuneração ou pelas passagens de transporte ate o local. “Se informar antes com os companheiros de quarto, entrar em contato com chefes de setor” “Acredito que o Iberostar oferece em geral, mais vantagens que muitos dos demais conveniados a Univali” “Deve ir pensando que é um lugar diferente que aprendemos muitas coisas” Não respondeu. “Vale a pena estagiar sim no Iberostar. Lá se aprende muita coisa com relação a hotelaria” Não respondeu. Não respondeu. Não respondeu. “Momentos bons e produtivos” “Dar mais atenção para os estagiários quando os mesmo ainda se encontram no hotel, cobrar mais, exigir mais” Não respondeu. “Ser imparcial inflexível” “Estão satisfatórios, porém devem entrar em contato com os estagiários mais no início ou na metade do estágio e não tão no final” “Eficiente” “Tudo certo” “Acho que eles deveriam cada vez mais mandar acadêmicos da Univali para o hotel” e Não respondeu. 53 Analisando as sugestões e opiniões deixadas pelos estagiários que estiveram no Hotel Iberostar, percebe-se que a grande maioria busca uma maior assessoria do hotel para com o estagiário, já que este realiza o trabalho com um colaborador qualquer do hotel e não recebe nenhum valor monetário em troca. Porém estas são condições pré-estabelecidas pelo hotel, e o estagiário tem conhecimento que não receberá nenhum recurso financeiro. Como segunda sugestão, os futuros estagiários devem se informar com os chefes de setores sobre que tipos de equipamentos e objetos pessoais podem levar para facilitar a estada no alojamento dos colaboradores. Indicação importante para determinar quais as roupas serão necessárias para acompanhar o uniforme do hotel. Quando se trata de orientação dos professores para os estagiários, muitos sugerem um maior contato dos professores com os acadêmicos durante o estágio, para assim facilitar a elaboração do projeto e ainda poder realizar todas as pesquisas necessárias enquanto estiver no hotel. Quanto à coordenação os acadêmicos estão satisfeitos com o trabalho que vem sendo realizado pelo curso junto com o hotel e acreditam que os acadêmicos do Curso de Turismo e Hotelaria - UNIVALI estão preparados para entrar no mercado de trabalho. 54 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente estudo que teve como objetivo geral analisar o grau de expectativa e satisfação dos acadêmicos na realização do Estágio Supervisionado no Ibertostar Bahia obteve resultado total. A análise das respostas ao questionário aplicado com os egressos e acadêmicos do curso de Turismo e Hotelaria, bem como a experiência pessoal na realização do estágio no Hotel Iberostar, possibilitou a percepção entre a qualidade das respostas e a veracidade da situação vivenciada. Este cenário pode ter influenciado no grau de autenticidade dos resultados alcançados. Ao mesmo tempo isto não inviabiliza o processo e a análise, pois em se tratando de percepções pessoais, a pesquisa deverá aceitar os resultados alcançados e por meio destes, traçar as possíveis contribuições aos futuros interessados em realizar estágio no empreendimento. Outra análise a ser feita, em relação aos dados obtidos, pode ser em função da aplicação do questionário. Esta deveria ter sido desenvolvida em três etapas diferenciadas, por exemplo, antes da ida ao hotel, durante a estada e assim que estes retornassem do estágio. Possibilitando assim, a obtenção de dados mais concretos e mais próximos da realidade vivenciada. Quanto ao objetivo específico que buscava estabelecer fundamentos teóricos de serviços na hotelaria e na formação acadêmica, foi elaborada parcialmente. A formação acadêmica ainda possui pouco material bibliográfico, principalmente se tratarmos dos métodos de ensino no Turismo e Hotelaria, no Brasil, sendo este um segmento em constante transformação, no qual os acadêmicos devem estar aptos a realizar diversas funções. Para a contextualização do estágio supervisionado no curso de Turismo e Hotelaria buscou-se aprimorar os conhecimentos na metodologia de ensino e qual o processo pedagógico exercido pelo curso. Este item ampliou os conhecimentos quanto ao sistema pedagógico e as transformações do curso durante o período em que está no mercado, fazendo com que muitos dos métodos usados, que antes pareciam indiferentes, passassem a ter um valor indispensável à formação dos acadêmicos. O Hotel Iberostar como cenário para realização do estágio proporciona aos acadêmicos vivencia da realidade da hotelaria em comparação com a teoria, lembrando que a 55 padronização do Hotel é bastante rigorosa. O que faz com que os estagiários possam realizar uma análise crítica aos meios de serviços que o hotel executa. Em relação ao objetivo de identificar os acadêmicos que realizaram o estágio no Hotel Iberostar, buscou-se junto à Coordenação de Estágio do curso dados sobre os egressos e acadêmicos. Com os acadêmicos foi possível obter 100% de participação no questionário, apesar da demora em responder. Porém dos sete egressos, apenas três responderam ao contato e mesmo assim, alegaram pouco tempo para a elaboração das respostas, mesmo tendo conhecimento da importância na elaboração deste projeto na vida acadêmica. A identificação do grau das expectativas e satisfação dos estagiários começa ao saber que a rede internacional Iberostar Hotels & Resorts, que está trabalhando no Brasil a pouco mais de três anos, fosse considerado no ano de 2007 o melhor Resort do País. Com tantas qualidades fica perceptível o motivo da escolha dos estudantes do Curso de Turismo e Hotelaria da Univali, por um hotel como este para a realização do Estágio Supervisionado para conclusão do curso. É também muito satisfatório saber que a rede está aberta para receber estagiários, que se sentem privilegiados em poder realizar o estágio neste local. A recepção dos estagiários no Hotel Iberostar Bahia, é bastante satisfatória no que diz respeito à hospitalidade no acolher os estudantes. É perceptível que estes trazem expectativas e muitas novidades a todos os colaboradores do hotel, havendo troca de experiências entre ambos. No que possibilitou uma interação entre a teoria estudada durante o curso nas quais foi comparadas e analisadas pelos acadêmicos com os padrões de serviços do hotel. Porém é nítido que durante a realização da pesquisa, no ponto de vista dos entrevistados que o hotel se demonstrou pouco preparado para receber os estagiários no que diz respeito à falta de auxilio financeiro ou mesmo de recursos locais. Em muitas situações o uso de internet e computador não eram autorizados, o que provocou um alto custo de vida no período de realização do estágio, tendo em vista que o local mais próximo para a utilização era para turistas com alto poder aquisitivo. Levando em consideração que o uso do computador e Internet para acadêmicos, em fase de conclusão de curso, são fundamentais para haver contato com professores orientadores e pesquisas sobre assuntos que possam ser trabalhados no projeto de conclusão do curso. Quanto ao refeitório, os entrevistados se demonstraram indiferentes ao fator. Porém durante a realização do estágio, os alimentos oferecidos eram de pouca qualidade, não suprindo as necessidades básicas da alimentação, o que ocasionavam muitas reclamações e 56 alguns casos, problemas de saúde. Talvez pelo fato de que a culinária baiana é diferente da que estavam habituados. Apesar destes aspectos, o Estágio Supervisionado superou as expectativas vivenciadas durante o curso. Todos os conhecimentos adquiridos foram de suma importância para uma experiência antes, somente vista, na teoria no que proporcionou um diferencial para a carreira profissional, além de inserir o futuro bacharel no mercado de trabalho. Para os próximos estagiários sugere-se que analisem com muita atenção a todos os projetos já elaborados no Hotel Iberostar, para que durante o estágio não sintam dificuldades de encontrar um problema para a produção do trabalho acadêmico de conclusão de curso. É importante entrar em contato com os chefes de setores antes de se dirigem até o local, para saber quais itens pessoais serão necessários para o trabalho. Além de questionarem sobre objetos materiais que possam facilitar o conforto na estadia. Para os que forem realizar estágio no Setor de Grupos e Eventos, é necessário prestar atenção ao período. No caso deste ser entre os meses de férias escolares e envolva o mês de Dezembro, é possível entrar em contato com o setor para ver da demanda de eventos para o período. Esta observação vale em função da experiência vivenciada, pois no período que realizei estágio no hotel, e que envolveu o mês de Dezembro não houve procura para eventos neste mês, o que ocasionou em alguns momentos ociosos. Assim, também se sugere a implantação do projeto de ação com intuito de reestruturar o Setor de Grupos e Eventos, realizado por uma estagiária do curso de Turismo e Hotelaria da Univali que realizaou o estágio no hotel. Os acadêmicos do curso de Turismo e Hotelaria da Univali estão bem preparados para entrar no mercado de trabalho. Esta afirmação se dá em função da percepção pessoal, pois em comparação com estagiários de outras universidades, a qualificação na execução das tarefas é bastante satisfatória, tanto para os acadêmicos quanto para o hotel. Através do projeto de pesquisa apresentado neste trabalho e de acordo com os objetivos determinados, pode-se concluir que os estudos foram finalizados com alguns objetivos a serem aprimorados por outros projetos. Também poderiam ser elaborados projetos que visassem à expectativa e satisfação dos setores do Hotel Iberostar em recepcionar os estagiários e assim analisar a contribuição do estagiário para o hotel. Contudo a realização do estágio no Iberostar Bahia, além de trazer crescimento profissional, também trouxe amadurecimento pessoal no que se refere à cultura local e modo de vida da comunidade, além de estar em contato direto com o turismo, atividade muito desenvolvida no nordeste do país. 57 REFERENCIAS ANDRADE, N.; BRITO, P.L.; JORGE, W.E. Hotel: planejamento e projeto. 4 ed. São Paulo: SENAC, 1999. ANSARAH, M. G. R. Formação e Capacitação do Profissional em Turismo e Hotelaria: reflexões e cadastro das instituições educacionais no Brasil. São Paulo: Aleph, 2002. BISSOLI, M. A. M. A. Estágio em Turismo e Hotelaria. 2ed. São Paulo: Aleph, 2003. CANDIDO, I.; VIEIRA, E.V. Gestão de Hotéis: técnicas de operações e serviços. Caxias do Sul RS: Universidade de Caxias do Sul. 2003. CASTELLI, G. Administração Hoteleira. 9 ed. Caxias do Sul RS: EDUCS, 2001. CASTELLI, G. Hospitalidade: na perspectiva da gastronomia e da hotelaria. São Paulo: Saraiva, 2005. COLOMBO, S. S. et.al. Gestão Educacional: uma nova visão. Porto Alegre: Artmed, 2004. CURSO DE TURISMO E HOTELARIA. Projeto Pedagógico. Balneário Camboriú, 2005/2006 DENCKER, A. F. M. Pesquisa e Interdisciplinaridade no Ensino Superior: uma experiência no curso de Turismo. São Paulo: Aleph, 2002. DUARTE, V. V. Administração de Sistemas Hoteleiros: conceitos básicos. São Paulo: SENAC, 1996. GIL, A. C. Metodologia do Ensino Superior. 3ed. São Paulo: Atlas, 1997. LAGE, B. H. G.; MILONE, P. C. Turismo: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2000. LASHLEY, C.; MARRISON, A. Em Busca da Hospitalidade: perspectiva para um mundo globalizado. Barueri SP: Monde, 2004. MEDLIK, S. Introdução a Hotelaria: gerenciamento e serviços. Rio de Janeiro: Campes, 2002. 58 MILL, R. C. Resorts: administração e operação. Porto Alegre: Bookmam, 2003. PAUL, V.; JONES, C. Manual de Operações de Alojamento na Hotelaria. Portugal: CETOP, 1989. RICHARDSON, R. J. Pesquisa Social: métodos e técnicas. 3ed. São Paulo: Atlas, 1999. SILVA, M. I. P. Discutindo o Ensino Universitário de Turismo. Campinas SP: Papirus, 2004. SETE ESTRELAS: Caracterização Hotel Burj Al Arabe, http://www.wikidoido.com/Hotel_burj_al_arab_ acesso em maio de 2008. disponível em TORRE, F. Administração Hoteleira: Parte I – departamentos. São Paulo: Rocca, 2001. UNIVALI: Descrição do Curso de Turismo e Hotelaria, disponível em http://www.univali.br; acesso em maio de 2008. UNIVALI: Cadernos de Ensino: Documentos Institucionais. Itajaí: UNIVALI, 2007. 59 LISTA DE APÊNDICES Apêndice A: Questionário..................................................................................................... 60 60 Apêndice A Questionário 61 Eu, Ana Laura Woiciechoski, regulamente matriculado na disciplina de Estágio Supervisionado do curso de Turismo e Hotelaria do Centro de Ciências Sociais e aplicadas: Comunicação, Turismo e Lazer da Universidade do Vale do Itajaí, solicito o preenchimento da pesquisa de Análise do Grau de Expectativa e Satisfação dos Acadêmicos na Realização do Estágio Supervisionado no Ibertoestar Bahia – Mata de São João - Bahia. Os dados serão utilizados somente para a realização do TCC-Trabalho de Conclusão de Curso, para a graduação no referido curso, sob a orientação da Profª. Marli Cardoso Blehm, MSc. Esta correspondência esclarece que o senhor está ciente que esta pesquisa será realizada em duas etapas, desenvolvidas por meio de entrevistas utilizando o questionário abaixo, com perguntas abertas e fechadas. Pelo fato desta pesquisa ter única e exclusivamente interesse científico, por ser voluntária e sem interesse financeiro, o senhor não terá direto a nenhuma remuneração. A divulgação do resultado visará apenas mostrar os possíveis benefícios obtidos pela pesquisa em questão, sendo que o senhor poderá solicitar informações durante todas as fases desta pesquisa, inclusive após a publicação da mesma. Balneário Camboriú, 08 de Abril de 2008. Assinatura (de acordo) _______________________________ Nome do acadêmico:_____________________________________________________ Período que realizou o estágio:______________________________________________ 1ª Parte - Expectativa 1 – Você decidiu fazer o Estágio Supervisionado no Hotel Iberoestar Bahia, por quê? Coloque na ordem de importância de 01 a 10. ( ) Conhecimento ( ) Emprego ( ) Prática ( ) Por ser um hotel Internacional ( ) Facilidades para o estagiário ( ) Estrutura ( ) Aproveitar para conhecer o local ( ) Não tinha outra opção ( ) ( )Outra – Qual?________________________________________________________ 2 – Qual o setor (es) que escolheu para a realização do estágio? ( ) Recepção ( ) Reservas ( ) Governança – ( ) Camareira ( ) Lavanderia ( ) Alimentos e Bebidas ( ) Eventos - ( ) Comercial ( ) Operacional ( ) Lazer e Recreação - ( ) Adulto ( ) Infantil 2ª Parte – Desenvolvimento 62 1 – Qual o setor que você realizou o estágio? ( ) Recepção ( ) Reservas ( ) Governança – ( ) Camareira ( ) Lavanderia ( ) Alimentos e Bebidas ( ) Eventos - ( ) Comercial ( ) Operacional ( ) Lazer e Recreação - ( ) Adulto ( ) Infantil 2 – Houve diferença entre a expectativa e a realização ( ) Não ( ) Sim – Por quê? ______________________________________________________ 3 – Quanto à recepção para com você no hotel foi: Item PS S I PS NS I PS NS I PS NS I PS NS Do Chefe de Setor Dos Colegas de Setor Do Setor de Recursos Humanos Dos Demais Setores PS - Plenamente Satisfatório - S – Satisfatório - I – Indiferente - PS - Pouco Satisfatório - NS - Nada Satisfatório 4 – Quanto à realização de suas atividades do setor 1º Setor: Item PS S Orientação Acompanhamento Supervisão Expectativa PS - Plenamente Satisfatório - S – Satisfatório - I – Indiferente - PS - Pouco Satisfatório - NS - Nada Satisfatório 2º Setor: Item PS S Orientação Acompanhamento Supervisão Expectativa PS - Plenamente Satisfatório - S – Satisfatório - I – Indiferente - PS - Pouco Satisfatório - NS - Nada Satisfatório 5 – Quanto às instalações para o estagiário Item PS S Quarto Banheiro Refeitório Lazer Computador e Internet Transporte Interno Transporte Externo PS - Plenamente Satisfatório - S – Satisfatório - I – Indiferente - PS - Pouco Satisfatório - NS - Nada Satisfatório 6 – Você trabalhou com outros estagiários? ( ) Não ( ) Sim – Da Univali ( ) Sim ( ) Não – Qual Instituição? __________________________ 7 – Quanto às relações entre os estagiários 63 Item PS S I PS NS Quarto Refeitório Lazer Computador e Internet Atividades do Setor e/ou Hotel PS - Plenamente Satisfatório - S – Satisfatório - I – Indiferente - PS - Pouco Satisfatório - NS - Nada Satisfatório 8 - Você foi convidado(a) a trabalhar no hotel? ( ) Não ( ) Sim - Aceitou? ( ) Sim – Por quê? _________________________ ( ) Não – Por quê? _________________________ 3ª Parte – Produção Acadêmica 1 - Qual o tema desenvolvido no seu TCC – Trabalho de Conclusão de Curso? _____________________________________________________________________ 2 – Quanto à definição do tema, você considerou? ( ) Fácil – Por quê?____________________________________________________ ( ) Difícil – Por quê? __________________________________________________ 3 – Quanto à obtenção dos dados para o desenvolvimento do tema, você considerou? ( ) Fácil – Por quê?____________________________________________________ ( ) Difícil – Por quê? __________________________________________________ 4 – Quanto ao seu projeto, você acha que será implantado pelo hotel? ( ) Sim – Por quê?____________________________________________________ ( ) Não – Por quê? __________________________________________________ 4ª Parte – Avaliação 1 – Quanto à participação do estagiário nas atividades do hotel, você considera: ( ) Muito Importante ( ) Importante ( ) Indiferente ( ) Pouco Importante ( ) Nada Importante 2 – Quanto à sua participação como estagiário nas atividades do hotel, você considera: ( ) Muito Relevante ( ) Relevante ( ) Indiferente ( ) Pouco Relevante ( ) Nada Relevante 3 – Quanto à aplicabilidade dos conhecimentos adquiridos em sala no desenvolvimento de suas atividades, você considera: ( ) Plenamente Aplicáveis ( Aplicáveis ) Aplicáveis ( ) Indiferente ( De maneira geral qual a sua sugestão para: - A empresa em relação ao estagiário: - O acadêmico que te interesse em estagiar no Hotel Iberoestar: - Os professores orientadores de relatório e projeto: - A Coordenação de Estágio e Curso ) Pouco Aplicáveis ( ) Nada 64 LISTA DE ANEXOS Anexo A: Matriz Curricular V............................................................................................... 65 Anexo B: Relatório de Estágio.............................................................................................. 67 Anexo C: Projeto de Ação.................................................................................................... 69 Anexo D: Projeto de Pesquisa............................................................................................... 71 65 Anexo A Matriz Curricular V 66 67 Anexo B Relatório de Estágio 68 69 Anexo C Projeto de Ação 70 71 Anexo D Projeto de Pesquisa 72 73 PARTE II Relatório 74 ANA LAURA WOICIECHSOKI RELATÓRIO DE ESTÁGIO Iberostar Bahia Produção Técnica-Científica apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Turismo e Hotelaria, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Ciências Sociais Aplicadas: Comunicação, Turismo e Lazer. Campus Balneário Camboriú Orientador: Prof. Célia Denise Uller, MSc. Balneário Camboriú 2008 75 1 IDENTIFICAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO E DO ALUNO 1.1 Identificação da organização Razão Social: Nolandis Empreendimentos e Participações CGC/MF: 05.581.720/0001-01 Inscrição Estadual: 66.472.964-NO Registro na EMBRATUR: 05.005690.20.0001-6 Nome fantasia: Iberostar Praia do Forte Endereço Completo: Rod. BA 099, Km 56, CEP. 48280-000 Proprietário: Dom Miguel Fluxá Supervisor de estágio: Paulo Aragão e Clarissa Desterro 1.2 Dados da aluna Nome: Ana Laura Woiciechoski RG: 4670786 CPF: 059.795.939-00 Endereço: Santos Dumont, nº470, B: Santa Terezinha. Brusque SC 88352-200 Telefone: 47 3350 1945 47 3252 1124 Filiação a entidade relacionada ao Turismo e Hotelaria: UNIVALI 76 2 JUSTIFICATIVA A realização do estágio na vida acadêmica é de fundamental importância para que cada aluno possa decidir em qual área do setor de turismo ou hotelaria pretende exercer depois de ser um bacharel. É por isso que as atividades do Estágio Supervisionado estão fundamentadas na Lei nº 6.494, de 07/12/1977, regulamentada pelo Decreto nº 87.497, de 18/08/1982, Pareceres normativos CST nº 326, de 06/05/1971, Resolução 127/CONSUN/CaEn/07 da Universidade do Vale do Itajaí e pelas normas administrativas aprovadas pela coordenação do curso de Turismo e Hotelaria. O estágio supervisionado proporciona ao acadêmico estar em contato direto com o mercado, analisar todas as situações que estão sendo efetuadas e de que forma são solucionadas, comparar o que a teoria ensina em sala de aula com o cotidiano dos mais variados campos do setor e poder criar uma opinião sobre o que é correto ou não. Durante o período de estágio buscou-se aprimorar os conhecimentos do setor de eventos dentro da hotelaria. Entender qual a política de eventos, a postura dos profissionais desta área perante o cliente e qual o benefício deste setor para a hotelaria. A principal motivação para este setor foi porque já havia trabalho em alguns eventos pequenos, porém a maioria destes voltados a festas e jantares, sempre tive interesse na prática desta atividade onde muitas das vezes realizamos sonhos de uma vida. Como a região nordeste é uma região muito desenvolvida no setor turístico, com uma demanda acentuada do público estrangeiro e também com grande procura do público nacional, viu-se a possibilidade de estar em contato com um hotel que possuísse uma boa taxa de ocupação para que o estágio pudesse ter o melhor aproveitamento possível. Desta forma escolheu-se a rede Iberostar, recentemente instalada no país, porém com uma vasta experiência no mercado internacional. A rede está presente em muitos países e não oferece apenas o serviço de hospedagem, mas também serviço de receptivo, aviação, operadora e agência de viagem, sendo esta uma empresa auto-suficiente em muitos destinos do mundo. Além disto, recebeu no ano passado o prêmio de melhor resort do país pela revista Guia 4 Rodas, sendo assim, realizar o estágio em um hotel como este pode ser considerado uma oportunidade para o futuro. 77 3 OBJETIVOS 3.1 Objetivo Geral Desenvolver atitudes e hábitos profissionais, bem como adquirir, exercitar e aprimorar conhecimentos técnicos no campo da hotelaria. 3.2 Indicadores dos resultados parciais durante o estágio - Identificar na literatura especializada os fundamentos teóricos de Turismo e Hotelaria. - Identificar/reconhecer a estrutura administrativa e organizacional do Iberostar Bahia. - Empregar os conhecimentos teóricos no setor a ser percorrido durante a realização do estágio. - Reunir as informações observadas e vivenciadas no campo de estágio para fins de relatório e compreensão. - Processar o relatório de estágio. - Identificar uma situação com potencial de mudança ou melhoria a ser planejada no projeto de ação, exigência parcial para obtenção do titulo em bacharel em Hotelaria. 78 4 CONTEXTUALIZAÇÃO DA EMPRESA4 4.1 Evolução histórica A rede Iberostar foi fundada em 1930 na cidade de Palma de Mallorca na Espanha com a criação da agência de viagens, Viagens Ibéria. Posterior, no ano de 1973, foi criada a operadora de viagens, Viagens Iberojet. E somente em 1983 foi fundada a rede hoteleira Iberostar Hotels & Resorts, que se destaca por oferecer serviços de alto nível nos destinos turísticos de todo o mundo. Em 1989 foi criada como segunda marca da Viagens Iberojet, a Solplan que também trabalha como operadora de viagens. Mais tarde em 1992 foi fundada no México a Iberoservice, que é agência de turismo receptivo. E em 1998 a rede ficou completa com a criação da Iberoworld, que trabalha com o serviço de aviação. Em muitos destinos, o grupo é auto-suficiente em oferecer todos os serviços a seus clientes. Atualmente a rede conta com hotéis espalhados por 30 países entre Europa, América Central, Caribe, África do Sul e América do sul. O grupo Iberostar, é formado por agências de viagens, companhia aérea, operadoras de turismo, empresas receptivas e rede de hotéis e resorts, estes contam com aproximadamente 109 hotéis espalhados por todo o mundo. No ano de 2004 a rede Iberostar de Hotéis & Resorts foi eleita pelo quarto ano consecutivo, como a melhor cadeia do mundo, recebendo o prêmio Crystal Award, concedido pela Apple Vacations, uma das mais importantes operadoras de turismo dos Estados Unidos, neste concorreram 600 hotéis de todo o mundo. O primeiro hotel da rede a ser inaugurado no Brasil, foi o Iberostar Grand Amazon, no ano de 2005. Este é um barco hotel que navega pelos rios amazônicos, de categoria cinco estrelas, trabalha com sistema all inclusive, possui 72 cabines, distribuídas em 3 decks e duas suítes reais. Ainda conta com um restaurante Buffet e snack, bar no convés, 01 sala de eventos com capacidade para 150 pessoas, piscina, jacuzzi, academia, biblioteca e enfermaria. O Iberostar Bahia, localizado no município de Mata de São João, na Praia do Forte, foi o segundo a ser inaugurado, em Abril de 2006 com regime de soft opening. Construído em 4 Item adaptado 79 uma área de 213 hectares, o que equivalem a 2 milhões de metros quadrados o complexo está localizado a aproximadamente 60 km do aeroporto internacional de Salvador, Luiz Eduardo Magalhães, e apenas a 10 km da Vila da Praia do Forte. Nessa primeira etapa o hotel contava com 406 apartamentos e até outubro do mesmo ano inaugurou mais 226 apartamentos, totalizando 632 suítes. Apenas em Janeiro do ano seguinte, o centro de convenções foi finalizado e as atividades iniciadas. Para a realização deste empreendimento o investimento total foi cerca de US$ 370 milhões (trezentos e setenta milhões de dólares). Abaixo uma foto que podem demonstrar o tamanho e as principais áreas do resort. Figura 01, Iberostar Bahia Golf Fonte: Iberostar Bahia, 2008. O próximo projeto para o complexo Iberostar Bahia é a inauguração em outubro de 2008 de mais um hotel, com capacidade para mais 535 unidades habitacionais totalizando um número de 1167 apartamentos dentro do complexo. Ainda, haverá a construção de um condomínio onde os mesmos poderão utilizar das áreas sociais do hotel. O empreendimento deverá gerar ao final dos seus investimentos, um total de 1,3 mil empregos diretos e 2 mil indiretos, sendo que 90% deles para brasileiros. No ano de 2006 o Iberostar Bahia recebeu da Gazeta do Turismo o prêmio Cata Vento de Prata, em reconhecimento a empresas em desenvolvimento no Brasil, concedido através de uma entrevista com a ABAV, ABIH, Sindegtur e Skal. Também em 2006, o site TripAdvisor 80 concedeu ao Iberostar o prêmio de Melhor Jóia Oculta da América do Sul, teve como base depoimentos de experiências e críticas de seus usuários do mundo todo. O Touroperator Britânico Fist Choice premiou, em 2006, o Iberostar como sendo o melhor hotel na categoria acomodação, baseado no nível de satisfação dos clientes. No ano de 2007, o Iberostar Bahia, foi eleito pela Revista Guia 4 Rodas como o melhor resort do país. O próximo hotel da rede a ser inaugurado no Brasil, será o Iberostar Copacabana, no Rio de Janeiro. Este está sendo instalado nas antigas dependências do Hotel Meridiam Copacabana. A previsão para inauguração será para o ano de 2009, terá como principal público o de negócios, pois a estrutura contará 21 salas para reuniões e 496 apartamentos. É também no Rio de Janeiro que está localizado o setor comercial, responsável em realizar todas as negociações de venda e marketing promocional da rede no país. Este trabalha desde a implantação do primeiro hotel no Brasil. De acordo com o setor comercial, em pouco tempo de uso, o empreendimento Iberostar Bahia é referência para a hotelaria brasileira, pois sua ocupação deste o início de seus serviços é considera estável, com uma média de 80% anual. 4.2 Infra-estrutura física atual O hotel Iberostar Bahia é de tipologia de resort, categoria cinco estrelas e trabalha com sistema all inclusive, tudo incluído no valor da diária. Oferece a seus clientes opções diversas de lazer, que podem ser divididas em hospedagem, bares e restaurantes, entretenimento e centro de convenções. Para melhor compreender, o mapa do hotel pode demonstrar a sua dimensão e distribuição das áreas totais. (Anexo A). A recepção do hotel está localizada no lobby, e é nesta área que é possível encontrar, o setor de relações públicas, o lobby bar, e toda uma área de estar com uma bela decoração que lembram as tradições baianas. É nesta área que também se encontram a biblioteca, o bilhar e a sala de internet. Abaixo algumas fotos que representam estes espaços. 81 Figura 02, Entrada principal. Fonte: Iberostar Bahia, 2008. Figura 03: Recepção do hotel Fonte: Iberostar Bahia, 2008. A distribuição das unidades habitacionais ocorre em três blocos, cada um com aproximadamente 200 apartamentos. São no total 558 suítes Superiores, 70 suítes Junior, 06 adaptadas para portadores de necessidades especiais e 02 suítes Presidenciais distribuídas da seguinte forma: 82 - Bloco 01: Total de 202 UH: possui, uma Suíte Presidencial, 23 Suítes Junior, 130 apartamentos Superiores, 48 Suítes Superior que podem ser conjugáveis e 04 apartamentos para portadores de necessidades especiais. - Bloco 02: Total de 204 UH: distribuídas em 24 Suítes Junior e 180 apartamentos Superior. - Bloco 03: Total de 226 UH: sendo que uma é Suíte presidencial, 23 são Suítes Junior, 176 são Suítes Superiores e 24 são apartamentos conjugáveis. Ainda há dois apartamentos para portadores de necessidades especiais. Para melhor visualização, abaixo apresentamos registros fotográficos das UH´s. Figura 04, Suíte Superior com duas camas Queen Size. Fonte: Iberostar Bahia, 2006 Figura 05, Suíte Superior com cama King Size. Fonte: Iberostar Bahia, 2008 83 As suítes podem ser mobiliadas com duas camas Queen size, para os apartamentos com numeração par, ou uma King size, para os apartamentos com numeração impar. Os outros mobiliários são iguais para todos os apartamentos, são eles: TV a cabo, telefone, ar condicionado central, ventilador de teto, mini bar, cofre digital, entrada para internet, varanda e a maioria possui banheira. A principal diferença destes quartos é que a Suíte Superior tem vista para a piscina ou jardins do hotel com 36m² e a Suíte Junior tem vista mar e possui 5m² a mais que a superior. As duas suítes presidenciais possuem 161m² com vista mar, estas duas não são vendidas e somente são utilizadas em casos especiais. Ainda, os apartamentos possuem quatro dígitos, o primeiro indica o número do bloco, o segundo o andar e os outros dois a seqüência das unidades habitacionais nos andares. A figura abaixo mostra a suíte presidencial, com decoração exclusiva, móveis modernos e bem distribuídos. A suíte é composta por sala de star, bar, lavabo, quarto, banheiro com hidromassagem e sacada com vista mar. Figura 06, Suíte Presidencial. Fonte: Acadêmica, 2008. Cada bloco de apartamentos é formado por três pavimentos. Em cada andar existem aproximadamente 70 unidades habitacionais, e para poder facilitar o trabalho das camareiras, existe uma rouparia principal em cada bloco, e cada camareira tem uma sala de apoio para depositar os materiais do uso diário. A sala da governança fica localizada ao lado da lavanderia, e estes estão nas proximidades do bloco 03. O hotel conta com seis restaurantes, destes, 02 são Buffet e 04 são de especialidades. O restaurante Meu Rei, é o principal restaurante do hotel conta com 450 lugares e o serviço é tipo Buffet, é onde os hóspedes podem realizar as refeições do café da manhã, almoço e jantar. O café da manhã começa às 5hs com o café continental, das 7hs às 10hs é servido café da 84 manhã com Buffet completo; o almoço tem seus serviços das 13hs às 15hs; o jantar por sua vez, dá inicio às 18:30hs e encerra às 22hs. Após estas refeições o restaurante reabre às 23hs com lanches e comidas rápidas servidas até às 5hs da manhã. Por existir o serviço deste restaurante que fica aberto 24horas, o hotel justifica a inexistência do serviço de quarto no Iberostar Bahia. A decoração do restaurante, como mostra a foto abaixo, é voltada aos costumes baianos, onde cada orixá existente neste ambiente tem um significado peculiar. Também é um ambiente que não possui ar-condicionado, os clientes podem se sentir mais a vontade neste espaço que não exige muita formalidade. Figura 07. Restaurante Meu Rei Fonte: Iberostar Bahia, 2006. Outro restaurante Buffet é o La Palma, que trabalha o dia todo com lanches rápidos, está localizado nas proximidades da piscina do bloco 01 e 02. Na parte da manhã serve o Continental Breackfest das 9h até 11h45mim, logo em seguida é servido Buffet de almoço até às 16h, após são servidos lanches rápidos até às 18h. Neste restaurante, os hóspedes podem entrar e realizar sua refeição, mesmo trajados com roupas de banho. O restaurante Coqueiro, que tem capacidade de 180 lugares, trabalha com sistema de Buffet no horário do almoço, este fica localizado nas proximidades da piscina do bloco 02 e 03. No horário do jantar este trabalha como um dos restaurantes de especialidades, que passa a ser chamado de Brasileiro, serve o churrasco com espeto corrido. A decoração deste restaurante é bastante simples, as aberturas são fechadas por lonas de plástico transparentes e não possui ar-condicionado, porém para o jantar as mesas recebem decoração em toalhas e é feito o mise en place, como mostra na figura abaixo, isto de acordo com o número de reservas da noite. 85 Figura 08, Restaurante Coqueiro Fonte: Acadêmica, 2008. O Restaurante Sakura serve comida típica japonesa conta com 06 Tepãs, cinco com 18 lugares e um com 17, o que totaliza um espaço com 107 lugares. Este restaurante chama a atenção dos hóspedes, pois em cada tepã há duas chapas e os cozinheiros preparam os alimentos com algumas demonstrações de habilidades com o alimento e utensílios. A figura a seguir mostra um tepã, que são as mesas em formato de U, os hóspedes devem se sentar em bancos e assim apreciar um pouco da cultura japonesa na decoração que o ambiente oferece aos mesmos. Figura 09. Restaurante Sakura. Fonte: Iberostar Bahia, 2006. 86 Restaurante Mare Nostrun, tem como especialidade comida mediterrânea e serviço a La Carte, dispõe de um cardápio com três opções de jantar e conta com um espaço para 120 pessoas. O que mais chama a atenção neste restaurante é a cozinha ser em forma de submarino e ao mesmo tempo vitrine, a figura XX mostra esta especialidade. O horário de funcionamento destes restaurantes se dá a partir das 18h30 e se estende até as 21h30, que é quando as últimas reservas do dia entram no local. Figura 10, Restaurante Mare Nostrun Fonte: Iberostar Bahia, 2006. Já o Restaurante Gourmet, figura 11, trabalha com culinária francesa, bem como serviço, oferece somente uma opção de cardápio e o espaço deste restaurante é para 90 pessoas, neste é obrigatório o uso de calças compridas e em épocas de baixa temporada este restaurante permanece fechado. Figura 11, Restaurante Gourmet Fonte: Iberostar Bahia, 2006. 87 Estes restaurantes temáticos somente funcionam com reserva pré-estabelecida com o setor de relações públicas do hotel. Também o número de reservas varia de acordo com o tempo da estadia no hotel, por exemplo, de uma a três noites somente uma reserva; de quatro a seis noites, duas reservas; de sete a dez noites, três reservas; e acima de dez noites cinco reservas. O único inconveniente é que os restaurantes não possuem capacidade suficiente para atender a demanda de reservas para cada noite, pois a taxa de ocupação do hotel é bastante elevada. Outro detalhe é que cada restaurante atende somente ao número de clientes por horário como mostra o quadro abaixo. Horários Rest. Sakura Rest. Mare Nostrum Rest. Coqueiro Rest. Gourmet 18h30 18 -- -- 19h00 18 23 40 15 19h15 35 -- -- -- 19h30 -- 23 40 15 ERROR: typecheck OFFENDING COMMAND: if STACK: /colspABC /DeviceGray