UNINGÁ – UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR INGÁ FACULDADE INGÁ CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PRÓTESE DENTÁRIA MARCELO MARCHIORI INFLUÊNCIA DA ALTURA DO PREPARO E DO CIMENTO NA RETENÇÃO DE COROAS TOTAIS CIMENTADAS EM MOLARES HUMANOS PASSO FUNDO 2008 1 MARCELO MARCHIORI INFLUÊNCIA DA ALTURA DO PREPARO E DO CIMENTO NA RETENÇÃO DE COROAS TOTAIS CIMENTADAS EM MOLARES HUMANOS Monografia apresentada à Unidade de Pósgraduação da Faculdade Ingá – UNINGÁ – Passo Fundo-RS como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Prótese Dentária. Orientador: Prof. Dr. Cezar Augusto Garbin PASSO FUNDO 2008 2 MARCELO MARCHIORI INFLUÊNCIA DA ALTURA DO PREPARO E DO CIMENTO NA RETENÇÃO DE COROAS TOTAIS CIMENTADAS EM MOLARES HUMANOS Monografia apresentada à comissão julgadora da Unidade de Pós-graduação da Faculdade Ingá – UNINGÁ – Passo FundoRS como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Prótese Dentária. Aprovada em ___/___/______. BANCA EXAMINADORA: ________________________________________________ Prof. Dr. Cezar Augusto Garbin - Orientador ________________________________________________ Profª Drª Simone Beatriz Alberton da Silva ________________________________________________ Prof. Dr. Igor Studart Medeiros 3 DEDICATÓRIA À minha família, especialmente ao meus pais, pelo apoio constante, dedicação e por terem contribuído com minha formação pessoal e profissional. À minha namorada Michele, pelo amor, carinho e cumplicidade na realização deste trabalho. 4 AGRADECIMENTOS Ao meu orientador, Prof. Cezar Augusto Garbin, pela ajuda na realização deste trabalho e por todos os ensinamentos transmitidos durante a minha graduação e pós-graduação. Ao Prof. Genaro Marcial Mamani Gilapa, pela colaboração na realização da pesquisa e contribuição para a realização dos ensaios mecânicos. À Profª Lilian Rigo, por sua competência, disponibilidade e realização da análise e interpretação estatística desse trabalho. Ao TPD e consultor técnico Vita/Bego do Brasil Ireno Britto, pela realização da parte laboratorial desta pesquisa. À Wilcos do Brasil Indústria e Comércio Ldta, Vita e Bego do Brasil, pelo fornecimento do material necessário para confecção da etapa laboratorial do estudo. À empresa Bruning Tecnometal S.A., por disponibilizar o seu laboratório de ensaios mecânicos e a máquina universal para realização dos ensaios de tração. À Vanessa, funcionária da empresa Bruning Tecnometal S.A., pela sua amizade e execução dos ensaios mecânicos. Ao Engenheiro da empresa Bruning Tecnometal S.A., André Lohmann, por sua disponibilidade, cordialidade e por todo o suporte técnico necessário para a execução dos ensaios de tração. 5 RESUMO As características mecânicas do preparo, aliadas ao agente cimentante, representam elementos significativos na manutenção de uma prótese fixa. Este estudo objetivou avaliar a resistência à tração de coroas metálicas cimentadas com dois tipos de cimentos, em dentes preparados de forma padronizada, com diferentes alturas. Quarenta terceiros molares humanos foram selecionados e preparados para coroa total, sendo divididos em 4 grupos, onde dois fatores foram avaliados: altura (3 ou 5 milímetros) e cimento (RelyX U100 ou fosfato de zinco). As coroas foram fundidas em liga de níquel-cromo e após a cimentação foram submetidas ao teste de tração em uma máquina universal de ensaios. Onde os valores de resistência à tração foram registrados para posterior análise estatística (ANOVA). As médias de resistência à tração (Kgf) e os respectivos desvio-padrão foram: grupo 1: 39.6±13.0; grupo 2: 16.9±8.1; grupo 3: 32.2±7.9; grupo 4: 10.6±3.2. Verificou-se que o cimento RelyX U100 apresentou média de resistência à tração significativamente maior que o cimento de fosfato de zinco, e independente do cimento, a altura de 5 mm apresentou média significativamente maior que a de 3 mm. Concluiu-se que o cimento RelyX U100 foi superior em termos de retenção e que, independente do cimento utilizado, uma maior altura do preparo promoveu melhores resultados de retenção das coroas totais aos dentes. Palavras-chave: Resistência à tração, cimentos dentários, coroas. 6 ABSTRACT The mechanical characteristics of preparation, allied to the luting agent, represent significant elements in the maintenance of a fixed prosthesis. This study aimed to evaluate the tensile strength of metal crowns cemented with two types of cements, in teeth prepared on a standardized, with different heights. Forty human third molars were selected and prepared for full crown and is divided into 4 groups, where two factors were assessed: Height (3 or 5 mm) and cement (RelyX U100 or zinc phosphate). The crowns were merged in nickel-chromium alloy and after cementation were subjected to the test of traction in a universal testing machine. Where the values of tensile strength were recorded for subsequent statistical analysis (ANOVA). The means of tensile strength (Kgf) and its standard deviation were: Group 1: 39.6 ± 13.0; Group 2: 16.9 ± 8.1; Group 3: 32.2 ± 7.9; Group 4: 10.6 ± 3.2. It was found that the cement RelyX U100 showed average of tensile strength significantly greater than the cement zinc phosphate, and regardless of cement, the height of 5 mm showed significantly higher than the average of 3 mm. It was concluded that the cement RelyX U100 was superior in terms of retention and that regardless of the cement used, greater height of the preparation promoted better retention of full crowns to teeth. Keywords: Tensile Strength, dental cements, crowns. 7 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Inclusão da amostra em tubos de PVC............................................. 29 Figura 2 – Preparo no torno mecânico............................................................... 31 Figura 3 – Preparos de 3 mm e 5 mm............................................................... 31 Figura 4 – Enceramento das coroas................................................................... 32 Figura 5 – Padrões de cera fixadas ao canais de alimentação.......................... 32 Figura 6 – Coroas Fundidas prontas para cimentação...................................... 33 Figura 7: Prensa utilizada para cimentação...................................................... 35 Figura 8 – Padronização da força de cimentação............................................. 35 Figura 9 – Corpo de prova posicionado na máquina........................................ 36 Quadro 1 – Divisão da amostra em 4 grupos experimentais............................ 29 8 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Marcas Comerciais, composição química, lote e validade dos cimentos utilizados............................................................................................................ 34 Tabela 2 - Médias da resistência à remoção por tração (valores em Kgf) e respectivos desvios padrões.............................................................................. 37 Tabela 3 - Análise de Variância......................................................................... 37 9 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS mm – Milímetro Kgf – Quilograma-força NiCr – Liga de níquel e cromo AuAgPd – Liga de ouro, prata e paládio Bis-GMA – Bisfenol – A – diglicidilmetacrilato Kg – Quilograma CAD/CAM – Computer-aided design/Computer-aided manufacturing µm – Micrometro mm2 – Milímetro quadrado PVC – Poli cloreto de vinila RPM – Rotações por minuto ml - Milílitro 10 LISTA DE SÍMBOLOS º - Grau % - Percentagem KN – Quilo-Newton N – Newton Hz - Hertz ® - Marca Registrada ™ - Trade Mark 11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.................................................................................. 13 2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................. 15 2.1 RELAÇÃO ENTRE ALTURA DO PREPARO E RETENÇÃO............ 15 2.2 INFLUÊNCIA DO CIMENTO NA RETENÇÃO DA RESTAURAÇÃO 20 3 OBJETIVO...................................................................................... 27 4 METODOLOGIA................................................................................ 28 4.1 SELEÇÃO DA AMOSTRA................................................................. 28 4.2 PADRONIZAÇÃO DOS CORPOS DE PROVA................................. 28 4.3 DIVISÃO DA AMOSTRA EM GRUPOS............................................ 29 4.4 PREPARO DA AMOSTRA................................................................ 30 4.5 OBTENÇÃO DAS COROAS FUNDIDAS.......................................... 31 4.6 CIMENTAÇÃO................................................................................... 33 4.7 TESTES DE TRAÇÃO....................................................................... 36 5 RESULTADOS.................................................................................. 37 6 DISCUSSÃO..................................................................................... 38 7 CONCLUSÃO.................................................................................... 41 12 REFERÊNCIAS............................................................................................... 42 APÊNDICES.................................................................................................... 46 13 1 INTRODUÇÃO Um dos objetivos a serem alcançados na elaboração de uma prótese fixa é a sua longevidade clínica, isto se relaciona a um adequado planejamento e uma seqüência de procedimentos, que quando criteriosamente executados, permitem atingir tal objetivo. O preparo dentário com finalidade protética pode ser entendido como um ato mecânico de redução dos tecidos dentários, adaptando o elemento dental à recepção de uma restauração (PAVANELLI et al., 2000). A configuração geométrica do dente preparado é essencial para a promoção de retenção entre as paredes axiais do preparo e a restauração protética (SHILLINGBURG et al., 1998; SATTERTHWAITE, 2006). A forma de retenção conseguida através do preparo dentário deve impedir o deslocamento das restaurações ao longo de seu eixo de inserção, agindo contra forças de tração (RUBO et al., 2001). A diminuição do ângulo de convergência, a presença de maior superfície axial, uma menor redução oclusal contribuem para um aumento da capacidade retentiva do elemento dentário preparado (REIS et al., 2004). Outro fator que influencia significativamente no comportamento biomecânico das próteses fixas é o agente cimentante. Existem no mercado inúmeras opções de cimentos odontológicos, sendo que a escolha destes depende de vários fatores. A propriedade retentiva da maioria dos cimentos baseia-se na embricação mecânica sobre as irregularidades da interface dente-restauração (ROSENSTIEL; LAND; FUJIMOTO, 2002; MEZZOMO; SUZUKI, 2006). O cimento de fosfato de zinco é o mais utilizado na cimentação de coroas, devido ao seu baixo custo, facilidade de trabalho e boas propriedades mecânicas (CAMPOS et al., 1999; BROWNING et al., 2 002; CONSANI et al., 2003). Entretanto apresenta algumas propriedades negativas como solubilização em meio bucal e ausência de adesividade (PRATES et al., 2000). Com o surgimento dos cimentos resinosos houve um incremento significativo na capacidade retentiva das próteses fixas cimentadas com estes agentes, pelo estabelecimento da união adesiva entre dente e restauração, existindo atualmente uma tendência de utilização destes cimentos em função desta característica (PRAKKI; CARVALHO, 2001). Entretanto, a utilização desses agentes requer vários 14 passos, especialmente durante os procedimentos de tratamento do substrato dentário, tornando-se, desta forma, sensível tecnicamente (PIWOWARCZYK; LAUER; SORENSEN, 2004). Cimentos resinosos auto-adesivos de duplapolimerização tem sido introduzidos recentemente no mercado. O objetivo destes cimentos foi combinar a praticidade de uso (não requer os passos de pré tratamento) oferecida pelos cimentos de ionômero de vidro com as propriedades mecânicas favoráveis, estética e adequada adesão à estrutura dental, características dos cimentos resinosos convencionais (PIWOWARCZYK; LAUER, 2003). Considerando os princípios biomecânicos que regem os preparos dentários, bem como a relevância dos atuais procedimentos adotados na cimentação das próteses fixas, o presente estudo tem como objetivo avaliar a resistência à tração de coroas metálicas relacionada à altura do preparo e ao tipo de cimento utilizado para a sua fixação. 15 2 REVISÃO DE LITERATURA A utilização de próteses fixas na reabilitação oral demanda uma série de informações que servirão tanto para a previsibilidade do tratamento como para avaliar a possível resolução das alterações e/ou desejos que o paciente possa apresentar. O preparo do elemento dentário para receber uma restauração fixa depende e está inserido nas informações obtidas durante o exame completo do paciente, tendo importância fundamental no resultado final do tratamento. Além disso, a interposição da película de um agente cimentante entre o dente preparado e restauração fixa influenciam significativamente na retenção da peça protética. 2.1 RELAÇÃO ENTRE ALTURA DO PREPARO E RETENÇÃO Segundo Rosenstiel, Land e Fujimoto (2002) existem alguns princípios do preparo dental que devem ser levados em consideração, sendo divididos em 3 grandes categorias: Considerações biológicas, considerações mecânicas e considerações estéticas. As características mecânicas dos preparos coronários precisam ser planejadas com antecedência. Preparos prévios, em modelos de estudo montados em articulador, podem revelar, antes do preparo na boca, as condições mecânicas requeridas para o caso. Esta consideração está intimamente relacionada com a manutenção da restauração protética. A configuração geométrica do dente preparado deve proporcionar à restauração retenção, resistência e prevenir a sua deformação (RUBO et al., 2001). Além da geometria adequada do preparo, o tipo de cimento e a justaposição das paredes da restauração ao preparo tem sido demonstradas como fatores que influenciam a retenção (CHAN et al., 2005). A retenção é a propriedade apresentada pelo preparo em resistir às forças de remoção da restauração segundo seu eixo de inserção ou pelo seu próprio eixo longitudinal (CAPUTO; STANDLEE, 1987). Basicamente as características do preparo que influenciam na retenção são altura do preparo, grau de convergência ou conicidade e área do preparo (SHILLINGBURG et al., 1998; SAITO, 1999; BROWNING et al., 2002; CONSANI et al., 2003). Conseguir retenção depende de diversos fatores, mas 16 principalmente da qualidade e quantidade de tecido dentário remanescente, isto é, da existência de paredes axiais suficientemente altas, relativamente paralelas e com área de superfície adequada (PAVANELLI et al., 2000). A altura do preparo influi na retenção pela adaptação e atrito entre as superfícies internas da restauração e a superfície axial das paredes do preparo, portanto quanto mais longo o dente e conseqüentemente o preparo, maior será a retenção. Por isso, uma coroa fixada em um preparo alto pode suportar uma força que poderia a remover caso estivesse fixada em um preparo mais baixo com mesmo diâmetro (SHILLINGBURG et al., 1998). De acordo com Pegoraro (1998), a coroa clínica de um dente é considerada curta quando possui sua altura menor que seu diâmetro. Já Saito (1999) afirma que para se conseguir uma condição mínima de retenção é necessário que o preparo tenha expulsividade ao redor de 6º e altura suficiente que permita conservar uma parede axial com área de resistência, impedindo o deslocamento da restauração, isto é, a retenção ideal será obtida quando o preparo tiver altura igual à largura. Maxell, Blank e Pelleu Junior (1990) apud Rubo et al. (2001) consideraram um preparo de 3 mm e 6º de convergência o mínimo necessário para possibilitar retenção e resistência para coroas totais. Goodacre, Campagni e Aquilino (2001) revisaram dados adquiridos em bases científicas e artigos de periódicos compreendendo um período de 50 anos. O estudo avaliou vários aspectos que estão envolvidos na realização dos preparos totais para prótese fixa como: Convergência oclusal total, dimensão oclusocervical, medida oclusocervical\incisocervical relacionada à medida vestíbulo-lingual, diâmetro circunferencial, localização do término cervical, forma do ângulos nos preparos e textura de superfície. Determinaram que em relação à altura cérvico-oclusal, preparos em primeiro e segundo molares devem possuir paredes axiais com altura de no mínimo 4 mm. Rubo et al. (2001) realizaram um estudo laboratorial verificando a resistência à tração de coroas totais com diferentes alturas e com presença/ausência de retenções adicionais, a fim de avaliar qual procedimento seria mais vantajoso clinicamente: aumento de coroa clínica ou confecção de sulcos/canaletas nas paredes axiais do preparo. Foram confeccionados 4 troquéis metálicos com as seguintes alturas de preparo: 4 mm (grupo 1), 4 mm com 2 canaletas diametralmente opostas (grupo 2), 5 mm (grupo 3), 6 mm (grupo 4). Para cada 17 grupo, 7 coroas de níquel-cromo foram confeccionadas para testes de tração axial, onde estas foram retidas somente por retenção fricccional. Somente entre os grupos 1 e 4 pôde-se observar uma diferença estatisticamente significante. Os resultados mostraram que o aumento de coroa clínica não foi mais efetivo na melhoria de retenção das coroas totais do que a confecção de retenções adicionais e quando o aumento de coroa clínica for contra-indicado, a utilização de retenções adicionais é uma alternativa que pode melhorar a retenção coroas totais. Reis et al. (2004) avaliaram a resistência à remoção por tração de coroas totais fundidas, cimentadas em preparos sem e com a realização de retenções adicionais em forma de sulcos hemicilíndricos nas paredes axiais. Foram selecionados 20 dentes molares humanos recém-extraídos, os quais foram preparados de forma padronizada. Os preparos possuíam como medidas: 5 mm de altura, diâmetro maior de 8 mm e menor de 6 mm com ângulo de convergência de 16°. Os espécimes foram divididos aleatoriamente em dois grupos de dez: grupo controle, que não recebeu qualquer tipo de desgaste para retenção adicional, e grupo experimental, no qual confeccionaram-se seis sulcos hemicilíndricos com broca de roda, perpendiculares ao longo eixo do dente. Moldagens dos preparos foram feitas e a partir delas foram obtidos os troquéis e então sobre eles foram enceradas e fundidas coroas metálicas. A cimentação de ambos os grupos foi padronizada e realizada com cimento de fosfato de zinco. Os corpos-de-prova foram submetidos ao teste de tração, e os dados analisados segundo o teste t (Student) ao nível de significância de 5%. Os valores médios de resistência dos grupos não diferiram estatisticamente. Concluiu-se que a execução dessas retenções adicionais não aumentou de forma significativa a capacidade retentiva das coroas. Bresciano et al. (2005) pesquisaram a influência do tipo de cimento na resistência à tração de coroas, variando a altura e angulação das paredes axiais de abutments de titânio. Utilizaram abutments de titânio (Nobel®) com 5, 7 e 9 mm de altura, e 0, 4 e 8º de ângulo de convergência. As coroas foram confeccionadas em metal nobre com o programa CAD 3D (simulando a forma de um pré molar). Os abutments foram adaptados na réplica do implante com 32N/cm e o acesso ao parafuso foi fechado com guta-percha. As coroas foram enceradas e divididas em 4 grupos de cimentação. Os cimentos utilizados foram o Temp Bond® (óxido de zinco e eugenol), De Trey® (fosfato de zinco), Improv® (resina de poliuretano) e o Improv® associado ao uso de vaselina, sendo todos manipulados conforme as instruções do 18 fabricante. Após a cimentação, foi aplicada às coroas uma carga de 10 Kg por 10 minutos e elas ficaram armazenadas em um umidificador por 24 horas. O ensaio de tracionamento foi realizado em uma máquina universal, com célula de carga de 5000 N para o fosfato de zinco e de 1000 N para os outros cimentos, com velocidade de 0,5 mm por minuto. Após análise estatística, concluíram que os agentes cimentantes, a altura e a angulação dos abutments influenciaram na retenção das coroas. Martins Pinto (2006) verificou a resistência à tração de coroas totais metálicas cimentadas com diferentes tipos de cimentos em dentes preparados com alturas de 4 mm e 5 mm. Foram selecionados 60 pré-molares divididos em 6 grupos que receberam preparos para coroa total aos quais foram cimentadas coroas totais metálicas com 3 diferentes tipos de cimento: RelyX™ Unicem (resinoso autoadesivo), RelyX™ ARC (resinoso convencional) e Hy Bond® (fosfato de zinco). A interação entre as diferentes alturas de preparos e os tipos de cimento em relação à média de força de tração foi avaliada. Os resultados mostraram um comportamento superior na média em relação a resistência à tração do cimento resinoso RelyX™ Unicem comparativamente ao cimento resinoso RelyX™ ARC, mesmo com uma altura de preparo menor. Já quando foram comparados o cimento resinoso RelyX™ ARC e altura de preparo com 4 mm com o cimento Hy bond® e preparo com altura de 5 mm constatou-se uma igualdade na média da força necessária pra o deslocamento vertical. Independente do cimento utilizado, os preparos com 5 mm de altura apresentaram médias de resistência à tração maiores que a dos preparos com 4 mm de altura. Bowley e Kieser (2007) em seu estudo determinaram a interação entre a altura das paredes axiais com a angulação dos preparos dentários para coroas totais. A interação destes parâmetros foi relacionada à área de superfície resultante do preparo. Um modelo de pirâmide foi utilizado para simular um preparo de molar inferior com determinadas alturas verticais e convergências, sendo várias combinações destas duas variáveis foram utilizadas. Para calcular a área de superfície da pirâmide utilizaram uma fórmula e manipulações trigonométricas. O modelo piramidal possuía 9 mm de base quadrada com alturas verticais variando de 3 – 5 mm e conicidade com ângulos variando de 2º até 25º. Concluíram que as paredes axiais com inclinação maiores que 10º em 3 - 4 mm de altura são prejudiciais para uma máxima área de superfície em restaurações com coroas totais. 19 A altura axial da parede de 5 mm com ângulos menores ou iguais a 10º apresentaram uma área de superfície maximizada para o agente de cimentação utilizado entre restauração e estrutura dentária. Abbo et al. (2008) determinaram a influência da altura sobre as forças para a remoção de copings de zircônia cimentados sobre abutments de implantes, sendo dois grupos experimentais testados. O grupo 1 (controle) era composto de abutment com plataforma 4.3 mm de diâmetro e altura de 6.5 mm de altura e o grupo 2 possuía componente com plataforma de 4.3 mm e altura de 5.5 mm. Foram confeccionados 5 copings de zircônia s o b r e c a d a abutment através de escaneamento (CAD/CAM). Análogos de implantes com plataforma compatível com os abutments foram incluídos em tubos resina acrílica auto-polimerizável para posterior acoplamento em máquina de ensaios. Posteriormente os abutments foram parafusados através de torque sobre os análogos e a abertura do parafuso vedada com guta-percha. Os copings foram cimentados utilizando-se um cimento provisório (IMPROV®), com pressão de cimentação manual. Os espécimes permaneceram 24 horas em um ambiente com 100% de umidade, após foram submetidos ao teste de tração axial em uma máquina universal de ensaios, sendo os valores registrados em Newtons. Os autores observaram que o aumento de 1 mm de altura do abtument, aumentou significativamente a força de remoção por tração entre as 2 dimensões de abutments avaliados. Segundo Satterthwaite (2006), a maioria dos pacientes necessitam de restaurações indiretas (coroas, inlays), mas alguns deles apresentam dentes com coroa clínica curta. O cuidado relativo aos problemas apresentados por tais dentes relaciona-se principalmente com a prevenção da perda da restauração e com manutenção da vitalidade pulpar do dente. Técnicas tradicionais para incrementar as formas de resistência e retenção, juntamente com a opção de aumento de coroa clínica, superam os problemas associados com coroas curtas em muitos casos. Entretanto, alguns métodos não podem ser aplicados a todas as situações. Técnicas contemporâneas, utilizando procedimentos adesivos têm ganhado espaço na solução de muitos casos. 20 2.2 INFLUÊNCIA DO CIMENTO NA RETENÇÃO DA RESTAURAÇÃO A obtenção de uma retenção mecânica ideal em um preparo por si só não é suficiente para impedir o deslocamento da restauração frente aos esforços mastigatórios. Há a necessidade, secundariamente, de que uma película de cimento seja interposta entre preparo e restauração (MEZZOMO, 1994). A escolha de um agente de cimentação depende primeiramente do tipo de restauração a ser cimentada, sendo que um descuido na seleção do cimento pode resultar em discrepâncias da margem e oclusão inadequada (ROSENSTIEL; LAND; FUJIMOTO, 2002). Morais et al. (1994) afirmam que a cimentação efetiva de uma restauração fixa é substancialmente dependente da eficácia do procedimento de cimentação, das propriedades físicas e biológicas do cimento dental empregado. Além disso, existem outras considerações importantes como as características biofísicas das estruturas que estão sendo unidas (fundição e dente). De acordo com Varoli et al. (2004) entre os fatores que interferem na resistência à tração e cisalhamento dos cimentos estão: superfície metálica da restauração, sistemas adesivos, desensibilizantes dentinários, contaminação com saliva, contaminação com cimentos temporários e contaminação com soluções irrigantes. Diaz-Arnold, Vargas e Haselton (1999) revisaram a literatura apresentando as vantagens, desvantagens e indicações de cada tipo de cimento. Concluíram que nenhum cimento seria ideal para todas as situações. Um dos cimentos mais largamente utilizados na cimentação de coroas totais é o fosfato de zinco, sendo este agente composto por uma mistura de um pó com 90% óxido de zinco e 10% de óxido de magnésio e de um líquido formado por 67% de ácido fosfórico e 33% de água. Sabe-se que o cimento de fosfato de zinco não possui adesividade nem em relação à superfície do dente nem em relação à coroa metálica fundida, atuando apenas como material de cimentação por retenção mecânica e friccional (PEGORARO, 1998). Quando submetido à grande força de tração o cimento fosfato de zinco poderia ser considerado um cimento não retentivo. No entanto, se uma prótese cimentada com este material for submetida à pequenas forças de tração, a chance de um desalojamento da peça será pequena (MITCHELL; ABBARIKI; ORR, 2000). 21 Cara e Mandetta (1992) avaliaram a remoção por tração de coroas de cobrealumínio cimentadas em preparos realizados em torno mecânico com 20 dentes humanos (caninos e pré-molares) que foram incluídos em resina acrílica ativada quimicamente por dispositivo especial. Os espécimes foram encerados com espessura de 2 mm em toda sua extensão, graças a uma matriz de aço inoxidável. As coroas foram enceradas diretamente sobre os preparos e peças metálicas foram obtidas. Antes da cimentação, todos os dentes foram lavados com Tergentol e reimersos em soro fisiológico até a cimentação. Dez espécimes foram cimentadas apenas com cimento fosfato de zinco e as outras dez receberam individualmente 2 camadas de verniz modificado (Dentino® – SS White) somente nas paredes axiais e pulpares e foram cimentados com cimento fosfato de zinco. Após cimentação foi aplicada uma carga de 6 Kg por 10 minutos, removidos os excessos após 20 minutos e os conjuntos imersos em soro fisiológico por 24 horas, após realizaram os testes de ensaio por tração. Foi observada que a média de resistência à remoção das coroas cimentadas sem aplicação de verniz foi maior do que às cimentadas com a aplicação prévia de 2 camadas de verniz. Prates et al. (2000) observaram a influência de quatro agentes cimentantes na resistência à remoção por tração de coroas totais metálicas fixadas em preparos sobre dentina. Vinte e oito molares foram preparados para receberem coroas totais, sendo confeccionados corpos-de-prova. Estes foram divididos em quatro grupos de sete unidades cada e as coroas totais fixadas nos grupos 1, 2, 3 e 4 respectivamente com cimento de fosfato de zinco (Cimento de zinco® - SS White), de ionômero de vidro (Ketac Cem™ – 3M ESPE), de ionômero de vidro modificado por resina (Vitremer™ – 3M) e resinoso com adesivo (Cimento de Resina – Scotchbond Multi-Uso Plus™ – 3M). Como resultados observaram que o cimento resinoso com adesivo (grupo 4) proporcionou às coroas resistência à tração superior aos demais cimentos. Os cimentos de ionômero de vidro convencional (grupo 2) e modificado por resina (grupo 3) apresentaram resistências estatisticamente similares e superiores ao cimento de fosfato de zinco (grupo 1). Fonseca (2001) avaliou o grau de polimerização dos cimentos resinosos em função de diferentes intensidades de luz, por meio de ensaios de dureza e resistência de remoção por tração de coroas cimentadas em troquéis com determinados cimentos. Para os testes de remoção por tração foram confeccionados 50 conjuntos constituídos de 2 elementos (troquel esquemático e coroa 22 esquemática) fundidos em liga de NiCr. O troquel simulava um preparo para coroa total com dimensões de 7,8 mm de diâmetro maior, 7,1 mm de diâmetro menor e 5 mm de altura, angulação das paredes axiais de 6º e término cervical em ombro reto de 1 mm. A cimentação das coroas foi realizada com 5 tipos diferentes de cimentos: Fosfato de zinco, Scotchbond Resin Cement® , Enforce ®, Panavia F®, Cement-It®, sendo os quatro últimos cimentos resinosos. Após a remoção dos excessos, os corpos-de-prova sofreram uma pressão de cimentação de 5 Kg por 10 minutos. Para os ensaios de remoção por tração foi utilizada uma máquina de ensaios mecânicos com célula de carga de 5 kN e velocidade do atuador de 5 mm/minuto. Os valores necessários para a separação das coroas foram registrados para posterior análise estatística. De acordo com os resultados obtidos a autora concluiu que o cimento Panavia F e Fosfato de zinco apresentaram, respectivamente, a maior e a menor força de remoção por tração, tendo o Scotchbond Resin Cement ®, Enforce ® e Cement-It® ficado em posição intermediária, diferenciando-se significativamente dos demais materiais, porém não entre si Consani et al. (2003) verificaram a resistência à tração de coroas metálicas fixadas com diferentes cimentos e submetidas à termociclagem. Setenta e duas coroas foram fundidas com liga de NiCr e cimentadas em preparos padronizados com 8º de paredes laterais e acabamento cervical com ombro reto, ombro biselado 20º e ombro chanfrado 45º. As coroas foram separadas em três grupos de oito elementos de acordo com os cimentos: cimento de zinco® (SS White), ionômero de vidro modificado por resina Vitremer™ (3M) e resinoso RelyX™ (3M ESPE), e submetidas a 500 ciclos térmicos em banhos de 5ºC e 55ºC. A retenção foi avaliada de acordo com a carga de tração (kgf) necessária para separar a coroa do preparo numa máquina Instron com velocidade de 0,5 mm/minuto. Os resultados submetidos à análise de variância e ao teste de Tukey (5%) mostraram que a retenção mais eficiente foi obtida com o cimento resinoso, independentemente do tipo de acabamento cervical. Com o surgimento dos cimentos resinosos houve um incremento significativo na capacidade retentiva das prótese fixas cimentadas com estes agentes, pelo estabelecimento da união adesiva entre dente e restauração. Estes agentes são variações das resinas de Bis-GMA e outros metacrilatos e se aderem ao esmalte e a dentina. Apesar de requerer múltiplos passos e ser tecnicamente sensível, em função de se aderir a múltiplos substratos, o fato de ter alta resistência, ser insolúvel 23 no meio bucal e ter um potencial de mimetizar a cor do dente, faz com que os cimentos resinosos sejam os eleitos para fixação de restaurações. (DIAZ-ARNOLD; VARGAS; HASELTON, 1999). Quanto à polimerização, os cimentos resinosos podem ser classificados em: autopolimerizáveis, polimerizáveis por ação de luz visível, dupla reação “dual”. Neste último, a reação de polimerização é iniciada pela emissão da luz visível e por reação química (peróxido de benzoíla), monômeros fotoiniciadores, como as cetonas aromáticas (canforoquinona) e aminas promotoras da reação de polimerização. Essa categoria serve para assegurar a completa polimerização do cimento, mesmo sob restaurações opacas e espessas, onde a luz não é capaz de alcançar (PRAKKI; CARVALHO, 2001). Tjan e Li (1992) compararam as propriedades retentivas de coroas totais fundidas, cimentadas com um cimento resinoso adesivo (Panavia Ex®), um cimento de fosfato de zinco (Flecks®) e um cimento resinoso convencional (Comspan® ). Avaliaram a retenção e assentamento das coroas totais e os autores concluíram: o cimento Panavia proporcionou maior valor retentivo, com cerca do dobro daquele obtido com o uso do fosfato de zinco; A diferença observada entre uso do Comspan® e do Flecks® não foi estatisticamente diferente; Para ambos os cimentos resinosos utilizados nesse estudo proporcionaram melhor adaptação das coroas. Alencar (1998) estudou a resistência à remoção de coroas fundidas em dentes naturais, recém extraídos, por três agentes cimentantes (fosfato de zinco, Panávia 21® e Vitremer Luting Cement®). As características dos preparos foram de 12 e 17° de convergência total e 4 mm de altura com terminação cervical em chanfro com largura de 0,5 mm. Uma das conclusões do autor foi que os corpos de prova cimentados com Panávia 21 apresentaram maior retenção ao arrancamento do que os cimentados com Vitremer, e ambos apresentaram valores maiores que o fosfato de zinco. Os preparos com a inclinação de 12° em suas paredes mostraram melhores resultados quanto ao arrancamento que os de 17°. Ergin e Gemalmaz (2002) avaliaram as propriedades retentivas de 5 cimentos diferentes em copings fundidos com metal nobre e não nobre. 80 pré-molares foram divididos em 5 grupos de 16 espécimes. Receberam preparos com 3 mm de altura e 33º de convergência. A metade dos copings foi fundida com liga nobre AuAgPd e a outra metade NiCr. Os cimentos utilizados foram fosfato de zinco (Phosphate® ), ionômero de vidro (Meron®), resina modificada por ionômero (Principle®), resina modificada por ionômero (Fuji Plus®) e cimento resinoso (Avanto®). Após o teste de 24 tração, os resultados mostraram que os cimentos Fuji Plus e Avanto mostraram força de retenção maior para a liga de AuAgPd. Já o cimento Fuji Plus apresentou maior retenção para a liga NiCr. Browning et al. (2002) analisaram a capacidade retentiva de três cimentos: Resinoso, ionômero de vidro e fosfato de zinco em preparos para coroas que apresentavam condições adversas de retenção. Os preparos possuíam altura axial de 3 mm e ângulo de convergência de 28º. Copings metálicos foram confeccionados e cimentados com os três tipos de cimentos sobre os preparos. A força necessária para remoção dos copings foi avaliada e registrada. Os autores concluíram que quando as condições de retenção como altura das paredes ou ângulo de convergência são desfavoráveis, o cimento resinoso resistirá mais a descimentação da peça que os cimentos convencionais. Zidan e Ferguson (2003) realizaram um estudo utilizando coroas metálicas de liga nobre cimentadas com cimento resinoso, cimento de ionômero de vidro e cimento de fosfato de zinco em preparos com paredes de 6°, 12° e 24° de convergência cérvico-oclusal. Obtiveram como resultado uma maior retenção do cimento resinoso, quando comparado ao cimento de fosfato de zinco. Piwowarczyk, Lauer e Sorensen (2004) verificaram a resistência à força de cisalhamento de agentes cimentantes para materiais restauradores utilizados em prótese fixa, como liga metálica com alto conteúdo de ouro e cerâmicas (Procera®, IPS Empress® e IPS Empress® 2), concluíram que o cimento resinoso auto-adesivo RelyX™ Unicem não apresentou diferenças estatísticas em relação aos demais cimentos resinosos convencionais, porém foi significativamente superior aos cimentos de ionômero de vidro, fosfato de zinco e ionômero de vidro modificado por resina. Nakao (2005) avaliou a retenção de coroas cimentadas sobre dentes terceiros molares humanos extraídos, após submetê-las às ciclagens térmica e mecânica, e o tipo de falha dos cimentos. Vinte dentes foram preparados de maneira padronizada, com 4 mm de altura, 8 mm de diâmetro e 20º de expulsividade. Coroas metálicas fundidas de NiCr foram cimentadas sobre os preparos, sendo dez com fosfato de zinco e dez com cimento resinoso, e armazenadas em água a 37º por 24 horas. Aleatoriamente, a metade das amostras de ambos os cimentos foram submetidas a termociclagem (5°C e 55ºC ± 1ºC por 700 ciclos), seguida de ensaios mecânicos (freqüência de 2 Hz, carga compressiva de 141N por 200.000 ciclos). A outra 25 metade das amostras (grupo controle) não foi submetida aos testes de fadiga. Após estes procedimentos testes de tração foram realizados utilizando uma máquina de ensaios universal, com célula superior de carga de 1kN e inferior de 100kN a uma velocidade de arrancamento de 0,5mm. Os valores obtidos foram tratados estatisticamente pelo teste ANOVA sendo que os resultados mostraram retenção significativamente superior do cimento resinoso Panavia F (569,43N) sobre o cimento fosfato de zinco (valor médio 350N). Os teste de envelhecimento mostraram-se significantes (p<0,001) na sua influência sobre a retenção das coroas, exceto para o grupo cimentado com fosfato de zinco (p>0,05). A falha do cimento observada foi de natureza adesiva para todos os grupos. Torres et al. (2007) compararam a interação entre sistemas adesivos autocondicionantes (Adhese™; Xeno III™; Bistite Primers™ I and II) e de condicionamento ácido total (Single Bond™; Excite™; Prime & Bond NT™) com cimentos resinosos convencionais (RelyX™ ARC; Variolink II™; Enforce ®; Bistite Primer II DC™) e um cimento resinoso auto-adesivo (RelyX™ Unicem). Oitenta incisivos bovinos recentemente extraídos foram limpos e polidos, as suas raízes foram seccionadas no terço cervical com discos de carburundum e descartadas. A polpa dentária foi extirpada e a camâra pulpar foi irrigada com água destilada para eliminação dos resíduos. Os dentes foram colocados dentro de matrizes de silicone e incluídos em resina acrílica auto-polimerizável. Utilizando uma broca e refrigeração, a superfície vestibular exposta foi preparada com uma área de 4 mm de diâmetro e a textura e a Smear Layer foram padronizadas com uma tira de lixa acoplada em um polidor, sendo esta aplicada por 1 minuto. Utilizando uma matriz de teflon, 80 cilindros com 3 mm de diâmetro e 4 mm de altura foram confeccionados utilizando uma resina composta laboratorial. Os espécimes foram divididos entre oito grupos de dez dentes cada e os cilindros foram cimentados com uma combinação dos diferentes adesivos e cimentos resinosos. Somente o cimento resinoso RelyX™ Unicem não recebeu qualquer tipo de adesivo. Todos os grupos passaram pelo procedimento de termociclagem (2000 ciclos) e teste de resistência ao cisalhamento foi realizado com velocidade de 1 mm/minuto. O estudo concluíu que: O tipo de sistema adesivo influência significativamente na resistência ao cisalhamento, sendo que o sitema adesivo de condicionamento total oferece maior capacidade de força adesiva que os sistemas adesivos autocondicionantes quando combinados com cimentos resinosos de dupla polimerização. O cimento resinoso auto-adesivo 26 (RelyX™ Unicem) testado apresentou baixa resistência ao cisalhamento que as outras combinações de sistemas adesivos e cimentos resinosos convencionais estudados. Holderegger et al. (2008) avaliaram a resistência à força de cisalhamento do cimento resinoso universal RelyX™ Unicem à dentina quando conjuntamente compararam este à três outros cimentos resinosos convencionais (RelyX™ ARC, Multilink®, Panavia ® 21), além de testar a influência da capacidade adesiva em relação ao tempo de cimentação. Verificaram no mesmo estudo a influência do operador na qualidade adesiva do cimento, com estes execuntando o mesmo teste em dois centros diferentes. Cento e sessenta terceiros molares humanos isentos de cárie foram selecionados sendo divididos em grupos de 80 cada para realização dos testes em duas Universidades diferentes (Universidade de Zurich e Universidade de Berne). Os espécimes foram divididos em 8 subgrupos de 10 dentes, todos os dentes foram preparados de forma que dentina da face vestibular, com uma área de até 10 mm2 fosse exposta sobre esta um cilindro de resina foi cimentado utilizando os 4 cimentos. Cada cimento teve seu tratamento adesivo específico utilizado. Todos os espécimes foram armazendados em água por 24 horas e após isto, passaram por um procedimento de termociclagem. Os testes avaliando a resistência á força de cisalhamento foram realizados e os autores concluíram que: O procedimento de termociclagem afetou a capacidade adesiva dos 4 cimentos utilizados, entretanto a adesão do cimento RelyX™ Unicem foi menos influenciada pela termociclagem. No modo auto-polimerizável o cimento RelyX™ Unicem apresentou a mais baixa resistência à força de cisalhamento sobre a dentina dos cimentos testados. Comparando os resultados dos dois centros, somente no caso do cimento Multilink® diferenças significantes foram encontradas. 27 3 OBJETIVO · Avaliar a influência da altura do preparo na retenção de coroas totais metálicas com dois tipos de cimentos. · Definir qual agente de cimentação propicia maior resistência ao deslocamento vertical das coroas. · Identificar se coroas cimentadas com cimento resinoso apresentam maior retenção que coroas cimentadas com cimento convencional em preparos com as mesmas características. 28 4 METODOLOGIA 4.1 SELEÇÃO DA AMOSTRA Após parecer favorável nº 0089/08, emitido pelo Comitê de Ética em Pesquisa – Faculdade Ingá/Uningá foram selecionados 40 dentes terceiros molares humanos hígidos obtidos através do Banco de Dentes da Universidade de Joinville (UNIVILLE), com formas e dimensões semelhantes, recentemente extraídos por motivos ortodônticos ou peridontais (REIS et al., 2004; LUTRHA, 2005). Estes dentes foram armazenados em soro fisiológico, que foi constantemente renovado durante a realização desta pesquisa. Todos os elementos dentários selecionados passaram por um procedimento de raspagem com curetas periodontais tipo Gracey 10-12 (Millenium – Brasil) e posteriormente foram limpos com pedra pomes (Vigodent – Brasil) e escova Robinson (KG Sorensen - Brasil). 4.2 PADRONIZAÇÃO DOS CORPOS DE PROVA Efetuados os procedimentos de limpeza, os dentes foram incluídos em tubos de PVC (Tigre S.A. - Brasil), os quais foram seccionados em um torno mecânico (Nodus® - Nardini - Brasil), apresentando diâmetro de 20 mm e altura de 25 mm. A inclusão dos dentes foi realizada através de um delineador (Bio Art – Brasil), com o objetivo de se conseguir a centralização do elemento dental no tubo de PVC (Figura 1). A fixação das espécimes nos tubos ocorreu através de resina acrílica de ativação química (Jet® acrílico autopolimerizável – Artigos Odontológicos Clássico Ltda – Brasil), que ficou a uma distância de 2 mm abaixo da junção cemento-esmalte (BROWNING et al., 2002; SCOLARO et al., 2003). Para garantir uma maior retenção do dente à resina acrílica, realizou-se uma perfuração horizontal na raiz em um ponto eqüidistante entre a junção cemento esmalte e o ápice do dente, possibilitando o transpasse de um pedaço de fio ortodôntico retangular nº 8 (Dental Morelli Ltda – Brasil). Perfurações perpendiculares ao longo eixo do cilindro de 4 mm de diâmetro à 2 mm da base do cilindro de PVC foram feitas, com auxílio de uma 29 furadeira de bancada para futura conexão e apreensão do cilindro na máquina universal de ensaios. Figura 1: Inclusão da amostra em tubos de PVC 4.3 DIVISÃO DA AMOSTRA EM GRUPOS Grupo 1 Descrição dos espécimes 10 dentes preparados com altura de 5 mm e coroas fixadas com cimento resinoso RelyX™ U100. 10 dentes preparados com altura de 5 mm e coroas fixadas com cimento 2 3 4 fosfato de zinco. 10 dentes preparados com altura de 3 mm e coroas fixadas com cimento resinoso RelyX™ U100. 10 dentes preparados com altura de 3 mm e coroas fixadas com cimento fosfato de zinco. Quadro 1: Divisão da amostra em 4 grupos experimentais 30 4.4 PREPARO DA AMOSTRA Conforme estudos de Cara e Mandeta (1992) e Sonoki (2006), para a execução dos preparos padronizados foi utilizado um torno mecânico (Nodus® – Nardini – Brasil), tal aparelho era composto por duas partes distintas. Uma delas possuía placas de fixação, que eram reguladas com uma chave de aperto. Estas placas tinham a função de fixar os corpos-de-prova, permitindo a centralização dos espécimes, além de realizar movimento de rotação em 360º do dente na velocidade de 1000 RPM. A outra parte, composta por um conjunto deslizante ao qual a ferramenta de corte (vidia – carboneto metálico) está acoplada, denominada de carro do torno. Esta parte do torno tinha a função de permitir a aproximação e posicionamento da ferramenta de corte em relação ao corpo-de-prova, permitindo o desgaste uniforme de todas as paredes axiais do dente. O desgaste inicial dos dentes, sob constante refrigeração, foi iniciado posicionando o instrumento de corte ao nível da junção cemento-esmalte e em seguida este percorria toda a parede axial de cervical para oclusal do elemento dentário. Após o desgaste axial, a porção radicular externa ao término foi desgastada, com o objetivo de uniformizar o término cervical (Figura 2). Os preparos de forma tronco-cônica possuíam as seguintes características: diâmetro maior 6,5 mm, convergência de 16 º e linha de terminação foi em ombro reto. Concluída a etapa de desgastes no torno, optou-se pela correção em 45º da aresta formada pelas paredes axial e oclusal, onde foi formada uma faixa de aproximadamente 1 mm em toda a volta do preparo com auxílio de uma ponta diamantada cilíndrica 1090 (KG Sorensen – Brasil) acoplada a uma caneta de alta rotação (Kavo – Alemanha). Este procedimento visou facilitar a adaptação da futura peça fundida ao dente. A altura dos preparos correspondentes aos grupos 3 e 4 foi determinada em 3 mm e dos grupos 1 e 2 em 5 mm (Figura 3), a regularização da altura foi executada com uma ponta diamantada cilíndrica 1090 (KG Sorensen – Brasil) acoplada a uma caneta de alta rotação (Kavo – Alemanha). O último corte foi feito na forma de um sulco de 0,5 mm de profundidade em toda a extensão da parede axial, a fim de orientar a trajetória de inserção da peça fundida, uma vez que os preparos possuíam uma secção circular e simétrica. 31 Nas paredes do preparo onde ocorreu exposição de corno pulpar, foram feitos preenchimentos com resina composta fotopolimerizável Z350® (3M ESPE – USA). O s c orpos-de-prova foram armazenados em soro fisiológico, constantemente renovado, até a realização do procedimento de cimentação. Figura 2: Preparo no torno mecânico Figura 3: Preparos de 3 mm e 5 mm 4.5 OBTENÇÃO DAS COROAS FUNDIDAS As coroas foram confeccionadas diretamente sobre os dentes preparados (REIS et al. 2004) (Figura 4), para isto isolou-se os preparos com um agente que não deixasse camada de película (Isolit® – Degudent - Alemanha). O enceramento das peças foi realizado com dois tipos de cera: uma específica para confecção de coroas (Cera Bego - Alemanha) e outra cera específica para selamento cervical (Bego – Alemanha). Sobre cada coroa foi confeccionada uma alça para futuro acoplamento à máquina de ensaios, para isto, foram utilizados fios de cera para sprues (Bego – Alemanha) de 1,5 mm de diâmetro. Posteriormente ao enceramento, as peças foram ligadas ao condutos de alimentaçã o ( B e g o – Alemanha) com câmara de compensação e fixadas à base formadora do cadinho (Figura 5). Procedeu-se inclusão do revestimento com a expansão livre (Bellavest® SH – Bego – Alemanha), o qual foi espatulado e incluido à vácuo (Easy Mix ® – Bego – Alemanha), por 60 segundos, na proporção de 100 gramas para 25 ml de líquido (Begosol® - Bego – 32 Alemanha), utilizando 10% de água. Uma vez preparado, o revestimento foi vertido sob vibração para preenchimento do anel de silicone até a borda superior. Depois da presa final do revestimento, foi removida a base formadora do cadinho e o anel levado ao forno (Forno microprocessado de 4 estágios® - Knebel - Brasil). Optou-se pelo aquecimento convencional do forno, onde esse estava inicialmente frio, sendo elevada a sua temperatura a uma velocidade média de 5 ºC por minuto até atingir 250 ºC, a qual foi mantida po 30 minutos. Em seguida com a velocidade de aquecimento de 7 ºC por minuto passou-se para a temperatura de 900 ºC, mantida por 60 minutos. Após foi realizada fundição elétrica por indução em Argônio e centrífuga elétrica utilizando uma liga de NiCr (Wironia – Bego – Alemanha). Concluída a fundição foi procedida a desinclusão e jateamento (Bi Jato Easy Blast – Bego – Alemanha) das peças com óxido de alumínio (Korox® 250 – Bego – Alemanha) com partículas de 250 µm a 2 Bar de pressão. As peças foram ajustadas nos seus respectivos preparos, com mínima retenção friccional, através do uso de um evidenciador de contato (Kota – Brasil) e brocas carbides esféricas nº 4 (Jet – Canadá) acopladas a uma peça de mão (Kavo – Alemanha). Finalizada a etapa de ajustes, as coroas foram novamente jateadas com jato de óxido de alumínio (Bi Jato Easy Blast® – Bego – Alemanha) com partículas de 110 µm (Korox® 110 – Bego – Alemanha) (Figura 6). Figura 4: Enceramento das coroas Figura 5: Padrões de cera fixados aos canais de alimentação 33 Figura 6: Coroas fundidas prontas para cimentação 4.6 CIMENTAÇÃO O procedimento de cimentação foi executado de acordo com as recomendações de cada fabricante. Previamente à manipulação dos cimentos, todos os elementos dentários foram limpos através de profilaxia com escova Robinson (KG Sorensen – Brasil) associada à pedra-pomes (Vigodent – Brasil), após sofreram secagem com bolinhas de algodão estéril (GARBIN; SILVA; MEZZOMO, 2006). As peças metálicas foram jateadas com micro-jato (Bio Art – Brasil) utilizando partículas de 50 mm, limpas com álcool\água e secadas com jatos de ar isento de umidade/óleo. Para a fixação das coroas foram utilizados os cimentos citados na Tabela 1. 34 Tabela 1 – Marcas Comerciais, composição química, lote e validade dos cimentos utilizados Cimento Fabricante Composição Química* Lote nº Validade 318258 09/2009 Pó: Partículas de vidro, iniciadores, sílica, pirimidina substituída, hidróxido de cálcio, composto de peróxido e pigmento RelyX™ U100 Cimento de Zinco 3M Espe Alemanha SS White Brasil Líquido: Éster de ácido fosfórico metacrilato, dimetacrilato, acetato, estabilizador, estabilizador e iniciador de ativação química. Pó: Óxido de zinco, óxido de magnésio e corantes. Líquido: Ácido fosfórico, hidróxido de alumínio, óxido de zinco e água destilada. * Informações fornecidas pelos fabricantes. Pó: 06809007 Líquido: 0040807 08/2012 A manipulação dos dois cimentos foi realizada da seguinte maneira: · RelyX™ U100: Para dispensar o cimento sobre o bloco de espatulação a alavanca da embalagem Clicker que continha o cimento foi pressionada para baixo, sendo esta pressão mantida até que as doses de pasta base e pasta catalisadora fossem dispensadas em quantidades iguais, sendo retirada somente a dose necessária para a cimentação de uma coroa. A mistura das duas pastas foi efetuada com auxílio de uma espátula metálica nº 36 (Duflex SS White – Brasil) sobre o bloco de espatulação fornecido pelo próprio fabricante, durante um espaço de 20 segundos, resultando após este procedimento uma massa homogênea. Em seguida com o cimento foi levado ao interior da coroa, com uma espátula de inserção (Golgran – Brasil), sendo a coroa assentada sobre seu respectivo preparo. · Cimento Fosfato de Zinco: Para a sua manipulação foi utilizada uma placa de vidro de 20 mm de espessura e espátula flexível nº 24F (Duflex SS White – Brasil). A proporção pó-líquido foi conseguida com uso de um medidor duplo fornecido pelo fabricante. A medida utilizada foi do lado com 3 marcas e para esta 3 gotas de líquido foram dispensadas. O pó foi dividido em quatro partes iguais, uma destas partes foi dividida em três. O líquido foi fracionado sobre a placa com a ponta do frasco posicionado a 90º do plano horizontal, após isto, a manipulação era imediatamente iniciada. O t e m p o total de espatulação 35 compreendeu noventa segundos. Com auxílio de uma espátula de inserção (Golgran – Brasil) a mistura era inserida no interior das coroas, na região correspondente às parede axiais. Após a inserção das coroas nos preparos estas foram pressionadas, a princípio, digitalmente, e posteriormente foram submetidas à uma pressão axial constante de 5 Kg por 10 minutos através de uma prensa confeccionada especialmente para este estudo, permitindo desta forma, o escoamento do cimento e o correto assentamento das coroas sobre seus respectivos preparos (BROWNING et al., 2002; SCOLARO et al., 2003; NAKAO, 2005) (Figura 7 e Figura 8). O excesso de cimento foi removido com auxílio de uma sonda exploradora nº 5 (Hu-Friedy – EUA) para ambos os cimentos. No caso do cimento RelyX U100, após o assentamento, os excessos foram fotopolimerizados com um aparelho fotopolimerizador LED de 1.200 mW/cm2 (Radii Cal – SDI – Austrália) por 2 segundos, e em seguida removidos. Após 30 minutos de presa os espécimes foram armazenados em ambiente úmido, à temperatura ambiente, por 10 dias para posterior realização dos testes de tração. Figura 7: Prensa utilizada para cimentação Figura 8: Padronização da força de cimentação 36 4.7 TESTES DE TRAÇÃO Os ensaios de remoção por tração foram executados no laboratório de ensaios mecânicos da empresa Bruning Tecnometal S.A. (Panambi/RS – Brasil), através de solicitação de autorização enviado à direção da Empresa. Para os testes foi utilizada uma máquina universal de ensaios (Modelo DL 20000 – EMIC Equipamentos e Sistemas de Ensaios LDTA - Brasil) com célula de carga de 500 Kgf a uma velocidade de 0,5 mm/minuto (CONSANI et al., 2003; BRESCIANO et al., 2005). Cada corpo-prova foi posicionado diretamente na parte inferior da máquina através da transfixação de uma broca de aço para furadeira nas perfurações executadas anteriormente próximas da base do cilindro de PVC. Na parte superior da máquina de ensaios foi posicionado um destorcedor de pesca com capacidade de 200 Kg e a este, foi ligado um gancho de aço em forma de “S” com 2,5 mm de diâmetro, ao qual as alças das coroas foram ligadas (Figura 9). O aparelho era ligado e no momento d o d eslocamento, o valor em Kgf foi registrado no software da máquina, para posterior análise estatística. Figura 9: Corpo de prova posicionado na máquina 37 5 RESULTADOS Após a obtenção das médias das forças de remoção por tração foram aplicados o teste de Lavene, para constatação da homogeneidade das variâncias e o teste Kolmogorov-Smirnov, para verificação da distribuição dos dados, apresentado estes uma distribuição normal. A partir destes testes, foi possível a aplicação do teste paramétrico análise de variância (ANOVA). Verificou-s e q uanto aos fatores, que ambos foram significativos, ou seja, as coroas cimentadas com o cimento RelyX™ U100 (grupo 1 e 3) apresentaram uma média de força de resistência à tração significativamente maior (p<0,000) do que coroas cimentadas com o cimento fosfato de zinco (grupo 2 e 4). Além disso, os resultados mostraram diferença significativa entre resistência à tração para as duas alturas de preparo dentário (p=0,018), obtendo maior valor de resistência à tração para as coroas cimentadas em preparos com 5 mm de altura. Verificou-se não haver interação significativa entre cimento/altura e resistência à tração (p>0,05), portanto, os efeitos do cimento sobre a resistência ao deslocamento vertical independem da altura do preparo. Os valores da análise descritiva e inferencial são apresentados nas Tabelas 2 e 3. Tabela 2 – Médias da resistência à remoção por tração (Kgf) e respectivos desvios padrões Altura Cimento 5mm 3mm Média Desvio-padrão Média Desvio-padrão RelyX™ U100 39,6 Aa 13,0 32,2 Ba 7,9 Fosfato de Zinco 16,9 Ab 8,1 10,6 Bb 3,2 Médias seguidas por letras distintas apresentam diferença estatisticamente significativa (p<0,005). Médias seguidas por letras maiúsculas comparam na linha e por letras minúsculas comparam na coluna. Tabela 3 – Análise de Variância Causas de Variação Grau de liberdade Soma de Quadrado F P Cimento 1 4908,041 63,466 < 0,000* Altura 1 471,873 6,102 = 0,018* Cimento*Altura 1 2,922 0,038 0,847 Erro-Experimental 36 77,334 Total corrigido 39 8166,850 * Diferença estatisticamente significativa (p<0,005). 38 6 DISCUSSÃO A retenção é considerada um importante requisito na fixação das coroas protéticas. A sua obtenção está na dependência de alguns fatores, como uma favorável relação entre geometria da superfície do dente preparado e restauração definitiva (CAPUTO; STANDLEE, 1987; MEZZOMO, 1994; SHILLINGBURG et al., 1998; PEGORARO, 1998; SAITO, 1999; PAVANELLI et al., 2000; ROSENSTIEL; LAND; FUJIMOTO, 2002; SATTERTHWAITE, 2006). Uma menor redução oclusal durante o preparo contribui significativamente para um aumento da retenção, pois preparos com paredes baixas tem sua resistência ao deslocamento diminuída ou prejudicada (RUBO et al., 2001; REIS et al., 2004). Conforme valores apresentados na tabela 2, relativos à altura das amostras utilizadas neste estudo, a resistência ao deslocamento das coroas, independente do cimento, foi estatisticamente superior (tabela 3) nos preparos de maior altura. O resultado encontrado pode ser justificado por uma maior altura de preparo promover uma maior área de superfície entre coroa protética e elemento dentário preparado, contribuindo desta forma para o aumento da retenção (MEZZOMO, 1994; SAITO, 1999; RUBO et al., 2001; BOWLEY e KIESER, 2007). Além da altura outros fatores poderiam ter influenciado na retenção das coroas, entretanto, a busca pela padronização dos preparos (diâmetro cervical, conicidade, rugosidade, adaptação da peça) teve por objetivo anular ou reduzir ao máximo a interferência destas variáveis sobre a retenção, possibilitando desta forma, avaliar exclusivamente a influência da altura sobre a retenção das coroas totais metálicas. Rubo et al. (2001) concluiu que um aumento de 2 mm de altura do preparo contribui significativamente para uma maior resistência à tração de coroas totais. Güngör, Artunç e Sonugelen (2004) avaliaram a força de remoção por tração de coroas telescópicas cimentadas sobre preparos de diferentes alturas (4 mm, 5 mm e 6 mm), encontrando uma maior capacidade retentiva das coroas em preparos de maior altura. Bresciano et al. (2005), verificaram que o aumento da altura influenciou significativamente sobre a retenção de coroas cimentadas sobre abutments de titânio. Martins Pinto (2006) observou que coroas cimentadas em preparos com 5 mm de altura apresentaram médias de resistência à tração superiores à coroas cimentadas em preparos com 4 mm de altura. Bowley e Kieser (2007) concluíram 39 que as paredes axiais de maior altura contribuem para uma maior área de superfície para a cimentação de coroas totais, favorecendo a retenção destas. Abbo et al. (2008) determinaram a influência da altura de abutments sobre as forças para a remoção de copings de zircônia cimentados sobre estes, concluíram que o aumento de 1 mm de altura aumentou significativamente a força de remoção por tração dos copings. Já em relação aos cimentos testados, os resultados mostraram uma superioridade estatisticamente significante (tabela 3) de resistência à tração do cimento Relyx™ U100 em relação ao cimento fosfato de zinco. Tal superioridade provavelmente se deve à capacidade de união do cimento resinoso à estrutura dental pela formação da camada híbrida e, portanto, apresentando capacidade retentiva superior aos cimentos PIWOWARCZYK; LAUE R , 2 0 0 3 ). convencionais (CONSANI et al., 2003; Além disso, as propriedades mecânicas superiores dos cimentos resinosos em relação ao cimento fosfato de zinco também acaba por influenciar na sua resistência à tração, compressão e cisalhamento. A menor resistência apresentada pelo cimento fosfato de zinco pode estar relacionada à sua composição cerâmica que o torna friável e pouco resistente às forças de tração (FONSECA et al., 2004) O cimento fosfato de zinco não possui união química a qualquer substrato, atuando apenas como material de cimentação por retenção mecânica ou friccional, sendo deste modo a altura, conicidade e a área de superfície aspectos importantes para o seu sucesso (PEGORARO, 1998; DIAZ-ARNOLD; VARGAS; HASELTON, 1999). Por isso, em situações onde a retenção da restauração é deficiente, como por exemplo diante de uma coroa clínica curta ou acentuada convergência do preparo, a escolha do agente de cimentação recai sobre os cimentos resinosos, por promoverem uma retenção adicional, levando a um prognóstico clínico mais favorável (PRAKKI; CARVALHO, 2001). Embora tenha havido uma diferença signifcante entre os dois tipos de cimentos testados em relação à força de tração, isto não condenaria a indicação da utilização do cimento de fosfato de zinco em lugar do cimento resinoso, pois os valores de retenção encontrados em todos os grupos, na sua maioria superaram os valores das forças esperadas clinicamente, que ficam em torno de 4 Kgf (NAKAO, 2005). Tjan e Li (1992) compararam as propriedades retentivas de coroas totais fundidas cimentadas com um cimento resinoso adesivo (Panavia Ex®), um cimento de fosfato de zinco (Flecks®) e um cimento resinoso convencional (Comspan® ), 40 concluíram que o cimento resinoso Panavia Ex® proporcionou maior valor retentivo, com cerca do dobro daquele obtido com o uso do fosfato de zinco. Browning et al. (2002) comparou a capacidade retentiva de três cimentos (resinoso, ionômero de vidro e fosfato de zinco) em preparos para coroas que apresentavam condições adversas de retenção, concluíram que o cimento resinoso apresentou valores de retenção estatisticamente superiores aos cimentos convencionais. Consani et al. (2003) avaliou a resistência à tração de coroas metálicas fixadas com diferentes cimentos: cimento de zinco ® (SS White), ionômero de vidro modificado por resina Vitremer™ (3M Espe) e resinoso RelyX™ (3M Espe), os resultados mostraram que a retenção mais eficiente foi obtida com o cimento resinoso. Zidan e Ferguson (2003), que realizaram um estudo utilizando coroas metálicas de liga nobre cimentadas com cimento resinoso, cimento de ionômero de vidro e cimento de fosfato de zinco em preparos com paredes de 6°, 12° e 24° de convergência cérvico-oclusal. Obtiveram como resultado uma maior retenção do cimento resinoso, quando comparado ao cimento de fosfato de zinco. Piwowarczyk, Lauer e Sorensen (2004) compararam a resistência à força de cisalhamento de agentes cimentantes para materiais restauradores utilizados em prótese fixa, concluíram que o cimento resinoso autoadesivo RelyX® Unicem não apresentou diferenças estatísticas em relação aos demais cimentos resinosos convencionais, porém foi significativamente superior aos cimentos de ionômero de vidro, fosfato de zinco e ionômero de vidro modificado por resina. Martins Pinto (2006) verificou a resistência à tração de coroas metálicas utilizando 3 cimentos: RelyX™ Unicem; RelyX™ ARC e Hy bond® (fosfato de zinco), após os testes de tração observou uma capacidade de retenção estatisticamente superior do cimento resinoso auto-adesivo RelyX™ Unicem sobre os demais cimentos testados. Este estudo experimental visou avaliar dois tipos de cimentos dentários, utilizados na prática clínica, em duas alturas diferentes de preparo. Através da metodologia empregada, procurou-se estabelecer uma condição que fosse adequada para avaliação somente destas duas variáveis (cimento e altura) e a influência destas sobre a retenção das coroas. Clinicamente, dificilmente uma coroa sofrerá grandes esforços de tração, como foram submetidos os espécimes deste estudo. Entretando, uma avaliação sob estas condições serve como parâmetro para verificação das propriedades e comportamento das condições e materiais utilizados. 41 7 CONCLUSÂO Com base na metodologia utilizada e nos resultados obtidos pode-se concluir que: 1. As coroas cimentadas sobre os preparos de 5 mm de altura apresentaram maior resistência ao deslocamento vertical que coroas cimentadas sobre preparos de 3 mm, quando utilizado o mesmo cimento. 2. O cimento resinoso RelyX™ U100 apresentou resistência ao deslocamento vertical superior em relação ao cimento fosfato de zinco nas diferentes alturas de preparos testadas. 42 REFERÊNCIAS ABBO et al. 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Tais testes fazem parte da realização de uma pesquisa experimental intitulada “Avaliação da remoção por tração de coroas totais metálicas relacionadas à altura do preparo utilizando dois tipos de cimentos”, sob orientação do Professor Dr. Cezar Augusto Garbin, coordenador do curso. O objetivo desta pesquisa é avaliar dois tipos de cimentos (materiais) utilizados na prática odontológica. Para isso os corpos-de-prova necessitam passar por testes de tração em uma máquina universal de ensaios. A realização dos testes nessa empresa se deve ao fato do equipamento atender as normas e especificações de controle de qualidade e possuir célula de carga para a realização do teste. Atenciosamente _____________________ ____________________ Marcelo Marchiori Cezar Augusto Garbin 52 APÊNDICE G – Parecer comitê de ética em pesquisa