Eco-Escolas | Resultados do 12º ano
Embaixadora da Boa Vontade no Colégio
Revista do Colégio
do Sagrado Coração
de Maria de Lisboa
Revista trimestral
Número 22
Ano 2009 | 2010
O L H A R E S | R E V I S TA D O C S C M | O U T- D E Z 2 0 0 9 | 1
ESSES
MÚLTIPLOS
OLHARES
Gosto de pensar no potencial de vida que encerra uma pequena semente...
“o grão de mostarda... a mais pequena de todas as sementes, depois de crescer torna-se numa grande árvore.”
(cfr Mt 13, 31-32)
...assim a ESPERANÇA no coração humano pode fazer surgir o novo, abrir horizontes de sentido, desafiando-nos a
colaborar na grande Obra da Criação.
“A ESPERANÇA não é um sonho mas uma maneira de fazer com que os sonhos sejam realidade! (C.Suenens) Não será
este o desafio a que somos chamados com o tema: “Pegadas de ESPERANÇA” ?
“
É acreditar no futuro, acreditar que conseguimos
Benedita Sá e Cunha, 4º Ano
A esperança é acreditarmos que as coisas podem mudar
Madalena Gaspar, 6º Ano
A esperança faz-me sentir melhor quando faço alguma coisa de mal... esperar que
me desculpem, por exemplo.
Mariana Pinheiro, 7º Ano
A esperança é ter fé que aconteça algo de bom e termos coragem para melhorar o
que não é tão bom.
Rita, 8ºAno
Esperança? É o que sobra quando parece que não vale a pena acreditar em mais
nada.
Tomás Ferreira, 9º Ano
Eu acho que a esperança é a última a morrer por alguma razão, porque ninguém a
pode tirar a ninguém!
Francisco Fino, 9º Ano
É o que me faz acreditar, sempre, que algo é possível. É o que me incentiva a
enfrentar os meus medos e a ultrapassar os obstáculos.
Joana Silva, 10 Ano
É o que nos faz avançar... é acreditar que conseguimos alcançar os nossos
objectivos, mesmo quando as circunstâncias estão contra nós.
Filipa Pereira, 10º Ano
Entrámos no ano lectivo 2009/2010 cheios de projectos e sonhos; de propostas, motivações que apelam ao
compromisso solidário que convidam ao voluntariado, ao trabalho em rede, à corresponsabilidade partilhada em favor
de situações gritantes onde precisamos de fazer chegar os bens materiais, mas também a esperança e um novo sentido
de vida.
A ESPERANÇA tem a ver com o modo como olhamos a vida e o mundo e provoca-nos para o compromisso efectivo com
as grandes causas da Humanidade. Acreditamos, de facto, que as coisas podem ser
de outro modo e que, onde menos esperamos, pode emergir o novo? Até que ponto
estamos disponíveis para romper as nossas inércias e rotinas e colocarmos os dons e
talentos que possuímos ao serviço dos outros, em projectos que promovam a VIDA
para todos?
Ao longo deste ano somos desafiados a gerar esperança, com todos os meios que estão
ao nosso alcance: na Sociedade e na Religião; no Ambiente e na Cultura; na Família e na
Ética.
Somos chamados a escutar, a acolher, a descobrir e a promover iniciativas, actividades,
projectos, aplicando-nos, com empenho e criatividade, na sua concretização,
acreditando que a cooperação de todos e de cada um é fundamental no bom êxito
daquilo que nos propomos.
Todos juntos vamos “somar projectos, palmilhar destinos, desfiar ocupações...porque a
esperança será sempre o segredo que nos faz sair de nós, criar e recriar, crer!”(P. Tolentino Mendonça)
As pessoas de esperança arriscam, não paralisam diante das dificuldades. Apoiam-se mutuamente. Não se cansam de
recomeçar e tentar sempre de novo.
O compromisso da ESPERANÇA envolve a pessoa toda e todos os que integram a Comunidade Educativa. Somos
homens e mulheres de Esperança?
Maria Alice Lopes dos Santos, rscm
Vice-Directora
Para mim, esperança é saber que
ainda há uma luz ao fundo do
túnel em todas as situações.
Leonor Castro, 12º Ano
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O que é... a Esperança?
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Voluntários:
Gente geradora
de Esperança.
O caminho que os
nossos pés farão...
Se uma escola não for um local onde se
respira esperança e confiança, quer no
trabalho realizado, quer no potencial
humano que ali se desenvolve, então,
com toda a certeza, não está a realizar
plenamente a sua função.
A instituição escola deve ser, à semelhança da família,
a maternidade da esperança. Na descrença e no desânimo
não se formam homens e mulheres confiantes e dispostos a levar por diante a missão de fazer a sua vida pessoal,
a comunidade local e o seu país avançarem.
Qualquer educador (professor, pessoal auxiliar, pai,
mãe...) sabe a imensa importância que uma palavra de
confiança pode ter na motivação, sucesso e empenho de
uma criança ou de um jovem.
Neste ano lectivo, fiel à sua missão de educar de uma
forma integral, o Colégio escolheu como tema do ano:
Pegadas de Esperança. Mais do que um slogan ou um
chavão, o tema do ano pretende ser o mote e o pontapé
de saída para inúmeras acções e momentos de reflexão e
partilha, que ajudem todos ( pais, professores, irmãs, pessoal auxiliar e sobretudo alunos), a focarem o seu olhar
numa realidade específica. As pegadas de esperança
serão o caminho que os nossos pés fizerem ao longo
deste ano e pelo resto da vida, pelo que este tema e
este ano não nos levarão a uma meta de projectos concluídos ou acções realizadas... serão antes o primeiro, segundo ou terceiro passo.
Neste tempos de descrença social, política, económica, ecológica, religiosa... urge sermos escola com um
olhar diferente! Um olhar capaz de olhar para além da
descrença e capaz de mostrar as razões da nossa esperança.
Luís Pedro de Sousa, Coord.
Num ano em que o nosso Colégio se
compromete a desenvolver um olhar de
Esperança sobre o mundo ao mesmo tempo
que procura desenvolver acções e projectos
capazes de gerar esperança em outros,
particularmente aqueles cujas situações
pessoais, familiares, económicas, culturais
ou profissionais se encontram debilitadas, a
Olhares partiu à descoberta de gente nossa
que faz do seu tempo um potencial gerador
de esperança para outros. Ouçamo-los.
Como cada coisa tem a sua cor
cada coração tem a esperança.
Havemos de somar projectos,
palmilhar destinos,
desafiar ocupações...
Mas a esperança é o segredo
que nos faz sair de nós
criar e recriar, crer!
Por causa da Esperança
o comum não se esvazia,
nem o inesperado nos trava;
o difícil é olhado com coragem
e o tempo feliz vivido com humildade.
A esperança é persistente,
não desarma.
Como o fogo debaixo da cinza
sempre resiste.
A esperança é actuante,
não cruza os braços.
Tem a paciência impaciente das sementes
que, em vez de lamentar
o escuro da terra
desatam a crescer.
A esperança é a palavra
que traz dentro a confiança.
Pe. José Tolentino Mendonça
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Para mim ser voluntária é:
Abrir, o coração;
Dar, parte do meu tempo,
Partilhar, o que tenho;
Receber, a confirmação de que a ajuda chegou a quem precisa;
Ajudar, quem posso;
Alargar, a minha família;
Passar a palavra, de que todos precisamos de todos.
Com o meu Trabalho no Centro Jean Gailhac, sinto que
estou a ser útil a pessoas que precisam mesmo de ajuda. É
gratificante saber que estou envolvida numa mudança, por
mais pequena que ela seja, na vida de algumas pessoas.
Elisabete Santos, Prof./ Coord. do Clube Convida
Para mim, ser voluntária é dar um pouco do meu tempo aos
que mais precisam, colaborando para que avancem face às
dificuldades da vida.
Parar, olhar à volta, ver as necessidades que tantas pessoas
têm e abraçá-las como se fossem minhas.
Permite-me contactar com uma realidade diferente e dar
esse testemunho à minha família e aos meus alunos.
Colaborar no Grande Armazém da Partilha, no colégio, é
muito gratificante para mim, é uma forma de grande enriquecimento pessoal.
Luísa Alves, Prof. Coord. do Grande Armazém da Partilha
vez de descomprometer, a exigência de ajudar, sem que a
ajuda se perpetue a si própria. O “Clube 10/ 14” é um projecto belíssimo de voluntariado por isso mesmo.
Antes de mais é um “Clube” que aposta num tempo de
estudo, sempre acompanhado por professores do Colégio,
antigos alunos, pais, e jovens dos lares das RSCM. E num
tempo de actividades, sejam elas de desporto, de dança, ou
de música. Actividades que, como devem imaginar, contribuem invariavelmente para o agravar da excitação colectiva
e para algumas dores de cabeça nos “ > de 14 anos “.
Não é um simples projecto after-school. E as crianças
sentem-no. Sabem que o número de inscrições é limitado,
e sabem que não basta querer entrar – há que mostrar que
farão bom uso do tempo que ali passarem; que tentarão melhorar o seu aproveitamento escolar; que respeitarão regras,
professores, e colegas. Sabem que tudo isto não é só válido
na hora da admissão. E sabem-no porque o mau comportamento de um não se mistura ou desaparece na espuma
do todo, na espuma da “turma”. Interessa portanto que os
resultados curriculares não caminhem sem a companhia de
valores sociais como o trabalho, o respeito, a cooperação, a
tolerância, ou a responsabilidade. A grande conquista do
Clube está exactamente aí: na síntese que tem conseguido
fazer entre o programa curricular e os princípios, entre o aluno e a criança, entre o estudo e a diversão.
Vanda Simões, ex- aluna, Voluntária no Clube 10/14
Foi ao “virar da esquina” de um dia do final do ano lectivo anterior, que recebi um pedido da parte da Drª Margarida Marrucho e da Irª Maria Alice, para participar no Clube 10/14,
através da leccionação de uma aula de Educação Física, uma
vez por semana.
Prontamente acedi, mas, falando com os meus botões,
pensei: Isto é voltar ao início da minha vida profissional,
quando trabalhei para a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, em ATL’s de crianças e idosos, na Musgueira, Bairro da
Cruz Vermelha e Ameixoeira.
Passados todos esses anos, para mim, ser voluntário neste novo projecto é muito mais do que ensinar conhecimentos técnicos da minha área. É dar aquelas crianças um pouco
de atenção, de carinho, de amizade e tentar transmitir-lhes
alguns valores sociais e humanos que lhes fiquem para a
vida.
É uma experiência gratificante e enriquecedora!
Mário Cilia, Prof. voluntário do Clube 10/14
Há palavras que têm um brilho próprio. Brilham antes sequer de as apresentarmos. E brilham porque, independentemente da intensidade que tenham na nossa vida, traduzem
um pedaço de humanidade.
“Voluntariado” é uma dessas palavras!
Uma palavra que nos remete para a ideia de compromisso, de dedicação gratuita e espontânea ao Outro, de alegria
em dar sem esperar nada em troca, de promover o bemestar social com altruísmo e responsabilidade. Mas uma palavra que também traz consigo exigências. A exigência de
ensinar, em vez de fazer, a exigência de responsabilizar, em
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Diversidade linguística
Semana das Línguas
Cor. Palavras. Sons. Criatividade.
Diversidade. Magia. Foi nesta mistura de
sensações e experiências que decorreu a
semana das línguas.
As palavras correram soltas pelos corredores, pelas salas de
aula e foram ouvidas em chinês, alemão, português, espanhol, francês. Os alunos foram convidados a descobrir ou
reencontrar culturas, a sentir o gosto das palavras em várias
línguas – Hello, Hallo, Hola, Wei, Olá!
E se, no meio desta diversidade, alguém ensinasse a dançar, cantar, escrever em mandarim? Difícil? Não! Divertido,
diferente. Deixa o gosto de experimentar o desconhecido.
E se, no meio desta criatividade, alguém o desafiasse a
escrever um texto imaginando que era uma aspirina ou provocando associações inusitadas? Estas foram algumas das
propostas dos Ateliês de Escrita Criativa, conduzidos por
Pedro Sena Lino e Vítor Freitas. Impossível escrever textos
belos, intrigantes, intimistas? Não. Pelo contrário, e os nossos alunos provaram-no. Futuros escritores? Talvez.
E, se no meio deste dinamismo, alguém te mostrasse que
afinal ler Saramago é mesmo muito divertido? A Fundação
José Saramago cativou os nossos alunos partindo do texto
A Maior Flor do Mundo e as professoras de Expressão Plástica do 1º Ciclo levaram-nos a exprimir-se maravilhosamente sobre esta obra.
Enfim, foi uma semana durante a qual deixámos a imaginação viajar, convidando os nossos alunos a envolver-se em
novas experiências, descobrir novas possibilidades, capacidades desconhecidas, gostos inesperados.
Podemos dizer que esta semana deixa portas abertas
com caminhos a explorar por alunos e professores…
Daniela Santos, prof.
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O Colégio Somos Nós
Dia do Colégio
– 68 anos de vida
No dia 15 de Outubro, celebrámos uma vez mais o
dia do nosso Colégio. Aos momentos mais solenes,
como o da Eucaristia, que nos permitiu reflectir
um pouco sobre tudo o que aconteceu desde
que, em Outubro de 1941, o Colégio de Lisboa
abriu as suas portas e deu início à sua missão
educativa, seguiram-se momentos de convívio,
de conhecimento e de troca de experiências. A
todos os alunos foram proporcionadas actividades
comemorativas do dia do colégio.
Aconteceu assim, por exemplo, com os alunos do oitavo ano
que, nas suas salas, receberam a visita de antigos alunos e alunas do Colégio de Lisboa. Pais, irmãos, familiares ou professores que frequentaram esta escola vieram participar com prazer nesta actividade de contadores de histórias do passado.
O entusiasmo foi grande, havia muitas perguntas a fazer e
muita curiosidade por parte dos mais jovens. Queriam saber
como era o espaço do colégio antes das obras dos anos noventa, como eram as aulas no tempo “do antigamente”, como
eram as salas de aula, se havia laboratórios, como eram as
turmas só com raparigas, em que data puderam os rapazes
começar a frequentar o colégio, etc...
Por vezes, abriram-se as bocas de espanto com as respostas e ouviram-se risos abafados. Afinal os alunos de antigamente também faziam asneiras e não se importaram de contar algumas!
Este ambiente de boa disposição prolongou-se até à hora
de almoço, altura em que os alunos e directores de turma se
despediram dos seus convidados, agradecendo-lhes a experiência proporcionada com a certeza de que explorar os caminhos do passado, conhecer a história, trocar experiências
com os mais velhos são maneiras de percorrermos o caminho
do presente e construirmos o caminho do futuro no nosso
Colégio.
Catarina Carrilho, Prof.
Mural da esperança
No âmbito da comemoração do aniversário do colégio, os directores de turma e alunos
do secundário dedicaram algum tempo a produzir um mural. A reflexão dos alunos sobre
o tema do ano deu origem a um projecto comum: a elaboração de uma longa faixa preenchida com pegadas a cobrir as paredes do colégio junto às salas de aula do secundário.
A barra de azulejos, coloridos e todos iguais, deu agora lugar a um mural carregado de
pegadas, originais e todas diferentes, embora preenchidas pela mesma esperança. Palavras, imagens, desenhos, recortes, fotografias, montagens, poemas. Foram todos estes
recursos que os alunos usaram e foi com eles que personalizaram os seus trabalhos.
Estas são, certamente, pegadas de quem acredita que “Os pés estarão sempre prontos a
voar para onde o dever chama ou a caridade reclama.” (Pe Gailhac) e de que a sua missão
só agora está a começar.
Ana Cristina Soares, Prof.
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Notícias
do pré-escolar
Notícias
do 1º Ciclo
Projecto “Com um alimento
na mão… abrimos o nosso
coração!”
O Jardim de Infância leva a cabo no presente ano lectivo
um novo desafio… um projecto de partilha e solidariedade,
abraçando uma causa social em parceria com o Centro Jean
Gailhac.
O Projecto “Com um Alimento na Mão… Abrimos o Nosso Coração!” teve início no mês de Outubro, na Sala Verde
Escuro e no mês de Novembro na Sala Amarela. Foram até
então recolhidos um elevado número de alimentos que foram entregues a algumas famílias mais carenciadas.
Do mês de Janeiro a Maio, as restantes salas farão a mesma recolha de alimentos.
Quanto aos nossos “pequeninos”… esses foram convidados a dar uma moeda do seu mealheiro a fim de poderem,
em conjunto com os seus pais, adquirirem os alimentos pedidos. Para alguns a partilha não foi fácil, mas de olho nos
resultados… sentiram a importância da sua dádiva ficando
a vontade de repetir em breve!
A todos quantos participaram, Muito Obrigado!
Despertar Religioso
Este ano os “mais velhos” do Jardim de Infância têm um novo
projecto... “o Despertar Religioso”.
O professor José Pedro Costa é o responsável pela dinâmica, proporcionando alegria através de bonitas canções!
Tem sido uma experiência única: sentir o Amor dos pais,
descobrir como Deus é grande e amigo.
As crianças dizem:
É um tempo especial... é o “Cantinho do Tesouro de Jesus”.
Aprendemos coisas novas e importantes do Jesus (...e
Deus Pai!).
Descobrimos como o Amor de Deus, dos Avós e dos nossos Pais é grande... e faz-nos viver felizes!
Magusto
Viva o São Martinho
Vamos cantar e dançar
E comer a castanhita
Do lume a estalar!
Lá fomos todos contentes
Não esquecemos a decoração
E no Jardim de Infância
Foi grande a animação!
Fizemos um magusto,
Um magusto à maneira
Foi no dia onze,
Foi numa quarta-feira!
Estivemos todos juntos
Com música para animar
Viva o São Martinho
Vamos cantar e bailar!
São Martinho trouxe calor
E ensinou-nos a partilhar
Queremos seguir os seus
valores
E estarmos prontos para Amar!
O lugar da magia
Mais uma ovelha?
Moro numa Biblioteca que já tinha sido pintada com poemas, três bichos e um céu estrelado…mas que não tinha
muita vida. Tem livros, como todas as bibliotecas, mas que
tinham pouco uso. Livros com problemas de auto-estima
por ninguém se lembrar deles. Livros que estavam semi-hibernados e que, por vezes, nem se lembravam das suas próprias histórias. Até que este ano, em Setembro, um pequeno
grupo de pessoas entrou porta dentro e acordou uma boa
parte de nós. A primeira mudança levou muitas mesas, depois chegaram almofadas e sofás de várias cores e dois tapetes enormes cheios de letras e números. Dias mais tarde,
à hora de almoço ou ao fim do dia, começaram a aparecer
grupos de meninos que nos retiram dos lugares onde fazíamos grandes sestas e nos folheiam lentamente, sentados no
tapete ou numa almofada. Depois, antes de nos colocarem
de novo na prateleira, mostram--nos à professora para registar o nosso nome e ela faz um furo no cartão da Biblioteca
que tem a forma de uma fatia de queijo.
E agora também temos dias especiais, como às Terças e
Quintas, em que aparece alguém para pegar num de nós e
nos ler em voz alta para todos os meninos que estiverem por
ali. São dias tão divertidos, e aparecem tantos contadores
engraçados, alguns vestidos de exploradores, de
princesas ou de bruxas, outros não vestem nenhuma roupa especial, mas trazem muitas surpresas na voz e nos gestos. Os meninos adoram
e até a nós nos fazem sonhar…
Há mais uma coisa que não posso deixar de
vos falar, é sobre as viagens. Todos nós sonhamos
com as Segundas-feiras, todos queremos viajar
naquele carrinho a que eles chamam o “carrinho
dos livros”, e que vai a todas as salas para os meninos escolherem o livro que vão ler nessa semana com o professor da sua sala. E eu que adorava
viajar… fico a torcer para que num destes dias
me tirem da prateleira e me coloquem no carrinho, ou num daqueles saquinhos vermelhos que
fazem uma viagem maior. Ao que ouvi, parece
que se for num saquinho vermelho, posso ir passar uma semana inteira a casa do menino que
me escolher e ser lido em família. Mas enquanto
espero, quero contar-vos um pequeno segredo e dizer-vos
que uma Biblioteca só é uma Biblioteca se tiver meninos como
vocês para nos lerem…senão, seria apenas uma arrecadação.
A minha família (todos os livros da biblioteca, a lagarta Teca,
o Bi, e o dragão Blio) e eu estamos muito felizes de vos ter
por cá. Obrigado por já não nos deixarem fazer grandes sestas, e por encherem este lugar onde moro, de gargalhadas,
sorrisos, perguntas, magia, traquinice e muitas leituras.
Todas as segundas-feiras, lá pelas 10 horas da manhã, alguém bate à porta da nossa sala. Todos sabemos de quem
se trata, é a professora Marta com o seu carrinho carregado
de livros. Sempre bem disposta, pergunta aos alunos se gostaram do último livro que escolheram e apresenta as novas
sugestões de leitura. Depois de muito escolher, lá optamos
por um, mas sem perder o rasto aos outros que continuam
no carrinho...
Esta semana optámos pelo livro “Mais uma ovelha?”. Pela
capa a história parecia muito engraçada: 10 ovelhas deitadas
numa cama, cada uma com o seu par de meias e o seu gorrinho a condizer! Pois bem, as ilustrações estiveram à altura da
história e realmente foi um livro que nos agradou bastante.
E não, não vamos contar a história porque assim estragamos
a surpresa a quem quiser ler o livro... O que podemos contar
é que os nossos professores também adoraram a história e
pediram-nos para fazer uma banda desenhada. Assim, depois de muito pintar, lá decorámos o nosso placard da sala,
que ficou todo aos quadradinhos. Hoje estamos aqui para
recomendar a leitura desta história a quem gosta de dar
uma boa gargalhada.
Professores do 1ºAno
Marta Neto, Prof. e Colaboradora da Biblioteca do 1ºCiclo
Ana Isabel Albertino, Educ.
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Notícias
Notícias
do 2º Ciclo
do 3º Ciclo
O tema do ano ou a palavra
que nos põe a pensar...
Com um novo ano surgem, sempre, novos desejos e propósitos. É assim também no contexto escolar. Das reuniões de
pais às aulas de formação cívica, o tema da Esperança tem
sido uma constante. O objectivo é claro: Pôr a pensar! Pensar
sobre o que é, mas, acima de tudo, como construir sinais de
esperança!
Pais e alunos têm a palavra!
As pegadas que os nossos filhos vão deixando ao longo
da sua vida são Pegadas de Esperança, que assentam nos
valores que os Pais, a Família, os Amigos e o Colégio lhes
transmitem ao longo do seu percurso.
As Pegadas de Esperança deixam as marcas da Verdade,
do Bem, da Solidariedade, da Responsabilidade e, naturalmente, os valores de Deus.
Nós Pais, Avós e Educadores, se transmitirmos estes valores aos nossos filhos eles irão sempre espalhar Pegadas de
Esperança por um mundo melhor, mais justo, mais livre e,
essencialmente, mais tolerante.
Paula Miranda e Luís Maria Avelans Rodrigues
Esperança
Notícias
do 1º Ciclo
Na biblioteca com
a Bruxa Cartuxa
Desde cedo apaixonada pela dramatização, encontrei na docência e
na actividade de contadora de histórias uma forma de concretizar o
sonho de ser actriz. Estar no “palco” de uma sala de aula ou na biblioteca a contar uma história, como aconteceu no dia 3 de Novembro,
permite-me recriar personagens e ambientes em tudo facilitadores
da aprendizagem e da motivação do gosto pela leitura.
Assim, tendo-me sido pedido que colaborasse como contadora de
histórias no projecto de animação das horas de almoço da biblioteca
do 1 º ciclo, escolhi para ler Os primos e a Bruxa Cartuxa de Ana Maria
Magalhães e Isabel Alçada. Para tornar mais credível a história, apareci
vestida de bruxa, de vassoura e tudo, e encarnei a Bruxa Cartuxa, soltando amiúde gargalhadas assustadoras e interagindo com o meu público infantil que correspondeu plenamente às minhas expectativas. A
opção por uma história com uma protagonista tradicionalmente vilã
prendeu-se com o meu próprio fascínio por esta mal-amada personagem. Desejando resgatar a simpatia das crianças por esta figura feminina, símbolo do mal, tentei, através da história e da composição da
minha figura, recriar uma bruxa simpática, acolhedora e até salvadora
do mundo e de animais em perigo. A experiência foi muito enriquecedora, porquanto testemunhei o sorriso aberto na cara das crianças e
acedi aos pedidos insistentes para lhes dar beijinhos e soltar gargalhadas. Consciente que em mim a fronteira entre a docente e a “actriz” será
sempre muito ténue, sinto que se me impõe na avidez dos alunos que
me escutam, a necessidade de responder à sua descoberta do Mundo - e
assim me invento a professora que não sou, e eles imaginam em verdade
o que é em mim só ficção. (adaptado de Vergílio Ferreira, Autobiografia).
Em França Jean Gailhac esteve,
com afinco uma esperança manteve.
Com essa crença juntou acompanhantes,
trabalhadores e amigos revigorantes.
Com esses colaboradores fundou instituições,
Para acolher pessoas e alegrar corações.
As primeiras irmãs do RSCM delegaram com confiança:
“Para que todos tenham vida e vida em abundância”.
Encontro de Formação 9º Ano
Na passada sexta-feira, 23 de Outubro, o 9ºA foi à Casa de
Saúde das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus. Esta casa acolhe pessoas que têm deficiência, demência
ou doença mental para que estas se sintam aceites e tenham
também ajuda profissional. Muitos de nós assustaram-se da primeira vez que vimos
aquelas pessoas que corriam para nós para nos abraçar, mas
percebemos rapidamente que tudo o que elas querem é
atenção e carinho! No fim da visita, já alguns perguntavam sobre o voluntariado e quando podiam começar! E aprendemos muito com
esta experiência. Aprendemos que mesmo tendo estes problemas, estas pessoas têm muita vontade de viver e que não
são “anormais” como muitos pensam. Somos todos pessoas
com a única diferença de que elas têm uma doença. Depois do almoço fizemos uma pequena festa para eles
com algumas actuações. Enganámo-nos algumas vezes,
mas eles nem davam por isso. Para eles, o importante era
estarem a divertir-se e nada mais. A seguir demos-lhes os doces que tínhamos trazido para
eles e fomos embora, com muito para reflectir. Foi para todos uma experiência de que não estávamos à espera mas
para a maioria foi muito gratificante.
Admiramos muito o que as irmãs estão a fazer por estas
pessoas. E não só as irmãs, mas também os enfermeiros,
os voluntários e os grupos de jovens como nós. Mas se já
têm tanta ajuda, perguntam-se vocês, porque é que vamos
lá também? A resposta é simples: ‘Para que todos tenham
vida’.
Patrícia Manso (9ºA)
O nosso colégio tem a coragem
de fazer viver esta mensagem.
Este ano deixaremos Pegadas de Esperança
assim olharemos o futuro com confiança.
Continuamos o projecto de Gailhac com convicção,
assim ele verá que o seu esforço não foi em vão.
Nós somos o presente,
e faremos o futuro,
de maneira a que os homens vivam num lugar seguro.
Gonçalo Lopes, 6ºD
Ana Margarida Flor, Professora de Português e de Inglês
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Notícias
do Secundário
Encontro de Formação
“Pegadas de Esperança”
“Um dia marcante” é como posso descrever
o dia do nosso Encontro de Formação do 10º
Ano, na Casa do Gaiato, em Sto Antão do
Tojal. Há várias razões para este dia ter sido
diferente e especial para mim.
Quando soube qual o local do Encontro de Formação,
pensei que ia ser “uma seca”, mas não: foi o melhor que frequentei (e tem sido melhor de ano para ano). Começámos
por falar dos nossos medos e obstáculos, dos nossos objectivos e esperanças. Aproveitámos todos os momentos para
nos conhecermos melhor, rindo e contando experiências
passadas. Assistimos a uma apresentação sobre o Tema do
Ano, pelo Prof. Victor, e ouvimos o Director da Casa do Gaiato contar a história da Casa e explicar o seu funcionamento.
Antes do almoço, no refeitório dos Gaiatos, fizémos uma
oração; eles partilharam connosco a refeição e até nos serviram.
Depois do almoço, convivemos com os rapazes da Instituição. Os mais velhos, jogaram à bola com os rapazes da
minha turma. Os mais novos brincaram num campo de jogos e num parque infantil; uma amigas e eu divertimo-nos
imenso com eles, a baloiçar num pneu pendurado (e íamos
caindo!...); tirámos fotografias e rimos bastante! Conheci um
menino negro de 6 anos, chamado Leonardo, que me pôs a
correr de um lado para o outro do campo; fizemos uma corrida (empatámos!); andei com ele às cavalitas; brincámos no
parque...E, depois, chega aquela ordem: “agora, as tarefas,
meninos”. Mas, ainda antes, efectuámos uma visita guiada à
Instituição, incluindo a Casa-Mãe. Na rouparia, a minha tarefa consistiu em encontrar pares de meias (não pensem que
foi fácil!), e dobrar desde boxers a lençóis..
Em jeito de balanço, perguntaram-me o que tinha achado do Encontro. “Foi um dia marcante”, porque, para além
dos risos, amizade e partilha, aprendi a dar mais valor às
coisas. Fez-me bem ver como aqueles meninos têm de lutar
para alcançar algo que nos é dado “de mão beijada”.
As palavras que mais associo àquele dia são: “partilha”e
“esperança” pelo que trouxe e lá deixei...
Susana Pinto – 10º A
Uma hora para aprender a
ajudar
Ciclo de Conferências
Secundário
Na última segunda-feira, dia 9 de
Novembro, o 11º ano teve o privilégio
de assistir a uma palestra no âmbito da
felicidade e dos direitos humanos, mais
especificamente, sobre várias formas de
apoio social e de ajuda à comunidade,
sobretudo aos mais carenciados.
funções principais passar as mensagens à imprensa e conseguir apoio financeiro
de modo a melhorar as situações que viu e nos mostrou dos PED – “Príncipes do
Nada”.
É um manifesto de esperança perceber que o seu contributo foi decisivo para
inauguração de um bloco operatório no hospital local, para o apoio à formação de
médicos e enfermeiros, e parte integrante da mudança vivida pelos habitantes da
Guiné, que registaram, pelo menos, um aumento nos cuidados de saúde, contribuindo assim para uma maior qualidade de vida.
Quando questionada sobre as inspirações para todo este trabalho na ONU, fala
sobre os pais: o pai jornalista que viajou pela maior parte dos países que hoje visita
e da mãe professora de ensino especial que sempre lhe
deu a conhecer a realidade de que às vezes basta darmos um pouco de nós para fazer o outro mais feliz.
“Dar valor ao que temos todos os dias” foi a mensagem
que guardei, assim como o testemunho de alguém que
luta todos os dias para que, por exemplo, mães possam
dar à luz em segurança e crianças e recém-nascidos não
morram à fome em países como a Guiné e São Tomé.
Acredito que se todos nós, como a Catarina, déssemos
um bocadinho mais de nós em prol dos outros seríamos
não só mais felizes mas estaríamos também mais perto
de um Mundo mais respeitador dos Direitos Humanos.
Rita Louro Gonçalves, 12ºD2 e Beatriz Guimarães
12ºB
Ouvimos testemunhos de duas pessoas que desenvolvem
trabalhos importantes de apoio à comunidade, uma pertencente ao Instituto de Apoio à Criança, Dr.ª Ana Perdigão, e
outra que se dedica ao voluntariado, Dr.ª Catarina Mota.
Não é fácil sintetizar em poucas palavras o que aprendemos nesta palestra, mas podemos referir que aquela hora
memorável nos mostrou que, se cada um fizer o que pode
para ajudar aqueles que mais necessitam, todos juntos acabaremos por construir um mundo melhor e mais solidário.
Nuno Rodrigues
No passado dia 9 de Novembro, o Colégio teve o prazer de receber como convidada a conhecida apresentadora televisiva
e Embaixadora da Boa-Vontade do Fundo
das Nações Unidas para a População, Catarina Furtado. A conferência debruçou-se
sobre o trabalho realizado em países de
expressão portuguesa, como Moçambique,
Angola, Cabo Verde, São Tomé e Timor, países em desenvolvimento que enfrentam
enormes dificuldades principalmente a nível de saúde materna, gravidez na adolescência e no âmbito das DST’s – países foco
do seu trabalho enquanto Embaixadora da
Boa-Vontade.
Desde 2001, Catarina Furtado tem como
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Brevemente
Semana Verde
Um tempo
de Aventura
Pelo sexto ano consecutivo, decorreu
durante os dias 1, 2 e 3 de Outubro a
Semana Verde no Campo Aventura em
Olho Marinho (Óbidos). Este ano foram
batidos todos os recordes anteriores
com a participação de 79 alunos do
sexto ao oitavo ano e com novidades e
novos desafios no Campo. Foram três
dias e duas noites que ficarão retidas
na memória dos nossos alunos ao longo do seu percurso escolar e pessoal,
quer pelos desafios postos em cada
jogo de equipa, pelas coreografias e
danças ensaiadas, pela amizade conquistada a cada momento ou pelo
sentido de responsabilidade que lhes
foi incutido pelos professores e pais.
O programa de actividades destes
três dias de grande animação e aventura passaram pela espeleologia, escalada, slide, “laser ball”, o tiro com arco e
outras experiências em grupo.
Destacamos o grande profissionalismo e dedicação de toda a equipa
responsável pelo Campo Aventura e
será com agrado que voltaremos a
confiar neste projecto como parte fundamental da formação integral, ecléctica e global dos nossos alunos.
Ramiro Júnior, Prof.
História de Portugal
no feminino
Halloween – Um dia para
brincar, não para acreditar.
Na semana de 26 a 30 de Outubro, os alunos do 5º, 6º e 7ºs
anos decoraram as respectivas salas de aula com motivos
alusivos ao HALLOWEEN.
Algumas turmas receberam, no seu espaço, turmas de
colegas do 1º ciclo que,quando os visitavam, os premiavam
com uma canção adequada à festividade e, se tivessem sucesso (todas tiveram!) eram recompensados com os “treats”,
nunca com os “tricks”...
A todos os alunos que, mais uma vez, participaram com
empenho, dedicação e (muita) imaginação, parabéns pelo
óptimo trabalho, registado nesta foto.
Já sabem, para o ano há mais...
Paula Duarte, Prof.
A Matemática
Divertida vai à
Universidade!
Sempre ao fim de um dia de trabalho escolar, o Clube propõe aos
alunos uma viagem (divertida) pelo
mundo da Matemática.
Este ano e pela primeira vez, o
Clubemath da Universidade Nova
de Lisboa abre as suas portas aos alunos da Matemática
Divertida. Trata-se de uma descoberta da Matemática e
do mundo universitário, com tarefas especialmente concebidas para alunos do 2º ciclo. Ao longo das seis sessões
distribuídas pelo ano lectivo, os alunos terão igualmente
oportunidade de conhecer todos os Departamentos da
Faculdade de Ciências e Tecnologia, bem como o trabalho
desenvolvido pelos seus investigadores. Paralelamente em
cada sessão, é promovido um ciclo de conferências intitulado “Matemática &” no qual se mostrará que a Matemática
está presente em tudo. Para isso, um matemático e um especialista da área em questão, são convidados a falar sobre
assuntos variados, numa linguagem acessível a um público
mais amplo.
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Joana Serrano, professora de História do nosso colégio, já
pertence ao clube das escritoras. A propósito do seu interesse pelo papel desempenhado pelas mulheres na história
do nosso país e a partir de leituras que fez sobre a segunda
dinastia, pensou que seria importante chamar a atenção
para a importância de figuras históricas femininas, sem as
quais a História daquela época não se teria feito.
Deste modo, no seu livro, denominado As Avis, podemos
conhecer um pouco melhor o período de 200 anos, em que
Portugal esteve sob o domínio da dinastia que dá nome à
obra. Tudo teve início em 1383 com a nomeação de D. João
I, Mestre de Avis, para Regedor e Defensor do Reino. Nos
dois séculos que se seguiram, oito reis e nove rainhas foram
protagonistas e testemunharam decisões fundamentais
para o destino de Portugal.
Neste livro, Joana Serrano, dedica atenção especial às
rainhas da dinastia de Avis. Figuras como Filipa de Lencastre, Leonor de Lencastre ou Isabel de Castela dão vida
às páginas da obra e é através da sua leitura que podemos
conhecer os seus percursos e os episódios laterais à política
e ao poder.
Por tudo isto, a Olhares ouviu as palavras da professora Joana Serrano e deu-lhe os parabéns: A vida das figuras
históricas transporta-nos até à sua época. Viajamos desde os
torneios de cavaleiros na Inglaterra assolada pela peste, até à
Lisboa do Renascimento, povoada de vozes cheiros e produtos
vindos de mares longínquos. Por outro lado, enquanto professora, a questão da educação dos jovens príncipes e princesas
foi um dos aspectos que procurei destacar.
Catarina Carrilho, Coord.
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Os nossos escritos
Na rota de Gailhac
Peregrinação
à Casa-mãe
– Bézieres
Foi uma boa maneira de começar o
mês de Setembro! Apesar de termos
madrugado foi em clima de alegria
que nos encontrámos bronzeados e
descansados após as férias e fomos
revendo as caras por todos conhecidas,
formando o grupo que seguia para
Béziers.
A primeira escala foi em Barcelona. A cidade foi-nos
fascinando pela sua diversidade, pela magia das obras
de Gaudi e pela movida das Ramblas que percorremos
apressadamente. Terminámos admirando a Sagrada Família e seguimos para Béziers, vencidos pelo cansaço.
As irmãs acolheram-nos calorosamente na casa-mãe
e nós fomos percorrendo e descobrindo os seus espaços: a capela circular em que o clima de paz convida à
oração, as escadas marcadas pela passagem das irmãs,
a fonte onde vamos fortalecer a nossa Fé.
Em Murviel visitámos a capela e renovámos os votos
do baptismo.
A Maior Flor do Mundo
saboreámos croissants e tentámos outras aventuras gastronómicas, nem sempre bem sucedidas.
Os dias passaram velozmente! Os laços entre todos
foram-se fortalecendo, fomos conhecendo melhor as irmãs que através do seu testemunho nos permitiram ir
aprofundando a História do Instituto, do Padre Gailhac,
da Mére Saint-Jean tendo sempre presente a actualidade da missão.
Antes de regressar visitámos ainda Fontfroide, situada numa região produtora de vinhos. Esta abadia beneditina construída tendo por base a austeridade e a
oração, mostra-nos nos seus espaços as marcas que formam a sua longa História.
A alegria da chegada, dos abraços à família foi complementada por termos ainda um fim-de-semana de
sol. O início de mais um ano lectivo impulsiona-nos
sempre a começar de novo e, um pouco ao jeito do Padre Gailhac, esquecendo o pouco que fizemos e deitando mãos à obra ao muito que falta fazer.
Olívia Afonso, prof.
Esta é a história que José Saramago
escreveu, “A Maior Flor do Mundo”.
Eu, como ele escreveu neste bonito livro, vou tentar recontar esta história, tornando-a mais simples e mais bonita. Então vou começar assim:
Numa aldeia, uma aldeia chamada Aldeia do Pico, situada no pico da montanha, morava um rapaz. Esse rapaz era
muito aventureiro, adorava andar por aí a descobrir novas
coisas e novos “mundos”.
Numa bela tarde de Verão, estava o menino numa das
suas aventuras, quando deu conta que estava perdido. Mas
nada o fez parar. Ele continuou e seguiu o seu instinto. Andou, andou, andou e, finalmente, estava no cimo da montanha mais alta de toda a aldeia do Pico. Mas a visão dele não
era muito entusiasmante. Apenas conseguia ver um vasto e
deserto campo, nada mais, nada menos. Apenas havia um
pequeno, e quase insignificante, sinal de vida. Era uma pequena, feia e murcha flor. Mas o menino tinha muita pena
dela. Tentou ir buscar água, mas nada feito. Onde é que num
campo tão seco, tão vasto, situado no pico da montanha, se
poderia encontrar água?
Ele tentou ajudá-la o mais que podia. Tapou-a do quente
e forte sol de Verão, que banhava a Aldeia do Pico, tentou
protegê-la de tudo e de todos. Afastou as ratazanas que andavam a roer o seu caule e os grandes enxames que vinham
para roubar o seu pouco pólen. Mas estava a anoitecer. O
pobre rapaz estava cansado e sem forças. Até que adormeceu.
O dia tinha chegado. Ouvia-se o rouxinol que todos os
dias cantava ao pé do quarto do rapaz, ouvia-se o antigo
relógio de pêndulo que estava pendurado na parede dele,
sempre no seu barulho “tic, tac, tic, tac...”.
– Bom! – o rapaz acordou disparado da cama. Ele nem sabia se estava a sonhar ou não. Estava sentado, na sua bela e
fofa cama, com o seu adorado e antigo relógio de pêndulo e
com o seu amigo rouxinol com sua bela e bonita voz. Mas o
que o surpreendia mais nem era tudo isto. Mesmo em cima
da sua mesa-de-cabeceira estava, num grande vaso, a flor
que vira no dia anterior. Mas não parecia a mesma flor. Era
bonita, com fortes e bonitas cores. O rapaz estava feliz.
Esta sim era a maior flor do mundo. Não em tamanho,
mas sim em amizade.
Esta é a minha história. Foi assim que eu a contei. E é
desta maneira que se faz uma história com palavras mais
simples, e mais bonitas (segundo o escritor).
Benedita Sá e Cunha, 4º B
Béziers mostra-nos ainda muitos dos locais onde os
fundadores viveram e deixaram marcas da sua obra.
Durante estes dias também nós procurámos descobrir a
cidade que deixou em nós sentimentos contraditórios.
Se por um lado é um local onde se percebe que subsistem problemas de pobreza e exclusão social, foi também aí que nos cruzámos frequentemente durante os
nossos tempos livres, animadamente fizemos compras,
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O dia em que viemos
receber o Diploma que
nos envia para + vida
Cerimónia de entrega
dos diplomas aos alunos
que concluíram
o 12º Ano
Parece que foi ontem!... A primeira vez que atravessei o pátio
do colégio com a minha filha pela mão… uma mão pequenina, aninhada na minha, à procura da segurança, da ajuda
que só a Mãe pode dar em alturas tão solenes e melindrosas
como essa de entrar pela primeira vez num colégio tão grande. Ela não vinha chorosa, nem pensar, vinha alegre, porém,
ansiosa. E eu também!
Aqui estou hoje, a passar o testemunho, passados que
foram 15 anos da existência da minha filha: de menina insegura, fez-se uma jovem confiante na vida e no futuro que
se vai abrindo à sua frente. Essa revolução aconteceu aqui,
entre as paredes deste colégio, no convívio das irmãs e dos
professores que aqui continuam a sua missão de EDUCARE,
de guiar, de formar não só as mentes mas também os corações destes nossos jovens …
Quero acreditar que tudo o que aqui viveram ficará gravado na sua alma como Pegadas de Esperança a orientarlhes o caminho futuro, por mais agreste que possa vir a ser.
Agradeço a Deus e a todos os que têm feito e continuam
a fazer deste colégio uma referência. O futuro, queridos alunos, pertence-vos e de todos vós esperamos muito!
Mãe da aluna Inês Almeida
Há 11 anos entrei pela primeira vez pelos mesmos portões
que hoje também passei.
Em 1997 entrei de forma diferente, estava a integrar um
colégio novo no 2º ano, quando já todos, não só na minha,
mas também nas outras turmas se conheciam e relacionavam.
O tempo passou e ouvi por várias vezes dizer que o Sagrado seria a minha segunda casa. Porém, na altura eu não
dispunha das capacidades necessárias para compreender a
expressão e, assim como muitos, duvidei e opus-me à ideia.
Com esta ideia, outras vieram. Entre elas valores como a
amizade, honestidade, solidariedade, responsabilidade social, ética no trabalho e entre-ajuda. Sei que saberão completar a lista.
Nada seria deste Colégio sem todos os professores, irmãs
e funcionários que para além de nos terem dado os recursos
para termos uma óptima formação humana deram-nos também recursos para sermos a excelência do conhecimento. A
todos eles um obrigado.
Agora na universidade, estamos mais perto de atingir o
sucesso profissional e sei que o prestígio que adquirimos e
continuaremos a adquirir só nos pode levar a alcançar no-
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vos e ambiciosos objectivos que permanecem hoje na escuridão.
Vamos honrar o prestígio que esta instituição nos deu
engrandecendo a sua imagem com as nossas vitórias, tendo
sempre presente que nos cabe, igualmente, zelar pelo bem
do próximo. Foi o que nos ensinaram dentro destes portões
e foi isto que permitiu solidificar os laços de amizade que
hoje e amanhã perdurarão.
Quando, na Universidade Católica, me cruzo com alguns
amigos da primária recordo-me da estranha frase: “O Sagrado é a nossa segunda casa”. Mas agora compreendo inteiramente o seu significado.
A minha casa não é necessariamente um edifício. Estou
em casa quando estou com aqueles que partilham os meus
valores. Com estas pessoas estarei sempre em casa, mesmo
fora deste portão.
Mas esta passou a ser a minha primeira casa!
Obrigado a todos.
Eduardo Rodrigues, Ex- aluno
Mais vida
A vida de uma escola não se faz só de momentos felizes. Há também alturas em que vive a tristeza, perda
e a dor. Em pleno Verão fomos invadidos por esses
sentimentos com a notícia da partida para junto do
Pai da nossa professora, colega e amiga Maria Isabel
de Castro Loureiro Barreto Rosa. Nestas alturas as
palavras esgotam-se! Ousemos ficar com o olhar de
esperança. O olhar de quem acredita em mais vida,
numa vida em abundância!
A Olhares recebeu uma nota de agradecimento da
Família que a seguir transcrevemos.
Apresentamos os nossos agradecimentos a todos
aqueles que tiveram conhecimento desta triste notícia e nos acompanharam neste dias difíceis.
A professora Isabel Rosa sempre se dedicou de alma
e coração ao seu trabalho no Colégio e era com todo
o amor e carinho que procurava estar sempre atenta
aos seus alunos e colegas por quem nutria uma
grande amizade.
Que a passagem pelo Colégio e os seus ensinamentos tenham contribuído para melhorar a formação de
todos quantos privaram com ela.
Um bem-haja a todos.
A Família
Viagem de Finalistas
2009/10
Finlândia,
Estónia
e Suécia
Despedimo-nos dos nossos queridos
familiares no dia 13 de Setembro de 2009,
à entrada do Aeroporto de Lisboa, pelas
20h00, acabadinhos de jantar. Para alguns,
a viagem seria rica de conhecimento
cultural; para outros, cheia de festa; e para
outros, como eu, a viagem parecia uma
incógnita.
Não sei se será de mim, mas, quando me aventuro por um
caminho que não conheço, prefiro evitar estabelecer quaisquer expectativas, com medo de me desiludir. No entanto,
era fácil ver-se nas caras dos jovens que me acompanhavam
uma expressão de contentamento e excitação contagiantes. Pudera, se era a primeira vez que íamos todos juntos de
avião para outro país! O voo era nocturno, mas eu já sabia
que mais de metade do 12º ano não ia pregar olho durante
as quatro horas e pouco no avião. 12º ano, que prestígio!
Era óbvio que o primeiro dia no estrangeiro não ia ser
fácil; passear por Helsínquia ressacando de uma noite em
claro não foi pêra doce.
Pouco depois das 06h00 do dia 14 de Setembro estávamos já no autocarro turístico, com uma simpática guia que
falava espanhol. O choque foi quando saímos do autocarro,
o frio que fazia! Em Lisboa ainda era Verão, aqui parecia já
Inverno.
A princípio, houve quem se opusesse ao limite que os
professores impuseram com as horas: entre as 23h e as
23h30, tínhamos de estar no hotel. Na verdade, por volta
das 22h as cidades já tinham perdido toda a sua vitalidade;
pareciam Lisboa às 3 da madrugada. Uma conclusão que
pudémos tirar do povo nórdico é que este é muito sóbrio no
que toca a relações interpessoais.
Tallinn é uma cidade magnífica. Passeámos apenas dentro das muralhas, ou seja, na parte antiga da cidade, e acheia fascinante. Muito limpa e organizada, bem conservada e
bonita, fazia-me lembrar as cidades de contos de natal, com
um toque muito medieval e misterioso.
A primeira manhã começou de forma caricata: o despertador automático dos quartos era um som estridente e ensurdecedor, que se assemelhava a um alarme de incêndio.
As minhas companheiras de quarto e eu acordámos em sobressalto, prontas para fugir do quarto de pijama!
Pudemos visitar o que bem nos apeteceu (como o museu
da tortura, o “antiquário” com preços apelativos, o museu do
design, a torre, o restaurante de comida medieval e a farmácia mais antiga da Europa). A única condição era andarmos
em grupo. Só tivemos uma visita guiada, que foi no primeiro
dia de manhã, e nada teve de aborrecido. O senhor que nos
guiou contou-nos um pouco da história e da religião ortodoxa daquela cidade, bem como lendas diabólicas, mitos e
histórias desse género. Foi interessante.
À hora de almoço do segundo dia encaminhámo-nos
para o porto da cidade, todos empolgados com o facto de
passarmos o final do dia e a noite seguinte num cruzeiro.
E não podia ter sido mais memorável. O karaoke fez as
delícias da pequenada, os professores também participaram. Gostaria de salientar o contributo do professor Paulo
Campino, que nos presenteou com uma bela cantoria do
“Cheira bem, cheira a Lisboa”.
Desde o cais até ao hotel, passeámos de autocarro pela
cidade, visitando o museu Vaza onde vimos um navio quase
intacto, naufragado no século XVII, e percorrendo as avenidas das várias ilhas que constituem a capital sueca. No dia
seguinte passámos a manhã no Skansen, um jardim zoológico com animais nórdicos. Vimos lobos, ursos, alces, corujas e o bisonte europeu. À tarde, visitámos o Palácio Real de
Estocolmo, e tivemos a honra de ver a cerimónia do render
da guarda do Palácio.
Gastronomicamente, não nos demos a grandes luxos, já
que os preços na Suécia deixam muito a desejar. Mesmo assim, fomentámos a convivência em grupo, tanto entre alunos, como também com professores.
Deixámos o hotel pelo meio dia, encaminhando-nos para
o aeroporto, já com uma sensação de nostalgia no peito. O
voo de regresso foi tranquilo e foi bom rever aqueles que já
nos iam deixando saudades, mas é verdade que sentimos
logo uma vontade miúda de voltar atrás no tempo e reviver
tudo outra vez.
Foi cansativo ver três cidades em sete dias, entre aviões,
autocarros e barcos, mas não trocávamos os momentos que
passámos por nada. E, até para os que duvidaram da escolha
do destino, o balanço foi positivo.
Catarina Maia, 12º D
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A nossa gente
Eco-Escola
Depois de, nesta
rúbrica, termos partido
à descoberta de gente
nossa (irmãs, alunos,
docentes, não docentes e
pais), regressamos a uma
professora, desta feita a
Coordenadora de Língua
Portuguesa, a Professora
Ana Cristina Soares.
Olhares – Neste ano, cujo tema é Pegadas de Esperança, qual o significado que esta palavra tem para si?
ACS - É claro que, por ser o tema do
ano, esta palavra está mais presente
nas nossas bocas e actividades, todavia
a esperança não é novidade. Para além
de um sentimento pessoal, trabalhar
com as IRSCM e colaborar com elas no
seu projecto educativo é viver em constante esperança. A perseverança e zelo,
característicos do carisma das irmãs,
são também, naturalmente, geradores
de Esperança.
Olhares – Como relaciona a palavra
Esperança com a sua missão diária
enquanto professora?
ACS – A missão diária de qualquer
professor exige uma atitude de contínua esperança no projecto que é o
seu aluno. Os professores do CSCM,
enquanto parceiros privilegiados das
famílias na educação dos seus educandos, procuram promovê-la nos alunos
e, por outro lado, vivem eles próprios
continuamente com o desejo de poder
contribuir para que os alunos sejam, a
curto prazo, projectos carregados de
esperança.
Olhares – Numa escola como o CSCM, que respira as ideias de Jean Gailhac,
como se pode ensinar à luz das mesmas?
ACS – O desafio é grande. O Padre Gailhac defendia a necessidade de ensinar
o que se pratica, assim o afirmou em
cartas às primeiras irmãs. Pois é claro
que os professores devem tentar ser o
reflexo desta proposta. Pessoalmente,
faço-o de forma mais consciente desde
o dia em que o CSCM se tornou parte
da minha vida. E procuro fazê-lo junto
dos meus alunos de duas formas: pelo
exemplo do ponto de vista humano e
relacional, procurando dar o melhor
exemplo de diálogo, humildade, responsabilidade e, por outro lado, no
âmbito das minhas competências num
domínio mais científico, procurando
exercer as minhas funções todos os
dias com mais rigor, profissionalismo e
competência.
Olhares – Ser professora é apenas a
sua profissão ou é também a sua vocação?
ACS – É, definitivamente, uma vocação. Tenho a certeza disso quando entro numa sala de aula e me sinto feliz.
Como qualquer pessoa, nem todos os
dias tenho o mesmo ânimo, mas entrar
na sala de aula faz de mim, quase sempre, uma pessoa melhor. Procuro «dar»
aos meus alunos, mas também deles
tenho, ao longo destes anos, recebido
muitos ensinamentos e algumas lições
de vida, pela coragem, determinação,
capacidade e vontade de mudança de
muitos. Os alunos são, realmente, uma
grande esperança para mim.
Olhares – Qual o momento da sua vida
em que descobriu essa vocação?
ACS – Descobri que queria ser professora quando tive a oportunidade de trabalhar como catequista na minha paróquia, quando ainda era muito jovem. Ai
senti que queria ajudar os outros a crescer e fazer disso a minha vida. A área
das humanidades era já nessa altura
uma tendência natural. Para além disso,
os livros e a literatura foram passando
a fazer parte da minha forma de estar
e olhar para o mundo. Depois, surgiu a
necessidade de fazer escolhas que, por
um lado respeitassem a minha vocação,
mas fossem também realistas perante
um mundo cheio de desafios. A noção
de que o mundo do emprego na área
das humanidades e do ensino era competitivo levou-me a optar por um curso
polivalente, fazendo por isso formação
em duas línguas. Seguindo a minha
vocação inicial, foi ainda na licenciatura
que escolhi o ramo de português, onde
me especializei.
Olhares – Recentemente apresentou
a sua tese de doutoramento. Poderia
falar-nos um pouco sobre a mesma e
da forma como esta se relaciona com
a sua prática docente?
ACS – Este trabalho foi um longo projecto de seis anos. Nasceu em primeiro
lugar do meu gosto pelo estudo e da
vocação de que acabámos de falar e,
por outro lado, da consciência de que
a formação contínua é uma mais-valia
para qualquer profissional. A minha
área de trabalho é, dentro da Linguística, a Análise do Discurso. De uma
forma breve, trata-se de uma área de
estudos que procura entender as formas de comunicação em contexto.
Há investigadores deste domínio que
trabalham na análise do discurso político, feminino, publicitário, militar, entre
outras áreas possíveis. Eu comecei por
trabalhar, no âmbito do mestrado, no
domínio do discurso literário, mas neste
projecto procurei articular o meu saber
profissional com o de investigadora, estudando por isso o discurso da sala de
aula e a forma como os testes, manuais
e programas dão origem a um modelo
discursivo (matriz discursiva, como lhe
chamei) que condiciona as práticas dos
alunos.
Olhares – Qual é a Pegada mais importante que um professor do CSCM
pode deixar aos seus alunos?
ACS – Enquanto aluna, os professores
que me marcaram, deixando a sua pegada, foram aqueles que me falaram
das suas áreas científicas com rigor,
mas que souberam também falar-me
do mundo e falar-me ao coração. Acho
que é também isto que procuro. Por outro lado, é difícil responder a esta pergunta, pois creio ainda que diferentes
alunos podem precisar de “pegadas” de
tipo distinto. Mas se tiver, então, de generalizar, talvez a maior pegada que um
professor do CSCM pode deixar a um
aluno seja a do gosto pelo estudo e a
consciência da sua responsabilidade no
mundo como cidadão e como cristão.
Entrevista conduzida por
Catarina Carrilho
Neste ano, cujo tema é «Pegadas de
Esperança», acolhemos o desejo de que o
espaço do nosso Colégio seja ainda melhor...
Tendo em vista esta perspectiva, este ano o nosso Colégio
está a candidatar-se ao Projecto Eco-Escolas, cujo reconhecimento será feito com a atribuição de uma Bandeira
Verde.
Este Projecto segue uma metodologia inspirada na Agenda 21, que de forma simplificada se enuncia em 7 passos
1- Conselho Eco-escolas;
2- Auditoria ambiental;
3- Plano de acção;
4- Monitorização/avaliação;
5- Trabalho curricular;
6- Divulgação à comunidade;
7- Eco-código.
O alcançar deste prémio constituirá uma
certificação de que o nosso Projecto Educativo contempla Actividades Pedagógicas promotoras do respeito pelo Ambiente, no âmbito dos temasbase (água, resíduos e energia) e tema do ano (alterações
climáticas).
«Garantir a Sustentabilidade Ambiental», está previsto no sétimo Objectivo de Desenvolvimento do Milénio
(ODM 7), do United Nations Development Programme, que
visa sensibiliza-nos para o que queremos para o futuro do
nosso planeta.
«Os dois principais desafios à justiça global, as alterações
climáticas e a pobreza, estão interligados.»
«O objectivo 7 está focado no ambiente e nas alterações
climáticas, mas parte é de um compromisso mais amplo para
o desenvolvimento sustentável.»
Neste âmbito todo o mundo deverá estar concentrado
em mudar a sua atitude perante o nosso planeta, com vista a
minimizar o seu impacto na Natureza. Faremos um caminho
com muita esperança de termos um Ambiente Melhor!
No âmbito do projecto Eco-Escolas serão promovidas
diferentes iniciativas dirigidas aos alunos e à comunidade
educativa, como forma de sensibilização e de modo a desencadear uma mudança de comportamento em relação ao
ambiente.
No nosso Colégio já se desenrolaram algumas iniciativas
com este intuito, como por exemplo a colocação de ecopontos nos espaços exteriores e interiores, realização de uma
exposição subordinada ao tema «Ambientes e biodiversidade», formação de pessoal não docente, Eco-Paper e outras.
Ao longo do ano decorrerão outras iniciativas, para as
quais contamos com a colaboração e iniciativa de todos:
alunos, pais, funcionários e outras entidades externas ao
Colégio.
Pegadas de Esperança é o que gostaríamos de deixar
para melhor proteger o nosso planeta.
Elisabete Santos e Luísa Alves, profs.
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Culturalmente...
Clube On
plena integração na competitiva e exigente sociedade de
informação e comunicação.
O quotidiano escolar dos nossos alunos envolve-os em experiências de aprendizagem cada vez mais completas, pelo
que, em interacção pedagógica, desenvolvem uma diversidade de competências. Serão todas estas competências que
os preparam e capacitam para uma vida activa e, desejavelmente, criativa. A par da aquisição de conhecimentos, a sociedade exige também eficácia, execução, comunicação!..
A consciência destas necessidades e das solicitações da
sociedade contemporânea, global e tecnológica, fez surgir
este ano (no âmbito das actividades extra-curriculares) uma
proposta arrojada de formação na área da comunicação e
multimédia: o Clube ON! Constituído por professores do
nosso colégio, de várias áreas disciplinares, edifica-se este
projecto que tem como finalidades a articulação, o uso e
o desenvolvimento de competências da área da comunicação, tais como a oralidade, a escrita, a criatividade, a postura
e a imagem, a literacia e interacção social... E ainda, componentes mais técnicas como o uso da voz, dos materiais
audio e video, da construção de conteúdos multimédia.
Eu Estou ON...
Eu Estive Lá...
O Clube ON inaugurou e tornou-se inevitável o lançamento
no seu site oficial: www.on.cscm-lx.pt! Nada melhor para o
efeito do que o dia de aniversário do Colégio, no passado
dia 15 de Outubro. Com uma grande apresentação no átrio
do Colégio, foi montado um estúdio de televisão onde durante todo o dia os participantes experimentaram e desempenharam variadas funções, animando o ambiente e todo
o espaço CSCM. O site tem vindo a ser enriquecido pelos
alunos do clube, são eles os responsáveis pela gestão de
cada rubrica, dando prova dos seus trabalhos em várias valências.
Começaram também a trabalhar no estúdio de emissão
de rádio e no laboratório de informática, criando e emitindo
os seus programas de rádio, nos intervalos e também online, através da Rádio NO AR.
Assim sendo, os participantes do clube ON já estão nas
diversas actividades do colégio como animadores ou como
repórteres, fazendo a cobertura áudio e vídeo dos eventos
e criando conteúdos que são publicados nos diferentes
meios de comunicação oficiais do colégio: revista Olhares,
site do Colégio, rádio NO AR, TV ON ou no já referido site
do Clube.
Têm também vindo a aprender a usar o computador
como ferramenta de tratamento de imagem, vídeo e som,
promovendo-se desta maneira a formação dos “on’s” em
programas como o Audacity, o Gimp ou o MovieMaker. Desenvolvem competências essenciais, tão úteis para o seu
quotidiano de aluno, como para um futuro de sucesso, de
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Ciente da importância do envolvimento de toda a Comunidade Educativa no projecto, o Clube On irá ainda promover,
ao longo do ano, um conjunto de actividades lúdicas como
a Maratona Fotográfica Pais e Filhos, Exposição de Trabalhos, Conferências na Área da Comunicação, e a Projecção
de Concertos Musicais em DVD. Aberta a toda a comunidade educativa. Fique atento e acompanhe tudo no nosso
site - Eles estão por aí e vão ter muito que contar!
Não nos fechando neste mundo que é o Colégio, pretende-se ainda dar a conhecer a realidade dos média em
Portugal através da visita a uma estação de televisão, a uma
emissora de rádio e a uma produtora profissional.
Convidamos desde já toda a comunidade escolar a participar, sugerir, intervir de forma activa nas nossas actividades, pois, juntos e de forma cooperativa, pretendemos
contribuir para que o nosso colégio se torne num espaço
educativo ainda mais activo e inovador, proporcionando
animação multimédia, dando a conhecer novos meios e
formas de comunicação.
Nuno Cocharro, prof.
Resultados do
12º ano e Ranking
do Ensino
Secundário
Mais uma vez, e à semelhança de anos
anteriores, os resultados obtidos pelos
alunos nos exames realizados no ensino
secundário mereceram da parte da
comunicação social um tratamento especial.
Vários órgãos de comunicação social
efectuaram os seus “rankings”, cada um
de seu modo e a partir de critérios de
elaboração diferenciados.
Os vários órgãos colocam o Colégio do Sagrado Coração
de Maria sempre nos 10 primeiros: assim a SIC/Expresso
colocam-nos em 6º lugar com uma média global de 13,97; o
Diário de Notícias coloca-nos em 7º Lugar com uma média
global de 13,93 e o Público, com uma média global de 14,2,
coloca-nos em 5º Lugar ( considerando só as escolas com
mais de 50 provas ), ou em 9º lugar, considerando todas as
escolas.
No Público, numa análise mais detalhada, podemos constatar o bom desempenho dos nossos alunos. Assim, nas várias disciplinas obtivemos os seguintes lugares no ranking
nacional:
Disciplina Geografia
Física e Química A
História A
Matemática A
Matemática A. C. Sociais
Português
Biologia e Geologia
Economia A
2009
1º
4º
6º
6º
7º
11º
22º
30º
2008
106º
7º
29º
18º
12º
190º
2º
10º
Felicitamos os nossos alunos, os seus encarregados de educação, os nossos professores e todos os colaboradores do
Colégio, pelos resultados alcançados que são um estímulo
para continuar a trabalhar para o ano e fazer sempre melhor. Felicitamos também as Irmãs do Sagrado Coração de
Maria pelo seu empenho, entusiasmo e dedicação à missão
da educação, para que todos tenham vida.
Mas sempre afirmámos que o nosso grande ranking é o
acesso ao ensino superior, pelo que é, com alegria, que verificamos que 98% dos nossos alunos concluiu o 12º ano. 99%
dos alunos que concluíram foi colocado nos seguintes cursos do Ensino Superior:
Curso
ENGENHARIA
ECONOMIA
MEDICINA
GESTÃO
DIREITO
FARMÁCIA
PSICOLOGIA
GESTÃO da INFORMAÇÃO
COMUNICAÇÃO SOCIAL
ARQUITECTURA
REL. INTERNACIONAIS
ARQ. PAISAGISTA
TEC. INF. COMUNICAÇÃO
FISIOTERAPIA
SIST. T. INFORMAÇÃO
BIOQUIMÍCA
MATEMÁTICA
SERVIÇO SOCIAL
HISTÓRIA
CIÊNCIA POLITICA
GESTÃO HOTELEIRA
SOCIOLOGIA
REABILITACÃO I. SOCIAL
ENFERMAGEM
VETERINÁRIA
TERAPIA OCUPACIONAL
FINANÇAS
MEDICINA DENTÁRIA Aluno
19 alunos
8 alunos
9 alunos
11 alunos
9 alunos
5 alunos
3 alunos
3 alunos
2 alunos
2 alunos
2 alunos
2alunos
1 aluno
1aluno
1aluno
1aluno
1aluno
1aluno
1aluno
1aluno
1aluno
1aluno
1aluno
1aluno
1aluno
1aluno
1aluno
1aluno
Olhares
Número 22 | Ano 8 | Propriedade: Colégio do Sagrado
Coração de Maria de Lisboa | Av. Manuel da Maia, nº 2,
1000 – 201 Lisboa | Tel. 21 8477575 | Fax. 21 8476435 | Direcção:
Margarida Marrucho Mota Amador | Coordenação: Catarina Carrilho e Luís Pedro de Sousa | Redacção: ANA RITA
GONÇALVES, Catarina MAIA, Marta Baptista, Mateus Leite de
Campos. | Apoio Gráfico: Fernando Coelho | Impressão: CLIO,
Artes gráficas | Tiragem: 1330 exemplares | Distribuição:
Gratuita à comunidade educativa
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PAV – Profissionais de Áudio e Vídeo
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até à sua implementação, em superfícies
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Televisão – CCTV, Recepção e Distribuição
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Resultados do 12º ano Embaixadora da Boa Vontade no Colégio