PLANO EXECUTIVO AMBIENTAL Obras de Adequação de Capacidade da Rodovia BR-101 NE Trecho Sul AL/SE/BA (São Miguel dos Campos/AL ao Entroncamento com a Rodovia BR-324/BA) Janeiro/2010 1 IVIG / CETS Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais Centro de Energia e Tecnologias Sustentáveis Prédio anexo ao Centro de Tecnologia Rua Pedro Calmon, S/Nº Cidade Universitária - Ilha do Fundão Rio de Janeiro - RJ - CEP: 21945-970 Tel.: 55-21 2562-0212 Tel./Fax: 55-21 2562-8258 Tel.: 55-21 2562-8259 2 SUMÁRIO Apresentação .................................................................................................................. 16 1 - IDENTIFICAÇÃO ................................................................................................... 17 1.1 - EMPREENDEDOR ......................................................................................... 17 1.2 - RESPONSÁVEIS PELO PLANO EXECUTIVO AMBEINTAL ......................... 17 1.3 - ÓRGÃO LICENCIADOR ................................................................................. 17 1.4 - Equipe técnica ................................................................................................ 18 2 - OBJETIVO DO PLANO EXECUTIVO AMBIENTAL ............................................. 20 3 - LOCALIZAÇÃO ..................................................................................................... 23 4 - DETALHAMENTO DO PLANO EXECUTIVO AMBIENTAL ................................. 26 4.1 - Programa Ambiental de Gerenciamento de Risco e Plano de Ação de Emergência ................................................................................................................... 27 4.2 - Programa de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD ........................... 67 4.3 - Programa de Gestão Ambiental.................................................................... 118 4.4 - Programa de Comunicação Social ............................................................... 143 4.5 - Programa Ambiental para a Construção....................................................... 156 4.5.1 - Sub-Programa de Monitoramento e Controle de Processos Erosivos ...... 166 4.5.2 - Sub-Programa de Gestão de Resíduos e Efluentes - SPGREL................ 176 4.5.3 - Sub-Programa de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil ....... 187 4.6 - Programa de Indenização de Terras e Benfeitorias...................................... 211 4.7 - Programa Ambiental de Supressão dA Vegetação ...................................... 232 4.8 - Programa de Monitoramento da Água Superficial ........................................ 254 4.9 - Programa de Monitoramento e Controle de Ruídos ..................................... 271 4.10 - Programa Ambiental de Identificação e Salvamento dos Bens Arqueológicos 290 4.11 - Programa de Educação Ambiental ............................................................... 291 3 4.12 - Programa de Passagem de Fauna ............................................................... 310 4.13 - Programa Levantamento, Mitigação e Monitoramento dos Atropelamentos da Fauna 323 4.14 - Programa de Monitoramento da Fauna ........................................................ 342 4.15 - Programa Ambiental de Apoio às Unidades de Conservação ...................... 363 4.16 - Programa para as Terras Indígenas Kariri Xocó e Karapotô ........................ 371 4.17 - Programa de Recuperação de APPs............................................................ 391 4.18 - Programa Monitoramento da Qualidade do Ar ............................................. 410 4.19 - Programa Ambiental de Prevenção às Queimadas ...................................... 430 4.20 - Programa Ambiental de Resgate da Flora.................................................... 441 4.21 - Programa Ambiental para Consultas Públicas em Travessias Urbanas....... 453 4.22 - Programa de Recomposição da Vegetação em Áreas Degradadas e Plantios Paisagísticos ............................................................................................................... 458 4.23 - Programa Ambiental de Segurança e Conforto para as Populações Lindeiras 477 4.24 - Programa Ambiental de Mitigação dos Impactos à Flora e à Fauna ............ 491 4.24.1 - Sub-Programa de Afugentamento, Resgate Brando de Fauna ................ 491 4.24.2 - Sub-Programa de Mitigação dos Impactos à Flora ................................... 502 ANEXO – Programa de Identificação e Salvamento Arqueológico .......................... 513 4 ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1- Principais produtos perigosos que trafegam pela BR-101 no trecho em estudo .......................................................................................................................................... 34 Tabela 2 - Classificação das áreas de ocorrência de acidentes segundo nível de sensibilidade ..................................................................................................................... 35 Tabela 3 - Delimitação de áreas sensíveis conforme aspectos sociais (especialmente danos à saúde humana) a partir de acidentes com produtos perigosos .......................... 35 Tabela 4 - Delimitação de áreas sensíveis conforme aspectos ambientais com ou sem danos sociais associados ................................................................................................. 36 Tabela 5 - Categorias de severidade dos danos que podem ocorrer devido a acidentes com produtos perigosos.................................................................................................... 42 Tabela 6 - Categorias de frequência de ocorrências acidentais com produtos perigosos 43 Tabela 7 - Determinação das frequências de ocorrência de acidentes ............................ 43 Tabela 8 - Possíveis acidentes relacionados à operação da via após a pavimentação, exemplificando classes de produtos perigosos envolvidos, áreas críticas e probabilidades de ocorrência .................................................................................................................... 44 Tabela 9 - Classificação dos acidentes segundo seu nível de gravidade. ....................... 44 Tabela 10 - Classificação dos danos e respectiva caracterização ................................... 45 Tabela 11 - Classificação dos riscos em função dos produtos probabilidades x danos ... 45 Tabela 12 - Modelo de sinalização específica para produtos perigosos. ......................... 47 Tabela 13 - Atividades a serem executadas no Programa Ambiental de Gerenciamento de Riscos e Plano de Ação de Emergência...................................................................... 58 Tabela 14 - Recursos humanos necessários durante o período de obras. ...................... 60 Tabela 15 - Previsão de recursos necessários para a execução do PAGR ..................... 61 Tabela 16- Cronograma do Programa Ambiental de Gerenciamento de Riscos e Plano de Ação de Emergência......................................................................................................... 63 5 Tabela 17- Instituições envolvidas no Programa Ambiental de Gerenciamento de Riscos e Plano de Ação de Emergência ...................................................................................... 64 Tabela 18- Listagem dos passivos ambientais existentes no trecho. ............................... 69 Tabela 19 - Principais áreas a sofrerem corte e aterro ao longo do trecho. ................... 113 Tabela 20 - Atividades a serem executadas no PRAD. .................................................. 114 Tabela 21- Instituições envolvidas no Programa Ambiental de Recuperação de Áreas Degradadas .................................................................................................................... 117 Tabela 22– Modelo de planilha de gestão ambiental a ser implantada.......................... 130 Tabela 23 - Atividades a serem executadas no Programa de Recuperação de Áreas Degradadas. ................................................................................................................... 132 Tabela 24 - Profissionais necessários para a execução do PGA. .................................. 134 Tabela 25 - Previsão de valores para a execução do PGA com prazo de 42 meses..... 136 Tabela 26 - Cronograma do Programa de Gestão Ambiental ........................................ 138 Tabela 27 - Instituições envolvidas no PGA ................................................................... 140 Tabela 28 - Atividades a serem executadas no Programa de Comunicação Social. ..... 149 Tabela 29 - Recursos necessários para a implantação do Programa de Comunicação Social .............................................................................................................................. 151 Tabela 30 - Cronograma do Programa de Comunicação Social .................................... 153 Tabela 31 - Instituições envolvidas no Programa de Comunicação Social. ................... 154 Tabela 32 - Atividades a serem executadas no PAC ..................................................... 162 Tabela 33 - Instituições envolvidas no PAC. .................................................................. 165 Tabela 34- Principais áreas a sofrerem corte e aterro ao longo do trecho ..................... 168 Tabela 35- Atividades a serem executadas no Sub-Programa de Monitoramento e Controle de Processos Erosivos..................................................................................... 172 Tabela 36- Cronograma do Sub-Programa de Monitoramento e Controle de Processos Erosivos .......................................................................................................................... 174 Tabela 37- Instituições envolvidas no Sub-Programa de Monitoramento e Controle de Processos Erosivos ........................................................................................................ 175 6 Tabela 38 - Atividades a serem executadas no SPGREL .............................................. 183 Tabela 39 - Cronograma do Sub-Programa de Gestão de Resíduos Sólidos e Efluentes ........................................................................................................................................ 185 Tabela 40 - Instituições envolvidas no Sub-Programa de Gestão de Resíduos Sólidos e Efluentes ......................................................................................................................... 186 Tabela 41 - Principais resíduos gerados na construção civil (modificado de Cunha Jr, 2005)............................................................................................................................... 191 Tabela 42 - Acondicionamento inicial proposto por tipo de resíduo gerado (Pinto, 2005) ........................................................................................................................................ 194 Tabela 43 - Caracterização e destinação de resíduos em geral .................................... 195 Tabela 44 - Tipos de áreas pra coleta de resíduos da construção civil .......................... 196 Tabela 45 – Cuidados e procedimentos que facilitam a reutilização de resíduos da construção civil. .............................................................................................................. 197 Tabela 46 – Destinação de resíduos da construção civil passíveis de reutilização. ...... 198 Tabela 47 - Proposta de reutilização dos principais resíduos a serem gerados nas atividades de demolição e das sobras de construção .................................................... 199 Tabela 48 - Remoção adequada dos resíduos (Pinto, 2005) ......................................... 203 Tabela 49 - Proposta de ficha de controle de transporte de resíduos. ........................... 204 Tabela 50 - Modelo de ficha de monitoramento das atividades de triagem e acondicionamento temporário dos resíduos sólidos da construção civil ........................ 205 Tabela 51 - Modelo de ficha de monitoramento das atividades de transporte e destinação final dos resíduos sólidos da construção civil ................................................................. 205 Tabela 52 - Atividades a serem executadas no Sub-Programa ..................................... 206 Tabela 53 - Cronograma do Sub-Programa de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil.............................................................................................................. 208 Tabela 54 - Instituições envolvidas no Sub-Programa de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil.............................................................................................................. 209 Tabela 55 - Planilha de levantamento preliminar por domicílio ...................................... 216 7 Tabela 56 - Fichas para levantamento preliminar da região........................................... 217 Tabela 57 - Atividades a serem executadas no Programa de Indenização de Terras, Benfeitorias ..................................................................................................................... 224 Tabela 58 - Cronograma do Programa de Indenização e Benfeitorias .................... 228 Tabela 59 - Instituições envolvidas no Programa de Indenização de Terras, Benfeitorias ........................................................................................................................................ 229 Tabela 60 - Relação dos profissionais necessários à execução do Programa Indenização de Terras, Benfeitorias e Relocação da População........................................................ 230 Tabela 61 - Quadro de áreas detalhado por lote e estado. ............................................ 235 Tabela 62 - Quantitativos de exemplares a serem suprimidos por lote e estado ........... 235 Tabela 63 - Relação de espécies vegetais a serem utilizadas nos procedimentos de transplantes. ................................................................................................................... 239 Tabela 64 - Quantitativos de espécies ameaçadas ou endêmicas no Trecho 2............. 239 Tabela 65 - Atividades a serem executadas no Programa de Supressão de Vegetação. ........................................................................................................................................ 246 Tabela 66 - Previsão orçamentária para a execução dos serviços ambientais relativos ao PSV................................................................................................................................. 248 Tabela 67 - Cronograma do Programa de Supressão de Vegetação ....................... 250 Tabela 68 - Localização dos pontos amostrais para análise da qualidade das águas. .. 257 Tabela 69 - Parâmetros a serem analisados no âmbito do PMAS ................................. 260 Tabela 70 - Limites de alguns parâmetros para cada classe da Resolução do CONAMA nº 357/2005..................................................................................................................... 261 Tabela 71 - Parâmetros e pesos relativos para o cálculo do IQA................................... 263 Tabela 72 - Faixas de qualidade das águas para o IQA proposto pelo NSF.................. 263 Tabela 73 - Classes e usos de água doce conforme a Resolução 357/2005 do CONAMA ........................................................................................................................................ 264 Tabela 74 - Atividades a serem executadas no Programa de Monitoramento das Águas Superficiais ..................................................................................................................... 265 8 Tabela 75 - Previsão de recursos necessários para a execução do PMAS ................... 266 Tabela 76 - Cronograma do Programa de Monitoramento das Águas Superficiais........ 268 Tabela 77 - Instituições envolvidas no Programa Monitoramento das Águas Superficiais ........................................................................................................................................ 269 Tabela 78 - Níveis de perturbação (Murgel, 2007). ........................................................ 271 Tabela 79 - Reações do organismo devido à exposição a níveis de ruído. ................... 271 Tabela 80 - Localização dos pontos de medição de ruído ............................................. 273 Tabela 81 - Atividades a serem executadas no Programa de Recuperação de Áreas Degradadas. ................................................................................................................... 282 Tabela 82 - Nível de critério de avaliação para ambientes externos segundo a NBR 10151/00 (ABNT, 2000). ................................................................................................. 283 Tabela 83 - Previsão orçamentária para a execução do programa (fase de instalação). ........................................................................................................................................ 284 Tabela 84 - Previsão orçamentária para a execução do programa (fase de operação). 285 Tabela 85- Cronograma do Programa de Monitoramento e Controle de Ruídos ........... 287 Tabela 86 - Instituições envolvidas................................................................................. 288 Tabela 87 - Atividades a serem executadas no Programa de Educação Ambiental ...... 300 Tabela 88 - Recursos necessários para a implantação do Programa de Educação Ambiental ........................................................................................................................ 303 Tabela 89 - Cronograma do Programa de Educação Ambiental .............................. 305 Tabela 90 - Instituições envolvidas no Programa de Educação Ambiental .................... 307 Tabela 91 - Relação dos profissionais necessários à execução do Programa de Educação Ambiental ....................................................................................................... 308 Tabela 92 – Dimensões de passagens de fauna............................................................ 313 Tabela 93- Pontos identificados na BR-101/AL/SE/BA de interesse para futuras instalações de passagem de fauna. ............................................................................... 314 Tabela 94 – Ponto adicional para instalação de passagem de fauna ou adequação de bueiro conforme parecer técnico do IBAMA. .................................................................. 314 9 Tabela 95 - Atividades a serem executadas no Programa de Passagens de Fauna. .... 317 Tabela 96 - Custos previstos para a execução do programa. ........................................ 318 Tabela 97 - Cronograma do Programa de Passagens de Fauna .............................. 320 Tabela 98 - Instituições envolvidas no Programa de Passagens de Fauna. .................. 321 Tabela 99 - Listagem georeferenciada dos espécimes atropelados. * - o atropelamento ocorreu em rodovia vicinal de acesso a BR-101. Legenda: Ambientes de registro do atropelamento: CAN – canaviais; CAP – capoeiras; MAT – matas; PAS – pastagens; MAA - margem arborizada.............................................................................................. 327 Tabela 100 - Pontos propostos para efetuação de maior esforço amostral ................... 328 Tabela 101 - Atividades a serem executadas no Programa de Levantamento, Mitigação e Monitoramento dos Atropelamentos de Fauna............................................................... 334 Tabela 102 - Previsão de recursos necessários para a execução do programa ............ 336 Tabela 103- Cronograma do Programa Levantamento, Mitigação e Monitoramento dos Atropelamentos de Fauna............................................................................................... 339 Tabela 104 - Instituições envolvidas no Programa de Levantamento, Mitigação e Monitoramento dos Atropelamentos de Fauna............................................................... 340 Tabela 105 – Espécies de vertebrados ameaçados de extinção com registro para a ADA ou AII, citados no EIA/RIMA. LEGENDA: Métodos de amostragem: en= entrevista; ob = observação do pesquisador (fezes, pegadas, tocas ou avistamentos); sec = registro secundário.Categoria de ameaça (IBAMA 2003) ........................................................... 345 Tabela 106 – Fragmentos de mata selecionados para o monitoramento da fauna........ 353 Tabela 107 - Atividades a serem executadas no Programa de Monitoramento da Fauna ............................................................................................................................. 356 Tabela 108 - Previsão orçamentária para a execução do PAMF ................................... 358 Tabela 109 - Cronograma do Programa de Monitoramento da Fauna ..................... 360 Tabela 110 - Instituições envolvidas no Programa de Monitoramento da Fauna ........... 361 Tabela 111- Atividades a serem executadas no Programa Ambiental Apoio as Unidades de Conservação.............................................................................................................. 366 Tabela 112- Cronograma Ambiental de Apoio às Unidades de Conservação................ 368 10 Tabela 113 - Cronograma do Programa de Ambiental das Terras Indígenas Kariri-Xokó e Karapotó. ........................................................................................................................ 387 Tabela 114- Instituições envolvidas no Programa de Ambiental Indígena Kariri-Xocó e Karapotó ......................................................................................................................... 388 Tabela 115- Instituições envolvidas no Programa de Ambiental Indígena Wassu-Cocal ........................................................................................................................................ 389 Tabela 116 - Relação de espécies vegetais a serem utilizadas nos procedimentos de reflorestamento e plantio paisagístico. ........................................................................... 397 Tabela 117 - Cálculo de compensação vegetal por unidade de APP............................. 398 Tabela 118 - Atividades a serem executadas no Programa de Recuperação de APPs. 402 Tabela 119 - Recursos necessários para a implantação do Programa de Recuperação das APPs. ....................................................................................................................... 404 Tabela 120 - Cronograma do Programa de Recuperação das APPs ............................ 406 Tabela 121 - Instituições envolvidas no Programa de Educação Ambiental. ................. 407 Tabela 122 - Relação dos profissionais necessários à execução do Programa de Educação Ambiental. ...................................................................................................... 408 Tabela 123 - Atividades a serem executadas no Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar. ............................................................................................................. 422 Tabela 124 - Previsão de recursos necessários para a execução do PMAR .......... 425 Tabela 125 - Cronograma do Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar ........... 427 Tabela 126 - Instituições envolvidas no Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar. ........................................................................................................................................ 428 Tabela 127 - Relação dos profissionais necessários à execução do Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar. ............................................................................... 429 Tabela 128 - Atividades a serem executadas no PPQ ................................................... 434 Tabela 129 - Previsão de recursos necessários para a execução do programa ............ 436 Tabela 130 - Cronograma do Programa de Prevenção de Queimadas .................... 438 Tabela 131 - Instituições envolvidas no Programa de Prevenções de Queimadas........ 439 11 Tabela 132- Planilha orçamentária projetada para a execução do programa de resgate de flora ................................................................................................................................. 448 Tabela 133 - Cronograma do Programa de Resgate de Flora................................... 450 Tabela 134 - Principais áreas a sofrerem corte e aterro - pontos prioritários para plantio. ........................................................................................................................................ 461 Tabela 135 – Espécies propostas para plantio de recuperação em áreas degradadas. 464 Tabela 136 - Espécies propostas para plantio paisagístico............................................ 468 Tabela 137- Atividades a serem executadas no PRVDAP ............................................. 469 Tabela 138- Cronograma do Programa de Recomposição da Vegetação em Áreas degradadas e Plantios Paisagísticos .............................................................................. 474 Tabela 139 - Localização dos Aglomerados Populacionais ao longo da rodovia BR-101 Trecho Bahia - Sergipe - Alagoas................................................................................... 482 Tabela 140 - Atividades a serem executadas no Programa de Segurança e Conforto para as Populações Lindeiras................................................................................................. 485 Tabela 141- Cronograma do Programa Ambiental para Segurança e Conforto para as Populações Lindeiras...................................................................................................... 488 Tabela 142 - Atividades nas fases de pré-implantação e de obras para o resgate brando de fauna .......................................................................................................................... 495 Tabela 143 - Orçamento previsto para a execução do sub-programa ........................... 497 Tabela 144 - Cronograma do Subprograma de afugentamento e resgate brando de fauna ........................................................................................................................................ 499 Tabela 145 - Instituições envolvidas no Sub-Programa de afugentamento e resgate brando de fauna.............................................................................................................. 500 Tabela 146 - Equipe técnica responsável pela elaboração do Sub-programa ............... 501 Tabela 147 - Atividades a serem executadas no Subprograma de Mitigação de Impactos à Flora............................................................................................................................. 505 Tabela 148 - Orçamento previsto para a execução do sub-programa ........................... 506 Tabela 149 - Cronograma do Subprograma de mitigação de impacto à flora ................ 509 12 Tabela 150 - Instituições envolvidas no Subprograma de Mitigação de Impactos a Flora ........................................................................................................................................ 511 Tabela 151 - Equipe técnica responsável pela elaboração do subprograma ................. 511 13 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1- Diagrama linear do trecho ................................................................................. 24 Figura 2 - Mapa de localização do empreendimento........................................................ 25 Figura 3 - Localização de Terras Indígenas (classificadas como áreas extremamente sensíveis) e UCs próximas à rodovia ............................................................................... 38 Figura 4 - Áreas sensíveis ao longo da BR-101 em Alagoas ........................................... 39 Figura 5 - Áreas sensíveis ao longo da BR-101 em Sergipe ............................................ 40 Figura 6 - Áreas sensíveis ao longo da BR-101 na Bahia ................................................ 41 Figura 7 - Modelo de placa indicativa de velocidade máxima para veículos com produtos perigosos (à esquerda) e de placa com informativos dos fones para contato no caso de acidentes (à direita) .......................................................................................................... 47 Figura 8 - Modelo de placas alertando a presença de áreas ambientalmente sensíveis . 47 Figura 9 - Fluxograma de acionamento do PAE............................................................... 53 Figura 10 - Preparação do terreno.................................................................................. 109 Figura 11 - Espalhamento da camada fértil .................................................................... 110 Figura 12 - Fluxograma do Programa de Gestão Ambiental. ......................................... 128 Figura 13 - Metodologia para o corte da vegetação ....................................................... 244 Figura 14 - Exemplo da localização e codificação dos pontos amostrais no rio Cotinguiba, SE. Fonte da imagem: Google Earth .............................................................................. 259 Figura 15 - Exemplar de raposa (Cerdocyon thous) atropelado em trecho onde rodovia segmenta um fragmento de mata na Bahia. Coordenadas UTM 622941 / 8719963...... 328 Figura 16 – Pontos com fragmentos de mata a serem monitorados .............................. 355 Figura 17 - Categorias ecológicas das espécies florestais indicadas para plantios compensatórios............................................................................................................... 396 Figura 18 - Pontos de amostragem de qualidade do ar em Alagoas.............................. 414 Figura 19 - Pontos de amostragem de qualidade do ar em Sergipe .............................. 415 Figura 20 - Áreas sensíveis ao longo da BR-101 na Bahia ............................................ 416 14 Figura 21- Mapa de localização dos Aglomerados Populacionais ................................. 484 15 APRESENTAÇÃO Este documento é parte integrante do contrato No 518/2009 DOU Seção 3 no 225 em 25/11/2009 de prestação de serviços técnicos firmado entre Fundação COPPETEC e DNIT para obtenção da Licença de Instalação para as obras de ampliação da capacidade da rodovia BR-101/PE/AL/SE/BA, no trecho São Miguel dos Campos/AL (entroncamento da BR-101 com a AL-220) até Feira de Santana/BA (entroncamento da BR-324), com exceção dos segmentos km 0,0 ao km 10; km 38,0 ao km 45,0; km 90,0 ao km 110,5. O Plano Executivo Ambiental, objeto deste documento, consiste na apresentação dos Programas Básicos Ambientais detalhados, atendendo as condicionantes do item 2.6 da Licença Prévia no 269/2008 de 24.04.2008. 16 1 - IDENTIFICAÇÃO 1.1 - EMPREENDEDOR Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes – DNIT CNPJ: 04.892.707/0001-00 CADASTRO TÉCNICO FEDERAL/IBAMA: 671360 Endereço: SAN Quadra 03, Lote A - Edifício Núcleo dos Transportes CEP: 70.040-902 Cidade: Brasília UF: DF TELEFONE: (61) 3315-4085 Fax (61) 3315-4083 1.2 - RESPONSÁVEIS PELO PLANO EXECUTIVO AMBEINTAL Coordenação de Projetos, Pesquisas e Estudos Tecnológicos - COPPETEC CNPJ Nº 72.060.999/0001-75 Cidade Universitária, Ilha do Fundão, Centro de Tecnologia, bl. H, sala 203, Rio de Janeiro-RJ. Contato IVIG: Marcos Aurélio Vasconcelos de Freitas – Coordenador Executivo 1.3 - ÓRGÃO LICENCIADOR Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA SCEN Trecho 2 - Ed. Sede. Cx. Postal nº 09566 - CEP 70818-900 - Brasília-DF Tel. (61) 3316-1212 Diretoria de Licenciamento - DILIC Pedro Alberto Bignelli Diretor de Licenciamento Ambiental e-mail: [email protected] Guilherme de Almeida Diretor de Licenciamento Ambiental-Substituto 17 1.4 - EQUIPE TÉCNICA Plano Executivo Ambiental Coordenação Técnica Luís Alberto de Oliveira Santos Programa Responsáveis Programa Ambiental de Gerenciamento de Riscos e Plano de Ação de Emergência Windsor Miguel Sonaglia Torrico Programa de Recuperação de Áreas Degradadas Programa de Gestão Ambiental Programa de Comunicação Social Luís Alberto de Oliveira Santos Luís Alberto de Oliveira Santos Windsor Miguel Sonaglia Torrico Luís Alberto de Oliveira Santos Florencio Teodoro Rocha da Rosa Florencio Teodoro Rocha da Rosa Anderson de Souza Luís Alberto de Oliveira Santos Programa Ambiental para a Construção Florencio Teodoro Rocha da Rosa Windsor Miguel Sonaglia Torrico Programa de Indenização de Terras e Benfeitorias Anderson de Souza Florencio Teodoro Rocha da Rosa Ingo Hubel Programa de Supressão da Vegetação Luis Gustavo Serra Sergio Silveira Ribeiro Programa de Monitoramento da Água Superficial Programa de Monitoramento e Controle de Ruídos Programa Ambiental de Identificação e Salvamento de Bens Arqueológicos Programa de Educação Ambiental Luís Alberto de Oliveira Santos Luís Alberto de Oliveira Santos Windsor Miguel Sonaglia Torrico Marcos Antonio Gomes de Mattos de Albuquerque Florencio Teodoro Rocha da Rosa Anderson de Souza Ingo Hubel Programa de Passagens de Fauna Luis Gustavo Serra Fabiana Maraschin da Silva Adriano Scherer Ingo Hubel Programa de Levantamento, Mitigação e Monitoramento dos Atropelamentos da Fauna Luis Gustavo Serra Fabiana Maraschin da Silva Adriano Scherer Programa de Monitoramento da Fauna Programa Ambiental de Apoio às Unidades de Ingo Hubel Luis Gustavo Serra Ingo Hubel 18 Conservação Eduardo Correa Programa para as Terras Indígenas Kariri Xocó e Karapotó Fabiana dos Santos e Souza Fernando Frickmann Ingo Hubel Programa de Recuperação de APPs Luis Gustavo Serra Fabiana Maraschin da Silva Adriano Scherer Anderson de Souza Programa de Monitoramento de Qualidade do Ar Florencio Teodoro Rocha da Rosa Windsor Miguel Sonaglia Torrico Programa de Prevenção às Queimadas Windsor Miguel Sonaglia Torrico Ingo Hubel Programa Ambiental de Resgate da Flora Luis Gustavo Serra Sergio Silveira Ribeiro Programa Ambiental para Consultas Públicas em Travessias Urbanas Programa de Recomposição da Vegetação em Áreas Degradadas e Plantios Paisagísticos Programa de Segurança e Conforto para as Populações Lindeiras Anderson de Souza Florencio Teodoro Rocha da Rosa Ingo Hubel Luis Gustavo Serra Anderson de Souza Florencio Teodoro Rocha da Rosa Ingo Hubel Programa Ambiental de Mitigação dos Impactos à Flora e à Fauna Luis Gustavo Serra Sergio Silveira Ribeiro 19 2 - OBJETIVO DO PLANO EXECUTIVO AMBIENTAL Os programas foram elaborados tomando-se como base o EIA/RIMA elaborado pela OIKOS (2009), porém com caráter mais claramente executivo, mantendo-se, porém, as técnicas avaliadas como pertinentes (havendo transcrição ou mesmo pequena adequação ao longo dos textos) e readequando aquelas que demandam necessidade de maior detalhamento ou alteração de foco em virtude da análise do projeto de engenharia e de acordo com as condicionantes da licença ambiental. Em adição, foram consideradas as condições presentes no Parecer Técnico 232/2009COTRA/CGTMO/DILIC/IBAMA, conforme segue. Conclusão/Recomendação IBAMA Cumprimento no PBA detalhado Pontos adicionais de monitoramento da fauna atropelada também deverão ser previstos no PBA para os locais considerados sensíveis, como aqueles entre os km 43 3 44, lote 2, e na altura do km 127, lote 4. Os pontos adicionais cabíveis e adequados foram inseridos no item “metodologia” no Programa de Levantamento, Mitigação e Monitoramento dos Atropelamentos da Fauna de acordo com análise dos estudos ambientais anteriores e vistorias de campo Foram observados fragmentos de vegetação que podem servir como abrigo para espécies de fauna. O monitoramento de alguns destes fragmentos pode ser proposto adicionalmente àqueles pontos que já tenham sido contemplados no novo PBA a ser protocolado. A análise da conveniência dos pontos de monitoramento da fauna escolhidos também será feita após o novo PBA ser analisado. Sempre que cabível, foram inseridos novos pontos de monitoramento de fauna no item “metodologia” no Programa de Monitoramento da Fauna Programa de Gerenciamento de Riscos e Plano de Ação de Emergência se constitui basicamente de diretrizes para a formulação de um programa e não tem caráter executivo. É necessário maior detalhamento do programa. Foi dado detalhamento executivo nos itens “metodologia” “recursos necessários” e “cronograma físico-financeiro” A definição de metas e parâmetros de avaliação do desempenho ambiental citados no Plano de Gestão Ambiental devem ser apresentados a este IBAMA assim que definidos, desde que antes do início das obras. Além disso, deve ser incluído no programa os resultados esperados das reuniões do Comitê Ambiental e qual amplitude eles terão. O cronograma deve ser revisto, incluindo as atividades de monitoramento. O PGA foi readequado por completo, sendo reapresentado ao IBAMA para avaliação No Programa de Supressão da Vegetação, contemplando os transplantes de espécies imunes ao corte e ameaçadas de extinção, não foram apresentadas no programa as ações de transplante das espécies imunes ou ameaçadas de extinção ou o projeto de compensação pela supressão desses indivíduos As ações de transplante são apresentadas no item “metodologia” do Programa de Supressão da Vegetação 20 Conclusão/Recomendação IBAMA Cumprimento no PBA detalhado No Programa de Monitoramento da Qualidade da Água Superficial é necessário explicitar os pontos onde será realizado o monitoramento Os pontos são apresentados em tabela no item “metodologia” Deve estar claro como será utilizada a metodologia apresentada no Programa de Monitoramento e Controle de Ruídos que contempla a modelagem computacional citada nesse programa. Também deve ser apresentada a periodicidade e abrangência das entrevistas com a população potencialmente afetada pela rodovia. Complementações e detalhamentos apresentados nos itens “metodologia” e “cronograma físicofinanceiro” Em relação ao Programa de Passagens de Fauna, entre o km 44 e 45 (estacas 6250 a 6275) foi verificada a necessidade de instalação de passagem de fauna adicional ou adequação de bueiro previsto no projeto executivo. A passagem de fauna prevista para o km 99 (trecho Sergipe) deve ser acrescida de recuperação de parte da área onde esta será inserida. Em relação ao monitoramento das passagens de fauna, não verifica-se o caráter executivo do programa, faltando as metodologias que deverão ser adotadas e o próprio cronograma de execução. Neste sentido, adianta-se a necessidade de colocação de caixas de areia e armadilhas fotográficas para o registro, ou não, da utilização da passagem ou presença de fauna no local. Adicionalmente, sugere-se que este monitoramento seja realizado trimestralmente, uma vez que a periodicidade deste não consta no PBA ora analisado. As adequações cabíveis foram efetuadas nos itens “metodologia”, “recursos necessários” e “cronograma físico-financeiro”. No caso da ocorrência de solicitações não praticáveis no trecho, foi apresentada contra-argumentação técnica. O Programa de Monitoramento de Fauna deverá ser reelaborado incluindo, além da avifauna, os grupos mastofauna, herpetofauna e ictiofauna. Foi verificada a ausência de programas específicos para as espécies ameaçadas e endêmicas encontradas no local é algo também sentido. Em relação ao exposto, tal observação deve ser levada em conta na elaboração do novo documento, indicando sempre os locais de monitoramento, o cronograma e as diversas metodologias que se pretende executar durante os programas. O programa foi reestruturado, sendo as solicitações cabíveis apresentadas nos itens “metodologia” e “cronograma físico-financeiro”. No caso da ocorrência de solicitações não praticáveis no trecho, foi apresentada contra-argumentação técnica. O Programa de Recuperação das Áreas de Preservação Permanente em todas as drenagens naturais existentes ao longo do empreendimento deverá ser reapresentado de maneira mais executiva apresentando detalhadamente as ações a serem realizadas incluindo a listagem dos corpos hídricos a serem recuperados, a área a ser recuperada, quantidade de mudas, preparo do solo, tratos culturais (como roçada, capina e combate a formigas), a lista de espécies a serem plantadas para cada tipo fitofisionômico e a manutenção do plantio, que ao contrário do que foi proposto no programa deverá ser realizado por, no mínimo, três anos visando o sucesso do plantio O referido foi totalmente reestruturado, adequando-se às solicitações listadas e aos dados obtidos a partir de análise do Inventário Florestal O Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar O Programa foi reestruturado, adequando-se às 21 Conclusão/Recomendação IBAMA deve contemplar ações de monitoramento Cumprimento no PBA detalhado solicitações listadas. As mesmas se encontram apresentadas no item “metodologia”. Verificou-se que para todos os programas apresentados em nenhum foi apresentado o cronograma executivo. Esses cronogramas, específicos para cada programa, deverão ser apresentados ao IBAMA anteriormente à emissão da Licença de Instalação Sempre que cabível foi apresentado cronograma físico-financeiro individualizado por programa e referente, no mínimo, ao período de 24 meses (período de obras). Quando não cabível a apresentação do cronograma, foi efetuada argumentação técnica. Ressalta-se que mesmo os programas cujas condicionantes foram avaliadas como “atendidas” pelo IBAMA foram revistos e, por vezes, reestruturados de acordo com o projeto de engenharia, atribuindo a cada um o devido caráter executivo. 22 3 - LOCALIZAÇÃO O empreendimento em questão está na rodovia BR-101, localizando-se no centro do estado de Alagoas e estendendo-se até o entroncamento com a rodovia BR-324 na Bahia, totalizando 109,2 km de extensão em Alagoas, 151,2 km em Sergipe e 164,8 km na Bahia. O trecho inicia-se no município de São Miguel dos Campos (AL), no entroncamento com a rodovia estadual AL-220, desenvolvendo-se paralelamente à linha de costa e finalizando no entroncamento com a rodovia BR-324 na Bahia. Ao longo de seu trajeto, atravessa os limites territoriais dos municípios e localidades de Teotônio Vilela, São Sebastião, Porto Real do Colégio (AL), Propriá, São Francisco, Japaratuba, Carmópolis, Rosário do Catete, Maruim, Aracaju, Iporanga d’Ajuda, Estância (SE), Rio Real, Esplanada, Entre Rios, Alagoinhas, Teodoro Sampaio e Conceição do Juipe (BA). Cabe ressaltar que o trecho compreendido entre Estância (SE) e a divisa SE/BA não está incluso neste levantamento. A figura a seguir apresenta-se um diagrama linear do trecho, delimitando a divisão por lotes e a Figura 2 o mapa do empreendimento. 23 Figura 1- Diagrama linear do trecho 24 Figura 2 - Mapa de localização do empreendimento 25 4 - DETALHAMENTO DO PLANO EXECUTIVO AMBIENTAL Adequação e atualizar os Programas Ambientais previstos no PBA de acordo com as condicionantes da licença ambiental. Este detalhamento atende também as especificidades de cada lote de construção, incluindo metodologia e cronograma físico-financeiro. O Plano Executivo considera também a legislação estadual de cada unidade da federação em que estiverem inseridos os trechos rodoviários. Os Programas Ambientais detalhados considerando a elaboração do Plano Executivo Ambiental são os seguintes: • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Programa Ambiental de Gerenciamento de Riscos e Plano de Ação de Emergência; Programa de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD; Programa de Gestão Ambiental – PGA; Programa de Comunicação Social – PCS; Programa Ambiental para a Construção – PAC; Programa de Indenização de Terras e Benfeitorias; Programa de Supressão da Vegetação; Programa de Monitoramento da Água Superficial; Programa de Monitoramento e Controle de Ruídos; Programa Ambiental de Identificação e Salvamento de Bens Arqueológicos; Programa de Educação Ambiental; Programa de Passagens de Fauna; Programa de Levantamento, Mitigação e Monitoramento dos Atropelamentos da Fauna; Programa de Monitoramento da Fauna; Programa Ambiental de Apoio às Unidades de Conservação; Programa Para as Terras Indígenas Kariri Xocó e Karapotó; Programa de Recuperação de APPs; Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar; Programa de Prevenção às Queimadas; Programa Ambiental de Resgate da Flora; Programa Ambiental para Consultas Públicas em Travessias Urbanas; Programa de Recomposição da Vegetação em Áreas Degradadas e Plantios Paisagísticos; Programa de Segurança e Conforto para as Populações Lindeiras; Programa Ambiental de Mitigação dos Impactos à Flora e à Fauna. 26 4.1 - PROGRAMA AMBIENTAL DE GERENCIAMENTO DE RISCO E PLANO DE AÇÃO DE EMERGÊNCIA JUSTIFICATIVA O Programa Ambiental de Gerenciamento de Riscos (PAGR) abrange a análise dos riscos de acidentes envolvendo o transporte rodoviário de cargas perigosas e seu respectivo gerenciamento no segmento rodoviário da BR-101 no trecho entre São Miguel dos Campos (AL) e Feira de Santana (BA). Em conjunto com o PAGR é apresentado um Plano de Ação de Emergência (PAE) para o atendimento a eventuais acidentes ocorrentes com produtos perigosos na fase de operação do empreendimento, consistindo em Programa complementar ao PAGR. O PAGR e o PAE contemplam exigências definidas pelo IBAMA para o processo de licenciamento ambiental de duplicação do trecho rodoviário em estudo, sendo elaborado em concordância com o Guia de Procedimentos do Licenciamento Ambiental Federal, publicado pelo IBAMA em 2002, e com o Manual para Atividades Ambientais Rodoviárias, publicado pelo DNIT em 2006, bem como demais resoluções ambientais e normas técnicas vigentes no Brasil. O referido Manual apresenta, em seu item 5.1, a necessidade de apresentação de estudos de análise de risco a partir da Resolução CONAMA nº 001/1986. Este documento esclarece que o Programa de Gerenciamento de Riscos contempla, usualmente, os seguintes itens: • Informações de segurança do processo; • Procedimentos operacionais; • Capacitação de recursos humanos; • Investigação de acidentes; • Plano de Ação de Emergência (PAE); • Auditorias; • Relatórios; • Comunicação de risco, entre outras. Por sua vez, o Plano de Ação de Emergência é avaliado, no Manual, como parte integrante do processo de gerenciamento de riscos, sendo sua elaboração baseada nos 27 resultados obtidos nos estudos de análise e avaliação de riscos, devendo contemplar os seguintes aspectos: • Descrição das instalações envolvidas; • Cenários acidentais considerados; • Área de abrangência e limitações do plano; • Estrutura organizacional, contemplando as atribuições e responsabilidades dos envolvidos; • Fluxograma de acionamento; • Ações de resposta às situações emergenciais compatíveis com os cenários acidentais considerados, de acordo com os impactos esperados e avaliados no estudo de análise de riscos, considerando procedimentos de avaliação, controle emergencial (combate a incêndios, isolamento, evacuação, controle de vazamentos etc.) e ações de recuperação; • Recursos humanos e materiais; • Divulgação, implantação, integração com outras instituições e manutenção do plano; • Tipos e cronogramas de exercícios teóricos e práticos, de acordo com os diferentes cenários acidentais estimados; • Documentos anexos: plantas de localização da instalação e planta industrial, incluindo a vizinhança sob risco, listas de acionamento (internas e externas), lista de equipamentos, sistemas de comunicação e alternativos de energia elétrica, relatórios etc.. Em termos práticos, uma vez efetuada a duplicação da rodovia há tendência de aumento no tráfego de veículos e no volume de cargas transportadas o que, por sua vez, potencializa o risco de geração de acidentes com veículos que transportam produtos perigosos. Via de regra, tal cenário não é alarmante, uma vez que a ocorrência de acidentes ambientais e com riscos à vida humana em virtude de tal fenômeno não consiste em uma constante ao longo de rodovias. Entretanto, a probabilidade de ocorrência de acidentes é diretamente proporcional ao nível de gerenciamento de riscos adotado, sendo, ainda, a eficácia e aplicabilidade das ações de emergência executadas responsável pela magnitude dos impactos causados no caso da deflagração de um acidente. 28 Desta forma, o PAGR e o PAE justificam-se pela necessidade de apresentação de critérios, condições e obrigações referentes ao gerenciamento dos riscos e ações a serem tomadas em situações de contingência. O PAGR e o PAE, que são atuantes de forma complementar, permitem materializar os procedimentos cabíveis e necessários ao gerenciamento dos riscos de acidentes relativos ao transporte de produtos perigosos, definindo, ainda, ações que objetivam reduzir a intensidade de danos oriundos de tais acidentes. OBJETIVO O PAGR/PAE tem como objetivo principal evitar por completo a ocorrência de acidentes com cargas perigosas ao longo da rodovia da área de influência da rodovia BR-101 no trecho entre São Miguel dos Campos (AL) e Feira de Santana (BA). Além disso, o programa tem por objetivo preservar a integridade física das pessoas, do meio ambiente e das instalações, durante e após um acidente que possa vir a ocorrer quando da construção e operação da rodovia. Como objetivos específicos, têm-se: • Garantia do baixo o nível de situações emergenciais durante as fases de construção e operação; • Evitar e/ou minimizar os danos às comunidades do entorno e ao meio ambiente; • Orientação para manutenção da rodovia durante sua fase de operação, incluindo sinalização, para minimizar a ocorrência de acidentes, especialmente em locais ambientalmente sensíveis e em travessias urbanas. METAS As metas, relacionadas aos objetivos específicos, são: • Identificar os possíveis cenários acidentais que poderão provocar impactos negativos nos meios físico, social e/ou biótico durante a fase de construção e operação do empreendimento; • Estimar os riscos associados a cada cenário e definir procedimentos de controle e redução de acidentes; 29 • Atualizar periodicamente os dados e informações sobre os produtos perigosos transportados no trecho; • Definir procedimentos específicos para atendimento a emergências na fase de construção e operação da rodovia; • Minimizar, no caso da ocorrência de eventos acidentais, principalmente os que envolvem produtos perigosos, os impactos na via e na sua área de influência; • Efetuar campanhas educacionais para o trânsito, predominantemente focadas aos condutores de veículos de carga e passageiros e estabelecidas, principalmente, nas áreas com interferência com núcleos urbanos e regiões ambientalmente sensíveis. INDICADORES Os indicadores de andamento do programa e dos objetivos propostos compreendem: i. Cumprimento das atividades propostas; ii. Acompanhamento do cronograma previsto; iii. O número de situações de emergência e gravidade; iv. O número de ocorrência de acidentes envolvendo cargas perigosas; v. O acompanhamento do índice de acidentes com produtos perigosos (IA = N/Q, onde N = nº de acidentes com veículos transportando produtos perigosos e Q = quantidade de cargas transportadas ao longo da BR-101); vi. O tempo de resposta até o controle de situação de emergência; vii. A quantidade de vítimas (feridos), considerando população local e trabalhadores; viii. Ocorrência de áreas contaminadas. 30 PÚBLICO-ALVO O público-alvo deste programa engloba o DNIT (responsável pelas obras e pela manutenção da rodovia); os funcionários e contratados que têm responsabilidades relacionadas com as atividades de construção, operação e serviços de manutenção do empreendimento; a população que reside e trabalha na área de influência do empreendimento; e os usuários da rodovia, em especial os transportadores de produtos perigosos. METODOLOGIA E DESCRIÇÃO DO PROGRAMA O PAGR/PAE poderá ser readequado quando da contratação das empresas construtoras (visto que cada empresa possui métodos e técnicas peculiares de execução de seu trabalho), desde que as adequações: • Atendam aos requisitos mínimos estabelecidos neste programa; • Façam parte do Sistema de Gestão de Qualidade da Construtora, atendendo às normas dos grupos da ISO-9000, ISO-14000 e ISO-18000; • Estejam em concordância e obtenham anuência do DNIT e do IBAMA; • Sejam disponibilizadas ao público no canteiro de obras. Para o correto entendimento das propostas apresentadas neste PAGR/PAE, é fundamental que seja feita a conceituação dos principais termos utilizados. Para tal, foram consideradas as definições conforme o Manual para Implementação de Planos de Ação de Emergência para Atendimento a Sinistros Envolvendo o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos (DNIT, 2005), a saber: Acidente – é um acontecimento causal, fortuito, imprevisto, considerado evento indesejado que resulta em danos à saúde humana e ao meio ambiente, com prejuízos materiais e consequências. Incidente (ou evento acidental) – é um evento, um episódio, que ocorre ou pode ocorrer circunstancialmente, e que pode se desenvolver e tornar-se um acidente, com prejuízos e consequências indesejáveis ao homem e ao ambiente. 31 Risco – é a medida da probabilidade de ocorrência de danos à vida, resultante da combinação entre a frequência de ocorrência dos eventos e as sua magnitude de danos (consequências). Avaliação de riscos (perigos) – é um estudo visando a melhoria da segurança de sistemas, para organizar e analisar informação e conhecimento cientifico sobre atividades humanas com potencial de danos à saúde e ao meio ambiente. Também conhecido como análise de riscos ou de perigos, inclui aplicações de metodologias qualitativas e quantitativas de formulação, análise de exposição, caracterização de riscos e vulnerabilidades. Produto perigoso – é considerado produto perigoso todo aquele que tem o poder de causar danos ou que represente risco à saúde humana, ao meio ambiente ou para a segurança pública, e está relacionado para o transporte pela Organização das Nações Unidas (ONU), no Livro Laranja (Orange Book), de acordo com o artigo 1° do Capítulo I do Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos, listados na Resolução nº 420/2004 da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), nas quantidades consideradas perigosas. Carga perigosa – é a reunião formada por diversos produtos perigosos compatíveis, embalados ou a granel (artigo 7º, da Lei nº 94.066/1988, compatibilidade entre produtos), segregados por conteúdos externos (contêineres) ou compartimentados (compartimentos de carga); termo geralmente usado em transporte marítimo pelas normas internacionais (IMO) adotadas pelo Brasil, onde é comum uma mesma embarcação (navio-tanque) levar sempre mais de um produto perigoso (gasolina, óleo diesel, etc.), ou navio de carga (portando contêineres com diversos produtos). Gerenciamento dos riscos – práticas e aplicações sistemáticas de políticas e recursos para avaliação, controle e mitigação de riscos que possam afetar a segurança, o meio ambiente e a saúde humana. A seguir são descritas atividades, os métodos e diretrizes gerais serem empregados no Programa Ambiental de Gerenciamento de Riscos e Plano de Ação de Emergência. 32 Planejamento do gerenciamento dos riscos Esta atividade busca o estabelecimento de uma estrutura para dirigir os riscos potenciais da instalação, definindo os participantes na elaboração e implementação das etapas do PAGR, bem como os potenciais parceiros em casos de atendimento de emergências. Além disso, nesta atividade deverá ser revisado e consolidado o cronograma de execução das atividades do PAGR/PAE. Análise de riscos de acidentes com produtos perigosos A análise dos riscos tem por objetivo identificar situações perigosas, avaliar a severidade de eventuais impactos e fornecer os subsídios necessários para permitir a implementação de medidas mitigadoras para a redução e o controle dos riscos. Fazem parte da análise de riscos a identificação, análise e avaliação inicial dos riscos, apresentada a seguir, e a revisão periódica dos riscos. Assim, esta atividade se inicia antes do início das obras, seguindo com revisões periódicas ao longo do período de construção e também de operação do empreendimento. A avaliação preliminar ora apresentada abrangeu os seguintes procedimentos: i. Identificação dos tipos de cargas perigosas transportadas ao longo da via; ii. Delimitação dos pontos sensíveis/críticos; iii. Identificação dos riscos durante a operação da rodovia; iv. Estimativa de frequência e intensidade de acidentes com cargas perigosas. Identificação dos tipos de cargas perigosas transportadas ao longo da BR-101 De acordo com o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) elaborado para o licenciamento ambiental da duplicação da rodovia BR-101 ao longo do trecho em estudo, as possibilidades de contaminação oriundas de acidentes com veículos transportando cargas perigosas são direcionadas aos seguintes produtos: combustíveis, lubrificantes, agrotóxicos, fertilizantes e substâncias químicas em geral. É avaliada como excepcional a ocorrência de acidentes com cargas explosivas e radioativas. As tabelas a seguir listam os principais produtos perigosos passíveis de tráfego ao longo da rodovia, bem como aqueles a serem utilizados para as obras de pavimentação. 33 Tabela 1- Principais produtos perigosos que trafegam pela BR-101 no trecho em estudo Produto perigoso Classe de risco/n° ONU Formaldeído 3/1198 Ácido Sulfúrico 8/1830 Materiais líquidos inflamáveis 33/1203; 30/1202 Hidróxido de Sócio 8/1823; 8/1824 Líquidos Corrosivos N.E. 80/1760 Substâncias tóxicas 6.1/diversos Inflamável 30/1263 GLP 23/1075 Fonte: IPR/DNIT – Consulta em novembro de 2009 Principais produtos perigosos passíveis de uso nas obras Produto perigoso Materiais líquidos inflamáveis Materiais líquidos inflamáveis Outros materiais inflamáveis Destilados do Petróleo Classe de risco/n° ONU 3.3/12031202 Especificação Aplicação Gasolina/Óleo Diesel Automotivo 3.3/1223 Querosene Diversos 3.0/1263 Tintas e diluentes Pinturas Betume Asfáltico CAP - Cimento Asfáltico de Petróleo (Ex. CAP-20, CAP-70) ADP - Asfalto Diluído de Petróleo (Ex. CM-30, CR-250) Emulsão Asfáltica (Ex. RR-2C, RM1C) entre outros. 3.0/1268 Delimitação dos pontos sensíveis/críticos Com vistas a promover uma análise completa dos pontos de maior criticidade e sensibilidade social e ambiental foram definidos os cruzamentos com núcleos urbanos e as interferências com mananciais hídricos ao longo de todo o trecho. Os primeiros compreendem as áreas de maior risco social, com potencial impacto direto à saúde humana a partir do contato com os produtos lançados por intermédio do acidente. Os cursos hídricos, por sua vez, apresentam risco ambiental e social, correspondendo a danos nas comunidades aquáticas e nas águas (impactos ambientais) e aos usos das águas por parte da população da área de influência (impactos sociais relativos à impossibilidade de uso e à saúde em áreas de captação para consumo humano ou irrigação). 34 Os níveis de sensibilidade das diferentes áreas podem ser classificados conforme padronizado na Tabela 2. As principais interferências com núcleos urbanos ao longo de todo o trecho, apresentando a UF, o nome do núcleo urbano e o lado em relação à rodovia (deslocamento no sentido N-S) no qual a ocupação se desenvolve são listadas na Tabela 3. Já a Tabela 4 apresenta áreas sensíveis conforme aspectos ambientais. De forma geral, a maior parte do trecho situa-se em áreas pouco sensíveis, caracterizadas predominantemente pela presença de campos e terras utilizadas para uso agrícola. As principais áreas sensíveis ocorrentes são os núcleos urbanos e as interferências com cursos hídricos. Tabela 2 - Classificação das áreas de ocorrência de acidentes segundo nível de sensibilidade Nível de Sensibilidade Classificação 1,00 Extremamente sensível 0,70 Muito sensível 0,50 Sensível 0,20 Moderadamente sensível Parte de UC ou APP 0,00 Pouco sensível Ausência de residências, edificações em uso, corpos d’água para uso nobre e UCs em raio de 500 m Caracterização da Área Com mais de 10 pessoas residindo, trabalhando ou usufruindo de recursos naturais no local e contando com mais de três edificações em um raio de 200 m Com menos de 10 pessoas residindo, trabalhando ou usufruindo de recursos naturais no local e contando com uma a três edificações em um raio de 200 m Existência de corpo d’água destinado a uso nobre (abastecimento humano, pesca, lazer, dessedentação animal, reprodução de fauna etc.) em raio de 200 m Tabela 3 - Delimitação de áreas sensíveis conforme aspectos sociais (especialmente danos à saúde humana) a partir de acidentes com produtos perigosos UF Descrição da Área Sensível Lado de Ocorrência Classificação (Sensibilidade) LE, LD Extremamente sensível LD Pouco sensível AL Núcleo urbano de São Miguel dos Campos 1º Acesso à usina Sinimbu AL 2º Acesso à usina Sinimbu LD Pouco sensível AL Núcleo urbano de Luzianópolis LE, LD Extremamente sensível AL Núcleo urbano de Teotônio Vilela LD, LE Extremamente sensível AL Núcleo urbano de Olho d’Água LD, LE Extremamente sensível AL LD, LE Extremamente sensível LD, LE Extremamente sensível SE Núcleo urbano de Junqueiro Núcleo urbano de Porto Real do Colégio Núcleo urbano de Propriá LD, LE Extremamente sensível SE Núcleo urbano de Aracajú (áreas LD, LE Extremamente sensível AL AL 35 UF Descrição da Área Sensível Lado de Ocorrência Classificação (Sensibilidade) distantes) SE Núcleo urbano de Estância LD, LE Extremamente sensível SE Núcleo urbano de Umbaúba LD, LE Extremamente sensível SE Núcleo urbano de Cristinápolis LD, LE Extremamente sensível BA Núcleo urbano de Esplanada LD, LE Extremamente sensível BA Núcleo urbano de Entre Rios LD, LE Extremamente sensível BA Núcleo urbano de Alagoinhas LD, LE Extremamente sensível BA Entroncamento com BR-324 LD, LE Pouco sensível Tabela 4 - Delimitação de áreas sensíveis conforme aspectos ambientais com ou sem danos sociais associados UF Curso Hídrico Classificação (Sensibilidade) AL Rio São Miguel Sensível AL Rio Jequiá ou Ipoca Sensível AL Rio Coruripe Sensível AL Rio Piauí Sensível AL Rio Jurubeba ou Perucaba Sensível AL Rio Boa Cica Sensível AL Riacho do Camarão Sensível AL Rio Itiúba Sensível AL Rio São Francisco Sensível SE Afluente Rio Landim Sensível SE Rio Landim Sensível SE Afluente Japaratuba Mirim Sensível SE Japaratuba Mirim Sensível SE Rio Japaratuba Sensível SE Rio Lagartixo Sensível SE Rio Cafundó Sensível SE Rio Jenipapo Sensível SE Rio Riachão Sensível SE Rio Pati Sensível SE Rio Lagoa Grande Sensível SE Rio Siriri Sensível SE Rio Ganhomoroba Sensível SE Rio Sergipe Sensível 36 UF Curso Hídrico Classificação (Sensibilidade) SE Rio Cotinguiba Sensível SE Rio Poxim Mirim Sensível SE Rio Poxim Açu Sensível SE Rio Pitanga Sensível SE Riacho Pindoba Sensível SE Rio Vaza Barris 1 Sensível SE Rio Vaza Barris 2 Sensível SE Afluente do rio Tijupeba Sensível SE Rio Tijupeba Sensível SE Rio Tabocas Sensível SE Rio Fundo Sensível BA Rio Itamirim Sensível BA Rio Paiaiá Sensível BA Rio Real Sensível BA Rio Itapicuru Sensível BA Rio da Serra Sensível BA Rio Inhambupe Sensível BA Rio Subaúma Sensível BA Rio Sauípe Sensível BA Rio Catu Sensível BA Rio Vermelho Sensível BA Rio Ingazeira Sensível BA Rio Pojuca Sensível Como áreas adicionalmente sensíveis consideram-se os fragmentos de vegetação melhor preservados e as Terras Indígenas Kariri Xocó e Karapotó, ambas ocorrentes no estado de AL. Não há Unidades de Conservação (UC) ou mesmo Áreas de Proteção Ambiental (APA) interferentes com o traçado da rodovia, sendo as Terras Indígenas diretamente interferentes e as UCs mais próximas ilustradas na Figura 3 a seguir. De qualquer forma, os fragmentos de vegetação existentes são classificados como sensíveis à ocorrência de acidentes, enquanto as Terras Indígenas são classificadas como extremamente sensíveis. Os mapas da Figura 4 a Figura 6 ilustram, a cada estado interceptado pela rodovia, os locais com maior sensibilidade para a ocorrência de acidentes ambientais conforme as informações apresentadas. 37 Figura 3 - Localização de Terras Indígenas (classificadas como áreas extremamente sensíveis) e UCs próximas à rodovia 38 Figura 4 - Áreas sensíveis ao longo da BR-101 em Alagoas 39 Figura 5 - Áreas sensíveis ao longo da BR-101 em Sergipe 40 Figura 6 - Áreas sensíveis ao longo da BR-101 na Bahia 41 Identificação dos riscos durante a operação da rodovia A caracterização dos riscos durante a operação da rodovia provém da análise comparativa entre as condições ambientais e sociais do entorno e o tipo de acidente e de produtos perigosos transportados. A tabela a seguir apresenta as categorias de severidade dos danos provenientes de acidentes com produtos perigosos. Tabela 5 - Categorias de severidade dos danos que podem ocorrer devido a acidentes com produtos perigosos. Categoria Denominação I Desprezível II Marginal III Crítica IV Catastrófica Descrição Incidentes operacionais que podem causar indisposição ou mal estar ao pessoal e danos insignificantes ao meio ambiente e equipamentos (facilmente reparáveis e de baixo custo) Com potencial para causar ferimento ao pessoal, pequenos danos ao meio ambiente ou equipamentos/instrumentos. Com potencial para causar uma ou mais vitimas ou significativos dados ao meio ambiente ou às instalações existentes. Potencial de provocar lesões ou danos moderados na população externa ao empreendimento Com potencial para causar várias vitimas. Danos irreparáveis às instalações e ao meio ambiente. Danos e lesões graves na população externa ao empreendimento. Fonte: FEPAM (2001) Basicamente, acidentes de categorias I e II terão atendimento a partir do uso da estrutura municipal existente, viaturas de inspeção ou atendimento com auxílio da Polícia Militar, podendo esta, dependendo do caso, substituir a Polícia Rodoviária Federal. Os órgãos ambientais deverão ser informados em relação ao acidente. Em caso de ocorrências de categoria III o atendimento deverá ser dado da mesma forma que o anterior, porém com participação conjunta dos órgãos ambientais, Prefeituras Municipais e Defesa Civil. Em casos catastróficos, deverão ser utilizados todos os recursos disponíveis nas esferas municipal, estadual e federal, esta em especial, com coordenação dos trabalhos por parte da Defesa Civil Federal e IBAMA. Estimativa de frequência e intensidade de acidentes com cargas perigosas Com base em dados gerais pode ser avaliada a frequência de ocorrências de acidentes com produtos perigosos conforme apresentado na Tabela 6 a seguir. De acordo com os dados anteriores, poderá ser efetuada uma generalização para uma matriz de classificação de riscos. A Tabela 7, baseada em FEPAM (2001) permite definir as categorias de risco de forma integrada. 42 Tabela 6 - Categorias de frequência de ocorrências acidentais com produtos perigosos Categoria Denominação A Muito Improvável B Improvável C Ocasional D Provável E Frequente Descrição Cenários que dependam de falhas múltiplas de sistemas de proteção ou ruptura por falha mecânica de vasos de pressão. Conceitualmente possível, mas extremamente improvável de ocorrer durante a vida útil da rodovia. Falhas múltiplas no sistema (humanas e/ou equipamentos) ou ruptura de equipamentos. Não esperado de ocorrer durante a vida útil da rodovia. A ocorrência do cenário depende de uma única falha (humana ou equipamento) Esperada uma ocorrência durante a vida útil do sistema. Esperada uma ou mais ocorrências do cenário a cada ano de operação do sistema. Fonte: FEPAM (2001) Tabela 7 - Determinação das frequências de ocorrência de acidentes Severidade Frequência I II III IV E 3 4 5 5 D 2 3 4 5 C 1 2 3 4 B 1 1 2 3 A 1 1 1 2 Critério Utilizado para: Frequência Severidade Risco A = Muito Improvável I = Desprezível 1 = Desprezível B = Improvável II = Marginal 2 = Menor C = Ocasional III = Crítica 3 = Moderado D = Provável IV = Catastrófica 4 = Sério E = Frequente 5 = Crítico Fonte: FEPAM (2001) Probabilidades de ocorrência As probabilidades de ocorrência de acidentes com líquidos inflamáveis e substâncias tóxicas (os quais constituem em alguns dos principais produtos perigosos transportados ao longo da rodovia no trecho em estudo) podem ser visualizadas com base na Tabela 8. Com base nos dados dessa tabela, verifica-se que as colisões apresentam a maior probabilidade de ocorrência de acidentes, especialmente com transporte de substâncias tóxicas. 43 Estimativas de Danos A estimativa de danos deverá ser elaborada com base nas probabilidades de ocorrência de acidentes e seus níveis de gravidade, bem como os níveis de sensibilidade das áreas de ocorrência, padronizados de acordo com o ilustrado na Tabela 9 e na Tabela 10. Mensuração do risco de acidentes com produtos perigosos O risco de ocorrência de acidentes com produtos perigosos é diretamente proporcional à probabilidade da ocorrência de tal acidente e do dano causado a partir de sua ocorrência. Parte-se, então, para a análise do risco de acidentes conforme a equação de risco biológico apresentada a seguir: R=PXD Onde: R = Risco de acidentes com produtos perigosos; P = Probabilidade da ocorrência (vide Tabela 8); D = Dano causado (vide Tabela 10). Com base nesta equação, tem-se a definição dos graus de risco apresentados na Tabela 11. Tabela 8 - Possíveis acidentes relacionados à operação da via após a pavimentação, exemplificando classes de produtos perigosos envolvidos, áreas críticas e probabilidades de ocorrência Classes dos Produtos Perigosos Possíveis Acidentes Áreas Críticas Probabilidade de Ocorrência (%) Líquidos Inflamáveis (classe 3) Colisão Entroncamentos, acessos e núcleos urbanos 0,20 Tombamento Rotatórias e curvas 0,11 Colisão Entroncamentos, acessos e núcleos urbanos 0,35 Tombamento Rotatórias e curvas 0,15 Substâncias tóxicas (classe 6.1) Tabela 9 - Classificação dos acidentes segundo seu nível de gravidade. Gravidade do Acidente Classificação do Acidente 0,00 Pouco grave 0,30 Moderadamente grave 0,50 Grave 0,60 Muito grave Caracterização do Acidente Inexistência de ruptura ou vazamento na embalagem do produto ou o produto não oferece perigo imediato de explosão, combustão, intoxicação e/ou grave poluição do ambiente. Existência de ruptura ou vazamento na embalagem do produto, mas o produto não oferece perigo imediato de explosão, combustão, intoxicação e/ou grave poluição do ambiente. Existência de ruptura ou vazamento na embalagem do produto, sendo que o mesmo oferece perigo imediato de poluição do ambiente. Existência de ruptura ou vazamento na embalagem do produto, 44 Gravidade do Acidente Classificação do Acidente 0,80 Extremamente grave 1,00 Catástrofe Caracterização do Acidente sendo que o mesmo oferece perigo imediato de combustão e/ou explosão. Existência de ruptura ou vazamento na embalagem do produto e o mesmo já explodiu ou entrou em combustão ou intoxicou pessoas e animais silvestres, causando ferimentos graves. Existência de ruptura ou vazamento na embalagem do produto e o mesmo já ocasionou mortes humanas, mortandade de fauna e/ou ferimentos graves em humanos e animais silvestres. Tabela 10 - Classificação dos danos e respectiva caracterização Sensibilidade x Gravidade Classificação do Dano Caracterização do Dano < 0,06 0 Inexistente 0,06 a 0,16 1 Existente e pouco oneroso 0,17 a 0,42 2 Existente e oneroso 0,43 a 0,70 3 Existente e muito oneroso 0,71 a 1,00 4 Existente e extremamente oneroso Tabela 11 - Classificação dos riscos em função dos produtos probabilidades x danos Probabilidade x Dano Classe de Risco < 0,003 Baixo 0,003 a 0,005 Médio > 0,005 Alto Considerando-se a tipologia dos produtos perigosos transportados no trecho, verifica-se de forma preliminar que predominam aqueles de baixo risco (Grupos da Embalagem III), com restrita ocorrência de risco médio (especialmente corrosivos). Considera-se a colisão catastrófica de veículo transportando substâncias tóxicas de indústrias ou uso na agricultura local nas áreas extremamente sensíveis como o único produto referente à relação probabilidade x classe de dano passível de geração de risco médio de acidente. Planejamento da resposta aos riscos Esta atividade compreende a aplicação propriamente dita de medidas preventivas e corretivas. Estas medidas compreendem as ações propostas, de cunho educativo e estrutural, para minimizar os riscos de acidentes ao longo de todos os pontos avaliados como sensíveis e de médio risco, bem como em todas as áreas de apoio do empreendimento (canteiros de obras, jazidas e usinas de asfalto). Como medidas preventivas propostas são apresentadas as seguintes: • Instalação de sinalização visível em áreas sensíveis; 45 • Colocação de barreiras de proteção; • Baías de parada para veículos transportadores de produtos perigosos ao longo de toda a rodovia; • Locais de parada e pernoite exclusivo para veículos transportadores de produtos perigosos; • Fiscalização do tráfego de produtos perigosos a cada 100 km; • Postos de atendimento de emergência; • Implantação de sistemas de comunicação de emergência para o usuário; • Desenvolvimento de programas de educação ambiental; • Execução de medidas destinadas às áreas de apoio. Instalação de sinalização visível em áreas sensíveis É fundamental a instalação de sinalização específica para produtos perigosos ao longo dos trechos sensíveis e críticos da rodovia, considerando-se o Plano Geral de Sinalização do DNIT através de placas informativas, restritivas ou orientadoras. Em adição, deverão ser instalados sonorizadores, olhos de gato e outros sinalizadores reflexivos nos locais onde há maior probabilidade/risco de acidentes e naqueles onde as condições ambientais naturais sejam propícias para aumentar a potencialidade de sua ocorrência. Da mesma forma, a pintura relativa à divisão das faixas e do acostamento deverá ser mantida em boas condições. O projeto de sinalização, inserido no Projeto Executivo da rodovia, deverá estar de acordo com o Manual Brasileiro de Sinalização do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), compreendendo sinalização vertical e horizontal, determinando velocidade diretriz de 80 km/h e distância de visibilidade para sinalização em 250 m. O sistema geral de sinalização para os produtos perigosos pode ser explicitado na tabela a seguir. As figuras a seguir consistem em exemplos de placas passíveis de serem colocadas nas áreas sensíveis dependendo de sua tipologia. Em adição, é fundamental o atendimento ao Plano Geral de Sinalização do DNIT, com informações sobre a presença de pontes ao longo do trajeto (inclusive com denominação do curso hídrico e informações sobre seu vão total), da interferência com áreas urbanas e da interseção com rodovias de grande fluxo. Em áreas com urbanização próxima à faixa de domínio, é fundamental a colocação de lombadas e dispositivos gerais que 46 permitam a redução da velocidade de tráfego e, automaticamente, aumentem a segurança. Tabela 12 - Modelo de sinalização específica para produtos perigosos. Tipo de Aviso/Advertência Área da placa (m²) Área de Preservação Ambiental 1,00 Áreas de Manancial 1,00 Área de Elevada Sensibilidade Ambiental 1,00 Ponte de Alto Risco 1,00 Produtos Perigosos – Estacionamento a 1 km 1,00 Produtos Perigosos – Estacionamento a 500 m 1,00 Produtos Perigosos – Estacionamento a 100 m 1,00 Produtos Perigosos - Estacionamento 1,00 Área de Perigo Social e Ambiental – Ecossistemas Sensíveis 1,00 Figura 7 - Modelo de placa indicativa de velocidade máxima para veículos com produtos perigosos (à esquerda) e de placa com informativos dos fones para contato no caso de acidentes (à direita) Figura 8 - Modelo de placas alertando a presença de áreas ambientalmente sensíveis 47 Colocação de barreiras de proteção Ao longo das áreas sensíveis ou com maior risco de ocorrência de acidentes deverão ser colocadas barreiras de proteção nas laterais da rodovia, minimizando ou evitando, assim, os riscos de acidentes em áreas sensíveis ou de comunidades próximas à rodovia. Sugere-se que tais barreiras sejam colocadas nas proximidades dos cursos hídricos identificados como áreas sensíveis neste estudo e nos núcleos urbanos com maior adensamento populacional junto à rodovia. Baías de parada para veículos transportadores de produtos perigosos Estas áreas são definidas como paradouros, objetivando atender a paradas eventuais de veículos portando produtos perigosos ao longo da BR-101, considerando-se a necessidade de pequenos consertos, vistorias de pneus, etc. Podem, dependendo das condições da via, ser disponibilizadas áreas laterais na faixa de domínio com placas de aviso. Salienta-se que tais locais devem ser afastados de ecossistemas sensíveis listados neste estudo, minimizando os riscos de acidentes. Locais de parada e pernoite exclusivo para veículos transportadores de produtos perigosos Estes locais têm, igualmente, objetivo de minimizar os impactos ambientais e sociais decorrentes de eventuais acidentes com cargas perigosos. Tais estruturas deverão ser construídas em áreas com no mínimo 1.000 m², adequando-se, assim, à NBR 14095/1998, devendo estar afastadas de todas as áreas sensíveis e inseridas em locais com baixo risco de ocorrência de acidentes e baixa intensidade de danos. A área deverá ser cercada e possuir drenagem com vedação periférica. A capacidade de armazenagem do tanque deve ser, no mínimo, igual ao volume do pior caso de vazamento projetado. Fiscalização do tráfego de produtos perigosos a cada 100 km Estes escritórios destinados à fiscalização têm como objetivo efetuar uma parada obrigatória dos veículos de transporte de produtos perigosos para promover a execução de fiscalização dos mesmos, sua carga, equipamentos e condutores, reduzindo os riscos de ocorrência de acidentes e atendendo à legislação em vigor no país, incluindo portarias do Ministério dos Transportes e resoluções da ANTT. Para a execução da fiscalização, a qual deverá ser feita em postos implantados a cada 100 km da rodovia, deverá ser feita consulta formal ao Ministério da Justiça e à Polícia Rodoviária Federal. 48 Postos de atendimento de emergência A existência de um posto de atendimento de emergência consiste em uma base que ofereça socorro imediato de usuários da via em tempo rápido, devendo contar com viaturas, pessoal e equipamentos de atendimento emergencial pré-hospitalar móvel, fornecendo rápido atendimento ao resgate de vítimas e combate ao derramamento de produtos perigosos. Avalia-se, conforme a extensão e características do trecho, que se torna necessária a instalação de três postos fixos de atendimento de emergência devidamente equipados. Implantação de sistemas de comunicação de emergência para o usuário Estes sistemas consistem em terminais onde pode ser feita a comunicação direta para o atendimento em casos emergenciais, objetivando reduzir o tempo de resposta do atendimento em casos de acidentes. Estes sistemas deverão estar sempre ativados e sofrer contínua manutenção. Desenvolvimento de programas de educação ambiental Durante o período de operação da rodovia será dada continuidade à ação voltada à prevenção de acidentes com cargas perigosas mediante programas educacionais voltados, basicamente, para caminhoneiros, a população do entorno e os demais usuários da rodovia. Este programa deverá seguir o padrão estabelecido no Programa de Educação Ambiental, incluindo, dentre outros, os seguintes temas: • Importância e periculosidade dos produtos transportados; • Tipos e magnitudes de impactos passíveis de serem causados; • Legislação vigente; • Segurança no trânsito e no transporte; • Formas de evitar acidentes; • Procedimentos comuns em casos de emergência. O programa poderá ser desenvolvido a partir da distribuição de folhetos específicos para motoristas de cargas perigosas nos postos de fiscalização, nos estacionamentos, postos da Polícia Rodoviária Federal, estacionamentos devidamente conveniados etc. 49 Execução de medidas destinadas às áreas de apoio As medidas a seguir listadas têm como objetivo promover aumento nas condições de segurança nas frentes de obra e na rodovia durante a fase de instalação, uma vez que o tráfego normal é desviado, atingindo áreas até então livres do fluxo mais intenso da rodovia, a saber: • Proibição do tráfego de equipamentos fora do corpo estradal; • Se necessário, instalar estradas de serviço marginais à faixa de domínio, adequando-as à legislação ambiental vigente; • Áreas destinadas ao estacionamento e manutenção de veículos e maquinários deverão ser adequadamente sinalizadas, localizadas e operadas de forma a evitar contaminações nos solos e águas; • As áreas degradadas deverão ser prontamente recuperadas após a conclusão das obras; • Executar procedimentos de coleta seletiva de resíduos sólidos conforme legislação e normas técnicas vigentes; • Tornar obrigatório o uso de EPI por parte dos operários. Elaboração e Implantação do PAE Independentemente das ações preventivas previstas no PAGR, o Plano de Ação de Emergência (PAE) deve ser elaborado e considerado como parte integrante do processo. O PAE deve ser elaborado considerando os resultados da avaliação preliminar de riscos com o objetivo de estabelecer uma sistemática de procedimentos e ações, que deverão ser seguidos pelos funcionários e contratados do empreendimento em caso de ocorrências anormais ou que possam resultar em acidentes socioambientais, principalmente os que envolvam produtos perigosos. Os acidentes envolvendo produtos perigosos nas rodovias podem ter consequências e extrapolar o local do sinistro, com o derramamento dos produtos percorrendo os rios prejuízos à saúde humana. Dessa forma, a elaboração do PAE deverá seguir procedimentos específicos para acidentes envolvendo produtos perigosos, tendo como base o Manual para Implementação de Planos de Ação de Emergência para Atendimento a Sinistros Envolvendo o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos, do DNIT. Na definição das medidas de segurança de caráter corretivo deverão ser previstas: 50 • Criação de um centro de controle de operações; • Criação de um posto de atendimento de emergência; • Definições das ações de respostas às emergências; • Recomendações para procedimentos de combate; • Procedimentos de transbordo e descontaminação; • Monitoramento das áreas atingidas; • Registro de acidentes com produtos perigosos; • Programa de treinamento operacional (simulados). O PAE deve prever uma estrutura organizacional mínima necessária, a se formar no caso de uma emergência, a contar com: • Comando Geral de Emergência: − Gerente Geral do Empreendimento − Gerente Geral de SMS − Equipe de comunicação e responsabilidade social − Representantes de instituições externas • Comando de Operações Locais: − Coordenador de Contingências − Equipe de Emergência − Equipe de Socorro − Grupo de Apoio A estrutura deve estar compatível com as ações necessárias ao controle das emergências, de acordo com o tipo e dimensões da emergência e cenários acidentais, 51 permitindo a ampliação de sua capacidade de ação, em função da evolução da gravidade da emergência e o acionamento de recursos externos que se façam necessários. Os integrantes de cada equipe deverão ter conhecimento prévio de suas atribuições, devendo ser preparados para tal. As ações de resposta para controle das situações de emergência serão desencadeadas pela equipe de acionamento do PAE, em uma sequência de atividades préestabelecidas, conforme indicado no Fluxograma de Acionamento do PAE, apresentado na Figura 9. De forma geral, o PAE deverá contemplar a realização das seguintes ações principais: • Capacitação de recursos humanos, conforme descrito adiante; • Recebimento de informações e orientações preliminares – Esta ação depende da devida divulgação, junto aos usuários da BR-101, dos fones de contato das unidades locais do DNIT, bem como dos procedimentos necessários para alerta em caso de acidentes com produtos perigosos. Desta forma, o agente do DNIT (unidade local) atuará como centralizador da distribuição das informações, repassando orientações às organizações parceiras e ao próprio informante; • Deslocamento de técnicos do DNIT para o local do acidente – Após o repasse das informações sobre o acidente deverá ser deslocada uma equipe do DNIT para dar início aos procedimentos de controle da situação; Avaliação preliminar do acidente e informe às organizações parceiras - Os técnicos do DNIT deverão proceder com o adequado isolamento da área e fornecer condições de segurança aos demais presentes no entorno, executando uma avaliação preliminar (nível de sensibilidade da área, tipo de carga, gravidade do acidente, danos imediatos). Com base em tais informações, os técnicos deverão repassar tais dados para os órgãos parceiros, especialmente a Polícia Rodoviária Federal, para proceder com atendimento de emergências no local. 52 Detecção da situação de emergência Comunicação do evento pelo telefone de emergência Coletar informações: tipo, local, extensão, ocorrência de vítimas, etc. e informar ao Coordenador de Contingência sim Há vítimas? Acionar Equipe de Socorro (Responsável: Coordenador de Contingência) não Emergência de médio ou grande porte? sim não Iniciar combate com recursos existentes e, se necessário, evacuar a área (Responsável: Equipe de Emergência) Combater emergência com recursos existentes (Responsável: Equipe de Emergência) Acionar ajuda do Grupo de Apoio (Responsável: Coordenador de Contingência) Comunicar o Gerente Geral do Empreendimento (Responsável: Coordenador de Contingência) sim Emergência controlada? não Acionar Comando Geral de Emergência (Responsável: Gerente Geral do Empreendimento) Comunicar ao Gerente Geral de SMS (Responsável: Gerente Geral do Empreendimento) Figura 9 - Fluxograma de acionamento do PAE. • Procedimentos preliminares de minimização de danos e atendimento de emergência a vítimas – Os procedimentos iniciais devem ser baseados em condições extremas de segurança (cautela na aproximação do local de ocorrência do acidente, sempre com uso de epis; retirada das pessoas e eventuais animais domésticos; manutenção de distância mínima segura 53 durante o atendimento de primeiros socorros a eventuais feridos; posicionamento sempre a montante do vento em relação ao ponto de acidente; evitar contato físico direto com o produto tóxico; isolar imediatamente o local; eliminar fontes de ignição; efetuar interdição da pista com emprego de viaturas de apoio; identificação o produto; comunicar e solicitar ajuda dos órgãos parceiros); • Registro do acidente – Identificação do informante; local do acidente; descrição do acesso local; produtos envolvidos; porte do vazamento; horário da ocorrência; órgãos presentes e relação de seus respectivos representantes, sensibilidade social e ambiental da área – área de uso agrícola, núcleo urbano, curso hídrico, fragmento florestal, ponte, etc.; ocorrência de explosões e/ou incêndio; número de vítimas; registro fotográfico; descrição de todas as medidas tomadas; • Atendimento hospitalar – Deverá ser utilizada a rede hospitalar existente nos municípios mais próximos do local do acidente com vistas a promover o imediato socorro às vítimas em casos onde a ação da equipe de campo (primeiros socorros) não se tornar suficiente; Ações adicionais – Os técnicos do DNIT deverão promover o devido e necessário apoio às organizações presentes no local do acidente para conter impactos causados por vazamentos de cargas tóxicas. Depois de efetuada a contenção, deverá ser feita imediata limpeza do local e remoção dos resíduos, uso de absorventes para a pista e entorno imediato, substâncias neutralizadoras e aplicação de procedimentos para recuperação da área degradada, bem como monitoramento dos solos, água e vegetação locais. Capacitação de recursos humanos O treinamento preventivo tem como objetivo preparar toda a equipe envolvida para promover resposta rápida e eficaz no caso de acidentes com produtos perigosos, promovendo toda a base teórica e prática fundamental para a tomada de quaisquer ações emergenciais. Para tal, será desenvolvido um programa periódico de treinamento operacional envolvendo simulações de acidentes e aplicação de procedimentos do PAE, envolvendo as equipes de resgate e atendimento, uso de EPIs e sistemas de informações disponíveis. O primeiro treinamento a ser executado já no início das obras deverá contar com a orientação da equipe de supervisão designada para tal, tendo, 54 ainda, a presença de representantes de todos os órgãos direta ou indiretamente envolvidos. O objetivo desta etapa é garantir que os funcionários e contratados que atuam na construção e operação do empreendimento sejam adequadamente treinados para alcançarem e manterem o conhecimento e a experiência necessária, para realizarem corretamente suas tarefas, sem colocarem em risco sua saúde, sua vida e a de terceiros. Assim, a capacitação buscará treinar os envolvidos nas obras para que previnam e controlem os riscos existentes. Esta etapa de capacitação prevê, portanto, a realização de simulados já considerando o acontecimento de acidentes e a necessidade de atendimento emergencial. Estes simulados deverão contar com a participação de todos os atores contatados e envolvidos na etapa de planejamento e elaboração do PAE, tais como: Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Polícia Rodoviária Federal e Estadual, Secretaria Estadual de Meio Ambiente, etc. Os simulados devem ser programados periodicamente envolvendo todas as áreas que direta ou indiretamente possam vir a atuar no combate às situações de emergência. O simulado deverá abranger os seguintes fatores, os mesmos fundamentais para seu sucesso: • Permitir que os participantes visualizem e compreendam os procedimentos e interações institucionais durante os diversos acidentes passíveis de ocorrência; • Exercitar o conhecimento através de treinamentos práticos em campo; • Fomentar o processo de tomada de decisões emergenciais em situações de pressão, ainda que com informações inexatas e imprecisas; • Identificar falhas de comunicação e falhas nos procedimentos operacionais. A realização dos simulados envolve três etapas distintas: • Planejamento; • Realização; • Avaliação. Planejamento do simulado Para o planejamento dos simulados, o Coordenador de Contingência Local reúne as equipes envolvidas e discute a execução dos procedimentos a serem testados, considerando os cenários acidentais envolvidos e os consequentes impactos ambientais 55 associados ao simulado. Nesta etapa, são definidos os locais de atuação, os cenários acidentais e as ações a serem tomadas durante e após o simulado. Os cenários acidentais, sempre que possível, devem ser alternados a cada simulado. O planejamento é divulgado pelo Coordenador Local a todos os participantes. Os simulados deverão, obrigatoriamente, ser realizados a partir de reuniões com os órgãos parceiros, devendo seguir o seguinte roteiro: • Definição dos objetivos da simulação (atendimento a vítimas ou a produtos, avaliação da comunicação, avaliação da agilidade na resposta do atendimento, avaliação dos danos ambientais, etc.); • Definição dos participantes; • Definição da coordenação; • Definição do tipo de simulação e produto envolvido; • Definição do local onde a mesma será feita; • Determinação das responsabilidades e competências de cada participante no cenário acidental (apesar disso, é importante que todos os participantes tenham conhecimento das atribuições dos demais para que, em casos reais nos quais porventura haja falha ou impossibilidade de ação imediata por parte de um dos envolvidos, sua substituição seja imediata e sem quaisquer prejuízos à ação tomada); • Determinação das dimensões e dos impactos, bem como das consequências do acidente que podem envolver outras instituições; • Definição do sistema de comunicação a ser utilizado (mídia e meios locais, como telefones, megafones etc.); • Métodos de registro do evento (filmagens e fotografias são fundamentais, além de relatórios críticos de comportamento individual e coletivo); • Divulgação e utilização da mídia local. 56 Realização do simulado O simulado deve ser realizado conforme planejamento. A equipe que participa do simulado deve registrar os tempos de resposta às ações, preparar uma lista dos recursos humanos e materiais utilizados durante o simulado, relacionar as instituições externas participantes e anotar as dificuldades e ganhos encontrados. Avaliação do simulado Após a realização dos simulados, é realizada reunião de análise crítica entre os participantes, com o objetivo de avaliar os pontos fortes e oportunidades de melhoria do Plano de Ação de Emergência e das atividades relacionadas ao planejamento e execução do simulado em si. Dentre os itens que devem ser avaliados, ressaltam-se os seguintes: • Adequação da estrutura de resposta; • Adequação dos equipamentos para resposta; • Adequação dos sistemas e instalações existentes; • Adequação dos procedimentos e táticas para resposta; • Eficácia e eficiência das ações tomadas; • Funcionamento do simulado e fluxo de comunicação. A análise crítica é documentada e as ações corretivas propostas pela equipe são implementadas conforme plano de ação específico, cujo acompanhamento é de responsabilidade do Coordenador de Contingências Local. Caso haja necessidade de revisão do PAE, ela é executada e registrada. Monitoramento e controle de riscos Esta atividade compreende a execução das medidas propostas para prevenir ou corrigir os riscos durante todo o período de instalação do empreendimento. Supervisão ambiental das ações previstas A supervisão das atividades previstas no programa, por parte da gestora ambiental, compreende a realização de inspeções, vistorias e registros, com o objetivo de avaliar o andamento do mesmo e a correções caso sejam detectadas atividades pendentes. 57 ETAPAS DE EXECUÇÃO Na tabela a seguir consta a síntese das atividades a serem realizadas no programa. Tabela 13 - Atividades a serem executadas no Programa Ambiental de Gerenciamento de Riscos e Plano de Ação de Emergência. Atividade Planejamento do gerenciamento dos riscos Forma de ação Reunião em escritório para alinhar objetivos do PAGR, atividades a serem realizadas e cronograma a ser cumprido; nesta reunião deverá ser estabelecida estrutura para dirigir os riscos potenciais da instalação. Etapa Competência 1 mês antes do início das obras Gestão Ambiental, Construtoras e DNIT Análise de riscos de acidentes com produtos perigosos Trabalho em escritório, vistorias e contatos institucionais para identificação dos riscos e análise qualitativa dos riscos 1 mês antes do início das obras, 1º, 6º, 11º, 16º e 21º mês de obras Construtoras e DNIT Prevenção da ocorrência de acidentes com produtos perigosos Implementar as medidas preventivas e corretivas Todo o período de obras Construtoras e DNIT 1º mês de obras Construtoras e DNIT 1 mês antes do início das obras; todo o período de obras Construtoras e DNIT 1º, 2º, 12º e 13º mês de obras, e sempre que constatada necessidade Construtoras, Gestão Ambiental e DNIT Todo o período de obras Construtoras e DNIT Todo o período de obras Gestão Ambiental e DNIT Planejamento da resposta aos riscos Elaboração e implementação do PAE Capacitação de recursos humanos Monitoramento e controle de riscos Supervisão ambiental das ações previstas Trabalho em escritório, vistorias e contatos institucionais para definir e/ou revisar as estratégias de prevenção ou correção dos riscos identificados Trabalho em escritório, vistorias e contatos institucionais para elaborar o PAE; atender emergências caso necessário Realizar palestras de capacitação para os trabalhadores voltada às medidas de prevenção e correção dos riscos identificados; realizar simulados de acidentes aplicando-se procedimentos de atendimento a emergências Trabalho nos canteiros de obra e frentes de trabalho para execução das medidas de monitoramento e controle dos riscos identificados Acompanhar e orientar a execução das atividades do programa e observância às diretrizes propostas INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS O PAGR/PAE tem relações diretas com os seguintes programas ambientais: • Programa Ambiental para a Construção, que promoverá inspeções e mecanismos de cobrança e verificação posterior do atendimento dos procedimentos de segurança e gerenciamento de riscos repassados aos trabalhadores; • Programa de Prevenção às Queimadas, que irá estabelecer procedimentos de controle de incêndios; 58 • Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, que definirá diretrizes para recomposição de áreas impactadas; • Programa de Monitoramento das Águas Superficiais, que buscará garantir a manutenção da qualidade das águas e definir procedimentos para tanto, caso constatadas alterações; • Programa de Educação Ambiental, que deverá inserir, nas atividades de capacitação dos trabalhadores, bem como às comunidades locais, temas e procedimentos específicos que visem o controle de riscos e a prevenção de acidentes; • Programa de Comunicação Social, que divulgará a importância de realizar ações que visem à prevenção a acidentes e procedimentos após a ocorrência de sinistros; • Programa de Gestão Ambiental, que irá gerenciar todas as atividades realizadas durante o a implementação do programa, verificando a realização de suas diretrizes. ATENDIMENTOS A REQUISITOS LEGAIS E/OU OUTROS REQUISITOS O PAGR/PAE foram elaborados de acordo com guias e manuais elaborados pelo DNIT, em especial o Manual para Atividades Ambientais Rodoviárias (DNIT, 2006). Este programa busca atender ainda os seguintes dispositivos legais: • Decreto-Lei nº 2063 de 06/10/1983 – dispõe sobre multas a serem aplicadas por infrações à regulamentação para a execução do serviço de transporte rodoviário de cargas ou produtos perigosos; • Decreto Federal nº. 96.044 de 18/05/88 e suas instruções complementares constantes na Resolução ANTT nº. 420/2004 – aprova o regulamento para 0 Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos; • Lei Federal nº 6938 de 31/08/1981 - dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente e dá outras providências; • Lei Federal nº 6.514 de 22/12/1997 (Consolidação das Leis de Trabalho) apresenta informações sobre a proteção do trabalhador, em situações de exposição a riscos químicos; • Publicação IPR n° 716 de 2005 - Manual para Implementação de Planos de Ação de Emergência para Atendimento a Sinistros Envolvendo o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos do IPR/DNIT; 59 • Manual de Atendimento a Emergências da ABIQUIM (2006); • Resolução CONTRAN n° 36, de 21 de maio de 1998 - estabelece a forma de sinalização de advertência para os veículos que, em situação de emergência, estiverem imobilizados no leito viário, conforme o artigo 46 do CNT; • Norma ABNT NBR 7.500/2005 – introduz a simbologia de risco e manuseio para o transporte e armazenamento de materiais perigosos; • Norma ABNT NBR 7501/2003 – Transporte de Produtos Perigosos/Terminologia; • Norma ABNT NBR 14064/2003 – Atendimento à Emergência no Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos. RECURSOS NECESSÁRIOS A elaboração do plano de ação para o gerenciamento de riscos e do PAE, bem como a execução das atividades de monitoramento deverão contar com equipe formada por profissionais de nível superior que possuam experiência nesta área, tais como Engenheiros de Segurança do Trabalho e Engenheiros Ambientais, e com técnicos de nível médio, como Técnicos em Meio Ambiente, em Química e Segurança do Trabalho. Tabela 14 - Recursos humanos necessários durante o período de obras. Pessoal Quantidade Utilização (mês)* prevista Engenheiro Ambiental e/ou Consultor Coordenador 1 6 horas/ mês Engenheiro de Segurança do Trabalho 1 8 h/dia enquanto durar a obra Técnicos de Nível Médio (Meio Ambiente, Química ou Segurança do Trabalho) 3 8 h/dia enquanto durar a obra Motorista 3 8 h/dia enquanto durar a obra Como recursos materiais para a prevenção e combate a acidentes durante a instalação, destacam-se extintores de incêndio, mangueiras, mangotes diversos, holofotes e lanternas, pás e enxadas antifaiscantes, bombonas, tambores ou sacos reforçados para 60 resíduos, cones de sinalização, EPIs, kits de primeiros socorros, entre outros. Estes materiais deverão ser previstos nos sistemas de segurança do trabalho das Construtoras. Os custos relativos à implantação dos dispositivos de prevenção de riscos e atendimento a emergências durante a operação são amplamente variáveis, sendo que alguns compreendem itens de medição do projeto executivo (sinalização, barreiras de proteção, etc.) e outros dependem da definição das áreas e características para sua implantação (postos de fiscalização, sistemas de comunicação de emergência etc.), ficando a cargo do empreendedor. Tabela 15 - Previsão de recursos necessários para a execução do PAGR Descrição A – Equipe Técnica Coordenador Engenheiro Sênior Técnico de nível médio Motorista B – Encargos Sociais (88,04% de “A”) Quantidade Homens/Mês Participação ou Nível Mensal Quantidade Meses Percentual Funcional Média (% ou em 30 dias) Quantidade Simples Função ou Numeração -1 -2 -3 (4) = (1-2-3) I – Custos Diretos Valor Unitário (R$)/mês Valor Total (R$) -5 (6) = (4-5) 1 20% 30 0,2 7721,28 46327,68 1 100% 24 1 6992,04 167808,96 3 100% 24 3 2916,92 210018,24 1 24 3 772,13 55593,36 479748,24 88,04% 8875 422370,3505 100% Sub-Total Item “A” Sub-Total Item “B” C – Custos Administrativos (50% de “A”) 422370,3505 50,00% 8875 Sub-Total Item “C” D – Viagens Aéreas 239874,12 24 2000 Sub-Total Item “D” E – Despesas com Deslocamento 3 100% 24 230 5520 5520 24 3 4301,56 Sub-Total Item “F” Total do Item “I” II – Custos Indiretos H– Remuneração 48000 48000 Sub-Total Item “E” F – Veículos Utilitário 239874,12 309712,32 309712,32 1457225,03 61 Descrição Quantidade Homens/Mês Participação ou Nível Mensal Quantidade Meses Percentual Funcional Média (% ou em 30 dias) Quantidade Simples Valor Unitário (R$)/mês Valor Total (R$) da Empresa Taxa de 12% sobre o total do item “I” 12% 1457225,03 174867,0037 Sub-Total Item “H” I – Despesas Fiscais Taxa de 16,62% dos itens “I” e “II – H” 174867,0037 16,62% Total do Item “II” Custo Total de Execução do Programa (30 meses) 1632092,03 271253,6961 271253,6961 1903345,73 CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO O PAGR/PAE será executado durante as etapas de instalação e operação do empreendimento conforme o cronograma. 62 Tabela 16- Cronograma do Programa Ambiental de Gerenciamento de Riscos e Plano de Ação de Emergência MELHORIAS E DUPLICAÇÃO DA RODOVIA BR-101 – TRECHO SÃO MIGUEL DOS CAMPOS (AL) – ENTRONCAMENTO BR-324 (BA) PROGRAMA AMBIENTAL DE GERENCIAMENTO DE RISCOS E PLANO DE AÇÃO DE EMERGÊNCIA Fase Pré-Obras Ano 1 Atividades -6 -5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 Planejamento do gerenciamento dos riscos 0,5% 0,25 0,25 0,2 0,2 0,2 Análise de riscos de acidentes com produtos perigosos % % 5% 5% 5% Ano 2 6 7 8 9 10 11 12 0,2 5% Prevenção da ocorrência de acidentes com produtos perigosos 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% Planejamento da resposta aos riscos 0,25 % Elaboração e implantação do PAE 1%* ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** Capacitação de recursos humanos 0,25 0,2 % 5% Monitoramento e controle de riscos 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% Supervisão ambiental das ações previstas 2% 0,2 0,2 5% 5% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% * Correspondente à elaboração do PAE ** Depende fundamentalmente da ocorrência de emergências 63 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO O DNIT consiste no empreendedor e responsável pela execução deste programa podendo, porém, contratar consultores para serviços especializados de avaliação, projeto, supervisão e apoio. O acompanhamento e avaliação da execução do programa ficarão a cargo da Gestão Ambiental em parceria com as Construtoras, que deverão manter documentação e registros das atividades do PAGR/PAE que permitam à supervisão ambiental acompanhar a correta execução das atividades. A Gestora Ambiental deverá apresentar relatórios das atividades previstas e realizadas, a necessidade ou não de medidas corretivas e quais são estas medidas. Esses relatórios terão periodicidade semestral, sendo desenvolvidos no âmbito do Programa de Gestão Ambiental (PGA) e encaminhados ao órgão licenciador. Porém, os relatórios semestrais terão como base os resultados de relatórios mensais com resultados de inspeções e vistorias periódicas durante a fase de obras. RESPONSÁVEIS PELO PROGRAMA O DNIT será responsável pela execução e coordenação geral do programa, o qual poderá ser executado por consultoria especializada (contratada/conveniada). Na tabela a seguir constam as instituições envolvidas no PAGR/PAE. Tabela 17- Instituições envolvidas no Programa Ambiental de Gerenciamento de Riscos e Plano de Ação de Emergência Instituições Atribuições e competências Gestora Ambiental Apoiar, orientar e supervisionar a execução do programa à luz das diretrizes do programa e da legislação vigente. Acompanhar, emitir relatórios e avaliar a execução das ações propostas. Encaminhamento de ações corretivas, quando necessário. Construtoras Executar as atividades previstas no programa, que lhes forem cabíveis. DNIT Executar as atividades em conformidade com as diretrizes deste programa no que lhe for cabível. Polícia Estadual Rodoviária Secretarias de Meio Ambiente Colaborar no atendimento aos sinistros. Controle da via, com auxílio no socorro a vítimas. Sinalização, isolamento, desobstrução e operação do sistema viário. Colaborar no atendimento aos sinistros. Implantar e coordenar as políticas de meio ambiente e de recursos hídricos no estado, bem como executar diretamente ações de gestão nos recursos hídricos. 64 Instituições Atribuições e competências Defesa Civil Colaborar no atendimento aos sinistros. Atuar em calamidades e emergências de qualquer natureza. Responsável pela execução das atividades de coordenação de todos os órgãos de segurança pública dos Estados, dentre outros, o corpo de bombeiros. Corpo de Bombeiros Colaborar no atendimento aos sinistros. Participar do socorro a vítimas e em acidentes que envolvam incêndios, explosões e impactos sobre populações do entorno. Prefeituras Municipais Colaborar no atendimento aos sinistros. RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO DO PROGRAMA Técnico Formação Registro profissional CTF Luís Alberto de Oliveira Santos Geólogo CREA-RS 112.018 19.972 Windsor Miguel Sonaglia Torrico Eng. Civil e de Segurança do Trabalho CREA-RS 65.122 1918589 RESPONSÁVEIS PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA Os responsáveis técnicos pela execução do PAGR/PAE serão definidos quando o programa for iniciado, com definição, junto às unidades locais do DNIT e com as Construtoras, dos membros da equipe responsáveis pela fiscalização e controle de acidentes durante a instalação e operação da rodovia. Conforme já mencionado, a equipe deverá ser formada por profissionais de nível superior que possuam experiência nesta área (Engenheiros de Segurança do Trabalho, Engenheiros Ambientais) e com técnicos de nível médio (Técnicos em Meio Ambiente, em Química e Segurança do Trabalho), a serem alocados pelas Construtoras. A supervisão ambiental das atividades previstas no programa, durante a fase de obras, ficará a cargo da equipe de supervisão ambiental, alocada no Programa de Gestão Ambiental. BIBLIOGRAFIA ABIQUIM. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA QUÍMICA. APELL - Alerta e Preparação de Comunidades para Emergências Locais. São Paulo: ABIQUIM, 1990. ABIQUIM. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA QUÍMICA. Manual para Atendimento a Emergências. São Paulo: ABIQUIM, 2006. 65 BELLIA, V; BIDONE, E.D. Rodovias, Recursos Naturais e Meio Ambiente. Niterói: EdUFF; Brasília: DNER, 1993. CETESB. COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL. Atendimento a Acidentes com Produtos Químicos. São Paulo: CETESB, 1993. CONTRAN. Resolução n° 36, de 21 de maio de 1998. Estabelece forma de sinalização de advertência para os veículos que, em situação de emergência estiverem imobilizados no leito viário, conforme o art. 46 do Código de Trânsito Brasileiro. Brasília, DF, 1998. DNER. DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS E RODAGENS. Manual de Sinalização de Obras e Emergência. Brasília: DNER, 1966. DNER. DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS E RODAGENS. Metodologia para Conceituação de Rotas Críticas. Rio de Janeiro: DNER, 1993. DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Manual para Implementação de Planos de Ação de Emergência para Atendimento a Sinistros Envolvendo o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos. Publicação n° 716. Rio de Janeiro: DNIT/IPR, 2005. DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Manual de Resgate de Acidentados. Rio de Janeiro: DNIT/IPR, 1997. DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Manual de Sinalização Rodoviária para Rota de Produtos Perigosos do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: DNIT/IPR, 1998. DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Manual Rodoviário de Conservação, Monitoramento e Controle Ambientais. Rio de Janeiro: DNIT/IPR, 1996. DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Procedimentos Básicos para Operação de Rodovias. Rio de Janeiro: DNIT/IPR, 1997. DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental EIA/RIMA das Obras de Adequação da Capacidade da BR-101 – AL/SE/BA. Rio de Janeiro: OIKOS, 2007. 268 pg. DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Plano Básico Ambiental das Obras de Adequação de Capacidade da BR-101 – AL/SE/BA. Rio de Janeiro: OIKOS, 2009. 277 pg. 66 4.2 - PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS – PRAD JUSTIFICATIVA O termo “passivo ambiental” se refere a áreas degradadas pelas obras de implantação de projetos rodoviários, contextualizando, mais comumente, taludes em corte ou aterro e jazidas de empréstimo ao longo da faixa de domínio. Estas áreas, quando não recebem o devido tratamento e recuperação, tendem a promover intensificação de processos erosivos, por vezes acarretando em danos estruturais no próprio pavimento. No caso das obras de adequação propostas, tem-se dois tipos de passivos ambientais: os já existentes, referentes aos procedimentos de instalação e posterior pavimentação da rodovia em seu estado atual, e aqueles a serem gerados pelas obras a serem licenciadas. Desta forma, o presente programa se justifica pela importância de promover medidas de recuperação dos passivos já existentes, propiciando o futuro uso das terras na faixa de domínio, e evitar a deflagração de novos e indesejáveis passivos ambientais que potencializem danos à faixa de domínio e ao corpo estradal. OBJETIVO O programa tem como objetivo principal recuperar os passivos ambientais existentes, procurando reintegrá-los à paisagem local original, e igualmente promover plena conformação de novos passivos a serem gerados pelas obras de melhorias e adequação, evitando impactos ambientais ao longo da ADA do empreendimento. Entre os objetivos específicos tem-se os seguintes: • Reintegrar as áreas de passivo ambiental na paisagem circundante; • Cessar quaisquer processos erosivos que venham se desenvolvendo sem controle; 67 • Evitar o assoreamento de corpos hídricos, preservando a qualidade e a quantidade do volume da rede hidrográfica atingida pelo empreendimento. • Reconformar o terreno dando-lhe um aspecto mais natural e ao mesmo tempo mais estável geotecnicamente do que a situação atual; • Disciplinar e permitir o escoamento das águas superficiais sem causar dano ou erosão ao solo; • Paralisar e se possível reverter os processos erosivos instalados; • Recobrir as áreas de solo exposto com cobertura vegetal adequada à função a ser exercida pela área. METAS As metas relacionadas aos objetivos propostos são as seguintes: • Promover a recuperação ambiental dos passivos existentes mediante adoção de técnicas diversas e adequadas a cada ocorrência; • Estabelecer a possibilidade de uso futuro (inclusive para recuperação) de áreas com ocupação atualmente impossível; • Impedir a evolução de processos erosivos ou de cisalhamento que ocasionem danos ao corpo estradal e faixa de domínio. INDICADORES Os indicadores apontados para este programa são: • A plena recuperação dos passivos existentes e daqueles oriundos das obras; • A utilização das áreas anteriormente ocupadas por passivos, resguardadas as condições técnicas restritivas e as limitações legais. 68 PÚBLICO-ALVO O público-alvo deste programa engloba o DNIT (responsável pelas obras e pela manutenção da rodovia) e a construtora, a qual é responsável direta pela recuperação das áreas degradadas. METODOLOGIA E DESCRIÇÃO DO PROGRAMA Reconformação de Passivos Ambientais Existentes Delimitação dos Passivos Ambientais Conforme detalhado no PRAD originalmente apresentado por Oikos (2009), tornava-se fundamental efetuar um detalhamento e atualização dos passivos ambientais apresentados no EIA-RIMA para as obras na rodovia. Tal atualização foi elaborada com base em vistoria de campo, tendo sido feito o levantamento de 16 passivos adicionais aos 22 originalmente mapeados. Desta forma são apresentados, na tabela e planilhas a seguir, uma caracterização detalhada de cada passivo e propostas medidas gerais de reconformação dos mesmos. Tabela 18- Listagem dos passivos ambientais existentes no trecho. Passivo Ambiental 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Coordenadas X Y 813.580 8.909.811 814.032 8.905.706 753.390 8.886.842 736.598 8.868.374 731.081 8.859.745 722.993 8.905.706 722.056 8.834.688 718.453 8.823.947 703.180 8.807.086 703.375 8.804.664 704.015 8.796.919 697.605 8.790.254 753.390 8.886.842 696.908 8.789.814 695.818 8.789.290 693.672 8.788.252 691.296 8.788.037 684.101 8.782.178 Tipo de Passivo Jazida Drenagem Corte de estrada Drenagem Drenagem / Corte de estrada Drenagem Corte de estrada Jazida Jazida / Corte de estrada Jazida Corte de estrada / Jazida Corte de estrada / Jazida Jazida / Drenagem Jazida Jazida Corte de estrada Corte de estrada / Drenagem / Jazida Jazida 69 Passivo Ambiental 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 Coordenadas X Y 673.740 8.761.610 673.171 8.760.306 619.172 8.706.275 588.197 8.676.287 722.703 8.834.492 611.304 8.693.214 610.037 8.691.160 604.788 8.684.536 596.218 8.675.648 587.082 8.675.982 586.214 8.675.646 573.670 8.655.678 566.202 8.657.902 561.608 8.654.648 559.679 8.654.790 545.568 8.653.266 542.182 8.651.018 532.878 8.642.228 528.929 8.638.592 527.362 8.636.938 Tipo de Passivo Jazida / Drenagem Corte de estrada / Drenagem Jazida Drenagem Corte de estrada Corte de estrada Corte de estrada Corte de estrada Corte de estrada Corte de estrada Corte de estrada Corte de estrada Jazida Corte de estrada Corte de estrada Corte de estrada / Jazida Corte de estrada Corte de estrada Corte de estrada Corte de estrada / Jazida 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 Procedimentos Gerais de Reconformação Com base na tipologia e no porte do passivo deverão ser efetuadas diferentes medidas de recuperação. De forma geral, os itens a seguir apresentam métodos gerais de recuperação de passivos, devendo, porém, ser dado maior detalhamento e direcionamento quando da deflagração do impacto, adequando-se os métodos propostos às suas características particulares. Recuperação de Taludes – Áreas de Declividade Acentuada Em taludes expostos e com deflagração de processos erosivos/escorregamentos/quedas de blocos será feito o preparo do terreno a partir da atenuação dos ângulos dos taludes através de aterro e/ou corte, definindo os ângulos e dimensões de acordo com fatores de segurança a serem calculados individualmente. A Figura 10 apresenta croqui ilustrativo dos métodos de atenuação de ângulos passíveis de emprego. A recomposição do solo será feita com objetivo de execução do plantio compensatório, sendo um croqui esquemático de sua forma de implantação apresentado na Figura 11. Após estes procedimentos será feito o acompanhamento e a aplicação das taxas de adubação com o uso de corretivos de solo e fertilizantes. Figura 10 - Preparação do terreno 109 Figura 11 - Espalhamento da camada fértil Controle de Voçorocas O controle de voçorocas torna-se fundamental em obras rodoviárias, contendo ou mesmo erradicando processos de voçorocamento durante as etapas de construção e/ou de operação do empreendimento. Pode, ainda, englobar medidas preventivas ou corretivas a impactos gerados pela ação de terceiros, desde que tais ameacem a integridade do corpo estradal ou de seus componentes e dispositivos. O controle de voçorocas se dá, inicialmente, a partir do monitoramento de sua evolução. Observa-se a deflagração do processo erosivo e monitora-se sua extensão em área e profundidade, podendo tal medida ser efetuada pela equipe de obras em conjunto com a supervisão ambiental. O mapeamento correto deve ser feito com base em levantamento topográfico cadastral, com locação e nivelamento de linha de base, estaqueada a cada 5 m, iniciando-se a montante do ravinamento e levantamento de seções transversais com comprimento de 20 m para cada lado da cava; A evolução da erosão deverá ser contida pela colocação de materiais compactados ou mesmo corte, quando cabível, e instalação de dispositivos de drenagem adequados a montante e longitudinais à feição, evitando sua exposição direta às águas pluviais e, portanto, minimizando o carreamento de sedimentos para jusante. 110 Plantio compensatório a montante da erosão igualmente favorece a preservação dos solos, facilitando a infiltração pela geração de porosidade secundária e retardando a ação das águas pluviais. Caso necessário poderão ser instaladas muretas de contenção com tubulações para escoamento das águas, evitando deslizamentos de materiais e, automaticamente, reduzindo a magnitude da erosão. Recuperação de Passivos Ambientais em Áreas de Empréstimo A operação de áreas de empréstimo utilizadas nas obras rodoviárias promovem a formação de passivos ambientais caso a reconformação das frentes de lavra não sejam executadas imediatamente após seu esgotamento. Desta forma, torna-se necessário, inicialmente, a execução de processos de retaludamento mediante corte e/ou aterro, atenuando o ângulo do pit de lavra e dos taludes mediante determinação a ser feita para cada caso, conforme os ângulos de atrito interno e de direção e mergulho de fraturas. As bermas deverão ter caimento aproximado de 2º em direção ao interior do talude. Para o adequado projeto de retaludamento, deve ser feito levantamento topográfico cadastral compreendendo, no mínimo, a locação e nivelamento da linha de base na faixa de domínio, com estaqueamento a cada 5 ou 10 m ao longo da extensão da área degradada, com levantamento de seções transversais representando o corpo estradal e os offsets de terraplenagem. Concomitante à reconformação dos ângulos será implantado sistema de drenagem ao longo das bermas e faces dos taludes, minimizando os efeitos erosivos das águas pluviais e mantendo a estabilidade dos maciços. A drenagem poderá ser implantada através de valetas do tipo VPC-02 (valeta a céu aberto revestida com grama adaptada) no entorno de cada ocorrência (anéis estreitos) encaminhando-se as águas para os talvegues. As valetas devem ter seção trapezoidal para possibilitar o revestimento vegetal também de suas paredes. 111 Em adição, no caso de jazidas de saibro, recomenda-se a execução de hidrossemeadura ao longo dos taludes e plantio de espécies arbustivas nas bermas, promovendo maior sustentação dos materiais. Caminhos de Serviço A necessidade de abertura de caminhos de serviço se dará em locais nos quais a estrutura existente impossibilita o pleno acesso às áreas de empréstimo sendo, porém, priorizado o uso de estruturas e vias já existentes. Uma vez concluídas as obras, estes caminhos serão recuperados visando fornecer à população do entorno vias de acesso em boas condições, sendo efetuados serviços de nivelamento e reconformação de áreas erodidas e plantio compensatório às margens dos caminhos abertos. Em locais onde não houver interesse da manutenção dos acessos, poderá ser feita descompactação dos solos através de aração, escarificação ou subsolagem, posterior cobertura por solo orgânico e plantio compensatório. PLANTIO COMPENSATÓRIO O detalhamento do plantio a ser efetuado com vistas a promover a recuperação de áreas degradadas é apresentado em programa específico, denominado “Programa Ambiental de Recomposição da Vegetação”. MINIMIZAÇÃO DE IMPACTOS EM NOVAS ÁREAS DE USO E MOVIMENTAÇÃO DE TERRAS As obras demandarão movimentações de solos nas mais diversas escalas, visando o nivelamento dos terrenos para a execução das melhorias na rodovia e, igualmente, para o estabelecimento de áreas de apoio às obras, destacando-se os canteiros de obras, as jazidas de empréstimo e as áreas de bota-fora. A tabela a seguir lista, com base no projeto de engenharia, as principais áreas que demandarão monitoramento constante com vistas a reduzir o potencial de deflagração de processos erosivos ou outros tipos de instabilização. 112 Tabela 19 - Principais áreas a sofrerem corte e aterro ao longo do trecho. Coordenada Ponto 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 X Y Tipo de Ocorrência 853960 855219 855722 854555 851231 850985 847992 847712 842570 792291 784576 758571 735999 730480 729064 724790 719561 718931 711681 710437 708323 8979969 8978395 8977120 8976747 8973544 8973053 8969738 8962193 8953770 8903387 8905110 8889624 8868331 8855942 8854019 8841986 8825104 8824828 8814990 8814065 8811982 Corte Corte Corte Aterro Corte Corte Corte Aterro Aterro Aterro Aterro Corte Aterro Aterro Aterro Aterro Aterro/Corte Aterro/Corte Aterro Aterro Corte Lado da Ocorrência D D D D E D D E/D D E D/D E D E D D E D D D D Área Aproximada (m²) 7.300 590 4.798 7.501 1.831 2.382 6.512 3.799 24.278 23.154 22.007 6.331 12.284 9.561 11.841 10.590 8.183 9.952 5.642 12.446 23.383 Inicialmente, é ressaltada a necessidade de que todas as ações que demandem revolvimento de solos sejam precedidas por projetos individualizados que considerem a devida compactação dos solos e os ângulos e dimensões de taludes. Neste mesmo contexto, o início dos revolvimentos deverá ser precedido pela elaboração e execução, ainda que preliminar, de sistemas de drenagem que minimizem as ações intempéricas sobre os solos, evitando deflagrar processos erosivos ao longo de faces de taludes, estradas de acesso e praças de concentração de minérios. Caso seja necessário, deverão ser instaladas medidas de contenção, como muros, telas e enleivamento imediato, permitindo aumentar a sustentabilidade das áreas mais potencialmente impactáveis. No que tange ao plantio compensatório, deverão ser adotadas as diretrizes contidas no “Programa de Recomposição da Vegetação em Áreas Degradadas e Plantios Paisagísticos”. 113 ETAPAS DE EXECUÇÃO Na tabela a seguir consta a síntese das atividades a serem realizadas no programa. Tabela 20 - Atividades a serem executadas no PRAD. Atividade Delimitação dos passivos ambientais Recuperação de taludes Forma de ação Detalhamento e atualização dos passivos ambientais com base em mapeamento de campo. Preparo do terreno com atenuação de ângulos mediante corte e/ou aterro; Recomposição do solo Etapa Competência Anterior às obras DNIT e construtora Durante a instalação do empreendimento DNIT e construtora Durante a instalação do empreendimento DNIT e construtora Durante a instalação do empreendimento DNIT e construtora Durante a instalação do empreendimento DNIT e construtora Durante a instalação do empreendimento DNIT e construtora Durante a instalação do empreendimento DNIT e construtora Monitoramento de sua evolução e mensuração de sua extensão em área e profundidade; Controle de voçorocas Contenção da evolução da erosão mediante colocação de materiais compactados ou corte; Instalação de sistema de drenagem; Plantio compensatório; Muretas de contenção, caso necessário. Retaludamento mediante corte e/ou aterro; Recuperação de áreas de empréstimo Conformação das bermas; Instalação de sistemas de drenagem; Hidrossemeadura e plantio nas bermas Nivelamento; Recuperação de caminhos de serviço Reconformação de áreas erodidas; Plantio compensatório; Descompactação dos solos. Plantio compensatório Seguir as diretrizes propostas no Programa de Recomposição da Vegetação em Áreas Degradadas e Plantios Paisagísticos Elaboração de projetos individualizados para cada área de revolvimento de solos; Minimização dos impactos em novas áreas de uso e movimentação de terra Instalação de sistemas de drenagem pluvial; Instalação de medidas de contenção, caso cabível; Execução de plantio compensatório. INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS O PRAD tem relações diretas com os seguintes programas ambientais: • Programa Ambiental para a Construção, que promoverá inspeções e mecanismos de cobrança e verificação posterior do atendimento dos procedimentos de 114 abertura de áreas de empréstimo, da operação de canteiro de obras, da disposição dos materiais de bota-fora e das atividades de terraplenagem; • Programa de Recomposição da Vegetação em Áreas Degradadas e Plantios Paisagísticos, diretamente complementar ao PRAD à medida que define as diretrizes relativas ao plantio compensatório direcionado à recuperação de áreas degradadas; • Programa de Educação Ambiental, que deverá inserir, nas atividades de capacitação dos trabalhadores, bem como às comunidades locais, temas e procedimentos específicos que visem a preservação ambiental; • Programa de Gestão Ambiental, que irá gerenciar todas as atividades realizadas durante a implementação do programa, verificando a realização de suas diretrizes. ATENDIMENTOS A REQUISITOS LEGAIS E/OU OUTROS REQUISITOS O PRAD foi elaborado de acordo com guias e manuais elaborados pelo DNIT, atendendo, ainda, os seguintes dispositivos legais: • Resolução CONAMA 237/97, Regulamenta os aspectos de licenciamento ambiental estabelecidos na Política Nacional do Meio Ambiente. • Resolução CONAMA 369/06, Dispõe sobre os casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente APP. • Lei 4.771/65 e suas alterações posteriores (Código Florestal Brasileiro). RECURSOS NECESSÁRIOS Os custos para a execução do Programa serão incluídos nas planilhas de custos unitários e orçamento da obra a ser contratada, referentes à execução do serviço Recuperação de Áreas Degradadas (Passivo Ambiental), constando do orçamento do Projeto de Engenharia. 115 Desta forma, não é possível, nesta etapa, a determinação dos custos totais referentes à recuperação dos passivos existentes, demandando a elaboração de projeto de engenharia direcionado a tal ação. A execução das medidas de recuperação de áreas degradadas é de responsabilidade da construtora, enquanto sua supervisão deverá ser feita pela equipe de gestão e supervisão ambiental. CRONOGRAMA FÍSICO O cronograma relacionado ao PRAD somente será passível de elaboração uma vez que tenha sido feito o projeto individualizado de recuperação de cada passivo ambiental existente. ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO A execução do PRAD é de responsabilidade da empresa construtora contratada, sendo a fiscalização de responsabilidade do DNIT, podendo o mesmo delegar à equipe de gestão ambiental os serviços especializados de avaliação, projeto, supervisão e apoio. A Gestora Ambiental deverá apresentar relatórios das atividades previstas e realizadas, a necessidade ou não de medidas corretivas e quais são estas medidas. Esses relatórios terão periodicidade semestral, sendo desenvolvidos no âmbito do Programa de Gestão Ambiental (PGA) e encaminhados ao órgão licenciador. Porém, os relatórios semestrais terão como base os resultados de relatórios mensais com resultados de inspeções e vistorias periódicas durante a fase de obras. RESPONSÁVEIS PELO PROGRAMA O DNIT será responsável pela execução e coordenação geral do programa, o qual poderá ser executado por consultoria especializada (contratada/conveniada). Na tabela a seguir constam as instituições envolvidas no PRAD. 116 Tabela 21- Instituições envolvidas no Programa Ambiental de Recuperação de Áreas Degradadas Instituições Atribuições e competências Gestora Ambiental Apoiar, orientar e supervisionar a execução do programa à luz das diretrizes do programa e da legislação vigente. Acompanhar, emitir relatórios e avaliar a execução das ações propostas. Encaminhamento de ações corretivas, quando necessário. Construtoras Executar as atividades previstas no programa. DNIT Executar as atividades em conformidade com as diretrizes deste programa no que lhe for cabível. RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO DO PROGRAMA Técnico Formação Registro profissional CTF Luís Alberto de Oliveira Santos Geólogo CREA-RS 112.018 19.972 Windsor Miguel Sonaglia Torrico Eng. Civil e de Segurança do Trabalho CREA-RS 65.122 1918589 RESPONSÁVEIS PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA Os responsáveis técnicos pela execução do PRAD serão definidos quando o programa for iniciado, com definição, junto às unidades locais do DNIT e com as Construtoras, dos membros da equipe responsáveis pela execução dos serviços de recuperação dos passivos existentes, prevenção dos passivos com potencial de deflagração e pela fiscalização dos trabalhos. BIBLIOGRAFIA DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Plano Básico Ambiental das Obras de Adequação de Capacidade da BR-101 – AL/SE/BA. Rio de Janeiro: OIKOS, 2009. 277 pg. 117 4.3 - PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL JUSTIFICATIVA Obras rodoviárias abrangem uma série de atividades causadoras de impactos ambientais. Exemplos de tais atividades e de seus impactos correlatos são a movimentação do solo e escavações (alterando as características físico-químicas dos solos e facilitando a deflagração de processos erosivos), o trânsito de maquinário (aumentando as emissões de gases e particulados à atmosfera), acumulação de resíduos (potencializando impactos nos solos e mananciais hídricos), supressão de vegetação (reduzindo a biodiversidade) e outros. Estes impactos demandam constante supervisão de uma equipe multidisciplinar, com o intuito de garantir a implantação das medidas mitigadoras e compensatórias aos impactos levantados na fase de diagnóstico e prognóstico do empreendimento, minimizando os impactos negativos e otimizando os positivos, bem como prevendo e planejando ações articuladas que evitem o atraso e/ou paralisação das obras. A complexidade do Programa de Gestão Ambiental, que envolve a contribuição de diversos processos, mais que uma medida preventiva e de controle, busca ter um perfil integrador de ações que são executadas por diversos setores: empreiteiras, supervisoras de obras, empresas de consultoria, órgãos ambientais e DNIT. O PGA irá gerar importantes dados e registros das mais variadas ocorrências no campo e das ações ambientais, as quais serão devidamente registradas e cadastradas, constituindo relatórios periódicos sobre a implementação da gestão ambiental do empreendimento. Salienta-se que o PGA compreende a gestão individual e integrada de todos os demais programas ambientais apresentados no PBA. 118 OBJETIVO O PGA tem como objetivo principal estabelecer procedimentos operacionais que possibilitem executar o completo monitoramento da execução das ações propostas em cada programa ambiental, definindo, ainda, sua eficácia e cumprimento ao cronograma previamente estabelecido. Objetiva, ainda, diagnosticar problemas, atrasos e necessidades de alteração, possibilitando a proposição de medidas corretivas durante o período de execução das obras. O PGA possibilita a tomada de decisões que integram as políticas, programas e práticas ambientais e construtivas, sendo fundamental na articulação com as diversas instituições envolvidas no processo, bem como a população existente na AID do empreendimento. • Garantir que todos os Programas constituintes do PBA das obras sejam desenvolvidos com estrita observância à legislação aplicável ao empreendimento e com a devida preocupação com a minimização dos impactos ambientais negativos e otimização dos impactos positivos decorrentes das ações de recuperação; • Apoiar o DNIT, supervisoras no Superintendências que tange ao Regionais atendimento do das DNIT, construtoras Licenças e Ambientais, Autorizações de Supressão de Vegetação e outros cabíveis; • Efetuar o controle e organização da documentação referente ao processo de licenciamento; • Garantir que sejam cumpridos os prazos de todos os acordos e condições estabelecidos pelo órgão ambiental de incumbência para obtenção das licenças necessárias e, ainda, garantir a articulação do gerenciamento da componente ambiental com o gerenciamento das demais componentes previstas no empreendimento; • Efetuar a integração entre o DNIT, supervisão das obras e construtoras com os órgãos ambientais, FUNAI, IPHAN, ONGs, Universidades, Institutos de Pesquisa, DNPM e demais instituições envolvidas; • Definir e garantir o processo gerencial a ser adotado para execução dos Programas, que formam um conjunto de ações destinadas a evitar ou mitigar as 119 conseqüências dos impactos provocados pelas obras rodoviárias e pelas instalações de apoio, buscando soluções para alguns dos processos potenciais de degradação que podem ser deflagrados; • Estabelecer convênios com o objetivo de doação do material lenhoso proveniente da atividade de supressão vegetal; • Definir, em conjunto com os Órgãos Ambientais estaduais e municipais, Prefeituras Municipais e outros, as áreas para o plantio compensatório; • Gerar dados relativos ao processo de licenciamento e demais atividades do empreendimento para alimentação do Sistema de Apoio à Gestão Ambiental Rodoviária Federal (SAGARF); • Reunir e encaminhar documentos para o requerimento de licenças e autorizações, acompanhando os processos de licenciamento e objetivando o deferimento direto das solicitações; • Otimizar os recursos necessários para a implantação de todos os programas propostos; • Compilar, analisar, atualizar e atender a legislação ambiental relativa às atividades, produtos e serviços resultantes do processo de instalação da rodovia; • Estabelecer um canal de interlocução interinstitucional para a realização de parcerias, convênios e acordos de cooperação para a execução dos programas ambientais constantes no PBA; • Integrar o PGA com outros planos e programas de gestão existentes nas esferas municipal e estadual; • No caso de paralisação temporária das obras, promover a manutenção dos procedimentos ambientais básicos que evitem a geração de passivos ambientais e/ou o retrocesso e perda de esforços já realizados; • Assegurar a obtenção da Licença de Operação. 120 METAS Tem-se como meta o pleno cumprimento da legislação ambiental vigente, das condicionantes da Licença de Instalação do empreendimento e dos procedimentos propostos nos programas ambientais com o correto cumprimento do cronograma físicofinanceiro previsto, prevenindo, revertendo e compensando impactos ambientais negativos e, assim, garantindo a obtenção da Licença de Operação. INDICADORES Tem-se como principal indicador a conclusão das obras com o efetivo cumprimento dos procedimentos previstos nos programas ambientais de acordo com os prazos previamente estipulados. PÚBLICO ALVO O público-alvo deste programa consiste no DNIT, órgão responsável pela instalação do empreendimento, mais especificamente a Coordenação Geral de Meio Ambiente (CGMAB), a qual representará o principal elo entre as instituições envolvidas e que, a partir do PGA, receberá um sistema de gestão completo e estruturado, com interligação direta entre todos os programas ambientais. Além do DNIT, tem-se como público-alvo todos os funcionários da empresa construtora direta ou indiretamente envolvidos nas obras, as equipes responsáveis pela execução dos programas ambientais, a população existente ao longo da AID da rodovia e os órgãos e autarquias de alguma forma envolvidos no processo, como a FUNAI, IPHAN, DNPM e os órgãos ambientais municipais, estaduais e o IBAMA. METODOLOGIA Preceitos do PGA Conforme estabelecido pelo PGA originalmente elaborado (Oikos, 2009), a Gestão Ambiental deverá organizar as atividades relacionadas à prevenção, recuperação, proteção e controle ambiental a partir dos seguintes procedimentos, derivados da análise dos programas ambientais e da legislação vigente: 121 • Definição de metais finais e parciais a serem alcançadas com a realização de cada um dos programas ambientais (consistem nas metas individuais de cada programa ambiental apresentado no PBA); • Definição dos parâmetros de avaliação do desempenho ambiental, envolvendo a identificação dos indicadores de desempenho, os métodos e as unidades de medição dos indicadores e os critérios de avaliação dos resultados obtidos. Estes parâmetros consistem, basicamente, nos indicadores e metodologias individualmente estabelecidos para cada programa ambiental. Em adição a estes itens, pode-se estabelecer que o PGA envolve ações e atividades pertinentes a quatro áreas de atuação que são: • Fiscalização ambiental da obra, considerando-se as atividades previstas no processo de licenciamento (condicionantes de licenças, programas ambientais, autorizações específicas etc); • Acompanhamento e/ou implementação dos programas ambientais; • Gerenciamento informatizado das ações referentes às obras, visando garantir o cumprimento de prazos e estabelecimento de metas; • Administração das demandas em meio ambiente, orientando, apoiando e assessorando o DNIT e instituições intervenientes no processo de licenciamento ambiental; • Divulgação dos resultados. Na estruturação do PGA foram observados: • Estabelecimento de mecanismos de feedback entre os Programas Ambientais; • Integração dos aspectos socioambientais às atividades da engenharia; • Articulação entre os órgãos governamentais, o setor privado e a sociedade civil; • Envolvimento de instituições-chaves na promoção do desenvolvimento sustentado e da melhoria da qualidade de vida 122 Componentes e Ações Básicos do PGA Seguem os componentes básicos das áreas de atuação do PGA: • Acompanhamento, avaliação e revisão de toda a documentação técnica e ambiental referentes ao empreendimento, incluindo quantitativos e custos dos programas propostos; • Realizar o acompanhamento, avaliação e revisão da documentação técnica e ambiental produzida pelas diversas equipes atuantes no empreendimento, incluindo quantitativos e custos, na fase de detalhamento do projeto, objetivando a complementação dos programas ambientais, estabelecendo as metas a serem atingidas de acordo com os objetivos gerais acordados para licenciamento; • Efetuar o controle ambiental sistemático das obras de forma integrada ao controle da execução dos programas ambientais, objetivando atender as exigências dos órgãos, obter e renovar certificados e licenças ambientais e promover máxima preservação ambiental aliada ao avanço preferencialmente ininterrupto das obras; • Participar na elaboração dos termos de contratos e convênios a serem celebrados com empresas especializadas, instituições de pesquisa, ONGs e outros para implantação e desenvolvimento das atividades previstas nos programas ambientais; • Averiguar questionamentos do empreendimento, como aqueles originados por auditorias, representações, inquéritos, ações civis públicas, denúncias de ONGs e populares, além de aqueles de outras naturezas e origens, mantendo, ao mesmo tempo, um serviço de ouvidoria pública que permita a intervenção de moradores e usuários da rodovia; • Executar o monitoramento e acompanhamento das atividades ambientais, inventariando e avaliando periodicamente seus efeitos e resultados, bem como propondo, quando necessário, alterações, complementações e/ou novas ações e atividades, determinando as fases de estudos e projetos, além de considerar a adequabilidade dos prazos contratuais e recursos alocados em relação ao andamento dos serviços; • Estabelecer objetivos em função do licenciamento ambiental; 123 • Realizar reuniões com a participação de integrantes da equipe técnica da empresa de consultoria que vier a ser encarregada da execução dos serviços, para discutir os aspectos relevantes dos projetos e garantir o conhecimento do empreendimento e suas implicações em cada uma das vertentes dos trabalhos ambientais pela equipe responsável pelo desenvolvimento dos trabalhos de campo; • Elaboração de plano de trabalho para acompanhamento e implementação dos programas ambientais e de todas as medidas compensatórias acordadas com os organismos licenciadores, e que contenham: logística de campo; sistema de comunicação e apresentação de relatórios voltados a cada grupo de destinatários (órgãos ambientais, públicos, financiadores etc.); cronogramas e orçamentos individualizados; sistemática de atividades de inspeções e respectivos requisitos de inspeção; qualificação e a quantificação do pessoal necessário com definições das respectivas atribuições; programas de treinamento; modelos de relatórios em geral, inclusive os referentes às inspeções de campo; Dessa forma, durante a implantação das atividades propostas deverá ser monitorada a execução dos programas ambientais e demais itens da legislação aplicada. Dentro da abrangência proposta o PGA contempla a necessária estruturação e organização de atividades e tarefas a serem desempenhadas, com respectiva responsabilidade por sua execução e pelo seu controle, com avaliações sistemáticas quanto ao alcance dos seus objetivos, consolidando-se, também, os relatórios trimestrais sob o progresso alcançado. Haverá consolidação das eventuais questões a serem reexaminadas e até mesmo as que possam ensejar uma tomada de decisão por parte do DNIT, através de sua Coordenação Geral de Meio Ambiente. Principais Ações e Atividades As ações e atividades a serem desenvolvidas e que envolvem o gerenciamento de todas as fases do empreendimento, desde a sua implantação ate o início da operação, têm como finalidade garantir que os acordos ambientais, programas de mitigação e programas de gestão ambiental do empreendimento sejam devidamente executados e monitorados, conforme estabelecido no PGA e as instruções pertinentes do DNIIT. As atividades podem ser classificadas da seguinte forma: 124 • Atividades de Caráter Genérico: que devem verificar de forma plena a conformidade dos programas e da respectiva execução das obras com os requisitos ambientais, em termos de procedimentos e ações, bem como todas as condições referentes às licenças e autorizações, impostas pelo órgão licenciador; • Atividades de Supervisão Ambiental: que consistirá no acompanhamento e necessária fiscalização da execução das obras de pavimentação da rodovia, envolvendo o controle de sua realização, de acordo com as exigências ambientais. O gerenciamento abrangerá todas as fases do empreendimento, desde sua préimplantação até o início da operação. As atividades de Gestão e Supervisão Ambiental abrangem, dentre outros: • Controle de processos erosivos; • Controle da poluição e degradação ambiental na construção; • Recomposição da vegetação; • Redução do desconforto e acidentes na etapa de obras; • Controle de gases, ruídos e material particulado; • Segurança e saúde da mão-de-obra; • Monitoramento ambiental. O gerenciamento ambiental também deve abranger a orientação e fiscalização sistemática das construtoras, quanto ao cumprimento dos procedimentos de adequações ambientais a serem observados nos canteiros de obras, nos acampamentos e demais instalações de apoio. Em suma, serão desenvolvidas ações de monitoramento e acompanhamento de todas as atividades ambientais, contratadas, sejam elas desenvolvidas na área de influência direta ou indireta do empreendimento, inventariando e avaliando, seus efeitos/resultados e propondo, quando necessário, alterações, complementações ou novas ações e atividades, definido as fases de estudos e projetos e considerando também se os prazos contratuais e os recursos alocados estão de acordo com o andamento dos serviços; Toda a execução da obra será supervisionada, com especial atenção aos seguintes serviços: 125 • Desmatamento; • Terraplenagem; • Contenção de taludes e obras de drenagem; • Utilização de jazidas e bota-foras; • Pavimentação • Desmobilização das instalações de apoio; • Recuperação de áreas degradadas. Com vistas a promover a operacionalização do sistema de gestão o DNIT deverá instituir, em suas Superintendências Regionais responsáveis pelas obras, ou na própria sede do DNIT em Brasília, um comitê ambiental que consistirá no fórum de discussão das ações que serão empreendidas ao longo das obras, visando atender as metas ambientais programadas e/ou corrigir desvios detectados. Todos os órgãos e empresas envolvidos deverão nomear um representante para participar das reuniões convocadas pelo Presidente do Comitê (Supervisor Ambiental nomeado pelo DNIT), com poderes para receber notificações e correspondências, assinar atas e assumir compromissos visando a recuperação de impactos de responsabilidade da instituição a qual representa. Nas reuniões serão apresentados e avaliados os relatórios relativos aos programas ambientais e determinadas as ações/obras/providências a serem tomadas pelos participantes de acordo com suas responsabilidades. O Presidente do Comitê poderá admitir nas reuniões, a seu exclusivo critério, consultores especiais, fiscais do IBAMA ou de organismos ambientais estaduais ou municipais, representantes de associações de moradores e de ONGs, líderes comunitários ou mesmo cidadãos que apresentem algum tipo de questionamento em relação ao empreendimento. As reuniões serão realizadas por convocação do Presidente do Comitê e o intervalo entre as mesmas será de duas semanas. Em casos emergenciais, poderão ser feitas convocações extraordinárias. Os resultados dessas reuniões serão consolidados em relatórios circunstanciados, contemplando avaliações individualizadas por programa, correlacionando os 126 cronogramas propostos e efetivos e considerando a eficácia das medidas tomadas. Estes relatórios serão repassados para cada coordenador setorial de programa ambiental, sendo feita discussão a respeito dos resultados obtidos e repassadas observações (no caso de serem observados problemas) para que seja feito o cumprimento integral das ações inicialmente propostas. Após a avaliação por parte das coordenações e efetuada a consolidação das necessidades de readequações, os relatórios serão disponibilizados na Superintendência Regional do DNIT e no próprio canteiro de obras para consulta. Estruturação do PGA O fluxograma a seguir ilustra a estrutura e as atividades do PGA. 127 Figura 12 - Fluxograma do Programa de Gestão Ambiental. 128 Ações de Monitoramento O monitoramento será efetuado pela equipe de Fiscalização do DNIT, podendo esta contar com a participação de empresa de consultoria especializada. A fiscalização deverá orientar-se de acordo com os seguintes critérios: • Verificação da adequada execução dos dispositivos existentes, como solução, em projeto de engenharia e que atendam ao programa ambiental; • Verificação da conformidade ambiental no que se relaciona à observância das condicionantes instituídas e que interferem com os procedimentos relativos à programação das obras e processos construtivos. Inicialmente deve ser elaborado um Plano de Vistoria, no qual serão detalhados os procedimentos a serem adotados pela equipe de supervisão ambiental. este Plano deve, obrigatoriamente, considerar as formas de registro das ações de gestão ambiental implantadas, as não-conformidades observadas, as medidas consideradas para sua solução, as conformidades verificadas e a proposição de eventuais modificações nos projetos e planos executivos das obras e programas ambientais. Com vistas a promover maior facilitação e organização do serviço de Gestão e Supervisão Ambiental, o trecho será dividido em segmentos conforme o estado no qual se localiza, facilitando a tomada de procedimentos. Desta forma, considera-se como segmento 1 o estado de AL, segmento 2 o estado de SE e segmento 3 o estado da BA. Cada segmento deverá ser vistoriado por uma equipe diferente, sendo, porém, a integração dos dados dos três segmentos feita por um único conselho gestor. Cada segmento deverá sofrer vistorias diárias, com registro fotográfico, em vídeo e anotações dos aspectos construtivos e de controle ambiental. A seguir é apresentado modelo de planilha de campo. 129 Tabela 22– Modelo de planilha de gestão ambiental a ser implantada Ocorrência Planilha de Acompanhamento de Obras e Ações Ambientais – Rodovia BR-101 AL/SE/BA Segmento 1 Localização Lado da Descrição Encaminhamentos Fotos Coordenadas Rodovia km Estaca Lote (x;y) Croqui/OBS Dados de Identificação Data: Técnico Responsável Assinatura: 130 As informações alimentarão um banco de dados composto por planilhas, cronogramas e mapas georreferenciados em ambiente SIG, sempre organizados de acordo com a temática envolvida, o lote, coordenadas, quilometragem, estaca, lado da rodovia, visada, descrição da situação e dos encaminhamentos relativos ao evento, referência às fotos e outras informações que se tornem necessárias. Os registros de campo serão organizados e categorizados conforme segue: • Registro Prévio: identificação e registro de áreas vulneráveis ou complexas em relação a questões socioambientais e/ou técnica construtivas (APPs, terras indígenas, áreas urbanas, obras de arte etc.), efetuando um diagnóstico anterior às obras e permitindo, assim, comparar as situações decorrentes; • Registro de Conformidade: acompanhamento da implantação, operação e desmobilização de dispositivos de controle e gestão ambiental, apontando as situações adequadas aos programas ambientais; • Registro de Não-Conformidade: identificação de ações inadequadas em relação ao proposto nos programas ambientais, sendo definidas ações para sua adequação. As não-conformidades serão ordenadas em três grupos (leves, médias e graves) de acordo com os impactos representados, sendo tomados os seguintes procedimentos: - Não-Conformidade Leve: Comunicação e orientação verbal diretamente ao encarregado de obras e ao responsável pela supervisão ambiental por parte da construtora, registro no banco de dados e acompanhamento da evolução do quadro (adequação ou agravamento); - Não-Conformidade Média: Comunicação e orientação verbal diretamente ao encarregado de obras e ao responsável pela supervisão ambiental por parte da construtora, registro no banco de dados e elaboração de Registro de Ocorrência Ambiental a ser encaminhado ao DNIT e à Construtora e acompanhamento da evolução do quadro (adequação ou agravamento); - Não-Conformidade Grave: Comunicação e orientação verbal diretamente ao encarregado de obras e ao responsável pela supervisão ambiental por parte da construtora, registro no banco de dados e elaboração de Informe 131 Não-Conformidade Ambiental a ser encaminhado à supervisão das obras, ao DNIT e à Construtora e acompanhamento da evolução do quadro (adequação ou agravamento). O Informe de Não-Conformidade Ambiental consiste no documento que formaliza, junto à supervisão das obras, a solicitação de providências cabíveis em prazo compatível com sua execução. A persistência da ocorrência ou a necessidade de reiteração da notificação incorrerá na emissão de Atestado de Não-Conformidade, potencializando, inclusive, o bloqueio da medição das construtoras que receberem tal documento; • Registro de Encerramento: Estabelece a conclusão de uma etapa em acompanhamento ou a solução de uma não-conformidade. A disponibilização destas informações de modo integrado em um sistema de banco de dados permitirá efetuar um zoneamento de áreas sensíveis e críticas, estabelecendo, ainda, uma avaliação espaço-temporal da eficácia dos diversos procedimentos construtivos e ambientais em prática. Serão gerados relatórios trimestrais de monitoramento, os quais serão devidamente encaminhados ao IBAMA para análise. ETAPAS DE EXECUÇÃO Na tabela a seguir consta a síntese das atividades a serem realizadas no programa. Tabela 23 - Atividades a serem executadas no Programa de Recuperação de Áreas Degradadas. Atividade Acompanhamento, avaliação e revisão da documentação técnica e ambiental Controle das obras de forma integrada ao controle de execução dos programas ambientais Participar na elaboração dos termos de contratos e convênios Forma de ação Etapa Competência Análise de licenças, certidões, estudos e cronogramas Anterior e durante as obras Equipes de Supervisão e Gestão Ambiental Monitoramento de campo; Fase de obras – acompanhamento diário Equipes de Supervisão e Gestão Ambiental Fase de obras Equipes de Supervisão e Gestão Ambiental Avaliação de planilhas de desempenho; Reuniões do comitê de gestão; Reuniões entre a supervisão ambiental e instituições a serem contratadas 132 Atividade Forma de ação Etapa Competência Averiguar questionamentos do empreendimento Estabelecer mecanismo eficaz de relacionamento com o público-alvo mediante serviço de ouvidoria Fase de obras – acompanhamento diário Equipes de Supervisão e Gestão Ambiental Executar o monitoramento e acompanhamento das atividades ambientais Efetuar inventário e análise periódica dos efeitos e resultados, com eventual proposição de alterações quando necessário Fase de obras – acompanhamento diário Equipes de Supervisão e Gestão Ambiental Realizar reuniões com a participação de integrantes da equipe técnica Convocação para reuniões Quinzenal Equipes de Supervisão e Gestão Ambiental INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS O PGA tem relação direta com todos os programas ambientais apresentados no PBA. ATENDIMENTOS A REQUISITOS LEGAIS E/OU OUTROS REQUISITOS • Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, que institui o novo Código Florestal. • Resolução CONAMA n° 369, de 28 de março de 2006 - Dispõe sobre os casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente-APP. Esta resolução estabelece critérios para a compensação ambiental pelo desmatamento de APP. • Instrução Normativa nº 2, de 21 de março de 2007 (FUNAI) - Estabelece normas sobre a participação da FUNAI no processo de licenciamento ambiental de empreendimentos ou atividades potencialmente causadoras de impacto no meio ambiente das Terras Indígenas, na cultura e povos indígenas. • Instrução Normativa IBAMA nº 146, de 10 de janeiro de 2007 - Estabelece os critérios para procedimentos relativos ao manejo de fauna silvestre (levantamento, monitoramento, salvamento, resgate e destinação) em áreas de influência de empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de impactos à fauna sujeitas ao licenciamento ambiental, como definido pela Lei n° 6938/81 e pelas Resoluções CONAMA n° 001/86 e n° 237/97. 133 • Portaria n° 230, de 17 de dezembro de 2002 (IPHAN) - Estabelece dispositivos para a compatibilização e obtenção de licenças ambientais em áreas de preservação arqueológica. • Portaria IBAMA n° 253, de 18 de agosto de 2006 - Institui o Documento de Origem Florestal (DOF), necessário para efetuar o transporte de material lenhoso, mesmo que proveniente de empreendimentos em licenciamento. • Lei nº 6.567, de 24 de setembro de 1978 - Regulamenta pelo DNPM o aproveitamento no regime de licenciamento o aproveitamento mineral por licenciamento. • Resolução CONAMA nº 010, de 06 de dezembro de 1990 - estabelece critérios específicos para o Licenciamento Ambiental de extração mineral da Classe II (Decreto-Lei nº 227, 28 de fevereiro de 1967), visando o melhor controle dessa atividade. • Instrução Normativa DNPM n° 1, de 21 de fevereiro de 2001 - atualiza e adequa a regulamentação e a normatização da legislação referente ao requerimento de registro de licença. • Portaria DNPM n° 266 de 10 de julho de 2008 – dispõe sobre o processo de registro de licença e altera as Normas Regulamentadoras de Mineração aprovadas pela Portaria n° 237 de 18 de outubro de 2001. RECURSOS NECESSÁRIOS Para a execução do PGA será necessária a formação de equipe conjunta no local das obras e em Brasília, facilitando a articulação direta junto ao DNIT e ao IBAMA. A equipe básica é passível de visualização na tabela a seguir. Tabela 24 - Profissionais necessários para a execução do PGA. Função Localização Quantidade Coordenador Geral Brasília/DF 1 Coordenador Setorial Brasília/DF 1 134 Função Localização Quantidade Especialista Ambiental Brasília/DF 2 Coordenador Setorial Escritório Regional 1 Coordenador da Supervisão Ambiental Escritório Regional 1 Supervisor Ambiental Escritório Regional 3 Técnico Ambiental Escritório Regional 3 Secretária Brasília/DF 1 Secretária Escritório Regional 3 Auxiliar de Escritório Brasília/DF 1 Auxiliar de Escritório Escritório Regional 3 Analista de Sistemas Brasília/DF 1 Escritórios Será necessária a estruturação de escritórios de apoio, sendo um em Brasília e três no trecho a abrigar as obras, sendo um em cada segmento proposto. Equipamentos Deverão ser adquiridos equipamentos necessários para a realização dos trabalhos de Supervisão Ambiental em campo e nos escritórios. Entre eles destacam-se: • 3 aparelhos de GPS; • 4 computadores Core 2 Quad, 4 GB RAM, 500 GB HD. • 18 computadores Core 2 Duo, 2 GB RAM, 320 GB HD. • 4 Laptop para as Coordenações Setoriais (DF, AL, SE e BA); • 22 Pen Drive 8.0GB; • 4 Máquinas Fotográficas 7.2 Mega Pixel; • 4 Impressoras multifuncionais; • 4 Impressoras A3; • 4 Centrais telefônicas; • 22 Telefones celulares; 135 • Equipamentos de Proteção Individual (EPI); • 4 veículos Sedan. Tabela 25 - Previsão de valores para a execução do PGA com prazo de 42 meses Descrição -1 A – Equipe Técnica Coordenador Coordenador Setorial Coordenador da Supervisão Ambiental Especialista Ambiental Supervisor Ambiental Técnico Ambiental Secertária Auxiliar de Escritório Analista de sistemas Quantidade Homens/Mês ou Percentual ou Quantidade Simples Função ou Numeração -2 -3 (4) = (1-2-3) I – Custos Diretos Participação Nível Mensal Quantidade Meses Funcional Média (% em 30 dias) Valor Unitário (R$)/mês Valor Total (R$) -5 (6) = (4-5) 1 100% 42 1 10295,05 432392,10 2 100% 42 1 7721,28 648587,52 2 100% 42 1 7721,28 648587,52 2 100% 42 1 6262,81 526076,04 3 100% 42 1 6262,81 789114,06 3 100% 42 1 2916,92 367531,92 4 100% 42 1 1243,98 208988,64 4 100% 42 1 1243,98 208988,64 1 100% 42 1 1029,5 43239,00 Sub-Total Item “A” 3873505,44 B – Encargos Sociais (88,04% de “A”) 88,04% 3873505,44 Sub-Total Item “B” 3410234,19 C – Custos Administrativos (50% de “A”) 50,00% 3873505,44 Sub-Total Item “C” 42 2000 Sub-Total Item “D” 42 230 Sub-Total Item “E” 100% 22 100% 9660,00 9660,00 42 4 3391,62 Sub-Total Item “F” G– Equipamentos Computador 84000,00 84000,00 E – Despesas com Deslocamento 4 1936752,72 1936752,72 D – Viagens Aéreas F – Veículos Sedan 3410234,19 569792,16 569792,16 1 1 4000 88000 136 Descrição com Office Computador Notebook com Office Aparelho de GPS Pen Drive 8GB Máquinas Fotográficas Impressoras Multifuncionais Impressoras A3 Centrais telefônicas Telefones celulares EPI H - Imóveis Aluguel de escritório Mobiliário Quantidade Homens/Mês Participação ou Nível Mensal Quantidade Meses Percentual Funcional Média (% ou em 30 dias) Quantidade Simples Valor Unitário (R$)/mês Valor Total (R$) 4 100% 1 1 3000 12000 3 100% 1 1 220,09 660,27 22 100% 1 1 65 1430 4 100% 1 1 500 2000 4 100% 1 1 700 2800 4 100% 1 1 1200 4800 4 100% 1 1 600 2400 22 100% 1 1 100 2200 1 1 1000 22000 138290,27 1272,53 213785,04 547,29 2189,16 215974,2 10238208,98 10238209 1228585,08 22 100% Sub-Total Item “G” 4 4 42 1 Sub-Total Item “H” Total do Item “I” II – Custos Indiretos H– Remuneração da Empresa Taxa de 12% sobre o total do item “I” 12% Sub-Total Item “H” I – Despesas Fiscais Taxa de 16,62% dos itens “I” e “II – H” 1228585,08 16,62% Total do Item “II” Custo Total de Execução do Programa (30 meses) 11466794,06 1905781,17 1905781,17 13372575,23 137 CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO Tabela 26 - Cronograma do Programa de Gestão Ambiental MELHORIAS E DUPLICAÇÃO DA RODOVIA BR-101 – TRECHO SÃO MIGUEL DOS CAMPOS (AL) – ENTRONCAMENTO COM BR-324 (BA) PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL Fase Pré-Obras Ano 1 Ano 2 ANO 3 Atividades -6 -5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Acompanhamento, avaliação e revisão da 0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1% documentação técnica e ambiental Controle das obras de forma integrada ao controle de execução dos programas ambientais Participar na elaboração dos termos de contratos e convênios 10 11 12 0,1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 0,5% 0,5%0,5%0,5%0,5%0,5%0,5%0,5%0,5%0,5%0,5%0,5% 0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1% Averiguar questionamentos do empreendimento 138 MELHORIAS E DUPLICAÇÃO DA RODOVIA BR-101 – TRECHO SÃO MIGUEL DOS CAMPOS (AL) – ENTRONCAMENTO COM BR-324 (BA) PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL Fase Pré-Obras Ano 1 Ano 2 ANO 3 Atividades -6 -5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Executar o monitoramento e acompanhamento das atividades ambientais 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 0,5% 0,5%0,5%0,5%0,5%0,5%0,5%0,5%0,5%0,5%0,5%0,5% Efetuar inventário e análise periódica dos efeitos e resultados, com eventual proposição de alterações quando necessário 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 0,5% 0,5%0,5%0,5%0,5%0,5%0,5%0,5%0,5%0,5%0,5%0,5% Realizar reuniões com a participação de integrantes da equipe técnica Divulgação dos resultados 0,2% 0,2% 0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1%0,1% 139 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO Para o acompanhamento das ações de gestão ambiental previstas no programa e para possibilitar que sejam tomadas ações corretivas caso verificada alguma não-conformidade, serão elaborados relatórios internos mensais de andamento, bem como relatórios trimestrais de consolidação e análise, os quais serão protocolados no IBAMA para acompanhamento. Tais relatórios deverão considerar a condução das obras de forma integrada com o andamento dos programas ambientais mediante cronograma comparativo entre o inicialmente proposto e o de execução. Logo após a celebração do contrato com a construtora, deverá ser entregue um Relatório de Programação, consolidando o plano de trabalho e de vistoria e contendo os seguintes itens: • Descrição do Plano de Trabalho, considerando-se as atividades e programas a serem executados e/ou supervisionados; • Cronograma de atividades previstas detalhado; • Detalhamento e consolidação do cronograma financeiro; • Relação da equipe por segmento, nível de qualificação, alocação e função; • Relação das instalações e equipamentos; • Anotações de Responsabilidade Técnica – ART – da equipe. RESPONSÁVEIS PELO PROGRAMA O DNIT será responsável pela execução e coordenação geral do programa, o qual poderá ser executado por consultoria especializada (contratada/conveniada). Na tabela a seguir constam as instituições envolvidas no PGA. Tabela 27 - Instituições envolvidas no PGA Instituições IBAMA Instituto Chico Mendes DNPM DNIT Gestora Ambiental Atribuições e competências Emitir licenças e autorizações, realizar vistorias, fiscalizar Gerenciamento do convênio de compensação ambiental, segundo o art. 36 do SNUC. Licenciar áreas de extração mineral para uso nas obras Financiar a obra e gerenciar os contratos Supervisionar a obra com relação aos aspectos ambientais. 140 Instituições Construtoras Supervisoras de Obras IPHAN INCRA Órgãos Estaduais de Meio Ambiente (OEMA) Prefeituras FUNAI Atribuições e competências Executar o projeto de construção Elaborar, corrigir e acompanhar o projeto executivo da rodovia Realizar o licenciamento das atividades de pesquisa, prospecção e resgate arqueológico. Apoio técnico para auxiliar as atividades de relocação e desapropriação e reassentamento das populações afetadas. Emitir licenças e autorizações, realizar vistorias, fazer fiscalização, quando referentes a áreas de extração mineral específicas. Emitir anuências referentes a autorizações específicas a serem emitidas pelas OEMA em áreas públicas. Acompanhar o licenciamento buscando atender às necessidades sócio-culturais das etnias atingidas pelo empreendimento. RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO DO PROGRAMA Técnico Formação Registro profissional CTF Luís Alberto de Oliveira Santos Geólogo CREA-RS 112.018 19.972 Florencio Teodoro Rocha da Rosa Geógrafo CREA-RS 159.287 158.738 RESPONSÁVEIS PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA Os responsáveis técnicos pela execução do PGA serão definidos quando o programa for iniciado, com definição, junto às unidades locais do DNIT e com as Construtoras, dos membros da equipe responsáveis pela execução dos serviços de Gestão Ambiental. BIBLIOGRAFIA BARATA, M. M. de L.; KLIGERMAN, D. C.; MINAYO-GOMEZ, C. A gestão ambiental no setor público: uma questão de relevância social e econômica. Ciência. Saúde Coletiva, Mar 2007, vol. 12, no 1, p.165-170. BURSZTYN, M.A.A. Gestão Ambiental - instrumentos e práticas. Brasília: IBAMA, 1994. DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental EIA/RIMA das Obras de Adequação da Capacidade da BR-101 – AL/SE/BA. Rio de Janeiro: OIKOS, 2007. 277 pg. ECOPLAN Engenharia. Plano Básico Ambiental para as Obras de Pavimentação da Rodovia BR-158. 2008. 285 pg. 141 MACEDO, R. K. Gestão Ambiental - os instrumentos básicos para a gestão ambiental de territórios e de unidades produtivas. Rio de Janeiro: Abes/Aidis, 1994. MENEGAT, R. & ALMEIDA, G. Org. Desenvolvimento Sustentável e Gestão Ambiental nas Cidades – Estratégias a partir de Porto Alegre. Porto Alegre. UFRGS. 2004. 422 pg. OLIVEIRA, A.I.A. O Licenciamento Ambiental. São Paulo: Iglu Editora, 1999. POL, E. A gestão ambiental, novo desafio para a psicologia do desenvolvimento sustentável. Estud. psicol. (Natal), Ago 2003, vol. 8, no 2, p.235-243. PRADO FILHO, J.F.; SOUZA, M.P. Gerenciamento Ambiental: a importância do automonitoramento – final. Brasil Mineral, São Paulo, n. 204, p. 44-48, 2002. 142 4.4 - PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL JUSTIFICATIVA O empreendimento em tela acarretará diversos impactos sociais (positivos / negativos) sobre a região afetada e sua população residente, com reflexos que ultrapassam os próprios limites físicos e temporais onde se darão as intervenções. Dessa forma, no Estudo de Impacto Ambiental – EIA e seu respectivo Relatório de Impacto do Meio Ambiente – RIMA foram recomendadas medidas mitigadoras e a implementação de Programas Ambientais. O presente Programa de Comunicação Social - PCS integra o conjunto de Programas Ambientais propostos no EIA e justifica-se, pela necessidade de execução de um sistema de comunicação capaz de intermediar todas as partes interessadas e envolvidas no processo e, sobretudo pela necessidade de esclarecer à população residente na região afetada, sobre os aspectos inerentes à obra, uma vez que para a implantação do empreendimento será necessário mobilizar mão-obra, interromper o tráfego, desapropriar/indenizar e relocar famílias e atividades comerciais, abrir caminhos, utilizar rotas alternativas, circular nas vias já existentes para serviço, além de outras medidas que alterarão o cotidiano, a configuração espacial e a circulação na região. Regionalmente a sociedade envolvida vem se mostrando receptiva ao empreendimento já que a duplicação da rodovia BR-101 é vista como uma oportunidade de melhoria regional e local, facilitando a chegada de outros benefícios (serviços, infraestrutura, trabalho, etc.). Em nível local a expectativa em torno da duplicação é também positiva, embora as alterações para a dinâmica municipal sejam pouco significativas, na medida em que os principais impactos – de segregação urbana e de intrusão visual – já estão consolidados pela pista existente. Para que o PCS cumpra com a sua função social enquanto veículo de colaboração e participação comunitária na gestão da obra, além de informar todos os segmentos envolvidos é necessário instrumentá-los, no sentido de oportunizar a identificação da importância de seus papéis neste processo, para que possam contribuir efetivamente na implantação e gestão socioambiental do Empreendimento. OBJETIVO Como Diretrizes o PCS visa proporcionar a integração entre os diferentes segmentos da sociedade e usuários da BR 101, divulgando informações referentes aos aspectos de implantação do empreendimento, os impactos esperados, ações de gestão ambiental, os 143 cuidados preventivos para a convivência com a rodovia, buscando o apoio da sociedade durante a execução da obra e operação da rodovia para a mitigação/minimização dos impactos negativos ou potencialização de impactos positivos. Assim sendo, o PCS possui os seguintes objetivos gerais: • Ser canal de comunicação contínuo entre o empreendedor e a sociedade, especialmente a população residente na área de influência do empreendimento; • Desenvolver ações que visem a integração das pessoas envolvidas com a implantação do Empreendimento e dos programas ambientais com a população, o Poder Público e as instituições locais e afins. Os objetivos específicos são: • Informar a sociedade sobre as características do empreendimento, as etapas de sua implantação, o desenvolvimento dos programas e as mudanças que ocorrerão durante as obras; • Divulgar a importância estratégica do Empreendimento, tendo em vista ser um empreendimento de utilidade pública, a trazer benefícios locais e regionais. • Auxiliar na mitigação dos possíveis transtornos para a população e usuários da rodovia durante o período de construção; • Apoiar os demais programas ambientais, facilitando o aporte de informações e divulgando seus resultados. • Informar sobre os procedimentos de segurança a serem observados nos canteiros de obras, trechos em obras e em seu entorno; • Prevenir os possíveis transtornos e conflitos decorrentes da circulação intensa do contingente de trabalhadores empregados na obra, visando, entre outros aspectos, à ordem, ao respeito à população e à conservação do meio ambiente; • Informar sobre a circulação, acessos às localidades e comunidades existentes na Área de Influência durante as fases de implantação e operação do Empreendimento. METAS As metas, relacionadas aos objetivos específicos, são: 144 • Implantar um centro de comunicação social, como ponto de referência, de onde partirão as informações sobre todas as etapas de construção e planos previstos para o empreendimento, funcionando ainda como ouvidoria para receber sugestões, preocupações e queixas do público-alvo; • Elaborar e distribuir material publicitário, como folders, cartazes e folhetos; • Realizar campanhas periódicas de divulgação sobre o andamento das obras; • Divulgar, por meio de folders e cartazes, informações e orientações inerentes aos diversos programas ambientais, relacionadas ao meio ambiente, saúde, acidentes, etc. (por exemplo, cuidados com resíduos sólidos, doenças endêmicas, riscos e procedimentos para evitar incêndios, etc.). INDICADORES Para avaliação da implantação do PCS serão considerados os seguintes indicadores: • Nível de satisfação de proprietários e moradores com relação às informações sobre as etapas de implementação do empreendimento; • Registro (quantidade e conteúdo) das demandas da população expressa por intermédio dos canais de comunicação (Volume de visitas e ligações) disponibilizados pelo empreendedor através do Centro de Comunicação; • Comunicados veiculados na Área de Influência Indireta com informações sobre o empreendimento na mídia regional e local; • Material de comunicação produzido, especificando a quantidade, freqüência e destinação, bem como o conteúdo das informações difundidas; • O número de queixas, reclamações e sugestões recebidas e/ou atendidas. PÚBLICO-ALVO O PCS terá como público-alvo os seguintes segmentos: • Sociedade Civil Organizada: associações e entidades representativas de caráter coletivo – sindicatos; cooperativas; associações de moradores; organizações não governamentais de cunho ambientalista, dentre outros, atuantes nos municípios integrantes da Área de Influência Indireta; 145 • Órgãos Governamentais: prefeituras municipais; câmaras de vereadores; conselhos comunitários; agencias governamentais; IBAMA; Associações, dentre outros, nos municípios integrantes da Área de Influência Indireta; • População residente ou que exercem atividades na Área de Influência Direta e no entorno da rodovia; • Comunidades Indígenas e Quilombolas na Área de Influência Indireta e; • Trabalhadores envolvidos e Usuários da rodovia. METODOLOGIA E DESCRIÇÃO DO PROGRAMA A seguir são descritos as etapas, métodos, procedimentos e diretrizes gerais a serem empregados para o desenvolvimento do PCS. Integração da Equipe Técnica A primeira atividade compreende uma reunião para integração da equipe do PCS, definindo suas competências a fim de dar maior dinamismo à execução do programa. Nesta reunião as etapas e atividades a serem realizadas deverão ser consolidadas, bem como os mecanismos de funcionamento da comunicação social do empreendimento. Criação e Atualização de Bancos de Dados Esta atividade busca criar um mecanismo ágil para o contato com os diferentes públicos-alvo e a mídia, difundindo as informações cabíveis e efetuando convocações para reuniões/audiências. Inicialmente, portanto, deverá ser feito o levantamento e cadastramento das instituições de governo e lideranças locais atuantes nos municípios da área de influência do empreendimento, em busca de parcerias para as ações de divulgação do empreendimento. A equipe responsável pelo PCS deverá manter comunicação direta com as Prefeituras Municipais dos municípios diretamente envolvidos pelo empreendimento. Criar mecanismos de Informações Esta atividade compreende a sistematização das informações básicas do Projeto de Engenharia, cronograma de obras e programas ambientais. Com isso, deverá ser criado um mecanismo ágil de informações e dados básicos (cronograma, localização de canteiros, alojamentos, etc.), de forma a estabelecer a rotina e procedimentos para informar sobre o avanço das obras e programas ambientais e seus resultados, voltado ao público interno, 146 população em geral, comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas, além de representantes de órgãos públicos. As ações de divulgação e disponibilização de informações deverão fornecer os seguintes tipos de serviços: • Informações aos usuários da rodovia sobre planos de obras: alterações do tráfego e eventuais desvios em decorrências das obras rodoviárias; • Informações para as comunidades locais acerca de possíveis alterações no tráfego nos perímetros urbanos, com divulgação de eventuais desvios, mudanças em pontos de ônibus e variantes provisórias, entre outras; • Informações e respostas a eventuais demandas da sociedade sobre empreendimento, suas obras, possíveis consequências ambientais e formas de controle; • Recebimento de denúncias, críticas ou sugestões, por parte da sociedade; • Atendimento às demandas geradas por parte de proprietários ou ocupantes das faixas lindeiras da rodovia; • Informações ou recebimento de avisos sobre possíveis ocorrências de acidentes, inclusive com cargas perigosas; • Informações ou recebimento de avisos sobre possíveis ocorrências de focos de incêndio na faixa de domínio da rodovia ou em suas áreas lindeiras; • Divulgação sobre a realização de eventos, reuniões e treinamentos relacionados à segurança e sinalização no trânsito, à prevenção de queimadas, à educação ambiental, ao atendimento a acidentados e primeiros socorros, em parcerias com outras instituições. Implantação do Centro de Comunicação e Serviço de Discagem Gratuita Esta atividade compreende o planejamento, a definição do local, a divulgação, implantação e início da operação do Centro de Comunicação, bem como do serviço de discagem gratuita. Assim, deverá ser planejada e implantada a estrutura física (espaço – aluguel de sala, mobiliário) e serviços (telefonia, internet) para a equipe do PCS. Com isso, o centro estará pronto para iniciar os trabalhos relativos à comunicação social do empreendimento. Elaboração de instrumentos de comunicação Esta atividade compreende a elaboração de peças publicitárias, tais como folders, folhetos, cartazes, vídeos, releases e spots de rádio, etc., que deverão ser utilizados na comunicação 147 social do empreendimento, visando atingir adequadamente os diferentes públicos-alvo. Basicamente, o material de divulgação a ser produzido abrangerá: • Informes em jornais de circulação dos municípios, relatando o andamento das obras, desvios de trânsito e outras informações necessárias com periodicidade a ser definida com base no cronograma do empreendimento; • Informativo mensal sobre o andamento das obras e dos programas ambientais, sendo veiculado em emissoras de rádio e material impresso (folders) a ser distribuído ao público-alvo em locais de grande movimentação (prefeituras, postos de combustíveis, canteiro de obras, refeitórios, etc.); • Placas e cartazes de comunicação direta com o usuário da rodovia e comunidades adjacentes; • Sistema de discagem gratuita (ouvidoria). Divulgação do empreendimento ao poder público Esta atividade deverá fornecer informações sobre o projeto, impactos e programas ambientais junto a representantes de instituições públicas, discutindo-se a necessidade de parcerias para a realização de ações conjuntas. Para tanto, poderão ser elaborados e apresentados, vídeos, palestras, folhetos explicativos, cartazes sobre o projeto e os programas ambientais. Deverão ser realizadas reuniões com a FUNAI e representantes das comunidades indígenas para divulgação do empreendimento. Divulgação do empreendimento à população em geral, comunidades tradicionais e indígenas Esta atividade compreende a divulgação do empreendimento, impactos, programas ambientais e formas de comunicação (centro de comunicação social e serviço de discagem gratuita). Deverá ser realizada por meio da distribuição de folhetos explicativos, afixação de cartazes e palestras informativas, estas últimas especialmente para as comunidades tradicionais e indígenas. Divulgação do empreendimento aos trabalhadores Esta atividade compreende a divulgação do empreendimento, impactos e programas para o público interno, tanto em sua admissão, quanto periodicamente durante o andamento das obras. Com esta atividade, deverá ser divulgado o Código de Conduta dos Trabalhadores, além de instruir a equipe responsável pelas obras sobre as características socioambientais do projeto e sobre formas de trato com a população do entorno. 148 Para tanto, deverão ser feitas reuniões informativas, distribuição de folhetos explicativos nos alojamentos e refeitórios, afixação de cartazes e palestras semestrais com trabalhadores das obras relacionados às obras e aos Programas Ambientais. Deverão, portanto, ser divulgados conteúdos específicos visando práticas ambientais e comportamentais adequados na fase de construção. Desenvolvimento de campanha de divulgação do início das obras Esta atividade deverá divulgar o início das obras e medidas de segurança a serem adotadas. Para tanto, será feita comunicação através mídias de alcance regional, spots em rádios locais, folhetos e cartazes, distribuindo-se e veiculando informativos para o grande público. Realização de campanhas de divulgação mensal durante a fase de obras Esta atividade compreende a realização periódica de campanhas informativas sobre o empreendimento, avanço das obras, alterações no tráfego e rotas alternativas, normas de segurança, andamento e resultado dos programas ambientais, entre outros assuntos que se mostrarem relevantes. Nestas campanhas também deverá ser reforçado os canais de comunicação com o empreendedor: centro de comunicação social do empreendimento e o serviço de discagem gratuita (ouvidoria), que servirão para receber e encaminhar sugestões, preocupações e queixas. Supervisão ambiental das ações previstas A supervisão das atividades previstas no programa, por parte da gestora ambiental, compreende a realização de inspeções, vistorias e registros, com o objetivo de avaliar o andamento do mesmo e de correções caso necessárias. ETAPAS DE EXECUÇÃO Na tabela a seguir consta a síntese das atividades a serem realizadas no programa: Tabela 28 - Atividades a serem executadas no Programa de Comunicação Social. Atividade Integração da Equipe Técnica Criação e Atualização de Bancos de Dados Criar mecanismos de Repasse de Informações Implantação do Centro de Objetivos/forma de ação Reunião para integração e consolidação do programa Levantar e cadastrar instituições, lideranças locais e comunidades, com estabelecimento de parcerias para comunicação social Sistematizar informações, criar mecanismos, procedimentos e rotinas para repasse de informações ao público-alvo Implantar a estrutura física e serviços para a comunicação social do empreendimento Etapa Competência Antes do início das obras DNIT, através de contratos específicos Antes do início das obras DNIT, através de contratos específicos Antes do início das obras DNIT, através de contratos específicos Antes do início das obras DNIT, através de contratos específicos 149 Atividade Objetivos/forma de ação Etapa Competência Comunicação e Serviço de Discagem Gratuita Elaboração de instrumentos de comunicação Produzir material de divulgação (folders, cartazes, matérias em jornais locais, spots de rádio, etc.) Antes do início das obras e mensalmente durante as obras DNIT, através de contratos específicos Divulgação do empreendimento ao poder público Apresentar cartas-convite, vídeos, palestras, folhetos explicativos, cartazes para fornecer informações e esclarecer sobre o projeto, impactos, programas ambientais e outros assuntos relacionados Antes do início das obras DNIT, através de contratos específicos Divulgação do empreendimento à população em geral, comunidades tradicionais e indígenas Prestar esclarecimentos e informações ao público externo por meio de folhetos, cartazes e palestras informativas Antes do início das obras DNIT, através de contratos específicos; poder público local; entidades da sociedade civil Antes do início das obras e semestralmente durante as obras DNIT, através de contratos específicos 1º mês de obras DNIT, através de contratos específicos Durante todo o período de obras DNIT, através de contratos específicos Durante todo o período de obras Gestora Ambiental Divulgação do empreendimento aos trabalhadores Desenvolvimento de campanha de divulgação do início das obras Realização de campanhas de divulgação mensal durante a fase de obras Supervisão ambiental das ações previstas Disseminar práticas ambientais e comportamentais adequadas durante as obras; divulgação por meio de reuniões informativas, folhetos, cartazes e palestras Informar o público externo sobre o início das obras e assuntos relacionados, por meio de folders, cartazes, veiculação em rádio local, etc. Informar o público externo sobre o andamento das obras e assuntos relacionados, desenvolvimento de programas, atender demandas, etc., por meio de folders, cartazes, veiculação em rádio local, serviço de discagem gratuita, etc. Inspecionar, registrar e avaliar a efetividade das ações executadas INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS O PCS está articulado com todos os demais programas sócio-ambientais propostos no PBA, na medida em que irá construir visibilidade em torno dos mesmos e estabelecer um canal de comunicação entre a comunidade e o empreendedor. ATENDIMENTOS A REQUISITOS LEGAIS E/OU OUTROS REQUISITOS Este programa visa atender especificamente a licença ambiental do empreendimento (Licença Prévia), atentando suas condicionantes no que se refere à comunicação social do empreendimento e atenção às comunidades do entorno, tradicionais e indígenas. RECURSOS NECESSÁRIOS Os recursos necessários para a implantação do programa são apresentados na tabela a seguir. 150 Tabela 29 - Recursos necessários para a implantação do Programa de Comunicação Social Nível Quantidade Funcional Descrição -1 A – Equipe Técnica Coordenador Consultor Ouvidor Recepcionista Motorista Quantidade Participação Homens/Mês ou Mensal Média Meses Percentual ou (% em 30 dias) Quantidade SImples Função ou Numeração -2 -3 (4) = (1*2*3) I – Custos Diretos Valor Unitário (R$)/mês Valor Total (R$) -5 (6) = (4*5) 0 1 1 1 1 1 50% 25% 100% 100% 100% 24 4 24 24 24 B – Encargos Sociais (88,04% de “A”) 0 12 1 48 48 48 7415,84 9887,79 6715,45 3625,52 741,59 Sub-Total Item “A” 88,04% 88990,08 9887,79 322341,6 174024,96 35596,32 630840,75 630840,75 555392,196 Sub-Total Item “B” 555392,196 C – Custos Administrativos (50% de “A”) 50,00% 630840,75 315420,375 Sub-Total Item “C” 315420,375 D – Viagens Aéreas 4 E – Despesas com Deslocamento 6600 Sub-Total Item “D” 6600 230 3220 Sub-Total Item “E” 3220 3378,33 4284,71 Sub-Total Item “F” 81079,92 102833,04 183912,96 300 1000 14400 6000 14 F – Veículos Sedan Utilitário G – Equipamentos Computador Data show Folhetos, mapas, poster H - Imóveis Aluguel escritório Aluguel escritório 1650 de de 1 1 100% 100% 24 24 2 2 100% 25% 24 12 48 6 50000 Sub-Total Item “G” 70400 1 24 1222,19 29332,56 1 1 1500 1500 Sub-Total Item “H” 30832,56 Total do Item “I” 1765786,28 II – Custos Indiretos Remuneração da Empresa Taxa de 12% sobre o total do item “I” 12% 1765786,3 211894,354 Sub-Total Item “H” 211894,354 I – Despesas Fiscais Taxa de 16,62% dos itens “I” e “II 16,62% 1977680,6 328690,522 151 Descrição Quantidade Participação Homens/Mês ou Nível Quantidade Mensal Média Meses Percentual ou Funcional (% em 30 dias) Quantidade SImples Valor Unitário (R$)/mês Valor Total (R$) – H” Total do Item “II” 328690,522 Custo Total de Execução do Programa 2306371,16 CRONOGRAMA FÍSICO Na tabela a seguir é apresentado o cronograma relativo à execução do PCS. 152 Tabela 30 - Cronograma do Programa de Comunicação Social MELHORIAS E DUPLICAÇÃO DA RODOVIA BR-101 –SÃO MIGUEL DOS CAMPOS (AL) – ENTRONCAMENTO COM BR-324 (BA) PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Etapas Fase Pré-Obras -6 -5 -4 -3 -2 Ano 1 -1 1 2 3 4 5 6 7 Ano 2 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Integração da Equipe Técnica Criação e Atualização de Bancos de Dados Criar mecanismos de Informações Implantação do Centro de Comunicação e Serviço de Discagem Gratuita Elaboração de instrumentos de comunicação Divulgação do empreendimento ao poder público Divulgação do empreendimento à população em geral, comunidades tradicionais e indígenas Divulgação do empreendimento aos trabalhadores Desenvolvimento de campanha de divulgação do início das obras Realização de campanhas de divulgação mensal durante a fase de obras Supervisão ambiental das ações previstas 153 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO O DNIT é o empreendedor e responsável pela execução deste programa, podendo, porém contratar consultores para serviços especializados de avaliação, projeto, supervisão e apoio. A Gestora Ambiental deverá apresentar relatórios das atividades previstas e realizadas, a necessidade ou não de medidas corretivas e quais são estas medidas. Esses relatórios terão periodicidade trimestral, sendo desenvolvidos no âmbito do Programa de Gestão Ambiental (PGA) e encaminhados ao órgão licenciador. Técnico Formação Registro profissional CTF Florencio Teodoro Rocha da Rosa Geógrafo CREA-RS 159.287 158738 RESPONSÁVEIS PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA O DNIT será responsável pela execução e coordenação geral do programa, o qual poderá ser executado por consultoria especializada (contratada/conveniada). Na tabela a seguir constam as instituições envolvidas no PCS. Tabela 31 - Instituições envolvidas no Programa de Comunicação Social. Instituições DNIT Gestora Ambiental Construtoras Prefeituras Municipais e demais órgãos públicos Associações e organizações da sociedade civil Atribuições e competências Implantar, gerenciar e supervisionar as atividades de comunicação social do empreendimento. Apoiar, orientar e supervisionar as atividades de comunicação social e educação ambiental. Emitir relatórios e avaliar a execução das ações propostas. Encaminhamento de ações corretivas, quando necessário. Fornecer informações sobre o projeto e o andamento das obras. Atuar como parceira para divulgação de informações sobre o empreendimento. Atuar como parceira para divulgação de informações sobre o empreendimento; Levar reivindicações, preocupações e sugestões da população ao empreendedor, através de instituições representativas. BIBLIOGRAFIA BELLIA, V.; PARENTE, A.; DIAS, R.R.; MENEZES, L.A.; DELORENCI, C.C.F. Introdução à Gestão Ambiental de Estradas. 1 ed. Rio de Janeiro: Fundação Ricardo Franco/Instituto Militar de Engenharia, 2005. 124 p. 154 DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Diretrizes Básicas para Elaboração de Estudos e Programas Ambientais Rodoviários: escopos básicos/instruções de serviço. Rio de Janeiro: IPR, 2006. 405p. DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental EIA/RIMA das Obras de Adequação da Capacidade da BR-101 – AL/SE/BA. Rio de Janeiro: OIKOS, 2007. 268 pg. DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Plano Básico Ambiental das Obras de Adequação de Capacidade da BR-101 – AL/SE/BA. Rio de Janeiro: OIKOS, 2009. 277 pg. DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Manual para Atividades Ambientais Rodoviárias. Rio de Janeiro: IPR, 2006. 437p. 155 4.5 - PROGRAMA AMBIENTAL PARA A CONSTRUÇÃO JUSTIFICATIVA O Programa Ambiental para a Construção (PAC) define as diretrizes ambientais a serem executadas pelas construtoras ao longo dos 416,3 km previstos no projeto. O PAC foi elaborado em concordância com as recomendações e procedimentos gerais do DNIT. Durante as obras pode haver a geração de impactos ambientais negativas, como a deflagração de processos erosivos, derramamento de resíduos perigosos, supressão desnecessária de vegetação e alterações no cotidiano das comunidades existentes na ADA e AID do empreendimento (Ecoplan, 2008). Desta forma, em decorrência da natureza e do porte do empreendimento, torna-se fundamental a execução de um planejamento e integração dos diversos programas ambientais relativos ao projeto. Desta forma, justifica-se a elaboração do PAC como contemplando um programa capaz de assegurar os procedimentos corretos e legalmente embasados de adequação ambiental, segurança e saúde do trabalhador e controle de doenças endêmicas. O PAC abrange todas as atividades operacionais de adequação ambiental, evitando que as obras promovam a deflagração de impactos ambientais negativos que possam ser evitados ou, ao menos, ter sua magnitude reduzida. Dentre tais ações merecem destaque o controle na supressão de vegetação, a contenção dos aterros e proteção de corpos hídricos, a adoção de medidas corretivas e preventivas em áreas a sofrer terraplenagem, medidas a serem aplicadas em áreas de apoio e outras cabíveis. OBJETIVO O PAC objetiva garantir as obras de melhorias e duplicação da BR-101 a partir da adoção de procedimentos ambientalmente adequados, efetuando o efetivo controle sobre os impactos negativos potenciais e efetivos mediante a adoção de métodos construtivos padronizados e especializados, controles de contaminação e poluição do ar e em mananciais, controle do maquinário, gestão de resíduos em canteiros e acampamentos e prevenção à deflagração de processos erosivos. 156 O Programa Ambiental de Construção tem por objetivo garantir a pavimentação da BR101 com procedimentos adequados sob o ponto de vista ambiental, controlando efetivamente os potenciais impactos ambientais decorrentes da implantação do empreendimento. Como objetivos específicos, tem-se os seguintes: • Minimização das perdas de recursos naturais; • Minimização das alterações na qualidade das águas superficiais a jusante das áreas de obra e de apoio; • Minimização da presença de insetos, ratos e outros animais indesejáveis, bem como a emanação de odores desagradáveis e a poluição físico-química dos solos e das águas subterrâneas; • Controlar o nível de ruídos, vibrações e da poluição atmosférica. Ressalta-se que ao menos parte dos objetivos específicos são diretamente relacionados a sub-programas apresentados em conjunto com o PAC e a outros programas apresentados no PBA. METAS Tem-se como metas associadas aos objetivos as seguintes: • Conclusão das obras sem ocorrência de impactos ambientais significativos e não previstos; • Não ocorrência de reclamações por parte da população da AID em relação a impactos indesejados. INDICADORES Têm-se como indicadores os seguintes: 157 • Cumprimento do cronograma proposto; • Não registro de impactos causados pela execução das obras; • Desenvolvimento e satisfação dos interessados quanto aos encaminhamentos das soluções requeridas. PÚBLICO-ALVO • Empresa construtora; • Operários • DNIT; • População atingida pelas obras de pavimentação. METODOLOGIA E DESCRIÇÃO DO PROGRAMA A equipe de Supervisão e Gestão Ambiental será diretamente responsável pela execução dos serviços de fiscalização das obras junto ao DNIT e à empresa construtora, englobando todas as atividades relativas às frentes de obra e áreas de apoio, quais sejam: • Fiscalização dos serviços de supressão vegetal e limpeza, a serem realizados mediante a obtenção de ASV emitida pelo IBAMA. Durante estes serviços, a equipe de Supervisão irá verificar e exigir da construtora a remoção do material orgânico presente na área de obras e nas áreas de apoio, promovendo sua estocagem para uso futuro na recuperação de áreas degradadas; • Fiscalização das áreas de extração mineral. Será feita a fiscalização relativa à destinação dos materiais extraídos em jazidas devidamente licenciadas perante o órgão ambiental e o DNPM; • Fiscalização da recuperação ambiental das áreas de bota-fora; • Fiscalização dos serviços de cortes de taludes em rocha e/ou solo nas margens da rodovia e da implantação de sistema de drenagens, bem como 158 acompanhamento das medidas e ações que promovem a redução ou total impedimento do carreamento de sedimentos para jusante (evitando assoreamento de corpos hídricos); • Fiscalização de caminhos de serviço e vias de acesso; • Fiscalização nas áreas de apoio operantes com vistas a avaliar o cumprimento de todas as exigências ambientais; • Fiscalização da operação adequada dos sistemas de gestão de resíduos sólidos e tratamento de efluentes gerados em todos os momentos da obra. O abastecimento de água deverá passar por controle efetivo de contaminação e verificação de sua potabilidade para consumo humano, devendo, ainda, a captação ser devidamente licenciada e obter outorga perante o órgão ambiental estadual. O sistema de captação deve ser adequadamente vedado e protegido contra contaminações a partir da adoção de medidas de fechamento e cobertura de caixas d’água e poços. O acampamento a ser projetado deverá possuir instalações de saúde (posto médico) para prestação de serviços de primeiros socorros. A construtora a ser contratada deverá implantar estrutura que possibilite atender a eventuais emergências ocorrentes em relação ao atendimento inicial a doenças e endemias e igualmente a eventuais episódios de acidentes (oriundos de fontes diversas, como acidentes com maquinário, animais peçonhentos etc.). No que tange à desmobilização das unidades de apoio, a Supervisão e Gestão Ambiental promoverá a fiscalização das ações de remoção e limpeza da área, eliminando-se os vestígios das instalações existentes e a devida recuperação ambiental da área e reconformação às condições anteriores. Durante as obras, os serviços iniciais de supressão vegetal do offset de projeto deverão ser executados de acordo com os seguintes cuidados e procedimentos, sempre de acordo com a fiscalização da Supervisão e Gestão Ambiental: • Observância da ASV emitida pelo IBAMA; 159 • Restringir a área de supressão vegetal e de movimentação de solos àquela estritamente necessária para a execução do projeto; • Os resíduos oriundos da supressão vegetal e o solo orgânico deverão ser estocados em local plano ao longo da faixa de domínio, com base drenante, em pilhas de baixas dimensões para posterior uso nas atividades de recomposição do terreno com vistas à revegetação. Efetuadas as ações de supressão vegetal, é iniciada a terraplenagem, considerando-se os procedimentos a seguir estabelecidos: • As áreas objeto de supressão e posterior terraplenagem (portanto expostas à ação intempérica) e que não sejam foco direto da preparação do pavimento rodoviário deverão receber estruturas de proteção e/ou contenção durante as obras, evitando a deflagração de processos erosivos e o carreamento de sedimentos para jusante; • Em locais onde forem efetuados cortes e aterros deverá ser feita estabilização imediata dos taludes; • As áreas de empréstimo deverão ser localizadas fora de APPs, exceto se as mesmas forem localizadas na faixa de domínio, considerando-se que o empreendimento dispõe de decreto de utilidade pública; • Áreas de apoio deverão ser devidamente licenciadas perante os órgãos ambientais competentes, devendo, ainda, sofrer recuperação ambiental posterior ao seu uso. A abertura de vias marginais e caminhos de serviço podem corroborar para o aumento na degradação ambiental da área de influência em decorrência das características naturais do solo e dos usos e ocupação do entorno. Desta forma, torna-se necessário o planejamento da abertura de tais vias e caminhos, considerando-se as características locais para promover a adequada localização e conformação de tais acessos. Com base neste procedimento torna-se possível programar e mensurar adequadamente as ações de cortes e aterros sem que haja deflagração de processos erosivos. 160 Tais projetos deverão considerar o constante tráfego de veículos pesados, promovendo as condições adequadas para sua movimentação ao longo da via evitando a deflagração de processos erosivos ou recalques do terreno. Sempre que possível deve-se priorizar o acompanhamento das curvas de nível, sendo, ainda, recomendado o revestimento primário com cascalho em áreas com maior declividade, facilitando o tráfego e reduzindo a ação do runoff (portanto minimizando a ocorrência de processos erosivos). Outro aspecto que deverá ser considerado consiste na locação de tais vias em áreas preferencialmente desprovidas de vegetação, minimizando a necessidade de supressão florestal. Para evitar acidentes dos mais diversos tipos (colisões, atropelamentos, tombamento de cargas etc.) oriundos do mau uso das vias, deverá ser efetuado projeto de sinalização viária adequado, incluindo a instalação de sonorizadores e dispositivos de redução de velocidade quando da interferência com núcleos urbanos. Os dispositivos de drenagem deverão ser devidamente instalados e monitorados, evitando a deflagração de problemas na integridade física do pavimento e de impactos ambientais diversos. A drenagem de águas pluviais deve ser adequadamente instalada ao longo de toda a área objeto de intervenções, devendo ser efetuados serviços constantes de limpeza, desobstrução e manutenção do sistema. Especial atenção deve ser dada aos pontos de descarga do sistema de drenagem, evitando a geração de focos erosivos mediante a proteção por caixas de brita ou dissipadores de energia. Da mesma forma, é recomendada a instalação de caixas de deposição de partículas sólidas, evitando carreamento de sedimentos para jusante, o que potencializa a ocorrência de assoreamentos em cursos hídricos. Em áreas com relevo ondulado a forte ondulado, bem como nas proximidades de pontes e bueiros, o sistema de drenagem deverá ser implantado sob forma de degraus, amortecendo a velocidade do escoamento superficial e, portanto, reduzindo o potencial erosivo. Em terrenos com elevada declividade podem ser instaladas caixas intermediárias dissipadoras de energia, caso necessário. Em áreas alagadas ou com nível freático raso recomenda-se a execução de serviços de drenagem subterrânea, sendo que o solo saturado ou úmido sofrerá drenagem e posterior contenção ou compactação, evitando problemas de instabilidade e deflagração de processos erosivos. 161 No que tange às medidas relativas à desmobilização dos canteiros de obras, tem-se a necessidade de efetuar recuperação ambiental imediata das áreas que sofreram interferência, com reconformação do solo e posterior plantio compensatório. Caso necessário, poderá ser feita descompactação dos solos para facilitar o plantio. O maquinário, peças e equipamentos serão recolhidos e lhes será dada a adequada destinação final de acordo com o sub-programa de tratamento de resíduos. ETAPAS DE EXECUÇÃO Na tabela a seguir consta a síntese das atividades a serem realizadas no programa. Tabela 32 - Atividades a serem executadas no PAC Atividade Fiscalização dos serviços de supressão vegetal e limpeza Forma de ação Etapa Competência Avaliar se a supressão se dá de acordo com os limites estabelecidos na ASV Fiscalizar a estocagem do material Fase de obras Equipes de Supervisão e Gestão Ambiental orgânico Análise da documentação referente ao Fiscalização das áreas de extração mineral licenciamento ambiental e mineral das jazidas Fase de obras Fiscalização da destinação dos Equipes de Supervisão e Gestão Ambiental materiais extraídos Fiscalização da Fiscalização da adoção de medidas recuperação ambiental adequadas de contenção e posterior das áreas de bota-fora remoção dos resíduos gerados na obra Fase de obras Equipes de Supervisão e Gestão Ambiental Avaliação da estabilidade dos taludes em corte e aterro Fiscalização dos serviços Fiscalização da adequabilidade dos de cortes de taludes e da procedimentos de monitoramento das implantação de sistemas condições operacionais da drenagem de drenagem Fiscalização de eventuais processos de Fase de obras Equipes de Supervisão e Gestão Ambiental carreamento de sedimentos para jusante Fiscalização de caminhos de serviço e vias de acesso Avaliação da inexistência de processos erosivos ao longo de tais áreas Fiscalização de áreas de Fiscalização do cumprimento das metas apoio e exigências ambientais em todas as Fase de obras Fase de obras Equipes de Supervisão e Gestão Ambiental Equipes de Supervisão e Gestão Ambiental 162 Atividade Forma de ação Etapa Competência áreas de apoio Fiscalização da operação dos sistemas de gestão de resíduos e efluentes Fiscalização do cumprimento do Equipes de Supervisão e Gestão Fase de obras referido sub-programa Ambiental INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS O PAC tem relação direta com todos os programas ambientais apresentados no PBA. ATENDIMENTOS A REQUISITOS LEGAIS E/OU OUTROS REQUISITOS • Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, que institui o novo Código Florestal. • Resolução CONAMA n° 369, de 28 de março de 2006 - Dispõe sobre os casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente - APP. Esta resolução estabelece critérios para a compensação ambiental pelo desmatamento de APP. • Instrução Normativa nº 2, de 21 de março de 2007 (FUNAI) - Estabelece normas sobre a participação da FUNAI no processo de licenciamento ambiental de empreendimentos ou atividades potencialmente causadoras de impacto no meio ambiente das Terras Indígenas, na cultura e povos indígenas. • Instrução Normativa IBAMA nº 146, de 10 de janeiro de 2007 - Estabelece os critérios para procedimentos relativos ao manejo de fauna silvestre (levantamento, monitoramento, salvamento, resgate e destinação) em áreas de influência de empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de impactos à fauna sujeitas ao licenciamento ambiental, como definido pela Lei n° 6938/81 e pelas Resoluções CONAMA n° 001/86 e n° 237/97. 163 • Portaria n° 230, de 17 de dezembro de 2002 (IPHAN) - Estabelece dispositivos para a compatibilização e obtenção de licenças ambientais em áreas de preservação arqueológica. • Portaria IBAMA n° 253, de 18 de agosto de 2006 - Institui o Documento de Origem Florestal (DOF), necessário para efetuar o transporte de material lenhoso, mesmo que proveniente de empreendimentos em licenciamento. • Lei nº 6.567, de 24 de setembro de 1978 - Regulamenta pelo DNPM o aproveitamento no regime de licenciamento o aproveitamento mineral por licenciamento. • Resolução CONAMA nº 010, de 06 de dezembro de 1990 - estabelece critérios específicos para o Licenciamento Ambiental de extração mineral da Classe II (Decreto-Lei nº 227, 28 de fevereiro de 1967), visando o melhor controle dessa atividade. • Instrução Normativa DNPM n° 1, de 21 de fevereiro de 2001 - atualiza e adequa a regulamentação e a normatização da legislação referente ao requerimento de registro de licença. • Portaria DNPM n° 266 de 10 de julho de 2008 – dispõe sobre o processo de registro de licença e altera as Normas Regulamentadoras de Mineração aprovadas pela Portaria n° 237 de 18 de outubro de 2001. RECURSOS NECESSÁRIOS A implantação do PAC será conjugada ao PGA e à equipe de obras da construtora, não demandando recursos adicionais àqueles necessários para a execução do PGA e para as obras rodoviárias. CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO O cronograma físico-financeiro do PAC é diretamente relacionado aos diversos Programas apresentados a seguir. 164 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO O Programa contempla a estruturação e organização de atividades a serem desempenhadas, com respectiva responsabilização por sua execução e pelo seu controle, com avaliações sistemáticas quanto ao alcance de seus objetivos, consolidando-se, também, os relatórios diários em relatórios semanais e posteriormente mensais que promovam avaliação comparativa da evolução das obras e do cumprimento dos serviços ambientais. Tais relatórios mensais possibilitarão a geração de relatórios semestrais, os quais serão submetidos ao IBAMA para análise. Nestes relatórios serão inseridos registros fotográficos, textos, tabelas e gráficos informativos sobre os progressos alcançados, bem como eventuais questões a serem reavaliadas, eventualmente com necessidade de decisões por parte da Supervisão Ambiental. RESPONSÁVEIS PELO PROGRAMA O DNIT será responsável pela execução e coordenação geral do programa, o qual poderá ser executado por consultoria especializada (contratada/conveniada). Na tabela a seguir constam as instituições envolvidas no PAC. Tabela 33 - Instituições envolvidas no PAC. Instituições IBAMA DNPM DNIT Gestora Ambiental Construtoras Supervisoras de Obras Atribuições e competências Emitir licenças e autorizações, realizar vistorias, fiscalizar Licenciar áreas de extração mineral para uso nas obras Financiar a obra e gerenciar os contratos Supervisionar a obra com relação aos aspectos ambientais. Executar o projeto de construção Elaborar, corrigir e acompanhar o projeto executivo da rodovia RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO DO PROGRAMA Técnico Formação Registro profissional CTF Luís Alberto de Oliveira Santos Geólogo CREA-RS 112.018 19.972 Florencio Teodoro Rocha da Rosa Geógrafo CREA-RS 159.287 158.738 Windsor Miguel Sonaglia Torrico Eng. Civil e de Segurança do Trabalho CREA-RS 65.122 1.918.589 165 RESPONSÁVEIS PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA Os responsáveis técnicos pela execução do PAC serão definidos quando o programa for iniciado, com definição, junto às unidades locais do DNIT e com as Construtoras, dos membros da equipe responsáveis pela execução dos serviços de Gestão Ambiental. BIBLIOGRAFIA BURSZTYN, M.A.A. Gestão Ambiental - instrumentos e práticas. Brasília: IBAMA, 1994. ECOPLAN Engenharia. Plano Básico Ambiental para as Obras de Pavimentação da Rodovia BR-158. 2008. 285 pg. DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental EIA/RIMA das Obras de Adequação da Capacidade da BR-101 – AL/SE/BA. Rio de Janeiro: OIKOS, 2007. 277 pg. MACEDO, R. K. Gestão Ambiental - os instrumentos básicos para a gestão ambiental de territórios e de unidades produtivas. Rio de Janeiro: Abes/Aidis, 1994. 4.5.1 - SUB-PROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE PROCESSOS EROSIVOS JUSTIFICATIVA Obras rodoviárias demandam supressão de vegetação e movimentações de solo em processos de corte e aterro. Em virtude de tais ações, é potencializada a fragilização sobre os solos e maciços terrígenos e rochosos, o que pode gerar processos erosivos e de cisalhamento em geral. Os efeitos negativos de tais ações podem, em decorrência da intensidade das movimentações e das características geológicas, pedológicas e geomorfológicas da 166 região, se manifestar ao longo da faixa de domínio e no próprio corpo estradal, formando passivos ambientais e danos ao pavimento. Desta forma, tal programa se justifica pela necessidade de contenção destes impactos para manutenção do corpo estradal e das condições ambientais do entorno. OBJETIVO Os objetivos do sub-programa compreendem promover o controle efetivo dos processos erosivos e de cisalhamento decorrentes das alterações a serem desencadeadas na ADA em função das obras, especialmente no que tange aos fatores listados a seguir: • frentes da obra em fase de supressão de vegetação e de terraplanagem; • áreas de taludes de cortes e aterros; • jazidas minerais; • bota-foras; • canteiros de obras; • caminhos de serviço; • áreas das centrais de concreto, de britagem e usinas de asfalto, dentre outras. O objetivo principal consiste na preservação da integridade das estruturas componentes da rodovia e áreas ao longo da faixa de domínio durante a construção e operação do empreendimento, evitando danos que viriam a onerar o projeto e causar intenso impacto ambiental. METAS Tem-se como meta principal deste programa evitar por completo a deflagração de processos erosivos e cisalhamento de maciços terrígenos e/ou rochosos ao longo da faixa de domínio e áreas de apoio externas. 167 INDICADORES Tem-se como indicador deste programa a não geração de impactos negativos à faixa de domínio ou ao corpo estradal em virtude de processos erosivos ou de cisalhamento. PÚBLICO-ALVO O público-alvo deste programa consiste nos trabalhadores da empresa construtora responsável pelas obras. METODOLOGIA E DESCRIÇÃO DO PROGRAMA A execução do sub-programa deverá acompanhar a evolução das etapas previstas para a obra. Os métodos necessários para a execução do programa são de caráter preventivo e corretivo, conforme a seguir detalhado. Inicialmente, porém, é fundamental delimitar as áreas mais francamente passíveis de geração de impactos. Avaliação de Áreas Potencialmente Impactáveis De forma geral, todos os locais que sofrerão movimentações de solo e supressão florestal consistem em áreas potencialmente impactáveis. Entretanto, de acordo com as áreas totais, a tabela a seguir delimita as áreas ao longo da faixa de domínio que apresentam maior potencial à deflagração de processos erosivos. Tabela 34- Principais áreas a sofrerem corte e aterro ao longo do trecho Coordenada Ponto 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 X Y Tipo de Ocorrência 853960 855219 855722 854555 851231 850985 847992 847712 842570 792291 784576 758571 735999 730480 729064 8979969 8978395 8977120 8976747 8973544 8973053 8969738 8962193 8953770 8903387 8905110 8889624 8868331 8855942 8854019 Corte Corte Corte Aterro Corte Corte Corte Aterro Aterro Aterro Aterro Corte Aterro Aterro Aterro Lado da Ocorrência D D D D E D D E/D D E D/D E D E D Área Aproximada (m²) 7.300 590 4.798 7.501 1.831 2.382 6.512 3.799 24.278 23.154 22.007 6.331 12.284 9.561 11.841 168 Coordenada Ponto 16 17 18 19 20 21 X Y Tipo de Ocorrência 724790 719561 718931 711681 710437 708323 8841986 8825104 8824828 8814990 8814065 8811982 Aterro Aterro/Corte Aterro/Corte Aterro Aterro Corte Lado da Ocorrência D E D D D D Área Aproximada (m²) 10.590 8.183 9.952 5.642 12.446 23.383 OBS: Não foram incluídas, nesta listagem, as margens de rios que sofrerão intervenções, mas que caracterizam, em sua totalidade, áreas suscetíveis à propagação de processos erosivos Métodos Preventivos Procedimentos Gerais As medidas preventivas a serem tomadas consistem naquelas destinadas a prevenir a deflagração de impactos ambientais negativos decorrentes das movimentações de solos necessárias para a execução das obras. • Execução de projeto de engenharia com dimensionamento adequado dos taludes de corte e aterro nas margens da rodovia, bem como dos pits de lavra nas áreas de extração mineral, de acordo com o fraturamento e o grau de coesão e atrito interno de sedimentos; • Determinação de estruturas e dispositivos físicos de drenagem a serem instalados com vistas a controlar o fluxo das águas pluviais superficiais e reduzir o runoff. • Promover o plantio compensatório e possibilitar os processos de regeneração natural, recuperando a cobertura vegetal arbórea, arbustiva e gramínea, aumentando a porosidade secundária e, desta forma, reduzindo o volume de água que escoa superficialmente; • Determinar a necessidade de instalação de eventuais estruturas (telas, muros de contenção etc.) em regiões cujas características geotécnicas facilitem a propagação de impactos; • Adequar os trabalhos de supressão e de remoção do horizonte orgânico ao relevo, geologia e pedologia locais, colocando os materiais em pilhas situadas em local plano com base drenante; 169 • As áreas de apoio devem ser instaladas em conjunto com um sistema de drenagem específico, acompanhado por mecanismos de prevenção à erosão; • Respeitar a legislação ambiental e de uso e ocupação dos solos vigente na AID do empreendimento, considerando-se as peculiaridades de cada município; • Efetuar planejamento das épocas de aberturas de novas frentes de obra em função das condições climáticas. Um dos técnicos responsáveis pelo sub-programa deverá monitorar a previsão do tempo de acordo com os dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC); • Delimitar as áreas de supressão dentro do estritamente necessário; • Evitar ao máximo a abertura de novas frentes sem que as já abertas sejam adequadamente protegidas; • Implantar dispositivos de retenção de sedimentos com potencial de serem carreados para os cursos hídricos. Tais dispositivos envolvem, dentre outros, o enleiramento do material removido, construção de valetas para condução das águas superficiais, valetas paralelas ao corpo d’água, caixas de contenção, curvas de nível etc.; • Restringir o desmatamento da mata ciliar em obras de instalação de pontes e/ou bueiros; • Executar medidas de proteção contra a deflagração de processos erosivos e cisalhamento em áreas onde a intervenção será feita junto às margens de cursos hídricos. Dentre outros, poderão ser adotadas medidas como enrocamento, construção de terra armada, argamassa projetada e outras que se estendam até a cota máxima de cheia; • No caso de aterros em encostas, executar medidas para evitar erosões e rupturas remontantes. Dentre as medidas, destaca-se a instalação de sistema de drenagem para captação de surgências, conformação da base do aterro em forma de dique, com material compactado e, quando próximo a cursos hídricos, proteger o dique com enrocamento e compactação do aterro, além de instalação adequada de sistema de drenagem. 170 Ações Direcionadas a Obras de Terraplenagem, Cortes e Aterros • Efetuar proteção/contenção de áreas expostas pela supressão e terraplenagem e que não serão alvo direto das obras; • Estabilização dos taludes de cortes e aterros mediante revegetação por gramíneas; • Remoção dos materiais porventura escorregados a partir do talude que tenham atingido ou se aproximado do corpo estradal, destinando os mesmos para caixas de empréstimo laterais à rodovia e procedendo com imediato retaludamento e reconstrução do sistema de drenagem e revegetação (inclusive com aplicação de biomanta). Caso necessário, proceder com a construção de muros de arrimo e cortinas atirantadas; • Caso verificada a ocorrência de solos hidromórficos na base de áreas de aterro, os mesmos deverão ser preferencialmente removidos. Ações Direcionadas a Caixas de Empréstimos, Jazidas e Bota-Fora • Tais áreas de apoio deverão ser localizadas em locais externos a APPs nem ao menos em áreas onde as condições geológicas, pedológicas e/ou geomorfológicas potencializem a deflagração de processos erosivos; • As áreas devem, preferencialmente, serem locadas distantes de cursos hídricos e núcleos urbanos; • A supressão destinada à instalação de tais áreas deverá ser mínima, devendo, ainda, ser efetuada imediata recuperação das condições pretéritas após seu devido uso. Ações Direcionadas às Obras de Drenagem • As áreas que sofrerão supressão e movimentação de solos devem ter sistemas de drenagem previamente implantados, devendo, ainda, ser feita adequada manutenção, limpeza e desobstrução do sistema; Em áreas onde serão instalados bueiros deve ser instalada estrutura de contenção da queda de sedimentos e conseqüente assoreamento do curso hídrico. 171 Métodos Corretivos Os procedimentos corretivos são amplamente variáveis de acordo com a natureza e magnitude do impacto gerado, devendo, para este caso, ser aplicado o PRAD apresentado neste PBA. ETAPAS DE EXECUÇÃO Na tabela a seguir consta a síntese das atividades a serem realizadas no programa. Tabela 35- Atividades a serem executadas no Sub-Programa de Monitoramento e Controle de Processos Erosivos Atividade Avaliação de áreas potencialmente impactáveis Adoção de métodos preventivos Adoção de métodos corretivos Forma de ação Avaliação de áreas nas quais serão efetuadas as mais expressivas movimentações de solos Definição de procedimentos gerais Definição de procedimentos destinados às obras de terraplenagem, cortes e aterros Definição de procedimentos destinados a caixas de empréstimos, jazidas e bota-fora Definição de procedimentos destinados às obras de drenagem Aplicação do PRAD Etapa Competência Fase de obras DNIT, Construtora e Supervisão Ambiental Fase de obras DNIT, Construtora e Supervisão Ambiental Fase de obras DNIT, Construtora, equipe responsável pelo PRAD e Supervisão Ambiental INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS • Programa de Supressão da Vegetação; • Programa de Recuperação de Áreas Degradadas. 172 ATENDIMENTOS A REQUISITOS LEGAIS E/OU OUTROS REQUISITOS • Especificações do DNIT para monitoramento ambiental em fase de obras; • Resolução CONAMA 369/06, de 28/03/2006, que dispõe sobre os casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente – APP; • Resolução CONAMA 303/02, de 20/03/2002, que dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente. RECURSOS NECESSÁRIOS Para a execução do programa torna-se necessária a participação conjunta de equipe de fiscalização composta por um geólogo e um engenheiro civil. Os mesmos serão responsáveis por percorrer o trecho e determinar medidas preventivas e corretivas cabíveis de acordo com os impactos verificados. Esta equipe atuará em conjunto com a de Supervisão e Gestão Ambiental. Não torna-se, porém, necessária a execução de orçamento individualizado para tal programa, uma vez que o mesmo deve estar incluso no escopo dos serviços da construtora contratada para a execução das obras. CRONOGRAMA FÍSICO O cronograma de execução do sub-programa é apresentado na tabela a seguir. 173 Tabela 36- Cronograma do Sub-Programa de Monitoramento e Controle de Processos Erosivos MELHORIAS E DUPLICAÇÃO DA RODOVIA BR-101 – TRECHO SÃO MIGUEL DOS CAMPOS (AL) – ENTRONCAMENTO COM BR-324 (BA) SUB-PROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE PROCESSOS EROSIVOS Atividades Fase PréObras -1 Ano 1 1 2 3 4 5 6 7 Ano 2 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Adoção de medidas preventivas Ações específicas: terraplenagem, cortes e aterros Ações específicas: caixas de empréstimo, jazidas de materiais e bota-fora Ações específicas: obras de drenagem Supervisão 174 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO O acompanhamento deve ser feito pela equipe de Supervisão e Gestão Ambiental, devendo monitorar, através de inspeções diárias, os seguintes itens: • Cumprimento do cronograma; • Avaliação quantitativa e qualitativa dos serviços conforme especificações técnicas pertinentes; • Cumprimento dos condicionantes estabelecidos neste Subprograma. RESPONSÁVEIS PELO PROGRAMA O DNIT será responsável pela execução e coordenação geral do programa, o qual deverá ser executado por equipe da construtora. Tabela 37- Instituições envolvidas no Sub-Programa de Monitoramento e Controle de Processos Erosivos Instituições Atribuições e competências Gestora Ambiental Apoiar, orientar e supervisionar a execução do programa à luz das diretrizes do programa e da legislação vigente. Acompanhar, emitir relatórios e avaliar a execução das ações propostas. Encaminhamento de ações corretivas, quando necessário. Construtoras Executar as atividades previstas no programa. DNIT Executar as atividades em conformidade com as diretrizes deste programa no que lhe for cabível. RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO DO PROGRAMA Técnico Formação Registro profissional CTF Luís Alberto de Oliveira Santos Geólogo CREA-RS 112.018 19.972 Windsor Miguel Sonaglia Torrico Eng. Civil e de Segurança do Trabalho CREA-RS 65.122 1918589 175 RESPONSÁVEIS PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA O monitoramento deverá ser efetuado pela Fiscalização do DNIT. A execução SubPrograma deverá ser feita pela equipe da construtora, sob supervisão da equipe de Gestão Ambiental. BIBLIOGRAFIA DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Plano Básico Ambiental das Obras de Adequação de Capacidade da BR-101 – AL/SE/BA. Rio de Janeiro: OIKOS, 2009. ECOPLAN Engenharia. Plano Básico Ambiental para as Obras de Pavimentação da Rodovia BR-158. 2008. 285 pg. 4.5.2 - SUB-PROGRAMA DE GESTÃO DE RESÍDUOS E EFLUENTES - SPGREL JUSTIFICATIVA A disposição inadequada de resíduos e efluentes líquidos pode resultar na obstrução de elementos da drenagem urbana, degradação de mananciais, poluição das vias públicas, proliferação de insetos, roedores e outros organismos vetores de doenças, bem como o conseqüente prejuízo à saúde do cidadão e aos cofres públicos. Quando efetuado um direcionamento específico para a atividade da Construção Civil é possível verificar a geração de uma série de resíduos e efluentes de diferentes classes, perigosos e não perigosos, cuja responsabilidade pelo acondicionamento, transporte, tratamento e destinação final, conforme a legislação vigente é do gerador ou poluidor, devendo ser submetidas à aprovação do órgão ambiental competente. Desta forma, justifica-se a execução de um Sub-Programa de Gestão de Resíduos e Efluentes correlacionado ao PAC, permitindo que a gestão destes materiais seja plena e adequada à legislação vigente. 176 OBJETIVO O Sub-Programa de Gerenciamento de Resíduos e Efluentes Líquidos – SPGREL tem como objetivo minimizar a geração de resíduos na fonte, adequar a segregação na origem, controlar e reduzir riscos ao meio ambiente e assegurar o correto manuseio e disposição final, em conformidade com as normas e legislação vigentes. METAS Tem-se como meta principal a redução dos volumes de resíduos diretamente na fonte, com posterior gestão adequada dos resíduos gerados durante as obras nas suas diversas frente e áreas de apoio. INDICADORES O principal indicador consiste no adequado armazenamento, transporte e disposição final dos resíduos sem acarretar em impactos ambientais negativos ao meio. PÚBLICO-ALVO O público-alvo do programa consiste na empresa encarregada da execução das obras de melhorias na rodovia BR-101. METODOLOGIA E DESCRIÇÃO DO PROGRAMA As atividades a serem desenvolvidas são de cunho administrativo, operacional e de manutenção, sendo os resíduos gerados são de responsabilidade da empresa em todas as instâncias do processo, até o destino final. 1. As Atividades Administrativas estão relacionadas a atividades de escritório, as quais geram resíduos, como papel, copos destacáveis, efluentes etc.; 2. As Atividades Operacionais são relacionadas às obras, sendo a gestão dos resíduos tratada em programa específico (Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da Construção Civil); 3. As Atividades de Manutenção estão ligadas ao reparo e manutenção de máquinas e equipamentos utilizados nos fins operacionais. Neste último caso, cabe à empresa a coleta, segregação e armazenamento temporário na frente de trabalho, bem como a responsabilidade pelo transporte e destino final dos resíduos. 177 Em todos os casos expostos caberá ao responsável da empresa o controle de resíduos e efluentes e a elaboração de documentação dos processos mediante utilização dos formulários a serem desenvolvidos. Este programa deverá proporcionar treinamento e orientação às empresas executoras, além de disponibilizar, na etapa inicial, dos trabalhos a consolidação do inventário de resíduos gerados nas atividades e operações das construtoras e o desenvolvimento documentos de controle do manejo de resíduos. No geral, o SPGREL deve contemplar: • Inventário, • Caracterização, • Classificação, Segregação, Triagem; • Manuseio, Acondicionamento, • Armazenamento temporário, • Controle de registros, transporte, • Tratamento, disposição final, • Indicadores de desempenho e avaliação, • Treinamento, minimização da geração e resíduo de contratadas. Inventário de Resíduos A equipe técnica responsável por esse Plano deverá consolidar um inventário para o terminal a ser ampliado. À medida que o SPGREL for executado nos locais de obras e que as informações específicas sejam levantadas, o inventário preliminar de resíduos é incrementado e dados como origem, volume, freqüência, caracterização e classificação são preenchidos. 178 Caracterização, Coleta e Acondicionamento Caracterização Os resíduos gerados devem ser amostrados, caracterizados e classificados conforme as normas ABNT NBR 10004, NBR 10005, NBR 10006 e NBR 10007, atividade essa a ser supervisionada pela equipe técnica responsável pelo SPGREL. A segregação dos resíduos deve obedecer à padronização de cores de acordo com a Resolução CONAMA n° 275 e CONAMA n° 307/2003. Além disso, orienta-se que a mesma seja iniciada no momento da geração, evitando a mistura de resíduos não perigosos e perigosos e sempre objetivando o reuso, a recuperação, a reciclagem e o tratamento nesta ordem de prioridade. Coleta e Acondicionamento A coleta será efetuada por funcionários devidamente treinados e equipados com luvas, botas e demais materiais de proteção adequados. Após o recolhimento, será efetuado o transporte destes resíduos, por meio de carrinhos/manualmente até o local de Armazenamento dos Resíduos existente na Unidade Geradora ou na frente de trabalho. O acondicionamento deve facilitar o manuseio, reduzir a quantidade de embalagens necessárias, garantir a estanqueidade e o retardo na propagação de incêndios, de acordo com as características do resíduo, sua forma de transporte, sua destinação e a legislação vigente. Os recipientes devem estar em bom estado de conservação, ser resistentes ao contato com o resíduo e às condições climáticas, considerando o tempo de armazenamento. A prática recomendada, quando for realizado acondicionamento em tambor, é utilizar saco plástico com resistência física e química à característica do resíduo. Classificação e Segregação Os recipientes devem informar, no mínimo, o tipo de resíduo, a classificação de acordo com a norma ABNT NBR 10004, a origem e a data da geração. O Acondicionamento feito no local de armazenamento obedecerá a seguinte padronização: Orgânicos – Serão depositados em contêineres/galões/lixeiras, com identificação padronizada, na cor Marrom, seguindo Resolução CONAMA n° 275/01; 179 Rejeitos – Serão depositados em contêineres/galões/lixeiras, com identificação padronizada, na cor Cinza, seguindo Resolução CONAMA n° 275/01; Rejeitos Perigosos – Serão depositados em contêineres/galões/lixeiras, com identificação padronizada, na cor Laranja, seguindo resolução do Resolução CONAMA n° 275/01; Recicláveis – Serão depositados em contêineres/galões/lixeiras, com identificação padronizada, na cor Verde/Azul/Amarelo/Vermelho, seguindo Resolução CONAMA n° 275/01. Armazenamento Temporário Quando o resíduo em questão for classificado como perigoso (Classe I), a escolha das instalações para armazenamento temporário de resíduos deve ser precedida de, no mínimo, uma análise preliminar de risco e o armazenamento temporário deve ser feito de acordo com a norma NBR 12.235/92. Já quando o resíduo não for perigoso (não inerte - Classe II A e inerte – II B), o armazenamento deve seguir a norma NBR 11.174/87. O local para armazenamento temporário de resíduos deve ser coberto, ventilado, com piso impermeabilizado e com sistema de contenção e drenagem. Se necessário, os recipientes devem ser recobertos com manta impermeável ou outros sistemas que evitem o contato com a água de chuva. Ao se dimensionar a capacidade de armazenamento devem ser consideradas as projeções de geração de resíduos nas operações normais e o tempo de armazenamento. A possibilidade de empilhamento de tambores e outros recipientes devem ser analisados caso a caso, considerando principalmente o estado dos resíduos. Caso este procedimento seja necessário, recomenda-se que o armazenamento dos tambores seja feito sobre “pallets”, sendo a altura máxima de empilhamento de três tambores, intercalando os “pallets” entre os tambores. O armazenamento temporário dos recipientes deve ser feito em lotes, por tipo de resíduo e classificação, de modo a facilitar o controle e a disposição final. O local de armazenamento deve ser inspecionado periodicamente, a fim de garantir a boa conservação dos recipientes, a higiene, a limpeza e a organização interna do local, sendo os recipientes convenientemente agrupados para permitir o acesso para inspeção. 180 Controle de Registros Os formulários de controle de resíduos devem ser anexados ao Inventário de resíduos, devendo os mesmos ser legíveis e identificáveis, permitindo rastrear as atividades de geração, armazenamento, tratamento e destinação de resíduos. Outros documentos poderão ser criados conforme a necessidade das unidades. Transporte O transporte pode ser interno ou externo. O transporte interno compreende a operação de transferência dos resíduos acondicionados, do local de geração até o local de armazenamento temporário. Para o transporte interno, toda a remessa de resíduos deve ser acompanhada do registro de movimentação, contendo, no mínimo, as seguintes informações: a) Nome e identificação da unidade geradora; b) Data da geração; c) Tipo e classificação do resíduo; d) Origem do resíduo; e) Quantidade do resíduo; f) Destino do resíduo. Notas: 1) O número de vias do registro de movimentação do resíduo deve atender as necessidades locais de cada unidade. 2) Deve-se preencher um registro de movimentação para cada origem de resíduo a ser transportado. Para o transporte externo, toda a remessa de resíduos deve ser acompanhada do registro de movimentação de resíduos, conforme legislação dos órgãos competentes. O transportador deve ter as licenças ou autorizações necessárias para o transporte de resíduos, emitidas pelos órgãos competentes, quando aplicável. 181 Tratamento e Disposição Final A escolha da tecnologia de tratamento do resíduo deve ser feita considerando o menor impacto ambiental, com redução do uso dos recursos naturais, considerando-se os seguintes aspectos: • A amostragem, a caracterização e a classificação dos resíduos devem ser feitas conforme as normas ABNT NBR 10004, 10005, 10006, 10007; • Atendimento aos requisitos legais; • Realização de testes de tratabilidade para comprovação da eficiência do tratamento; • Avaliação do custo do transporte e os impactos no custo final; • Aprovação prévia do órgão ambiental; • Consulta ao sistema de cadastro municipal ou estadual quanto à existência, na região, de empresas licenciadas pelos órgãos ambientais; • Se a tecnologia adotada gera algum tipo de resíduo e os custos referentes ao seu tratamento ou disposição final; • Acompanhamento do controle das áreas de disposição final. No caso de envio de resíduos para terceiros, deve ser solicitado o certificado de recebimento, tratamento e disposição final do resíduo. A empresa receptora deve fornecer uma cópia do documento de credenciamento junto ao órgão ambiental que a habilita a receber e tratar este resíduo. Os processos de tratamento e disposição final adotados devem ser licenciados ou autorizados pelo órgão ambiental. A equipe de obras receberá treinamento específico para manipulação de resíduos, devendo o mesmo ser ministrado por consultoria técnica e envolver aspectos de higiene, saúde, segurança e meio ambiente. O treinamento básico conterá, no mínimo: 182 (I) Informações quanto às características e os riscos inerentes ao trato de cada tipo de resíduo; (II) Orientação quanto à execução das tarefas de coleta, transporte e armazenamento; (III) Utilização adequada de equipamentos de proteção individual – EPI necessários as suas atividades; e (IV) Procedimentos de emergência em caso de contato ou contaminação com o resíduo, tanto individual quanto ambiental. ETAPAS DE EXECUÇÃO Na tabela a seguir consta a síntese das atividades a serem realizadas no programa. Tabela 38 - Atividades a serem executadas no SPGREL Atividade Forma de ação Competência Inventário Efetuar inventário dos resíduos gerados Equipes de Supervisão e Gestão Ambiental Caracterização Promover caracterização dos resíduos para proceder com a etapa posterior Equipes de Supervisão e Gestão Ambiental Classificação, segregação e triagem Separação dos resíduos para averiguação da possibilidade de reutilização e das diferentes formas de encaminhamento Equipes de Supervisão e Gestão Ambiental Manuseio/Acondicioname nto/Armazenamento Temporário Compreende o acondicionamento dos resíduos passíveis de reutilização ou o armazenamento temporário daqueles que demandarão transporte para locais externos Equipes de Supervisão e Gestão Ambiental Controle de registros/transporte Controle da geração, entrada, saída e tratamento dos resíduos Equipes de Supervisão e Gestão Ambiental Tratamento/disposição final Definição, de acordo com o tipo de resíduos, da adequada destinação ou reuso mediante tratamento, caso viável Equipes de Supervisão e Gestão Ambiental Indicadores de desempenho e avaliação Avaliação do grau de eficácia da implantação do programa Equipes de Supervisão e Gestão Ambiental INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS O SPGREL tem relação direta com os seguintes programas: • Programa de Gestão Ambiental • Programa de Educação Ambiental • Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos para a Construção Civil 183 • Programa de Monitoramento da Água Superficial. ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS E/OU OUTROS REQUISITOS Como principais normas e resoluções tem-se as Resoluções CONAMA 275/01, 275/03 e 307/03, além das NBR 12.235/1992, 11.174/1987, 10.004, 10.005, 10.006 e 10.007. RECURSOS NECESSÁRIOS Para a execução do programa torna-se necessária a participação conjunta de equipe de fiscalização composta por um profissional atuante na área ambiental (eng. Sanitarista, eng. Ambiental, eng. Civil, geólogo, biólogo ou outro). Os mesmos serão responsáveis pelo acompanhamento de todas as etapas, atuando em conjunto com a equipe de Supervisão e Gestão Ambiental. Não torna-se, porém, necessária a execução de orçamento individualizado para tal programa, uma vez que o mesmo deve estar incluso no escopo dos serviços da construtora contratada para a execução das obras. CRONOGRAMA FÍSICO O cronograma de execução do sub-programa é apresentado na tabela a seguir. 184 Tabela 39 - Cronograma do Sub-Programa de Gestão de Resíduos Sólidos e Efluentes MELHORIAS E DUPLICAÇÃO DA RODOVIA BR-101 – TRECHO- SÃO MIGUEL DOS CAMPOS (AL) - ENTRONCAMENTO COM BR-324 (BA) SUB-PROGRAMA DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E EFLUENTES Atividades Fase PréObras -1 Ano 1 1 2 3 4 5 6 7 Ano 2 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Execução do Programa De Gerenciamento de Resíduos Sólidos e Efluentes Líquidos Relatórios Parciais Relatório Final 185 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO O acompanhamento deve ser feito pela equipe de Supervisão e Gestão Ambiental, devendo monitorar, através de inspeções diárias, os seguintes itens: • Cumprimento do cronograma; • Avaliação quantitativa e qualitativa dos serviços conforme especificações técnicas pertinentes; • Cumprimento dos condicionantes estabelecidos neste Subprograma. RESPONSÁVEIS PELO PROGRAMA O DNIT será responsável pela execução e coordenação geral do programa, o qual deverá ser executado por equipe da construtora. Tabela 40 - Instituições envolvidas no Sub-Programa de Gestão de Resíduos Sólidos e Efluentes Instituições Atribuições e competências Gestora Ambiental Apoiar, orientar e supervisionar a execução do programa à luz das diretrizes do programa e da legislação vigente. Acompanhar, emitir relatórios e avaliar a execução das ações propostas. Encaminhamento de ações corretivas, quando necessário. Construtoras Executar as atividades previstas no programa. DNIT Executar as atividades em conformidade com as diretrizes deste programa no que lhe for cabível. RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO DO PROGRAMA Técnico Luís Alberto de Oliveira Santos Formação Registro profissional CTF Geólogo CREA-RS 112.018 19.972 RESPONSÁVEIS PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA O monitoramento deverá ser efetuado pela Fiscalização do DNIT. A execução SubPrograma deverá ser feita pela equipe da construtora, sob supervisão da equipe de Gestão Ambiental. 186 BIBLIOGRAFIA CTA – CONSULTORIA TÉCNICA AMBIENTAL LTDA. Plano de Controle Ambiental para o Licenciamento de Instalação para a Ampliação do Terminal Fluvial Multimodal da Empresa Granel Química Ltda. Ladário-MS. 2009. Três volumes. 4.5.3 - SUB-PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL JUSTIFICATIVA A geração de resíduos sólidos é comum em qualquer tipo de obra civil, sendo fundamental a tomada de decisões para seu correto gerenciamento, evitando, assim, a deflagração de impactos ambientais no meio e a descaracterização das condições naturais. Desta forma, justifica-se o Sub-Programa de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil – SPGRCC – com vistas a reduzir ou mesmo evitar por completo a deflagração de impactos ambientais. OBJETIVO Como objetivo principal tem-se a redução da geração de resíduos na sua própria fonte geradora, bem como o gerenciamento global do seu armazenamento, transporte e destinação final. Como objetivo secundário tem-se a reutilização dos resíduos gerados no próprio canteiro de obras e frentes de trabalho, reduzindo, assim, os impactos ambientais advindos da necessidade de adoção de áreas de descarte e redução significativa dos custos globais. METAS Tem-se como meta o pleno cumprimento da legislação ambiental vigente no que tange ao devido tratamento e destinação final dos resíduos da construção civil. INDICADORES O principal indicador consiste no adequado armazenamento, transporte e disposição final dos resíduos sem acarretar em impactos ambientais negativos ao meio. 187 PÚBLICO-ALVO O público-alvo do programa consiste na empresa encarregada da execução das obras rodoviárias. METODOLOGIA E DESCRIÇÃO DO PROGRAMA Tipologia dos Resíduos a serem Gerados Basicamente, os resíduos a serem formados são os seguintes (considerando os reaproveitáveis e os descartáveis): • Pedaços de madeiras • Sobras de aço de construção (vergalhões) • Tijolos de alvenaria • Embalagens vazias de óleos e combustíveis • Sedimentos oriundos de dragagem e aterramento • Materiais do canteiro de obras Agentes Envolvidos no Processo de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Geradores: Pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, responsáveis por atividades ou empreendimento geradores de resíduos sólidos da construção civil, qualquer que seja sua Classe; Transportadores: Pessoas físicas ou jurídicas responsáveis pela coleta e transporte dos resíduos entre as fontes geradoras e suas áreas de destinação final; Cedente de Área para Recebimento de Inertes: Pessoas físicas ou jurídicas responsáveis por cumprir as determinações normativas que regram os procedimentos e operações de aterros de inertes; Poder Público: Normatizar, orientar, controlar e fiscalizar a execução dos processos de gerenciamento de resíduos sólidos conforme a legislação ambiental e normas técnicas vigentes. 188 Gerenciamento dos Resíduos a serem Gerados O gerenciamento dos resíduos da construção civil tem como base fundamental a Resolução CONAMA 307 de 05 de julho de 2002. Conforme o disposto por esta Resolução, o gerenciamento se dará de acordo com fases distintas, sendo as mesmas a seguir detalhadas e direcionadas ao empreendimento proposto. Classificação dos Resíduos Sólidos Gerados O artigo 2° da Resolução CONAMA 307/02 define como resíduos sólidos da construção civil aqueles “provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha”. Todo o material gerado no canteiro de obras e nas frentes de trabalho será classificado conforme o artigo 3° da Resolução CONAMA 307/02 (e posterior alteração pela Resolução CONAMA 348 de 16 de agosto de 2004), sendo adotada a definição apresentada a seguir: Classe A: Consistem nos resíduos reutilizáveis ou recicláveis, como agregados das seguintes origens: a) De construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infra-estrutura, inclusive solos provenientes de terraplenagem; b) De construção, demolição, reformas e reparos de edificações, como materiais cerâmicos (tijolos, azulejos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto; c) De processo de fabricação e/ou de demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidos nos canteiros de obras. Classe B: Consistem nos resíduos recicláveis para outras destinações, como plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e outros; 189 Classe C: São os resíduos para os quais não se desenvolveram tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam sua reciclagem, como os produtos oriundos do gesso; Classe D: São os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como as telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde. Segundo Cunha Jr (2005), entre 20 e 35% dos resíduos da construção civil dispostos em contêineres de entulhos são pertencentes às Classes B e D. Ainda segundo o autor, considerando-se que cada contêiner apresenta capacidade de 6 m³, estes resíduos ocupariam um total de 1,2 a 2,1 m³ por contêiner. No empreendimento em questão não serão geradas quantidades significativas de resíduos Classe D. Triagem dos Resíduos Sólidos nas Principais Frentes de Geração Os resíduos sólidos serão gerados nas mais diversas etapas da implantação do empreendimento. Nas frentes de trabalho predominam os resíduos de Classes A e C, especialmente os primeiros, caracterizando os produtos gerados pelas movimentações de solos, demolições e construções de estruturas. Em parte são gerados resíduos da Classe B, especialmente nas atividades de demolição. Nos canteiros de obras há o predomínio de resíduos pertencentes às Classes B e D, oriundos dos refeitórios, escritórios e dos depósitos de materiais a serem utilizados nas construções. Há, ainda, ocorrências de resíduos da Classe A, especialmente os oriundos dos processos de fabricação de peças pré-moldadas em concreto. Ao ser gerado, o resíduo deverá passar por um processo de triagem, separando-o conforme sua natureza nas Classes definidas pela Resolução CONAMA 307/02 e dada destinação temporária adequada. 190 Para a correta efetuação da triagem deverá ser feito treinamento do pessoal envolvido nas obras a partir de palestras e cursos técnicos, além de afixação de cartazes no canteiro de obras. De forma geral, segundo Cunha Jr (2005), os principais resíduos gerados na construção civil, bem como sua magnitude global relativa, são listados na tabela a seguir. Tabela 41 - Principais resíduos gerados na construção civil (modificado de Cunha Jr, 2005). Resíduos Gerados Fase da Obra Demolição Escavação Fundação Estrutura Alvenaria Dry Wall *1 Solo Aço/Sobra Concreto de Corte *2 *6 Outros Metais MSG *3 MSG *4 NE/VB *4 NE/VB *5 SG VB NE *7 VB *7 VB NE NE NE NE NE NE NE NE SG Acabame SG NE ntos SG – Significativo MSG – Muito Significativo *8 Papel, plástico e papelão NE NE *12 VB *12 VB *12 MSG *1 NE/VB 3 *9*10*1 SG *14 1 SG Vidros *15 SG NE NE NE NE Tintas Argamass a PVC NE/VB NE NE NE NE/VB NE NE NE NE NE SG NE SG MSG MSG SG NE NE SG NE VB NE NE VB VB NE NE NE NE NE VB NE VB *17 NE NE/VB Gesso SG *19 Madeira *20 *1 6 *18 MSG NE – Não Existente VB – Valor Baixo *01 – Processo substitutivo da alvenaria tradicional *02 – Lajes fragmentadas, tijolos *03 – Solo proveniente das escavações *04 – Sobra de concreto *05 – Quebra de tijolos *06 – Aço agregado nas lajes demolidas *07 – Aço (sobra no corte das barras de aço) *08 – Sucata de perfis metálico usados na montagem da estrutura do sistema Dry-Wall *09 – Sucata proveniente do corte de tubos de cobre *10 – Sucata metálica de latas de tintas ou massa de correr, tubos metálicos de silicone para rejunte ou espuma expansiva *11 – Sucata de perfis de alumínio caso as esquadrias estejam sendo fabricadas no canteiro de obras *12 – Sacaria de cimento ou argamassa pronta *13 – Plástico *14 – Caixa de papelão das cerâmicas e/ou azulejos *15 – Quebra de vidros ocorridos na demolição *16 – Pode ocorrer quebra de vidro na instalação destes *17 – Provenientes dos recortes de gesso cartonado *18 – Sucata de gesso usado para proteção de pisos acabados *19 – Provenientes da tubulação de esgoto e outras *20 – Portas, janelas ou acabamentos em geral impassíveis de serem reaproveitados Acondicionamento Inicial de Resíduos Sólidos Inicialmente, parte-se do pressuposto que deverá ser evitada ao máximo a geração de resíduos sólidos a partir da reutilização direta dos materiais gerados no canteiro de obras e na frente de serviço. Assim, os materiais advindos da dragagem deverão ser preferencialmente utilizados para aterramento de áreas de uso comum do terminal portuário a ser ampliado e outras a abrigarem edificações. 191 Entretanto, tal medida nem sempre é viável, sendo ao menos parte do material caracterizado como resíduo a ser descartado. Desta forma, torna-se indispensável a determinação de formas de disposição temporária dos materiais no próprio canteiro de obras ou frentes de trabalho antes que lhes seja dada a destinação final. Esta etapa é efetuada concomitante à triagem. A separação dos resíduos gerados é fundamental para análise da possibilidade de reaproveitamento de parte do material excedente, reduzindo gastos e atenuando o impacto ambiental. Todo o processo de separação e movimentação destes materiais será feito com base na NR-11 do Ministério do Trabalho e Emprego, como, por exemplo, determinar que todos os equipamentos a serem utilizados na movimentação dos materiais deverão ser calculados e construídos com vistas a oferecer segurança e resistência necessárias, bem como serão conservados em perfeitas condições de trabalho. Considerando-se a Resolução CONAMA 275 de 25 de abril de 2001, será feita coleta seletiva dos resíduos, com recipientes atendendo às cores definidas pelo Anexo da referida Resolução e apresentadas a seguir: • Azul: Papel/papelão • Vermelho: Plástico • Verde: Vidro • Amarelo: Metal • Preto: Madeira • Laranja: Resíduos Perigosos • Branco: Resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde (aplicável no caso de o canteiro de obras dispor de unidade de pronto atendimento de emergência) • Roxo: Resíduos radioativos (pilhas e baterias em geral) • Marrom: resíduos orgânicos 192 • Cinza: resíduo geral, não reciclável ou misturado, ou contaminado não passível de separação Os dispositivos e acessórios para acondicionamento, segundo CTA (2009), são os seguintes: Bombona: Recipiente com capacidade para 50 l, com diâmetro superior de aproximadamente 35 cm após o corte da parte superior. O fornecedor deverá enviar as bombonas lavadas e com seu interior limpo, podendo, inclusive, o corte superior ser feito apenas no local das obras. Bag: Recipiente com dimensões aproximadas de 0,90 x 0,90 x 1,20 m, sem válvula de escape (fechado na parte inferior), dotado de saia e fita para fechamento, com quatro alças que permitam sua colocação em suporte para mantê-lo completamente aberto enquanto não estiver cheio. Baia: Recipiente confeccionado em chapas ou placas, em madeira, metal ou tela, nas dimensões convenientes ao armazenamento de cada tipo de resíduo. Em alguns casos, é formada apenas por placas laterais delimitadores, podendo ou não ser criado um recipiente estilo “caixa”, sem tampa. Caçamba Estacionária: Recipiente confeccionado com chapas metálicas reforçada e com capacidade para armazenagem entre 4 e 6 m³. Sacos de Ráfia: Dimensões de 0,90 x 0,60 m. Comumente são reutilizados os sacos de farinha confeccionados em ráfia sintética, devendo ser compatíveis com as dimensões das bombonas. Etiquetas Adesivas: Tamanho A4, com cores e tonalidades de acordo com a Resolução CONAMA 275/2001, permitindo a execução da coleta seletiva. O acondicionamento inicial indicado para os resíduos da construção civil, considerandose a sinalização adequada e a adoção de cores propostas pela Resolução CONAMA 275/01, pode ser listado na tabela a seguir, conforme proposto por CTA (2009). 193 Tabela 42 - Acondicionamento inicial proposto por tipo de resíduo gerado (Pinto, 2005) Tipo de Resíduo Blocos de concreto e cerâmicos, argamassas, outros componentes cerâmicos, concreto, tijolos e assemelhados Madeira Plásticos (sacaria de embalagens, aparas de tubulações etc.) Papelão (sacos e caixas de embalagens dos insumos utilizados durante a obra) e papéis (escritório) Serragem Gesso de revestimento, placas acartonadas e artefatos Solos Telas de fachada e de proteção EPS (Poliestireno expandido. Ex.: isopor) Resíduos perigosos presentes em embalagens plásticas e de metal, instrumentos de aplicação como broxas, pincéis, trinchas e outros materiais auxiliares como panos, trapos, estopas etc. Restos de uniforme, botas, panos e trapos sem contaminação por produtos químicos Acondicionamento Inicial Pilhas formadas próximas aos locais de geração Bombonas sinalizadas e revestidas internamente por saco de ráfia (pequenas peças) ou em pilhas formadas nas proximidades da própria bombona e dos dispositivos para transporte vertical (grandes peças) Em bombonas sinalizadas e revestidas internamente por saco de ráfia Em bombonas sinalizadas e revestidas internamente por saco de ráfia para pequenos volumes. Como alternativa para grandes volumes, bags ou fardos Em sacos de ráfia próximos aos locais de geração Em pilhas formadas próximas aos locais de geração dos resíduos Eventualmente em pilhas e preferencialmente para imediata remoção (carregamento dos caminhões ou caçambas estacionárias logo após a remoção dos resíduos de seu local de origem) Recolher após o uso e dispor em local adequado Quando em pequenos pedaços, colocar em sacos de ráfia. Em placas, formar fardos. Manuseio com os cuidados observados pelo fabricante do insumo na ficha de segurança da embalagem ou do elemento contaminante do instrumento de trabalho. Imediato transporte pelo usuário para o local de acondicionamento final Disposição nos bags para outros resíduos Independente do tipo de resíduo a serem estocados as áreas de pilhagem terá sistema de drenagem implantado a montante e no entorno de sua estocagem, evitando a ação direta das águas pluviais sobre as pilhas e, automaticamente, reduzindo o potencial de espalhamento dos materiais acondicionados. Esta estrutura deverá ser dotada de sistema de amortecimento da velocidade das águas, como degraus ao longo de sua extensão, dissipando a energia e automaticamente evitando a propagação de processos erosivos à jusante. Destinação Final dos Resíduos Sólidos A tabela a seguir apresenta os principais tipos de destinação passíveis de serem dados aos resíduos gerados, verificando-se que a tabela considera apenas resíduos gerados no canteiro de obras e de uso geral em maquinários, não considerando os característicos de construção civil. 194 Tabela 43 - Caracterização e destinação de resíduos em geral Resíduo Resíduos sólidos domésticos gerados no canteiro de obras Lâmpadas Fluorescentes Baterias e pilhas Tambores de óleo combustível Água com óleos na caixa separadora de água e óleo Lodo + óleo da caixa separadora + óleo usado Panos com óleo Sucata ferrosa, pneumáticos, cera e eletrodos de solda Destinação Coleta três vezes por semana e destino em aterro sanitário licenciado Reciclagem externa realizada por empresa especializada Acondicionadas em caixas próprias e devolvidas ao fabricante Encaminhamento ao sistema municipal ou particular de coleta Retirada no separador Coleta realizada por empresa especializada Coleta realizada por empresa especializada Coleta realizada por empresa especializada No que tange aos resíduos de construção civil, é fundamental que, durante o processo de triagem e acondicionamento temporário, seja especificada a possibilidade de reutilização ou reciclagem de resíduos. Para tal, deverão ser seguidos os pressupostos da Resolução CONAMA 307/2002: “I - Classe A: deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou encaminhados a áreas de aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura; II - Classe B: deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura; III - Classe C: deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas técnicas especificas. IV - Classe D: deverão ser armazenados, transportados, reutilizados e destinados em conformidade com as normas técnicas especificas.” São diversas as áreas e formas de coleta dos resíduos gerados na construção civil, sendo as principais apresentadas na tabela a seguir conforme CTA (2009). 195 Tabela 44 - Tipos de áreas pra coleta de resíduos da construção civil Tipo de Área Pontos de entrega Descrição Condições para Utilização Disponibilizada pela Área pública ou viabilizada administração pública local pela administração pública como parte integrante de apta para o recebimento de um Programa Municipal de pequenos volumes de Gerenciamento de resíduos da construção civil Resíduos da Construção Civil (caso existente) Observações Restrição ao recebimento de cargas de resíduos de construção civil constituídas predominantemente por resíduos da construção civil perigosos e não inertes (tintas, solventes, óleos, resíduos provenientes de instalações industriais e outros) enquadrados como Classe I pela NBR 10004/2004 Estabelecimento privado ou público destinado ao recebimento de resíduos da construção civil e resíduos volumosos gerados e Área de Transbordo coletados por agentes e Triagem (ATT) privados e que deverão ser usadas para a triagem dos resíduos recebidos, eventual transformação e posterior remoção para adequada disposição Licenciada pela administração pública municipal Restrição ao recebimento de cargas predominantemente constituídas por resíduos de Classe D. Estabelecimento privado ou público destinado à Área de Reciclagem transformação dos resíduos Classe A em agregados Licenciada pela administração pública municipal. No âmbito estadual, licenciado pelo órgão de controle ambiental. - Estabelecimento privado ou público onde serão empregadas técnicas de Os resíduos Classe B, C e D disposição de resíduos da poderão apenas transitar pela área Aterros de Resíduos Licenciamento municipal ou construção civil Classe A no para serem, em seguida, da Construção Civil estadual solo, visando a reserva de transferidos para destinação materiais segregados de adequada forma a possibilitar seu uso futuro Área licenciada para o Caracterização prévia dos resíduos recebimento de resíduos definirá se deverão ser destinados Aterro para resíduos Licenciamento municipal e industriais Classe I e II a aterros industriais Classe I e II Industriais estadual específicos conforme antiga versão da conforme antiga versão da NBR NBR 10004/2004 10004/2004 Instalações de Compram e vendem Esgotamento e captação dos empresas que embalagens metálicas ou resíduos remanescentes, além da comercializem Alvará de funcionamento e plásticas destinadas ao lavagem e captação dos efluentes tambores e licenças ambientais acondicionamento de para destinação conforme bombonas para produtos químicos certificados de aprovação reutilização Em caso de necessidade da Sucateiros, cooperativas, Contrato social ou utilização de agentes grupos de coleta seletiva e congênere, alvará de eminentemente informais, Agentes diversos outros agentes que funcionamento, inscrição reconhecer o destino a ser dado ao comercializam resíduos municipal resíduo e registrá-lo da maneira recicláveis mais segura possível Diversos tipos de materiais oriundos da demolição das estruturas existentes ou mesmo de resíduos gerados na construção podem ser reutilizados, desde que haja a devida 196 tomada de cuidados para preservar o material. A tabela que segue apresenta os cuidados requeridos e os procedimentos de estocagem de alguns materiais passíveis de reutilização. Tabela 45 – Cuidados e procedimentos que facilitam a reutilização de resíduos da construção civil. Tipos de Material ou Resíduos Cuidados Requeridos Painéis de madeira provenientes da retirada de lajes, pontaletes, sarrafos etc. Retirada das peças mantendo-as separadas dos resíduos inaproveitáveis Blocos de concreto e cerâmicos parcialmente danificados Segregação imediatamente após a sua geração, evitando descarte Solo Identificar eventual necessidade de aproveitamento na própria obra para reaterramento Procedimento Manter as peças empilhadas, organizadas e disponíveis o mais próximo possível dos locais de reaproveitamento. Se o aproveitamento das peças não for próximo do local de geração, essas devem formar estoque sinalizado. Formar pilhas que podem ser deslocadas para utilização em outras frentes de trabalho Planejar execução da obra compatibilizando fluxo de geração e possibilidades de estocagem e reutilização No que diz respeito à reciclagem em canteiro de resíduos de alvenaria, concreto e cerâmicos, devem ser observados os seguintes aspectos (Pinto, 2005): • Volume e fluxo estimado de geração; • Investimento e custos para a reciclagem (equipamento, mão-de-obra, consumo de energia etc.); • Tipos de equipamentos disponíveis no mercado e especificações; • Alocação de espaços para a reciclagem e formação de estoque de agregados; • Possíveis aplicações para os agregados reciclados na obra; • Controle tecnológico sobre os agregados produzidos; • Custo dos agregados naturais; • Custo da remoção dos resíduos. Os aspectos supra deverão ser analisados (análise econômico-financeira), confrontando as avaliações obtidas, antes de decidir por reciclar ou não os resíduos no canteiro de obras. 197 Uma vez triados os materiais com potencialidade de reutilização ou reciclagem, podem ser dados destinos referentes ao uso na própria obra ou doação para terceiros, conforme demonstrado na tabela a seguir (Pinto, 2005). Tabela 46 – Destinação de resíduos da construção civil passíveis de reutilização. Tipos de Resíduo Cuidados Requeridos Blocos de concreto e cerâmicos, argamassas, outros componentes cerâmicos, concreto, tijolos e assemelhados Dar prioridade a soluções de destinação que envolvam a reciclagem de resíduos, de modo a permitir seu aproveitamento como agregado Madeira Para uso em caldeira, garantir separação da serragem dos demais resíduos de madeira Plásticos (embalagens, aparas de tubulações etc.) Máximo aproveitamento dos materiais contidos e a limpeza da embalagem Papelão (sacos e caixas de embalagens) e papéis (escritório) Proteger de intempéries Metal (ferro, aço, fiação, revestida, arames etc.) Não há Serragem Ensacar e proteger de intempéries Gesso em placas acartonadas Proteger de intempéries Gesso de revestimento e artefatos Proteger de intempéries Solos Exame e caracterização prévia dos solos para definir destinação Telas de fachada e de proteção Não há EPS (Poliestireno expandido – ex.: isopor) Confinar, evitando dispersão Materiais, instrumentos e Maximizar a utilização dos Destinação Áreas de transbordo e triagem, áreas para reciclagem ou aterros de resíduos da construção civil licenciados pelos órgãos ambientais. Resíduos Classe A podem ser reciclados para uso em pavimentos e concretos sem função estrutural Atividades econômicas que possibilitem a reciclagem destes resíduos, a reutilização de peças ou o uso como combustível em fornos ou caldeiras Empresas, cooperativas ou associações de coleta seletiva que comercializam ou reciclam estes resíduos Empresas, cooperativas ou associações de coleta seletiva que comercializam ou reciclam estes resíduos Empresas, cooperativas ou associações de coleta seletiva que comercializam ou reciclam estes resíduos Reutilização dos resíduos em superfícies impregnadas com óleo para absorção e secagem, produção de briquetes (geração de energia) ou outros usos Reciclagem pelo fabricante ou empresas de reciclagem Aproveitamento pela indústria gesseira e empresas de reciclagem Aterramento na própria área do empreendimento. No caso de solos contaminados, proceder com descontaminação anteriormente à reutilização ou encaminhar para aterros de resíduos devidamente licenciados Possível reaproveitamento para a confecção de bags e sacos ou até mesmo por recicladores de plásticos Possível destinação para empresas, cooperativas ou associações de coleta seletiva que comercializam, reciclam ou aproveitam para enchimentos Encaminhar para aterros 198 Tipos de Resíduo embalagens contaminadas por resíduos perigosos, como embalagens plásticas e de metal, instrumentos de aplicação como broxas, pincéis, trinchas e outros materiais auxiliares como panos, trapos, estopas etc. Cuidados Requeridos materiais para a redução dos resíduos a descartar Destinação licenciados para a recepção de resíduos perigosos No que diz respeito à reutilização dos materiais de Classe A, dá-se preferência ao uso de resíduos de concreto ou argamassa sem presença de cerâmica, sendo, ainda, proibida a reutilização de gesso em virtude de apresentar reações expansivas no concreto. De forma prática, são indicadas as seguintes formas de reutilização de materiais de demolição e de sobras das atividades construtivas: Tabela 47 - Proposta de reutilização dos principais resíduos a serem gerados nas atividades de demolição e das sobras de construção Material Madeira Resíduo de concreto ou de argamassa Resíduo de alvenaria Solos Reutilização Proposta Cobertura e marcação de obras Sinalização Estaqueamento provisório Produção de chapas e caixas Produção de concreto Produção de argamassa Uso em pavimentação Aterramento após tratamento e retirada dos contaminantes Os resíduos de óleo lubrificante deverão ter destinação adequada conforme a Resolução CONAMA n° 362 de 23 de junho de 2005. De acordo com a referida Resolução em seu artigo 3°, os resíduos de óleo lubrificante deverão ser destinados à reciclagem por meio do processo de refino. Os resíduos perigosos, por sua vez, deverão obedecer à Norma NBR 12.235 de 1992, a qual determina que nenhum resíduo perigoso poderá ser armazenado sem análise prévia de suas propriedades físicas e químicas, uma vez que disso depende a sua caracterização como perigoso ou não, bem como seu armazenamento adequado. O plano de gerenciamento de resíduos perigosos poderá ser feito de acordo com o modelo apresentado na Norma NBR 12.235/1992, podendo sofrer adaptações de acordo com a situação evidenciada. Para tal, deverá seguir a seguinte estrutura mínima: • Descrição do resíduo 199 • Amostragem - Descrição do local de coleta da amostra - Indicar métodos de amostragem • Análises - Parâmetros - Justificativa de escolha dos parâmetros - Métodos de análise - Freqüência de análise • Caracterização do resíduo com indicação de presença de reatividade, inflamabilidade ou corrosividade • Indicar se o resíduo, quando manipulado, apresenta incompatibilidade com outros, especificando-os O local de armazenamento dos resíduos deve apresentar as seguintes características (NBR 12.235/1992): • Apresentar características que minimizem o perigo de contaminação ambiental; • Apresentar aceitação maximizada por parte da população para sua instalação; • Evitar a alteração das características naturais do meio; • Estar de acordo com o zoneamento de usos e ocupações da região; • Estar distante de áreas urbanas densamente ocupadas. No que diz respeito ao local de armazenamento, o mesmo deve possuir sistema de isolamento que impeça o acesso de pessoas estranhas, bem como sinalização de segurança que identifique os riscos de aceso ao local e áreas definidas, isoladas e sinalizadas para o armazenamento de resíduos compatíveis. 200 O armazenamento de resíduos perigosos em contêineres e/ou tambores deverá seguir às condições a seguir listadas, conforme NBR 12.235/1992 (transcrição): “a) os contêineres e/ou tambores devem se apresentar em boas condições de uso, sem ferrugem acentuada nem defeitos estruturais aparentes; b) dependendo das características dos resíduos a serem armazenados, os contêineres e/ou tambores devem ser de material compatível ou ter recebido algum tipo de revestimento ou impermeabilização, de modo a evitar reações indesejáveis e, conseqüentemente, danos ao recipiente; c) os recipientes contendo os resíduos devem estar sempre fechados, exceto por ocasião da manipulação dos resíduos, seja adição ou remoção; d) um contêiner e/ou tambor contendo resíduos perigosos não deve ser aberto, manuseado ou armazenado de modo a possibilitar o vazamento do material ou, ainda, o rompimento ou dano ao recipiente; e) as operações de transferência, armazenamento, adição, retirada, abertura e fechamento de recipientes (contêineres, tambores, etc.) com resíduos corrosivos, tóxicos ou, sob qualquer outro modo nocivos ao homem, devem ser executadas com pessoal dotado do Equipamento de Proteção Individual (EPI) adequado; f) os recipientes devem ser dispostos na área de armazenamento, de tal forma que possam ser inspecionados visualmente; g) cada recipiente deve ser identificado quanto a seu conteúdo, sendo que essa identificação deve ser efetuada de forma a resistir à manipulação dos mesmos, bem como as condições da área de armazenamento em relação a eventuais intempéries; h) cada recipiente deve ser armazenado em sua área específica de acordo com as características de compatibilidade dos resíduos (ver 4.4, alínea c).” Em adição, deve apresentar sistema de drenagem a montante e lateral, bem como bacia de contenção impermeabilizada a jusante, evitando, assim, que eventuais vazamentos causem danos ambientais aos solos, águas subterrâneas e mananciais superficiais. 201 Segundo a NBR 12.235/1992, a bacia de contenção deverá apresentar as seguintes características (transcrição): “a) a base da bacia de contenção deve se apresentar livre de rachaduras e/ou buracos e estar suficientemente impermeabilizada, para conter e resistir a vazamentos, derramamentos e precipitações acumuladas; b) a base deve ser inclinada ou todo o sistema de contenção deve ser projetado e operado de modo a drenar e remover os líquidos citados anteriormente; no caso dos contêineres e/ou tambores estarem dispostos em nível mais elevado, sustentados por qualquer tipo de estrutura ou protegidos do contato direto com os líquidos acumulados, a inclinação da base é dispensável; c) a bacia de contenção deve ter capacidade suficiente para conter, no mínimo, 10% do volume total dos contêineres e/ou tambores ou o volume do maior recipiente armazenado, qualquer que seja o seu tamanho; esta condição é aplicável somente ao armazenamento de resíduos líquidos ou que contenham líquidos livres; no projeto da bacia deve ser considerado o maior volume estimado, entre as duas alternativas possíveis; d) a bacia deve ser construída de tal forma que impeça o fluxo do escoamento superficial da vizinhança para seu interior; e) quando houver sistema fixo de água para combate a incêndios, a bacia deve possuir dreno com válvula de bloqueio, externo à bacia, dimensionado adequadamente de modo a eliminar risco de transbordamento; f) quaisquer vazamentos ou derramamentos de resíduos, como também as águas pluviais retidas, devem ser periodicamente removidos da caixa de acumulação, de modo a evitar transbordamento do sistema de coleta; se o material coletado estiver contaminado com substâncias tóxicas e que lhe conferem periculosidade, o seu manuseio e destino final devem ser tal que o meio ambiente seja adequadamente protegido; g) no caso do armazenamento de resíduos perigosos incompatíveis, prever bacias de contenção independentes, para cada área, de forma a evitar riscos de misturas no caso de acidentes (ver 4.4, alínea c).” 202 Deverá ser utilizada a tabela 2 presente na NBR 12.235/1992 para o controle e registro da movimentação de resíduos perigosos, bem como a tabela 3 para o registro de armazenamento dos mesmos. Transporte dos Resíduos Sólidos não Reaproveitáveis Os resíduos sólidos não reaproveitáveis deverão ter seu transporte efetuado de forma adequada à sua tipologia, potencial contaminante e capacidade de dispersão. Em geral, a tabela a seguir lista, conforme CTA (2009), os tipos mais adequados de remoção e transporte por resíduo gerado. Tabela 48 - Remoção adequada dos resíduos (Pinto, 2005) Tipo de Resíduos Blocos de concreto, blocos cerâmicos, outros componentes cerâmicos, argamassas, concreto, tijolos e assemelhados Madeira Plásticos (sacaria de embalagens, aparas de tubulações etc.) Papelão (sacos e caixas de embalagens dos insumos utilizados durante a obra) e papéis (escritório) Metal (ferro, aço, fiação revestidas, arames etc.) Serragem e EPS (poliestireno expandido. Ex.: isopor) Gesso de revestimento, placas acartonadas e artefatos Solo Tela de fachada e de proteção Materiais, instrumentos e embalagens contaminados por resíduos perigosos (ex.: embalagens plásticas e de metal, instrumentos de aplicação como broxas, pincéis, trinchas e outros materiais auxiliares como panos, trapos, estopas etc.) Remoção dos Resíduos Caminhão com equipamento poliguindaste ou caminhão com caçamba basculante, sempre coberto com lona Caminhão com equipamento poliguindaste, caminhão com caçamba basculante ou caminhão com carroceria de madeira, respeitando as condições de segurança para a acomodação da carga na carroceria do veículo, sempre coberto com lona Caminhão ou outro veículo de carga, desde que os bags sejam retirados fechados para impedir mistura com outros resíduos na carroceria e dispersão durante o transporte Caminhão ou outro veículo de carga, desde que os bags sejam retirados fechados para impedir mistura com outros resíduos na carroceria e dispersão durante o transporte Caminhão, preferencialmente equipado com guindaste para elevação de cargas pesadas, ou outro veículo de carga Caminhão ou outro veículo de carga, desde que os sacos ou bags sejam retirados fechados para impedir mistura com outros resíduos na carroceria e dispersão durante o transporte Caminhão com equipamento poliguindaste ou caminhão com caçamba basculante, sempre coberto com lona Caminhão com equipamento poliguindaste ou caminhão com caçamba basculante, sempre coberto com lona Caminhão ou outro veículo de carga, com cuidado para contenção da carga durante o transporte Caminhão ou outro veículo de carga, sempre coberto 203 CTA (2009) propõe a adoção de fichas de controle do transporte de resíduos, cujo modelo pode ser aplicado à obra em questão. Desta forma, a ficha que segue ilustra exemplo de ficha padrão a ser aplicada. Tabela 49 - Proposta de ficha de controle de transporte de resíduos. CONTROLE DE TRANSPORTE DE RESÍDUOS Informações do Gerador Nome/Razão Social: CPF/CNPJ: Endereço da retirada: Obra: Data: 1ª Via – Gerador 2ª Via – Transportador 3ª Via – Destinatário Tipo de Resíduo Peso ou Volume Unidade Alvenaria, argamassas e concreto Gesso Madeira Papel Metal Plástico Solo Material Asfáltico Volumosos (incluindo poda) Outros (especificar): TERMO DE RESPONSBILIDADE – RETIRADA DOS BAGS Assumo a responsabilidade pela devolução dos ________________ (quantidade retirada) bags retirados da obra, comprometendo-me a ressarcir o prejuízo decorrente de sua não devolução Nome por extenso e/ou carimbo do responsável pela retirada e devolução Informações do Transportador Nome ou razão social CPF/CNPJ Inscrição Municipal Outros (especificar) Tipo do Veículo Placa Informações do Destinatário Nome ou razão social CPF/CNPJ Endereço da destinação ASSINATURAS/CARIMBOS Gerador Transportador Assinatura Destinatário Monitoramento O desempenho das atividades de triagem, acondicionamento temporário, reutilização e/ou transporte do resíduo até seu destino final será avaliado com base em monitoramento constante e emissão de relatórios periódicos. Os relatórios deverão ser quinzenais, meramente relacionados ao apontamento da eficácia das atividades em andamento. Caso se verifique desconformidade com o projeto proposto, serão feitas novas seções de treinamento de pessoal e intensificação nas campanhas de informação (cartazes e folderes). 204 Caso haja ingresso de novos membros na equipe, deverá ser feito treinamento e dada adequada informação aos mesmos para que a metodologia do trabalho seja continuada com máxima eficiência. As fichas de monitoramento deverão ser bastante simples, quantificando os materiais gerados e os problemas ocorridos. Para o empreendimento em questão foram elaboradas fichas destinadas ao monitoramento das atividades de triagem e acondicionamento temporário (Ficha 01) e de Transporte e Destinação Final (Ficha 02), conforme segue. Tabela 50 - Modelo de ficha de monitoramento das atividades de triagem e acondicionamento temporário dos resíduos sólidos da construção civil Ficha de Monitoramento das Atividades de Triagem e Acondicionamento Temporário dos Resíduos Volume Total de Resíduo Gerado Resíduo Gerado (m³) Alvenaria, argamassas e concreto Gesso Madeira Papel Metal Plástico Solo Material Asfáltico Volumosos (incluindo poda) Outros (especificar): Ocorrência de Problemas na Triagem ou Acondicionamento Temporário Tipo de Problema Quantitativo Observações Mistura de materiais na triagem Acondicionamento errado Problemas nos equipamentos (bombonas, sacos etc.) Avaliação Geral Tabela 51 - Modelo de ficha de monitoramento das atividades de transporte e destinação final dos resíduos sólidos da construção civil Ficha de Monitoramento das Atividades de Transporte e Destinação Final dos Resíduos Volume Total de Resíduo Resíduo Transportado Transportado (m³) Alvenaria, argamassas e concreto Gesso Madeira Papel Metal Plástico Solo Material Asfáltico Volumosos (incluindo poda) Outros (especificar): 205 Ocorrência de Problemas do Transporte ou Destinação Final Tipo de Problema Quantitativo Observações Veículo não atende ao volume necessário para carregamento do material Veículo não apresenta guindaste ou outra forma de carregamento Veículo não apresenta lona para cobertura Acidente com veículo na área do terminal Acidente com veículo na rodovia Ruptura de embalagens no interior do veículo Destinatário sem capacidade para receber o volume de resíduos transportado Outros (especificar) Avaliação Geral ETAPAS DE EXECUÇÃO Na tabela a seguir consta a síntese das atividades a serem realizadas no programa. Tabela 52 - Atividades a serem executadas no Sub-Programa Atividade Forma de ação Etapa Competência Definição do tipo de resíduo a ser gerado Projeção, de acordo com o tipo de obra, dos resíduos passíveis de serem gerados Fases pré-obra e de obras Equipes de Supervisão e Gestão Ambiental Definição dos agentes envolvidos no processo de gerenciamento Avaliação das possibilidades de estocagem, reutilização, transporte ou destinação final dos materiais Fases pré-obra e de obras Equipes de Supervisão e Gestão Ambiental Fase de obras Equipes de Supervisão e Gestão Ambiental Classificação Triagem Gerenciamento dos resíduos Acondicionamento inicial Destinação final Transporte Monitoramento INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS O SPGRCC tem relação direta com os seguintes programas: • Programa de Gestão Ambiental • Programa de Educação Ambiental 206 ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS E/OU OUTROS REQUISITOS Como principais normas e resoluções tem-se as Resoluções CONAMA 275/01, 307/02, 348/04 e 362/05, além da NR-11 e NBR-12.235/1992. RECURSOS NECESSÁRIOS Para a execução do programa torna-se necessária a participação conjunta de equipe de fiscalização composta por um profissional atuante na área ambiental (eng. Sanitarista, eng. Ambiental, eng. Civil, geólogo, biólogo ou outro). Os mesmos serão responsáveis pelo acompanhamento de todas as etapas, atuando em conjunto com a equipe de Supervisão e Gestão Ambiental. Não torna-se, porém, necessária a execução de orçamento individualizado para tal programa, uma vez que o mesmo deve estar incluso no escopo dos serviços da construtora contratada para a execução das obras. CRONOGRAMA FÍSICO O cronograma de execução do sub-programa é apresentado na tabela a seguir. 207 Tabela 53 - Cronograma do Sub-Programa de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil MELHORIAS E DUPLICAÇÃO DA RODOVIA BR-101 – TRECHO SÃO MIGUEL DOS CAMPOS (AL) – ENTRONCAMENTO COM BR-324 (BA) SUB-PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL Atividades Fase PréObras -1 Ano 1 1 2 3 4 5 6 7 Ano 2 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Execução do Sub-Programa De Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil Relatórios Parciais Relatório Final 208 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO O acompanhamento deve ser feito pela equipe de Supervisão e Gestão Ambiental, devendo monitorar, através de inspeções diárias, os seguintes itens: • Cumprimento do cronograma; • Avaliação quantitativa e qualitativa dos serviços conforme especificações técnicas pertinentes; • Cumprimento dos condicionantes estabelecidos neste Subprograma. RESPONSÁVEIS PELO PROGRAMA O DNIT será responsável pela execução e coordenação geral do programa, o qual deverá ser executado por equipe da construtora. Tabela 54 - Instituições envolvidas no Sub-Programa de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil Instituições Atribuições e competências Gestora Ambiental Apoiar, orientar e supervisionar a execução do programa à luz das diretrizes do programa e da legislação vigente. Acompanhar, emitir relatórios e avaliar a execução das ações propostas. Encaminhamento de ações corretivas, quando necessário. Construtoras Executar as atividades previstas no programa. DNIT Executar as atividades em conformidade com as diretrizes deste programa no que lhe for cabível. RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO DO PROGRAMA Técnico Formação Registro profissional CTF Luís Alberto de Oliveira Santos Geólogo CREA-RS 112.018 19.972 Florencio Teodoro Rocha da Rosa Geógrafo CREA-RS 159.287 158.738 RESPONSÁVEIS PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA O monitoramento deverá ser efetuado pela Fiscalização do DNIT. A execução SubPrograma deverá ser feita pela equipe da construtora, sob supervisão da equipe de Gestão Ambiental. 209 BIBLIOGRAFIA CTA – CONSULTORIA TÉCNICA AMBIENTAL LTDA. Plano de Controle Ambiental para o Licenciamento de Instalação para a Ampliação do Terminal Fluvial Multimodal da Empresa Granel Química Ltda. Ladário-MS. 2009. Três volumes. 210 4.6 - PROGRAMA DE INDENIZAÇÃO DE TERRAS E BENFEITORIAS JUSTIFICATIVA Obras rodoviárias costumam funcionar como vetor de ocupação, promovendo especulação imobiliária e ocupação das áreas lindeiras e da faixa de domínio da rodovia para o desenvolvimento, sobretudo, de atividades comerciais. A rodovia BR 101 / NE apresenta intensa importância social e econômica para a região nordeste, uma vez que através dela é escoada grande parte da produção regional, além de consistir no elo entre o nordeste e o sul do Brasil, atravessando algumas das principais capitais do país. Sua importância, porém, foi determinante para a geração de um problema: a ocupação irregular da Faixa de Domínio - FD. Neste contexto, núcleos urbanos com habitações, comércios e médias e grandes propriedades, inclusive com extensas áreas de plantio, invadem áreas cujo uso deve, obrigatoriamente, ter anuência do DNIT. Apesar de, na maioria das vezes, ilegalmente estabelecidas na FD, as famílias cujos domicílios sejam diretamente afetados pela implantação da rodovia devem ser devidamente reassentadas ou relocadas, a fim de que não haja perda de patrimônio ou qualidade de vida da população em virtude da remoção compulsória. O mesmo preceito é aplicado a terras ou benfeitorias porventura impactadas. A relocação involuntária ou compulsória é, sem dúvida, um dos pontos mais sensíveis da gestão ambiental de um empreendimento rodoviário, sendo que o bom andamento das obras da BR-101 AL/SE/BA depende diretamente do sucesso do Programa de Indenização de Terras, Benfeitorias e Relocação da População (PIR). A correta execução deste programa evitará que as famílias percam o referencial de comunidade, suas relações familiares e sociabilidade. A relocação assistida também permitirá a fixação do homem no meio rural, possibilitando a continuidade das atividades econômicas e sociais de subsistência, evitando seu deslocamento para os centros urbanos, onde as chances de sucesso são consideravelmente menores. 211 Com base nesta situação, e considerando a necessidade de execução das obras, tornarse-á necessária a relocação de parte da população estabelecida nas áreas onde haverá interferência direta das obras da rodovia. Justifica-se, assim, o presente programa a partir da necessidade de estabelecimento de diretrizes e procedimentos para a execução das ações de indenização de terras e benfeitorias e de relocação da população. Deve-se destacar que estudos anteriores existentes para o trecho estabelecem que os depoimentos colhidos indiquem que as populações residentes ao longo da rodovia em sua maioria são favoráveis ao empreendimento, inclusive demonstrando interesse em negociar seu deslocamento para outras áreas. Isso porque o empreendimento facilitará o deslocamento aos centros urbanos da região, o que já é realizado com bastante regularidade pelos moradores locais em função da procura por serviços (especialmente hospitalares), comércio e emprego. Como já ressaltado, a rodovia em estudo se encontra implantada e a duplicação se dará na FD, em terrenos de propriedade do empreendedor, cabendo, nesse caso, a ação de reintegração de posse e indenização das benfeitorias e produção atingidas. OBJETIVO Este programa visa indicar os procedimentos e ações a serem efetuados para as desapropriações e reassentamentos com vistas à liberação da FD para as obras da rodovia BR 101 trecho AL/SE/BA, visa garantir que a relocação ou indenização da população que mantém vínculos de moradia e trabalho nas propriedades existentes ao longo da FD e lindeiras da rodovia, que constitui área não edificante, seja realizada de forma socialmente responsável e justa. Para isto, têm-se os seguintes objetivos específicos: • Mobilizar a comunidade para que ela acompanhe e participe dos programas de Indenização e Relocação e quando for pertinente, a construção das obras de relocação de famílias afetadas pela rodovia; • Cadastrar e diagnósticar as propriedades e benfeitorias atingidas; • Estabelecer critérios e procedimentos para a relocação / indenização e reconstrução das benfeitorias atingidas; 212 • Garantir compensação de perdas relativas à situação atual da população, devido ao relocamento para implantação de infraestrutura idêntica ou superior às que forem afetadas, com ênfase especial a grupos de baixa renda. METAS Para o cumprimento dos objetivos propostos neste Programa de Indenização de Terras, Benfeitorias - PIR, foram estabelecidas as seguintes metas: • Realizar o levantamento e a classificação das propriedades atingidas, conforme suas características e as interferências que serão necessárias para as obras; • Elaborar um plano de reassentamento; • Acompanhar a execução do plano de reassentamento; • Promover a participação dos atingidos no processo de negociação, indenização e relocação; • Garantir a lisura dos atos praticados na desapropriação e relocação das famílias afetadas. INDICADORES Os indicadores de andamento do programa e dos objetivos propostos compreendem: • Número de famílias cadastradas x Número de famílias Relocadas e/ou indenizadas; • Número de famílias indicadas para o Programa de Relocação x número de famílias atendidas Programa de Relocação; • Número de Auxílios prestados / Número de famílias indicadas para o Programa de Relocação; • Grau de satisfação com a moradia pelas famílias atendidas pelo Programa. 213 PÚBLICO-ALVO O público-alvo deste programa compreende as famílias cujas propriedades serão afetadas pela duplicação da rodovia, seja qual for a situação de sua ocupação (proprietários, arrendatários, inquilinos, posseiros ou moradores da FD). METODOLOGIA E DESCRIÇÃO DO PROGRAMA A seguir são descritos os métodos, procedimentos e diretrizes gerais a serem empregados para o desenvolvimento do PIR. Levantamentos e Avaliações Preliminares Os levantamentos e avaliações preliminares compreendem o cadastramento da população e propriedades afetadas, bem como sua avaliação socioeconômica. Cadastro da População Afetada Esta etapa incluirá a identificação dos moradores, avaliação dos bens a serem perdidos (edificações, áreas de uso agrícola e/ou pastoril, comércios, residências etc.), levantamento da situação legal das propriedades junto aos cartórios, listagem de equipamentos urbanos existentes e avaliação da infraestrutura comunitária existente. Assim, com o cadastramento deverá ser feito o detalhamento aprofundado dos imóveis a serem atingidos pelas obras de duplicação da rodovia com base em análise do projeto executivo sobreposto a imagens de sensoriamento remoto ou fotos aéreas, as edificações, benfeitorias e propriedades próximas à FD ou por ela interceptadas, bem como as estradas e caminhos de acesso. Deste levantamento deverá resultar a classificação das propriedades e benfeitorias segundo o nível de interferência da obra. No levantamento cadastral de todas as áreas a serem desapropriadas, serão registradas, pelo menos, as seguintes informações: • Localização da área • Identificação do ocupante do imóvel • Situação do imóvel 214 • Limites e confrontações • Vias e meios de acesso • Descrição do imóvel • Croqui/mapa da área abrangida • Registro fotográfico Durante esta etapa serão solicitadas cópias da documentação relativa à propriedade e aos ocupantes/proprietários. Para os casos em que o proprietário for uma empresa, serão solicitados os documentos da empresa (CNPJ, contrato social etc.) e dos seus representantes legais. No cadastramento deverá ser dada especial atenção a benfeitorias, culturas e outras facilidades produtivas ou de acesso, tais como: • Áreas com benfeitorias residenciais ou não; • Ocorrências de materiais de construção; • Cercas, adutoras, currais e outras instalações; • Cursos d’água, açudes e outros reservatórios; • Cemitérios, túmulos isolados, áreas de lazer ou de beleza cênica, etc. Avaliação Socioeconômica Esta etapa contemplará o reconhecimento que visa caracterizar os seguintes aspectos: atividades econômicas formais e informais e a renda populacional, as principais ocupações da população, as distâncias percorridas e a forma de deslocamento. Em adição, deverá considerar, ainda, os serviços disponíveis e a infraestrutura existente e as associações formais e informais em atividade. Com esta avaliação, será possível diagnosticar: • O tipo e dimensões das moradias das famílias afetadas, e suas condições de sobrevivência e saúde; 215 • A oferta e demanda de serviços sociais básicos para cada uma das comunidades (saneamento, abastecimento de água, saúde, educação, transporte, entre outros); • A oferta e demanda de programas sociais já existentes (bolsa-escola, rendacidadão, fome-zero, etc.); • Os casos especiais (idosos, deficientes, etc.) cujas demandas são diferenciadas; • As principais atividades econômicas (formais e informais) e a renda destas comunidades; • Os principais locais de trabalho e estudo da população e as distâncias percorridas; • Os serviços comunitários disponíveis (igrejas, campos de futebol, etc.); • As associações formais e informais em atividade; • Os graus de relação social entre os membros da comunidade diretamente atingida com o entorno. Para tanto, serão empregadas planilhas padronizadas, como os modelos apresentados nas tabelas a seguir. Tabela 55 - Planilha de levantamento preliminar por domicílio Localidade: Trecho: Estacas: Técnico Responsável pelo preenchimento: Nome do chefe de família: Tipo de domicílio: Grau de Instrução do chefe de família: 216 Número de pessoas residentes no domicílio: Atividade econômica principal: Benfeitorias (descrever): Renda familiar: Situação legal do imóvel: Instruções para o preenchimento: 1 - As informações solicitadas são relativas à população afetada pelo empreendimento. 2 - Quando houver mais de uma família por domicílio é necessário preencher uma nova ficha 3 - Quando a localidade não possuir nome, a identificação será pelo trecho. 4 - O tipo de domicílio poderá ser descrito de forma breve: casa de taipa com dois cômodos. Tabela 56 - Fichas para levantamento preliminar da região Trecho: Estacas: Técnico Responsável pelo preenchimento: Número de famílias atingidas: Número de pessoas atingidas Existe concentração de mais de 20 famílias em localidades? ( ) Sim ( ) Não Quantas? 217 Renda familiar (média em Até 2 SM porcentagem): 2 a 5 SM Mais de 5 SM Grau de instrução do chefe de família (média em porcentagem) Analfabetos: Primeiro grau incompleto: Primeiro grau completo: Segundo Grau incompleto: Segundo grau completo: Classificação do Projeto Grupo I Grupo II Justificativa (indicar os principais impactos) Comunicação para a População Afetada Com base nas informações obtidas com os levantamentos e avaliações preliminares de cadastramento das propriedades, pelo menos um assistente social e um técnico em cadastramento visitarão todas as edificações próximas à FD ou por ela interceptadas. Estas visitas objetivam esclarecer (individualmente ou em reunião) as primeiras dúvidas relacionadas ao processo de desapropriação e respectivas indenizações/compensações, bem como coletar informações preliminares sobre a situação legal das propriedades e respectivos ocupantes/proprietários. 218 Elaboração do Plano de Reassentamento O Plano de Reassentamento estabelecerá procedimentos, diretrizes e medidas de cunho mitigador para o ressarcimento dos prejuízos causados à população afetada, contemplando, dentre outros, os seguintes aspectos: • Avaliação econômica das áreas a serem desapropriadas; • Proposta de indenização/compensação; • Escolha de locais para o reassentamento. Avaliação das áreas a serem desapropriadas e proposta de indenização/compensação Nesta etapa serão formuladas propostas de indenização priorizando a negociação amigável para cada ocupante/proprietário. Os valores relativos às áreas a serem desapropriadas serão fixados e definidos nos preços da terra nua praticados nos municípios interceptados, com atualização baseada em valores de mercado. No que tange às benfeitorias, os valores serão fixados a partir de tabelas de cálculo do valor básico considerando-se benfeitorias reprodutivas e não reprodutivas. Com isto, serão elaboradas propostas de indenização/compensação para cada caso, considerando-se a opinião dos proprietários quanto às formas indenizatórias. Neste momento, deverá ser feito também um levantamento das medidas legais e administrativas aplicáveis, dos procedimentos relativos à titulação das terras, definição legal dos direitos atingidos, os mecanismos necessários à assistência técnica e financeira, os programas e projetos de outros órgãos governamentais atuantes na região. Definição das Formas de Indenização As soluções deverão, obrigatoriamente, ser definidas em conjunto com a população atingida, sendo que as opções de indenização deverão ser embasadas a partir da condição socioeconômica e da situação legal de cada propriedade da população afetada. Como exemplos de formas de indenizações passíveis de serem adotadas têm-se: 219 • Reassentamentos em novas áreas – em locais alternativos à área de origem nos quais seja possível implantar e fornecer as mesmas condições de infraestrutura, serviços e habitações anteriormente existentes. Em adição, com vistas a evitar maior desagregação social, será dada preferência para a escolha de locais próximos aos originalmente ocupados, desde que viáveis e disponíveis; • Reassentamento em áreas urbanas – em locais adequados nos núcleos urbanos da região, envolvendo a aquisição de imóveis e, caso necessário, de infraestrutura suplementar; • Reassentamento de trabalhadores rurais – em lotes de qualidade no mínimo igual, com indenização da produção renunciada, das benfeitorias e das atividades extrativistas porventura desenvolvidas; • Compensação monetária – consiste em ação indicada para casos específicos, como desejo expresso do morador e ações sobre população com nível de renda mais elevado, por exemplo. Caracterização de Áreas Passíveis de Reassentamento Torna-se fundamental efetuar um levantamento completo dos possíveis locais disponíveis para o reassentamento, efetuando-se uma breve caracterização física e socioambiental da área com vistas a determinar os locais mais adequados à execução da relocação proposta. Em relação aos moradores das áreas escolhidas para reassentamento, deverá haver compensação direcionada à instalação de equipamentos comunitários (como escolas, postos de saúde e sistema de transportes) com vistas a evitar o colapso da infraestrutura existente. Processo de Desapropriação Para o processo de desapropriação propriamente dito, deverá ser constituída uma comissão de desapropriação formada por técnicos do DNIT, com apoio da equipe de Gestão Ambiental. Esta comissão, terá a tarefa de instaurar processo expropriatório, com a abertura dos processos administrativos de desapropriação; revisar os laudos de avaliação e os valores de desapropriação; negociar com os afetados; e efetivar a 220 desapropriação com o pagamento dos valores e a transferência das propriedades ao empreendedor. A negociação com os afetados deverá ser promovida por intermédio de encontros individuais (de preferência) ou, caso inviável, a partir de reuniões, sendo seus encaminhamentos devidamente registrados e incluídos nos respectivos processos. Via de regra, a negociação envolverá esclarecimentos detalhados quanto à documentação exigida e despesas relativas ao desmembramento da área, contraproposta financeira por parte do ocupante/proprietário e a definição de compromissos de responsabilidade do DNIT no que tange à reparação de eventuais danos. Com base nos registros constantes nos processos de desapropriação, incluindo todos os encaminhamentos da negociação, o DNIT emitirá seu parecer sobre os valores e compromissos assumidos em relação a cada expropriado. Após aprovação e inclusão no processo da cópia da ata de reunião na qual ocorreu a aprovação da negociação, os autos são encaminhados à Diretoria Competente para as providências de pagamento. Auxílio na Reconstrução de Moradias Para os casos das famílias de baixa renda atingidas pelo processo de desapropriação e que deverão receber apoio na reconstrução das moradias, são apresentadas as seguintes definições: • Famílias de baixa renda são famílias que se enquadram nos critérios de elegibilidade, que envolvem outros aspectos além da renda familiar per capita; • Reconstrução de moradias: edificações de novos domicílios, pelo processo de autoconstrução, em área remanescente do imóvel desapropriado; • A participação será por adesão voluntária das famílias elegíveis, que possuam área remanescente suficiente para a edificação de novas moradias. Os critérios de elegibilidade, segundo a publicação “Diretrizes e Procedimentos para Reassentamento de Populações Afetadas por Obras Rodoviárias” (DNER, 1998), são: • Famílias com renda per capita inferior a um salário mínimo por mês (critério renda); 221 • Famílias em que seus titulares são pessoas idosas, isto é, maiores de 65 anos (critério idade); • Famílias em que os titulares ou cônjuges tenham deficiência física (critério deficiência física); • Famílias em que os titulares são viúvas, pensionistas ou não (critério estado civil); • Famílias em que os titulares são aposentados (critério aposentadoria). A reconstrução das moradias das famílias de baixa renda se dará pelo sistema de autoconstrução, tendo como fonte de recursos a indenização paga pelo empreendedor no processo de desapropriação. Esta etapa compreende o acompanhamento, orientação e assessoria para as famílias de baixa renda que farão a reconstrução de suas novas moradias. Para tanto, o empreendedor deve colocar à disposição destas famílias, as seguintes medidas de auxílio: • Assistência social, visando proporcionar apoio às famílias durante a demolição e reconstrução das edificações e a mudança para a nova casa; • Assistência jurídica, consistindo no apoio às famílias para assegurar a lisura dos atos entre as partes, promovendo junto aos cartórios e prefeituras a legalização ou regularização da titularidade dos imóveis; • Assistência técnica, visando exclusivamente orientar a correta execução do projeto e das obras das novas moradias, incluindo a obtenção de licença de construção e Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). Destaca-se que, a assistência social e jurídica, mesmo tendo foco de atuação voltado para os casos em que for necessária a reconstrução da moradia, contempla atividades a serem desenvolvidas na fase relacionada ao processo de desapropriação propriamente dito. As ações e atividades da assistência social são de responsabilidade do empreendedor em convênio com Prefeituras e Associações e dizem respeito a duas frentes: 222 • Participação das famílias: reuniões com as famílias diretamente afetadas e com as famílias incluídas no processo de reconstrução das moradias; • Acompanhamento na desapropriação e na reconstrução das moradias (caso ocorram): acompanhar a revisão dos laudos, as etapas de negociação do valor das indenizações e da efetiva desapropriação. As ações específicas da assistência jurídica são de responsabilidade do empreendedor em convênio com Prefeituras, Associações, Ordem dos Advogados do Brasil e Corregedoria Geral de Justiça e dizem respeito às seguintes atividades: • Regularização fundiária das áreas afetadas pelo processo de desapropriação; • Orientação jurídica para a averbação das novas moradias. As ações específicas de assistência técnica só se aplicam aos casos em que for necessária a reconstrução de moradias. Para tanto deve ser celebrado convênio do empreendedor com Prefeituras, Associações e Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia para viabilizar as seguintes ações: • CREA: − Isenção e/ou redução da taxa de ARTs; − Elaboração de projetos-padrão, ou seja, gabaritos que possam integrar um conjunto de modelos de residência; − Implantação e execução dos projetos. • DNIT: − Coordenar as atividades; − Mobilizar a comunidade para acompanhar a elaboração dos projetos e a reconstrução das moradias; − Arcar com os encargos financeiros da implantação do subprograma. • Prefeituras: 223 − Agilizar a concessão de alvarás ou licenças de construção e laudos de vistoria de conclusão de obras; − Conceder documento de “habite-se”. Supervisão das Ações Previstas A supervisão das atividades previstas no programa, por parte da gestora ambiental, compreende a realização de inspeções, vistorias e registros, com o objetivo de avaliar o andamento do mesmo e a correções caso sejam detectadas atividades pendentes. ETAPAS DE EXECUÇÃO Na tabela a seguir consta a síntese das atividades a serem realizadas no programa. Tabela 57 - Atividades a serem executadas no Programa de Indenização de Terras, Benfeitorias Atividade Objetivos/forma de ação Etapa Levantamentos e avaliações preliminares Diagnosticar e cadastrar as propriedades e benfeitorias atingidas Antes do início das obras Comunicação para a população afetada Elaboração de plano de desapropriação e reassentamento Consultar, por meio de visitas, as comunidades afetadas de modo que as ações sejam legitimadas pelos principais interessados; Realizar reuniões com os moradores diretamente afetados e que estejam enquadrados no programa Definir as etapas e procedimentos a serem realizados durante o processo de desapropriação e indenização; Avaliar economicamente as propriedades afetadas para fins de indenização. Competência DNIT e Gestão Ambiental DNIT e Antes do início das obras Gestão Ambiental DNIT e Antes do início das obras Gestão Ambiental 224 Atividade Objetivos/forma de ação Etapa Competência Durante o período das obras, prevendo-se um total de dois anos DNIT e Constituir comissões de desapropriação formadas por técnicos do DNIT, com apoio da equipe de Gestão Ambiental. Instaurar processo expropriatório, com a abertura dos processos administrativos de desapropriação. Processo de desapropriação Revisar os laudos de avaliação e dos valores de desapropriação. Negociar com os desapropriados seguindo critérios comuns a todos os afetados. Gestão Ambiental Efetivar a desapropriação com o pagamento dos valores e a transferência das propriedades ao empreendedor. Regularizar a Faixa de Domínio. Auxílio na reconstrução de moradias Supervisão das ações previstas Estabelecer diretrizes para a relocação e reconstrução de moradias Acompanhar e assessorar as famílias de baixa renda durante a reconstrução de moradias Inspecionar, registrar e avaliar a efetividade das ações executadas Durante o período das obras, prevendo-se um total de dois anos Durante todo o período de obras DNIT Gestão Ambiental INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS O PIR manterá interface com o Programa de Comunicação Social, que irá estabelecer um canal de comunicação entre a população afetada e o empreendedor, facilitando o processo de identificação dos imóveis e da população a ser contemplada por este Programa. 225 O PIR terá ainda interface com o Programa de Gestão Ambiental, que terá a função de participar em conjunto com o DNIT nas atividades de desapropriação, além de emitir relatórios e avaliar a execução das atividades previstas neste programa. São comuns a estes dois programas ambientais as atividades iniciais relacionadas com suas demandas, tais como a identificação das famílias afetadas, o cadastro físico de suas propriedades e a pesquisa socioeconômica para a caracterização da população atingida, dentre outros. ATENDIMENTOS A REQUISITOS LEGAIS E/OU OUTROS REQUISITOS Este programa visa atender a Resolução CONAMA nº 237/1997, que regulamenta os aspectos de licenciamento ambiental estabelecidos na Política Nacional do Meio Ambiente, e nas ações proposta pelo Programa de Relocação que é uma exigência do órgão ambiental licenciador IBAMA no âmbito da LP nº. 296/2008. Além disso, o PIR atende a Lei n° 10.233/2001, que concedeu ao DNIT o poder irrestrito de atuação sobre a FD, bem como o de estabelecer restrições sobre o uso do solo nas áreas lindeiras às rodovias federais. O Programa atende ainda as diretrizes e os requisitos teóricos e metodológicos indicados nos manuais de atividades rodoviárias do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes – DNIT – MT. RECURSOS NECESSÁRIOS Todos os componentes e recursos necessários de cunho técnico, administrativo e jurídico para a implementação do PIR deverão ser indicados pelo DNIT. Os custos para as indenizações dependerão de avaliações econômicas que serão realizadas, bem como das negociações a serem estabelecidas entre o DNIT e a população diretamente envolvida quando do início da execução do programa. 226 CRONOGRAMA FÍSICO O estabelecimento de um cronograma depende, fundamentalmente, do andamento das negociações, sendo avaliado como dois anos o período máximo para a execução do programa. Na tabela a seguir, consta, entretanto, um cronograma-base para o programa. No que tange aos aspectos financeiros, é fundamental que sejam concluídas as negociações para que se formalizem as etapas de cada desembolso a ser efetuado. 227 Tabela 58 - Cronograma do Programa de Indenização e Benfeitorias MELHORIAS E DUPLICAÇÃO DA RODOVIA BR101 – TRECHO SÃO MIGUEL DOS CAMPOS (AL) – ENTRONCAMENTO COM BR-324 (BA) PROGRAMA DE INDENIZAÇÃO DE TERRAS, BENFEITORIAS Fase Pré-Obras Ano 1 Ano 2 Atividades -6 -5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Levantamentos e avaliações preliminares Comunicação para a população afetada Elaboração de plano de desapropriação e reassentamento Processo de desapropriação Auxílio na reconstrução de moradias Supervisão das ações previstas 228 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO O DNIT consiste no empreendedor e responsável pela execução deste programa podendo, porém, contratar consultores para serviços especializados de avaliação, projeto, supervisão e apoio. A Gestora Ambiental deverá apresentar relatórios das atividades previstas e realizadas, a necessidade ou não de medidas corretivas e quais são estas medidas. Esses relatórios terão periodicidade semestral, sendo desenvolvidos no âmbito do Programa de Gestão Ambiental (PGA) e encaminhados ao órgão licenciador. RESPONSÁVEIS PELO PROGRAMA Esse Programa será de responsabilidade do DNIT, em associação com os executores do Projeto Final de Engenharia e as empreiteiras. Para sua implantação, o DNIT poderá contratar instituição ou empresa especializada e estabelecer convênios ou parcerias com órgãos públicos locais, como as Prefeituras Municipais e instituições públicas federais como IPHAN, IBAMA, entre outras. Na tabela a seguir constam as instituições envolvidas no PIR. Tabela 59 - Instituições envolvidas no Programa de Indenização de Terras, Benfeitorias Instituições Atribuições e Competências DNIT Implantar, gerenciar e supervisionar as atividades relacionadas ao processo de desapropriação, indenização e relocação. Atuar em conjunto com o DNIT na supervisão do programa; Gestora Ambiental Emitir relatórios e avaliar a execução das ações propostas. Cartório de Registro de Imóveis Otimizar o processo de desapropriação, de modo que ocorra dentro de um período hábil. Prefeituras Municipais Efetivar a participação da sociedade e das famílias diretamente afetadas pela desapropriação. Corregedoria Geral Atuar nos casos em que o desapropriado conteste os laudos de avaliação, 229 Instituições Atribuições e Competências de Justiça ou que a situação fundiária do desapropriado não esteja regular. OAB Dar assistência técnica nos casos em que seja caracterizada a necessidade da reconstrução da moradia. CREA RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO DO PROGRAMA Técnico Formação Registro profissional CTF Florencio Teodoro Rocha da Rosa Geógrafo CREA-RS 159.287 158.738 Anderson de Souza Geógrafo CREA-RS 146.163 1.849.536 RESPONSÁVEIS PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA Os responsáveis técnicos pela execução do programa serão definidos quando o programa for iniciado. A execução do PIR envolverá equipe técnica formada pelos profissionais listados na tabela a seguir. A supervisão das atividades previstas será feita pela equipe de Gestão Ambiental, alocada pelo Programa de Gestão Ambiental. Tabela 60 - Relação dos profissionais necessários à execução do Programa Indenização de Terras, Benfeitorias e Relocação da População Função Formação Quantidade Chefe de equipe Engenheiro Civil 01 Assessor jurídico Advogado 01 Assessor social Sociólogo 01 230 BIBLIOGRAFIA DNER. DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM. Diretrizes e Procedimentos para Reassentamento de Populações Afetadas em Obras Rodoviárias. DNER. 1998. DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES. Manual para Ordenamento do Uso do Solo das Faixas de Domínio e Lindeiras nas Rodovias Federais. 2. ed. Rio de Janeiro: IPR, 2005. 106p. DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES. Diretrizes Básicas para Elaboração de Estudos e Programas Ambientais Rodoviários: escopos básicos/instruções de serviço. Rio de Janeiro: IPR, 2006. 405p. DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES. Manual para Atividades Ambientais Rodoviárias. Rio de Janeiro: IPR, 2006. 437p. DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental EIA/RIMA das Obras de Adequação da Capacidade da BR-101 – AL/SE/BA. Rio de Janeiro: OIKOS, 2007. 268 pg 231 4.7 - PROGRAMA AMBIENTAL DE SUPRESSÃO DA VEGETAÇÃO JUSTIFICATIVA A vegetação ao longo da rodovia possui um valor paisagístico alto e contribui para a conservação dos ecossistemas adjacentes. A recuperação destas áreas com espécies pertencentes à vegetação original do local é fundamental para mitigar o impacto da supressão da flora. A maior parte das áreas do entorno das rodovias são totalmente antropizadas e por consequência as espécies exóticas acabam predominando, esta é uma boa oportunidade de reintroduzir espécies pertencentes às respectivas formações vegetais que serão desmatadas. O planejamento adequado das atividades relacionadas ao Programa pode significar uma sensível melhoria dos descritores ambientais associados a sua faixa de domínio, da oferta de hábitat para distintos grupos faunísticos e da proteção dos cursos d’água atingidos pela construção da rodovia. A Área Diretamente Afetada (ADA) da rodovia em licenciamento compreende uma ampla diversidade de situações quanto à cobertura vegetal, tanto em termos das feições naturais, como no que se refere aos efeitos dos padrões de uso do solo. Este Programa Ambiental se destina a orientar e especificar as ações a serem desenvolvidas com o objetivo de promover a adequada supressão da vegetação para emissão da LI e da Autorização de Supressão da Vegetação (neste caso em conjunto com o Inventário Florestal) das obras de adequação de capacidade da BR101/AL/SE/BA. OBJETIVO Tem-se como objetivo principal realizar a supressão da vegetação na faixa de domínio da rodovia BR 101 para dar início às atividades de duplicação da mesma, como objetivo específico o programa prevê: 232 • Estabelecer as diretrizes técnicas que irão orientar os procedimentos de supressão da vegetação necessários para a implantação da rodovia; • Atenuar os efeitos adversos da atividade sobre os recursos naturais da Área afetada pelo empreendimento; • Fornecer os subsídios necessários para a obtenção da Licença de Instalação e Autorização de Supressão Vegetal (ASV); • Orientar os procedimentos relacionados à supressão da vegetação para a implantação da rodovia. METAS As metas, relacionadas aos objetivos específicos, são: • Definir os pontos prioritários para iniciar a supressão da vegetação; • Restringir a supressão da vegetação ao estritamente necessário e dar a melhor utilização ao material lenhoso proveniente da vegetação suprimida; • Determinar o sentido correto de supressão sempre respeitando a orientação de fuga da fauna; • Monitorar periodicamente antes do início de supressão de cada fragmento a existência de ninhos de aves e possíveis tocas ou esconderijos a fim de evitar acidente com a fauna; • Definir medidas de corte prioritário das arbóreas de pequeno porte antes da supressão das arbóreas de maior porte. INDICADORES Os indicadores de andamento do programa e dos objetivos propostos compreendem: i. Identificação de fragmentos de maior prioridade de supressão; ii. Supressão da vegetação ao estritamente necessário para implantação da rodovia; iii. Evitar, durante a supressão, a queda de árvores ao longo da rodovia; 233 Corte adequado da vegetação evitando-se abertura de clareiras desnecessárias. PÚBLICO-ALVO O público-alvo deste programa engloba, prioritariamente, as comunidades locais às margens da rodovia, incluindo também as empresas responsáveis pela pavimentação da rodovia (construtoras), a supervisora da obra, os órgãos responsáveis pelo licenciamento ambiental e o DNIT. METODOLOGIA E DESCRIÇÃO DO PROGRAMA Estágio 1: Antes do Início da Supressão Planejamento da Supressão Antes de qualquer ação na área, a atividade de supressão da cobertura vegetal deve ser planejada quanto à sua dimensão de forma a não abrir uma frente demasiadamente extensa de desmatamento. Assim evita-se a expor demasiado o solo, o que poderia favorecer em muito a ocorrência de problemas na conservação do solo e degradação da qualidade dos corpos hídricos. A forma e o sentido de caminhamento da supressão devem se dar levando em consideração as necessidades das equipes de resgate de flora e o cronograma da obra. O tipo de equipamento e a quantidade de mão de obra (incluindo a sua qualificação para o trabalho) devem ser feitos procurando otimizar o aproveitamento do material vegetal resultante, considerando as características, pedológica e hidrográfica locais. Quantificação da Supressão A quantificação da supressão a ser efetuada se dá com base nos cálculos elaborados para o Inventário Florestal e que servem como base para a emissão da ASV. Com base nos estudos apresentados, são a seguir detalhados os quantitativos (em área e número de indivíduos) relativos à supressão necessária. 234 Tabela 61 - Quadro de áreas detalhado por lote e estado. LOTE Àrea das Tipologias Afetadas (m²) Vegetação Vegetação estágio Vegetação estágio estágio inicial médio avançado Total Fora de Fora de Fora de Fora de Em APP Em APP Em APP Em APP Em APP APP APP APP APP ALAGOAS 0 129.500 0 35.000 0 28.000 0 0 0 1.113.000 700 0 3.500 70.000 0 0 0 0 0 1.280.500 2.100 0 1.400 0 3.500 0 0 0 0 1.264.250 2.800 129.500 4.900 105.000 3.500 28.000 0 0 0 3.657.750 SERGIPE 10.850 0 31.500 42.000 5.250 0 0 0 0 1.494.250 21.350 2.100 5.950 80.000 2.100 0 0 0 0 1.145.500 7.175 0 9.625 92.400 6.300 0 0 0 0 924.600 9.100 0 0 0 4.200 0 0 0 0 1.172.500 48.475 2.100 47.075 214.400 17.850 0 0 0 0 4.736.850 BAHIA Campo Arborizado Fora de APP Campo/lavoura Total Lote 5 Total Lote 6 Total Lote 7 Total Alagoas 920.500 1206300 1.257.250 3.384.050 Total Lote 1 Total Lote 2 Total Lote 3 Total Lote 4 Total Sergipe 1.404.650 1.034.000 809.100 1.159.200 4.406.950 Total Lote 1 910000 5250 35875 875 401333,3 0 35000 0 0 0 1388333, 3 Total Lote 2 Total Lote 3 Total Lote 4 875.700 956.900 1285900 10.850 1.050 7350 0 0 70000 2.450 0 0 414.167 392.000 73500 0 1.050 1750 63.000 0 14000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1366167 1351000 1452500 Total Bahia 4028500 24500 105875 3325 1281000 2800 112000 0 0 0 5558000, 3 140000 0 0 0 13952600 TOTAL TRECHO Total Trecho 2 11819500 (AL, SE e BA) 75775 237475 55300 1600400 24150 Tabela 62 - Quantitativos de exemplares a serem suprimidos por lote e estado Lote Número Indivíduos Alagoas Total Lote 5 Total Lote 6 Total Lote 7 Total Alagoas 1.077 1.987 1.648 4.712 Sergipe Total Lote 1 Total Lote 2 Total Lote 3 Total Lote 4 Total Sergipe 82 179 211 149 621 Bahia Total Lote 1 Total Lote 2 Total Lote 3 Total Lote 4 Total Bahia 3.276 2.219 1.076 896 7.467 Total Trecho 2 Total Trecho 2 12.800 235 Demarcação da Área a ser Suprimida Para se evitar qualquer interferência indevida em áreas não incluídas na ASV concedida pelo órgão licenciador e também já procurando materializar a real necessidade da área a ser limpa considerando o projeto executivo da obra será feita supervisão ambiental em conjunto com a equipe de supervisão de obras, buscando reduzir o impacto na área de supressão. Os limites da área a ser limpa podem ser marcados com estacas altas (mínimo 0,50 m) e colocadas pela equipe técnica de forma visível (preferencialmente com pintura branca ou amarela no topo), sendo o método mais indicado para o perímetro da área é a abertura de uma picada de forma manual. Essa demarcação dos limites da supressão adquire uma grande importância, devendo ser realizada com todo o cuidado e de forma inequívoca, evitando assim possíveis erros involuntários que possam aumentar de forma imprevista os impactos da obra sobre o meio ambiente. Resgate, Relocação, Transplante e Coleta de Propágulos de Espécies Selecionadas. Antes da entrada das máquinas ou dos trabalhadores para a derrubada da vegetação, deve ser empregada a ação da equipe responsável pela execução dos trabalhos de proteção e conservação da flora local. Essa equipe deverá promover o resgate das espécies epífitas selecionadas no respectivo programa ambiental, sendo que este trabalho deve se prolongar junto com a atividade de derrubada das árvores, o que facilitará a coleta de material destas plantas. O trabalho da equipe de proteção à flora deverá incluir ainda a demarcação das árvores a serem transplantadas e a coleta de sementes e mudas das plantas e espécies escolhidas para uso nos trabalhos de recuperação de áreas degradadas e de plantio compensatório. Transplante Vegetal Escolha dos espécimes Inicialmente, ocorrerá uma vistoria nas áreas que sofrerão o corte da vegetação, onde o técnico deverá selecionar e marcar os exemplares em condições fitossanitárias adequadas para a realização do transplante, bem como executar a identificação das espécies para posterior diagnóstico quanto à resistência da espécie em relação ao 236 transplante. Posteriormente, será realizado o transplante propriamente dito durante a atividade de supressão. Todas as atividades realizadas em campo, assim como as informações pertinentes, serão registradas em planilhas para futura elaboração de relatórios, incluindo-se as coordenadas de localização dos exemplares a serem transplantados. Técnicas utilizadas para o transplante de palmeiras Com as informações sobre as espécies a serem transplantadas obtidas durante a vistoria, será possível estabelecer qual a época mais propícia para o transplante, que geralmente coincide com os meses do ano onde a atividade metabólica das plantas diminui favorecendo a atividade de remoção e transplante. Marcação dos indivíduos Os indivíduos serão numerados para o posterior acompanhamento do desenvolvimento das palmeiras transplantadas e terão marcados, com auxílio de tinta PVA ou de outro meio de identificação, a direção do Norte magnético em seu estipe, para que o replantio seja realizado em condições similares ao seu local de origem. Podas Havendo necessidade, folhas velhas, cicatrizes foliares, inflorescências e cachos de frutos serão podados, reduzindo a copa até a metade do seu volume original, reduzindo assim o dreno de metabólitos, a perda d’água por transpiração e o risco de desidratação da planta, até que sejam formadas novas raízes. Entretanto, não poderá ser cortado a gema foliar apical, o que pode levar à morte da planta. O corte adequado das raízes e do torrão será precedido pela escavação de trincheira, com distância de pelo menos 1,0 m em relação ao estipe e com cerca de 1,5 a 2,0 m de profundidade, podendo ser maior em função do porte da árvore. Execução dos transplantes A retirada será feita com o auxílio de pás para abertura das covas ao redor, evitando assim a injúria das raízes e do estipe (caule) e, com um caminhão do tipo “muck” – com guindaste – o espécime será erguido e colocado, com um torrão envolvendo as raízes, sobre um caminhão que fará o transporte. 237 Os equipamentos recomendados para execução dos transplantes são uma escavadeira de esteira do tipo PC 300 ou similar e cintas de tecido com capacidade de carga de, aproximadamente, 5 ton cada, bem como a orientação de um profissional habilitado para realizar tal atividade. As covas de destino dos exemplares transplantados deverão ser abertas previamente, de forma retangular com profundidade de 2,0 a 2,5 m e providas de adubo orgânico e irrigadas antes do plantio. As palmeiras serão suspensas e transportadas conforme seu posicionamento original propiciando assim maior facilidade de manejo e evitando danos em seu estipe e gema foliar apical. Após o transporte para o novo local, os espécimes serão dispostos na cova, de acordo com a orientação magnética, observando a perpendicularidade do tronco ou seu posicionamento original. O transplante dos exemplares deverá ser realizado imediatamente à sua extração, evitando assim a necessidade da aplicação de procedimentos para evitar a instalação de fungos que podem vir a comprometer a fitossanidade da planta. Para reduzir os riscos de acidentes, as plantas deverão ser protegidas com cordões de isolamento. Tutoramento e amarração Não se faz necessário o tutoramento no caso de transplantes de exemplares adultos, visto as dimensões da cova que propiciam uma boa fixação da planta no solo, no entanto, não há objeção para uma possível solicitação do órgão ambiental licenciador. Será fundamental o tutoramento da árvore e o recobrimento de suas raízes bem como a implantação de uma bacia para retenção de água na área de projeção da copa, com terra e coberta por restos de poda. Após executado o plantio, será realizada a irrigação sempre revolvendo a terra superficialmente e em profundidade com ferramentas adequadas que não danifiquem ainda mais as raízes. A irrigação deverá ser repetida a cada dois dias, se não chover durante os 21 dias pós-plantio, ou, então, periodicamente até as plantas comecem a rebrotar. Após esse período de adaptação, uma vez por semana será o suficiente até se ter certeza da completa fixação das plantas. 238 Espécies recomendadas A tabela a seguir apresenta uma relação de espécies que possuem potencial de serem utilizadas nos procedimentos de transplantes, a partir dos resultados obtidos no diagnóstico ambiental do EIA/RIMA. Tabela 63 - Relação de espécies vegetais a serem utilizadas nos procedimentos de transplantes. Nome científico Família Nome comum Classificação Acrocomia aculeata Arecaceae bocaiúva climácica Butia capitata Arecaceae butiá-da-praia pioneira Cocos nucifera var.synphyllica Arecaceae coqueiro-da-bahia pioneira Neste contexto, deve ser considerada a situação apresentada no Inventário Florestal no que tange à localização de espécies endêmicas ou ameaçadas, conforme tabela a seguir. Tabela 64 - Quantitativos de espécies ameaçadas ou endêmicas no Trecho 2. Km Família 187+000 193+000 209+500 222+500 231+000 Fabaceae Fabaceae Anacardiaceae Fabaceae Fabaceae 55+700 96+700 Cactaceae Bromeliaceae 30+000 46+000 57+000 59+500 64+000 75+000 81+500 82+000 90+000 91+000 Clusiaceae Fabaceae Moraceae Clusiaceae Annonaceae Fabaceae Arecaceae Anacardiaceae Clusiaceae Moraceae Nome científico AL Caesalpinia echinata Anadenanthera colubrina** Anacardium occidentale** Anadenanthera colubrina* Caesalpinia echinata SE Rhipsalis baccifera Aechmea sp. BA Kyelmeiera marauensis*** Anadenanthera colubrina** Artocarpus heterophylus* Kyelmeiera marauensis*** Rollinia sylvativa* Bowdichia virgilioides** Elaeis guineensis** Mangifera indica** Kyelmeiera marauensis*** Artocarpus heterophylus* Nome popular Pau-brasil Angico-branco Cajueiro Angico-branco Pau-brasil N° de Forma Indivíduos de vida 5 5 2 4 4 ar ar ar ar ar cacto-macarrão bromélia pau-santo angico-branco jaqueira pau-santo araticum sucupira dendezeiro mangueira pau-santo jaqueira ep ep 4 3 1 15 6 4 9 2 10 5 ar ar ar ar ar ar ar ar ar ar 239 Km Família Nome científico Nome popular 95+000 113+300 117+600 Bromeliaceae Bromeliaceae Bromeliaceae Bromeliaceae Cactaceae Bromeliaceae Moraceae Aechmea sp. Aechmea sp. Aechmea sp. Aechmea sp. Rhipsalis sp. Aechmea sp. Artocarpus heterophylus* bromélia bromélia bromélia bromélia cacto-macarrão bromélia jaqueira 125+500 139+000 166+000 N° de Forma Indivíduos de vida ep ep ep ep ep ep 1 ar * com bromélia Aechmea sp. ** uma com bromélia Aechmea sp. *** Espécie considerada endêmica na Bahia Controle de formigas cortadeiras Imediatamente após o plantio deverá iniciar o combate às pragas, principalmente as formigas cortadeiras, que podem causar danos consideráveis aos vegetais transplantados e até a mortalidade. Dessa forma, o combate às formigas deve ser realizado no prazo estipulado numa faixa de 50 a 100 metros do entorno a esta. O monitoramento da área pode indicar a necessidade de se repetir o procedimento de combate às formigas. Dentre os principais métodos de combate às formigas os mais usados são: a) pó seco – aplicação direta com bomba insufladora do pó formicida no formigueiro, matando as formigas pelo contato com o produto, sendo esse indicado para formigueiros pequenos. b) isca granulada – método mais empregado em atividades de plantio, por se mais seguro na aplicação e menos tóxico ao ambiente. A opção, preferencialmente, por iscas acondicionadas em embalagens pequenas (10 g cada) evitam a exposição do produto. Os produtos mais recomendados são Fipronil e Sulfluramida, utilizáveis na quantidade de 10g/m2 de terra solta. A aplicação do produto deve ser executada no período de seca, para evitar danos ao produto, e também a lavagem e o carreamento do mesmo para os cursos d’água. Adubação A adubação deverá ser feita com fertilizante químico (NPK 5-20-20) na razão de 500 g por exemplar. No segundo ano, sendo possível, deverá ser feita a adubação de cobertura usando 100 gramas de Nitrogênio (45 gramas de Uréia ou 95 gramas de Sulfeto de Amônia). 240 Remoção A remoção dos exemplares de palmeiras deverão ser realizados em períodos de chuvas devido à desidratação de suas raízes durante a execução do serviço. Durante a execução das atividades em dias que não ocorram chuvas deverão manter o torrão com as raízes umedecidas durante essa etapa. Transporte Essa etapa é circunstancial para a sobrevivência das plantas a serem plantadas em seus destinos. Os espécimes devem ser acondicionados de forma a não balançarem provocando o destorramento de suas raízes. Para tanto deve-se manter os vegetais amarrados durante todo o período de transporte desde sua origem até seu destino. Plantio Fundamentalmente deve ser realizado o plantio em dias nublados ou chuvosos e preferencialmente no início da estação chuvosa. No caso de ocorrência de seca na ocasião do plantio, deverá ser prevista a irrigação periódica das áreas onde ocorra o reflorestamento. Após executar o plantio das palmeiras no interior da cova, retirar todos os materiais utilizados na fixação das raízes a fim de evitar danos futuros de apodrecimento das mesmas. Deve-se colocar terra ao redor mantendo as plantas retas ou com o posicionamento mais próximo do original e pressionar a terra para firmar o exemplar no solo. É recomendável manter a cova mais baixa do que o terreno adjacente para melhor captação da água das chuvas. Quando o plantio for realizado corretamente, no início da estação chuvosa, apenas uma irrigação de plantio pode ser o suficiente para o estabelecimento das mesmas. Manutenção A manutenção será executada periodicamente através de controle sanitário. 241 A primeira etapa do controle visa observação do percentual de pega dos indivíduos. O número de capinas, se necessário, dependerá do tempo de fechamento do agrupamento florestal, onde será inserida a palmeira que varia com as condições do local. É importante tomar o cuidado de aproveitar ao máximo os benefícios da vegetação rasteira como cobertura do solo. Supervisão Ambiental das Ações Previstas O Subprograma de Transplantes deverá ser supervisionado por profissional habilitado, que ficará encarregado de cumprir a programação da atividade e minimizar ao máximo a perda de material biológico. O processo de avaliação visa monitorar o material plantado e posterior manutenção dos exemplares. Normas Gerais • Os pátios de obra deverão ser instalados em área preferencialmente desprovida de vegetação nativa, sendo as áreas escolhidas e todas as operações executadas em área de cobertura vegetal nativa supervisionada por um Engenheiro Florestal. • Uma vez que equipamento de corte pode oferecer grande periculosidade, a motosserra requer além, de treinamento do operador, o uso de equipamentos de segurança individual, dentre os quais se destacam: − Capacete com viseira e protetor auricular – protege a cabeça do impacto de galhos e mesmo árvores, os olhos e a face de partículas de madeira e o ouvido do excesso de ruído que pode chegar a mais de 100 dBA. Na legislação, só é permitido no máximo 85 dBA para 8 horas de trabalho por dia; − Calça de nylon – é uma calça especial com muitas camadas de nylon que enrola a corrente da moto-serra e não atinge o operador no caso de eventuais acidentes; − Coturno – coturno de couro com biqueira revestida internamente com aço para resistir ao impacto da corrente e nylon na parte superior (na língua); 242 − Luvas – igualmente revestidas com camadas de nylon na parte superior; − Blusa – normalmente de manga comprida de algodão para absorver o suor e com cores que facilitam a visualização do trabalhador no interior da área florestal. • Proibições: − É vedado o uso de fogo como forma de supressão de vegetação ou como modo de se eliminar os restos vegetais oriundos da supressão; − É vedado o uso de herbicidas como modo de reduzir ou eliminar a camada vegetal antes do início dos trabalhos de limpeza da faixa de domínio. Estágio 2: Quando da Supressão Corte Manual No caso de supressão de formações de porte florestal, recomenda-se a adoção do corte manual como etapa inicial da remoção da vegetação, tanto mais quanto mais preservada for o fragmento em questão. O corte manual com uso de moto serras permite um aproveitamento melhor das toras bem como a continuidade dos trabalhos de resgate de epífitas, coleta de sementes e resgate de fauna. O corte das árvores deverá ser feito sempre prevendo-se a queda para o lado desmatado para evitar danos desnecessários à vegetação do entorno. Deverá haver forte controle da operação, favorecendo um avanço cuidadoso da frente de desmatamento, praticamente sem movimentação do solo. Para o corte de árvores de grande porte o trabalho deverá ser executado por operador de motos serra experiente. Na ocasião, deverá ser observada a direção da queda, evitando as árvores adjacentes (risco de tombamento em cadeia e com direção não controlada) e demais indivíduos que não serão derrubados. Para o abate da árvore, deverá será feita uma boca de corte que pode ser feito de três maneiras: convencional, em “V” ou invertido. A profundidade da boca de corte deve ser de aproximadamente de 1/3 a 1/4 do diâmetro da árvore e com uma abertura de aproximadamente 45º. Há necessidade de se fazer um corte traseiro em altura de 2 cm 243 acima da boca de corte e a profundidade deve ser até sobrar um filete de ruptura de 2 a 5 m para evitar prender a motosserra e evitar também o rebote da árvore. Figura 13 - Metodologia para o corte da vegetação O material lenhoso deverá ser separado, as toras de aproveitamento das árvores mais altas e o restante que não se aproveitar como tora comercial deverá ser seccionada em lenha e empilhada para ser retirada da área da obra. Corte Mecanizado Os restos da vegetação removida (ramos e folhas) e o horizonte superficial do solo (horizonte O), deverão ser recolhidos e estocados de forma adequada em locais próprios para uso futuro, podendo ser inclusive utilizados como componente do substrato para a produção de mudas em viveiro. Recomendações para Execução Durante os trabalhos de Supressão da Vegetação na área do empreendimento, deve-se na medida do possível seguir as seguintes recomendações técnicas: • Manter sempre um profissional tecnicamente habilitado (engenheiro florestal ou agrônomo) nas frentes de desmatamento; • A supressão deve ser limitada estritamente à área autorizada e demarcada conforme a autorização específica; • O sentido de avanço das frentes deve procurar sempre ir do limite da área a ser desmatada para dentro da área de supressão, reduzindo dessa forma o risco de ocorrer incrementos desnecessários na área de supressão; • Os caminhos de serviço devem ser locados preferencialmente em áreas já alteradas ou de baixa relevância ambiental; • Todas as etapas dos trabalhos de supressão devem ser monitoradas e os resultados apresentados nos relatórios de andamento dos programas ambientais. 244 • No caso de ser detectada a presença de algum animal nas frentes de derrubada, os trabalhos devem cessar até a retirada do mesmo pelos responsáveis pelo serviço de resgate da fauna, sendo vetada a caça desses animais. Estágio 3: Após a Supressão Imediatamente após o término dos trabalhos de supressão devem ser iniciados os trabalhos de terraplenagem. O material lenhoso deverá ser retirado da área ou relocado para áreas de armazenamento previamente estabelecidas onde ficará aguardando o seu destino final. Eventualmente as toras poderão ser cortadas de acordo com os padrões comerciais. Para o caso de madeiras consideradas de melhor qualidade, recomenda-se a deposição das mesmas em área cercada e vigiada para evitar o risco de roubo. As galhadas e/ou árvores finas, com uso provável como lenha, deverão ser cortadas e empilhadas de forma a facilitar a medição em campo do material. Supervisão Ambiental das Ações Previstas O PSV deverá ser supervisionado por profissional habilitado, que ficará encarregado de cumprir a programação da atividade e minimizar ao máximo os impactos deste empreendimento. O processo de avaliação visa quantificar o material lenhoso decorrente da supressão e comparar com os cálculos de lenha previsto no levantamento fitossociológico. Esta comparação facilitará o plantio de mudas, aproximando-se mais da quantificação real, para a recomposição obrigatória da vegetação suprimida. A avaliação também deverá conter o acompanhamento da destinação final do material lenhoso produzido, principalmente quando houver a necessidade de transporte rodoviário, conforme já destacado, demandará a obtenção do Documento de Origem Florestal (DOF). O acompanhamento das áreas de plantio deve ser executado através de visitas periódicas, visando o sucesso da implantação do projeto de recuperação. As visitas nos primeiros seis meses de plantio deverão ser quinzenais para verificação do crescimento das mudas e o andamento dos trabalhos de manutenção das mesmas. Após esse prazo as vistorias poderão ser semestrais ou com maior freqüência caso haja necessidade. 245 Outro aspecto que necessita ser avaliado durante as vistorias é o progresso de conectividade destas áreas recuperadas em conjunto com áreas de matas adjacentes. ETAPAS DE EXECUÇÃO Tabela 65 - Atividades a serem executadas no Programa de Supressão de Vegetação. Atividade Forma de ação Etapa Competência Definição dos pontos prioritários Analisar os pontos de maior necessidade de supressão Antes do início das obras e 1º mês de obras Gestão Ambiental Marcação do indivíduos a serem transplantados Analisar as espécies de melhor estado fitossanitário e acessibilidade Antes do início das obras e mensalmente no período de obra Gestão Ambiental Conformação do terreno e limpeza da área a receber os plantios Preparo do terreno que irá receber os espécimes vegetais A partir do 8º mês de início das obras Gestão Ambiental Demarcação e preparo das covas Atividade a ser realizada concomitante à conformação do terreno A partir do 8º mês de início das obras Gestão Ambiental Remoção dos exemplares para posterior plantio Atividade a ser realizada após preparo das covas A partir do 8º mês de início das obras Gestão Ambiental Transporte e plantios dos espécimes Atividade a ser realizada após preparo das covas A partir do 8º mês de início das obras Gestão Ambiental Manutenção dos indivíduos Atividades realizadas durante e após os plantios Após transporte dos exemplares Gestão Ambiental Supervisão Ambiental Avaliação e monitoramento durante todas as etapas Durante todas as etapas do Subprograma Gestão Ambiental Realizar a supressão dos fragmentos na AID Atividade a ser realizada concomitante à supressão da vegetação Mensalmente no período de obras Gestão Ambiental Mensalmente no período de obras Gestão Ambiental Supressão de Vegetação Recolhimento de lenha INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PROGRAMAS O PSV tem relações com os seguintes programas ambientais: i. Programa de Comunicação Social; ii. Programa de Educação ambiental; iii. Programa de Recuperação de Áreas Degradadas; iv. Programa de Recuperação de APPs; v. Programa de Recomposição de Vegetação em áreas degradadas e plantios paisagísticos; vi. Programa de Resgate de Flora. 246 ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS • Código Florestal Brasileiro (Lei nº. 4.771/1965) e suas regulamentações e normatizações, em especial a Instrução Normativa do Ministério do Meio Ambiente nº. 06/2006; • Resolução CONAMA nº 369/2006; • Decreto nº. 5.975 de 30 de novembro de 2006. RECURSOS NECESSÁRIOS Para a realização das atividades previstas no Programa de Supressão da Vegetação no que se refere à supervisão do processo de supressão será necessário um profissional da área ambiental, preferencialmente com experiência em acompanhamento de supressão de vegetação e três auxiliares de campo para as atividades que forem necessárias. Os materiais necessários à execução do programa incluem: • 01 veículo; • 01 aparelho GPS; • 01 máquina fotográfica digital; • 02 trenas (50 m); • Equipamentos de Proteção Individual para o responsável e auxiliar de campo (capacete, óculos de proteção, protetor auricular, botina, perneira); • 01 computador; • 01 impressora colorida. Para as atividades de transplante serão necessários os seguintes equipamentos: • caminhão muck com capacidade de carga superior à 2.000 kg; • retroescavadeira ou escavadeira de esteira tipo PC 300; • Duas Cintas para carga com capacidade de 2.000 kg cada; 247 • Facão ou foice para podas necessárias. Tabela 66 - Previsão orçamentária para a execução dos serviços ambientais relativos ao PSV. Descrição -1 A – Equipe Técnica Coordenador Técnico de nível médio Técnico de nível médio Quantidade Homens/Mês ou Percentual ou Quantidade Simples Função ou Numeração -2 -3 (4) = (1-2-3) I – Custos Diretos Participação Nível Quantidade Mensal Média Meses Funcional (% em 30 dias) Valor Valor Total Unitário (R$) (R$)/mês -5 (6) = (4-5) 1 100% 60 60 7721,28 463276,80 1 100% 60 60 2916,92 175015,20 2 100% 24 24 2916,92 140012,16 Sub-Total Item “A” B – Encargos Sociais (88,04% de “A”) 778304,16 88,04% 778304,16 685218,98 Sub-Total Item “B” C – Custos Administrativos (50% de “A”) 685218,98 50,00% 778304,16 389152,08 Sub-Total Item “C” E – Despesas com Deslocamento 389152,08 60 230,00 Sub-Total Item “E” F – Veículos Caminhonete 1 100% 60 13800,00 60 3737,49 Sub-Total Item “F” G– Equipamentos Computador com Office Aparelho de GPS Máquinas Fotográficas Impressoras Multifuncionais 224249,40 224249,40 1 100% 1 1 4000 4000 1 100% 1 1 220,09 220,09 1 100% 1 1 500 500 1 100% 1 1 700 700 Sub-Total Item “G” Total do Item “I” II – Custos Indiretos H– Remuneração da Empresa Taxa de 12% sobre o total do item “I” 5420,09 2096144,71 12% Sub-Total Item “H” I – Despesas Fiscais Taxa de 16,62% dos itens “I” e “II 13800,00 2096144,71 251537,37 251537,37 16,62% 2347682,08 390184,76 248 Descrição Participação Nível Quantidade Mensal Média Meses Funcional (% em 30 dias) Quantidade Homens/Mês ou Percentual ou Quantidade Simples Valor Valor Total Unitário (R$) (R$)/mês – H” Total do Item “II” Custo Total de Execução do Programa (60 meses) 390184,76 2737866,84 OBS: Não inclusos os custos com caminhões e demais maquinários pesados nem ao menos de insumos para a execução dos transplantes. CRONOGRAMA FÍSICO O PSV será executado durante as etapas de instalação e operação do empreendimento conforme o cronograma a seguir. 249 Tabela 67 - Cronograma do Programa de Supressão de Vegetação MELHORIAS E DUPLICAÇÃO DA RODOVIA BR-101 – TRECHO SÃO MIGUEL DOS CAMPOS (AL) – ENTRONCAMENTO COM BR-324 (BA) PROGRAMA DE SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO Ano Atividade 1 2 3 4 Mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 5 Semestre 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 1 2 1 2 TRANSPLANTES Marcação dos indivíduos 0,3125% 0,3125%0,3125% Seleção das espécies a serem 0,3125% 0,3125%0,3125% transplantadas Preparação do terreno e limpeza da área* Controle das formigas cortadeiras* Adubação do terreno* Remoção dos indivíduos* Plantio dos indivíduos* Rega e avaliação da “pega”** Manutenção dos plantios* Elaboração de relatórios Supervisão ambiental das ações 0,3% previstas 1,5%1,5%1,5%1,5%1,5%1,5% 1,5% 1,5% 1,5%1,5%1,5%1,5%1,5%1,5%1,5%1,5%1,5% 3% 3% 3% 3% 3% 3% 0,3% 0,3% 0,3%0,3%0,3%0,3%0,3%0,3%0,3%0,3%0,3%0,3% 0,3% 0,3% 0,3%0,3%0,3%0,3%0,3%0,3%0,3%0,3%0,3%1,8% 1,8% 1,8% 1,8% 1,8% 1,8% SUPRESSÃO DA VEGETAÇÃO 250 MELHORIAS E DUPLICAÇÃO DA RODOVIA BR-101 – TRECHO SÃO MIGUEL DOS CAMPOS (AL) – ENTRONCAMENTO COM BR-324 (BA) PROGRAMA DE SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO Ano Atividade 1 2 3 4 Mês 1 Definição dos fragmentos a serem suprimidos 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 5 Semestre 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 1 2 1 0,3125% 0,3125% Atividade de supressão da vegetação* Empilhamento, estocagem de madeira e emissão de relatórios** 1,5% 1,5% 1,5% 1,5%1,5%1,5%1,5%1,5%1,5%1,5%1,5%1,5%1,5% 1,5% 1,5% 1,5%1,5%1,5%1,5%1,5%1,5%1,5%1,5%1,5% Solicitação de DOF e transporte de madeira* 251 2 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO O Programa de Supressão Vegetal deverá ser supervisionado por profissional habilitado, que ficará encarregado de cumprir a programação da atividade e minimizar ao máximo os impactos deste empreendimento. O processo de avaliação visa quantificar o material lenhoso decorrente da supressão e comparar com os cálculos de lenha previsto no levantamento fitossociológico. Esta comparação facilitará o plantio de mudas, aproximando-se mais da quantificação real, para a recomposição obrigatória da vegetação suprimida. A avaliação também deverá conter o acompanhamento da destinação final do material lenhoso produzido, principalmente quando houver a necessidade de transporte rodoviário, conforme já destacado, demandará a obtenção do Documento de Origem Florestal (DOF). O acompanhamento das áreas de plantio deve ser executado através de visitas periódicas, visando o sucesso da implantação do projeto de recuperação. As visitas nos primeiros seis meses de plantio deverão ser quinzenais para verificação do crescimento das mudas e o andamento dos trabalhos de manutenção das mesmas. Após esse prazo as vistorias poderão ser semestrais ou com maior freqüência caso haja necessidade. Outro aspecto que necessita ser avaliado durante as vistorias é o progresso de conectividade destas áreas recuperadas em conjunto com áreas de matas adjacentes. RESPONSÁVEIS PELO PROGRAMA O DNIT será responsável pela execução e coordenação geral do programa, o qual poderá ser executado por consultoria especializada (contratada/conveniada). Na tabela a seguir constam as instituições envolvidas no PSV. Tabela 3 - Instituições envolvidas no Programa de Supressão de Vegetação. Instituições Atribuições e Competências IBAMA Verificar a execução das diretrizes desse programa. Gestora Ambiental Apoiar, orientar e supervisionar a supressão de vegetação à luz das diretrizes do programa e da legislação vigente. Construtoras Executar o corte de vegetação, seguindo as orientações da equipe que supervisionará a supressão. DNIT Executar a atividade em conformidade com as diretrizes deste programa, no que lhe for cabível, contribuindo com todas as partes. 252 RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO DO PROGRAMA Técnico Formação Registro profissional CTF Ingo Hubel Biólogo (Msc) CRBio 53.065-03 4264302 Luis Gustavo Serra Biólogo CRBio 63.131-03 4805608 Sergio Silveira Ribeiro Eng. Agrônomo CREA-RS 35.330 681899 RESPONSÁVEIS PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA Os responsáveis técnicos pela execução do programa serão definidos quando o programa for iniciado, com definição, junto às unidades locais do DNIT e com as Construtoras, dos membros da equipe responsáveis pela execução dos serviços de avaliação dos níveis de ruídos. BIBLIOGRAFIA BELLIA, Vitor: Introdução à Gestão Ambiental de Estradas – Coleção Disseminar – IME-DNIT, 2005 BRASIL/DNIT. Diretrizes básicas para elaboração de estudos e programas ambientais rodoviários: escopos básicos / instruções de serviço. – Rio de Janeiro, 2006. BRASIL. DNIT. Manual para atividades ambientais rodoviárias. Rio de Janeiro, 2007. DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental EIA/RIMA das Obras de Adequação da Capacidade da BR-101 – AL/SE/BA. Rio de Janeiro: OIKOS, 2007. 268 pg. DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Plano Básico Ambiental das Obras de Adequação de Capacidade da BR-101 – AL/SE/BA. Rio de Janeiro: OIKOS, 2009. 277 pg.. MURGEL, E. Fundamentos de Acústica Ambiental. Ed. SENAC. São Paulo. 2007, 131 p. VALEC (OIKOS). Normas Ambientais da VALEC (NAVAs). Rio de Janeiro, 2004 (3ª revisão, 2007). 253 4.8 - PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA ÁGUA SUPERFICIAL JUSTIFICATIVA Obras rodoviárias demandam, ao longo de seu período de execução, procedimentos que podem levar à deflagração de impactos aos mananciais hídricos interceptados, como as movimentações de solo através de cortes e aterramentos, o trânsito de maquinários e veículos e a geração de resíduos sólidos e efluentes sanitários. Os mananciais, de acordo com suas características, tendem a concentrar ou dissipar eventuais contaminantes em suas águas. Caso deflagrado alguma ocorrência nociva, devem ser definidas ações imediatas para evitar alterações na qualidade das águas superficiais e, consequentemente, às comunidades aquáticas e às populações que porventura utilizem o manancial para usos diversos. Desta forma, a execução de um Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais (PMAS) irá gerar importantes informações acerca da qualidade da água dos diversos cursos hídricos interceptados pelo empreendimento, possibilitando, através das análises dos parâmetros monitorados, identificar eventuais alterações que possam ser estar relacionadas às atividades de implantação do projeto, buscando mitigá-las, caso ocorram. OBJETIVO Tem-se como objetivo principal o monitoramento dos parâmetros de qualidade das águas superficiais dos cursos e corpos d’água presentes nas áreas afetadas pelas obras, identificando possíveis causas e origens de alterações que possam estar relacionadas com a implantação do empreendimento. Como objetivos específicos têm-se: • Determinação dos pontos mais sensíveis para a deflagração de impactos sobre a qualidade das águas superficiais; • Diagnóstico da qualidade das águas superficiais dos sistemas hídricos que serão afetados; • Detecção de quaisquer alterações provocadas pelas obras nas águas superficiais; 254 • Manutenção da qualidade das águas superficiais conforme as condições diagnosticadas inicialmente. METAS As metas, relacionadas aos objetivos específicos, são: • Definir os pontos amostrais a serem diagnosticados e monitorados; • Determinar os parâmetros que indiquem a qualidade das águas dos sistemas hídricos a serem afetados pelas obras da rodovia; • Monitorar periodicamente a qualidade das águas superficiais nos pontos amostrais; • Definir medidas de recuperação dos cursos e corpos d’água impactados, se necessário. INDICADORES Os indicadores de andamento do programa e dos objetivos propostos compreendem: • Número de campanhas realizadas; • Número de pontos amostrais monitorados; • Número de pontos amostrais com alterações detectadas e relacionadas às obras; • Número de pontos amostrais cujos parâmetros da qualidade da água estejam de acordo com as normas ambientais ou com o esperado para o corpo hídrico. PÚBLICO-ALVO O público-alvo deste programa engloba, prioritariamente, as comunidades locais, as quais dependem diretamente de águas superficiais de boa qualidade, bem como todos aqueles que se utilizam dos recursos hídricos superficiais da região. O público-alvo do PMAS inclui também as empresas responsáveis pela pavimentação da rodovia (construtoras), que deverão implementar medidas de mitigação aos impactos sobre as águas superficiais, bem como as medidas de recuperação indicadas, se necessário. 255 METODOLOGIA E DESCRIÇÃO DO PROGRAMA A seguir são descritas as atividades, os métodos e diretrizes gerais serem empregados para diagnóstico e monitoramento das águas superficiais. Definição dos pontos amostrais Será feita coleta nos principais mananciais diretamente interceptados pela obra, priorizando-se aqueles que são utilizados de alguma forma pela população do entorno (abastecimento público, dessedentação animal, irrigação etc.) e que possuem caráter perene. Estes cursos foram avaliados como os mais suscetíveis aos impactos decorrentes das obras e que, consequentemente, causariam efeitos negativos indiretos mais amplos, caso impactados. Em função disto, definiu-se que estes cursos serão o foco da execução deste programa. A Tabela 68 e a seguir lista estes pontos amostrais, que perfazem 49 cursos d’água. O PBA originalmente elaborado (Oikos, 2009) estabelece que somente aqueles com indicação de obras de transposição serão monitorados. De acordo com o projeto de engenharia, ao menos 45 cursos hídricos sofrerão algum tipo de interferência, considerando-se duas duplicações de bueiros e, no restante, duplicações de pontes já existentes, devendo o monitoramento ser diretamente aplicado nestes mananciais. Conforme mostra a tabela, os pontos foram codificados com a sigla QA (Qualidade das Águas) e devidamente numerados de forma sequencial de norte para sul (QA01 – Ponto 1, QA02 – Ponto 2, etc.). Em cada ponto, serão feitas duas coletas, sendo uma a montante da interferência com a rodovia e outra a jusante, permitindo avaliar, respectivamente, as condições sem a ação das obras e as condições sob influência da implantação do empreendimento. Assim, ao código e numeração do ponto será, ainda, acrescentada a terminação “a” para o ponto a montante e “b” para o ponto a jusante (exemplo: QA02a, QA02b). A Figura 14 exemplifica os pontos amostrais definidos para o rio Cotinguiba. Em adição aos pontos pré-definidos (Tabela 68), poderão ser feitas coletas em outros cursos d’água (perenes ou intermitentes) nos quais seja verificado, durante a execução das campanhas, eventual carreamento de sedimentos para seu leito, avaliando a possível interferência das obras nas condições naturais destes cursos. Estes pontos 256 adicionais são aqui denominados de “pontos móveis”, uma vez que sua localização dependerá fundamentalmente do andamento das obras ao longo do trecho. Junto aos canteiros de obras e alojamentos será feito monitoramento da qualidade das águas subterrâneas em piezômetros a serem instalados em número mínimo de um por área de apoio. A instalação dos piezômetros deverá ser feita nas proximidades (logo a jusante) de locais onde a geração de efluentes sanitários seja elevada e onde haja manuseio de substâncias potencialmente impactantes, como óleos lubrificantes. Caso alguma área de apoio seja situada próxima a cursos hídricos os mesmos deverão ser monitorados, mesmo que não inseridos na malha amostral inicialmente projetada. Tabela 68 - Localização dos pontos amostrais para análise da qualidade das águas. Ponto QA01 QA02 QA03 QA04 QA05 QA06 QA07 QA08 QA09 QA10 QA11 QA12 QA13 QA14 QA15 QA16 QA17 QA18 QA19 QA20 Nome Curso D'água Tipo de Interferência Duplicação Ponte Existente Duplicação Ponte Rio Piauí Existente Duplicação Ponte Rio Perucaba Existente Duplicação Ponte Rio Boa Cica Existente Duplicação Ponte Rio Itiúba Existente Duplicação Ponte Rio São Francisco Existente Duplicação Ponte Rio Landim Existente Rio Japaratuba Duplicação Ponte Mirim Existente Duplicação Ponte Rio Japaratuba Existente Duplicação Ponte Rio Lagartixo Existente Duplicação Ponte Rio Cafundó Existente Duplicação Ponte Rio Jenipapo Existente Duplicação Ponte Rio Riachão Existente Duplicação Ponte Rio Pati Existente Duplicação Ponte Rio Lagoa Grande Existente Duplicação Ponte Rio Siriri Existente Duplicação Ponte Rio Ganhamaroba Existente Lagoa Duplicação de Bueiro Duplicação Ponte Rio Sergipe Existente Rio Poxim Mirim Duplicação Ponte Rio São Miguel KM X Y Estados 135+500 817571,0000 8918250,0000 Alagoas 193+000 776642,0000 8900976,0000 Alagoas 204+800 767699,0000 8896232,0000 Alagoas 216+950 758374,6890 8889455,7350 Alagoas 234+900 744810,4360 8880979,8890 Alagoas 248+500 738876,0000 8870940,0000 Sergipe 27+500 726283,2060 8845724,9170 Sergipe 30+300 725765,4120 8844248,1310 Sergipe 40+900 722646,0240 8834414,5940 Sergipe 41+600 722208,8250 8833796,7520 Sergipe 46+400 722740,1890 8830309,2550 Sergipe 51+000 721135,0470 8826261,5680 Sergipe 55+700 717505,8210 8823507,6990 Sergipe 56+000 715647,0000 8819890,0000 Sergipe 61+600 714891,7600 8818574,0850 Sergipe 64+200 713166,9890 8816532,2260 Sergipe 69+400 709342,7060 8813210,4800 Sergipe 73+100 706217,7011 8809740,7072 Sergipe 76+600 704044,4910 8808509,2300 Sergipe 95+600 700498,7070 8792679,2850 Sergipe 257 Ponto QA21 QA22 QA23 QA24 QA25 QA26 QA27 QA28 QA29 QA30 QA31 QA32 QA33 QA34 QA35 QA36 QA37 QA38 QA39 QA40 QA41 QA42 QA43 QA44 QA45 Nome Curso D'água Tipo de Interferência Existente Duplicação Ponte Rio Poxim Açu Existente Duplicação Ponte Rio Pitanga Existente Duplicação Ponte Riacho Pindoba Existente Duplicação Ponte Rio Vaza Barris I Existente Duplicação Ponte Rio Vaza Barris II Existente Banhado Duplicação de Bueiro Duplicação Ponte Riacho Tijupeba Existente Duplicação Ponte Riacho das Tabocas Existente Duplicação Ponte Rio Fundo Existente Riacho dos Duplicação Ponte Macacos Existente Duplicação Ponte Rio Piauí Existente Duplicação Ponte Rio Cachoeira Existente Duplicação Ponte Rio Real Existente Duplicação Ponte Rio Itapicuruí I Existente Duplicação Ponte Rio Itapicuruí II Existente Duplicação Ponte Rio Tijuco Existente Duplicação Ponte Rio Serra Existente Duplicação Ponte Rio Inhambupé Existente Duplicação Ponte Rio Subaúma Existente Duplicação Ponte Rio Sauípe Existente Duplicação Ponte Rio Catu Existente Duplicação Ponte Rio Camarugipe Existente Duplicação Ponte Rio Vermelho Existente Duplicação Ponte Rio Ingazeira Existente Duplicação Ponte Rio Pojuca Existente KM X Y Estados 96+700 699541,4430 8792014,1210 Sergipe 102+700 694584,7290 8788724,2860 Sergipe 108+900 688151,1070 8786962,6860 Sergipe 110+300 685892,2980 8784255,6510 Sergipe 111+100 685512,5760 8783911,0220 Sergipe 113+900 684595,4730 8782407,5510 Sergipe 120+100 681527,5150 8779551,6920 Sergipe 678674,0720 8779166,5090 Sergipe 123+400 678519,8270 8774952,5770 Sergipe 127+800 677971,5060 8773756,3900 Sergipe 129+100 676657,8271 8769066,0357 Sergipe 153+400 668877,405 8752108,595 Sergipe 0+000 630840,0000 8726280,0000 Bahia 24+500 619711,2670 8707637,3310 Bahia 619694,3610 8707523,1130 Bahia 43+700 609934,7070 8692032,7700 Bahia 48+? 609560,0000 8687172,0000 Bahia 57+700 603482,0000 8681396,0000 Bahia 63+? 599443,6700 8678065,5100 Bahia 75+050 588757,7960 8676463,2590 Bahia 110+200 564061,0000 8655770,0000 Bahia 132+800 545119,1250 8652636,6560 Bahia 538363,1960 8644900,0440 Bahia 149+100 532890,8100 864223,7430 Bahia 0+000 530640,0000 8639908,0000 Bahia 258 Figura 14 - Exemplo da localização e codificação dos pontos amostrais no rio Cotinguiba, SE. Fonte da imagem: Google Earth Amostragem de águas superficiais O monitoramento será feito durante todo o período de execução das obras. As campanhas para coleta de amostras, análise dos parâmetros e emissão de relatórios circunstanciados terão periodicidade mensal. Semestralmente, será elaborado relatório conclusivo considerando-se análise comparativa com todo o período anteriormente amostrado, permitindo avaliar possíveis alterações sofridas na qualidade das águas superficiais de acordo com a abrangência espaço-temporal, correlacionando, ainda, com as etapas de andamento das obras evidenciadas em campo. Os procedimentos de coleta das amostras de água seguirão as técnicas recomendadas pela American Public Health Association (APHA, 1998). As coletas deverão ser efetuadas o mais próximo possível do centro do curso d’água, longe de áreas turbulentas ou de corredeiras, evitando, assim, alterar os resultados de parâmetros como OD, por exemplo. Deverão ser utilizadas luvas descartáveis para cada amostra coletada, tanto a jusante quanto a montante em cada curso d’água, evitando contaminação das amostras e protegendo também o coletor dos reagentes utilizados nesta atividade. Para a efetuação das coletas poderão ser adotadas duas técnicas. Na primeira técnica o próprio frasco será mergulhado na água para efetuar a coleta, sendo imediatamente 259 fechado e etiquetado. Caso inviável o acesso direto ao curso hídrico, deverá ser utilizada garrafa de Van Dorf para a coleta, sendo feita, imediatamente, a passagem da água para os frascos de acondicionamento. Estes deverão ser devidamente etiquetados e fechados logo após a coleta, sendo mantidos sob refrigeração (quando necessário) e enviados imediatamente para o laboratório responsável pelas análises. As coletas deverão ser feitas de forma a evitar a entrada de bolhas nos frascos. Nas etiquetas de cada frasco de amostra deverá constar o código e número do ponto amostral, as coordenadas de localização (UTM), o nome do coletor e a data da coleta. Estas anotações deverão ser feitas com marcador à prova d’água, sendo preferencialmente vedada com plástico depois de colada no frasco. Análise das amostras de água Para a determinação dos parâmetros a serem amostrados torna-se fundamental avaliar as características das obras e do meio, definindo, assim, o potencial impactante e permitindo determinar as alterações passíveis de serem deflagradas. De forma geral, a movimentação de solos (corte e aterro) durante as obras tende a promover carreamento de sedimentos para os corpos hídricos, aumentando a turbidez e os totais de sólidos em suspensão na água. Em função do trânsito de maquinários, há potencial de aumento nos teores de óleos e graxas nas águas superficiais dos sistemas hídricos afetados, caso haja manuseio inadequado de combustíveis e lubrificantes ou vazamentos a partir do próprio tanque dos veículos e maquinários. O funcionamento dos canteiros de obras, alojamentos e áreas de apoio incrementa a geração de resíduos sólidos e efluentes sanitários, podendo levar à alteração na qualidade das águas superficiais caso estes não sejam gerenciados adequadamente. Neste contexto, definiu-se que deverá ser feita a avaliação dos parâmetros listados na Tabela 69 durante o monitoramento das águas superficiais. Tabela 69 - Parâmetros a serem analisados no âmbito do PMAS Parâmetro Análise pH Medição direta Temperatura Medição direta Condutividade elétrica Medição direta ou laboratório Oxigênio Dissolvido (OD) Medição direta ou laboratório 260 Parâmetro Análise Óleos e graxas Laboratório Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) Laboratório Turbidez Laboratório Sólidos totais dissolvidos Laboratório Sólidos em suspensão Laboratório Sólidos totais Laboratório Nitrogênio (kjhedal, nitrato, nitrito e total) Laboratório Fósforo Total Laboratório Coliformes Termotolerantes Laboratório Coliformes totais Laboratório Clorofila A Laboratório As análises laboratoriais serão efetuadas conforme procedimentos recomendados pela American Public Health Association (APHA, 1998) e pela United States Environmental Protection Agency - U.S. EPA (FOUT et al., 1996). As amostras deverão ser analisadas em laboratório devidamente reconhecido pelos órgãos estaduais de licenciamento ambiental e/ou pelo IBAMA, demonstrando, assim, a devida competência para execução de tais serviços. Uma vez emitidos os laudos laboratoriais, será feita a análise dos resultados por meio do cálculo do Índice de Qualidade das Águas (IQA) e por comparações com os valores máximos estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 357/2005, conforme apresenta a Tabela 70 a seguir. No caso dos parâmetros bacteriológicos, estes deverão ser avaliados e classificados de acordo com a Portaria n° 518 de 25/03/2008 do Ministério da Saúde. Tabela 70 - Limites de alguns parâmetros para cada classe da Resolução do CONAMA nº 357/2005 Parâmetros Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4 Turbidez (UNT) 40 100 100 - Condutividade Não classificada Não classificada Não classificada - 3,0 5,0 10 - 0,020 0,025 0,1 Virtualmente ausentes 0,030 0,025 0,1 Virtualmente ausentes 0,05 0,075 0,15 Virtualmente ausentes DBO5 (mg/L O2) Fósforo Total (mg/L) Lêntico: Intermediário: Lótico: Óleos e Graxas - 261 Parâmetros Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4 6,0 5,0 4,0 2,0 6,0 a 9,0 6,0 a 9,0 6,0 a 9,0 6,0 a 9,0 3,7 2,0 1,0 0,5 3,7 2,0 1,0 0,5 13,3 5,6 2,2 1,0 Nitrato (mg/L) 10,0 10,0 10,0 - Nitrito (mg/L) 1,0 1,0 1,0 - Sólidos totais dissolvidos (mg/L) 500 500 500 - Sólidos em suspensão Não classificada Não classificada Não classificada Sólidos totais Não classificada Não classificada Não classificada 200 1.000 4.000 Mais de 4.000 Não classificada Não classificada Não classificada Não classificada 10 30 60 - OD (mg/L O2) pH Nitrogênio amoniacal (mg/L N): para pH ≤7,5 para 7,5 < pH ≤ 8 para 8 < pH ≤ 8,5 para pH > 8,5 Coliformes Termotolerantes (NMP/100 ml) Coliformes Totais (NMP/100 ml) Clorofila A (mg/L) - Não classificada Não classificada O IQA, segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB, 2001), consiste em um índice que incorpora nove parâmetros relevantes para a avaliação da qualidade das águas. Os dados serão computados individualmente, permitindo a determinação do IQA por curso hídrico e ponto mapeado (montante e jusante). O índice consiste na média harmônica ponderada de um conjunto de indicadores específicos, com vistas a permitir uma melhor compreensão das condições de qualidade das águas dos cursos monitorados; no caso em questão, serão considerados os seguintes parâmetros para o cálculo do IQA: temperatura da água, pH, oxigênio dissolvido (OD), demanda bioquímica de oxigênio (DBO 5 dias, 20ºC), coliformes termotolerantes, nitrogênio total, fósforo total, resíduo total e turbidez. O IQA sugerido, desenvolvido pela National Sanitation Foundation (NSF) dos Estados Unidos, é calculado da seguinte maneira: N IQA = ∏ q iwi i =1 Onde: N = o número de parâmetros utilizados no cálculo do índice; qi = é o valor do parâmetro i em uma escala de 0-100, obtido da respectiva "curva média de variação de qualidade", em função de sua concentração ou medida; wi = é o peso atribuído ao 262 parâmetro i, um número entre 0 e 1 atribuído em função da sua importância para a conformação global de qualidade; e o somatório de todos os pesos wi deve ser sempre igual a 1,0 (um). Para os pesos de cada parâmetro i (wi), devem-se empregar aqueles relacionados na Tabela 71 a seguir, que compreendem os pesos utilizados pela NSF, com modificações propostas por COMITESINOS (1990 apud DMAE, 2003). O IQA adaptado para uso no PMAS classifica as águas nas faixas de qualidade apresentadas na Tabela 72. Tabela 71 - Parâmetros e pesos relativos para o cálculo do IQA. Parâmetros Pesos relativos (wi) Oxigênio Dissolvido (de saturação – ODsat) 0,19 Coliformes Fecais (termotolerantes) 0,17 pH 0,13 Demanda Bioquímica de Oxigênio 0,11 Fosfato Total 0,11 Nitrato 0,11 Turbidez 0,09 Sólidos Totais 0,09 Fonte: COMITESINOS (1990) apud DMAE (2003) Tabela 72 - Faixas de qualidade das águas para o IQA proposto pelo NSF Faixas de IQA Classificação da qualidade das águas 0 – 25 Péssima 26 – 50 Ruim 51 – 70 Regular 71 – 90 Bom 91 – 100 Excelente Fonte: Martins et al. (1990) apud DMAE (2003) Em pontos onde monitoramentos sucessivos demonstrarem decréscimo no IQA e na classificação conforme a Resolução CONAMA nº 357/05 deverá haver comunicação ao órgão ambiental acerca de tal situação, sendo, ainda, avaliada a participação ou não das obras rodoviárias na degradação da qualidade das águas. A Tabela 73 a seguir apresenta a divisão estabelecida pela Resolução CONAMA nº 357/2005 para as classes de água e determinando seus usos potenciais. 263 Tabela 73 - Classes e usos de água doce conforme a Resolução 357/2005 do CONAMA Classe Uso Abastecimento para consumo humano, com desinfecção. Especial Preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas. Preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção. Abastecimento para consumo humano, com desinfecção. 1 Preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas. Preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral, conforme definido na Lei nº. 9.985, de 18/07/2000. Abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional. Proteção das comunidades aquáticas. 2 Recreação de contato primário (natação, esqui aquático e mergulho). Conforme Resolução CONAMA n° 274, de 29/11/2000. Irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto. Abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou avançado. 3 Irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras. Pesca amadora Recreação de contato secundário 4 Navegação Harmonia paisagística A avaliação dos resultados obtidos deverá sempre ser executada com base em comparações espaciais (entre os pontos a montante e jusante e também entre os diversos pontos de coleta em diferentes mananciais, considerando-se os usos e ocupações do entorno) e temporal (entre as diferentes campanhas), permitindo estabelecer um cenário integrado sobre a qualidade das águas. Supervisão ambiental das ações previstas A supervisão das atividades previstas no programa, por parte da gestora ambiental, compreende a realização de inspeções, vistorias e registros, com o objetivo de avaliar o andamento do mesmo e a correções caso sejam detectadas atividades pendentes. ETAPAS DE EXECUÇÃO Na tabela a seguir consta a síntese das atividades a serem realizadas no programa. 264 Tabela 74 - Atividades a serem executadas no Programa de Monitoramento das Águas Superficiais Atividade Forma de ação Etapa Competência Definição dos pontos amostrais Analisar material cartográfico em escritório para definição dos pontos de amostragem; vistoria em campo para definição de pontos amostrais adicionais Antes do início das obras e 1º mês de obras Gestão Ambiental Amostragem de águas superficiais Realizar campanha para coleta de amostras de água nos pontos selecionados Mensalmente no período de obras Gestão Ambiental Análise das amostras de água Trabalho em laboratório para determinação de parâmetros físicos, químicos e biológicos Mensalmente no período de obras Gestão Ambiental Emissão de boletim e relatório de análise de água Trabalho em escritório para elaboração de boletins com resultados das análises e interpretação dos mesmos, compondo os relatórios Mensalmente no período de obras Gestão Ambiental Supervisão ambiental das ações previstas Acompanhamento e orientação na execução das atividades do programa e na observância às diretrizes propostas Todo o período de obras DNIT e Gestão Ambiental INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS O PMAS tem relações com os seguintes programas ambientais: • Programa Ambiental para a Construção, que estabelecerá procedimentos relativos ao gerenciamento de resíduos e efluentes, de fundamental importância para a qualidade das águas superficiais; • Programa Ambiental de Gerenciamento de Riscos e Plano de Ação de Emergência, que buscará prevenir acidentes com cargas perigosas que possam interferir nos recursos hídricos; • Programa de Comunicação Social, que irá divulgar as ações do PMAS e seus resultados; • Programa de Gestão Ambiental, que terá a função de gerenciar as atividades do PMAS, além de emitir relatórios e avaliar a execução do programa. ATENDIMENTOS A REQUISITOS LEGAIS E/OU OUTROS REQUISITOS A Lei n° 9.433 de 08 de janeiro de 1997 (regulamentada pelo Decreto n° 2.612 de 03 de junho de 1998) institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e ressalta a importância da qualidade das águas. Esta lei no seu Capítulo II Artigo 2º define, dentre seus 265 objetivos, o de “assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos”, e determina, no seu Capítulo III Artigo 3º, como uma das diretrizes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, “a gestão sistemática dos recursos hídricos, sem dissociação dos aspectos de quantidade e qualidade e a integração da gestão dos recursos hídricos com a gestão ambiental“. São levadas em consideração as resoluções CONAMA nº 357 de 17 de março de 2005 e CONAMA nº 396 de 03 de abril de 2008. No caso dos parâmetros bacteriológicos, estes deverão ser avaliados e classificados de acordo com a Portaria n° 518 de 25/03/2008 do Ministério da Saúde. RECURSOS NECESSÁRIOS Os custos relativos ao PMAS, durante a instalação do empreendimento, serão inseridos nos orçamentos anuais das obras, sendo, a seguir, apresentado o valor estimado para uma campanha, com base em valores médios de mercado do mês de novembro de 2009. Tabela 75 - Previsão de recursos necessários para a execução do PMAS Descrição Nível Funcional Quantidade Participação Mensal Média (% em 30 dias) Quantidade Homens/Mês ou Percentual ou Quantidade SImples Valor Unitário (R$)/mês Valor Total (R$) -3 (4) = (1*2*3) -5 (6) = (4*5) Meses Função ou Numeração -1 -2 I – Custos Diretos A – Equipe Técnica Coordenador Técnico de Campo Auxiliar de campo 1 100% 1 1 7721,28 7721,28 1 25% 1 0,25 2916,92 729,23 1 25% 1 0,25 686,34 171,585 Sub-Total Item “A” B – Encargos Sociais (88,04% de “A”) 8622,095 88,04% 8622,095 Sub-Total Item “B” C – Custos Administrativos (50% de “A”) 7590,892 7590,892 50,00% 8622,095 4311,048 266 Descrição Nível Funcional Quantidade Participação Mensal Média (% em 30 dias) Meses Quantidade Homens/Mês ou Percentual ou Quantidade SImples Valor Unitário (R$)/mês Sub-Total Item “C” 4311,048 D – Viagens Aéreas 2 2000 Sub-Total Item “D” 1 Sub-Total Item “E” 100% Sub-Total Item “F” 4000 4000 E – Despesas com Deslocamento F – Veículos Valor Total (R$) 1 G– Equipamentos e Serviços Análises de Água Transporte das Amostras 14 230 3220 1 7000 3220 7000 7000 90 1000 90000 1 6000 6000 Sub-Total Item “G” Total do Item “I” II – Custos Indiretos H– Remuneração da Empresa Taxa de 12% sobre o total do item “I” 96000 130744 12% 130744 Sub-Total Item “H” I – Despesas Fiscais Taxa de 16,62% dos itens “I” e “II – H” 15689,28 16,62% Total do Item “II” Custo Total de Execução do Programa (Mês) 15689,28 146433,3 24337,22 24337,22 170770,5 CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO O PMAS será executado durante as etapas de instalação e operação do empreendimento conforme o cronograma a seguir. 267 Tabela 76 - Cronograma do Programa de Monitoramento das Águas Superficiais. MELHORIAS E DUPLICAÇÃO DA RODOVIA BR-101 – TRECHO SÃO MIGUEL DOS CAMPOS (AL) – ENTRONCAMENTO COM BR-324 (BA) PROGRAMA DE MONITORAMENTO DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS Atividades Fase PréObras -1 Definição dos pontos amostrais Ano 1 1 2 3 4 5 6 7 Ano 2 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 4% Amostragem de águas superficiais 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% Análise das amostras de água 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% Emissão de boletim e relatório de análise de água 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% Supervisão ambiental das ações previstas 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 268 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO O DNIT consiste no empreendedor e responsável pela execução deste programa podendo, porém, contratar consultores para serviços especializados de avaliação, projeto, supervisão e apoio. A Gestora Ambiental deverá apresentar relatórios das atividades previstas e realizadas, a necessidade ou não de medidas corretivas e quais são estas medidas. Esses relatórios terão periodicidade semestral, sendo desenvolvidos no âmbito do Programa de Gestão Ambiental (PGA) e encaminhados ao órgão licenciador. Porém, os relatórios semestrais terão como base os resultados de relatórios mensais emitidos a cada campanha para coleta de amostras e análise de água. Os relatórios semestrais deverão ainda apresentar avaliações comparativas das campanhas e conclusões acerca do efeito das obras sobre a qualidade das águas. RESPONSÁVEIS PELO PROGRAMA O DNIT será responsável pela execução e coordenação geral do programa, o qual poderá ser executado por consultoria especializada (contratada/conveniada). Na tabela a seguir constam as instituições envolvidas no PMAS. Tabela 77 - Instituições envolvidas no Programa Monitoramento das Águas Superficiais Instituições Atribuições e Competências Gestora Ambiental Construtoras Laboratório de Análises DNIT Organizar e supervisionar as campanhas de coleta de água, definir os pontos de coletas, elaborar relatórios para o DNIT e IBAMA. Apresentar cronograma de avanços das frentes de obra para organização das coletas em pontos móveis. Executar as campanhas de coleta e análises laboratoriais e emitir dados referentes às análises. Supervisionar a execução do programa; executar atividades que lhe forem cabíveis, contribuindo com todas as partes. RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO DO PROGRAMA Técnico Luís Alberto de Oliveira Santos Formação Registro profissional CTF Geólogo CREA/RS 112.018 19.972 269 RESPONSÁVEIS PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA Os responsáveis técnicos pela execução do programa serão definidos quando o programa for iniciado. A execução do PMAS envolverá a equipe de supervisão alocada no Programa de Gestão Ambiental e a contratação de serviço de análise de águas superficiais, com emissão de boletins e relatórios técnicos. BIBLIOGRAFIA APHA. AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. Standard methods for the examination of water and wastewater. 20th ed. Washington: APHA, 1998. CETESB. COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL. Variáveis de Qualidade das Águas. 2001. Disponível em: < http://www.cetesb.sp.gov.br/Agua/rios/variaveis.asp >. Acesso em: 10/12/2009. CONAMA. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução nº. 357, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Publicada no DOU nº 53, de 18 de março de 2005, Seção 1, páginas 58-63. CTA. CONSULTORIA TÉCNICA AMBIENTAL LTDA. 8ª Etapa de Monitoramento da Qualidade das Águas no Terminal Fluvial Multimodal da Granel Química Ltda. Ladário: CTA, 2009. DMAE. DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ÁGUA E ESGOTOS DE PORTO ALEGRE. Avaliação da qualidade das águas do Lago Guaíba – Subsídios para a gestão da bacia hidrográfica. Revista Pesquisa Ecos, Ano 4 – Nº 7, 2003. DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental EIA/RIMA das Obras de Adequação da Capacidade da BR-101 – AL/SE/BA. Rio de Janeiro: OIKOS, 2007. 268 pg. DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Plano Básico Ambiental das Obras de Adequação de Capacidade da BR-101 – AL/SE/BA. Rio de Janeiro: OIKOS, 2009. 277 pg. FOUT, G.S.; SCHAEFER III, F.W.; MESSER, J.W.; et al. ICR Microbial Laboratory Manual. Cincinnati: U.S. EPA, 1996. 270 4.9 - PROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE RUÍDOS JUSTIFICATIVA Segundo Murgel (2007), uma comunidade reage negativamente a uma fonte sonora a partir de 65 dB (A), com grau de incômodo aumentando com níveis de ruído da ordem de 75 dB (A). A partir de 80 dB (A) o autor contextualiza a situação como característica de poluição sonora inaceitável. Os níveis de incômodo de uma fonte de ruído são demonstrados na tabela a seguir, considerando-se o ruído de fundo pré-existente. Tabela 78 - Níveis de perturbação (Murgel, 2007). Nível de Perturbação Ruído Alta Perturbação R.F. + 10 dB (A) Média Perturbação R.F. + 5 dB (A) Pequena Perturbação R.F. + 3 dB (A) Audível R.F. – Ruído de Fundo Não audível - Em adição ao incômodo causado, o organismo se manifesta de diferentes formas em função dos níveis de ruídos, conforme passível de visualização na tabela a seguir. Tabela 79 - Reações do organismo devido à exposição a níveis de ruído. Volume Reação Efeitos Negativos Exemplos de locais Até 50 dB Confortável (limite da OMS) Nenhum Rua sem tráfego De 55 a 65 dB A pessoa fica em estado de alerta, não relaxa De 65 a 70 dB O organismo reage para tentar se adequar ao ambiente, minando as defesas Diminui o poder de concentração e prejudica a produtividade no trabalho intelectual Aumenta o nível de cortisona no sangue, diminuindo a resistência imunológica. Induz a liberação de endorfina, tornando o organismo dependente. Aumenta a concentração de colesterol no sangue Agência bancária Bar ou restaurante lotado 271 Volume Reação Efeitos Negativos Exemplos de locais Acima de 70 dB O organismo fica sujeito a estresse degenerativo além de abalar a saúde mental Aumenta os riscos de enfarte, infecções, entre outras doenças sérias Praça de alimentação de shopping center. Rua de tráfego intenso. Fonte: www.bauru.unesp.br/curso_cipa/4_doencas_do_trabalho/4_ruido.htm Durante a execução de obras rodoviárias, o tráfego de maquinário pesado e veículos em geral promove aumento nos níveis de ruídos emitidos ao longo da área de influência, ocasionando alterações nos níveis normais e ocasionando impactos à população residente no entorno. Desta forma, o presente Programa de Monitoramento e Controle de Ruídos (PMCR) se justifica pela necessidade de serem definidas ações a serem tomadas para a execução dos trabalhos de monitoramento de eventuais impactos passíveis de serem gerados sobre os moradores e as comunidades lindeiras. OBJETIVO Este programa tem por objetivo conhecer os níveis de ruído gerados pela implantação e operação do empreendimento e mensurar o impacto causado às comunidades do entorno. METAS As metas relacionadas a este programa são as seguintes: Metas durante a Implantação: Efetuar as obras de forma a não acarretar em incômodos à população do entorno, priorizando a construção de barreiras acústicas junto às áreas de maior movimentação de maquinário, usinas de concreto, britadores e canteiros de obras. Metas durante a Operação: Reduzir o incômodo à população nas vias do entorno a partir da instalação de dispositivos redutores de velocidade e barreiras acústicas em meio aos núcleos urbanos. Tem-se como indicadores os níveis de ruídos em dB (A). A avaliação do impacto será obtida mediante análise comparativa 272 INDICADORES O programa é direcionado às comunidades estabelecidas no entorno da rodovia, a construtora e os trabalhadores envolvidos nas obras. METODOLOGIA E DESCRIÇÃO DO PROGRAMA Medições em Campo Conforme previamente definido por Oikos (2009), as medições de nível de pressão sonora devem contemplar dois tipos básicos de procedimentos que servem a propósitos diferentes. O primeiro serve para caracterizar o ruído emitido pelos veículos trafegando na rodovia e o segundo permite avaliar o impacto desse ruído junto a receptores nas comunidades próximas. As medições devem ser feitas nos mesmos pontos já apresentados no EIA (Tabela 80). O PBA originalmente elaborado considera que “outros pontos poderão vir a ser acrescentados, mesmo fora das áreas habitadas, para ilustrar de forma mais detalhada a emissão de ruído pela rodovia”. Avalia-se, porém, que tal sistemática somente é cabível em relação aos canteiros de obras e demais áreas de apoio, não fornecendo dados relevantes (no caso do monitoramento de áreas inabitadas ao longo da rodovia) no que tange à alimentação do banco de dados (durante as medições de campo é feita referência à passagem ou não de veículos, permitindo avaliar com clareza o impacto direto do fluxo rodoviário nos níveis de ruídos). Tabela 80 - Localização dos pontos de medição de ruído Ponto Descrição Estado Coordenadas 01 São Miguel dos Campos, à margem da BR 09 AL 09 47'02,6''S 02 Luizinápolis, à margem da BR AL 09 54'15,8''S 03 Teotônio Vilela, à margem da BR AL 09 54'24,7''S 04 Teotônio Vilela, próximo a residências AL 09 54'28,3''S 05 Luzinápolis, próximo a residências AL 09 54'12,0''S 06 S. Miguel dos Campos, próx a residências AL 09 47'00,6''S o 36º06'21,1''W o 36º13'15,5''W o 36º21'05,6''W o 36º21'06,7''W o 36º13'14,3''W o 36º06'20,0''W 273 Ponto Descrição Estado Coordenadas 07 Teotônio Vilela, à margem da BR AL 09 53'49,2''S 08 Teotônio Vilela, próximo a residências AL 09 50'55,3''S 09 Povoado Retiro, à margem da BR AL 09 53'50,1''S 10 Povoado Retiro, próximo a residências AL 09 53'46,4''S 11 Junqueiro, à margem da BR AL 12 Junqueiro, próximo a residências 13 o 36º22'09,9''W o 36º22'04,1''W o 36º27'36,1''W o 36º27'36,8''W 09 55'28,1''S o 36º28'17,3''W AL 09º55'27,8''S 36º28'21,2''W Povoado Canoa, à margem da BR AL 10 05'27,2''S 14 Povoado Canoa, próximo a residências AL 10 05'27,6''S 15 Porto Real do Colégio, à margem da BR AL 10 10'53,6''S 16 Porto Real do Colégio, próx. a residências AL 10 10'54,9''S 17 Propriá (1ª entrada), à margem da BR SE 10 12'58,4''S 18 Propriá (1ª entrada), próx via de acesso SE 10 12'58,0''S 19 Propriá (2ª entrada), à margem da BR SE 10 13'49,8''S 20 Propriá (2ª entrada), próximo a residências SE 10 13'41,5''S 21 Povoado das Donzelas, à margem da BR SE 10 22'39,7''S 22 Povoado das Donzelas, próx. a residências SE 10 22'41,3''S 23 Povoado Pirunga, à margem da BR SE 10 28'33,7''S 24 Povoado Pirunga, próximo a residências SE 10 28'41,1''S 25 Projeto do INCRA, próximo a residências SE 10 35'08,2''S 26 Projeto do INCRA, à margem da BR SE 10 35'18,3''S 27 Rosário do Catete, à margem da BR SE 10 41'39,6''S 28 Rosário do Catete, próximo a residências SE 10 41'41,6''S 29 Maruim, próximo a residências SE 10 44'01,3''S o 36º42'00,3''W o 36º 41'55,4''W o 36º49'44,0''W o 36º49'52,7''W o 36º49'24,2''W o 36º49'14,1''W o 36º50'30,8''W o 36º50'27,7''W o 36º54'51,5''W o 36º55'01,8''W o 36º57'04,1''W o 36º56'58,6''W o 36º57'57,8''W o 36º58'18,2''W o 37º02'35,3''W o 37º02'30,3''W o 37º05'03,5''W 274 Ponto Descrição Estado Coordenadas 30 Maruim, à margem da BR SE 10º43'54,4''S 37º05'04,7''W 31 Laranjeiras, próximo a residências SE 10º48'48,5''S 37º08'27,2''W 32 Laranjeiras, à margem da BR SE 10º48'50,4''S 37º08'23,3''W 33 IBAMA/ NEA / SE, à margem da BR SE 10º50'27,7''S 37º08'14,5''W 34 Povoado Tabocas, à margem da br SE 10º52'10,5''S 37º08'05,1''W 35 Povoado Tabocas, próximo a residências SE 10º52'18,1''S 37º08'06,2''W 36 Entronc. c/ BR235, à margem da BR SE 10º53'57,8''S 37º07'55,3''W 37 Itaporanga D´Ajuda, à margem da BR SE 11º00'01,1''S 37º18'19,7''W 38 Itaporanga D´Ajuda, próximo a residências SE 10º59'59,9''S 37º18'22,3''W 39 Povoado Minante, à margem da BR SE 11º02'00,6''S 37º20'05,0''W 40 Povoado Minante, entrada de fazenda SE 11º01'58,4''S 37º20'09,3''W 41 Estância, à margem da BR SE 11º14'55,1''S 37º26'06,9''W 42 Estância, próximo a residências SE 11º14'55,1''S 37º26'06,9''W 43 Cristinápolis, à margem da BR SE 11º28'29,6''S 37º45'13,0''W 44 Cristinápolis, próximo a residências SE 11º28'33,0''S 37º45'09,9''W 45 Entrada de Cristinápolis, à margem da BR SE 11º28'01,0''S 37º45'46,0''W 46 Umbaúba, à margem da BR SE 11º22'41,5''S 37º39'41,7''W 47 Umbaúba, próximo a residências SE 11º22'43,4''S 37º39'41,3''W 48 Periferia Umbaúba, à margem da BR SE 11º22'02,0''S 37º37'58,9''W 49 Povoado Piçarreira, à margem da BR SE 11º20'55,2''S 37º37'00,5''W 50 Povoado Piçarreira, próximo a residências SE 11º20'55,5''S 37º37'00,8''W 51 Povoado Areia Branca, à margem da BR SE 11º19'05,0''S 37º33'09,9''W 52 Conjunto Santo Antônio, à margem da BR SE 11º14'15,2''S 37º25'46,1''W 275 Ponto Descrição Estado Coordenadas 53 Conjunto Santo Antônio, próx.a residências SE 11º14'18,7''S 37º25'46,4''W 54 Povoado Loreto, à margem da BR BA 11º32'20,9''S 37º51'27,8''W 55 Povoado Loreto, próximo a residências BA 11º32'16,9''S 37º51'28,9''W 56 Periferia Esplanada, à margem da BR BA 11º47'19,7''S 37º57'05,9''W 57 Periferia Esplanada, próximo a residências BA 11º47'23,2''S 37º57'04,2''W 58 Entre Rios, à margem da BR BA 11º56'48,1''S 38º04'05,0''W 59 Entre Rios, próximo a residências BA 11º56'42,7''S 38º04'06,2''W 60 Entronc. com BR-324, à margem da BR BA 12º21'32,2''S 38º49'30,3''W Segundo Oikos (2009) as medições para avaliação do impacto causado nas comunidades próximas devem seguir as recomendações da norma Brasileira NBR 10.151 para medições em ambientes externos, conforme o item 5.2.2 da Norma. Deve-se sempre dar prioridade para as medições em receptores próximos à rodovia e com visada direta para esta. Os receptores que se localizam em elevações iguais ou superiores à rodovia devem ser priorizados. Oikos (2009) ainda estabelece que todas as medições de ruído serão realizadas com um medidor de pressão sonora que atenda como tipo 2, no mínimo, as especificações de pelo menos uma das seguintes normas: IEC 60.651, IEC 60.804 ou 61672. O medidor, o microfone e o calibrador acústico utilizado devem ter certificados de calibração válidos emitidos por um laboratório credenciado ou reconhecido pela Rede Brasileira de Calibração (RBC). Caso o medidor de pressão sonora possua circuito de integração para cálculo do LAEq o certificado de calibração deve mencionar especificamente que esse circuito foi também calibrado. Na ausência dessa informação o cálculo do LAEq deve ser feito manualmente como descrito do anexo da norma NBR 10.151 (Oikos, 2009). Oikos (2009) esclarece que o microfone deve ser sempre protegido com um barra-vento fornecido pelo mesmo fabricante do equipamento e se for orientação do fabricante as devidas correções devem ser aplicadas para o barra-vento. 276 De acordo com o PBA originalmente elaborado (Oikos, 2009), a cadeia de medição (medidor de pressão sonora e microfone) deve ser calibrada antes e depois de cada seqüência de medições, sendo feitas pelo menos duas calibrações a cada dia de medição. Caso, ao final de uma seqüência de medições, seja observado desvios de calibração maiores do que 0,5dB em relação à calibração anterior, as medições realizadas na referida seqüência devem ser repetidas. O medidor deve ser ajustado para fazer leituras de nível global com a curva de ponderação A e seu detector RMS ajustado para resposta rápida (Fast). O tempo de medição em cada ponto deve ser de 5 minutos com leituras a cada 5 segundos, sendo registrado o valor do LAEq para esse período. Deve-se registrar também os níveis estatísticos L1, L5, L10, L50, L 90 e L99 (Oikos, 2009). Considerando-se que as condições climáticas são fundamentais na propagação do som, torna-se relevante efetuar medições das mesmas durante a execução dos trabalhos de campo. Desta forma, e considerando-se o determinado por Oikos (2009), é importante efetuar o registro dos seguintes componentes climáticos: • Velocidade do vento e direção do vento, medidos na altura de 1,2 m acima do chão; • Temperatura do ar • Umidade relativa do ar Devem ser evitadas medições quando a velocidade do vento exceder 5,0 m/s ou quando houver precipitação. As medições devem ser feitas sempre com a pista da rodovia seca (Oikos, 2009) Durante cada medição deverá, ainda, ser feita contagem volumétrica simples dos veículos, individualizando os veículos pesados e de passeio que trafegarem na rodovia durante o período de medição, identificando, ainda, a velocidade média aproximada dos mesmos com base em observação. Outro aspecto a ser observado é o tipo de pavimento da rodovia. Segundo Murgel (2007), o ruído gerado pelo atrito entre os pneus e o pavimento ocorre, predominantemente, por golpes do pneumático nas rugosidades do piso. Assim, quanto 277 menor a rugosidade do pavimento, menor o número de golpes, menor a vibração e, portanto, menor o nível de ruídos e sua freqüência. Pavimentos antigos e deteriorados apresentam elevada rugosidade, gerando maiores níveis de ruídos. Desta forma, torna-se fundamental descrever as condições do pavimento, indicando quaisquer estruturas e danos existentes. É igualmente importante efetuar registro fotográfico das condições do pavimento local em macroescala (fotos gerais) e escala de detalhe (captura detalhada das irregularidades, captando áreas com extensão não maior que 30 cm). A presença de edificações e cobertura vegetal alteram significativamente a propagação do som, servindo como barreira e reduzindo os níveis a serem emitidos para áreas mais distantes. Desta forma, e considerando-se a necessidade de avaliar todos os fenômenos e dispositivos capazes de alterar a propagação sonora nos pontos de medição, torna-se importante localizar e descrever, bem como efetuar registro fotográfico, de todas as edificações presentes no entorno e regiões com vegetação com altura superior a 1,0 m. As campanhas de campo (60 pontos descritos) deverão ser realizadas com periodicidade mínima de seis meses, com elaboração de relatórios circunstanciados. As medições em áreas de apoio (canteiros de obras, usinas de asfalto e britagem e áreas de empréstimo) e nas frentes de obra deverão ser realizadas em áreas próximas às principais fontes de emissão, porém em periodicidade mensal. Entrevistas De forma complementar às medições de campo, deverão ser feitas entrevistas com a população que habita as proximidades da rodovia, visando avaliar o grau de incômodo gerado pelos ruídos dos veículos que trafegam na BR-101. Os entrevistados deverão ser escolhidos aleatoriamente, considerando-se, porém, que devem ser evitadas entrevistas em moradores de casas que se localizem em esquinas de ruas transversais à rodovia (minimizando os riscos de obtenção de informações que confundam os registros de ruídos provenientes da rodovia com aqueles provenientes das vias transversais). Os entrevistados devem ser moradores das casas imediatamente confrontantes com a rodovia, devendo ser evitadas entrevistas com moradores de residências mais afastadas. 278 Estas entrevistas deverão ser executadas nas mesmas datas das medições de campo, sendo que os resultados obtidos deverão fazer parte dos relatórios semestrais. Deverão ser feitas, no mínimo, as seguintes perguntas: • Idade. • Sexo. • Distância entre a residência e a rodovia. • Tempo que habita a rodovia. • Perguntar se o ruído é ou não incômodo. • Perguntar em que horário o ruído é maior. • Perguntar se ao longo do tempo houve aumento ou redução dos níveis de ruídos. As entrevistas deverão ser tabuladas e darão origem a um documento que irá integrar o banco de dados relativo ao programa. Deverão, ainda, ser feitas anotações adicionais pela equipe responsável, como avaliação visual da existência ou não de barreiras à propagação de ruídos, do material de construção da habitação, da existência de aberturas ou frestas na casa etc. Avaliação dos Dados Os valores de LAEq medidos devem ser comparados com o nível critério de avaliação NCA aplicável à cada localidade, conforme descrito na norma NBR 10.151. Havendo um plano diretor que especifique critérios de ocupação, definindo o tipo de área e os níveis de ruído permitidos para uma localidade, deve-se usar os valores descritos pela legislação local. Na ausência dessas informações, deve-se usar os valores de referência contidos na tabela 1 da norma. A classificação do tipo de área deverá ser feita a partir da observação do tipo de ocupação efetivamente encontrado em cada localidade. Para fins de comparação entre campanhas de medição sucessivas, deve-se atentar para a eventual mudança do valor do NCA. 279 Todos os dados tabulados serão inseridos em um bando de dados em conjunto com informações relativas à data e hora da medição, referência do ponto e demais observações cabíveis (existência ou não de barreiras físicas à propagação de ruídos, condições climáticas etc.). Ainda neste banco de dados deverão ser inseridas as informações relativas às entrevistas. Os dados serão devidamente confrontados (informações prestadas nas entrevistas x dados medidos) e, de forma conjunta, permitirão a tomada de decisões. Modelagem Computacional Existem softwares que possibilitam a elaboração de mapas de propagação de ruídos em determinados ambientes. Tais softwares são alimentados por uma série de dados e possibilitam traçar isossônicas com base nas fontes (fixas e móveis) emissoras dos ruídos, permitindo mensurar os locais e horários nos quais a propagação é mais intensa. De acordo com Plural (2007), a elaboração de um mapa de ruídos pode ser descrita de forma sucinta da seguinte forma: Etapa 1: Geração do Modelo • Importação da cartografia • Definição das características acústicas dos elementos de cartografia Etapa 2: Ajustes à Cartografia (barreiras, edificações etc.) e análise e calibração dos dados de entrada. Etapa 3: Definição das Fontes Sonoras (no caso rodoviárias, com levantamentos seguindo a metodologia proposta) e confirmação da cartografia fornecida. Etapa 4: Simulação dos Mapas de Ruído • Caracterização das fontes sonoras no modelo; • Geração dos mapas de ruído. Etapa 5: Validação dos Resultados Etapa 6: Relatório final e geração dos mapas de ruídos. 280 Basicamente, tem-se diversas formas de entradas e apresentação de dados. A escala dos mapas irá depender, fundamentalmente, da área a ser abrangida, uma vez que não objetiva-se efetuar um mapa único da rodovia em função da dificuldade de representação de detalhe em função da sua grande extensão. Desta forma, devem ser efetuados mapeamentos em diferentes escalas durante o período de execução das medições até que seja definida a mais adequada para a representação do tema proposto. Dados de Entrada: Modelo Digital do Terreno Deve ser elaborado um modelo digital do terreno (MDT) para que o mesmo sirva como base para o assentamento de todos os elementos necessários à simulação (edificações e fontes sonoras). Para a elaboração do MDT é fundamental o uso do levantamento topográfico da rodovia, dando-se preferência à elaboração de um modelo com eqüidistância de curvas de nível mínima de 50 cm e máxima de 5 m. Dados de Entrada: Determinação das Fontes de Ruídos Deverão ser lançados, no programa, todas as fontes de ruídos identificadas nos diversos pontos de monitoramento. Além da rodovia, deverão ser listadas e georreferenciadas todas as fontes fixas e móveis de emissão de ruídos. No caso das fontes móveis, deverá ser feita referência ao horário de geração dos ruídos e do sentido de deslocamento durante o período monitorado. Dados de Entrada: Medições de Ruídos O modelo deve permitir a inserção de bancos de dados de medições de ruídos efetuadas nos pontos pré-definidos, considerando-se os horários das medições. Da mesma forma, todas as anotações relevantes no que tange a medições anômalas (passagem de avião, acidentes que geraram ruídos anômalos etc.) devem ser passíveis de ingresso no sistema. Cômputo das Informações As informações devem ser computadas de forma integrada, de forma que o sistema consiga mensurar o impacto gerado por determinado evento em uma determinada área considerando-se suas particularidades. Como exemplo, o sistema deve permitir avaliar o efeito da passagem de um veículo a 60 km/h em uma localidade com densa urbanização distante 50 m do eixo rodoviário, porém 281 com relevo ondulado a forte ondulado e presença de vegetação com altura de até 30 m entre a rodovia e as habitações. Com base em tais dados o sistema deverá considerar a forma e magnitude das ondas sonoras ao longo da área de influência, permitindo mapear o impacto a ser gerado nas etapas de instalação e posterior operação do empreendimento. Observações Gerais São restritos os dados referentes ao monitoramento e modelagem computacional de ruídos. A metodologia aqui apresentada remete ao emprego de dois softwares distintos: Mithra (responsável por toda a entrada de dados) e CadnaA (responsável pelo cômputo dos dados e elaboração dos mapas. Entretanto, pode-se optar por adotar softwares diferentes, inclusive elaborados no próprio escopo do programa, desde que os mesmos permitam a criação de mapas interativos que demonstrem as variações espaço-temporais das emissões de ruídos (mediante a delimitação de isossônicas) ao longo da área mapeada tendo como referencial a topografia local e as fontes emissoras. Cada software apresenta limitações e vantagens. Desta forma, há possibilidade de ocorrências de variações nas metodologias aqui apresentadas, sendo, porém, feito comunicado oficial ao IBAMA neste caso. Tabela 81 - Atividades a serem executadas no Programa de Recuperação de Áreas Degradadas. Atividade Forma de ação Etapa Competência Medições ao longo dos 60 pontos previstos Medições de campo Considerações sobre as condições climáticas locais Considerações sobre edificações e cobertura vegetal Semestral, durante as obras Construtora Supervisão Ambiental Consultoria Especializada Considerações sobre as condições do pavimento Medições de áreas de apoio Medições dos níveis de ruídos nas áreas de apoio Mensal, durante as obras Entrevistas Entrevistas com moradores do entorno durante os períodos de medição Semestral, durante as obras Construtora Supervisão Ambiental Consultoria Especializada Construtora Supervisão Ambiental Consultoria Especializada 282 Atividade Avaliação dos Dados Modelagem Computacional Forma de ação Etapa Avaliação espaço-temporal dos dados obtidos nas etapas anteriores Semestral, durante as obras Elaboração de mapa representativo dos dados já consolidados Semestral, durante as obras Competência Construtora Supervisão Ambiental Consultoria Especializada Construtora Supervisão Ambiental Consultoria Especializada INTER-RELAÇAO COM OUTROS PROGRAMAS O PMCR tem relação direta com os seguintes programas: • Programa de Gestão Ambiental: verificação da execução das atividades previstas no programa; • Programa Ambiental para Construção: estabelecendo as ações de controle previstas para o empreendimento; ATENDIMENTO AOS REQUISITOS LEGAIS • NBR 10.151 (ABNT, 2000) – que define parâmetros e procedimentos metodológicos para a medição de ruídos em áreas habitadas. • Resolução do CONAMA N° 01/90 – que trata dos problemas devido aos níveis excessivos de ruído. • Normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho. • A NBR 10.151 estabelece como Nível de Critério de Avaliação para ambientes externos os níveis de ruído apresentados no quadro a seguir: Tabela 82 - Nível de critério de avaliação para ambientes externos segundo a NBR 10151/00 (ABNT, 2000). Tipos de áreas Áreas de sítios e fazendas Área estritamente residencial, de hospitais ou escolas Área mista, predominantemente residencial Área mista, com vocação comercial e administrativa Área mista, com vocação recreacional Área predominantemente industrial Diurno (07h - 22h) 40 50 55 60 65 70 Noturno (22h - 07h) 35 45 50 55 55 60 283 Nível de critério de avaliação para ambientes externos segundo a NBR 10151/00 (ABNT, 2000). Tipos de áreas Áreas de sítios e fazendas Área estritamente residencial, de hospitais ou escolas Área mista, predominantemente residencial Área mista, com vocação comercial e administrativa Área mista, com vocação recreacional Área predominantemente industrial Diurno (07h - 22h) 40 50 55 60 65 70 Noturno (22h - 07h) 35 45 50 55 55 60 RECURSOS NECESSÁRIOS 1 Engenheiro; 1 Técnico; 1 veículo; 2 computadores; 1 Impressora; 2 máquinas fotográficas digitais; 1 equipamento de medição Tabela 83 - Previsão orçamentária para a execução do programa (fase de instalação). Descrição Nível Quantidade Funcional -1 A – Equipe Técnica Coordenador Técnico Participação Mensal Meses Média (% em 30 dias) Função ou Numeração -2 -3 I – Custos Diretos Quantidade Homens/Mês ou Percentual ou Quantidade Simples Valor Unitário (R$)/mês Valor Total (R$) (4) = (1*2*3) -5 (6) = (4*5) 0 1 1 17% 100% Sub-Total Item “A” B – Encargos Sociais (88,04% de “A”) 24 24 0 4 24 7415,84 6715,45 29663,36 161170,80 190834,16 88,04% 190834,16 168010,39 Sub-Total Item “B” C – Custos Administrativos (50% de “A”) 168010,39 50,00% 190834,16 Sub-Total Item “C” D – Viagens Aéreas 95417,08 8 2000 16000,00 24 230 16000,00 5520,00 Sub-Total Item “D” E – Despesas 95417,08 284 Descrição Nível Quantidade Funcional Participação Mensal Meses Média (% em 30 dias) Quantidade Homens/Mês ou Percentual ou Quantidade Simples Valor Unitário (R$)/mês Valor Total (R$) com Deslocamento Sub-Total Item “E” F – Veículos Sedan 1 G– Equipamentos e Serviços Computador com office Impressora Máquina fotográfica 5520,00 100% Sub-Total Item “F” 24 3391,62 81398,88 81398,88 1 100% 1 1 4000 4000,00 1 100% 1 1 700 700,00 1 100% 1 1 500 500,00 Sub-Total Item “G” Total do Item “I” II – Custos Indiretos Remuneração da Empresa Taxa de 12% sobre o total do item “I” 5200,00 562380,51 12% 562380,51 67485,66 Sub-Total Item “H” 67485,66 I – Despesas Fiscais Taxa de 16,62% dos itens “I” e “II – H” 16,62% 629866,18 Total do Item “II” Custo Total de Execução do Programa 104683,76 104683,76 734549,93 Nota: No orçamento previsto não está inserida a aquisição do software para a modelagem computacional Tabela 84 - Previsão orçamentária para a execução do programa (fase de operação). Descrição A – Equipe Técnica Coordenador Técnico B – Encargos Sociais Quantidade Homens/Mês Participação ou Valor Mensal Nível Quantidade Meses Percentual Unitário Funcional Média (% ou (R$)/mês em 30 dias) Quantidade Simples Função ou Numeração -1 -2 -3 (4) = (1*2*3) -5 I – Custos Diretos 0 1 1 25% 25% Sub-Total Item “A” 3 3 Valor Total (R$) (6) = (4*5) 0 0,75 0,75 7415,84 6715,45 5561,88 5036,59 10598,47 88,04% 10598,47 9330,89 285 Descrição Quantidade Homens/Mês Participação ou Valor Nível Mensal Quantidade Meses Percentual Unitário Média (% Funcional ou (R$)/mês em 30 dias) Quantidade Simples Valor Total (R$) (88,04% de “A”) Sub-Total Item “B” 9330,89 C – Custos Administrativos (50% de “A”) 50,00% 10598,47 Sub-Total Item “C” 5299,23 D – Viagens Aéreas 6 2000 Sub-Total Item “D” 3 230 Sub-Total Item “E” 1 25% Sub-Total Item “F” 12000 12000 E – Despesas com Deslocamento F – Veículos Sedan 5299,23 690 690 3 0,75 3391,62 2543,72 2543,72 G– Equipamentos e Serviços Total do Item “I” II – Custos Indiretos Remuneração da Empresa Taxa de 12% sobre o total do item “I” 40462,31 12% 40462,31 Sub-Total Item “H” I – Despesas Fiscais Taxa de 16,62% dos itens “I” e “II – H” 4855,48 16,62% Total do Item “II” Custo Total de Execução do Programa 4855,48 45317,78 7531,82 7531,82 52849,60 Nota: No orçamento previsto não está inserida a aquisição do software para a modelagem computaciona 286 Tabela 85- Cronograma do Programa de Monitoramento e Controle de Ruídos MELHORIAS E DUPLICAÇÃO DA RODOVIA BR-101 – TRECHO SÃO MIGUEL DOS CAMPOS (AL) – ENTRONCAMENTO COM BR-324 (BA) PROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE RUÍDOS Ano 1 Ano 3 Ano 2 Atividades 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Cronograma – Instalação do Empreendimento Monitoramento Canteiro de Obras, usinas de asfalto e concreto 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % Monitoramento das frentes de obra 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % Monitoramento dos Pontos Descritos Emissão de Relatório 1,5 % 1,5 % 5, 5 % 1,5 % 5, 5 % 1,5 % 5, 5 % 5, 5 % Cronograma – Operação do Empreendimento Monitoramento dos Pontos Descritos Emissão de Relatórios 7 % 7 % 25 % 7 % 25 % 29 % 287 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO O acompanhamento será feito mediante a emissão de relatórios semestrais contemplando os resultados obtidos nas medições de campo, entrevistas e modelagens computacionais, considerando-se as fontes fixas e móveis mapeadas. Estes relatórios serão devidamente encaminhados ao IBAMA para acompanhamento. O acompanhamento será feito pela equipe de Supervisão e Gestão Ambiental, a qual irá elaborar relatórios de conformidade de acordo com a análise do cronograma e metodologia propostos. RESPONSÁVEIS PELO PROGRAMA O DNIT será responsável pela execução e coordenação geral do programa, o qual poderá ser executado por consultoria especializada (contratada/conveniada). Na tabela a seguir constam as instituições envolvidas no programa Tabela 86 - Instituições envolvidas Instituições IBAMA DNIT Gestora Ambiental Construtoras Supervisoras de Obras Atribuições e competências Emitir licenças e autorizações, realizar vistorias, fiscalizar Financiar a obra e gerenciar os contratos Supervisionar a obra com relação aos aspectos ambientais. Executar o projeto de construção Elaborar, corrigir e acompanhar o projeto executivo da rodovia RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO DO PROGRAMA Técnico Formação Registro profissional CTF Luís Alberto de Oliveira Santos Geólogo CREA-RS 112.018 19.972 Windsor Miguel Sonaglia Torrico Eng. Civil e de Segurança do Trabalho CREA-RS 65.122 1.918.589 RESPONSÁVEIS PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA Os responsáveis técnicos pela execução do programa serão definidos quando o programa for iniciado, com definição, junto às unidades locais do DNIT e com as 288 Construtoras, dos membros da equipe responsáveis pela execução dos serviços de avaliação dos níveis de ruídos BIBLIOGRAFIA BELLIA, Vitor: Introdução à Gestão Ambiental de Estradas – Coleção Disseminar – IME-DNIT, 2005 BRASIL/DNIT. Diretrizes básicas para elaboração de estudos e programas ambientais rodoviários: escopos básicos / instruções de serviço. – Rio de Janeiro, 2006. BRASIL. DNIT. Manual para atividades ambientais rodoviárias. Rio de Janeiro, 2007. MURGEL, E. Fundamentos de Acústica Ambiental. Ed. SENAC. São Paulo. 2007, 131 p. OIKOS. EIA/RIMA das obras de adequação da capacidade da BR101 – AL/SE/BA. Rio de Janeiro, 2007. OIKOS. Plano Básico Ambiental das Obras de Adequação de Capacidade da BR101/AL/SE/BA. 2009. 277 pg. VALEC (OIKOS). Normas Ambientais da VALEC (NAVAs). Rio de Janeiro, 2004 (3ª revisão, 2007). 289 4.10 - PROGRAMA AMBIENTAL DE IDENTIFICAÇÃO E SALVAMENTO DOS BENS ARQUEOLÓGICOS O referido programa encontra-se no ANEXO. Os trabalhos de identificação e salvamento arqueológico para BR-101 NE está em processo no IPHAN( Processo IPHAN no 01450.012359/2009-31). O programa foi submetido ao IPHAN que concedeu a autorização para trabalho de prospecção em campo, através da PORTARIA No 10, de 11 de Novembro de 2009, publicada no Diário Oficial da União – Seção 1, No 216 de 12.11.2009. 290 4.11 - PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL JUSTIFICATIVA A adoção de medidas de controle ambiental na implantação da rodovia deve ser acompanhada por um amplo processo de esclarecimento e educação, na medida em que o pessoal envolvido (funcionários de escritório e de campo) em geral ainda não dispõe da necessária vivência da proteção ambiental. Assim, a conscientização em torno de uma nova perspectiva sobre as relações entre o homem e a natureza favorecerá a prevenção dos impactos e a correta aplicação das medidas ambientais preconizadas. Diversos são os impactos decorrentes das obras: alteração de rotas de veículos usuários da rodovia, aumento do nível de ruídos e poeira, presença de trabalhadores de outras comunidades, entre outros. Portanto, a criação de mecanismos de interação com a sociedade é fundamental, possibilitando captar anseios e promover práticas educativas como estratégias de enfrentamento da problemática ambiental. A educação ambiental envolverá um conjunto de ações voltadas ao fomento da participação qualificada da população afetada durante o processo de implantação do empreendimento, para instrumentá-la quanto à concepção do mesmo e possibilitar a construção de estratégias de ação coletiva naquilo que afeta a qualidade do meio ambiente, a fim de prevenir, minimizar, mitigar e compensar os impactos ambientais decorrentes das diferentes fases desse processo. A execução de ações de educação ambiental voltadas para as comunidades indígenas e tradicionais constitui uma forma de captar anseios sobre os recursos naturais da região afetada pelas obras, bem como de esclarecer e difundir conhecimentos sobre a conservação desses recursos frente ao desenvolvimento e impactos derivados da implantação da rodovia. As ações comunicativas e educativas propostas neste programa permitirão o equacionamento dos possíveis conflitos gerados pela obra, uma vez que propiciam processos de mudanças culturais e sociais direcionadas ao fortalecimento da consciência ambiental dos indivíduos e comunidade. OBJETIVO Este programa tem como objetivo principal contribuir para a melhoria da qualidade ambiental e de vida na região, através de ações comunicativas e educativas voltadas 291 para setores sociais da população diretamente afetada pelo empreendimento. Os objetivos específicos são: • Estabelecimento de um processo de comunicação educativa voltada às ações do empreendimento e meio ambiente; • Introdução da dimensão ambiental no ambiente de trabalho e nas atividades produtivas das construtoras; • Introdução e/ou reforço da educação ambiental na educação básica da rede pública; • Introdução e/ou reforço da dimensão ambiental para os membros das comunidades indígenas e tradicionais. METAS As metas a serem alcançadas em cada linha de ação do presente programa são: • Realizar diagnóstico sobre a educação ambiental nas comunidades locais; • Identificar demandas entre o público externo e interno; • Elaborar folhetos, cartazes e vídeos; • Promover palestras e/ou oficinas em educação ambiental; • Envolver agentes locais (secretarias e coordenadorias de educação, secretarias ou departamentos de cultura e meio ambiente, direções de escolas, organizações sociais e ambientais, educadores e representantes de comunidades tradicionais e indígenas), promovendo a capacitação de educadores da região; • Sensibilizar os trabalhadores para questões ambientais e sociais; • Auxiliar todos os programas ambientais que possuam demandas relativas à educação ambiental para o público interno; 292 • Estabelecer parcerias para realização de atividades relacionadas com educação ambiental. INDICADORES Os indicadores de andamento do programa e dos objetivos propostos compreendem: • Número de entidades e instituições abrangidas em palestras e oficinas x Número de entidades e instituições presentes no empreendimento; • Número e representatividade dos participantes nas palestras e oficinas; • Quantidade de material de educação ambiental distribuído e/ou exibido; • Grau de satisfação das oficinas e palestras pelos trabalhadores e pela população lindeira. PÚBLICO-ALVO O Programa de Educação Ambiental terá como público-alvo os trabalhadores das obras (público interno), professores e alunos da rede pública dos municípios afetados, os membros das comunidades tradicionais e indígenas (incluindo-se as escolas destas comunidades). METODOLOGIA E DESCRIÇÃO DO PROGRAMA O PEA será executado mediante apresentação de material educativo/informativo, o qual deve ter como base o uso de linguagem clara e adequada ao público-alvo, possibilitando a explanação de todos os temas a serem abordados de forma bastante didática. O PEA será desenvolvido a partir de três linhas de ação: Educação Ambiental nas Escolas, Educação Ambiental nas Comunidades Tradicionais e Indígenas e Educação Ambiental no Trabalho. Os temas a serem abordados para cada linha de ação deverão ser revisados e complementados nas fases de planejamento e preparo das atividades previstas. Essa 293 revisão e complementação deverão ser conduzidas considerando as necessidades no âmbito de educação ambiental de todos os programas e subprogramas do PBA, cujas equipes e responsáveis deverão ser colaboradores para o andamento do PEA. Os temas compreendem: • Educação Ambiental na Escola e para População em Geral − Características principais do projeto; − Tempo previsto para realização das obras; − Impactos ambientais do empreendimento e programas ambientais; − Riscos de acidentes em geral e com cargas perigosas, seus impactos, medidas preventivas e orientação sobre procedimentos a serem tomados no caso de acidentes; − Importância da manutenção da vida silvestre, ressaltando a ilegalidade da caça e pesca predatória e as penas previstas na lei de crimes ambientais; − Impactos decorrentes da geração e disposição incorreta de resíduos sólidos; − Conscientização sobre a necessidade de minimizar desmatamentos e proteger a vegetação natural; − Práticas ambientalmente corretas para a vida diária; − Outros temas que se mostrarem pertinentes conforme as demandas. • Educação Ambiental para Comunidades Tradicionais e Indígenas: − Características principais do projeto; − Tempo previsto para realização das obras; − Impactos ambientais do empreendimento e programas ambientais; − Orientação sobre substituição de práticas nocivas a saúde 294 − Práticas ambientalmente corretas para a vida diária; − Importância dos recursos naturais, sua conservação e uso sustentável; − Proteção das matas ciliares e demais formas de vegetação, buscando reduzir desmatamentos e evitar queimadas; − Importância da manutenção da vida silvestre para os ecossistemas e comunidades indígenas e tradicionais; − Diminuição do comércio e o consumo de produtos e subprodutos da fauna (peles, dentes e penas etc.) como artesanato e adereços dos indígenas; − Preservação de costumes tradicionais e indígenas; − Outros temas que se mostrarem pertinentes conforme as demandas. • Educação Ambiental no Trabalho: − Procedimentos de segurança e saúde no trabalho; − Controle de riscos e prevenção de acidentes; − Código de conduta dos trabalhadores; − Práticas ambientalmente corretas para a vida diária; − Riscos de incêndios, indicando quais as causas mais comuns dessas ocorrências, divulgando orientação sobre as providências a serem adotadas e necessidade de diminuição e substituição de práticas nocivas à saúde humana e ao meio ambiente; − Riscos de acidentes em geral e com cargas perigosas, seus impactos, medidas preventivas e orientação sobre procedimentos a serem tomados no caso de acidentes; − Importância da manutenção da vida silvestre, ressaltando a ilegalidade da caça e pesca predatória e as penas previstas na lei de crimes ambientais; 295 − Impactos decorrentes da geração e disposição incorreta de resíduos sólidos; − Outros temas que se mostrarem pertinentes durante a execução das obras. A seguir são descritos os métodos, procedimentos e diretrizes gerais a serem empregados para o desenvolvimento do PEA. Educação Ambiental na Escola e para População em Geral As atividades a serem realizadas nesta linha de ação compreendem: Diagnóstico sobre a educação ambiental nas escolas e comunidades do entorno O diagnóstico deverá ser feito por meio de visitas técnicas, reuniões, elaboração e aplicação de instrumento de pesquisa nas principais escolas dos municípios afetados pelo empreendimento, bem como em instituições públicas (secretarias de educação, de cultura, de meio ambiente) e organizações da sociedade civil. Com os dados obtidos, deverão ser avaliadas as demandas sobre os temas a serem abordadas, parcerias a serem realizada, verificação de locais e eventos para a realização de oficinas e distribuição de material de educação ambiental. Em cada estado deverão ser feitas campanhas de divulgação em ao menos duas escolas de ensino público médio e fundamental situadas em diferentes municípios, vindo a ser feita solicitação formal de execução do programa junto à secretaria de educação e à própria escola. Elaboração de material didático para o curso de atualização em educação ambiental para professores Nesta atividade deverá ser elaborado o material a ser empregado em cursos para os professores dos municípios que atuarão como parceiros nas atividades de educação ambiental. Esta atividade já deverá contar com a participação destes parceiros, criandose um grupo de trabalho junto com a equipe técnica do PEA; assim, deverão ser feitas reuniões para seleção e organização de conteúdos locais e regionais a serem utilizados. Posteriormente, deverá ser feita a editoração, impressão e/ou encadernação de materiais 296 e guia didático. Nesta atividade também já deverá ser elaborado o plano e programa de ensino para os professores. Curso de atualização em educação ambiental para professores Esta atividade compreende a divulgação do curso junto às comunidades escolares, o processo seletivo dos professores interessados, a divisão das turmas de professores para a capacitação, a escolha do espaço para realização do curso e, por fim, a realização das aulas de capacitação conforme previstas no plano e programa elaborados anteriormente. A participação e interação dos professores deverão ser incentivadas na consolidação das práticas em educação ambiental a serem repassadas posteriormente aos alunos das escolas, bem como ao público em geral. Oficinas sobre o tema “ações e projetos socioambientais” Para realizar esta atividade, deverão ser feitos contatos e/ou reuniões com as instituições parceiras (secretarias de educação, cultura e meio ambiente; organizações da sociedade civil; escolas) para promover e realizar oficinas integradas a eventos das comunidades escolares (ex.: feira do livro, semana de meio ambiente, etc.). Oficinas de educação ambiental para comunidades do entorno da rodovia Para esta atividade, deverá ser feita a definição, junto com as entidades parceiras, dos locais onde serão feitas ações de educação ambiental, voltadas para o público em geral, e os temas a serem abordados, elaborando-se um cronograma base; por fim, deverá ser feita a divulgação das oficinas junto às comunidades, sendo as oficinas realizadas conforme o planejado. Seminários de educação ambiental e segurança no trânsito para usuários da rodovia Paralelamente à atividade anterior, deverá ser feita a elaboração do plano e programação de palestras e/ou oficinas sobre educação ambiental, voltadas aos usuários da rodovia; deverão, então, serem definidos os locais e datas destes eventos, bem como a divulgação dos mesmos; por fim, deverão ser realizadas as palestras conforme previstos no programa. 297 Educação Ambiental para Comunidades Tradicionais e Indígenas As atividades a serem realizadas nesta linha de ação compreendem: Diagnóstico da educação ambiental nas escolas e comunidades Esta atividade deverá contar com a participação de professores e representantes destas comunidades; as informações deverão ser levantadas por meio de visitas técnicas, reuniões, elaboração e aplicação de instrumento de pesquisa. Com os dados obtidos, deverão ser avaliadas as demandas sobre os temas a serem abordados, verificação de locais para a realização de oficinas e distribuição de material de educação ambiental. Produção de material didático sobre temas a serem abordados na educação ambiental Nesta atividade deverá ser elaborado o material a ser empregado nas práticas de educação ambiental, servindo também para abastecer os professores indígenas e das comunidades tradicionais durante os cursos de atualização. Estes materiais deverão ser elaborados considerando os temas definidos como mais relevantes na atividade anterior. Deverá ser feita a editoração, impressão e/ou encadernação de materiais e guia didático. Também já deverá ser elaborado o plano e programa de ensino para os professores. Curso de atualização para professores indígenas e de comunidades tradicionais Esta atividade compreende a realização das aulas de capacitação conforme previstas no plano e programa elaborados anteriormente. A participação e interação dos professores deverão ser incentivadas na consolidação das práticas em educação ambiental a serem repassadas posteriormente aos alunos e demais membros das comunidades indígenas e tradicionais. Ao final do curso, deverá ser elaborado um cronograma com as datas e locais das oficinas a serem realizadas nas comunidades com a participação dos professores capacitados. Oficinas de educação ambiental nas aldeias e em comunidades tradicionais Esta atividade compreende a realização propriamente dita das oficinas e práticas em educação ambiental nas escolas e comunidades indígenas e tradicionais, nas quais os professores capacitados deverão participar como parceiros, visando à continuidade futura destas atividades. As oficinas deverão ser realizadas conforme plano e programa elaborado na atividade anterior. 298 Educação Ambiental no Trabalho As atividades a serem realizadas nesta linha de ação compreendem: Introdução de conteúdos sobre meio ambiente no treinamento admissional Esta atividade compreende em organizar materiais didáticos para práticas em educação ambiental voltada aos trabalhadores das construtoras; ministrar palestras e práticas em educação ambiental aos engenheiros, técnicos de segurança do trabalho, saúde ocupacional e meio ambiente, aos encarregados das frentes de trabalho e demais trabalhadores das Construtoras. Esta atividade deverá ser feita sempre que forem feitas contratações de recursos humanos. Estabelecimento do DDSSMA - Diálogo Diário de Segurança Saúde e Meio Ambiente como procedimento padrão Em parceria com o setor de segurança e saúde do trabalho das Construtoras, a equipe técnica do PEA deverá auxiliar na elaboração de conteúdos e materiais para realização de práticas rápidas e diárias sobre educação ambiental; estas práticas deverão ter caráter de reunião informal com os trabalhadores das frentes de obras para disseminar conteúdos de educação ambiental, reforçando constantemente os cuidados com o meio ambiente e a minimização dos impactos das obras. Nesta atividade, deverão ser contemplados os assuntos relacionados à mitigação dos impactos dos diversos programas ambientais do PBA. Portanto, deverá também ser feita articulação com as equipes dos demais programas. Campanhas de educação ambiental Além das práticas a serem realizadas na admissão dos funcionários, deverá ser feita periodicamente campanhas de educação ambiental durante o período de obras. Para tanto, deverá ser feita a organização de material impresso e/ou recursos audiovisuais sobre questões sociais e ambientais que surgirem como demandas ao longo da implantação da rodovia; a definição de cronograma e a realização de oficinas propriamente ditas. Deverá haver colaboração do setor de segurança e meio ambiente das Construtoras, bem como das equipes técnicas dos demais programas ambientais, no intuito de definir temas para estas práticas e auxiliar na divulgação. 299 Supervisão das Ações Previstas A supervisão das atividades previstas no programa, por parte da gestora ambiental, compreende a realização de inspeções, vistorias e registros, com o objetivo de avaliar o andamento do mesmo e a correções caso sejam detectadas atividades pendentes. ETAPAS DE EXECUÇÃO Na tabela a seguir consta a síntese das atividades a serem realizadas no programa. Tabela 87 - Atividades a serem executadas no Programa de Educação Ambiental Atividade Objetivos/forma de ação Etapa Competência Visitas técnicas, reuniões, elaboração e aplicação de instrumento de pesquisa, avaliação dos resultados. 1 mês antes do início das obras e 1º mês de obras DNIT, através de contratos específicos Elaboração de material didático para o curso de atualização em educação ambiental para professores Mobilização de agentes; criação de um grupo de trabalho; reuniões e oficinas; seleção e organização de conteúdos locais e regionais; editoração, impressão e encadernação de guia didático. 1º e 2º mês de obras DNIT, através de contratos específicos Curso de atualização em educação ambiental para professores Visitas e reuniões para divulgação do curso; processo seletivo; divisão das turmas; realização de aulas conforme previstas no plano e programa. 2º ao 6º mês de obras DNIT, poder público local, entidades da sociedade civil, comunidades escolares Oficinas sobre o tema “ações e projetos socioambientais” Contatos com instituições parceiras; promoção e realização de oficinas. A cada 4 meses de obras DNIT, através de contratos específicos Oficinas de educação ambiental para comunidades do entorno da rodovia Trabalho em escritório, contatos telefônicos e visitas para elaboração do plano e programa de ensino; divulgação das oficinas junto às comunidades; escolha dos espaços para realização das oficinas; oficinas conforme previstas no programa. A cada 4 meses de obras DNIT, através de contratos específicos; poder público local; entidades da sociedade civil Seminários de educação ambiental e segurança no trânsito para usuários da rodovia Trabalho em escritório e contatos telefônicos para elaboração do plano e programação dos seminários; divulgação junto às comunidades; escolha dos espaços e datas para realização dos seminários; seminários conforme previstos no programa 6º mês de obras DNIT, através de contratos específicos; poder público local; entidades da sociedade civil 1 mês antes do início das obras e 1º DNIT, através de contratos Educação Ambiental na Escola e para População em Geral Diagnóstico sobre a educação ambiental nas escolas e comunidades do entorno Educação Ambiental para Comunidades Tradicionais e Indígenas Diagnóstico da educação ambiental nas Visitas técnicas, reuniões, elaboração e aplicação de instrumento de pesquisa, 300 Atividade Objetivos/forma de ação Etapa Competência escolas e comunidades avaliação dos resultados. mês de obras específicos Produção de material didático sobre temas a serem abordados na educação ambiental Trabalho em escritório para editoração, impressão e/ou encadernação de materiais e guia didático; definição do plano e programa de ensino para os professores. 1º e 2º mês de obras Curso de atualização para professores indígenas Seminários para capacitação; distribuição de folhetos explicativos, cartazes; comunicação oral. 2º e 3º mês de obras DNIT, através de contratos específicos; representantes das comunidades indígenas e tradicionais Oficinas de educação ambiental nas escolas das aldeias Comunicação oral, práticas lúdicas em educação ambiental, folhetos explicativos e cartazes. A cada 4 meses de obras DNIT, através de contratos específicos; representantes das comunidades indígenas e tradicionais DNIT, através de contratos específicos Educação Ambiental no Trabalho Introdução de conteúdos sobre meio ambiente no treinamento admissional Trabalho em escritório para organizar conteúdos de meio ambiente no programa de treinamento admissional; palestras de educação ambiental aos trabalhadores das obras. 1º ao 8º mês de obras; e sempre que houver contratação DNIT, através de contratos específicos; Construtoras Estabelecer o DDSSMA - Diálogo Diário de Segurança Saúde e Meio Ambiente como procedimento padrão Trabalho em escritório para elaboração de conteúdos e materiais para o DDSSMA; palestras informais durante a jornada de trabalho. Durante todo o período de obras DNIT, através de contratos específicos; Construtoras; Gestora Ambiental Campanhas de educação ambiental Trabalho em escritório para organização de material impresso e/ou recursos audiovisuais; definição de cronograma das oficinas; divulgação e realização de oficinas Durante todo o período de obras DNIT, através de contratos específicos; Construtoras e Gestão Ambiental Inspecionar, registrar e avaliar a efetividade das ações executadas Durante todo o período de obras Gestão Ambiental Geral Supervisão ambiental das ações previstas INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS O PEA tem relações principalmente com os seguintes programas ambientais: 301 • Plano Ambiental para Construção, que auxiliará na conscientização dos trabalhadores em relação às questões ambientais especialmente no gerenciamento de resíduos e efluentes; • Programa Ambiental de Mitigação dos Impactos à Flora e à Fauna, que deverá auxiliar na visibilidade das ações de proteção a fauna e a flora; • Programa de Comunicação Social, que irá divulgar as ações do PEA e seus resultados e auxiliará na disseminação de boas práticas em meio ambiente; • Programa de Gestão Ambiental, que terá a função de gerenciar as atividades do PEA, além de emitir relatórios e avaliar a execução do programa. ATENDIMENTOS A REQUISITOS LEGAIS E/OU OUTROS REQUISITOS O PEA será realizado buscando atender à seguinte legislação: • Lei n° 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências; • Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, que dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências; e seu regulamento (Decreto n° 4.281, de 25 de junho de 2002); • Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que fixa as diretrizes e bases para educação nacional; • Resolução do Conselho Nacional de Educação nº 03, de 10 de novembro de 1999, que fixa diretrizes especiais para a educação escolar indígena, de acordo com o estipulado na Lei nº 9394/96; • Constituição Federal de 1988, artigo 231, que reconhece aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre suas terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens; 302 • Lei nº 6.001, de 19/12/1973, que dispõe sobre o Estatuto do Índio; • Organização Internacional do Trabalho, OIT, Convenção 169, sobre Povos Indígenas e Tribais, promulgada pelo Decreto nº 5.051, de 19 de abril de 2004, dispõe que deverão ser adotadas as medidas especiais que sejam necessárias para salvaguardar as pessoas, as instituições, os bens, as culturas e o meio ambiente dos povos indígenas; • Decreto nº 1.141, de 05 de maio de 1994 que dispõe sobre proteção ambiental, saúde e apoio às atividades produtivas para as comunidades indígenas; e suas alterações pelo Decreto 3.799, de 19 de abril 2001; • Decreto nº 26, de 04 de fevereiro de 1991, que dispõe sobre a educação indígena no Brasil; • Portaria Interministerial MJ e MEC nº 559, de 16 de abril de 1991, que dispõe sobe a Educação Escolar para as Populações Indígenas; • Instrução Normativa nº 02, de 21 de março de 2007, que estabelece normas sobre a participação da FUNAI no processo de licenciamento ambiental de empreendimentos ou atividades potencialmente causadoras de impacto no meio ambiente das Terras Indígenas, na cultura e povos indígenas. RECURSOS NECESSÁRIOS Os recursos necessários para a implantação do programa são apresentados na tabela a seguir. Tabela 88 - Recursos necessários para a implantação do Programa de Educação Ambiental Quantidade Participação Homens/Mês Mensal Nível ou Percentual Descrição Quantidade Meses Funcional Média (% em ou 30 dias) Quantidade SImples Função ou Numeração 1 2 3 (4) = (1*2*3) I – Custos Diretos A – Equipe Técnica Coordenador P0 1 50% 24 12 Valor Unitário (R$)/mês Valor Total (R$) 5 (6) = (4*5) 7415,84 88990,08 303 Descrição Educador Consultor Motorista Quantidade Participação Homens/Mês Nível Mensal ou Percentual Quantidade Meses Média (% em Funcional ou 30 dias) Quantidade SImples P1 2 100% 24 48 P4 2 100% 24 48 A2 2 100% 24 48 B – Encargos Sociais (88,04% de “A”) Valor Total (R$) 6715,45 3625,52 1200,00 322341,60 174024,96 57600,00 Sub-Total Item “A” 553966,56 88,04% C – Custos Administrativos (50% de “A”) Valor Unitário (R$)/mês 553966,56 487712,15 Sub-Total Item “B” 487712,15 50,00% 553966,56 276983,28 D – Viagens Aéreas 4 Sub-Total Item “C” 1650 Sub-Total Item “D” 276983,28 6600,00 6600,00 E – Despesas com Deslocamento 12 140,20 1682,39 Sub-Total Item “E” 3220 F – Veículos Sedan 2 100% 24 48 3378,33 Sub-Total Item “F” 162159,68 162159,68 G – Equipamentos Computador com Office Data show 2 2 100% 25% 24 18 48 9 300,00 1000,00 Sub-Total Item “G” 14400,00 9000,00 23400,00 H - Imóveis Aluguel de escritório Aluguel de escritório 1 1 24 1 1222,19 29332,56 1500,00 1500,00 Sub-Total Item “H” 30832,56 Total do Item “I” 1534336,60 II – Custos Indiretos Remuneração da Empresa Taxa de 12% sobre o total do item “I” 12% 1534336,60 184120,39 Sub-Total Item “H” 211894,354 I – Despesas Fiscais Taxa de 16,62% dos itens “I” e “II – H” 16,62% 1718456,99 285607,55 Total do Item “II” 469727,94 Custo Total de Execução do Programa 2004064,54 CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO O estabelecimento de um cronograma depende, fundamentalmente, do andamento das negociações, sendo avaliado como dois anos o período máximo para a execução do programa. A seguir, é apresentado um cronograma-base para o programa. O mesmo poderá ser readequado quando da definição de escolas e áreas a serem abrangidas. 304 Tabela 89 - Cronograma do Programa de Educação Ambiental MELHORIAS E DUPLICAÇÃO DA RODOVIA BR-101 – TRECHO SÃO MIGUEL DOS CAMPOS (AL) – ENTRONCAMENTO COM BR-324 (BA) PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Fase PréObras Etapas -1 Ano 1 1 2 3 4 5 6 7 Ano 2 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Educação Ambiental na Escola e para População em Geral Diagnóstico sobre a educação ambiental nas escolas e comunidades do entorno 1,5% Elaboração de material didático para o curso de atualização em educação ambiental para professores 3% 3% Curso de atualização em educação ambiental para professores 1% 1% 1% 1% 1% Oficinas sobre o tema “ações e projetos socioambientais” 1% 1% 1% 1% 1% 1% Oficinas de educação ambiental para comunidades do entorno da rodovia 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% Seminários de educação ambiental e segurança no trânsito para usuários da rodovia 1,5 Educação Ambiental para Comunidades Tradicionais e Indígenas Diagnóstico da educação ambiental nas escolas e comunidades 1% Produção de material didático sobre temas a serem abordados na educação ambiental Curso de atualização para professores indígenas Oficinas de educação ambiental nas escolas das aldeias 1% 3% 3% 2% 2% 1% 1% Educação Ambiental no Trabalho 305 MELHORIAS E DUPLICAÇÃO DA RODOVIA BR-101 – TRECHO SÃO MIGUEL DOS CAMPOS (AL) – ENTRONCAMENTO COM BR-324 (BA) PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Etapas Fase PréObras -1 Introdução de conteúdos sobre meio ambiente no treinamento admissional Ano 1 1 2 3 4 5 6 7 Ano 2 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% Estabelecer o DDSSMA - Diálogo Diário de Segurança Saúde e Meio Ambiente como procedimento padrão 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% Campanhas de educação ambiental 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% Geral Supervisão ambiental das ações previstas* * Preferencialmente integrado à equipe de supervisão ambiental 306 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO O DNIT consiste no empreendedor e responsável pela execução deste programa podendo, porém, contratar consultores para serviços especializados de avaliação, projeto, supervisão e apoio. A Gestora Ambiental deverá apresentar relatórios das atividades previstas e realizadas, a necessidade ou não de medidas corretivas e quais são estas medidas. Esses relatórios terão periodicidade semestral, sendo desenvolvidos no âmbito do Programa de Gestão Ambiental (PGA) e encaminhados ao órgão licenciador. RESPONSÁVEIS PELO PROGRAMA O DNIT será responsável pela execução e coordenação geral do programa, o qual poderá ser executado por consultoria especializada (contratada/conveniada). Na tabela a seguir constam as instituições envolvidas no PEA. Tabela 90 - Instituições envolvidas no Programa de Educação Ambiental Instituições DNIT Gestora Ambiental Construtoras Atribuições e Competências Implantar, gerenciar e supervisionar as atividades de educação ambiental do empreendimento. Apoiar, orientar e supervisionar as atividades de educação ambiental. Emitir relatórios e avaliar a execução das ações propostas. Encaminhamento de ações corretivas, quando necessário. Fornecer informações sobre o projeto e o andamento das obras; atuar como parceira para execução de atividades, conforme lhe for cabível. Prefeituras Municipais (Secretarias Municipais de Educação e Cultura, de Meio Ambiente) Atuar como parceira para a realização de atividades de educação ambiental no âmbito deste programa. FUNAI Atuar como parceira para a realização de atividades de educação ambiental no âmbito deste programa. Representantes das aldeias indígenas e das comunidades tradicionais Associações e organizações da sociedade civil Participar e atuarem como parceiro para a realização das atividades voltadas às suas comunidades. Atuar como parceira para a realização de atividades de educação ambiental no âmbito deste programa. 307 RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO DO PROGRAMA Técnico Formação Registro profissional CTF Anderson de Souza Geógrafo CREA-RS 146.163 1849536 Florencio Teodoro Rocha da Rosa Geógrafo CREA-RS 159.287 158738 RESPONSÁVEIS PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA Os responsáveis técnicos pela execução do programa serão definidos quando o programa for iniciado. A execução do PEA envolverá equipe técnica formada pelos profissionais listados na tabela a seguir, a serem contratados pelo empreendedor. A supervisão das atividades previstas será feita pela equipe de Gestão Ambiental, alocada no Programa de Gestão Ambiental. Tabela 91 - Relação dos profissionais necessários à execução do Programa de Educação Ambiental Função Formação Quantidade Coordenador Sociólogo, Pedagogo ou Biólogo, com experiência em 01 coordenação de programas de educação ambiental Educador Sociólogo, Pedagogo ou Biólogo, com experiência em 02 atividades de educação ambiental Consultores Educador indígena e antropólogo 02 Motorista Profissional de nível médio, com experiência na função 02 BIBLIOGRAFIA BELLIA, V.; PARENTE, A.; DIAS, R.R.; MENEZES, L.A.; DELORENCI, C.C.F. Introdução à Gestão Ambiental de Estradas. 1 ed. Rio de Janeiro: Fundação Ricardo Franco/Instituto Militar de Engenharia, 2005. 124 p. BELLIA, V; BIDONE, E.D. Rodovias, recursos naturais e meio ambiente. Niterói: EdUFF, 1993. DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Diretrizes Básicas para Elaboração de Estudos e Programas Ambientais Rodoviários: escopos básicos/instruções de serviço. Rio de Janeiro: IPR, 2006. 405p. 308 DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental EIA/RIMA das Obras de Adequação da Capacidade da BR-101 – AL/SE/BA. Rio de Janeiro: OIKOS, 2007. 268 pg. DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Plano Básico Ambiental das Obras de Adequação de Capacidade da BR-101 – AL/SE/BA. Rio de Janeiro: OIKOS, 2009. 277 pg. 309 4.12 - PROGRAMA DE PASSAGEM DE FAUNA JUSTIFICATIVA Vias de transporte afetam a fauna silvestre seja por impor perda de senso de direção e fragmentação de habitats, seja por interferir na mobilidade e dispersão desta. As rodovias causam impactos consideráveis no ambiente de uma forma geral, tanto nas fases de construção quanto de operação. Na fase de operação os atropelamentos são mais comuns devido ao tráfego mais intenso e freqüente. Para mitigar o problema de atropelamento da fauna vertebrada terrestre o Programa de Passagens de Fauna trata em específico das instalações e monitoramento de travessias para a fauna sob o leito da rodovia. Este Programa Ambiental se destina a orientar as ações que devem ser realizadas para proteger ou atenuar, do ponto de vista ambiental, os efeitos nocivos gerados pelas obras de adequação de capacidade da rodovia BR-101/Al/SE/BA sobre a fauna regional. Estes efeitos estão ligados, principalmente, à supressão da vegetação nativa existente na faixa de domínio, à fragmentação de habitats e ao estabelecimento de novas bordas nos remanescentes florestais cortados pela Rodovia, e à probabilidade de atropelamento de animais. Os remanescentes de vegetação arbórea existente ao longo do traçado da BR-101 sejam de grande importância para conservar o que restou de uma parcela importante da biodiversidade do país. As obras de adequação da capacidade da BR-101/AL/SE/BA afetarão estes remanescentes, incluindo a fauna a eles associada, de diversas maneiras. Entre os impactos previstos contam-se: • A maior fragmentação dos habitats; • A supressão de vegetação nativa nas faixas de domínio e nos remanescentes cortados pela Rodovia; • O estabelecimento de novas bordas como resultado do corte de vegetação nos remanescentes; • O alargamento da barreira oferecida pela Rodovia à fauna, aumentando a probabilidade de atropelamentos; 310 Frente a este problema deverá ser estabelecida uma série de medidas mitigadoras que visam minimizar aqueles impactos incluindo a construção de passagens para a fauna sob o leito da rodovia. OBJETIVO O objetivo deste Programa é estabelecer as características e as instalações mínimas a serem construídas para propiciar a passagem da fauna sob o leito da rodovia, permitindo o fluxo de indivíduos e de grupos de indivíduos minimizando o efeito barreira e o eventual atropelamento de animais. Como objetivos específicos têm-se: i. Definição de locais para passagem de fauna e dispositivos de proteção à fauna; ii. Identificação dos grupos faunísticos e espécies que utilizam as passagens; iii. Avaliação da eficiência das passagens como mecanismo de transposição da rodovia. METAS As metas, relacionadas aos objetivos específicos, são: i. Identificar áreas para passagens de fauna e os tipos de dispositivos a serem instalados; ii. Monitorar as passagens implantadas; iii. Avaliar os resultados do monitoramento e determinar medidas corretivas, se necessárias. INDICADORES Os indicadores de andamento do programa e dos objetivos propostos compreendem: i. Cumprimento das atividades propostas; 311 ii. Acompanhamento do cronograma previsto; iii. Número de passagens instaladas; iv. Número de campanhas de monitoramento realizadas; v. Número de registros em passagens de fauna; vi. Número de espécies que utilizam as passagens; vii. Número de passagens eficientes. PÚBLICO-ALVO O público-alvo deste programa engloba as empresas responsáveis pelas obras da rodovia (construtoras), que deverão implementar medidas de mitigação aos impactos gerados a fauna silvestre. METODOLOGIA E DESCRIÇÃO DO PROGRAMA Para o planejamento das passagens de fauna, considera-se como premissa que passagens amplas e naturalmente bem iluminadas representam ambientes menos hostis para a fauna, favorecendo sua utilização. Estruturas com dimensões maiores, com forma retangular ou trapezoidal, possibilitam a entrada de luminosidade natural e o estabelecimento de vegetação herbácea, além de permitirem certo grau de continuidade visual entre os ambientes adjacentes às duas entradas da passagem. As passagens devem ser implantadas nos trechos em que áreas de vegetação florestal nativa são cortadas pela BR-101. As passagens deverão sofrer manutenção regular a fim de assegurar sua desobstrução. Trabalhos técnicos em geral revelam que poucos animais de maior porte como carnívoros se dispõem a passar por um túnel de 1,5 m de diâmetro (dificilmente alguma ave), fazendo com que este PBA preveja exclusivamente passagens retangulares, em tudo semelhantes a bueiros celulares. A Construção de passagens para a fauna deve ser projetada de forma a deixar um vão livre ideal de 2 m de altura por um vão de 5 m de largura. As passagens deverão ter a 312 forma retangular ou quadrada, e atender ao dimensionamento previsto na tabela seguinte. Tabela 92 – Dimensões de passagens de fauna Altura (em metros) Largura (em metros) 1,5 2,0 2,0 5,0 2,5 3,0 3,0 3,0 Fonte: OIKOS/2008. Com a finalidade de impedir o acesso dos animais à rodovia e direcioná-los para o interior da estrutura de transposição, devem ser instaladas cercas com a extensão mínima de 100 metros em ambos os lados da entrada da passagem. A cerca também deve ser instalada junto à parte superior da passagem, estabelecendo continuidade entre as cercas instaladas nas porções laterais. Para cumprir adequadamente sua função, as cercas devem apresentar dimensões que evitem a transposição por cima ou por baixo (por escavação), sendo indicada a altura mínima de 2 metros e uma base de concreto enterrada de 30 cm de altura. Para evitar que animais de pequeno porte, como anfíbios e roedores, atravessem a tela, deve ser instalada uma cerca complementar junto ao chão, com 50 cm de altura e pequeno espaçamento entre os fios (aproximadamente 1 cm). Na cerca principal, o espaçamento entre os fios deve ser de aproximadamente 10 centímetros, também com o objetivo de evitar sua transposição, nesse caso por animais maiores. Definição dos pontos para instalação das passagens As passagens deverão ser projetadas e construídas aproximadamente nos pontos sugeridos no EIA e aprovados pelo IBAMA no Parecer Técnico Nº17/2008 COTRA/CGTMO/DILIC/IBAMA. Os pontos indicados para a implantação das passagens estão relacionados na Tabela 93. 313 Tabela 93- Pontos identificados na BR-101/AL/SE/BA de interesse para futuras instalações de passagem de fauna. Coordenada UTM (24L) No Ambientes (ambos os lados) X Y Alagoas 759722 1 Área úmida - capoeira/mata 8890638 Sergipe 2 697585 8790216 3 638156 8734633 Mata - mata Mata - mata Bahia 4 622941 8719963 5 621332 8714114 6 616424 8703214 7 577181 8669912 Mata - mata Mata - mata Mata - mata Mata - mata Fonte: IBAMA, Parecer Técnico Nº 17/2008-COTRA/CGTMO/DILIC e OIKOS, EIA/RIMA Vol. 2Tomo II, página 87 - BIO - BR-101/AL/SE/BA (tabela 2.9 – pontos identificados na BR-101 de interesse para futuras instalações de passagens de fauna). Além dos pontos supra mencionados, em ofício encaminhado pelo Ibama (Ofício n°400/2009-CGTMO/DILIC/IBAMA de 19 de novembro de 2009 - BR-101 Trecho divisa AL/SE - Estância/SE), consta em parecer técnico (n° 232/2009- COTRA/CGTMO/DILIC/IBAMA – item 2.6.12 - Programa de Passagens de Fauna), a necessidade de instalação de passagem de fauna adicional ou adequação de bueiro no local indicado na tabela a seguir: Tabela 94 – Ponto adicional para instalação de passagem de fauna ou adequação de bueiro conforme parecer técnico do IBAMA. Estado Quilometragem Estacas Sergipe entre o km 44 e o km 45 6250 a 6275 Ainda em atendimento às solicitações do parecer técnico n° 232/2009- COTRA/CGTMO/DILIC/IBAMA – item 2.6.12 - Programa de Passagens de Fauna, é solicitado que seja verificada a possibilidade de implantação de passagem aérea. Em resposta, informa-se a impossibilidade de tal implantação devido às condições dos fragmentos de vegetação nos locais mencionados, os quais não se encontram em bom estado de conservação. 314 Com relação aos corpos d’água, permanentes ou temporários (pântanos) a serem transpostos pela rodovia, a transposição deve respeitar os padrões naturais de drenagem de forma a não afetar suas variações sazonais de volume nem sua vegetação ciliar. Nesse sentido, as pontes devem incluir passagens secas em ambas as margens do curso d’água, com largura mínima de 3 m em cada margem. Assim como nas passagens associadas a bueiros, deve ser considerado o nível d’água mais alto na época das chuvas, visando a evitar a submersão da área seca. A ponte deve apresentar uma altura de 3 m em relação à passagem seca, com o intuito de permitir a entrada de luminosidade natural na passagem e diminuir o efeito amplificador de sons associado à ponte. As passagens secas não devem ser pavimentadas, para que seja possível o estabelecimento de espécies vegetais, favorecendo a utilização do local pela fauna. Estes critérios mencionados devem permitir a manutenção da fauna aquática original, bem como o fluxo de anfíbios, répteis e outros animais menores. Monitoramento das passagens de fauna O objetivo desta atividade é avaliar a eficiência das passagens como mecanismo de transposição da rodovia na medida em que esses vão sendo construídos, ao longo das obras de duplicação da rodovia. Além disso, as informações obtidas por meio do monitoramento serão utilizadas para avaliar as ações de proteção à fauna propostas inicialmente, possibilitando a realização de ajustes. A fim de cumprir os objetivos dessa etapa o monitoramento da fauna empregará metodologias padronizadas para cada grupo, sendo que a amostragem deve ser estratificada por ambiente e incluir as variações climáticas sazonais da região. A partir disso, será possível comparar os dados entre estações e entre ambientes. Dessa forma sugere-se para a execução deste programa, duas campanhas por estação (seca e chuva), ou seja, uma campanha de amostragem de pelo menos 10 dias a cada três meses, iniciando-se na fase de implantação e continuando nos dois primeiros anos de operação. Este monitoramento deverá ser concomitante ao monitoramento dos atropelamentos, por meio de campanhas trimestrais, sendo duas em cada estação. Dessa forma, será realizado um total de quatro campanhas anuais de no mínimo 10 dias cada uma. 315 As passagens a serem monitoradas deverão ser definidas aleatoriamente, por meio de sorteio, de acordo com do total de passagens instaladas, o que será definido na etapa de planejamento. Para verificar a suficiência amostral para representação da riqueza, deverão ser construídas curvas de espécies x unidade amostral durante as campanhas de monitoramento, readequando o esforço amostral caso necessário. O monitoramento das passagens de fauna será feito com instalação de dois tipos de armadilhas: 1) Armadilhas fotográficas, sendo para cada passagem de fauna a ser monitorada deverá ser alocada uma armadilha fotográfica, uma na entrada e outra na saída. O registro por meio de fotografias será acompanhado diariamente, observando-se o número de fotografias disparadas; 2) Armadilhas de pegadas – que consistirá em uma parcela/caixa de areia fina alisada e umedecida disposta na entrada da passagem de fauna, onde os animais irão transitar deixando suas pegadas impressas no substrato. As armadilhas de pegada deverão ser alocadas em número e tamanho suficiente para que interceptem transversalmente a largura total das passagens, de modo que qualquer animal que a atravesse, pise obrigatoriamente na armadilha. A inspeção de cada armadilha de pegada será feita diariamente durante a campanha de amostragem, no período matutino, sendo que, após os registros necessários, a areia será novamente alisada e umedecida com borrifador. Através dos dois métodos de armadilhagem citados será possível obter dados quantitativos da utilização das estruturas de passagem pelas diversas espécies presentes na área de influência. A partir dos dados, será obtida a freqüência relativa de utilização das passagens para cada espécie, através da fórmula apresentada anteriormente para os atropelamentos. A partir dos dados, será obtida a freqüência relativa de utilização das passagens para cada espécie, através da fórmula: Fri = ni/N onde Fri é a freqüência relativa da espécie i, ni é o número de registros de indivíduos da espécie i observados e N é o número total de registros de todas as espécies. 316 Os dados obtidos com o monitoramento das passagens deverão ainda ser relacionados com as características ambientais circundantes, sazonalidade e alterações causadas pelas obras da pavimentação da rodovia na ocasião de cada campanha de amostragem. Supervisão ambiental das ações previstas A supervisão das atividades previstas no programa, por parte da gestora ambiental, compreende a realização de inspeções, vistorias e registros, com o objetivo de avaliar o andamento do mesmo e as correções caso sejam detectadas atividades pendentes. ETAPAS DE EXECUÇÃO Na tabela a seguir consta a síntese das atividades a serem realizadas no programa. Tabela 95 - Atividades a serem executadas no Programa de Passagens de Fauna. Atividade Forma de ação Etapa Competência Definição dos pontos amostrais Definir o número de passagem a serem monitoradas conforme são construídos. Concomitantemente com a construção das passagens Gestão Ambiental Monitoramento das passagens de fauna Realização de campanhas de campo para monitorar a eficiência das passagens de fauna. Trimestralmente durante e após a execução das obras Gestão Ambiental Emissão de relatório Trabalho em escritório para elaboração de relatórios com resultados dos monitoramentos. Trimestralmente durante e após o período de obras. Gestão Ambiental Ações corretivas Definir as ações corretivas com relação à eficiência das passagens de fauna. Durante todo o monitoramento Gestão Ambiental Supervisão ambiental das ações previstas Acompanhamento e orientação na execução das atividades do programa e na observância às diretrizes propostas Todo o período de obras DNIT e Gestão Ambiental INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS O PPF tem relações com os seguintes programas ambientais: i. Programa Ambiental para a Construção, que estabelecerá procedimentos relativos ao controle de processos erosivos e gerenciamento de resíduos e efluentes, de fundamental importância para a fauna local. 317 ii. Programa de Levantamento, Mitigação e Monitoramento dos Atropelamentos da Fauna; iii. Programa Ambiental para Mitigação de Impactos à Fauna e Flora; iv. Programa de Monitoramento de Fauna que avaliará a composição e abundância de diferentes grupos faunístico ao longo da ADA. v. Programa Ambiental de Educação Ambiental; vi. Programa de Gestão Ambiental, que terá a função de gerenciar as atividades do PPF, além de emitir relatórios e avaliar a execução do programa. ATENDIMENTOS A REQUISITOS LEGAIS E/OU OUTROS REQUISITOS As atividades desse subprograma deverão atender as exigências estabelecidas na Instrução Normativa n° 146 do IBAMA, de 10 de janeiro de 2007. Esta instrução considera a necessidade de estabelecer critérios e padronizar os procedimentos relativos ao manejo de fauna no âmbito do licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades que causam impactos sobre a fauna silvestre, como definido pela Lei n° 6.938/81 e pelas Resoluções do CONAMA 001/86 e 237/97. Além de procedimentos específicos para execução do monitoramento, a instrução prevê a concessão de Autorização de Captura, Coleta e Transporte de Fauna Silvestre para a etapa de Monitoramento de Fauna. Será considerada também a Lei nº 5.197, de 03/01/1967, e alterações posteriores, que dispõe sobre a proteção à fauna. RECURSOS NECESSÁRIOS Tabela 96 - Custos previstos para a execução do programa. Descrição Quantidade Homens/Mês Participação ou Nível Mensal Quantidade Meses Percentual Média (% Funcional ou em 30 dias) Quantidade Simples Função ou Numeração -1 -2 -3 (4) = (1*2*3) I – Custos Diretos Valor Unitário (R$)/mês Valor Total (R$) -5 (6) = (4*5) A – Equipe Técnica 318 Descrição Coordenador Auxiliar Quantidade Homens/Mês Participação ou Nível Mensal Quantidade Meses Percentual Média (% Funcional ou em 30 dias) Quantidade Simples 1 100% 36 1 1 100% 36 1 Sub-Total Item “A” B – Encargos Sociais (88,04% de “A”) 88,04% Valor Unitário (R$)/mês 7721,28 2916,92 277966,08 105009,12 382975,2 382975,2 337171,366 Sub-Total Item “B” 337171,366 C – Custos Administrativos (50% de “A”) 50,00% 382975,2 Sub-Total Item “C” 36 230 Sub-Total Item “E” G– Equipamentos e Serviços GPS Máquina fotográfica 1 100% Sub-Total Item “F” 191487,6 191487,6 E – Despesas com Deslocamento F – Veículos Sedan Valor Total (R$) 8280 8280 36 3391,62 122098,32 122098,32 1 100% 1 1 220,09 220,09 1 100% 1 1 500 500 Sub-Total Item “G” Total do Item “I” II – Custos Indiretos 720,09 851244,976 Remuneração da Empresa Taxa de 12% sobre o total do item “I” 12% Sub-Total Item “H” I – Despesas Fiscais Taxa de 16,62% dos itens “I” e “II – H” 851244,98 102149,397 102149,397 16,62% Total do Item “II” Custo Total de Execução do Programa (36 meses) 953394,37 158454,145 158454,145 1111848,52 CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO O PPF será executado durante as etapas de instalação e operação do empreendimento conforme o cronograma a seguir. 319 Tabela 97 - Cronograma do Programa de Passagens de Fauna MELHORIAS E DUPLICAÇÃO DA RODOVIA BR-101 – TRECHO SÃO MIGUEL DOS CAMPOS (AL) – ENTRONCAMENTO COM BR-324 (BA) PROGRAMA DE PASSAGENS DE FAUNA Ano 1 Ano 2 Ano 3 (operação) Atividades 1 Definição dos pontos de amostragem; 2 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1% 1% 1% 1% 1%1% 1% 1%1% 1% 1%1% 1% 1%1% 1% 1% 1% 1% 1%1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1%1% 1% 1%1% 1% Monitoramento das passagens de 2,5% fauna. Emissão de relatório de monitoramento 3 2,5% 3% 2,5% 3% 2,5% 3% 2,5% 3% 2,5% 3% 2,5% 3% 2,5 % 2,5% 3% 3% 2,5% 3% 2,5% 3% 2,5% 3% 3% Ações corretivas* * Custos serão relativos às ações específicas a serem deflagradas. 320 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO O DNIT consiste no empreendedor e responsável pela execução deste programa podendo, porém, contratar consultores para serviços especializados de avaliação, projeto, supervisão e apoio. A Gestora Ambiental deverá apresentar relatórios das atividades previstas e realizadas, a necessidade ou não de medidas corretivas e quais são estas medidas. Esses relatórios terão periodicidade semestral, sendo desenvolvidos no âmbito do Programa de Gestão Ambiental (PGA) e encaminhados ao órgão licenciador. Porém, os relatórios semestrais terão como base os resultados de relatórios trimestrais emitidos a cada campanha para amostragem e monitoramento das passagens fauna. Os relatórios semestrais deverão ainda apresentar avaliações comparativas das campanhas e conclusões acerca do efeito das obras sobre os grupos faunísticos avaliados, apresentando informações em capítulos específicos sobre as espécies ameaçadas, caso sejam identificadas. Ao final do programa, deverá ser elaborado um relatório final relacionando todas as atividades, resultados e avaliações realizadas. O acompanhamento e avaliação do andamento deste programa será feito pela equipe de Supervisão Ambiental. RESPONSÁVEIS PELO PROGRAMA O DNIT será responsável pela execução e coordenação geral do programa, o qual poderá ser executado por consultoria especializada (contratada/conveniada). Na tabela a seguir constam as instituições envolvidas no PPF. Tabela 98 - Instituições envolvidas no Programa de Passagens de Fauna. Instituições Gestora Ambiental Construtoras DNIT IBAMA Atribuições e Competências Organizar e supervisionar as campanhas de monitoramento das passagens de fauna, elaborar relatórios para o DNIT e IBAMA. Apresentar cronograma de avanços das frentes de obra para organização das campanhas de monitoramento das passagens de fauna. Supervisionar a execução do programa; executar atividades que lhe forem cabíveis, contribuindo com todas as partes. Responsáveis pelo licenciamento e fiscalização ambiental; emitir autorizações para a coleta de material biológico e avaliar os produtos decorrentes deste programa. 321 RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO DO PROGRAMA Técnico Formação Registro profissional CTF Ingo Hubel Biólogo (Msc) CRBio 53.065-03 4264302 Luis Gustavo Serra Biólogo (Msc) CRBio 63.131-03 4805608 Fabiana Maraschin da Silva Bióloga (Dra.) CRBio 34.026-03 268489 Adriano Scherer Biólogo (Dr.) CRBio 28.569-03 326257 RESPONSÁVEIS PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA Os responsáveis técnicos pela execução do programa serão definidos quando o programa for iniciado. A execução do PPF envolverá a equipe de supervisão alocada no Programa de Gestão Ambiental e a contratação de serviços de monitoramento das passagens, o qual deverá ser feito pelo menos por um zoólogo e um auxiliar de campo, com emissão de relatórios técnicos. BIBLIOGRAFIA BELLIA, V.; BIDONE, E. D. Rodovias, recursos naturais e meio ambiente. Niterói: EdUFF; Brasília: DNER, 1993. BELLIA, Vitor Introdução à Gestão Ambiental de Estradas. Coleção Disseminar – IME-DNIT, 2005. BRASIL. DNIT/IPR. Manual para atividades ambientais rodoviárias. Rio de Janeiro, 2006. BRASIL. DNIT/IPR. Diretrizes básicas para elaboração de estudos e programas ambientais rodoviários: escopos básicos/instruções de serviço. Rio de Janeiro, 2006. OIKOS. EIA/RIMA das obras de adequação da capacidade da BR101 – AL/SE/BA. Rio de Janeiro, 2007. 322 4.13 - PROGRAMA LEVANTAMENTO, MITIGAÇÃO E MONITORAMENTO DOS ATROPELAMENTOS DA FAUNA JUSTIFICATIVA Vários estudos mostram que o tráfego e proximidade de estradas, principalmente em áreas mais povoadas, reduzem a densidade e probabilidade de sobrevivências de populações de anfíbios, répteis, aves e mamíferos, que vivem as margens de estradas (Fahrig et al., 1995; Trombulak & Frissell, 2000). O aumento do tráfego, ampliação dos limites de velocidade e a largura das estradas são fatores que influenciam nas taxas de atropelamento de animais. As colisões com fauna geralmente envolvem vertebrados que: • movimentam-se em sua área de vida ou migrando entre áreas; • são atraídos por grãos que caem de caminhões graneleiros; • buscam pequenos animais possíveis de serem predados e animais mortos; • usam as estradas para regular suas temperaturas corpóreas, especialmente répteis (ectotérmicos); Soma-se a isso a ocorrência de atropelamentos intencionais, com a finalidade exclusiva de abater os indivíduos que estão cruzando a rodovia. Espécies com maior mobilidade e que se deslocam por distâncias maiores são mais susceptíveis a mortalidade em estradas. Alguns dos fatores que levam os indivíduos a transitarem pela rodovia são: filhotes dispersando; machos jovens buscando um território próprio ou fêmeas; fêmeas prenhas e com filhotes; escassez de alimento e água. A literatura mostra que as áreas que mais registram atropelamentos são aqulas próximas da água (pântanos, córregos, lagos etc), sendo que os anfíbios são o grupo que mais 323 sofre com colisões, mesmo evitando as estradas (Fahrig et al., 1995; Carr & Fahrig, 2000). O presente programa, em caráter complementar ao Programa de Passagens de Fauna, pretende estabelecer uma série de ações visando relacionar, quantificar e monitorar os atropelamentos no leito da rodovia de modo a propor medidas adicionais que sejam úteis para reduzir este evento. OBJETIVO Este Programa Ambiental se destina a nortear as ações que devem ser realizadas para evitar ou mitigar os efeitos deletérios gerados pelo incremento de atropelamentos de espécimes da fauna a partir das obras de adequação de capacidade da rodovia BR101/AL/SE/BA. Como objetivos específicos têm-se: • Indicar estratégias para o monitoramento dos atropelamentos envolvendo exemplares da fauna; • Monitorar atropelamentos envolvendo exemplares da fauna; • Identificar pontos de maior incidência de atropelamentos e indicar locais para instalação de equipamentos e medidas preventivas adicionais, caso seja necessário. METAS As metas, relacionadas aos objetivos específicos, são: • Definir os pontos amostrais a serem diagnosticados e monitorados; • Definir os principais grupos faunísticos afetados; • Definir os principais pontos de atropelamento e as medidas preventivas. 324 INDICADORES Os indicadores de andamento do programa e dos objetivos propostos compreendem: iv. Número de campanhas realizadas e pontos diagnosticados; v. Número de animais atropelados e espécies afetadas pelos atropelamentos; vi. Número de pontos amostrais com alterações detectadas e relacionadas às obras e medidas preventivas adotadas. PÚBLICO-ALVO O público-alvo do PMAF compreende as empresas responsáveis pela pavimentação da rodovia (construtoras), que deverão implementar medidas de mitigação aos impactos sobre a fauna. METODOLOGIA E DESCRIÇÃO DO PROGRAMA A seguir são descritas as atividades, os métodos e diretrizes gerais a serem empregados para diagnóstico e monitoramento dos atropelamentos de fauna. Para atingir os objetivos propostos no presente programa é necessário inventariar os principais pontos de travessia da fauna, confirmando pontos já indicados no EIA-RIMA e reconhecendo novos; identificar que grupos ou espécies da fauna são mais implicados em atropelamentos. Além disso, é necessário planejar as melhores estratégias complementares para a mitigação dos impactos gerados pela duplicação da rodovia sobre a fauna, além das passagens de fauna já prescritas no Programa de Passagens de Fauna. Para a obtenção de dados, o monitoramento dos atropelamentos de fauna terá uma metodologia padronizada, sendo que a amostragem deve incluir as variações climáticas sazonais da região. A partir disso, será possível comparar os dados entre estações e entre ambientes de maior incidência de atropelamentos. 325 É necessária a execução de campanhas bimestrais que englobem um período de ao menos cinco a dez dias ao longo de cada bimestre, iniciando-se seis meses antes da fase de instalação da rodovia e continuando ao menos no primeiro ano de operação. Conforme inicialmente apresentado no PBA elaborado pela Oikos (2009), os grupos faunísticos foco do programa são mamíferos terrícolas, anfíbios paludícolas, répteis paludícolas, répteis terrícolas e aves vadeadoras. Com base na análise durante a execução do programa será possível definir metodologias complementares de mitigação, como instalação de sistemas redutores de velocidade, uso de telas de contenção, sinalização de alerta etc. Análise e Diagnóstico Preliminar dos Atropelamentos Envolvendo a BR-101 A metodologia para o monitoramento parte da avaliação do diagnóstico preliminar dos atropelamentos, realizados em campanhas de campo para coleta de dados que integram o EIA, bem como campanhas de campo realizadas para a própria elaboração do PBA. De acordo com o diagnóstico de atropelamentos de fauna para o trecho da BR-101 a ser licenciado em questão, durante o período de coleta de dados para o EIA e para o próprio PBA, os pesquisadores responsáveis pelo levantamento da herpetofauna, avifauna e mastofauna registraram baixa freqüência de ocorrência de atropelamentos de animais silvestres. É provável que a baixa freqüência de animais atropelados esteja relacionada ao grau de degradação das margens da rodovia. Os dados de levantamentos realizados ao longo da BR-101 no trecho em questão sugerem que os pontos mais críticos com referência à barreira física criada pela rodovia para o trânsito de animais vertebrados se localizam nos fragmentos florestais de maior porte, ou seja, que apresentam estágios sucessionais médios e avançados e que são segmentados pela rodovia. Os registros de atropelamento no trecho em questão relacionam principalmente relacionam apenas mamíferos característicos de ambientes florestais, como o graxaimdo-mato ou raposa (Cerdocyon thous), tabela a seguir. 326 Tabela 99 - Listagem georeferenciada dos espécimes atropelados. * - o atropelamento ocorreu em rodovia vicinal de acesso a BR-101. Legenda: Ambientes de registro do atropelamento: CAN – canaviais; CAP – capoeiras; MAT – matas; PAS – pastagens; MAA margem arborizada Coordenada UTM (24L) Espécie Ambiente X Y Alagoas 1 Cerdocyon thous (Raposa)* 828263 8915227 CAN 2 Procyon cancrivorus (Guará) PBA 813856 8905914 MAT/MAT 3 Cerdocyon thous (Raposa)* 813672 813672 CAN 807295 8904986 CAN 4 Didelphis aurita (Cassaco) PBA 5 Cerdocyon thous (Raposa)* 804698 8913119 PAS 6 Cerdocyon thous (Raposa) 795970 8904413 CAN 7 Cerdocyon thous (Raposa) 768035 8896626 PAS 8 Cerdocyon thous (Raposa) 761362 8892244 MAT/CAP 9 Cerdocyon thous (Raposa) 744659 8880881 MAT 10 Cerdocyon thous (Raposa) 742528 8880101 CAP/PAS Sergipe 11 Cerdocyon thous (Raposa) 728924 8853653 CAP/PAS 12 Procyon cancrivorus (Guará) 724775 8837322 CAN/MAT 722714 8834508 MAA/ PAS 13 Cerdocyon thous (Raposa) PBA 14 Cerdocyon thous (Raposa) 721235 8826161 PAS 15 Cerdocyon thous (Raposa) 707698 8810834 PAS/MAT 16 Cerdocyon thous (Raposa) 697522 8799782 MAT/PAS 17 Didelphis aurita (Cassaco)* 681446 8810997 MAT/MAT Bahia 18 Cerdocyon thous (Raposa)PBA 622941 8719963 MAT/MAT 19 Cerdocyon thous (Raposa) 609922 8687813 PAS/MAT 20 Cerdocyon thous (Raposa) 548141 8655828 MAA/PAS 577181 8669912 MAT/MAT 21 Cerdocyon thous (Raposa) PBA Fonte: OIKOS, EIA/RIMA Vol. 2 Tomo II, página 87 - BIO - BR-101/AL/SE/BA (tabela 2.2.5 – Listagem georeferenciada dos espécimes atropelados) e dados de campo para elaboração do PBA. 327 Figura 15 - Exemplar de raposa (Cerdocyon thous) atropelado em trecho onde rodovia segmenta um fragmento de mata na Bahia. Coordenadas UTM 622941 / 8719963 Definição dos Pontos de Monitoramento O monitoramento dos atropelamentos será feito inicialmente ao longo de todo o trecho com base na metodologia posteriormente descrita, porém com esforço maior nos pontos listados a seguir. Caso verificada a tendência de recorrência de casos em determinados trechos específicos, o monitoramento será direcionado para um maior detalhamento e esforço em tais locais. Tabela 100 - Pontos propostos para efetuação de maior esforço amostral Ponto Km Inicial Km final Coordenadas UTM Observação Alagoas 1 148 149 813500;8910000 Mata ciliar do rio Taquari 2 154 155 813500;8905000 Capoeiras no acesso à usina Sinimbu 3 174 175 794000/8903500 Capoeiras próximas ao rio Coruripe 4 185 186 784000/8905000 Capoeiras próximas ao riacho Cana 328 Ponto Km Inicial Km final Coordenadas UTM Observação Brava Sergipe 5 25 26 727500;8848500 Capoeiras em ambos os lados 6 33 33 725000;8842000 Capoeiras no acesso a Muribeca 7 42 43 722000;8833500 8 44 45 722000;8832500 Fragmento de floresta semidecídua 9 55 56 717500;8823500 Mata ciliar do rio Riachão e capoeiras 10 64 65 713000;8815000 Mata ciliar do rio Siriri e capoeiras 11 75 76 705500;8808500 12 83 85 704100;8801000 FLONA Iburá e Cotinguiba 13 98 99 698000;8790500 Cerrado em estágio inicial a médio 14 109 110 689500;8787000 Mata ciliar do rio Pindoba e capoeiras 15* 127 129 678000;8773500 Matas ciliares dos rios Japaratuba e Lagarto Capoeiras e manguezais no rio Sergipe Mata ciliar do rio dos Macacos e capoeiras Bahia 16 18 20 621000; 8712500 Fragmento de floresta ombrófila 17 23 24 620000;8708000 Mata ciliar do rio Itapicuru e capoeiras 329 Ponto Km Inicial Km final Coordenadas UTM Observação 18 43 45 610000;8691500 Mata ciliar do rio Tijuco e capoeiras 19 50 52 608000;8686500 Fragmento de floresta e carrasco 20 80 82 584000;8674500 Fragmento de floresta 21 152 153 530500;8640000 Mata ciliar do rio Pojuca e capoeiras * Extensão ampliada em relação ao programa anteriormente proposto Monitoramento dos Atropelamentos de Fauna O monitoramento dos atropelamentos de fauna visa a identificação da distribuição dos atropelamentos ao longo da rodovia e de pontos com maior incidência de tais impactos, avaliando também as características relacionadas à rodovia e ao seu entorno que possam influenciar sua ocorrência. A atividade de monitoramento deve ser realizada durante o período de ocorrência das obras de duplicação da rodovia e mantido durante os primeiros 12 meses de operação. Na fase de operação o monitoramento terá como objetivo analisar a eficácia das medidas instaladas no que tange ao impacto atropelamento de fauna durante o primeiro ano de operação da rodovia. Durante as campanhas de amostragem, a estrada deve ser percorrida com veículo se deslocando a velocidade baixa (mínimo de 20 km/h e máximo de 40 km/h), em busca de animais atropelados. Todos os indivíduos cujo estado indique atropelamento recente (inclusive superior a dois dias, desde que passíveis de identificação) devem ser identificados, fotografados, retirados da rodovia e colocados em local adequado para evitar a duplicidade de registros. A tomada do ponto de localização do indivíduo na rodovia deve ser feita com auxílio de aparelho de GPS. No caso de espécies sobre as quais recaia interesse científico especial, os indivíduos devem ser coletados e encaminhados para coleções científicas, dando-se prioridade àquelas que tenham atuação regional e estrutura apta a receber esse tipo de material. 330 Para tanto, essa instituição será definida quando da elaboração de projeto de monitoramento para solicitação de licença ao IBAMA. Para fins de análise estatística, o trecho a ser percorrido deverá ser subdividido em segmentos com quilometragem a ser definida em campo, conforme as peculiaridades observadas. Cada segmento funcionará como uma unidade amostral no registro de número de atropelamentos. Com essas unidades amostrais poderá ser verificada a variância nos dados de atropelamentos ao longo da estrada. Esses dados de atropelamento também deverão verificados quanto à relação com o número de passagens de fauna instalados em cada segmento. Assim, será possível verificar a existência de locais com maior incidência de atropelamentos, bem como a eficácia de passagens. Com os dados registrados, deverá ser calculada a freqüência relativa dos atropelamentos para cada espécie, através da fórmula: Fri = ni/N Onde: Fri é a freqüência relativa da espécie i, ni é o número de registros de indivíduos da espécie i atropelados e N é o número total de registros de todas as espécies. A freqüência relativa será empregada juntamente com dados do monitoramento das passagens de fauna para verificar a eficiência dos métodos de proteção a serem aplicados, permitindo ainda observar quais as espécies são mais afetadas, para as quais poderão ser propostas e/ou reavaliadas medidas mitigadoras. A partir dos dados levantados nesse monitoramento serão mapeadas novas áreas com maior suscetibilidade de atropelamentos da fauna. A análise dos grupos faunísticos selecionados durante o levantamento permitirá a seleção de metodologias complementares de mitigação, tais como instalação de redutores de velocidade, utilização de telas de contenção, implantação de sinalização de alerta, entre outras. 331 Mecanismos para Redução do Número de Atropelamentos e do Efeito Barreira Com o monitoramento a ser executado, novos pontos poderão ser reavaliados e consolidados, podendo ampliar o número de locais onde mecanismos para redução de atropelamentos possam ser instalados. A redução do número de atropelamentos de fauna pode ser atingida com base em um conjunto de medidas que envolvem o controle da velocidade de tráfego dos veículos, o aumento da permeabilidade da rodovia e ações educativas. Novas medidas que poderão ser adotadas são descritas de forma geral a seguir: Sinalização Placas de aviso de redução de velocidade devem ser colocadas a partir da distância de 500 metros antes do local onde serão instalados equipamentos para controle de velocidade. Placas de aviso de travessia de animais silvestres devem ser instaladas acompanhando a sinalização referente à redução de velocidade e em pelo menos mais dois pontos, até cerca de 100 metros após o trecho equipado com redutores. Placas educativas, informando sobre a importância da conservação da biodiversidade da região e sobre a legislação ambiental pertinente, devem ser instaladas nos trechos onde há também a indicação de travessia de fauna. Redutores de velocidade Para o controle da velocidade dos veículos em determinados trechos da rodovia, devem ser instalados redutores físicos de velocidade, os quais demonstram maior eficiência em comparação a outros mecanismos com a mesma finalidade, como controladores eletrônicos. O limite ideal de velocidade a ser adotado nesses trechos corresponde a 60 km/h, ou mesmo 40 km/h em trechos cuja situação é mais crítica, cabendo à equipe técnica responsável a decisão sobre a viabilidade dessas recomendações em cada local, o que deverá ser consolidado na etapa de planejamento e reuniões com empreendedor e empreiteiras. Estruturas do tipo tachão ou lombada são recomendáveis, devendo ser instaladas à menor distância possível dos pontos críticos, fazendo com que os veículos reduzam efetivamente sua velocidade nessas áreas. O posicionamento adequado do equipamento 332 de controle de velocidade, em relação ao local a ser protegido, é essencial para garantir a eficácia dessa medida. Sonorizadores não são indicados por aumentarem o nível de ruído no local, podendo causar o afugentamento ou a inibição da atividade de elementos da fauna sensíveis a esse tipo de perturbação. Passagens de fauna Passagens de fauna, já previstas no Programa de Passagens de Fauna, serão instaladas com a finalidade de aumentar a permeabilidade da rodovia para a fauna, reduzindo o número de atropelamentos e o efeito barreira. O Programa de Passagens de Fauna prevê a construção de monitoramento de passagens específicas para a fauna, as quais serão implantadas nos trechos da rodovia onde os registros de incidência de atropelamentos forem mais elevados e junto às áreas mais relevantes para conservação. A seguir são descritos outros tipos de passagem de fauna que por ventura poderão se recomendados para instalação na BR 101, de acordo com os resultados do monitoramento dos atropelamentos de fauna previstos no presente programa: • Passagens mistas Passagens associadas a bueiros: Nas estruturas mistas constituídas por bueiros devem ser instaladas passagens secas em ambos os lados do curso d’água, com largura mínima de 1 m em cada lado. O nível máximo atingido pela água na época das chuvas também deve ser considerado durante o planejamento, determinando a altura a ser adotada para a plataforma seca, com a finalidade de evitar a submersão da passagem. Essas estruturas devem apresentar uma altura mínima de 2 m em relação à plataforma da passagem seca, enquanto sua largura será determinada pela soma da área necessária à vazão da drenagem e da área ocupada pelas passagens secas. Passagens associadas a pontes: As pontes devem incluir passagens secas em ambas as margens do curso d’água, com largura mínima de 3 m em cada margem. Assim como nas passagens associadas a bueiros, deve ser considerado o nível d’água mais alto na época das chuvas, visando a evitar a submersão da área seca. A ponte deve apresentar uma altura de 3 m em relação à passagem seca, com o intuito de permitir a entrada de 333 luminosidade natural na passagem e diminuir o efeito amplificador de sons associado à ponte. As passagens secas não devem ser pavimentadas, para que seja possível o estabelecimento de espécies vegetais, favorecendo a utilização do local pela fauna. • Passagens suspensas Para favorecer os deslocamentos de animais primariamente arborícolas, como marsupiais e primatas, devem ser instaladas passagens suspensas nos trechos da rodovia que seccionam áreas de vegetação florestal bem conservada. Para isso, podem ser construídas passarelas artificiais com postes de madeira e travessas de cabo de aço, cordas ou até mesmo de madeira, ligando as plantas presentes. A efetividade das passagens de fauna será avaliada, conforme previsto no PBA elaborado pela Oikos (2009), através da instalação de armadilhas de pegadas nas entradas e saídas das mesmas, compreendendo trechos de solo argiloso ou arenoso, limpos, nivelados e com 1 m² de área, sendo feita verificação diária e registro das pegadas deixadas, fornecendo um indicador da identidade e número de animais que utilizam as passagens. Em adição, será, ainda, feita a implantação de armadilhas fotográficas nos mesmos trechos, permitindo identificar os animais que se aproximam das passagens, porém não necessariamente as utilizam. ETAPAS DE EXECUÇÃO Na tabela a seguir consta a síntese das atividades a serem realizadas no programa. Tabela 101 - Atividades a serem executadas no Programa de Levantamento, Mitigação e Monitoramento dos Atropelamentos de Fauna Atividade Definição dos pontos amostrais Levantamento e monitoramento dos atropelamentos Forma de ação Analisar material cartográfico em escritório para definição dos segmentos de amostragem; vistoria em campo para definição de pontos amostrais adicionais Realizar o levantamento e monitoramento dos atropelamentos de fauna ao longo da rodovia empregando maior esforço nos segmentos pré- Etapa Competência Antes do início das obras e 1º mês de obras Gestão Ambiental Trimestralmente durante e após a execução das obras Gestão Ambiental 334 Atividade Forma de ação Etapa Competência determinados. Emissão de relatório de monitoramento Trabalho em escritório para elaboração de relatórios com resultados das análises dos dados e interpretação dos mesmos, compondo os relatórios Trimestralmente durante e após a execução das obras Gestão Ambiental Ações corretivas e medidas de mitigação Definir as ações corretivas e novas medidas de mitigação dos atropelamentos de fauna. Todo o período de obras ou caso seja necessário. Gestão Ambiental Supervisão ambiental das ações previstas Acompanhamento e orientação na execução das atividades do programa e na observância às diretrizes propostas Todo o período de obras DNIT e Gestão Ambiental INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS O presente programa tem relações com os seguintes programas ambientais: • Programa Ambiental de Controle da Poluição e da Degradação Ambiental na Construção, que estabelecerá procedimentos relativos ao controle de processos erosivos e gerenciamento de resíduos e efluentes, de fundamental importância para a fauna local; • Programa de Supressão de Vegetação que deverá atenuar os efeitos adversos da atividade sobre os recursos naturais da Área de Influência Direta (AID) do empreendimento, diminuindo os impactos à fauna; • Programa de Passagens de Fauna; • Programa Ambiental para Mitigação de Impactos à Fauna e Flora; • Programa de Monitoramento de Fauna que avaliará a composição e abundância de diferentes grupos faunísitco ao longo da ADA. • Programa de Gestão Ambiental, que terá a função de gerenciar as atividades do programa, além de emitir relatórios e avaliar a execução do programa. 335 ATENDIMENTOS A REQUISITOS LEGAIS E/OU OUTROS REQUISITOS As atividades do programa deverão atender as exigências estabelecidas na Instrução Normativa n° 146 do IBAMA, de 10 de janeiro de 2007. Esta instrução considera a necessidade de estabelecer critérios e padronizar os procedimentos relativos ao manejo de fauna no âmbito do licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades que causam impactos sobre a fauna silvestre, como definido pela Lei n° 6.938/81 e pelas Resoluções do CONAMA 001/86 e 237/97. Além de procedimentos específicos para execução do monitoramento, a instrução prevê a concessão de Autorização de Captura, Coleta e Transporte de Fauna Silvestre para a etapa de Monitoramento de Fauna. Será considerada também a Lei nº 5.197, de 03/01/1967, e alterações posteriores, que dispõe sobre a proteção à fauna. RECURSOS NECESSÁRIOS Os custos relativos ao programa, durante a instalação do empreendimento, serão inseridos nos orçamentos anuais das obras, sendo, a seguir, apresentado o valor estimado para uma campanha, com base em valores médios de mercado do mês de novembro de 2009. Tabela 102 - Previsão de recursos necessários para a execução do programa Descrição Nível Funcional Quantidade Participação Mensal Média (% em 30 dias) Meses Quantidade Homens/Mês ou Percentual ou Quantidade Simples Valor Unitário (R$)/mês Valor Total (R$) (4) = (1*2*3) -5 (6) = (4*5) Função ou Numeração -1 -2 -3 I – Custos Diretos A – Equipe Técnica Coordenador 1 50% 21 1 7721,28 81073,44 Biólogo Senior 1 100% 21 1 6992,04 146832,84 Biólogo Junior 1 100% 21 1 5018,59 105390,39 Auxiliar 1 100% 21 1 2916,92 61255,32 Motorista 1 100% 21 1 772,13 16214,73 336 Descrição Nível Funcional Quantidade Participação Mensal Média (% em 30 dias) Meses Quantidade Homens/Mês ou Percentual ou Quantidade Simples Valor Unitário (R$)/mês Sub-Total Item “A” Valor Total (R$) 410766,72 B – Encargos Sociais (88,04% de “A”) 88,04% 410766,72 Sub-Total Item “B” 361639,02 361639,02 C – Custos Administrativos (50% de “A”) 50,00% 410766,72 Sub-Total Item “C” 205383,36 205383,36 D – Viagens Aéreas 12 2000 Sub-Total Item “D” 24000 24000 E – Despesas com Deslocamento 12 230 Sub-Total Item “E” 2760 2760 F – Veículos Sedan 1 100% 21 3391,62 Sub-Total Item “F” 71224,02 71224,02 G– Equipamentos e Serviços GPS 1 100% 1 1 220,09 220,09 Máquina fotográfica 1 100% 1 1 500 500 Sub-Total Item “G” 720,09 Total do Item “I” 1076493,21 II – Custos Indiretos Remuneração da Empresa 337 Descrição Nível Funcional Quantidade Participação Mensal Média (% em 30 dias) Meses Taxa de 12% sobre o total do item “I” Quantidade Homens/Mês ou Percentual ou Quantidade Simples Valor Unitário (R$)/mês Valor Total (R$) 12% 1076493,2 129179,185 Sub-Total Item “H” 129179,185 I – Despesas Fiscais Taxa de 16,62% dos itens “I” e “II – H” 16,62% 1205672,4 200382,752 Total do Item “II” 200382,752 Custo Total de Execução do Programa 1406055,15 CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO O PMAF será executado durante as etapas de instalação e operação do empreendimento conforme o cronograma a seguir. 338 Tabela 103- Cronograma do Programa Levantamento, Mitigação e Monitoramento dos Atropelamentos de Fauna MELHORIAS E DUPLICAÇÃO DA RODOVIA BR-101 – TRECHO SÃO MIGUEL DOS CAMPOS (AL) – ENTRONCAMENTO COM BR-324 (BA) PROGRAMA DE LEVANTAMENTO, MITIGAÇÃO E MONITORAMENTO DOS ATROPELAMENTOS DE FAUNA Fase Pré-Obras Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Atividades -6 -5 -4 -3 -2 -1 Definição dos pontos amostrais 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 5,5% Levantamento e monitoramento dos atropelamentos Emissão de relatório de monitoramento 4,5% 4,5% 4,5% 4,5% 4,5% 4,5% 4,5% 4,5% 4,5% 4,5% 4,5% 4,5% 4,5% 4,5% 4,5% 4,5% 4,5% 4,5% 4,5% 4,5% 4,5% Ações corretivas e medidas de mitigação 339 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO O DNIT consiste no empreendedor e responsável pela execução deste programa podendo, porém, contratar consultores para serviços especializados de avaliação, projeto, supervisão e apoio. A Gestora Ambiental deverá apresentar relatórios das atividades previstas e realizadas, a necessidade ou não de medidas corretivas e quais são estas medidas. Esses relatórios terão periodicidade semestral, sendo desenvolvidos no âmbito do Programa de Gestão Ambiental (PGA) e encaminhados ao órgão licenciador. Porém, os relatórios semestrais terão como base os resultados de relatórios trimestrais emitidos a cada campanha para amostragem e monitoramento dos atropelamentos da fauna. Os relatórios semestrais deverão ainda apresentar avaliações comparativas das campanhas e conclusões acerca do efeito das obras sobre os grupos faunísticos avaliados, apresentando informações em capítulos específicos sobre as espécies ameaçadas, caso sejam identificadas. Ao final do programa, deverá ser elaborado um relatório final relacionando todas as atividades, resultados e avaliações realizadas. O acompanhamento e avaliação do andamento deste programa serão feitos pela equipe de Supervisão Ambiental. RESPONSÁVEIS PELO PROGRAMA O DNIT será responsável pela execução e coordenação geral do programa, o qual poderá ser executado por consultoria especializada (contratada/conveniada). Na tabela a seguir constam as instituições envolvidas. Tabela 104 - Instituições envolvidas no Programa de Levantamento, Mitigação e Monitoramento dos Atropelamentos de Fauna Instituições Gestora Ambiental Construtoras DNIT IBAMA Atribuições e Competências Organizar e supervisionar as campanhas de monitoramento dos atropelamentos; elaborar relatórios para o DNIT e IBAMA. Apresentar cronograma de avanços das frentes de obra para organização dos monitoramentos. Supervisionar a execução do programa; executar atividades que lhe forem cabíveis, contribuindo com todas as partes. Responsáveis pelo licenciamento e fiscalização ambiental; emitir autorizações para a coleta de material biológico e avaliar os produtos decorrentes deste programa. 340 RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO DO PROGRAMA Técnico Formação Registro profissional CTF Ingo Hubel Biólogo (Msc) CRBio 53.065-03 4264302 Luis Gustavo Serra Biólogo (Msc) CRBio 63.131-03 4805608 Fabiana Maraschin da Silva Bióloga (Dra.) CRBio 34.026-03 268489 Adriano Scherer Biólogo (Dr.) CRBio 28.569-03 326257 RESPONSÁVEIS PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA Os responsáveis técnicos pela execução do programa serão definidos quando o programa for iniciado. A execução do PMAF envolverá a equipe de supervisão alocada no Programa de Gestão Ambiental e a contratação de serviços para monitoramento dos atropelamentos de fauna, com emissão de boletins e relatórios técnicos. BIBLIOGRAFIA CARR, L.W., FAHRIG, L., Effect of road traffic on two amphibian species of differing vagility. Conservation Biology 15, 1071–1078. 2001. FAHRIG et al. Effect os road traffic on anphibian density. Biological Conservation. 74: 177-182. 1995. TROMBULAK, S.C. & FRISSELL, C.A. Review of ecological effects of roads on terrestrial and aquatic communities. Conservation Biology. 14, 18–30. 2000. 341 4.14 - PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA FAUNA JUSTIFICATIVA O processo de fragmentação ocorre, principalmente, quando um habitat é subdividido por atividades humanas, causando muitas vezes um impacto negativo nas comunidades de animais e plantas, ao reduzir o tamanho das populações e aumentar a sua vulnerabilidade à extinção. A destruição e fragmentação de um ambiente natural, em geral, resultam na perda da biodiversidade, causando a instabilidade das populações, comunidades e ecossistemas, pois a vegetação é uma das características do meio mais importante para a manutenção dos animais. Intervenções nesse segmento do hábitat produzem efeitos diretos à fauna pela redução, aumento ou alteração de dois atributos chaves, que são o alimento e o abrigo. Obras rodoviárias consistem em mecanismos de fragmentação, removendo a cobertura vegetal original, gerando efeito de borda e alterando a função e a estrutura da paisagem. Este tipo de modificação acarreta em impactos à fauna de vertebrados em processos de deslocamento para superar rodovias, como barreira artificial, fato que acaba elevando o índice de mortalidade (Peña e Drummond, 1999). O atropelamento de animais é um problema pouco ressaltado entre as questões que envolvem a ameaça das espécies da fauna brasileira. Com o constante aumento da malha viária e do fluxo de veículos no país este é um impacto que deve ser considerado. Segundo Vieira (1996) o número de animais mortos em rodovias brasileiras a cada ano pode ser bastante relevante. Esse problema geralmente é agravado em rodovias com grande fluxo de automóveis e que cruzam áreas potencialmente ricas em componentes faunísticos. Muitas espécies utilizam as estradas em seus deslocamentos diários, estando sujeitas a serem mortas por veículos motorizados (Vieira, 1996). O efeito barreira interrompe processos ecológicos, como a dispersão e a migração, alterando a mobilidade da fauna e impedindo o fluxo gênico entre populações separadas pela rodovia. Esse efeito pode conduzir ao surgimento de metapopulações pela divisão de populações originalmente contínuas em outras menores e parcialmente isoladas, às quais está associada uma maior probabilidade de extinção. 342 Durante a fase de operação, os atropelamentos correspondem a um dos impactos mais significativos causados pelas rodovias, representando a principal causa de mortalidade de vertebrados terrestres. As taxas de atropelamento, em alguns casos, podem ser elevadas em relação ao tamanho das populações das espécies vitimadas, afetando a densidade populacional e ultrapassando causas naturais de mortalidade, como predação e doenças. Este Programa Ambiental se destina a orientar as ações que devem ser realizadas para o monitoramento dos efeitos negativos gerados pela execução das obras de melhoria e duplicação da BR-101 sobre grupos selecionados da fauna nativa. Estes efeitos estão ligados, principalmente, à supressão da vegetação nativa existente na faixa de domínio, à fragmentação de habitats e ao estabelecimento de novas bordas nos remanescentes florestais cortados pela rodovia. OBJETIVO O Programa Ambiental para Monitoramento da Fauna tem como objetivo geral o monitoramento das comunidades faunísticas ao longo da rodovia e áreas afetadas, identificando possíveis causas e origens de alterações nas comunidades que possam estar relacionadas com a implantação do empreendimento. Como objetivos específicos têm-se: • Diagnosticar os pontos de maior relevância para conservação da fauna de vertebrados silvestres; • Monitorar a fauna de vertebrados durante e após a fase de implantação do empreendimento, de forma a obter dados de composição e abundância dos grupos de estudo na ADA. METAS As metas, relacionadas aos objetivos específicos, são: • Definir os pontos amostrais a serem diagnosticados e monitorados; 343 • Definir o estado de conservação das populações dos diferentes grupos faunísticos estudados. INDICADORES Os indicadores de andamento do programa e dos objetivos propostos compreendem: • Número de campanhas realizadas e pontos amostrais monitorados; • Número de pontos amostrais com alterações detectadas e relacionadas às obras. PÚBLICO-ALVO O público-alvo deste programa engloba as empresas responsáveis pelas obras da rodovia (construtoras), que deverão implementar medidas de mitigação aos impactos gerados a fauna silvestre. METODOLOGIA E DESCRIÇÃO DO PROGRAMA A seguir são descritas as atividades, os métodos e diretrizes gerais a serem empregados para diagnóstico e monitoramento da fauna de vertebrados silvestres ao longo da ADA da BR 101 – Trecho BA, SE e AL. Monitoramento da Fauna O programa almeja identificar alterações na composição das comunidades animais, seja pela exclusão de alguma espécie ou pela introdução ou favorecimento de outras que sejam melhor adaptadas às alterações provocadas pela duplicação da rodovia (fauna bio-indicadora). Deve ser dada atenção especial aos registros das espécies citadas como ameaçadas de extinção, evidenciando a categoria de ameaça e a lista na qual determinada espécie é citada. Na tabela abaixo estão representadas as espécies ameaçadas citadas no EIA/RIMA como ocorrentes na Área Diretamente Afetada (ADA) ou Área de Influencia Direta (AID), evidenciando grupo faunístico, espécies, categoria de ameaça (MMA, 2003) e o método de amostragem utilizado. 344 Tabela 105 – Espécies de vertebrados ameaçados de extinção com registro para a ADA ou AII, citados no EIA/RIMA. LEGENDA: Métodos de amostragem: en= entrevista; ob = observação do pesquisador (fezes, pegadas, tocas ou avistamentos); sec = registro secundário.Categoria de ameaça (IBAMA 2003) Grupo faunístico Mamíferos Aves Espécies ameaçadas Categoria de ameaça Método de amostragem MyrmecophagaTridactyla (tamanduá-bandeira) Callicebus Barbarabrownie (guigó) Callicebus coimbrai (guigó) Chrysoccyon Brachyurus (lobo-guará) Leopardus tigrinus (gato-do-mato) Leopardus pardalis (onça) Penelope superciliaris alagoensis (Jacu-de-Alagoas) Amazona rhodocorytha (papagaio-chauá) Momotus momota marcgraviana (Udu-de-coroa-azul-do-nordeste) Dendrocincla fuliginosa taunay (Arapaçu-pardo-do-nordeste) Thamnophilus aethiops distans (Choca-lisa-do-nordeste) Herpsilochmus pileatus (Chorozinho-da-Bahia) Herpsilochmus pectoralis (Chorozinho-de-papo-preto) Cercomacra laeta sabinoi (Chororó-didi) Pyriglena leuconota pernambucensis (Papa-taoca) Pyriglena atra (Olho-de-fogo-rendado) Myrmeciza ruficauda sóror (Formigueiro-de-cauda-ruiva) Conopophaga melanops nigrifrons (Chupa-dente-de-máscara) Platyrinchus mystaceus niveigularis (Patinho-do-nordeste) Caryothraustes canadensis frontalis (Furriel-do-nordeste) Vulnerável en Criticamente em perigo en Criticamente em perigo en Vulnerável en Vulnerável - Vulnerável en Em perigo ob, sec Em perigo ob Em perigo ob Em perigo ob Em perigo ob Vulnerável ob Vulnerável ob Vulnerável ob Vulnerável ob Em perigo ob Em perigo ob Vulnerável ob Vulnerável ob Vulnerável ob Fonte: dados retirados de OIKOS. EIA/RIMA das obras de adequação da capacidade da BR101 – AL/SE/BA..Rio de Janeiro, 2007 A fim de cumprir os objetivos dessa etapa o monitoramento da fauna empregará metodologias padronizadas para cada grupo, sendo que a amostragem deve ser 345 estratificada por ambiente e incluir as variações climáticas sazonais da região sendo que, a partir disso, será possível comparar os dados entre estações e entre ambientes. Dessa forma, sugere-se para a execução deste programa a adoção de duas campanhas por estação (seca e chuva), ou seja, uma campanha de amostragem de pelo menos 10 dias a cada três meses, iniciando-se na fase de implantação e continuando nos dois primeiros anos de operação. No caso de espécies sobre as quais recaia interesse científico especial, os indivíduos devem ser coletados e encaminhados para coleções científicas, dando-se prioridade àquelas que tenham atuação regional e estrutura apta a receber esse tipo de material. É proposto, neste contexto, que se faça contato direto com as Universidades Federais dos estados da Bahia, Sergipe e Alagoas verificando o interesse de recebimento dos exemplares nos respectivos laboratórios de Zoologia. Caso não haja interesse por parte das referidas instituições ou as mesmas não disponham de estrutura passível de acolhimento dos exemplares, deverá ser verificada a possibilidade de encaminhamento para outros institutos de pesquisa a serem definidos. Em casos extremos, observada a inviabilidade de recebimento dos exemplares por parte de todas as instituições locais contatadas, deverá ser feita consulta a universidades e centros de pesquisa existentes em outros estados. A seguir são relacionados os grupos da fauna a serem monitorados bem como os métodos a serem empregados no monitoramento dos mesmos: Ictiofauna O levantamento de dados brutos para monitoramento da fauna de peixes deve ser realizado através de coletas com emprego de diferentes artes de pesca, além de entrevistas com moradores locais. Também deverá ser levantada a bibliografia sobre os peixes da região, complementando assim as informações sobre a comunidade de peixes. Para o monitoramento dos peixes devem ser utilizadas as seguintes técnicas de coleta: • Rede de arrasto de malha fina (malha 3,0 mm) 2X6 m; • Puçás retangulares com 40 X 80 cm (com malha 0,2 mm para coleta de peixes, alevinos e ovos); • Tarrafas; 346 • Linha e anzol. A rede de arrasto deve ser utilizada nas margens dos riachos e córregos, e em locais com vegetação marginal abundante, local tipicamente utilizado por peixes em busca de abrigo. Os puçás devem ser utilizados para amostrar os córregos e riachos de pequeno porte. As tarrafas devem ser utilizadas no canal dos cursos d’água. Todos os exemplares coletados devem ser imediatamente fixados em formol comercial tamponado e diluído para 10%, acondicionados em sacos plásticos, devidamente etiquetados e mantidos separados por pontos de coleta. Posteriormente os peixes devem ser triados e identificados até o mais baixo nível taxonômico possível. Os peixes coletados devem ter um exemplar de cada espécie fotografado e posteriormente depositadas em coleção científica. Além das coletas na região diretamente afetada pelo empreendimento devem ser utilizadas como fontes de dados entrevistas e dados secundários. Com a finalidade de se obter dados comparativos ao diagnóstico da ictiofauna do EIA/RIMA para o empreendimento em questão, deverá se manter as mesmas estações de amostragem realizadas, sendo estas: Travessia 04 (CAF 2005110101) Rio Coruripe, nos arredores da ponte sobre a BR-101. Alagoas, município de Teotônio Vilela. Província Zoogeográfica dos rios costeiros do Nordeste. Travessia 07 (CAF 2005110102) Rio Perucaba, afluente da margem esquerda do rio São Francisco, junto à ponte sobre a BR 101. Alagoas, município de São Sebastião. Província Zoogeográfica do rio São Francisco. Travessia 23 (CAF 2005110202) Rio Lagartixo, afluente do rio Japaratuba, junto à ponte sobre a BR-101. Sergipe, município de Japaratuba. Província Zoogeográfica dos rios costeiros do Leste. 347 Travessia 28 (CAF 2005110202) Riacho afluente do rio Siriri, afluente do rio Japaratuba, junto à ponte sobre a BR-101. Sergipe, município de Rosário do Catete. Província Zoogeográfica dos rios costeiros do Leste. Travessia 30 (CAF 2005110203) Rio Siriri, afluente do rio Japaratuba. junto à ponte sobre a BR-101. Sergipe, município de Rosário do Catete. Província Zoogeográfica dos rios costeiros do Leste. Travessia 36a (CAF 2005110301) Rio Pitanga, afluente do estuário do rio Vaza-barris, 1,6 km à jusante da ponte na BR101. Dentro do bairro Recantos dos Passarinhos,acessado através da estrada para São Cristóvão. Sergipe, município de São Cristóvão. Província Zoogeográfica dos rios costeiros do Leste. Travessia 36b (CAF 2005110302) Brejo pequeno ao lado do rio Pitanga, afluente do estuário do rio Vaza-barris, à montante da ponte na BR-101. Sergipe, município de São Cristóvão. Província Zoogeográfica dos rios costeiros do Leste. Travessia 39 (CAF 2005110303) Rio Vaza-Barris, região sob influencia de marés, junto à ponte na BR101. Sergipe, município de Itaporanga d’Ajuda. Província Zoogeográfica dos rios costeiros do Leste. Travessia 41 (CAF 2005110304) Rio Tejupeba, afluente do rio Vaza-Barris, junto à ponte na BR-101. Sergipe, município de Itaporanga d’Ajuda. Província Zoogeográfica dos rios costeiros do Leste. Travessia 45 (CAF 2005110305) Riacho do Macaco, afluente do Rio Fundo, afluente do sistema estuarino do rio Real. Sergipe, município de Estância. Província Zoogeográfica dos rios costeiros do Leste. Travessia 47 (AMZ 2005112002) Rio Piauitinga, afluente do rio Piauí (Travessia 47), dentro da área urbana de Estância, Sergipe, município de Estância. Província Zoogeográfica dos rios costeiros do Leste. (O rio Piauitinga é paralelo à BR-101 próximo à sua foz no Rio Piauí, à montante da BR-101) 348 Travessia 53a (CAF 2005110306) Rio Real, junto à ponte na BR-101. Sergipe, município de Estância. Província Zoogeográfica dos rios costeiros do Leste. Travessia 53b (AMZ 2005111805) Rio Real, a montante da ponte na rodovia BA-099 (Linha-Verde), divisa Sergipe/Bahia, município de Jandaíra. Província Zoogeográfica dos rios costeiros do Leste. Travessia 58a (CAF 2005110401) Rio Itariri, junto à BR-101. Bahia, município de Esplanada. Província Zoogeográfica dos rios costeiros do Leste. Travessia 58b (AMZ 2005112102) Rio Itariri, logo a montante da ponte na rodovia BA-099 (Linha-Verde). Bahia, município de Conde. Província Zoogeográfica dos rios costeiros do Leste. Travessia 61 (CAF 2005110402) Rio da Jibóia, afluente do rio Inhambupe, junto à ponte na BR-101. Bahia, município de Esplanada. Província Zoogeográfica dos rios costeiros do Leste. Travessia 63 (CAF 2005110403) Rio Inhambupe, junto à BR-101. Bahia, município de Entre Rios. Província Zoogeográfica dos rios costeiros do Leste. Travessia 64 (CAF 2005110404) Rio Subaúma, afluente da margem direita do Rio Inhambupe, junto à BR-101. Bahia, município de Entre Rios. Província Zoogeográfica dos rios costeiros do Leste. Travessia 65 (CAF 2005110405) Rio Sauípe, afluente da margem direita do Rio Subaúma, afluente do Rio Inhambupe. Bahia, município de Entre Rios. Província Zoogeográfica dos rios costeiros do Leste. Travessia 67a (CAF 2005110406) Rio Catu, afluente do rio Pojuca, junto à ponte na BR-101. Bahia, Alagoinhas. Província Zoogeográfica dos rios costeiros do Leste. 349 Travessia 67b (CAF 2005110504) Lagoa da Pedra de Baixo, junto à BR-110, Rio da Pedra, afluente da margem direita do rio Catu, afluente do Rio Pojuca. Bahia, município de Catu. Província Zoogeográfica dos rios costeiros do Leste. Travessia 70 (CAF 2005110503) Rio Vermelho, afluente do rio Pojuca, cerca de 500 m à montante da ponte na BR-101. Bahia, Teodoro Sampaio. Província Zoogeográfica dos rios costeiros do Leste. Travessia 72 (CAF 2005110502) Rio Ingazeira, afluente do Rio Pojuca, junto à ponte na BR-101. Bahia, município de Teodoro Sampaio. Província Zoogeográfica dos rios costeiros do Leste. Travessia 73 (CAF 2005110501) Rio Pojuca, junto à ponte na BR-101. Bahia, município de Coração de Maria. Província Zoogeográfica dos rios costeiros do Leste. HERPETOFAUNA O levantamento da fauna de répteis e anfíbios será realizado com base em métodos diretos, sendo as amostragens efetuadas preferencialmente durante as primeiras horas da noite, considerando que a maioria das espécies de anuros apresenta atividade de vocalização concentrada nesse período. No período da manhã devem-se procurar répteis que forrageiam, preferencialmente, nesse período. Os métodos utilizados podem ser: O método do censo por encontros visuais (visual encounter survey) que consiste na realização de uma busca ativa nos micro-ambientes potencialmente ocupados pelos anfíbios e répteis, registrando-se todos os indivíduos avistados, durante um determinado período; O método das transecções auditivas (audio strip transect) que se baseia no registro das espécies em atividade de vocalização ao longo de um trecho pré-definido. A identificação das espécies será realizada com base na observação direta dos animais e nas vocalizações emitidas pelos machos. 350 AVIFAUNA A avifauna florestal é o grupo com maior número de táxons endêmicos e considerados ameaçados, e estudos realizados em outros ecossistemas (incluindo a Mata Atlântica do sudeste brasileiro) têm mostrado que aves de sub-bosque são bastante vulneráveis à fragmentação de habitats. Estradas vicinais ou de serviço serão percorridas ou trilhas em meio a trechos de remanescentes de vegetação natural, parando-se a intervalos regulares para o registro do número de indivíduos e espécies de aves presentes. Estes registros devem basear-se em observações visuais, feitas com auxílio de binóculos e documentadas, quando possível, fotograficamente, e na identificação de vocalizações, registradas com um gravador digital Marantz PMD660 ou MD Sony MZ – NH900 equipado com microfone Sennheiser ME66 previamente calibrado para trabalhos dessa natureza. As transecções serão realizadas, sobretudo, durante a madrugada-manhã e ao final da tarde, evitando-se os períodos de calor mais intenso, quando a atividade das aves diminui consideravelmente. MASTOFAUNA A amostragem da mastofauna incluirá métodos diretos (visualização e captura) e indiretos (observação de pegadas, fezes e outros vestígios) direcionadas aos mamíferos não-voadores de pequeno, médio e grande porte. Serão empregados três métodos distintos conforme descrito a seguir. • Transecções para registro direto ou indireto de espécies: Consiste em uma busca ao acaso para registro da ocorrência de espécies de mamíferos, tanto pela observação do animal vivo quanto de vestígios que evidenciem a presença destes. Como vestígio, entenda-se qualquer marca, traço, indício, sinal que localize ou permita deduzir que um fato ocorreu ou quem dele participou, podendo ser marcas na vegetação, pegadas, restos de alimento, pêlos, fezes, vocalizações e todo tipo de prova que possa identificar a ocorrência de uma determinada espécie. 351 Os transectos deverão abranger as diferentes fisionomias vegetais ao longo da rodovia, mantendo-se uma proporcionalidade de esforço/horas nos diferentes ambientes amostrados. Deslocamentos na BR-101, estradas secundárias, corredores de vegetação de galeria e em áreas abertas de Cerrado também serão realizados. Os transectos serão realizados a pé, dependendo das possibilidades locais, de forma aleatória, ou seja, não direcionada a uma espécie em particular. Nos transectos noturnos, principalmente, buscar-se-á visualizar os espécimes de felinos, visto que esses animais em geral são mais ativos à noite, e freqüentemente utilizam as estradas principais ou vicinais para deslocamento. À noite, serão utilizados lanternas ou faroletes potentes para visualização dos animais à distância, visto que a aproximação os espanta. Os mamíferos ou vestígios visualizados serão fotografados, moldados em gesso (no caso de pegadas) quando possível ou coletados para análise posterior (no caso de fezes ou frutos mordidos). • Armadilhas para mamíferos de pequeno porte: Serão utilizadas no mínimo armadilhas de captura, modelo Tomahawk (gaiolas com paredes gradeadas) ou Sherman (dobráveis). As armadilhas serão distribuídas nas diferentes fitofisionomias florestais da ADA, buscando–se otimizar a captura de marsupiais e roedores. As armadilhas serão armadas à noite e iscadas com frutas, milho e mistura de fubá com pasta de amendoim e sardinha. Ao as amanhecer, armadilhas serão revisadas e os animais capturados serão identificados e terão seus dados biométricos registrados. Somente quando necessário para a identificação, serão coletados alguns espécimes, devendo os mesmos ser fixados com formol, acondicionados em recipientes plásticos e destinados para a instituição científica previamente selecionada para tombamento em coleção. • Armadilhas fotográficas: Serão utilizadas armadilhas fotográficas, a serem instaladas em diferentes ambientes, priorizando os locais com evidências de movimentação de animais, como corpos d’água, carreiros naturais, estradas secundárias com marcas de pegadas de mamíferos e possíveis locais de passagem pela rodovia. Ao longo do período de amostragem, durante 352 vinte e quatro horas por dia, as armadilhas irão monitorar os locais aonde forem dispostas. O disparo de fotografias deverá ser conferido diariamente. Quando forem verificados dois dias seguidos sem disparos ou após muitas capturas fotográficas, as armadilhas serão reposicionadas em outros locais. Assim, o rodízio das armadilhas proporcionará a ampliação da área monitorada. Com os dados obtidos por meio das diferentes metodologias, deverão ser produzidas listas das espécies e verificada a freqüência de ocorrência das espécies nos registros. Também deverá ser produzido um mapa com os registros das espécies, buscado relacionar a distribuição das mesmas com os dados de atropelamentos e uso de passagens de fauna. Definição dos Pontos Amostrais Alguns fragmentos considerados de importância para a conservação são diretamente afetados pela BR-101/AL/SE/BA, que os atravessa. Dessa forma os impactos da duplicação sobre a fauna deverão ser avaliados em locais prioritários, citados no EIA, sendo estes os fragmentos de mata localizados: • Na Bahia, entre Esplanada e o rio Real, sobretudo nas imediações do rio Itapecuru; • Em Sergipe, baixo curso do rio Sergipe e seu afluente Cotinguiba, este último junto à Flona Ibura; e remanescentes próximos ao acesso de Japaratuba. Ao todo foram selecionados 14 fragmentos de mata em diferentes estágios de sucessão para o monitoramento da fauna os quais encontram-se relacionados na tabela abaixo: Tabela 106 – Fragmentos de mata selecionados para o monitoramento da fauna No Coordenada UTM X Y Alagoas 1 795560,700 8904257,030 2 784631,200 8905469,420 3 759722,000 8890638,000 353 No Coordenada UTM X Y Sergipe 4 726107,000 8845174,000 5 697585,000 8790216,000 Bahia 6 622941,000 8719963,000 7 621332,000 8714114,000 8 616424,000 8703214,000 9 577181,000 8669912,000 10 556732,500 8655265,660 11 547336,600 8655633,400 12 546752,300 8654844,980 13 544320,400 8651870,490 14 583598,700 8674262,840 Outros pontos de monitoramento poderão ser identificados incluídos para monitoramento, pela equipe executiva durante, durante a execução do programa. O mapa a seguir apresenta a localização dos pontos que indicam a presença dos fragmentos de mata que devem ser monitorados: 354 Figura 16 – Pontos com fragmentos de mata a serem monitorados 355 Supervisão ambiental das ações previstas A supervisão das atividades previstas no programa, por parte da gestora ambiental, compreende a realização de inspeções, vistorias e registros, com o objetivo de avaliar o andamento do mesmo e a correções caso sejam detectadas atividades pendentes. ETAPAS DE EXECUÇÃO Na tabela a seguir consta a síntese das atividades a serem realizadas no programa. Tabela 107 - Atividades a serem executadas no Programa de Monitoramento da Fauna Atividade Forma de ação Etapa Competência Definição dos pontos amostrais Analisar material cartográfico em escritório para definição dos pontos de amostragem e monitoramento; vistoria em campo para definição de pontos amostrais e de monitoramento adicionais. Antes do início das obras e 1º mês de obras Gestão Ambiental Realizar campanha para amostragem da ictiofauna. Trimestralmente durante 24 meses Gestão Ambiental Realizar campanha para amostragem da herpetofauna. Trimestralmente durante 24 meses Gestão Ambiental Realizar campanha para amostragem da avifauna. Trimestralmente durante 24 meses Gestão Ambiental Amostragem e monitoramento da mastofauna. Realizar campanha para amostragem da mastofauna. Trimestralmente durante 24 meses Gestão Ambiental Supervisão ambiental das ações previstas Acompanhamento e orientação na execução das atividades do programa e na observância às diretrizes propostas. Todo o período de obras DNIT e Gestão Ambiental Amostragem e monitoramento da ictiofauna. Amostragem e monitoramento da herpetofauna. Amostragem e monitoramento da avifauna INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS O PMF tem relações com os seguintes programas ambientais: • Programa Ambiental para a Construção, que estabelecerá procedimentos relativos ao controle de processos erosivos e gerenciamento de resíduos e efluentes, de fundamental importância para a fauna local. • Programa de Supressão de Vegetação que deverá atenuar os efeitos adversos da atividade sobre os recursos naturais da Área de Influência Direta (AID) do empreendimento, diminuindo os impactos à fauna. 356 • Programa de Levantamento, Mitigação e Monitoramento dos Atropelamentos da Fauna que deverá monitorar os atropelamentos envolvendo exemplares da fauna, fornecendo informações importantes pra a o monitoramento dos grupos faunísticos afetados. • Programa Ambiental para Mitigação de Impactos à Fauna e Flora; • Programa de Passagens de Fauna; • Programa de Gestão Ambiental, que terá a função de gerenciar as atividades do PMF, além de emitir relatórios e avaliar a execução do programa. ATENDIMENTOS A REQUISITOS LEGAIS E/OU OUTROS REQUISITOS As atividades do PMF deverão atender as exigências estabelecidas na Instrução Normativa n° 146 do IBAMA, de 10 de janeiro de 2007. Esta instrução considera a necessidade de estabelecer critérios e padronizar os procedimentos relativos ao manejo de fauna no âmbito do licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades que causam impactos sobre a fauna silvestre, como definido pela Lei n° 6.938/81 e pelas Resoluções do CONAMA 001/86 e 237/97. Além de procedimentos específicos para execução do monitoramento, a instrução prevê a concessão de Autorização de Captura, Coleta e Transporte de Fauna Silvestre para a etapa de Monitoramento de Fauna. Será considerada também a Lei nº 5.197, de 03/01/1967, e alterações posteriores, que dispõe sobre a proteção à fauna. RECURSOS NECESSÁRIOS Serão necessários os seguintes equipamentos: • Quatro aparelhos de GPS; • Quatro máquinas fotográficas digitais; • Dois carros utilitários • Seis lanternas; • Um farolete de milha; • Dois gravadores, sendo um para avaliação de avifauna e outro para registro vocal de anfíbios; 357 • Armadilhas de captura, modelo Tomahawk ou Sherman; • Armadilhas fotográficas. Tabela 108 - Previsão orçamentária para a execução do PAMF Descrição A – Equipe Técnica Coordenador Técnico de nível médio Quantidade Homens/Mês Participação ou Nível Mensal Quantidade Meses Percentual Funcional Média (% ou em 30 dias) Quantidade Simples Função ou Numeração -1 -2 -3 (4) = (1-2-3) I – Custos Diretos Valor Unitário (R$)/mês Valor Total (R$) -5 (6) = (4-5) 4 100% 50 50 7721,28 1544256,00 4 100% 50 50 2916,92 583384,00 Sub-Total Item “A” B – Encargos Sociais (88,04% de “A”) 2127640,00 88,04% 2127640 Sub-Total Item “B” C – Custos Administrativos (50% de “A”) 1873174,26 50,00% 583384 Sub-Total Item “C” E – Despesas com Deslocamento 2 100% 50 230 50 50 3737,49 373749,00 373749,00 4677755,26 12% 4677755,26 561330,63 Sub-Total Item “H” I – Despesas Fiscais Taxa de 16,62% dos itens “I” e “II – H” 11500,00 11500,00 Sub-Total Item “F” Total do Item “I” II – Custos Indiretos H– Remuneração da Empresa Taxa de 12% sobre o total do item “I” 291692,00 291692,00 Sub-Total Item “E” F – Veículos Utilitário 1873174,26 561330,63 16,62% 5239085,89 870736,07 Total do Item “II” Custo Total de Execução do Programa (60 meses) 870736,07 6109821,96 358 CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO O PMF será executado durante as etapas de instalação e operação do empreendimento conforme o cronograma a seguir. 359 Tabela 109 - Cronograma do Programa de Monitoramento da Fauna MELHORIAS E DUPLICAÇÃO DA RODOVIA BR-101 – TRECHO SÃO MIGUEL DOS CAMPOS (AL) – ENTRONCAMENTO COM BR-324 (BA) PROGRAMA DE MONITORAMENTO DE FAUNA Atividades Fase préObras -1 Definição dos pontos amostrais Ano 1 1 2 3 4 5 6 7 Ano 2 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 Ano 3 8 9 10 11 12 1 2,8% Amostragem e monitoramento da ictiofauna 2,7% 2,7 % 2,7 % 2,7 % 2,7 % 2,7 % 2,7 % 2,7 % 2,7% Amostragem e monitoramento da herpetofauna 2,7% 2,7 % 2,7 % 2,7 % 2,7 % 2,7 % 2,7 % 2,7 % 2,7% Amostragem e monitoramento da avifauna 2,7% 2,7 % 2,7 % 2,7 % 2,7 % 2,7 % 2,7 % 2,7 % 2,7% Amostragem e monitoramento da mastofauna 2,7% 2,7 % 2,7 % 2,7 % 2,7 % 2,7 % 2,7 % 2,7 % 2,7% 360 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO O DNIT consiste no empreendedor e responsável pela execução deste programa podendo, porém, contratar consultores para serviços especializados de avaliação, projeto, supervisão e apoio. A Gestora Ambiental deverá apresentar relatórios das atividades previstas e realizadas, a necessidade ou não de medidas corretivas e quais são estas medidas. Esses relatórios terão periodicidade semestral, sendo desenvolvidos no âmbito do PMF e encaminhados ao órgão licenciador. Porém, os relatórios semestrais terão como base os resultados de relatórios trimestrais emitidos a cada campanha para amostragem e monitoramento da fauna. Os relatórios semestrais deverão ainda apresentar avaliações comparativas das campanhas e conclusões acerca do efeito das obras sobre os grupos faunísticos avaliados, apresentando informações em capítulos específicos sobre as espécies ameaçadas, caso sejam identificadas. Ao final do programa, deverá ser elaborado um relatório final relacionando todas as atividades, resultados e avaliações realizadas. O acompanhamento e avaliação do andamento deste programa serão feitos pela equipe de Supervisão Ambiental. RESPONSÁVEIS PELO PROGRAMA O DNIT será responsável pela execução e coordenação geral do programa, o qual poderá ser executado por consultoria especializada (contratada/conveniada). Na tabela a seguir constam as instituições envolvidas no PMF. Tabela 110 - Instituições envolvidas no Programa de Monitoramento da Fauna Instituições Gestora Ambiental Construtoras DNIT IBAMA Atribuições e Competências Organizar e supervisionar as campanhas de monitoramento dos atropelamentos; elaborar relatórios para o DNIT e IBAMA. Apresentar cronograma de avanços das frentes de obra para organização dos monitoramentos. Supervisionar a execução do programa; executar atividades que lhe forem cabíveis, contribuindo com todas as partes. Responsáveis pelo licenciamento e fiscalização ambiental; emitir autorizações para a coleta de material biológico e avaliar os produtos decorrentes deste programa. 361 RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO DO PROGRAMA Técnico Formação Registro profissional CTF Ingo Hubel Biólogo (Msc) CRBio 53.065-03 4264302 Luis Gustavo Serra Biólogo (Msc) CRBio 63.131-03 4805608 RESPONSÁVEIS PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA Os responsáveis técnicos pela execução do programa serão definidos quando o programa for iniciado. A execução do PMF envolverá a equipe de supervisão alocada no Programa de Gestão Ambiental e a contratação de serviços para monitoramento dos atropelamentos de fauna, com emissão de boletins e relatórios técnicos. BIBLIOGRAFIA PEÑA, A.P.; DRUMOND, M.E. Levantamento de vertebrados mortos por atropelamento na rodovia GO-244 – Área de influência do projeto de irrigação “Luiz Alves do Araguaia”. Relatório apresentado ao Ibama, não publicado. 1999. VIEIRA, E. M. Highway mortality of mammals in central Brazil. Ciência e cultura. Journal of the Brazilian Association for the Advancement of Science, 48(4):270-272. 1996. 362 4.15 - PROGRAMA AMBIENTAL DE APOIO ÀS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO JUSTIFICATIVA O Programa Ambiental de Apoio às Unidades de Conservação tem como ponto de vista principal orientar as ações que devem ser realizadas para compensar, do ponto de vista ambiental, os efeitos negativos sobre o meio biótico ocasionados pela construção das novas pistas da BR-101 Trecho Bahia/Sergipe/Alagoas. Os impactos estão ligados, principalmente, à supressão da vegetação nativa, aos efeitos da fragmentação de habitats e ao estabelecimento de novas bordas nos remanescentes florestais cortados pela rodovia, além da probabilidade de atropelamento da fauna. Apesar da importância em termos de biodiversidade de fauna e flora, o setor de Mata Atlântica entre o Recôncavo Baiano e o rio São Francisco, pouco de sua área está efetivamente protegida seja por meios legais quanto por ações in situ. Ao sul do rio São Francisco, destaca-se, o recém decretado Parque Nacional da Serra de Itabaiana. Apesar disso, o estado de Alagoas possui apenas 71.811 ha de área remanescente de Mata Atlântica, enquanto Sergipe, 88.540 ha – em sua imensa maioria com alto grau de antropização. A maior parte dos remanescentes florestais existentes na região pertence a propriedades particulares, e estão em poder das usinas de açúcar e álcool ou dedicadas à pecuária. Mesmo com a criação, por parte de empresas que procuram conservar suas florestas (especialmente para manter suas fontes de água), de uma série de reservas privadas do patrimônio natural (RPPNs) assegurando seu status protegido, ainda há um longo caminho a ser percorrido para que o manejo destas áreas incorpore as necessidades de conservação da biodiversidade a longo prazo. Além das poucas Unidades de Conservação existentes ao longo do trecho, a falta de fiscalização, o combate à caça ilegal e a extração de madeira favorece ainda mais a perda de biodiversidade e a descaracterização das matas. A cultura local, que caracteriza-se por ser utilitarista e as condições de vida miseráveis de uma parcela da população são fatores que favorecem a exploração da biota com grande prejuízo para o ecossistema. 363 Apesar de tudo, a Área Diretamente Afetada do empreendimento inclui remanescentes de vegetação nativa que ainda possuem espécies de aves mais exigentes quanto à qualidade da mata e das comunidades que nela habitam (notavelmente os fragmentos maiores no norte da Bahia, entre Esplanada e o rio Real). Nestes remanescentes, concentrados em Alagoas e na Bahia, ainda estão presentes espécies de aves florestais, muitas delas endêmicas e/ou ameaçadas, que necessitam de áreas razoavelmente extensas de floresta em bom estado de conservação. O olho-de-fogo-rendado Pyriglena atra (Ave, Passeriforme) e o guigó-de-Sergipe Callicebus coimbrai (Mamífero, Primata) são dois elementos da fauna representantes endêmicos da mata atlântica ao norte do rio Paraguaçu com status de conservação muito precário devido à sua dependência de habitats florestais em uma região onde estes foram quase totalmente eliminados. Nenhum ocorre em uma UC de domínio público, todas as áreas onde restam populações estão nas mãos de particulares. A conservação destes remanescentes, que constituem “arquipélagos” com outros fragmentos florestais, é importante não apenas para a manutenção da biodiversidade regional, mas também para a salvaguarda da mais ameaçada parcela da Mata Atlântica, o mais impactado bioma brasileiro. OBJETIVO O objetivo deste Programa, em consonância com o art. 10 da Resolução CONAMA nº 371 de 2006, é recomendar a implantação de uma Unidade de Conservação do Grupo de Proteção Integral que inclua um trecho representativo, e de maior extensão possível, de floresta ombrófila na região nordeste da Bahia O extenso trecho de floresta ao norte de Esplanada situado a 11º39’12’’S, 37º53’35’’W é um candidato para avaliação de sua adequação como área protegida. Independente disto, este remanescente, o maior ao longo do trecho estudado, merece intervenções que assegurem sua conservação. Além disso, a manutenção de Unidades de Conservação existentes também é um dos objetivos propostos pelo presente programa. • Implantação de uma Unidade de Conservação do Grupo de Proteção Integral; • Manutenção de Unidades de Conservação Existentes. 364 INDICADORES Os indicadores de andamento do programa e dos objetivos propostos compreendem: i. Número de locais propícios a implantação da Unidade de Conservação; ii. Número de Unidades de Conservação Implantadas; iii. Número de Unidades de Conservação sob manutenção. PÚBLICO-ALVO O público-alvo deste programa engloba, a sociedade de uma forma em geral. METODOLOGIA E DESCRIÇÃO DO PROGRAMA Considerando que a compensação ambiental decorre da obrigatoriedade de o empreendedor em apoiar a implantação e manutenção de unidades de conservação do Grupo de Proteção Integral, conforme menciona a Lei no 9.985, 18 de julho de 2000, o montante de recursos a ser destinado para esta finalidade não pode ser inferior a meio por cento dos custos totais previstos para a implantação do empreendimento. Para tanto, deve-se observar a resolução CONAMA nº 371, de 5 de abril de 2006, publicada no DOU no 67, de 6 de abril de 2006, na qual encontram-se estabelecidas as diretrizes aos órgãos ambientais competentes para o cálculo, cobrança, aplicação, aprovação e controle de gastos de recursos advindos de compensação ambiental. Como atividades do programa destacam-se: • Pareceres Técnico e Jurídico elaborados pelo Órgão de Meio Ambiente; • Manifestação dos outros órgãos públicos interessados; • Ata da Audiência Pública realizada; • Minuta do Decreto de declaração da área como sendo de utilidade pública para fins de desapropriação, com a respectiva Exposição de Motivos; 365 • Minuta do Decreto de criação da Unidade, ou do Projeto de Lei a ser enviado ao Poder Legislativo, com a respectiva Exposição de Motivos. • Assinatura e publicação dos Decretos, ou envio do Projeto de Lei ao Poder Legislativo • Na tabela a seguir consta a síntese das atividades a serem realizadas no programa. Tabela 111- Atividades a serem executadas no Programa Ambiental Apoio as Unidades de Conservação. Atividade Definição do local para implantação da Unidade de Conservação Implantação da Unidade de Conservação Elaboração de Relatório Trimestral Supervisão Ambiental das Ações Previstas Forma de ação Identificar locais prioritários para a implantação da Unidade de Conservação Implantação da Unidade de Conservação do Grupo de Proteção Integral no local definido. Relatório de andamento dos trabalhos Supervisão a ser realizada durante a execução do Programa com a finalidade de fiscalizar o andamento dos trabalhos Etapa Competência Antes e durante o período de obras Gestão Ambiental A partir da Emissão da Licença de Instalação Gestão Ambiental Trimestralmente no período de Obras DNIT e Gestão Ambiental Todo o período de obras DNIT e Gestão Ambiental RECURSOS NECESSÁRIOS A compensação ambiental decorre da obrigatoriedade de o empreendedor em dar suporte à implantação e manutenção de Unidades de Conservação do Grupo de Proteção Integral, conforme constante na Lei No 9.985, de 2000. O montante de recursos a ser destinado para este fim não pode ser inferior a meio por cento dos custos totais previstos para a implantação do empreendimento (Decreto n° 4.340/2002). Os valores individualizados da atividade somente serão passíveis de detalhamento após estabelecidas as condições definitivas de instalação da Unidade de Conservação proposta. 366 CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO Este Programa deverá ser implantado a partir da emissão da Licença de Implantação (LI) até a completa execução das obras da rodovia.conforme o cronograma a seguir. 367 Tabela 112- Cronograma Ambiental de Apoio às Unidades de Conservação MELHORIAS E DUPLICAÇÃO DA RODOVIA BR-101 – TRECHO SÃO MIGUEL DOS CAMPOS (AL) – ENTRONCAMENTO COM BR-324 (BA) PROGRAMA AMBIENTAL DE APOIO AS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO Atividades Fase PréObras -1 Ano 1 1 2 3 4 5 6 7 Ano 2 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Definição do local para implantação da Unidade de Conservação Implantação da Unidade de Conservação Elaboração de Relatório Trimestral Supervisão Ambiental das Ações Previstas 368 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO O DNIT consiste no empreendedor e responsável pela execução deste programa podendo, porém, contratar consultores para serviços especializados de avaliação, projeto, supervisão e apoio. RESPONSÁVEIS PELO PROGRAMA • O DNIT será responsável pela execução e coordenação geral do programa, o qual poderá ser executado por consultoria especializada (contratada/conveniada). • ICMBio e órgãos ambientais estaduais, na qualidade de fiscalizadores e operadores finais das UCs. RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO DO PROGRAMA Técnico Ingo Hubel Formação Registro profissional CTF Biólogo (Msc) CRBio 53.065-03 4264302 RESPONSÁVEIS PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA O monitoramento deverá ser efetuado pela Fiscalização do DNIT. A execução do Programa Ambiental de Apoio as Unidades de Conservação envolverá a equipe de supervisão alocada no Programa de Gestão Ambiental e a contratação de técnicos para o monitoramento e elaboração dos relatórios técnicos, quando necessário. BIBLIOGRAFIA D’HORTA, F.M., GOUVEIA, S.F.; ROCHA, P.A Aves pp.63-76. In: CARVALHO, C.M.; VILAR, J. C. Parque Nacional Serra de Itabaiana - Levantamento da Biota Aracaju, Ibama, Biologia Geral e Experimental – UFS, 2005. 369 JERUSALINSKY, L.; OLIVEIRA, M. M., PEREIRA, R. F., SANTANA, V., BASTOS, P. C. R.. FERRARI, S. F. Preliminary Evaluation of the Conservation Status of Callicebus coimbrai Kobayashi & Langguth, 1999 in the Brazilian State of Sergipe. Primate Conservation 21:25-32, 2006. OIKOS. EIA/RIMA das obras de adequação da capacidade da BR101 – AL/SE/BA. Rio de Janeiro, 2007 OLIVEIRA, F.F., FERRARI, S.F.; SILVA, S.D.B. Mamíferos Não-Voadores pp. 77-91. In: CARVALHO, C.M.; VILAR, J. C. Parque Nacional Serra de Itabaiana - Levantamento da Biota Aracaju, IBAMA, Biologia Geral e Experimental – UFS, 2005. VICENTE, A., RIBEIRO, A.S., SANTOS, E.A.; FRANCO, C.R.P. Levantamento Botânico pp. 15-37. In: CARVALHO, C.M.; VILAR, J. C. Parque Nacional Serra de Itabaiana Levantamento da Biota Aracaju, IBAMA, Biologia Geral e Experimental – UFS, 2005. . 370 4.16 - PROGRAMA PARA AS TERRAS INDÍGENAS KARIRI XOCÓ E KARAPOTÔ INTRODUÇÃO A presente proposta se destina a detalhar o Programa Ambiental Indígena – PAI para o Território Indígena dos Kariri-Xokó e Karapotó, a respeito da duplicação da BR 101 e mitigar e compensar os efeitos nocivos que este empreendimento possa oferecer para essas etnias, localizadas nos municípios de Porto Real do Colégio e São Sebastião, respectivamente, no estado de Alagoas. Este Programa Ambiental se harmoniza com o que preconiza a Convenção nº 169 sobre povos indígenas e tribais em países independentes, da Organização Internacional do Trabalho – OIT, que em seu Artigo 7º dispõe que: “1) Os povos interessados deverão ter o direito de escolher suas próprias prioridades no que diz respeito ao processo de desenvolvimento, na medida em que afete as suas vidas, crenças, instituições e bemestar espiritual, bem como as terras que ocupam ou utilizam de alguma forma, e de controlar, na medida do possível, o seu próprio desenvolvimento econômico, social e cultural. Além disso, esses povos deverão participar da formulação, aplicação e avaliação dos planos e programas de desenvolvimento nacional e regional suscetíveis de afetá-los diretamente.” O atual processo de elaboração e execução deste programa demonstra o nível de amadurecimento nacional para a importância da sóciobiodiversidade (CDB, 1992). Sendo assim, ferramentas tecnológicas serão acopladas à pesquisa, visando subsidiar com respaldo científico a caracterização ambiental e ecológica da área, assim como valorar os componentes culturais integrando-os dentro de uma percepção holística e etnoecológica do ambiente, oferecendo propostas de curto, médio e longo prazo para os diferentes níveis de impactos. O presente programa engloba ainda estratégias para o remanejamento da população a ser afetada, bem como os cuidados especiais a serem tomados durante e após a implantação do empreendimento, visando a implementação de estratégias de mitigação e compensação dos impactos associados aos componentes sócio-ambientais. 371 Terra Indígena Kariri Xocó A Terra Indígena Kariri-Xokó localiza-se à margem do Rio São Francisco, no Município de Porto Real do Colégio, Estado de Alagoas, com uma área de 699,358 ha e perímetro de 14.713,02 m. A demarcação administrativa da Terra Indígena Kariri-Xokó foi homologada pelo Decreto de 04 de outubro de 1993. No entanto, a Terra Indígena KaririXokó passou por um processo de revisão. O despacho Nº110 de 07 de dezembro de 2001, da Diretoria de Assuntos Fundiários da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), publicado no Diário Oficial da União em 19 de dezembro de 2001, aprova as conclusões do Relatório de Identificação de autoria dos antropólogos Marco Tromboni de Souza e Luciana Maria de Moura Ramos. Esse relatório define que a Terra Indígena Kariri-Xokó situa-se nos municípios de Porto Real do Colégio e São Brás, com uma área de 4419 ha e perímetro de 41km. A Portaria do Ministério da Justiça N. 2.358 de 15 de dezembro de 2006 declarou de posse permanente a Terra Indígena Kariri-Xokó ao Grupo Indígena Kariri-Xokó. Segundo os primeiros censos realizados no Posto Indígena na TI Kariri-Xokó, em 1944 existiam 166 pessoas identificadas como índios, este quantitativo vem aumentando ao longo dos anos e dados recentes levantados pela Funasa (2010) existiam (977 H e 1030 M) indígenas. A população indígena desta dividida em quatro municípios, sendo registrado apenas um indivíduo no Município de Palmeira dos Índios. O Município que apresenta maior concentração populacional é o de Porto Real do Colégio com 1987 pessoas. Estas perspectivas são promissores, mostrando o crescimento da população indígena de Kariri-Xokó e criariam expectativas maiores ainda se as imagens satélites da região não revelassem um grande nível de desmatamento. Todavia é dentro do território indígena que aparecem os remanescentes de florestas ciliares e plots de áreas florestais, provavelmente conservadas por estarem relacionadas com o ritual do Ouricuri. Segundo Vera Calheiros Mata, o ouricuri ainda é muito importante para o grupo, servindo ainda para definir quem é ou não Kariri-Xokó. Ser índio em Porto Real do Colégio significa ser filho da aldeia e conhecer o segredo do Ouricuri (festa tradicional), desde a primeira infância. Há, porém uma diferenciação interna “se a pessoa tem pai e mãe identificados como Kariri e/ou Xocó, é descendente. Se, além disso, freqüenta o Ouricuri, é conhecedor. Para ser realmente membro da aldeia, o ideal é ser descendente e 372 conhecedor. Há ainda a condição de cabeça seca, que inclui todos nós que não conhecemos o segredo do Ouricuri” (ISA, 2000). Hoje, os Kariri–Xocó são organizados em apenas uma aldeia que possuí três portões de entrada, sendo um às margens da BR–101 e os demais na zona rural do município de Porto Real do Colégio, que margeia um dos afluentes do Rio São Francisco (Rio Tibiri), onde se concentra a população indígena (EIA/OIKOS, 2007). Deve-se destacar que a Funasa (Fundação Nacional de Saúde) construiu uma estação de bombeamento e tratamento de água que abastece exclusivamente a aldeia. Além disso, também desenvolveu um programa de melhoria das instalações sanitárias residenciais. Existem escolas indígenas na comunidades. Os Kariri-Xokó atualmente falam português e participam do programa de Educação Indígena do Ministério da Cultura. Atualmente existem dez escolas indígenas no Estado de Alagoas. Terra Indígena Karapotó Os Karapotó habitam as Aldeias Taboada e Terra Nova, regularizada, com uma área de 1.810 ha e perímetro aproximado de 22 km, no município de São Sebastião, Estado de Alagoas. Um censo demográfico da FUNAI de 1989 sobre os Karapotó, contava com 694 pessoas, sendo 342 homens e 352 mulheres. Um censo disponibilizado pela Funasa para o período de 2010 contabilizou uma população de 1.015 (511/504) distribuídas em dois Municípios: Porto Real e São Sebastião e duas aldeias (EIA/OIKOS, 2007). A aldeia Taboado possui duas entradas às margens da BR–101, sendo que a população se concentra em porções de terras mais distantes da rodovia. Segundo estimativas da FUNAI existem, atualmente, 1050 índios Karapotó. A aldeia indígena Taboado dos Karapotó apresenta um padrão construtivo bastante semelhante a dos Kariri–Xocó, com as casas divididas internamente e possuindo os mesmos serviços de água, luz e esgoto. Situação semelhante é encontrada na aldeia Terra Nova. Em ambas, a Funasa também construiu uma estação de bombeamento e tratamento de água e desenvolveu a melhoria das instalações sanitárias. Em Taboado, as casas estão dispostas às margens do arruamento principal e algumas nas poucas ruas transversais. 373 Na aldeia Taboado dos Karapotó localiza-se a Escola Estadual Indígena Itapó, com educação infantil, pré-escola e 1ª a 4ª série, atendendo a cerca de 83 alunos em 5 turmas, sendo três de manhã e duas à tarde. A escola conta com cinco professores, uma merendeira, um servente, dois vigilantes, duas assistentes administrativas e uma diretora, sendo que todos são índios. O idioma utilizado pelos professores também é o português (MEC, 2002). Na aldeia Terra Nova existe a Escola Municipal Rui Barbosa, também de educação infantil, pré-escola educação para jovens e adultos. As aulas são ministradas em português. Para dar continuidade ao primeiro ciclo do ensino fundamental, os alunos do grupo indígena Karapotó, das duas aldeias, recorrem à localidade de Cana Brava, para cursar da 5ª a 8ª série, e a São Sebastião, para cursar o ensino médio. Segundo relato de professora, atualmente dois índios estão cursando a faculdade de Pedagogia. Vale ressaltar que o grupo dispõe de três programas de incentivo a escolarização, bolsafamília, bolsa-escola e o vale-gás. JUSTIFICATIVA • Parte da comunidade indígena reside em ambas às margens da rodovia BR-101; • Com base no Memorando 011/PIN/COCAL/08, protocolado na FUNAI, apesar da estrada já existir a cerca de 50 anos, não existem projetos associados às regras de educação no trânsito, tanto para os indígenas, como para os veículos que trafegam nos trechos das Áreas Indígenas; • Ainda faltam dados científicos e atualizados sobre a caracterização e usos indígenas associados às Terras Indígenas de Kariri-Xokó e Karapotó; • As duas populações indígenas possuem atividades econômicas associadas a BR101, como a venda de frutas, artesanato e pequenos comércios; • Acidentes na área podem afetar a qualidade de vida da população local; • Determinar previamente os níveis de impactos sociais, ambientais e econômicos é fundamental para a manutenção destes grupos étnicos; • A infra-estrutura nacional de capital intelectual e técnico-científico permite a elaboração de estudos de estratégias aplicáveis e viáveis para sustentabilidade sócio-ambiental para grupos indígenas, vide modelo Waimiri Atroari na BR 174; 374 • Ao longo prazo, estes programas visam alterar o destino das paisagens que margeiam as rodovias nacionais, propondo estratégias viáveis e menos impactantes possíveis no seu processo de implantação e funcionamento, otimizando os gastos e reduzindo os processos associados a tais empreendimentos. OBJETIVO • Parte da comunidade indígena reside em ambas às margens da rodovia BR-101; • Com base no Memorando 011/PIN/COCAL/08, protocolado na FUNAI, apesar da estrada já existir a cerca de 50 anos, não existem projetos associados às regras de educação no trânsito, tanto para os indígenas, como para os veículos que trafegam nos trechos das Áreas Indígenas; • Ainda faltam dados científicos e atualizados sobre a caracterização e usos indígenas associados às Terras Indígenas de Kariri-Xokó e Karapotó; • As duas populações indígenas possuem atividades econômicas associadas a BR101, como a venda de frutas, artesanato e pequenos comércios; • Acidentes na área podem afetar a qualidade de vida da população local; • Determinar previamente os níveis de impactos sociais, ambientais e econômicos é fundamental para a manutenção destes grupos étnicos; • A infra-estrutura nacional de capital intelectual e técnico-científico permite a elaboração de estudos de estratégias aplicáveis e viáveis para sustentabilidade sócio-ambiental para grupos indígenas, vide modelo Waimiri Atroari na BR 174; • Ao longo prazo, estes programas visam alterar o destino das paisagens que margeiam as rodovias nacionais, propondo estratégias viáveis e menos impactantes possíveis no seu processo de implantação e funcionamento, otimizando os gastos e reduzindo os processos associados a tais empreendimentos; 375 METAS As metas, relacionadas aos objetivos específicos, são: • Levantamento dos estabelecimentos existentes até 15m da faixa de domínio da BR-101 incluindo os que serão remanejados; • Plano de instalação aprovado pela FUNAI e lideranças de Kariri-Xokó e Karapotó dos estabelecimentos a serem substituídos em conseqüência da ampliação da BR101; • Capacitação por meio de palestras sobre: tipos de lixos e reciclagem, elaboração de projetos, saúde coletiva, DST, alcoolismo, ecologia (interação indígena ambiente), relações com rodovias, malefícios e benefícios, respeitando os aspectos da Educação Indígena, com professores formados pelo Ministério da Educação e Cultura - MEC para atuarem em Escolas Indígenas; • Etno-Mapa elaborado com a população de Kariri-Xokó e Karapotó das formas de uso das TI’ s indígena, enfatizando os pontos onde serão realizadas as obras para construção de passarelas e ciclovias, instalação dos redutores de velocidade, sinalização da rodovia, construção da proteção lateral da via; • Capacitação dos trabalhadores do empreendimento treinando-os para o relacionamento com a comunidade indígena; • Construção de protocolos indígenas de monitoramento periódicos das obras de implementação da BR-101 e das TI’ s Kariri-Xokó, Karapotó (periodicidade a ser acordada entre lideranças indígenas, FUNAI e DNIT); • Mapas temáticos contendo a caracterização das tipologias ambientais, formas de usos da rodovia BR-101; • Caracterização descritiva e qualitativa das Tipologias Ambientais tais como relevo, vegetação e tipos de solo, abrangendo análise cartográfica das TI’ s, com recursos de sensoriamento remoto, visando o reconhecimento e delimitação de tipologias ambientais, georreferenciamento e caracterização sumária; • Relatório de análise dos impactos, enfocando a vulnerabilidade e sustentabilidade a curto, médio e longo prazo; 376 • Caracterização dos corpos hídricos, através de cartografia disponível, abrangendo mapeamento da rede hídrica das terras indígenas, caracterizando as micro-bacias e seus principais pontos de vulnerabilidade, bem como a vazão dos rios antes e depois da implantação do empreendimento, estudos de classificação dos corpos hídricos e da qualidade da água antes da realização do empreendimento, enfatizando os cursos d’água que poderão ser impactados pela implantação do empreendimento; • Disponibilização de bancos de dados secundários sobre: territorialidade, conflitos, problemas ambientais e influência externa na distribuição espacial das comunidades; • Caracterização das formas de usos dos recursos naturais pelas comunidades indígenas, abrangendo a descrição de caça, pesca, agricultura, coleta, formas de organização e divisão do trabalho, calendário anual das atividades, evidenciando a relação entre a produção para a subsistência e a produção para o mercado; • Caracterização da questão fundiária, contendo a situação legal das terras indígenas e possíveis existências de conflitos fundiários, ocupação do entorno da rodovia, caracterizando os principais pontos de vulnerabilidade e as atividades modificadoras do meio ambiente; • Identificação da percepção indígena da interferência que o empreendimento causará nas comunidades, avaliando a forma em que a expectativa do empreendimento, ao longo dos últimos anos, vem afetando os grupos indígenas estudados, quanto às relações com outros grupos indígenas na região, grupos nãoindígenas e instituições públicas e do terceiro setor, detalhando os elementos históricos relacionados ao uso da estrada e sua utilização pelos indígenas, ações políticas e todo o processo de passivo ambiental até o estágio atual da utilização; • Elaboração de projetos sustentáveis sócioambientalmente viáveis de utilização rentável do ambiente da Terra Indígena de Kariri-Xokó e Karapotó; PÚBLICO-ALVO O público-alvo do Programa Ambiental Indígena compreende: 377 As empresas responsáveis pela pavimentação da rodovia (construtoras), que deverão implementar as medidas de mitigação dos impactos causados pela obra; • Órgãos Governamentais (IBAMA, FUNAI), prefeituras municipais, câmaras de vereadores, conselhos comunitários, Associações e lideranças indígenas, nos municípios integrantes da Área de Influência Indireta; • População residente ou que exercem atividades na Área de Influência Direta e no entorno da rodovia; • Comunidades Indígenas na Área de Influência Indireta e; • Trabalhadores envolvidos e Usuários da rodovia. METODOLOGIA, DESCRIÇÃO DO PROGRAMA E ETAPAS DE EXECUÇÃO O desenvolvimento deste Programa Ambiental para as Terras Indígenas de Kariri-Xokó e Karapotó se dará com base no levantamento dos aspectos das obras que causarão impactos imediatos nessas TI´s, interferindo diretamente na vida dos indígenas, sendo levantadas também as proposições indígenas de medidas mitigadoras para estes tipos de impactos. Apesar da visita técnica as Terras Indígenas de Kariri-Xokó e Karapotó não ter sido realizada previamente a elaboração deste programa, o mesmo prevê que possíveis alterações de ampliação dos itens possam ocorrer após a mesma. Este programa será conduzido por um período contínuo de seis a sete meses. Ferramentas de pesquisa de campo: Para o trabalho de campo serão necessários: (1) mapas básicos, (2) imagens de satélites e fotografias aéreas (ampliadas para escala maior), (3) materiais para workshops (cartazes, materiais de papelaria, etc.), (4) estruturação de entrevistas e plano de levantamento, (5) folhas de dados pré-preparadas (planilhas), (6) mapas de recursos (vegetação, solos, etc.), (7) equipamentos (equipamento de coleta, equipamento de acampamento, equipamento fotográfico, Sistemas de Posicionamento Global - GPS, equipamento de gravação de áudio, materiais de papelaria, Kit de análise de água e etc.), (8) guias de identificação em campo, (9) listas de espécies de animais e plantas mais importantes na região, (10) material para deixar com as comunidades indígenas 378 (para encorajar e facilitar a continuidade das atividades do levantamento, e (10) meios de compensação para membros indígenas da equipe técnica. ¾ Composição da equipe de levantamento: A equipe de levantamento será constituída por: quatro consultores especialistas (um de antropologia, um de ciências sociais e dois de ciências ambientais), um representante da FUNAI e representantes indígenas, sendo o Antropólogo o Coordenador da equipe. Metodologia e Estágios da Pesquisa: Os levantamentos serão divididos em três estágios principais: · Estágio I: Pesquisa de fundamentação · Estágio II: Pesquisa de campo · Estágio III: Consolidação dos resultados e elaboração dos produtos Estágio I – Pesquisa de fundamentos e preparação: A pesquisa de fundamentos e a preparação do projeto serão realizadas pela Equipe Técnica aprovada pelos indígenas e FUNAI e podem contar com a participação do representante da FUNAI. Essa é uma parte importante do levantamento, mas deve considerar o tempo disponível limitado. Esse estágio terá como atividades principais a busca e obtenção de informações relevantes sobre a área e sua população, abrangendo pesquisa bibliográfica, com o estabelecimento de contato com outros especialistas com experiência relevante na região. As fontes de informação incluirão relatórios produzidos durante o processo de identificação da Terra Indígena Kariri-Xokó e Karapotó, periódicos acadêmicos, livros, teses de doutorado e mestrado, estudos de casos sobre a Terra Indígena de Kariri-Xokó e Karapotó, atas e minutas de reuniões da FUNAI, dados de educação Indígena (MEC), dados sobre e de saúde (MS), censo da População Indígena da Área, relatórios de projetos, avaliações de impactos ambientais, arquivos missionários, ONGs operando na área de estudo, organizações governamentais (federais, estaduais e municipais) que tenham trabalhado ou que estejam trabalhando na área de estudo (inclusive IBAMA, FUNAI, PPTAL, etc.), especialistas e material bibliográfico de museus, universidades e outras instituições de pesquisa (por exemplo, UFAL, Biblioteca Nacional, Arquivo nacional, etc.) que tenham trabalhado na área. 379 Estágio II - Pesquisa de campo As técnicas de abordagens de campo fornecerão dados etnoecológicos da região. A Equipe técnica trabalhará como uma unidade em campo, de forma pragmática, focando nos objetivos específicos deste PROGRAMA, conforme FUNAI/PPTAL (2004). Também serão utilizadas técnicas participativas. Durante a pesquisa participativa será selecionado um pequeno grupo de pessoas locais para serem entrevistados de forma semiestruturada sobre variados tópicos. Os técnicos se utilizarão de mapas para mostrar a classificação local de zonas ecológicas. A realização deste estágio seguirá os itens descritos abaixo. - Protocolo de Coleta de dados Ambientais e Etnoecológicos: Serão levantadas informações sobre os aspectos climáticos, geográficos, ambientais, culturais, lingüísticos, sociais, políticos, demográficos e históricos do complexo (e de seus arredores). - Serão verificadas as condições climáticas experimentadas no complexo durante o ano (variações de temperatura, umidade e pluviometria, direções eólicas, incidência solar) e como elas afetam a vida das populações indígenas. - Serão descritas as principais características geomorfológicas/topográficas do complexo e como elas são interpretadas pelas populações indígenas; - Serão identificados os recursos hídricos encontrados no complexo, a qualidade da água e como eles estão relacionados a vida da População de Kariri-Xokó e Karapotó; - Serão identificados, geomapeados e caracterizados os diferentes tipos de paisagens e as diferentes percepções e utilizações pelos Kariri-Xokó e Karapotó; - Serão realizados transectos, que serão devidamente georreferênciados nos diferentes tipos de paisagens ambientais de 100m2, visando a identificação de espécies vegetais dominantes em cada estrato de floresta; - Serão medidos os DAPs (diâmetro na altura do peito) de todos os indivíduos encontrados; - Serão caracterizados visualmente e com base na observação de campo as famílias das espécimes vegetais encontradas nos transectos acima de 2 DAP. - Paralelamente a essa identificação os morfotipos vegetais serão classificados pelos indígenas segundo suas formas de uso e características próprias de observação indígena; 380 - Devido a dificuldade de visualização animal em curtos períodos de campo, os tipos de animais encontrados e suas ocorrências serão caracterizados com base em entrevistas aos indígenas com utilização de guias de campo ilustrados, esses dados serão adicionados a observação visual e auditiva dos técnicos de ciências biológicas; - Serão analisadas as disponibilidades de recursos nas áreas indígenas que são limitantes para a população; - Serão levantados os conhecimento ecológico tradicionais existentes entre os índios, como são utilizados, por quem; - Serão registradas as diferenças de uso do ambiente pelos indígenas; - Serão mapeados os ambientes com associações espirituais ou rituais; - Serão identificadas as práticas de manejo de recursos reconhecidas ou utilizadas pelas populações indígenas; - Ocupação espacial e demografia na BR101: - Serão mapeadas as formas de usos da Terra Indígena de Kariri-Xokó e Karapotó, com detalhamento nas margens a 15m da faixa e domínio da BR101 com utilização de trenas, GPS e equipamentos de topografia; - Serão definidos os níveis de importância de cada item mapeado para a população de Kariri-Xokó e Karapotó em parceria com a FUNAI, definindo que itens são os mais importantes para o modo de vida dos Kariri-Xokó e Karapotó e quando e como eles são utilizados e quem (se alguém) os possui; - Serão definidos os calendários e as diferentes formas sazonais de utilização da BR101; - Serão mapeados e levados em consideração também os recursos vegetais e animais cultivados ou criados pelos Kariri-Xokó e Karapotó nas margens até 15m da faixa de domínio da BR101; - Analisar as formas de aproveitamento, comercial ou não, das margens até 15m da faixa de domínio da BR101; - Analisar os níveis de impactos imediatos para os seres humanos das obras da BR101; - Serão registradas as principais prioridades e aspirações dos índios em relação as construções da BR101; Propostas de Aproveitamento Sustentável Sócioambiental: - Serão analisadas as qualidades e as formas de utilização das plantas silvestres e fungos, assim como o grau de importância nas suas vidas; 381 - Serão verificados os tipos e qualidades dos produtos indígenas vendidos e quais os critérios, preços, mercados e outros aspectos da comercialização; - Será verificada preliminarmente a capacidade da comunidade englobar um complexo de Ecoturismo e os possíveis níveis de impactos associados; - Roteiro das Reuniões Técnicas que ocorrerão nas comunidades de Kariri-Xokó e Karapotó durante as visitas técnicas: - Auto-apresentação de todos os participantes; - Apresentação do estudo (o que é, para que serve, resultados esperados); - Discussões sobre a agenda e técnicas a serem utilizadas; - Introdução aos mapas: familiarização com conceitos de mapeamento, interpretação de mapas, técnicas básicas de mapeamento, adaptação e apresentação de mapas básicos, etc.; - Discussões sistemáticas e entrevistas; - Identificação de prioridades; - Planejamento de uma agenda de pesquisa e itinerário de campo; - Fórum para discussão das metas realizadas; - Fórum para a discussão dos monitoramentos, resultados e interpretações preliminares; - Roteiro das Capacitações que ocorrerão nas comunidades de Kariri-Xokó e Karapotó durante as visitas técnicas: - Auto-apresentação de todos os participantes; - Apresentação do estudo (o que é, para que serve, resultados esperados); - Seleção de temas a serem abordados; - Criação de um fórum de discussão sobre a temática; - Utilização de ferramentas lúdicas para a abordagem do tema; - Identificação de prioridades; - Planejamento de uma agenda de pesquisa e itinerário de campo; - Fórum para discussão das metas realizadas; - Fórum para a discussão dos monitoramentos, resultados e interpretações preliminares; Durante as capacitações serão analisadas as carências da população para a construção dos programas específicos e projetos. Estágio III - Consolidação dos resultados e elaboração dos produtos: 382 Os resultados do PROGRAMA, incorporando todos os dados obtidos nas pesquisas de fundamentos e de campo serão analisados e apresentados nos formatos apropriados pelas equipes técnicas, durante o último período do levantamento. Será realizada uma última visita as TI´s Kariri-Xokó e Karapotó para a apresentação dos resultados preliminares que serão armazenados em dois formatos, um que será apropriado para comunidades indígenas e o outro para a FUNAI. Análise dos Dados - Físico-Bióticos e Etnoambientais: A análise será realizada através de confrontação e comparação dos dados etnográficos de diferentes naturezas com os dados físico-ambientais, históricos e antropológicos. - Níveis de impactos socioambientais As análises dos impactos serão verificadas pelos técnicos e pelos indígenas. Os impactos serão agrupados e classificados utilizando os fatores: incidência, natureza, duração, temporalidade, reversibilidade, relevância, magnitude. Cada fator será respondido por índices do tipo: impactos diretos e indiretos, relevantes (curto, médio e longo prazo) e irrelevantes, reversíveis e irreversíveis, baixo, moderado e alto, negativo e positivo. Produtos • Mapa ambiental contendo tipologias ambientais, áreas de preservação permanente, áreas degradadas, pontos de vulnerabilidade, mapa de aptidão agrícola e de uso agrícola atual, mapa da rede hídrica, pontos de vulnerabilidade, usos indígenas, mapa territorial indígena contendo área de uso histórico, área de uso atual, terra indígena demarcada, possíveis demandas territoriais, mapa de manejo indígena: aldeias, roças, pontos de coleta, pesca, caça, locais de ocorrência de recursos ambientais importantes para seu modo de vida, locais de importância simbólica (histórica, mitológica ou cerimonial); • Relatório dos Estudos de Caracterização Sócio-ambiental das Comunidades Indígenas, composto pelos relatórios ambientais e pelos relatórios históricosetnológicos, pela avaliação dos impactos decorrentes do empreendimento sobre 383 os povos indígenas em estudo e pelas medidas recomendadas para mitigação, compensação ou indenização dos impactos detectados e analisados. • Realocação das moradias e estabelecimentos impactados diretamente pela construção da rodovia BR-101 a serem acordados conforme reuniões de campo; • Projetos de alternativas sustentáveis; • Programa de Proteção as Terras Indígenas de Kariri-Xokó e Karapotó; • Programa de Saúde as Terras Indígenas de Kariri-Xokó e Karapotó; • Projeto das novas construções que foram remanejadas para aprovação da FUNAI e lideranças de Kariri-Xokó e Karapotó; Os dados derivados desses levantamentos permanecerão como propriedade do DNIT/FUNAI. Se os consultores especialistas desejarem publicar os resultados em literatura científica, exige-se acordo formal prévio com o Coordenador do Levantamento, bem como consentimento das comunidades envolvidas. Todos os materiais de apoio, inclusive mapas originais, planilhas, fitas de áudio, fotografias e negativos, e questionários produzidos durante o trabalho de campo, serão apresentados à FUNAI junto com o relatório. Os relatórios e mapas serão remetidos para as comunidades indígenas tão logo sejam aprovados pela FUNAI. Monitoramento das Ações Previstas: Os calendários de monitoramento serão acordados durante as Reuniões Técnicas realizadas nas Terras Indígenas de Kariri-Xokó e Karapotó. INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS O presente programa tem relações com os seguintes programas ambientais: • Programa de Gestão Ambiental, que terá a função de gerenciar as atividades do programa, além de emitir relatórios e avaliar a execução do programa respeitando o cronograma estabelecido; 384 • Programa de Educação Ambiental para os Trabalhadores e para Comunidade Indígena de Kariri-Xokó e Karapotó irá propiciar a todos os envolvidos diretamente nas obras o conhecimento adequado sobre a possibilidade de ocorrência de acidentes envolvendo o meio ambiente e sua própria segurança. • Programa de Comunicação Social, que irá proporcionar a integração entre os diferentes segmentos da sociedade e usuários da BR 101, divulgando informações referentes aos aspectos de implantação do empreendimento, os impactos esperados, ações de gestão ambiental, os cuidados preventivos para a convivência com a rodovia, buscando o apoio da sociedade durante a execução da obra e operação da rodovia para a mitigação/minimização dos impactos negativos ou potencialização de impactos positivos; Programa de Desapropriação, Indenização de Terras e Benfeitorias e Relocação de População Afetada na Faixa de Domínio da Rodovia, que será responsável por indicar os procedimentos e ações a serem efetuados para as desapropriações e relocação com vistas à liberação da Faixa de Domínio para as obras da rodovia, bem como orientar para o cuidadoso planejamento do projeto rodoviário no que tange à relocação, buscando manter (ou, quando possível, melhorar) as condições de vida das pessoas cujas propriedades serão afetadas; ATENDIMENTOS A REQUISITOS LEGAIS E/OU OUTROS REQUISITOS • As atividades do Programa deverão atender as exigências estabelecidas no Decreto Nº 1.141, de 19 de maio de 1994 que dispõe sobre as ações de proteção ambiental, saúde e apoio às atividades produtivas para as comunidades indígenas e o Estatuto do Índio (Lei nº. 6.001, de 19.12.1973).Lei nº 6.001, de 19/12/1973, que dispõe sobre o Estatuto do Índio; • Organização Internacional do Trabalho, OIT, Convenção 169, sobre Povos Indígenas e Tribais, promulgada pelo Decreto nº 5.051, de 19 de abril de 2004, dispõe que deverão ser adotadas as medidas especiais que sejam necessárias para salvaguardar as pessoas, as instituições, os bens, as culturas e o meio ambiente dos povos indígenas; 385 • Decreto nº 1.141, de 05 de maio de 1994 que dispõe sobre proteção ambiental, saúde e apoio às atividades produtivas para as comunidades indígenas; e suas alterações pelo Decreto 3.799, de 19 de abril 2001; • Decreto nº 26, de 04 de fevereiro de 1991, que dispõe sobre a educação indígena no Brasil; • Portaria Interministerial MJ e MEC nº 559, de 16 de abril de 1991, que dispõe sobe a Educação Escolar para as Populações Indígenas; • Instrução Normativa nº 02, de 21 de março de 2007, que estabelece normas sobre a participação da FUNAI no processo de licenciamento ambiental de empreendimentos ou atividades potencialmente causadoras de impacto no meio ambiente das Terras Indígenas, na cultura e povos indígenas. CRONOGRAMA FÍSICO O cronograma de execução esta na tabela a seguir. 386 Tabela 113 - Cronograma do Programa de Ambiental das Terras Indígenas Kariri-Xokó e Karapotó. PROGRAMA AMBIENTAL DA TERRA INDÍGENA DE KARIRI-XOKÓ E KARAPOTÓ Fase Pré-Obras (2010) Atividades Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Estágio 1 - Pesquisa de fundamentação Estágio 2 - Workshop com representantes DNIT, Funai e lideranças indígena Estágio 2 - Primeira ida a campo Estágio 2 - Segunda ida a campo Estágio 2 - Análise dos dados e confecção dos resultados parciais Estágio 2 - Entrega do relatório parcial Estágio 2 -Terceira ida a campo Estágio 3 - Elaboração dos produtos Estágio 3 - Entrega do relatório final 387 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO O DNIT consiste no empreendedor e responsável pela execução deste programa podendo, porém, contratar consultores para serviços especializados de avaliação, projeto, supervisão e apoio. A Gestora Ambiental deverá apresentar relatórios das atividades previstas e realizadas, a necessidade ou não de medidas corretivas e quais são estas medidas. Esses relatórios terão periodicidade mensal, sendo desenvolvidos no âmbito do Programa de Gestão Ambiental (PGA) e encaminhados ao órgão licenciador. Ao final do programa, deverá ser elaborado um relatório final relacionando todas as atividades, resultados e avaliações realizadas. RESPONSÁVEIS PELO PROGRAMA O DNIT será responsável pela execução e coordenação geral do programa, o qual poderá ser executado por consultoria especializada (contratada/conveniada). Na tabela a seguir constam as instituições envolvidas no PAI. Tabela 114- Instituições envolvidas no Programa de Ambiental Indígena Kariri-Xocó e Karapotó Instituições Gestora Ambiental Construtoras DNIT IBAMA FUNAI Atribuições e Competências Organizar e supervisionar as campanhas de monitoramento dos atropelamentos; elaborar relatórios para o DNIT e IBAMA. Apresentar cronograma de avanços das frentes de obra para organização dos monitoramentos. Supervisionar a execução do programa; executar atividades que lhe forem cabíveis, contribuindo com todas as partes. Responsáveis pelo licenciamento e fiscalização ambiental; emitir autorizações para a coleta de material biológico e avaliar os produtos decorrentes deste programa. Responsáveis pelo cumprimento do Estatuto do Índio, mediação no tratamento com as comunidades, fiscalizar a implementação das medidas mitigadoras e compensatórias relativas ao empreendimento 388 RESPONSÁVEIS PELO PROGRAMA O DNIT será responsável pela execução e coordenação geral do programa, o qual poderá ser executado por consultoria especializada (contratada/conveniada). Na tabela a seguir constam as instituições envolvidas no PAI. Tabela 115- Instituições envolvidas no Programa de Ambiental Indígena Wassu-Cocal Instituições Atribuições e Competências Gestora Ambiental Construtoras DNIT IBAMA FUNAI Organizar e supervisionar as campanhas de monitoramento dos atropelamentos; elaborar relatórios para o DNIT e IBAMA. Apresentar cronograma de avanços das frentes de obra para organização dos monitoramentos. Supervisionar a execução do programa; executar atividades que lhe forem cabíveis, contribuindo com todas as partes. Responsáveis pelo licenciamento e fiscalização ambiental; emitir autorizações para a coleta de material biológico e avaliar os produtos decorrentes deste programa. Responsáveis pelo cumprimento do Estatuto do Índio, mediação no tratamento com as comunidades, fiscalizar a implementação das medidas mitigadoras e compensatórias relativas ao empreendimento RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO DO PROGRAMA Técnico Formação Eduardo Correa Meteorologia, M.Sc Fabiana dos Santos e Souza Biologia, Msc. Fernando Cruz Frickmann Biologia, Msc. Registro Crea 2006129205 CRBio 30887/4-D CRBio 29052/02-D RESPONSÁVEIS PELA EXECUÇÃO Os responsáveis técnicos pela execução do programa serão definidos quando o programa for iniciado. A execução do PAI envolverá a equipe de supervisão alocada no Programa de Gestão Ambiental e a contratação de serviços para monitoramento os atropelamentos de fauna, com emissão de boletins e relatórios técnicos. 389 BIBLIOGRAFIA EIA – Estudo de Impacto Ambiental. Aproveitamento Hidrelétrico Belo Monte. Diagnóstico das Áreas Diretamente Afetadas e Influência Direta, Estudo Socioambiental – Componente Indígena – Terra Indígena Paquiçamba, 318 p. 2009. FUNAI. Fundação Nacional do Índio. Projeto Integrado de Proteção às Populações e Terras Indígenas da Amazônia Legal (PPTAL). Levantamentos Etnoecológicos em Terras Indígenas na Amazônia brasileira: uma metodologia.54 p. 2004. FUNAI. Manual de Procedimentos da Funai. Licenciamento Ambiental do Componente Indigena. PNUD/BRA/96/018. 47p. 2006. ISA - INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL (2000). Povos Indígenas no Brasil, 1996-2000. MARTIN, G.J. Ethnobotany. A methods manual. Chapman & Hall, London. 1995. 390 4.17 - PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE APPS JUSTIFICATIVA A vegetação das APPs ao longo da rodovia possui um valor paisagístico alto e contribui para a conservação dos cursos d’água e ecossistemas adjacentes. A recuperação destas áreas com espécies pertencentes à vegetação original do local é fundamental para mitigar o impacto da supressão da flora. A maior parte das áreas do entorno das APPs são totalmente antropizadas e por consequência as espécies exóticas acabam predominando, esta é uma boa oportunidade de reintroduzir espécies pertencentes às respectivas formações vegetais que serão desmatadas. O planejamento adequado das atividades relacionadas ao Programa pode significar uma sensível melhoria dos descritores ambientais associados a sua faixa de domínio, da oferta de hábitat para distintos grupos faunísticos e da proteção dos cursos d’água atingidos pela construção da rodovia. O item Subprograma de Plantio Compensatório (SPPC) a ser realizado tem como premissa o plantio de espécies da flora local em compensação da vegetação suprimida. Conforme as fisionomias locais de floresta serão empregadas metodologias como forma de efetuar a reposição florestal obrigatória atrelada à supressão de vegetação para implantação do empreendimento de duplicação e modernização da rodovia BR-101 NE, trecho PE – AL. A Área Diretamente Afetada (ADA) da rodovia em licenciamento compreende uma ampla diversidade de situações quanto à cobertura vegetal, tanto em termos das feições naturais, como no que se refere aos efeitos dos padrões de uso do solo. O trecho da BR-101 estudado está inserido nas bacias hidrográficas do São Francisco e do Atlântico Nordeste Oriental. Segundo o Projeto RADAMBRASIL (IBGE, 1983), Folhas SC. 24/25 Aracaju/Recife. Vol. 30, as formações fitoecológicas encontradas nessa região são as seguintes: • Cerrado; • Floresta Estacional Semidecidual; 391 • Floresta Ombrófila Densa; • Floresta Ombrófila Aberta; • Área de Formações Pioneiras e • Área de Tensão Ecológica. OBJETIVO Este programa tem como objetivo principal realizar o plantio de arbustos e árvores na faixa de domínio da rodovia, onde se encontram as APPs, para recompor a área desmatada, como objetivo especifico o programa prevê: • Estabelecer as diretrizes técnicas que irão orientar os procedimentos de recomposição da vegetação necessários durante a implantação da rodovia; • Atenuar os efeitos adversos da atividade sobre os recursos naturais da Área Diretamente Afetada (ADA) do empreendimento; • Orientar os procedimentos relacionados ao plantio compensatório da vegetação suprimida pela implantação da rodovia; • Orientar a seleção de espécies a serem utilizadas no reflorestamento; • Definir locais prioritários para realização dos plantios. METAS As metas, relacionadas aos objetivos específicos, são: i. Definir as espécies com melhor característica fitossanitária para recomposição da vegetação; ii. Atenuar os efeitos adversos à vegetação nas áreas de APP da Rodovia; iii. Realização de plantios compensatórios à supressão da vegetação. INDICADORES Os indicadores de andamento do programa e dos objetivos propostos compreendem: 392 i. Identificação de espécies de características ideais para plantios; ii. Efetuar os plantios de reposição vegetal com finalidade de recuperação e embelezamento paisagístico nas margens da Rodovia; iii. Percentual de “pega” das mudas plantadas; iv. Percentual de área regenerada. PÚBLICO-ALVO • Empreiteiras; • Supervisora da obra; • Órgãos responsáveis pelo licenciamento ambiental e • DNIT. METODOLOGIA E DESCRIÇÃO DO PROGRAMA A recomposição da vegetação das APPs terá início juntamente com a análise do projeto de pavimentação e dos efeitos desse sobre os ambientes contíguos à rodovia. Essa análise deverá ser embasada pelos dados levantados inicialmente, para as atividades de supressão de vegetação, tanto em termos das características florísticas e fisionômicas da vegetação encontrada na ADA do empreendimento como no que se refere a sua distribuição espacial ao longo do eixo e nas áreas adjacentes. Por se tratar de um empreendimento rodoviário, portanto não se destina à comercialização da madeira oriunda da supressão vegetal e como o empreendedor tem entre suas atribuições legais esse tipo de atividade, parte-se do pressuposto que a reposição da vegetação estará associada a questões de recuperação da estrutura da vegetação afetada pelas obras, com ênfase naqueles locais em que ela interfere sobre Áreas de Preservação Permanente (APP). O plantio compensatório está articulado com o Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, permitindo que os objetivos da recomposição da vegetação estejam em consonância com esse programa, atendendo também às necessidades relacionadas à inserção dessas áreas na paisagem. A definição adequada das tipologias vegetais suprimidas visa permitir uma compensação que em longo prazo conduza à maior atenuação possível desse impacto e também 393 garantir a efetividade do plantio a ser realizado, subsidiando a seleção do conjunto de espécies a ser empregado e permitindo a escolha mais correta para cada situação em que se darão os plantios. A escolha de fornecedores de mudas para os plantios compensatórios de recomposição da vegetação e paisagísticos é questão de especial importância. Nesse sentido, deverão ser realizadas buscas por viveiros na região capazes de fornecer o conjunto de espécies a ser indicado, na quantidade e nas condições fitossanitárias desejadas. Considerando as características da região onde se concentra a rodovia, é provável que haja dificuldades na busca por viveiros comerciais capazes de garantir o suprimento de mudas, principalmente quando se considera o impacto do frete no custo total de projetos de reposição florestal. Pode ser estudada uma solução como alternativa à carência de viveiros comerciais tal como o estabelecimento de convênio com prefeituras da região. Através do estabelecimento de um sistema de parceria, onde o Poder Público pode ceder o terreno e a mão-de-obra para o preparo das mudas e o plantio, tendo a consultora como responsável pelos custos operacionais do processo. A seguir são apresentadas as diretrizes a serem observadas visando à realização dos plantios. • Preparação do terreno e limpeza da área A área de plantio deverá ser previamente limpa para o plantio das mudas e o curso d’água deve ser mantido na sua conformação original, caso existam resíduos sólidos e a topografia do terreno preparada conforme o padrão de paisagem da região. Caso existam áreas de solo exposto, o plantio das árvores deve ser precedido por semeaduras de sementes de plantas típicas ou do plantio de vegetação herbácea de pequeno porte. • Demarcação e preparo das covas A demarcação das covas será efetuada com auxílio de uma enxada para marcar o local onde será aberta a cova. As covas, com dimensões padronizadas de 0,3 x 0,3 x 0,3 m, serão abertas com auxílio de uma pá de corte ou cavadeira. O plantio deverá seguir uma formação não linear ou paralela, atenuando o efeito de monotonia na paisagem. • Espaçamento e distribuição espacial das mudas 394 A distribuição e aleatoriedade das espécies deverão seguir os preceitos da sucessão, que recomenda a adoção de uma proporção de 60% de espécies pioneiras (de crescimento rápido), 30% de espécies secundárias iniciais e 10% de secundárias tardias ou climácicas (de crescimento lento). A adoção de um espaçamento básico de 2,5 x 2,5 m, ou seja, uma densidade de plantio de 1.700 mudas/ha é considerada ideal para a recuperação de área. A quantificação do número de mudas necessário para o plantio compensatório resultará do estudo fitossociológico a ser desenvolvido como parte do Subprograma de Controle Supressão da Vegetação. A figura a seguir descreve a metodologia de plantio compensatório para utilização na recuperação de APPs. 395 Figura 17 - Categorias ecológicas das espécies florestais indicadas para plantios compensatórios. • Espécies recomendadas A seleção das espécies a serem utilizadas, conforme destacado anteriormente, deverá basear-se no levantamento da composição florística desenvolvido no âmbito do EIA/RIMA, complementado pelo estudo fitossociológico. A tabela a seguir apresenta uma relação de espécies que possuem potencial de serem utilizadas nos procedimentos de revitalização, a partir dos resultados obtidos no diagnóstico ambiental do EIA/RIMA. 396 Tabela 116 - Relação de espécies vegetais a serem utilizadas nos procedimentos de reflorestamento e plantio paisagístico. Nome científico • Família Nome comum Classificação Schefflera morototoni Araliaceae caixeta Pioneira Kyelmeiera marauensis. Clusiaceae pau-santo Climácica Hymatanthus articulatus Apocynaceae pau-de-leite Climácica Ficus enormis. Moraceae figueira-mata-pau Oportunista Hymenaea coubari Fabaceae jatobá Climácica Inga spp. Fabaceae ingá Climácica Brosimum sp. Moraceae leiteiro Climácica Tabebuia spp. Bignoniaceae ipê Climácica Casearia sylvestris Flacoutiaceae chá-de-bugre Climácica Machaerium aculeatum Fabaceae jacarandá-de-espinho Climácica Anadenanthera colubrina Fabaceae angico-branco Pioneira Dalbergia nigra Fabaceae jacarandá-da-bahia Climácica Erythina verna Fabaceae mulungu Pioneira Schinus terebinthifolius Anacardiaceae aroeira Pioneira Caesalpinia echinata Fabaceae pau-brasil climácica Astronium urundeuva Anacardiaceae aroeirão climácica Cálculo de compensação de vegetação A compensação da vegetação suprimida leva em consideração a área afetada por unidade de APP seguindo um espaçamento de plantio de 2,5 x 2,5 conforme item anterior Espaçamento e distribuição espacial das mudas. A tabela a seguir apresenta as APPs com seus respectivos km, coordenadas e área afetada com as referidas compensações e o total de mudas para plantio compensatório. 397 Tabela 117 - Cálculo de compensação vegetal por unidade de APP Unidade Federativa ALAGOAS SERGIPE Nome Curso D'água KM X Y Rio Piauí Rio Perucaba Rio Boa Cica Rio Itiúba Rio São Francisco Rio Landim Rio Japaratuba Mirim Rio Japaratuba Rio Lagartixo Rio Cafundó Rio Jenipapo Rio Riachão Rio Pati Rio Lagoa Grande Rio Siriri Rio Ganhamaroba Lagoa Rio Sergipe Rio Poxim Mirim Rio Poxim Açu Rio Pitanga Riacho Pindoba Rio Vaza Barris I Rio Vaza Barris II Banhado Riacho Tijupeba Riacho das Tabocas 193+000 204+800 216+950 234+900 248+500 27+500 30+300 40+900 41+600 46+400 51+000 55+700 56+000 61+600 64+200 69+400 73+100 76+600 95+600 96+700 102+700 108+900 110+300 111+100 113+900 120+100 776642,0000 767699,0000 758374,6890 744810,4360 738876,0000 726283,2060 725765,4120 722646,0240 722208,8250 722740,1890 721135,0470 717505,8210 715647,0000 714891,7600 713166,9890 709342,7060 706217,7011 704044,4910 700498,7070 699541,4430 694584,7290 688151,1070 685892,2980 685512,5760 684595,4730 681527,5150 678674,0720 8900976,0000 8896232,0000 8889455,7350 8880979,8890 8870940,0000 8845724,9170 8844248,1310 8834414,5940 8833796,7520 8830309,2550 8826261,5680 8823507,6990 8819890,0000 8818574,0850 8816532,2260 8813210,4800 8809740,7072 8808509,2300 8792679,2850 8792014,1210 8788724,2860 8786962,6860 8784255,6510 8783911,0220 8782407,5510 8779551,6920 8779166,5090 Área Suprimida APP m² 2.100 2.100 1.400 3.500 31.500 3.500 3.500 3.500 3.500 2.100 2.100 2.100 2.100 3.500 3.500 2.100 3.500 7.000 2.100 2.100 2.100 2.100 2.100 3.500 7.000 2.100 2.100 Área Suprimida Total Plantio APP hectare Compensatório 0,21 0,21 0,14 0,35 3,15 0,35 0,35 0,35 0,35 0,21 0,21 0,21 0,21 0,35 0,35 0,21 0,35 0,7 0,21 0,21 0,21 0,21 0,21 0,35 0,7 0,21 0,21 357 357 238 595 5355 595 595 595 595 357 357 357 357 595 595 357 595 1190 357 357 357 357 357 595 1190 357 357 398 Unidade Federativa BAHIA Nome Curso D'água KM X Y Rio Fundo Riacho dos Macacos Rio Piauí Rio Cachoeira Rio Real Rio Itapicuruí I Rio Itapicuruí II Rio Tijuco Rio Serra Rio Inhambupé Rio Subaúma Rio Sauípe Rio Catu Rio Camarugipe Rio Vermelho Rio Ingazeira Rio Pojuca 123+400 127+800 129+100 153+400 0+000 24+500 678519,8270 677971,5060 676657,8271 668877,4050 630840,0000 619711,2670 619694,3610 609934,7070 609560,0000 603482,0000 599443,6700 588757,7960 564061,0000 545119,1250 538363,1960 532890,8100 530640,0000 8774952,5770 8773756,3900 8769066,0357 8752108,5950 8726280,0000 8707637,3310 8707523,1130 8692032,7700 8687172,0000 8681396,0000 8678065,5100 8676463,2590 8655770,0000 8652636,6560 8644900,0440 8642237,4300 8639908,0000 43+700 48+300 57+700 63+500 75+050 110+200 132+800 149+100 0+000 Área Suprimida APP m² 2.100 2.100 2.100 7.000 3.500 2.625 2.625 3.500 3.500 2.100 2.100 2.100 2.100 3.500 3.500 3.500 2.100 157.850 Área Suprimida Total Plantio APP hectare Compensatório 0,21 0,21 0,21 0,7 0,35 0,26 0,26 0,35 0,35 0,21 0,21 0,21 0,21 0,35 0,35 0,35 0,21 15,78 357 357 357 1190 595 442 442 595 595 357 357 357 357 595 595 595 357 26826 399 • CONTROLE DE FORMIGAS CORTADEIRAS Cerca de 30 dias antes do plantio deverá iniciar o combate às pragas, principalmente as formigas cortadeiras, que podem causar danos consideráveis nas mudas e até altas taxas de mortalidade. Dessa forma, o combate às formigas deve ser realizado no prazo estipulado antes do plantio numa faixa de 50 a 100 metros do entorno a esta. O monitoramento da área pode indicar a necessidade de se repetir o procedimento de combate às formigas. Dentre os principais métodos de combate às formigas os mais usados são: a) pó seco – aplicação direta com bomba insufladora do pó formicida no formigueiro, matando as formigas pelo contato com o produto, sendo esse indicado para formigueiros pequenos. b) isca granulada – método mais empregado em atividades de plantio, por se mais seguro na aplicação e menos tóxico ao ambiente. A opção, preferencialmente, por iscas acondicionadas em embalagens pequenas (10 g cada) evitam a exposição do produto. Os produtos mais recomendados são Fipronil e Sulfluramida, utilizáveis na quantidade de 10g/m2 de terra solta. A aplicação do produto deve ser executada no período de seca, para evitar danos ao produto, e também a lavagem e o carreamento do mesmo para os cursos d’água. • ADUBAÇÃO A adubação deverá ser feita com fertilizante químico (NPK 5-20-20) na razão de 200 g por muda. No segundo ano, sendo possível, deverá ser feita a adubação de cobertura usando 20 gramas de Nitrogênio (45 gramas de Uréia ou 95 gramas de Sulfeto de Amônia). • PLANTIO Fundamentalmente deve ser realizado o plantio em dias nublados ou chuvosos e preferencialmente no início da estação chuvosa. No caso de ocorrência de seca na ocasião do plantio, deverá ser prevista a irrigação periódica das áreas onde ocorra o reflorestamento. Quando as mudas forem fornecidas em embalagem plástica, durante a operação de plantio deve-se cortar o recipiente plástico pelas laterais e pelo fundo, tomando-se o cuidado de não desfazer o torrão de terra. Após, colocar a muda no interior da cova, retirar o saco plástico e colocar terra ao redor mantendo as mudas retas e pressionar a terra para firmar a muda no solo. 400 É recomendável manter a cova mais baixa do que o terreno adjacente para melhor captação da água das chuvas. Quando o plantio for realizado corretamente, no início da estação chuvosa, apenas uma irrigação de plantio pode ser o suficiente para o estabelecimento das mesmas. • REPLANTIO Nos locais onde houver problemas de sobrevivência das mudas, será necessário fazer novos plantios. Um mês após o plantio, as mudas que não sobreviverem serão substituídas por outras da mesma espécie ou pelo menos, do mesmo grupo. • MANUTENÇÃO A manutenção será executada periodicamente através de capinas, controle sanitário e replantio de mudas. A primeira capina deve ser executada três meses após o plantio, ao redor da muda, a fim de fazer um coroamento. O número de capinas depende do tempo de fechamento do agrupamento florestal, que varia com as condições do local e com as espécies plantadas. Todavia se as plantas indesejáveis estiverem competindo com as mudas plantadas será realizado o coroamento. É importante tomar o cuidado de aproveitar ao máximo os benefícios da vegetação rasteira como cobertura do solo e fornecedora de sombra, capinando apenas o que estiver afetando o crescimento das mudas. Durante todo o período de manutenção serão efetuados, sistematicamente, os controles das formigas cortadeiras, a manutenção dos tutores, a retirada de galhos caídos e o replantio das mudas que não se desenvolverem ou forem danificadas, considerando-se os valores estimados de cerca de 10% em projetos de reposição florestal. O planejamento do plantio compensatório e da recomposição da vegetação, além de respeitar as características dos diferentes ambientes interceptados pela rodovia em termos de composição florística e de estrutura dos maciços florestais, terá que considerar os efeitos sobre a paisagem, garantindo o bom proveito das principais feições que compõem a paisagem regional. • Supervisão Ambiental das Ações Previstas O Programa de Recuperação de APPs deverá ser supervisionado por profissional habilitado, que ficará encarregado de cumprir a programação da atividade e minimizar ao máximo a perda de material biológico. 401 O processo de avaliação visa monitorar o material plantado e posterior substituição das mudas plantadas caso seja necessário. ETAPAS DE EXECUÇÃO Na tabela a seguir consta a síntese das atividades a serem realizadas no programa. Tabela 118 - Atividades a serem executadas no Programa de Recuperação de APPs Atividade Definição das espécies a serem plantadas Conformação do terreno e limpeza da área a receber os plantios Demarcação e preparo das covas Plantio e manutenção das mudas Forma de ação Analisar as espécies de maior necessidade de maior importância para recuperação de áreas Preparo do terreno buscando a conformação mais próxima possível do original Atividade a ser realizada concomitante à conformação do terreno Atividade a ser realizada após preparo das covas Etapa Competência Antes do início das obras e mensalmente no período de obra Gestão Ambiental A partir do 8º mês de início das obras Gestão Ambiental A partir do 8º mês de início das obras Gestão Ambiental A partir do 8º mês de início das obras Gestão Ambiental INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS O Programa de Recuperação de APPs apresenta interação com os seguintes programas: • Programa de Supressão de Vegetação; • Programa de Comunicação Social; • Programa de Educação Ambiental; • Programa de Recuperação de Áreas Degradadas; • Programa de Recomposição da Vegetação e Plantios Paisagísticos; • Programa de Resgate de Flora; Programa de Gestão Ambiental. ATENDIMENTOS A REQUISITOS LEGAIS E/OU OUTROS REQUISITOS • Código Florestal Brasileiro (Lei nº. 4.771/1965) e suas regulamentações e normatizações, em especial a Instrução Normativa do Ministério do Meio Ambiente nº. 06/2006; 402 • Decreto nº. 5.975 de 30 de novembro de 2006, do Código Florestal Brasileiro, que regulamenta a os artigos 12, parte final, 15, 16, 19, 20 e 21 trata em seu capítulo V da obrigação de reposição florestal, que deve ser realizada pela pessoa física ou jurídica responsável pela supressão de vegetação no mesmo Estado, prioritariamente dentro da área de abrangência do empreendimento Além da legislação citada; • Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) possui instruções e normas que tratam do componente ambiental em rodovias, diretrizes para o paisagismo de rodovias, exemplificando inclusive esquemas de plantio para diferentes situações, sempre compatibilizando a segurança da rodovia com as funções ecológicas do componente vegetal; • Lei nº 4771/1965 (Código florestal) e suas alterações; • Resolução CONAMA nº 369/2006, que regulamenta casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente – APP. Decreto nº. 5.975 de 30 de novembro de 2006, do Código Florestal Brasileiro, que regulamenta a os artigos 12, parte final, 15, 16, 19, 20 e 21 trata em seu capítulo V da obrigação de reposição florestal, que deve ser realizada pela pessoa física ou jurídica responsável pela supressão de vegetação no mesmo Estado, prioritariamente dentro da área de abrangência do empreendimento além da legislação citada. RECURSOS NECESSÁRIOS MÃO DE OBRA Para as atividades de preparo dos terrenos e plantio, deve ser montada uma equipe de trabalho composta de pelo menos duas pessoas no campo. Será necessário um coordenador para supervisionar a área ambiental da obra. Possivelmente será necessário o emprego de dois ajudantes para estas atividades, um para retirada dos sacos plásticos das mudas e para organizar as mudas nos locais de plantios e um para auxiliar na fixação das mudas no locais definitivos. 403 EQUIPAMENTOS Para a realização deste programa serão necessários equipamentos de baixo custo (pás de corte, enxadas, pás de mão, pás para cavar ou cavadeiras, irrigação, além dos EPIs que cada funcionário deverá portar durante as atividades) sendo o maior investimento para uma caminhonete com tração integral (4x4), que permita o fácil acesso da equipe durante o período de plantio de mudas. Esta deve ter cabine dupla e ter capota coberta para proteger o material coletado das intempéries. Os recursos necessários para a implantação do programa são apresentados na tabela a seguir. Tabela 119 - Recursos necessários para a implantação do Programa de Recuperação das APPs. Descrição Nível Quantidade Funcional -1 A – Equipe Técnica Coordenador Técnico de nível médio Quantidade Participação Homens/Mês Mensal Meses ou Percentual Média (% ou Quantidade em 30 dias) Simples Função ou Numeração -2 -3 (4) = (1-2-3) I – Custos Diretos Valor Unitário (R$)/mês Valor Total (R$) -5 (6) = (4-5) 1 100% 60 60 7721,28 463276,80 2 100% 60 60 2916,92 350030,40 Sub-Total Item “A” 813307,20 B – Encargos Sociais (88,04% de “A”) 88,04% 813307,2 Sub-Total Item “B” 716035,66 C – Custos Administrativos (50% de “A”) 50,00% 350030,4 Sub-Total Item “C” 60 230 Sub-Total Item “E” 1 100% 60 60 3737,49 224249,40 224249,40 1942407,46 12% Sub-Total Item “H” 13800,00 13800,00 Sub-Total Item “F” Total do Item “I” II – Custos Indiretos H– Remuneração da Empresa Taxa de 12% sobre o total do item “I” 175015,20 175015,20 E – Despesas com Deslocamento F – Veículos Utilitário 716035,66 1942407,4 6 233088,90 233088,90 404 Descrição Quantidade Participação Homens/Mês Mensal Nível Quantidade Meses ou Percentual Média (% Funcional ou Quantidade em 30 dias) Simples I – Despesas Fiscais Taxa de 16,62% dos itens “I” e “II – H” 16,62% Valor Unitário (R$)/mês Valor Total (R$) 2175496,3 5 361567,49 Total do Item “II” Custo Total de Execução do Programa (60 meses) 361567,49 2537063,85 CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO A tabela a seguir apresenta o cronograma relativo à execução do PRAPP. 405 Tabela 120 - Cronograma do Programa de Recuperação das APPs MELHORIAS E DUPLICAÇÃO DA RODOVIA BR-101 – TRECHO SÃO MIGUEL DOS CAMPOS (AL) – ENTRONCAMENTO COM BR-324 (BA) PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE APPs Ano Atividade 1 2 3 4 Mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 5 Semestre 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 1 2 1 2 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE APPs Elaboração do plano de trabalho Seleção das espécies a serem plantadas Preparação do terreno e limpeza da área* Controle das formigas cortadeiras* Adubação do terreno* Plantio* Rega e avaliação da “pega”/ Vistorias* Replantio* Manutenção dos plantios e replantios* Elaboração de relatórios relacionados ao plantio e manutenção das mudas Supervisão ambiental das ações previstas 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % 1,2 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,2% 9% 9% 9% 9% 9% 9% % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % 406 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO O Programa de Recuperação das APPs deverá ser supervisionado por profissional habilitado, que ficará encarregado de cumprir a programação da atividade e minimizar ao máximo os impactos deste empreendimento. O processo de avaliação visa monitorar a coleta de sementes, bem como todo o processo desde a produção de mudas até o plantio em áreas a serem definido seguido de manutenção periódica. O acompanhamento das áreas de plantio deve ser executado através de visitas periódicas, visando o sucesso da implantação do projeto de recuperação. As visitas nos primeiros seis meses de plantio deverão ser quinzenais para verificação do crescimento das mudas e o andamento dos trabalhos de manutenção das mesmas. Após esse prazo as vistorias poderão ser semestrais ou com maior freqüência caso haja necessidade. Outro aspecto que necessita ser avaliado durante as vistorias é o progresso de conectividade destas áreas recuperadas em conjunto com áreas de matas adjacentes RESPONSÁVEIS PELO PROGRAMA O DNIT será responsável pela execução e coordenação geral do programa, o qual poderá ser executado por consultoria especializada (contratada/conveniada). Na tabela a seguir constam as instituições envolvidas no PRAPP. Tabela 121 - Instituições envolvidas no Programa de Educação Ambiental. Instituições Atribuições e competências DNIT Implantar, gerenciar e supervisionar as atividades de recuperação das APPs Gestora Ambiental Construtoras Apoiar, orientar e supervisionar as atividades. Emitir relatórios e avaliar a execução das ações propostas. Encaminhamento de ações corretivas, quando necessário. Fornecer informações sobre o projeto e o andamento das obras; atuar como parceira para execução de atividades, conforme lhe for cabível. 407 RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO DO PROGRAMA Técnico Formação Registro profissional CTF Ingo Hubel Biólogo (Msc) CRBio 53.065-03 4264302 Luis Gustavo Serra Biólogo (Msc) CRBio 63.131-03 4805608 Fabiana Maraschin da Silva Bióloga (Dra.) CRBio 34.026-03 268489 Adriano Scherer Biólogo (Dr.) CRBio 28.569-03 326257 RESPONSÁVEIS PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA O DNIT será responsável pela execução e coordenação geral do programa, o qual poderá ser executado por consultoria especializada (contratada/conveniada). Para a execução das atividades previstas, será necessária a seguinte equipe técnica: um especialista em flora (Biólogo, Eng. Florestal, Ambiental ou Agrônomo) e dois auxiliares para flora (Técnico agrícola ou meio ambiente). Tabela 122 - Relação dos profissionais necessários à execução do Programa de Educação Ambiental. Função Formação Quantidade Coordenador Biólogo, eng. Florestal, eng. Ambiental ou eng. Agrônomo 01 Auxiliares Técnico Agrícola ou Técnico em Meio Ambiente 02 BIBLIOGRAFIA BELLIA, V.; PARENTE, A.; DIAS, R.R.; MENEZES, L.A.; DELORENCI, C.C.F. Introdução à Gestão Ambiental de Estradas. 1 ed. Rio de Janeiro: Fundação Ricardo Franco/Instituto Militar de Engenharia, 2005. 124 p. BELLIA, V; BIDONE, E.D. Rodovias, recursos naturais e meio ambiente. Niterói: EdUFF, 1993. 408 DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Diretrizes Básicas para Elaboração de Estudos e Programas Ambientais Rodoviários: escopos básicos/instruções de serviço. Rio de Janeiro: IPR, 2006. 405p. ECOPLAN Engenharia. Plano Básico Ambiental para as Obras de Pavimentação da Rodovia BR-158. 2008. 285 pg. OIKOS. Plano Básico Ambiental das Obras de Adequação de Capacidade da BR101/AL/SE/BA. 2009. 277 pg. 409 4.18 - PROGRAMA MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR JUSTIFICATIVA A qualidade do ar de uma região é influenciada diretamente pelos níveis de poluição atmosférica, sendo que esta magnitude determina o estado atual da qualidade do ar atmosférico. A poluição do ar pode ser definida como uma alteração das propriedades normais (físicas, químicas ou biológicas) da atmosfera, sendo que estas mudanças podem causar danos ao meio ambiente. As obras de duplicação da BR 101/AL-SE-BA potencializarão o aumento nas emissões de gases e poeiras, que, por sua vez, poderão causar danos às comunidades e ao meio ambiente do entorno da rodovia. Essas alterações poderão ocorrer na fase de implantação do empreendimento sendo sentidas principalmente nas frentes de obra, nas áreas de empréstimo, bota-fora, britadores e usinas de asfalto. Os efeitos da poluição atmosférica na saúde humana podem afetar o aparelho respiratório, a pele e os olhos. As poeiras ficam retidas nos pulmões, podendo alterar a capacidade respiratória, enquanto os gases irritam as paredes do aparelho respiratório, também podendo causar irritação na pele e nos olhos. Em função do exposto acima, o Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar se justifica na medida em que irá subsidiar a tomada de decisões no que diz respeito à aplicação de medidas que minimizem estes impactos. O monitoramento a ser realizado englobará as emissões de material particulado e gases. Por isso, o PMAR contempla medidas que contribuirão para minimizar os impactos ambientais estimados e, principalmente, os efeitos sobre a saúde da mão de obra e dos moradores próximos ao empreendimento. OBJETIVO O objetivo geral deste programa consiste na implantação de uma série de medidas de controle e monitoramento visando manutenção da qualidade do ar na área de influência do empreendimento, evitando a degradação deste recurso ambiental pelas emissões de particulados e gases em taxas acima das estabelecidas pela legislação vigente. Como objetivos específicos, têm-se: i. Determinação dos pontos mais sensíveis em relação à qualidade do ar; 410 ii. Diagnóstico inicial da qualidade do ar nas áreas sensíveis; iii. Detecção de quaisquer alterações provocadas pelas obras na qualidade do ar; iv. Redução nas emissões de gases e poeira durante a fase de obras, mitigando o desconforto causado aos trabalhadores e população do entorno das obras; v. Atendimento à Resolução CONAMA nº 003 de 1990, a qual fixa os padrões de qualidade do ar em nível nacional. METAS As metas, relacionadas aos objetivos específicos, são: i. Definir os pontos amostrais a serem diagnosticados e monitorados; ii. Determinar os parâmetros que indiquem a qualidade do ar nos pontos amostrais; iii. Monitorar periodicamente a qualidade do ar nos pontos amostrais; iv. Estabelecer procedimentos e diretrizes para evitar e/ou reduzir a emissão de material particulado e gases nas frentes de obras, canteiros, áreas de apoio, estradas e acessos; v. Definir medidas de melhoria da qualidade do ar em áreas onde forem constatadas alterações significativas, mantendo-as dentro de padrões aceitáveis segundo a legislação vigente. INDICADORES Os indicadores de andamento do programa e dos objetivos propostos compreendem: i. Número de campanhas realizadas; ii. Número de pontos amostrais monitorados; 411 iii. Número de pontos amostrais com alterações detectadas e relacionadas às obras (aumento na concentração dos parâmetros analisados); iv. Número de pontos amostrais cujos parâmetros da qualidade do ar estejam de acordo com as normas ambientais (redução nos valores dos parâmetros monitorados ou estabilidade nos valores inicialmente diagnosticados). PÚBLICO-ALVO O público-alvo deste programa consiste nos trabalhadores envolvidos com as obras de instalação da rodovia, bem como toda a população residente na ADA do empreendimento. METODOLOGIA E DESCRIÇÃO DO PROGRAMA A seguir são descritas atividades, os métodos e diretrizes gerais serem empregados no Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar. Definição dos Pontos Amostrais Os locais de monitoramento e acompanhamento das concentrações de partículas inaláveis situam-se nas frentes de obras de implantação da rodovia, usinas de asfalto, usinas de concreto e britadores, ou em outros pontos críticos a serem indicados pela supervisão ambiental. Além destes, também são indicados, a princípio, os pontos com interferência direta com núcleos urbanos e rurais, devendo as amostragens ser realizadas quando da ocorrência das obras nestes locais. As figuras a seguir ilustram os pontos previamente delimitados para o diagnóstico e monitoramento. Cada ponto receberá a denominação QAr (Qualidade do Ar) e será numerado sequencialmente a partir do norte, sendo, portando, o ponto mais ao norte denominado QAr01 e seu subsequente QAr02. São previstos pontos de amostragem nos seguintes municípios: São Miguel dos Campos, Teotônio Vilela, Porto Real do Colégio (AL), Propriá, Aracaju, Estância (SE), Esplanada, Entre Rios, Alagoinhas e Conceição do Jacuípe (BA). Salienta-se que a localização exata dos pontos amostrais será feita pela equipe de Gestão Ambiental a partir de caminhamento no trecho. 412 Caso os resultados obtidos demonstrem alteração significativa da qualidade do ar, novos pontos poderão ser sugeridos pela Gestão Ambiental ao longo do período de instalação do empreendimento. Após o primeiro ano de coleta será avaliada a necessidade da continuidade do programa em todos os pontos ou mesmo inserção de novos pontos à malha amostral definida. 413 Figura 18 - Pontos de amostragem de qualidade do ar em Alagoas 414 Figura 19 - Pontos de amostragem de qualidade do ar em Sergipe 415 Figura 20 - Áreas sensíveis ao longo da BR-101 na Bahia 416 Diagnóstico e Monitoramento do Ar nas Áreas Sensíveis Esta atividade compreende as amostragens propriamente ditas por meio de amostrador de material particulado por filtro nos pontos definidos. A primeira amostra servirá para o diagnóstico inicial e as demais terão caráter de monitoramento. As amostragens consistirão na retirada de filtros e leituras para análise laboratorial e in loco das emissões. Com os dados obtidos deverá ser calculado o Índice de Qualidade do Ar (IQAr), para o qual serão considerados sete poluentes atmosféricos, a saber: dióxido de enxofre, partículas totais em suspensão, partículas inaláveis, fumaça, monóxido de carbono, ozônio e dióxido de nitrogênio. Em paralelo às amostragens, deverá ser realizado acompanhamento das condições meteorológicas locais como chuvas, temperatura, umidade relativa do ar e direção dos ventos predominantes na data das amostragens. Os resultados das amostragens em cada ponto deverão ser comparados a valores de referência estabelecidos pela legislação para os poluentes monitorados. O monitoramento e controle da poluição atmosférica durante a pavimentação da rodovia ocorrerá mensalmente, gerando relatórios mensais que servirão de base para a elaboração dos relatórios semestrais voltados ao órgão licenciador. Os relatórios deverão contemplar as seguintes informações: i. Localização dos pontos monitorados; ii. Data da realização das amostragens; iii. Condições climáticas locais; iv. Resultado dos parâmetros monitorados; v. Comparação dos resultados com os limites estabelecidos em legislação; vi. IQAr; vii. Comparativo da última medição com as realizadas anteriormente; viii. Indicação de medidas de controle se necessário; ix. Equipe responsável pelo monitoramento. 417 Execução de Procedimentos para Redução de Emissões Gasosas e de Material Particulado e Monitoramento de sua Implementação. Estas atividades estão voltadas basicamente para as ações de controle de emissão de poluentes nas pedreiras, usinas de asfalto, frentes de terraplanagem, pavimentação e caminhos de serviço. A seguir são indicadas diretrizes e procedimentos para este controle, devendo sua adoção ser orientada aos trabalhadores das Construtoras; periodicamente a supervisão ambiental do empreendimento deverá monitorar a implementação destes procedimentos e observância às diretrizes descritas a seguir. Usinas de Britagem A brita consiste em um dos materiais que compõe as camadas a serem implantadas no leito estradal durante a pavimentação. Para tal, é necessária a cominuição de rochas sãs em britadores a serem instalados diretamente na área de lavra ou mesmo no canteiro de obras, com posterior transporte destes materiais para as áreas de utilização. As fontes de emissões atmosféricas a partir de usinas de britagem podem ser listadas a seguir: i. Material particulado: pó emanado a partir do britador quando da cominuição das rochas; ii. Gases: queima de combustíveis nos veículos. As principais exigências para o controle das atividades de produção de brita são: i. Emissões visíveis deverão ficar circunscritas aos limites da unidade industrial; ii. Umidificar o material extraído antes de sua transferência do caminhão basculante para a moega de carga; iii. Implantar bicos aspersores na moega de carga e no alimentador vibratório, nas laterais e parte posterior; iv. Enclausurar os britadores e rebritadores, implantando sistema de exaustão e filtragem ou umidificar as bases e moegas de carga dos mesmos; v. Enclausurar as peneiras intermediárias e seletora final, implantando sistema de exaustão e filtragem; caso se tenha optado pela umidificação nos pontos anteriores, fechar apenas as laterais, parte posterior e parte superior; 418 vi. Implantar bicos aspersores em todos os pontos de transferência; vii. Implantar bicos aspersores nos pontos de queda das esteiras para a formação do pulmão e pilha de estocagem; viii. Implantar aspersores giratórios, deslocáveis, para aspersão d’água sob pressão, nas pilhas de estocagem; ix. Umidificar o material pétreo estocado, antes que a pá mecânica o transfira para os caminhões basculantes; x. Pavimentar ou molhar as vias de tráfego interno; xi. Molhar, antes de cada desmonte, a praça onde ocorre a queda do material; xii. Caso a concentração de partículas em suspensão no local, exceda os padrões estabelecidos pelo CONAMA, poderão ser feitas exigências complementares para os marteletes e perfuratrizes de carreta; xiii. Acionar os sistemas de controle de poluição antes do início de operação dos equipamentos de processo e mantê-los em operação simultânea à pedreira; xiv. Efetuar a manutenção adequada dos sistemas de controle de poluição; xv. Efetuar o planejamento de fogo de bancada visando minimizar as emissões advindas da extração de blocos de grandes dimensões; xvi. Efetuar a exploração da jazida de maneira tal, que após sua paralisação, seja facilitada sua recuperação ambiental; xvii. Promover o plantio de vegetação adequada em torno do núcleo de britagem, de forma que, com o tempo, se forme uma barreira verde no local. Usinas de Asfalto As usinas de asfalto confeccionam misturas com uso de cimento asfáltico, areia e material de enchimento (filler) sendo que, quando esta mistura é aquecida, pode ser empregada como revestimento, base, regularização ou reforço do pavimento. As fontes de emissões atmosféricas a partir de usinas asfálticas podem ser listadas a seguir: 419 i. Material Particulado: transporte de materiais; secador rotativo; peneiramento; manuseio de agregados; pesagem; pilhas de estocagem. ii. Gases: queima de combustíveis nos veículos; aquecimento do cimento asfáltico; tanques de estocagem de óleo combustível. As principais exigências para o controle de usinas de asfalto são: i. As áreas de implantação das usinas não podem estar sujeitas a instabilidades físicas passíveis de ocorrência em cotas superiores (por exemplo: escorregamentos, deslizamentos, presença de materiais instáveis, como depósitos de tálus, etc.); ii. As áreas das usinas de asfalto, concreto e solos não podem ser suscetíveis a cheias e inundações; iii. As áreas das usinas de asfalto, concreto e solos não podem situar-se próximas as nascentes de cursos d’água e núcleos urbanos; iv. Evitar que as usinas de asfalto, concreto e solos sejam instaladas em linha com a direção predominante dos ventos e núcleos urbanos; v. A instalação das usinas de asfalto, concreto e solos deverá obedecer à legislação de uso e ocupação do solo vigente nos municípios envolvidos; vi. A descarga de material particulado para a atmosfera, no processo de produção de asfalto a quente, não poderá apresentar concentração superior ao padrão fixado pelo Órgão Ambiental de cada Estado; vii. Instalar sistemas de controle de poluição do ar, constituído de ciclone e filtro de mangas ou de equipamentos que atendam ao padrão estabelecido; viii. Dotar os silos de estocagem de agregados frios, de proteções laterais e cobertura, para evitar a dispersão das emissões fugitivas durante a operação de carregamento; ix. Enclausurar a correia transportadora de agregados frios; 420 x. Adotar procedimentos de forma que a alimentação do secador seja feita sem emissão visível para a atmosfera; xi. Manter pressão negativa no secador rotativo, enquanto a usina estiver em operação, para que sejam evitadas emissões de partículas na entrada e saída do mesmo; xii. Dotar o misturador, os silos de agregados quentes e as peneiras classificatórias, de sistema de exaustão conectado ao sistema de controle de poluição do ar, para evitar emissões de vapores e partículas, para a atmosfera; xiii. Fechar os silos de estocagem de massa asfáltica; xiv. Pavimentar ou molhar e manter limpas as vias de acesso internas; xv. Dotar os silos de estocagem de filler, de sistema próprio de filtragem a seco; xvi. Adotar procedimentos operacionais que evitem a emissão de partículas provenientes dos sistemas de limpeza dos filtros de mangas e de reciclagem do pó retido nas mangas; xvii. Acionar os sistemas de controle de poluição do ar antes de dar partida nos equipamentos de processo; xviii. Manter, em boas condições de operação, todos os equipamentos de processo e de controle e; xix. Dotar as chaminés de instalações adequadas para realização de medições. Caminhos de Serviço e Frentes de Terraplenagem e Pavimentação Os caminhos de serviço consistem naqueles abertos provisoriamente durante as obras com objetivo de promover a operação eficiente do maquinário e acessos às áreas de exploração mineral. As áreas de terraplenagem são aquelas nas quais os materiais originais sofrem remoção (corte) ou acréscimo (aterro), objetivando nivelar e conformar o relevo para o posterior recebimento dos materiais que formarão o pavimento. As fontes de emissão de poluentes atmosféricos referentes a estas atividades consistem nas seguintes: 421 i. Material Particulado: movimentação de maquinário. ii. Gases: queima de combustíveis nos veículos. As principais exigências para o controle de caminhos de serviço e frentes de terraplenagem e pavimentação são: i. Lavagens periódicas dos equipamentos e veículos, minimizando a quantidade de sedimentos transportados para as vias; ii. Todas as caçambas de caminhões de transporte de terra e brita, deverão ser protegidas com lonas, evitando-se a emissão de poeira em suspensão; iii. Executar manutenção periódica dos veículos e equipamentos para que se minimize a emissão de gases poluentes; iv. Executar aspersão nas vias de acesso às obras e os desvios de tráfego não pavimentados, através de caminhões-pipa, evitando-se a geração de poeira em suspensão; v. Para os cortes em rocha, observar, no que couber, as medidas de controle indicadas para as operações em pedreiras. Supervisão Ambiental das Ações Previstas A supervisão das atividades previstas no programa, por parte da Gestora Ambiental, compreende a realização de inspeções, vistorias e registros, com o objetivo de avaliar o andamento do mesmo e a correções caso sejam detectadas atividades pendentes. ETAPAS DE EXECUÇÃO Na tabela a seguir consta a síntese das atividades a serem realizadas no programa. Tabela 123 - Atividades a serem executadas no Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar. Atividade Forma de ação Etapa Competência Delimitação dos pontos amostrais Definir os pontos mais suscetíveis à geração de impactos Antes do início das obras DNIT, através de contratos específicos; 422 Atividade Forma de ação Etapa Competência Gestão Ambiental Diagnóstico e monitoramento ar nas áreas sensíveis Realizar campanhas para amostragens de ar nos pontos selecionados; análise laboratorial e in loco das emissões; emissão de relatórios. Antes do início das obras e mensalmente durante as obras DNIT, através de contratos específicos; Gestão Ambiental Execução de procedimentos para redução de emissões gasosas e de material particulado e monitoramento de sua implementação Implantar medidas nas usinas de britagem, asfalto, canteiros de obras, acessos, áreas de apoio, etc., para minimizar a emissão de material particulado e gases; Realizar vistorias periódicas para monitorar a implementação desses procedimentos Todo o período de obras Construtoras e Gestão Ambiental Supervisão ambiental das ações previstas Acompanhar e orientar a execução das atividades do programa e observância às diretrizes propostas Todo o período de obras Gestão Ambiental INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS O PMAR tem relações diretas com os seguintes programas ambientais: i. Programa Ambiental para a Construção, o qual norteia os aspectos e ações relacionados à sustentabilidade ambiental durante a construção, inclusive nas áreas de apoio, como canteiros de obras, britagem e usinas de asfalto; ii. Programa de Prevenção às Queimadas, que irá estabelecer procedimentos de controle de incêndios, favorecendo a diminuição da emissão de fumaça e material particulado; iii. Programa de Educação Ambiental, que orientará as comunidades e usuários da rodovia com relação às atividades pertinentes à implantação do empreendimento, incluindo as atividades de monitoramento ambiental; iv. Programa de Comunicação Social, que divulgará as ações e resultados do PMAR; v. Programa de Gestão Ambiental, que irá gerenciar todas as atividades realizadas durante o a implementação do programa, verificando a realização de suas diretrizes. 423 ATENDIMENTOS A REQUISITOS LEGAIS E/OU OUTROS REQUISITOS O programa busca atender as diretrizes e critérios para manutenção da qualidade do ar previstos na seguinte legislação: Portaria n.º 231/1976 IBAMA, que estabelece os Padrões de Qualidade do Ar; Resolução CONAMA n.º 018/1986, que dispõe sobre a criação do Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores – PROCONVE; Resolução CONAMA n.º 005/1989, que dispõe sobre o Programa Nacional de Controle da Poluição do Ar – PRONAR; Resolução CONAMA n.º 003/1990, que trata dos padrões de qualidade do ar, previstos no PRONAR; Resolução CONAMA n.º 008/1993, que complementa a Resolução nº 018/1986, estabelecendo limites máximos de emissão de poluentes para os motores destinados a veículos pesados novos, nacionais e importados; e Resolução CONAMA n.º 251/1999, que estabelece critérios, procedimentos e limites máximos de opacidade da emissão de escapamento para avaliação do estado de manutenção dos veículos automotores do ciclo diesel. RECURSOS NECESSÁRIOS Os recursos necessários para a execução do programa incluem um técnico de nível superior capacitado para a realização de monitoramento de parâmetros de qualidade do ar, um auxiliar de campo, um veículo para transportar equipamentos e amostras e um amostrador de partículas. Adicionalmente também serão necessários equipamentos de informática para a elaboração de relatórios. Estes recursos poderão ser contratados através de laboratórios especializados que realizam serviços de monitoramento do ar. Os custos relativos à execução deste programa variam amplamente em decorrência das oscilações dos valores de aquisição dos aparelhos para amostragem dos poluentes e filtros. Desta forma, a tabela a seguir apresenta uma base dos custos reais, devendo ser posteriormente atualizada, verificando-se os valores relativos ao período em que serão executados os serviços. 424 Tabela 124 - Previsão de recursos necessários para a execução do PMAR Descrição Quantidade homens/mês Participação ou Nível Mensal Quantidade Meses percentual Funcional Média (% ou em 30 dias) quantidade simples Valor Unitário (R$)/mês Valor Total (R$) -5 (6) = (4*5) Função ou Numeração -1 -2 -3 (4) = (1*2*3) I – Custos Diretos A – Equipe Técnica 0 0 Coordenador 1 25% 24 6 7.721,28 46327,68 Engenheiro – Sênior 1 100% 24 24 6.992,04 167808,96 Sub-Total Item “A” 214136,64 B – Encargos Sociais (88,04% de “A”) 88,04% 214136,64 188525,898 Sub-Total Item “B” 188525,898 C – Custos Administrativos (50% de “A”) 50,00% 214136,64 Sub-Total Item “C” 107068,32 107068,32 D – Viagens Aéreas 4 1650 Sub-Total Item “D” 6600 6600 E – Despesas com Deslocamento 14 230 Sub-Total Item “E” 3220 3220 F – Veículos Utilitário 1 100% 24 4.301,56 Sub-Total Item “F” G– Equipamentos e Serviços Aquisição de filtros Aquisição de equipamentos Análises laboratoriais 103237,44 103237,44 24 100% 24 24 3000 72000 1 100% 1 1 90000 90000 24 100% 24 24 15000 360000 Sub-Total Item “G” 522000 Total do Item “I” 1144788,3 II – Custos Indiretos Remuneração 425 Descrição Quantidade homens/mês Participação ou Nível Mensal Quantidade Meses percentual Funcional Média (% ou em 30 dias) quantidade simples Valor Unitário (R$)/mês Valor Total (R$) da Empresa Taxa de 12% sobre o total do item “I” 12% Sub-Total Item “H” 1144788,3 137374,596 137374,596 III – Despesas Fiscais Taxa de 16,62% dos itens “I” e “II – H” 16,62% 1282162,9 213095,473 Total do Item “II” 213095,473 Custo Total de Execução do Programa 1495258,37 CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO 426 Tabela 125 - Cronograma do Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar MELHORIAS E DUPLICAÇÃO DA RODOVIA BR-101 – TRECHO SÃO MIGUEL DOS CAMPOS (AL) – ENTRONCAMENTO COM BR-324 (BA) PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR Fase Pré-Obras Ano 1 Ano 2 Atividades -6 -5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Delimitação dos pontos amostrais Diagnóstico e monitoramento ar nas áreas sensíveis 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% Execução de procedimentos para redução de emissões gasosas e de material particulado e monitoramento de sua implementação* Supervisão ambiental das ações previstas* * O dispêndio depende, diretamente, dos procedimentos que se tornarão necessários (procedimento passível de ser definido após o início do monitoramento) 427 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO O DNIT consiste no empreendedor e responsável pela execução deste programa podendo, porém, contratar consultores para serviços especializados de avaliação, projeto, supervisão e apoio. A Gestora Ambiental deverá apresentar relatórios das atividades previstas e realizadas, a necessidade ou não de medidas corretivas e quais são estas medidas. Esses relatórios terão periodicidade semestral, sendo desenvolvidos no âmbito do Programa de Gestão Ambiental (PGA) e encaminhados ao órgão licenciador. Os relatórios semestrais terão como base os resultados de relatórios mensais emitidos a cada campanha para coleta de amostras e análise do ar. Os relatórios semestrais deverão ainda apresentar avaliações comparativas das campanhas e conclusões acerca do efeito das obras sobre a qualidade do ar. RESPONSÁVEIS PELO PROGRAMA O DNIT será responsável pela execução e coordenação geral do programa, o qual poderá ser executado por consultoria especializada (contratada/conveniada). Na tabela a seguir constam as instituições envolvidas no PMAR. Tabela 126 - Instituições envolvidas no Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar. Instituições Atribuições e competências Gestora Ambiental Apoiar, orientar e supervisionar a execução do programa à luz das diretrizes do programa e da legislação vigente. Acompanhar, emitir relatórios e avaliar a execução das ações propostas. Encaminhamento de ações corretivas, quando necessário. Construtoras Executar as atividades previstas no programa, que lhes forem cabíveis. DNIT Executar as atividades em conformidade com as diretrizes deste programa no que lhe for cabível. RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO DO PROGRAMA Técnico Formação Registro profissional CTF Anderson de Souza Geógrafo CREA/RS 146.163 1849536 Florencio Teodoro Rocha da Rosa Geógrafo CREA/RS 159.287 158738 Windsor Miguel Sonaglia Torrico Eng. Civil CREA/RS 65.122 1918589 428 RESPONSÁVEIS PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA Os responsáveis técnicos pela execução do PMAR serão definidos quando o programa for iniciado, porém faz-se necessário uma equipe técnica conforme a listada na tabela a seguir. Esta equipe poderá constar no quadro funcional de empresa especializada em monitoramento do ar que poderá ser contratada pelo empreendedor para realizar as amostragens e análises. A supervisão ambiental das atividades previstas no programa, durante a fase de obras, ficará a cargo da equipe de supervisão ambiental, alocada no Programa de Gestão Ambiental. Tabela 127 - Relação dos profissionais necessários à execução do Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar. Função Chefe de equipe/Coordenador Auxiliar de campo Formação Engenheiro Químico, Químico, Engenheiro Mecânico ou Engenheiro Civil Engenheiro Químico, Químico, Engenheiro Mecânico ou Engenheiro Civil Quantidade 01 01 BIBLIOGRAFIA CASTANHO, A.D.A. A determinação qualitativa de fontes de material particulado na atmosfera da cidade de São Paulo. Dissertação de Mestrado. Instituto de Física, Universidade de São Paulo. São Paulo, SP. 1999. 140p. CETESB. COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL. Relatório de Qualidade do Ar no estado de São Paulo – 2005. São Paulo: CETESB, 2006. Disponível em http://www.cetesb.sp.gov.br. CONAMA. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução Nº. 03, de 28 de junho de 1990. Ministério do Meio Ambiente, Brasil. 1990. CONAMA. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução Nº. 05, de 15 de junho de 1989. Ministério do Meio Ambiente, Brasil. 1989. CONAMA. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução Nº. 18, de 6 de maio de 1986. Ministério do Meio Ambiente, Brasil. 1986. FEEMA. FUNDAÇÃO ESTADUAL DE ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE. Qualidade do Ar. Rio de Janeiro: FEEMA, 2007. Disponível em http://www.feema.rj.gov.br. 429 4.19 - PROGRAMA AMBIENTAL DE PREVENÇÃO ÀS QUEIMADAS JUSTIFICATIVA Este Programa Ambiental destina-se dar orientações para proteger o meio ambiente dos efeitos gerados pelas queimadas. A prática do uso de fogo veiculada à prática agrícola e o manejo de pastagens está ligado fortemente à cultura brasileira. Ao longo de todo o trecho da rodovia BR-101 em estudo é comum o uso do fogo em canaviais, objetivando reduzir a palha seca da cana, processo este que, apesar da poluição e dos acidentes frequentemente causados, facilita o trabalho da colheita. Em adição, a prática da revegetação da faixa de domínio com espécies como a bracchiaria também potencializa a ocorrência de incêndios que podem se alastrar ao longo da AII, afetando fragmentos vegetais remanescentes. Outro potencial causador de incêndios consiste nas atividades de limpeza de vegetação na faixa de domínio durante as etapas de construção e conservação, podendo, ainda, ser deflagrados de forma acidental pelos trabalhadores e usuários da rodovia (cigarros e fósforos acesos, por exemplo, podem deflagrar incêndios quando lançados sobre vegetação seca às margens da rodovia). Em geral, os riscos de incêndio são maiores durante os períodos de seca e na colheita da cana, sendo os principais causadores de queimadas os fatores listados a seguir: • Queima de restos de culturas, palhas e gravetos para o preparo dos solos; • Queima da vegetação cortada em atividades de limpeza dos terrenos; • Limpeza de pastagens com uso de fogo não controlado; • Limpeza de canaviais em etapas anteriores às colheitas; • Fogueiras não apagadas adequadamente, pontas de cigarro e outras formas de descuido; • Cacos de vidros, latas e garrafas sobre a vegetação 430 • Garrafas, cacos de vidro, latas, sobre a vegetação seca, funcionando como lentes e concentradores de calor e provocando a combustão. Em 1988, em função da gravidade dos problemas relativos às queimadas no Brasil, o Governo Federal instituiu o Sistema de Prevenção Nacional e Combate aos Incêndios Florestais – PREVFOGO. Ainda assim, o uso do fogo como prática agrícola tem ocorrido de forma aleatória, sem o uso de mecanismos de controle, resultando na geração de áreas de queimada maiores que o programado e necessário. Muitas vezes, tais ações geram incêndios de grandes proporções. Ao longo da AID da rodovia é, igualmente, comum o uso extensivo do fogo para o preparo do solo (pastagens e culturas agrícolas), estando, desta forma, suscetíveis aos riscos de deflagração de queimadas sem controle. A partir do desenvolvimento deste programa, o DNIT poderá colaborar na busca de benefícios econômicos e sociais já obtidos a partir do aproveitamento de práticas executadas pelo IBAMA, expandindo, para a AID do empreendimento, as campanhas educativas, monitoramentos e a organização de unidades de combate a incêndios desenvolvidas em outras regiões do Brasil. OBJETIVO O objetivo deste Programa é a identificação e análise das práticas que determinam a ocorrência de queimadas que envolvem a faixa de domínio da BR-101/AL/SE/BA e o entorno das áreas de apoio, servindo de instrumento para prevenção destas situações. METAS Como meta principal tem-se a não ocorrência de incêndios durante o período de obras ou, caso tais sejam deflagrados, que seja possível efetuar procedimentos rápidos e eficazes de redução dos impactos. INDICADORES Tem-se como indicador a ocorrência ou não de focos de incêndio ao longo da faixa de domínio e áreas de apoio durante o período de execução das obras. 431 PÚBLICO-ALVO O público a que se destina o Programa são os usuários da rodovia (devido às queimadas à visibilidade na estrada, a qual pode ser prejudicada) e comunidades do entorno (a prática do fogo pode influenciar na saúde respiratória dos indivíduos). Além disso, se destina também aos trabalhadores da obra, alertando-os sobre os riscos de queimadas ao longo da faixa de domínio da rodovia. METODOLOGIA E DESCRIÇÃO DO PROGRAMA O Programa será desenvolvido e executado pelo DNIT ou pela consultora responsável sob supervisão do DNIT. O programa abrange três atividades principais que são: Medidas de Controle e Prevenção nos Canteiros e Frentes de Obras, Treinamento e Campanhas Educativas. Medidas de Controle e Prevenção nos Canteiros e Frentes de Obras Primeiramente, a execução do programa inicia com o pleno conhecimento, da equipe de obras, dos principais focos de incêndio, devendo tal informação ser englobada ao PEA no que tange aos procedimentos a serem esclarecidos junto à equipe de trabalho. São a seguir listados os principais focos de incêndio. • Queima de restos de culturas; • Queima de restos de limpeza de terreno; • Queima para preparo de solos em áreas agrícolas; • Queima para limpeza de pastagens; • Queima de lixo; • Queimas acidentais; • Queima para limpeza de áreas para obras; • Explosivos; • Cacos de vidro em áreas com vegetação. 432 Desta forma, a seguir são apresentadas as medidas de proteção essenciais para a faixa de domínio e áreas de apoio. • Executar roçada e capina com uso de ferramentas e equipamentos adequados durante a manutenção das áreas verdes das áreas de apoio; • Proibir o uso de fogo para redução do volume de restos vegetais oriungos das limpezas dos terrenos e das roçadas e capinas; • Proibir o uso de explosivos para a remoção de vegetais; • Proibir o uso de herbicidas e desfolhantes; • Efetuar a adequada estocagem do material oriundo da limpeza do terreno, especialmente do solo orgânico, em pilhas de baixa estatura e com compactação superficial, visando posterior uso na recuperação de áreas degradadas; • Executar aceiros1 nas áreas lindeiras (quando possível) e na faixa de domínio nas proximidades de áreas onde ocorram espécies de interesse econômico ou ecológico, bem como no entorno das áreas de apoio às obras. A colocação de aceiros será autorizada apenas com base em comprovação de segurança para os usuários da faixa de domínio, bem como deverá ser devidamente sinalizada; • Proibir a queima do lixo oriundo das frentes de serviço e áreas de apoio. Treinamento O treinamento em técnicas de combate ao fogo deve ser implantado e envolver todos os trabalhadores, inclusive engenheiros, lotados na construção e deve ser feito em articulação com o IBAMA, órgãos ambientais do estado e órgãos municipais, quando considerado necessário pela Construtora Contratada. Deverá haver articulação com o Programa PREVFOGO. Esta etapa deverá abranger a apresentação de conceitos teóricos e treinamento prático com uso de equipamentos em áreas pré-definidas para tal, permitindo a formação de uma brigada de incêndio para ação imediata caso ocorrentes problemas desta natureza. 1 Técnica de prevenção que objetiva quebrar a continuidade da vegetação em chamas, compondo faixas com pelo menos 5 m de largura livres de qualquer cobertura vegetal. 433 Campanhas Educativas O controle do fogo em torno das instalações rodoviárias é de interesse do DNIT, em virtude dos problemas (e custos) operacionais, especialmente os referentes a acidentes. Por meio do Programa de Educação Ambiental (PEA) a divulgação educativa deve se estender aos moradores das áreas lindeiras. Em seu escopo, o PEA deverá contemplar uma listagem e avaliação das principais causas de incêndio e divulgadas as formas de prevenção à sua ocorrência. Será, ainda, intensificada a divulgação sobre os telefones de contato em caso de deflagradas queimadas ao longo da faixa de domínio e imediações das áreas de apoio para que seja procedido com imediato combate. São previstos nove eventos nos seis primeiros meses de obra (Alagoas, Sergipe e Bahia) que serão complementados com outros nove eventos de reforço, estes a serem realizados nos meses seguintes. Supervisão das Ações Previstas A supervisão das atividades previstas no programa, por parte da gestora ambiental, compreende a realização de inspeções, vistorias e registros, com o objetivo de avaliar o andamento do mesmo e a correções caso sejam detectadas atividades pendentes. ETAPAS DE EXECUÇÃO Na tabela a seguir consta a síntese das atividades a serem realizadas no programa. Tabela 128 - Atividades a serem executadas no PPQ Atividade Controle e Prevenção nos Canteiros e Frentes de Obras Forma de ação • Executar roçada e capina com uso de ferramentas e equipamentos adequados durante a manutenção das áreas verdes das áreas de apoio; • Proibir o uso de fogo para redução do volume de restos vegetais oriungos das limpezas dos terrenos e das roçadas e Etapa Competência Operação DNIT e construtora responsável pela execução das obras 2 Técnica de prevenção que objetiva quebrar a continuidade da vegetação em chamas, compondo faixas com pelo menos 5 m de largura livres de qualquer cobertura vegetal. 434 Atividade Forma de ação Etapa Competência capinas; • Proibir o uso de explosivos para a remoção de vegetais; • Proibir o uso de herbicidas e desfolhantes; • Efetuar a adequada estocagem do material oriundo da limpeza do terreno, especialmente do solo orgânico, em pilhas de baixa estatura e com compactação superficial, visando posterior uso na recuperação de áreas degradadas; 2 • Executar aceiros nas áreas lindeiras (quando possível) e na faixa de domínio nas proximidades de áreas onde ocorram espécies de interesse econômico ou ecológico, bem como no entorno das áreas de apoio às obras. A colocação de aceiros será autorizada apenas com base em comprovação de segurança para os usuários da faixa de domínio, bem como deverá ser devidamente sinalizada; • Proibir a queima do lixo oriundo das frentes de serviço e áreas de apoio; Treinamento Treinamento de conceitos e procedimentos básicos e emergenciais à equipe de obras Operação Campanhas educativas Divulgação de conceitos básicos , medidas preventivas e telefones de emergência para a população da AID Operação DNIT e construtora responsável pela execução das obras em parceria com o PREVFOGO DNIT, construtora responsável pela execução das obras e supervisora ambiental INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS O presente programa tem relações com os seguintes programas ambientais: • Programa de Gestão Ambiental: com a verificação da execução das atividades previstas no programa; • Programa Ambiental de Controle da Poluição e da Degradação Ambiental na Construção: estabelecendo as ações de controle previstas para o empreendimento; 435 • Programa de Educação Ambiental: nas palestras, seminários, cursos onde a temática de queimadas esteja presente; • Programa de Comunicação Social: apresentação do programa para as comunidades em geral. ATENDIMENTOS A REQUISITOS LEGAIS E/OU OUTROS REQUISITOS • Resolução 237/97, Regulamenta os aspectos de licenciamento ambiental estabelecidos na Política Nacional do Meio Ambiente. • Decreto n° 97635, de 10 de abril de 1989. Regula o Artigo 27 do Código Florestal e dispõe sobre a prevenção e combate a incêndio florestal, e da outras providências. • Decreto 2.661/1998. Regulamenta o parágrafo único do art. 27 da Lei 4.771 de 1965 mediante o estabelecimento de normas de precaução relativas ao emprego do fogo em práticas agropastoris e florestais e dá outras providências; • Portaria IBAMA 94N/1998. Regulamenta a sistemática da queima controlada. RECURSOS NECESSÁRIOS Tabela 129 - Previsão de recursos necessários para a execução do programa Nível Descrição Quantidade Funcional -1 A – Equipe Técnica Especialista para o treinamento Técnico Motorista 1 1 1 B – Encargos Sociais (88,04% de “A”) Quantidade Homens/Mês ou Percentual ou Quantidade SImples Valor Unitário (R$)/mês Valor Total (R$) (4) = (1*2*3) -5 (6) = (4*5) 18 1 10295,05 18531,09 10% 18 10% 18 Sub-Total Item “A” 1 1 3774,84 772,13 6794,71 1389,83 26715,63 88,04% 26715,636 23520,44 Sub-Total Item “B” 23520,44 Participação Mensal Média Meses (% em 30 dias) Função ou Numeração -2 -3 I – Custos Diretos 10% 436 Participação Nível Descrição Quantidade Mensal Média Meses Funcional (% em 30 dias) C – Custos Administrativos (50% de “A”) Quantidade Homens/Mês ou Percentual ou Quantidade SImples Valor Unitário (R$)/mês Valor Total (R$) 50,00% 26715,636 13357,82 Sub-Total Item “C” 2000 Sub-Total Item “D” 13357,82 48000 48000 D – Viagens Aéreas 24 E – Despesas com Deslocamento 14 F – Veículos Sedan G – Equipamentos Computador com Office Data show H – Imóveis Aluguel de auditório 1 100% 18 2 100% 18 36 1 25% 18 6 1 230 3220 Sub-Total Item “E” 3220 3391,62 Sub-Total Item “F” 61049,16 61049,16 300 1000 Sub-Total Item “G” 18 1272,53 10800 6000 16800 Total do Item “I” 22905,54 22905,54 215568,6 215568,6 25868,23 Sub-Total Item “H” 25868,23 Sub-Total Item “H” II – Custos Indiretos Remuneração da Empresa Taxa de 12% sobre o total do item “I” 12% I – Despesas Fiscais Taxa de 16,62% dos itens “I” e “II – H” 16,62% 241436,83 40126,80 Total do Item “II” 40126,80 Custo Total de Execução do Programa 281563,63 CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO O PPQ será executado durante as etapas de instalação e operação do empreendimento conforme o cronograma a seguir. 437 Tabela 130 - Cronograma do Programa de Prevenção de Queimadas MELHORIAS E DUPLICAÇÃO DA RODOVIA BR-101 – TRECHO SÃO MIGUEL DOS CAMPOS (AL) – ENTRONCAMENTO COM BR-324 (BA) PROGRAMA DE PREVENÇÕES DE QUEIMADAS Atividades Fase PréObras -1 Treinamento Palestras nos estados de PE e AL (palestras fundamentais) Palestras de reforço nos estados de PE e AL Ano 1 1 10% 2 3 4 5 6 Ano 2 7 8 9 10 11 12 10% 4% 1 2 3 4 10% 5 6 7 8 9 10 11 12 10% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 438 4% ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO • DNIT é o empreendedor e responsável pela execução deste e de todos os Programas que fazem parte do Projeto de Adequação da Capacidade da BR101/AL/SE/BA. É o órgão contratante e principal fiscal da aplicação/realização dos programas. O DNIT poderá contratar consultores para serviços especializados e de apoio, visando à boa execução de seus Programas s Ambientais; • IBAMA e Órgãos de Licenciamento Ambiental Estaduais são os responsáveis pelas atividades de licenciamento, conforme definidas pela Resolução 237/97, e pela fiscalização do atendimento tempestivo, quantitativo e qualitativo das condições estabelecidas nas licenças concedidas. No caso deste Programa, o IBAMA poderá emprestar toda sua experiência, obtida no programa PREVFOGO, para garantir seu sucesso; • Empresas Privadas Contratadas, responsáveis pelo detalhamento deste Programa, junto com o Programa de Educação Ambiental, incluindo sua preparação e inclusão no “kit” de Educação Ambiental. RESPONSÁVEIS PELO PROGRAMA O DNIT será responsável pela execução e coordenação geral do programa. Na tabela a seguir constam as instituições envolvidas no PPQ. Tabela 131 - Instituições envolvidas no Programa de Prevenções de Queimadas Instituições Atribuições e Competências Gestora Ambiental Apoiar, orientar e supervisionar a execução do programa à luz das diretrizes do programa e da legislação vigente. Acompanhar, emitir relatórios e avaliar a execução das ações propostas. Encaminhamento de ações corretivas, quando necessário. Construtoras Executar as atividades previstas no programa, que lhes forem cabíveis. DNIT Polícia Estadual Defesa Civil Rodoviária Executar as atividades em conformidade com as diretrizes deste programa no que lhe for cabível. Colaborar no atendimento aos sinistros. Controle da via, com auxílio no socorro a vítimas. Sinalização, isolamento, desobstrução e operação do sistema viário. Colaborar no atendimento aos sinistros. Atuar em calamidades e emergências de qualquer natureza. Responsável pela execução das atividades de coordenação de todos os órgãos de segurança pública dos Estados, dentre outros, o corpo de bombeiros. 439 Instituições Atribuições e Competências Corpo de Bombeiros Colaborar no atendimento aos sinistros. Participar do socorro a vítimas e em acidentes que envolvam incêndios, explosões e impactos sobre populações do entorno. Prefeituras Municipais Colaborar no atendimento aos sinistros. RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO DO PROGRAMA Técnico Formação Registro profissional CTF Windsor Miguel Sonaglia Torrico Eng. Civil e de Segurança do Trabalho CREA/RS – 65.122 1918589 RESPONSÁVEIS PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA Os responsáveis técnicos pela execução do PPQ serão definidos quando o programa for iniciado, com determinação, junto às unidades locais do DNIT e com as Construtoras, dos membros da equipe responsáveis pela fiscalização e controle de queimadas durante a instalação e operação da rodovia. A supervisão ambiental das atividades previstas no programa, durante a fase de obras, ficará a cargo da equipe de supervisão ambiental, alocada no Programa de Gestão Ambiental. BIBLIOGRAFIA DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental EIA/RIMA das Obras de Adequação da Capacidade da BR-101 – AL/SE/BA. Rio de Janeiro: OIKOS, 2007. 268 pg. 440 4.20 - PROGRAMA AMBIENTAL DE RESGATE DA FLORA JUSTIFICATIVA O programa de resgate de flora busca a coleta de indivíduos vegetais com potencial de recuperação de áreas. A coleta de indivíduos epífitos, mudas de plantas e sementes viáveis se torna necessária para a preservação da identidade florestal mantendo-se assim uma característica o mais fiel possível da formação vegetacional original. Nas atividades de resgate de flora deverão ser coletados dados com características ecológicas ou considerados pertinentes para a criação de um banco de dados que auxilie em trabalhos posteriores para a preservação da biodiversidade regional. OBJETIVO Tem-se como objetivo a recuperação e conservação da flora a partir do resgate qualitativo e quantitativo da vegetação antes que esta se perca no processo de desmatamento. Desse modo as características genéticas da vegetação estarão preservadas para futuros trabalhos de pesquisa com a flora local. Para a sua implementação deverão ser construídos e estruturados viveiros que receberão todo o material resgatado para que possa ser multiplicado e servir ao projeto de recomposição da vegetação. METAS As metas, relacionadas aos objetivos específicos, são: i. Definir as espécies com melhor característica fitossanitária para posterior resgate; ii. Coletar o maior número possível de exemplares para futura fixação nos exemplares arbóreos que receberão seus novos hóspedes; iii. Monitorar periodicamente as atividades de resgate, bem como a situação de adaptabilidade durante e após a execução da obra; iv. Criação de banco de dados para futuras pesquisas na área. 441 INDICADORES Os indicadores de andamento do programa e dos objetivos propostos compreendem: i. Identificação de espécies de características ideais para resgate; ii. Efetuar os resgates antes do início da supressão de vegetação; PÚBLICO-ALVO O público-alvo deste programa engloba, prioritariamente, as equipes de supressão de vegetação, incluindo também as empresas responsáveis pela pavimentação da rodovia (construtoras), a supervisora da obra, os órgãos responsáveis pelo licenciamento ambiental e o DNIT. METODOLOGIA E DESCRIÇÃO DO PROGRAMA O trabalho de resgate da flora é composto por quatro etapas, a saber: • Escolha do local e tipo do material a ser coletado A escolha do local para acesso e posterior relocação ou plantio das espécies a serem coletadas é importante, principalmente, no caso das matrizes selecionadas para produção de mudas a partir de suas sementes coletadas. Os locais de fixação das espécies epífitas coletadas ao longo do trecho deverão possibilitar seu monitoramento bem como o acesso do profissional habilitado para essa função • Coleta de material A coleta do material biológico que será utilizado para produção de mudas deverá ser executada com auxílio de sacos de papel viabilizando assim que as sementes não sofram processos de decomposição evitando que seja perdido material biológico. Durante a execução de resgate das espécies epífitas deve-se tomar todo o cuidado de não danificar suas raízes para permitir a futura fixação em seu novo hospedeiro com auxílio de cordão biodegradável. 442 • Triagem e processamento do material coletado realizado em local apropriado A triagem do material deverá ser executada tendo em vista a qualidade dos exemplares coletados observando sempre o estado de conservação de suas raízes fixadoras para posterior fixação nos troncos das árvores que os receberão. As sementes coletadas deverão ser avaliadas quanto à sua viabilidade de germinação e conservadas em locais adequados livres de umidade excessiva e também calor excessivos e ao abrigo da luz. Essa prática mantém as sementes em estado de dormência até que sejam acondicionadas em recipientes que possibilitem sua germinação gerando novo indivíduo vegetal. Após as coletas e triagem dos materiais deverão ser acondicionadas nos viveiros a serem construídos para essa finalidade, onde serão produzidas as mudas para posterior plantio e doações. • Coleta de material botânico A coleta de material vegetativo e reprodutivo das plantas encontradas ao longo do trecho a fim de manter um banco de dados com as espécies existentes no local de implantação da obra para futuras fontes de pesquisa botânica. Esse banco de dados possibilitará em fontes de pesquisas futuras sobre a vegetação existente nos biomas por onde trespassarão a duplicação e modernização da rodovia BR101. Priorização das espécies a serem coletadas Deve ser levado em consideração para a priorização dos ambientes de resgate aqueles mais afetados ou que possuam espécies raras, ameaçadas, de interesse medicinal e paisagístico e espécies para atração de grupos faunísticos. As espécies vegetais encontradas ao longo do trecho da rodovia e que constam na Lista da Flora Brasileira Ameaçada de Extinção (Outubro de 2008) são epífitas pertencentes às famílias Bromeliaceae, Cactaceae e Orchidaceae. Os exemplares arbóreos com boas condições de frutificação e dispersão de suas sementes serão definidos como matrizes para futuras atividades produção de mudas e 443 plantios compensatórios são pertencentes a várias famílias entre elas Anacardiaceae, Apocynaceae, Fabaceae, Lauraceae, Moraceae, Myrtaceae, entre outras. Coleta de material O resgate da flora será executado através da coleta de material como frutos, sementes ou mesmo mudas das espécies de interesse. Os indivíduos epifíticos serão coletados e transplantados com o máximo de cuidado sem agredir nenhuma parte da planta. A equipe de coleta deverá percorrer semanalmente o trecho a ser desmatado focando seus esforços nas áreas priorizadas e também as que estejam com maior número de plantas com material de propagação disponível. Triagem e processamento O material coletado deverá ser acondicionado com respectiva identificação em campo para o transporte ao viveiro escolhido. No viveiro será realizada a limpeza e o preparo para o plantio das mudas que serão utilizadas na recuperação da vegetação afetada. As atividades de coleta resultarão em dois tipos de materiais: reprodutivos (frutos e sementes) e vegetativos (estacas, raízes, tubérculos, bulbos e plantas inteiras), sendo que cada um deles passará por um tratamento distinto até seu destino final. Para algumas espécies de frutos deverão ser retiradas as sementes já outras espécies poderão ser plantadas diretamente passando somente por um processo de limpeza retirando-se tudo que não faça parte do respectivo fruto. As sementes serão triadas observando sendo excluídas aquelas que estejam com má formação, imaturas ou com aparência de algum tipo de patógeno. As sementes e frutos preparados serão semeados no viveiro indicado pela supervisora da obra. As mudas decorrentes desta semeadura serão plantadas conforme forem germinando. Beneficiamento do material vegetativo O beneficiamento do material de propagação vegetativa como rizomas, bulbos ou raízes, será a limpeza e posterior destinação para o viveiro ou outras instituições que tenham interesse. Este é um material que precisa ser rapidamente acondicionado ou será perdido. A coleta deste tipo de material deverá ser pouco utilizada pelos altos custos com armazenamento, e método de plantio que para muitos espécies encontram-se em pesquisa assim tendo grande chance do material ser perdido. 444 Plantas inteiras As epífitas serão o único grupo de plantas a serem transplantadas inteiramente sendo retiradas com parte do seu substrato visando minimizar impacto radicular. De acordo com o levantamento botânico serão poucos os indivíduos a serem transplantados devido às áreas próximas a rodovia serem altamente antropizadas e a maior parte das matas em estágio inicial, médio e avançado onde este grupo é restrito. Destino Final O material coletado será acondicionado e multiplicado em viveiros implantados até estarem prontos para o reflorestamento das áreas afetadas da rodovia. Para o plantio devem ser levados em consideração os respectivos habitats de cada espécie priorizando quando possível que estas permanecem em ambientes com condições semelhantes à de origem. Parte dessas mudas deve compor as áreas de APPs que sofrerem com o impacto da obra. Ainda este material poderá ser enviado para instituições ou órgãos de pesquisa de diversas localidades, que tenham interesse neste material. Qualquer tipo de material poderá ser doado, sementes ou até indivíduos inteiros tendo a respectiva licença do IBAMA para tal transporte. Supervisão Ambiental das Ações Previstas O Programa de Resgate de Flora deverá ser supervisionado por profissional habilitado, que ficará encarregado de cumprir a programação da atividade e minimizar ao máximo a perda de material biológico. O processo de avaliação visa quantificar o material coletado decorrente da supressão posterior relocação ou plantio nos locais previamente definidos pela gestora. ETAPAS DE EXECUÇÃO Na tabela a seguir consta a síntese das atividades a serem realizadas no programa. 445 Tabela 1 - Atividades a serem executadas no Programa de Resgate de Flora. Atividade Forma de ação Etapa Competência Definição das espécies a serem coletadas Analisar as espécies de maior necessidade de resgate e relocação Antes do início das obras e mensalmente no período de obra Gestão Ambiental Mensalmente no período de obras Gestão Ambiental Mensalmente no período de obras Gestão Ambiental Mensalmente durante o processo de produção e triagem das mesmas Gestão Ambiental Triagem do material coletado Produção das mudas Envio das mudas para locais de plantios e alocação Realizar antes e durante a supressão dos fragmentos na AID Atividade a ser realizada concomitante à supressão da vegetação Transporte das mudas até os locais previamente escolhidos INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS O PRF tem relações com os seguintes programas ambientais: i. Programa de Comunicação Social e Educação ambiental; ii. Programa de Recuperação de Áreas Degradadas; iii. Programa de Recuperação de APPs; iv. Programa de Recomposição de Vegetação em áreas degradadas e plantios paisagísticos; Programa de Supressão de Vegetação ATENDIMENTOS A REQUISITOS LEGAIS E/OU OUTROS REQUISITOS • Código Florestal Brasileiro (Lei nº. 4.771/1965) e suas regulamentações e normatizações, em especial a Instrução Normativa do Ministério do Meio Ambiente nº. 06/2006; • Lei Federal 11.428/2006. • Resolução CONAMA nº 369/2006; • Decreto nº. 5.975 de 30 de novembro de 2006. 446 RECURSOS NECESSÁRIOS Mão de obra Além do coordenador geral do programa, serão necessários dois profissionais, um para supervisionar a área ambiental da obra, e um técnico responsável pelas atividades de propagação e acompanhamento das mudas no viveiro. Possivelmente serão necessários três ajudantes para estas atividades, um para realizar a coleta em campo, e dois para o viveiro sendo um deles exclusivo para processamento do material recém chegado de campo e o outro para acompanhar as atividades de propagação e manutenção do material biológico. Infra-estrutura física Será utilizado a que estiver disponível no viveiro a ser contratado, porém recomendam-se condições mínimas como: sombreamento artificial para proteção das mudas com esteira ripado ou sombrite; uma estufa de plástico com pelo menos 50 m², sistema de irrigação por aspersão para as mudas e nebulização para sementes e um galpão de serviço de 100 m² pelo menos quatro instalações: - Escritório/almoxarifado - Sala de preparação ou triagem de material - Laboratório - Sala de armazenamento de materiais variados. Ex: insumos, adubos etc. Equipamentos Para a realização deste programa serão necessários equipamentos de baixo custo, sendo o maior investimento para uma caminhonete com tração integral (4x4), que permita o fácil acesso da equipe as áreas de coleta. Esta deve ter cabine dupla e ter capota coberta para proteger o material coletado das intempéries. Será necessária uma tesoura de poda alta para coleta de sementes de espécies arbóreas e um aparelho do tipo GPS para determinação dos locais de coleta. O restante do material de coleta tem baixo custo, sendo composto por lonas, peneiras, facão, luvas, sacos plásticos e de papel entre outras. 447 Tabela 132- Planilha orçamentária projetada para a execução do programa de resgate de flora Participação Nível Mensal Quantidade Meses Funcional Média (% em 30 dias) Descrição -1 A – Equipe Técnica Coordenador Biólogo Técnico de nível médio Quantidade Homens/Mês ou Percentual ou Quantidade Simples Função ou Numeração -2 -3 (4) = (1-2-3) I – Custos Diretos Valor Unitário (R$)/mês Valor Total (R$) -5 (6) = (4-5) 1 25% 24 6 7721,28 46327,68 2 100% 24 24 5018,59 240892,32 3 100% 24 24 2916,92 210018,24 Sub-Total Item “A” B – Encargos Sociais (88,04% de “A”) 497238,24 88,04% 497238,24 Sub-Total Item “B” C – Custos Administrativos (50% de “A”) 437768,55 50,00% 8875,00 Sub-Total Item “C” E – Despesas com Deslocamento 1 100% 24 230,00 24 24 3737,49 89699,76 89699,76 1278845,67 12% 1278845,67 153461,48 Sub-Total Item “H” I – Despesas Fiscais Taxa de 16,62% dos itens “I” e “II – H” 5520,00 5520,00 Sub-Total Item “F” Total do Item “I” II – Custos Indiretos H– Remuneração da Empresa Taxa de 12% sobre o total do item “I” 248619,12 248619,12 Sub-Total Item “E” F – Veículos Caminhonete 437768,55 153461,48 16,62% 1432307,15 238049,45 Total do Item “II” Custo Total de Execução do Programa (24 meses) 238049,45 1670356,59 448 CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO O PRF será executado durante as etapas de instalação e operação do empreendimento 449 Tabela 133 - Cronograma do Programa de Resgate de Flora MELHORIAS E DUPLICAÇÃO DA RODOVIA BR-101 – TRECHO SÃO MIGUEL DOS CAMPOS (AL) – ENTRONCAMENTO COM BR-324 (BA) PROGRAMA DE RESGATE DE FLORA Atividades Contratação de mão-de-obra Fase préObra s -1 Ano 1 1 2 3 4 5 6 7 Ano 2 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 4% Aquisição de equipamentos* Coleta de material para produção de mudas ou alocação* Triagem do material coletado* Produção das mudas* Envio das mudas para locais de plantio ou alocação* Liberação das frentes de trabalho* Supervisão ambiental das ações previstas 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% * Valores a serem custeados pela construtora, bem como a instalação e manutenção do viveiro (valores não orçados no presente programa) 450 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO O Programa de Resgate de Flora deverá ser supervisionado por profissional habilitado, que ficará encarregado de cumprir a programação da atividade e minimizar ao máximo os impactos deste empreendimento. O processo de avaliação visa identificar e quantificar o material coletado e posterior lançamento dos dados em planilha. Esta comparação facilitará a alocação de epífitos e plantio de mudas, aproximando-se mais da quantificação real, para a recomposição obrigatória da vegetação suprimida. RESPONSÁVEIS PELO PROGRAMA O DNIT será responsável pela execução e coordenação geral do programa, o qual poderá ser executado por consultoria especializada (contratada/conveniada). Na tabela a seguir constam as instituições envolvidas no PRF. Tabela 3 - Instituições envolvidas no Programa de Resgate de flora. Instituições Atribuições e Competências IBAMA Verificar a execução das diretrizes desse programa. Gestora Ambiental Apoiar, orientar e supervisionar a supressão de vegetação à luz das diretrizes do programa e da legislação vigente. Construtoras Executar o corte de vegetação, seguindo as orientações da equipe que supervisionará a supressão. DNIT Executar a atividade em conformidade com as diretrizes deste programa, no que lhe for cabível, contribuindo com todas as partes. RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO DO PROGRAMA Técnico Formação Registro profissional CTF Ingo Hubel Biólogo (Msc) CRBio 53.065-03 4264302 Luis Gustavo Serra Biólogo CRBio 63.131-03 4805608 Sergio Silveira Ribeiro Eng. Agrônomo CREA-RS 35.330 681899 451 RESPONSÁVEIS PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA Não há, ainda, a definição dos técnicos responsáveis pelo programa, devendo tal ser efetuada quando da contratação da empresa construtora e da equipe de supervisão e gestão ambiental. BIBLIOGRAFIA MACEDO, A.C.; KAGEYAMA, P.Y.; COSTA, L.G.S., 1993, Revegetação em Áreas de Matas Ciliares e de Proteção Ambiental, Secretaria de Meio ambiente Fundação Florestal, São Paulo. SILVA, J.A. et al., 1994, Frutas nativas dos cerrados. Brasília: EMBRAPA-CPAC,. 681 p. ALMEIDA, S.P.; PROENÇA,C.E.B.; SANO, S.M.;RIBEIRO, J.F., 1998, Cerrado: espécies vegetais úteis. Planaltina: EMBRAPA. WALTER, B.M.T.; CAVALCANTI, T.B. 2005 – Fundamentos para coleta de germoplasma vegetal. – EMBRAPA Recursos Genéticos e Biotecnologia, Brasília, DF: 778p. 452 4.21 - PROGRAMA AMBIENTAL PARA CONSULTAS PÚBLICAS EM TRAVESSIAS URBANAS JUSTIFICATIVA Ao procurar respostas sobre o meio onde está inserido, o cidadão precisa desenvolver uma atitude de busca de soluções, onde não seja um mero espectador e sim um sujeito ativo, consciente de que está envolvido em um processo, através do qual, mais do que reivindicar, vai construir uma postura de transformação de uma determinada realidade. A atitude de busca de soluções e articulações e a postura crítica estão alicerçadas na percepção que esse indivíduo tem do ambiente em que vive. Os processos de licenciamento ambiental possibilitam, pela dinâmica de sua natureza, a oportunidade do diálogo, do debate e da interação entre as sociedades das áreas de influência, os empreendedores e os órgãos governamentais através de consulta pública. A realização deste tipo de articulação sobre os empreendimentos tem levado a sociedade no seu dia-a-dia, e por um longo período, ao aperfeiçoamento do controle, acesso às informações técnicas e, ao mesmo tempo, ao questionamento de detalhes do projeto. Isto permite o embasamento para se tomar posicionamento sobre o empreendimento a ser implantado. Para os órgãos responsáveis pelo licenciamento ambiental esta participação da sociedade, garante transparência e legitimidade necessárias para a sua tomada de decisão, pois despontam as necessidades de modificações, aperfeiçoamentos, e até mesmo a rejeição dos aspectos que a sociedade identificar como danosos. No âmbito do empreendedor, o período de questionamento e a troca de informações permitem, além do avanço do detalhamento do projeto, oportunizar a perspectiva de contato com novas tecnologias que porventura existam, bem como fomentar a melhoria de processos e procedimentos, incluindo os de mitigação ou compensação por eventuais impactos ambientais. Por fim, servem para demonstrar pontos importantes como os de viabilidade do projeto. Desta forma, a execução de um Programa Ambiental para Consultas Públicas em Travessias Urbanas se faz necessário, para que se conheça a realidade das populações em áreas de influência do empreendimento e principalmente a sua opinião a respeito da 453 execução do projeto, seus anseios e perspectivas a cerca do empreendimento, gerando importantes informações tanto para os empreendedores quando para os órgãos ambientais responsáveis pelo licenciamento ambiental na sua tomada de decisões. Segundo o programa elaborado por Oikos (2009), “a apresentação deste programa não se faz mais necessária, uma vez que foram realizadas tais consultas e o trecho entre Estância até a Divisa SE/BA, onde está inserido as duas travessias supracitadas, já teve a licença de instalação ( LI N°410/2006) expedida pelo IBAMA em dezembro de 2006.” Ainda assim, opta-se por apresentar tal programa com temática diferenciada, relacionada a pesquisas de satisfação da população existente na ADA mediante uso do serviço de Ouvidoria. Em adição a tais pesquisas, o programa será executado a partir da avaliação de eventuais críticas efetuadas diretamente à construtora ou ao DNIT. OBJETIVO O objetivo principal desde programa é avaliar o grau de contentamento da população habitante da ADA mediante o estabelecimento de um canal de comunicação entre a sociedade, executores do projeto e órgãos licenciadores, através da realização de consultas públicas. i. Obter opiniões da sociedade a respeito da execução do projeto; ii. Sanar possíveis dúvidas a respeito do empreendimento. METAS O Programa Ambiental para Consultas Públicas em Travessias Urbanas possui como meta principal a avaliação do grau de satisfação da população. INDICADORES Os indicadores de andamento do programa e dos objetivos propostos compreendem: i. Número de sugestões e Consultas Públicas realizadas; 454 PÚBLICO-ALVO O público-alvo deste programa engloba a sociedade em geral, populações vizinhas a rodovia, usuários da rodovia, empresas de execução do projeto, DNIT e órgão licenciador. METODOLOGIA E DESCRIÇÃO DO PROGRAMA O programa será executado mediante registro e avaliação do grau de satisfação da população através das críticas e sugestões efetuadas ao serviço de Ouvidoria. A cada ligação recebida para crítica ou sugestão será feito questionamento a respeito de eventuais problemas adicionais verificados nas obras e avaliação do grau de satisfação da população do entorno/usuário da rodovia no que tange ao andamento das obras e perspectivas de melhorias para quando de sua conclusão, com notas variando entre zero (totalmente insatisfeito) e 10 (totalmente satisfeito). Da mesma forma, trimestralmente será feito contato com as associações de moradores dos principais núcleos urbanos interceptados pela rodovia com intuito de avaliar o grau de satisfação da população em relação às obras, adotando-se a mesma metodologia proposta para o procedimento anterior. Sempre que houver críticas construtivas que tragam sugestões de adequações localizadas ao projeto, tais deverão ser imediatamente repassadas à equipe de engenharia da construtora e ao DNIT para avaliação de viabilidade técnica, ambiental e orçamentária. ETAPAS DE EXECUÇÃO Este programa será executado em periodicidade trimestral (contatos com associações) e a cada contato efetuado com a Ouvidoria. INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS O Programa Ambiental para Consultas Públicas em Travessias Urbanas tem relações com os seguintes programas ambientais: i. Programa de Comunicação Social, que irá auxiliar no estabelecimento dos canais de comunicação; 455 ii. Programa de Gestão Ambiental, que terá a função de gerenciar as atividades do programa, além de emitir relatórios e avaliar a execução do programa. ATENDIMENTOS A REQUISITOS LEGAIS E/OU OUTROS REQUISITOS Não há requisitos legais que promovam embasamento para a elaboração deste programa. RECURSOS NECESSÁRIOS Os custos deste Programa se encontram inseridos nos custos gerais do PCS e PGA. CRONOGRAMA FÍSICO Os resultados deste programa serão apresentados como integrantes ao PCS, devendo, portanto, ser adotado o cronograma relativo a tal programa. ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO O DNIT consiste no empreendedor e responsável pela execução deste programa podendo, porém, contratar consultores para serviços especializados de avaliação, projeto, supervisão e apoio. A Gestora Ambiental deverá apresentar relatórios das atividades previstas e realizadas, a necessidade ou não de medidas corretivas e quais são estas medidas. Esses relatórios terão periodicidade trimestral, sendo desenvolvidos no âmbito do Programa de Gestão Ambiental (PGA) e do Programa de Comunicação Social (PCS) e encaminhados ao órgão licenciador. RESPONSÁVEIS PELO PROGRAMA O DNIT é responsável pela execução e coordenação geral do programa. RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO DO PROGRAMA Técnico Formação Registro profissional CTF Anderson de Souza Geógrafo CREA-RS 146.163 1.849.536 Florencio Teodoro Rocha da Rosa Geógrafo CREA-RS 159.287 158.738 456 RESPONSÁVEIS PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA A execução do programa é de responsabilidade da equipe de supervisão do PCS e da equipe de gestão e supervisão ambiental. BIBLIOGRAFIA DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Plano Básico Ambiental das Obras de Adequação de Capacidade da BR-101 – AL/SE/BA. Rio de Janeiro: OIKOS, 2009. 277 pg. 457 4.22 - PROGRAMA DE RECOMPOSIÇÃO DA VEGETAÇÃO EM ÁREAS DEGRADADAS E PLANTIOS PAISAGÍSTICOS JUSTIFICATIVA Áreas degradadas pela execução de obras rodoviárias ficam mais amplamente expostas a uma intensificação do impacto a partir da facilitação da ocorrência de fatores deflagradores de processos erosivos, destacando-se o escoamento superficial das águas pluviais. Em locais de instalação de canteiros de obras ocorre a supressão vegetal e a remoção da camada superficial do solo, além da compactação das áreas de acesso e de instalação de edificações. Desta forma, a infiltração das águas pluviais fica comprometida, aumentando a intensidade e velocidade do escoamento para jusante e potencializando a deflagração de processos erosivos. Em áreas de empréstimo, a abertura de taludes estabelece a geração de áreas facilmente impactáveis pelo escoamento superficial das águas pluviais. Esta ação é mais evidente em taludes íngremes, onde a velocidade de escoamento torna-se maior, portanto com intensificação do potencial erosivo. O plantio de espécies gramíneas, arbóreas e arbustivas nestas áreas aumenta a porosidade secundária e fornece maior sustentação ao solo, reduzindo o run off e, desta forma, definindo condições de maior estabilidade ao terreno e reduzindo as possibilidades de danos ao próprio corpo estradal. Da mesma forma, os cortes e aterros efetuados, além da abertura de áreas de lavra, aumentam o impacto paisagístico na faixa de domínio e adjacências. A vegetação ao longo da rodovia possui um valor paisagístico alto e contribui para a conservação dos ecossistemas adjacentes. A recuperação destas áreas com espécies pertencentes à vegetação original do local é fundamental para mitigar o impacto paisagístico gerado pela supressão da flora e pela abertura de áreas de apoio. O planejamento adequado das atividades relacionadas ao Programa pode significar uma sensível melhoria dos descritores ambientais associados a sua faixa de domínio, da oferta de hábitat para distintos grupos faunísticos e da proteção dos cursos d’água Os indicadores de andamento do programa e dos objetivos propostos compreendem: 458 i. Identificação de espécies de características ideais para plantios; ii. Efetuar os plantios de reposição vegetal com finalidade de recuperação e embelezamento paisagístico nas margens da rodovia em meio a áreas urbanizadas. OBJETIVO Este programa tem como objetivo principal realizar o plantio de arbustos e árvores em áreas degradadas pela instalação de locais de apoio, especialmente canteiros de obras, bota-fora e jazidas. Como objetivos especificos o programa prevê: i. Estabelecer as diretrizes técnicas que irão orientar os procedimentos de recomposição da vegetação necessários durante a implantação da rodovia; ii. Atenuar os efeitos adversos da atividade sobre os recursos naturais da ADA do empreendimento; iii. Orientar os procedimentos relacionados ao plantio em áreas degradadas, especialmente para a proteção de taludes de corte e aterro; iv. Orientar a seleção de espécies a serem utilizadas no reflorestamento; v. Definir locais prioritários para realização dos plantios, especialmente relacionados a processos erosivos ativos e áreas de apoio que promoveram degradação local; vi. Efetuação de plantios paisagísticos em travessias urbanas, interseções e acessos. METAS As metas, relacionadas aos objetivos específicos, são: v. Definir as espécies com melhor característica fitossanitária para recomposição da vegetação; vi. Atenuar os efeitos adversos à vegetação na ADA da Rodovia; 459 vii. Realização de plantios em áreas degradadas; viii. Realização de plantios com objetivo de reconformação paisagística; ix. i. Recomposição da vegetação na ADA durante a implantação da rodovia; Realização de plantios paisagísticos em áreas urbanas. INDICADORES Os indicadores de andamento do programa e dos objetivos propostos compreendem: i. Identificação de espécies de características ideais para plantios; ii. Efetuar os plantios de reposição vegetal com finalidade de recuperação e embelezamento paisagístico nas margens da rodovia em meio a áreas urbanizadas; iii. Plantios paisagísticos em áreas de acesso às cidades como travessias urbanas, interseções e acessos; iv. Plantios em áreas prioritárias relacionadas a processos erosivos ativos e áreas de apoio que promoveram degradação local; v. Espécies adequadas aos plantios paisagísticos. PÚBLICO-ALVO O público-alvo deste programa engloba, prioritariamente, as equipes de supressão de vegetação, incluindo também as empresas responsáveis pela pavimentação da rodovia (construtoras), a supervisora da obra, os órgãos responsáveis pelo licenciamento ambiental e o DNIT. METODOLOGIA E DESCRIÇÃO DO PROGRAMA Determinação dos Pontos de Plantio Plantio em Áreas Degradadas Será feito plantio em todas as áreas de apoio definidas no projeto, como canteiros de obras, jazidas de empréstimo e áreas de bota-fora, desde que já devidamente inativas, bem como em locais onde seja deflagrado qualquer tipo de processo erosivo durante o período de obras. Da mesma forma, em locais de efetuação de maiores cortes e aterros 460 o plantio deverá, igualmente, ser efetuado como medida de prevenção à instabilização de taludes de corte e/ou aterro. Neste contexto, avaliando-se o projeto de engenharia, são definidos como pontos prioritários para plantio com vistas à minimização de processos erosivos os seguintes: Tabela 134 - Principais áreas a sofrerem corte e aterro - pontos prioritários para plantio. Coordenada Ponto 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 X Y 853960 855219 855722 854555 851231 850985 847992 847712 842570 792291 784576 758571 735999 730480 729064 724790 719561 718931 711681 710437 708323 8979969 8978395 8977120 8976747 8973544 8973053 8969738 8962193 8953770 8903387 8905110 8889624 8868331 8855942 8854019 8841986 8825104 8824828 8814990 8814065 8811982 Tipo de Ocorrência Corte Corte Corte Aterro Corte Corte Corte Aterro Aterro Aterro Aterro Corte Aterro Aterro Aterro Aterro Aterro/Corte Aterro/Corte Aterro Aterro Corte Lado da Ocorrência D D D D E D D E/D D E D/D E D E D D E D D D D Área Aproximada (m²) 7.300 590 4.798 7.501 1.831 2.382 6.512 3.799 24.278 23.154 22.007 6.331 12.284 9.561 11.841 10.590 8.183 9.952 5.642 12.446 23.383 Plantio Paisagístico O plantio paisagístico será efetuado ao longo dos acessos aos municípios do entorno, trevos, entroncamentos e canteiros centrais no interior dos aglomerados urbanos inseridos na ADA. Recomposição da Vegetação A recomposição da vegetação terá início juntamente com a análise do projeto de pavimentação e dos efeitos desse sobre os ambientes contíguos à rodovia. Essa análise deverá ser embasada pelos dados levantados inicialmente, para as atividades de supressão de vegetação, tanto em termos das características florísticas e fisionômicas da 461 vegetação encontrada na Área de Influência Direta (AID) do empreendimento como no que se refere a sua distribuição espacial ao longo do eixo e nas áreas adjacentes. Por se tratar de um empreendimento rodoviário, portanto não se destina à comercialização da madeira oriunda da supressão vegetal e como o empreendedor tem entre suas atribuições legais esse tipo de atividade, parte-se do pressuposto que a reposição da vegetação estará associada a questões de recuperação da estrutura da vegetação afetada pelas obras, com ênfase naqueles locais em que ela interfere sobre Áreas de Preservação Permanente (APP). O plantio compensatório está articulado com o Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, permitindo que os objetivos da recomposição da vegetação estejam em consonância com esse programa, atendendo também às necessidades relacionadas à inserção dessas áreas na paisagem. A definição adequada das tipologias vegetais suprimidas visa permitir uma compensação que em longo prazo conduza à maior atenuação possível desse impacto e também garantir a efetividade do plantio a ser realizado, subsidiando a seleção do conjunto de espécies a ser empregado e permitindo a escolha mais correta para cada situação em que se darão os plantios. A escolha de fornecedores de mudas para os plantios compensatórios de recomposição da vegetação e paisagísticos é outra questão de especial importância. Nesse sentido, deverá ser realizada uma busca por viveiros na região capazes de fornecer o conjunto de espécies a ser indicado, na quantidade e nas condições fitossanitárias desejadas. Considerando as características da região onde se concentra a rodovia, é provável que haja dificuldades na busca por viveiros comerciais capazes de garantir o suprimento de mudas, principalmente quando se considera o impacto do frete no custo total de projetos de reposição florestal. Pode ser estudada uma solução como alternativa à carência de viveiros comerciais tal como o estabelecimento de convênio com prefeituras da região. Através do estabelecimento de um sistema de parceria, o Poder Público pode ceder o terreno e a mão-de-obra para o preparo das mudas e para o plantio, tendo a consultora como responsável pelos custos operacionais do processo. A seguir são apresentadas as diretrizes a serem observadas visando a realização dos plantios. 462 • Preparação do terreno e limpeza da área A área de plantio deverá ser previamente limpa para o plantio das mudas, caso existam resíduos sólidos (bota-fora), e a topografia do terreno preparada conforme o padrão de paisagem da região. Caso existam áreas de solo exposto, o plantio das árvores deve ser precedido por semeaduras de sementes de plantas típicas ou do plantio de vegetação herbácea de pequeno porte. Demarcação e preparo das covas A demarcação das covas será efetuada com auxílio de uma enxada para marcar o local onde será aberta a cova. As covas, com dimensões padronizadas de 0,4 x 0,4 x 0,4 m, serão abertas com auxílio de uma pá de corte ou cavadeira. O plantio deverá seguir uma formação não linear ou paralela, atenuando o efeito de monotonia na paisagem. • Espaçamento e distribuição espacial das mudas A distribuição e aleatoriedade das espécies deverão seguir os preceitos da sucessão, que recomenda a adoção de uma proporção de 60% de espécies pioneiras (de crescimento rápido), 30% de espécies secundárias iniciais e 10% de secundárias tardias ou climácicas (de crescimento lento). A adoção de um espaçamento básico de 2,5 x 2,5 m, ou seja, uma densidade de plantio de 1.700 mudas/ha é considerada ideal para a recuperação de área. A quantificação do número de mudas necessário para o plantio compensatório resultará do estudo fitossociológico a ser desenvolvido como parte do Programa de Controle Supressão da Vegetação. • Espécies recomendadas A seleção das espécies a serem utilizadas, conforme destacado anteriormente, deverá basear-se no levantamento da composição florística desenvolvido no âmbito do EIA/RIMA, complementado pelo estudo fitossociológico citado acima. A Tabela 135 apresenta uma relação de espécies que possuem potencial de serem utilizadas nos procedimentos de revitalização, a partir dos resultados obtidos no diagnóstico ambiental do EIA/RIMA. 463 Tabela 135 – Espécies propostas para plantio de recuperação em áreas degradadas. Nome científico Família Nome comum Classificação Schefflera morototoni Araliaceae caixeta Pioneira Kyelmeiera marauensis. Clusiaceae pau-santo Climácica Hymatanthus articulatus Apocynaceae pau-de-leite Climácica Ficus enormis. Moraceae figueira-mata-pau Oportunista Hymenaea coubari Fabaceae jatobá Climácica Inga spp. Fabaceae ingá Climácica Brosimum sp. Moraceae leiteiro Climácica Tabebuia spp. Bignoniaceae ipê Climácica Casearia sylvestris Flacoutiaceae chá-de-bugre Climácica Machaerium aculeatum Fabaceae jacarandá-de-espinho Climácica Anadenanthera colubrina Fabaceae angico-branco Pioneira Dalbergia nigra Fabaceae jacarandá-da-bahia Climácica Erythina verna Fabaceae mulungu Pioneira Schinus terebinthifolius Anacardiaceae Aroeira Pioneira Controle de Formigas Cortadeiras Cerca de 30 dias antes do plantio deverá iniciar o combate às pragas, principalmente as formigas cortadeiras, que podem causar danos consideráveis nas mudas e até altas taxas de mortalidade. Dessa forma, o combate às formigas deve ser realizado no prazo estipulado antes do plantio numa faixa de 50 a 100 metros do entorno a esta. O monitoramento da área pode indicar a necessidade de se repetir o procedimento de combate às formigas. Dentre os principais métodos de combate às formigas os mais usados são: a) pó seco – aplicação direta com bomba insufladora do pó formicida no formigueiro, matando as formigas pelo contato com o produto, sendo esse indicado para formigueiros pequenos. b) isca granulada – método mais empregado em atividades de plantio, por se mais seguro na aplicação e menos tóxico ao ambiente. A opção, preferencialmente, por iscas acondicionadas em embalagens pequenas (10 g cada) evitam a exposição do produto. Os produtos mais recomendados são Fipronil e Sulfluramida, utilizáveis na quantidade de 10g/m2 de terra solta. A aplicação do produto deve ser executada no período de seca, para evitar danos ao produto, e também a lavagem e o carreamento do mesmo para os cursos d’água. 464 Durante todo o período de manutenção serão efetuados, sistematicamente, os controles das formigas cortadeiras, a manutenção dos tutores, a retirada de galhos caídos e o replantio das mudas que não se desenvolverem ou forem danificadas, considerando-se os valores estimados de cerca de 10% em projetos de reposição florestal. Adubação A adubação deverá ser feita com fertilizante químico (NPK 5-20-20) na razão de 200g por muda. No segundo ano, sendo possível, deverá ser feita a adubação de cobertura usando 20 gramas de Nitrogênio (45 gramas de Uréia ou 95 gramas de Sulfeto de Amônia). Plantio Fundamentalmente deve ser realizado o plantio em dias nublados ou chuvosos e preferencialmente no início da estação chuvosa. No caso de ocorrência de seca na ocasião do plantio, deverá ser prevista a irrigação periódica das áreas onde ocorra o reflorestamento. Quando as mudas forem fornecidas em embalagem plástica, durante a operação de plantio deve-se cortar o recipiente plástico pelas laterais e pelo fundo, tomando-se o cuidado de não desfazer o torrão de terra. Após, colocar a muda no interior da cova, retirar o saco plástico e colocar terra ao redor mantendo as mudas retas e pressionar a terra para firmar a muda no solo. É recomendável manter a cova mais baixa do que o terreno adjacente para melhor captação da água das chuvas. Quando o plantio for realizado corretamente, no início da estação chuvosa, apenas uma irrigação de plantio pode ser o suficiente para o estabelecimento das mesmas. Plantio em Taludes de Corte e Aterro Este tipo de plantio tem como objetivo promover maiores condições de segurança em relação à estabilidade de encostas e cortes, minimizando a ocorrência de processos erosivos. Os taludes e bermas expostos à ação intempérica potencializam a propagação de processos erosivos, podendo formar voçorocas, escorregamentos, quedas de blocos e outros fenômenos. 465 Recomenda-se a execução de plantio por hidrossemeadura ou gramagem em áreas de exposição de horizontes subsuperficiais do solo ou de baixa fertilidade, fomentando proteção rápida contra o escoamento superficial das águas pluviais. A diferença entre os dois métodos é a seguir apresentada: • Hidrossemeadura: rapidez e facilidade de execução, inclusive em taludes com elevada declividade e altos; • Gramagem (placas fixadas por estacas ou tela metálica): protegem a superfície do solo desde que seja superado o problema da descontinuidade física entre o talude e a placa. De forma geral, considera-se que a estabilização dos taludes deverá considerar o uso de gramíneas com sistema radicular profundo, além de introdução de arbustos e trepadeiras alastrantes tolerantes à acidez comum em solos tropicais, protegendo o terreno e auxiliando o desenvolvimento da sucessão natural da revegetação. Em taludes de aterro recomenda-se especial atenção na porção basal, devendo o plantio avançar no terreno aterro/vegetação natural lindeira, com objetivo prevenindo de erosões garantir e proteção escorregamentos na interface oriundos do escoamento superficial das águas pluviais. Deve ser considerado o plantio de espécies arbustivas e cespitosas, especialmente em situações nas quais o solo natural encontrase saturado e nas proximidades de linhas de drenagem e cruzamento de talvegues. Plantio em Áreas Degradadas As áreas degradadas aqui listadas compreendem, basicamente, as áreas de apoio (canteiros de obras, jazidas, bota-fora etc.) e locais onde será feita terraplenagem junto à faixa de domínio. De forma geral, o plantio em áreas degradadas depende, fundamentalmente, das seguintes etapas: • Reconhecimento da geometria e condições de drenagem da área; • Características da vegetação regional e endêmica, especialmente quanto ao reconhecimento das espécies nativas de caráter pioneiro, visando, com sua utilização, aproximar o projeto do processo natural de sucessão vegetal; • Especificação da vegetação a ser utilizada; 466 • Coleta de sementes e mudas nas áreas a serem desmatadas, efetuando, ainda, contato com órgãos de fomento estaduais e municipais, visando o suprimento de sementes e mudas; • Especificação de melhoria da qualidade do solo superficial contendo: o Escarificação profunda, no sentido das curvas de nível (atenuação da compactação dos solos, melhoria das condições de infiltração das águas e facilitação no enraizamento da futura cobertura vegetal); o Aplicação de métodos de correção do solo; o Distribuição da camada de solo fértil. Em processos de revegetação de áreas degradadas deve-se priorizar o uso de espécies capazes de promover melhorias na disponibilidade de nutrientes no solo, apresentando as seguintes características principais: capacidade de proteção, sistemas radiculares superficiais e profundos e formação de dossel, dentre outros. É fundamental que apresentem crescimento rápido para produção de biomassa, gerando matéria orgânica e fertilizando o solo através de formação de litter e processos de decomposição. Deve, ainda, ser observado o valor intrínseco da vegetação em relação ao uso de espécies ocorrentes nas formações vegetais da reunião e seu uso pela fauna, bem como ao valor paisagístico relacionado à rodovia e aos ambientes circundantes. Inicialmente, em áreas onde não há riscos de processos erosivos, pode ser efetuada apenas a proteção superficial do solo, promovendo condições para o desenvolvimento de um processo de sucessão vegetal natural. Entretanto, em situações onde há necessidade de recuperação e controle de processos erosivos (além de áreas onde for necessária a constituição de maciças populações), devem ser observadas as condições particulares de cada situação. No caso de mera proteção superficial do solo, recomenda-se o uso de espécies com capacidade de proteção do solo através do desenvolvimento de sistemas radiculares superficiais e profundos. Já no caso de recuperação e controle de processos erosivos, é importante o plantio de espécies de crescimento rápido, devendo ser observada 467 adominância de associações vegetais ocorrentes na região, maximizando o uso de espécies autóctones. Em situações de recuperação de APPs deve ser observado o Programa de Recuperação de APPs apresentado no presente programa. Plantio Paisagístico O plantio paisagístico tem como objetivo minimizar a intrusão visual, integrando a rodovia à paisagem e transmitindo conforto e segurança aos usuários. A tabela a seguir ilustra as espécies vegetais recomendadas para o plantio paisagístico Tabela 136 - Espécies propostas para plantio paisagístico. Nome Científico Nome Popular Cecropia pachystachia Trécul Copaifera langsdorffii Desf. Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong. Ficus enormis (Mart. ex Miq.) Mart. Ficus Cestrifolia Schott ex Spreng. Guazuma ulmifolia Lam. Inga sp Miconia sp. Erythrina verna Vell. Tabebuia heptaphylla (Vell.) Toledo Parkia pendula (Willd.) Benth. ex Walp. Trema micrantha (L.) Blume embaúba copaíba Classe Sucessão P NP timbaúva P X figueira NP X figueira P X mutambo ingá pixirica mulungu Ipê-roxo P P P NP NP Juerana-prego P grandiúva P <7 m 7 – 15 m X > 15 m X X X X X X X X P – Espécies pioneiras e secundárias iniciais de maior rusticidade NP – Espécies climáxicas e intermediárias Fonte: OIKOS (2009 – PBA das Obras de Adequação de Capacidade da BR-101/AL/SE/BA) Replantio Nos locais onde houver problemas de sobrevivência das mudas, será necessário fazer novos plantios. Um mês após o plantio, as mudas que não sobreviverem serão substituídas por outras da mesma espécie ou pelo menos, do mesmo grupo. Manutenção A manutenção será executada periodicamente através de capinas, controle sanitário e replantio de mudas. 468 A primeira capina deve ser executada três meses após o plantio, ao redor da muda, a fim de fazer um coroamento. O número de capinas depende do tempo de fechamento do agrupamento florestal, que varia com as condições do local e com as espécies plantadas. Todavia se as plantas indesejáveis estiverem competindo com as mudas plantadas será realizado o coroamento. É importante tomar o cuidado de aproveitar ao máximo os benefícios da vegetação rasteira como cobertura do solo e fornecedora de sombra, capinando apenas o que estiver afetando o crescimento das mudas. O planejamento do plantio compensatório e da recomposição da vegetação, além de respeitar as características dos diferentes ambientes interceptados pela rodovia em termos de composição florística e de estrutura dos maciços florestais, terá que considerar os efeitos sobre a paisagem, garantindo o bom proveito das principais feições que compõem a paisagem regional. Supervisão Ambiental das Ações Previstas O PRVADP deverá ser supervisionado por profissional habilitado, que ficará encarregado de cumprir a programação da atividade e minimizar ao máximo a perda de material biológico. O processo de avaliação visa monitorar o material plantado e posterior substituição das mudas plantadas caso seja necessário. ETAPAS DE EXECUÇÃO Na tabela a seguir consta a síntese das atividades a serem realizadas no programa. Tabela 137- Atividades a serem executadas no PRVDAP Atividade Definição das espécies a serem plantadas Conformação do terreno e limpeza da área a receber os plantios Demarcação e preparo das covas Controle de pragas Forma de ação Analisar as espécies de maior necessidade de maior importância para recuperação de áreas Preparo do terreno buscando a conformação mais próxima possível do original Atividade a ser realizada concomitante à conformação do terreno Cerca de 30 a 60 dias antes do início dos plantios Etapa Competência Antes do início das obras e mensalmente no período de obra Gestão Ambiental A partir do 8º mês de início das obras Gestão Ambiental A partir do 8º mês de início das obras Gestão Ambiental Acompanha a demarcação e preparo das covas Gestão Ambiental 469 INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS O PRVADP tem relações com os seguintes programas ambientais: i. Programa de Comunicação Social; ii. Programa de Educação ambiental; iii. Programa de Recuperação de Áreas Degradadas; iv. Programa de Gestão Ambiental; v. Programa de Recuperação de APPs; vi. Programa de Resgate de Flora; vii. Programa de Supressão de Vegetação. ATENDIMENTOS A REQUISITOS LEGAIS E/OU OUTROS REQUISITOS • Código Florestal Brasileiro (Lei nº. 4.771/1965) e suas regulamentações e normatizações, em especial a Instrução Normativa do Ministério do Meio Ambiente nº. 06/2006; • Decreto nº. 5.975 de 30 de novembro de 2006, do Código Florestal Brasileiro, que regulamenta a os artigos 12, parte final, 15, 16, 19, 20 e 21 trata em seu capítulo V da obrigação de reposição florestal, que deve ser realizada pela pessoa física ou jurídica responsável pela supressão de vegetação no mesmo Estado, prioritariamente dentro da área de abrangência do empreendimento Além da legislação citada; • Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) possui instruções e normas que tratam do componente ambiental em rodovias, diretrizes para o paisagismo de rodovias, exemplificando inclusive esquemas de plantio para diferentes situações, sempre compatibilizando a segurança da rodovia com as funções ecológicas do componente vegetal; • Lei nº 4771/1965 (Código florestal) e suas alterações; • Resolução CONAMA nº 369/2006; 470 • Decreto nº. 5.975 de 30 de novembro de 2006. RECURSOS NECESSÁRIOS Mão de obra Para as atividades de preparo dos terrenos e plantio, deve ser montada uma equipe de trabalho composta de pelo menos quatro profissionais no campo. Será necessário um técnico para supervisionar a área ambiental da obra. Possivelmente serão necessários quatro ajudantes para estas atividades, um para retirada dos sacos plásticos das mudas, um para organizar as mudas nos locais de plantios e dois para auxiliar na fixação das mudas nos locais definitivos. Equipamentos Para a realização deste programa serão necessários equipamentos de baixo custo, sendo o maior investimento para uma caminhonete com tração integral (4x4), que permita o fácil acesso da equipe durante o período de plantio de mudas. Esta deve ter cabine dupla e ter capota coberta para proteger o material coletado das intempéries. Quadro de Custos Quantidade Homens/Mês Participação ou Nível Mensal Quantidade Meses Percentual Funcional Média (% ou em 30 dias) Quantidade Simples Descrição Valor Unitário (R$)/mês Valor Total (R$) -5 (6) = (4-5) Função ou Numeração -1 -2 -3 (4) = (1-2-3) I – Custos Diretos A – Equipe Técnica Coordenador 1 30% 24 0,3 7721,28 55593,216 Profissional Pleno 1 100% 24 1 6262,81 150307,44 Profissional auxiliar 2 100% 24 1 3774,84 90596,16 Técnico de nível médio 4 100% 24 3 2916,92 210018,24 Motorista 1 100% 24 1 772,13 18531,12 Sub-Total Item “A” 525046,176 471 Descrição B – Encargos Sociais (88,04% de “A”) Participação Nível Mensal Quantidade Meses Funcional Média (% em 30 dias) Quantidade Homens/Mês ou Percentual ou Quantidade Simples Valor Unitário (R$)/mês Valor Total (R$) 88,04% 8875 462250,6534 Sub-Total Item “B” C – Custos Administrativos (50% de “A”) 462250,6534 50,00% 8875 Sub-Total Item “C” D – Viagens Aéreas 262523,088 24 2000 Sub-Total Item “D” E – Despesas com Deslocamento 1 100% 48000 48000 24 230 Sub-Total Item “E” F – Veículos Caminhonete 262523,088 5520 5520 24 1 3737,49 89699,76 Sub-Total Item “F” 89699,76 Total do Item “I” 1345039,677 II – Custos Indiretos H– Remuneração da Empresa Taxa de 12% sobre o total do item “I” 12% 1345039,68 161404,7613 Sub-Total Item “H” 161404,7613 I – Despesas Fiscais Taxa de 16,62% dos itens “I” e “II – H” 16,62% 1506444,44 250371,0657 Total do Item “II” 250371,0657 Custo Total de Execução do Programa (24 meses) 1756815,504 472 CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO O PRVADP será executado durante as etapas de instalação e operação do empreendimento. 473 Tabela 138- Cronograma do Programa de Recomposição da Vegetação em Áreas degradadas e Plantios Paisagísticos MELHORIAS E DUPLICAÇÃO DA RODOVIA BR-101 – TRECHO SÃO MIGUEL DOS CAMPOS (AL) – ENTRONCAMENTO COM BR-324 (BA) PROGRAMA DE RECOMPOSIÇÃO DA VEGETAÇÃO EM ÁREAS DEGRADADAS E PLANTIOS PAISAGÍSTICOS Ano 1 Ano 2 Atividades 1 Definição das áreas prioritárias para replantio e recomposição 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1% 1% 1% 1% Conformação de terreno e limpeza da área* Demarcação e preparo das covas* Controle de pragas* Adubação* Plantio* Manutenção* Supervisão ambiental das ações previstas 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 474 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO O Programa de Recomposição da Vegetação em Áreas Degradadas e Plantios Paisagísticos deverá ser supervisionado por profissional habilitado, que ficará encarregado de cumprir a programação da atividade e minimizar ao máximo os impactos deste empreendimento. O processo de avaliação visa monitorar a coleta de sementes, bem como todo o processo desde a produção de mudas até o plantio em áreas a serem definido seguido de manutenção periódica. O acompanhamento das áreas de plantio deve ser executado através de visitas periódicas, visando o sucesso da implantação do projeto de recuperação. As visitas nos primeiros seis meses de plantio deverão ser quinzenais para verificação do crescimento das mudas e o andamento dos trabalhos de manutenção das mesmas. Após esse prazo as vistorias poderão ser semestrais ou com maior freqüência caso haja necessidade. Outro aspecto que necessita ser avaliado durante as vistorias é o progresso de conectividade destas áreas recuperadas em conjunto com áreas de matas adjacentes. RESPONSÁVEIS PELO PROGRAMA RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO DO PROGRAMA Técnico Formação Registro profissional CTF Ingo Hubel Biólogo (Msc) CRBio 53.065-03 4264302 Luis Gustavo Serra Biólogo CRBio 63.131-03 4805608 RESPONSÁVEIS PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA O DNIT será responsável pela execução e coordenação geral do programa, o qual poderá ser executado por consultoria especializada (contratada/conveniada). Na tabela a seguir constam as instituições envolvidas no programa. Tabela 4 - Instituições envolvidas no programa. Instituições Atribuições e Competências IBAMA Verificar a execução das diretrizes desse programa. Gestora Ambiental Apoiar, orientar e supervisionar a supressão de vegetação à luz das diretrizes do programa e da legislação vigente. 475 Instituições Atribuições e Competências Construtoras Executar o corte de vegetação, seguindo as orientações da equipe que supervisionará a supressão. DNIT Executar a atividade em conformidade com as diretrizes deste programa, no que lhe for cabível, contribuindo com todas as partes. Para a execução das atividades previstas, será necessária a seguinte equipe técnica: um especialista em flora (Biólogo, Eng. Florestal ou Ambiental ou Agrônomo); um auxiliar para flora (Técnico agrícola ou meio ambiente); um motorista (nível básico). BIBLIOGRAFIA DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental EIA/RIMA das Obras de Adequação da Capacidade da BR-101 – AL/SE/BA. Rio de Janeiro: OIKOS, 2007. 268 pg. DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Plano Básico Ambiental das Obras de Adequação de Capacidade da BR-101 – AL/SE/BA. Rio de Janeiro: OIKOS, 2009. 277 pg. 476 4.23 - PROGRAMA AMBIENTAL DE SEGURANÇA E CONFORTO PARA AS POPULAÇÕES LINDEIRAS JUSTIFICATIVA Obras rodoviárias ocasionam diversos tipos de impactos socioambientais também em quantidade significativa a populações lindeiras, sejam eles positivos ou negativos. No caso da rodovia BR-101 trecho Bahia/Sergipe/Alagoas, enumeram-se diversos tipos de atividades antrópicas existentes ao longo da rodovia, sejam estas urbanas ou rurais. Um Programa de Segurança e Conforto para essas populações que habitam as margens da rodovia, se faz necessário para que sejam minimizados não apenas os problemas existentes, decorrentes da inserção da rodovia nas atividades destas populações, mas igualmente a mitigação dos possíveis impactos negativos e potencialização dos positivos quando da ampliação do empreendimento em questão. Enumeram-se em regiões de travessias urbanas, diversos tipos de impactos, tais como: poluição sonora e atmosférica, intrusão visual, riscos operacionais, entre outros, os quais se relacionam aos conflitos entre o espaço viário e o espaço urbano inerentes à presença de rodovias em longo percurso em áreas urbanas. A rodovia atual, apresenta um elevado volume de tráfego, intensa ocupação marginal, altas taxas de acidentes e consequentemente, condições operacionais deficientes, que podem ocasionar a obsolescência prematura da mesma. A ocupação intensa e não planejada das áreas lindeiras a rodovia, principalmente devido ao atrativo de comércio aos usuários da rodovia, faz com que manobras de egresso e ingresso sejam multiplicadas, esgotando a capacidade de absorção de acessos da rodovia. Com isso, mesmo considerando que o projeto visa a melhoria operacional da rodovia, é previsível prognosticar sua saturação em médio prazo, em todas as travessias urbanas. De um modo em geral, tanto no que se refere às travessias urbanas quanto à proximidade de aglomerados populacionais, povoados, etc., deve-se considerar os seguintes impactos: 477 Modificações no uso e ocupação do solo. A implantação e/ ou adequação de uma rodovia em áreas antropizadas pode promover modificações no uso e ocupação do solo, ocasionadas pelo forte poder de atração que a mesma exerce, seja aos que desejam expor seus produtos e serviços aos usuários da via, seja aos que procuram as facilidades de acesso por ela proporcionadas; os impactos em geral incluídos nestas modificações são: • Destruição ou ruptura de valores estéticos, com perda de qualidade da paisagem urbana; • Destruição de sítios de valor arquitetônico, urbanístico e/ ou paisagístico; • Ocupação desordenada de áreas desocupadas; • Intensificação da ocupação de áreas, através da alteração de uso, migração, favelização, redução de receita de pequenas empresas, desemprego, etc. Aumento na poluição sonora e atmosférica decorrente do tráfego intenso. A emissão de ruídos e gases por um maior volume de tráfego associado às obras de duplicação pode levar a aumento nos níveis de poluição, sonora ou atmosférica; Intrusão visual. A implantação da nova pista pode causar impedimento da visualização, parcial ou total, da paisagem urbana, ou criação de paisagem esteticamente desagradável; Ruptura urbana - alterações das condições de acessibilidade a áreas lindeiras. A implantação da nova pista pode causar perda (total ou parcial) de acessibilidade a escolas, comércio, postos de saúde, aglomerados populacionais próximos à via, propriedades particulares e, ainda, a separação de grupos familiares, religiosos, étnicos, etc. Aumento nos riscos operacionais, especialmente de acidentes, alterações nas condições de segurança de movimentação de veículos e pedestres. Após a implantação da nova pista, o perigo de cruzamento da seção duplicada, por veículos e pedestres, será potencializado. 478 OBJETIVO O objetivo do Programa de Segurança e Conforto para as Populações Lindeiras visa estabelecer ações que atenuem os conflitos provocados pela presença da rodovia em áreas com populações marginais e buscar eliminar e/ou mitigar os impactos negativos e potencializar impactos positivos resultantes do empreendimento. • Considerar as Normas para Projeto vigentes no DNIT; • Instalar projeto de sinalização ostensivo; • Instalar e/ou recuperar dispositivos de travessia da pista por pedestre; • Instalar dispositivos inibidores da velocidade do tráfego; • Instalar ciclovias para coibir o trânsito de bicicletas nos acostamentos nas proximidades (3,0 km para cada lado da travessia, no mínimo) e nas travessias urbanas; • Eliminar estacionamentos e pontos de paradas de veículos ao longo da rodovia; METAS As metas, relacionadas aos objetivos específicos, são: iv. Definir os Aglomerados populacionais a serem diagnosticados e monitorados; v. Instalação dos Dispositivos de Interseções, Cruzamentos, Acessos, Retornos, Sinalização, Travessia e Ciclovia; vi. Execução do Projeto Paisagístico; INDICADORES Os indicadores de andamento do programa e dos objetivos propostos compreendem: i. Número de locais de aglomerados populacionais a serem monitorados; ii. Número de pessoas junto aos aglomerados populacionais lindeiros a rodovia; 479 PÚBLICO-ALVO O público-alvo deste programa engloba, prioritariamente, as comunidades lindeiras à rodovia BR-101. METODOLOGIA E DESCRIÇÃO DO PROGRAMA Atividades O Programa deverá detalhar ações para as interseções/acessos/cruzamentos, retornos, proximidades de áreas urbanas, povoados e aglomerados populacionais além do projeto paisagístico. Interseções, Acessos e Cruzamentos • Considerar as Normas para Projeto vigentes no DNIT; • Em todas as interseções em áreas urbanas, os acessos e cruzamentos devem possuir dispositivos que obriguem o cruzamento de somente uma das pistas por vez por veículos ou pedestres; • Considerar, no dimensionamento dos dispositivos de interseções, acesso e cruzamentos, os aumentos sazonais dos fluxos de veículos e pedestres, tais como o turismo, colheita de safras agrícolas, festas regionais etc.; • Instalar dispositivos, sinalização ostensiva, especialmente nos locais próximos a povoados, aglomerados populacionais e áreas urbanas, incluindo as vias marginais e as vias interceptantes; • Sempre que possível e que as condições técnicas forem favoráveis, instalar os dispositivos de interseções, acesso e cruzamentos em conjunto com dispositivos de retorno. Retornos • Considerar as Normas para Projeto vigentes no DNIT; • Instalar, nos dispositivos de retorno, projeto de sinalização ostensivo; 480 • Considerar, no dimensionamento dos dispositivos de retorno, os aumentos sazonais dos fluxos de veículos e pedestres; Proximidades de Áreas Urbanas, Povoados e/ou Aglomerados Populacionais • Considerar as Normas para Projeto vigentes no DNIT; • Instalar projeto de sinalização ostensivo; • Instalar e/ou recuperar dispositivos de travessia da pista por pedestre; • Instalar dispositivos inibidores da velocidade do tráfego; • Instalar ciclovias para coibir o trânsito de bicicletas nos acostamentos nas proximidades (3,0 km para cada lado da travessia, no mínimo) e nas travessias urbanas; • Eliminar estacionamentos e pontos de paradas de veículos ao longo da rodovia; Projeto Paisagístico • Elaborar e Executar Projeto Paisagístico para os trechos da Rodovia em travessias urbanas e/ou aglomerados populacionais nos termos que seguem: o Elaborar Ante-Projeto buscando soluções harmônicas integrando a redução da intrusão visual, com a visibilidade dos usuários e dos pedestres, com a sinalização ostensiva e com a redução dos impactos derivados dos ruídos. Os ante-projetos para cada travessia urbana deverão ser previamente apresentados para aprovação pela fiscalização, acompanhado de memorial justificativo, serão submetidos a consultas públicas nos locais em que deverão ser implantados; o Elaborar o Projeto Final a partir do ante-projeto aprovado e aditado das contribuições viáveis que tiverem partido das consultas públicas. O Projeto Final deve conter: locação, especificação e quantificação das espécies vegetais a serem plantadas, especificações de plantio, correção do solo, cuidados de manutenção, etc. 481 • O Projeto Paisagístico ao longo dos trechos rurais deve considerar em sua elaboração: o As características ambientais e paisagísticas da região; o As condições específicas de solo e de alteração da topografia natural acarretadas pela execução da Rodovia; o As condições da biota nas áreas remanescentes limítrofes à via; o As características da vegetação, visando a utilização de espécies nativas e/ou adaptadas às condições regionais; o A existência de bancos de mudas e sementes locais em viveiros de órgãos estaduais, municipais e particulares; o A sinalização verde (nos cruzamentos em nível), com criação de barreiras visuais e proteção aos ruídos e à poluição; o A preferência pela não utilização de espécies vegetais frutíferas, evitando a aproximação de animais à Rodovia; Localização de Aglomerados Populacionais Ao longo do trecho Bahia, Sergipe, Alagoas existem Populações Lindeiras que merecem especial atenção do Programa de Segurança e Conforto. A Tabela 139 localiza os aglomerados urbanos existentes ao longo da rodovia BR-101. Tabela 139 - Localização dos Aglomerados Populacionais ao longo da rodovia BR-101 Trecho Bahia - Sergipe - Alagoas. Coordenadas UTM (24L) Ponto Aglomerado Populacional Estado X Y Aglo. 1 Núcleo urbano de São Miguel dos Campos AL 816451,14 8914685,49 Aglo. 2 Núcleo urbano de Luziápolis AL 808571,26 8905184,59 Aglo. 3 Núcleo urbano de Teotônio Vilela AL 790340,04 8903852,25 Aglo. 4 Núcleo urbano de Olho d’Água AL 778452,68 8908223,45 Aglo. 5 Núcleo urbano de Junqueiro AL 777824,50 8904141,03 Aglo. 6 Núcleo urbano de Porto Real do Colégio AL 737926,07 8873081,82 482 Coordenadas UTM (24L) Ponto Aglomerado Populacional Estado X Y Aglo. 7 Núcleo urbano de Propriá SE 737938,64 8869498,49 Aglo. 8 Núcleo urbano de Aracajú (áreas distantes) SE 704141,38 8795208,25 Aglo. 9 Núcleo urbano de Estância SE 670036,10 8753854,64 Aglo. 10 Núcleo urbano de Esplanada BA 614717,79 8697461,99 Aglo. 11 Núcleo urbano de Entre Rios BA 601407,07 8678306,31 Aglo. 12 Núcleo urbano de Alagoinhas BA 564289,47 8660067,88 483 Figura 21- Mapa de localização dos Aglomerados Populacionais 484 ETAPAS DE EXECUÇÃO Na tabela a seguir consta a síntese das atividades a serem realizadas no programa. Tabela 140 - Atividades a serem executadas no Programa de Segurança e Conforto para as Populações Lindeiras. Atividade Definição dos Aglomerados Populacionais Diagnóstico da Situação dos Locais com Aglomerados Populacionais Correção e Instalação das Interseções/Acessos/Cru zamentos/Retornos Instalação de Sinalização Ostensiva Instalação de Dispositivos de Travessia, Inibidores de Velocidade e Ciclovias Elaboração e Instalação do Projeto Paisagístico Elaboração de Relatório Trimestral Supervisão Ambiental das Ações Previstas Forma de ação Rever a existência de outros aglomerados além dos elencados no presente Programa. Realizar monitoramento dos locais de Aglomerados Populacionais, diagnosticando a situação presente Trabalho da empreiteira contratada a ser executado juntamente com a duplicação e recuperação da rodovia Trabalho da empreiteira contratada a ser executado juntamente com a duplicação e recuperação da rodovia Trabalho da empreiteira contratada a ser executado juntamente com a duplicação e recuperação da rodovia Trabalho da empreiteira contratada a ser executado juntamente com a duplicação e recuperação da rodovia Relatório de andamento dos trabalhos, diagnóstico realizado e comparativo situação passada e futura, após a execução das melhorias Supervisão a ser realizada durante a execução do Programa com a finalidade de fiscalizar o andamento dos trabalhos Etapa Competência Antes do início das obras e 1º mês de obras Gestão Ambiental Mensalmente no período de obras Gestão Ambiental Todo o período de obras Empreiteiras Todo o período de obras Empreiteiras Todo o período de obras Empreiteiras Todo o período de obras Empreiteiras Trimestralmente no período de Obras DNIT e Gestão Ambiental Todo o período de obras DNIT e Gestão Ambiental INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS O Programa Ambiental de Apoio as Unidades de Conservação tem relação com os seguintes programas: 485 Programa de Gestão Ambiental, que terá a função de gerenciar as atividades do programa, além de emitir relatórios e avaliar a execução do programa. ATENDIMENTOS A REQUISITOS LEGAIS E/OU OUTROS REQUISITOS Considerar as Normas para Projeto Vigentes no DNIT. RECURSOS NECESSÁRIOS Descrição A – Equipe Técnica Arquiteto Quantidade Homens/Mês Participação ou Nível Mensal Quantidade Meses Percentual Média (% Funcional ou em 30 dias) Quantidade SImples Função ou Numeração -1 -2 -3 (4) = (1*2*3) I – Custos Diretos Valor Unitário (R$)/mês Valor Total (R$) -5 (6) = (4*5) 0 1 100% Sub-Total Item “A” 4 B – Encargos Sociais (88,04% de “A”) 0 4 10295,05 41180,2 41180,2 88,04% 41180,2 36255,0481 Sub-Total Item “B” C – Custos Administrativos (50% de “A”) 36255,0481 50,00% 41180,2 Sub-Total Item “C” D – Viagens Aéreas 20590,1 2 2000 Sub-Total Item “D” E – Despesas com Deslocamento 2 1 100% 1 Sub-Total Item “F” Total do Item “I” II – Custos Indiretos Remuneração da Empresa Taxa de 12% sobre o total do item “I” 230 460 460 1 12% Sub-Total Item “H” G – Despesas Fiscais Taxa de 16,62% 4000 4000 Sub-Total Item “E” F – Veículos SEDAN 20590,1 3391,62 3391,62 3391,62 105876,968 105876,968 12705,2362 12705,2362 16,62% 118582,204 19708,3623 486 Descrição Quantidade Homens/Mês Participação ou Nível Mensal Quantidade Meses Percentual Média (% Funcional ou em 30 dias) Quantidade SImples Valor Unitário (R$)/mês Valor Total (R$) dos itens “I” e “II ” Total do Item “II” Custo Total de Execução do Programa 19708,3623 138290,567 CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO O Programa de Segurança e Conforto para as Populações Lindeiras será executado durante as etapas de instalação e operação do empreendimento conforme o cronograma a seguir. 487 Tabela 141- Cronograma do Programa Ambiental para Segurança e Conforto para as Populações Lindeiras. MELHORIAS E DUPLICAÇÃO DA RODOVIA BR-101 – TRECHO SÃO MIGUEL DOS CAMPOS (AL) – ENTRONCAMENTO COM BR-324 (BA) PROGRAMA DE SEGURANÇA E CONFORTO PARA AS POPULAÇÕES LINDEIRAS Atividades Fase PréObras -1 Definição dos Aglomerados Populacionais Diagnóstico da Situação dos Locais com Aglomerados Populacionais Ano 1 1 2 3 4 5 6 7 Ano 2 8 9 10 11 12 1 2 34 5 6 7 8 9 10 11 12 12% 11% 11 11 11 % % % 11% 11 11 11 % % % Correção e Instalação das Interseções/Acessos/Cruzamentos/Retornos Instalação de Sinalização Ostensiva Instalação de Dispositivos de Travessia, Inibidores de Velocidade e Ciclovias Elaboração e Instalação do Projeto Paisagístico Elaboração de Relatório Trimestral Supervisão Ambiental das Ações Previstas 488 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO O DNIT consiste no empreendedor e responsável pela execução deste programa podendo, porém, contratar consultores para serviços especializados de avaliação, projeto, supervisão e apoio. RESPONSÁVEIS PELO PROGRAMA O DNIT será responsável pela execução e coordenação geral do programa, o qual poderá ser executado por consultoria especializada (contratada/conveniada). IBAMA e Órgãos de Licenciamento Ambiental Estaduais: são responsáveis pela fiscalização do empreendimento. Empresas Contratadas: são os projetistas responsáveis pelo detalhamento do Projeto; Construtores responsáveis pelas obras que incluirão os projetos paisagísticos; e Supervisores, estes como responsáveis pelo Controle de Qualidade das Obras e futuros serviços de Conservação da Rodovia. RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO DO PROGRAMA Técnico Formação Registro profissional CTF Anderson de Souza Geógrafo CREA-RS 146.163 1.849.536 Florencio Teodoro Rocha da Rosa Geógrafo CREA-RS 159.287 158.738 RESPONSÁVEIS PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA O monitoramento deverá ser efetuado pela Fiscalização do DNIT. A execução do Programa Ambiental para a Implementação de Medidas de Compensação envolverá a equipe de supervisão alocada no Programa de Gestão Ambiental e a contratação de técnicos para o monitoramento e elaboração dos relatórios técnicos, quando necessário. BIBLIOGRAFIA BELLIA, Vitor; BIDONE, Edson D. Rodovias, recursos naturais e meio ambiente. Niterói: EdUFF; Brasília: DNER, 1993. 489 BELLIA, Vitor et. al.: Introdução à Gestão Ambiental de Estradas – Coleção Disseminar – IME-DNIT, 2005 BRASIL/DNIT. Diretrizes básicas para elaboração de estudos e programas ambientais rodoviários: escopos básicos / instruções de serviço. – Rio de Janeiro, 2006. DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental EIA/RIMA das Obras de Adequação da Capacidade da BR-101 – AL/SE/BA. Rio de Janeiro: OIKOS, 2007. 268 pg. DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Plano Básico Ambiental das Obras de Adequação de Capacidade da BR-101 – AL/SE/BA. Rio de Janeiro: OIKOS, 2009. 277 pg. 490 4.24 - PROGRAMA AMBIENTAL DE MITIGAÇÃO DOS IMPACTOS À FLORA E À FAUNA 4.24.1 - SUB-PROGRAMA DE AFUGENTAMENTO, RESGATE BRANDO DE FAUNA JUSTIFICATIVA Obras rodoviárias promovem intervenções que, na maior parte dos casos, tende a causar impactos diversos sobre a biota local em diferentes escalas de tempo. Durante a fase de obras, em virtude da necessidade de supressão da vegetação ao longo da faixa de domínio e áreas de apoio é potencializado o impacto relativo à perda de habitats pela supressão da vegetação. O efeito barreira interrompe processos ecológicos, como a dispersão e a migração, alterando a mobilidade da fauna e impedindo o fluxo gênico entre populações separadas pela rodovia. Esse efeito pode conduzir ao surgimento de metapopulações pela divisão de populações originalmente contínuas em outras menores e parcialmente isoladas, às quais está associada uma maior probabilidade de extinção. Nesse sentido torna se necessário, no escopo do PMIFF, a individualização de um subprograma que atenda exclusivamente os impactos à fauna provenientes da execução da supressão da vegetação e das obras de melhorias e duplicação a serem efetuadas na rodovia BR-101. OBJETIVO O objetivo geral desse programa é minimizar as interferências que a instalação do empreendimento causará à biota existente no entorno e nas suas áreas limítrofes. • Realizar o salvamento de fauna durante a etapa de supressão da vegetação na faixa de domínio da rodovia; • Avaliar as medidas adotadas para prevenção de atropelamentos e mortalidade da fauna; 491 • Monitorar a fauna de vertebrados durante a fase de implantação do empreendimento. METAS As metas, relacionadas aos objetivos específicos, são: • Afugentar a fauna durante a supressão vegetal; • Resgatar animais em caso de necessidade; • Orientar os trabalhadores quanto a procedimentos cabíveis INDICADORES Os indicadores de andamento do programa e dos objetivos propostos compreendem: • Resultados no processo de afugentamento; • Número de animais resgatados. PÚBLICO-ALVO O público-alvo deste programa engloba as comunidades locais e principalmente as empresas responsáveis pela pavimentação da rodovia (construtoras), que deverão implementar medidas de mitigação aos impactos sobre a fauna. METODOLOGIA E DESCRIÇÃO DO PROGRAMA A seguir são descritas as atividades, os métodos e diretrizes gerais a serem empregados para mitigar os impactos decorrentes das obras da rodovia sobre a fauna. As atividades envolvidas neste programa concentram-se, basicamente em estabelecer ações para o afugentamento e resgate brandos da fauna durante as atividades de supressão da vegetação e obras da rodovia. 492 AFUGENTAMENTO DA FAUNA Estas ações têm como objetivo minimizar os impactos causados pela supressão da vegetação sobre a fauna, possibilitando a sobrevivência dos animais, e tendo como base a facilitação do escape dos exemplares da fauna para áreas adjacentes. As atividades de supressão deverão ser desenvolvidas obedecendo às seguintes recomendações: • A remoção da vegetação deve ser iniciada pela limpeza do extrato herbáceo, de modo a permitir que os animais de maior mobilidade sejam afastados naturalmente, desde o momento inicial da intervenção. Essa limpeza deve ocorrer de forma que direcione os animais afugentados para as áreas de vegetação preservadas. • O desmatamento propriamente dito (corte de elementos arbóreos) deverá ser conduzido de forma a propiciar a fuga dos animais para áreas vegetadas contíguas à área de intervenção. • O desmatamento do estrato arbóreo deve ser planejado no sentido de uma condução dos eventuais animais presentes para áreas contíguas, preferencialmente de estrutura e fisionomia o mais semelhante possível daquela atingida. • A liberação das áreas para a obra somente poderá ser feita após vistoria da equipe de Supervisão Ambiental, para garantir que não haja animais que permaneceram nas áreas desmatadas. Os trabalhos deverão ser executados, preferencialmente, nas horas de menor atividade da fauna. Resgate Brando de Fauna O resgate de fauna tem como objetivo minimizar os impactos causados pela supressão da vegetação sobre a fauna, possibilitando a sobrevivência dos animais que não fugirem espontaneamente com o desmatamento. Considerando-se casos de necessidade de 493 resgate brando de fauna, algumas diretrizes deverão ser observadas durante a supressão da vegetação, a saber: • Capturas serão efetuadas somente em casos especiais, quando os animais não conseguirem se deslocar por meios próprios. Esses indivíduos serão transportados e liberados em áreas de habitats com mesma fitofisionomia, previamente selecionadas para soltura da fauna. • Para o resgate brando de fauna, deverá ser providenciada autorização específica, nos termos da Instrução Normativa nº. 146/2007 do IBAMA, prevendo-se a instalação de centro de triagem. • As equipes que farão o desmatamento deverão receber treinamento para que saibam as diretrizes de forma a facilitar o afugentamento da fauna e como proceder no encontro de algum animal silvestre, visando atuar em parceria com a equipe envolvida no subprograma Afugentamento e Resgate Brando de Fauna. Para a execução do resgate brando de fauna, deverá ser formada uma equipe que trabalhe junto às frentes de supressão, orientando o corte e acompanhando o afugentamento da fauna. Essa equipe deverá acompanhar os trabalhos durante todo o período de supressão da vegetação na faixa de domínio e em outras áreas envolvidas na pavimentação da rodovia. No caso de espécies sobre as quais recaia interesse científico especial, os indivíduos devem ser coletados e encaminhados para coleções científicas, dando-se prioridade àquelas que tenham atuação regional e estrutura apta a receber esse tipo de material. Para tanto, essa instituição será definida quando da elaboração de projeto de monitoramento para solicitação de licença ao IBAMA. ETAPAS DE EXECUÇÃO As atividades a serem executadas para o resgate brando de fauna são apresentadas na tabela a seguir, para as fases de pré-implantação e de obras, incluindo-se fases de planejamento das atividades e acompanhamento da supressão em todas as áreas necessárias para implantação da rodovia. 494 Tabela 142 - Atividades nas fases de pré-implantação e de obras para o resgate brando de fauna Atividade Forma de ação Etapa Competência Planejamento das atividades de resgate brando Reunião entre empreiteiras e equipe técnica Antes do início das obras (fase préimplantação) Gestão Ambiental Elaboração de projeto de resgate de fauna Trabalho de escritório da equipe técnica Antes do início das obras (fase préimplantação) Gestão Ambiental Instalar Centro de Triagem Estabelecer uma estrutura de apoio para atendimento de animais capturados Atender Instrução Normativa nº. 146/2007 do IBAMA Antes do início das obras (fase préimplantação) Gestão Ambiental Treinamento das equipes de supressão Orientar os trabalhadores sobre as diretrizes do resgate brando através de palestras. Antes e durante a execução das obras Gestão Ambiental Vistoria nas áreas a serem suprimidas Vistoria e acompanhamento da equipe técnica para levantamento e resgate prévio de ninhos. Resgate brando durante a supressão Vistoria e acompanhamento da equipe técnica. Supervisão ambiental das ações previstas Acompanhamento e orientação na execução das atividades do programa e na observância às diretrizes propostas Antes do início das obras (fase préimplantação) e durante a supressão de vegetação. Antes do início das obras (fase préimplantação) e fase de obras. Todo o período de obras Gestão Ambiental Gestão Ambiental DNIT e Gestão Ambiental INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS O subprograma de afugentamento e resgate brando de fauna estará relacionado com os seguintes programas ambientais.: • Programa de Educação Ambiental; • Programa Ambiental de Prevenção às Queimadas; • Programa Ambiental para Monitoramento da Fauna; • Programa de Passagens de Fauna; • Programa de Levantamento, Mitigação e Monitoramento dos Atropelamentos de Fauna; 495 • Programa de Gestão Ambiental. ATENDIMENTOS A REQUISITOS LEGAIS E/OU OUTROS REQUISITOS As atividades desse subprograma deverão atender as exigências estabelecidas na Instrução Normativa n° 146 do IBAMA, de 10 de janeiro de 2007. Esta instrução considera a necessidade de estabelecer critérios e padronizar os procedimentos relativos ao manejo de fauna no âmbito do licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades que causam impactos sobre a fauna silvestre, como definido pela Lei n° 6.938/81 e pelas Resoluções do CONAMA 001/86 e 237/97. Além de procedimentos específicos para execução do monitoramento, a instrução prevê a concessão de Autorização de Captura, Coleta e Transporte de Fauna Silvestre para a etapa de Monitoramento de Fauna. Será considerada também a Lei nº 5.197, de 03/01/1967, e alterações posteriores, que dispõe sobre a proteção à fauna. RECURSOS NECESSÁRIOS Serão necessários os seguintes equipamentos: • 8 Aparelhos de GPS; • 8 Máquinas fotográficas digital; • Dois carros utilitários • 8 lanternas; • Farolete de milha; • Equipamentos para contenção de animais (ganchos, baldes), proteção (perneiras, luvas) e de laboratório (potes plásticos, pinças). 496 Tabela 143 - Orçamento previsto para a execução do sub-programa Descrição A – Equipe Técnica Coordenador Biólogos Técnico de nível médio Motorista B – Encargos Sociais (88,04% de “A”) Quantidade Homens/Mês Participação ou Nível Mensal Quantidade Meses Percentual Funcional Média (% ou em 30 dias) Quantidade Simples Função ou Numeração -1 -2 -3 (4) = (1-2-3) I – Custos Diretos Valor Unitário (R$)/mês Valor Total (R$) -5 (6) = (4-5) 1 100% 24 1 7721,28 185310,72 4 100% 24 1 6992,04 671235,84 3 100% 24 1 2916,92 210018,24 2 24 1 772,13 37062,24 1103627,04 88,04% 1103627,04 971633,25 100% Sub-Total Item “A” Sub-Total Item “B” C – Custos Administrativos (50% de “A”) 971633,25 50,00% 1103627,04 Sub-Total Item “C” D – Despesas com Deslocamento 551813,52 24 1500 Sub-Total Item “D” EEquipamentos Máquina fotográfica GPS 2 8 500 4000,00 8 220,09 1760,72 5760,72 24 1 4301,56 206474,88 100% Sub-Total Item “E” Total do Item “I” II – Custos Indiretos F– Remuneração da Empresa Taxa de 12% sobre o total do item “I” 206474,88 2323495,89 12% 2323495,89 278819,51 Sub-Total Item “F” G – Despesas Fiscais Taxa de 16,62% dos itens “I” e “II – H” 36000,00 36000,00 Sub-Total Item “D” E – Veículos Utilitário 551813,52 278819,51 16,62% 2602315,39 432504,82 Total do Item “II” Custo Total de Execução do Programa (25 meses) 432504,82 3034820,21 497 CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO O Subprograma de afugentamento e resgate brando de fauna será desenvolvido durante todo o período das obras desde a fase de supressão da vegetação até a pavimentação total do trecho em questão, conforme a tabela a seguir. 498 Tabela 144 - Cronograma do Subprograma de afugentamento e resgate brando de fauna MELHORIAS E DUPLICAÇÃO DA RODOVIA BR-101 – TRECHO SÃO MIGUEL DOS CAMPOS (AL) – ENTRONCAMENTO COM BR-324 (BA) SUBPROGRAMA DE AFUGENTAMENTO E RESGATE BRANDO DE FAUNA Atividades PréObras -1 Consolidação da metodologia Ano 1 1 2 3 4 5 6 7 Ano 2 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 4% Afugentamento da fauna 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% Resgate brando de fauna 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 499 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO O DNIT consiste no empreendedor e responsável pela execução deste programa podendo, porém, contratar consultores para serviços especializados de avaliação, projeto, supervisão e apoio. Para o devido acompanhamento das atividades previstas e para possibilitar a avaliação e eventuais ações corretivas, serão elaborados relatórios trimestrais descrevendo as atividades realizadas, os resultados obtidos e avaliações parciais, conforme o andamento do Subprograma. Deverão ser apresentadas informações em capítulos específicos sobre as espécies ameaçadas. Deverão estar descritas as medidas a serem tomadas para a correção ou prevenção de eventuais impactos à fauna. Ao final do Subprograma, deverá ser elaborado um relatório final relacionando todas as atividades, resultados e avaliações realizadas. RESPONSÁVEIS PELO PROGRAMA O DNIT será responsável pela execução e coordenação geral do programa, o qual poderá ser executado por consultoria especializada (contratada/conveniada). A tabela a seguir apresenta uma descrição do papel de cada interveniente, com detalhamento de atribuições e competências. Tabela 145 - Instituições envolvidas no Sub-Programa de afugentamento e resgate brando de fauna Instituições Atribuições e Competências IBAMA Emitir autorizações para a coleta de material biológico e avaliar os produtos decorrentes deste programa. Gestora Ambiental Supervisionar as atividades do subprograma à luz da legislação vigente. Construtoras Executar as atividades relacionadas à fauna em conformidade com as diretrizes deste programa. DNIT Avaliar e atender as recomendações decorrentes das análises do monitoramento da fauna. RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO DO PROGRAMA Na tabela a seguir, consta a equipe técnica responsável pela elaboração deste programa. 500 Tabela 146 - Equipe técnica responsável pela elaboração do Sub-programa Técnico Formação Registro profissional CTF Ingo Hubel Biólogo (Msc) CRBio 53.065-03 4264302 Luis Gustavo Serra Biólogo (Msc) CRBio 63.131-03 4805608 RESPONSÁVEIS PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA Para a execução das atividades previstas, será necessária uma equipe técnica composta por um coordenador geral (biólogo), dois especialistas em herpetofauna (biólogos), sendo um para anfíbios e outro para répteis, um especialista em ornitofauna (biólogo), um especialista em mastofauna (biólogos) e três auxiliares de campo. BIBLIOGRAFIA DE MARCO JUNIOR, P.; SCOSS, L. M. Estradas no parque: efeitos da fragmentação interna sobre a intensidade de uso de habitat por mamíferos terrestres. Anais II Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação. Campo Grande, MS, p. 770776, 2000. DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental EIA/RIMA das Obras de Adequação da Capacidade da BR-101 – AL/SE/BA. Rio de Janeiro: OIKOS, 2007. 268 pg. NUNES, Y.R.F.; PEDRALLI, G. Desenvolvimento de metodologia para adensamento e recomposição da vegetação na EPDA-Peti, MG. BIOS, Belo Horizonte, 2 (1): 53-51, 1995. PÉRICO, E.; CEMIN, G.; LIMA, D. F. B.; REMPEL, C. Efeitos da fragmentação de habitats sobre comunidades animais: utilização de sistemas de informação geográfica e de métricas de paisagem para seleção de áreas adequadas a testes. Anais XII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Goiânia, Brasil, INPE, p. 2339- 2346, 2005. 501 ROSA, A. O.; MAUHS, J. Atropelamento de animais silvestres na rodovia RS- 040. Caderno de Pesquisa, Sér. Bio., Santa Cruz do Sul, vol. 16:35-42, 2004. VALEC 4.24.2 - SUB-PROGRAMA DE MITIGAÇÃO DOS IMPACTOS À FLORA JUSTIFICATIVA Este subprograma se destina a orientar as ações que devem ser realizadas para proteger ou atenuar, do ponto de vista ambiental, os efeitos nocivos à vegetação gerados pela construção das novas pistas da BR 101. Estes efeitos estão ligados, principalmente, à supressão da vegetação nativa existente na faixa de domínio, aos efeitos da fragmentação de habitats e do estabelecimento de novas bordas nos remanescentes florestais cortados pela rodovia, e à probabilidade de atropelamento de animais. O planejamento adequado das atividades relacionadas ao Programa pode significar uma sensível melhoria dos descritores ambientais associados a sua faixa de domínio, da oferta de habitat para distintos grupos faunísticos e da proteção dos cursos d’água atingidos pela construção da rodovia. A Área Diretamente Afetada (ADA) da rodovia em licenciamento compreende uma ampla diversidade de situações quanto à cobertura vegetal, tanto em termos das feições naturais, como no que se refere aos efeitos dos padrões de uso do solo. O trecho da BR-101 a sofrer melhorias está inserido nas bacias hidrográficas do São Francisco e do Atlântico Nordeste Oriental. Segundo o Projeto RADAMBRASIL (IBGE, 1983), Folhas SC. 24/25 Aracaju/Recife. Vol. 30, as formações fitoecológicas encontradas nessa região são as seguintes: • Cerrado; • Floresta Estacional Semidecidual; • Floresta Ombrófila Densa; • Floresta Ombrófila Aberta; • Área de Formações Pioneiras e • Área de Tensão Ecológica. 502 Esta situação faz com que os remanescentes de vegetação arbórea existente ao longo do traçado da BR 101 sejam de grande importância para conservar o que restou de uma parcela importante da biodiversidade do país. As obras da duplicação da BR 101 afetarão estes remanescentes, incluindo a fauna a eles associada, de diversas maneiras. Entre os impactos previstos contam-se: • A maior fragmentação dos habitats; • A supressão de vegetação nativa nas faixas de domínio e nos remanescentes cortados pela rodovia; • O estabelecimento de novas bordas como resultado do corte de vegetação nos remanescentes. Frente a este problema foi estabelecida uma série de medidas mitigatórias que visam minimizar aquele impacto. OBJETIVO O objetivo deste Programa é reduzir, dentro do possível, os impactos adversos das obras de duplicação da BR 101 sobre a flora nativa, especialmente dos remanescentes florestais diretamente afetados pela rodovia. METAS • Evitar o acúmulo de resíduos oriundos das atividades de supressão, recomposição e resgates da flora; • Reduzir os impactos causados à flora durante todo o processo de execução da obra da Rodovia. INDICADORES Tem-se como indicador do pleno cumprimento do sub-programa a não geração de impactos à flora exceto aqueles previamente definidos e mensurados. 503 PÚBLICO-ALVO • Empreiteiras; • Supervisora da obra; • Órgãos responsáveis pelo licenciamento ambiental e • DNIT. METODOLOGIA E DESCRIÇÃO DO PROGRAMA O Programa abrange a execução de medidas de proteção, tais como • Proibir do uso do fogo para reduzir o volume dos restos vegetais oriundos dos desmatamentos para construção e das roçadas e capinas dos serviços de conservação; • Proibir a utilização de explosivos para a remoção da vegetação, mesmo no deslocamento de árvores de grande porte; • Não permitir o uso de herbicidas e desfolhantes em qualquer hipótese; • Exigir que o material oriundo da limpeza do terreno para início da construção (normalmente solos com mais alto teor de matéria orgânica) seja estocado em pilhas com compactação superficial, para posterior espalhamento e incorporação nas áreas onde seja necessária a recuperação da vegetação; • Aproveitar os resíduos da capina e desmatamento para emprego como adubo nas áreas a serem recuperadas, na forma de “mulching”; • Recomposição da vegetação da faixa de domínio ao longo de todo o traçado da rodovia, utilizando espécies arbóreas nativas características de cada região. O objetivo é criar corredores de vegetação densa ao longo da rodovia que eventualmente possam conectar remanescentes florestais. As áreas plantadas deverão sofrer manutenção regular e reparos no caso de acidentes e incêndios. Medidas educativas e de controle dos trabalhadores da obra: 504 Estas medidas, englobadas no Programa de Educação Ambiental para os Trabalhadores e para as Populações Lindeiras, têm como objetivo evitar que os trabalhadores contratados para as obras se engajem em atividades ilícitas de extrativismo nos remanescentes de vegetação nativa afetados pela rodovia. Deverá ser determinada aos trabalhadores da obra a proibição de qualquer atividade de extrativismo, adotando-se medidas enérgicas quanto aos infratores. ETAPAS DE EXECUÇÃO As atividades a serem executadas devem seguir todo o período de supressão da vegetação até o término da etapa de recomposição da vegetação conforme a seguir. Tabela 147 - Atividades a serem executadas no Subprograma de Mitigação de Impactos à Flora Atividade Forma de ação Etapa Competência Identificação dos impactos que serão causados pela supressão Palestras para os operários e funcionários envolvidos nas obras Antes e durante as atividades de supressão da vegetação. Gestão Ambiental Durante toda a fase de supressão de vegetação Gestão Ambiental Durante a fase de recomposição de vegetação Gestão Ambiental Acompanhamento das atividades de supressão de vegetação Acompanhamento das atividades de recomposição de vegetação Realização de vistorias de acompanhamento para avaliar as condições de mitigação de impactos à flora. Realização de vistorias de acompanhamento para avaliar as condições de mitigação de impactos à flora. INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS O Subprograma de mitigação de impactos à flora apresenta interações com os seguintes programas: • Programa Ambiental para Monitoramento da Fauna; • Programa de Gestão Ambiental; • Programa Ambiental de Recuperação de APPs; • Programa Ambiental de Resgate de Flora • Programa Ambiental de Prevenção às Queimadas; 505 • Programa Educação Ambiental. ATENDIMENTOS A REQUISITOS LEGAIS E/OU OUTROS REQUISITOS Lei Federal 6.938/81 – Política Nacional do Meio Ambiente; Lei Federal 9.605/ - Lei de Crimes Ambientais. RECURSOS NECESSÁRIOS Para a realização das atividades previstas no Subprograma de Mitigação de Impactos à Flora no que se refere à supervisão do processo de supressão será necessário um profissional da área ambiental, preferencialmente com experiência em acompanhamento de supressão de vegetação, e um auxiliar de campo para as atividades que forem necessárias. Os materiais necessários a execução do Sub-programa incluem: • 01 veículo; • 01 aparelho GPS; • 01 máquina fotográfica digital; • 02 trenas (50 m); • Equipamentos de Proteção Individual para o responsável e auxiliar de campo (capacete, óculos de proteção, protetor auricular, botina, perneira); • 01 computador; • 01 impressora colorida. Tabela 148 - Orçamento previsto para a execução do sub-programa Nível Funcional Descrição -1 A – Equipe Técnica Coordenador Quantidade Participação Mensal Média (% em 30 dias) Quantidade Homens/Mês ou Percentual Meses ou Quantidade Simples Função ou Numeração -2 -3 I – Custos Diretos 1 100% 24 (4) = (1-2-3) Valor Unitário (R$)/mês Valor Total (R$) -5 (6) = (4-5) 1 7721,28 185310,7 506 Descrição Nível Funcional Quantidade Participação Mensal Média (% em 30 dias) Técnico de nível médio 1 100% Quantidade Homens/Mês ou Percentual Meses ou Quantidade Simples 24 1 Valor Unitário (R$)/mês Valor Total (R$) 2916,92 70006,08 Sub-Total Item “A” B – Encargos Sociais (88,04% de “A”) 255316,8 88,04% 255316,8 Sub-Total Item “B” C – Custos Administrativos (50% de “A”) 224780,91 50,00% 255316,8 Sub-Total Item “C” D – Despesas com Deslocamento 24 1500 1 4000 4000,00 1 700 700,00 1 500 500,00 1 220,09 220,09 5420,09 24 1 3391,62 81398,88 1 100% Sub-Total Item “E” Total do Item “I” II – Custos Indiretos F– Remuneração da Empresa Taxa de 12% sobre o total do item “I” 36000,00 36000,00 Sub-Total Item “D” E – Veículos Sedan 127658,40 127658,40 Sub-Total Item “D” EEquipamentos Computador com Office Impressora Máquina fotográfica GPS 224780,91 81398,88 602916,68 12% 602916,7 72350,00 Sub-Total Item “F” 72350,00 G – Despesas Fiscais Taxa de 16,62% dos itens “I” e “II – H” 16,62% 675266,68 112229,32 Total do Item “II” Custo Total de Execução do Programa 24 meses) 112229,32 787496,01 CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO Este Programa deverá ser implantado desde o início até a completa execução das obras da Rodovia, e mantido na etapa de conservação, durante toda sua vida útil. 507 508 Tabela 149 - Cronograma do Subprograma de mitigação de impacto à flora MELHORIAS E DUPLICAÇÃO DA RODOVIA BR-101 – TRECHO SÃO MIGUEL DOS CAMPOS (AL) – ENTRONCAMENTO COM BR-324 (BA) SUBPROGRAMA DE MITIGAÇÃO DE IMPACTO À FLORA Ano 1 Ano 2 Atividades 1 Identificação dos impactos que serão causados pela supressão Acompanhamento das atividades de supressão de vegetação Acompanhamento das atividades de recomposição e plantio paisagístico da vegetação 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 509 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO O processo de avaliação visa identificar todos os possíveis impactos gerados a partir do uso de equipamentos diversos como maquinários foices, roçadeiras e moto-serras, tais como limagem das lâminas dos equipamentos para manter a qualidade do corte bem como o reabastecimento dos reservatórios das máquinas de serviço. Busca também analisar e identificar as metodologias de trabalho adotadas pela empresa responsável pela execução da supressão da vegetação e adaptação à essas medida mitigadoras. Essa etapa do programa abrange e recomenda: • Utilização de lonas plásticas, caixas plásticas e serragem para uso permanente durante as atividades de supressão com moto-serra visando o reabastecimento sempre sobre esses utensílios evitando assim vazamentos e respingos de óleo lubrificante e combustíveis; • Disponibilização local adequado para executar manutenção dos equipamentos de trabalho com uso obrigatório de lonas plásticas a fim de impedir contato direto com o solo com o intuito de preservá-lo para futura utilização na recuperação de áreas; • Adequação local para as refeições dos trabalhadores com as devidas normas de higiene, tais como, bancos, ou cadeiras, mesas, cobertura, lixeiras e água potável em tempo integral em função das temperaturas elevadas nessa região da rodovia BR 101; • Disponibilização de banheiros químicos em todos os pontos de atividades visando diminuir os impactos causados por uso pessoal no interior das matas remanescentes; • É terminantemente proibido a todos os trabalhadores o abandono de quaisquer materiais inutilizados nos locais de atividade, bem como no interior dos remanescentes de mata sob pena prevista em legislação ambiental; • O uso de maquinários pesados como tratores com caçamba, escavadeiras e veículos diversos obrigatoriamente devem sofrer manutenção diária visando evitar vazamentos de graxa e óleos sempre em local adequado. O 510 descumprimento dessa recomendação implica em interdição do veículo até eventual conserto e notificação à empresa responsável. Todo equipamento inutilizado durante as atividades de supressão, tais como EPIs, cabo de ferramentas, lâminas, perneiras, capacetes, luvas, roupas entre outros, obrigatoriamente, devem ser devolvidos ao setor responsável para sua eventual substituição. RESPONSÁVEIS PELO PROGRAMA Na tabela a seguir estão apresentadas as instituições intervenientes no Subprograma, que atuarão direta ou indiretamente executando, fiscalizando e/ou garantido a plena realização do mesmo. Tabela 150 - Instituições envolvidas no Subprograma de Mitigação de Impactos a Flora Instituições Atribuições e Competências IBAMA Verificar a execução das diretrizes desse programa. Gestora Ambiental Apoiar, orientar e supervisionar a supressão de vegetação à luz das diretrizes do programa e da legislação vigente. Construtoras Executar o corte de vegetação, seguindo as orientações da equipe que supervisionará a supressão. DNIT Executar as atividades em conformidade com as diretrizes deste programa, no que lhe for cabível, contribuindo com todas as partes. RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO DO PROGRAMA Na tabela a seguir, consta a equipe técnica responsável pela elaboração deste programa. Tabela 151 - Equipe técnica responsável pela elaboração do subprograma Técnico Formação Registro profissional CTF Ingo Hubel Biólogo (Msc) CRBio 53.065-03 4264302 Luis Gustavo Serra Biólogo (Msc) CRBio 63.131-03 4805608 Sergio Silveira Ribeiro Eng. Agrônomo CREA-RS 35.330 681899 511 RESPONSÁVEIS PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA Para a execução das atividades previstas, será necessária a seguinte equipe técnica: um especialista em flora (Biólogo, Eng. Florestal ou Ambiental ou Agrônomo); um auxiliar para flora (Técnico agrícola ou meio ambiente); um motorista (nível básico). BIBLIOGRAFIA DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental EIA/RIMA das Obras de Adequação da Capacidade da BR-101 – AL/SE/BA. Rio de Janeiro: OIKOS, 2007. 268 pg. DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Plano Básico Ambiental das Obras de Adequação de Capacidade da BR-101 – AL/SE/BA. Rio de Janeiro: OIKOS, 2009. 277 pg. 512 ANEXO – PROGRAMA DE IDENTIFICAÇÃO E SALVAMENTO ARQUEOLÓGICO 513