Câmbio (R$)
Dólar / BC Compra
Venda
Paralelo
1,80
1,90
Comercial
1,772
1,774
Turismo
1,723
1,893
Euro / BC
2,427
2,43
Ouro (R$)
Grama
Variação
101,500
+ 1,5%
Blue Chips
BMF Bovespa
Bradesco
Gerdau
Itaú Unibanco
Petrobras
Sid Nacional
Vale
ON
PN
PN
PN
PN
PN
PNA
%
- 0,85
- 0,51
+ 2,03
- 0,85
+ 0,73
+ 2,13
+ 1,35
Economia
O governo entregou pedido
para que a OMC avalie a
criação de mecanismos
para compensar países
por valorizações em suas
moedas. O Brasil insiste
que altas de tarifas e
imposições de barreiras
são “justificadas” quando
a moeda sofre valorização
importante. | PÁGINA 2 |
2ª FASE
ANO II
EDIÇÃO Nº 438
1ª FASE
1875 A 1942
WWW.JGN.COM.BR
TERÇA-FEIRA, 20 DE SETEMBRO DE 2011
R$ 1,00
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MipFRWDGRD5
Nos últimos 30 dias, real tem a maior queda entre as 16 principais moedas do mundo
O dólar norte-americano iniciou a semana com alta de 2,54%, valendo R$ 1,774, cotação mais alta desde 21 de julho de 2010,
quando foi negociado a R$ 1,785. Além das
tensões devido à crise europeia, atitudes do
governo brasileiro também têm influenciado
o humor dos investidores.
Levantamento aponta que nos últimos 30
dias, o real apresenta a maior queda ante o
dólar em ranking com as 16 principais moedas do mundo. As perdas da divisa brasileira
já alcançam 11,01% no período, ante 11% do
franco suíço. A seguir, com 6,23% de perdas,
vem o peso mexicano e, com 6,05%, o rand
da África do Sul.
Para o economista-chefe da Sul América
Investimentos, Newton Rosa, há ao menos
duas razões adicionais para explicar a que-
da do real. A primeira delas foi a inesperada
redução da taxa básica de juros (Selic) pelo
Banco Central no fim de agosto e a certeza
de que novas baixas virão. A outra razão diz
respeito às próprias medidas do governo Dilma Rousseff para enfraquecer o real e, por
tabela, favorecer as exportações. Um exemplo prático é a elevação do IOF para compras
com cartão de crédito no exterior. | PÁGINA 5 |
Economia
Tasso Marcelo / AE
O mercado reduziu a
projeção de alta do PIB
em 2011 de 3,56% para
3,52%, segundo o boletim
Focus, do Banco Central.
Para 2012, a projeção
caiu de 3,8% para 3,7%.
A previsão de IPCA neste
ano subiu de 6,45% para
6,46%, e para 2012, de
5,4% para 5,5%. | PÁGINA 3 |
País
Apresentada como uma
conquista para melhorar a
área social do País, a Lei
Complementar (306/08),
que regulamenta a Emenda
29 e terá sua votação
concluída amanhã, pode,
ao invés de aumentar,
diminuir o montante de
dinheiro para se investir na
saúde pública. | PÁGINA 6 |
Sidney Hartung
Universo
do Direito
O que realmente se
pode atestar é que o
número de espécies
hoje conhecido em
todo o planeta está em
torno de 1,7 milhão,
onde se conclui
que ainda prevalece
elevado grau de
desconhecimento da
biodiversidade. | PÁGINA 7 |
Eike Batista (à dir.) e seu pai Eliezer Batista durante o Encontro Econômico Brasil- Alemanha
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Em pronunciamento no Jardim das Rosas
da Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, propôs ontem US$ 1,5 trilhão em novos impostos com o objetivo de ajudar a reduzir o déficit nas contas do governo
norte-americano. Ele disse que as isenções de
impostos concedidas a milionários e bilionários no decorrer da última década ajudaram a
ampliar o endividamento do país.
Obama apresentou um plano por meio do
qual seriam cortados mais de US$ 3 trilhões
do déficit ao longo da próxima década por
meio do fim das isenções de impostos para os
mais ricos e de alterações modestas no Medicare e no Medicaid.
Segundo o presidente dos EUA, quando sua
proposta somar-se aos cerca de US$ 1 trilhão
em corte de gastos transformados por ele em lei
recentemente, as duas ações combinadas farão
com que o déficit do governo norte-americano
diminua mais de US$ 4 trilhões nos próximos
dez anos. É improvável que a proposta de Obama receba o apoio dos republicanos. | PÁGINA 4 |
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Ao discursar ontem no Encontro Econômico Brasil-Alemanha 2011, no Rio, o dono
do grupo OGX, Eike Batista, disse que o
Brasil vive um momento de crescimento que
deve se estender pelos próximos 20 anos,
mas que esbarra em “doces” problemas,
como a falta de infraestrutura logística, que
limita a produção.
Em seu discurso, o presidente da Federação das Indústrias da Alemanha, Hans-Peter
Keitel, defendeu o livre comércio de seu país
com o Brasil e alertou que países que não
abriram seus mercados acabaram desenvolvendo problemas financeiros, como a Itália e
a Espanha. | PÁGINA 2 |
Anderson Timóteo / AE
O ministro Álvaro Santos Pereira durante entrevista na sede da Fiesp, em São Paulo
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O ministro de Economia e do Emprego de
Portugal, Álvaro Santos Pereira, disse ontem,
na sede da Fiesp, que o governo pretende
oferecer à iniciativa privada participações
em diversas empresas públicas. Nos próximos dias devem ser publicadas as regras para
orientar as empresas interessadas em adqui-
rir 20,9% da EDP (Energias de Portugal).
Ainda este ano, o governo deve privatizar
51% da REN (Rede Elétrica Nacional) e 7%
da Galp. Para 2012, deve vender 100% da
TAP, além de participações na AdP (Águas
de Portugal), ANA (Aeroportos de Portugal)
e CTT (Correios de Portugal). | PÁGINA 4 |
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Terça-feira, 20 de setembro de 2011
ECONOMIA
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Em documento ao órgão do comércio, governo diz que alta de tarifas é justificada
Jamil Chade
Da Agência Estado
O governo brasileiro entregou
ontem um pedido oficial para
que a Organização Mundial do
Comércio (OMC) avalie a criação
de mecanismos para compensar
países por valorizações em suas
moedas. Recorrendo a tratados
de mais de 50 anos, o Brasil insiste que elevações de tarifas e imposições de barreiras são “justificadas” quando uma moeda sofre
uma valorização importante.
Em Genebra, membros da OMC
alertam que a ofensiva brasileira é
apenas um “cortina de fumaça”
para desviar a atenção do principal problema: a falta de competitividade da indústria nacional.
Nos últimos meses, o Brasil
tem alertado que levaria o tema
da “guerra das moedas” à OMC.
Mas a iniciativa foi acompanhada
também por mais de 70 barreiras
contra produtos estrangeiros adotadas nos últimos meses. A última
delas foi a elevação do Imposto
sobre Produtos Industrializados
(IPI) para carros importados.
Na entidade que serve de
referência para o comércio internacional, a barreira anunciada na semana passada foi vista
como mais uma tentativa do governo de transformar o produto
importado no vilão.
“A percepção de muitos é de
que o governo tenta criar um
culpado estrangeiro para o problema, quando na realidade a
variação cambial escancara a
falta de competitividade do produto nacional”, afirmou um experiente diplomata.
Cautela - O Ministério da Fazenda, porém, fez questão de levar
o caso à OMC, mesmo sendo criticado no órgão. O Itamaraty chegou
a pedir cautela à equipe de Guido
Mantega. Mas, ainda assim, foi
adiante, sob ordens da Fazenda.
O documento, obtido pela reportagem e apresentado ontem
à secretaria da OMC, resume em
apenas três páginas praticamente a
“ideologia” por trás das dezenas de
barreiras implementadas pelo governo brasileiro nos últimos meses.
Usando acordos comerciais
de 1947, o Brasil insiste que uma
situação cambial adversa pode
justificar a ação de salvaguar-
das e compensações pelo país
afetado. Mas o Brasil admite a
necessidade de a OMC examinar novas ferramentas justamente para evitar que se abuse
de medidas como salvaguardas,
subsídios e antidumping, que
estariam sendo impostas para
compensar a variação cambial.
Segundo o texto submetido à
entidade, o Brasil sugere que a
OMC “examine ferramentas existentes e medidas comerciais no
atual sistema multilateral, caso
hajam, para compensar ou lidar
com as flutuações cambiais” que
estariam afetando a capacidade das tarifas de importação de
proteger o mercado doméstico.
Justamente para lidar com essas
propostas, o Brasil pede a realização de um seminário internacional no início de 2012.
Impacto - Em seu documento, o Brasil aponta que a relação
entre comércio e moedas não é
uma criação do País. “Um dos
efeitos mais evidentes da flutuação cambial é seu impacto na
eficiência de taxas de tarifas”,
afirma o documento, que lembra
que a capacidade de proteção
de uma tarifa pode ser “diluída”
dependendo do câmbio.
O Brasil também relembra
que governos têm o direito desde 1947 de “ajustar” tarifas de
importação diante das flutuações cambiais. A lei internacional estipula que uma variação
de mais de 20% na moeda abriria tal possibilidade.
Segundo o governo, o artigo que permite a aplicação de
novas tarifas foi alvo de um esclarecimento em 1980. “Há um
reconhecimento que flutuações
cambiais significativas podem
ter um impacto no valor das
concessões dadas por um país e
flutuações cambiais podem representar, sob certas condições,
uma justificativa para ajustar
compromissos tarifários”, indicou o documento.
Na avaliação do documento
do Itamaraty, os resgate dos artigos formulados há décadas mostraria duas coisas: que a questão
cambial está na “origem do sistema comercial multilateral” e
que flutuações cambiais podem
ser combatidas como salvaguardas e outras barreiras.
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Andre Dusek / AE
Ricardo Leopoldo
Da Agência Estado
A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, reforçou os
comentários da cúpula do governo segundo os quais o Poder
Executivo vai defender o setor
manufatureiro em meio à acirrada competição de produtos do
gênero fabricados no exterior,
o que em vários casos provoca
uma concorrência predatória,
como frisou a presidente Dilma
Rousseff. “Vamos defender a indústria nacional. O governo não
abre mão disso”, frisou, em palestra realizada ontem para empresários em São Paulo
Segundo a ministra, a alta
de 30 pontos percentuais do IPI
para montadoras de automóveis
que não atendem certos critérios, como 65% da produção
ser feita no Brasil, deve levar as
empresas que ainda não têm fábricas no País a desenvolverem
plantas novas. “As companhias
podem adaptar planos para produzir carros e autopeças aqui.”
De acordo com a ministra, as
empresas do setor automobilístico
que terão o desconto do aumento
do imposto - que foi elevado na semana passada - se prontificaram
a continuar produzindo no Brasil
Miriam Belchior: “Vamos defender a indústria nacional”
veículos de alta qualidade de segurança e de tecnologia.
Para a ministra, o governo vai
analisar os efeitos da medida ao
longo do seu prazo de vigência,
que será encerrado em dezembro de 2012. “Depois que esse
prazo acabar poderemos refletir e podemos adotar mudanças.
Mas antes disso não”, destacou.
Posição do governo - Miriam
Belchior rebateu o comentário de
um empresário, segundo o qual a
proposta do setor automotivo do
ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, era diferente da
anunciada há menos de uma semana. “A medida do IPI é a posição
do governo”, ressaltou, indicando
que não ocorreram divergências
entre os ministros Pimentel e Guido Mantega, da Fazenda.
A ministra ressaltou que o
governo trabalha com uma projeção média de crescimento do
Produto Interno Bruto (PIB) de
5% de 2011 a 2014. Segundo ela,
um dos fatores que vai garantir
essa expansão da economia serão
os investimentos no Programa
de Aceleração do Crescimento
(PAC). Ela destacou que os investimentos do PAC 1 alcançaram
R$ 657 bilhões até 2010 e que
82% das obras foram concluídas .
“Para o PAC 2, estão previstos R$
955 bilhões até 2014. Deste total,
74% das obras serão concluídas
até 2014 e os outros 26% devem
terminar após 2014, como no caso
de Belo Monte”, disse.
Segundo a ministra, um dos
principais desafios do PAC 2 é
ter mão de obra qualificada para
atender os projetos.
Superávit - Miriam também
afirmou que a meta do governo
para o superávit primário em
2012 é de R$ 139 bilhões. “Há
uma possibilidade de desconto de
R$ 25 bilhões, mas isso é possibilidade, se for necessário, dependendo do desempenho da economia”, afirmou. “Contudo, o valor
do superávit primário é nominal e
não com proporção do PIB.”
Segundo a ministra. isso significa que caso ocorra uma expansão do País menor do que
a projeção de 5% da economia
no próximo ano, como consta do
projeto de lei do Orçamento enviado ao Congresso, o superávit
primário será maior em termos
relativos. Os R$ 139 bilhões de
economia de despesas sobre receitas, sem levar em consideração gastos com juros, equivalem
a 3,1% do PIB.
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Silvana Mautone Eulina Oliveira
Da Agência Estado
Embora as montadoras no Brasil não garantam que os preços dos
carros nacionais não aumentarão
nos próximos meses, agora que os
importados passaram a pagar mais
imposto, elas não pretendem elevar o custo desses veículos para o
consumidor. “As montadoras não
pretendem aumentar o preços dos
carros, mas não podem se comprometer com isso, se não isso seria
cartel”, afirmou ontem o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores
(Anfavea), Cledorvino Belini, durante coletiva de imprensa, em São
Paulo. Segundo o executivo, é improvável que isso aconteça porque
a competição entre as montadoras
www.jgn.com.br
instaladas no País deve continuar
acirrada em busca de manutenção
de participação de mercado.
Questionado sobre se a decisão
do governo, anunciada na semana
passada, de aumentar o Imposto
sobre Produtos Industrializados
(IPI) sobre veículos, que atinge
principalmente as importadoras, foi fruto de lobby das quatro
maiores montadoras instaladas no
Brasil (Fiat, Volkswagen, General
Motors e Ford), Belini, que também é presidente da Fiat, negou.
Ele disse que a decisão foi motivada principalmente pelo impacto
negativo que a importação de veículos está causando no saldo da
balança comercial brasileira.
Segundo Belini, de 2006 a
2010, o saldo da balança comercial caiu de U$ 46 bilhões para
US$ 20 bilhões afetada especialmente pelo setor automotivo,
que no período passou de um superávit de US$ 9,6 bilhões para
um déficit de US$ 6 bilhões.
Belini também foi questionado
sobre se a medida não foi dura demais para os importadores, já que
o aumento de 30 pontos percentuais do IPI representou uma alta
de 120% a até 428% no valor do
imposto dos carros fabricados em
outros países, à exceção do México e dos países do Mercosul. “São
medidas duras, mas necessárias”,
afirmou. “Nós também fomos
atingidos, porque os nossos carros
importados que vêm de outros países que não o México e o Mercosul também vão pagar mais IPI.”
A maior parte dos veículos importados comercializados no Bra-
sil é trazida ao País pelas próprias
montadoras nacionais. Dados da
Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos
Automotores (Abeiva), mostram
que dos 528.082 veículos importados vendidos no Brasil de janeiro
a agosto deste ano, 24,5% foram
trazidos pelas associadas da entidade e os demais 75,5%, pelas
montadoras instaladas no Brasil.
Fenabrave - As vendas de
veículos somaram 151.808 unidades nos primeiros 15 dias de
setembro, o que representa uma
alta de 1,75% em relação à primeira quinzena de agosto e de
2,37% ante igual período de setembro do ano passado. Os dados são da Federação Nacional
da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Isabela Vieira
Da Agência Brasil
Em um tom otimista, ao discursar para empresários alemães, o dono do grupo OGX,
Eike Batista, disse ontem que o
Brasil vive um momento de crescimento econômico que deve
se estender pelos próximos 20
anos, mas que esbarra em “doces” problemas. Segundo ele, a
falta de infraestrutura logística
limita a produção. Eike citou
especialmente os portos, que,
para ele, apresentam mais problemas que os aeroportos.
Para o empresário, mesmo assim, o Brasil está em uma situação de expansão, “absolutamente
inversa à dos americanos e à dos
europeus”, que “terão que apertar o cinto por, no mínimo, uma
década” em decorrência da crise
econômica que atinge os países.
Eike falou durante o Encontro Econômico Brasil-Alemanha
2011, promovido pela Confederação Nacional da Indústria
(CNI) do Brasil e a similar alemã, a Bundesverband der Deutchen Industries. O evento se estende até hoje e tem o objetivo
de divulgar oportunidades de
negócios e cooperação entre empresários dos dois países.
O empresário lembrou que,
para tentar frear o crescimento
econômico no Brasil, insustentado por questões de falta de
infraestrutura e gerador de um
processo inflacionário acima da
meta estabelecida, o governo
brasileiro precisou subir a taxa
de juro. “Começamos a sofrer
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FRPpUFLRFRP%UDVLO
O presidente da Federação das
Indústrias da Alemanha, HansPeter Keitel, defendeu o livre
comércio de seu país com o Brasil e alertou que países que não
abriram seus mercados acabaram
desenvolvendo problemas financeiros, como a Itália e a Espanha.
“Se olharmos mais de perto, veremos que o grande problema aparece em grandes economias, como
Itália e Espanha, onde não houve
abertura de mercados”, avisou
Keitel, referindo-se ao momento
de crise no continente europeu.
“Pensem sobre as consequências do congelamento dos
mercados internos. Pensem nisso quando tomarem uma decisão sobre os impostos de importações para os alemães”, disse,
durante o Encontro Econômico
Brasil-Alemanha, no Rio.
Keitel defendeu que a relação
comercial entre Brasil e Alemanha ultrapasse as barreiras da
cooperação econômica, mas que
seja também uma cooperação
científica. “Uma parceria de alta
tecnologia com a Alemanha promete muito para ambos os lados.
Por isso, defendemos um mercado aberto, de livre comércio, em
relação também a propriedade
intelectual, porque alta tecnologia também se torna moeda para
aquilo que gostaríamos de comprar, as matérias-primas”, contou.
Segundo o presidente da federação alemã, não existe um
problema com o euro, mas sim
do alto endividamento de governos. “Todos olham para a Grécia,
pensam por quê países podem se
meter em dificuldades. A Grécia
tem dificuldade de fortalecer
sua economia. É um país com
pouca transparência, onde os governos não se colocam na ponta
do movimento renovador.”
IPI - Keitel, criticou o aumento do Imposto sobre Produtos
|Industrializados (IPI) para para
veículos importados. Segundo
Keitel, medidas protecionistas
em geral pioram a situação financeira dos países que as adotam.
“Os países que hoje têm mais
problemas na Europa são os que
têm mercados mais fechados”,
alertou durante o Encontro Econômico Brasil-Alemanha, no Rio.
O presidente da federação
alemã disse que a medida não é
isolada e pode ser encarada por
outros países como um sinal de
protecionismo. “Acho que não
seria um bom sinal dado pelo
Brasil para o comércio no mundo inteiro”, afirmou.
No entanto, Igor Plöger, diretor da comissão de Relações
Bilaterais da Câmara Brasil - Alemanha, salientou que algumas
empresas alemães foram beneficiadas pela medida. “Não foi uma
decisão fácil. Mas temos muito
mais empresas de autopeças alemãs no Brasil do que montadoras, e elas foram beneficiadas por
esse processo (o aumento da cobrança de IPI para importados)”.
O secretário-geral do Ministério das relações Exteriores, Ruy
Nunes Pinto Nogueira, defendeu
a medida do governo contra as
importações no setor automotivo.
“Mas isso não é indicador de nenhuma grande mudança na política de livre comércio”, garantiu Nogueira. “É apenas fato que o Brasil
hoje é o quarto maior mercado de
automóveis do mundo e que produz mais que a Alemanha”.
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Projeto Gráfico:dtiriba design gráfico
problemas de inflação por causa
do crescimento excessivo e de
gargalos do tipo logístico, chamados sweet problems: problemas doces de se resolver” , disse
Eike, que atua no setor.
O presidente da OGX também destacou o potencial do Brasil de alimentar negócios com a
Europa por ser o “mais ocidental
do Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África
do Sul)” e ter diversas semelhanças culturais em função da colonização. Ele desafiou empresários europeus a tomar decisões
nos negócios de forma mais ágil
que os asiáticos. “O mundo está
de olho no Brasil”, avisou.
Ao comentar a legislação brasileira, sem fazer referência direta à burocracia, o empresário,
falando em alemão, citou a emissão de licenças ambientais e explicou que a demora se justifica
para análise de danos ambientais
e sociais causados por grandes
empreendimentos. “O processo é
demorado, mas as empresas têm
de gastar mais, têm de fazer as
coisas direito, têm o social envolvido”, disse Eike. “As empresas
só querem gastar quando começam a ganhar lucro. Aí, é muito
tarde, você não vai conseguir as
licenças sem o trabalho preparatório”, acrescentou.
O empresário também demonstrou interesse em participar, com uma empresa alemã, da
gestão de aeroportos concedidos
à administração da iniciativa privada no Brasil e declarou a intenção de participar da licitação de
campos de petróleo do pré-sal.
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ECONOMIA
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Analistas esperam agora crescimento de 2,52% e IPCA de 3,7%, neste ano
Terça-feira, 20 de setembro de 2011
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Glauber Gonçalves
Da Agência Estado
O mercado financeiro reduziu a projeção de crescimento do
Produto Interno Bruto (PIB) em
2011 de 3,56% para 3,52%, segundo o boletim Focus, divulgado
ontem pelo Banco Central (BC).
Para 2012, a projeção foi reduzida de 3,8% para 3,7%. Já a estimativa para a expansão da produção industrial neste ano caiu
de 2,6% para 2,52%. Para 2012,
a projeção foi mantida em 4,3%.
Os analistas de investimentos também elevaram a projeção
para a inflação em 2011 e em
2012. De acordo com a pesquisa, a expectativa para a inflação
oficial neste ano subiu levemen-
te de 6,45% para 6,46%, em um
patamar distante do centro da
meta de inflação, que é de 4,5%.
A meta tem margem de tolerância de dois pontos porcentuais
para cima ou para baixo.
A projeção para a inflação em
2012 foi elevada de 5,4% para
5,5%. A previsão para o Índice
de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) de setembro de 2011 subiu de 0,43% para 0,45%. A estimativa para o IPCA de outubro
seguiu em 0,47%.
Juros e dólar - De acordo com
a pesquisa Focus, os analistas mantiveram a previsão para a Selic (a
taxa básica de juros da economia)
para o fim de 2011 em 11% ao ano.
Atualmente, a taxa está em 12%
ao ano. Já a projeção para a Selic
no fim de 2012 caiu de 11% ao ano
para 10,75% ao ano.
Para o mercado de câmbio,
os analistas preveem que o dólar encerre 2011 em R$ 1,65,
patamar acima do estimado na
semana anterior, de R$ 1,60. A
projeção do câmbio médio no
decorrer de 2011 passou de R$
1,61 para R$ 1,62. Para o fim de
2012, a previsão para o câmbio
foi mantida em R$ 1,65.
Contas externas - A previsão do mercado financeiro para
o déficit em conta corrente neste
ano passou de US$ 57,87 bilhões
para US$ 57,80 bilhões. Para
2012, o déficit em conta corrente
do balanço de pagamentos estimado foi de US$ 68,63 bilhões
para US$ 68,90 bilhões.
A estimativa de superávit comercial em 2011 subiu de US$
23,80 bilhões para US$ 24,00
bilhões. Para 2012, a previsão
para o saldo da balança comercial avançou de US$ 15,3 bilhões
para US$ 15,8 bilhões. Analistas
mantiveram a estimativa de ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) em 2011 em
US$ 55 bilhões. Para 2012, a previsão seguiu em US$ 50 bilhões.
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Elza Fiuza / AE
Karla Mendes
Da Agência Estado
A greve dos funcionários dos
Correios já preocupa o ministro
das Comunicações, Paulo Bernardo, devido à possibilidade de
avanço das empresas concorrentes sobre os serviços que a estatal
não detém o monopólio, como entrega de encomendas e mala direta. “A concorrência está querendo
tomar espaço”, disse Bernardo.
O ministro se referiu à veiculação de comerciais no fim de semana pelas concorrentes, o que
ele classificou de “oportunismo
legítimo” diante da greve. “A gente tem que se preocupar com a
concorrência, que está querendo
solapar (os Correios)”, ressaltou.
Bernardo observou que, mesmo com a paralisação de parte
dos funcionários, a estatal tem
Bernardo: “Concorrência está querendo tomar espaço”
de garantir o funcionamento dos
serviços em condições mínimas,
sobretudo nos serviços que os
Correios detém o monopólio. “De
qualquer forma, temos que cum-
prir a nossa missão”, afirmou.
Ele reconheceu que a greve
é um direito dos trabalhadores,
mas avisou que os dias parados
serão descontados. “Vamos ne-
gociar. Mas os dias parados serão
descontados, não são férias”.
Para minimizar os transtornos à
população, os Correios fizeram um
mutirão no fim de semana, que resultou na entrega de 2,54 milhões
de mensagens e encomendas que
estavam represadas. Outros 19,64
milhões de objetos foram organizados e estão prontos para serem
enviados, disse Wagner Pinheiro,
presidente da estatal.
Segundo Pinheiro, o movimento geral de paralisação, que era de
30% na sexta-feira, caiu para 26%
ontem. O percentual de carteiros
que aderiram à greve, no entanto,
mantém-se em cerca de 40%. São
Paulo continua com o maior índice
de adesão: cerca de 60%. Segundo o executivo, a estatal aguarda
“uma contraproposta que seja viável” para voltar a negociar com
os funcionários e por fim à greve.
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Duas fábricas do Vale do Paraíba, em São Paulo, tiveram a produção paralisada ontem por causa de greve dos metalúrgicos. Os
funcionários representados pelo
Sindicato dos Metalúrgicos de São
José dos Campos e Região interromperam a produção por 24 horas
nas unidades da SadeFem Equipamentos e Montagens S/A e da
Schrader Bridgeport, em Jacareí.
Em assembleia realizada domingo, a categoria reprovou as
propostas patronais apresentadas
na sexta-feira e decidiu iniciar
uma semana de protestos. As paralisações, de acordo com o sindicato, ocorrem alternadamente entre
as cercas de 900 fábricas da região
“Como uma empresa depende da
outra, a greve acaba atingindo todas elas. As paralisações nas fábricas de autopeças já estão afetando
a produção das montadoras”, afirma o secretário-geral do sindicato,
Luiz Carlos Prates. Todas as manifestações são votadas pelos trabalhadores das unidades antes de
serem realizadas.
A categoria pede aumento nos
salários de 17,45%, o que corres-
CELULAR
6(5$6$
O Brasil encerrou o mês de
agosto com 224 milhões de linhas habilitadas de telefonia
celular, de acordo com a Agência
Nacional de Telecomunicações
(Anatel). No mês passado foram
habitados 3,7 milhões de chips.
Isso fez com que o crescimento
nos oito primeiro meses do ano
fosse de 10,39% sobre a base registrada no final de 2010, com 21
milhões de novos acessos.
Em termos absolutos, o crescimento entre janeiro e agosto
é o maior dos últimos 12 anos.
Segundo a Anatel, 81,75% do total de celulares em operação no
País são pré-pagos, chegando a
183,1 milhões de linhas, enquanto os 40,9 milhões restantes são
pós-pagos (18,25%). Os aparelhos que suportam a tecnologia
3G - de internet banda larga móvel -, chegaram a cerca de 31,7
milhões em agosto, com crescimento de 53,56% no ano.
Subiu para 82% a parcela
de empresários que irão rever
para cima o faturamento de seu
negócio no quarto trimestre de
2011, segundo a Pesquisa Serasa
Experian de Expectativa Empresarial, divulgada ontem. Na
sondagem anterior, do terceiro
trimestre, o indicador apontava que 79% dos empresários tinham a intenção de aumentar a
projeção de faturamento. Para o
último trimestre do ano passado,
87% diziam que elevariam a previsão e 13% que iriam reduzi-la.
A pesquisa foi realizada entre
os dias 29 de agosto a 2 de setembro, período que engloba a última
redução de 0,5 ponto percentual
na taxa Selic, decidida pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
O estudo da Serasa ouviu 1.020
empresários de todos os setores
econômicos e mostra que o comércio é o setor com mais empresários
Wladimir D’Andrade
Da Agência estado
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ponde a 9,7 pontos percentuais de
reajuste real. As propostas patronais, no entanto, estão em torno
de 9 pontos de aumento. De acordo com Prates, o pedido dos metalúrgicos está no mesmo patamar
dos acordos fechados recentemente com a GM e a TI Automotive.
“À medida que conseguimos fechar os acordos, como na GM para
aumento de 10,8% mais R$ 3 mil
de abono e na TI Automotive de
10,3% e R$ 2,2 mil de abono, isso
vai se transformando em referência para a categoria”, diz.
Ainda segundo a entidade,
na fábrica da Panasonic, em São
José dos Campos, também houve
paralisação hoje. Procurada pela
reportagem, a empresa não confirmou a informação.
Já os trabalhadores representados pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC vão discutir hoje,
em assembleia que ocorrerá às
18h, novas propostas patronais, se
houver, e greve por tempo indeterminado, caso não seja fechado
um acordo. Eles pedem 10% de
reajuste, abono salarial e benefícios sociais, como extensão da licença maternidade. Desde a quinta-feira passada os metalúrgicos
do ABC estão em estado de greve.
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(88%) que irão rever para cima
o faturamento no quarto trimestre do ano, seguido pelo setor de
serviços (82%) e indústria (64%).
No geral, 65% dos empresários
consultados acreditam que o faturamento deste ano será maior
que o de 2010, 22% acreditam que
ele seguirá no mesmo nível e 13%
creem em recuo. Na sondagem realizada no primeiro trimestre de
2011, 72% dos pesquisados acreditavam em expansão, 18% em estabilidade e 10% em queda.
“O novo ciclo de redução dos
juros (Selic) sinalizou aos empresários que o governo se empenhará para preservar o crescimento
econômico, baseado no vigor do
mercado interno, também entendido como uma blindagem aos
impactos da crise global. Por esta
razão, os setores mais ligados ao
consumo e aos serviços contam
com expectativa mais positiva”,
afirma a Serasa Experian em
nota divulgada à imprensa.
No entanto, 47% dos entrevistados afirmaram que os resultados de sua empresa em 2011
serão influenciados pela crise
global. Essa percepção é verificada principalmente nos executivos de instituições financeiras
- 60% acreditam em influência
da crise nos negócios.
Quase um terço dos entrevistados (29%) pretende elevar investimentos no quarto trimestre
de 2011. Por outro lado, 57% irão
mantê-los conforme o planejado,
5% farão cortes e 9% irão adiálos. Pretendem aumentar os investimentos 33% dos empresários
do comércio, 28% dos de serviços
e 25% dos da indústria. “Os investimentos expressam a cautela do
empresário sobre imobilizar seus
recursos (liquidez) ou ampliar seu
endividamento.”
3
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O Austra FIP, fundo de investimento sob gestão da Polo
Capital e administração do BNY
Mellon Serviços Financeiros, adquiriu participação relevante na
Casa&Video Holding S/A, controladora da Casa&Video Rio de
Janeiro, informou ontem a rede
varejista em nota. Pelo acordo,
Fábio Carvalho permanecerá
como acionista e presidente da
Casa&Video Rio de Janeiro. Não
foram informados valores nem
outros detalhes do negócio.
No comunicado, Carvalho
diz que a operação é uma etapa “bem-sucedida” no processo
de reorganização da empresa
após a recuperação judicial, que
classificou de “árduo”. O sócio
da Polo Capital Marcos Duarte
afirmou que o compromisso da
gestora é garantir o crescimento
da Casa&Video.
A Casa&Video Rio de Janeiro
e a Casa&Video Holding S/A foram criadas em novembro de 2009
com a aquisição de bens, direitos e
obrigações alienados judicialmente pela 5ª Vara Empresarial do Rio
de Janeiro (“Alienação Judicial”)
em consequência do processo de
recuperação judicial do grupo que
operava negócios de varejo com
a marca Casa&Video desde 1988.
Hoje a nova Casa&Video detém
68 lojas no Rio.
Com participação minoritária em grandes empresas, a Polo
Capital é uma gestora de recursos baseada no Rio e fundada
em 2002. Com uma equipe de 42
especialistas, gerencia hoje um
patrimônio de aproximadamente R$ 2,7 bilhões.
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Alessandra Saraiva
Da Agência Estado
A segunda prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) subiu 0,52% em setembro, informou
ontem a Fundação Getúlio Vargas
(FGV). Em agosto, a segunda prévia
mostrou alta de 0,33%. O resultado
ficou dentro do piso das estimativas
dos analistas do mercado financeiro consultados pela Agência Estado
(de 0,50% a 0,60%) e abaixo da mediana das expectativas (0,56%).
No caso dos três indicadores
que compõem a segunda prévia
do IGP-M de setembro, o Índice
de Preços por Atacado - Mercado
(IPA-M) subiu 0,59% na prévia
anunciada ontem, após avançar
0,45% em igual prévia do mesmo
índice em agosto. Por sua vez, o
Índice de Preços ao Consumidor
- Mercado (IPC-M) teve alta de
0,52% na segunda prévia deste
mês, em comparação com a taxa
positiva de 0,08% na segunda prévia do mês passado. Já o Índice
Nacional de Custos da Construção - Mercado (INCC-M) registrou
taxa positiva de 0,09% na segunda prévia do indicador deste mês,
após registrar elevação de 0,18%
na segunda prévia de agosto.
A taxa acumulada do IGP-M é
usada no cálculo de reajuste nos
preços dos aluguéis. Até a segunda prévia de setembro, o IGP-M
acumula aumentos de 4,02% no
ano e de 7,33% em 12 meses. O
período de coleta de preços para
cálculo da segunda prévia do IGPM deste mês foi do dia 21 de agosto a 10 de setembro.
Alimentos - A mudança de
trajetória nos preços dos alimentos no varejo (de -0,13% para
0,85%) levou ao avanço da segunda prévia do IGP-M.
Segundo o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão
Quadros, embora o varejo represente 30% do total da inflação calculada pelos IGPs (enquanto o atacado
tem fatia de 60%), a arrancada nos
preços percebidos pelo consumidor
foi tão forte (de 0,08% para 0,52%)
que acabou por nortear o avanço da
taxa da segunda prévia.
No varejo, foi possível encontrar aumentos de preços tanto em itens in natura como em
alimentos processados. Quadros
comentou que as altas de preço
foram bem espalhadas entre diferentes gêneros alimentícios.
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Terça-feira, 20 de setembro de 2011
ECONOMIA
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Jair Rattner
Correspondente da Agência Estado
em Lisboa
O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini,
afirmou ontem, em Lisboa, que
é necessário haver uma coordenação das políticas econômicas
dos países no âmbito internacional para enfrentar a crise. No
discurso que fez sobre a situação
econômica internacional durante a XXI Reunião de Governadores de Bancos Centrais de Países
de Língua Portuguesa, Tombini
disse: “Se nenhuma ação de envergadura for tomada, a perspectiva é de agravamento da crise. Por isso, (a posição do Brasil
é que) queremos coordenar as
políticas macroeconômicas em
escala global”. Ele não atribuiu
ao Brasil um papel de responsabilidade na coordenação do esforço internacional.
Tombini, que fez o principal
discurso do dia, na qualidade de
presidente do Banco Central da
maior economia e única do grupo de oito países que faz parte
do G20, indicou que não haveria condições de encontrar uma
saída isolada para a crise: “Vivenciamos um esgotamento dos
instrumentos de política fiscal
para a retomada do crescimento
econômico, somada à incapacidade do setor privado de constituir o motor de crescimento”.
Além de Brasil e Portugal, o
encontro tinha também representantes de Angola, Moçambique,
Cabo Verde, Guiné Bissau, São
Tomé e Príncipe e Timor Leste e
teve como objetivo preparar a assembleia anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial que ocorre de 20 a 26
de setembro, em Washington.
País está preparado - O presidente do BC defendeu que o
Brasil está em condições de enfrentar uma nova crise. “Adotamos uma série de medidas para
conter a inflação. Foram adotadas
medidas na área do crédito, dos
fluxos de capitais, tanto físicos
como de derivativos, e isso levou
ao fortalecimento da capacidade
do País de enfrentar as pressões.
Estamos preparados para um cenário como o de 2008.”
Entre as possíveis situações
que a economia brasileira poderia enfrentar encontra-se a de
uma interrupção dos fluxos de
investimentos. “Em relação às
perspectivas, estamos preparados
para uma parada dos fluxos. É um
cenário com que não gostaríamos
de lidar, mas estamos preparados.
O ponto crítico é o crescimento
das economias maduras”.
No entanto, o País poderia
sofrer, caso ocorresse uma reversão dos principais fluxos de
remessas, que atualmente têm
no Brasil um mercado atrativo
- nos primeiros três meses de
2011 o volume de entrada de divisas ultrapassou o conjunto do
ano de 2010. “Esse fluxos, ainda que em parte, respondem às
boas perspectivas da economia
brasileira a um futuro promissor. Mas uma parte importante
é reflexo de condições de oferta
de recursos que não permanecerão. Haverá um momento de
normalização das condições e
essa reversão de fluxo pode gerar problemas não só no setor
financeiro, mas principalmente
no lado real da economia.”
Tombini explicou a posição
brasileira na discussão sobre a
regulação dos fluxos de capitais
que ocorre no G-20. “O Brasil
tem tido atuação de destaque em
coordenação com outros países.
Em particular, contrapondo-se
às posições de alguns membros
em favor da adoção de guidelines ou códigos de conduta sobre
respostas de políticas direcionadas a atenuar ou lidar com o impacto do fluxo de capitais.”
Tendências - Na reunião, o
presidente do BC citou as quatro
diretrizes da política econômica que será seguida, conforme
foram apresentadas ao G20. Incluem manter o superávit primário em torno de 3,1%, assegurando uma trajetória declinante
da relação divida/PIB; evitar os
riscos associados ao surto intenso de capitais voláteis, recorrendo quando necessário a políticas
macroprudenciais; melhorar a
qualidade da infraestrutura sociourbana, através do Programa
de Aceleração do Crescimento
(PAC) 2 e promovendo a inclusão
social e erradicação da pobreza
extrema; e, por último, realizar
os investimentos necessários
para o País sediar os eventos internacionais previstos, a Copa
das Confederações, a Copa do
Mundo e a Olimpíada.
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As crises da dívida na Europa e nos Estados Unidos estão
elevando o risco de que venha
a ocorrer uma reversão no fluxo de investimentos nos países
emergentes, muitos dos quais
serviram de propulsores para a
recuperação econômica global
no ano passado, declarou ontem
o presidente do Banco Mundial
(Bird), Robert Zoellick.
Durante entrevista coletiva
concedida em Washington, Zoellick também manifestou a expectativa em que as reuniões previstas
para ocorrer em Washington esta
semana estimulem os representantes dos países ricos a adotarem
ações mais cooperativas entre si.
Bom desempenho - Antes
de a crise da dívida europeia ter
ingressado em uma nova e mais
perigosa fase, entre o fim de julho e o início de agosto, o bom
desempenho das economias de
países como a China e o Brasil
ameaçou superaquecer essas
economias. A situação levou autoridades monetárias emergentes a adotarem mecanismos de
política fiscal e monetária destinados a impedir um possível
superaquecimento. Agora, porém, os ativos dos países em desenvolvimento estão sendo atingidos e a demanda das nações
mais ricas está em declínio.
“No momento, existe um risco novo e maior”, declarou Zoellick. Apesar de os dados de
investimento estrangeiro direito
continuarem saudáveis, “os recuos nos mercados e a diminuição da confiança podem causar
derrapagens nos investimentos
em países desenvolvidos e também uma retração entre seus
consumidores”, declarou.
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Objetivo da medida é ajudar a reduzir o déficit nas contas do governo
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, propôs ontem
US$ 1,5 trilhão em novos impostos
com o objetivo de ajudar a reduzir o déficit nas contas do governo
norte-americano e observou que as
isenções de impostos concedidas a
milionários e bilionários no decorrer da última década ajudaram a
ampliar o endividamento do país.
Em pronunciamento no Jardim
das Rosas da Casa Branca, Obama
apresentou um plano por meio do
qual seriam cortados mais de US$
3 trilhões do déficit ao longo da
próxima década por meio do fim
das isenções de impostos para os
mais ricos e de alterações modestas no Medicare e no Medicaid.
De acordo com Obama, quando sua proposta somar-se aos cerca de US$ 1 trilhão em corte de
gastos transformados por ele em
lei recentemente, as duas ações
combinadas farão com que o déficit do governo norte-americano
diminua mais de US$ 4 trilhões
nos próximos dez anos.
É improvável que a proposta de
PRINCIPAIS PONTOS DO PLANO
- US$ 580 bilhões virão de cortes em gastos compulsórios,
incluindo em Medicare e Medicaid.
- US$ 1,5 trilhão virá do fim dos incentivos fiscais aos
mais ricos, companhias de petróleo e gás e proprietários
de jatos executivos.
- Cerca de US$ 1,1 trilhão virá de desativação do aparato
das guerras no Iraque e Afeganistão.
- US$ 430 bilhões virão de economias adicionais.
Obama receba o apoio dos republicanos, que se declaram contrários
à elevação de impostos em um momento de recuperação econômica. A
maior parte da arrecadação tributária viria do fim das isenções de impostos à camada mais rica da população e a empresas de grande porte,
como companhias de gás e petróleo.
Proposta impopular - Obama
admitiu que sua proposta para
que sejam eliminadas isenções fiscais para os mais ricos e empresas
como petroleiras será impopular
e tentou reagir antecipadamente
às críticas. “Ninguém quer punir
o sucesso na América”, disse. Os
que vão bem, entre os quais se
incluiu, precisam pagar sua “fatia
justa”, afirmou o presidente. “Isto
não é luta de classes, é matemática”, acrescentou.
O presidente da Comissão
Orçamentária da Câmara, republicano Paul Ryan, havia dito domingo que o plano de Obama de
taxar os mais ricos representaria
uma “guerra de classes”, segundo “The New York times”.
O senador republicano Pat
Toomey disse em comunicado
que está preocupado que “a estratégia de redução de déficit
de Obama algumas vezes parece
mais definida por uma postura
política, tal como reciclar elevação de impostos, criticada publicamente mesmo por congressistas de seu próprio partido”.
Toomey está entre o grupo de
congressistas encarregados de encontrar forma de cortar o déficit
do país. O plano de Obama está
sendo encaminhado para a avaliação deste comitê.
O presidente disse que vetaria
qualquer projeto que corte benefícios do Medicare, mas não inclua taxação maior dos mais ricos.
O líder da minoria republicana
do Senado, Mitch McConnell, criticou o plano do presidente. “Ameaças de veto, uma massiva elevação
de impostos, economias fantasmas
não são uma receita para crescimento econômico ou de empregos
- nem mesmo para uma redução
significativa do déficit”, disse McConnell em comunicado.
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A proposta de redução do déficit orçamentário dos EUA apresentada pelo presidente Barack
Obama atraiu críticas tanto da
oposição, formada pelo Partido
Republicano, quanto de alguns
integrantes da base governista,
formada pelo Partido Democrata.
“A insistência do governo
em aumentar os impostos sobre
aqueles que criam empregos e
a relutância em adotar as medi-
das necessárias para fortalecer
nossos programas sociais são os
motivos pelos quais o presidente
e eu não conseguimos chegar a
um acordo anteriormente e ficou
evidente hoje (ontem) que essas
barreiras ainda existem”, disse o
deputado republicano John Boehner, que preside a Câmara dos
Representantes dos EUA.
O líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell,
disse que “as ameaças de veto,
grandes aumentos de impostos
e tentativas de reforma em programas sociais não fazem parte
da receita para criação de empregos e para a redução significativa do déficit.”
O democrata Kent Conrad,
presidente do Comitê de Orçamento do Senado, disse que a
“proposta está claramente caminhando na direção certa. Ela
representa um plano significativo e equilibrado para deixar o
déficit e a dívida sob controle”.
Apesar disso, Conrad disse
que o plano de Obama “pede um
corte maior do que o necessário
na agricultura” e embora “todos
tenham de contribuir para a redução do déficit, não devíamos
pedir a produtores agrícolas para
assumirem uma fatia desproporcional” de responsabilidade.
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PDLVDPSORGHSULYDWL]Do}HV
Anne Warth
Da Agência Estado
Em meio à crise europeia e à
expectativa de que a recessão seja
mais intensa em Portugal, o ministro de Economia e do Emprego do
país, Álvaro Santos Pereira, disse
ontem que o governo pretende oferecer à iniciativa privada participações em diversas empresas públicas.
Nos próximos dias, segundo ele, o
governo português deve publicar
as regras para orientar as empresas
interessadas em adquirir 20,9% da
EDP (Energias de Portugal).
Até o fim deste ano, o país também deve privatizar 51% da REN
(Rede Elétrica Nacional) e 7% da
Galp. Em 2012, o governo deve privatizar 100% da TAP (Transportes
Aéreos Portugueses), além de vender participações - os percentuais
ainda não foram definidos - na AdP
(Águas de Portugal ), ANA (Aeroportos de Portugal) e CTT (Correios
de Portugal). O ministro citou ainda
que rodovias e estaleiros também
devem entrar no programa.
“É verdade que existe uma
redução do crescimento econômico mundial. É verdade que
na Europa existe uma crise importante, mas também achamos
que, nas crises, existem grandes
oportunidades”, afirmou, após
se reunir com o presidente da
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo
Skaf, e empresários brasileiros.
Atrativo - “As reformas e a
abertura que nós temos ao mundo
e principalmente ao Brasil fazem
com que se torne bastante atrativo para as empresas brasileiras investir em Portugal.” Segundo ele,
não haverá nenhuma restrição ao
investimento estrangeiro. “Todas
as dificuldades que existiam no
passado em burocracia serão grandemente reduzidas”, afirmou.
Pereira disse que novas medidas de austeridade econômica
devem ser implementadas pelo
governo português nas próximas
semanas. Entre elas, estão previstas reformas nas áreas trabalhista, capital de risco e estruturação de empresas. A intenção,
segundo ele, é dar celeridade
aos investimentos.
“Nós sabemos que, para o ano de
2012, está projetada uma recessão,
mas entendemos que o importante é criar bases para que Portugal
possa crescer o mais rapidamente
possível”, afirmou o ministro. “Nós
entendemos que, a partir de 2013,
Portugal vai crescer. Todas as reformas que o governo está elaborando
para as próximas semanas farão com
que Portugal consiga sair da recessão
o mais rapidamente possível.”
Segundo o ministro, Portugal
está empenhado em cumprir o acordo firmado com o Fundo Monetário
Internacional (FMI), Comissão Europeia e o Banco Central Europeu.
“O governo português, desde o primeiro dia, está trabalhando com
muito empenho para garantir que
tudo que foi acordado seja cumprido. E estamos fazendo isso com
muita seriedade”, afirmou.
Pereira admitiu estar “muito preocupado” com a situação
grega, mas não quis responder
se acredita que a Grécia está fazendo tanto esforço quanto Portugal para cumprir os acordos e
combater a crise. “Da nossa parte, podemos garantir que vamos
fazer um cumprimento escrupuloso de todas as condições que
nos forem colocadas.”
Na avaliação dele, a crise não
deve colocar em risco a zona do
euro. “Estou confiante que Portugal e Europa saberão resolver seus
problemas”, afirmou. “A Europa,
historicamente, sempre soube sair
das crises aumentando o grau de cooperação que existe entre os vários
países. Estou muito confiante de
que, apesar das dificuldades atuais,
a Europa saberá encontrar uma resposta para seus problemas. É vital
para a Europa e para o mundo.”
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*UpFLDHVWDULDµSHUWRGHDFRUGR¶
A Grécia e a troica (formada
pela Comissão Europeia, FMI e
Banco Central Europeu) estão
avançando rumo a um entendimento, segundo autoridades do
governo grego. “É preciso um
pouco mais de trabalho, mas estamos perto de um acordo”, disse um representante do Ministério das Finanças grego.
As conversas entre o governo grego e a troica acontecem
em meio às crescentes pressões para que o país adote novas medidas de austeridade
para reduzir o déficit no orçamento. Embora os detalhes das
discussões de ontem não tenham sido revelados, a troica
está pressionando a Grécia a
cortar 100 mil empregos públicos até 2015. A troica também
pediu que a Grécia considere
elevar impostos sobre tabaco,
álcool e bens de lucro.
A Grécia vai retomar hoje as
conversas com a troica sobre novos cortes de gastos que o país
precisa implementar para garantir o recebimento da próxima parcela do pacote de resgate, segundo comunicado divulgado pelo
Ministério de Finanças grego.
No comunicado, o ministério
descreveu as conversas - realizadas por meio de uma teleconferência - como “produtivas e substanciais”. “Amanhã de manhã, as
equipes de especialistas técnicos
que já estão em Atenas vão trabalhar mais em alguns dados e a
teleconferência será repetida no
mesmo horário”, diz o texto.
França - O ministro das Finanças da França, François Baroin, buscou minimizar ontem
os temores em torno de um
iminente default da Grécia, dizendo que os formuladores de
política da zona do euro não trabalham com a hipótese de um
default do país.
Após conversas com seus colegas no final de semana, Baroin
disse que a prioridade é fazer entrar em vigor um acordo da reunião de 21 de julho para fornecer
à Grécia um segundo pacote de
ajuda e expandir a linha de empréstimos da zona do euro.
Baroin afirmou que a expansão da Linha de Estabilidade
Financeira Europeia (EFSF, na
sigla em inglês) deve estar operacional em meados de outubro.
Líderes da zona do euro advertiram o governo grego de que
o país pode não obter a próxima
tranche de 8 bilhões de euros, a
menos que atinja suas metas para
corte do déficit orçamentário.
Geithner - O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy
Geithner, disse ontem que a crise
da dívida da Europa já afeta a confiança das empresas nos EUA.
ECONOMIA
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Terça-feira, 20 de setembro de 2011
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Perdas do real alcançam 11,01% no período, contra 11% do franco suíço
Altamiro Silva Júnior
Da Agência Estado
Leandro Modé
Da Agência Estado
As tensões decorrentes da crise europeia chegaram com força
ao mercado de câmbio. O dólar
iniciou esta semana com alta de
2,54%, valendo R$ 1,774, cotação
mais alta desde 21 de julho de
2010. Nos últimos 30 dias, o real
apresenta a maior queda ante o
dólar no ranking com as 16 principais moedas do mundo. Algo que,
segundo analistas, indica que atitudes recentes do governo brasileiro também têm influenciado o
humor dos investidores.
Esse levantamento revela que
as perdas da moeda brasileira
já alcançam 11,01% no período,
ante 11% do franco suíço. Vale
lembrar que o governo da Suíça
adotou recentemente um piso
para sua moeda, o que explica
grande parte da desvalorização.
A seguir, com 6,23% de perdas,
vem o peso mexicano e, com
6,05%, o rand da África do Sul.
Uma prova de que a crise
global novamente tem levado a
um movimento de busca por se-
gurança é que apenas o dólar da
Nova Zelândia acumula valorização ante seu par dos Estados Unidos - mesmo assim, de 0,68% nos
últimos 30 dias. Em geral, situações como a atual provocam um
movimento conhecido como fuga
para a qualidade (ou flight to
quality, na expressão em inglês).
Razões - Em relação ao real,
explica o economista-chefe da Sul
América Investimentos, Newton
Rosa, há ao menos duas razões
adicionais para explicar a queda
recente. A primeira delas foi a
inesperada redução da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco
Central (BC) no fim de agosto e a
certeza de que novas baixas virão.
“Isso diminui o diferencial
entre o juro brasileiro e o do resto do mundo”, afirmou. “Assim,
cai também o apetite pelo carrytrade.” Rosa refere-se a um tipo
de operação comum no mercado
global, em que investidores tomam dinheiro emprestado em
países com juro baixo e o aplicam em países com taxa elevada.
Como o Brasil ostenta, há muito
tempo, o título de campeão mun-
dial do juro alto, naturalmente
atrai recursos por esse canal.
A outra razão diz respeito às
próprias medidas do governo
Dilma Rousseff para enfraquecer o real e, por tabela, favorecer as exportações. Um exemplo
prático é a elevação do Imposto
sobre Operações Financeiras
(IOF) para compras com cartão
de crédito no exterior.
“Esse intervencionismo do
governo Dilma no câmbio tem
levado muitos investidores a mudar de posição (ou seja, a apostar na valorização do dólar ante
o real)”, disse Rosa. “É por isso
que o real tem se desvalorizado
tanto nas últimas semanas”, afirmou outro analista que pediu
para não ser identificado.
Especificamente ontem, pesou no mercado a desconfiança
sobre as negociações da Grécia
com a chamada troica (Comissão Europeia, Fundo Monetário
Internacional e Banco Central
Europeu) para a concessão da
segunda parcela de empréstimo
para o país honrar suas dívidas.
“Há uma forte aversão ao risco”,
afirmou um operador de câmbio,
recorrendo ao surrado clichê
que domina as mesas de operações em dias como o de ontem.
Perto do fim dos negócios no
mercado cambial (horário brasileiro), surgiu a informação de
que um acordo entre a Grécia e
seus credores estaria mais próximo, o que acalmou um pouco
os investidores. A alta do dólar
desacelerou de mais de 3% para
os 2,54% do fechamento.
Hoje, porém, espera-se mais
nervosismo. No início da noite de
ontem (hora de Brasília), quando o
mercado cambial já estava fechado,
a agência de classificação de risco
Standard & Poor’s rebaixou o rating
(nota) da Itália de A+ para A.
No curto prazo, ninguém afirma
categoricamente qual a tendência
para o dólar no Brasil. A única certeza é que haverá muita volatilidade. No médio e longo prazos, porém, especialistas como o diretor
executivo da NGO Corretora de
câmbio, Sidnei Nehme, acreditam
que os fatores estruturais vão prevalecer. Em outras palavras, o real
deve voltar a se fortalecer.
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Fábio Alves
Da Agência Estado
A desvalorização do real deverá ganhar força no curto prazo,
segundo analistas internacionais.
Entre os fatores que poderão enfraquecer o real frente ao dólar,
os analistas citam o aumento na
aversão a risco, com o agravamento da crise da dívida soberana da
zona do euro, e a perspectiva de
corte da taxa básica de juros (Selic) no Brasil, o que poderá arrefecer o fluxo de capitais de curto
prazo em busca de ganhos com a
diferença dos juros domésticos
e internacionais. Ontem, o dólar
comercial fechou a R$ 1,774, alta
de 2,54% em relação à cotação
de sexta-feira, o maior nível desde 21 de julho de 2010, quando
alcançou R$ 1,7850.
“Como estou pessimista em
relação aos problemas da zona do
euro, eu vejo uma maior pressão
para desvalorização não apenas
do real, mas também de outras
moedas de países emergentes”,
disse à Agência Estado Win Thin,
diretor de pesquisa para mercados emergentes da Brown Brothers Harriman em Nova York.
Segundo Win Thin, o real e
outras moedas emergentes deverão voltar ao patamar de maio de
2010, quando estourou pela primeira vez o problema da dívida da
Grécia. Na ocasião, o real chegou a
ultrapassar o patamar de R$ 1,91
frente ao dólar. Ele acredita que o
câmbio poderá bater nesse nível
nas próximas três semanas.
“Normalmente, o real estava
conseguindo atravessar turbulências recentes melhor do que
outras moedas latino-americanas em razão da perspectiva de
crescimento da sua economia e
até mesmo porque o IOF é tão
alto que os investidores ficavam
relutantes em sair dos ativos
brasileiros, pois ficaria muito
caro para voltar ao Brasil”, disse Eduardo Suarez o estrategista
de câmbio para América Latina
do Scotia Capital em Toronto.
“Mas agora eu vejo um certo
grau de fadiga dos investidores
internacionais por causa da constante intervenção do governo brasileiro (com as medidas de controle de capital), o que deixa muito
difícil prever o que acontecerá
a seguir”, explicou. Ele acredita
que o real poderá cair até R$ 1,90
frente ao dólar nas próximas três
a quatro semanas, se persistir um
cenário de deterioração da aversão ao risco que afetará os mercados emergentes como um todo.
Além da piora do humor dos
investidores internacionais, que
buscam refúgio no dólar para
se proteger de um eventual calote na dívida soberana da Grécia ou de um maior contágio da
crise para outros países da zona
do euro, a desvalorização do
real também tem como fator o
recente corte da taxa Selic em
0,5 ponto percentual para 12%,
que surpreendeu o mercado, segundo Thin. “Os mercados estão
punindo os países que cortaram
as taxas de juros visando enfraquecer as suas moedas, como o
Brasil e a Turquia”, explicou o
estrategista.
Na opinião do vice-presidente para mercados emergentes
da MF Global, Michael Roche,
baseado em Nova York, fatores
técnicos deverão manter o real
no nível de R$ 1,80 no curtíssimo prazo, mas a pressão será de
desvalorização da moeda brasileira frente ao dólar. “As condições técnicas vão colocar mais
pressão sobre o real no sentido
de desvalorização”, afirmou
Roche, que não descarta o real
atingir o patamar de R$ 1,90 nos
próximos 60 dias. “Há outros fatores, ligados a fundamentos,
como os preços de commodities,
a desaceleração do crescimento
mundial, o aumento na aversão
a risco pelos investidores internacionais e, principalmente, o
afrouxamento da política monetária no Brasil.
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Claudia Violante, Alessandra Taraborelli e Márcio Rodrigues
Da Agência Estado
Após um início bastante ruim,
quando desabou até a mínima
pontuação do dia, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) vespa
teve um pregão de recuperação. O
movimento se acentuou no período vespertino, passado o exercício de opções sobre ações. A alta
do dólar favoreceu os papéis das
companhias exportadoras, que
subiram e deram sustentação ao
índice. O anúncio, na reta final, de
que foi produtiva a conversa entre
representantes gregos e da Europa
também chamou mais compras.
O Ibovespa, no entanto, não
conseguiu virar para cima. Mas
fechou com queda modesta, de
apenas 0,19%, aos 57.102,78 pontos. Na mínima, registrou 56.060
pontos (-2,01%) e, na máxima,
57.208 pontos (estável). No mês,
acumula ganho de 1,08%, mas, no
ano, cai 17,61%. O giro financeiro
totalizou R$ 10,208 bilhões, dos
quais R$ 4,14 bilhões referente ao
exercício de opções sobre ações.
Proteção - O movimento de
aversão ao risco por causa do temor de default grego fez com que
os investidores se protegessem
no dólar. Isso beneficiou a Bovespa e, mais precisamente, os pa-
péis das empresas exportadoras.
As blue chips subiram primeiro, seguidas das siderúrgicas, que,
no entanto, avançaram mais. Vale
ON encerrou com ganho de 1,37%,
PNA, +1,35%. Petrobras ON avançou 1,33% e a PN, +0,73%. Na Nymex, o contrato do petróleo para
outubro recuou 2,57%, a US$ 85,7
o barril. No setor siderúrgico, Gerdau, +2,03%, Metalúrgica Gerdau,
+2,17%, Usiminas PNA, +1,95%,
CSN ON, +2,13%
Também favoreceu a recuperação da Bovespa no período da tarde a notícia de que
o encontro de ontem entre representantes gregos e da troica
foi ‘produtivo e substancial’,
nas palavras do Ministério das
Finanças da Grécia. Serão retomadas hoje as conversas sobre
novos cortes de gastos que o
país precisa implementar para
garantir o recebimento da próxima parcela do pacote de resgate. Segundo um funcionário
do ministério, as partes estão
perto de um acordo.
As bolsas europeias fecharam
antes desse anúncio e caíram
entre 2% e 3%. Nos EUA, as
quedas diminuíram. Dow Jones
fechou em baixa de 0,94%, aos
11.401,01 pontos, S&P recuou
0,98%, aos 1 204,09 pontos, e
Nasdaq encerrou em baixa de
0,36%, aos 2.612,83 pontos.
Depois de sofrer uma rodada
de stop loss durante a manhã, que
levou o dólar a bater a máxima intraday de R$ 1,7970 no balcão, assustando os investidores, a moeda
desacelerou um pouco a alta no
começo da tarde e intensificou o
movimento perto do fechamento
com a redução do nervosismo externo. O dólar no balcão encerrou
a R$ 1,7740 (+2,54%), cotação que
não vista desde 21 de julho de
2010, quando atingiu R$ 1,7850.
Na mínima, o dólar no balcão
atingiu R$ 1,7430. No mês, o ganho
acumulado cresceu para 11,29% e,
no ano, para +6,61%. Na BM&F, o
dólar pronto fechou a R$ 1,7840,
alta de 3,39%. Na mínima, a moeda atingiu R$ 1,7545 e, na máxima
+1,7950. No mês, a divisa ampliou
o ganho para 12,13% e, no ano,
para +7,28%. O giro total à vista
até 16h20 na clearing de câmbio
era de US$ 2,181 bilhões, dos quais
US$ 1,748 bilhão em D+2.
No mercado futuro, no mesmo
horário, o dólar outubro de 2011
avançava 2,41%, a R$ 1,7815,
com giro financeiro de US$ 22,37
bilhões, de um total de US$ 23,03
bilhões, com sete vencimentos
negociados todos em alta.
Pela manhã, a falta de uma
solução para a Grécia na reunião
de ministros das Finanças, na Po-
lônia e a continuidade da aversão ao risco no exterior levou os
investidores de curto prazo, que
apostaram na venda de dólar
após os picos da semana passada,
a correrem para zerar as posições
na manhã de hoje.
No mercado internacional, às
16h35, o euro também reagia à
notícia do possível acordo entre
Grécia e troica e subia a US$
1,3717 ante US$ 1,3802 no fim da
tarde de sexta-feira em Nova York.
Na mínima intraday, a moeda da
zona do euro atingiu US$ 1,3587
e, na máxima US$ 1,3722. O euro
era negociado a 104,9100 ienes de
105,91 ienes e o euro ante o franco estava em 1,2070 ante 1,2084
da sexta-feira. No mesmo horário,
dólar passava para 76,49 ienes, de
76,82 ienes da cotação anterior, e
a 0,8805 franco suíço, de 0,8763
franco suíço.
Juros - Ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2012 (103.770 contratos)
estava em 11,33%, nivelado ao
ajuste de sexta-feira. O janeiro
de 2013 (224.070 contratos) marcava 10,64%, de 10,63% no ajuste anterior. A partir do DI janeiro
de 2014, as taxas subiam com um
pouco mais de consistência, com
esse vencimento em 11,01%, de
10,97% na sexta-feira, com giro
de 141.145 contratos.
Os ativos totais dos fundos
de pensão brasileiros chegaram
a R$ 566 bilhões em março, segundo os dados mais recentes do
segmento divulgados ontem pela
Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência
Complementar (Abrapp). O total
equivale a 15% do Produto Interno Bruto (PIB). A previsão é de
que esse percentual dobre em dez
anos, chegando a 32% em 2021,
segundo o presidente da Abrapp,
José de Souza Mendonça.
Boa parte desse aumento dos
patrimônio dos fundos deve ser
aplicada na bolsa de valores.
Atualmente, cerca de 60% dos
ativos das fundações estão investidos em títulos públicos de
renda fixa. Outros 31% estão em
ações e o restante, em imóveis
(3,1%), aplicados em fundos de
participação (2,6%) e em operações no exterior.
A previsão da Abrapp é de
que, em 2021, a renda variável
responda por 50% dos ativos dos
fundos, com o restante distribuído pelas outras modalidades. “É
a bolsa que vai ser a maior beneficiada com o crescimento do
setor”, disse Mendonça.
Ranking - A Previ, do Banco do Brasil, é o maior fundo do
País, com patrimônio de R$ 155
bilhões em março, segundo o
ranking da Abrapp. Em seguida
está a Petros, dos funcionários
da Petrobras, com R$ 53 bilhões,
e a Funcef, da Caixa Econômica
Social, com R$ 44,6 bilhões. Ao
todo, existem 368 fundos de pensão de companhias privadas e estatais autorizados pelo governo
a captar recursos de empregados
para a aposentadoria.
Os fundos de pensão têm hoje
cerca de 3 milhões de participantes, número considerado muito
baixo pela Abrapp levando-se em
conta a população economicamente ativa do Brasil. Para Mendonça, o desafio é atrair novos
participantes para o setor.
Segundo ele, o desconhecimento da população em relação
ao produto ainda é grande e há
muitas empresas que têm fundos nas quais a maior parte dos
funcionários prefere não aderir
ao plano. Mendonça cita como
exemplo o fundo que ele próprio
cuida, o Indusprev, que administra seis fundos de empresas
do Rio Grande do Sul, no qual a
adesão é de 50%.
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A BM&FBovespa terá uma
nova política de tarifas para
grandes investidores, informou o
presidente da bolsa, Edemir Pinto. As novas regras são a segunda fase da mudança da política
tarifária da instituição. “Vamos
criar incentivos para grandes
clientes e grandes volumes”.
A nova política de tarifas, diz
Edemir, está sendo discutida e
deve ficar pronta até o final do ano.
Em agosto, a BM&FBovespa divulgou a primeira fase das mudanças
nas tarifas, com uma nova política
de preços para pessoas físicas.
Para grandes investidores, a
ideia inicial é de que os clientes maiores e grandes corretoras
possam ter um tratamento diferenciado, já que transacionam
volumes maiores. Só os fundos de
pensão possuem R$ 173,4 bilhões
aplicados em renda variável.
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O Itaú BBA liderou o ranking
de renda variável em agosto
tanto em número de operações
quanto em volume, segundo a
Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro
e de Capitais (Anbima). No mês
passado, foram 17 operações,
que somaram R$ 4,556 milhões
e representaram participação de
31,7% no mercado.
Em seguida, no ranking de valores distribuídos pelas organizações, está o BTG Pactual, com 12
negócios que totalizam R$ 3,245
milhões e uma fatia de 22,5% do
mercado em agosto. Já na análise
do número de operações origi-
nadas pelas instituições, quem
ocupa o segundo lugar é o Credit
Suisse, com 12 negócios.
O Bradesco BBI liderou o levantamento de renda fixa com
66 operações no mesmo mês,
enquanto o segundo colocado,
o Itaú BBA, fez 56 negócios. No
ranking dos últimos três e 12
meses, o Bradesco BBI também
está no topo. Por volume negociado, porém, o banco ficou com
a segunda colocação, com R$
10,619 milhões (20,3% de participação). A instituição perdeu
para o Banco do Brasil, cujos
negócios somaram R$ 12,150 milhões ( 23,3% do mercado).
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6
Terça-feira, 20 de setembro de 2011
PAÍS
Dilma Rousseff
Conversa
com a
Presidenta
ORÇAMENTO
Estudos indicam possível
prejuízo com Emenda 29
PT e PMDB já estão em confronto, mas a polêmica será decidida amanhã
Jeane Melo, 37 anos, publicitária em Teresina (PI) – Que projetos existem para melhorar o tratamento e o controle do diabetes, que é considerado epidemia mundial pela Organização
Mundial da Saúde?
Presidenta Dilma – Para apoiar o tratamento,
uma das nossas principais ações é o Saúde Não Tem
Preço, programa que oferece medicamentos de graça contra a doença. Os remédios, Jeane, são distribuídos por 20 mil farmácias credenciadas no programa Aqui Tem Farmácia Popular, pelas farmácias
da rede própria do governo e também pelas Unidades Básicas de Saúde, que oferecem ainda diagnóstico precoce e acompanhamento. O número de
diabéticos beneficiados aumentou 180%, passando
de 306 mil, em janeiro, para 860 mil, em agosto. Recentemente, nós lançamos um plano para reduzir
as mortes por doenças crônicas não-transmissíveis,
como, além do diabetes, câncer, infarto, derrame e
doenças respiratórias. Vamos trabalhar na vigilância, prevenção e tratamento dessas doenças, que
crescem devido a tabagismo, sedentarismo, alimentação inadequada, abuso do álcool e obesidade.
Além de incentivar alimentação saudável, vamos
implantar 4 mil polos do programa Academia da
Saúde, até 2014, para a prática de atividades físicas, e começamos a estruturar um programa de tratamento em casa. Estamos atentos, pois o diabetes
causa mais de 57 mil mortes por ano. A doença atinge 6,3% dos adultos e, entre os brasileiros com mais
de 65 anos, o índice chega a 20%.
Jansen Vieira de Abreu, 37 anos, comerciante em Cariacica (ES)
– Sou comerciante e queria saber qual a vantagem que eu posso ter
ao regularizar minha situação.
Presidenta Dilma – Há muitas facilidades e inúmeras vantagens para quem se formaliza. Uma das vantagens, Jansen, é a cobertura previdenciária, ou seja,
a garantia, entre outras, de aposentadoria e renda em
casos de acidente, doença, parto e falecimento. Ao
regularizar sua situação, o empreendedor individual
passa também a poder participar de licitações, firmar
contratos, dar nota fiscal, receber apoio do Sebrae e
a ter também, entre outros benefícios, facilidades de
acesso a financiamentos. Outra boa notícia: lançamos
recentemente, para os empreendedores individuais
e os microempreendedores, o programa Crescer, que
vai ampliar de forma inédita o acesso a microcrédito
produtivo. As taxas de juros são de apenas 8% ao ano,
mais 1% de taxa de abertura de crédito. Quem fatura
até R$ 36 mil por ano (projeto nosso, em tramitação
no Congresso, eleva esse limite para R$ 60 mil), basta
acessar o site www.portaldoempreendedor.gov.br, para
regularizar a situação, sem nenhuma burocracia. Depois de formalizado, o empreendedor só precisa pagar
um pequeno valor mensal, entre R$ 28,25 e R$ 32,25,
que equivale a 8 impostos das áreas federal, estadual
e municipal, e à contribuição previdenciária de 5% sobre o salário mínimo. Hoje, a formalização é rápida e
barata e garante aos empreendedores individuais toda
a segurança e melhores condições de acesso ao crédito
e de desenvolvimento dos seus negócios.
Tânia Almeida Gallo, 29 anos, comerciante em Teresópolis
(RJ) – Perdi praticamente tudo no meu estabelecimento nas
chuvas do início do ano. O BNDES pode conceder crédito para
restabelecer meu negócio?
Presidenta Dilma – O BNDES já fez cerca de 3 mil
operações de crédito para apoiar as micro, pequenas
e médias empresas dos municípios da Região Serrana
do Rio. No total, Tânia, foram R$ 400 milhões, sendo
R$ 62 milhões para 470 micro e pequenas empresas
da sua cidade, Teresópolis. Este apoio ocorreu por
meio do Programa Emergencial de Reconstrução do
Estado do Rio de Janeiro, o BNDES PER RJ, que criamos em 20 de janeiro, logo após a tragédia. Como todos os recursos foram alocados até o final de maio e
era necessário continuar atendendo os atingidos, nós
propusemos, por lei, um novo Programa Emergencial,
desta vez para todo o Brasil. No último dia 15 de setembro, assinei o Decreto 7.566, regulamentando esta
lei e brevemente começaremos a operar o BNDES
PER Brasil, que atenderá não só os micro e pequenos
empresários, mas também os produtores rurais, e terá
dotação de R$ 300 milhões. Para receber os recursos,
o empreendedor deve ser de município atingido por
desastres naturais e que esteja, por decreto do governo estadual, em situação de emergência ou de calamidade pública. Na Região Serrana, o BNDES continua
refinanciando operações de crédito contratadas antes
da tragédia, o que também ajuda os empreendedores
na recuperação de suas atividades.
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Apresentada à sociedade como
uma conquista para melhorar a
área social do País, a Lei Complementar (306/08), que regulamenta
a Emenda 29 e terá sua votação
concluída amanhã, pode, ao invés
de aumentar, diminuir o montante de dinheiro para investir na
saúde pública. Esta polêmica será
decidida no Senado e, antes mesmo de receber a proposta dos deputados, líderes do PT e do PMDB
já se confrontam em torno de
quem vai pagar a conta.
Do jeito que está, a lei tem
um dispositivo, no parágrafo
2º do artigo 6º, que retira as
verbas do Fundeb (Fundo de
Valorização do Profissionais de
Educação) da base do cálculo
do porcentual de recursos a serem aplicados pelos 26 estados
e o Distrito Federal (DF). Ao
tirar os R$ 58 bilhões do Fundeb da base de cálculo, a perda
estimada pelos consultores técnicos da Câmara é que o Sistema Único de Saúde (SUS) terá
menos R$ 7 bilhões anuais.
O líder do PT no Senado e
ex-ministro da Saúde do governo Lula, Humberto Costa (PTPE), admite que pode haver uma
queda de recursos para a saúde.
Adianta, porém, que “já foi firmado um compromisso com a Câmara e com governo para corrigir
o artigo” e garantir investimento
extra de R$ 5 a R$ 6 bilhões dos
Estados. O problema é que o presidente nacional do PMDB e senador Valdir Raupp (RO) diz que
seu partido não fez acordo algum.
“O PMDB ainda vai discutir o assunto, mas os estados
não podem pagar sozinhos
esta conta. A União vai ter que
se comprometer com algo a
mais”, disse Raupp. Ele sugere
que o governo federal comece
a pensar em taxar bebidas e
cigarros que, segundo seus cálculos, renderia cerca de R$ 4 a
5 bilhões anuais para a saúde.
“É um absurdo o que vamos fazer. Estamos vendendo a ilusão de
que a emenda resolverá tudo, mas
não tem dinheiro público novo
para a saúde”, analisa o presidente do PSDB mineiro, deputado
Marcus Pestana, preocupado com
2011
CONGRESSO
Christiane Samarco
Da Agência Estado
Aumenta o
consumo de
itens piratas
Alessandra Saraiva
Da Agência Estado
manente faz com que os prefeitos invistam em saúde quantias
bem acima do piso de 15% do
orçamento municipal. Prova de
que a pressão funciona é que a
média nacional dos investimentos das prefeituras brasileiras
está na faixa dos 18% a 25%.
O que assustou Marcus Pestana nos últimos dias foi a abordagem insistente de prefeitos que
passaram pela Câmara em campanha pela aprovação da regulamentação da Emenda 29, todos com o
discurso da urgência absoluta porque os municípios não aguentam
mais a falta de recursos para atender às demandas da população. A
preocupação do ex-secretário de
Saúde de Minas Gerais aumentou
depois do discurso inflamado do
líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), anunciando a decisão do partido de votar a regulamentação da Emenda
na semana seguinte.
“Vai ser um tiro no pé dos gestores da saúde pública porque estão
criando expectativa falsa de novos
recursos que não virão”, insiste o
tucano. A lei também não prevê
investimentos adicionais da União.
Consenso para a
Comissão da Verdade
Rafael Moraes Moura
Da Agência Estado
A procura por produtos piratas
aumentou neste ano. Em um universo de mil entrevistados em nove
regiões metropolitanas do País pela
Fecomércio-RJ/Ipsos em agosto,
52% dos pesquisados informaram
ter comprado ou consumido algum
produto pirata em 2011. Este porcentual ficou acima do apurado em
agosto do ano passado (48%) e foi
o maior desde o início da pesquisa
em 2006. O motivo apontado por
94% dos entrevistados que admitiram consumo de produto pirata foi
preço mais barato, de acordo com
o economista da Fecomércio-RJ
Christian Travassos.
Segundo Travassos, foi a primeira vez que o levantamento,
anual, apurou mais da metade dos
pesquisados admitindo compra de
itens piratas. “Estamos com mercado interno muito aquecido. E
este consumo não abrange somente produtos legais”, afirmou.
Na avaliação do especialista, a
ascensão das faixas de renda mais
baixas às classes de poder aquisitivo mais elevado, na prática, não
mudou hábitos de consumo. Portanto, o mesmo consumidor que
antes comprava produtos piratas
por serem mais baratos continua
com a mesma postura; mas desta
vez, com mais poder de compra.
Isso pode ser confirmado nos
dados do levantamento dividido por faixas de renda. Entre
os consumidores das classes A e
B consultadas, 57% admitiram
compra de produto pirata este
ano - sendo que este porcentual,
para esta mesma resposta nestas duas classes, era de 47% em
agosto do ano passado. Entre os
produtos mais procurados estão
CDs e DVDs, respectivamente
lembrados por 81% e 76% dos
entrevistados este ano.
o desconhecimento dos prefeitos
sobre o teor da proposta.
O líder do PT no Senado destaca que, na contabilidade rigorosa
dos técnicos, a grande maioria dos
estados - 17 dos 27, incluindo o Distrito Federal - não cumpre o piso
de investimentos obrigatórios, isto
é, não investem o mínimo de 12%
do orçamento em saúde pública.
Na falta de uma regra definida falha que a lei complementar pretende suprir -, alguns porcentuais
são inflados, por exemplo, com o
pagamento de planos de saúde de
servidores públicos estaduais.
“Costa pode falar pelo PT. No
PMDB isso não foi discutido e não
vejo como os senadores poderão
transferir mais encargo para os
Estados que eles têm a obrigação
de defender no Senado”, reage o
presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Casa, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE).
‘Tiro no pé’ - No que depender dos municípios, onde a proximidade entre o cidadão e o
poder público já faz a demanda
bater direto na porta das prefeituras, a situação também não vai
mudar. A pressão popular per-
O ministro da Justiça, José
Eduardo Cardozo, disse ontem
que o governo federal está dialogando com todas as forças do
Congresso para conseguir consenso em torno do projeto de lei
que cria a Comissão da Verdade.
Cardozo falou com a imprensa
após reunião com o presidente da
República em exercício, Michel
Temer, sobre questões relacionadas a um plano de vigilância de
fronteiras. “Nós temos um texto,
estamos dialogando com todas as
forças do Congresso, com o DEM,
com o PSDB, e a nossa ideia é
termos uma formatação bastante
consensual”, disse Cardozo sobre
o projeto da Comissão da Verdade.
A Comissão da Verdade pretende “examinar e esclarecer”
as violações de direitos humanos
ocorridas entre 1946 e 1988. A comissão deverá ser composta “de
forma pluralista” por sete membros indicados pela presidente
da República, o que é criticado
pelo Democratas, que questiona
esse critério de escolha dos integrantes, alegando temer que a
comissão sirva de palanque para
determinados grupos.
Questionado se o governo aceitaria fazer mudanças no texto do
projeto, Cardozo respondeu: “Estamos abertos ao diálogo. Não posso
dizer qual o resultado final porque
não terminamos o diálogo”. Na semana passada, a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário,
acompanhada de ex-ministros da
pasta, foi ao Congresso Nacional
para sensibilizar os parlamentares
quanto à urgência e relevância da
matéria. O projeto de lei que cria
a Comissão da Verdade deve ser
votado nesta semana pela Câmara.
Críticas - Representantes de
organizações de direitos humanos
e de familiares de mortos e desaparecidos políticos criticaram
ontem o governo Dilma Rousseff
por defender a aprovação do projeto de lei que cria a Comissão da
Verdade. Para eles, a proposta do
Palácio do Planalto de criação do
grupo governamental que ficará
encarregado de fazer a narrativa
oficial das violações aos direitos
humanos ocorridas entre 1946 e
1988 é “uma farsa e um engodo”.
Uma das queixas dos ex-presos, perseguidos políticos durante a ditadura militar e de familiares é em relação à composição
da Comissão. Em sua avaliação, a
comissão é de “mentirinha”, pois
não conseguirá investigar nada.
Eles também criticaram a proposta de que as apurações recaiam
entre os anos de 1946 e 1988.
“Queremos uma comissão
de verdade, que faça justiça.
Não uma comissão de mentirinha”, disse Criméia Alice Schimdt de Almeida”, argumentou
Suzana Lisbôa, da comissão de
desaparecidos políticos.
BOLSA FAMÍLIA
%HQH¿FLiULRSRGHUi
retornar ao programa
Os beneficiários que se desligarem voluntariamente do
Bolsa Família poderão retornar
ao programa sem a necessidade
de um novo cadastramento. De
acordo com a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, o
retorno, caso necessário, poderá ser feito em um prazo de até
36 meses contado a partir da
data do desligamento.
C
U
R
“Criamos esse mecanismo
para ter uma informação atualizada sobre essas famílias, sobre
a melhoria da situação de vida
delas.” Segundo a ministra, a
medida pode dar mais segurança
à família atendida pelo programa. “Se ela não precisar mais do
Bolsa Família, poderá nos informar, sabendo que, se a situação
de renda piorar, vai poder voltar
automaticamente”, explicou.
T
A
Segundo a pasta, o objetivo do
chamado retorno garantido é estimular a busca por melhores condições no mercado de trabalho, uma
vez que, de maneira geral, os beneficiários do programa têm empregos
precários, mesmo quando formais.
Para pedir o desligamento voluntário, o beneficiário deve procurar a prefeitura e informar, por
meio de declaração escrita, a decisão de deixar o Bolsa Família.
S
Vaiado, Jair Bolsonaro sai da
UFF sob escolta da Polícia Militar
Dilma Rousseff defende quebra de
patentes de alguns medicamentos
Famoso por criticar o movimento gay, o deputado federal Jair
Bolsonaro (PP-RJ) saiu sob vaias, escoltado pela Polícia Militar, de
um evento na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói,
ontem à tarde. Ele foi à universidade para participar de um evento.
Durante a solenidade, dois vereadores de Niterói (Renatinho,
do PSOL, e Leonardo Giordano, do PT) entregaram a Bolsonaro
moções de repúdio a ele, aprovadas pela Câmara Municipal de
Niterói depois que o deputado deu declarações consideradas
homofóbicas e racistas ao programa “CQC”, da TV Bandeirantes.
A presidente Dilma Rousseff voltou a defender a quebra de
patente de alguns medicamentos para tratamento de algumas
doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e hipertensão,
e acesso gratuito a medicamentos para população de baixa renda
para tratar essas doenças. Dilma falou hoje na abertura da reunião
sobre o tema na sede da Organização das Nações Unidas (ONU).
Segundo ela, 72% das causas não violentas de óbito entre pessoas
com menos de 70 anos são com pessoas com essas doenças. “O
Brasil defende acesso a esses medicamentos”, disse Dilma.
JUSTIÇA
Sidney Hartung
Universo
do Direito
Terça-feira, 20 de setembro de 2011
7
PARÁ
MPF acompanhará caso
de estupro em presídio
Manejo ecológico
Diretor da instituição e 20 agentes penitenciários foram exonerados por negligência
empre focalizando o ecossistema em sua ideia de
integração de um conjunto de sistema envolvendo
a flora, a fauna e os microorganismos em sintonia
com os componentes inanimados de seu meio, é o momento de se ressaltar a imprescindibilidade de se aplicar programas para a sua utilização.
Desta forma, seria assegurada a conservação da biodiversidade biológica e, consequentemente, dos ecossistemas.
E o instrumento apto e necessário para um desenvolvimento sócio-econômico e a conservação ambiental dos ecossistemas naturais ou artificiais é justamente o manejo ecológico.
Na conservação ambiental se desenvolvem processos
que tem por objetivo a preservação, utilização e evolução do ambiente natural.
E é bem lembrado pelo Mestre José Afonso da Silva, em
sua obra “Direito Ambiental Constitucional” – 8ª edição, p.
89, que a Constituição Federal de 1988, que em seu art. 225
§1º, dispõe que incumbe ao Poder Público preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo
ecológico das espécies e ecossistemas, assim como preservar
a diversidade e a integridade do patrimônio genético do país.
Nesta coluna, o nosso destaque é o manejo ecológico e suas variedades de atuação. Não é demais assinalar
que, inclusive, a Lei n.º 9.985/2000, um dos mais destacados diplomas legais sobre o meio ambiente, anuncia
em seu art. 2º, inciso II, que na conservação da natureza
entende-se o manejo do uso humano do própria natureza, preservando, utilizando e recuperando o ambiente
natural, entre outras atuações com o fito de notadamente garantir a sobrevivência dos seres vivos em geral.
Assim, caracterizar-se-ia o manejo, como diz o legislador, pelos procedimentos que visam a assegurar a conservação da diversidade biológica e dos ecossistemas.
A diversidade biológica é a variedade de organismos vivos de todas as origens.
A propósito, a diversidade biológica seria o termo utilizado
durante a ECO-92, como sinônimo da biodiversidade.
Na verdade, mesmo
O que realmente
que se considerasse qualse pode atestar
quer diferença nos conceitos, seria irrelevante
é que o número
porque, em ambos se identifica a ideia da variedade
de espécies hoje
de organismos vivos.
Esta riqueza imensuráconhecido em todo
vel de variedade de espécies de organismos tornao planeta está em
se por demais relevante
quando se apresentam cáltorno de 1,7 milhão,
culos por E. O. Wilson, da
Universidade de Harvard,
onde se conclui que
que indicaram que em
1987 existiriam mais de
ainda prevalece
5 (cinco) milhões de espécies, conforme dados
elevado grau de
extraídos de AGUA – Associação Guardiã das Águas
desconhecimento da
– 2004 (http://www.agua.
bio.br/botao-de-p.htm)
biodiversidade
Em tais dados, também se consigna que coletas intensivas conduzidas,
à época, principalmente na floresta tropical úmida, e com
atenção concentrada nos insetos, permitiram projetar valor da ordem de 30 (trinta) milhões em espécies.
Além do mais, também se noticia que novos trabalhos
e pesquisas tem estimado que a biodiversidade do planeta pode alcançar uma amplitude de 10 (dez) a 100 (cem)
milhões de espécies.
Mas apesar de todas estas previsões, o que realmente se
pode atestar é que o número de espécies hoje conhecido
em todo o planeta está em torno de 1,7 milhão, onde se conclui que ainda prevalece elevado grau de desconhecimento
da biodiversidade, mormente em regiões tropicais.
E este universo de espécie em nosso planeta, sempre em evolução, exige um planejamento eficiente
para sua proteção e conservação.
E neste planejamento, vão se estabelecer programas
gerais para assegurar o manejo ambiental, como instrumento de evolução, tanto para os agrupamentos de animais ou vegetais, sempre com o propósito da defesa e
conservação da biodiversidade e dos ecossistemas.
Desta forma, atinge-se justamente a exigência de nossa Carta Magna, quando expressamente impõe o provimento do manejo ecológico, em que se considera a prática de atividades essenciais, coletando informações e
descobrindo soluções para a evolução das espécies.
Através, portanto, de um plano racional e eficiente, o
manejo ecológico vai aplicar tratamentos tecnicamente
adequados no aperfeiçoamento dos recursos naturais.
E não podemos deixar de assinalar que as técnicas aplicadas vão ter referência com a forma de manejo pretendido.
Neste enfoque, podemos destacar, de início, o manejo
da vida selvagem, cuja finalidade é preservar meios próprios e adequados para a sobrevivência da vida animal,
inclusive contra a intervenção humana.
Os procedimentos adotados levam em consideração
a peculiaridade da área em que se situam as espécies
animais, adaptando-se as suas condições às necessidades alimentares para a sobrevivência da espécie. Assim,
a vida teria a possibilidade de não se extinguir e conservar a composição de seu habitat.
Da Agência Brasil
S
Sidney Hartung Buarque é mestre em Direito Civil, professor de Direito
Civil e Direito Ambiental, desembargador Presidente da 4ª Câmara Cível do
Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, presidente do Conselho
Consultivo da ESAJ – Escola de Administração Judiciária do Tribunal de
Justiça do Estado do Rio de Janeiro.
Daniella Jinkings
De acordo com as investigações da Polícia Civil,
O Ministério Público Federal
(MPF) instaurou procedimento
administrativo para acompanhar as investigações sobre o
estupro de uma menina de 14
anos idade por detentos da Colônia Agrícola Heleno Fragoso,
no Complexo Penitenciário de
Americano, no município de
Santa Isabel do Pará.
De acordo com a denúncia, a
adolescente foi estuprada durante quatro dias. Para a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, o caso configura de grave
violação aos direitos humanos.
O crime está sendo investigado pela Polícia Civil do Pará,
que também vai apurar a denúncia de violência sexual de
mais duas adolescentes. A garota que denunciou o abuso fez
exame de corpo de delito e foi
uma menor de 14 anos foi estuprada durante quatro
dias por detentos no Complexo Penitenciário de
Americano, em Santa Isabel do Pará
encaminhada para um abrigo
em Belém. Após as denúncias,
o governo do estado exonerou,
por negligência, o diretor da
instituição penal, Andrés de Albuquerque Nunes, e os 20 agentes penitenciários que estavam
de plantão no sábado.
Para o procurador regional
dos Direitos do Cidadão, Alan
Rogério Mansur Silva, as exonerações não resolvem o problema. “Tem de saber apurar e
individualizar a responsabilidade de cada um. É importan-
te que haja um inquérito policial para apurar essa situação,
para investigar, ouvir os presos
e individualizar essa conduta
na área criminal.”
De acordo com ele, um ofício
foi encaminhado ao secretário estadual de Segurança Pública, Luiz
Fernandes Rocha, requisitando
que a secretaria informe ao MPF
quais providências o governo do
Pará está adotando para apurar o
caso e punir os responsáveis.
“Isso não foi um mero erro
administrativo, houve um
grau de violações dos direitos humanos. Submeter uma
criança a essa situação por
quatro dias é um atentado
contra os direitos da criança.
É inadmissível que isso continue ocorrendo no estado do
Pará e na sociedade brasileira”, declarou o procurador.
Embora o crime seja de responsabilidade da Justiça Estadual, o MPF está atuando porque o caso consiste em grave
violação de direitos.
O procurador acredita que o
Ministério Público Federal no
Pará vai chamar os responsáveis pela criança para saber o
que ocorreu e porque a menina
foi levada ao presídio.
“Houve uma cadeia de erros tanto da família, como da
mulher que teria aliciado essa
adolescente, além dos erros
dentro do presídio, principalmente as falhas de segurança”.
CORRUPÇÃO
TJ-SP nega recurso de
ex-prefeito de Campinas
O Tribunal de Justiça do
Estado de São Paulo (TJ-SP)
negou o recurso para anulação
da sessão de julgamento e do
decreto de impeachment do exprefeito de Campinas Hélio de
Oliveira Santos (PDT), cassado
pela Câmara de Vereadores no
dia 20 de agosto deste ano. A
defesa do pedetista já havia re-
corrido da decisão do Legislativo à 2ª Vara da Fazenda Pública de Campinas, que também
decidiu pela manutenção dos
efeitos do afastamento.
O advogado Alberto Luis
Mendonça Rollo, que integra a
equipe de defesa de Dr. Hélio,
disse que os advogados não desistiram de reconduzir o pedetista à Prefeitura e estudam os caminhos jurídicos possíveis para
recorrer, agora, da decisão do
AGOSTO
TRE
Tatiana Fávaro
Da Agência Estado
Autorizadas
mais de 17
mil escutas
A Justiça autorizou o monitoramento de pelo menos 17.122 linhas
telefônicas em agosto de 2011 em
todo o País. Segundo relatório divulgado ontem pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o número
é inferior ao verificado no mesmo mês do ano passado, quando
17.417 linhas foram grampeadas.
Na Justiça Federal, o Tribunal
Regional Federal (TRF) da 1ª
Região realizou o maior número
de escutas, 840. Com relação à
Justiça Estadual, o Tribunal de
Justiça do Estado de São Paulo
(TJ-SP) foi responsável por determinar 2.690 escutas, e o Tribunal
de Justiça do Estado do Paraná
(TJ-PR), por 1.349. Os dados são
do Sistema Nacional de Controle
das Interceptações Telefônicas.
O estudo inclui o monitoramento de ligações feitas via internet.
Em agosto, 750 telefones Voip foram monitorados no País - sendo
120 somente em São Paulo. O monitoramento também abrange endereços eletrônicos. Em agosto, 320
endereços eletrônicos estavam sob
monitoramento por decisão da Justiça, sendo a maior parte em São
Paulo, Pernambuco, e Mato Grosso.
C
U
desembargador Franciso Roberto Alves Bevilacqua, da 2ª Câmara de Direito Público do TJ-SP.
Hélio foi cassado por três
motivos apontados no relatório
da Comissão Processante: omissão do prefeito em relação às
infrações político-administrativas e atos de corrupção praticados por integrantes do primeiro
escalão da administração na
Sanasa, a empresa de saneamento que foi alvo de investi-
gações do Ministério Público;
irresponsabilidade legal e política na defesa de bens, rendas e direitos do município no
caso de parcelamento de solo;
e comportamento incompatível
com a dignidade e decoro de
seu cargo ao ignorar tráfico de
influência na liberação de alvarás para instalação de antenas
de celulares. Com a decisão do
TJ-SP, o prefeito Demétrio Vilagra (PT) mantém-se no cargo.
Manual de coleta
seletiva será reimpresso
Fausto Macedo
Da Agência Estado
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em São Paulo decidiu
reimprimir 300 cartilhas sobre
coleta seletiva de lixo distribuídas a 151 juízes eleitorais, mas
desta vez sem incluir o nome da
empresa que produziu o material, a Jetro Ambiental.
As cartilhas alimentam intensa polêmica entre a cúpula
do TRE e magistrados com atuação em todo o estado.
No início de agosto, a corte
orientou os juízes a entregarem
a 290 prefeitos paulistas que ainda não adotaram a coleta seletiva
cópias do manual contendo dados
sobre o procedimento e também
informações da empresa e um
perfil profissional de seu proprietário, o consultor Jetro Menezes.
Irritados, muitos juízes protestaram contra a recomendação alegando que não é sua
função fazer contato com administradores municipais, “muito
menos fazer o papel de garoto
propaganda da empresa”.
R
T
A
Ministério Público Federal pede
fim dos supersalários da Câmara
O Ministério Público Federal pediu ontem a derrubada de uma decisão
judicial que garante a servidores da Câmara dos Deputados o direito
de receber salários acima do teto salarial do funcionalismo, que é de
R$ 26,7 mil. No recurso que será analisado pela Corte Especial do
Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª. Região, o procurador regional
da República Marcus da Penha afirma que foi equivocada a decisão
do presidente do TRF, Olindo Menezes, de permitir o pagamento dos
supersalários. Em sua decisão, Menezes disse que o corte nos salários
poderia comprometer o funcionamento dos serviços na Câmara. “O
presidente do TRF fixa uma premissa desprovida de demonstração, ao
considerar que a ordem administrativa teria sido abalada”.
Ontem, o TRE anunciou que
vai refazer os cadernos e excluir o nome da Jetro, contratada para produzir os kits com
300 cartilhas e 300 DVDS.
O desembargador Walter de
Almeida Guilherme, presidente
do TRE, reafirmou que a corte
tem “um projeto estratégico e
voltado ao meio ambiente, denominado coleta seletiva de lixo”.
Ele anotou que a finalidade
é “promover ações de conscientização da sociedade sobre a necessidade de efetiva proteção ao
meio ambiente e oferecer informações básicas para a implantação desse tipo de coleta nos
municípios do Estado que ainda
não dispõem desse sistema”.
Diante da forte reação dos juízes, que se recusam a entregar a
cartilha aos prefeitos, Guilherme
declarou. “Respeito a posição
dos juízes, mas eu penso que eles
têm que ter um papel social”.
Especialistas argumentam
que os juízes podem incorrer
em ato de improbidade ao
levar a prefeitos produto de
uma empresa privada
“Não é papel do juiz”, assevera José Henrique Rodrigues
Torres, presidente da Associação
Juízas para a Democracia.
Valores - Na sexta feira, o
desembargador Walter de Almeida Guilherme, presidente
do tribunal, informou que o
valor do negócio foi de R$ 14,4
milhões. Ao reiterar o dado, observou. “Não é um valor alto.”
Ontem, o próprio presidente
admitiu ter cometido “um equívoco” e retificou a informação.
“Eu errei a informação sobre o
valor, na verdade é R$ 14,4 mil,
ou seja, mil vezes menos.”
A Jetro Ambiental, que não
havia se pronunciado sobre o
montante, emitiu nota informando que o contrato foi fechado
com o TRE por R$ 12 mil, “o que,
descontados Imposto de Renda e
INSS, somou R$ 9.378,72, como
pagamento pelo serviço de palestra para 151 magistrados e
300 kits, contendo cartilha e
DVD com orientações”.
“Deixamos claro que, a pedido
do Tribunal, prestamos um serviço
técnico e especializado”, diz a nota.
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8
Terça-feira, 20 de setembro de 2011
RIO
FIOCRUZ
SANTA TERESA
Lançada nova campanha 'HWURYDL¿QDQFLDU
revitalização do
contra dengue no estado sistema de bondes
Intenção é mobilizar os 92 municípios do estado para evitar epidemia em 2012
Foi lançada ontem a campanha “10 Minutos Contra a Dengue”, idealizada por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz
(IOC\Fiocruz) e que será o tom
de alerta à população para evitar uma epidemia da doença no
próximo verão. A campanha foi
lançada durante o seminário Rio
Contra Dengue - 2011\2012, que
vai até amanhã, com a participação de prefeitos e secretários
municipais de Saúde.
O objetivo da campanha, inspirada em uma estratégia do governo de Cingapura, é estimular as
pessoas a investir 10 minutos da
semana para eliminar possíveis
criadouros do mosquito em suas
casas, já que o ambiente doméstico concentra 80% dos focos. Segundo o secretário de Estado de
Saúde, Sérgio Côrtes, é importante
que a população entenda a importância de combater o mosquito.
“Há o enorme risco de termos
uma epidemia, mas ela ainda
pode ser evitada. Vamos trabalhar fortemente, nos próximos
três meses, buscando combater
todos os focos. Nos órgãos públicos, vamos formar brigadas de
funcionários capacitados para
identificar focos e combatê-los.
Cada um deve fazer a sua parte”, explicou o secretário.
Cerca de 1.500 pessoas vão
atuar na fiscalização desse trabalho feito pelos funcionários nos
92 municípios do estado. O vicegovernador Luiz Fernando Pezão
ressaltou a eficácia das ações feitas pelos agentes de endemia.
Ignacio Ferreira / Governo do Estado
Sérgio Côrtes diz que secretaria aposta nas propostas
“O avanço que tivemos no
combate à dengue em outros
anos foi, com certeza, usando a
estrutura dos agentes de endemia de cada município. Eles têm
que estar envolvidos nessa luta,
se não, não ganhamos essa guerra. Também estamos trabalhando para fortalecer as ações do
SUS para atender os pacientes
que precisarem”, afirmou Pezão.
As 92 prefeituras do estado
foram convidadas a participar do
evento, que tem o objetivo de discutir ações de prevenção e controle da doença. Estiveram presentes,
neste primeiro dia de seminário,
os prefeitos de Areal, Búzios,
Arraial do Cabo, Barra do Piraí,
Barra Mansa, Belford Roxo, Bom
Jesus de Itabapoana, Cabo Frio,
Cachoeiras de Macacu, Campos
dos Goytacazes, Carapebus, Cardoso Moreira, Carmo, Italva, Laje
do Muriaé, Macaé, Miracema, Ni-
lópolis, Nova Friburgo, Paraíba do
Sul, Petrópolis, Pinheiral, Porciúncula, Quissamã, Rio Bonito, Rio
das Ostras, São Gonçalo, São João
da Barra, São João de Meriti, São
José de Ubá, São José do Vale do
Rio Preto, São Pedro de Aldeia,
Sapucaia, Tanguá, Teresópolis,
Três Rios, Varre-Sai e Vassouras.
“Entre as modificações que
estamos propondo aos municípios está a mudança do horário
de trabalho dos agentes para
que encontrem os moradores,
em casa à noite ou nos fins de semana. Outro reforço é na capacitação dos profissionais de saúde
para que cumpram o protocolo
de manejo clínico adequadamente”, disse Sérgio Côrtes.
Todas as secretarias do estado
estão envolvidas no combate à
dengue, com ações específicas. A
possibilidade de haver uma epidemia em 2012, levando em conta
REFORMA
Encerrada a greve dos
operários do Maracanã
Cristiane Ribeiro
Da Agência Brasil
Os cerca de 2,3 mil operários
que trabalham nas obras de reforma do Estádio do Maracanã
voltaram ontem às atividades.
Depois de 19 dias de greve, eles
decidiram suspender a paralisação, em assembleia na manhã de
ontem. Na sexta-feira, o Tribunal
Regional do Trabalho julgou a
greve improcedente e determinou a volta imediata ao trabalho.
Os operários reivindicam do
Consórcio Maracanã Rio 2014,
responsável pelas obras, aumento do valor da cesta básica,
de R$ 110 para R$ 160, plano
de saúde individual, abono dos
dias parados, segurança no trabalho e melhoria da qualidade
da comida servida a eles.
O consórcio informou, por meio
de sua assessoria, que as reivindicações já foram atendidas em um
acordo assinado com o Sindicato
dos Trabalhadores nas Indústrias
da Construção Pesada Intermunicipal no dia 21 de agosto passado.
VASSOURAS
ONG faz manifestação
contra a corrupção
Thais Leitão
Da Agência Brasil
Voluntários da organização
não governamental (ONG) Rio
de Paz fincaram, na madrugada
de ontem, 594 vassouras pintadas de verde e amarelo nas
areias da Praia de Copacabana.
O ato representa um protesto
contra a corrupção no país. O
grupo também estendeu uma
faixa com a inscrição “Congresso Nacional, Ajude a Varrer a
Corrupção do Brasil”.
Segundo o líder do movimento, Antonio Carlos Costa, a ideia
é conscientizar a população para
cobrar mais transparência na
utilização do dinheiro público,
já que os desvios desses recursos são responsáveis pela morte
de muitos brasileiros. Ele explicou que as vassouras são uma
referência aos 513 deputados
federais e 81 senadores, que integram o Congresso Nacional.
“Nós precisamos inaugurar
uma nova fase no nosso país, marcada por um controle social maior
das ações do Legislativo e do Executivo, porque hoje esse controle
está sendo mediado apenas pelos
partidos políticos, que se reúnem
e tomam suas decisões, enquanto o
povo observa de braços cruzados. É
um movimento pacífico para mobilizar a população até vermos essa
quantidade absurda de dinheiro
[arrecadada pelos cofres públicos]
ser canalizada para as obras de infraestrutura, escolas, assistência
médica, entre outros”, afirmou.
Costa também informou que
uma nova manifestação está
marcada para hoje. O grupo vai
fixar em Copacabana e no Aterro do Flamengo, também na
zona sul da cidade, cartazes com
a foto de uma bala de revólver
e a inscrição “Corrupção Mata”.
C
U
R
a ação do vírus tipo 1 e a entrada
do vírus tipo 4 no estado, levou
a esse reforço na estratégia de
combate à doença. A Secretaria
de Saúde está planejando uma
ação para os sete dias de Rock in
Rio, que começa na sexta-feira e
a Secretaria do Ambiente faz um
trabalho de prevenção, por exemplo, nos ferros-velhos.
Guia - Os agentes de saúde
dos municípios ficarão responsáveis por levar o guia 10 Minutos
Contra a Dengue à população durante visitas às casas. Este material traz orientações sobre como
é preciso ficar atento a situações
como calhas entupidas, caixa
d’água destampada, ralos no
quintal acumulando água da chuva, o pratinho embaixo do vaso,
além de deixar baldes e garrafas
viradas com a boca para baixo.
O guia usa linguagem simples e
didática para que os moradores
criem o hábito de fazer a vistoria
em suas casas semanalmente dispondo apenas de 10 minutos.
O site Rio Contra Dengue
traz o folheto na versão on-line
para as pessoas que quiserem
ter mais informações sobre a
ação dos “10 Minutos Contra a
Dengue”, com as ilustrações explicativas e o espaço para marcar a data em que o morador fez
a vistoria em casa. O material
foi produzido também para que
gestores municipais tenham a
opção de fazer o download do
folheto e distribuir para a população. O endereço do site é
www.riocontradengue.com.br.
INDICADORES
Mortes no
trânsito caem
no 1º semestre
Nielmar de Oliveira
Da Agência Brasil
Embora o número de mortes
no trânsito, na média, se manteve
em queda neste primeiro semestre do ano, uma tendência desde
o início das operações da Lei Seca
no estado, o Rio de Janeiro abre
a Semana Nacional do Trânsito
com poucos motivos para comemorar. Dados divulgados pelo movimento de cidadania Rio Como
Vamos, que se propõe a mensurar
e divulgar indicadores da qualidade de vida no Rio de Janeiro,
mostram uma queda de 4,3% no
número de mortes de janeiro a
junho deste ano, em relação aos
primeiros meses de 2010: de 327
para 313. Mas, em dez regiões da
cidade, o número de acidentes de
trânsito fatais aumentou.
Com relação à violência no
trânsito, o movimento Rio Como
Vamos utiliza dados do Instituto de
Segurança Pública (ISP). O levantamento indica, por exemplo, que,
no Rio Comprido (zona norte), o
número de mortes nos primeiros
seis meses do ano subiu de 4 para
13 no período pesquisado. Também
houve aumento em Botafogo (zona
sul), onde ocorreram 18 mortes nos
últimos seis meses, contra 11 em
igual período de 2010. Mas o bairro
recordista é Campo Grande (zona
oeste), que acumula o maior número de mortes no trânsito: 32, contra
25 no primeiro semestre de 2010.
T
A
O Departamento de Transportes Rodoviários (Detro) vai
destinar R$ 31 milhões para as
obras de recuperação do Sistema de Bondes de Santa Teresa,
no Rio de Janeiro.
O anúncio foi feito por Rogério
Onofre, presidente do Departamento de Transportes Rodoviários
e interventor do Sistema de Bondes, nomeado há cerca de 15 dias
pelo governador Sérgio Cabral.
“O problema é ainda maior do
que a declarada por mim na primeira vez em que vi a Oficina dos
Bondes e quando da visita que
fiz a Santa Teresa. Nossa equipe
não tem dado tréguas ao trabalho nem nos finais de semana e
feriado. Já foi levantado que são
necessários mais de R$ 31 milhões para que Santa Teresa disponha de um sistema de bondes
realmente seguro. Esta quantia é
uma primeira estimativa, que deverá ser reavaliada pela Empresa de Obras Públicas do Estado
(Emop) e pela nova administração da Central”, adiantou Onofre.
Os primeiros R$ 20 milhões
serão repassados até dezembro
e o restante, ao longo de 2012. A
previsão é de que todo o serviço
de recuperação do Sistema esteja concluído em cerca de um ano.
A recuperação do Sistema de
Bondes engloba a troca de trilhos
em toda a via permanente com o
uso dos bilabiados que, por comprovação técnica, são mais seguros
que os contra-trilhos atuais; recuperação de toda a via aérea e do
cabeamento elétrico; construção
de uma nova subestação; reforma
das estações; reativação do Ramal
do Silvestre - para interligação com
o bondinho do Corcovado - ; reforma de 16 bondes, entre outras.
Estão nos planos também
a total reforma da Oficina dos
Bondes e a revitalização do museu existente em suas dependências, além da instalação de uma
escola técnica para atualização e
formação de nova mão de obra.
Rogério Onofre disse, ainda,
que contatos foram feitos com o
prefeito do Rio, Eduardo Paes,
para que este concretize em
Santa Teresa as ações que cabem ao município, e que a prefeitura tomará as providências
necessárias e urgentes relativas à ordem urbana no bairro.
FIRJAN
Investimento de
R$ 181,4 bi até 2013
Alana Gandra
Da Agência Brasil
Os investimentos públicos e
privados programados para o Rio
de Janeiro, nos próximos três anos,
atingem R$ 181,4 bilhões, os dados
constam do documento Decisão
Rio, divulgado ontem pela Federação das Indústrias do Estado (Firjan). A economista Julia Nicolau,
especialista em competitividade
industrial e investimentos do Sistema Firjan, disse à Agência Brasil
que foi registrado um crescimento
de 44% no total de investimentos
projetados para 2011-2013, em relação ao levantamento, referente
ao período 2010-2012.
Na indústria de transformação,
que receberá R$ 29,5 bilhões, a
expansão alcançou 45,2%, “sendo
que no setor naval, o aumento foi
expressivo: 254% maior em relação ao triênio anterior”, disse .
Ela explicou que o crescimento é
impulsionado pela construção de
embarcações para a exploração do
petróleo na camada pré-sal. “Muitos estaleiros foram reativados e
outros estão em construção para
a fabricação e manutenção de embarcações, mostrando uma recuperação e consolidação com força
total do setor naval no estado”.
No setor de infraestrutura,
deverão ser investidos R$ 36,3 bilhões, enquanto o turismo receberá
R$ 1 bilhão. Na área de petróleo e
gás, os investimentos da Petrobras
e empresas parceiras somam cerca
de R$ 107,9 bilhões. Excluindose os investimentos da Petrobras,
verifica-se que dos R$ 73,5 bilhões
restantes, 67,3% serão empregados
na construção de indústrias; 24,3%
em expansão e modernização; e
8,4% na construção de embarcações. Julia Nicolau destacou ainda
as áreas de petroquímica, de energia e de pesquisa e tecnologia entre aquelas que também receberão
grandes volumes de investimentos.
Os investimentos relacionados à
Copa de 2014 e aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 totalizam R$ 11,5 bilhões.
A economista observou que
embora a capital fluminense concentre ainda a maior parte do
valor dos recursos programados
até 2013 (11,7%), o movimento de
interiorização começa a ganhar
força. “Se a gente olhar o Decisão
Rio, que se referia aos anos de
2006-2008, a capital respondia por
20% dos investimentos. Ela agora
responde por 11,7%. Ou seja, mesmo com um volume grandes de investimentos associados à Copa e
às Olimpíadas, a cidade diminuiu
a sua participação relativa no total de investimentos. Isso mostra
que o crescimento e o desenvolvimento econômico estão avançando para o interior do estado”.
Para a cidade do Rio, os investimentos projetados nos próximos três anos são R$ 21,2 bilhões.
Para o norte fluminense, são previstos R$ 14 bilhões, enquanto o
leste do estado deverá receber
R$ 13,2 bilhões e o sul R$ 11,4
bilhões. “Sem falar em cerca de
R$ 108 bilhões que cruzam várias
regiões do estado. São obras de
recuperação rodoviária ou de saneamento básico que passam por
municípios de diversas regiões”.
Os investimentos terão impacto positivo na criação de novos
postos de trabalho no estado. Um
dos principais motores de geração de emprego nos próximos
anos é o Complexo Petroquímico
do Rio de Janeiro (Comperj). A
expectativa é gerar, entre a fase
de construção e a entrada em operação, mais de cem mil postos de
trabalho, salientou a economista
da Firjan. O cronograma prevê o
início de funcionamento da primeira refinaria do Comperj em
2013. A unidade petroquímica deverá entrar em operação em 2017
e a segunda refinaria, em 2018.
S
Escola de samba da Cidade
de Deus ganha banheiro GLS
Secretaria e Inea dão início
ao projeto Jogos Limpos
Polícia estoura rinha de galo e prende
35 pessoas em São João da Barra
Tem para ele, ela e GLS. Na Cidade de Deus os diretores da escola
de samba Mocidade Unida de Jacarepaguá decidiram criar um
banheiro exclusivo para o público LGBT. A pedido, segundo eles, de
homossexuais da comunidade, que eram discriminados. A ideia não
é inédita. Em janeiro, casou polêmica a inauguração de banheiro
GLS na recém-reformada quadra da Unidos da Tijuca. As críticas
partiram de integrantes do movimento LGBT que encararam como
uma forma de segregação. O presidente da Mocidade Unida, Roberto
Valeriano dos Santos, o Beto, de 32 anos, comemora o toalete como
uma das realizações de seu mandato, iniciado em maio.
A Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) e o Instituto Estadual
do Ambiente (Inea) vão realizar um dos mais abrangentes planos de
restauração florestal do Estado do Rio de Janeiro visando ao projeto
Jogos Limpos. O programa tem por objetivo neutralizar as emissões
de gases de efeito estufa resultantes da realização das Olimpíadas
com a recuperação da cobertura vegetal de 9 mil hectares de áreas
degradadas. O lançamento do projeto e o primeiro plantio serão
realizados amanhã na Fazenda Dourada, em Casimiro de Abreu. Entre
os presentes estarão o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, a
presidente do Instituto Estadual do Ambiente, Marilene Ramos.
A Polícia Civil estourou na sexta-feira, após denúncia anônima, uma
rinha de galo, no distrito de Palacete, em São João da Barra, no Rio,
prendendo 35 pessoas e apreendendo 40 galos. Segundo a Polícia, 10
acusados assumiram alguma participação na rinha. Após confirmar a
denúncia de que seria realizado um torneio de rinha de galo naquela
localidade, os policiais seguiram para o local, no dia e hora marcadas,
e surpreenderam um grupo de pessoas participando do evento.
Algumas pessoas conseguiram fugir quando perceberam a chegada da
Polícia. Pesquisa no sistema de inteligência da Polícia revelou que o
acusado já fora preso anteriormente pelo mesmo crime.
MUNDO
Terça-feira, 20 de setembro de 2011
9
REVOLTA
Prostestos nas ruas de Tóquio
Japoneses pedem que o governo abandone o uso de energia atômica após o acidente nuclear na usina de Fukushima
Dezenas de milhares de pessoas gritando “sayonara força
nuclear” e agitando faixas participaram ontem de uma passeata
no centro de Tóquio para pedir ao
governo japonês que abandone o
uso da energia atômica após o acidente nuclear após 11 de março
na usina de Daiichi/Fukushima.
A manifestação demonstra o
quanto a população japonesa - há
muito acostumada com o uso da
energia nuclear - foi afetada pelo
acidente de 11 de março, quando
um tsunami provocou o derretimento do núcleo de três reatores
do complexo Fukushima Daiichi.
O desastre - o pior desde
Chernobyl em 1986 - espalhou
radiação por uma grande área
do nordeste do Japão, forçando
a retirada de cerca de 100 mil
pessoas que viviam perto da usina e levantando temores sobre a
contaminação de frutas e vegetais da água e dos peixes.
“A radiação é assustadora”,
disse Nami Noji, uma mãe de 43
anos que foi protestar neste feriado nacional juntamente com
seus filhos, de 8 e 14 anos. “Há
muitas incertezas sobre a segurança da comida e eu quero um
futuro seguro para meus filhos.”
A polícia estimou que 20 mil
pessoas participaram do protesto,
mas os organizadores afirmaram
que o número era três vezes maior
SEGUNDA RODADA
Coréias discutem
questões nucleares
Importante enviados da Coreia
do Sul e do Norte vão se reunir
amanhã em Pequim para uma segunda rodada de conversações, que
tem como objetivo a retomada das
negociações sobre o desarmamento
norte-coreano, informou o Ministério de Relações Exteriores de Seul.
Mas o Ministério não divulgou maiores detalhes sobre o
encontrou entre o negociadorchefe nuclear de Seul, Wi Sunglac, e seu colega norte-coreano,
Ri Yong Ho, que será a segunda
reunião em três meses.
A Coreia do Norte abandonou
formalmente o tortuoso processo,
envolvendo seis países, em abril
de 2009, um mês antes de realizar
seu segundo teste nuclear, que
atraiu críticas em todo o mundo
e novas sanções da Organização
das Nações Unidas (ONU).
A perspectiva da retomada do
diálogo tem sido ofuscada pelas
crescentes tensões na península
coreana, depois de Sul ter acusado do Norte por dois ataques
sangrentos no ano passado.
Mas o fato de Pyongyang ter divulgado em novembro do ano passado a existência de uma instalação de enriquecimento de urânio
- que pode dar ao país uma segunda alternativa para a construção
de armas atômicas - levou à urgência na retomada das negociações
entre as seis partes envolvidas: as
duas Coreias, a China, os Estados
Unidos, o Japão e a Rússia.
Wi e Ri se reuniram na ilha indonésia de Bali em julho, que foi
seguida por uma reunião entre representantes dos Estados Unidos e
da Coreia do Norte em Nova York.
Mas, enquanto Pyongyang
quer a rápida retomada das conversações “sem precondições”, a
Coreia do Sul e os Estados Unidos exigem ações prévias efetivas em relação ao desarmamento e não apenas palavras.
“Não podemos seguir com as
conversações de seis partes quando o programa nuclear norte-coreano está instalado e em funcionamento”, disse Wi aos jornalistas
no mês passado, acrescentando
que era “muita ambição” esperar
que o fórum de países seja reaberto nos próximos meses.
A Coreia do Sul e os Estados
Unidos querem que Pyongyang
suspenda o programa de enriquecimento e tome “medidas concretas”
na direção da desnuclearização antes da retomada das negociações
envolvendo as seis partes.
Por outro lado, o líder norte-coreano, Kim Jong Il, prometeu, durante uma visita à Rússia no mês
passado, considerar uma moratória
nos testes nucleares e de mísseis
após a reabertura das negociações.
REGIME
*RYHUQRGR,rPHQ
mata 53 pessoas
Forças leais ao regime do Iêmen, entre elas francoatiradores,
mataram ontem pelo menos 27
pessoas, no segundo dia de enfrentamentos que sacodem a capital
do país, disseram médicos e autoridades do setor de segurança.
Isso eleva a 53 o número de manifestantes mortos pelo governo na
capital do Iêmen em apenas dois
dias de protestos. O rei da Arábia
Saudita, Abdullah, teve ontem
uma reunião com o presidente do
Iêmen, Ali Abdullah Saleh, que
se recusa a deixar o poder. Manifestantes apoiados por soldados
desertores tomaram uma base da
Guarda Republicana em Sanaa.
Mais de mil pessoas foram feridas
pela repressão nos dois dias.
Milhares de rebeldes, apoiados por desertores da 1ª Divisão
Blindada do Exército do Iêmen,
invadiram a base sem disparar
um único tiro, de acordo com testemunhas. Alguns na multidão
carregavam porretes e pedras.
Eles ergueram barricadas para se
protegerem dos tiros dos francoatiradores leais a Saleh. Os guardas
republicanos aparentemente fugiram e abandonaram suas armas.
A captura da base da Guarda
Republicana, embora não seja a
única instalação da força, teve
um forte simbolismo e pode marcar o começo do colapso do regime de 33 anos de Saleh.
“Foi inacreditável. Agimos
como se nós tivéssemos as armas e
não os soldados”, disse o manifestante Ameen Ali, que participou
da tomada da base. “Agora, o que
restou do regime vai desmoronar”,
disse outro manifestante, Mohammed al-Wasaby. “Os soldados leais
a Saleh apenas fugiram”, disse.
Pico de violência - Os dois
dias de enfrentamentos, nos quais
morreram 53 pessoas, representam o pico de violência mais grave nos últimos meses, à medida
que se intensifica a frustração nas
ruas pelo fato de o presidente não
deixar o poder, após 33 anos.
As autoridades disseram que
20 das 27 mortes de ontem ocorreram na rua Hayel, no centro
de Sanaa. Entre as vítimas fatais
estava uma menina, um adolescente de 14 anos e pelo menos
três soldados que desertaram e
se uniram aos manifestantes.
Reunião com Saleh - O rei
da Arábia Saudita Abdullah
teve ontem uma reunião com o
presidente iemenita e prometeu manter seu compromisso
para um Iêmen “estável, seguro e unificado”.
A agência estatal de notícias
da Arábia, SPA, informou que
o rei disse a Saleh esperar que
o povo iemenita supere a crise
atual. A SPA não deu mais detalhes sobre o encontro.
Além dos temores relacionados à radiação, a população e as
empresas japonesas tiveram de
lidar com cortes no fornecimento de energia durante o verão,
depois que mais de 30 dos 54
reatores nucleares foram desativados para passar por inspeções.
O primeiro-ministro Yoshihiko
Noda, que assumiu o cargo no início deste mês, disse que o Japão
vai reativar seus reatores assim
que eles passarem pelas inspeções
de segurança. Mas ele também disse que o país precisa reduzir sua
dependência na energia atômica
no longo prazo e explorar fontes
alternativas de energia, mas não
estipulou objetivos específicos.
Antes do acidente, 30% da
energia usada no país era produzida em usinas nucleares. O
Japão é um país pobre em recursos naturais, o que torna difícil o
longo processo para a conquista
de formas alternativas e viáveis
de produção de energia. O objetivo do governo antes do desastre era ampliar a construção de
usinas, para que 50% da energia
gerada, até 2030, viesse da matriz nuclear. Esse plano, contudo,
foi suspenso depois do desastre.
Mari Joh, uma mulher de 64
anos que viajou da cidade de Hitachi para coletar assinaturas para
uma petição pelo fechamento da
usina Tokai Daini, que fica perto
de sua casa, reconhece que a mudança de fonte de energia pode
demorar 20 anos. “Mas se o governo não agir decisivamente agora
para estabelecer um novo curso,
vamos manter o status quo”, disse
ele nesta segunda-feira “Eu quero usar energia natural, como a
solar, a eólica e biomassa.”
Antes da passeata, os manifestantes se reuniram no parque Meiji, para ouvir os oradores que falavam com o povo, dentre eles uma
mulher da cidade de Fukushima,
Reiko Muto, que se descreveu
como uma “hibakusha”, um termo sentimental usado para os sobreviventes das bombas atômicas
de Hiroshima e Nagasaki.
As pessoas que foram retiradas das redondezas da usina ainda não sabe quando ou se poderão voltar para suas casas.
Uma pesquisa feita pela Associated Press e pela empresa de pesquisas GFK mostrou que 55% dos
japoneses querem reduzir o número de reatores nucleares no país, enquanto 35% gostariam de deixar o
número praticamente estável. Quatro por centro querem o aumento
das usinas e 3% desejam a eliminação total desse tipo de energia.
O levantamento, que entrevistou 1.000 adultas entre 29
de julho e 10 de agosto, tem
margem de erro de 3,8 pontos
para mais ou para menos.
ESTADO PALESTINHO
Abbas espera situação ‘muito
difícil’ após pedido na ONU
O líder da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud
Abbas, disse ontem esperar uma
situação “muito difícil”, após ele
pedir que o Estado palestino se
torne membro pleno da Organização das Nações Unidas (ONU),
mais tarde nesta semana. Abbas
também falou que não será detido
em fazer o pedido formal na sextafeira, apesar das “enormes pressões” para retirar a demanda de
adesão e retomar as negociações
com Israel. Ontem, pouco antes de
partir para Nova York, o primeiroministro de Israel Benjamin Netanyahu pediu por uma reunião
com Abbas em Nova York. O comunicado do escritório de Netanyahu
diz que o premiê de Israel deseja
relançar as negociações diretas de
paz entre Israel e a ANP.
Falando a repórteres viajando com ele para Nova York, Abbas admitiu que está sob pressão
internacional pela campanha na
ONU, que enfrenta oposição de
Israel e dos Estados Unidos e divide a União Europeia.
“O povo palestino e sua liderança passarão por tempos muito
difíceis, após a aproximação palestina da ONU, através do Conselho de Segurança, para a transformação em membro pleno do
Estado palestino, nas fronteiras
de 1967, com Jerusalém Oriental
como sua capital”, afirmou ele.
Abbas deve apresentar o pedido na ONU na sexta-feira. Os
EUA são membros permanentes
do Conselho de Segurança da
ONU, com poder de veto, e já
prometeram derrubar a proposta. As negociações diretas entre
palestinos e israelenses estão
congeladas desde o ano passado. O presidente palestino se
disse favorável às negociações
com Israel mas afirmou que elas
precisam levar em conta dois fatores, a de que o futuro Estado
palestino tenha as terras designadas para os palestinos antes
de 1967 e que Israel suspenda
totalmente as construções nos
assentamentos de colonos israelenses nos territórios ocupados.
LÍBIA
ITÁLIA
Filho de
.DGD¿pYLVWR
em confronto
Duros confrontos ocorreram
ontem em Bani Walid, enquanto combatentes do novo regime
atacaram a cidade onde um dos
filhos de Muamar Kadafi, Seif
al-Islam, está vivendo, possivelmente com seu pai, segundo as
novas autoridades do país.
“Os revolucionários vieram a
Bani Walid esta manhã e se envolveram em uma dura batalha”,
disse Abdullah Kenshil, um graduado funcionário do Conselho
Nacional de Transição (CNT).
Kenshil disse que a batalha
por Bani Walid, uma das áreas sob
controle de forças leais a Kadafi, a
sudeste de Trípoli, deve ser encerrada nos próximos dois dias com a
vitória das forças do novo regime.
No domingo, as forças do CNT
tiveram de recuar após avançar
rumo a Bani Walid. Kenshil disse
que houve uma reação forte das
forças de Kadafi, completando
que há negociações em andamento para a retirada de cerca
de 50 mil civis da cidade.
O funcionário do CNT disse
que Seif al-Islam, o mais importante filho de Muamar Kadafi,
foi visto em Bani Walid. Segundo Kenshil, é provável que o pai
dele também esteja na cidade.
“Seif al-Islam foi visto em Bani
Walid, isso é 100% certo. Quanto
ao pai dele, ele deve estar lá também, nós temos 70% de certeza”,
disse Kenshil à France Presse.
Kadafi, seu filho Seif al-Islam e
o chefe de inteligência Abdullah
al-Senussi estão foragidos e são
procurados pelo Tribunal Penal
Internacional (TPI) por supostos
crimes contra a humanidade.
Abbas disse que mesmo que Israel concorde com as duas demandas, “nós iremos às Nações Unidas
porque não existem contradições
entre ir à ONU e negociar”.
Pressão - Segundo Abbas,
na semana passada houve uma
“enorme pressão para retomar as
negociações com Israel, a partir de
uma base nova”, mas as propostas
eram inaceitáveis para os palestinos. Obter a adesão plena à ONU,
contudo, é algo que precisa ser
aprovado por pelo menos 9 dos 15
membros do CS, e mesmo assim os
EUA, membros permanentes do
Conselho, disseram que vetarão
a adesão palestina Funcionários
do governo americano acreditam
que possivelmente outros 6 países
do CS votarão contra a adesão ou
se absterão. A delegação palestina
acredita que pelo menos 11 países
dos 15 votarão a favor da adesão.
Em Varsóvia, o ministro das
Relações Exteriores da Polônia,
Radek Sikorski, disse que a presidência da União Europeia (UE)
busca consenso sobre a questão
da independência palestina. A Polônia detém no momento a presidência rotativa do bloco europeu
Segundo ele, o apoio do bloco dependerá dos termos usados pelos
palestinos no pedido de adesão.
Comunicado de Netanyahu
- O primeiro-ministro de Israel
pediu ontem em Jerusalém por
uma reunião nesta semana em
Nova York com o presidente da
ANP, Mahmoud Abbas, para relançar as “negociações diretas”
de paz. “O primeiro-ministro
está interessado em uma reunião com o presidente da ANP
em Nova York”, disse o escritório
de Netanyahu em comunicado.
“Eu peço ao presidente da
ANP que abra negociações diretas em Nova York e que elas
sejam retomadas em Jerusalém e Ramallah”, diz o comunicado. Netanyahu viaja a Nova
York amanhã, terça-feira. No
domingo, ele disse que o pedido dos palestinos não será aceito e que no final a ANP buscará
as negociações diretas.
Audiência é retomada e
Berlusconi comparece
O primeiro-ministro da Itália,
Silvio Berlusconi, compareceu
ontem em um tribunal para a
retomada de um dos quatro processos judiciais contra ele. Berlusconi não fez declarações na
entrada, mas depois brincou com
jornalistas dentro da corte. “Estou bem, são vocês que parecem
mal”, disse. “Vocês estão com
umas caras feias”, disse Berlusconi aos jornalistas. Após duas horas de audiência, Berlusconi foi
embora sem falar com ninguém.
Berlusconi é acusado de subornar o advogado britânico David Mills para que este mentisse
no tribunal, na década de 1990,
a fim de proteger os interesses
financeiros do político, que é o
empresário mais rico da Itália.
Mills foi condenado em 2009 por
receber um suborno de US$ 600
mil, mas o veredicto foi revertido pela Suprema Corte da Itália
pelo fato de o caso ter prescrito.
O tribunal de Milão assistiu
ontem um vídeo com a testemunha da gerente de fundos suíça
Maria De Fusco, que teria pagado o suborno para Mills. O
tribunal também decidiu rejeitar o testemunho de 10 pessoas
convocadas pela defesa, alegando que os depoimentos são
“supérfluos”, informou a agência Ansa. O advogado de Berlusconi, Niccolò Ghedini, disse
que isso prejudicará a defesa.
“Eles eliminaram os testemunhos e por isso é impossível
nos defendermos”, afirmou.
Mills deverá depor em 24 de
outubro como testemunha da defesa, informou a agência Ansa. Além
do caso Mills, o premier enfrenta
mais um processo acusado de evasão fiscal e outro de ter pago para
fazer sexo com uma menor de 17
anos, Kharima el-Marough.
Além disso, o empresário Giampaolo Tarantini é acusado de ter
pago prostitutas para participarem
das festas de Berlusconi. Ele teria
pago mais de 30 mulheres entre
2008 e 2009. Tarantini, detido em
Nápoles, afirma que o premier não
sabia que ele pagava às mulheres
para que frequentassem as festas
nas suas mansões. As chamadas telefônicas grampeadas entre Berlusconi e Tarantini foram fartamente
divulgadas pela imprensa italiana.
CRIMINALIDADE
&ULPHVYLROHQWRVWrP
queda de 6% nos EUA
Os crimes violentos caíram 6%
nos Estados Unidos em 2010, na
quarta queda consecutiva ano a
ano, enquanto os crimes contra a
propriedade caíram pelo oitavo ano
seguido, 2,7% em 2010, informou
ontem o FBI, a polícia federal dos
EUA. Segundo o FBI, ocorreram em
2010 um total de 1,2 milhão de crimes violentos e cerca de 9 milhões
de crimes contra a propriedade.
O envelhecimento da população e as altas taxas de prisão
dos criminosos americanos estão ajudando a reduzir a criminalidade, disse James Alan Fox,
especialista em criminologia na
Universidade Northeastern.
Os assaltos a mão armada caíram 10%, os estupros tiveram queda de 5% e os homicídios caíram
mais de 4%. No caso dos crimes
contra a propriedade, houve queda em todas as categorias em 2010.
“A última coisa que devemos
fazer é sermos complacentes e
dizer ‘missão cumprida’, e então
transferir recursos para outras
áreas”, disse Fox. “Você não resolve o problema da criminalidade, ele é apenas controlável. Sem
policiamento e prevenção, a criminalidade voltará a subir”, afirmou.
10
Terça-feira, 20 de setembro de 2011
ARTES
ENTREVISTA
Evanescence retorna ao
Brasil com disco novo
Com novos integrantes, banda se apresenta no dia 2 de outubro no Rock in Rio
Jotabê Medeiros
Da Agência Estado
Depois de cinco anos recolhida
em sua casa, pintando telas figurativas, a diva do goth-rock Amy
Lee retorna no dia 2 aos palcos
no Rock in Rio com um novo disco
de sua multiplatinada banda, Evanescence, o primeiro desde “The
Open Door”, de 2006. Com novos
companheiros do palco (o guitarrista Terry Balsamo, o baixista Tim
McCord e o baterista Will Hunt), e
turbinada por um single que os fãs
já parecem ter aprovado (“What
You Want”), o grupo que já vendeu mais de 20 milhões de cópias
tenta retomar o fio da meada.
“Evanescence” (EMI Music),
a coleção de 12 canções novas do
Evanescence, chega às lojas no
dia 10 e traz realmente aquela
combinação de hard rock com
letras melodramáticas que milhares de fãs pelo mundo aprenderam a cantar a partir de 2003,
quando o grupo lançou o incontornável “Fallen” (17 milhões de
cópias vendidas e ao menos um
hit global, “Bring Me to Life”).
Mas, com o sucesso planetário,
começaram as desavenças. Algum
tempo depois do segundo disco,
Amy Lee, considerada geniosa por
ex-parceiros, demitiu por telefone
o guitarrista John LeCompt e o baterista Rocky Gray. LeCompt distribuiu comunicado dizendo que
não havia “lealdade” na banda e
que Amy era uma “inimiga”. Amy
Lee falou à reportagem na semana
passada sobre o novíssimo disco do
Divulgação
grupo e seu retorno ao Rock in Rio
(tocam no mesmo dia de Guns N’
Roses e System of a Down).
Você esteve no Rock in Rio Lisboa,
mas agora está vindo para o Rock in
Rio original. O que está achando?
Amy Lee - Fantástico! O rock é
tão vivo no Brasil, as pessoas são
tão vibrantes! Não decidimos ainda
quantas músicas do disco novo nós
tocaremos para os fãs brasileiros,
mas estou ansiosa para cantá-las aí.
É como se fosse um novo começo
para a gente. Eu me dei um tempo
para refletir, pesquisar. Nesse tempo, fiquei em casa, pintando. Minha
casa está forrada de quadros.
Você disse que o seu primeiro single,
a canção “What You Want”, é sobre liberdade e é endereçada aos fãs.
- (Risos) É sobre liberdade,
sobre o sentimento de superar os
medos. A canção tem uma mensagem objetiva: não tenha medo de
viver, faça o que for preciso para
ser feliz, tome o que você tem de
tomar. Todas as minhas músicas
estão conectadas com meus sentimentos, esse é o melhor jeito que
eu encontrei de me expressar.
A banda mudou inteiramente, você
é a única coisa que permanece. O que
garante aos fãs que ela tem as mesmas
motivações iniciais?
- Minha relação com o Evanescence é baseada num único
pressuposto: não ter medo de
fazer a música em que acredito. E não ter medo de fazer
tudo de novo, sempre.
ESPORTES
João Marcos Cavalcanti
MPB & outras
histórias
João Marcos Cavalcanti de Albuquerque é
advogado formado pela PUC, ex-secretário chefe
do gabinete de Cesar Maia, escritor bissexto e estudioso da MPB. [email protected]
Ramos e suas trapalhadas
E
m 1955 cursávamos o
Centro de Preparação
de Oficiais da Reserva.
Ramos era nosso colega do
primeiro ano de Infantaria,
um misto de desajeitado e
gozador. Sempre com o cabelo
grande, barba por fazer, farda
desengomada, marchando em
passo trocado, o que é imperdoável quando se serve ao
exército. Seu jeito e sua postura causavam-lhe sempre problemas. Os oficiais instrutores
não admitiam nenhum deslize
principalmente no trajar.
Certa vez Ramos foi tirado
de forma por um dos oficiais
instrutores dizendo: sr. Ramos essa sua farda está um
horror, está imunda, e esse
seu bibico todo amarrotado
(para quem não sabe é o boné
usado dentro do quartel) não
é um bibico, isso é uma flor. A
tropa toda riu e Ramos pegou
dois dias de cadeia.
De outra feita , estávamos
tendo aula de Comunicação.
Nosso instrutor dizia que na
C
U
Amy, a diva do goth-rock, é considerada geniosa
Atacante Neymar nega,
em coletiva, ter acordo
fechado e garante
permanência no Santos
Oposição quer audiência com Orlando Silva, representantes da AGU e da Fifa
O governo federal encaminhou ontem ao Congresso o projeto de lei chamado Lei Geral da
Copa, que conta com as regras
acertadas com a Fifa que valerão
durante a realização do Mundial
de 2014. Um dos 46 artigos determina que nos dias dos jogos da
competição, os estados e municípios que sediarão as partidas poderão decretar feriados em seus
territórios. Feriados locais em
dia de jogos também poderão ser
declarados por ocasião da Copa
das Confederações, em 2013.
A oposição já prometeu aprovar um pedido de audiência pú-
A
Pela primeira vez,
Ronaldinho chega
atrasado a treino do Fla e
sai com dores na perna
BRASILEIRÃO
Vasco festeja
melhora do técnico
e a liderança
Leonardo Maia
Da Agência Estado
Da Agência Estado
T
Desde janeiro nos EUA e fevereiro no Brasil, a caixa com o
lançamento integral de “Star Wars” em Blu-Ray já era o ti-ti-ti de
colecionadores. Em todo o mundo, foram vendidas antecipadamente,
pela internet, cerca de 250 mil unidades, que começaram a ser
entregues hoje. No Brasil, o número chegou a 20 mil.
Fluminense tenta “esquecer”
derrota para recuperar
embalo no jogo de amanhã
contra o Avaí
Lei Geral da Copa cria
polêmica no Congresso
blica com o ministro do Esporte,
Orlando Silva, além de representantes da Advocacia Geral da
União e da Fifa, para esclarecer
vários artigos da nova lei. E também anunciou que apresentará
emendas ao texto em relação à
meia-entrada e à proibição de se
levar cartazes e bandeiras para
os estádios nos jogos da Copa.
O texto, em seu artigo 32, diz
claramente que o preço dos ingressos será determinado pela Fifa.
Embora não haja nenhuma referência ao tema “meia-entrada”
no projeto de lei encaminhado ao
Congresso, ela está assegurada a
todos os idosos no País, com mais
de 60 anos, para todos os jogos. O
governo explicou que não havia
R
Star Wars sai em caixa com
nove discos e 40 horas de extras
FUTEBOL
Tânia Monteiro
segunda guerra mundial o
pombo correio foi muito usado para atravessar as linhas
inimigas levando mensagens
cifradas para os aliados.
Entretanto, havia um inconveniente. É que ele podia
ser capturado e a mensagem decifrada pelo inimigo.
Quando o tenente acabou a
aula, Ramos levantou a mão
e disse: Tenente, tenho uma
sugestão a fazer. A turma entreolhou-se, houve silêncio
e todos pensaram: Lá vem
besteira. Ramos reassumiu a
palavra e vaticinou. “Tenente
o problema pode ser resolvido de maneira simples. Se fizermos o cruzamento de uma
pomba com um papagaio,
criaríamos uma nova espécie
de ave que chamaríamos Pongaio e assim a mensagem não
correria risco. O Pongaio chegaria a seu destino e falaria
a mensagem. Em caso de ser
capturado seria treinado para
ficar mudo. Resultado: Ramos pegou dez dias de cadeia.
necessidade de citar explicitamente o tema porque existe uma
lei em vigor e ela não foi revogada.
Em relação à meia-entrada
para os estudantes, vale a mesma
regra Este tema não é contemplado em nenhuma legislação
federal e, portanto, valerão as
leis estaduais ou municipais. Portanto, se a Fifa quiser derrubar
o benefício para os estudantes,
terá de se entender diretamente
com os prefeitos e governadores.
O governo federal não vai entrar
nesta discussão polêmica.
A oposição, no entanto, contesta
a atuação do governo. O deputado
Otavio Leite (PSDB-RJ) anunciou
que vai apresentar emenda ao texto
para que esta questão da meia-en-
trada “fique explícita”, para “não
gerar conflito jurídico”. “Uma entidade estrangeira não pode impor a
um país restrições que vão contra
nossas tradições, usos e costumes”,
reclamou o parlamentar.
Outro ponto que irá gerar polêmica e que a oposição já anunciou que apresentará emenda ao
texto original é em relação ao artigo 34, que define que as pessoas
que se dirigirem aos estádios têm
de “consentir com a revista pessoal de prevenção e segurança”
e não podem “portar ou ostentar cartazes, bandeiras, símbolos
ou outros sinais com mensagens
ofensivas, de caráter racista, xenófobo ou que estimule outras
formas de discriminação”.
Ontem foi dia de festa para os
vascaínos. Além da liderança no
Campeonato Brasileiro, jogadores
e torcedores do clube se sentiam
aliviados com a melhora do técnico Ricardo Gomes - recuperandose de um Acidente Vascular Encefálico, ele teve seu primeiro dia
em casa depois de sair do hospital,
onde ficou três semanas internado.
“Na quinta-feira devo visitá-lo.
As notícias seguem sendo as melhores possíveis. Ele vem dando continuidade ao trabalho que já estava
sendo feito no hospital. A família
disse que ele está com excelente
humor e responde bem aos traba-
lhos e aos estímulos”, contou o médico Fábio Miranda, que acompanhou Ricardo Gomes durante sua
internação no Hospital Pasteur.
O médico disse que os movimentos do lado direito do treinador do Vasco estão melhorando a
cada dia, assim como a fala, e ele
está completamente lúcido e com
raciocínio claro. Existe, inclusive,
a possibilidade de Ricardo Gomes retomar suas atividades normais num futuro próximo.
Como se vê, motivos não faltam
para o elenco vascaíno estar com a
confiança em alta e menos preocupado com seu comandante. Nesse
espírito, a equipe iniciou a preparação para encarar o Atlético-GO,
na quinta-feira, em São Januário.
BOTAFOGO
GUADALAJARA
Atletismo dá início à aclimatação
do Brasil para disputa do Pan
A pouco menos de um mês
do início dos Jogos Pan-Americanos, o Brasil começa a se aclimatar à altitude e às condições
climáticas de Guadalajara. Três
brasileiros da equipe de atletismo já estão em solo mexicano se
preparando para Pan, que terá
início no dia 14 de outubro.
Na noite deste domingo,
chegaram ao México Cisiane Lopes, da maratona, Erica
Sena, da marcha atlética, e
Jean Carlo da Silva, escalado
para os 400m e os revezamentos 4x100m e 4x400m. Eles já
estão em San Luis Potosi, cidade que fica a 1.900 metros de
altitude, onde realização período de adaptação no Centro
Esportivo La Loma. Ali também farão a aclimatação as
equipes brasileiras de triatlo,
natação e tae kwon do.
Amanhã chegam a San Luis
de Potosi outros quatro atletas
do Brasil: Joilson da Silva e Leandro Prates, ambos fundistas do
atletismo, e os triatletas Bruno
Matheus e Pamela Nascimento.
Na quinta, aterrissa o restante da
equipe de triatlo, com Reinaldo
Colucci, Diogo Martins, Flavia
Fernandes e Carla Moreno.
A seleção feminina de handebol e a equipe de tênis de
mesa, que desembarcam no dia
7 de outubro no México, serão
os primeiros membros da delegação brasileira a chegar a
Guadalajara. O Pan acontecerá
entre os dias 14 e 30 de outubro e a meta do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) é usar
a competição para classificar
o maior número possível de
atletas aos Jogos Olímpicos de
Londres, no ano que vem.
Caio Júnior já
projeta ‘decisão’
O Botafogo tem jogo importante com o Grêmio, na quinta-feira,
no Estádio Olímpico, em Porto Alegre. Mas o técnico Caio Júnior não
demonstra muita preocupação. O
foco do treinador botafoguense parece já estar voltado para o duelo
de domingo contra o São Paulo, no
Engenhão, pelo Brasileirão.
Apesar de temeroso, o comportamento de Caio Júnior tem explicação. Ele entende que o jogo
contra o vice-líder São Paulo vai
ajudar a definir muita coisa na
disputa pelo título brasileiro. E,
por isso mesmo, pede a presença
maciça da torcida no estádio para
empurrar o time do Botafogo.
“Domingo é decisão, final
mesmo. Desde já convoco o nosso torcedor a encher o Engenhão.
Vamos ter um confronto direto
contra o São Paulo, que será o primeiro de uma série de decisões”,
disse Caio Júnior.
Mas Caio Júnior também mostrou atenção ao rival mais imediato. “Vamos enfrentar um adversário que vem de uma derrota difícil
por 4 a 0”, analisou o técnico.
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Dólar avança 2,54% e já é cotado a R$ 1,774