1 FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO JAERCIO ALEX SILVA BARBOSA VARIÁVEIS EXPLICATIVAS DA INTERNACIONALIZAÇÃO DE FRANQUIAS BRASILEIRAS – UM ESTUDO CAUSAL À LUZ DAS TEORIAS DA AGÊNCIA E DA ESCASSEZ DE RECURSOS SÃO PAULO 2010 2 JAERCIO ALEX SILVA BARBOSA VARIÁVEIS EXPLICATIVAS DA INTERNACIONALIZAÇÃO DE FRANQUIAS BRASILEIRAS – UM ESTUDO CAUSAL À LUZ DAS TEORIAS DA AGÊNCIA E DA ESCASSEZ DE RECURSOS Dissertação de Mestrado apresentada à Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas, como requisito para obtenção do título de Mestre em Administração de Empresas. Campo de Conhecimento: Estratégia Empresarial Orientador: Prof. Dr. Fábio Luiz Mariotto SÃO PAULO 2010 3 Barbosa, Jaercio. Variáveis explicativas da internacionalização de franquias brasileiras – um estudo causal à luz das teorias da Agência e da Escassez de Recursos / Jaercio Barbosa. - 2010. 108 f. Orientador: Fábio Luiz Mariotto Dissertação (mestrado) - Escola de Administração de Empresas de São Paulo. 1. Franquias (Comércio varejista) -- Brasil. 2. Empresas multinacionais -- Brasil. I. Mariotto, Fábio Luiz. II. Dissertação (mestrado) - Escola de Administração de Empresas de São Paulo. III. Título. CDU 658.86/.87(81) 4 JAERCIO ALEX SILVA BARBOSA VARIÁVEIS EXPLICATIVAS DA INTERNACIONALIZAÇÃO DE FRANQUIAS BRASILEIRAS – UM ESTUDO CAUSAL À LUZ DAS TEORIAS DA AGÊNCIA E DA ESCASSEZ DE RECURSOS Dissertação de Mestrado apresentada à Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas, como requisito para obtenção do título de Mestre em Administração de Empresas. Campo de Conhecimento: Estratégia Empresarial Orientador: Prof. Dr. Fábio Luiz Mariotto Data da Aprovação: 26\02\2010 Banca Examinadora: ________________________________ Prof. Dr. Fábio Luiz Mariotto (Orientador) FGV-EAESP ________________________________ Prof. Dr. Tales Andreassi FGV-EAESP ________________________________ Prof. Dr. João Mauricio Gama Boaventura Universidade de São Paulo 5 Dedico este trabalho aos meus pais, que sempre ensinaram que a educação é um dos bens mais preciosos do ser humano, e a Núbia, minha segunda mãe. 6 AGRADECIMENTOS Gostaria de deixar aqui registrado os meus agradecimentos a uma série de pessoas cujo envolvimento no trabalho foi fundamental para a sua consecução. Ao meu orientador, Prof. Fábio Mariotto, pela sabedoria e paciência na orientação e também pelas inúmeras críticas construtivas que permitiram meu crescimento pessoal e acadêmico. Ao Prof. Tales Andreassi, pelas importantes sugestões efetuadas por ocasião do exame de qualificação. Aos meus colegas e amigos do mestrado - Batista Gigliotti, Leon Chant, Bruno Rondani e Fernando Ruiz que tanto me ensinaram nos muitos trabalhos em equipe e nas muitas conversas de corredor. Ao meu amigo Paulo Grigorovski por suas inúmeras dicas e incentivos para a conclusão da dissertação. Aos meus irmãos que estavam na torcida pela conclusão de mais esta etapa em minha vida. A minha futura esposa, Sirleia Fabicha e ao meu filho Gustavo que sempre me apoiaram em meus projetos. E finalmente agradeço ao meu Deus que sempre esteve comigo em cada momento da minha vida. 7 RESUMO Este trabalho objetiva entender o processo de internacionalização de franquias brasileiras, fenômeno de importância teórica e prática, através do estudo do grau de associação entre uma série de variáveis organizacionais e a internacionalização de franquias. Para tanto efetuou-se uma revisão bibliográfica visando colher subsídios para a formulação de onze hipóteses envolvendo às variáveis acima mencionadas. Tais hipóteses foram testadas a partir de dados provenientes de 293 franquias que participaram da publicação - 500 Franquias para Você Investir edição 2009/10. O estudo adotou como base teórica principal às teorias da Agência e da Escassez de Recursos. Os resultados obtidos apontam para a não existência de correlação das variáveis crescimento do faturamento e do número de unidades ano contra ano e a internacionalização de franquias, indicando que um crescimento interno acentuado diminui as vantagens relativas de se internacionalizar. Argumentos semelhantes podem ser utilizados para explicar a não correlação entre as variáveis financeiras e o processo de internacionalização. A variável faturamento apresentou uma correlação significativa com a internacionalização, o que sugere que o acúmulo de recursos permite desenvolver novos e mais efetivos mecanismos de controle, permite o acesso a novos e mais baratos mecanismos de financiamento e dá um indicativo importante da razoável exploração dos mercados internos e necessidade de busca de novos mercados. Contudo, foram as variáveis idade da empresa e número de unidades franqueadas as características com maior poder explicativo no estudo, o que revela comportamentos peculiares do mercado brasileiro como uma baixa diferença entre o tempo de fundação da empresa e da entrada no sistema de franquias e a opção por crescer através de franquias ao invés de unidades próprias, mais rentáveis, mesmo quando a franquia atinge a maturidade. 8 ABSTRACT This study aims to understand the internationalization process of Brazilian franchises, a phenomenon of theoretical and practical importance, by studying the degree of association between a number of organizational variables and the internationalization of franchising. To this end we performed a literature review aimed at garnering support for the formulation of eleven hypotheses involving the variables mentioned above. These hypotheses were tested using data from 293 franchises that participated in the publication - 500 Franquias Para Você Investir, edition 2009/10. The study adopted two main theories as a theoretical basis– the Agency Theory and Resource Scarcity Theory. The results indicate that there is no correlation between the variables revenue growth and the number of units growth and the internationalization, indicating that a strong internal growth decreases the relative merits of internationalization. Similar arguments can be used to explain the lack of correlation between financial variables and the process of internationalization. The variable income was significantly correlated with internationalization, which suggests that the accumulation of resources allows to develop new and more effective control mechanisms, allows access to new and cheaper funding mechanisms and give an important indication of the reasonable exploration of internal markets and need to search for new markets. However, were the variables age of the company and number of franchised units the variable that shown more explanatory power in the study. This reveals peculiar behavior of the Brazilian market as a low difference between the time of the founding of the company and entry into the franchise system and the option to grow through franchising instead of its own units, more profitable, even when the franchise network reaches maturity. 9 LISTA DE SIGLAS ABF - Associação Brasileira de Franchising APEX - Agência de Promoção de Exportação e Investimentos BACEN - Banco Central do Brasil CNAE - Classificação Nacional de Atividades Econômicas FLAF - Federação Latino-Americana de Franchising IFA - International Franchise Association MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil 10 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Evolução do número de redes de franquias no Brasil (2001-2008).........15 Gráfico 2 - Evolução do Faturamento do setor de Franquias (2001-2008)................15 Gráfico 3 - Boxplot Idade da Empresa........................................................................72 Gráfico 4 - Boxplot Prazo Médio de Retorno..............................................................72 Gráfico 5 - Boxplot Prazo Taxa de Franquia..............................................................72 Gráfico 6 - Boxplot Capital Inicial...............................................................................73 Gráfico 7 - Boxplot Número de Unidades Franqueadas.............................................73 Gráfico 8 - Boxplot Número de Unidades Próprias....................................................73 11 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Estudos sobre franchising e empreendedorismo no Brasil.......................26 Tabela 2 - Principais pressupostos e previsões sobre franchising pela Teoria da Agência e da Escassez de Recursos...................................................29 Tabela 3 - Evolução do franchising............................................................................31 Tabela 4 - Definições de franchising..........................................................................33 Tabela 5 - Pesquisas sobre internacionalização de franquias...................................48 Tabela 6 - Literatura relacionada com variáveis selecionadas para análises da opção de expansão por meio de franquias...............................................50 Tabela 7 - Resumo dos principais trabalhos que relacionam variáveis com o processo de internacionalização de franquias......................................56 Tabela 8 - Ramo de atividade....................................................................................61 Tabela 9 - Tempo no sistema de franquias e idade da empresa...............................61 Tabela 10 - Média do número de unidades franqueadas / próprias e faturamento..........................................................................................62 Tabela 11 - Taxa de franquia, capital inicial, prazo médio de retorno e faturamento..........................................................................................62 Tabela 12 - Aumento do faturamento em %, aumento do nº unidades em % internacionalizadas........................................................................63 Tabela 13 - Principais destinos..................................................................................63 Tabela 14 - Qualidade da rede...................................................................................64 Tabela 15 - Medidas Resumo.....................................................................................71 Tabela 16 - Estimativas do modelo de regressão logística........................................74 Tabela 17 - Internacionalizada observada versus predita..........................................76 Tabela 18 - Medidas Resumo_2.................................................................................77 Tabela 19 - Estimativas do modelo de regressão logística_2....................................77 Tabela 20 - Resumo dos Resultados.........................................................................78 12 SUMÁRIO 1 - INTRODUÇÃO......................................................................................................14 1.2 PROBLEMA DE PESQUISA............................................................................17 1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA............................................................................17 1.4 JUSTIFICATIVA...............................................................................................18 1.5 HIPÓTESES.....................................................................................................19 1.6 PRESSUPOSTOS CONCEITUAIS..................................................................20 1.7 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA.......................................................................22 1.8 ESTRUTURA DO TRABALHO........................................................................22 CAPITULO 2 - FRANQUIAS E O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO......24 2.1 ENTENDENDO AS ESPECIFICIDADES DAS FRANQUIAS..........................24 2.1.1 As franquias e a Teoria da Escassez de Recursos.............................26 2.1.2 As franquias e a Teoria da Agência......................................................28 2.1.3 Entendo melhor o conceito e a operação das franquias....................30 2.2 O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS NO GERAL E DE FRANQUIAS..........................................................................37 2.2.1 O processo de internacionalização das empresas..............................37 2.2.2 O processo de internacionalização de franquias.................................40 2.2.2.1 Opção por franquias........................................................................42 2.2.2.2 Determinantes e barreiras do processo de internacionalização.........................................................................44 2.2.2.3 Direção do processo de internacionalização de franquias.........46 13 CAPITULO 3 - VARIÁVEIS ASSOCIADAS À INTERNACIONALIZAÇÃO..............49 3.1 IDADE DA EMPRESA E DA OPERAÇÃO POR FRANQUIAS........................51 3.2 TAMANHO DA EMPRESA - QUANTIDADE TOTAL DE LOJAS E DE UNIDADES FRANQUEADAS...................................................................51 3.3 DISPERSÃO GEOGRÁFICA...........................................................................52 3.4 CRESCIMENTO DA EMPRESA NO MERCADO DOMÉSTICO.....................53 3.5 TAXA DE FRANQUIA E CAPITAL INICIAL.....................................................53 3.6 SETOR DE ATUAÇÃO....................................................................................54 3.7 OUTRAS VARIÁVEIS......................................................................................54 3.8 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE OS ESTUDOS APRESENTADOS........55 CAPITULO 4 - METODOLOGIA................................................................................57 4.1 NATUREZA E MÉTODOS DE PESQUISA......................................................57 4.2 FONTES DE INFORMAÇÃO...........................................................................58 4.3 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA E REPRESENTATIVIDADE..................60 4.3.1 Variáveis relacionadas à natureza e idade do negócio.......................61 4.3.2 Variáveis relacionadas ao tamanho da empresa.................................62 4.3.3 Variáveis financeiras..............................................................................62 4.3.4 Variáveis relacionadas ao crescimento do negócio............................62 4.3.5 Outras informações................................................................................63 4.4 HIPÓTESES E VARIÁVEIS.............................................................................64 4.4.1 Hipóteses relacionadas à natureza e idade do negócio: ramo de atividade, tempo no sistema de franquias e idade da empresa..............................................................................................65 4.4.2 Hipóteses relacionadas ao tamanho da empresa................................66 14 4.4.3 Hipóteses relacionadas a variáveis financeiras..................................67 4.4.4 Hipóteses relacionadas ao crescimento do negócio..........................67 4.5 PROCEDIMENTOS ESTATÍSTICOS..............................................................68 CAPITULO 5 - APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS..........................................70 5.1 MEDIDAS RESUMO........................................................................................71 5.2 REGRESSÃO LOGÍSTICA..............................................................................74 5.3 ANÁLISE DA BASE DAS 260 FRANQUIAS NÃO INTERNACIONALIZADAS X 33 INTERNACIONALIZADAS.......................................................................76 5.3.1 Medidas resumo......................................................................................76 5.3.2 Regressão logística................................................................................77 CAPITULO 6 - CONCLUSÕES..................................................................................79 CAPITULO 7 - LIMITAÇÕES E SUGESTÕES PARA ESTUDOS FUTUROS..........83 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................84 APÊNDICE.................................................................................................................99 14 1 - INTRODUÇÃO Em 2006, o volume de investimentos diretos efetuados do Brasil para o exterior foi, pela primeira vez na história, maior do que o de investimentos recebidos (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2007). Essa marca colocou o Brasil na 12ª posição no ranking dos maiores investidores do mundo, superando países como Austrália, China, Rússia e Suécia. Um dos modelos de negócios que possui maior potencial para sustentar esse crescimento, pela sua importância na economia do país e pelo aumento no número de empresas internacionalizadas, é o setor de franquias. O modelo de negócios baseado em franquias tem aumentado a sua relevância econômica e acadêmica ao redor do mundo. Os negócios baseados em franquias correspondem por mais de 40% do varejo americano e são um elementochave na expansão de empresas americanas e europeias para outros países (COMBS, MICHAEL, CASTROGIOVANNI, 2004). Existem mais de um milhão de franquias ao redor do mundo (MICHAEL, 2003, p.267). A popularização da franquia, como uma estratégia de entrada de varejistas em mercados internacionais, gerou, ao longo dos últimos dez anos, diversos trabalhos acadêmicos, que procuravam entender os múltiplos aspectos e singularidades desse modelo de negócios aplicados à internacionalização (QUINN, ALEXANDER, 2002). No Brasil, as franquias também possuem uma importância estratégica para a economia do país. Segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), o setor atingiu em 2008 um faturamento de 55 bilhões de reais, com um crescimento de 19,5% em relação a 2007, gerou mais de três milhões de empregos diretos e indiretos e fez do mercado brasileiro o 3º mercado mundial de franquias. Os gráficos 1 e 2 mostram a evolução do setor entre os anos de 2001 e 2008 e comprovam a tendência de crescimento tanto em número de redes quanto em faturamento. 15 Gráfico 1 - Evolução do número de redes de franquias no Brasil (2001-2008). Fonte: ABF- Associação Brasileira de Franchising. Gráfico 2 - Evolução do Faturamento do setor de Franquias (2001-2008). Fonte: ABF - Associação Brasileira de Franchising. 16 No mercado internacional, o modelo de franquias brasileiras começa a ser adotado, devido à força conquistada por essas franquias no mercado interno. As marcas nacionais de franquias estão acelerando sua internacionalização. Nos últimos anos, a internacionalização das franquias brasileiras cresceu em número de marcas e diversidade de destinos. Em 2008, segundo a ABF, existem aproximadamente 59 marcas brasileiras atuando em 43 países, contra 35 marcas em 2006 - uma expansão de mais de 60%. Um elemento potencializador desse fenômeno foi a renovação do acordo entre a ABF e a APEX-Brasil, (2009/10), para a internacionalização de franquias. Esse acordo permite que as diferentes redes tenham suporte operacional e financeiro no processo de expansão para o mercado internacional. O peso crescente das franquias nos mercados nacionais e internacionais vem atraindo pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento da administração. Entre os anos de 1998-2007, foram publicados 24 trabalhos nacionais sobre o franchising, se levantados apenas aqueles vinculados ao website da Anpad (2007), sendo 16,6% desses ligados a internacionalização de franquias (MELO, ANDREASSI, 2008). A abordagem qualitativa é a mais utilizada nos estudos. Contudo, a utilização de métodos quantitativos representa uma parte importante dos trabalhos publicados - em cerca de 42% desses, há emprego de surveys. Como referência, esse número é de 62% em artigos internacionais (MELO, ANDREASSI, 2008). Contudo, mesmo internacionalmente, existem lacunas em aspectos-chaves, como: os motivos por trás da internacionalização, os caminhos escolhidos pelas empresas e os tipos de métodos de entrada utilizados (QUINN, ALEXANDER, 2002, p.274). O tema mais marcante dos estudos internacionais é a relação dos conceitos do franchising com as teorias econômicas, como a Teoria da Agência, Custos de Transação, Resource Based View e Escassez de Recursos, que representam 38% dos trabalhos. Essas temáticas podem indicar novos caminhos, aos pesquisadores brasileiros, na busca de estudos mais sistemáticos sobre o sistema de franchising (MELO, ANDREASSI, 2008). 17 No contexto apresentado, o estudo de variáveis organizacionais que podem ajudar a entender e prever o fenômeno da internacionalização de franquias, à luz das teorias da Escassez de Recursos e da Agência, apresentam-se como um tema relevante tanto economicamente quanto academicamente, podendo ajudar os agentes econômicos - governo, entidades de fomento e empresas no processo de decisão de investimento e definições estratégicas relacionadas ao tema. Academicamente, propiciam novos ângulos para entendimento, análise e explicação do fenômeno de internacionalização, não só das franquias, mas das empresas em geral. 1.2 PROBLEMA DE PESQUISA As seguintes perguntas básicas refletem o problema de pesquisa a ser analisado neste trabalho: - Que variáveis poderiam explicar o processo de internacionalização de franquias brasileiras e qual o poder explicativo dessas variáveis? - Como estas variáveis podem ajudar a entender as teorias da Agência e da Escassez de Recursos? 1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA O principal objetivo da pesquisa é encontrar variáveis explicativas do processo de internacionalização de franquias brasileiras e como essas variáveis ajudam a explicar ou a contestar as teorias da Agência e da Escassez de Recursos. Os objetivos secundários são: 18 - Análise longitudinal dos principais trabalhos acadêmicos (quantitativos e qualitativos), nacionais e internacionais, publicados sobre o tema; - Entendimento das diferenças no processo de internacionalização das franquias, comparativamente com as empresas em geral; 1.4 JUSTIFICATIVA O trabalho se justifica pela importância acadêmica e econômica do tema. Academicamente, existem lacunas que devem ser preenchidas, como defendem os autores abaixo: • Mesmo internacionalmente, ainda existem lacunas em aspectos-chaves, como: os motivos por trás da internacionalização, os caminhos escolhidos pelas empresas e os tipos de métodos de entrada utilizados (QUINN, ALEXANDER, 2002, p.274). • A disciplina carece de paradigmas, escondendo suposições e variando normas metodológicas tornando a literatura, particularmente, complicada de se analisar e sintetizar (COMBS, MICHAEL, CASTROGIOVANNI, 2004). • Teoria da Agência, Custos de Transação, Resource Based View e Escassez de Recursos são temáticas que podem indicar novos caminhos aos pesquisadores brasileiros na busca de estudos mais sistemáticos sobre o sistema de franchising (MELO, ANDREASSI, 2008). Empresarialmente, as franquias representam uma parte importante do Produto Interno Bruto (PIB) das principais economias do mundo, incluindo a brasileira, o que torna o tema relevante no contexto internacional e no país. Elas: • Respondem por mais de 40% do varejo americano e são um elemento-chave na expansão de empresas americanas e europeias para outros países; 19 • No Brasil, as franquias possuem uma importância estratégica para a economia do país (ABF); • O setor atingiu, em 2008, um faturamento de 55 bilhões de reais (Crescimento de 19,5% sobre 2007); • O mercado brasileiro é o 3º mercado mundial de franquias (ABF); • Existiam 59 marcas atuando em 43 países diferentes em 2009 (em 2006 eram 35); • Renovação do acordo da ABF – APEX para incentivo à exportação (2009/10). 1.5 HIPÓTESES Com base na revisão da literatura e no modelo conceitual do estudo, 11 hipóteses foram formuladas. A formulação dessas hipóteses foi estabelecida em consonância ao objetivo principal do trabalho, ou seja, o estabelecimento de relações entre a variável dependente (empresa internacionalizada ou não) e a variável independente (aspectos organizacionais relacionados à internacionalização). As hipóteses foram agrupadas em 4 tipos, levando-se em conta a proximidade conceitual entre elas: relacionadas à natureza e idade do negócio; relacionadas ao tamanho do negócio; relacionadas às variáveis financeiras; e relacionadas ao crescimento da empresa. - Hipóteses relacionadas à natureza e idade do negócio: ramo de atividade, tempo no sistema de franquias e idade da empresa Hipótese 1: Existe correlação entre o setor de atividade econômica e internacionalização. Hipótese 2: Existe correlação positiva entre idade da abertura da primeira loja franqueada e a internacionalização. Hipótese 3: Existe internacionalização. correlação positiva entre a idade da empresa e a 20 - Hipóteses relacionadas ao tamanho da empresa Hipótese 4: Existe correlação positiva entre o número de lojas franqueadas e a internacionalização. Hipótese 5: Existe correlação positiva entre o número de lojas próprias e a internacionalização. Hipótese 6: Existe correlação positiva entre o faturamento da rede e a internacionalização. - Hipóteses relacionadas a variáveis financeiras Hipótese 7: Existe correlação negativa entre taxa de franquia e internacionalização. Hipótese 8: Existe correlação negativa entre o capital inicial necessário para constituir o negócio e a internacionalização. Hipótese 9: Existe correlação negativa entre o prazo médio de retorno e a internacionalização. - Hipóteses relacionadas ao crescimento do negócio Hipótese 10: Existe correlação positiva entre o crescimento do faturamento da rede e a internacionalização. Hipótese 11: Existe correlação positiva entre o crescimento em número de franquias e a internacionalização. 1.6 PRESSUPOSTOS CONCEITUAIS No presente trabalho, a base de dados para a análise das hipóteses foi obtida da publicação 500 Franquias para Você Investir, edição 2009-2010, publicada na revista Pequenas Empresas Grandes Negócios, onde foram trabalhadas apenas as informações das 293 franquias consideradas como as melhores do Brasil pela publicação. 21 Entre as 293 franquias citadas, foram identificadas 33 empresas que se internacionalizaram, sendo consideradas como internacionalizadas, as empresas que se encontram no último estágio do modelo de internacionalização preconizado pela escola de Uppsala, que afirma existir um envolvimento gradual das operações, resumidos em quatro diferentes estágios: 1) atividades de exportação não-regulares; 2) exportação via representação independente (agentes); 3) subsidiárias de vendas; e 4) produção/ manufatura. Dessa forma, a variável internacionalizada diz respeito às empresas brasileiras que possuem, pelo menos, uma unidade fora do país de origem. Outro constructo importante para este trabalho é o de franquias. Foi adotada a definição vigente na legislação brasileira – Lei federal no. 8.955 de 15 de Dezembro de 1994, que diz: Franquia empresarial é o sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício. Outros dois elementos conceituais importantes para o desenvolvimento do trabalho é o da teoria da Escassez de Recursos e o da Teoria da Agência. A teoria da Escassez de Recursos teve seu nome cunhado por Carney e Gedajlovic (1991), foi concebida conceitualmente por Oxenfeldt e Kelly (1969) e tenta explicar a existência do sistema de franchising, mediante a resposta à pergunta: Por que uma empresa iria abrir mão de uma considerável parcela de sua rentabilidade para um terceiro? A Teoria da Agência, originalmente proposta por Jensen e Meckling (1976), procura examinar os potenciais conflitos de interesse entre acionistas e gestores, tendo em vista a separação entre propriedade e gestão observada nas modernas corporações. Além da abordagem tradicional envolvendo acionistas e gestores, a 22 Teoria da Agência também incorpora os conflitos entre acionistas e credores e entre acionistas majoritários e acionistas minoritários. As diversas abordagens analisam a possível expropriação da riqueza do principal pelo agente, dada a existência de conflitos de interesses motivados pela maximização de diferentes necessidades. A Teoria da Agência percebe o franchising como um mecanismo para melhorar o alinhamento entre os incentivos da empresa e dos diferentes pontos de venda. 1.7 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA No Brasil, existem 1397 redes de franquias, dessas 577 responderam à pesquisa da publicação 500 Franquias para Você Investir. De forma complementar, o levantamento de informações das franquias que se internacionalizaram, realizado neste trabalho, gerou 59 franquias, sendo encontradas 53 na publicação e dessas, 33 estão entre as 293 Melhores Franquias do País. As empresas foram divididas em internacionalizadas e não internacionalizadas e caracterizadas, de acordo com as variáveis que foram testadas nas hipóteses, agrupadas em 4 tipos: relacionadas à natureza e idade do negócio; relacionadas ao tamanho do negócio; relacionadas às variáveis financeiras; e relacionadas ao crescimento da empresa. 1.8 ESTRUTURA DO TRABALHO A fim de se atingir os objetivos propostos, o presente trabalho está estruturado em 7 capítulos. O Capítulo 1, já exposto, apresenta o contexto geral em que o estudo esta inserido, bem como introduz o problema de pesquisa a ser analisado. Os capítulos 2 e 3 referem-se à revisão bibliográfica. O capítulo 2, de cunho mais generalista, é dividido em dois itens. O primeiro item aprofunda o fenômeno das franquias, procurando entender, a partir dos principais estudos realizados sobre 23 o tema, quais são as teorias que explicam as especificidades desse tipo de empresa que poderiam impactar em seu processo de internacionalização. Neste item, é dada especial ênfase às teorias da Agência e da Escassez de Recursos. O segundo item foca em entender o fenômeno da internacionalização – das empresas em geral e especificamente das franquias. Neste item, enfatizam-se os elementos diferenciadores do processo de internacionalização das franquias e não franquias. O capítulo 3 discute os trabalhos nacionais e internacionais que tratam especificamente das variáveis explicativas do processo de internacionalização. Como existem muitos pontos comuns entre a expansão internacional e a expansão dentro das fronteiras do país de origem, o capítulo também procura apresentar estudos que abordam esse aspecto. O Capítulo 4 trata dos aspectos metodológicos adotados no estudo, estando subdividido em quatro itens: o item 1, relata as fontes de informação que serviram como base para o trabalho; o item 2, dedica-se a caracterizar a amostra de empresas utilizadas no trabalho; o item 3, discorre sobre as hipóteses do estudo e as variáveis sobre as quais as hipóteses estão relacionadas; e finalmente, o item 4, apresenta os procedimentos estatísticos utilizados. No Capítulo 5, são apresentados os resultados da análise da base de dados; já o Capítulo 6 trata das conclusões; e, finalmente, o Capítulo 7 trata das recomendações e principais limitações do estudo. 24 CAPITULO 2 - FRANQUIAS E O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO Este Capítulo tem como objetivo aprofundar os fundamentos pelos quais as hipóteses desse estudo foram geradas. Para isso, foram levantados os principais estudos e teorias sobre franquias e internacionalização. Discutem-se, em um primeiro momento, os principais conceitos relacionados à diferenciação das franquias dos outros tipos de negócios, enfocando nas teorias da Agência e da Escassez de Recursos. As duas teorias parecem melhor explicar por que as franquias podem ser consideradas como um modelo de negócios com características singulares merecendo ser estudadas de forma distinta de outros tipos de negócios. Num segundo momento, apresentam-se os principais estudos sobre internacionalização, divididos em internacionalização de empresas em geral e das franquias, buscando destacar os elementos diferenciadores do processo de internacionalização das franquias dos diferentes modelos de negócios. 2.1 ENTENDENDO AS ESPECIFICIDADES DAS FRANQUIAS O sistema de franchising gera impactos expressivos na economia e é um elemento importante na internacionalização de empresas. Segundo Hoy, Stanworth e Purdy (2000); Combs e Ketchen Jr. (2003); Combs, Michael e Castrogiovanni (2004), as vendas por meio do sistema de franchising representam 40% das vendas no varejo nos Estados Unidos que, por intermédio de 760.000 unidades franqueadas, movimentam US$ 1,53 trilhão/ano na economia. Combs, Michael e Castrogiovanni (2004) afirmam que as franquias são um elemento-chave na expansão de empresas americanas e europeias para outros países - existem mais de um milhão de franquias ao redor do mundo (MICHAEL, 2003, p.267). Segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), no Brasil o sistema movimenta cerca de R$ 46 bilhões/ano, por meio de 1.197 redes de franquias, que licenciam 65.500 unidades, gerando quase 3 milhões de empregos diretos e indiretos. 25 Proporcional à sua importância econômica, o franchising vem atraindo a atenção de um vasto leque de investigadores. Do ponto de vista do empreendedorismo a franquia é um veículo de construção de novos negócios (SHANE, HOY, 1996). Do ponto de vista do marketing, franchising é um importante canal de distribuição (KAUFMANN, RANGAN, 1990). Na perspectiva econômica, o franchising é uma ferramenta para a compreensão da estrutura de contratos (LAFONTAINE, 1992). Do ponto de vista da gestão estratégica, franchising é uma importante forma de organização (COMBS, KETCHEN, 1999a). Uma vantagem de atrair acadêmicos de várias disciplinas é que uma literatura considerável cresceu em torno do franchising; uma desvantagem é que a disciplina carece de paradigmas, escondendo suposições e variando normas metodológicas, tornando a literatura particularmente complicada de se analisar e sintetizar (COMBS, MICHAEL, CASTROGIOVANNI, 2004). O ângulo de abordagem que percebe o franchising como um veículo de construção de novos negócios (SHANE, HOY, 1996) é um dos mais relevantes para o presente trabalho, pois existe uma relação muito próxima entre a capacidade empreendedora e a busca de mercados fora dos países de origem. No Brasil, a relação Franquia–Empreendedorismo foi estudada por diversos autores. A Tabela 1 apresenta alguns dos estudos mais importantes, relacionados ao tema, feitos no Brasil nos últimos anos. A maioria das pesquisas que tentam explicar as especificidades das franquias está fundada nas teorias de Escassez de Recursos e na Teoria da Agência (COMBS, MICHAEL, CASTROGIOVANNI, 2004). Os próximos dois itens do trabalho aprofundam a relação dessas duas teorias com o franchising. 26 Tabela 1 - Estudos sobre franchising e empreendedorismo no Brasil. Fonte: ESPINHA, CASTRO, NOGUEIRA, MACHADO, 2007. 2.1.1 As franquias e a Teoria da Escassez de Recursos A teoria da Escassez de Recursos teve seu nome cunhado por Carney e Gedajlovic (1991), foi concebida conceitualmente por Oxenfeldt e Kelly (1969) e 27 tenta explicar a existência do sistema de franchising, mediante a resposta à pergunta: Por que uma empresa iria abrir mão de uma considerável parcela de sua rentabilidade para um terceiro? A teoria da Escassez de Recursos procura responder a essa pergunta relacionando a diminuição de rentabilidade com os ganhos advindos do acesso a mecanismos que facilitam o financiamento e a gestão das restrições ao crescimento. Franquias permitem um acesso a recursos de ordem financeira e gerencial (ou seja, de decisão local e conhecimento de mercado) e isso permite uma expansão rápida (OXENFELDT, KELLY, 1969, p.69-83). Quando as empresas são muito jovens e pequenas é difícil levantar capital adequado para o crescimento mediante os tradicionais mercados financeiros (por exemplo, por meio de ofertas públicas de ações) ou outras operações existentes e é difícil desenvolver os talentos de gestão e o conhecimento do mercado local necessário (KATZ, OWEN, 1992). Todavia, uma rápida expansão pode ser essencial para construir as economias de escala tão importantes para competir mais eficazmente (CAVES, MURPHY, 1976; COMBS, CASTROGIOVANNI, 1994). Nesse contexto, a operação com franquias torna-se fundamental. Dessa forma, no modelo proposto pela teoria da Escassez de Recursos, as empresas buscam o sistema de franchising quando há necessidade de obter economias de escala e existe uma pressão para expandir a uma taxa além do que é possível utilizando apenas os recursos gerados internamente. Uma vez que tais economias sejam alcançadas, a rápida expansão não é mais necessária e o franqueador se deslocaria para maximizar retornos. Como a propriedade da empresa é presumivelmente mais rentável, o franqueador vai recomprar seus pontos mais rentáveis da franquia, ou seja, em uma cadeia madura cessaria o sistema de franchising e em última instância, a cadeia se tornaria essencialmente empresa própria (COMBS, MICHAEL, CASTROGIOVANNI, 2004; OXENFELDT, KELLY, 1969). Foram Oxenfeldt e Kelly (1969) que provavelmente iniciaram uma discussão na literatura sobre variáveis explicativas para o processo que leva empresas a optarem pelo crescimento por meio de franquias, centrando as suas explicações na 28 variável “necessidade de recursos”. Estudos posteriores usaram as variáveis: “idade”, “tamanho da cadeia” e “taxa de crescimento”, para construir relações entre a opção por franquias e a teoria da Escassez de Recursos. Esses estudos serão aprofundados no Capitulo 3, do presente trabalho. 2.1.2 As franquias e a Teoria da Agência A Teoria da Agência, originalmente proposta por Jensen e Meckling (1976), procura examinar os potenciais conflitos de interesse entre acionistas e gestores, tendo em vista a separação entre propriedade e gestão observada nas modernas corporações. Além da abordagem tradicional envolvendo acionistas e gestores a Teoria da Agência também incorpora os conflitos entre acionistas e credores e entre acionistas majoritários e acionistas minoritários. As diversas abordagens analisam a possível expropriação da riqueza do principal pelo agente dada à existência de conflitos de interesses motivados pela maximização de diferentes necessidades. A Teoria da Agência percebe o franchising como um mecanismo para melhorar o alinhamento entre os incentivos da empresa e dos diferentes pontos de venda. Os franqueados são superiores aos funcionários como uma solução para o problema de agência de motivar os gerentes, pois o franchising dá ao franqueado todos os lucros após despesas (RUBIN, 1978). Franqueados não reduzirão os esforços para melhorarem a gestão da empresa, porque sua renda é amarrada aos seus esforços. Gerentes de funcionários, em contrapartida, vão fugir de determinadas responsabilidades porque não possuem propriedade dos resultados (RUBIN, 1978); assim, seu comportamento deve ser cuidadosamente monitorizado, o que é caro (BRADACH, 1977). Estudos realizados por Krueger (1991) no setor de refeições rápidas mostram que, na comparação das franquias com unidades próprias, as primeiras apresentavam desempenho superior em relação as últimas e menor assimetria. 29 Note-se que as teorias da Agência e da Escassez de Recursos não são contraditórias; uma empresa deve atrair recursos e alinhar os incentivos. Os pressupostos e principais previsões das teorias estão resumidos na Tabela 2. Tabela 2 - Principais pressupostos e previsões sobre franchising pela Teoria da Agência e da Escassez de Recursos. Principais pressupostos Grandes Cadeias possuem uma substancial escala de vantagens Teoria da Escassez de Recursos Empresas em que os donos possuem a propriedade são mais rentáveis que franquias Trabalho (isto é, habilidade gerenciais e conhecimento de mercados locais) e capital é mais fácil ser obtido de franqueadores do que de outras alternativas Principais previsões Pequenas/novas firmas têm mais probabilidade de crescer através de franquias Franquias são relacionadas com crescimento e sobrevivência, mas não necessariamente com rentabilidade Firmas maduras irão crescer através de firmas próprias e pela recompra de franquias existente Os agentes econômicos são racionais e interesseiros Os agentes econômicos têm objetivos diferentes, mas de certa maneira homogêneos Teoria da Agencia Franquias substituem poderosos incentivos de serem donos por custos de monitorização direta Gerentes de companhias cujo dono é proprietário vão fugir de responsabilidades Franquias vão aproveitar a construção da marca através dos esforços de outros Empresas irão franquear aqueles estabelecimentos que são caros para controlar e onde o potencial de “parasitismo” é baixo Contratos de franquia proporcionará aos franqueados uma quase-renda para mantê-los no contrato e otimizar a motivação As empresas que franqueiam onde é mais eficiente fazê-lo terão um melhor desempenho Fonte: COMBS, MICHAEL, CASTROGIOVANNI, 2004 (tradução nossa). 30 2.1.3 Entendo melhor o conceito e a operação das franquias As teorias da Escassez de Recursos e da Agência ajudam a entender, de forma conceitual, a existência do franchising como modelo de negócios. Contudo, é fundamental a compreensão da evolução desse conceito ao longo da história, suas particularidades e especificidades operacionais, para que se possa aprofundar o conhecimento sobre as singularidades dessas empresas, de modo a entender e justificar processos distintos de internacionalização se comparados com outras formas de negócio. A palavra franchisage surgiu na França, na Idade Média, por volta dos séculos XII e XIII. Significa transferência de um direito, outorga de um privilégio ou concessão exclusiva (DAHAB, 1996; HOY, STANWORTH, PURDY, 2000; SCHWARTZ, 2003). O verbo franchiser, segundo Dahab (1996), significava conceder um privilégio ou autorização que abolia o estado de servidão por meio das letters of franchise ou cartas de franquia. O conceito ficou em desuso por longo período, ressurgindo antes da guerra civil americana, mediante os primeiros sistemas de franchising. O sistema criou força e se desenvolveu nos Estados Unidos, que atualmente é o país que tem o maior número de franquias no mundo. Apenas em 1970, os Estados Unidos começaram a legislar sobre o assunto. No Brasil, o sistema passou a se estabelecer a partir da década de oitenta. A Tabela 3 apresenta a evolução do conceito na história, relacionando empresas que adotaram esse sistema e a forma de adoção. 31 Tabela 3 - Evolução do franchising. Ano Empresa 1850 Singer Sewing Machine 1889 General Motors 1899 Coca-Cola 1910 Stella 1917 Supermercados Piggly Wiggly 1921 Hertz Rent-a-car 1925 A&W Root Beer 1930 Companhias de petróleo 1935 Roto-Rooter 1935 Howard Johnson 1955 Mc Donald’s Histórico Direitos a comerciantes independentes de comercializarem seus produtos. Expansão da rede de distribuição através de revendas. Franquias para o engarrafamento do refrigerante. O baiano Artur de Almeida Santos levou sua marca para o interior da Bahia através da cessão de sua marca. Utilizou o sistema para ampliação de sua rede. Fundada em 1918, passou a utilizar o sistema para expandir sua rede apenas três anos depois de fundada. Primeira rede de franquias destinada à comercialização de lanches e refeições. Adotaram o sistema convertendo os postos de gasolina operados diretamente em franquias outorgadas a operadores locais. Adotou o sistema no mesmo ano de sua fundação. Franquias de restaurantes e sorveterias e, posteriormente no ramo de hotelaria. Ray Croc transformou uma pequena lanchonete de hambúrgueres em Illinois na rede de franquias. Fonte: DAHAB, 1996; RIBEIRO, SILVA, 2004; HOY, STANWORTH, PURDY, 2000; SCHWARTZ, 2003. O entendimento da evolução do franchising é importante para estabelecer os marcos e mudanças observadas nesse tipo de negócio, que levam ao entendimento da maneira como se estruturam hoje. Segundo Combs, Michael, Castrogiovanni (2004), o franchising tem duas características que o distingue de outras formas de organização. A primeira ocorre normalmente nas empresas onde existe um componente de serviço notável que deve ser realizado perto dos clientes. O resultado é que o serviço de fornecimento do estabelecimento deve ser replicado e disperso geograficamente. A segunda característica fundamental é que os contratos de franquias geralmente refletem um conjunto pré-estabelecido de atribuições de responsabilidades, direitos de decisões e lucros entre um principal (o franqueador), e os agentes descentralizados (franqueados) (COMBS, MICHAEL, 32 CASTROGIOVANNI, 2004). O franqueador define para sua cadeia de franqueados normas em nível de desempenho, seleciona os franqueados, aprova pontos de vendas, gerencia a imagem da marca e coordena algumas atividades; como a escolha dos fornecedores e, às vezes, centraliza as compras (CAVES, MURPHY, 1976). As receitas do franqueador são obtidas, principalmente, do pagamento de royalties vinculados à venda. O franqueado estabelece um conjunto de políticas locais, tais como: preços, horários de funcionamento, algumas políticas de recursos humanos e a gestão do dia-a-dia, em troca de lucros, depois de royalties e outras despesas (COMBS, MICHAEL, CASTROGIOVANNI, 2004). Outros autores definem o franchising como uma forma específica de gestão empresarial, que tem sido amplamente utilizada como uma estratégia de organização de mercado e um mecanismo eficaz de expansão de pequenas e médias empresas (DAHAB, 1996; PARENTE, 2000). Em uma franquia, a empresa concede a uma pequena companhia ou indivíduo, mediante o pagamento de taxas, o direito de conduzir o negócio de acordo com determinados níveis de padronização, qualidade, serviço e por um período específico (MORGENSTEIN, STRONGIN, 1992; ELANGO, FRIED, 1997; AZEVEDO, SILVA, 2002). O franchising pode ser considerado também como um sistema de marketing vertical, onde uma empresa provê para uma outra pessoa ou empresa, a licença para realizar negócios em uma área geográfica específica (PELTON, STRUTTON, LUMPKIN, 1997). O franqueado conta com a assistência do franqueador na organização, no treinamento, no merchandising e na gestão do negócio. A ligação legal entre o franqueador e o franqueado é realizada por meio de contrato, onde cada parte adere a certas responsabilidades e obrigações e opera sob a marca e o plano de marketing do franqueador (PELTON, STRUTTON, LUMPKIN, 1997). A Tabela 4 compila algumas outras definições importantes sobre o conceito de franquia. 33 Tabela 4 - Definições de franchising. ABF (2009a) Estratégia de distribuição e comercialização Cherto (1995) Método para distribuição de produtos e serviços Hisrich, Peters (2004) Cessão de direitos de distribuição de direitos independentes em troca do pagamento de royalties e conformação aos procedimentos operacionais padronizados Kotler (2002) Canal de distribuição do tipo vertical Plá (2001) Sistema de distribuição de produtos, tecnologia e / ou serviços Rubin (1978) Contrato para comercialização de produtos ou serviços em localidade particular. Fonte: ABF, 2009a; CHERTO, 1995; HISRICH, PETERS, 2004; KOTLER, 2002; PLÁ, 2001; RUBIN, 1978. Sob a perspectiva da diferença entre franquia e outros modelos de negócios, vale a pena destacar que, do ponto inicial, a franquia precisa gerar maiores receitas que os negócios convencionais, pois possui um custo maior. Berman (1996) explica que a maioria dos contratos de franquias envolve o pagamento de uma taxa inicial, o pagamento de royalties baseado em uma porcentagem sobre as vendas e o pagamento de taxas para campanhas publicitárias. Na maioria dos casos, os franqueados são também obrigados a adquirirem mercadorias e serviços do franqueador. A motivação para a gestão do negócio também é uma diferença importante. Conforme afirmam Levy e Weitz (2000), o sistema de franquias busca um balanceamento das vantagens do negócio, gerenciado pelo proprietário, mas com a eficiência da centralização da tomada de decisões. Para os franqueados, existe a motivação de alcançarem êxito em sua loja, para auferirem lucro. Para os franqueadores, há a motivação de criarem produtos e promoverem a marca, para receberem royalties sobre as vendas. Outro ponto importante para o entendimento dessa forma de negócios é que existem vários tipos de franquias, Jain (1999, p.472), por exemplo, divide as franquias em quatro tipos: 34 • franquia fabricante-varejista, ilustrada pelas concessionárias de veículos e postos de combustíveis; • franquia fabricante-atacadista, exemplificada pelas engarrafadoras da Coca-Cola, que apenas misturam os ingredientes em sua fase final e distribuem os produtos da empresa; • franquia atacadista-varejista, representada por algumas redes de drogarias, criadas por atacadistas de remédios; • franquia varejista, patrocinada por uma empresa de serviços; exemplificada pelo McDonald’s ou Wizard, mais conhecida pelo público em geral. Outros autores (ELANGO, FRIED, 1997; BERMAN, EVANS, 1998; ALON, 2001) fazem distinção apenas entre franquia de produto-marca e franquia de formato de negócio. A franquia de produto-marca corresponde a um sistema de distribuição, no qual, o fabricante firma um contrato com o franqueado para que este venda seus produtos ou atue com sua marca. A franquia de formato de negócio, entretanto, é caracterizada por um intenso relacionamento entre franqueador e franqueado isto inclui não apenas o produto e a marca, mas o próprio formato comercial, do qual faz parte à estratégia de marketing, treinamento, gestão de bens, manuais e padrões de operação, controle de qualidade e comunicação contínua de mão dupla (ROSENBLOOM, 2002). Na concepção de Foster (1995) existem quatro componentes básicos numa franquia de formato de negócio: [...] uma identidade, geralmente baseada numa marca comercial registrada; um sistema operacional ou um formato de negócio, consistindo de especificações, padrões de qualidade e produtos ou sistemas operacionais definidos; um sistema de apoio, geralmente composto de treinamento e assistência contínua em marketing, propaganda, compras e outros aspectos operacionais do negócio; um relacionamento financeiro constante, geralmente uma taxa inicial única e royalties permanentes baseados num determinado percentual do faturamento bruto. 35 Ribeiro e Silva (2004) defendem uma classificação em quatro níveis, baseada no grau de compromisso que o franqueador possui com o franqueado, sendo eles: a) Franquia de primeira geração, também denominada de franquia de marca ou produto sem exclusividade: é aquela em que, a ênfase está no uso de uma marca em conexão com a revenda de determinado produto ou prestação de serviço sem exclusividade em favor do franqueado, praticamente não existe a transmissão de know-how ao franqueado. b) Franquia de segunda geração ou franquia de marca/produto com exclusividade: é aquela onde a ênfase ainda permanece na licença de uso da marca, associada à revenda de produtos ou serviços, porém, os produtos ou serviços são encontrados apenas nos estabelecimentos que integram a rede. Também inexiste uma estrutura de transmissão de know-how mais elaborada. c) Franquia de terceira geração ou franquia de negócio: a essência desse tipo de franquia está na transmissão de know-how, e em tudo que diz respeito à instalação, operação e gestão do negócio que será operado pelo franqueado. Nesse tipo de franquia, todos os métodos, processos e sistemas relacionados ao negócio que o franqueado irá utilizar, são previamente testados na prática pelo franqueador, para depois serem transferidos ao franqueado por meio de manuais, treinamentos e consultorias de campo entre outras ferramentas. d) Franquia de quarta geração ou rede inteligente: são similares as de terceira geração, porém, as regras são menos rígidas e existe um aprendizado mútuo entre franqueado e franqueador, ou seja, a comunicação entre ambos é estimulada constantemente. Apesar da maior liberdade, os franqueados ainda devem permanecer atentos aos processos de recrutamento, treinamento, motivação e monitoramento estabelecidos pelo franqueador. 36 Plá (2001) ainda acrescenta a estas definições a franquia de quinta geração, sendo esta definida como uma franquia de quarta geração onde os franqueadores assumem o compromisso de recomprar a franquia, ou seja, é uma franquia de quarta geração com garantia de recompra. Para este trabalho, como as várias definições e franquias encontradas na literatura são complementares, pois enfocam as diferentes perspectivas do negócio, foram adotadas as definições vigentes na legislação brasileira - Lei no. 8.955 de 15 de Dezembro de 1994, já transcrita na página 36 do presente trabalho. Em termos de classificação dos tipos de franquias comentadas para fins deste trabalho, serão estudadas as franquias–varejistas, patrocinadas por uma empresa de serviços que seja de formato de negócios. A escolha se deve a três motivos: o primeiro, pela necessidade que esses tipos de franquias têm de intensa relação entre franqueado e franqueador, essa é uma variável importante a ser testada no estudo; o segundo está relacionado à amostra que será exposta mais detalhadamente na seção - Metodologia do trabalho; o terceiro é a importância e o impacto social que esses tipos de franquias geram na sociedade. É importante destacar, que a evolução do sistema de franquias no mundo gera associações que auxiliam no desenvolvimento do sistema e do processo de internacionalização como a Federación Iberoamericana de Franquicias (FIAF) que aglutinam Argentina, Brasil, Ecuador, España, Guatemala, México, Perú, Portugal y Venezuela, a International Franchise Association (IFA), que é a maior e mais antiga associação de franchising em âmbito mundial, tendo papel decisivo no desenvolvimento do franchising nos Estados Unidos e no resto do mundo; Federação Latino-Americana de Franchising (FLAF), e a Associação Brasileira de Franchising (ABF). Algumas dessas associações geraram informações importantes para este trabalho. 37 2.2 O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS NO GERAL E DE FRANQUIAS É possível estudar o tema internacionalização por diversos ângulos, buscando entender os processos de internacionalização, os motivos que levam as empresas a se internacionalizarem, os aspectos organizacionais relacionados, os tipos de estratégia de entrada ou mesmo, o nível de adaptação que um produto necessita para estar no mercado internacional. Como o objetivo do trabalho é o de buscar variáveis explicativas do processo de internacionalização, a revisão focou mais os processos, motivos e aspectos organizacionais relacionados à internacionalização. 2.2.1 O processo de internacionalização das empresas Hemais e Hidal (2004) afirmam que o processo de internacionalização de empresas obedece a dois quadros teóricos: o econômico e o organizacional. Dar prioridade aos aspectos econômicos, na decisão de internacionalizar, atende às análises de tendências macroeconômicas, tanto nacionais como internacionais, com a preocupação voltada ao equilíbrio da balança de pagamento e as paridades cambiais. Por outro lado, privilegiar o quadro organizacional, implica em dar maior espaço ao processo decisório e aos dados “comportamentais” da firma; e menor, as decisões de caráter econômico. A escola que privilegia aspectos comportamentais na decisão de internacionalização atende ao “modelo de Uppsala” em que, a decisão de internacionalizar está estabelecida no desenvolvimento interno da empresa e no uso de conhecimento sobre mercados estrangeiros. Para essa linha, na tentativa de minimizar os riscos, as empresas investem no processo de internacionalização de forma gradual. A decisão de internacionalizar é sempre “incremental” e começa na abertura de vias de exportação e estabelecimento de subsidiárias, até a decisão de internalizar processos produtivos. No modelo de Uppsala, a empresa inicia o 38 primeiro estágio do processo de internacionalização, somente, quando já possui uma presença significativa no mercado doméstico. Outro conceito atribuído à mesma escola é o de distância psíquica. A escola defende que o processo de internacionalização tem início em países que possuem proximidade psicológica ao país de origem da empresa. O conceito de distância psiquica refere-se às diferenças de língua, cultura, sistema político, prática de negócios, desenvolvimento industrial e sistema educacional do país de origem da empresa. Dessa forma, a empresa seleciona as localidades onde exista o menor número de fatores capazes de interromper ou perturbar o fluxo de informações entre a empresa e o mercado. O modelo de inovação (CAVUSGIL, 1980), assim como a escola de Uppsala, colocam o processo de internacionalização como um processo de comprometimento gradual com fases sucessivas. A contribuição de Cavusgil é que a internacionalização é vista como um processo de inovação. Segundo Cavusgil (1980), as empresas utilizam essa estratégia devido à incerteza inicial, associada à decisão de se internacionalizarem, dos altos custos com informação e da falta de experiência na atuação em mercados externos. O autor identifica cinco estágios, cada um com atividades críticas únicas no processo de internacionalização, são eles: mercado doméstico, estágio de pré-exportação, envolvimento experimental, envolvimento ativo, envolvimento comprometido. A passagem de um estágio para o outro é determinada por variáveis internas e externas. Em relação aos motivos por trás da internacionalização, Mariotto (2007) afirma que, existem basicamente cinco motivos que levam as empresas a se internacionalizarem: busca de novos mercados, busca de recursos, busca de conhecimento específico, redução de riscos e manobra competitiva. No caso de empresas brasileiras, Rocha, Silva e Carneiro (2007) defendem que, as decisões de internacionalização decorrem das seguintes motivações: desejo de crescimento para dar apoio às atividades de exportação, acompanhar o cliente, acesso a recursos e ativos estratégicos, valorização da marca, simples vontade dos dirigentes e, finalmente, oportunidades pontuais de internacionalização. Para Ricupero e Barreto (2007) não existem fatores determinantes da internacionalização que sejam específicos do Brasil, esses autores se norteiam 39 pelas definições da UNCTAD, e afirmam que, os fatores determinantes do processo de internacionalização são semelhantes para qualquer empresa de qualquer país, ou seja, essas empresas buscam: recursos, mercados e tecnologias. Esses são os mesmos motivos que levam empresas de países desenvolvidos, a também, se internacionalizarem. Outra teoria focada em elementos econômicos para justificar a opção pela internacionalização é a de Custos de Transação, tendo Williamson (1975) como um dos principais autores. Segundo essa escola, as decisões sobre negócios são tomadas de maneira racional, mesmo que essa racionalidade seja limitada, pela não consideração de todas as alternativas possíveis e pela limitação cognitiva do tomador de decisão, no processamento de informações e na capacidade de comunicação. Na teoria do Custo de Transação, a decisão de investir é tomada quando a utilização da estrutura da própria firma acarreta custos de transações menores que a utilização do mercado. Dunning (1980, 1988, 1997) utiliza elementos da teoria do Custo de Transação para afirmar que, as vantagens da internacionalização referem-se à habilidade e ao desejo da empresa de transferir ativos para outro país, utilizando sua própria hierarquia ao invés dos mecanismos de mercado, que por sua vez, possuem falhas como: custo de informação, oportunismo e especificidade dos ativos. Essa teoria gerou contribuições importantes para definição das hipóteses deste trabalho. Outro aspecto teórico relevante para este trabalho é o enfoque organizacional da internacionalização, nesse sentido, acredita-se na importância de se destacar a visão de Anderson e Gatignon (1986) de que as opções de entrada da empresa no mercado externo devem ser tratadas como um trade off, entre controle e custo dos recursos comprometidos. O controle é útil para coordenar ações, estratégias, resolver disputas entre sócios, e por fim, conseguir um maior retorno. Mas o controle tem seu preço, e para isso, as empresas necessitam de comprometimento de recursos, o que acarreta em maiores riscos. Segundo os autores, a preservação da flexibilidade deve ser a maior preocupação das empresas, ao tomarem decisões sobre o modo de entrada no mercado internacional. 40 Um ponto importante no processo de internacionalização de franquias é o do trade off, entre o nível de adaptação dos produtos e serviços ao novo mercado e o grau de padronização desses produtos e serviços. Essa é uma questão importante porque as franquias possuem como conceito de negócio central a padronização. Existem, na literatura, diversos autores que discutem esta questão, como Levitt (1983), Stopford e Wells (1972), Kotabe e Helsen (2000). Contudo, como esse tema não é chave para responder a questão de pesquisa, o mesmo não será abordado em profundidade. Tendo em vista as diversas escolas de internacionalização, acredita-se ser necessário definir o constructo “internacionalização” para este estudo. O termo internacionalização foi definido de maneiras diferentes por vários autores. Cavusgil (1980) definiu internacionalização como a comercialização de produtos ou serviços fora do mercado de origem da empresa. Welch e Luostarinen definiram o processo de internacionalização das empresas como “um processo de envolvimento crescente em operações internacionais” (WELCH, LUOSTARINEN, 1988, p.34-64), mesmo conceito este, defendido pela escola de Uppsala. Deresky (1994) afirma que a internacionalização é um processo pelo qual, a empresa muda gradativamente em resposta à competição internacional, a saturação do mercado doméstico e ao desejo de expandir-se em termos de novos mercados e diversificação estratégica. Este trabalho tomará o construto de internacionalização como o último estágio do modelo da Escola de Uppsala. Dessa forma, uma empresa internacionalizada, é a que possui pelo menos uma unidade operacional fora das fronteiras do país de origem. 2.2.2 O processo de internacionalização de franquias Essa parte da revisão da literatura tem o objetivo de traçar um paralelo entre o processo de internacionalização das empresas em geral, abordado na seção 2.2.1, e o processo de internacionalização de franquias, procurando levantar os mesmos 41 elementos conceituais com uma mudança de foco para as especificidades das franquias. Uma pesquisa de 2006, publicada pela International Franchising Association (IFA), mostrou que mais de 500 membros estão se expandindo internacionalmente e muitos outros estão planejando trilhar o mesmo caminho nos próximos anos. A internacionalização de franquias dos Estados Unidos é significativa desde a década de 80. Em 1990, já havia mais de 70 mil unidades franqueadas em operação em outros países. Segundo estimativas da International Franchise Association (IFA, 2006), entre 2004 e 2005, 40% das franquias estabelecidas por franqueadores dos Estados Unidos eram unidades internacionais. Entre as estratégias de internacionalização, a master franquia foi o método mais utilizado. Os principais destinos, antes concentrados no Canadá, Japão, Austrália e União Europeia, passaram a ser também, a partir da década de 90, países asiáticos e latino-americanos (DAHAB, 1996). Na Europa, a internacionalização de franquias beneficiou-se da integração econômica e da homogeneização da regulamentação de propriedade industrial, com a posterior consolidação da União Europeia. A França é o país com maior número de unidades franqueadas no exterior, seguida pela Inglaterra. Na Grã-Bretanha, as franquias foram responsáveis por, aproximadamente, um terço de todas as internacionalizações de empresas ocorridas no começo da década de 90 (BURT, 1995). Os principais destinos são os próprios países europeus e os Estados Unidos (DAHAB, 1996). Em relação à expansão internacional, várias redes brasileiras, de diversos ramos de negócios, operam unidades franqueadas em países estrangeiros. Nomes conhecidos, como O Boticário e Água de Cheiro (perfumes e cosméticos); Habib´s, China in Box e Vivenda do Camarão (fast food); Rosa Chá e Hering (moda e vestuário); Fisk e Yázigi (educação); convivem com marcas menos conhecidas como Truss Cosmetics (saúde e bem-estar); Combate Controle de Pragas (serviços gerais); e Experimento Intercâmbio Cultural (línguas e Idiomas). Entretanto, exemplos de redes nacionais que procuram novos mercados no exterior ainda são poucos, se comparados às franquias estrangeiras que entram ou já entraram no 42 mercado brasileiro (SILVA, 2004). Redes que apresentam histórias de sucesso em seus mercados domésticos procuram, já há algum tempo, atingir novos consumidores, e consequentemente, obterem maiores lucros com a internacionalização. 2.2.2.1 Opção por franquias Ao expandir seus mercados, uma empresa tem à sua disposição uma enorme variedade de modelos de internacionalização. De uma maneira genérica, eles variam de acordo com três elementos: o grau de controle que a firma tem sobre as atividades desenvolvidas no outro país, os riscos que a empresa esta disposta a correr e os resultados financeiros que busca. A combinação desses três elementos permite às empresas optarem por várias formas de internacionalização como: subsidiárias próprias, joint ventures, franquias, parceiros exclusivos ou parceiros não exclusivos de exportação e importação (TERPSTRA, SARATHY, 1999). Os custos e os riscos citados para desenvolver e administrar operações internacionais são muitos, e a franquia representa uma maneira de minimizar esses problemas, se comparada a outras formas de internacionalização. Os atrativos do sistema de franquias são similares àqueles aplicados ao mercado doméstico, com compartilhamento dos riscos entre o Franqueado e o Franqueador. Manaresi e Uncles (1995), porém, argumentam que o ônus maior fica por conta do franqueador que, a partir de um esquema piloto, deve testar o conceito da franquia no novo país, antes de entrar no mercado em grande escala. A questão do risco parece ser um dos temas-chave para a opção por franquias, pois o sistema permite o controle da operação por parte do Franqueador, com uma diminuição considerável dos riscos econômicos. Contudo, para a equação financeira fechar para ambas as partes, o Franqueador abre mão de uma margem significativa dos potenciais ganhos com a atividade internacional. 43 Ainda em relação à opção por franquia como forma de gerenciar os riscos da internacionalização, o franchising é uma maneira muito vantajosa de marcar presença em mercados, onde as expectativas de receitas não justificariam maiores esforços em investimentos próprios (WHITEHEAD, 1991, apud ELANGO, FRIED, 1997, p.72). Nesses casos, a organização consegue fixar a sua marca em mercados promissores, sem com isso, correr grandes riscos financeiros (HACKETT, 1976, apud ELANGO, FRIED, 1997, p.72). Mesmo no negócio de franquias, é necessário que a empresa atinja um tamanho mínimo no país-alvo, a fim de que os custos decorrentes da internacionalização possam ser cobertos pelo volume transacionado Elango e Fried (1997, p.72). O modelo de franquias torna-se especialmente interessante para países que não possuem uma cultura empreendedora muito desenvolvida. As franquias podem, nesse caso, fornecer o apoio necessário para que gestores locais desenvolvam sua capacidade gerencial e estruturem o mercado, ao mesmo tempo em que, permitem ao franqueador internacional maior adaptabilidade à cultura e as regras regionais (HOFFMAN, PREBLE, 2004). No que se refere às formas de internacionalização de franquias, Mendelsohn (1994) apresenta as seguintes alternativas: unidades próprias do franqueador; venda direta de franquias unitárias; implantação de uma franqueadora filial ou de uma subsidiária; acordo de máster franquia; e estabelecimento de uma joint venture. Cada uma dessas formas, geraram vantagens e desvantagens, que não serão abordadas neste trabalho. 44 2.2.2.2 Determinantes e barreiras do processo de internacionalização Konigsberg (1997, apud CARVALHO, FERREIRA, ALMEIDA, 2001) afirmava que os motivos que determinam a internacionalização de franquias são: viabilidade do mercado externo; saturação do mercado local; proximidade geográfica; iniciativa de um interessado externo; razões particulares do franqueador; possibilidade da entrada imediata de caixa; e prevenção contra a concorrência. O autor considera, como os mais “poderosos”, os três primeiros fatores, pois, se existirem apenas os demais, o processo de internacionalização poderá fracassar. Outros autores acreditam que os determinantes de internacionalização de franquias são muito próximos de outras formas de negócio. Para Quinn e Alexander (2002), uma importante contribuição conceitual sobre a internacionalização de franquias foi feita por MacIntyre e Huszagh, em 1995. Em seu modelo, consideraram que a internacionalização de franquias segue um padrão de expansão no qual as empresas adquirem uma base doméstica antes de arriscar passos em mercados internacionais próximos, seguidas posteriormente, por uma exploração mais sistemática das oportunidades internacionais, finalizando com a consideração das oportunidades globais e com um comprometimento de longo prazo. A natureza expansionista da franquia já seria uma predisposição à internacionalização de suas operações. Mendelsohn (1994) agrega outro ponto que pode ser específico ao setor de franquias, quando afirma que, a pressão de investidores internacionais, interessados em introduzir franquias em seus países, também exerce influência sobre a decisão de internacionalização. 45 Em relação aos obstáculos no processo de internacionalização de franquias, um destaque é a dificuldade de desenvolvimento de fornecedores, em virtude da dificuldade de produção em pequena escala (por exemplo, um determinado tipo de massa comercializado unicamente com a rede), da impossibilidade de produção de determinados produtos (camarão, por exemplo), das barreiras legais à importação de produtos específicos (barreiras fito e zoosanitárias) e pela dificuldade de transporte e armazenamento de produtos perecíveis (SILVA et al., 2002). Frequentemente, para que um modelo de franquia seja bem aceito em outro país, é necessário que haja adaptações aos padrões locais. As mudanças mais comuns referem-se àquelas relacionadas à legislação do país e aos gostos dos consumidores. Mais raras, porém igualmente importantes, são as possíveis diferenças no estilo de administração e nos métodos de trabalho. Esses fatores fazem ampliarem os custos da internacionalização de franquias o que leva muitos gestores a repensarem suas estratégias (MARQUES, MERLO, LUCCHESI, 2005, p.9). A experiência brasileira gerou exemplos interessantes de obstáculos ao processo de internacionalização. Uma grande dificuldade enfrentada pelos franqueadores brasileiros, na internacionalização de suas redes, diz respeito às legislações, que se diferenciam em cada país e que também, muitas vezes, são extremamente exigentes na concessão de permissões de importação de produtos. Silva et al. (2004), ao estudarem o processo de internacionalização da Vivenda do Camarão, apresentaram os seguintes aspectos como os maiores obstáculos: concorrência das grandes marcas internacionais; pouco conhecimento das marcas brasileiras pelos mercados internacionais; custo com o registro de marcas e produtos nos diversos países; diferenças na legislação dos diversos países; exigências legais e aspectos burocráticos envolvidos na exportação de alguns tipos de produtos. 46 2.2.2.3 Direção do processo de internacionalização de franquias Entre as mais importantes decisões, ao optar por uma expansão internacional, está a identificação dos países onde a firma pretende atuar. Estudos de Johanson e Vahlne (1977) apontam que, empresas iniciando o processo de internacionalização, tradicionalmente, buscam regiões que atendam aos seguintes critérios: • Baixa distância psíquica: baixa incerteza e dificuldade percebidas para a obtenção de informações; língua, sistema político e nível econômico e educacional semelhantes aos do país de origem da firma; • Baixa distância cultural: diferenças culturais pequenas entre o país natal da organização e aquele em que a mesma operará; • Pequena distância geográfica. Tais critérios ajudam a explicar porque o Canadá é o destino preferido dos franqueadores americanos (WALKER, ETZEL, 1973; HACKETT, 1976; WALKER, CROSS, 1989; MCINTYRE, 1990; HOPKINS, 1996, apud QUINN, 1998, p.67), ou mesmo, as razões que fazem com que as franquias europeias cresçam primeiramente em seu próprio continente (ABELL, 1991, apud QUINN, 1998, p.67), e as japonesas optem por seus vizinhos asiáticos (PREBLE, HOFFMAN, 1995, apud QUINN, 1998, p.67). Outro critério complementar aos anteriormente expostos é levantado por Welch (1989, apud ELANGO, FRIED, 1997). O autor notou que, além das barreiras culturais, psicológicas e geográficas, o processo de franquia difunde-se no mundo seguindo dois estágios. Inicialmente, os franqueadores fixam-se em países com alta renda per capita e onde o varejo é bem desenvolvido. Só então, buscam países com maior diversidade cultural, de renda e onde os sistemas políticos não são totalmente claros e transparentes. 47 Quando são analisadas as experiências brasileiras, é possível validar os elementos destacados acima. Segundo Silva (2004) os mercados que mais têm atraído as empresas brasileiras de franchising são: a América (em especial a América Latina), a Europa e o Japão, que se consolidaram como os principais mercados, concentrando praticamente todas as unidades internacionais das redes. Dessas regiões, dois países parecem também merecer atenção especial das empresas “expansionistas” brasileiras, México e Portugal. O autor sugere que a grande procura pelo mercado mexicano, apesar das diversidades culturais entre Brasil e México serem relevantes, deve-se ao fato de que o mercado daquele país tem recebido muito bem as redes de franquias brasileiras, constituindo-se em um mercado consumidor bastante interessante a ser explorado. Além disso, outro fator que pode estar atraindo as franqueadoras brasileiras para o México seria uma futura entrada no mercado dos EUA, visto que são países vizinhos, com um grande intercâmbio cultural e comercial. No caso de Portugal, considera-se que a semelhança da cultura portuguesa com a brasileira seja o fator motivador para as franquias nacionais procurarem aquele mercado para iniciarem suas atividades no exterior, utilizando-se também do país como uma porta de entrada ao restante do mercado europeu. Após ser identificado o país-alvo, outro passo importante é decidir como abordá-lo. Num extremo, existe a ideia de padronização de produtos e serviços nas diversas regiões do planeta, apoiada pela crença de alinhamento de gostos e desejos trazidos pela globalização (BUZZEL, 1968; LEVITT, 1983; RAU, PREBLE, 1987, apud SASHI, KARUPPUR, 2002, p.499). Por outro lado, uma escola de pensadores salienta a importância de adaptação das estratégias às condições locais (AGRAWAL, 1995; BODDEWYN, GROSSE, 1995, apud SASHI, KARUPPUR, 2002, p.499). O tema de internacionalização de franquias foi mais intensamente estudado nos últimos anos, por pesquisadores de todo o mundo. A Tabela 5 mostra os principais estudos que aconteceram sobre o tema nos últimos anos. 48 Tabela 5 - Pesquisas sobre internacionalização de franquias. Temas de estudo Processo de internacionalização Referências Método Nacionalidade das empresas Freire (2001) Estudo decaso Brasil McIntyre; Huszagh (1995) Pesquisa quantitativa EUA Petersen; Welch (1999) Pesquisa quantitativa e estudo de caso Dinamarca Quinn (1998a) Estudo etnográfico Inglaterra Sashi; Karuppur (2002) Levantamento bibliográfico - Alon; Mackee (1999) Pesquisa quantitativa Carvalho, Ferreira e Almeida (2001) Estudo múltiplo de casos EUA Empresas estrangeiras que se expandiram para o Brasil Gonçalves; Duarte (1994) Pesquisa quantitativa Europa Gonzalez-Dias; Lopes (2003) Pesquisa quantitiativa Espanha Pesquisa quantitativa Europa Pesquisa quantitativa EUA Pesquisa quantitativa Canadá e EUA Marques; Merlo ; Nagano (2009) Pesquisa quantitativa Brasil Pérez; Alvarez (2009) Pesquisa quantitativa Espanha Preble (1995) Pesquisa quantitativa Associações nacionais Quinn (1998b) Levantamento bibliográfico Shane e Hoy (1996) Pesquisa quantitativa - Hackett (1976) Pesquisa quantitativa EUA Marques;Merlo;Lucchesi (2005) Estudo de caso Brasil Welsh; Alon (2002) Levantamento bibliográfico - Hadjimarcou; Barnes (1998) Estudo de caso EUA Pak (2000) Pesquisa quantitiativa EUA e Inglaterra Kedia; Ackerman; Justis (1995) Pesquisa quantitativa EUA Marques; Merlo (2007) Pesquisa quantitativa Choo (2005) Estudo múltiplo de casos Brasil Empresas estrangeiras que se expandiram para o Leste Doherty; Alexander (2004) Estudo múltiplo de casos Inglaterra Quinn; Doherty (2000) Estudo etnográfico Inglaterra Silva; Mendes; Gomes (2002) Estudo de caso Risner (2001) Estudo múltiplo de casos Brasil Empresas norte-americanas que se expandiram para o Silva (2004) Estudo múltiplo de casos Brasil Hadja Kahlita; Kammoun (2004) Padrões da internacionalização e características organizacionais Kedia et al. (1994) relacionadas a Lafontaine; Oxley (2001) internacionalização Motivos Destinos Métodos de entrada Barreiras Relacionamento e controle Aspectos culturais Composto de Marketing Fonte: Tabela adaptada pelo autor de MARQUES, MERLO, NAGANO, 2009. 49 CAPITULO 3 - VARIÁVEIS ASSOCIADAS À INTERNACIONALIZAÇÃO O objetivo deste capítulo é apresentar uma revisão bibliográfica de tópicos especificamente relacionados à questão das variáveis associadas à internacionalização de franquias. A determinação de características ou variáveis que permitam prever ou explicar o processo de internacionalização de franquias são objetos de estudos em todo o mundo e é uma discussão antiga na literatura. A decisão por internacionalizar, utilizando estrutura própria ou franquias, é um tema que possui muitos pontos em comum com a decisão entre expandir-se localmente, por intermédio de franquias ou de lojas próprias. Os atrativos do sistema de franquias, na expansão para o mercado internacional, são similares àqueles aplicados ao mercado doméstico, com compartilhamento dos riscos entre o Franqueado e Franqueador (MANARESI, UNCLES, 1995). Dessa forma, é importante citar a primeira pesquisa, que relacionou as variáveis organizacionais e a decisão de expandir-se por meio de franquias dentro das fronteiras nacionais. Oxenfeldt e Kelly (1969), utilizando as variáveis “idade”, “tamanho da cadeia”, e “taxa de crescimento”, tentaram explicar o fenômeno. Partindo do trabalho citado, Rajiv, Rozenn e Gérard (2008) revisaram os principais estudos nas últimas décadas, relacionados à questão (Tabela 6), mostrando que o fundamento teórico para estudar as diferentes variáveis que explicam a expansão por intermédio de franquias vem, na grande maioria dos casos, das Teorias da Agência e da Escassez de Recursos. Utilizando variáveis semelhantes às empregadas para explicar a expansão doméstica, os trabalhos relacionados com o processo de internacionalização de franquias também são fundamentados principalmente nas teorias da Escassez de Recursos e Agência. Os autores que defendem a teoria da Escassez de Recursos, Combs e Castrogiovanni (1994), utilizam variáveis como tamanho da rede, taxas de crescimento e idade, que estão relacionadas com a necessidade e acúmulo de recursos voltados para o crescimento, para explicar o fenômeno da internacionalização. De forma complementar, os autores que utilizam a Teoria da 50 Agência procuram explicar o fenômeno utilizando elementos relacionados à necessidade de mecanismos de controle envolvidos no sistema de franquias, esses autores utilizam, nos modelos explicativos, variáveis mais focadas em aspectos financeiros e de crescimento, associados a outros que caracterizam a empresa, como idade e setor de atividade. Tabela 6 - Literatura relacionada com variáveis selecionadas para análises da opção de expansão por meio de franquias. Fonte: RAJIV, ROZENN, GÉRARD, 2009. A seguir, é feita uma discussão das variáveis estudadas na literatura que procuram explicar o processo de internacionalização de franquias. 51 3.1 IDADE DA EMPRESA E DA OPERAÇÃO POR FRANQUIAS As variáveis Tempo de Fundação da Empresa e Tempo de Operação por meio de franquias foram utilizadas por vários autores, como elementos que poderiam ajudar a explicar o processo de internacionalização. Pérez e Alvarez (2009), ao realizarem uma análise discriminante com 316 cadeias de franquias espanholas, não encontraram uma influência significativa entre a idade da empresa e a internacionalização, tendo, contudo, demonstrado uma influência positiva entre internacionalização e idade da operação de franquias. Da mesma forma McIntyre e Uszagh (1995), utilizando uma base de dados de 332 redes americanas e canadenses, mostraram que as redes de franquias mais antigas tinham maior probabilidade de operar internacionalmente, em virtude da acumulação de recursos financeiros e da experiência com monitoramento. Da mesma forma, Marques, Merlo e Nagano (2009), por meio de uma survey com 78 redes de franquias brasileiras, obtiveram a mesma conclusão, observando uma correlação entre a internacionalização e o tempo de atuação no sistema de franquias. Por outro lado Alon e Mckee (1999) utilizando como variável somente a idade da empresa, não encontraram correlação entre esta e a internacionalização. 3.2 TAMANHO DA EMPRESA - QUANTIDADE TOTAL DE LOJAS E DE UNIDADES FRANQUEADAS Estudos realizados por Calof (1994) com empresas canadenses de variados portes revelaram que as grandes empresas, quando comparadas às menores, são mais propensas a exportar, demonstrando atitudes mais internacionalizadas. Geralmente é aceito pela literatura, que as firmas maiores, por terem os recursos necessários para perseguirem as atividades internacionais, são mais propensas à internacionalização (BLOODGOOD, SAPIENZA, ALMEIDA, 1996). Especificamente em relação às franquias, Lafontaine e Oxley (2001), ao estudarem a expansão de redes de franquias norte-americanas e canadenses para 52 o México, na metade da década de 1990, mostraram que, apesar de existir, nas redes que se internacionalizaram, um número maior de unidades próprias em relação ao número de franquias, notadamente nos países em que a rede se internacionalizou, não existem correlações significativas entre o número de unidades próprias, franqueadas e a internacionalização. Resultados semelhantes foram encontrados por Aydin e Kacker (1989, apud ELANGO; FRIED, 1997, p. 72) que afirmam não terem encontrado distinção, no que se refere ao tamanho total da rede, entre empresas com ou sem interesse de se internacionalizar. Em contraposição, Pérez e Alvarez (2009), mostraram que, a quantidade de lojas franqueadas influencia positivamente no processo de internacionalização. Resultados semelhantes foram encontrados por McIntyre e Uszagh (1995) que mostraram que redes com grande número de lojas tinham maior probabilidade de operarem internacionalmente. Alon e Mckee (1999) também encontraram uma correlação significativa e positiva entre a intenção de internacionalizar e o tamanho da rede. Segundo os autores, tal resultado pode ser explicado, tanto pelo maior reconhecimento existente sobre a marca quanto pela aquisição de recursos pela empresa. 3.3 DISPERSÃO GEOGRÁFICA Lafontaine e Oxley (2001) utilizando como premissa a Teoria da Agência encontraram correlação entre a dispersão geográfica, anterior a internacionalização e a propensão à internacionalização. A dispersão seria indicativa da capacidade de monitoramento sobre a rede e controle sobre os franqueados, elementos muito importantes no processo de internacionalização. Marques, Merlo e Nagano, 2009 chegaram a resultados parecidos, encontrando uma correlação entre dispersão dentro das fronteiras brasileiras e internacionalização. Alon e Mckee (1999), contudo, utilizando como fundamentos as teorias da Agência e da Visão Baseada em Recursos, não encontraram correlação entre a internacionalização e a dispersão geográfica, ao estudarem a intenção de 53 internacionalizar, ao invés da internacionalização efetiva, em um estudo com franquias de serviços norte-americanos. Talvez, o fato do estudo de Alon e Mckee (1999) ter focado em intenção de internacionalizar e de ter utilizado o segmento de empresas de serviços, possa explicar as diferenças de resultados dos estudos, citados anteriormente. 3.4 CRESCIMENTO DA EMPRESA NO MERCADO DOMÉSTICO Pérez e Alvarez (2009) demonstraram que, as franquias que apresentavam menor taxa de crescimento (se comparadas com o histórico de crescimento) no ano anterior ao da análise, são significativamente mais internacionalizadas do que as outras franquias que apresentavam taxas de crescimento maiores ou iguais as do ano anterior. Os autores justificam essa posição, pela necessidade de busca de novos mercados internacionais, para as franquias manterem taxas de crescimento compatíveis com o seu próprio histórico de crescimento. Contudo, Alon e Mackee (1999), ao avaliarem se a taxa de crescimento da rede poderia predizer a intenção de se internacionalizar, não encontraram correlação significativa. 3.5 TAXA DE FRANQUIA E CAPITAL INICIAL Pérez e Alvarez (2009) pesquisaram a relação entre os valores iniciais necessários para a constituição da franquia (taxa de franquia e capital inicial) e a propensão à internacionalização, e não encontraram correlação significativa. A lógica da hipótese construída pelos autores foi a de que, maiores valores iniciais estão associados a uma melhor estrutura de repasse de valores intangíveis e por isso, seria possível supor uma associação positiva entre essas variáveis e a internacionalização. Alon e Mckee (1999) também não encontraram correlação entre as taxas cobradas pelo franqueador e a intenção de se internacionalizar. Da mesma forma Marques, Merlo e Nagano, 2009 não encontraram correlação entre a taxa de franquia e a internacionalização. 54 3.6 SETOR DE ATUAÇÃO Alon e Mckee (1999) utilizaram o setor de atuação como variável de controle. Na pesquisa, os autores não encontraram correlação entre o setor de atuação e a intenção de se internacionalizar. Aydin e Kacker (1989) também não perceberam o setor de atividade como uma variável explicativa da intenção de expansão internacional. 3.7 OUTRAS VARIÁVEIS As variáveis descritas nos itens anteriores foram as mais utilizadas em trabalhos semelhantes ao presente estudo. Porém, cabe discutir também outras variáveis, menos testadas em pesquisas anteriores, mas importantes para a compreensão do fenômeno da internacionalização e que ajudaram na definição das hipóteses e conclusões do trabalho. Shane (1996), estudando as 815 maiores franquias dos Estados Unidos, mostrou que os elementos-chaves para a expansão internacional foram a capacidade de reduzir o oportunismo das franquias e a capacidade de monitoramento da rede. Essas competências, que foram desenvolvidas por franquias que se internacionalizaram, estão relacionadas principalmente ao modelo contratual, estabelecido entre franqueado, franqueador e outros sistemas de controle. Pérez e Alvarez (2009), também estudaram o tema de contratos, buscando uma correlação entre o tempo de contrato estabelecido com a rede e a internacionalização. Outra variável também estudada pelos autores foi a importância do reconhecimento da marca para a internacionalização. No estudo, não foram encontradas evidências que provem as hipóteses formuladas. 55 Lafontaine e Oxley (2001) estudaram uma variável que se mostra relevante em vários estudos relacionados ao processo de internacionalização de franquias, a variável “experiência prévia com máster franquia”. Os autores acharam uma correlação significativa entre as variáveis. Kedia et al. (1994), após examinarem os fatores que levaram à internacionalização de 142 franquias nos Estados Unidos, classificaram as variáveis que interferem na internacionalização de franquias em dois grupos: características organizacionais; e percepções e atitudes dos dirigentes. Utilizando análise fatorial, constataram que as atitudes gerenciais diante do desejo de expansão, exerceram maior efeito sobre a internacionalização do que as características organizacionais. A Tabela 7 sumariza as principais variáveis discutidas nessa parte da revisão da literatura e que, serviram de base para elaboração das hipóteses a serem verificadas ao longo do trabalho. 3.8 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE OS ESTUDOS APRESENTADOS Os diferentes resultados apresentados nem sempre estão em concordância mas isso não quer dizer que sejam incoerentes. Diferenças no tratamento estatístico, no ano em que as pesquisas foram realizadas, nas características associadas aos mercados de origem e mesmo nas diferenças das fontes de informação utilizadas para a construção das bases, podem ajudar a justificar as diferentes correlações encontradas. 56 Tabela 7 - Resumo dos principais trabalhos que relacionam variáveis com o processo de internacionalização de franquias. Variáveis Relevante Teoria Autores Internacionalização X Idade da Empresa e do Sistema de Franquias Teoria da Agência e Escassez de Recursos Pérez e Alvarez (2009); McIntyre e Uszagh (1995); Marques, Merlo e Nagano (2009); Alon e Mckee (1999) Internacionalização X Dispersão Geográfica Teoria da Agência Lafontaine e Oxley (2001) ; Alon e Mckee (1999) Internacionalização X Setor de Atividade Teoria da Agência Marques, Merlo e Nagano (2009); Hadja, califa e Kammoun (2004); Alon e Mckee (1999); Aydin e Kacker (1989) Internacionalização X Quantidade Total de Lojas Teoria da Agência e Escassez de Recursos Pérez e Alvarez (2009); Marques, Merlo e Nagano (2009); Johanson e Vahlne (1977); Gripsrud (1990); Klein e Roth (1990); Stöttinger e Schlegelmich (1998). Internacionalização X Taxa de Franquias Teoria da Agência Hadja, Khalifa e Kammoun (2004); Alon e Mckee (1999); Marques; Merlo e Nagano (2009) Internacionalização X Tamanho da Empresa Teoria da Agência e Escassez de Recursos Honório (2009); Holzmüller e Kasper (1991); Stöttinger e Schlegelmich (1998); Zahra, Ireland e Hitt (2000); Verwaal e Donkers (2002) Internacionalização X Percentual de Unidades Franqueadas Teoria da Agência e Escassez de Recursos Lafontainen e Oxley (2001); Pérez e Alvarez (2009) Internacionalização X Taxa de Crescimento Teoria da Agência e Escassez de Recursos Alon e Mackee (1999); Pérez e Alvarez (2009) 57 CAPITULO 4 - METODOLOGIA Este capítulo se propõe a explicar a metodologia adotada no estudo, sendo subdividido em quatro itens: fontes de informação, caracterização da amostra e representatividade, hipóteses e variáveis e procedimentos estatísticos. 4.1 NATUREZA E MÉTODOS DE PESQUISA A natureza que determinado estudo assume, irá depender do objetivo específico para o qual a pesquisa está dirigida, podendo essa ter natureza exploratória, descritiva ou causal. A pesquisa exploratória procura conhecer as características de um fenômeno para procurar explicações das causas e consequências de dito fenômeno (RICHARDSON, 1989, p.281). Para Selliz et al. (1975) e Sbragia (1986), estudos exploratórios possuem como principal objetivo, familiarizar-se com o fenômeno ou conseguir nova compreensão deste, sendo sua característica básica a relativa não existência de hipóteses. Por isso, é apropriada para os primeiros estágios da investigação, quando a familiaridade, o conhecimento e a compreensão do fenômeno, por parte do pesquisador, são geralmente insuficientes ou inexistentes (MATTAR, 1994, p.84). Já os estudos descritivos, por apresentarem precisamente as características de uma situação, têm como característica fundamental a exatidão, razão pela qual a exigência de hipóteses aparece como condição muitas vezes necessária, se bem que não indispensável. Por fim, estudos causais procuram investigar possíveis relações de causa e efeito, sendo a existência de hipóteses prévias, condições essenciais para o sucesso da pesquisa. Contudo, como aponta Sbragia (1986), “seguindo a orientação de um grande número de pesquisadores, qualquer pesquisa embora tenha enfoque mais acentuado, pode ser considerada como tendo elementos de outros tipos de estudos”. Assim, partindo-se de tal pressuposto, pode-se considerar o presente estudo como predominantemente causal, uma vez que o mesmo visa estudar as relações entre as variáveis explicativas do processo de internacionalização de 58 franquias, muito embora agregue também, características próprias dos estudos descritivos. 4.2 FONTES DE INFORMAÇÃO A carência de informações estruturadas para realização de trabalhos quantitativos talvez seja uma das principais dificuldades para a realização desses tipos de estudos. Na maioria dos trabalhos quantitativos vistos na literatura, que tinham como objetivo encontrar variáveis explicativas do processo de internacionalização, foram utilizadas como fonte de informação para as pesquisas, bases de dados de revistas especializadas. Pérez e Alvarez (2009) utilizaram o Annual Franchise Guidebooks in Spain de 2005, Lafontaine e Oxley (2001) utilizaram Bond`s Franchise Guide de 1995, Shane e Hoy (1996) utilizaram o Entrepreneur Magazine de 1994, Alon e Mckee (1999) utilizaram o Entrepreneur Magazine, 1990/97, como fontes para as suas análises. No presente trabalho, a base de dados para a análise das hipóteses foi obtida comparando duas publicações especializadas em franquias: o Guia Oficial de Franquias 2009 da Associação Brasileira de Franquias e a revista 500 Franquias para Você Investir, edição 2009-2010, publicada pela revista Pequenas Empresas Grandes Negócios. O Guia Oficial de Franquias 2009 traz 714 empresas e a revista 500 Franquias para Você Investir traz 577 empresas, a intersecção entre as duas publicações é de 98%, sendo eleita a 2ª alternativa como base para a amostra da população que foi pesquisada, pelas razões detalhadas abaixo. A escolha da publicação 500 Franquias para Você Investir para a definição da amostra pesquisada, levou em conta cinco pontos. O primeiro foi atualidade dos dados – o último levantamento ocorreu em 2009, o segundo foi a riqueza comparativa das informações apresentadas, a terceira foi o número de publicações em que as informações foram replicadas – o guia encontra-se na sexta edição, e em quarto lugar foi considerada a credibilidade e capilaridade que a publicação possui em âmbito nacional. 59 Por último, levou-se em conta a metodologia utilizada pela revista, apresentada de forma resumida a seguir. Numa primeira etapa, as redes franqueadoras (somente puderam participar as redes que comprovaram atuar sob o regime da Lei de Franquia nº 8955, de 1994) foram contatadas e convidadas a entrar no site da Serasa, empresa que compila e cruza as informações e dados, para preencherem seus dados. Numa segunda etapa, os franqueados, sorteados segundo distribuição geográfica e representatividade dentro da rede, foram convidados a responder uma pesquisa de satisfação. Os dados fornecidos foram cruzados por outros de mercado, permitindo a avaliação das redes segundo 18 critérios diferentes, agrupados em três quesitos: desempenho da rede, qualidade da rede e satisfação dos franqueados. Apesar das inúmeras informações do guia, não havia questões relacionadas com internacionalização das franquias avaliadas. Dessa forma, para identificar o nível de internacionalização foram consultados os sites institucionais das franquias da amostra buscando quatro informações - se a empresa possui operações fora do Brasil, há quanto tempo, o número de unidades e os locais onde se encontram essas unidades. É importante destacar, que das 500 empresas constantes na publicação, foram trabalhadas somente as informações das 293 franquias consideradas como as melhores do Brasil pela publicação. Esse fato se deve à conveniência no processo de pesquisa e a constatação preliminar da existência de uma participação relevante de franquias internacionalizadas dentro da amostra estabelecida. As informações obtidas dos sites das empresas foram cruzadas com as informações obtidas das seguintes fontes: 1. Sites das Associações de Franquias nacionais e internacionais; a. International Franchise Association (IFA) b. Federação Latino-Americana de Franchising (FLAF) c. Associação Brasileira de Franchising (ABF) 60 2. Publicações geradas pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), do Brasil; 3. Publicações geradas pela Agência de Promoção às Exportações (APEX); 4. Publicações especializadas; 5. Notícias em jornais e revistas não acadêmicas. Após este trabalho, foi obtida uma base de 62 empresas que possuíam unidades fora do país. O próximo passo foi realizar contatos telefônicos com a ABF, para validar o número encontrado e com cada uma das 62 empresas para confirmar os dados levantados. Das 62 empresas, 59 confirmaram que possuíam unidades fora do país. Em seguida, foi realizada a caracterização da população levantada, objetivando gerar uma base de dados consistente que permitisse o trabalho estatístico posterior. Para isso, o ranking das franquias internacionalizadas foi cruzado com a base de dados da revista 500 Franquias para Você Investir. 4.3 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA E REPRESENTATIVIDADE No Brasil, existem 1397 redes de franquias. Destas, 577 responderam à pesquisa da publicação 500 Franquias para Você Investir. De forma complementar, o levantamento de informações das franquias que se internacionalizaram, realizado neste trabalho, gerou 59 franquias, tendo sido encontradas 53 na publicação e destas, 33 estão entre as 293 Melhores Franquias do País. As empresas foram divididas em internacionalizadas e não internacionalizadas e caracterizadas de acordo com as variáveis que foram testadas nas hipóteses, agrupadas em 4 tipos: relacionadas à natureza e idade do negócio; relacionadas ao tamanho do negócio; relacionadas às variáveis financeiras; e relacionadas ao crescimento da empresa. Em seguida, foi feita uma breve descrição 61 dos números encontrados, tendo como referência a base de 260 franquias internacionalizadas e 33 não internacionalizadas. 4.3.1 Variáveis relacionadas à natureza e idade do negócio Observando a Tabela 8, nota-se uma maior concentração no setor de alimentação, tanto nas franquias internacionalizadas quanto nas não internacionalizadas. Uma diferença de concentração interessante, também pode ser observada nos ramos de Saúde e Bem Estar, onde existe um percentual de quase o dobro de franquias internacionalizadas; e nos ramos de Vestuário, Calçados e Acessórios, que a diferença entre empresas internacionalizadas e não internacionalizadas está próxima de 50%. Observando a Tabela 9, pode-se perceber que as franquias internacionalizadas apresentam, em média, uma idade maior que as não internacionalizadas. Tabela 8 - Ramo de atividade. Tabela 9 - Tempo no sistema de franquias e idade da empresa. Internacionalizada NÃO SIM Total geral Média de Idade da Empresa Média de Tempo no sistema de Franquias 15,5 14,7 25,7 15,8 16,6 14,8 62 4.3.2 Variáveis relacionadas ao tamanho da empresa Em média, as franquias que se internacionalizaram, são maiores que as que não se internacionalizaram em todos os indicadores de tamanho das empresas como – número de unidades próprias e franqueadas e faturamento, como pode ser observado na Tabela 10. Tabela 10 - Média do número de unidades franqueadas / próprias e faturamento. Internacionalizada Média de N. Unidades Franqueadas Média de N. Unidades Próprias Não 58,2 6,8 Sim 234,3 16,3 Média de FATURAMENTO DA REDE EM MILHÕES 37,3 207,8 4.3.3 Variáveis financeiras As variáveis financeiras não apresentaram uma diferença considerável entre os diferentes tipos de empresas, como pode ser observado na tabela 11. Tabela 11 - Taxa de franquia, capital inicial, prazo médio de retorno e faturamento. Internacionalizadas Média de Capital Inicial (em R$) Média de Taxa de Franquia (em R$) Média de Prazo Médio de Retorno(em meses) Não 187.295 35.669 25 Sim 176.313 39.478 26 4.3.4 Variáveis relacionadas ao crescimento do negócio Contrariando a intuição, a média de aumento do faturamento é maior entre as franquias que não se internacionalizaram, como pode ser observado na Tabela 12. 63 Tabela 12 - Aumento do faturamento em %, aumento do nº unidades em % internacionalizadas. Internacionalizadas Média de AUMENTO DO FATURAMENTO ANUAL(EM %) Não 57 Sim 27 Média de AUMENTO DO Nº UNIDADES EM % 71 31 4.3.5 Outras informações Foram realizadas análises levando em conta outras variáveis que poderiam ajudar a enriquecer o entendimento da base. Em seguida, foi feita uma discussão dessas variáveis. As franquias que se internacionalizaram, estão concentradas em 5 países, como pode ser observado na Tabela 13. Tabela 13 - Principais destinos. Destino Principal da internacionalização Portugal Angola EUA Argentina México % de franquias que possuem pelo menos uma unidade nestes países 23,3% 20,9% 16,3% 11,6% 7,0% Apesar do presente trabalho não ter encontrado referências, na literatura, de trabalhos que tentaram relacionar a internacionalização com a satisfação do franqueado ou indicadores de qualidade, acredita-se que a análise dessas duas variáveis pode gerar futuras pesquisas, relacionando essas variáveis com o processo de internacionalização. Contra a intuição, o nível de satisfação do franqueado com o franqueador é substancialmente menor nas empresas internacionalizadas, se comparadas as não internacionalizadas como pode ser observado na Tabela 14. 64 Tabela 14 - Qualidade da rede. Internacionalizada Não Sim Média de SATISFAÇÃO DO FRANQUEADO 10 6 % de Franquias com Selo de Excelencia da ABF 24,2% 57,6% 4.4 HIPÓTESES E VARIÁVEIS Este item tem como objetivo definir as hipóteses e as variáveis referenciais no modelo conceitual do estudo. Com base na revisão da literatura e no modelo conceitual do estudo, 11 hipóteses foram formuladas. A formulação dessas hipóteses foi feita em consonância com o objetivo principal do trabalho, ou seja, o estabelecimento de relações entre a variável dependente (empresa internacionalizada ou não) variáveis independentes (aspectos organizacionais relacionados as à internacionalização). Antes da formulação das hipóteses, é importante reforçar, um constructochave para o desenvolvimento do trabalho, o que define o conceito da internacionalização. Como já comentado na revisão bibliográfica, para este trabalho, foram adotadas como internacionalizadas, as empresas que se encontram no último estágio do modelo de internacionalização apresentado pela escola de Uppsala, que afirma existir um envolvimento gradual, das operações, resumidos em quatro diferentes estágios: 1) atividades de exportação não-regulares; 2) exportação via representação independente (agentes); 3) subsidiárias de vendas; e 4) produção/ manufatura. Dessa forma, a variável internacionalização diz respeito a empresas brasileiras que possuem pelo menos uma unidade fora do país de origem. 65 Após a formulação de cada hipótese, sempre que possível, são citados alguns autores que serviram de base para sua elaboração e que se encontram referenciados no capítulo 3 deste trabalho. Isso não quer dizer, no entanto, que tais autores utilizam para a comprovação das hipóteses, exatamente a mesma metodologia e os mesmos indicadores que este trabalho. 4.4.1 Hipóteses relacionadas à natureza e idade do negócio: ramo de atividade, tempo no sistema de franquias e idade da empresa As principais teorias que fundamentaram as hipóteses foram as teorias da Agência e da Restrição de Recursos. Hipótese 1: Existe correlação entre setor de atividade econômica e internacionalização (PÉREZ, ALVAREZ, 2009; MARQUES, MERLO, NAGANO, 2009; HADJA, KHALIFA, KAMMOUN, 2004; ALON, MCKEE, 1999; AYDIN, KACKER, 1989; ELANGO, FRIED, 1997). Variável: Adaptação dos ramos de atividades definidos na Classificação Nacional de Atividades Econômicas / CNAE pela Receita Federal do Brasil. Hipótese 2: Existe correlação positiva entre idade de abertura da primeira loja franqueada e a internacionalização (PÉREZ, ALVAREZ, 2009; MCINTYRE, USZAGH, 1995; SHANE, 1996; LAFONTAINE, OXLEY, 2001; ALON, MCKEE, 1999). Variável: Diferença do ano em que abriu a primeira unidade franqueada para 2009. 66 Hipótese 3: Existe correlação positiva entre a idade da empresa e a internacionalização (PÉREZ, ALVAREZ, 2009; MCINTYRE, USZAGH, 1995; SHANE, 1996; OXLEY, 2001; ALON, MCKEE, 1999). Variável: Diferença do ano em que abriu a empresa para 2009. 4.4.2 Hipóteses relacionadas ao tamanho da empresa As principais teorias que fundamentaram as hipóteses foram as teorias da Agência e da Restrição de Recursos. Hipótese 4: Existe correlação positiva entre o número de lojas franqueadas e a internacionalização (MARQUES, MERLO, NAGANO, 2009; JOHANSON, VAHLNE, 1977; GRIPSRUD 1990; KLEIN, ROTH, 1990; STÖTTINGER, SCHLEGELMICH, 1998). Variável: Número de unidades franqueadas. Hipótese 5: Existe correlação positiva entre o número de lojas próprias e a internacionalização (MARQUES, MERLO, NAGANO, 2009; JOHANSON, VAHLNE, 1977; GRIPSRUD, 1990; KLEIN, ROTH, 1990; STÖTTINGER, SCHLEGELMICH, 1998). Variável: Número de unidades próprias. Hipótese 6: Existe correlação positiva entre o faturamento da rede e a INTERNACIONALIZAÇÃO (HONÓRIO, 2009; HOLZMÜLLER, KASPER, 1991; STÖTTINGER, SCHLEGELMICH, 1998; ZAHRA, IRELAND, HITT, 2000; VERWAAL, DONKERS, 2002). Variável: Média de faturamento nos anos de 2007/2008. 67 4.4.3 Hipóteses relacionadas a variáveis financeiras As principais teorias que fundamentaram as hipóteses foram as teorias da Agência e da Restrição de Recursos. Hipótese 7: Existe correlação negativa entre a taxa de franquia e a internacionalização (HADJA, KHALIFA, KAMMOUN, 2004; ALON, MCKEE, 1999; MARQUES, MERLO, NAGANO, 2009). Variável: Taxa de franquia. Hipótese 8: Existe correlação negativa entre capital inicial necessário para constituir o negócio e a internacionalização (HADJA, KHALIFA, KAMMOUN, 2004; ALON, MCKEE, MERLO, NAGANO, 2009). Variável: Capital Inicial. Hipótese 9: Existe correlação negativa entre o prazo médio de retorno e a internacionalização. Variável: Prazo médio de retorno. 4.4.4 Hipóteses relacionadas ao crescimento do negócio As principais teorias que fundamentaram as hipóteses foram as teorias da Agência e da Restrição de Recursos. Hipótese 10: Existe correlação positiva entre o crescimento do faturamento da rede e a internacionalização (ALON, MACKEE, 1999); Variável: Aumento do Faturamento em % referentes aos anos de 2008/2009. 68 Hipótese 11: Existe correlação positiva entre o crescimento em números de franquias e a internacionalização (ALON, MACKEE, 1999); Variável: Aumento do nº de unidades em percentual, referentes aos anos 2008/2009. 4.5 PROCEDIMENTOS ESTATÍSTICOS Os procedimentos estatísticos realizados neste trabalho podem ser classificados como descritivos e explanatórios (causais), sendo utilizada por conveniência uma amostragem não probabilística. O caráter descritivo justifica-se pelo objetivo de identificar variáveis que explicam ou se correlacionam com o processo da internacionalização de franquias brasileiras. Nesse caso, busca-se identificar a distribuição das características do fenômeno internacionalização de uma forma comparativa, dentro da amostra de empresas analisadas. Seu caráter explanatório reside na utilização de instrumentos de estatística multivariada, com o objetivo de testar relações entre diversas variáveis (FREITAS et al., 2000). Em amostras probabilísticas, cada elemento da população tem uma chance conhecida, e diferente de zero, de ser incluído na amostra (CHURCHILL, GILBERT, 1999). Contrariamente, em amostras não probabilísticas, não há maneira de se estimar a probabilidade de um elemento da população ser incluído na amostra, tampouco de se certificar que a amostra é representativa da população (CHURCHILL, GILBERT, 1999). Dessa forma, para se verificar como se dá o processo de internacionalização das franquias, recorreu-se basicamente à regressão logística. É importante destacar que, para atender ao objetivo de analisar as características organizacionais associadas à internacionalização, a análise discriminante seria uma das técnicas que poderia ser utilizada neste trabalho, pois permitiria identificar as características que mais diferenciam os dois grupos. Conforme Hair et al. (2005, p.218), ela é a técnica mais apropriada quando existe uma variável dependente categórica, e diversas variáveis independentes métricas. Tanto a análise discriminante quanto a regressão logística, se enquadram na classe 69 de métodos estatísticos multivariados de dependência, pois relacionam um conjunto de variáveis independentes com uma variável dependente categórica (SHARMA, 1996; HAIR et al., 1998). De forma geral, as técnicas de discriminação procuram encontrar uma função ou conjunto de funções que discrimine os grupos definidos pela variável categórica, visando minimizar erros de classificação. Em contexto, no qual o conjunto de variáveis independentes possui comportamento probabilístico de normalidade multivariada, a análise discriminante é adequada, porque minimiza os erros de classificação (SHARMA, 1996; HAIR et al., 1998). Portanto, a suposição de normalidade multivariada é importante para que os resultados da análise discriminante sejam satisfatórios. Contudo, como os testes de normalidade da base não apresentaram resultados satisfatórios à análise discriminante, este tipo de análise não foi utilizado neste trabalho. A técnica de regressão logística tornou-se um método padrão de análise de regressão para variáveis, medidas de forma dicotômica (HOSMER, LEMESHOW, 1989). O mesmo modelo pode ser utilizado com enfoque discriminatório, conforme descrevem Krzanowski (1988). Esses autores argumentam que o modelo logístico de discriminação pode ser utilizado de forma bem mais geral, pois não faz suposições quanto à forma funcional das variáveis independentes. Comparando as duas técnicas, Krzanowski (1988) diz ser consenso geral que a discriminação logística deve ser preferida, quando as distribuições são claramente não-normais. 70 CAPITULO 5 - APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS Este capítulo objetiva apresentar os resultados obtidos que validem ou refutem as hipóteses formuladas, a partir das análises quantitativas dos dados oriundos da base das 293 Melhores Franquias do País. Para isso, foi utilizada a regressão logística como técnica que melhor atendeu aos objetivos do trabalho, como já discutido no capítulo 4.4 – Procedimentos Estatísticos. As análises foram feitas comparando as variáveis caracterizadoras das 33 franquias internacionalizadas, com uma amostra aleatória de outras 33 franquias não internacionalizadas, retiradas da base das 260 franquias restantes. A amostra das franquias não internacionalizadas obedeceu a um critério – deveriam pertencer ao mesmo ramo de atividade das empresas internacionalizadas. Foi utilizado, esse tratamento, como uma tentativa de homogeneizar o comparativo das duas bases, a partir de um critério comum. Nas análises iniciais, fez-se necessária, a retirada de três variáveis que, por terem muitos valores faltantes, não permitiam que a modelagem chegasse a resultados estatisticamente relevantes. As variáveis retiradas foram: faturamento da rede, aumento do faturamento anual e aumento do número de unidades. Como essas variáveis poderiam ser relevantes para a explicação do fenômeno foram feitas análises adicionais, utilizando o total da base de 260 franquias o que possibilitou, devido ao maior número de observações, a inclusão das variáveis faltantes, com alguma perda da homogeneidade da comparação. Além da inclusão das variáveis faltantes a análise adicional serviu, com alguma margem de erro, para realizar um cross checking dos resultados. 71 5.1 MEDIDAS RESUMO As medidas resumo ajudam a dar uma visão mais geral e descritiva do comportamento das variáveis. Na Tabela 15, observam-se as seguintes medidas descritivas com respeito às variáveis: número de observações, número de dados faltantes, média, desvio padrão, mínimo, mediano e máximo. Nos gráficos 3, 4, 5, 6, 7 e 8 podem ser observados os Boxplot’s das variáveis, resposta em relação a variável internacionalização. Notam-se alguns pontos discrepantes, e que a maioria das variáveis apresenta “uma certa” assimetria. Tabela 15 - Medidas Resumo (Nmax=33) 72 Gráfico 3 - Boxplot Idade da Empresa. Boxplot of Idade da Empresa vs Internacionalizada 70 Idade da Empresa 60 50 40 30 20 10 0 0 1 Internacionalizada Gráfico 4 - Boxplot Prazo Médio de Retorno. Boxplot of Prazo Médio de Retorno(em meses vs Internacionalizada Prazo Médio de Retorno(em meses 60 50 40 30 20 10 0 0 1 Internacionalizada Gráfico 5 - Boxplot Prazo Taxa de Franquia. Boxplot of Taxa de Franquia (em R$) vs Internacionalizada Taxa de Franquia (em R$) 60000 50000 40000 30000 20000 10000 0 1 Internacionalizada 73 Gráfico 6 - Boxplot Capital Inicial. Boxplot of Capital Inicial (em R$) vs Internacionalizada 500000 Capital Inicial (em R$) 400000 300000 200000 100000 0 0 1 Internacionalizada Gráfico 7 - Boxplot Número de Unidades Franqueadas. Boxplot of N. Unidades Franqueadas vs Internacionalizada N. Unidades Franqueadas 2500 2000 1500 1000 500 0 0 1 Internacionalizada Gráfico 8 - Boxplot Número de Unidades Próprias. Boxplot of N. Unidades Próprias vs Internacionalizada N. Unidades Próprias 200 150 100 50 0 0 1 Internacionalizada 74 5.2 REGRESSÃO LOGÍSTICA Como foi dito anteriormente, para a realização da regressão logística, foram retiradas as variáveis: faturamento da rede em 2008, aumento do faturamento anual e aumento do número de unidades, porque essas variáveis possuíam um alto número de valores faltantes. No modelo ajustado inicialmente, utilizou-se como resposta a variável binária internacionalização e como variáveis explicativas: o ramo de atividade (fator), o número de unidades próprias, o número de unidades franqueadas, capital inicial, taxa de franquia, prazo médio de retorno, idade da empresa e tempo no sistema de franquias. A seguir, utilizou-se o método stepwise backward para eliminar as variáveis não significantes do modelo. Assim, obteve-se, no modelo final, somente as variáveis (correspondentes a 5%), sendo elas: o número de unidades franqueadas e a idade da empresa como mostra a Tabela 16. Na Tabela 16, observam-se também as estimativas, os erros padrões e as significâncias de cada variável. Além dos intervalos de confiança, com coeficiente de confiança γ=95%, para exponencial das variáveis. Tabela 16 - Estimativas do modelo de regressão logística. Variável (B) Idade da Empresa (β) Número de Unidades Franqueadas 95% I.C. para Exp(B) Erro Padrão Estatística de Wald Significância 0,141 0,052 7,346 0,020 0,008 -3,262 0,919 Estimativa Inferior Superior 0,007 1,040 1,276 6,592 0,010 1,005 1,035 12,605 0,000 (θ) Constante (α) 75 O modelo ajustado foi: π ln i 1− π i = α + β x1i + θx2i ; com i = 1,...,66. Podendo ser interpretado da seguinte forma: x1i é a idade da i-ésima empresa; x2i é o número de unidades franqueadas da i-ésima empresa; πi é o valor esperado da probabilidade da i-ésima empresa ser internacionalizada; α é o intercepto (não interpretável); exp(β), que varia entre [1,040; 1,276], é o número esperado de vezes, que a chance da empresa ser internacionalizada cresce, para cada ano da diferença da idade da empresa, entre duas empresas com o mesmo número de unidades franqueadas; exp(θ), que varia entre [1,005; 1,035], é o número esperado de vezes, que a chance da empresa ser internacionalizada cresce, para cada unidade da diferença do número de unidades próprias, entre duas empresas com a mesma idade. A variabilidade explicada do modelo (R2) de Cox e Snell foi 0,414, já a de Nagelkerke, sendo este, um ajuste da estatística anterior, foi 0,553. A Tabela 17 mostra o número de observações da variável internacionalizada observada versus a predita. Ou seja, se aplicado ao modelo ajustado nessa amostra, a média de acerto seria de 86,4% das observações, sendo que para as observações não internacionalizadas esta média subiria para 93,9% e para as internacionalizadas 78,4%. 76 Tabela 17 - Internacionalizada observada versus predita. Predita Observada Internacionalizada Porcentagem correta 0 1 0 31 2 93,9 1 7 26 78,8 Internacionalizada Porcentagem total 86,4 5.3 ANÁLISE DA BASE DAS 260 FRANQUIAS NÃO INTERNACIONALIZADAS X 33 INTERNACIONALIZADAS O objetivo desta análise é incluir as variáveis (retiradas da análise anterior pelo número de observações faltantes): faturamento, aumento do faturamento anual e aumento do número de unidades na análise, e de certa forma, realizar um cross checking dos resultados. 5.3.1 Medidas resumo Como era de se esperar, as medidas resumo, Tabela 18, demonstram uma dispersão consideravelmente maior das variáveis relacionadas às 260 franquias não internacionalizadas. 77 Tabela 18 - Medidas Resumo (Nmax=260). 5.3.2 REGRESSÃO LOGÍSTICA A regressão logística apresentou resultados semelhantes aos encontrados na análise realizada com os dados pareados, com destaque para variável faturamento, que individualmente, é a que mais explica o fenômeno, se levada em conta, somente essa análise, conforme pode ser visualizado na Tabela 19. Tabela 19 - Estimativas do modelo de regressão logística_2. Variável (B) Estimativa 95% I.C. para Exp(B) Erro Padrão Estatística de Wald Significância Inferior Faturamento 0,00296 0,00132 16,3656 0,0252 Constante (α) -4,6095 1,1394 16,3656 0,000 1,043 Superior 1,386 78 Dessa forma, tomando as análises com as duas bases, as variáveis que mais discriminaram o fenômeno da internacionalização foram: idade da empresa, número de unidades franqueadas e faturamento. O que validam as hipóteses 3, 4 e 6 que, correlacionavam positivamente o fenômeno da internacionalização, com as variáveis que mostraram um alto poder explicativo nas análises estatísticas. Dessa forma, as hipóteses 1,2,5,7,8,9,10 e 11 não foram validadas. As conclusões acima estão refletidas na tabela 20. Tabela 20 - Resumo dos Resultados. 79 CAPITULO 6 - CONCLUSÕES A internacionalização de franquias brasileiras é ainda um processo insipiente, mas que mostra um crescimento acentuado e consistente ao longo dos anos, acompanhando o crescimento expressivo desse modelo de negócios dentro do país. Nesse contexto, o entendimento de variáveis que possam ajudar a explicar e prever o fenômeno da internacionalização é muito importante e, como foi dito, ao longo do trabalho, podem ajudar os diversos agentes envolvidos no processo de internacionalização – empresas, governo, agentes financiadores e de fomento, a desenvolverem melhores mecanismos de decisões estratégicas relacionadas ao tema. Do ponto de vista acadêmico, ajuda no entendimento do processo de internacionalização, dando novos ângulos de análise e compreensão da questão. A caracterização comparativa dos grupos de franquias internacionalizadas e não internacionalizadas, revelaram elementos interessantes de diferenciação. Foi observada uma concentração comparativamente maior de franquias internacionalizadas nos ramos de Saúde e Bem Estar; Vestuário, Calçados e Acessórios; as franquias que se internacionalizaram também apresentaram, em média, uma idade maior. Porém, é no tamanho da empresa que a diferença é mais expressiva – as franquias que se internacionalizaram, possuem consideravelmente, mais unidades próprias, mais unidades franqueadas e mais faturamento que as que não se internacionalizaram. Essas variáveis caracterizadoras ajudaram a dar uma visão panorâmica às diferenças dos dois grupos. Contudo, foi somente por intermédio dos procedimentos estatísticos, que se pôde observar o poder explicativo das variáveis relacionadas ao fenômeno da internacionalização e a aderência das hipóteses com as teorias da Agência e da Escassez de Recursos. Dessa forma, as variáveis que discriminaram o fenômeno da internacionalização foram: idade, número de unidades franqueadas e faturamento validando as hipóteses 3, 4 e 6. A idade da empresa não foi fator explicativo relevante em alguns estudos internacionais. Contudo, a maioria dos estudos mostra, que a antiguidade no sistema de franquias e não a idade da empresa em si, tinha correlação com a 80 internacionalização, em virtude da acumulação de recursos e capacidade aprendida de monitoramento de lojas franqueadas - dois fatores fundamentais para a internacionalização. No presente trabalho, a validação da correlação entre a idade da empresa e a internacionalização e a não correlação entre idade no sistema de franquias e a internacionalização, puderam revelar relações peculiares do mercado brasileiro. Ao analisar a diferença entre a idade da empresa e o tempo em que ela levou para entrar no sistema de franquias, das franquias brasileiras mais antigas, justamente as que mais se internacionalizaram, observa-se um tempo três vezes maior, se comparado com as franquias mais novas, esse fato pode ser explicado pela pouca disseminação do franchising no Brasil, como uma alternativa de crescimento há 25 anos – média da idade das empresas que se internacionalizaram. Dessa forma, se observa que as franquias antigas, que são as que demonstraram um perfil maior de internacionalização, demoraram muito para entrar no franchising e as franquias mais novas adotam essa opção de crescimento precocemente, esse descasamento pode explicar a diminuição do poder explicativo da variável idade no sistema de franquias e, em contraposição, a valorização da variável idade da empresa no modelo. Essa hipótese é reforçada quando se observa, comparativamente, a diferença entre abertura da empresa e entrada no sistema de franquias internacionais e brasileiras. Apesar de não ser o objetivo deste trabalho, é importante destacar que, um curto período de tempo entre a abertura da empresa e a entrada no sistema de franquias, como observado no mercado brasileiro, pode aumentar o risco de fracasso tanto do franqueado quanto do franqueador. A revisão da literatura mostrou que não existe um consenso na literatura, em relação ao impacto que as variáveis relacionadas ao tamanho da empresa – número de unidades franqueadas e próprias - possuem na propensão à internacionalização. É intuitivo pensar, como afirmam vários autores, que uma grande rede teria acumulado mais recursos, desenvolvido uma maior capacidade de monitoramento sobre os franqueados e indubitavelmente, tenha adquirido um maior reconhecimento de marca, e que esses elementos seriam fatores potencializadores para a busca de mercados internacionais. Novamente nesse caso, o presente trabalho identificou um comportamento singular do mercado brasileiro, e que talvez explique a razão de se 81 ter observado uma correlação importante entre número de lojas franqueadas (hipótese 3) e a internacionalização e não ser observado a mesma correlação com a variável número de lojas próprias (hipótese 4). Talvez, um alto número de lojas próprias em relação a franqueadas mostrasse que a empresa passou pelos dois momentos, preconizado por vários autores e defendido por Combs, Michael e Castrogiovanni (2004), para expansão dentro das fronteiras do país de origem. O primeiro ciclo seria o de crescimento, onde seria utilizado o sistema de franquias como forma mais rápida e com menor risco para empresas menores obterem crescimento em um curto espaço de tempo. O segundo ciclo seria o de rentabilização, onde as empresas comprariam as franquias mais rentáveis e fariam a opção por crescer por meio de lojas próprias – mais rentáveis em relação às franquias. A internacionalização, dessa forma, poderia ser considerada um novo ciclo de crescimento – um terceiro ciclo, onde seria necessária uma nova utilização do sistema de franquias para obter novamente, maior velocidade de expansão com menores riscos. A teoria de um terceiro ciclo apesar de ser intuitiva, não foi validada pelo presente trabalho. Talvez, a não validação dessa teoria se justifique pelo comportamento não padronizado que as redes de franquias possuem no país. Não é observado, no Brasil, de forma significativa o segundo ciclo de rentabilização, mesmo as grandes franquias, continuam utilizando-se do franchising para o crescimento, mantendo uma pequena quantidade de lojas próprias, valorizando dessa forma, a diminuição do risco em detrimento do aumento de rentabilidade, característica do segundo ciclo. Como já demonstrado em vários trabalhos internacionais o faturamento (hipótese 6), possui correlação com a internacionalização. O acúmulo de recursos permite, segundo as teorias da Agência e da Escassez de Recursos, desenvolverem novos e mais efetivos mecanismos de controle, permite o acesso a novos e mais baratos mecanismos de financiamento e dá um indicativo importante da razoável exploração dos mercados internos e necessidade de busca de novos mercados. Uma observação importante, que não é completamente explicada pelas teorias existentes, é a opção pela franquia como forma de entrada nos mercados 82 externos. Partindo dos pressupostos, já discutidos ao longo do trabalho, que as franquias são menos rentáveis do que as lojas próprias e que as empresas que se internacionalizam possuem maior acúmulo de recursos, seria razoável supor, que a internacionalização se daria por intermédio de lojas próprias e não utilizando o sistema de franquias, menos rentável. Talvez, o motivo para essa opção seja novamente o trade-off entre a necessidade de diminuição de riscos e de ter mais conhecimento do mercado local versos o vetor rentabilidade da operação, pesando mais as duas primeiras variáveis, principalmente para empresas brasileiras. As hipóteses não validadas também geraram aprendizados importantes. A negação das hipóteses 10 e 11, relacionadas com o crescimento ano contra ano do faturamento e do número de unidades, mostram que um crescimento interno acentuado não é o fator que ajuda a explicar a internacionalização. Esse fato, talvez possa ser explicado pela existência de oportunidades no mercado interno que diminui as vantagens relativas de se internacionalizar. Argumentos semelhantes podem ser utilizados para explicar as hipóteses relacionadas com as variáveis financeiras. Uma hipótese também não comprovada no estudo é a que relaciona o processo de internacionalização com o ramo de atividade. Apesar de ser observada uma concentração diferenciada de franquias internacionalizadas em determinados ramos, quando se olha o agregado da variável não se observa à correlação. 83 CAPITULO 7 - LIMITAÇÕES E SUGESTÕES PARA ESTUDOS FUTUROS A principal limitação do estudo foi a dependência de uma base já existente. Se por um lado uma base já estruturada, que possui um histórico de credibilidade e riqueza de informações ajuda a dar robustez aos resultados, do outro lado, impede a exploração de outras variáveis consideradas importantes pelo autor. Outro elemento que pode ter causado algum viés nos resultados foi a opção por utilizar as 293 melhores franquias do Brasil. A escolha das melhores empresas pode ter gerado um viés na pesquisa, contudo, como a comparação foi realizada entre as melhores empresas que se internacionalizaram e as que não se internacionalizaram, o viés pode ter sido minimizado. Outra questão, que merece destaque, é que por existirem poucos estudos brasileiros com o mesmo foco do trabalho, optou-se por uma análise mais exploratória do tema com o objetivo de se apurar elementos novos para a compreensão do tema. Por isso, muitas das variáveis que aqui foram exploradas em conjunto, poderiam ser exploradas de forma mais profunda individualmente, o que poderiam gerar conclusões com maiores aplicabilidades práticas. Como abordado diversas vezes ao longo do trabalho, algumas outras variáveis poderiam ser exploradas em trabalhos semelhantes a este, como a relação entre franqueado e franqueador e variáveis conjuntas, que agregam um conjunto de atributos em uma única variável como qualidade da rede. Outros dois temas, que poderiam gerar trabalhos importantes são o estudo dos sucessos e fracassos das empresas internacionalizadas e a relação da internacionalização com outras teorias econômicas. Acompanhar os resultados das franquias brasileiras que se internacionalizaram e entender os fatores e variáveis determinantes do sucesso ou fracasso, poderiam ter gerado, conclusões importantes para o entendimento do processo de internacionalização. Estudar a relação da internacionalização de franquias com as teorias da Visão Baseada em Recursos e a Teoria dos Custos de Transação também poderiam ajudar no entendimento do fenômeno. 84 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABF - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FRANQUIAS. 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Vol.66, Issue 4, 4 charts, oct. 2002. 99 APÊNDICE Lista das 293 Melhores Franquias do Brasil pelo Guia das 500 Franquias para Você Investir, edição 2009-2010 (1- Internacionalizada) Empresa Internacionalizada Ramo de Atividade 1 Akakia Cosméticos 1 COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA 2 Amor aos Pedaços 1 CAFETERIA E CONFEITARIA 3 Arezzo 1 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 4 Astral 1 SERVIÇOS GERAIS 5 Bit Company 1 TREINAMENTO E CURSOS 6 Bob's 1 ALIMENTAÇÃO 7 Carmen Steffens 1 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 8 Casa do Pão de Queijo 1 CAFETERIA E CONFEITARIA 9 CCAA 1 ENSINO DE IDIOMAS 10 Combate Controle de Pragas 1 SERVIÇOS GERAIS 11 Depyl Action 1 SAÚDE E BEM-ESTAR 12 Emagrecentro 1 SAÚDE E BEM-ESTAR 13 Escolas Fisk 1 ENSINO DE IDIOMAS 14 Experimento Intercâmbio Cultural 1 ENSINO DE IDIOMAS 15 Fábrica Di Chocolate 1 CAFETERIA E CONFEITARIA 16 Fit4 - Fitness Store 1 SAÚDE E BEM-ESTAR 17 Hering Store 1 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 18 Jacques Janine 1 SAÚDE E BEM-ESTAR 19 LinkWell 1 SERVIÇOS GERAIS 20 Livraria Nobel 1 LAZER 21 Localiza Rent a Car 1 VEÍCULOS 22 Mister Sheik 1 ALIMENTAÇÃO 23 Morana Acessórios 1 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 24 O Boticário 1 COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA 100 25 Pastelândia 1 ALIMENTAÇÃO 26 PUC 1 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 27 Roasted Potato 1 ALIMENTAÇÃO 28 Sapataria do Futuro 1 SERVIÇOS GERAIS 29 Spoleto Culinária Italiana 1 ALIMENTAÇÃO 30 Truss Cosmetics 1 COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA 31 Via Uno 1 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 32 Vivenda do Camarão 1 ALIMENTAÇÃO 33 Werner 1 SAÚDE E BEM-ESTAR 34 A Fórmula 0 COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA 35 Accor Hospitality 0 SERVIÇOS GERAIS 36 Action Coach Brasil 0 SERVIÇOS FINANCEIROS E CONSULTORIAS 37 Agecel 0 SERVIÇOS GERAIS 38 Água Doce Cachaçaria 0 ALIMENTAÇÃO 39 All - Alternative Language Learning 0 ENSINO DE IDIOMAS 40 Almanaque Revistaria 0 LAZER 41 AlphaGraphics 0 SERVIÇOS GERAIS 42 Alvorada 0 SERVIÇOS GERAIS 43 Ambientec 0 SERVIÇOS FINANCEIROS E CONSULTORIAS 44 Antídoto Cosméticos 0 COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA 45 Aroma Natural 0 COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA 46 Arquivar - Gestão de Documentos 0 SERVIÇOS GERAIS 47 Balone 0 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 48 Banca de Camisetas 0 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 49 Barbara Strauss 0 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 50 BBN - Bolsa Brasil Negócios 0 SERVIÇOS FINANCEIROS E CONSULTORIAS 51 Bebelu Sanduíches 0 ALIMENTAÇÃO 52 Bella Capri Pizzaria 0 ALIMENTAÇÃO 53 Bella Gula 0 CAFETERIA E CONFEITARIA 54 Berti Parfums 0 COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA 101 55 Bestdry Estética Automotiva 0 VEÍCULOS 56 Big X Picanha 0 ALIMENTAÇÃO 57 Bom Grillê 0 ALIMENTAÇÃO 58 Bonaparte 0 ALIMENTAÇÃO 59 Bonasecco 0 SERVIÇOS GERAIS 60 BR Mania 0 ALIMENTAÇÃO 61 Broomer Men's Wear 0 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 62 BSB Musical 0 TREINAMENTO E CURSOS 63 Butique Rita Jardim 0 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 64 Cacau Show 0 CAFETERIA E CONFEITARIA 65 Café Cancun 0 ALIMENTAÇÃO 66 Café Donuts 0 CAFETERIA E CONFEITARIA 67 Café Jardim 0 CAFETERIA E CONFEITARIA 68 Camarão & Cia 0 ALIMENTAÇÃO 69 Canaan Photo Studio 0 SERVIÇOS GERAIS 70 Cão Cidadão 0 SERVIÇOS GERAIS 71 Capital Steak House 0 ALIMENTAÇÃO 72 Carol Gregori 0 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 73 Caroline Won 0 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 74 Casa da Empada 0 CAFETERIA E CONFEITARIA 75 Casa do Construtor 0 SERVIÇOS GERAIS 76 Castilho Segurança Eletrônica 0 SERVIÇOS GERAIS 77 Caverna do Dino 0 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 78 CDI Educação e Desenvolvimento 0 TREINAMENTO E CURSOS 79 Cebrac - Centro Brasileiro de Cursos 0 TREINAMENTO E CURSOS 80 Centro Auditivo Telex 0 SAÚDE E BEM-ESTAR 81 Centro Britânico Idiomas 0 ENSINO DE IDIOMAS 82 Cetelbras Educacional 0 TREINAMENTO E CURSOS 83 Check Check 0 SERVIÇOS FINANCEIROS E CONSULTORIAS 84 Chef Vergé 0 ALIMENTAÇÃO 102 85 China House Delivery 0 ALIMENTAÇÃO 86 China In Box 0 ALIMENTAÇÃO 87 Chocolate & Cheese 0 CAFETERIA E CONFEITARIA 88 Chopp Time 0 ALIMENTAÇÃO 89 Chucrute & Cia 0 ALIMENTAÇÃO 90 CI 0 LAZER 91 Cia. Da Empada 0 ALIMENTAÇÃO 92 Cia. Dos Espetinhos 0 ALIMENTAÇÃO 93 CNA 0 ENSINO DE IDIOMAS 94 Coife Odonto 0 SAÚDE E BEM-ESTAR 95 College Personal English 0 ENSINO DE IDIOMAS 96 Compainha do Bordado 0 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 97 Contém 1g 0 COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA 98 Contours - Academia para Mulheres 0 SAÚDE E BEM-ESTAR 99 Couro & Cia. 0 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 100 Crêpe de Paris 0 ALIMENTAÇÃO 101 Criar - Sist. De Ens. De Língua Portuguesa¹ 0 ENSINO DE IDIOMAS 102 Deltaexpresso 0 CAFETERIA E CONFEITARIA 103 Devassa Cervejaria 0 ALIMENTAÇÃO 104 Dia a Dia Drogaria - Tudo para o Diabético 0 COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA 105 Dina Pizza 0 ALIMENTAÇÃO 106 DNA Security 0 VEÍCULOS 107 DR Just for Doctors 0 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 108 Drogarias Farmais 0 COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA 109 Drops of Joy 0 COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA 110 Dryup Atelier de Beleza Automotiva 0 VEÍCULOS 111 Empada Brasil 0 ALIMENTAÇÃO 112 Empada Carioca 0 ALIMENTAÇÃO 113 Enjoy 0 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 114 Eschola.Com 0 TREINAMENTO E CURSOS 103 115 Escola de Inglês Teddy Bear 0 ENSINO DE IDIOMAS 116 Espaço Reclinável 0 CASA, DECORAÇÃO E PRESENTES 117 Espetinhos Mimi 0 ALIMENTAÇÃO 118 Essência do Perfume 0 COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA 119 Estivanelli 0 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 120 Estudo Mais 0 TREINAMENTO E CURSOS 121 Estupendo 0 ALIMENTAÇÃO 122 Eurodata 0 TREINAMENTO E CURSOS 123 Expense Reduction Analystis - Era Brasil 0 SERVIÇOS FINANCEIROS E CONSULTORIAS 124 Farmacentro 0 COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA 125 Farmácia Uniflora 0 COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA 126 Farmafórmula 0 SAÚDE E BEM-ESTAR 127 Farmamellitus 0 SAÚDE E BEM-ESTAR 128 Fastframe 0 CASA, DECORAÇÃO E PRESENTES 129 Federal Invest 0 SERVIÇOS FINANCEIROS E CONSULTORIAS 130 Fitta Turismo e Câmbio 0 SERVIÇOS FINANCEIROS E CONSULTORIAS 131 Flash Courier 0 SERVIÇOS GERAIS 132 Flavored Popcorn 0 CAFETERIA E CONFEITARIA 133 Florus 0 COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA 134 Flying Sushi 0 ALIMENTAÇÃO 135 Flytour Franchising 0 LAZER 136 Fom 0 SAÚDE E BEM-ESTAR 137 Franquia Imóveis 0 SERVIÇOS GERAIS 138 Fran's Café 0 CAFETERIA E CONFEITARIA 139 Funzionalle 0 CASA, DECORAÇÃO E PRESENTES 140 Gelateria Parmalat 0 CAFETERIA E CONFEITARIA 141 Gendai Japanese Fast-Food 0 ALIMENTAÇÃO 142 Geneal 0 ALIMENTAÇÃO 143 Giraffas 0 ALIMENTAÇÃO 144 Gordão Lanches 0 ALIMENTAÇÃO 104 145 Grão Expresso Cafeteria 0 CAFETERIA E CONFEITARIA 146 Guapa Loca 0 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 147 Habib's 0 ALIMENTAÇÃO 148 Health Cred 0 SERVIÇOS FINANCEIROS E CONSULTORIAS 149 Hercons 0 VEÍCULOS 150 I Foot 0 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 151 Ibio - Tratamentos Odontológicos 0 SAÚDE E BEM-ESTAR 152 Icemellow Sorvete e Cia. 0 CAFETERIA E CONFEITARIA 153 Ideal Estágios 0 SERVIÇOS GERAIS 154 Iebeu 0 ENSINO DE IDIOMAS 155 Imaginarium 0 CASA, DECORAÇÃO E PRESENTES 156 Influx English School 0 ENSINO DE IDIOMAS 157 Instituto Embelleze 0 TREINAMENTO E CURSOS 158 ITC Vertebral 0 SAÚDE E BEM-ESTAR 159 Jet Bronza 0 COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA 160 Jin Jin 0 ALIMENTAÇÃO 161 JME Informática 0 SAÚDE E BEM-ESTAR 162 Jornal do Síndico 0 SERVIÇOS GERAIS 163 Jornal Sexta-Feira 0 SERVIÇOS GERAIS 164 Kids Ploc Buffet 0 LAZER 165 Kopenhagen 0 CAFETERIA E CONFEITARIA 166 Kumon 0 TREINAMENTO E CURSOS 167 Kviar 0 CASA, DECORAÇÃO E PRESENTES 168 La Pasta Gialla 0 ALIMENTAÇÃO 169 L'acqua di Fiori 0 COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA 170 Lanchão & Cia 0 ALIMENTAÇÃO 171 Lavasecco 0 SERVIÇOS GERAIS 172 Le Chocolatier 0 ALIMENTAÇÃO 173 Learning Fun 0 ENSINO DE IDIOMAS 174 Lig Lig Delivery 0 ALIMENTAÇÃO 105 175 Limpidus 0 SERVIÇOS GERAIS 176 Linces Vistorias 0 VEÍCULOS 177 Linha e Bainha 0 SERVIÇOS GERAIS 178 L'Occitane 0 COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA 179 Loja de Aventura 0 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 180 Lord Cão 0 SERVIÇOS GERAIS 181 Luziana Lanna Idiomas 0 ENSINO DE IDIOMAS 182 M.Officer 0 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 183 Magoweb Mkt. E Solução para Internet 0 SERVIÇOS GERAIS 184 Mahogany 0 COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA 185 Make-Up Estética Automotiva 0 VEÍCULOS 186 Makis Place 0 ALIMENTAÇÃO 187 Mãos de Cera 0 LAZER 188 Maple Bear 0 TREINAMENTO E CURSOS 189 Mard Elle Lingierie 0 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 190 Maxx Eyewear 0 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 191 McDonald's 0 ALIMENTAÇÃO 192 MCM Odontologia 0 SAÚDE E BEM-ESTAR 193 MegaMatte 0 CAFETERIA E CONFEITARIA 194 Memorial Saúde 0 SAÚDE E BEM-ESTAR 195 Microlins 0 TREINAMENTO E CURSOS 196 MicroWay 0 TREINAMENTO E CURSOS 197 Minds English School 0 ENSINO DE IDIOMAS 198 Mini Kalzone 0 ALIMENTAÇÃO 199 Moldura Minuto 0 CASA, DECORAÇÃO E PRESENTES 200 Montana Grill Express 0 ALIMENTAÇÃO 201 Mr.Cat 0 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 202 Multicoisas 0 CASA, DECORAÇÃO E PRESENTES 203 Neomerkato 0 CASA, DECORAÇÃO E PRESENTES 204 Nonna Sorveteria 0 CAFETERIA E CONFEITARIA 106 205 Notebook Century 0 SERVIÇOS GERAIS 206 Number One 0 ENSINO DE IDIOMAS 207 Nutty Bavarian 0 ALIMENTAÇÃO 208 Odontoclinic 0 SAÚDE E BEM-ESTAR 209 Oficina Brasil 0 VEÍCULOS 210 Oligoflora 0 SAÚDE E BEM-ESTAR 211 Onodera Estética 0 COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA 212 Original Jeans 0 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 213 Ortoplan - Especialidades Odontológicas 0 SAÚDE E BEM-ESTAR 214 Overboard 0 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 215 Paralléle 0 COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA 216 Paraná Crédito 0 SERVIÇOS FINANCEIROS E CONSULTORIAS 217 Park Idiomas 0 ENSINO DE IDIOMAS 218 Patroni Pizza 0 ALIMENTAÇÃO 219 Pelé Arena Café 0 CAFETERIA E CONFEITARIA 220 Petcursos 0 TREINAMENTO E CURSOS 221 Pharmapele 0 COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA 222 Pier 0 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 223 Planet Chokolate 0 CAFETERIA E CONFEITARIA 224 Planetário 0 ALIMENTAÇÃO 225 Poderoso Timão 0 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 226 Polo Zero Depilação 0 SERVIÇOS GERAIS 227 Poltrona 1 Turismo 0 LAZER 228 Portobello Shop 0 CASA, DECORAÇÃO E PRESENTES 229 PostNet 0 SERVIÇOS GERAIS 230 Praetorium 0 TREINAMENTO E CURSOS 231 Premiatto Express 0 ALIMENTAÇÃO 232 Prepara cursos Profissionalizantes 0 TREINAMENTO E CURSOS 233 Prophylaxis Clínica de Vacinação 0 SAÚDE E BEM-ESTAR 234 Puket 0 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 107 235 QTZ Eyewear 0 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 236 Quality lavanderia 0 SERVIÇOS GERAIS 237 Quartos & etc 0 CASA, DECORAÇÃO E PRESENTES 238 Quiosque Chopp da Brahma 0 ALIMENTAÇÃO 239 Ragazzo 0 ALIMENTAÇÃO 240 Rainha das Noivas 0 CASA, DECORAÇÃO E PRESENTES 241 Real Time Idiomas 0 ENSINO DE IDIOMAS 242 Recarga Expressa 0 SERVIÇOS GERAIS 243 Rede Brasil 0 VEÍCULOS 244 Redeorto 0 SAÚDE E BEM-ESTAR 245 Rei do Mate 0 CAFETERIA E CONFEITARIA 246 Restaura Jeans 0 SERVIÇOS GERAIS 247 Risotto Mix Gastronomia 0 ALIMENTAÇÃO 248 Rockfeller Brasil 0 ENSINO DE IDIOMAS 249 S O S Educação Profissional 0 TREINAMENTO E CURSOS 250 Safe Clean 0 SERVIÇOS GERAIS 251 Salad Creations Brasil 0 ALIMENTAÇÃO 252 Santa Lolla 0 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 253 Scada Café 0 CAFETERIA E CONFEITARIA 254 Sergio's 0 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 255 Seven English & Español 0 ENSINO DE IDIOMAS 256 Sigecon Condomínios 0 SERVIÇOS GERAIS 257 SNC - Sports Nutrition Center 0 SAÚDE E BEM-ESTAR 258 Soft Tacos Mexican Food 0 ALIMENTAÇÃO 259 Sorridentes Clínicas Odontológicas 0 SAÚDE E BEM-ESTAR 260 Spé, o Spa do Pé 0 SAÚDE E BEM-ESTAR 261 Stalker 0 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 262 Star Point 0 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 263 Supera - Ginástica para o Cérebro 0 TREINAMENTO E CURSOS 264 The Kids Club 0 ENSINO DE IDIOMAS 108 265 Tinta e Toner 0 SERVIÇOS GERAIS 266 Tip Top 0 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 267 Torta & Cia 0 ALIMENTAÇÃO 268 Toulon 0 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 269 Tserv Dedetizadora 0 SERVIÇOS GERAIS 270 Tutores 0 TREINAMENTO E CURSOS 271 Tyrol 0 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 272 Uno & Due Padaria Express 0 CAFETERIA E CONFEITARIA 273 UNS Idiomas 0 ENSINO DE IDIOMAS 274 Uptime Consultants 0 ENSINO DE IDIOMAS 275 Uz Games 0 LAZER 276 Valmari Dermocosméticos 0 COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA 277 Vanilla Caffè 0 CAFETERIA E CONFEITARIA 278 Via Direta 0 VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS 279 Via Verde 0 SAÚDE E BEM-ESTAR 280 Vicofarma 0 COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA 281 Videoteca Videolocadora 0 LAZER 282 Vilesoft 0 SERVIÇOS FINANCEIROS E CONSULTORIAS 283 Vita Derm Day Clinic 0 COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA 284 Viver de Arte 0 CASA, DECORAÇÃO E PRESENTES 285 Wall Street Posters 0 CASA, DECORAÇÃO E PRESENTES 286 Weeza Bath and Body 0 COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA 287 Wraps 0 ALIMENTAÇÃO 288 X Picanha 0 ALIMENTAÇÃO 289 Yazigi Internexus 0 ENSINO DE IDIOMAS 290 Yes Rent a Car 0 VEÍCULOS 291 YES! Curso de Idiomas 0 ENSINO DE IDIOMAS 292 Yoi Roll's & Temaki 0 ALIMENTAÇÃO 293 Zastras Brinquedos 0 LAZER