1
FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO
JAERCIO ALEX SILVA BARBOSA
VARIÁVEIS EXPLICATIVAS DA INTERNACIONALIZAÇÃO DE FRANQUIAS
BRASILEIRAS – UM ESTUDO CAUSAL À LUZ DAS TEORIAS
DA AGÊNCIA E DA ESCASSEZ DE RECURSOS
SÃO PAULO
2010
2
JAERCIO ALEX SILVA BARBOSA
VARIÁVEIS EXPLICATIVAS DA INTERNACIONALIZAÇÃO DE FRANQUIAS
BRASILEIRAS – UM ESTUDO CAUSAL À LUZ DAS TEORIAS
DA AGÊNCIA E DA ESCASSEZ DE RECURSOS
Dissertação de Mestrado apresentada à Escola
de Administração de Empresas de São Paulo da
Fundação Getúlio Vargas, como requisito para
obtenção do título de Mestre em Administração
de Empresas.
Campo de Conhecimento: Estratégia Empresarial
Orientador: Prof. Dr. Fábio Luiz Mariotto
SÃO PAULO
2010
3
Barbosa, Jaercio.
Variáveis explicativas da internacionalização de franquias brasileiras – um
estudo causal à luz das teorias da Agência e da Escassez de Recursos / Jaercio
Barbosa. - 2010.
108 f.
Orientador: Fábio Luiz Mariotto
Dissertação (mestrado) - Escola de Administração de Empresas de São Paulo.
1. Franquias (Comércio varejista) -- Brasil. 2. Empresas multinacionais -- Brasil.
I. Mariotto, Fábio Luiz. II. Dissertação (mestrado) - Escola de Administração de
Empresas de São Paulo. III. Título.
CDU 658.86/.87(81)
4
JAERCIO ALEX SILVA BARBOSA
VARIÁVEIS EXPLICATIVAS DA INTERNACIONALIZAÇÃO DE FRANQUIAS
BRASILEIRAS – UM ESTUDO CAUSAL À LUZ DAS TEORIAS
DA AGÊNCIA E DA ESCASSEZ DE RECURSOS
Dissertação de Mestrado apresentada à Escola
de Administração de Empresas de São Paulo da
Fundação Getúlio Vargas, como requisito para
obtenção do título de Mestre em Administração
de Empresas.
Campo de Conhecimento: Estratégia Empresarial
Orientador: Prof. Dr. Fábio Luiz Mariotto
Data da Aprovação:
26\02\2010
Banca Examinadora:
________________________________
Prof. Dr. Fábio Luiz Mariotto (Orientador)
FGV-EAESP
________________________________
Prof. Dr. Tales Andreassi
FGV-EAESP
________________________________
Prof. Dr. João Mauricio Gama Boaventura
Universidade de São Paulo
5
Dedico este trabalho aos meus pais, que sempre
ensinaram que a educação é um dos bens mais
preciosos do ser humano, e a Núbia, minha segunda
mãe.
6
AGRADECIMENTOS
Gostaria de deixar aqui registrado os meus agradecimentos a uma série de
pessoas cujo envolvimento no trabalho foi fundamental para a sua consecução.
Ao meu orientador, Prof. Fábio Mariotto, pela sabedoria e paciência na
orientação e também pelas inúmeras críticas construtivas que permitiram meu
crescimento pessoal e acadêmico.
Ao Prof. Tales Andreassi, pelas importantes sugestões efetuadas por
ocasião do exame de qualificação.
Aos meus colegas e amigos do mestrado - Batista Gigliotti, Leon Chant,
Bruno Rondani e Fernando Ruiz que tanto me ensinaram nos muitos trabalhos em
equipe e nas muitas conversas de corredor.
Ao meu amigo Paulo Grigorovski por suas inúmeras dicas e incentivos para
a conclusão da dissertação.
Aos meus irmãos que estavam na torcida pela conclusão de mais esta etapa
em minha vida.
A minha futura esposa, Sirleia Fabicha e ao meu filho Gustavo que sempre
me apoiaram em meus projetos.
E finalmente agradeço ao meu Deus que sempre esteve comigo em cada
momento da minha vida.
7
RESUMO
Este trabalho objetiva entender o processo de internacionalização de franquias
brasileiras, fenômeno de importância teórica e prática, através do estudo do grau de
associação entre uma série de variáveis organizacionais e a internacionalização de
franquias. Para tanto efetuou-se uma revisão bibliográfica visando colher subsídios
para a formulação de onze hipóteses envolvendo às variáveis acima mencionadas.
Tais hipóteses foram testadas a partir de dados provenientes de 293 franquias que
participaram da publicação - 500 Franquias para Você Investir edição 2009/10. O
estudo adotou como base teórica principal às teorias da Agência e da Escassez de
Recursos.
Os resultados obtidos apontam para a não existência de correlação das variáveis
crescimento do faturamento e do número de unidades ano contra ano e a
internacionalização de franquias, indicando que um crescimento interno acentuado
diminui as vantagens relativas de se internacionalizar. Argumentos semelhantes
podem ser utilizados para explicar a não correlação entre as variáveis financeiras e o
processo de internacionalização.
A
variável
faturamento
apresentou
uma
correlação
significativa
com
a
internacionalização, o que sugere que o acúmulo de recursos permite desenvolver
novos e mais efetivos mecanismos de controle, permite o acesso a novos e mais
baratos mecanismos de financiamento e dá um indicativo importante da razoável
exploração dos mercados internos e necessidade de busca de novos mercados.
Contudo, foram as variáveis idade da empresa e número de unidades franqueadas
as características com maior poder explicativo no estudo, o que revela
comportamentos peculiares do mercado brasileiro como uma baixa diferença entre o
tempo de fundação da empresa e da entrada no sistema de franquias e a opção por
crescer através de franquias ao invés de unidades próprias, mais rentáveis, mesmo
quando a franquia atinge a maturidade.
8
ABSTRACT
This study aims to understand the internationalization process of Brazilian franchises,
a phenomenon of theoretical and practical importance, by studying the degree of
association between a number of organizational variables and the internationalization
of franchising. To this end we performed a literature review aimed at garnering
support for the formulation of eleven hypotheses involving the variables mentioned
above. These hypotheses were tested using data from 293 franchises that
participated in the publication - 500 Franquias Para Você Investir, edition 2009/10.
The study adopted two main theories as a theoretical basis– the Agency Theory and
Resource Scarcity Theory.
The results indicate that there is no correlation between the variables
revenue
growth and the number of units growth and the internationalization, indicating that a
strong internal growth decreases the relative merits of internationalization. Similar
arguments can be used to explain the lack of correlation between financial variables
and the process of internationalization.
The variable income was significantly correlated with internationalization, which
suggests that the accumulation of resources allows to develop new and more
effective control mechanisms, allows access to new and cheaper funding
mechanisms and give an important indication of the reasonable exploration of
internal markets and need to search for new markets.
However, were the variables age of the company and number of franchised units the
variable that shown more explanatory power in the study. This reveals peculiar
behavior of the Brazilian market as a low difference between the time of the founding
of the company and entry into the franchise system and the option to grow through
franchising instead of its own units, more profitable, even when the franchise network
reaches maturity.
9
LISTA DE SIGLAS
ABF -
Associação Brasileira de Franchising
APEX -
Agência de Promoção de Exportação e Investimentos
BACEN - Banco Central do Brasil
CNAE - Classificação Nacional de Atividades Econômicas
FLAF -
Federação Latino-Americana de Franchising
IFA -
International Franchise Association
MDIC -
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil
10
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Evolução do número de redes de franquias no Brasil (2001-2008).........15
Gráfico 2 - Evolução do Faturamento do setor de Franquias (2001-2008)................15
Gráfico 3 - Boxplot Idade da Empresa........................................................................72
Gráfico 4 - Boxplot Prazo Médio de Retorno..............................................................72
Gráfico 5 - Boxplot Prazo Taxa de Franquia..............................................................72
Gráfico 6 - Boxplot Capital Inicial...............................................................................73
Gráfico 7 - Boxplot Número de Unidades Franqueadas.............................................73
Gráfico 8 - Boxplot Número de Unidades Próprias....................................................73
11
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Estudos sobre franchising e empreendedorismo no Brasil.......................26
Tabela 2 - Principais pressupostos e previsões sobre franchising pela Teoria
da Agência e da Escassez de Recursos...................................................29
Tabela 3 - Evolução do franchising............................................................................31
Tabela 4 - Definições de franchising..........................................................................33
Tabela 5 - Pesquisas sobre internacionalização de franquias...................................48
Tabela 6 - Literatura relacionada com variáveis selecionadas para análises da
opção de expansão por meio de franquias...............................................50
Tabela 7 - Resumo dos principais trabalhos que relacionam variáveis com
o processo de internacionalização de franquias......................................56
Tabela 8 - Ramo de atividade....................................................................................61
Tabela 9 - Tempo no sistema de franquias e idade da empresa...............................61
Tabela 10 - Média do número de unidades franqueadas / próprias
e faturamento..........................................................................................62
Tabela 11 - Taxa de franquia, capital inicial, prazo médio de retorno
e faturamento..........................................................................................62
Tabela 12 - Aumento do faturamento em %, aumento do nº unidades
em % internacionalizadas........................................................................63
Tabela 13 - Principais destinos..................................................................................63
Tabela 14 - Qualidade da rede...................................................................................64
Tabela 15 - Medidas Resumo.....................................................................................71
Tabela 16 - Estimativas do modelo de regressão logística........................................74
Tabela 17 - Internacionalizada observada versus predita..........................................76
Tabela 18 - Medidas Resumo_2.................................................................................77
Tabela 19 - Estimativas do modelo de regressão logística_2....................................77
Tabela 20 - Resumo dos Resultados.........................................................................78
12
SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO......................................................................................................14
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA............................................................................17
1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA............................................................................17
1.4 JUSTIFICATIVA...............................................................................................18
1.5 HIPÓTESES.....................................................................................................19
1.6 PRESSUPOSTOS CONCEITUAIS..................................................................20
1.7 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA.......................................................................22
1.8 ESTRUTURA DO TRABALHO........................................................................22
CAPITULO 2 - FRANQUIAS E O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO......24
2.1 ENTENDENDO AS ESPECIFICIDADES DAS FRANQUIAS..........................24
2.1.1 As franquias e a Teoria da Escassez de Recursos.............................26
2.1.2 As franquias e a Teoria da Agência......................................................28
2.1.3 Entendo melhor o conceito e a operação das franquias....................30
2.2 O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS NO
GERAL E DE FRANQUIAS..........................................................................37
2.2.1 O processo de internacionalização das empresas..............................37
2.2.2 O processo de internacionalização de franquias.................................40
2.2.2.1 Opção por franquias........................................................................42
2.2.2.2 Determinantes e barreiras do processo de
internacionalização.........................................................................44
2.2.2.3 Direção do processo de internacionalização de franquias.........46
13
CAPITULO 3 - VARIÁVEIS ASSOCIADAS À INTERNACIONALIZAÇÃO..............49
3.1 IDADE DA EMPRESA E DA OPERAÇÃO POR FRANQUIAS........................51
3.2 TAMANHO DA EMPRESA - QUANTIDADE TOTAL DE LOJAS E
DE UNIDADES FRANQUEADAS...................................................................51
3.3 DISPERSÃO GEOGRÁFICA...........................................................................52
3.4 CRESCIMENTO DA EMPRESA NO MERCADO DOMÉSTICO.....................53
3.5 TAXA DE FRANQUIA E CAPITAL INICIAL.....................................................53
3.6 SETOR DE ATUAÇÃO....................................................................................54
3.7 OUTRAS VARIÁVEIS......................................................................................54
3.8 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE OS ESTUDOS APRESENTADOS........55
CAPITULO 4 - METODOLOGIA................................................................................57
4.1 NATUREZA E MÉTODOS DE PESQUISA......................................................57
4.2 FONTES DE INFORMAÇÃO...........................................................................58
4.3 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA E REPRESENTATIVIDADE..................60
4.3.1 Variáveis relacionadas à natureza e idade do negócio.......................61
4.3.2 Variáveis relacionadas ao tamanho da empresa.................................62
4.3.3 Variáveis financeiras..............................................................................62
4.3.4 Variáveis relacionadas ao crescimento do negócio............................62
4.3.5 Outras informações................................................................................63
4.4 HIPÓTESES E VARIÁVEIS.............................................................................64
4.4.1 Hipóteses relacionadas à natureza e idade do negócio: ramo
de atividade, tempo no sistema de franquias e idade
da empresa..............................................................................................65
4.4.2 Hipóteses relacionadas ao tamanho da empresa................................66
14
4.4.3 Hipóteses relacionadas a variáveis financeiras..................................67
4.4.4 Hipóteses relacionadas ao crescimento do negócio..........................67
4.5 PROCEDIMENTOS ESTATÍSTICOS..............................................................68
CAPITULO 5 - APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS..........................................70
5.1 MEDIDAS RESUMO........................................................................................71
5.2 REGRESSÃO LOGÍSTICA..............................................................................74
5.3 ANÁLISE DA BASE DAS 260 FRANQUIAS NÃO INTERNACIONALIZADAS
X 33 INTERNACIONALIZADAS.......................................................................76
5.3.1 Medidas resumo......................................................................................76
5.3.2 Regressão logística................................................................................77
CAPITULO 6 - CONCLUSÕES..................................................................................79
CAPITULO 7 - LIMITAÇÕES E SUGESTÕES PARA ESTUDOS FUTUROS..........83
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................84
APÊNDICE.................................................................................................................99
14
1 - INTRODUÇÃO
Em 2006, o volume de investimentos diretos efetuados do Brasil para o
exterior foi, pela primeira vez na história, maior do que o de investimentos recebidos
(BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2007). Essa marca colocou o Brasil na 12ª posição
no ranking dos maiores investidores do mundo, superando países como Austrália,
China, Rússia e Suécia. Um dos modelos de negócios que possui maior potencial
para sustentar esse crescimento, pela sua importância na economia do país e pelo
aumento no número de empresas internacionalizadas, é o setor de franquias.
O modelo de negócios baseado em franquias tem aumentado a sua
relevância econômica e acadêmica ao redor do mundo. Os negócios baseados em
franquias correspondem por mais de 40% do varejo americano e são um elementochave na expansão de empresas americanas e europeias para outros países
(COMBS, MICHAEL, CASTROGIOVANNI, 2004). Existem mais de um milhão de
franquias ao redor do mundo (MICHAEL, 2003, p.267). A popularização da franquia,
como uma estratégia de entrada de varejistas em mercados internacionais, gerou,
ao longo dos últimos dez anos, diversos trabalhos acadêmicos, que procuravam
entender os múltiplos aspectos e singularidades desse modelo de negócios
aplicados à internacionalização (QUINN, ALEXANDER, 2002).
No Brasil, as franquias também possuem uma importância estratégica para a
economia do país. Segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), o setor
atingiu em 2008 um faturamento de 55 bilhões de reais, com um crescimento de
19,5% em relação a 2007, gerou mais de três milhões de empregos diretos e
indiretos e fez do mercado brasileiro o 3º mercado mundial de franquias. Os gráficos
1 e 2 mostram a evolução do setor entre os anos de 2001 e 2008 e comprovam a
tendência de crescimento tanto em número de redes quanto em faturamento.
15
Gráfico 1 - Evolução do número de redes de franquias no Brasil (2001-2008).
Fonte: ABF- Associação Brasileira de Franchising.
Gráfico 2 - Evolução do Faturamento do setor de Franquias (2001-2008).
Fonte: ABF - Associação Brasileira de Franchising.
16
No mercado internacional, o modelo de franquias brasileiras começa a ser
adotado, devido à força conquistada por essas franquias no mercado interno. As
marcas nacionais de franquias estão acelerando sua internacionalização. Nos
últimos anos, a internacionalização das franquias brasileiras cresceu em número de
marcas e diversidade de destinos. Em 2008, segundo a ABF, existem
aproximadamente 59 marcas brasileiras atuando em 43 países, contra 35 marcas
em 2006 - uma expansão de mais de 60%. Um elemento potencializador desse
fenômeno foi a renovação do acordo entre a ABF e a APEX-Brasil, (2009/10), para a
internacionalização de franquias. Esse acordo permite que as diferentes redes
tenham suporte operacional e financeiro no processo de expansão para o mercado
internacional.
O peso crescente das franquias nos mercados nacionais e internacionais
vem atraindo pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento da administração.
Entre os anos de 1998-2007, foram publicados 24 trabalhos nacionais sobre o
franchising, se levantados apenas aqueles vinculados ao website da Anpad (2007),
sendo
16,6%
desses
ligados
a
internacionalização
de
franquias
(MELO,
ANDREASSI, 2008). A abordagem qualitativa é a mais utilizada nos estudos.
Contudo, a utilização de métodos quantitativos representa uma parte importante dos
trabalhos publicados - em cerca de 42% desses, há emprego de surveys. Como
referência, esse número é de 62% em artigos internacionais (MELO, ANDREASSI,
2008).
Contudo, mesmo internacionalmente, existem lacunas em aspectos-chaves,
como: os motivos por trás da internacionalização, os caminhos escolhidos pelas
empresas e os tipos de métodos de entrada utilizados (QUINN, ALEXANDER, 2002,
p.274). O tema mais marcante dos estudos internacionais é a relação dos conceitos
do franchising com as teorias econômicas, como a Teoria da Agência, Custos de
Transação, Resource Based View e Escassez de Recursos, que representam 38%
dos trabalhos. Essas temáticas podem indicar novos caminhos, aos pesquisadores
brasileiros, na busca de estudos mais sistemáticos sobre o sistema de franchising
(MELO, ANDREASSI, 2008).
17
No contexto apresentado, o estudo de variáveis organizacionais que podem
ajudar a entender e prever o fenômeno da internacionalização de franquias, à luz
das teorias da Escassez de Recursos e da Agência, apresentam-se como um tema
relevante tanto economicamente quanto academicamente, podendo ajudar os
agentes econômicos - governo, entidades de fomento e empresas no processo de
decisão de investimento e definições estratégicas relacionadas ao tema.
Academicamente, propiciam novos ângulos para entendimento, análise e explicação
do fenômeno de internacionalização, não só das franquias, mas das empresas em
geral.
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA
As seguintes perguntas básicas refletem o problema de pesquisa a ser
analisado neste trabalho:
- Que variáveis poderiam explicar o processo de internacionalização de
franquias brasileiras e qual o poder explicativo dessas variáveis?
- Como estas variáveis podem ajudar a entender as teorias da Agência e da
Escassez de Recursos?
1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA
O principal objetivo da pesquisa é encontrar variáveis explicativas do
processo de internacionalização de franquias brasileiras e como essas variáveis
ajudam a explicar ou a contestar as teorias da Agência e da Escassez de Recursos.
Os objetivos secundários são:
18
- Análise longitudinal dos principais trabalhos acadêmicos (quantitativos e
qualitativos), nacionais e internacionais, publicados sobre o tema;
- Entendimento das diferenças no processo de internacionalização das franquias,
comparativamente com as empresas em geral;
1.4 JUSTIFICATIVA
O trabalho se justifica pela importância acadêmica e econômica do tema.
Academicamente, existem lacunas que devem ser preenchidas, como
defendem os autores abaixo:
• Mesmo internacionalmente, ainda existem lacunas em aspectos-chaves, como: os
motivos por trás da internacionalização, os caminhos escolhidos pelas empresas e
os tipos de métodos de entrada utilizados (QUINN, ALEXANDER, 2002, p.274).
• A disciplina carece de paradigmas, escondendo suposições e variando normas
metodológicas tornando a literatura, particularmente, complicada de se analisar e
sintetizar (COMBS, MICHAEL, CASTROGIOVANNI, 2004).
• Teoria da Agência, Custos de Transação, Resource Based View e Escassez de
Recursos são temáticas que podem indicar novos caminhos aos pesquisadores
brasileiros na busca de estudos mais sistemáticos sobre o sistema de franchising
(MELO, ANDREASSI, 2008).
Empresarialmente, as franquias representam uma parte importante do
Produto Interno Bruto (PIB) das principais economias do mundo, incluindo a
brasileira, o que torna o tema relevante no contexto internacional e no país. Elas:
• Respondem por mais de 40% do varejo americano e são um elemento-chave na
expansão de empresas americanas e europeias para outros países;
19
• No Brasil, as franquias possuem uma importância estratégica para a economia do
país (ABF);
• O setor atingiu, em 2008, um faturamento de 55 bilhões de reais (Crescimento de
19,5% sobre 2007);
• O mercado brasileiro é o 3º mercado mundial de franquias (ABF);
• Existiam 59 marcas atuando em 43 países diferentes em 2009 (em 2006 eram 35);
• Renovação do acordo da ABF – APEX para incentivo à exportação (2009/10).
1.5 HIPÓTESES
Com base na revisão da literatura e no modelo conceitual do estudo, 11
hipóteses foram formuladas. A formulação dessas hipóteses foi estabelecida em
consonância ao objetivo principal do trabalho, ou seja, o estabelecimento de
relações entre a variável dependente (empresa internacionalizada ou não) e a
variável
independente
(aspectos
organizacionais
relacionados
à
internacionalização). As hipóteses foram agrupadas em 4 tipos, levando-se em conta
a proximidade conceitual entre elas: relacionadas à natureza e idade do negócio;
relacionadas ao tamanho do negócio; relacionadas às variáveis financeiras; e
relacionadas ao crescimento da empresa.
- Hipóteses relacionadas à natureza e idade do negócio: ramo de atividade,
tempo no sistema de franquias e idade da empresa
Hipótese 1: Existe
correlação
entre
o
setor
de
atividade
econômica
e
internacionalização.
Hipótese 2: Existe correlação positiva entre idade da abertura da primeira loja
franqueada e a internacionalização.
Hipótese 3: Existe
internacionalização.
correlação
positiva
entre
a
idade
da
empresa
e
a
20
- Hipóteses relacionadas ao tamanho da empresa
Hipótese 4: Existe correlação positiva entre o número de lojas franqueadas e a
internacionalização.
Hipótese 5: Existe correlação positiva entre o número de lojas próprias e a
internacionalização.
Hipótese 6: Existe
correlação
positiva
entre
o
faturamento
da
rede
e
a
internacionalização.
- Hipóteses relacionadas a variáveis financeiras
Hipótese 7: Existe correlação negativa entre taxa de franquia e internacionalização.
Hipótese 8: Existe correlação negativa entre o capital inicial necessário para
constituir o negócio e a internacionalização.
Hipótese 9: Existe correlação negativa entre o prazo médio de retorno e a
internacionalização.
- Hipóteses relacionadas ao crescimento do negócio
Hipótese 10: Existe correlação positiva entre o crescimento do faturamento da rede
e a internacionalização.
Hipótese 11: Existe correlação positiva entre o crescimento em número de franquias
e a internacionalização.
1.6 PRESSUPOSTOS CONCEITUAIS
No presente trabalho, a base de dados para a análise das hipóteses foi
obtida da publicação 500 Franquias para Você Investir, edição 2009-2010, publicada
na revista Pequenas Empresas Grandes Negócios, onde foram trabalhadas apenas
as informações das 293 franquias consideradas como as melhores do Brasil pela
publicação.
21
Entre as 293 franquias citadas, foram identificadas 33 empresas que se
internacionalizaram, sendo consideradas como internacionalizadas, as empresas
que se encontram no último estágio do modelo de internacionalização preconizado
pela escola de Uppsala, que afirma existir um envolvimento gradual das operações,
resumidos em quatro diferentes estágios: 1) atividades de exportação não-regulares;
2) exportação via representação independente (agentes); 3) subsidiárias de vendas;
e 4) produção/ manufatura. Dessa forma, a variável internacionalizada diz respeito
às empresas brasileiras que possuem, pelo menos, uma unidade fora do país de
origem.
Outro constructo importante para este trabalho é o de franquias. Foi adotada
a definição vigente na legislação brasileira – Lei federal no. 8.955 de 15 de
Dezembro de 1994, que diz:
Franquia empresarial é o sistema pelo qual um franqueador
cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente,
associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva
de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito
de uso de tecnologia de implantação e administração de
negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo
franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem
que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício.
Outros dois elementos conceituais importantes para o desenvolvimento do
trabalho é o da teoria da Escassez de Recursos e o da Teoria da Agência.
A teoria da Escassez de Recursos teve seu nome cunhado por Carney e
Gedajlovic (1991), foi concebida conceitualmente por Oxenfeldt e Kelly (1969) e
tenta explicar a existência do sistema de franchising, mediante a resposta à
pergunta: Por que uma empresa iria abrir mão de uma considerável parcela de sua
rentabilidade para um terceiro?
A Teoria da Agência, originalmente proposta por Jensen e Meckling (1976),
procura examinar os potenciais conflitos de interesse entre acionistas e gestores,
tendo em vista a separação entre propriedade e gestão observada nas modernas
corporações. Além da abordagem tradicional envolvendo acionistas e gestores, a
22
Teoria da Agência também incorpora os conflitos entre acionistas e credores e entre
acionistas majoritários e acionistas minoritários. As diversas abordagens analisam a
possível expropriação da riqueza do principal pelo agente, dada a existência de
conflitos de interesses motivados pela maximização de diferentes necessidades. A
Teoria da Agência percebe o franchising como um mecanismo para melhorar o
alinhamento entre os incentivos da empresa e dos diferentes pontos de venda.
1.7 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA
No Brasil, existem 1397 redes de franquias, dessas 577 responderam à
pesquisa da publicação 500 Franquias para Você Investir. De forma complementar,
o levantamento de informações das franquias que se internacionalizaram, realizado
neste trabalho, gerou 59 franquias, sendo encontradas 53 na publicação e dessas,
33 estão entre as 293 Melhores Franquias do País.
As
empresas
foram
divididas
em
internacionalizadas
e
não
internacionalizadas e caracterizadas, de acordo com as variáveis que foram testadas
nas hipóteses, agrupadas em 4 tipos: relacionadas à natureza e idade do negócio;
relacionadas ao tamanho do negócio; relacionadas às variáveis financeiras; e
relacionadas ao crescimento da empresa.
1.8 ESTRUTURA DO TRABALHO
A fim de se atingir os objetivos propostos, o presente trabalho está
estruturado em 7 capítulos. O Capítulo 1, já exposto, apresenta o contexto geral em
que o estudo esta inserido, bem como introduz o problema de pesquisa a ser
analisado.
Os capítulos 2 e 3 referem-se à revisão bibliográfica. O capítulo 2, de cunho
mais generalista, é dividido em dois itens. O primeiro item aprofunda o fenômeno
das franquias, procurando entender, a partir dos principais estudos realizados sobre
23
o tema, quais são as teorias que explicam as especificidades desse tipo de empresa
que poderiam impactar em seu processo de internacionalização. Neste item, é dada
especial ênfase às teorias da Agência e da Escassez de Recursos. O segundo item
foca em entender o fenômeno da internacionalização – das empresas em geral e
especificamente
das
franquias.
Neste
item,
enfatizam-se
os
elementos
diferenciadores do processo de internacionalização das franquias e não franquias. O
capítulo
3
discute
os
trabalhos
nacionais
e
internacionais
que
tratam
especificamente das variáveis explicativas do processo de internacionalização.
Como existem muitos pontos comuns entre a expansão internacional e a expansão
dentro das fronteiras do país de origem, o capítulo também procura apresentar
estudos que abordam esse aspecto.
O Capítulo 4 trata dos aspectos metodológicos adotados no estudo, estando
subdividido em quatro itens: o item 1, relata as fontes de informação que serviram
como base para o trabalho; o item 2, dedica-se a caracterizar a amostra de
empresas utilizadas no trabalho; o item 3, discorre sobre as hipóteses do estudo e
as variáveis sobre as quais as hipóteses estão relacionadas; e finalmente, o item 4,
apresenta os procedimentos estatísticos utilizados.
No Capítulo 5, são apresentados os resultados da análise da base de dados;
já o Capítulo 6 trata das conclusões; e, finalmente, o Capítulo 7 trata das
recomendações e principais limitações do estudo.
24
CAPITULO 2 - FRANQUIAS E O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO
Este Capítulo tem como objetivo aprofundar os fundamentos pelos quais as
hipóteses desse estudo foram geradas. Para isso, foram levantados os principais
estudos e teorias sobre franquias e internacionalização. Discutem-se, em um
primeiro momento, os principais conceitos relacionados à diferenciação das
franquias dos outros tipos de negócios, enfocando nas teorias da Agência e da
Escassez de Recursos. As duas teorias parecem melhor explicar por que as
franquias
podem
ser
consideradas
como
um
modelo
de
negócios
com
características singulares merecendo ser estudadas de forma distinta de outros tipos
de negócios. Num segundo momento, apresentam-se os principais estudos sobre
internacionalização, divididos em internacionalização de empresas em geral e das
franquias, buscando destacar os elementos diferenciadores do processo de
internacionalização das franquias dos diferentes modelos de negócios.
2.1 ENTENDENDO AS ESPECIFICIDADES DAS FRANQUIAS
O sistema de franchising gera impactos expressivos na economia e é um
elemento importante na internacionalização de empresas. Segundo Hoy, Stanworth
e Purdy (2000); Combs e Ketchen Jr. (2003); Combs, Michael e Castrogiovanni
(2004), as vendas por meio do sistema de franchising representam 40% das vendas
no varejo nos Estados Unidos que, por intermédio de 760.000 unidades
franqueadas, movimentam US$ 1,53 trilhão/ano na economia. Combs, Michael e
Castrogiovanni (2004) afirmam que as franquias são um elemento-chave na
expansão de empresas americanas e europeias para outros países - existem mais
de um milhão de franquias ao redor do mundo (MICHAEL, 2003, p.267). Segundo
dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), no Brasil o sistema
movimenta cerca de R$ 46 bilhões/ano, por meio de 1.197 redes de franquias, que
licenciam 65.500 unidades, gerando quase 3 milhões de empregos diretos e
indiretos.
25
Proporcional à sua importância econômica, o franchising vem atraindo a
atenção de um vasto leque de investigadores.
Do ponto de vista do
empreendedorismo a franquia é um veículo de construção de novos negócios
(SHANE, HOY, 1996). Do ponto de vista do marketing, franchising é um importante
canal de distribuição (KAUFMANN, RANGAN, 1990). Na perspectiva econômica, o
franchising é uma ferramenta para a compreensão da estrutura de contratos
(LAFONTAINE, 1992). Do ponto de vista da gestão estratégica, franchising é uma
importante forma de organização (COMBS, KETCHEN, 1999a). Uma vantagem de
atrair acadêmicos de várias disciplinas é que uma literatura considerável cresceu em
torno do franchising; uma desvantagem é que a disciplina carece de paradigmas,
escondendo suposições e variando normas metodológicas, tornando a literatura
particularmente complicada de se analisar e sintetizar (COMBS, MICHAEL,
CASTROGIOVANNI, 2004).
O ângulo de abordagem que percebe o franchising como um veículo de
construção de novos negócios (SHANE, HOY, 1996) é um dos mais relevantes para
o presente trabalho, pois existe uma relação muito próxima entre a capacidade
empreendedora e a busca de mercados fora dos países de origem. No Brasil, a
relação Franquia–Empreendedorismo foi estudada por diversos autores. A Tabela 1
apresenta alguns dos estudos mais importantes, relacionados ao tema, feitos no
Brasil nos últimos anos.
A maioria das pesquisas que tentam explicar as especificidades das
franquias está fundada nas teorias de Escassez de Recursos e na Teoria da
Agência (COMBS, MICHAEL, CASTROGIOVANNI, 2004). Os próximos dois itens do
trabalho aprofundam a relação dessas duas teorias com o franchising.
26
Tabela 1 - Estudos sobre franchising e empreendedorismo no Brasil.
Fonte: ESPINHA, CASTRO, NOGUEIRA, MACHADO, 2007.
2.1.1 As franquias e a Teoria da Escassez de Recursos
A teoria da Escassez de Recursos teve seu nome cunhado por Carney e
Gedajlovic (1991), foi concebida conceitualmente por Oxenfeldt e Kelly (1969) e
27
tenta explicar a existência do sistema de franchising, mediante a resposta à
pergunta: Por que uma empresa iria abrir mão de uma considerável parcela de sua
rentabilidade para um terceiro? A teoria da Escassez de Recursos procura
responder a essa pergunta relacionando a diminuição de rentabilidade com os
ganhos advindos do acesso a mecanismos que facilitam o financiamento e a gestão
das restrições ao crescimento.
Franquias permitem um acesso a recursos de ordem financeira e gerencial
(ou seja, de decisão local e conhecimento de mercado) e isso permite uma
expansão rápida (OXENFELDT, KELLY, 1969, p.69-83). Quando as empresas são
muito jovens e pequenas é difícil levantar capital adequado para o crescimento
mediante os tradicionais mercados financeiros (por exemplo, por meio de ofertas
públicas de ações) ou outras operações existentes e é difícil desenvolver os talentos
de gestão e o conhecimento do mercado local necessário (KATZ, OWEN, 1992).
Todavia, uma rápida expansão pode ser essencial para construir as economias de
escala tão importantes para competir mais eficazmente (CAVES, MURPHY, 1976;
COMBS, CASTROGIOVANNI, 1994). Nesse contexto, a operação com franquias
torna-se fundamental.
Dessa forma, no modelo proposto pela teoria da Escassez de Recursos, as
empresas buscam o sistema de franchising quando há necessidade de obter
economias de escala e existe uma pressão para expandir a uma taxa além do que é
possível utilizando apenas os recursos gerados internamente. Uma vez que tais
economias sejam alcançadas, a rápida expansão não é mais necessária e o
franqueador se deslocaria para maximizar retornos. Como a propriedade da
empresa é presumivelmente mais rentável, o franqueador vai recomprar seus pontos
mais rentáveis da franquia, ou seja, em uma cadeia madura cessaria o sistema de
franchising e em última instância, a cadeia se tornaria essencialmente empresa
própria (COMBS, MICHAEL, CASTROGIOVANNI, 2004; OXENFELDT, KELLY,
1969).
Foram Oxenfeldt e Kelly (1969) que provavelmente iniciaram uma discussão
na literatura sobre variáveis explicativas para o processo que leva empresas a
optarem pelo crescimento por meio de franquias, centrando as suas explicações na
28
variável “necessidade de recursos”. Estudos posteriores usaram as variáveis:
“idade”, “tamanho da cadeia” e “taxa de crescimento”, para construir relações entre a
opção por franquias e a teoria da Escassez de Recursos. Esses estudos serão
aprofundados no Capitulo 3, do presente trabalho.
2.1.2 As franquias e a Teoria da Agência
A Teoria da Agência, originalmente proposta por Jensen e Meckling (1976),
procura examinar os potenciais conflitos de interesse entre acionistas e gestores,
tendo em vista a separação entre propriedade e gestão observada nas modernas
corporações. Além da abordagem tradicional envolvendo acionistas e gestores a
Teoria da Agência também incorpora os conflitos entre acionistas e credores e entre
acionistas majoritários e acionistas minoritários. As diversas abordagens analisam a
possível expropriação da riqueza do principal pelo agente dada à existência de
conflitos de interesses motivados pela maximização de diferentes necessidades. A
Teoria da Agência percebe o franchising como um mecanismo para melhorar o
alinhamento entre os incentivos da empresa e dos diferentes pontos de venda.
Os franqueados são superiores aos funcionários como uma solução para o
problema de agência de motivar os gerentes, pois o franchising dá ao franqueado
todos os lucros após despesas (RUBIN, 1978). Franqueados não reduzirão os
esforços para melhorarem a gestão da empresa, porque sua renda é amarrada aos
seus esforços. Gerentes de funcionários, em contrapartida, vão fugir de
determinadas responsabilidades porque não possuem propriedade dos resultados
(RUBIN, 1978); assim, seu comportamento deve ser cuidadosamente monitorizado,
o que é caro (BRADACH, 1977). Estudos realizados por Krueger (1991) no setor de
refeições rápidas mostram que, na comparação das franquias com unidades
próprias, as primeiras apresentavam desempenho superior em relação as últimas e
menor assimetria.
29
Note-se que as teorias da Agência e da Escassez de Recursos não são
contraditórias; uma empresa deve atrair recursos e alinhar os incentivos. Os
pressupostos e principais previsões das teorias estão resumidos na Tabela 2.
Tabela 2 - Principais pressupostos e previsões sobre franchising pela
Teoria da Agência e da Escassez de Recursos.
Principais pressupostos
Grandes Cadeias possuem uma
substancial escala de vantagens
Teoria da Escassez de
Recursos
Empresas em que os donos
possuem a propriedade são mais
rentáveis que franquias
Trabalho (isto é, habilidade
gerenciais e conhecimento de
mercados locais) e capital é mais
fácil ser obtido de franqueadores
do que de outras alternativas
Principais previsões
Pequenas/novas firmas têm mais
probabilidade de crescer através de
franquias
Franquias são relacionadas com
crescimento e sobrevivência, mas
não necessariamente com
rentabilidade
Firmas maduras irão crescer através
de firmas próprias e pela recompra
de franquias existente
Os agentes econômicos são
racionais e interesseiros
Os agentes econômicos têm
objetivos diferentes, mas de certa
maneira homogêneos
Teoria da Agencia
Franquias substituem poderosos
incentivos de serem donos por
custos de monitorização direta
Gerentes de companhias cujo dono
é proprietário vão fugir de
responsabilidades
Franquias vão aproveitar a
construção da marca através dos
esforços de outros
Empresas irão franquear aqueles
estabelecimentos que são caros
para controlar e onde o potencial
de “parasitismo” é baixo
Contratos de franquia proporcionará
aos franqueados uma quase-renda
para mantê-los no contrato
e otimizar a motivação
As empresas que franqueiam onde é
mais eficiente fazê-lo terão um
melhor desempenho
Fonte: COMBS, MICHAEL, CASTROGIOVANNI, 2004 (tradução nossa).
30
2.1.3 Entendo melhor o conceito e a operação das franquias
As teorias da Escassez de Recursos e da Agência ajudam a entender, de
forma conceitual, a existência do franchising como modelo de negócios. Contudo, é
fundamental a compreensão da evolução desse conceito ao longo da história, suas
particularidades e especificidades operacionais, para que se possa aprofundar o
conhecimento sobre as singularidades dessas empresas, de modo a entender e
justificar processos distintos de internacionalização se comparados com outras
formas de negócio.
A palavra franchisage surgiu na França, na Idade Média, por volta dos
séculos XII e XIII. Significa transferência de um direito, outorga de um privilégio ou
concessão exclusiva
(DAHAB, 1996; HOY, STANWORTH, PURDY, 2000;
SCHWARTZ, 2003). O verbo franchiser, segundo Dahab (1996), significava
conceder um privilégio ou autorização que abolia o estado de servidão por meio das
letters of franchise ou cartas de franquia. O conceito ficou em desuso por longo
período, ressurgindo antes da guerra civil americana, mediante os primeiros
sistemas de franchising. O sistema criou força e se desenvolveu nos Estados
Unidos, que atualmente é o país que tem o maior número de franquias no mundo.
Apenas em 1970, os Estados Unidos começaram a legislar sobre o assunto. No
Brasil, o sistema passou a se estabelecer a partir da década de oitenta. A Tabela 3
apresenta a evolução do conceito na história, relacionando empresas que adotaram
esse sistema e a forma de adoção.
31
Tabela 3 - Evolução do franchising.
Ano
Empresa
1850
Singer Sewing Machine
1889
General Motors
1899
Coca-Cola
1910
Stella
1917
Supermercados Piggly Wiggly
1921
Hertz Rent-a-car
1925
A&W Root Beer
1930
Companhias de petróleo
1935
Roto-Rooter
1935
Howard Johnson
1955
Mc Donald’s
Histórico
Direitos a comerciantes independentes
de comercializarem seus produtos.
Expansão da rede de distribuição
através de revendas.
Franquias para o engarrafamento do
refrigerante.
O baiano Artur de Almeida Santos
levou sua marca para o interior da
Bahia através da cessão de sua
marca.
Utilizou o sistema para ampliação de
sua rede.
Fundada em 1918, passou a utilizar o
sistema para expandir sua rede
apenas três anos depois de fundada.
Primeira rede de franquias destinada à
comercialização de lanches e
refeições.
Adotaram o sistema convertendo os
postos de gasolina operados
diretamente em franquias outorgadas
a operadores locais.
Adotou o sistema no mesmo ano de
sua fundação.
Franquias de restaurantes e
sorveterias e, posteriormente no ramo
de hotelaria.
Ray Croc transformou uma pequena
lanchonete de hambúrgueres em
Illinois na rede de franquias.
Fonte: DAHAB, 1996; RIBEIRO, SILVA, 2004; HOY, STANWORTH,
PURDY, 2000; SCHWARTZ, 2003.
O entendimento da evolução do franchising é importante para estabelecer os
marcos e mudanças observadas nesse tipo de negócio, que levam ao entendimento
da maneira como se estruturam hoje. Segundo Combs, Michael, Castrogiovanni
(2004), o franchising tem duas características que o distingue de outras formas de
organização. A primeira ocorre normalmente nas empresas onde existe um
componente de serviço notável que deve ser realizado perto dos clientes. O
resultado é que o serviço de fornecimento do estabelecimento deve ser replicado e
disperso geograficamente. A segunda característica fundamental é que os contratos
de franquias geralmente refletem um conjunto pré-estabelecido de atribuições de
responsabilidades, direitos de decisões e lucros entre um
principal
(o
franqueador), e os agentes descentralizados (franqueados) (COMBS, MICHAEL,
32
CASTROGIOVANNI, 2004). O franqueador define para sua cadeia de franqueados
normas em nível de desempenho, seleciona os franqueados, aprova pontos de
vendas, gerencia a imagem da marca e coordena algumas atividades; como a
escolha dos fornecedores e, às vezes, centraliza as compras (CAVES, MURPHY,
1976). As receitas do franqueador são obtidas, principalmente, do pagamento de
royalties vinculados à venda. O franqueado estabelece um conjunto de políticas
locais, tais como: preços, horários de funcionamento, algumas políticas de recursos
humanos e a gestão do dia-a-dia, em troca de lucros, depois de royalties e outras
despesas (COMBS, MICHAEL, CASTROGIOVANNI, 2004).
Outros autores definem o franchising como uma forma específica de gestão
empresarial, que tem sido amplamente utilizada como uma estratégia de
organização de mercado e um mecanismo eficaz de expansão de pequenas e
médias empresas (DAHAB, 1996; PARENTE, 2000). Em uma franquia, a empresa
concede a uma pequena companhia ou indivíduo, mediante o pagamento de taxas,
o direito de conduzir o negócio de acordo com determinados níveis de padronização,
qualidade, serviço e por um período específico (MORGENSTEIN, STRONGIN, 1992;
ELANGO, FRIED, 1997; AZEVEDO, SILVA, 2002).
O franchising pode ser considerado também como um sistema de marketing
vertical, onde uma empresa provê para uma outra pessoa ou empresa, a licença
para realizar negócios em uma área geográfica específica (PELTON, STRUTTON,
LUMPKIN, 1997). O franqueado conta com a assistência do franqueador na
organização, no treinamento, no merchandising e na gestão do negócio. A ligação
legal entre o franqueador e o franqueado é realizada por meio de contrato, onde
cada parte adere a certas responsabilidades e obrigações e opera sob a marca e o
plano de marketing do franqueador (PELTON, STRUTTON, LUMPKIN, 1997). A
Tabela 4 compila algumas outras definições importantes sobre o conceito de
franquia.
33
Tabela 4 - Definições de franchising.
ABF (2009a)
Estratégia de distribuição e comercialização
Cherto (1995)
Método para distribuição de produtos e serviços
Hisrich, Peters (2004)
Cessão de direitos de distribuição de direitos independentes em troca do
pagamento de royalties e conformação aos procedimentos operacionais
padronizados
Kotler (2002)
Canal de distribuição do tipo vertical
Plá (2001)
Sistema de distribuição de produtos, tecnologia e / ou serviços
Rubin (1978)
Contrato para comercialização de produtos ou serviços em localidade
particular.
Fonte: ABF, 2009a; CHERTO, 1995; HISRICH, PETERS, 2004;
KOTLER, 2002; PLÁ, 2001; RUBIN, 1978.
Sob a perspectiva da diferença entre franquia e outros modelos de negócios,
vale a pena destacar que, do ponto inicial, a franquia precisa gerar maiores receitas
que os negócios convencionais, pois possui um custo maior. Berman (1996) explica
que a maioria dos contratos de franquias envolve o pagamento de uma taxa inicial, o
pagamento de royalties baseado em uma porcentagem sobre as vendas e o
pagamento de taxas para campanhas publicitárias. Na maioria dos casos, os
franqueados são também obrigados a adquirirem mercadorias e serviços do
franqueador.
A motivação para a gestão do negócio também é uma diferença importante.
Conforme afirmam Levy e Weitz (2000), o sistema de franquias busca um
balanceamento das vantagens do negócio, gerenciado pelo proprietário, mas com a
eficiência da centralização da tomada de decisões. Para os franqueados, existe a
motivação de alcançarem êxito em sua loja, para auferirem lucro. Para os
franqueadores, há a motivação de criarem produtos e promoverem a marca, para
receberem royalties sobre as vendas.
Outro ponto importante para o entendimento dessa forma de negócios é que
existem vários tipos de franquias, Jain (1999, p.472), por exemplo, divide as
franquias em quatro tipos:
34
• franquia fabricante-varejista, ilustrada pelas concessionárias de veículos e postos
de combustíveis;
• franquia fabricante-atacadista, exemplificada pelas engarrafadoras da Coca-Cola,
que apenas misturam os ingredientes em sua fase final e distribuem os produtos
da empresa;
• franquia atacadista-varejista, representada por algumas redes de drogarias, criadas
por atacadistas de remédios;
• franquia varejista, patrocinada por uma empresa de serviços; exemplificada pelo
McDonald’s ou Wizard, mais conhecida pelo público em geral.
Outros autores (ELANGO, FRIED, 1997; BERMAN, EVANS, 1998; ALON,
2001) fazem distinção apenas entre franquia de produto-marca e franquia de formato
de negócio. A franquia de produto-marca corresponde a um sistema de distribuição,
no qual, o fabricante firma um contrato com o franqueado para que este venda seus
produtos ou atue com sua marca. A franquia de formato de negócio, entretanto, é
caracterizada por um intenso relacionamento entre franqueador e franqueado isto
inclui não apenas o produto e a marca, mas o próprio formato comercial, do qual faz
parte à estratégia de marketing, treinamento, gestão de bens, manuais e padrões de
operação, controle de qualidade e comunicação contínua de mão dupla
(ROSENBLOOM, 2002).
Na concepção de Foster (1995) existem quatro componentes básicos numa
franquia de formato de negócio:
[...] uma identidade, geralmente baseada numa marca
comercial registrada; um sistema operacional ou um formato de
negócio, consistindo de especificações, padrões de qualidade e
produtos ou sistemas operacionais definidos; um sistema de
apoio, geralmente composto de treinamento e assistência
contínua em marketing, propaganda, compras e outros
aspectos operacionais do negócio; um relacionamento
financeiro constante, geralmente uma taxa inicial única e
royalties permanentes baseados num determinado percentual
do faturamento bruto.
35
Ribeiro e Silva (2004) defendem uma classificação em quatro níveis,
baseada no grau de compromisso que o franqueador possui com o franqueado,
sendo eles:
a) Franquia de primeira geração, também denominada de franquia de marca ou
produto sem exclusividade: é aquela em que, a ênfase está no uso de uma marca
em conexão com a revenda de determinado produto ou prestação de serviço sem
exclusividade em favor do franqueado, praticamente não existe a transmissão de
know-how ao franqueado.
b) Franquia de segunda geração ou franquia de marca/produto com exclusividade: é
aquela onde a ênfase ainda permanece na licença de uso da marca, associada à
revenda de produtos ou serviços, porém, os produtos ou serviços são encontrados
apenas nos estabelecimentos que integram a rede. Também inexiste uma estrutura
de transmissão de know-how mais elaborada.
c) Franquia de terceira geração ou franquia de negócio: a essência desse tipo de
franquia está na transmissão de know-how, e em tudo que diz respeito à instalação,
operação e gestão do negócio que será operado pelo franqueado. Nesse tipo de
franquia, todos os métodos, processos e sistemas relacionados ao negócio que o
franqueado irá utilizar, são previamente testados na prática pelo franqueador, para
depois serem transferidos ao franqueado por meio de manuais, treinamentos e
consultorias de campo entre outras ferramentas.
d) Franquia de quarta geração ou rede inteligente: são similares as de terceira
geração, porém, as regras são menos rígidas e existe um aprendizado mútuo entre
franqueado e franqueador, ou seja, a comunicação entre ambos é estimulada
constantemente. Apesar da maior liberdade, os franqueados ainda devem
permanecer atentos aos processos de recrutamento, treinamento, motivação e
monitoramento estabelecidos pelo franqueador.
36
Plá (2001) ainda acrescenta a estas definições a franquia de quinta geração,
sendo esta definida como uma franquia de quarta geração onde os franqueadores
assumem o compromisso de recomprar a franquia, ou seja, é uma franquia de
quarta geração com garantia de recompra.
Para este trabalho, como as várias definições e franquias encontradas na
literatura são complementares, pois enfocam as diferentes perspectivas do negócio,
foram adotadas as definições vigentes na legislação brasileira - Lei no. 8.955 de 15
de Dezembro de 1994, já transcrita na página 36 do presente trabalho.
Em termos de classificação dos tipos de franquias comentadas para fins
deste trabalho, serão estudadas as franquias–varejistas, patrocinadas por uma
empresa de serviços que seja de formato de negócios. A escolha se deve a três
motivos: o primeiro, pela necessidade que esses tipos de franquias têm de intensa
relação entre franqueado e franqueador, essa é uma variável importante a ser
testada no estudo; o segundo está relacionado à amostra que será exposta mais
detalhadamente na seção - Metodologia do trabalho; o terceiro é a importância e o
impacto social que esses tipos de franquias geram na sociedade.
É importante destacar, que a evolução do sistema de franquias no mundo
gera associações que auxiliam no desenvolvimento do sistema e do processo de
internacionalização como a Federación Iberoamericana de Franquicias (FIAF) que
aglutinam Argentina, Brasil, Ecuador, España, Guatemala, México, Perú, Portugal y
Venezuela, a International Franchise Association (IFA), que é a maior e mais antiga
associação
de franchising em
âmbito mundial,
tendo
papel decisivo
no
desenvolvimento do franchising nos Estados Unidos e no resto do mundo;
Federação Latino-Americana de Franchising (FLAF), e a Associação Brasileira de
Franchising (ABF). Algumas dessas associações geraram informações importantes
para este trabalho.
37
2.2 O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS NO GERAL E
DE FRANQUIAS
É possível estudar o tema internacionalização por diversos ângulos,
buscando entender os processos de internacionalização, os motivos que levam as
empresas a se internacionalizarem, os aspectos organizacionais relacionados, os
tipos de estratégia de entrada ou mesmo, o nível de adaptação que um produto
necessita para estar no mercado internacional.
Como o objetivo do trabalho é o de buscar variáveis explicativas do processo
de internacionalização, a revisão focou mais os processos, motivos e aspectos
organizacionais relacionados à internacionalização.
2.2.1 O processo de internacionalização das empresas
Hemais e Hidal (2004) afirmam que o processo de internacionalização de
empresas obedece a dois quadros teóricos: o econômico e o organizacional. Dar
prioridade aos aspectos econômicos, na decisão de internacionalizar, atende às
análises de tendências macroeconômicas, tanto nacionais como internacionais, com
a preocupação voltada ao equilíbrio da balança de pagamento e as paridades
cambiais. Por outro lado, privilegiar o quadro organizacional, implica em dar maior
espaço ao processo decisório e aos dados “comportamentais” da firma; e menor, as
decisões de caráter econômico.
A escola que privilegia aspectos comportamentais na decisão de
internacionalização atende ao “modelo de Uppsala” em que, a decisão de
internacionalizar está estabelecida no desenvolvimento interno da empresa e no uso
de conhecimento sobre mercados estrangeiros. Para essa linha, na tentativa de
minimizar os riscos, as empresas investem no processo de internacionalização de
forma gradual. A decisão de internacionalizar é sempre “incremental” e começa na
abertura de vias de exportação e estabelecimento de subsidiárias, até a decisão de
internalizar processos produtivos. No modelo de Uppsala, a empresa inicia o
38
primeiro estágio do processo de internacionalização, somente, quando já possui
uma presença significativa no mercado doméstico. Outro conceito atribuído à mesma
escola é o de distância psíquica. A escola defende que o processo de
internacionalização tem início em países que possuem proximidade psicológica ao
país de origem da empresa.
O conceito de distância psiquica refere-se às
diferenças de língua, cultura, sistema político, prática de negócios, desenvolvimento
industrial e sistema educacional do país de origem da empresa. Dessa forma, a
empresa seleciona as localidades onde exista o menor número de fatores capazes
de interromper ou perturbar o fluxo de informações entre a empresa e o mercado.
O modelo de inovação (CAVUSGIL, 1980), assim como a escola de
Uppsala, colocam o processo de internacionalização como um processo de
comprometimento gradual com fases sucessivas. A contribuição de Cavusgil é que a
internacionalização é vista como um processo de inovação.
Segundo Cavusgil
(1980), as empresas utilizam essa estratégia devido à incerteza inicial, associada à
decisão de se internacionalizarem, dos altos custos com informação e da falta de
experiência na atuação em mercados externos. O autor identifica cinco estágios,
cada um com atividades críticas únicas no processo de internacionalização, são
eles: mercado doméstico, estágio de pré-exportação, envolvimento experimental,
envolvimento ativo, envolvimento comprometido. A passagem de um estágio para o
outro é determinada por variáveis internas e externas.
Em relação aos motivos por trás da internacionalização, Mariotto (2007)
afirma que, existem basicamente cinco motivos que levam as empresas a se
internacionalizarem: busca de novos mercados, busca de recursos, busca de
conhecimento específico, redução de riscos e manobra competitiva.
No caso de empresas brasileiras, Rocha, Silva e Carneiro (2007) defendem
que, as decisões de internacionalização decorrem das seguintes motivações: desejo
de crescimento para dar apoio às atividades de exportação, acompanhar o cliente,
acesso a recursos e ativos estratégicos, valorização da marca, simples vontade dos
dirigentes e, finalmente, oportunidades pontuais de internacionalização.
Para Ricupero e Barreto (2007) não existem fatores determinantes da
internacionalização que sejam específicos do Brasil, esses autores se norteiam
39
pelas definições da UNCTAD, e afirmam que, os fatores determinantes do processo
de internacionalização são semelhantes para qualquer empresa de qualquer país,
ou seja, essas empresas buscam: recursos, mercados e tecnologias. Esses são os
mesmos motivos que levam empresas de países desenvolvidos, a também, se
internacionalizarem.
Outra teoria focada em elementos econômicos para justificar a opção pela
internacionalização é a de Custos de Transação, tendo Williamson (1975) como um
dos principais autores. Segundo essa escola, as decisões sobre negócios são
tomadas de maneira racional, mesmo que essa racionalidade seja limitada, pela não
consideração de todas as alternativas possíveis e pela limitação cognitiva do
tomador de decisão, no processamento de informações e na capacidade de
comunicação. Na teoria do Custo de Transação, a decisão de investir é tomada
quando a utilização da estrutura da própria firma acarreta custos de transações
menores que a utilização do mercado. Dunning (1980, 1988, 1997) utiliza elementos
da teoria do Custo de Transação para afirmar que, as vantagens da
internacionalização referem-se à habilidade e ao desejo da empresa de transferir
ativos para outro país, utilizando sua própria hierarquia ao invés dos mecanismos de
mercado, que por sua vez, possuem falhas como: custo de informação, oportunismo
e especificidade dos ativos. Essa teoria gerou contribuições importantes para
definição das hipóteses deste trabalho.
Outro aspecto teórico relevante para este trabalho é o enfoque
organizacional da internacionalização, nesse sentido, acredita-se na importância de
se destacar a visão de Anderson e Gatignon (1986) de que as opções de entrada da
empresa no mercado externo devem ser tratadas como um trade off, entre controle e
custo dos recursos comprometidos.
O controle é útil para coordenar ações,
estratégias, resolver disputas entre sócios, e por fim, conseguir um maior retorno.
Mas o
controle
tem
seu
preço, e para isso, as
empresas
necessitam de
comprometimento de recursos, o que acarreta em maiores riscos.
Segundo os
autores, a preservação da flexibilidade deve ser a maior preocupação das empresas,
ao tomarem decisões sobre o modo de entrada no mercado internacional.
40
Um ponto importante no processo de internacionalização de franquias é o do
trade off, entre o nível de adaptação dos produtos e serviços ao novo mercado e o
grau de padronização desses produtos e serviços. Essa é uma questão importante
porque as franquias possuem como conceito de negócio central a padronização.
Existem, na literatura, diversos autores que discutem esta questão, como Levitt
(1983), Stopford e Wells (1972), Kotabe e Helsen (2000). Contudo, como esse tema
não é chave para responder a questão de pesquisa, o mesmo não será abordado
em profundidade.
Tendo em vista as diversas escolas de internacionalização, acredita-se ser
necessário definir o constructo “internacionalização” para este estudo. O termo
internacionalização foi definido de maneiras diferentes por vários autores. Cavusgil
(1980) definiu internacionalização como a comercialização de produtos ou serviços
fora do mercado de origem da empresa. Welch e Luostarinen definiram o processo
de internacionalização das empresas como “um processo de envolvimento crescente
em operações internacionais” (WELCH, LUOSTARINEN, 1988, p.34-64), mesmo
conceito este, defendido pela escola de Uppsala. Deresky (1994) afirma que a
internacionalização é um processo pelo qual, a empresa muda gradativamente em
resposta à competição internacional, a saturação do mercado doméstico e ao desejo
de expandir-se em termos de novos mercados e diversificação estratégica.
Este trabalho tomará o construto de internacionalização como o último
estágio do modelo da Escola de Uppsala. Dessa forma, uma empresa
internacionalizada, é a que possui pelo menos uma unidade operacional fora das
fronteiras do país de origem.
2.2.2 O processo de internacionalização de franquias
Essa parte da revisão da literatura tem o objetivo de traçar um paralelo entre
o processo de internacionalização das empresas em geral, abordado na seção 2.2.1,
e o processo de internacionalização de franquias, procurando levantar os mesmos
41
elementos conceituais com uma mudança de foco para as especificidades das
franquias.
Uma pesquisa de 2006, publicada pela International Franchising Association
(IFA), mostrou que mais de 500 membros estão se expandindo internacionalmente e
muitos outros estão planejando trilhar o mesmo caminho nos próximos anos.
A internacionalização de franquias dos Estados Unidos é significativa desde
a década de 80. Em 1990, já havia mais de 70 mil unidades franqueadas em
operação em outros países. Segundo estimativas da International Franchise
Association (IFA, 2006), entre 2004 e 2005, 40% das franquias estabelecidas por
franqueadores dos Estados Unidos eram unidades internacionais. Entre as
estratégias de internacionalização, a master franquia foi o método mais utilizado. Os
principais destinos, antes concentrados no Canadá, Japão, Austrália e União
Europeia, passaram a ser também, a partir da década de 90, países asiáticos e
latino-americanos (DAHAB, 1996).
Na Europa, a internacionalização de franquias beneficiou-se da integração
econômica e da homogeneização da regulamentação de propriedade industrial, com
a posterior consolidação da União Europeia. A França é o país com maior número
de unidades franqueadas no exterior, seguida pela Inglaterra. Na Grã-Bretanha, as
franquias foram responsáveis por, aproximadamente, um terço de todas as
internacionalizações de empresas ocorridas no começo da década de 90 (BURT,
1995). Os principais destinos são os próprios países europeus e os Estados Unidos
(DAHAB, 1996).
Em relação à expansão internacional, várias redes brasileiras, de diversos
ramos de negócios, operam unidades franqueadas em países estrangeiros. Nomes
conhecidos, como O Boticário e Água de Cheiro (perfumes e cosméticos); Habib´s,
China in Box e Vivenda do Camarão (fast food); Rosa Chá e Hering (moda e
vestuário); Fisk e Yázigi (educação); convivem com marcas menos conhecidas como
Truss Cosmetics (saúde e bem-estar); Combate Controle de Pragas (serviços
gerais); e Experimento Intercâmbio Cultural (línguas e Idiomas). Entretanto,
exemplos de redes nacionais que procuram novos mercados no exterior ainda são
poucos, se comparados às franquias estrangeiras que entram ou já entraram no
42
mercado brasileiro (SILVA, 2004). Redes que apresentam histórias de sucesso em
seus mercados domésticos procuram, já há algum tempo, atingir novos
consumidores,
e
consequentemente,
obterem
maiores
lucros
com
a
internacionalização.
2.2.2.1 Opção por franquias
Ao expandir seus mercados, uma empresa tem à sua disposição uma
enorme variedade de modelos de internacionalização. De uma maneira genérica,
eles variam de acordo com três elementos: o grau de controle que a firma tem sobre
as atividades desenvolvidas no outro país, os riscos que a empresa esta disposta a
correr e os resultados financeiros que busca. A combinação desses três elementos
permite às empresas optarem por várias formas de internacionalização como:
subsidiárias próprias, joint ventures, franquias, parceiros exclusivos ou parceiros não
exclusivos de exportação e importação (TERPSTRA, SARATHY, 1999).
Os custos e os riscos citados para desenvolver e administrar operações
internacionais são muitos, e a franquia representa uma maneira de minimizar esses
problemas, se comparada a outras formas de internacionalização. Os atrativos do
sistema de franquias são similares àqueles aplicados ao mercado doméstico, com
compartilhamento dos riscos entre o Franqueado e o Franqueador. Manaresi e
Uncles (1995), porém, argumentam que o ônus maior fica por conta do franqueador
que, a partir de um esquema piloto, deve testar o conceito da franquia no novo país,
antes de entrar no mercado em grande escala. A questão do risco parece ser um
dos temas-chave para a opção por franquias, pois o sistema permite o controle da
operação por parte do Franqueador, com uma diminuição considerável
dos riscos econômicos. Contudo, para a equação financeira fechar para ambas as
partes, o Franqueador abre mão de uma margem significativa dos potenciais ganhos
com a atividade internacional.
43
Ainda em relação à opção por franquia como forma de gerenciar os riscos da
internacionalização, o franchising é uma maneira muito vantajosa de marcar
presença em mercados, onde as expectativas de receitas não justificariam maiores
esforços em investimentos próprios (WHITEHEAD, 1991, apud ELANGO, FRIED,
1997, p.72). Nesses casos, a organização consegue fixar a sua marca em mercados
promissores, sem com isso, correr grandes riscos financeiros (HACKETT, 1976,
apud ELANGO, FRIED, 1997, p.72). Mesmo no negócio de franquias, é necessário
que a empresa atinja um tamanho mínimo no país-alvo, a fim de que os custos
decorrentes da internacionalização possam ser cobertos pelo volume transacionado
Elango e Fried (1997, p.72).
O modelo de franquias torna-se especialmente interessante para países que
não possuem uma cultura empreendedora muito desenvolvida. As franquias podem,
nesse caso, fornecer o apoio necessário para que gestores locais desenvolvam sua
capacidade gerencial e estruturem o mercado, ao mesmo tempo em que, permitem
ao franqueador internacional maior adaptabilidade à cultura e as regras regionais
(HOFFMAN, PREBLE, 2004).
No que se refere às formas de internacionalização de franquias, Mendelsohn
(1994) apresenta as seguintes alternativas: unidades próprias do franqueador; venda
direta de franquias unitárias; implantação de uma franqueadora filial ou de uma
subsidiária; acordo de máster franquia; e estabelecimento de uma joint venture.
Cada uma dessas formas, geraram vantagens e desvantagens, que não serão
abordadas neste trabalho.
44
2.2.2.2 Determinantes e barreiras do processo de internacionalização
Konigsberg (1997, apud CARVALHO, FERREIRA, ALMEIDA, 2001) afirmava
que os motivos que determinam a internacionalização de franquias são: viabilidade
do mercado externo; saturação do mercado local; proximidade geográfica; iniciativa
de um interessado externo; razões particulares do franqueador; possibilidade da
entrada imediata de caixa; e prevenção contra a concorrência. O autor considera,
como os mais “poderosos”, os três primeiros fatores, pois, se existirem apenas os
demais, o processo de internacionalização poderá fracassar.
Outros autores acreditam que os determinantes de internacionalização de
franquias são muito próximos de outras formas de negócio. Para Quinn e Alexander
(2002), uma importante contribuição conceitual sobre a internacionalização de
franquias foi feita por MacIntyre e Huszagh, em 1995. Em seu modelo, consideraram
que a internacionalização de franquias segue um padrão de expansão no qual as
empresas adquirem uma base doméstica antes de arriscar passos em mercados
internacionais próximos, seguidas posteriormente, por uma exploração mais
sistemática das oportunidades internacionais, finalizando com a consideração das
oportunidades globais e com um comprometimento de longo prazo. A natureza
expansionista da franquia já seria uma predisposição à internacionalização de suas
operações. Mendelsohn (1994) agrega outro ponto que pode ser específico ao setor
de franquias, quando afirma que, a pressão de investidores internacionais,
interessados em introduzir franquias em seus países, também exerce influência
sobre a decisão de internacionalização.
45
Em relação aos obstáculos no processo de internacionalização de franquias,
um destaque é a dificuldade de desenvolvimento de fornecedores, em virtude da
dificuldade de produção em pequena escala (por exemplo, um determinado tipo de
massa comercializado unicamente com a rede), da impossibilidade de produção de
determinados produtos (camarão, por exemplo), das barreiras legais à importação
de produtos específicos (barreiras fito e zoosanitárias) e pela dificuldade de
transporte e armazenamento de produtos perecíveis (SILVA et al., 2002).
Frequentemente, para que um modelo de franquia seja bem aceito em outro
país, é necessário que haja adaptações aos padrões locais. As mudanças mais
comuns referem-se àquelas relacionadas à legislação do país e aos gostos dos
consumidores. Mais raras, porém igualmente importantes, são as possíveis
diferenças no estilo de administração e nos métodos de trabalho. Esses fatores
fazem ampliarem os custos da internacionalização de franquias o que leva muitos
gestores a repensarem suas estratégias (MARQUES, MERLO, LUCCHESI, 2005,
p.9).
A experiência brasileira gerou exemplos interessantes de obstáculos ao
processo de internacionalização. Uma grande dificuldade enfrentada pelos
franqueadores brasileiros, na internacionalização de suas redes, diz respeito às
legislações, que se diferenciam em cada país e que também, muitas vezes, são
extremamente exigentes na concessão de permissões de importação de produtos.
Silva et al. (2004), ao estudarem o processo de internacionalização da Vivenda do
Camarão, apresentaram os seguintes aspectos como os maiores obstáculos:
concorrência das grandes marcas internacionais; pouco conhecimento das marcas
brasileiras pelos mercados internacionais; custo com o registro de marcas e
produtos nos diversos países; diferenças na legislação dos diversos países;
exigências legais e aspectos burocráticos envolvidos na exportação de alguns tipos
de produtos.
46
2.2.2.3 Direção do processo de internacionalização de franquias
Entre as mais importantes decisões, ao optar por uma expansão
internacional, está a identificação dos países onde a firma pretende atuar. Estudos
de Johanson e Vahlne (1977) apontam que, empresas iniciando o processo de
internacionalização, tradicionalmente, buscam regiões que atendam aos seguintes
critérios:
• Baixa distância psíquica: baixa incerteza e dificuldade percebidas para a obtenção
de informações; língua, sistema político e nível econômico e educacional
semelhantes aos do país de origem da firma;
• Baixa distância cultural: diferenças culturais pequenas entre o país natal da
organização e aquele em que a mesma operará;
• Pequena distância geográfica.
Tais critérios ajudam a explicar porque o Canadá é o destino preferido dos
franqueadores americanos (WALKER, ETZEL, 1973; HACKETT, 1976; WALKER,
CROSS, 1989; MCINTYRE, 1990; HOPKINS, 1996, apud QUINN, 1998, p.67), ou
mesmo, as razões que fazem com que as franquias europeias cresçam
primeiramente em seu próprio continente (ABELL, 1991, apud QUINN, 1998, p.67), e
as japonesas optem por seus vizinhos asiáticos (PREBLE, HOFFMAN, 1995, apud
QUINN, 1998, p.67).
Outro critério complementar aos anteriormente expostos é levantado por
Welch (1989, apud ELANGO, FRIED, 1997). O autor notou que, além das barreiras
culturais, psicológicas e geográficas, o processo de franquia difunde-se no mundo
seguindo dois estágios. Inicialmente, os franqueadores fixam-se em países com alta
renda per capita e onde o varejo é bem desenvolvido. Só então, buscam países com
maior diversidade cultural, de renda e onde os sistemas políticos não são totalmente
claros e transparentes.
47
Quando são analisadas as experiências brasileiras, é possível validar os
elementos destacados acima. Segundo Silva (2004) os mercados que mais têm
atraído as empresas brasileiras de franchising são: a América (em especial a
América Latina), a Europa e o Japão, que se consolidaram como os principais
mercados, concentrando praticamente todas as unidades internacionais das redes.
Dessas regiões, dois países parecem também merecer atenção especial das
empresas “expansionistas” brasileiras, México e Portugal. O autor sugere que a
grande procura pelo mercado mexicano, apesar das diversidades culturais entre
Brasil e México serem relevantes, deve-se ao fato de que o mercado daquele país
tem recebido muito bem as redes de franquias brasileiras, constituindo-se em
um mercado consumidor bastante interessante a ser explorado. Além disso, outro
fator que pode estar atraindo as franqueadoras brasileiras para o México seria uma
futura entrada no mercado dos EUA, visto que são países vizinhos, com um grande
intercâmbio cultural e comercial. No caso de Portugal, considera-se que a
semelhança da cultura portuguesa com a brasileira seja o fator motivador para as
franquias nacionais procurarem aquele mercado para iniciarem suas atividades no
exterior, utilizando-se também do país como uma porta de entrada ao restante do
mercado europeu.
Após ser identificado o país-alvo, outro passo importante é decidir como
abordá-lo. Num extremo, existe a ideia de padronização de produtos e serviços nas
diversas regiões do planeta, apoiada pela crença de alinhamento de gostos e
desejos trazidos pela globalização (BUZZEL, 1968; LEVITT, 1983; RAU, PREBLE,
1987, apud SASHI, KARUPPUR, 2002, p.499). Por outro lado, uma escola de
pensadores salienta a importância de adaptação das estratégias às condições locais
(AGRAWAL, 1995; BODDEWYN, GROSSE, 1995, apud SASHI, KARUPPUR, 2002,
p.499).
O tema de internacionalização de franquias foi mais intensamente estudado
nos últimos anos, por pesquisadores de todo o mundo. A Tabela 5 mostra os
principais estudos que aconteceram sobre o tema nos últimos anos.
48
Tabela 5 - Pesquisas sobre internacionalização de franquias.
Temas de estudo
Processo de
internacionalização
Referências
Método
Nacionalidade das empresas
Freire (2001)
Estudo decaso
Brasil
McIntyre; Huszagh (1995)
Pesquisa quantitativa
EUA
Petersen; Welch (1999)
Pesquisa quantitativa e estudo de caso Dinamarca
Quinn (1998a)
Estudo etnográfico
Inglaterra
Sashi; Karuppur (2002)
Levantamento bibliográfico
-
Alon; Mackee (1999)
Pesquisa quantitativa
Carvalho, Ferreira e Almeida (2001) Estudo múltiplo de casos
EUA
Empresas estrangeiras que se
expandiram para o Brasil
Gonçalves; Duarte (1994)
Pesquisa quantitativa
Europa
Gonzalez-Dias; Lopes (2003)
Pesquisa quantitiativa
Espanha
Pesquisa quantitativa
Europa
Pesquisa quantitativa
EUA
Pesquisa quantitativa
Canadá e EUA
Marques; Merlo ; Nagano (2009)
Pesquisa quantitativa
Brasil
Pérez; Alvarez (2009)
Pesquisa quantitativa
Espanha
Preble (1995)
Pesquisa quantitativa
Associações nacionais
Quinn (1998b)
Levantamento bibliográfico
Shane e Hoy (1996)
Pesquisa quantitativa
-
Hackett (1976)
Pesquisa quantitativa
EUA
Marques;Merlo;Lucchesi (2005)
Estudo de caso
Brasil
Welsh; Alon (2002)
Levantamento bibliográfico
-
Hadjimarcou; Barnes (1998)
Estudo de caso
EUA
Pak (2000)
Pesquisa quantitiativa
EUA e Inglaterra
Kedia; Ackerman; Justis (1995)
Pesquisa quantitativa
EUA
Marques; Merlo (2007)
Pesquisa quantitativa
Choo (2005)
Estudo múltiplo de casos
Brasil
Empresas estrangeiras que se
expandiram para o Leste
Doherty; Alexander (2004)
Estudo múltiplo de casos
Inglaterra
Quinn; Doherty (2000)
Estudo etnográfico
Inglaterra
Silva; Mendes; Gomes (2002)
Estudo de caso
Risner (2001)
Estudo múltiplo de casos
Brasil
Empresas norte-americanas
que se expandiram para o
Silva (2004)
Estudo múltiplo de casos
Brasil
Hadja Kahlita; Kammoun (2004)
Padrões da internacionalização e
características organizacionais Kedia et al. (1994)
relacionadas a
Lafontaine; Oxley (2001)
internacionalização
Motivos
Destinos
Métodos de entrada
Barreiras
Relacionamento e controle
Aspectos culturais
Composto de Marketing
Fonte: Tabela adaptada pelo autor de MARQUES, MERLO, NAGANO, 2009.
49
CAPITULO 3 - VARIÁVEIS ASSOCIADAS À INTERNACIONALIZAÇÃO
O objetivo deste capítulo é apresentar uma revisão bibliográfica de tópicos
especificamente
relacionados
à
questão
das
variáveis
associadas
à
internacionalização de franquias.
A determinação de características ou variáveis que permitam prever ou
explicar o processo de internacionalização de franquias são objetos de estudos em
todo o mundo e é uma discussão antiga na literatura. A decisão por
internacionalizar, utilizando estrutura própria ou franquias, é um tema que possui
muitos pontos em comum com a decisão entre expandir-se localmente, por
intermédio de franquias ou de lojas próprias. Os atrativos do sistema de franquias,
na expansão para o mercado internacional, são similares àqueles aplicados ao
mercado doméstico, com compartilhamento dos riscos entre o Franqueado e
Franqueador (MANARESI, UNCLES, 1995). Dessa forma, é importante citar a
primeira pesquisa, que relacionou as variáveis organizacionais e a decisão de
expandir-se por meio de franquias dentro das fronteiras nacionais. Oxenfeldt e Kelly
(1969), utilizando as variáveis “idade”, “tamanho da cadeia”, e “taxa de crescimento”,
tentaram explicar o fenômeno. Partindo do trabalho citado, Rajiv, Rozenn e Gérard
(2008) revisaram os principais estudos nas últimas décadas, relacionados à questão
(Tabela 6), mostrando que o fundamento teórico para estudar as diferentes variáveis
que explicam a expansão por intermédio de franquias vem, na grande maioria dos
casos, das Teorias da Agência e da Escassez de Recursos.
Utilizando variáveis semelhantes às empregadas para explicar a expansão
doméstica, os trabalhos relacionados com o processo de internacionalização de
franquias também são fundamentados principalmente nas teorias da Escassez de
Recursos e Agência. Os autores que defendem a teoria da Escassez de Recursos,
Combs e Castrogiovanni (1994), utilizam variáveis como tamanho da rede, taxas de
crescimento e idade, que estão relacionadas com a necessidade e acúmulo de
recursos
voltados
para
o
crescimento,
para
explicar
o
fenômeno
da
internacionalização. De forma complementar, os autores que utilizam a Teoria da
50
Agência procuram explicar o fenômeno utilizando elementos relacionados à
necessidade de mecanismos de controle envolvidos no sistema de franquias, esses
autores utilizam, nos modelos explicativos, variáveis mais focadas em aspectos
financeiros e de crescimento, associados a outros que caracterizam a empresa,
como idade e setor de atividade.
Tabela 6 - Literatura relacionada com variáveis selecionadas para
análises da opção de expansão por meio de franquias.
Fonte: RAJIV, ROZENN, GÉRARD, 2009.
A seguir, é feita uma discussão das variáveis estudadas na literatura que
procuram explicar o processo de internacionalização de franquias.
51
3.1 IDADE DA EMPRESA E DA OPERAÇÃO POR FRANQUIAS
As variáveis Tempo de Fundação da Empresa e Tempo de Operação por
meio de franquias foram utilizadas por vários autores, como elementos que poderiam
ajudar a explicar o processo de internacionalização. Pérez e Alvarez (2009), ao
realizarem uma análise discriminante com 316 cadeias de franquias espanholas, não
encontraram uma influência significativa entre a idade da empresa e a
internacionalização, tendo, contudo, demonstrado uma influência positiva entre
internacionalização e idade da operação de franquias. Da mesma forma McIntyre e
Uszagh (1995), utilizando uma base de dados de 332 redes americanas e
canadenses, mostraram que as redes de franquias mais antigas tinham maior
probabilidade de operar internacionalmente, em virtude da acumulação de recursos
financeiros e da experiência com monitoramento. Da mesma forma, Marques, Merlo
e Nagano (2009), por meio de uma survey com 78 redes de franquias brasileiras,
obtiveram
a
mesma
conclusão,
observando
uma
correlação
entre
a
internacionalização e o tempo de atuação no sistema de franquias.
Por outro lado Alon e Mckee (1999) utilizando como variável somente a
idade da empresa, não encontraram correlação entre esta e a internacionalização.
3.2 TAMANHO DA EMPRESA - QUANTIDADE TOTAL DE LOJAS E DE UNIDADES
FRANQUEADAS
Estudos realizados por Calof (1994) com empresas canadenses de variados
portes revelaram que as grandes empresas, quando comparadas às menores, são
mais propensas a exportar, demonstrando atitudes mais internacionalizadas.
Geralmente é aceito pela literatura, que as firmas maiores, por terem os recursos
necessários para perseguirem as atividades internacionais, são mais propensas à
internacionalização (BLOODGOOD, SAPIENZA, ALMEIDA, 1996).
Especificamente em relação às franquias, Lafontaine e Oxley (2001), ao
estudarem a expansão de redes de franquias norte-americanas e canadenses para
52
o México, na metade da década de 1990, mostraram que, apesar de existir, nas
redes que se internacionalizaram, um número maior de unidades próprias em
relação ao número de franquias, notadamente nos países em que a rede se
internacionalizou, não existem correlações significativas entre o número de unidades
próprias, franqueadas e a internacionalização. Resultados semelhantes foram
encontrados por Aydin e Kacker (1989, apud ELANGO; FRIED, 1997, p. 72) que
afirmam não terem encontrado distinção, no que se refere ao tamanho total da rede,
entre empresas com ou sem interesse de se internacionalizar.
Em contraposição, Pérez e Alvarez (2009), mostraram que, a quantidade de
lojas franqueadas influencia positivamente no processo de internacionalização.
Resultados semelhantes foram encontrados por McIntyre e Uszagh (1995) que
mostraram que redes com grande número de lojas tinham maior probabilidade de
operarem internacionalmente. Alon e Mckee (1999) também encontraram uma
correlação significativa e positiva entre a intenção de internacionalizar e o tamanho
da rede. Segundo os autores, tal resultado pode ser explicado, tanto pelo maior
reconhecimento existente sobre a marca quanto pela aquisição de recursos pela
empresa.
3.3 DISPERSÃO GEOGRÁFICA
Lafontaine e Oxley (2001) utilizando como premissa a Teoria da Agência
encontraram correlação entre a dispersão geográfica, anterior a internacionalização
e a propensão à internacionalização. A dispersão seria indicativa da capacidade de
monitoramento sobre a rede e controle sobre os franqueados, elementos muito
importantes no processo de internacionalização. Marques, Merlo e Nagano, 2009
chegaram a resultados parecidos, encontrando uma correlação entre dispersão
dentro das fronteiras brasileiras e internacionalização.
Alon e Mckee (1999), contudo, utilizando como fundamentos as teorias da
Agência e da Visão Baseada em Recursos, não encontraram correlação entre a
internacionalização e a dispersão geográfica, ao estudarem a intenção de
53
internacionalizar, ao invés da internacionalização efetiva, em um estudo com
franquias de serviços norte-americanos. Talvez, o fato do estudo de Alon e Mckee
(1999) ter focado em intenção de internacionalizar e de ter utilizado o segmento de
empresas de serviços, possa explicar as diferenças de resultados dos estudos,
citados anteriormente.
3.4 CRESCIMENTO DA EMPRESA NO MERCADO DOMÉSTICO
Pérez e Alvarez (2009) demonstraram que, as franquias que apresentavam
menor taxa de crescimento (se comparadas com o histórico de crescimento) no ano
anterior ao da análise, são significativamente mais internacionalizadas do que as
outras franquias que apresentavam taxas de crescimento maiores ou iguais as do
ano anterior. Os autores justificam essa posição, pela necessidade de busca de
novos mercados internacionais, para as franquias manterem taxas de crescimento
compatíveis com o seu próprio histórico de crescimento. Contudo, Alon e Mackee
(1999), ao avaliarem se a taxa de crescimento da rede poderia predizer a intenção
de se internacionalizar, não encontraram correlação significativa.
3.5 TAXA DE FRANQUIA E CAPITAL INICIAL
Pérez e Alvarez (2009) pesquisaram a relação entre os valores iniciais
necessários para a constituição da franquia (taxa de franquia e capital inicial) e a
propensão à internacionalização, e não encontraram correlação significativa. A
lógica da hipótese construída pelos autores foi a de que, maiores valores iniciais
estão associados a uma melhor estrutura de repasse de valores intangíveis e por
isso, seria possível supor uma associação positiva entre essas variáveis e a
internacionalização. Alon e Mckee (1999) também não encontraram correlação entre
as taxas cobradas pelo franqueador e a intenção de se internacionalizar. Da mesma
forma Marques, Merlo e Nagano, 2009 não encontraram correlação entre a taxa de
franquia e a internacionalização.
54
3.6 SETOR DE ATUAÇÃO
Alon e Mckee (1999) utilizaram o setor de atuação como variável de
controle. Na pesquisa, os autores não encontraram correlação entre o setor de
atuação e a intenção de se internacionalizar. Aydin e Kacker (1989) também não
perceberam o setor de atividade como uma variável explicativa da intenção de
expansão internacional.
3.7 OUTRAS VARIÁVEIS
As variáveis descritas nos itens anteriores foram as mais utilizadas em
trabalhos semelhantes ao presente estudo. Porém, cabe discutir também outras
variáveis, menos testadas em pesquisas anteriores, mas importantes para a
compreensão do fenômeno da internacionalização e que ajudaram na definição das
hipóteses e conclusões do trabalho.
Shane (1996), estudando as 815 maiores franquias dos Estados Unidos,
mostrou que os elementos-chaves para a expansão internacional foram a
capacidade de reduzir o oportunismo das franquias e a capacidade de
monitoramento da rede. Essas competências, que foram desenvolvidas por
franquias que se internacionalizaram, estão relacionadas principalmente ao modelo
contratual, estabelecido entre franqueado, franqueador e outros sistemas de
controle.
Pérez e Alvarez (2009), também estudaram o tema de contratos, buscando
uma correlação entre o tempo de contrato estabelecido com a rede e a
internacionalização. Outra variável também estudada pelos autores foi a importância
do reconhecimento da marca para a internacionalização. No estudo, não foram
encontradas evidências que provem as hipóteses formuladas.
55
Lafontaine e Oxley (2001) estudaram uma variável que se mostra relevante
em vários estudos relacionados ao processo de internacionalização de franquias, a
variável “experiência prévia com máster franquia”. Os autores acharam uma
correlação significativa entre as variáveis.
Kedia et al. (1994), após examinarem os fatores que levaram à
internacionalização de 142 franquias nos Estados Unidos, classificaram as variáveis
que interferem na internacionalização de franquias em dois grupos: características
organizacionais; e percepções e atitudes dos dirigentes. Utilizando análise fatorial,
constataram que as atitudes gerenciais diante do desejo de expansão, exerceram
maior efeito sobre a internacionalização do que as características organizacionais.
A Tabela 7 sumariza as principais variáveis discutidas nessa parte da
revisão da literatura e que, serviram de base para elaboração das hipóteses a serem
verificadas ao longo do trabalho.
3.8 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE OS ESTUDOS APRESENTADOS
Os diferentes resultados apresentados nem sempre estão em concordância
mas isso não quer dizer que sejam incoerentes. Diferenças no tratamento estatístico,
no ano em que as pesquisas foram realizadas, nas características associadas aos
mercados de origem e mesmo nas diferenças das fontes de informação utilizadas
para a construção das bases, podem ajudar a justificar as diferentes correlações
encontradas.
56
Tabela 7 - Resumo dos principais trabalhos que relacionam variáveis
com o processo de internacionalização de franquias.
Variáveis
Relevante Teoria
Autores
Internacionalização X
Idade da Empresa e
do Sistema de
Franquias
Teoria da Agência e
Escassez de Recursos
Pérez e Alvarez (2009); McIntyre e Uszagh
(1995); Marques, Merlo e Nagano (2009); Alon e
Mckee (1999)
Internacionalização X
Dispersão
Geográfica
Teoria da Agência
Lafontaine e Oxley (2001) ; Alon e Mckee (1999)
Internacionalização X
Setor de Atividade
Teoria da Agência
Marques, Merlo e Nagano (2009); Hadja, califa
e Kammoun (2004); Alon e Mckee (1999); Aydin
e Kacker (1989)
Internacionalização X
Quantidade Total de
Lojas
Teoria da Agência e
Escassez de Recursos
Pérez e Alvarez (2009); Marques, Merlo e
Nagano (2009); Johanson e Vahlne (1977);
Gripsrud (1990); Klein e Roth (1990); Stöttinger e
Schlegelmich (1998).
Internacionalização X
Taxa de Franquias
Teoria da Agência
Hadja, Khalifa e Kammoun (2004); Alon e Mckee
(1999); Marques; Merlo e Nagano (2009)
Internacionalização X
Tamanho da
Empresa
Teoria da Agência e
Escassez de Recursos
Honório (2009); Holzmüller e Kasper (1991);
Stöttinger e Schlegelmich (1998); Zahra, Ireland
e Hitt (2000); Verwaal e Donkers (2002)
Internacionalização X
Percentual de
Unidades
Franqueadas
Teoria da Agência e
Escassez de Recursos
Lafontainen e Oxley (2001); Pérez e Alvarez
(2009)
Internacionalização X
Taxa de Crescimento
Teoria da Agência e
Escassez de Recursos
Alon e Mackee (1999); Pérez e Alvarez (2009)
57
CAPITULO 4 - METODOLOGIA
Este capítulo se propõe a explicar a metodologia adotada no estudo, sendo
subdividido em quatro itens: fontes de informação, caracterização da amostra e
representatividade, hipóteses e variáveis e procedimentos estatísticos.
4.1 NATUREZA E MÉTODOS DE PESQUISA
A natureza que determinado estudo assume, irá depender do objetivo
específico para o qual a pesquisa está dirigida, podendo essa ter natureza
exploratória, descritiva ou causal.
A pesquisa exploratória procura conhecer as
características de um fenômeno para procurar explicações das causas e
consequências de dito fenômeno (RICHARDSON, 1989, p.281). Para Selliz et al.
(1975) e Sbragia (1986), estudos exploratórios possuem como principal objetivo,
familiarizar-se com o fenômeno ou conseguir nova compreensão deste, sendo sua
característica básica a relativa não existência de hipóteses. Por isso, é apropriada
para os primeiros estágios da investigação, quando a familiaridade, o conhecimento
e a compreensão do fenômeno, por parte do pesquisador, são geralmente
insuficientes ou inexistentes (MATTAR, 1994, p.84). Já os estudos descritivos, por
apresentarem precisamente as características de uma situação, têm como
característica fundamental a exatidão, razão pela qual a exigência de hipóteses
aparece como condição muitas vezes necessária, se bem que não indispensável.
Por fim, estudos causais procuram investigar possíveis relações de causa e efeito,
sendo a existência de hipóteses prévias, condições essenciais para o sucesso da
pesquisa. Contudo, como aponta Sbragia (1986), “seguindo a orientação de um
grande número de pesquisadores, qualquer pesquisa embora tenha enfoque mais
acentuado, pode ser considerada como tendo elementos de outros tipos de
estudos”.
Assim, partindo-se de tal pressuposto, pode-se considerar o presente
estudo como predominantemente causal, uma vez que o mesmo visa estudar as
relações entre as variáveis explicativas do processo de internacionalização de
58
franquias, muito embora agregue também, características próprias dos estudos
descritivos.
4.2 FONTES DE INFORMAÇÃO
A carência de informações estruturadas para realização de trabalhos
quantitativos talvez seja uma das principais dificuldades para a realização desses
tipos de estudos. Na maioria dos trabalhos quantitativos vistos na literatura, que
tinham
como
objetivo
encontrar
variáveis
explicativas
do
processo
de
internacionalização, foram utilizadas como fonte de informação para as pesquisas,
bases de dados de revistas especializadas. Pérez e Alvarez (2009) utilizaram o
Annual Franchise Guidebooks in Spain de 2005, Lafontaine e Oxley (2001)
utilizaram Bond`s Franchise Guide de 1995, Shane e Hoy (1996) utilizaram o
Entrepreneur Magazine de 1994, Alon e Mckee (1999) utilizaram o Entrepreneur
Magazine, 1990/97, como fontes para as suas análises.
No presente trabalho, a base de dados para a análise das hipóteses foi
obtida comparando duas publicações especializadas em franquias: o Guia Oficial de
Franquias 2009 da Associação Brasileira de Franquias e a revista 500 Franquias
para Você Investir, edição 2009-2010, publicada pela revista Pequenas Empresas
Grandes Negócios. O Guia Oficial de Franquias 2009 traz 714 empresas e a revista
500 Franquias para Você Investir traz 577 empresas, a intersecção entre as duas
publicações é de 98%, sendo eleita a 2ª alternativa como base para a amostra da
população que foi pesquisada, pelas razões detalhadas abaixo.
A escolha da publicação 500 Franquias para Você Investir para a definição
da amostra pesquisada, levou em conta cinco pontos. O primeiro foi atualidade dos
dados – o último levantamento ocorreu em 2009, o segundo foi a riqueza
comparativa das informações apresentadas, a terceira foi o número de publicações
em que as informações foram replicadas – o guia encontra-se na sexta edição, e em
quarto lugar foi considerada a credibilidade e capilaridade que a publicação possui
em âmbito nacional.
59
Por último, levou-se em conta a metodologia utilizada pela revista,
apresentada de forma resumida a seguir. Numa primeira etapa, as redes
franqueadoras (somente puderam participar as redes que comprovaram atuar sob o
regime da Lei de Franquia nº 8955, de 1994) foram contatadas e convidadas a entrar
no site da Serasa, empresa que compila e cruza as informações e dados, para
preencherem seus dados. Numa segunda etapa, os franqueados, sorteados
segundo distribuição geográfica e representatividade dentro da rede, foram
convidados a responder uma pesquisa de satisfação. Os dados fornecidos foram
cruzados por outros de mercado, permitindo a avaliação das redes segundo 18
critérios diferentes, agrupados em três quesitos: desempenho da rede, qualidade da
rede e satisfação dos franqueados.
Apesar das inúmeras informações do guia, não havia questões relacionadas
com internacionalização das franquias avaliadas. Dessa forma, para identificar o
nível de internacionalização foram consultados os sites institucionais das franquias
da amostra buscando quatro informações - se a empresa possui operações fora do
Brasil, há quanto tempo, o número de unidades e os locais onde se encontram
essas unidades.
É importante destacar, que das 500 empresas constantes na publicação,
foram trabalhadas somente as informações das 293 franquias consideradas como as
melhores do Brasil pela publicação. Esse fato se deve à conveniência no processo
de pesquisa e a constatação preliminar da existência de uma participação relevante
de franquias internacionalizadas dentro da amostra estabelecida.
As informações obtidas dos sites das empresas foram cruzadas com as
informações obtidas das seguintes fontes:
1. Sites das Associações de Franquias nacionais e internacionais;
a. International Franchise Association (IFA)
b. Federação Latino-Americana de Franchising (FLAF)
c. Associação Brasileira de Franchising (ABF)
60
2. Publicações geradas pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior (MDIC), do Brasil;
3. Publicações geradas pela Agência de Promoção às Exportações (APEX);
4. Publicações especializadas;
5. Notícias em jornais e revistas não acadêmicas.
Após este trabalho, foi obtida uma base de 62 empresas que possuíam
unidades fora do país. O próximo passo foi realizar contatos telefônicos com a ABF,
para validar o número encontrado e com cada uma das 62 empresas para confirmar
os dados levantados. Das 62 empresas, 59 confirmaram que possuíam unidades
fora do país.
Em seguida, foi realizada a caracterização da população levantada,
objetivando gerar uma base de dados consistente que permitisse o trabalho
estatístico posterior. Para isso, o ranking das franquias internacionalizadas foi
cruzado com a base de dados da revista 500 Franquias para Você Investir.
4.3 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA E REPRESENTATIVIDADE
No Brasil, existem 1397 redes de franquias. Destas, 577 responderam à
pesquisa da publicação 500 Franquias para Você Investir. De forma complementar,
o levantamento de informações das franquias que se internacionalizaram, realizado
neste trabalho, gerou 59 franquias, tendo sido encontradas 53 na publicação e
destas, 33 estão entre as 293 Melhores Franquias do País.
As
empresas
foram
divididas
em
internacionalizadas
e
não
internacionalizadas e caracterizadas de acordo com as variáveis que foram testadas
nas hipóteses, agrupadas em 4 tipos: relacionadas à natureza e idade do negócio;
relacionadas ao tamanho do negócio; relacionadas às variáveis financeiras; e
relacionadas ao crescimento da empresa. Em seguida, foi feita uma breve descrição
61
dos números encontrados, tendo como referência a base de 260 franquias
internacionalizadas e 33 não internacionalizadas.
4.3.1 Variáveis relacionadas à natureza e idade do negócio
Observando a Tabela 8, nota-se uma maior concentração no setor de
alimentação,
tanto
nas
franquias
internacionalizadas
quanto
nas
não
internacionalizadas. Uma diferença de concentração interessante, também pode ser
observada nos ramos de Saúde e Bem Estar, onde existe um percentual de quase o
dobro de franquias internacionalizadas; e nos ramos de Vestuário, Calçados e
Acessórios,
que
a
diferença
entre
empresas
internacionalizadas
e
não
internacionalizadas está próxima de 50%.
Observando
a
Tabela
9,
pode-se
perceber
que
as
franquias
internacionalizadas apresentam, em média, uma idade maior que as não
internacionalizadas.
Tabela 8 - Ramo de atividade.
Tabela 9 - Tempo no sistema de franquias e idade da empresa.
Internacionalizada
NÃO
SIM
Total geral
Média de Idade da Empresa Média de Tempo no sistema de Franquias
15,5
14,7
25,7
15,8
16,6
14,8
62
4.3.2 Variáveis relacionadas ao tamanho da empresa
Em média, as franquias que se internacionalizaram, são maiores que as que
não se internacionalizaram em todos os indicadores de tamanho das empresas
como – número de unidades próprias e franqueadas e faturamento, como pode ser
observado na Tabela 10.
Tabela 10 - Média do número de unidades franqueadas / próprias e faturamento.
Internacionalizada Média de N. Unidades Franqueadas Média de N. Unidades Próprias
Não
58,2
6,8
Sim
234,3
16,3
Média de FATURAMENTO DA REDE EM MILHÕES
37,3
207,8
4.3.3 Variáveis financeiras
As variáveis financeiras não apresentaram uma diferença considerável entre
os diferentes tipos de empresas, como pode ser observado na tabela 11.
Tabela 11 - Taxa de franquia, capital inicial, prazo médio de retorno e faturamento.
Internacionalizadas Média de Capital Inicial (em R$) Média de Taxa de Franquia (em R$) Média de Prazo Médio de Retorno(em meses)
Não
187.295
35.669
25
Sim
176.313
39.478
26
4.3.4 Variáveis relacionadas ao crescimento do negócio
Contrariando a intuição, a média de aumento do faturamento é maior entre
as franquias que não se internacionalizaram, como pode ser observado na Tabela
12.
63
Tabela 12 - Aumento do faturamento em %, aumento do
nº unidades em % internacionalizadas.
Internacionalizadas Média de AUMENTO DO FATURAMENTO ANUAL(EM %)
Não
57
Sim
27
Média de AUMENTO DO Nº UNIDADES EM %
71
31
4.3.5 Outras informações
Foram realizadas análises levando em conta outras variáveis que poderiam
ajudar a enriquecer o entendimento da base. Em seguida, foi feita uma discussão
dessas variáveis.
As franquias que se internacionalizaram, estão concentradas em 5 países,
como pode ser observado na Tabela 13.
Tabela 13 - Principais destinos.
Destino Principal da internacionalização
Portugal
Angola
EUA
Argentina
México
% de franquias que possuem pelo menos uma
unidade nestes países
23,3%
20,9%
16,3%
11,6%
7,0%
Apesar do presente trabalho não ter encontrado referências, na literatura, de
trabalhos que tentaram relacionar a internacionalização com a satisfação do
franqueado ou indicadores de qualidade, acredita-se que a análise dessas duas
variáveis pode gerar futuras pesquisas, relacionando essas variáveis com o
processo de internacionalização. Contra a intuição, o nível de satisfação do
franqueado com o franqueador é substancialmente menor nas empresas
internacionalizadas, se comparadas as não internacionalizadas como pode ser
observado na Tabela 14.
64
Tabela 14 - Qualidade da rede.
Internacionalizada
Não
Sim
Média de SATISFAÇÃO DO FRANQUEADO
10
6
% de Franquias com Selo de Excelencia da ABF
24,2%
57,6%
4.4 HIPÓTESES E VARIÁVEIS
Este item tem como objetivo definir as hipóteses e as variáveis referenciais
no modelo conceitual do estudo.
Com base na revisão da literatura e no modelo conceitual do estudo, 11
hipóteses foram formuladas. A formulação dessas hipóteses foi feita em
consonância com o objetivo principal do trabalho, ou seja, o estabelecimento de
relações entre a variável dependente (empresa internacionalizada ou não)
variáveis
independentes
(aspectos
organizacionais
relacionados
as
à
internacionalização).
Antes da formulação das hipóteses, é importante reforçar, um constructochave para o desenvolvimento do trabalho, o que define o conceito da
internacionalização. Como já comentado na revisão bibliográfica, para este trabalho,
foram adotadas como internacionalizadas, as empresas que se encontram no último
estágio do modelo de internacionalização apresentado pela escola de Uppsala, que
afirma existir um envolvimento gradual, das operações, resumidos em quatro
diferentes estágios: 1) atividades de exportação não-regulares; 2) exportação via
representação independente (agentes); 3) subsidiárias de vendas; e 4) produção/
manufatura. Dessa forma, a variável internacionalização diz respeito a empresas
brasileiras que possuem pelo menos uma unidade fora do país de origem.
65
Após a formulação de cada hipótese, sempre que possível, são citados
alguns autores que serviram de base para sua elaboração e que se encontram
referenciados no capítulo 3 deste trabalho. Isso não quer dizer, no entanto, que tais
autores utilizam para a comprovação das hipóteses, exatamente a mesma
metodologia e os mesmos indicadores que este trabalho.
4.4.1 Hipóteses relacionadas à natureza e idade do negócio: ramo de atividade,
tempo no sistema de franquias e idade da empresa
As principais teorias que fundamentaram as hipóteses foram as teorias da
Agência e da Restrição de Recursos.
Hipótese 1: Existe
correlação
entre
setor
de
atividade
econômica
e
internacionalização (PÉREZ, ALVAREZ, 2009; MARQUES, MERLO, NAGANO,
2009; HADJA, KHALIFA, KAMMOUN, 2004; ALON, MCKEE, 1999; AYDIN,
KACKER, 1989; ELANGO, FRIED, 1997).
Variável: Adaptação dos ramos de atividades definidos na Classificação Nacional de
Atividades Econômicas / CNAE pela Receita Federal do Brasil.
Hipótese 2: Existe correlação positiva entre idade de abertura da primeira loja
franqueada e a internacionalização (PÉREZ, ALVAREZ, 2009; MCINTYRE,
USZAGH, 1995; SHANE, 1996; LAFONTAINE, OXLEY, 2001; ALON, MCKEE,
1999).
Variável: Diferença do ano em que abriu a primeira unidade franqueada para 2009.
66
Hipótese 3: Existe
correlação
positiva
entre
a
idade
da
empresa
e
a
internacionalização (PÉREZ, ALVAREZ, 2009; MCINTYRE, USZAGH, 1995;
SHANE, 1996; OXLEY, 2001; ALON, MCKEE, 1999).
Variável: Diferença do ano em que abriu a empresa para 2009.
4.4.2 Hipóteses relacionadas ao tamanho da empresa
As principais teorias que fundamentaram as hipóteses foram as teorias da
Agência e da Restrição de Recursos.
Hipótese 4: Existe correlação positiva entre o número de lojas franqueadas e a
internacionalização (MARQUES, MERLO, NAGANO, 2009; JOHANSON, VAHLNE,
1977; GRIPSRUD 1990; KLEIN, ROTH, 1990; STÖTTINGER, SCHLEGELMICH,
1998).
Variável: Número de unidades franqueadas.
Hipótese 5: Existe correlação positiva entre o número de lojas próprias e a
internacionalização (MARQUES, MERLO, NAGANO, 2009; JOHANSON, VAHLNE,
1977; GRIPSRUD, 1990; KLEIN, ROTH, 1990; STÖTTINGER, SCHLEGELMICH,
1998).
Variável: Número de unidades próprias.
Hipótese 6: Existe
correlação
positiva
entre
o
faturamento
da
rede
e
a
INTERNACIONALIZAÇÃO (HONÓRIO, 2009; HOLZMÜLLER, KASPER, 1991;
STÖTTINGER, SCHLEGELMICH, 1998; ZAHRA, IRELAND, HITT, 2000; VERWAAL,
DONKERS, 2002).
Variável: Média de faturamento nos anos de 2007/2008.
67
4.4.3 Hipóteses relacionadas a variáveis financeiras
As principais teorias que fundamentaram as hipóteses foram as teorias da
Agência e da Restrição de Recursos.
Hipótese 7: Existe
correlação
negativa
entre
a
taxa
de
franquia
e
a
internacionalização (HADJA, KHALIFA, KAMMOUN, 2004; ALON, MCKEE, 1999;
MARQUES, MERLO, NAGANO, 2009).
Variável: Taxa de franquia.
Hipótese 8: Existe correlação negativa entre capital inicial necessário para constituir
o negócio e a internacionalização (HADJA, KHALIFA, KAMMOUN, 2004; ALON,
MCKEE, MERLO, NAGANO, 2009).
Variável: Capital Inicial.
Hipótese 9: Existe correlação negativa entre o prazo médio de retorno e a
internacionalização.
Variável: Prazo médio de retorno.
4.4.4 Hipóteses relacionadas ao crescimento do negócio
As principais teorias que fundamentaram as hipóteses foram as teorias da
Agência e da Restrição de Recursos.
Hipótese 10: Existe correlação positiva entre o crescimento do faturamento da rede
e a internacionalização (ALON, MACKEE, 1999);
Variável: Aumento do Faturamento em % referentes aos anos de 2008/2009.
68
Hipótese 11: Existe correlação positiva entre o crescimento em números de
franquias e a internacionalização (ALON, MACKEE, 1999);
Variável: Aumento do nº de unidades em percentual, referentes aos anos 2008/2009.
4.5 PROCEDIMENTOS ESTATÍSTICOS
Os procedimentos estatísticos realizados neste trabalho podem ser
classificados como descritivos e explanatórios (causais), sendo utilizada por
conveniência uma amostragem não probabilística. O caráter descritivo justifica-se
pelo objetivo de identificar variáveis que explicam ou se correlacionam com o
processo da internacionalização de franquias brasileiras. Nesse caso, busca-se
identificar a distribuição das características do fenômeno internacionalização de uma
forma comparativa, dentro da amostra de empresas analisadas. Seu caráter
explanatório reside na utilização de instrumentos de estatística multivariada, com o
objetivo de testar relações entre diversas variáveis (FREITAS et al., 2000). Em
amostras probabilísticas, cada elemento da população tem uma chance conhecida,
e diferente de zero, de ser incluído na amostra (CHURCHILL, GILBERT, 1999).
Contrariamente, em amostras não probabilísticas, não há maneira de se estimar a
probabilidade de um elemento da população ser incluído na amostra, tampouco de
se certificar que a amostra é representativa da população (CHURCHILL, GILBERT,
1999).
Dessa forma, para se verificar como se dá o processo de internacionalização
das franquias, recorreu-se basicamente à regressão logística.
É importante destacar que, para atender ao objetivo de analisar as
características
organizacionais
associadas
à
internacionalização,
a
análise
discriminante seria uma das técnicas que poderia ser utilizada neste trabalho, pois
permitiria identificar as características que mais diferenciam os dois grupos.
Conforme Hair et al. (2005, p.218), ela é a técnica mais apropriada quando existe
uma variável dependente categórica, e diversas variáveis independentes métricas.
Tanto a análise discriminante quanto a regressão logística, se enquadram na classe
69
de métodos estatísticos multivariados de dependência, pois relacionam um conjunto
de variáveis independentes com uma variável dependente categórica (SHARMA,
1996; HAIR et al., 1998). De forma geral, as técnicas de discriminação procuram
encontrar uma função ou conjunto de funções que discrimine os grupos definidos
pela variável categórica, visando minimizar erros de classificação. Em contexto, no
qual o conjunto de variáveis independentes possui comportamento probabilístico de
normalidade multivariada, a análise discriminante é adequada, porque minimiza os
erros de classificação (SHARMA, 1996; HAIR et al., 1998). Portanto, a suposição de
normalidade multivariada é importante para que os resultados da análise
discriminante sejam satisfatórios. Contudo, como os testes de normalidade da base
não apresentaram resultados satisfatórios à análise discriminante, este tipo de
análise não foi utilizado neste trabalho.
A técnica de regressão logística tornou-se um método padrão de análise de
regressão para variáveis, medidas de forma dicotômica (HOSMER, LEMESHOW,
1989). O mesmo modelo pode ser utilizado com enfoque discriminatório, conforme
descrevem Krzanowski (1988). Esses autores argumentam que o modelo logístico
de discriminação pode ser utilizado de forma bem mais geral, pois não faz
suposições quanto à forma funcional das variáveis independentes.
Comparando as duas técnicas, Krzanowski (1988) diz ser consenso geral
que a discriminação logística deve ser preferida, quando as distribuições são
claramente não-normais.
70
CAPITULO 5 - APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Este capítulo objetiva apresentar os resultados obtidos que validem ou
refutem as hipóteses formuladas, a partir das análises quantitativas dos dados
oriundos da base das 293 Melhores Franquias do País. Para isso, foi utilizada a
regressão logística como técnica que melhor atendeu aos objetivos do trabalho,
como já discutido no capítulo 4.4 – Procedimentos Estatísticos.
As análises foram feitas comparando as variáveis caracterizadoras das 33
franquias internacionalizadas, com uma amostra aleatória de outras 33 franquias não
internacionalizadas, retiradas da base das 260 franquias restantes. A amostra das
franquias não internacionalizadas obedeceu a um critério – deveriam pertencer ao
mesmo ramo de atividade das empresas internacionalizadas. Foi utilizado, esse
tratamento, como uma tentativa de homogeneizar o comparativo das duas bases, a
partir de um critério comum.
Nas análises iniciais, fez-se necessária, a retirada de três variáveis que, por
terem muitos valores faltantes, não permitiam que a modelagem chegasse a
resultados estatisticamente relevantes. As variáveis retiradas foram: faturamento da
rede, aumento do faturamento anual e aumento do número de unidades. Como
essas variáveis poderiam ser relevantes para a explicação do fenômeno foram feitas
análises adicionais, utilizando o total da base de 260 franquias o que possibilitou,
devido ao maior número de observações, a inclusão das variáveis faltantes, com
alguma perda da homogeneidade da comparação. Além da inclusão das variáveis
faltantes a análise adicional serviu, com alguma margem de erro, para realizar um
cross checking dos resultados.
71
5.1 MEDIDAS RESUMO
As medidas resumo ajudam a dar uma visão mais geral e descritiva do
comportamento das variáveis. Na Tabela 15, observam-se as seguintes medidas
descritivas com respeito às variáveis: número de observações, número de dados
faltantes, média, desvio padrão, mínimo, mediano e máximo.
Nos gráficos 3, 4, 5, 6, 7 e 8 podem ser observados os Boxplot’s
das
variáveis, resposta em relação a variável internacionalização. Notam-se alguns
pontos discrepantes, e que a maioria das variáveis apresenta “uma certa” assimetria.
Tabela 15 - Medidas Resumo (Nmax=33)
72
Gráfico 3 - Boxplot Idade da Empresa.
Boxplot of Idade da Empresa vs Internacionalizada
70
Idade da Empresa
60
50
40
30
20
10
0
0
1
Internacionalizada
Gráfico 4 - Boxplot Prazo Médio de Retorno.
Boxplot of Prazo Médio de Retorno(em meses vs Internacionalizada
Prazo Médio de Retorno(em meses
60
50
40
30
20
10
0
0
1
Internacionalizada
Gráfico 5 - Boxplot Prazo Taxa de Franquia.
Boxplot of Taxa de Franquia (em R$) vs Internacionalizada
Taxa de Franquia (em R$)
60000
50000
40000
30000
20000
10000
0
1
Internacionalizada
73
Gráfico 6 - Boxplot Capital Inicial.
Boxplot of Capital Inicial (em R$) vs Internacionalizada
500000
Capital Inicial (em R$)
400000
300000
200000
100000
0
0
1
Internacionalizada
Gráfico 7 - Boxplot Número de Unidades Franqueadas.
Boxplot of N. Unidades Franqueadas vs Internacionalizada
N. Unidades Franqueadas
2500
2000
1500
1000
500
0
0
1
Internacionalizada
Gráfico 8 - Boxplot Número de Unidades Próprias.
Boxplot of N. Unidades Próprias vs Internacionalizada
N. Unidades Próprias
200
150
100
50
0
0
1
Internacionalizada
74
5.2 REGRESSÃO LOGÍSTICA
Como foi dito anteriormente, para a realização da regressão logística, foram
retiradas as variáveis: faturamento da rede em 2008, aumento do faturamento anual
e aumento do número de unidades, porque essas variáveis possuíam um alto
número de valores faltantes.
No modelo ajustado inicialmente, utilizou-se como resposta a variável binária
internacionalização e como variáveis explicativas: o ramo de atividade (fator), o
número de unidades próprias, o número de unidades franqueadas, capital inicial,
taxa de franquia, prazo médio de retorno, idade da empresa e tempo no sistema de
franquias. A seguir, utilizou-se o método stepwise backward para eliminar as
variáveis não significantes do modelo. Assim, obteve-se, no modelo final, somente
as variáveis (correspondentes a 5%), sendo elas: o número de unidades
franqueadas e a idade da empresa como mostra a Tabela 16.
Na Tabela 16, observam-se também as estimativas, os erros padrões e as
significâncias de cada variável. Além dos intervalos de confiança, com coeficiente de
confiança γ=95%, para exponencial das variáveis.
Tabela 16 - Estimativas do modelo de regressão logística.
Variável (B)
Idade da
Empresa (β)
Número de
Unidades
Franqueadas
95% I.C. para Exp(B)
Erro
Padrão
Estatística
de Wald
Significância
0,141
0,052
7,346
0,020
0,008
-3,262
0,919
Estimativa
Inferior
Superior
0,007
1,040
1,276
6,592
0,010
1,005
1,035
12,605
0,000
(θ)
Constante (α)
75
O modelo ajustado foi:
 π
ln i
1− π i

 = α + β x1i + θx2i ; com i = 1,...,66.

Podendo ser interpretado da seguinte forma:
x1i é a idade da i-ésima empresa;
x2i é o número de unidades franqueadas da i-ésima empresa;
πi é o valor esperado da probabilidade da i-ésima empresa ser internacionalizada;
α é o intercepto (não interpretável);
exp(β), que varia entre [1,040; 1,276], é o número esperado de vezes, que a chance
da empresa ser internacionalizada cresce, para cada ano da diferença da idade da
empresa, entre duas empresas com o mesmo número de unidades franqueadas;
exp(θ), que varia entre [1,005; 1,035], é o número esperado de vezes, que a chance
da empresa ser internacionalizada cresce, para cada unidade da diferença do
número de unidades próprias, entre duas empresas com a mesma idade.
A variabilidade explicada do modelo (R2) de Cox e Snell foi 0,414, já a de
Nagelkerke, sendo este, um ajuste da estatística anterior, foi 0,553. A Tabela 17
mostra o número de observações da variável internacionalizada observada versus a
predita. Ou seja, se aplicado ao modelo ajustado nessa amostra, a média de acerto
seria de 86,4% das observações, sendo que para as observações não
internacionalizadas esta média subiria para 93,9% e para as internacionalizadas
78,4%.
76
Tabela 17 - Internacionalizada observada versus predita.
Predita
Observada
Internacionalizada
Porcentagem
correta
0
1
0
31
2
93,9
1
7
26
78,8
Internacionalizada
Porcentagem total
86,4
5.3 ANÁLISE DA BASE DAS 260 FRANQUIAS NÃO INTERNACIONALIZADAS X 33
INTERNACIONALIZADAS
O objetivo desta análise é incluir as variáveis (retiradas da análise anterior
pelo número de observações faltantes): faturamento, aumento do faturamento anual
e aumento do número de unidades na análise, e de certa forma, realizar um cross
checking dos resultados.
5.3.1 Medidas resumo
Como era de se esperar, as medidas resumo, Tabela 18, demonstram uma
dispersão consideravelmente maior das variáveis relacionadas às 260 franquias não
internacionalizadas.
77
Tabela 18 - Medidas Resumo (Nmax=260).
5.3.2 REGRESSÃO LOGÍSTICA
A regressão logística apresentou resultados semelhantes aos encontrados
na análise realizada com os dados pareados, com destaque para variável
faturamento, que individualmente, é a que mais explica o fenômeno, se levada em
conta, somente essa análise, conforme pode ser visualizado na Tabela 19.
Tabela 19 - Estimativas do modelo de regressão logística_2.
Variável (B)
Estimativa
95% I.C. para Exp(B)
Erro
Padrão
Estatística
de Wald
Significância
Inferior
Faturamento
0,00296
0,00132
16,3656
0,0252
Constante (α)
-4,6095
1,1394
16,3656
0,000
1,043
Superior
1,386
78
Dessa forma, tomando as análises com as duas bases, as variáveis que
mais discriminaram o fenômeno da internacionalização foram: idade da empresa,
número de unidades franqueadas e faturamento. O que validam as hipóteses 3, 4 e
6 que, correlacionavam positivamente o fenômeno da internacionalização, com as
variáveis que mostraram um alto poder explicativo nas análises estatísticas. Dessa
forma, as hipóteses 1,2,5,7,8,9,10 e 11 não foram validadas. As conclusões acima
estão refletidas na tabela 20.
Tabela 20 - Resumo dos Resultados.
79
CAPITULO 6 - CONCLUSÕES
A internacionalização de franquias brasileiras é ainda um processo
insipiente, mas que mostra um crescimento acentuado e consistente ao longo dos
anos, acompanhando o crescimento expressivo desse modelo de negócios dentro
do país. Nesse contexto, o entendimento de variáveis que possam ajudar a explicar
e prever o fenômeno da internacionalização é muito importante e, como foi dito, ao
longo do trabalho, podem ajudar os diversos agentes envolvidos no processo de
internacionalização – empresas, governo, agentes financiadores e de fomento, a
desenvolverem melhores mecanismos de decisões estratégicas relacionadas ao
tema. Do ponto de vista acadêmico, ajuda no entendimento do processo de
internacionalização, dando novos ângulos de análise e compreensão da questão.
A caracterização comparativa dos grupos de franquias internacionalizadas e
não internacionalizadas, revelaram elementos interessantes de diferenciação. Foi
observada
uma
concentração
comparativamente
maior
de
franquias
internacionalizadas nos ramos de Saúde e Bem Estar; Vestuário, Calçados e
Acessórios; as franquias que se internacionalizaram também apresentaram, em
média, uma idade maior. Porém, é no tamanho da empresa que a diferença é mais
expressiva – as franquias que se internacionalizaram, possuem consideravelmente,
mais unidades próprias, mais unidades franqueadas e mais faturamento que as que
não se internacionalizaram. Essas variáveis caracterizadoras ajudaram a dar uma
visão panorâmica às diferenças dos dois grupos.
Contudo, foi somente por intermédio dos procedimentos estatísticos, que se
pôde observar o poder explicativo das variáveis relacionadas ao fenômeno da
internacionalização e a aderência das hipóteses com as teorias da Agência e da
Escassez de Recursos. Dessa forma, as variáveis que discriminaram o fenômeno da
internacionalização foram: idade, número de unidades franqueadas e faturamento validando as hipóteses 3, 4 e 6.
A idade da empresa não foi fator explicativo relevante em alguns estudos
internacionais. Contudo, a maioria dos estudos mostra, que a antiguidade no
sistema de franquias e não a idade da empresa em si, tinha correlação com a
80
internacionalização, em virtude da acumulação de recursos e capacidade aprendida
de monitoramento de lojas franqueadas - dois fatores fundamentais para a
internacionalização.
No presente trabalho, a validação da correlação entre a idade da empresa e
a internacionalização e a não correlação entre idade no sistema de franquias e a
internacionalização, puderam revelar relações peculiares do mercado brasileiro. Ao
analisar a diferença entre a idade da empresa e o tempo em que ela levou para
entrar no sistema de franquias, das franquias brasileiras mais antigas, justamente as
que mais se internacionalizaram, observa-se um tempo três vezes maior, se
comparado com as franquias mais novas, esse fato pode ser explicado pela pouca
disseminação do franchising no Brasil, como uma alternativa de crescimento há 25
anos – média da idade das empresas que se internacionalizaram. Dessa forma, se
observa que as franquias antigas, que são as que demonstraram um perfil maior de
internacionalização, demoraram muito para entrar no franchising e as franquias mais
novas adotam essa opção de crescimento precocemente, esse descasamento pode
explicar a diminuição do poder explicativo da variável idade no sistema de franquias
e, em contraposição, a valorização da variável idade da empresa no modelo. Essa
hipótese é reforçada quando se observa, comparativamente, a diferença entre
abertura da empresa e entrada no sistema de franquias internacionais e brasileiras.
Apesar de não ser o objetivo deste trabalho, é importante destacar que, um curto
período de tempo entre a abertura da empresa e a entrada no sistema de franquias,
como observado no mercado brasileiro, pode aumentar o risco de fracasso tanto do
franqueado quanto do franqueador.
A revisão da literatura mostrou que não existe um consenso na literatura, em
relação ao impacto que as variáveis relacionadas ao tamanho da empresa – número
de unidades franqueadas e próprias - possuem na propensão à internacionalização.
É intuitivo pensar, como afirmam vários autores, que uma grande rede teria
acumulado mais recursos, desenvolvido uma maior capacidade de monitoramento
sobre os franqueados e indubitavelmente, tenha adquirido um maior reconhecimento
de marca, e que esses elementos seriam fatores potencializadores para a busca de
mercados internacionais. Novamente nesse caso, o presente trabalho identificou um
comportamento singular do mercado brasileiro, e que talvez explique a razão de se
81
ter observado uma correlação importante entre número de lojas franqueadas
(hipótese 3) e a internacionalização e não ser observado a mesma correlação com a
variável número de lojas próprias (hipótese 4). Talvez, um alto número de lojas
próprias em relação a franqueadas mostrasse que a empresa passou pelos dois
momentos, preconizado por vários autores e defendido por Combs, Michael e
Castrogiovanni (2004), para expansão dentro das fronteiras do país de origem. O
primeiro ciclo seria o de crescimento, onde seria utilizado o sistema de franquias
como forma mais rápida e com menor risco para empresas menores obterem
crescimento em um curto espaço de tempo. O segundo ciclo seria o de
rentabilização, onde as empresas comprariam as franquias mais rentáveis e fariam a
opção por crescer por meio de lojas próprias – mais rentáveis em relação às
franquias. A internacionalização, dessa forma, poderia ser considerada um novo
ciclo de crescimento – um terceiro ciclo, onde seria necessária uma nova utilização
do sistema de franquias para obter novamente, maior velocidade de expansão com
menores riscos.
A teoria de um terceiro ciclo apesar de ser intuitiva, não foi validada pelo
presente trabalho. Talvez, a não validação dessa teoria se justifique pelo
comportamento não padronizado que as redes de franquias possuem no país. Não é
observado, no Brasil, de forma significativa o segundo ciclo de rentabilização,
mesmo as grandes franquias, continuam utilizando-se do franchising para o
crescimento, mantendo uma pequena quantidade de lojas próprias, valorizando
dessa forma, a diminuição do risco em detrimento do aumento de rentabilidade,
característica do segundo ciclo.
Como já demonstrado em vários trabalhos internacionais o faturamento
(hipótese 6), possui correlação com a internacionalização. O acúmulo de recursos
permite, segundo as teorias da Agência e da Escassez de Recursos, desenvolverem
novos e mais efetivos mecanismos de controle, permite o acesso a novos e mais
baratos mecanismos de financiamento e dá um indicativo importante da razoável
exploração dos mercados internos e necessidade de busca de novos mercados.
Uma observação importante, que não é completamente explicada pelas
teorias existentes, é a opção pela franquia como forma de entrada nos mercados
82
externos. Partindo dos pressupostos, já discutidos ao longo do trabalho, que as
franquias são menos rentáveis do que as lojas próprias e que as empresas que se
internacionalizam possuem maior acúmulo de recursos, seria razoável supor, que a
internacionalização se daria por intermédio de lojas próprias e não utilizando o
sistema de franquias, menos rentável. Talvez, o motivo para essa opção seja
novamente o trade-off entre a necessidade de diminuição de riscos e de ter mais
conhecimento do mercado local versos o vetor rentabilidade da operação, pesando
mais as duas primeiras variáveis, principalmente para empresas brasileiras.
As hipóteses não validadas também geraram aprendizados importantes. A
negação das hipóteses 10 e 11, relacionadas com o crescimento ano contra ano do
faturamento e do número de unidades, mostram que um crescimento interno
acentuado não é o fator que ajuda a explicar a internacionalização. Esse fato, talvez
possa ser explicado pela existência de oportunidades no mercado interno que
diminui as vantagens relativas de se internacionalizar. Argumentos semelhantes
podem ser utilizados para explicar as hipóteses relacionadas com as variáveis
financeiras.
Uma hipótese também não comprovada no estudo é a que relaciona o
processo de internacionalização com o ramo de atividade. Apesar de ser observada
uma concentração diferenciada de franquias internacionalizadas em determinados
ramos, quando se olha o agregado da variável não se observa à correlação.
83
CAPITULO 7 - LIMITAÇÕES E SUGESTÕES PARA ESTUDOS FUTUROS
A principal limitação do estudo foi a dependência de uma base já existente.
Se por um lado uma base já estruturada, que possui um histórico de credibilidade e
riqueza de informações ajuda a dar robustez aos resultados, do outro lado, impede a
exploração de outras variáveis consideradas importantes pelo autor.
Outro elemento que pode ter causado algum viés nos resultados foi a opção
por utilizar as 293 melhores franquias do Brasil. A escolha das melhores empresas
pode ter gerado um viés na pesquisa, contudo, como a comparação foi realizada
entre as melhores empresas que se internacionalizaram e as que não se
internacionalizaram, o viés pode ter sido minimizado.
Outra questão, que merece destaque, é que por existirem poucos estudos
brasileiros com o mesmo foco do trabalho, optou-se por uma análise mais
exploratória do tema com o objetivo de se apurar elementos novos para a
compreensão do tema. Por isso, muitas das variáveis que aqui foram exploradas em
conjunto, poderiam ser exploradas de forma mais profunda individualmente, o que
poderiam gerar conclusões com maiores aplicabilidades práticas.
Como abordado diversas vezes ao longo do trabalho, algumas outras
variáveis poderiam ser exploradas em trabalhos semelhantes a este, como a relação
entre franqueado e franqueador e variáveis conjuntas, que agregam um conjunto de
atributos em uma única variável como qualidade da rede.
Outros dois temas, que poderiam gerar trabalhos importantes são o estudo
dos sucessos e fracassos das empresas internacionalizadas e a relação da
internacionalização com outras teorias econômicas. Acompanhar os resultados das
franquias brasileiras que se internacionalizaram e entender os fatores e variáveis
determinantes do sucesso ou fracasso, poderiam ter gerado, conclusões importantes
para o entendimento do processo de internacionalização. Estudar a relação da
internacionalização de franquias com as teorias da Visão Baseada em Recursos e a
Teoria dos Custos de Transação também poderiam ajudar no entendimento do
fenômeno.
84
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99
APÊNDICE
Lista das 293 Melhores Franquias do Brasil pelo Guia das 500 Franquias para Você
Investir, edição 2009-2010 (1- Internacionalizada)
Empresa
Internacionalizada
Ramo de Atividade
1
Akakia Cosméticos
1
COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA
2
Amor aos Pedaços
1
CAFETERIA E CONFEITARIA
3
Arezzo
1
VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS
4
Astral
1
SERVIÇOS GERAIS
5
Bit Company
1
TREINAMENTO E CURSOS
6
Bob's
1
ALIMENTAÇÃO
7
Carmen Steffens
1
VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS
8
Casa do Pão de Queijo
1
CAFETERIA E CONFEITARIA
9
CCAA
1
ENSINO DE IDIOMAS
10
Combate Controle de Pragas
1
SERVIÇOS GERAIS
11
Depyl Action
1
SAÚDE E BEM-ESTAR
12
Emagrecentro
1
SAÚDE E BEM-ESTAR
13
Escolas Fisk
1
ENSINO DE IDIOMAS
14
Experimento Intercâmbio Cultural
1
ENSINO DE IDIOMAS
15
Fábrica Di Chocolate
1
CAFETERIA E CONFEITARIA
16
Fit4 - Fitness Store
1
SAÚDE E BEM-ESTAR
17
Hering Store
1
VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS
18
Jacques Janine
1
SAÚDE E BEM-ESTAR
19
LinkWell
1
SERVIÇOS GERAIS
20
Livraria Nobel
1
LAZER
21
Localiza Rent a Car
1
VEÍCULOS
22
Mister Sheik
1
ALIMENTAÇÃO
23
Morana Acessórios
1
VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS
24
O Boticário
1
COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA
100
25
Pastelândia
1
ALIMENTAÇÃO
26
PUC
1
VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS
27
Roasted Potato
1
ALIMENTAÇÃO
28
Sapataria do Futuro
1
SERVIÇOS GERAIS
29
Spoleto Culinária Italiana
1
ALIMENTAÇÃO
30
Truss Cosmetics
1
COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA
31
Via Uno
1
VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS
32
Vivenda do Camarão
1
ALIMENTAÇÃO
33
Werner
1
SAÚDE E BEM-ESTAR
34
A Fórmula
0
COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA
35
Accor Hospitality
0
SERVIÇOS GERAIS
36
Action Coach Brasil
0
SERVIÇOS FINANCEIROS E CONSULTORIAS
37
Agecel
0
SERVIÇOS GERAIS
38
Água Doce Cachaçaria
0
ALIMENTAÇÃO
39
All - Alternative Language Learning
0
ENSINO DE IDIOMAS
40
Almanaque Revistaria
0
LAZER
41
AlphaGraphics
0
SERVIÇOS GERAIS
42
Alvorada
0
SERVIÇOS GERAIS
43
Ambientec
0
SERVIÇOS FINANCEIROS E CONSULTORIAS
44
Antídoto Cosméticos
0
COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA
45
Aroma Natural
0
COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA
46
Arquivar - Gestão de Documentos
0
SERVIÇOS GERAIS
47
Balone
0
VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS
48
Banca de Camisetas
0
VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS
49
Barbara Strauss
0
VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS
50
BBN - Bolsa Brasil Negócios
0
SERVIÇOS FINANCEIROS E CONSULTORIAS
51
Bebelu Sanduíches
0
ALIMENTAÇÃO
52
Bella Capri Pizzaria
0
ALIMENTAÇÃO
53
Bella Gula
0
CAFETERIA E CONFEITARIA
54
Berti Parfums
0
COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA
101
55
Bestdry Estética Automotiva
0
VEÍCULOS
56
Big X Picanha
0
ALIMENTAÇÃO
57
Bom Grillê
0
ALIMENTAÇÃO
58
Bonaparte
0
ALIMENTAÇÃO
59
Bonasecco
0
SERVIÇOS GERAIS
60
BR Mania
0
ALIMENTAÇÃO
61
Broomer Men's Wear
0
VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS
62
BSB Musical
0
TREINAMENTO E CURSOS
63
Butique Rita Jardim
0
VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS
64
Cacau Show
0
CAFETERIA E CONFEITARIA
65
Café Cancun
0
ALIMENTAÇÃO
66
Café Donuts
0
CAFETERIA E CONFEITARIA
67
Café Jardim
0
CAFETERIA E CONFEITARIA
68
Camarão & Cia
0
ALIMENTAÇÃO
69
Canaan Photo Studio
0
SERVIÇOS GERAIS
70
Cão Cidadão
0
SERVIÇOS GERAIS
71
Capital Steak House
0
ALIMENTAÇÃO
72
Carol Gregori
0
VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS
73
Caroline Won
0
VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS
74
Casa da Empada
0
CAFETERIA E CONFEITARIA
75
Casa do Construtor
0
SERVIÇOS GERAIS
76
Castilho Segurança Eletrônica
0
SERVIÇOS GERAIS
77
Caverna do Dino
0
VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS
78
CDI Educação e Desenvolvimento
0
TREINAMENTO E CURSOS
79
Cebrac - Centro Brasileiro de Cursos
0
TREINAMENTO E CURSOS
80
Centro Auditivo Telex
0
SAÚDE E BEM-ESTAR
81
Centro Britânico Idiomas
0
ENSINO DE IDIOMAS
82
Cetelbras Educacional
0
TREINAMENTO E CURSOS
83
Check Check
0
SERVIÇOS FINANCEIROS E CONSULTORIAS
84
Chef Vergé
0
ALIMENTAÇÃO
102
85
China House Delivery
0
ALIMENTAÇÃO
86
China In Box
0
ALIMENTAÇÃO
87
Chocolate & Cheese
0
CAFETERIA E CONFEITARIA
88
Chopp Time
0
ALIMENTAÇÃO
89
Chucrute & Cia
0
ALIMENTAÇÃO
90
CI
0
LAZER
91
Cia. Da Empada
0
ALIMENTAÇÃO
92
Cia. Dos Espetinhos
0
ALIMENTAÇÃO
93
CNA
0
ENSINO DE IDIOMAS
94
Coife Odonto
0
SAÚDE E BEM-ESTAR
95
College Personal English
0
ENSINO DE IDIOMAS
96
Compainha do Bordado
0
VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS
97
Contém 1g
0
COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA
98
Contours - Academia para Mulheres
0
SAÚDE E BEM-ESTAR
99
Couro & Cia.
0
VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS
100
Crêpe de Paris
0
ALIMENTAÇÃO
101
Criar - Sist. De Ens. De Língua Portuguesa¹
0
ENSINO DE IDIOMAS
102
Deltaexpresso
0
CAFETERIA E CONFEITARIA
103
Devassa Cervejaria
0
ALIMENTAÇÃO
104
Dia a Dia Drogaria - Tudo para o Diabético
0
COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA
105
Dina Pizza
0
ALIMENTAÇÃO
106
DNA Security
0
VEÍCULOS
107
DR Just for Doctors
0
VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS
108
Drogarias Farmais
0
COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA
109
Drops of Joy
0
COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA
110
Dryup Atelier de Beleza Automotiva
0
VEÍCULOS
111
Empada Brasil
0
ALIMENTAÇÃO
112
Empada Carioca
0
ALIMENTAÇÃO
113
Enjoy
0
VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS
114
Eschola.Com
0
TREINAMENTO E CURSOS
103
115
Escola de Inglês Teddy Bear
0
ENSINO DE IDIOMAS
116
Espaço Reclinável
0
CASA, DECORAÇÃO E PRESENTES
117
Espetinhos Mimi
0
ALIMENTAÇÃO
118
Essência do Perfume
0
COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA
119
Estivanelli
0
VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS
120
Estudo Mais
0
TREINAMENTO E CURSOS
121
Estupendo
0
ALIMENTAÇÃO
122
Eurodata
0
TREINAMENTO E CURSOS
123
Expense Reduction Analystis - Era Brasil
0
SERVIÇOS FINANCEIROS E CONSULTORIAS
124
Farmacentro
0
COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA
125
Farmácia Uniflora
0
COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA
126
Farmafórmula
0
SAÚDE E BEM-ESTAR
127
Farmamellitus
0
SAÚDE E BEM-ESTAR
128
Fastframe
0
CASA, DECORAÇÃO E PRESENTES
129
Federal Invest
0
SERVIÇOS FINANCEIROS E CONSULTORIAS
130
Fitta Turismo e Câmbio
0
SERVIÇOS FINANCEIROS E CONSULTORIAS
131
Flash Courier
0
SERVIÇOS GERAIS
132
Flavored Popcorn
0
CAFETERIA E CONFEITARIA
133
Florus
0
COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA
134
Flying Sushi
0
ALIMENTAÇÃO
135
Flytour Franchising
0
LAZER
136
Fom
0
SAÚDE E BEM-ESTAR
137
Franquia Imóveis
0
SERVIÇOS GERAIS
138
Fran's Café
0
CAFETERIA E CONFEITARIA
139
Funzionalle
0
CASA, DECORAÇÃO E PRESENTES
140
Gelateria Parmalat
0
CAFETERIA E CONFEITARIA
141
Gendai Japanese Fast-Food
0
ALIMENTAÇÃO
142
Geneal
0
ALIMENTAÇÃO
143
Giraffas
0
ALIMENTAÇÃO
144
Gordão Lanches
0
ALIMENTAÇÃO
104
145
Grão Expresso Cafeteria
0
CAFETERIA E CONFEITARIA
146
Guapa Loca
0
VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS
147
Habib's
0
ALIMENTAÇÃO
148
Health Cred
0
SERVIÇOS FINANCEIROS E CONSULTORIAS
149
Hercons
0
VEÍCULOS
150
I Foot
0
VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS
151
Ibio - Tratamentos Odontológicos
0
SAÚDE E BEM-ESTAR
152
Icemellow Sorvete e Cia.
0
CAFETERIA E CONFEITARIA
153
Ideal Estágios
0
SERVIÇOS GERAIS
154
Iebeu
0
ENSINO DE IDIOMAS
155
Imaginarium
0
CASA, DECORAÇÃO E PRESENTES
156
Influx English School
0
ENSINO DE IDIOMAS
157
Instituto Embelleze
0
TREINAMENTO E CURSOS
158
ITC Vertebral
0
SAÚDE E BEM-ESTAR
159
Jet Bronza
0
COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA
160
Jin Jin
0
ALIMENTAÇÃO
161
JME Informática
0
SAÚDE E BEM-ESTAR
162
Jornal do Síndico
0
SERVIÇOS GERAIS
163
Jornal Sexta-Feira
0
SERVIÇOS GERAIS
164
Kids Ploc Buffet
0
LAZER
165
Kopenhagen
0
CAFETERIA E CONFEITARIA
166
Kumon
0
TREINAMENTO E CURSOS
167
Kviar
0
CASA, DECORAÇÃO E PRESENTES
168
La Pasta Gialla
0
ALIMENTAÇÃO
169
L'acqua di Fiori
0
COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA
170
Lanchão & Cia
0
ALIMENTAÇÃO
171
Lavasecco
0
SERVIÇOS GERAIS
172
Le Chocolatier
0
ALIMENTAÇÃO
173
Learning Fun
0
ENSINO DE IDIOMAS
174
Lig Lig Delivery
0
ALIMENTAÇÃO
105
175
Limpidus
0
SERVIÇOS GERAIS
176
Linces Vistorias
0
VEÍCULOS
177
Linha e Bainha
0
SERVIÇOS GERAIS
178
L'Occitane
0
COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA
179
Loja de Aventura
0
VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS
180
Lord Cão
0
SERVIÇOS GERAIS
181
Luziana Lanna Idiomas
0
ENSINO DE IDIOMAS
182
M.Officer
0
VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS
183
Magoweb Mkt. E Solução para Internet
0
SERVIÇOS GERAIS
184
Mahogany
0
COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA
185
Make-Up Estética Automotiva
0
VEÍCULOS
186
Makis Place
0
ALIMENTAÇÃO
187
Mãos de Cera
0
LAZER
188
Maple Bear
0
TREINAMENTO E CURSOS
189
Mard Elle Lingierie
0
VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS
190
Maxx Eyewear
0
VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS
191
McDonald's
0
ALIMENTAÇÃO
192
MCM Odontologia
0
SAÚDE E BEM-ESTAR
193
MegaMatte
0
CAFETERIA E CONFEITARIA
194
Memorial Saúde
0
SAÚDE E BEM-ESTAR
195
Microlins
0
TREINAMENTO E CURSOS
196
MicroWay
0
TREINAMENTO E CURSOS
197
Minds English School
0
ENSINO DE IDIOMAS
198
Mini Kalzone
0
ALIMENTAÇÃO
199
Moldura Minuto
0
CASA, DECORAÇÃO E PRESENTES
200
Montana Grill Express
0
ALIMENTAÇÃO
201
Mr.Cat
0
VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS
202
Multicoisas
0
CASA, DECORAÇÃO E PRESENTES
203
Neomerkato
0
CASA, DECORAÇÃO E PRESENTES
204
Nonna Sorveteria
0
CAFETERIA E CONFEITARIA
106
205
Notebook Century
0
SERVIÇOS GERAIS
206
Number One
0
ENSINO DE IDIOMAS
207
Nutty Bavarian
0
ALIMENTAÇÃO
208
Odontoclinic
0
SAÚDE E BEM-ESTAR
209
Oficina Brasil
0
VEÍCULOS
210
Oligoflora
0
SAÚDE E BEM-ESTAR
211
Onodera Estética
0
COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA
212
Original Jeans
0
VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS
213
Ortoplan - Especialidades Odontológicas
0
SAÚDE E BEM-ESTAR
214
Overboard
0
VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS
215
Paralléle
0
COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA
216
Paraná Crédito
0
SERVIÇOS FINANCEIROS E CONSULTORIAS
217
Park Idiomas
0
ENSINO DE IDIOMAS
218
Patroni Pizza
0
ALIMENTAÇÃO
219
Pelé Arena Café
0
CAFETERIA E CONFEITARIA
220
Petcursos
0
TREINAMENTO E CURSOS
221
Pharmapele
0
COSMÉTICOS, PERFUMARIA E FARMÁCIA
222
Pier
0
VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS
223
Planet Chokolate
0
CAFETERIA E CONFEITARIA
224
Planetário
0
ALIMENTAÇÃO
225
Poderoso Timão
0
VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS
226
Polo Zero Depilação
0
SERVIÇOS GERAIS
227
Poltrona 1 Turismo
0
LAZER
228
Portobello Shop
0
CASA, DECORAÇÃO E PRESENTES
229
PostNet
0
SERVIÇOS GERAIS
230
Praetorium
0
TREINAMENTO E CURSOS
231
Premiatto Express
0
ALIMENTAÇÃO
232
Prepara cursos Profissionalizantes
0
TREINAMENTO E CURSOS
233
Prophylaxis Clínica de Vacinação
0
SAÚDE E BEM-ESTAR
234
Puket
0
VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS
107
235
QTZ Eyewear
0
VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS
236
Quality lavanderia
0
SERVIÇOS GERAIS
237
Quartos & etc
0
CASA, DECORAÇÃO E PRESENTES
238
Quiosque Chopp da Brahma
0
ALIMENTAÇÃO
239
Ragazzo
0
ALIMENTAÇÃO
240
Rainha das Noivas
0
CASA, DECORAÇÃO E PRESENTES
241
Real Time Idiomas
0
ENSINO DE IDIOMAS
242
Recarga Expressa
0
SERVIÇOS GERAIS
243
Rede Brasil
0
VEÍCULOS
244
Redeorto
0
SAÚDE E BEM-ESTAR
245
Rei do Mate
0
CAFETERIA E CONFEITARIA
246
Restaura Jeans
0
SERVIÇOS GERAIS
247
Risotto Mix Gastronomia
0
ALIMENTAÇÃO
248
Rockfeller Brasil
0
ENSINO DE IDIOMAS
249
S O S Educação Profissional
0
TREINAMENTO E CURSOS
250
Safe Clean
0
SERVIÇOS GERAIS
251
Salad Creations Brasil
0
ALIMENTAÇÃO
252
Santa Lolla
0
VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS
253
Scada Café
0
CAFETERIA E CONFEITARIA
254
Sergio's
0
VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS
255
Seven English & Español
0
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