Psicologia Social
A génese da Psicologia
Social
• Há que compreender o surgimento da
Psicologia Social no quadro da
divergência entre a primazia do
biológico ou do social, que marcou
as Ciências Sociais no final do
século XIX.
A génese da Psicologia
Social
• Destaca-se a importância do
pensamento de Gabriel Tarde, na sua
abordagem ao fenómeno da imitação
e das características das massas.
A génese da Psicologia
Social
• Em 1908, é publicada a obra An
Introduction to Social Psychology, da
autoria de William McDougall – no
que pode chamar-se o “nascimento”
da disciplina.
• Logo de seguida, Ross publica Social
Psychology, an Outline and Source
Book.
A génese da Psicologia
Social
• Há, todavia, uma clara divergência
entre os dois autores:
• McDougall afirma a primazia do
instinto, na vida colectiva.
• Ross define o comportamento
colectivo como produto da
sugestão/imitação.
O Objecto da
Psicologia
Social
O Objecto da Psicologia
Social
• O estudo dos comportamentos dos
indivíduos em situação colectiva.
• Procura:
Compreender esses
comportamentos;
Prever esses comportamentos.
Métodos
• Provindos das ciências sociais e
humanas;
• Análise interaccional de Bales;
• Testes projectivos;
• Testes de medição de escalas e
opiniões;
• Estudos experimentais.
10 questões éticas
(Cook, 1976)
• Conduzir pesquisa que envolve pessoas
sem o conhecimento ou o consentimento
destas;
• Coagir pessoas a participar em pesquisas;
• Ocultar dos participantes a verdadeira
natureza da pesquisa;
• Enganar os participantes da pesquisa;
• Levar os participantes a cometer actos
que diminuam o seu auto-respeito;
10 questões éticas (Cook,
1976)
(cont.)
• Modificar-lhes
os
direitos
de
autodeterminação dos participantes;
• Expor os participantes a tensão;
• Invadir a privacidade dos participantes;
• Sonegar benefícios aos indivíduos do
grupo de controlo;
• Deixar de tratar os participantes com
correcção e demonstrar-lhes consideração
e respeito.
A Psicologia Social de
Orientação
Behaviorista
Teorias das
Trocas Sociais
Teoria do Comportamento
Social Elementar (1961)
• Desenvolvida por George Homans;
• Defende que, na interacção entre duas
pessoas, aquilo que se dá é percebido
como um custo, e o que se recebe
como um benefício. Subtraindo-se o
custo do benefício, obtém-se o lucro da
troca;
• Se os custos forem percebidos como
superiores aos benefícios, a troca
cessa.
Teoria da Interdependência
Social (1959, 1978)
• Desenvolvida por Thibault e Kelley;
• Aprofundam a teoria de Homans,
introduzindo as noções de nível de
comparação e nível de comparação com
alternativas;
• O nível de comparação consiste na
fixação de um limite mínimo de lucro, a
partir do qual a troca cessa;
• O nível de comparação com alternativas
consiste na manutenção de trocas
deficitárias, porque se considera que a
cessação da troca implicaria custos ainda
maiores.
Teoria da Equidade (1963,
1965)
• Desenvolvida por Stacy Adams;
• Substitui a terminologia custo/recompensa
por investimento/resultado;
• A equidade traduz a medida em que o
indivíduo percebe a proporcionalidade das
recompensas relativamente ao investimento,
por comparação a outros em situação
semelhante;
• A percepção de inequidade levará à cessação
da troca.
Teoria da Troca de
Recursos (1974)
• Desenvolvida por Edna e Uriel Foa;
• Especificação dos recursos (status,
informação, dinheiro, amor, bens,
serviços);
• Ordenados consoante duas dimensões: (1)
o particularismo e (2) a concretude;
• Concluem: numa interacção, os indivíduos
tendem a trocar os recursos que possuem
mais pelos que possuem menos. São mais
satisfatórias as trocas dos recursos mais
próximos do que as dos mais afastados.
A Psicologia Social de
Orientação Cognitiva
Psicologia da
Gestalt, Solomon
Asch, Kurt Lewin e
Fritz Heider
Psicologia da Gestalt
• Destacam-se Wertheimer, Moss e
Kohler da Escola de Graz;
• Contrariam a relação
estímulo/resposta defendida pelo
behaviorismo;
• Defendem que os seres humanos não
se limitam a reagir aos estímulos,
pois organizam as suas percepções,
atribuindo-lhes um significado
intelectual, ou seja, racionalizandoas.
Psicologia da Gestalt
•
1.
2.
3.
Os princípios fundamentais da Psicologia
da Gestalt são:
A percepção é activa, isto é, consiste na
interiorização das informações dos
órgãos sensoriais;
Os indivíduos não se limitam a esta
interiorização, pois conferem-lhe
significados, interpretam-na e organizamna;
Os indivíduos têm tendência a simplificar
as percepções – tendência de fechamento
(completa estímulos sensoriais que estão
incompletos).
Solomon Asch
A formação de impressões
• Influenciado pela Psicologia da Gestalt, a
tese de Asch era que:
 A formação das impressões acerca de
outro tinha um carácter holístico, i.e., os
traços que caracterizam o indivíduo
organizam-se de forma tal que o todo é
diferente da soma das partes;
 Complementarmente, defendia a
existência de traços centrais e traços
periféricos na formação das impressões.
Processo experimental
• Dois grupos A e B ouviram uma lista de
sete traços de personalidade acerca de um
indivíduo em particular:
• Lista A: inteligente, hábil, industrioso,
caloroso, determinado, prático, cauteloso
• Lista B: inteligente, hábil, industrioso, frio,
determinado, prático cauteloso
Processo experimental
• Depois de ouvir a lista de traços, os
indivíduos escreviam um breve comentário
sobre o indivíduo descrito.
• Resultados: a lista A suscitou impressões
muito mais favoráveis nos comentários
realizados.
• Conclusão: o binómio caloroso/frio produziu
diferenças de impressões consistentes.
Processo experimental
• Numa segunda fase, o procedimento foi
igual, limitando-se a substituir o binómio
caloroso/frio pelo binómio polido/rude.
• Resultado: Não se registaram diferenças
substanciais nos comentários dos dois
grupos
Processo experimental
• Estes resultados levaram Asch a
apresentar o primeiro par de traços
como traços centrais de
personalidade e o segundo como
traços periféricos de personalidade.
• A conclusão geral é a de que os
traços periféricos produzem escasso
efeito na formação das impressões.
Kurt Lewin
• Salienta-se o seu contributo para o estudo
dos grupos e, especificamente, das
dinâmicas de grupo.
• Teses principais:
 O indivíduo, inserido num grupo, modifica o
seu comportamento e induz mudanças nos
comportamentos dos restantes membros do
grupo;
 É mais fácil alterar o comportamento de um
grupo, como um todo, que o comportamento
dos membros isolados;
Kurt Lewin
 Só existe grupo se existir coesão e
sentimento de pertença;
 Estes sentimentos são reforçados se cada
membro perceber o grupo como forma de
atingir objectivos individuais;
 O desenvolvimento da coesão pode levar
ao aparecimento de padrões e finalidades
de grupo que podem, dependendo da
coesão, sobrepor-se aos objectivos
individuais;
Kurt Lewin
 Da coesão, resultam códigos de grupo, que
funcionam como referência para os seus
membros;
 A diversidade entre os membros do grupo é
desejável. É a interacção e não a
homogeneidade que faz a coesão grupal;
 Daqui decorre que o grupo, como entidade,
é qualitativamente diferente da soma das
suas partes.
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