VALORIZAÇÃO DO PROFESSOR: REFLEXÕES FOMENTADAS PELA
ATUAÇÃO DA CONSULTORIA EM PSICOLOGIA ESCOLAR/EDUCACIONAL
Autora: Isabel Albuquerque da Silva Cordeiro
Co-autoras: Eliana Maria Girão Moraes, Marly Rodrigues Paixão da Costa, Meiry Lane
Soares de Oliveira e Roberta da Costa Pinheiro.
Instituição: UNINORTE
E-mail do autor: [email protected]
INTRODUÇÃO
O presente trabalho é um relato de estágio supervisionado realizado no ano de 2010 na
cidade de Manaus, Amazonas na área da Psicologia Escolar, mais especificadamente na
Consultoria em Psicologia Escolar/Educacional, que segundo Silva (2000) é definida:
como um serviço especializado em psicologia, de duração variada, que tem como objetivo auxiliar no
diagnóstico de dificuldades e na implementação de propostas preventivas e interventivas, favorecendo o
pleno funcionamento da instituição de ensino como um todo. O psicólogo no papel de consultor escolar
visa a promover a reflexão e conscientização da responsabilidade das pessoas envolvidas nesse processo
de ensino-aprendizagem, atuando de forma interdisciplinar (p.01).
Com este intuito, de implementar tais propostas de intervenção para de forma pontual
beneficiando o funcionamento da escola como um todo, os serviços da consultoria em PEE
foram oferecidos através da equipe formada por quatro estagiárias e uma professora psicóloga
para as escolas públicas e filantrópicas do centro da cidade acima referida, possibilitando que
tais instituições não possuidoras do profissional de psicologia possam usufruir do serviço
psicológico momentâneo e eficaz.
Foram elencadas duas instituições-clientes. Uma delas foi uma Escola Estadual de
Ensino Médio que trabalha com os três turnos (matutino, vespertino e noturno). Sendo uma
escola pública estadual é assistida pela SEDUC (Secretaria Estadual de Educação). Possui ao
todo 2.430 alunos matriculados nos três turnos.
Demanda e Problemática
Os alunos enquadram-se na faixa etária de 14 a 18 anos cursando do 1º ano do ensino
médio ao 3º ano do ensino médio. Na primeira visita feita a escola para a divulgação do
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serviço a diretora sinalizou o problema da depredação ao patrimônio escolar, solicitando que
o trabalho da consultoria fosse focado nesta dificuldade.
Procedimentos Diagnósticos
Com a problemática sinalizada (depredação), deveríamos partir para o próximo passo
do projeto a confirmação da problemática, porém nesse contexto não foi necessário um
trabalho mais elaborado, pois para confirmá-la bastava olhar para o espaço físico da escola
que estava bastante prejudicado. Mas tivemos que investigar a dimensão e a gênese de tais
problemas. Para isso, iniciamos observações comportamentais não-participantes em algumas
salas.
As observações foram utilizadas, pois ela é uma poderosa ferramenta de leitura de
comportamento. Para Fagundes (2002),
a observação comportamental é importante para os psicólogos, modificadores de comportamento e
pesquisadores, servindo-lhes como um instrumento de trabalho para obtenção de dados que, entre outras
coisas, (a) aumentem sua compreensão a, respeito do comportamento sob investigação; (b) facilitem o
levantamento de hipóteses ou estabelecimento de diagnóstico; (c) e que permitam acompanhar o
desenrolar de uma intervenção ou tratamento e testar seus efeitos e eficácia (p.75).
Salienta-se que, para iniciarmos qualquer procedimento precisamos da permissão do
responsável pela Instituição, justificando o porquê do procedimento. Tudo isto para
deixarmos a Instituição a par de tudo o que está sendo feito, principalmente quando temos que
ter contato com os alunos. Através das observações notou-se que alguns professores não
conseguiam se impor perante a turma, que era bastante agitada.
Para compreendermos qual o motivo que leva os alunos a depredarem, abordamos
alguns alunos no corredor da escola e os questionamos porque a escola estava daquela forma:
suja, pichada e depredada. Alguns alunos alegaram que depredavam o patrimônio, pois:
 estavam descontentes com a pedagoga do turno vespertino e com a grosseria de
alguns professores e se expressam através de pichações;
 alguns alunos o faziam por querer “aparecer” e
 ainda disseram que pichavam, pois ficavam muito tempo sem aula, por que era
comum a ausência de professores na instituição.
Para confirmar ou refutar as hipóteses levantadas, foram realizadas dinâmicas de
grupo com os alunos e sem a presença dos professores, objetivando suscitar que os conteúdos
emergissem através das técnicas de psicodrama que seria “o método que penetra a verdade da
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alma através da ação” (Moreno, 1959, p. 98). Método este, que nega a repetição de conteúdos
induz a aprendizagem das ações adquiridas nas relações interpessoais por meio de jogos
dramáticos, onde a resposta final seria a espontaneidade e criatividade.
Plano de Ação
Após as observações, levantou-se material bibliográfico para nos embasarmos na
produção do projeto de intervenção na Instituição. A partir da escuta feita em sala de aula,
levantamos as seguintes hipóteses:
 Que os alunos realmente estavam ociosos por não terem um espaço de recreação e
convivência, pois o único espaço para isso é a estrutura da quadra é precária e
contribui para que o calor se intensifique dentro da mesma;
 E que o descontentamento deles com a diretora, pedagoga e alguns professores
pode estar sendo expressada através das pichações.
Intervenção com o Grupo de Professores
Como vimos que a maioria das queixas dos alunos era acerca da postura e metodologia
de alguns professores, decidimos fazer a intervenção com os professores focalizados na
importância da profissão dos mesmos, elucidando o valor que eles tem na vida dos seus
alunos. O próximo passo foi o planejamento dos métodos que seriam utilizados para tal
proposta. Todos participaram opinando acerca da intervenção, estagiárias e supervisora
fizeram pesquisas e procuramos dinâmicas e vídeos que auxiliariam.
A proposta foi sinalizada a diretora que disse-nos a quantidade de professores por
turno, matutino e vespertino, e ficou de liberá-los do trabalho para que eles participassem da
intervenção. Ficou acordado que a intervenção se daria num dia inteiro, os professores do
matutino participariam pela manhã e os do vespertino pela tarde nos seus respectivos horários
de aula. Porém posteriormente foi modificado, pois a diretora não julgou adequado liberar os
alunos o dia inteiro de aula e solicitou que as intervenções fossem feitas em dias alternados, e
assim foi feito.
A metodologia adotada nesta intervenção foi a utilização de dinâmicas de grupo, vídeos
reflexivos, debate acerca das problemáticas concernentes à realidade do professor e
disponibilizaríamos um coffe-break para os participantes.
Após a compra do material para a intervenção (pastas, canetas), marcada a entrega dos
petiscos para o coffe-break, pesquisa e escolha das dinâmicas, solicitada a liberação de uma
sala do Centro Universitário Uninorte para a realização do seminário e liberada pela diretora a
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lista dos participantes, enfim, tudo ajustado, marcamos o horário em que nos encontraríamos
para aguardarmos os participantes.
No primeiro dia de intervenção. Uma das estagiárias se prontificou a trazer os
professores até a sala, em seguida, chegaram juntamente com a diretora e pedimos que eles se
sentassem. Distribuímos as pastas com as canetas e iniciamos a apresentação da equipe de
consultoria. A Supervisora/Psicóloga apresentou a equipe da consultoria. Foram organizados
todo o material para a intervenção, as cadeiras em semi-circulo e abrimos os arquivos e vídeos
do treinamento.
Após isso, duas estagiárias iniciaram a dinâmica O Cartaz, distribuindo papel ofício
para cada um dos professores e os orientou a desenhar nesse papel algo que os represente: um
objeto, um animal, não importa o que seja, e que depois de desenhar cada um iria falar o seu
nome mostrando o seu desenho e explicando o porquê da sua escolha. Depois de
aproximadamente 10 minutos, um por um foram se apresentando e somente uma professora
não desenhou nada, apenas disse o seu nome e explicou a ausência de desenho dizendo que
não conseguiu pensar em nada e sua característica era a impaciência. Após a apresentação de
todos, as estagiárias deram o feed-back da dinâmica com o auxílio da professora.
Dando continuidade as atividades, duas estagiárias iniciaram a apresentação da
dinâmica Memórias de Escola questionando-os sobre quanto tempo uma pessoa passa dentro
de uma escola, após as respostas falei de como a escola nos influência na formação da nossa
personalidade, como fazemos amizades e de momentos que nos marcaram. Em seguida,
orientaram que cada professor deveria lembrar-se de sua vida na escola enquanto aluno, e que
recordassem de algum momento que eles considerem importante, algo que os marcou, não
importa o que seja, cujo objetivo foi o de levar os participantes a refletir sobre seus papéis de
formadores de opinião, proporcionando aos mesmos uma auto-avaliação da sua práxis e quem
se sentisse a vontade poderia compartilhar um pouco da sua experiência, qual foi a lembrança
que o marcou e se isso o influenciou de alguma.
A maioria dos professores compartilhou suas memórias, positivas e negativas, falando
de situações de humilhação que alguns dos seus antigos professores os fizeram passar, de
professores que os resgataram quando eles mesmos haviam desistido de si e os estimularam a
serem alunos melhores, de algumas amizades da escola e de terem colado em matérias que
não gostavam. Após o compartilhar, pontuamos o quanto alguns professores que passaram por
suas vidas os marcaram e que agora eles, no papel de professores, também marcam a vida de
seus alunos através de suas ações e até de suas omissões. No final deixamos o seguinte
questionamento: quais seriam as lembranças que os alunos deles compartilhariam daqui há
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alguns anos? Lembranças de incentivo e de resgate ou marcas de preconceito e
discriminação?
Demos continuidade à programação, em que foi apresentado vídeo da valorização do
professor, produzido pelo MEC. Alguns professores falaram um pouco sobre o vídeo que fala
que foi perguntado em alguns paises, que tiveram um crescimento no seu desenvolvimento,
qual era o profissional responsável por tal crescimento e todos responderam: O Professor.
Após um breve silêncio por parte deles, tentamos explicar para eles que apesar do baixo
salário, a profissão professor era essencial na formação do cidadão e a professora explicou
que ela ministra aulas há 10 anos e que por ela já passaram mais de 3 mil psicólogos e que
ficava muito contente por isso, pois isso a motivava em ser professora e formadora de outros
profissionais Alguns fizeram criticas a situação do professor no Brasil, dissemos a eles que
algumas pessoas não valorizam essa profissão, mas que eles próprios deveriam se valorizar
como formadores de opinião e que todo mundo um dia passou por um professor um dia, não
importa qual profissão seja, todos nos tivemos que ser ensinados por professores.
Após esta atividade, apresentamos algumas condutas do professor, retiradas do código
de condutas do professor, no site da FENPROF (Federação Nacional dos Professores), e
orientamos todos sobre como encontrar mais detalhes sobre o assunto. As condutas
apresentadas foram:
1. Compromissos com a profissão
Os profissionais da educação devem:
a) justificar a confiança pública e aumentar o respeito pela profissão, oferecendo a todos uma
educação de qualidade;
b) garantir que o conhecimento profissional seja constantemente actualizado e aperfeiçoado;
c) determinar a natureza e o formato de programas de formação contínua como expressão
essencial do seu profissionalismo;
d) divulgar toda informação relevante relacionada com as suas competências e qualificações;
e) lutar, participando activamente no seu sindicato, para obter condições de trabalho que
incentivem o ingresso de pessoas altamente qualificadas na profissão;
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f) apoiar todos os esforços para promover a democracia e os direitos humanos através da
educação;
2. Compromissos com os estudantes
Os profissionais da educação devem:
a) respeitar os direitos de todas as crianças, em particular dos estudantes, para que possam
beneficiar do disposto na Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Crianças,
particularmente no que diz respeito à educação;
b) salvaguardar e promover os interesses e o bem-estar de todos os estudantes, protegendo-os
de intimidações e de abusos físicos e psicológicos;
c) tomar todas as medidas para proteger os estudantes de abusos sexuais;
d) atender aos problemas que afetam o bem-estar dos estudantes, tratando-os cuidado,
dedicação e discrição;
e) ajudar os estudantes a desenvolver um conjunto de valores de acordo com os padrões
internacionais de direitos humanos;
f) manter relações profissionais com os estudantes;
g) reconhecer a individualidade e as necessidades específicas de cada aluno, e estimulando-os
para que possa desenvolver plenamente as suas potencialidades;
h) proporcionar aos estudantes o sentimento de pertença a uma comunidade, baseada em
compromissos mútuos de comprometimento com a existência de um lugar para todos;
i) exercer a autoridade com justiça e solidariedade;
j) garantir que a relação privilegiada entre professor e aluno não é utilizada para fins de
proselitismo ou controle ideológico.
3. Compromissos com os colegas
Os profissionais da educação devem:
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a) promover um relacionamento amigável com todos os colegas, respeitando a situação
profissional e as suas opiniões, aconselhando e apoiando sobretudo os que se encontram em
início de carreira ou em formação;
b) manter a confidencialidade sobre informações relacionadas com os colegas, obtidas no
decurso da prática profissional, a menos que sua divulgação seja requerida por lei ou por
dever profissional;
c) auxiliar os colegas na sua avaliação, após negociação e acordo entre os sindicatos e os
empregadores;
d) defender e promover os interesses e o bem-estar dos colegas e protegê-los de qualquer
forma de abuso físico, psicológico ou sexual;
4. Compromissos com a direcção
Os profissionais da educação devem:
a) estar informados das suas responsabilidades legais e administrativas, respeitar as clausulas
dos contratos colectivos e os direitos dos educandos;
b) cumprir as instruções razoáveis dadas pela direcção, tendo o direito de as questionar
através de procedimento claramente estabelecido.
5. Compromissos com os pais
Os profissionais da educação devem:
a) reconhecer o direito dos pais acompanharem, através de canais previamente estabelecidos,
o bem-estar e o progresso dos seus filhos;
b) respeitar a autoridade legal dos pais, mas dar conselhos do ponto de vista profissional,
tendo em conta o interesse superior das crianças;
c) realizar todos os esforços possíveis no sentido de envolver activamente os pais na educação
dos filhos, auxiliando o processo de aprendizagem e garantindo que as crianças não sejam
vítimas de trabalho infantil.
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6. Compromissos com os professores
A comunidade deve:
a) possibilitar que os professores se sintam confiantes e que sejam tratados justamente
enquanto no exercício de suas tarefas;
b) reconhecer que os professores têm direito a preservar sua privacidade, a cuidar de si
mesmos e a ter uma vida normal.
Encerramos com a dinâmica do Abraço, explicando que precisamos nos unir e
fortalecer os relacionamentos interpessoais e que nos sempre precisamos um do outro para
fazer qualquer coisa. Cada pessoa agradeceu ao apoio do colega com um abraço. Agradecemos
à presença de todos e eles agradeceram por nos termos tentado “resgatá-los” quanto ao valor
do professor.
A segunda intervenção se deu no dia seguinte, dando continuidade ao treinamento com
os professores.
Para iniciar o encontro, a diretora da escola estadual tomou a palavra lembrando o
significado do trabalho deles e o porquê foram convidados a participar deste encontro,
fazendo-os refletir sobre a importância do seu papel como construtores e formadores de
opinião e pediu que todos se permitissem participar das atividades neste dia.
Entregamos pastas com o material a ser exposto nos slides da apresentação e caneta
para anotação. Iniciamos com a dinâmica do Cartaz, aonde percebemos que o grupo entendeu
muito bem a dinâmica e que soube se expressar de forma espontânea, assim pudemos com
isso conhecê-los melhor e eles mesmos entre si. Percebemos que existem muitas “panelinhas”
como nos foi relatado no encontro e falamos sobre a
importância do diálogo e de
conhecermos o colega que trabalha conosco e as vezes não o percebemos, a dinâmica foi bem
proveitosa para todos.
Antes de darmos o intervalo para o Coffee – break, alguns professores manifestaram
sua indignação com a política atual e com isso o tempo se estendeu um pouco, depois disso,
fizemos um intervalo de 15 minutos para o break.
Foi apresentado o vídeo da “Valorização do Professor”, produzido pelo MEC. Alguns
professores falaram um pouco sobre o vídeo, e qual era o profissional responsável por tal
crescimento e todos responderam: “-O Professor”. Foi passado também o vídeo “Professores
Protetores” que fala sobre a importância do professor e que ele merece aplausos, nesta
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atividade pedimos que eles fizessem grupos e debatessem sobre o vídeo. Alguns fizeram
críticas à situação do professor no Brasil, dissemos a eles que algumas pessoas não
valorizam essa profissão, mas que eles próprios deveriam se valorizar como formadores de
opinião e que todo mundo, um dia, passou por um professor, não importava qual profissão
fosse, todos nós tivemos que ser ensinados por professores.
Estas são algumas das críticas realizadas durante a atividade:

Prática da profissão diferente da teoria. Eles têm dificuldade em manter a
postura diante da repetição de comportamentos indisciplinados dos alunos
em sala de aula;

Percebem a necessidade de trabalhar os limites e disciplinas dos alunos,
principalmente os de maior idade, pois não respeitam o professor em sala.
E sentem-se despreparados para lidar com esta situação;

Afirmam que a estrutura dificulta o trabalho (super-lotação das salas de
aula, alta temperatura, etc.);

Relataram a necessidade de realizar atividades em uma biblioteca junto
aos alunos;

Questão salarial desestimula o bom desempenho da profissão (baixa
renda);

Sentem-se desmotivados pelo comportamento dos alunos em sala de aula,
sentem-se desvalorizado.
Após esta atividade, apresentamos algumas condutas do professor, retiradas do código
de condutas do professor, no site da FENPROF (Federação Nacional dos Professores), e
orientamos todos sobre como encontrar mais detalhes sobre o assunto. Mostramos o vídeo do
“O Menestrel”, que mostra uma reflexão sobre a vida de uma forma geral e como a
conduzimos diante de nosso comportamento.
Encerramos com a dinâmica do “Abraço”, explicando que precisamos nos unir e
fortalecer os relacionamentos interpessoais e que nos sempre precisamos um do outro. Cada
pessoa agradeceu o apoio com um abraço. Agradecemos à presença de todos e eles
agradeceram pelo trabalho realizado, com a finalidade de resgatar o valor do professor. Todos
os professores participaram das atividades compartilhando suas experiências, expondo os seus
sentimentos, permitindo-se serem tocados com as falas de cada um.
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A intervenção realizada com a equipe de professores da escola Francisco
Albuquerque satisfez tanto a direção quanto aos próprios professores, os quais se
reconheceram dentro do que foi abordado o seu papel em sala de aula e com os jovens.
Após receber as informações pela Diretora a respeito do treinamento ter sido
positivo, resolvemos então formalizar isso através de um questionário de satisfação de
treinamento, aonde foi entregue ao pedagogo da escola e combinamos que ele entregaria aos
demais professores para que obtivéssemos informações quanto ao treinamento.
Participaram do treinamento ao todo cinquenta professores dos turnos matutinos e
vespertinos, inclusive a gestora da escola. Através de questionário de pesquisa de satisfação
acerca do trabalho desenvolvido, foi vislumbrado que a maioria dos professores mostrou-se
satisfeito com o treinamento e sinalizaram que a partir deste puderam rever a sua prática e
que buscariam melhorá-la dentro de sala de aula, com base nesses dados, confirmamos que o
treinamento correspondeu com a realidade deles e os temas os ajudaram a resgatar a sua
autoestima e valorização enquanto profissional da educação.
O treinamento realizado foi muito elogiado por parte da direção da própria escola e por
parte da supervisora local. Foi muito trabalhoso elaborar os projetos desenvolvidos, um
desafio, mas que enriqueceu grandemente a equipe, que por meio do contato com a realidade
do profissional psicólogo, pôde vislumbrar o quanto a comunidade escolar necessitam serem
assistidas por uma equipe multidisciplinar com um olhar científico, mas que não abre mão de
realizar um trabalho com carinho, respeito e atenção.
Este trabalho foi essencial, pois através dele os professores puderam rever sua prática
em sala de aula e até mesmo a sua escolha por esta profissão tão nobre, porém tão pouco
valorizada. Alguns indivíduos escolheram ser professores ao acaso e acabam por perder o
equilíbrio entre ser um professor e se comportar a altura do ofício que elencaram como seu.
Retornando em outro momento a escola, pode-se perceber algumas mudanças, como
por exemplo, a escola permanece pintada e sem pichações, professores dialogando em sala de
aula com os alunos, alunos concentrados na aula e gestores mais interados a realidade escolar.
Pode-se perceber que ao ser solicitado o serviço de consultoria em uma instituição, nem
sempre a queixa inicial é realmente o problema principal e que, o cuidado perceptivo no
momento da observação é crucial para um bom resultado final.
Concluímos nesta escola nossas atividades enquanto consultoria a respeito da
problemática trazida a nós como a depredação escolar e a valorização do professor, portanto,
o nosso papel de assistir à escola foi muito válido e de tamanho aprendizado com resultados
satisfatórios, atendendo assim a todos, alunos e professores. Apesar de algumas dificuldades
1
iniciais, no findar desta intervenção foi alcançado os objetivos da mesma, pois
os
professores puderam olhar pra si e perceber a importância de ser professor, formador de
opinião e que deve-se continuar nessa missão de educador, que não é fácil, mas que é
imprescindível para toda a sociedade. Afinal o que seria de todos nós sem o professor, pois
“o professor é o grande agente do processo educacional. A alma de qualquer instituição de
ensino é o professor. Por mais que se invista na equipagem dos laboratórios, bibliotecas,
anfiteatros, quadras esportivas, piscinas, campos de futebol – sem negar a importância de
todo esse instrumental-, tudo isso não se configura mais do que aspectos materiais se
comparados ao papel e a importância do professor. (CHALITA,2009,p.12)”
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHALITA, G. Educação – A solução está no afeto. Editora gente,2009
FAGUNDES, A.J.F.M. Descrição, definição e registro de comportamento. 13ª edição. São
Paulo: Edicon, 2002.
SILVA, M. B.; GALAFASSI, M. F.; GUERRA, I.; WOLF, M. Consultoria em psicologia
educacional: a experiência da ASSED/PUCPR. In. Anais do I Encontro SulBrasileiro de Psicologia, Curitiba, 2000.
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