UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
Aline Alves da Silva
Orientadora
Prof. Edla Trocoli
Rio de Janeiro
2011
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
O BRINCAR NO PROCESSO DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Educação
infantil e desenvolvimento.
Por: Aline Alves da Silva
3
AGRADECIMENTOS
Primeiramente ao meu Deus Jeová, ao
meu marido Claudio, ao meu filho Kauã
e a minha querida mãe Lourdes, meu
irmão André, a todos os amigos que
conquistei
nesta
longa
jornada,
a
professora Fátima Alves e a querida
orientadora
orientação
Edla,
com
pois
certeza
sem
sua
não seria
possível a conclusão deste trabalho
monográfico.
4
DEDICATÓRIA
Seria injusto da minha parte não
agradecer ao meu querido esposo pela
sua paciência, pelo seu carinho e
dedicação, ao meu querido filho Kauã e
a
minha
grande
tia
Majô
que
infelizmente não está mais entre nós,
mas que tenho certeza que torcia muito
por mim. As minhas amigas do curso
de
Educação
infantil
e
todos
os
professores do curso de Educação e
desenvolvimento
paciência conosco.
pelo
carinho
e
5
RESUMO
O objetivo deste trabalho será conhecer algumas reflexões sobre o
brincar, e os significados da palavra jogo e brinquedo. E a importância do
professor enquanto mediador dessas atividades lúdicas.
O presente trabalho também discorre sobre as influências que as
atividades lúdicas têm no método de ensino, como a oportunidade da
participação ativa no processo ensino-aprendizagem e o desenvolvimento da
motivação. O brincar contribui para que a criança tenha a oportunidade de
descobrir,
inventar,
desenvolver
capacidades,
habilidades
de
realizar
aprendizagens significativas para si mesmas.
Através dos teóricos como Huizinga, Dewey, Winnicottl, Vygotsky,
Friedman, Piaget e Kishimoto, vai ser possível entender a importância do
brincar no crescimento intelectual, físico e mental de 0 a 6 anos
6
METODOLOGIA
A metodologia usada para este trabalho foi à revisão bibliográfica. Utilizou-se
como fonte de consulta de livros, artigos e trabalhos produzidos que abordam
o brincar, o processo de ensino aprendizagem e a relação entre ambos.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
8
CAPÍTULO I -
10
Reflexões teóricas acerca do brincar
e sua importância
CAPÍTULO II –
18
A história cultural do brinquedo e do jogo na
Educação Infantil
CAPÍTULO III –
25
O papel do professor na Educação Lúdica
Capitulo IV-
31
Vamos brincar
CONCLUSÃO
39
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
41
ÍNDICE
43
FOLHA DE AVALIAÇÃO
44
8
INTRODUÇÃO
O brincar é uma atividade fundamental para as crianças pequenas, é
brincando que elas descobrem o mundo, se comunicam e se inserem em um
contexto social. Segundo Almeida (2000), O brincar é um direito de todos. O
brincar é uma experiência humana rica e complexa. Brincar é um direito da
criança, além de ser de suma importância para o seu desenvolvimento. Não
basta só brincar, é preciso que seja de qualidade.
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (MEC,
1998) estabeleceu a brincadeira como um de seus princípios norteadores, que
a define como um direito da criança para desenvolver seu pensamento e
capacidade de expressão alem de situá-la em sua cultura.
É importante entender o significado da palavra brincar, e perceber a
relevância de um tempo no cotidiano das crianças destinado a um brincar de
qualidade, de um espaço adequado e com brinquedos que estimulem a
criatividade.
A brincadeira é de fundamental importância para o desenvolvimento
infantil na medida em que a criança pode transformar e produzir novos
significados. Brincar, além de proporcionar prazer para as crianças, acalma e
ensina como partilhar, tolerar, compreender e se comportar diante de outros
seres humanos. Aprendendo novas brincadeiras e aumentando suas
potencialidades,
formando
conexões
neurais
que
serão
de
extrema
importância em seu desenvolvimento mental futuro.
Segundo Winnicott (1975, p.79) “é no brincar, e talvez apenas no
brincar, que a criança ou o adulto fluem sua liberdade de criação”.
O ato de brincar é uma chance que a criança tem de experimentar uma
noção da realidade num ambiente mais ou menos controlado e seguro. Ao
brincar de casinha, bonecas e outras coisas ligadas à família e ao lar, por
exemplo, as meninas podem experimentar o que é ser mãe e cuidar de sua
própria prole. Sem que, nesse processo, ela esteja sujeita as enormes
pressões sociais e financeiras que a prática real impõe.
9
É muito importante perceber o significado do brincar para a criança, na
sociedade em que vivemos os brinquedos estão cada vez mais sofisticados e
visam muito mais a satisfação do mundo adulto do que das necessidades
infantis. É necessário que se conheça as necessidades do desenvolvimento
infantil para proporcionar as oportunidades de que nossas crianças tanto
precisam.
Portanto, o problema é: Até que ponto pode-se considerar o Brincar
como facilitador na questão ensino aprendizagem na educação infantil?
E qual o papel que o brincar ocupa no desenvolvimento e Educação
das crianças?
A partir desse questionamento abordaremos então:
No primeiro capitulo o conceito e as concepções de alguns autores
sobre o brincar e a sua importância na Educação Infantil.
No segundo capitulo o significado da palavra brinquedo e do jogo e sua
importância na Educação Infantil.
No terceiro capitulo o Papel do professor na Educação Lúdica
enquanto mediador.
No quarto capitulo enumerar atividades lúdicas capazes de contribuir
para o desenvolvimento da educação das crianças.
10
CAPÍTULO I
Reflexões teóricas acerca do brincar
“Brincar com as crianças não é perder
tempo, é ganha-lo. Se é triste ver meninos
sem escola, mais triste ainda é vê-los
sentados enfileirados em sala sem ar, com
exercícios estéreis, sem valor para a
formação do homem”
(Carlos Drummond de Andrade)
A brincadeira ou jogo tem sido objeto de análise nas ultimas décadas por
estudiosos das mais diversas áreas, como historiadores, sociólogos, filósofos e
psicólogos, dentre outros. Uma dessas definições é feita pelo historiador Johan
Huizinga (1971), que em estudo clássico sobre o tema considera o brincar
como um fenômeno cultural. Para Huizinga “a sociedade exprime sua
interpretação da vida e do mundo” por intermédio do jogo, e a cultura surge
sob a forma do jogo. (1993. p.53).
A partir desta idéia podemos entender que o brincar não acontece do
nada, pois a brincadeira é repleta de gestos e sons que se inter-relacionam,
formando um fenômeno que movido pelo desejo de quem brinca, deixa entrar
aquilo que é reconhecido sem falas, sem letras. Brincar vincula e cria laços,
mesmo que seja temporário.
Um exemplo simples deste brincar é quando a criança pega um pedaço
de pano e o transforma em capa de super herói, neste momento ela
automaticamente passa a ser na sua imaginação um super herói. Por isso é
que para a criança qualquer objeto pode tornar-se um brinquedo.
A criança tem em si mesma um impulso que a faz querer brincar, que a
faz dar significados às coisas mais simples, sendo eles materiais ou imateriais.
O brincar é uma das formas mais importantes que a criança tem de se
comunicar com o mundo, de aprendê-los e compreende-los.
Todo brincar tem inicio a partir de uma vontade, ninguém brinca por
obrigação, podemos assim dizer que o brincar é uma atividade voluntária. A
11
brincadeira acontece dentro de certos limites de espaço e de tempo, um
exemplo é o jogo da “amarelinha”, para acontecer precisamos de um desenho
no chão e de que os participantes entendam as regras, não sabemos o
resultado do jogo, sabe- se as regras, mas não se sabe se o jogador
conseguirá executá-las.
Portanto, não existe brincar sem regras, em toda a brincadeira tem de
haver um acordo que orienta ações entre aqueles que brincam, e se não
seguirem as regras, infelizmente saem da brincadeira. Quando brinca a criança
nutre sua vida interior, descobre sua vocação e busca um verdadeiro sentido a
sua vida.
Adriana Friedmann usa definições simples, claras e apropriadas para os
termos utilizados nesse trabalho:
...brincadeira refere-se à ação de brincar, ao comportamento
espontâneo que resulta de uma a atividade não estruturada;
jogo é compreendido como uma brincadeira que envolve
regras; brinquedo é utilizado para designar o sentido de objeto
brincar; atividade lúdica abrange, de forma mais ampla, os
conceitos anteriores. (1996:12)
Podemos então nos perguntar Brincar é importante por quê?
ü Porque é bom, gostoso, dá felicidade.
ü Porque é brincando que a criança faz amigos e aprende a
conviver, respeitar o direito dos outros.
ü Porque brincando a criança prepara-se parta o futuro.
Mas então por que será que nem todas as crianças brincam?
Infelizmente nem todas as crianças tem esta oportunidade, algumas por
que precisam trabalhar, outras por que precisam estudar para tirar boas notas,
porque são tratadas como adultos em miniatura, ou porque não tem com o que
brincar.
Podemos classificar as brincadeiras como expressão do ser humano, é
através dela que a criança se encontra e delas que se apropria para se
12
constituir como ser humano. São gestos, sons, expressões, declarações, a
criança assim apropria-se desse brincar não de forma infantilizada onde tudo é
tranqüilo, doce. O brincar não é só prazer, há um conjunto de ações que o
acompanham, em alguns brinquedos infantis podemos observar a briga, a
crueldade e até mesmo a morte.
Na dimensão histórica dos jogos e brincadeiras, Friedmann ressalta o
prazer e a seriedade que sempre existiram nestes:
Os jogos e brincadeiras, evidentemente, mudaram muito desde
o começo do século até os dias de hoje nos diferentes países e
contextos sociais. Mas o prazer de brincar não mudou. Ao
observarmos detidamente a brincadeira infantil, duas
características se destacam de imediato: o prazer que envolve
o jogo se contrapõe a momentos de tensão, a uma serie de
compenetração dos jogadores envolvidos. O jogo é prazeroso
e serio ao mesmo tempo. (1996:11)
Por meio das brincadeiras podemos ver algumas manifestações de
desafetos, preconceitos, crueldade. Devemos entender que por mais que as
crianças sejam doces trazem dentro de si uma condição humana. Notamos
que ao brincar as crianças aprendem o sentimento da alegria, da raiva, dos
acordos das birras, ou seja, inúmeras formas de relacionamento encontradas
em nosso dia a dia.
A criança quando brinca está em estado de busca, pois brincar é um ato
de descobrir, indagar, escolher, recriar. Podemos assim dizer que brincar não é
um simples prazer e sim um viver a tensão de ter escolhas, conflitos, limites,
equilíbrio e desequilíbrio. Ao brincar a criança se mostra por inteira, expressa
suas emoções, evidencia seu desempenho físico-motor, seu estagio de
desenvolvimento, sua formação moral.
Friedmann(1996:14) diz
O jogo implica para a criança muito mais do que o simples ato
de brincar. Através do jogo, ela esta se comunicando com o
mundo esta se expressando. Pra o adulto o jogo constitui um
“espelho”, uma fonte de dados para compreender melhor com,
o se dá o desenvolvimento infantil. Daí sua importância.
13
1.1
O brincar segundo Donnald Winnicott
Apesar das dificuldades encontradas para delimitar e conceituar o
brincar e o jogar vêm se acumulando os estudos empíricos e algumas
contribuições teóricas na área, destacando-se a psicologia mesmo que nestas
ainda se permaneça o emprego de diversos termos para se referir a o brincar.
No trabalho de Winnicott (1975), psicanalista, prevalece à referência
ao brincar. Sua teoria aproxima o brincar das realizações culturais.
Winnicottt (1975) assinala que “é a brincadeira que é universal e que é
própria da saúde, o brincar facilita o crescimento, portanto, a saúde; o brincar
conduz aos relacionamentos grupais; o brincar pode ser uma forma de
comunicação na psicoterapia.”
Segundo Winnicott logo após o nascimento do bebê a mãe deve ser
capaz de suprir as necessidades que o bebê manifesta, pois o mesmo ainda
não dispõe de estruturas emocionais que lhe permita enfrentar experiências de
frustração e de ansiedade. Quando o bebe nasce ele fica em um estado de
fusão mãe-bebê, onde sua mãe o completa quando ele precisa de algo.
Mas segundo Winnicott essa fusão ela não deve se prolongar, pois
prejudicaria
o
bebê
em
seu
desenvolvimento,
uma
vez
que
esse
desenvolvimento requer que o bebê comece a se constituir separado de sua
mãe.
A segunda fase da mãe é ajudar o bebe a se desiludir para se constituir
um ser separado dela. Quando o bebê começa a se separar de sua mãe criase uma zona intermediaria ou de transição (Transição entre a experiência de
sentir-se fundido e separado) que Winnicott denomina espaço potencial ou
transicional. Esse espaço, porém não se torna vazio, pelo contrario ele é
preenchido de diversas formas, pode ser com objetos transicionais, pelo
brincar e, mas tardes pelas experiências culturais.
De 4-6 meses e de 8-10 meses de idade o bebe pode demonstrar apego
a vários objetos tais como: Uma fraldinha, um ursinho, um cobertor e etc. Em
geral são levados para a cama antes de dormir, ajudando o bebe a lidar com
14
suas angustias e com suas ansiedades que ocorre no processo de separação
entre bebê e mãe.
Agora Winnicott frisa também que se houver na fase de separação
ocorrer um afastamento total de sua mãe, como no caso de sua morte ou
abandono, sem que haja uma figura substituta de referência para a criança
esta lembrança pode perder o sentido, passando assim a ter uma experiência
de ruptura. Neste caso, “então não existirá área em que possa brincar ou ter
experiência cultural. A criança privada é notoriamente inquieta e incapaz de
brincar, apresentando empobrecimento da capacidade de experiência no
campo cultural.” (p.141)
Para Winnicott se for construído um espaço de confiança entre a mãe e
o bebê que lhe permita confiança, gradativamente a criança passa a brincar
sozinho, e é a partir daí a criança estará preparada para o brincar
compartilhado.
Winniccott assinala que “é a brincadeira que é universal e que é própria
da saúde; o brincar facilita o crescimento e, portanto a saúde; o brincar conduz
aos relacionamentos grupais, o brincar pode ser uma forma de comunicação
na psicoterapia”.
1.2
O brincar segundo Piaget
Construtivismo é o nome mais comum pelo qual se conhece a teoria de
Piaget sobre o desenvolvimento das estruturas cognitivas. De acordo com
Piaget o desenvolvimento da inteligência está voltado para o equilíbrio; a
inteligência e a adaptação.
“Para Piaget (1971), quando brinca, a criança assimila o mundo à sua
maneira, sem compromisso com a realidade, pois sua interação com o objeto
não depende da natureza do objeto, mas da função que a criança lhe atribui”
[Kishimoto, org.(1999, p.59)].
15
Piaget divide o brincar como fases de desenvolvimento. Analisaremos a
seguir duas dessas fases sendo elas o sensório motor que se dá
aproximadamente na idade entre um e dois anos.
Como o próprio nome já diz há um crescimento neste estágio das
experiências sensoriais e ações motoras. As primeiras atividades lúdicas do
ser humano são as ações exploratórias.
Os bebês, por exemplo, eles adquirem conhecimento através de objetos
através de suas interações com eles. As crianças pequenas têm necessidade
de manipular objetos; mexem em tudo, jogam coisas no chão.
O corpo é o primeiro brinquedo utilizado pela criança, ela explora seu
próprio corpo e a partir daí começa a se interessar sobre os efeitos que seus
atos produzem sobre o meio ambiente.
O segundo estágio é denominado pré-operacional, onde a brincadeira
assume um papel importante para a aquisição da linguagem e organização de
pensamento. Assim por meio das brincadeiras e de jogos simbólicos, a
linguagem vai se estruturando. Esta fase entre dois e quatro anos geralmente
as crianças gostam de brincar com outros coleguinhas, mas geralmente ainda
não conseguem abrir mão de seus brinquedos, pois acham que sua vida gira
em torno deles. Geralmente nesta fase os jogos de regras ainda não
funcionam, mas devemos lembrar que as crianças precisam de certos limites.
Já na fase dos quatro aos sete anos os jogos já podem assumir um
papel mais importante, pois eles já levam mais a sério o brincar, já respeitam e
entendem o significado das regras. Pois à medida que se desenvolvem, as
crianças mais velhas passam a compreender que as regras derivam de
acordos grupais e devem ser validas para todos.
Tipos de brincadeiras segundo Piaget:
ü Brincar sozinho, a criança que brinca sozinha aumenta suas
possibilidades de lidar com sua afetividade e de descobrir seus
próprios interesses.
16
ü Brincar em paralelo, ao brincar com outras pessoas, a criança
aprende a viver socialmente, respeita regras, aprende a esperar
sua vez e interage de forma mais organizada.
ü Brincar em grupo, ao brincar em grupo a criança aprende a
partilhar, pois na competição em grupo a vitória depende de
todos, e também ajuda a fazer novas amizades.
1.3
O brincar segundo Vygotsky
Do ponto de vista da construção das funções superiores (pensamento,
linguagem, criatividade, imaginação) a brincadeira é muito importante não só
porque representa o primeiro momento na construção da imaginação, mas por
dar origem a vários processos psicológicos fundamentais ao desenvolvimento
da criança.
“A aprendizagem e o desenvolvimento estão inter-relacionados desde o
primeiro dia de vida” (Vygotsky1991. Pg. 95).
Vygotsky (1984) considera que a brincadeira não é ainda propriamente
imaginação, mas antes, memória em ação. Ele entende a brincadeira como
uma atividade social da criança, ele apresenta a concepção da brincadeira
como sendo um processo e uma atividade social infantil.
Segundo Vigotsky,
“o brinquedo não é o aspecto predominante da infância, mas é
um fator muito importante do desenvolvimento... No brinquedo
a ação está subordinada ao significado: Já na vida real,
obviamente, a ação domina o significado. Portanto, é
absolutamente incorreto considerar o brinquedo como um
protótipo e forma predominate da atividade do dia a dia da
criança”. (1991, pg.116)
A brincadeira de faz de conta permite a criança a ir além do que pode
realizar no seu cotidiano, podemos citar exemplos como brincar de ser medico,
professora ou mãe de família. A criança troca de lugar com o adulto,
17
experimentando assim novas posições. A partir daí, podemos dizer que a
brincadeira da criança possibilita novas maneiras de compreender as relações
sociais na qual se insere. Nesse sentido a brincadeira cria uma zona de
desenvolvimento proximal.
Vygotsky chama de desenvolvimento proximal a distância que existe
entre o nível de desenvolvimento real da criança, aquele em que a criança
consegue solucionar determinados problemas por si só, e o nível de
desenvolvimento potencial aquele que possibilita a criança a solucionar outros
tipos de problema com ajuda externa.
A brincadeira cria essa zona de desenvolvimento proximal porque
favorece a emergência de certos processos psicológicos e estimulam outros
processos a se constituir.
A brincadeira na abordagem histórico-cultural é a principal atividade na
vida da criança da faixa pré-escolar no sentido de lhe propiciar um desenvol
vimento psicológico que é de fundamental importância para o seu
desenvolvimento, tais como a abstração, o autocontrole e etc.
18
Capitulo II
A História cultural do brinquedo e do jogo
O jogo é, pois um “quebra-cabeça”... Não
é, como se pensava, simplesmente um
método para aliviar tensões. Também
não é uma atividade que “prepara” a
criança para o mundo, mas é uma
atividade real para aquele que brinca.
Verdadeiramente, brincamos, envolvemonos com paixão no jogo sem
precisarmos, em absoluto, saber o que
ele significa. (Friedmann1998, pg20)
Costuma-se pensar na brincadeira e no jogo como atividades humanas
relacionadas à infância, o brincar tem sido definido por vários autores como o
trabalho da criança. Na realidade, o jogo e a brincadeira não se restringem
somente a infância, embora predominem neste período.
O termo “brincar” serve para designar o conjunto de atividades que se
assemelham entre si por seu caráter lúdico. Geralmente os termos mais
utilizados para se referir a esta forma de atividade são “jogo” ou “brincadeira”.
As definições para jogo e brinquedo variam de uma área do
conhecimento para a outra e mesmo entre teóricos de uma mesma área. Por
exemplo, na Psicologia o jogo é o mais utilizado referindo – se a varias
modalidades de ação que a criança realiza ao brincar, as quais, embora
tenham em comum a ludicidade, apresentam tais especificidades, de modo
que não se pode falar genericamente de jogo infantil.
O brinquedo e o jogo são processos que envolvem o individuo e sua
cultura, adquirindo especificidades de acordo com cada grupo. Eles têm um
significado cultural muito marcante, pois é através do brincar que a criança vai
conhecer aprender e se constituir como um ser pertencente ao grupo, ou seja,
o jogo e a brincadeira são meios para a construção de sua identidade cultural.
19
Enquanto ações humanas o jogo e o brinquedo são situações de
construção de significado, de indagação e transformação do próprio
significado. Longe de promover unicamente uma conquista cognitiva essas
atividades envolvem emoções, afetividades, e ruptura laços e compreensão da
dinâmica interna.
Um jogo ou Brinquedo do qual participem mais de uma pessoa sempre
implica em trocas, partilhas, confrontos e negociações. Pensar sobre o papel
do jogo na infância é antes de tudo considerá-lo uma forma de atividade que
não só acompanha a historia do homem, como também mantém sua
especificidade sociocultural.
Segundo Johan Huizinga o Jogo é:
Uma atividade ou ocupação voluntaria, exercida dentro de
certos e determinados limites de tempo e de espaço, segundo
regras
livremente
consentidas,
mas
absolutamente
obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de
um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de
ser diferente da “vida quotidiana”. (Huizinga, 2000:33)
Esta definição de Huizinga apresenta então quatro importantes
propriedades para o jogo:
ü É livre, não sendo assim uma obrigatoriedade.
ü É uma evasão da vida real, tem uma finalidade autônoma e se
realiza tendo em vista uma satisfação que consiste nesta própria
realização.
ü Tem limitação de espaço, tempo e deve ser jogado até o fim
dentro desses limites.
ü E por fim, tem regras próprias.
Os jogos permitem uma excelente vivência em grupo, por meio deles a
criança aprende a exercitar a liderança, a compartilhar e saber ser liderada.
20
As regras dos jogos permitem nas crianças também o senso crítico sobre as
mesmas.
Segundo Brougere:
Para jogar há acordo sobre as regras (caso dos jogos préexistentes, mas cujos jogadores, de comum acordo, podem
transformar certos aspectos das regras) ou criação de regras.
O jogo fornece a ocasião de experimentar combinações de
condutas que, sob pressões funcionais, não seriam tentadas.
Espaço de inovação, de criação para a criança. No fundo, o
jogo é uma atividade muito séria, mas que não tem
conseqüências frustrantes para a criança (1998:36).
Os jogos que requerem concentração da atenção e mobilização de
habilidades são muito úteis, pois através delas, as crianças se exercitam e
aprendem com alegria. Os brinquedos que levam a criança a perceber a
necessidade de planejar suas ações são importantes porque deixam as
crianças aptas a desempenhar tarefas que talvez não conseguissem realizar
se não estivessem em situações lúdicas, pois é brincando que a criança
alcança níveis bem mais altos desempenho e não se sentem cansados.
Os jogos e os brinquedos expressam valores e proporcionam
oportunidades para assimilação de idéias e formação de princípios. O
brinquedo proporciona a criança o aprender- fazendo, através de jogos e
brincadeiras a criança pode aprender novos conceitos, adquirir informações e
superar dificuldades de aprendizagem.
O jogo é um grande campo onde as crianças vivenciam de forma livre e
autônoma o relacionamento social.
Segundo Kishimoto:
O jogo ao ocorrer em situações sem pressão, em atmosfera de
familiaridade, segurança emocional e ausência de tensão e
perigo, proporciona condições para aprendizagem das normas
sociais em situações de menor risco. A conduta lúdica oferece
oportunidades para experimentar comportamentos que, em
situações normais, jamais seriam tentados pelo medo do erro
ou punição. (Kishimoto, 1998:140).
21
Uma das principais características e necessidades de um jogo é o
parceiro, ainda que este seja o seu adversário, pois dentro do jogo também há
a cumplicidade dentro do objetivo de realização do jogo.
O jogo traz dentro de si a competitividade que pode ocasionar
sentimentos de frustração do perdedor, e junto com a competição traz a
motivação.
Jogar, competir e participar de atividades comuns são excelentes
oportunidades para que a criança viva experiências que ajudarão a
amadurecer emocionalmente e ter uma convivência mais enriquecedora. Pois
ao participar de muitos jogos e brincadeiras a criança aprende a trabalhar em
grupo e automaticamente aprende não só a respeitar regras, mas também a
respeitar normas sociais.
Constance Kamii, seguidora de Piaget, apresenta sua visão sobre este
assunto ao dizer:
Quando as crianças participam de processo de tomada de
decisão, tem que falar com freqüência e articular suas idéias
de maneira lógica e convincente possível. O uso significativo
da linguagem estimula o seu desenvolvimento. Negociando
compromissos com adultos e colegas, expressando suas idéias
e ouvindo os outros, as crianças desenvolvem tanto a
linguagem quanto a usa inteligência. (Kamii, 1991:16)
2.1 Classificações dos jogos segundo Piaget
Piaget classifica os jogos em três estruturas, são eles jogos de
exercício, jogos simbólicos e jogos de regras.
ü Jogos
de
exercícios:
Piaget
aponta
como
sendo
uma
característica da fase sensório-motora, sendo quase que
especifica nos dois primeiros anos de vida, é um buscar através
de movimentos e sensações, tem características rítmicas e
repetitivas. Assim que a criança inicia a fala este tipo de jogo
tende a desaparecer.
22
ü Jogos simbólicos: Piaget aponta como sendo uma característica
da fase pré-operacional (2 a 7 anos), ou seja, uma fase de
passagem
dos
esquemas
sensórios
motores
aos
representativos, quando a criança consegue a partir de suas
experiências entender o mundo que a cerca e vai se adaptando
a ele.
ü Jogos de regras: Piaget aponta como sendo a partir dos sete
anos que a criança começa a relacionar-se e aceitar as regras
para a convivência. Ao introduzirmos regras nos jogos a criança
toma consciência de seus atos, podendo assim ter a noção de
certo e errado.
Existem inúmeras relações de jogos em que estes são classificados por
faixa etária, por área de desenvolvimento, por estimulo, origem, pela utilização
ou não de objetos. Podemos citar um tipo de jogo que é passado de geração
em geração, que com certeza foram vividos se não por todos, mas pela grande
maioria de nós.
• Jogos Tradicionais.
Devemos ressaltar que os jogos tradicionais ilustram a cultura local e
que os resgates dessas brincadeiras são muito importante para o nosso
patrimônio lúdico. Os jogos tradicionais têm como instrumento principal
desenvolver capacidades físicas, motoras, sociais, afetivas e lingüísticas na
criança.
Podemos pegar como exemplo o jogo de bolinha de gude, este jogo ele
se encaixa nos jogos de regras classificado por Piaget, podemos notar que
entre crianças de uma mesma geração existem inúmeras maneiras de se jogar
bolinha. De um grupo para o outro mudam as regras. Mas a regra do jogo é
simples: consiste em colocar bolinhas num retângulo para depois pega-las,
deslocando-as por meio de uma bola maior que as demais.
23
Esse tipo de brincadeira tem muitas funções úteis, possibilita a criança à
aprendizagem de regras morais, obtenção de noção de tempo e espaço, assim
como a sociabilização através da cooperação e da competição. Contribui
também para o desenvolvimento da cognição, levando a criança a pensar,
analisar e tomar decisões. Já no plano afetivo, podemos observar as atitudes
das crianças, que podem ser mudadas de acordo com o decorrer do jogo, se
elas são calmas ou exaltadas, se tem paciência ou não.
Assim como o jogo de bolinhas, inúmeras brincadeiras podem ser
analisadas. Segue alguns tipos de jogos tradicionais que a critério do professor
podem ser utilizadas dentro da escola segundo as necessidades de cada
turma.
ü Pular corda
ü Elástico
ü Passar anel
ü Amarelinha
ü Esconde-esconde
ü Peteca
ü Corrida de saco
ü Pega-pega
ü Berlinda
ü Pião
Pensando especificamente no Jogo Tradicional, não é necessário
manual ou livro, pois cada um de nós traz na bagagem de nossa infância
inúmeras brincadeiras que podem ser resgatadas para as atuais gerações.
E é de nossa responsabilidade não deixar morrer o Jogo Tradicional
infantil, pois este tipo de conteúdo nos ajudará a enriquecer e melhorar o
currículo da pré-escola.
• Jogos de Ficção ou Faz de Conta:
O faz de conta é uma atividade que a criança pode exercer sozinha, em
dupla ou mais crianças. A organização e a duração do faz de conta podem
24
variar de acordo com a quantidade de objetos e a sua partilha entre os
parceiros.
Neste tipo de brincadeira a criança traduz o mundo dos adultos para a
dimensão de suas possibilidades e necessidades. A criança também tem a
oportunidade de expressar e elaborar, de forma simbólica, desejos, conflitos e
frustrações. No jogo simbólico, as crianças podem assumir diferentes tipos de
papeis, dar vida a objetos inanimados (o cachorro de pelúcia que late), pode
simular atividades de lazer, tarefas domésticas (imitando a sua mãe ao limpar
a casa) e etc.
• Jogos de Movimento:
O movimento tem uma função muito importante e predominante nos
primeiros anos de vida, ao passar dos anos esta predominância vai dando
lugar a linguagem verbal, que passa a regular a ação da criança, mas o
movimento não desaparece, ao contrario se mantêm ainda por muito tempo
como função primordial no processo de construção do conhecimento.
Dentre os jogos de movimento podemos citar alguns que predominam
na ação coletiva da criança:
ü Brincadeiras de roda
ü Bola
ü Coelho na toca
ü Queimada
ü Pique bandeira
Os jogos de movimento são importantes, pois através dele a criança se
coloca no meio, interando-se com os objetos, com as pessoas, explorando o
seu próprio corpo, o espaço físico. Uma das funções da brincadeira é permitir a
criança o exercício do movimento.
.
25
CAPITULO III
O PAPEL DO PROFESSOR NA EDUCAÇÃO LUDICA
A esperança de uma criança, ao caminhar
para a escola é encontrar um amigo, um
guia, um animador, um líder - alguém
muito consciente e que se preocupe com
ela e que a faça pensar, tomar consciência
de si de do mundo e que seja capaz de
dar-lhe as mãos para construir com ela
uma nova história e uma sociedade
melhor". (ALMEIDA, 1987, p.195)
A palavra lúdica se origina do latim “ludus" que originalmente refere-se à
escola, diversão infantil. Segundo Winnicott (1982, p.164), “a brincadeira
estabelece o elo entre a realidade interna e externa do sujeito, mantendo-o
íntegro. Para este autor é através da brincadeira que a criança começa a
permitir aos outros que tenham uma existência independente.
Winiccot (1982), ainda diz que ”A brincadeira fornece uma organização
para a iniciação de relações emocionais e assim propicia o desenvolvimento de
contatos sociais”. (p.163). Mas não é com qualquer jogo, ou melhor, qualquer
atividade apressadamente indicada como jogo, já que nem todo jogo contribui
para a construção do sujeito e do conhecimento.
Os jogos são importantes instrumentos de desenvolvimento de crianças
e jovens, longe de servirem apenas como diversão eles propiciam situações
que podem ser exploradas de diversas maneiras educativas.
Como, pois conciliar essa necessidade de jogar que é
irresistível na criança com a educação que se deve dar-lhe?
Muito simplesmente fazendo do jogo o meio de educar a
criança. O jogo é um fim em si mesmo parta a criança; para
nós deve ser um meio. Daí este nome de “jogos educativos”,
que tende a ocupar cada vez mais espaço em nossa
linguagem de pedagogia maternal. Não se trata, portanto, de
deixar a criança livre de sua atividade, abandonada a si
mesma: “A criança deve jogar, mas todas as vezes que você
lhe da uma ocupação que tem a aparência de um jogo, você
faz essa necessidade e, ao mesmo tempo, cumpre o seu papel
educativo. ( Brougere,1998:122).
26
Então, o jogo para a criança constitui um fim, ela participa com o
objetivo de obter o prazer, e para nós professores deve ser um meio de levar
uma mensagem educacional para elas. Então cabe a nós adultos escolher qual
o jogo mais adequado, para transmitir a mensagem educacional desejada.
O jogo organizado constitui o melhor método para incutir
princípios, normas e estabelecer padrões normais. A formação
do caráter não decorre do jogo “em si”, mas resulta, surge “por
meio” ou “através” do jogo. (Miranda, 1990:153).
Os jogos são vistos fundamentalmente pela sua função de exercício,
principalmente o desenvolvimento físico, desenvolvimento intelectual e o
afetivo. Os jogos colaboram com o desenvolvimento de habilidades onde se
empregam a força: puxar, levantar, correr e etc. E também ajuda em
habilidades físicas que exigem um pouco mais de sensibilidade, jogos esses
que necessitam de executar uma atividade ligada com a psicomotricidade fina
como, por exemplo: o equilibrar de um ovo.
Os jogos podem provocar o desenvolvimento intelectual de forma direta
usando-se jogos cujo objetivo requeira inteligência e raciocínio e o de forma
indireta usando-se o raciocínio estratégico para a conquista de um objetivo que
poderá ser físico, artístico etc.
O jogo elaborado, prolongado, variado é mais útil para o ser
humano que o estereotipado, vazio e descontinuo. Para uma
criança e o adulto é o espaço para usar a inteligência, um
banco de provas, viveiro para experimentar formas de
combinar o pensamento, a linguagem a fantasia. (Kishimoto,
1998:149)
O clima de ludicidade, em geral, colabora com o surgimento de laços
afetivos, as crianças se sentem mais descontraídas, segundo Huizinga
(2000:15) o lúdico é uma espécie de “bolha” que se abre no cotidiano e as
crianças lá entram sabendo que o que irão fazer não tem compromissos
futuros e que seus atos estão limitados ao espaço de tempo que encerra a
atividade lúdica. Além disso, as atividades lúdicas são sempre alegres, e
desfrutando desta alegria, as crianças se dão melhor.
27
Existem características atribuídas às atividades lúdicas comuns a todas
as suas aplicações e são algumas delas:
ü Participação ativa do aluno no processo ensino-aprendizagem.
ü Diversidade de objetos permitindo o atendimento das crianças
levando em consideração características individuais e
desenvolvimento em diversas áreas.
ü Exercício do aprender fazendo
ü Aumento da motivação em participar.
As atividades lúdicas podem colocar o aluno em diversas situações,
onde ele pesquisa e experimenta, fazendo com que ele conheça suas
habilidades e limitações, que exercite o dialogo e muitos outros desafios que
permitirão vivências capazes de construir conhecimentos e atitudes.
Cabe ao professor usar esses instrumentos lúdicos que determinará os
objetivos e o planejamento de como irá alcançá-los Este planejamento será
feito da mesma forma que o tradicional, mas usando atividades lúdicas.
Normalmente utiliza-se o lúdico porque dá prazer e, por isso é bem recebido
pela criança.
Esta situação pode dar uma sensação de estar em oposição a uma
situação séria de aprendizado. Mas pelo contrario esta situação de dar prazer
e alegria colabora com o processo de educacional porque coloca o aluno em
uma situação de uma boa receptividade, pois além de estar fazendo algo que
gosta dispersa menos e concentram-se para aproveitar o máximo estes
momentos. Cabe ao professor conhecer o seu aluno e valorizar as habilidades
que ele possui criando oportunidades para que ele possa desenvolvê-las,
potencializá-las e harmonizá-las ao seu projeto de vida.
Entretanto devem-se levar em conta as limitações de cada criança, e
devemos considerá-las não como obstáculos que coíbem o desenvolvimento
em uma determinada área para toda vida, antes devemos ajudá-los a superar
estas limitações.
28
Novamente, faz-se sentir o professor como gerente deste processo
educacional, pois é ele que tem habilidade s de distinguir essas características
de cada aluno
Quando empenhado no ato direto de ensinar, o professor deve
estar familiarizado com a matéria, mas a sua atenção deve
concentrar-se na sua atitude mental, e nas reações do
discípulo. Sua tarefa é compreender este ultimo em sua
relação com a matéria, ao passo que a atenção do aluno não
estará naturalmente em si próprio, mas no tópico de estudar.
Ou, para dizer a mesma coisa de um tanto diferente, o
professor não se preocupa propriamente com a matéria e sim
com a interação da mesma com as necessidades e aptidões
atuais do aluno. Por isso, não basta simplesmente preparo e
erudição. (Dewey, 1936:234).
As atividades lúdicas, pelas suas próprias características podem
possibilitar o convívio com as mais diversas habilidades John Dewey conhecido
pela teoria do aprender fazendo defende a educação como um processo de
reconstrução e reorganização das experiências adquiridas que irão influenciar
as
experiências
futuras.
Então
na
educação
tudo
são
experiências
possibilitadas pelo envolvimento do educando na ação.
Com efeito, sendo a educação o resultado de uma interação,
através da experiência, do organismo com o meio ambiente, a
direção da atividade educativa é intrínseca ao próprio processo
da atividade. Não pode haver atividade educativa, isto é, um
reorganizar consciente da experiência sem direção, sem
governo, sem controle. Do contrario a atividade não será
educativa, mas caprichosa ou automática. (Dewey, 1978:22)
Esta citação descreve a importância de uma direção, a do educador no
processo de aquisição de experiências que o aluno viverá, pois é errado
pensar que o aprender fazendo por estar centrado no aluno irá diminuir a
posição do professor que o direciona.
A atividade educativa deve ser sempre entendida como uma
libertação de forças, tendências e impulsos existentes no
individuo e por ele mesmo trabalhados e exercitados, e,
portanto, dirigidos, porque sem direção eles não poderiam
exercitar.( Dewey, 1978:25)
29
Todos nós aprendemos melhor quando o que está sendo ensinado nos
interessa, tais interesses podem ser provenientes de diversos fatores:
ü Curiosidade neste assunto.
ü Quando o assunto é agradável.
ü Quando causa uma sensação de prazer.
ü Quando desperta sentimentos apreciados.
ü Quando traz benefícios.
Bem mas esses tipos de escolha estão mais ligados a um aprendizado
de vida adulta onde há mais liberdade e possibilidade de escolha. Quando o
professor encontra as formas de interessar ao aluno, isso torna, mas fácil a
criatividade. Dewey em Democracia e educação, fala sobre esse assunto:
O problema da instrução é, portanto, o de encontrar matéria à
qual o educando aplique sua atividade especial, tendo um fim
ou objetivo de importância ou de interesse para ele, valendo-se
das coisas, não como aparelhos de ginástica e, sim, com
condições para atingir fins. O remédio para inconvenientes da
teoria disciplinar formal de que já falamos não esta em
substituí-la por uma teoria de disciplinas especializadas, mas
em refazer a noção de espírito e de sua educação. O remédio
é a descoberta de modos típicos de atividade, quer se trate de
jogos, quer de ocupações úteis, em que os indivíduos tomem
interesse, e cujo resultado reconhecem ter alguma coisa em
jogo, e que não se pratiquem sem a reflexão, analise, o uso do
raciocínio no escolher e determinar condições e o material a
observar e reter na memória(Dewey, 1936:173)
Portanto, o professor deve em primeiro lugar, aceitar a natureza viva
da criança, sua predisposição ao movimento, ao riso, à fantasia, à
espontaneidade. Assim, as atividades lúdicas não vão parecer algo que vai só
agradar as crianças, mas como algo que vai aumentar a motivação delas em
participar, que automaticamente vai aumentar a capacidade de assimilação e
aproveitamento.
O professor deve ver a criança com a capacidade de participar, pois
para despertar o interesse no aluno requer mais do que artifícios e argumentos
30
do educador, requer atitude e amor. Quando se usa atividades lúdicas
obtemos um clima agradável e de confiança mutua.
Portanto ao usarmos brincadeiras em sala de aula devemos apresentálas como um bem cultural e não como um mero instrumento pedagógico dentro
da escola. Refletindo um pouco mais sobre o assunto do brincar na escola
infantil, temos Gisela Wajskop (1995, p 23) que comenta:
(...) a maioria das escolas tem didatizado a atividade das
crianças, restringindo-a a exercícios repetidos de discriminação
viso-motora e auditiva, através do uso de brinquedos,
desenhos coloridos e mimeografados e músicas ritmadas. Ao
fazer isso, ao mesmo tempo em que bloqueiam a organização
independente das crianças para a brincadeira, essas praticas
pré-escolares, através do trabalho lúdico didatizado,
infantilizam os alunos, como se a sua ação simbólica servisse
apenas para exercitar e facilitar (para o professor) a
transmissão de determinada visão do mundo, definida a priori
pela escola.
Então é necessário observar a questão das atividades lúdicas nas
escolas de educação infantil, as brincadeiras não devem ser inclusas
gratuitamente na matriz curricular, deve-se levar em consideração que o
brincar é uma importante atividade para a criança pequena. O lúdico deve ser
incluído de forma em que a criança esteja em primeiro plano e não o conteúdo
a ser ensinado.
Amai a infância; favorecei seus jogos, seus prazeres, seu
amável instinto. Quem de vós não se sentiu saudoso, às vezes,
dessa idade em que o riso esta sempre nos lábios e a alma
sempre em paz. Por que arrancar destes pequenos inocentes
o gozo de um tempo tão curto que lhes escapa, de um bem tão
precioso de que não se podem abusar? (Rousseau, 1992:61)
Devemos levar em conta o principio de que ninguém brinca por
obrigação, ou seja, o ato de brincar é uma ação de livre vontade. A importância
desta forma de educar é que as crianças não receberam somente informações,
mas viverão situações, tirando suas próprias conclusões, eliminando a
necessidade de ser o educador quem indica o que elas devem observar e
concluir.
31
Capitulo IV
Vamos Brincar
“Educar não se limita a repassar informações
ou mostrar apenas um caminho, aquele
caminho que o professor considera o mais
correto, mas é ajudar a pessoa a tomar
consciência de si mesma, dos outros e da
sociedade. É aceitar-se como pessoa e saber
aceitar os outros. É oferecer várias
ferramentas para que a pessoa possa
escolher entre muitos caminhos, aquele que
for compatível com seus valores, sua visão de
mundo e com as circunstâncias adversas que
cada um irá encontrar. Educar é preparar
para a vida”. (KAMI, 1991, 125).
A criança é essencialmente um ser “brincante”, ao brincar ela cria,
exercitando sua capacidade de se relacionar, de se conectar com suas
motivações, e, por isso, é divertido. É através dessa carga afetiva que nasce o
desejo da comunicação, permitindo, assim, o desenvolvimento de todas as
possibilidades de expressão. O brincar leva a criança a desenvolver-se de
forma global: individual, social, intelectual, psicológica e artisticamente.
Toda criança independente da situação de vida em que se encontra,
nas diferentes camadas socioculturais, tem no brinquedo, seja ele qual for,
possibilidades inúmeras de desenvolver-se como ser humano. Pelo brincar, ela
mostra verdadeiramente quem é e o que deseja. “É brincando que a criança
mergulha na vida e consegue senti-la na dimensão de suas possibilidades.
Quando brinca, a criança se desenvolve, exercita suas possibilidades.” (Cunha,
1994, p.11).
Um espaço criado para favorecer a brincadeira é a Brinquedoteca.
“Brinquedoteca é um espaço criado para favorecer a
brincadeira. Na brinquedoteca, todos, inclusive os adultos,
podem brincar com o que lhes aprouver, pois este é o
verdadeiro espaço para o resgate do direito de brincar. A
proposta básica da brinquedoteca é dar total liberdade à
criança, seus brinquedos e suas brincadeiras.”
32
As brinquedotecas no Brasil começaram nos anos 80. Mas para que
serve as brinquedotecas? Acima de tudo, para fazer as crianças felizes, e
obviamente para proporcionar aprendizagem, aquisição de conhecimentos e
desenvolvimento de habilidades, de forma natural e agradável.
Podemos citar mais algumas razões para a criação de brinquedotecas:
ü Proporcionar um espaço onde a criança possa brincar tranqüila.
ü Estimular o desenvolvimento de uma vida interior rica.
ü Estimular a operatividade da criança.
ü Favorecer o equilíbrio emocional.
ü Proporcionar as crianças acesso ao numero maior de brinquedos
ü Dar oportunidade para que a criança aprenda a jogar e a
participar.
ü Enriquecer o relacionamento entre as crianças e suas famílias.
ü Valor os sentimentos afetivos e cultivar a sensibilidade.
Na brinquedoteca a criança pode viver plenamente a sua dimensão,
que explode em curiosidade e entusiasmo. Em uma brinquedoteca podemos
encontrar uma grande variedade de ambientes e de cantinhos diferentes,
segue aqui alguns exemplos:
ü CANTO DO FAZ -DE -CONTA
ü CANTO DA LEITURA
ü CANTO DAS INVENÇÕES
ü SUCATOTECA
ü TEATRINHO
ü MESA DE ATIVIDADES
ü ESTANTES COM BRINQUEDOS
ü OFICINA
ü ACERVO
33
A brinquedoteca é sempre um resultado de sonho com emoção de
algumas pessoas que tem muito amor para dar. Geralmente o primeiro contato
da criança com a brinquedoteca é de espanto, e para satisfazer sua
curiosidade natural à criança precisa explorar livremente cada espaço.
A proposta básica da brinquedoteca é dar total liberdade a criança
para escolher seus brinquedos e suas brincadeiras, mas, podem ser
programados algumas atividades diferentes ou eventos como:
ü Teatro infantil;
ü Feira de trocas de brinquedos
ü Curso de confecção de pipas
ü Curso de confecções de bonecas
ü Oficina de criação de bonecas
ü Festas de aniversario
ü Gincanas de todos os tipos
ü Montagem de quebra cabeças e etc.
O importante é manter o entusiasmo e o clima de criatividade, trazendo
novidades e mobilizando a vontade de participar.
Enfim, podemos concluir que a brinquedoteca não existe para distrair as
crianças, a missão da brinquedoteca é bem maior; tem a ver com a formação
do ser humano integral e o período de vida no qual ele está inserido
4.1 Alguns tipos de jogos e brincadeiras para a educação
infantil.
As brincadeiras são o modo que as crianças têm de se manifestar com
naturalidade, conforme suas vontades e exigências. E também a maneira de
elas entrarem em contato com valores e hábitos sociais antigos e
contemporâneos.
34
Os jogos e as brincadeiras infantis populares, além da competição,
propiciam o desenvolvimento da imaginação, o espírito de colaboração, a
socialização e ajudam a criança a se adaptar melhor ao mundo.
Atualmente, devido ao progresso e às mudanças dele decorrentes, as
brincadeiras e jogos infantis populares estão sendo substituídos pela televisão,
pelos jogos eletrônicos e pelo computador.
Desenvolver atividades em Educação Infantil não é nada fácil, em razão
dos alunos serem muito pequenos e ainda por não corresponderem de forma
motora a muitas atividades. Organizar brincadeiras para a turma requer nada
mais que um bom planejamento, com muita pesquisa e uma boa dose de
imaginação.
Assim, seguem algumas sugestões que poderão auxiliar o professor no
cotidiano da sala de aula, bem como fora dela.
• Brincar de sentir texturas: Junte vários objetos com texturas
interessantes para as crianças senti-las, como algo duro (um bloco de
madeira) e algo macio (um bichinho de pelúcia). Essa brincadeira
desenvolve a percepção tátil e a linguagem.
• Brincadeiras de esconde-esconde: não é só divertido para as crianças
grandes, mas para as crianças pequenas também é muito importante,
pois ajuda a desenvolver o “cérebro”. Podemos brincar de escondeesconde de varias maneiras: Cobrindo os olhos com as mãos,
colocando uma toalha na frente do rosto, escondendo um brinquedo ou
um bichinho de pelúcia em baixo de alguma coisa, e depois o retirando
de lá.
• Brincadeira de amarelinha: desenhe uma amarelinha simples no chão
da calçada e numere-a de um a cinco, mostre a criança como jogar o
marcador em um dos números. Use uma pedrinha, uma vareta ou uma
casca de fruta, algo que não seja pequeno demias, nem que tenha
pontas. Depois lhe peça para pular ate aquele número ganha quem
35
conseguir pular até o final. Esta brincadeira desenvolve a coordenação
motora, o equilíbrio e a capacidade de contar.
• Pega-Pega Diferente: Dividir a turma em dois grupos e identificá-los
com lenços ou fitas de cores diferentes. Após o sinal do professor os
grupos deverão pegar uns aos outros e a criança pega deverá ficar num
espaço delimitado pelo professor. Vence o grupo que tiver mais pessoas
que não foram pegas.
• Pique Bandeira: O jogo tem como objetivo fazer com que as equipes
trace estratégias para pegar a bandeira no campo do time adversário. O
local da brincadeira pode ser uma quadra, campo ou até mesmo uma
rua sem trânsito. O material necessário são duas bandeiras (ou algum
outro objeto que simbolize a bandeira) e algo para desenhar o campo
dos dois times. Para pegar a bandeira do outro time, os jogadores
devem atravessar seu campo correndo, tomando cuidado para não
serem pegos pelos seus adversários. Caso isso ocorra, o jogador
capturado ficará “colado”, até que os jogadores do seu time consigam
tocá-lo e libertá-lo. Além de tentar pegar a bandeira adversária, o time
também tem que se preocupar em proteger sua própria bandeira, para
que não seja roubada. Ganha o time que conseguir pegar a bandeira
adversária e levar para o seu próprio campo.
• QUEIMADA: Tudo o que se precisa é de um espaço retangular, uma
bola e dois times. O campo é dividido em duas partes. Nos extremos de
cada lado, fica um espaço que é chamado de cemitério. Este é o lugar
onde os jogadores ‘queimados’ de cada time vão. Depois de divididos os
times e tirada à sorte para saber quem começa com a bola, é dado o
sinal. Um jogador do time que está com a posse da bola deve
arremessá-la para tentar atingir um dos adversários, ou seja, ‘queimálo’. Se este conseguir agarrar a bola com as mãos, ele se livra do
cemitério e a situação se inverte. Caso a bola atinja o seu corpo sem ter
tocado o chão, ele está queimado. Cada queimado é mandado para o
36
cemitério e passa a ser um colaborador da sua própria equipe a partir da
segunda jogada. O objetivo é liquidar a outra equipe e fazer de todos os
integrantes prisioneiros.
• BOCA-DE-FORNO: Escolhe-se uma criança para ser o comandante ou
o Mestre, que solicita ao resto dos participantes o cumprimento de uma
missão. A brincadeira começa com o Mestre gritando: - Boca-de-forno!
Todos respondem: Forno! - Tirando bolo! Todos respondem: Bolo! - O
Senhor Rei mandou dizer que... e indica uma porção de idas e vindas a
diversos locais, na busca de galhos de plantas, flores, vários objetos ou
qualquer tipo de tarefa a ser cumprida. As crianças disparam todas e se
movimentam para cumprir a missão.
• TÁ PRONTO SEU LOBO: Uma criança é escolhida para ser o lobo e se
esconde. As demais dão as mãos e vão caminhando e cantando: Vamos passear na floresta, enquanto o seu lobo não vem! Está pronto
seu lobo? E o lobo responde durante muito tempo que está ocupado,
fazendo uma tarefa de cada vez: tomando banho, vestindo a roupa,
calçando os sapatos, penteando o cabelo e o que mais resolver
inventar. A brincadeira continua até que o lobo fica pronto e, sem
qualquer aviso, sai do esconderijo e corre atrás das outras crianças,
tentando pegar os participantes desprevenidos. A primeira criança que
for pega será o lobo na próxima vez.
• CABRA-CEGA: Escolhe-se uma das crianças para ser a cabra-cega.
Coloca-se um venda nos seus olhos, alguém faz com que ela dê vários
giros e pede-se que ela tente tocar ou segurar alguma das outras
crianças participantes. Quem ela conseguir tocar ou segurar primeiro,
será a próxima cabra-cega. A norma tem que ser combinada antes, se é
só tocar ou tem que agarrar. A brincadeira deve ser realizada em um
espaço pequeno e livre, com poucos obstáculos para que não haja
acidentes e machucados.
37
4.2 Brinquedos cantados:
Os brinquedos cantados devem unir música, letra e movimentação.
Segue algumas cantigas que podem ser utilizadas:
• A canoa virou;
• Capelinha de melão;
• Cai, cai balão;
• Escravos de Jó;
• Cabeça, ombro, joelho e pé;
• Atirei o pau no gato;
Por exemplo, nesta penúltima cantiga citada, cuja letra é:
Cabeça ombro joelho e pé,
Joelho e pé.
Joelho e pé
Cabeça, ombro, joelho e pé,
Olhos, boca e nariz
Atchim!
Poderemos além de trabalhar o esquema corporal, fazer à localização
das diferentes partes do corpo, a coordenação motora, a orientação temporal
(ritmo); também poderíamos explorar a função das diferentes partes do corpo,
os órgãos dos sentidos.
38
4.3 Brincadeiras de roda
Ciranda, cirandinha,
Vamos todos cirandar!
Vamos dar a meia volta,
Volta e meia vamos dar!
O anel que tu me deste
Era vidro e se quebrou
O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou
Por isso dona... (fulana)
Faz favor de entrar na roda,
Diga um verso bem bonito,
Diga adeus e vá-se embora!
Nessa ultima estrofe, a criança vai ao centro da roda, diz um verso e
volta para seu lugar. A brincadeira se repete enquanto houver interesse. A
brincadeira de roda leva as crianças a mexerem com o corpo, a representarem
as situações sugeridas pela letra.
Podemos desenvolver as áreas afetivas, social, e a cognitiva,
principalmente no que diz respeito à linguagem. Podemos trabalhar a
linguagem escrita, a linguagem oral, aspectos gramaticais, como: aumentativo,
diminutivo, grau normal, adjetivos etc.
As crianças irão exercitar a linguagem oral ao recitar os versos quando
solicitadas, e também a memorização.
39
CONCLUSÃO
A Escola não é um local como outro qualquer; ela é uma instituição que
tem como objetivo possibilitar ao educando a aquisição do conhecimento
formal e o desenvolvimento dos processos do pensamento, é na escola que a
criança aprende a forma de se relacionar com o próprio conhecimento. O
brincar é uma atividade natural, presente na vida do homem desde os
primórdios da humanidade. Brincar é, portanto algo muito antigo.
Portanto, o brincar, como grande recurso para o professor da préescola deve ser parte integrante do planejamento, e não de todo o
planejamento, visto que atividades de outras naturezas precisam estar
presentes também. A utilização do brincar como recurso pedagógico tem de
ser vista, primeiramente, com cautela e clareza. Brincar é uma atividade
essencialmente lúdica; se deixar de sê-lo descaracterizar-se-á como jogo ou
brincadeira, todavia não se pode restringir o brincar a esta função, uma vez
que o brincar também promove conforme já vimos à constituição do próprio
individuo.
No tocante as relações entre brincar e desenvolvimento, ainda constatase uma imensa dificuldade, por parte de muitos graduandos e profissionais das
mais diversas áreas, em compreender o brincar como processo constituinte do
desenvolvimento humano.
Ao fim desta pesquisa devemos pensar no brincar como um desafio na
pré-escola em relação ao tempo livre, como possibilidade criativa, como
instrumento de inserção em uma sociedade regrada, com a possibilidade de
conviver com outros, de se colocar no lugar dos outros, de falar e de ouvir.
Pois o brincar oferece-nos a possibilidade de que nos tornemos mais
humanos, abrindo uma porta para sermos nós mesmos, para aprender, para
crescer. O brincar surge como oportunidade para o resgate de nossos valores
mais essenciais como seres humanos; como instrumento de desenvolvimento
e ponte para aprendizagem.
40
Os
Parâmetros
Curriculares
Nacionais
(PCNs)
trouxeram
uma
importante contribuição para a consciência da importância de resgatar o
brincar no cotidiano dos centros de educação infantil. É necessário coragem
para assumir o brincar como primordial no trabalho junto as crianças de 0 a 6
anos.
E chegamos à conclusão de que precisamos de coragem e amor para
continuar neste caminho tão longo e prazeroso que é a educação infantil,
respeitando e garantindo as nossas crianças o direito de brincar e de vivenciar
o seu próprio desenvolvimento.
41
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ALMEIDA, Paulo Nunes de. “Educação lúdica: técnicas e jogos pedagógicos”.
5ª ed. São Paulo: Loyola, 1994.
BENJAMIM, Walter. Reflexões sobre a criança, o brinquedo e a educação. São
Paulo: Editora 34, 2002.
BETTELHEIM, Bruno. A Psicanálise dos Contos de Fadas. 16ª Edição. São
Paulo: Paz e Terra, 2002.
BROUGERE, G. O jogo e a educação. Pòrto Alegre: Artes medicas, 1998ª.
CUNHA, Nylse Helena. “Brinquedoteca: um mergulho no brincar”. São Paulo:
Matese, 1994
DEWEY, J. Democracia e educação. São Paulo: Cia. Ed Nacional.
Educação infantil no Brasil: Situação atual / MEC. Secretaria de Educação
Fundamental. Departamento de Políticas Educacionais. Coordenação Geral de
Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF/DPE/EDI, 1994. 44p.
FERREIRO, Emilia. ”Processo de alfabetização”. Rio de Janeiro: Palmeiras,
1998.
FRIEDMANN, Adriana. A arte de brincar. Petrópolis: Vozes, 2004.
KAMII, Constance, DEVRIES, Retha - Jogos em grupo na educação infantil:
implicações
KRAMER, Sônia. Formação de profissionais de educação infantil: questões e
tensões. In:
MACGREGOR, Cynthia. 150 jogos não competitivos para crianças. São Paulo:
Madras. 2004
MACHADO. Maria Lúcia de A. Encontros e desencontros em educação infantil.
2. ed. São Paulo: Cortez, 2005.
MARCELINO, Nelson Carvalho. “Estudos do lazer: uma introdução”.
Campinas. São Paulo: Autores Associados, 1996.
42
MOYLES, Janet R. Só Brincar? O papel do brincar na educação infantil. Porto
Alegre: Artmed, 2002.
OLIVEIRA, Marta Kohl de. VYGOTSKY - Aprendizado e desenvolvimento: Um
processo sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 2003.
PIAGET, Jean. A psicologia da criança. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.
ROSA, S. S. Brincar, conhecer, ensinar. São Paulo: Cortez, 1998.
ROSAMILHA, N. Psicologia do jogo e aprendizagem infantil. São Paulo:
Pioneira, 1979.
RIZZI, Leonor & HAYDT, Regina Célia. “Atividades Lúdicas na educação da
criança”. São Paulo: Ática, 1987.
SANTOS, S. M. P. Brinquedo e infância: um guia para pais e educadores em
creche. 3ª ed. Petrópolis: Vozes, 1999.
VYGOTSKY, Lev. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes,
1989.
WAJSKOP, Gisela. Brincar na pré- escola. São Paulo: Cortez, 1995.
WALTON, Uma Concepção Dialética do Desenvolvimento Infantil, Petrópolis,
RJ: Vozes, 1995.
WINICOTT, Donald Woods. O Brincar & a Realidade. Rio de Janeiro: Imago,
1975.
ZAN, Betty & DEVRIES, Rheta. A ética na Educação Infantil: O ambiente
sócio-moral na escola. Porto Alegre: Artmed, 1998.
ZANOTTI, C.R. O brincar na visão dos professores da pré- escola. Espírito
Santo. Criarte, 1996.
43
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO
2
AGRADECIMENTO
3
DEDICATÓRIA
4
RESUMO
5
METODOLOGIA
6
SUMÁRIO
7
INTRODUÇÃO
8
CAPÍTULO I
Reflexões teóricas acerca do brincar
e sua importância
10
1.1 - O brincar segundo Donnald Winnicott
1.2 – O brincar segundo Piaget
13
14
1.3 - O brincar segundo Vygotsky
16
CAPITULO II
A História cultural do brinquedo e do jogo
18
2.1- Classificações dos jogos segundo Piaget
21
CAPITULO III
O papel do professor na educação lúdica
25
CAPITULO IV
Vamos brincar
31
4.1- Alguns tipos de jogos e brincadeiras para a educação infantil.
33
4.2 - Brinquedos cantados
37
4.3-Brincadeiras de roda
38
CONCLUSÃO
39
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
41
ÍNDICE
43
44
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição:
Título da Monografia:
Autor:
Data da entrega:
Avaliado por:
Conceito:
Download

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS