UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA Aline Alves da Silva Orientadora Prof. Edla Trocoli Rio de Janeiro 2011 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA O BRINCAR NO PROCESSO DA EDUCAÇÃO INFANTIL Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Educação infantil e desenvolvimento. Por: Aline Alves da Silva 3 AGRADECIMENTOS Primeiramente ao meu Deus Jeová, ao meu marido Claudio, ao meu filho Kauã e a minha querida mãe Lourdes, meu irmão André, a todos os amigos que conquistei nesta longa jornada, a professora Fátima Alves e a querida orientadora orientação Edla, com pois certeza sem sua não seria possível a conclusão deste trabalho monográfico. 4 DEDICATÓRIA Seria injusto da minha parte não agradecer ao meu querido esposo pela sua paciência, pelo seu carinho e dedicação, ao meu querido filho Kauã e a minha grande tia Majô que infelizmente não está mais entre nós, mas que tenho certeza que torcia muito por mim. As minhas amigas do curso de Educação infantil e todos os professores do curso de Educação e desenvolvimento paciência conosco. pelo carinho e 5 RESUMO O objetivo deste trabalho será conhecer algumas reflexões sobre o brincar, e os significados da palavra jogo e brinquedo. E a importância do professor enquanto mediador dessas atividades lúdicas. O presente trabalho também discorre sobre as influências que as atividades lúdicas têm no método de ensino, como a oportunidade da participação ativa no processo ensino-aprendizagem e o desenvolvimento da motivação. O brincar contribui para que a criança tenha a oportunidade de descobrir, inventar, desenvolver capacidades, habilidades de realizar aprendizagens significativas para si mesmas. Através dos teóricos como Huizinga, Dewey, Winnicottl, Vygotsky, Friedman, Piaget e Kishimoto, vai ser possível entender a importância do brincar no crescimento intelectual, físico e mental de 0 a 6 anos 6 METODOLOGIA A metodologia usada para este trabalho foi à revisão bibliográfica. Utilizou-se como fonte de consulta de livros, artigos e trabalhos produzidos que abordam o brincar, o processo de ensino aprendizagem e a relação entre ambos. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I - 10 Reflexões teóricas acerca do brincar e sua importância CAPÍTULO II – 18 A história cultural do brinquedo e do jogo na Educação Infantil CAPÍTULO III – 25 O papel do professor na Educação Lúdica Capitulo IV- 31 Vamos brincar CONCLUSÃO 39 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 41 ÍNDICE 43 FOLHA DE AVALIAÇÃO 44 8 INTRODUÇÃO O brincar é uma atividade fundamental para as crianças pequenas, é brincando que elas descobrem o mundo, se comunicam e se inserem em um contexto social. Segundo Almeida (2000), O brincar é um direito de todos. O brincar é uma experiência humana rica e complexa. Brincar é um direito da criança, além de ser de suma importância para o seu desenvolvimento. Não basta só brincar, é preciso que seja de qualidade. O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (MEC, 1998) estabeleceu a brincadeira como um de seus princípios norteadores, que a define como um direito da criança para desenvolver seu pensamento e capacidade de expressão alem de situá-la em sua cultura. É importante entender o significado da palavra brincar, e perceber a relevância de um tempo no cotidiano das crianças destinado a um brincar de qualidade, de um espaço adequado e com brinquedos que estimulem a criatividade. A brincadeira é de fundamental importância para o desenvolvimento infantil na medida em que a criança pode transformar e produzir novos significados. Brincar, além de proporcionar prazer para as crianças, acalma e ensina como partilhar, tolerar, compreender e se comportar diante de outros seres humanos. Aprendendo novas brincadeiras e aumentando suas potencialidades, formando conexões neurais que serão de extrema importância em seu desenvolvimento mental futuro. Segundo Winnicott (1975, p.79) “é no brincar, e talvez apenas no brincar, que a criança ou o adulto fluem sua liberdade de criação”. O ato de brincar é uma chance que a criança tem de experimentar uma noção da realidade num ambiente mais ou menos controlado e seguro. Ao brincar de casinha, bonecas e outras coisas ligadas à família e ao lar, por exemplo, as meninas podem experimentar o que é ser mãe e cuidar de sua própria prole. Sem que, nesse processo, ela esteja sujeita as enormes pressões sociais e financeiras que a prática real impõe. 9 É muito importante perceber o significado do brincar para a criança, na sociedade em que vivemos os brinquedos estão cada vez mais sofisticados e visam muito mais a satisfação do mundo adulto do que das necessidades infantis. É necessário que se conheça as necessidades do desenvolvimento infantil para proporcionar as oportunidades de que nossas crianças tanto precisam. Portanto, o problema é: Até que ponto pode-se considerar o Brincar como facilitador na questão ensino aprendizagem na educação infantil? E qual o papel que o brincar ocupa no desenvolvimento e Educação das crianças? A partir desse questionamento abordaremos então: No primeiro capitulo o conceito e as concepções de alguns autores sobre o brincar e a sua importância na Educação Infantil. No segundo capitulo o significado da palavra brinquedo e do jogo e sua importância na Educação Infantil. No terceiro capitulo o Papel do professor na Educação Lúdica enquanto mediador. No quarto capitulo enumerar atividades lúdicas capazes de contribuir para o desenvolvimento da educação das crianças. 10 CAPÍTULO I Reflexões teóricas acerca do brincar “Brincar com as crianças não é perder tempo, é ganha-lo. Se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em sala sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem” (Carlos Drummond de Andrade) A brincadeira ou jogo tem sido objeto de análise nas ultimas décadas por estudiosos das mais diversas áreas, como historiadores, sociólogos, filósofos e psicólogos, dentre outros. Uma dessas definições é feita pelo historiador Johan Huizinga (1971), que em estudo clássico sobre o tema considera o brincar como um fenômeno cultural. Para Huizinga “a sociedade exprime sua interpretação da vida e do mundo” por intermédio do jogo, e a cultura surge sob a forma do jogo. (1993. p.53). A partir desta idéia podemos entender que o brincar não acontece do nada, pois a brincadeira é repleta de gestos e sons que se inter-relacionam, formando um fenômeno que movido pelo desejo de quem brinca, deixa entrar aquilo que é reconhecido sem falas, sem letras. Brincar vincula e cria laços, mesmo que seja temporário. Um exemplo simples deste brincar é quando a criança pega um pedaço de pano e o transforma em capa de super herói, neste momento ela automaticamente passa a ser na sua imaginação um super herói. Por isso é que para a criança qualquer objeto pode tornar-se um brinquedo. A criança tem em si mesma um impulso que a faz querer brincar, que a faz dar significados às coisas mais simples, sendo eles materiais ou imateriais. O brincar é uma das formas mais importantes que a criança tem de se comunicar com o mundo, de aprendê-los e compreende-los. Todo brincar tem inicio a partir de uma vontade, ninguém brinca por obrigação, podemos assim dizer que o brincar é uma atividade voluntária. A 11 brincadeira acontece dentro de certos limites de espaço e de tempo, um exemplo é o jogo da “amarelinha”, para acontecer precisamos de um desenho no chão e de que os participantes entendam as regras, não sabemos o resultado do jogo, sabe- se as regras, mas não se sabe se o jogador conseguirá executá-las. Portanto, não existe brincar sem regras, em toda a brincadeira tem de haver um acordo que orienta ações entre aqueles que brincam, e se não seguirem as regras, infelizmente saem da brincadeira. Quando brinca a criança nutre sua vida interior, descobre sua vocação e busca um verdadeiro sentido a sua vida. Adriana Friedmann usa definições simples, claras e apropriadas para os termos utilizados nesse trabalho: ...brincadeira refere-se à ação de brincar, ao comportamento espontâneo que resulta de uma a atividade não estruturada; jogo é compreendido como uma brincadeira que envolve regras; brinquedo é utilizado para designar o sentido de objeto brincar; atividade lúdica abrange, de forma mais ampla, os conceitos anteriores. (1996:12) Podemos então nos perguntar Brincar é importante por quê? ü Porque é bom, gostoso, dá felicidade. ü Porque é brincando que a criança faz amigos e aprende a conviver, respeitar o direito dos outros. ü Porque brincando a criança prepara-se parta o futuro. Mas então por que será que nem todas as crianças brincam? Infelizmente nem todas as crianças tem esta oportunidade, algumas por que precisam trabalhar, outras por que precisam estudar para tirar boas notas, porque são tratadas como adultos em miniatura, ou porque não tem com o que brincar. Podemos classificar as brincadeiras como expressão do ser humano, é através dela que a criança se encontra e delas que se apropria para se 12 constituir como ser humano. São gestos, sons, expressões, declarações, a criança assim apropria-se desse brincar não de forma infantilizada onde tudo é tranqüilo, doce. O brincar não é só prazer, há um conjunto de ações que o acompanham, em alguns brinquedos infantis podemos observar a briga, a crueldade e até mesmo a morte. Na dimensão histórica dos jogos e brincadeiras, Friedmann ressalta o prazer e a seriedade que sempre existiram nestes: Os jogos e brincadeiras, evidentemente, mudaram muito desde o começo do século até os dias de hoje nos diferentes países e contextos sociais. Mas o prazer de brincar não mudou. Ao observarmos detidamente a brincadeira infantil, duas características se destacam de imediato: o prazer que envolve o jogo se contrapõe a momentos de tensão, a uma serie de compenetração dos jogadores envolvidos. O jogo é prazeroso e serio ao mesmo tempo. (1996:11) Por meio das brincadeiras podemos ver algumas manifestações de desafetos, preconceitos, crueldade. Devemos entender que por mais que as crianças sejam doces trazem dentro de si uma condição humana. Notamos que ao brincar as crianças aprendem o sentimento da alegria, da raiva, dos acordos das birras, ou seja, inúmeras formas de relacionamento encontradas em nosso dia a dia. A criança quando brinca está em estado de busca, pois brincar é um ato de descobrir, indagar, escolher, recriar. Podemos assim dizer que brincar não é um simples prazer e sim um viver a tensão de ter escolhas, conflitos, limites, equilíbrio e desequilíbrio. Ao brincar a criança se mostra por inteira, expressa suas emoções, evidencia seu desempenho físico-motor, seu estagio de desenvolvimento, sua formação moral. Friedmann(1996:14) diz O jogo implica para a criança muito mais do que o simples ato de brincar. Através do jogo, ela esta se comunicando com o mundo esta se expressando. Pra o adulto o jogo constitui um “espelho”, uma fonte de dados para compreender melhor com, o se dá o desenvolvimento infantil. Daí sua importância. 13 1.1 O brincar segundo Donnald Winnicott Apesar das dificuldades encontradas para delimitar e conceituar o brincar e o jogar vêm se acumulando os estudos empíricos e algumas contribuições teóricas na área, destacando-se a psicologia mesmo que nestas ainda se permaneça o emprego de diversos termos para se referir a o brincar. No trabalho de Winnicott (1975), psicanalista, prevalece à referência ao brincar. Sua teoria aproxima o brincar das realizações culturais. Winnicottt (1975) assinala que “é a brincadeira que é universal e que é própria da saúde, o brincar facilita o crescimento, portanto, a saúde; o brincar conduz aos relacionamentos grupais; o brincar pode ser uma forma de comunicação na psicoterapia.” Segundo Winnicott logo após o nascimento do bebê a mãe deve ser capaz de suprir as necessidades que o bebê manifesta, pois o mesmo ainda não dispõe de estruturas emocionais que lhe permita enfrentar experiências de frustração e de ansiedade. Quando o bebe nasce ele fica em um estado de fusão mãe-bebê, onde sua mãe o completa quando ele precisa de algo. Mas segundo Winnicott essa fusão ela não deve se prolongar, pois prejudicaria o bebê em seu desenvolvimento, uma vez que esse desenvolvimento requer que o bebê comece a se constituir separado de sua mãe. A segunda fase da mãe é ajudar o bebe a se desiludir para se constituir um ser separado dela. Quando o bebê começa a se separar de sua mãe criase uma zona intermediaria ou de transição (Transição entre a experiência de sentir-se fundido e separado) que Winnicott denomina espaço potencial ou transicional. Esse espaço, porém não se torna vazio, pelo contrario ele é preenchido de diversas formas, pode ser com objetos transicionais, pelo brincar e, mas tardes pelas experiências culturais. De 4-6 meses e de 8-10 meses de idade o bebe pode demonstrar apego a vários objetos tais como: Uma fraldinha, um ursinho, um cobertor e etc. Em geral são levados para a cama antes de dormir, ajudando o bebe a lidar com 14 suas angustias e com suas ansiedades que ocorre no processo de separação entre bebê e mãe. Agora Winnicott frisa também que se houver na fase de separação ocorrer um afastamento total de sua mãe, como no caso de sua morte ou abandono, sem que haja uma figura substituta de referência para a criança esta lembrança pode perder o sentido, passando assim a ter uma experiência de ruptura. Neste caso, “então não existirá área em que possa brincar ou ter experiência cultural. A criança privada é notoriamente inquieta e incapaz de brincar, apresentando empobrecimento da capacidade de experiência no campo cultural.” (p.141) Para Winnicott se for construído um espaço de confiança entre a mãe e o bebê que lhe permita confiança, gradativamente a criança passa a brincar sozinho, e é a partir daí a criança estará preparada para o brincar compartilhado. Winniccott assinala que “é a brincadeira que é universal e que é própria da saúde; o brincar facilita o crescimento e, portanto a saúde; o brincar conduz aos relacionamentos grupais, o brincar pode ser uma forma de comunicação na psicoterapia”. 1.2 O brincar segundo Piaget Construtivismo é o nome mais comum pelo qual se conhece a teoria de Piaget sobre o desenvolvimento das estruturas cognitivas. De acordo com Piaget o desenvolvimento da inteligência está voltado para o equilíbrio; a inteligência e a adaptação. “Para Piaget (1971), quando brinca, a criança assimila o mundo à sua maneira, sem compromisso com a realidade, pois sua interação com o objeto não depende da natureza do objeto, mas da função que a criança lhe atribui” [Kishimoto, org.(1999, p.59)]. 15 Piaget divide o brincar como fases de desenvolvimento. Analisaremos a seguir duas dessas fases sendo elas o sensório motor que se dá aproximadamente na idade entre um e dois anos. Como o próprio nome já diz há um crescimento neste estágio das experiências sensoriais e ações motoras. As primeiras atividades lúdicas do ser humano são as ações exploratórias. Os bebês, por exemplo, eles adquirem conhecimento através de objetos através de suas interações com eles. As crianças pequenas têm necessidade de manipular objetos; mexem em tudo, jogam coisas no chão. O corpo é o primeiro brinquedo utilizado pela criança, ela explora seu próprio corpo e a partir daí começa a se interessar sobre os efeitos que seus atos produzem sobre o meio ambiente. O segundo estágio é denominado pré-operacional, onde a brincadeira assume um papel importante para a aquisição da linguagem e organização de pensamento. Assim por meio das brincadeiras e de jogos simbólicos, a linguagem vai se estruturando. Esta fase entre dois e quatro anos geralmente as crianças gostam de brincar com outros coleguinhas, mas geralmente ainda não conseguem abrir mão de seus brinquedos, pois acham que sua vida gira em torno deles. Geralmente nesta fase os jogos de regras ainda não funcionam, mas devemos lembrar que as crianças precisam de certos limites. Já na fase dos quatro aos sete anos os jogos já podem assumir um papel mais importante, pois eles já levam mais a sério o brincar, já respeitam e entendem o significado das regras. Pois à medida que se desenvolvem, as crianças mais velhas passam a compreender que as regras derivam de acordos grupais e devem ser validas para todos. Tipos de brincadeiras segundo Piaget: ü Brincar sozinho, a criança que brinca sozinha aumenta suas possibilidades de lidar com sua afetividade e de descobrir seus próprios interesses. 16 ü Brincar em paralelo, ao brincar com outras pessoas, a criança aprende a viver socialmente, respeita regras, aprende a esperar sua vez e interage de forma mais organizada. ü Brincar em grupo, ao brincar em grupo a criança aprende a partilhar, pois na competição em grupo a vitória depende de todos, e também ajuda a fazer novas amizades. 1.3 O brincar segundo Vygotsky Do ponto de vista da construção das funções superiores (pensamento, linguagem, criatividade, imaginação) a brincadeira é muito importante não só porque representa o primeiro momento na construção da imaginação, mas por dar origem a vários processos psicológicos fundamentais ao desenvolvimento da criança. “A aprendizagem e o desenvolvimento estão inter-relacionados desde o primeiro dia de vida” (Vygotsky1991. Pg. 95). Vygotsky (1984) considera que a brincadeira não é ainda propriamente imaginação, mas antes, memória em ação. Ele entende a brincadeira como uma atividade social da criança, ele apresenta a concepção da brincadeira como sendo um processo e uma atividade social infantil. Segundo Vigotsky, “o brinquedo não é o aspecto predominante da infância, mas é um fator muito importante do desenvolvimento... No brinquedo a ação está subordinada ao significado: Já na vida real, obviamente, a ação domina o significado. Portanto, é absolutamente incorreto considerar o brinquedo como um protótipo e forma predominate da atividade do dia a dia da criança”. (1991, pg.116) A brincadeira de faz de conta permite a criança a ir além do que pode realizar no seu cotidiano, podemos citar exemplos como brincar de ser medico, professora ou mãe de família. A criança troca de lugar com o adulto, 17 experimentando assim novas posições. A partir daí, podemos dizer que a brincadeira da criança possibilita novas maneiras de compreender as relações sociais na qual se insere. Nesse sentido a brincadeira cria uma zona de desenvolvimento proximal. Vygotsky chama de desenvolvimento proximal a distância que existe entre o nível de desenvolvimento real da criança, aquele em que a criança consegue solucionar determinados problemas por si só, e o nível de desenvolvimento potencial aquele que possibilita a criança a solucionar outros tipos de problema com ajuda externa. A brincadeira cria essa zona de desenvolvimento proximal porque favorece a emergência de certos processos psicológicos e estimulam outros processos a se constituir. A brincadeira na abordagem histórico-cultural é a principal atividade na vida da criança da faixa pré-escolar no sentido de lhe propiciar um desenvol vimento psicológico que é de fundamental importância para o seu desenvolvimento, tais como a abstração, o autocontrole e etc. 18 Capitulo II A História cultural do brinquedo e do jogo O jogo é, pois um “quebra-cabeça”... Não é, como se pensava, simplesmente um método para aliviar tensões. Também não é uma atividade que “prepara” a criança para o mundo, mas é uma atividade real para aquele que brinca. Verdadeiramente, brincamos, envolvemonos com paixão no jogo sem precisarmos, em absoluto, saber o que ele significa. (Friedmann1998, pg20) Costuma-se pensar na brincadeira e no jogo como atividades humanas relacionadas à infância, o brincar tem sido definido por vários autores como o trabalho da criança. Na realidade, o jogo e a brincadeira não se restringem somente a infância, embora predominem neste período. O termo “brincar” serve para designar o conjunto de atividades que se assemelham entre si por seu caráter lúdico. Geralmente os termos mais utilizados para se referir a esta forma de atividade são “jogo” ou “brincadeira”. As definições para jogo e brinquedo variam de uma área do conhecimento para a outra e mesmo entre teóricos de uma mesma área. Por exemplo, na Psicologia o jogo é o mais utilizado referindo – se a varias modalidades de ação que a criança realiza ao brincar, as quais, embora tenham em comum a ludicidade, apresentam tais especificidades, de modo que não se pode falar genericamente de jogo infantil. O brinquedo e o jogo são processos que envolvem o individuo e sua cultura, adquirindo especificidades de acordo com cada grupo. Eles têm um significado cultural muito marcante, pois é através do brincar que a criança vai conhecer aprender e se constituir como um ser pertencente ao grupo, ou seja, o jogo e a brincadeira são meios para a construção de sua identidade cultural. 19 Enquanto ações humanas o jogo e o brinquedo são situações de construção de significado, de indagação e transformação do próprio significado. Longe de promover unicamente uma conquista cognitiva essas atividades envolvem emoções, afetividades, e ruptura laços e compreensão da dinâmica interna. Um jogo ou Brinquedo do qual participem mais de uma pessoa sempre implica em trocas, partilhas, confrontos e negociações. Pensar sobre o papel do jogo na infância é antes de tudo considerá-lo uma forma de atividade que não só acompanha a historia do homem, como também mantém sua especificidade sociocultural. Segundo Johan Huizinga o Jogo é: Uma atividade ou ocupação voluntaria, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente da “vida quotidiana”. (Huizinga, 2000:33) Esta definição de Huizinga apresenta então quatro importantes propriedades para o jogo: ü É livre, não sendo assim uma obrigatoriedade. ü É uma evasão da vida real, tem uma finalidade autônoma e se realiza tendo em vista uma satisfação que consiste nesta própria realização. ü Tem limitação de espaço, tempo e deve ser jogado até o fim dentro desses limites. ü E por fim, tem regras próprias. Os jogos permitem uma excelente vivência em grupo, por meio deles a criança aprende a exercitar a liderança, a compartilhar e saber ser liderada. 20 As regras dos jogos permitem nas crianças também o senso crítico sobre as mesmas. Segundo Brougere: Para jogar há acordo sobre as regras (caso dos jogos préexistentes, mas cujos jogadores, de comum acordo, podem transformar certos aspectos das regras) ou criação de regras. O jogo fornece a ocasião de experimentar combinações de condutas que, sob pressões funcionais, não seriam tentadas. Espaço de inovação, de criação para a criança. No fundo, o jogo é uma atividade muito séria, mas que não tem conseqüências frustrantes para a criança (1998:36). Os jogos que requerem concentração da atenção e mobilização de habilidades são muito úteis, pois através delas, as crianças se exercitam e aprendem com alegria. Os brinquedos que levam a criança a perceber a necessidade de planejar suas ações são importantes porque deixam as crianças aptas a desempenhar tarefas que talvez não conseguissem realizar se não estivessem em situações lúdicas, pois é brincando que a criança alcança níveis bem mais altos desempenho e não se sentem cansados. Os jogos e os brinquedos expressam valores e proporcionam oportunidades para assimilação de idéias e formação de princípios. O brinquedo proporciona a criança o aprender- fazendo, através de jogos e brincadeiras a criança pode aprender novos conceitos, adquirir informações e superar dificuldades de aprendizagem. O jogo é um grande campo onde as crianças vivenciam de forma livre e autônoma o relacionamento social. Segundo Kishimoto: O jogo ao ocorrer em situações sem pressão, em atmosfera de familiaridade, segurança emocional e ausência de tensão e perigo, proporciona condições para aprendizagem das normas sociais em situações de menor risco. A conduta lúdica oferece oportunidades para experimentar comportamentos que, em situações normais, jamais seriam tentados pelo medo do erro ou punição. (Kishimoto, 1998:140). 21 Uma das principais características e necessidades de um jogo é o parceiro, ainda que este seja o seu adversário, pois dentro do jogo também há a cumplicidade dentro do objetivo de realização do jogo. O jogo traz dentro de si a competitividade que pode ocasionar sentimentos de frustração do perdedor, e junto com a competição traz a motivação. Jogar, competir e participar de atividades comuns são excelentes oportunidades para que a criança viva experiências que ajudarão a amadurecer emocionalmente e ter uma convivência mais enriquecedora. Pois ao participar de muitos jogos e brincadeiras a criança aprende a trabalhar em grupo e automaticamente aprende não só a respeitar regras, mas também a respeitar normas sociais. Constance Kamii, seguidora de Piaget, apresenta sua visão sobre este assunto ao dizer: Quando as crianças participam de processo de tomada de decisão, tem que falar com freqüência e articular suas idéias de maneira lógica e convincente possível. O uso significativo da linguagem estimula o seu desenvolvimento. Negociando compromissos com adultos e colegas, expressando suas idéias e ouvindo os outros, as crianças desenvolvem tanto a linguagem quanto a usa inteligência. (Kamii, 1991:16) 2.1 Classificações dos jogos segundo Piaget Piaget classifica os jogos em três estruturas, são eles jogos de exercício, jogos simbólicos e jogos de regras. ü Jogos de exercícios: Piaget aponta como sendo uma característica da fase sensório-motora, sendo quase que especifica nos dois primeiros anos de vida, é um buscar através de movimentos e sensações, tem características rítmicas e repetitivas. Assim que a criança inicia a fala este tipo de jogo tende a desaparecer. 22 ü Jogos simbólicos: Piaget aponta como sendo uma característica da fase pré-operacional (2 a 7 anos), ou seja, uma fase de passagem dos esquemas sensórios motores aos representativos, quando a criança consegue a partir de suas experiências entender o mundo que a cerca e vai se adaptando a ele. ü Jogos de regras: Piaget aponta como sendo a partir dos sete anos que a criança começa a relacionar-se e aceitar as regras para a convivência. Ao introduzirmos regras nos jogos a criança toma consciência de seus atos, podendo assim ter a noção de certo e errado. Existem inúmeras relações de jogos em que estes são classificados por faixa etária, por área de desenvolvimento, por estimulo, origem, pela utilização ou não de objetos. Podemos citar um tipo de jogo que é passado de geração em geração, que com certeza foram vividos se não por todos, mas pela grande maioria de nós. • Jogos Tradicionais. Devemos ressaltar que os jogos tradicionais ilustram a cultura local e que os resgates dessas brincadeiras são muito importante para o nosso patrimônio lúdico. Os jogos tradicionais têm como instrumento principal desenvolver capacidades físicas, motoras, sociais, afetivas e lingüísticas na criança. Podemos pegar como exemplo o jogo de bolinha de gude, este jogo ele se encaixa nos jogos de regras classificado por Piaget, podemos notar que entre crianças de uma mesma geração existem inúmeras maneiras de se jogar bolinha. De um grupo para o outro mudam as regras. Mas a regra do jogo é simples: consiste em colocar bolinhas num retângulo para depois pega-las, deslocando-as por meio de uma bola maior que as demais. 23 Esse tipo de brincadeira tem muitas funções úteis, possibilita a criança à aprendizagem de regras morais, obtenção de noção de tempo e espaço, assim como a sociabilização através da cooperação e da competição. Contribui também para o desenvolvimento da cognição, levando a criança a pensar, analisar e tomar decisões. Já no plano afetivo, podemos observar as atitudes das crianças, que podem ser mudadas de acordo com o decorrer do jogo, se elas são calmas ou exaltadas, se tem paciência ou não. Assim como o jogo de bolinhas, inúmeras brincadeiras podem ser analisadas. Segue alguns tipos de jogos tradicionais que a critério do professor podem ser utilizadas dentro da escola segundo as necessidades de cada turma. ü Pular corda ü Elástico ü Passar anel ü Amarelinha ü Esconde-esconde ü Peteca ü Corrida de saco ü Pega-pega ü Berlinda ü Pião Pensando especificamente no Jogo Tradicional, não é necessário manual ou livro, pois cada um de nós traz na bagagem de nossa infância inúmeras brincadeiras que podem ser resgatadas para as atuais gerações. E é de nossa responsabilidade não deixar morrer o Jogo Tradicional infantil, pois este tipo de conteúdo nos ajudará a enriquecer e melhorar o currículo da pré-escola. • Jogos de Ficção ou Faz de Conta: O faz de conta é uma atividade que a criança pode exercer sozinha, em dupla ou mais crianças. A organização e a duração do faz de conta podem 24 variar de acordo com a quantidade de objetos e a sua partilha entre os parceiros. Neste tipo de brincadeira a criança traduz o mundo dos adultos para a dimensão de suas possibilidades e necessidades. A criança também tem a oportunidade de expressar e elaborar, de forma simbólica, desejos, conflitos e frustrações. No jogo simbólico, as crianças podem assumir diferentes tipos de papeis, dar vida a objetos inanimados (o cachorro de pelúcia que late), pode simular atividades de lazer, tarefas domésticas (imitando a sua mãe ao limpar a casa) e etc. • Jogos de Movimento: O movimento tem uma função muito importante e predominante nos primeiros anos de vida, ao passar dos anos esta predominância vai dando lugar a linguagem verbal, que passa a regular a ação da criança, mas o movimento não desaparece, ao contrario se mantêm ainda por muito tempo como função primordial no processo de construção do conhecimento. Dentre os jogos de movimento podemos citar alguns que predominam na ação coletiva da criança: ü Brincadeiras de roda ü Bola ü Coelho na toca ü Queimada ü Pique bandeira Os jogos de movimento são importantes, pois através dele a criança se coloca no meio, interando-se com os objetos, com as pessoas, explorando o seu próprio corpo, o espaço físico. Uma das funções da brincadeira é permitir a criança o exercício do movimento. . 25 CAPITULO III O PAPEL DO PROFESSOR NA EDUCAÇÃO LUDICA A esperança de uma criança, ao caminhar para a escola é encontrar um amigo, um guia, um animador, um líder - alguém muito consciente e que se preocupe com ela e que a faça pensar, tomar consciência de si de do mundo e que seja capaz de dar-lhe as mãos para construir com ela uma nova história e uma sociedade melhor". (ALMEIDA, 1987, p.195) A palavra lúdica se origina do latim “ludus" que originalmente refere-se à escola, diversão infantil. Segundo Winnicott (1982, p.164), “a brincadeira estabelece o elo entre a realidade interna e externa do sujeito, mantendo-o íntegro. Para este autor é através da brincadeira que a criança começa a permitir aos outros que tenham uma existência independente. Winiccot (1982), ainda diz que ”A brincadeira fornece uma organização para a iniciação de relações emocionais e assim propicia o desenvolvimento de contatos sociais”. (p.163). Mas não é com qualquer jogo, ou melhor, qualquer atividade apressadamente indicada como jogo, já que nem todo jogo contribui para a construção do sujeito e do conhecimento. Os jogos são importantes instrumentos de desenvolvimento de crianças e jovens, longe de servirem apenas como diversão eles propiciam situações que podem ser exploradas de diversas maneiras educativas. Como, pois conciliar essa necessidade de jogar que é irresistível na criança com a educação que se deve dar-lhe? Muito simplesmente fazendo do jogo o meio de educar a criança. O jogo é um fim em si mesmo parta a criança; para nós deve ser um meio. Daí este nome de “jogos educativos”, que tende a ocupar cada vez mais espaço em nossa linguagem de pedagogia maternal. Não se trata, portanto, de deixar a criança livre de sua atividade, abandonada a si mesma: “A criança deve jogar, mas todas as vezes que você lhe da uma ocupação que tem a aparência de um jogo, você faz essa necessidade e, ao mesmo tempo, cumpre o seu papel educativo. ( Brougere,1998:122). 26 Então, o jogo para a criança constitui um fim, ela participa com o objetivo de obter o prazer, e para nós professores deve ser um meio de levar uma mensagem educacional para elas. Então cabe a nós adultos escolher qual o jogo mais adequado, para transmitir a mensagem educacional desejada. O jogo organizado constitui o melhor método para incutir princípios, normas e estabelecer padrões normais. A formação do caráter não decorre do jogo “em si”, mas resulta, surge “por meio” ou “através” do jogo. (Miranda, 1990:153). Os jogos são vistos fundamentalmente pela sua função de exercício, principalmente o desenvolvimento físico, desenvolvimento intelectual e o afetivo. Os jogos colaboram com o desenvolvimento de habilidades onde se empregam a força: puxar, levantar, correr e etc. E também ajuda em habilidades físicas que exigem um pouco mais de sensibilidade, jogos esses que necessitam de executar uma atividade ligada com a psicomotricidade fina como, por exemplo: o equilibrar de um ovo. Os jogos podem provocar o desenvolvimento intelectual de forma direta usando-se jogos cujo objetivo requeira inteligência e raciocínio e o de forma indireta usando-se o raciocínio estratégico para a conquista de um objetivo que poderá ser físico, artístico etc. O jogo elaborado, prolongado, variado é mais útil para o ser humano que o estereotipado, vazio e descontinuo. Para uma criança e o adulto é o espaço para usar a inteligência, um banco de provas, viveiro para experimentar formas de combinar o pensamento, a linguagem a fantasia. (Kishimoto, 1998:149) O clima de ludicidade, em geral, colabora com o surgimento de laços afetivos, as crianças se sentem mais descontraídas, segundo Huizinga (2000:15) o lúdico é uma espécie de “bolha” que se abre no cotidiano e as crianças lá entram sabendo que o que irão fazer não tem compromissos futuros e que seus atos estão limitados ao espaço de tempo que encerra a atividade lúdica. Além disso, as atividades lúdicas são sempre alegres, e desfrutando desta alegria, as crianças se dão melhor. 27 Existem características atribuídas às atividades lúdicas comuns a todas as suas aplicações e são algumas delas: ü Participação ativa do aluno no processo ensino-aprendizagem. ü Diversidade de objetos permitindo o atendimento das crianças levando em consideração características individuais e desenvolvimento em diversas áreas. ü Exercício do aprender fazendo ü Aumento da motivação em participar. As atividades lúdicas podem colocar o aluno em diversas situações, onde ele pesquisa e experimenta, fazendo com que ele conheça suas habilidades e limitações, que exercite o dialogo e muitos outros desafios que permitirão vivências capazes de construir conhecimentos e atitudes. Cabe ao professor usar esses instrumentos lúdicos que determinará os objetivos e o planejamento de como irá alcançá-los Este planejamento será feito da mesma forma que o tradicional, mas usando atividades lúdicas. Normalmente utiliza-se o lúdico porque dá prazer e, por isso é bem recebido pela criança. Esta situação pode dar uma sensação de estar em oposição a uma situação séria de aprendizado. Mas pelo contrario esta situação de dar prazer e alegria colabora com o processo de educacional porque coloca o aluno em uma situação de uma boa receptividade, pois além de estar fazendo algo que gosta dispersa menos e concentram-se para aproveitar o máximo estes momentos. Cabe ao professor conhecer o seu aluno e valorizar as habilidades que ele possui criando oportunidades para que ele possa desenvolvê-las, potencializá-las e harmonizá-las ao seu projeto de vida. Entretanto devem-se levar em conta as limitações de cada criança, e devemos considerá-las não como obstáculos que coíbem o desenvolvimento em uma determinada área para toda vida, antes devemos ajudá-los a superar estas limitações. 28 Novamente, faz-se sentir o professor como gerente deste processo educacional, pois é ele que tem habilidade s de distinguir essas características de cada aluno Quando empenhado no ato direto de ensinar, o professor deve estar familiarizado com a matéria, mas a sua atenção deve concentrar-se na sua atitude mental, e nas reações do discípulo. Sua tarefa é compreender este ultimo em sua relação com a matéria, ao passo que a atenção do aluno não estará naturalmente em si próprio, mas no tópico de estudar. Ou, para dizer a mesma coisa de um tanto diferente, o professor não se preocupa propriamente com a matéria e sim com a interação da mesma com as necessidades e aptidões atuais do aluno. Por isso, não basta simplesmente preparo e erudição. (Dewey, 1936:234). As atividades lúdicas, pelas suas próprias características podem possibilitar o convívio com as mais diversas habilidades John Dewey conhecido pela teoria do aprender fazendo defende a educação como um processo de reconstrução e reorganização das experiências adquiridas que irão influenciar as experiências futuras. Então na educação tudo são experiências possibilitadas pelo envolvimento do educando na ação. Com efeito, sendo a educação o resultado de uma interação, através da experiência, do organismo com o meio ambiente, a direção da atividade educativa é intrínseca ao próprio processo da atividade. Não pode haver atividade educativa, isto é, um reorganizar consciente da experiência sem direção, sem governo, sem controle. Do contrario a atividade não será educativa, mas caprichosa ou automática. (Dewey, 1978:22) Esta citação descreve a importância de uma direção, a do educador no processo de aquisição de experiências que o aluno viverá, pois é errado pensar que o aprender fazendo por estar centrado no aluno irá diminuir a posição do professor que o direciona. A atividade educativa deve ser sempre entendida como uma libertação de forças, tendências e impulsos existentes no individuo e por ele mesmo trabalhados e exercitados, e, portanto, dirigidos, porque sem direção eles não poderiam exercitar.( Dewey, 1978:25) 29 Todos nós aprendemos melhor quando o que está sendo ensinado nos interessa, tais interesses podem ser provenientes de diversos fatores: ü Curiosidade neste assunto. ü Quando o assunto é agradável. ü Quando causa uma sensação de prazer. ü Quando desperta sentimentos apreciados. ü Quando traz benefícios. Bem mas esses tipos de escolha estão mais ligados a um aprendizado de vida adulta onde há mais liberdade e possibilidade de escolha. Quando o professor encontra as formas de interessar ao aluno, isso torna, mas fácil a criatividade. Dewey em Democracia e educação, fala sobre esse assunto: O problema da instrução é, portanto, o de encontrar matéria à qual o educando aplique sua atividade especial, tendo um fim ou objetivo de importância ou de interesse para ele, valendo-se das coisas, não como aparelhos de ginástica e, sim, com condições para atingir fins. O remédio para inconvenientes da teoria disciplinar formal de que já falamos não esta em substituí-la por uma teoria de disciplinas especializadas, mas em refazer a noção de espírito e de sua educação. O remédio é a descoberta de modos típicos de atividade, quer se trate de jogos, quer de ocupações úteis, em que os indivíduos tomem interesse, e cujo resultado reconhecem ter alguma coisa em jogo, e que não se pratiquem sem a reflexão, analise, o uso do raciocínio no escolher e determinar condições e o material a observar e reter na memória(Dewey, 1936:173) Portanto, o professor deve em primeiro lugar, aceitar a natureza viva da criança, sua predisposição ao movimento, ao riso, à fantasia, à espontaneidade. Assim, as atividades lúdicas não vão parecer algo que vai só agradar as crianças, mas como algo que vai aumentar a motivação delas em participar, que automaticamente vai aumentar a capacidade de assimilação e aproveitamento. O professor deve ver a criança com a capacidade de participar, pois para despertar o interesse no aluno requer mais do que artifícios e argumentos 30 do educador, requer atitude e amor. Quando se usa atividades lúdicas obtemos um clima agradável e de confiança mutua. Portanto ao usarmos brincadeiras em sala de aula devemos apresentálas como um bem cultural e não como um mero instrumento pedagógico dentro da escola. Refletindo um pouco mais sobre o assunto do brincar na escola infantil, temos Gisela Wajskop (1995, p 23) que comenta: (...) a maioria das escolas tem didatizado a atividade das crianças, restringindo-a a exercícios repetidos de discriminação viso-motora e auditiva, através do uso de brinquedos, desenhos coloridos e mimeografados e músicas ritmadas. Ao fazer isso, ao mesmo tempo em que bloqueiam a organização independente das crianças para a brincadeira, essas praticas pré-escolares, através do trabalho lúdico didatizado, infantilizam os alunos, como se a sua ação simbólica servisse apenas para exercitar e facilitar (para o professor) a transmissão de determinada visão do mundo, definida a priori pela escola. Então é necessário observar a questão das atividades lúdicas nas escolas de educação infantil, as brincadeiras não devem ser inclusas gratuitamente na matriz curricular, deve-se levar em consideração que o brincar é uma importante atividade para a criança pequena. O lúdico deve ser incluído de forma em que a criança esteja em primeiro plano e não o conteúdo a ser ensinado. Amai a infância; favorecei seus jogos, seus prazeres, seu amável instinto. Quem de vós não se sentiu saudoso, às vezes, dessa idade em que o riso esta sempre nos lábios e a alma sempre em paz. Por que arrancar destes pequenos inocentes o gozo de um tempo tão curto que lhes escapa, de um bem tão precioso de que não se podem abusar? (Rousseau, 1992:61) Devemos levar em conta o principio de que ninguém brinca por obrigação, ou seja, o ato de brincar é uma ação de livre vontade. A importância desta forma de educar é que as crianças não receberam somente informações, mas viverão situações, tirando suas próprias conclusões, eliminando a necessidade de ser o educador quem indica o que elas devem observar e concluir. 31 Capitulo IV Vamos Brincar “Educar não se limita a repassar informações ou mostrar apenas um caminho, aquele caminho que o professor considera o mais correto, mas é ajudar a pessoa a tomar consciência de si mesma, dos outros e da sociedade. É aceitar-se como pessoa e saber aceitar os outros. É oferecer várias ferramentas para que a pessoa possa escolher entre muitos caminhos, aquele que for compatível com seus valores, sua visão de mundo e com as circunstâncias adversas que cada um irá encontrar. Educar é preparar para a vida”. (KAMI, 1991, 125). A criança é essencialmente um ser “brincante”, ao brincar ela cria, exercitando sua capacidade de se relacionar, de se conectar com suas motivações, e, por isso, é divertido. É através dessa carga afetiva que nasce o desejo da comunicação, permitindo, assim, o desenvolvimento de todas as possibilidades de expressão. O brincar leva a criança a desenvolver-se de forma global: individual, social, intelectual, psicológica e artisticamente. Toda criança independente da situação de vida em que se encontra, nas diferentes camadas socioculturais, tem no brinquedo, seja ele qual for, possibilidades inúmeras de desenvolver-se como ser humano. Pelo brincar, ela mostra verdadeiramente quem é e o que deseja. “É brincando que a criança mergulha na vida e consegue senti-la na dimensão de suas possibilidades. Quando brinca, a criança se desenvolve, exercita suas possibilidades.” (Cunha, 1994, p.11). Um espaço criado para favorecer a brincadeira é a Brinquedoteca. “Brinquedoteca é um espaço criado para favorecer a brincadeira. Na brinquedoteca, todos, inclusive os adultos, podem brincar com o que lhes aprouver, pois este é o verdadeiro espaço para o resgate do direito de brincar. A proposta básica da brinquedoteca é dar total liberdade à criança, seus brinquedos e suas brincadeiras.” 32 As brinquedotecas no Brasil começaram nos anos 80. Mas para que serve as brinquedotecas? Acima de tudo, para fazer as crianças felizes, e obviamente para proporcionar aprendizagem, aquisição de conhecimentos e desenvolvimento de habilidades, de forma natural e agradável. Podemos citar mais algumas razões para a criação de brinquedotecas: ü Proporcionar um espaço onde a criança possa brincar tranqüila. ü Estimular o desenvolvimento de uma vida interior rica. ü Estimular a operatividade da criança. ü Favorecer o equilíbrio emocional. ü Proporcionar as crianças acesso ao numero maior de brinquedos ü Dar oportunidade para que a criança aprenda a jogar e a participar. ü Enriquecer o relacionamento entre as crianças e suas famílias. ü Valor os sentimentos afetivos e cultivar a sensibilidade. Na brinquedoteca a criança pode viver plenamente a sua dimensão, que explode em curiosidade e entusiasmo. Em uma brinquedoteca podemos encontrar uma grande variedade de ambientes e de cantinhos diferentes, segue aqui alguns exemplos: ü CANTO DO FAZ -DE -CONTA ü CANTO DA LEITURA ü CANTO DAS INVENÇÕES ü SUCATOTECA ü TEATRINHO ü MESA DE ATIVIDADES ü ESTANTES COM BRINQUEDOS ü OFICINA ü ACERVO 33 A brinquedoteca é sempre um resultado de sonho com emoção de algumas pessoas que tem muito amor para dar. Geralmente o primeiro contato da criança com a brinquedoteca é de espanto, e para satisfazer sua curiosidade natural à criança precisa explorar livremente cada espaço. A proposta básica da brinquedoteca é dar total liberdade a criança para escolher seus brinquedos e suas brincadeiras, mas, podem ser programados algumas atividades diferentes ou eventos como: ü Teatro infantil; ü Feira de trocas de brinquedos ü Curso de confecção de pipas ü Curso de confecções de bonecas ü Oficina de criação de bonecas ü Festas de aniversario ü Gincanas de todos os tipos ü Montagem de quebra cabeças e etc. O importante é manter o entusiasmo e o clima de criatividade, trazendo novidades e mobilizando a vontade de participar. Enfim, podemos concluir que a brinquedoteca não existe para distrair as crianças, a missão da brinquedoteca é bem maior; tem a ver com a formação do ser humano integral e o período de vida no qual ele está inserido 4.1 Alguns tipos de jogos e brincadeiras para a educação infantil. As brincadeiras são o modo que as crianças têm de se manifestar com naturalidade, conforme suas vontades e exigências. E também a maneira de elas entrarem em contato com valores e hábitos sociais antigos e contemporâneos. 34 Os jogos e as brincadeiras infantis populares, além da competição, propiciam o desenvolvimento da imaginação, o espírito de colaboração, a socialização e ajudam a criança a se adaptar melhor ao mundo. Atualmente, devido ao progresso e às mudanças dele decorrentes, as brincadeiras e jogos infantis populares estão sendo substituídos pela televisão, pelos jogos eletrônicos e pelo computador. Desenvolver atividades em Educação Infantil não é nada fácil, em razão dos alunos serem muito pequenos e ainda por não corresponderem de forma motora a muitas atividades. Organizar brincadeiras para a turma requer nada mais que um bom planejamento, com muita pesquisa e uma boa dose de imaginação. Assim, seguem algumas sugestões que poderão auxiliar o professor no cotidiano da sala de aula, bem como fora dela. • Brincar de sentir texturas: Junte vários objetos com texturas interessantes para as crianças senti-las, como algo duro (um bloco de madeira) e algo macio (um bichinho de pelúcia). Essa brincadeira desenvolve a percepção tátil e a linguagem. • Brincadeiras de esconde-esconde: não é só divertido para as crianças grandes, mas para as crianças pequenas também é muito importante, pois ajuda a desenvolver o “cérebro”. Podemos brincar de escondeesconde de varias maneiras: Cobrindo os olhos com as mãos, colocando uma toalha na frente do rosto, escondendo um brinquedo ou um bichinho de pelúcia em baixo de alguma coisa, e depois o retirando de lá. • Brincadeira de amarelinha: desenhe uma amarelinha simples no chão da calçada e numere-a de um a cinco, mostre a criança como jogar o marcador em um dos números. Use uma pedrinha, uma vareta ou uma casca de fruta, algo que não seja pequeno demias, nem que tenha pontas. Depois lhe peça para pular ate aquele número ganha quem 35 conseguir pular até o final. Esta brincadeira desenvolve a coordenação motora, o equilíbrio e a capacidade de contar. • Pega-Pega Diferente: Dividir a turma em dois grupos e identificá-los com lenços ou fitas de cores diferentes. Após o sinal do professor os grupos deverão pegar uns aos outros e a criança pega deverá ficar num espaço delimitado pelo professor. Vence o grupo que tiver mais pessoas que não foram pegas. • Pique Bandeira: O jogo tem como objetivo fazer com que as equipes trace estratégias para pegar a bandeira no campo do time adversário. O local da brincadeira pode ser uma quadra, campo ou até mesmo uma rua sem trânsito. O material necessário são duas bandeiras (ou algum outro objeto que simbolize a bandeira) e algo para desenhar o campo dos dois times. Para pegar a bandeira do outro time, os jogadores devem atravessar seu campo correndo, tomando cuidado para não serem pegos pelos seus adversários. Caso isso ocorra, o jogador capturado ficará “colado”, até que os jogadores do seu time consigam tocá-lo e libertá-lo. Além de tentar pegar a bandeira adversária, o time também tem que se preocupar em proteger sua própria bandeira, para que não seja roubada. Ganha o time que conseguir pegar a bandeira adversária e levar para o seu próprio campo. • QUEIMADA: Tudo o que se precisa é de um espaço retangular, uma bola e dois times. O campo é dividido em duas partes. Nos extremos de cada lado, fica um espaço que é chamado de cemitério. Este é o lugar onde os jogadores ‘queimados’ de cada time vão. Depois de divididos os times e tirada à sorte para saber quem começa com a bola, é dado o sinal. Um jogador do time que está com a posse da bola deve arremessá-la para tentar atingir um dos adversários, ou seja, ‘queimálo’. Se este conseguir agarrar a bola com as mãos, ele se livra do cemitério e a situação se inverte. Caso a bola atinja o seu corpo sem ter tocado o chão, ele está queimado. Cada queimado é mandado para o 36 cemitério e passa a ser um colaborador da sua própria equipe a partir da segunda jogada. O objetivo é liquidar a outra equipe e fazer de todos os integrantes prisioneiros. • BOCA-DE-FORNO: Escolhe-se uma criança para ser o comandante ou o Mestre, que solicita ao resto dos participantes o cumprimento de uma missão. A brincadeira começa com o Mestre gritando: - Boca-de-forno! Todos respondem: Forno! - Tirando bolo! Todos respondem: Bolo! - O Senhor Rei mandou dizer que... e indica uma porção de idas e vindas a diversos locais, na busca de galhos de plantas, flores, vários objetos ou qualquer tipo de tarefa a ser cumprida. As crianças disparam todas e se movimentam para cumprir a missão. • TÁ PRONTO SEU LOBO: Uma criança é escolhida para ser o lobo e se esconde. As demais dão as mãos e vão caminhando e cantando: Vamos passear na floresta, enquanto o seu lobo não vem! Está pronto seu lobo? E o lobo responde durante muito tempo que está ocupado, fazendo uma tarefa de cada vez: tomando banho, vestindo a roupa, calçando os sapatos, penteando o cabelo e o que mais resolver inventar. A brincadeira continua até que o lobo fica pronto e, sem qualquer aviso, sai do esconderijo e corre atrás das outras crianças, tentando pegar os participantes desprevenidos. A primeira criança que for pega será o lobo na próxima vez. • CABRA-CEGA: Escolhe-se uma das crianças para ser a cabra-cega. Coloca-se um venda nos seus olhos, alguém faz com que ela dê vários giros e pede-se que ela tente tocar ou segurar alguma das outras crianças participantes. Quem ela conseguir tocar ou segurar primeiro, será a próxima cabra-cega. A norma tem que ser combinada antes, se é só tocar ou tem que agarrar. A brincadeira deve ser realizada em um espaço pequeno e livre, com poucos obstáculos para que não haja acidentes e machucados. 37 4.2 Brinquedos cantados: Os brinquedos cantados devem unir música, letra e movimentação. Segue algumas cantigas que podem ser utilizadas: • A canoa virou; • Capelinha de melão; • Cai, cai balão; • Escravos de Jó; • Cabeça, ombro, joelho e pé; • Atirei o pau no gato; Por exemplo, nesta penúltima cantiga citada, cuja letra é: Cabeça ombro joelho e pé, Joelho e pé. Joelho e pé Cabeça, ombro, joelho e pé, Olhos, boca e nariz Atchim! Poderemos além de trabalhar o esquema corporal, fazer à localização das diferentes partes do corpo, a coordenação motora, a orientação temporal (ritmo); também poderíamos explorar a função das diferentes partes do corpo, os órgãos dos sentidos. 38 4.3 Brincadeiras de roda Ciranda, cirandinha, Vamos todos cirandar! Vamos dar a meia volta, Volta e meia vamos dar! O anel que tu me deste Era vidro e se quebrou O amor que tu me tinhas Era pouco e se acabou Por isso dona... (fulana) Faz favor de entrar na roda, Diga um verso bem bonito, Diga adeus e vá-se embora! Nessa ultima estrofe, a criança vai ao centro da roda, diz um verso e volta para seu lugar. A brincadeira se repete enquanto houver interesse. A brincadeira de roda leva as crianças a mexerem com o corpo, a representarem as situações sugeridas pela letra. Podemos desenvolver as áreas afetivas, social, e a cognitiva, principalmente no que diz respeito à linguagem. Podemos trabalhar a linguagem escrita, a linguagem oral, aspectos gramaticais, como: aumentativo, diminutivo, grau normal, adjetivos etc. As crianças irão exercitar a linguagem oral ao recitar os versos quando solicitadas, e também a memorização. 39 CONCLUSÃO A Escola não é um local como outro qualquer; ela é uma instituição que tem como objetivo possibilitar ao educando a aquisição do conhecimento formal e o desenvolvimento dos processos do pensamento, é na escola que a criança aprende a forma de se relacionar com o próprio conhecimento. O brincar é uma atividade natural, presente na vida do homem desde os primórdios da humanidade. Brincar é, portanto algo muito antigo. Portanto, o brincar, como grande recurso para o professor da préescola deve ser parte integrante do planejamento, e não de todo o planejamento, visto que atividades de outras naturezas precisam estar presentes também. A utilização do brincar como recurso pedagógico tem de ser vista, primeiramente, com cautela e clareza. Brincar é uma atividade essencialmente lúdica; se deixar de sê-lo descaracterizar-se-á como jogo ou brincadeira, todavia não se pode restringir o brincar a esta função, uma vez que o brincar também promove conforme já vimos à constituição do próprio individuo. No tocante as relações entre brincar e desenvolvimento, ainda constatase uma imensa dificuldade, por parte de muitos graduandos e profissionais das mais diversas áreas, em compreender o brincar como processo constituinte do desenvolvimento humano. Ao fim desta pesquisa devemos pensar no brincar como um desafio na pré-escola em relação ao tempo livre, como possibilidade criativa, como instrumento de inserção em uma sociedade regrada, com a possibilidade de conviver com outros, de se colocar no lugar dos outros, de falar e de ouvir. Pois o brincar oferece-nos a possibilidade de que nos tornemos mais humanos, abrindo uma porta para sermos nós mesmos, para aprender, para crescer. O brincar surge como oportunidade para o resgate de nossos valores mais essenciais como seres humanos; como instrumento de desenvolvimento e ponte para aprendizagem. 40 Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) trouxeram uma importante contribuição para a consciência da importância de resgatar o brincar no cotidiano dos centros de educação infantil. É necessário coragem para assumir o brincar como primordial no trabalho junto as crianças de 0 a 6 anos. E chegamos à conclusão de que precisamos de coragem e amor para continuar neste caminho tão longo e prazeroso que é a educação infantil, respeitando e garantindo as nossas crianças o direito de brincar e de vivenciar o seu próprio desenvolvimento. 41 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ALMEIDA, Paulo Nunes de. “Educação lúdica: técnicas e jogos pedagógicos”. 5ª ed. São Paulo: Loyola, 1994. 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Criarte, 1996. 43 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I Reflexões teóricas acerca do brincar e sua importância 10 1.1 - O brincar segundo Donnald Winnicott 1.2 – O brincar segundo Piaget 13 14 1.3 - O brincar segundo Vygotsky 16 CAPITULO II A História cultural do brinquedo e do jogo 18 2.1- Classificações dos jogos segundo Piaget 21 CAPITULO III O papel do professor na educação lúdica 25 CAPITULO IV Vamos brincar 31 4.1- Alguns tipos de jogos e brincadeiras para a educação infantil. 33 4.2 - Brinquedos cantados 37 4.3-Brincadeiras de roda 38 CONCLUSÃO 39 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 41 ÍNDICE 43 44 FOLHA DE AVALIAÇÃO Nome da Instituição: Título da Monografia: Autor: Data da entrega: Avaliado por: Conceito: