A PEDIATRIA
- Experiência
da
autora
Heloísa Benevides Carvalho Chiattone,
destaca-se atuando no Serviço de
Pediatria no Hospital Brigadeiro – SP
Foi pioneira, normatizando o Projeto
Mãe-Participante,
Projeto
Mãe-Participante
- Historia da pediatria no Brasil
Os primeiros registros da psicologia em
hospitais encontrados no Brasil datam de 1954,
em São Paulo.
Mathilde Neder deu inicio a essa atividade
pioneira
a pioneira da Psicologia Hospitalar no Brasil na
década de 1950, no Instituto de Ortopedia do
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo (HCFMUSP)
Dittrich e Zendron (2001) Como a demanda foi apresentada
Comportamento das crianças
operadas
Curto prazo de tempo junto ao
paciente – adaptou técnica da
psicoterapia psicanalítica para
atendimentos de curto prazo
A criança doente e a morte:
- Antes do século XVIII e até o século XIX, a criança não
possui personalidade
- A partir da 2ª metade do século XIX a mãe idealizava a
criança morta, como um anjo ou santo.
- Na burguesia do século XIX, a morte da criança tornou-se a
menos tolerável de todas
as mortes.
- século XX, uma significativa mudança em relação às atitudes
perante a morte nas sociedades ocidentais , cada vez mais a
morte é banida do discurso cotidiano, é afastada, ocultada e
temida
-Efeitos da hospitalização
em crianças
Negação da doença, Revolta, Culpa e Sensação de
Punição, Ansiedade, Depressão, Projeção, Solidão,
Distúrbios Neuróticos, comportamento “Esquizoide”
Frustração de Sonhos e Projetos, Privação da
Realização, Regressão e Busca de Proteção,
Intolerância Emocional,
Negativismo
As manifestações de ansiedade
na criança gravemente doente e
hospitalizada são causadas por :
Temores, dúvidas,
sensação de culpa e punição,
alterações em auto-imagem
e auto-conceito , sentimento de
desvalia e fantasias
ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR:
É de extrema importancia que as crianças gravemente
doente ou estágio terminal possam participar de
atividades lúdicas nas enfermarias ou nos
ambulatórios
- O brincar, que é uma forma de autoterapia, pode
transformar essa atividade em instrumentos:
Preventivo – Diagnóstico – Prognóstico – Terapêutico,
Portanto deve-se incentivar essas atividades pois elas
trazem um fortalecimento de auto-estima e auto-conceito,
criando oportunidades para que a criança possa retomar
seu equilíbrio psíquico.
RECREAÇÃO TERAPÊUTICA
PEDIATRIA HOSPITAL BRIGADEIRO
- Alem do brincar o profissional pode se utilizar
de técnicas especificas incluídas em atividades
programadas para o hospital , para ajudar a
criança expressar seus sentimentos
Artes - Desenho livre - Expressões de
tendências inconscientes
- Pintura livre a dedo Expressões de
sentimentos, Calmante, Fluente, Desenhar e
apagar/ fracasso
- Recortes e colagens - Projeção,
internalização etc
Crianças internadas na Pediatria do Irmã Dulce comemoram
Páscoa com festa
Eventos no complexo hospitalar impactam positivamente
nos pacientes
A principal tarefa do profissional
- É apontar caminhos, oferecendo
condições de forma direta, sem invadir
– Sendo leve e delicado sem ser
passivo, aceitando a criança com
respeito e consideração.
A FAMILIA E A MORTE
DA CRIANÇA
Os pais e a família, são elementos altamente
representativos do desenvolvimento infantil, a
família é a unidade de representação básica da
criança.
A morte de um filho representam uma das
provações mais exigentes para a família
principalmente quando o sofrimento da criança
se prolonga
A EQUIPE DE SAÚDE E A MORTE DA
CRIANÇA
“A Impotência numa equipe de
saúde não é delito mas a
insensibilidade é inadmissível”
Orientações Gerais para as equipes de Saúde que
atuam com Crianças Gravemente Enfermas ou
Terminais.
- Trabalhar a relação com a própria vida e
principalmente refletir sobre a própria morte
- Repensar os objetivos e ideias profissionais e
pessoais
- Partilhar as dificuldades e angustias com colegas
- Estar alerta para limitações, não ultrapassando
limites emocionais
- Desenvolver atividades extratrabalho que propiciem
a liberação de tensões
- Considerar, sempre e acima de tudo, o paciente
- Atuar colocando-se “no lugar”
- Promover a esperança e estimular a
participação ativa no processo
- Proteger a dignidade do paciente e dos
familiares
- Como meta: escutar
-A equipe de saúde, deve garantir tanto a
criança que estar em fase terminal, quanto a
família, com sua presença e atenção com
objetivo de aliviar a dor e o sofrimento.
CASO CLÍNICO:
R.C., 11 anos, passou por um longo período de
tratamento até evoluir desfavoravelmente, tendo o
seu prognóstico fechado pela equipe de saúde.
Durante o período de tratamento, seus pais
separaram-se e seus irmãos tiveram que passar a
viver com os avós, em uma cidade do Interior, para
que sua mãe pudesse acompanhá-lo no hospital. Nos
últimos meses de tratamento, ela necessitou parar de
trabalhar na medida em que os cuidados e a atenção
para com R.C. aumentaram sobremaneira.
A criança, em várias situações, mostrava sua
intensa preocupação com a mãe: minha
mãe não pode vir no grupo com as outras
mães porque tem que trabalhar. Coitada!
Meu pai foi embora por causa da minha
doença e ela sozinha tem que cuidar de
todo mundo (...). Ele já brigavam antes de
eu ficar doente, mas quando eu comecei a
ficar no hospital, ele brigavam muito com
ela porque tinha ciúmes;
achava que ela não estava aqui cuidando de
mim...
Dois dias antes de falecer, ao chegar à
enfermaria pediátrica, a Psicóloga recebeu
um recado que deveria ir “muito rápido” à
sala de isolamento onde R.C. se encontrava,
já bastante debilitado. Atendendo
prontamente seu pedido, a Psicóloga
recebeu uma carta das mãos da criança:
São Paulo, 12 de abril de 1989
Tia,
Queria pedir uma coisa para você porque gosto
muito de você.
Cuida da minha mãe como você cuida de mim.
Conversa com ela coitada porque eu acho que ela
está muito triste. Ela fica chorando escondida no
banheiro e quando eu pergunto para ela porque
ela está chorando ela fala que está com dor de
cabeça mais eu sei que ela está chorando por
causa da minha doença e das saudades dos meus
irmãos que tiveram que ir para Bananal por causa
da minha doença.
Ela também fica chorando porque tem
que dormir na cadeira para ficar perto
de mim de noite olhando meu soro. Eu
queria que você cuidasse dela para ela
não ficar chorando.
Escrevi porque tenho vergonha de
falar disso e minha mãe pode escutar.
R.C.
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