Educação Visual e Tecnológica
ARGILA
A Cerâmica, é argila (barro) que cozida no forno
torna-se dura e pouco quebradiça os seus principais
elementos são a sílica e o alumínio.
Há milhares de anos já se faziam objectos de argila.
A Cerâmica é uma actividade que mantém inalterável,
até hoje os seus princípios fundamentais: obter a argila,
moldar, secar e cozer.
São inúmeros os tipos de argila existentes. Algumas
são usadas para confeccionar telhas, tijolos, vasos de
plantas etc.; outras para confeccionar pisos, azulejos,
objectos etc.; outras para a chamada louça branca usada
principalmente em banheiros - pias, vasos sanitários
etc.; e outras para a chamada cerâmica artística artesanal - objectos utilitários, objectos decorativos,
esculturas etc.
A argila existe em toda superfície terrestre. Alguns
tipos são encontrados a céu aberto e outros em minas
subterrâneas.
A argila quando retirada da natureza geralmente
contém corpos indesejáveis, impurezas e por isso
necessita ser trabalhada através de processos mecânicos e
químicos.
Jazida
Argila / Cerâmica
Propriedades da argila
PLASTICIDADE – A argila tem a
capacidade de adquirir e manter
diferentes formas ao ser trabalhada.
Mesmo depois de seca e antes de ser
cozida, pode ser novamente trabalhada se
lhe adicionarmos água.
RESISTÊNCIA – É a propriedade que
a peça tem de manter a forma dada após
secagem e de se tornar mais resistente
após a cozedura.
IMPERMEABILIDADE – Depois de
cozida e vidrada a peça deixa de absorver
líquidos.
SONORIDADE – Propriedade que a
argila tem de emitir sons, através de
pequenos batimentos, após a cozedura.
Características da Argila
São denominados barros magros os que partem com facilidade
quando trabalhados, e barros gordos os que possuem mais maleabilidade plasticidade.
A argila apresenta-se com cores variáveis , sendo a mais pura, bastante
clara, o caulino. Os restantes tipos de argila, os “barros”, apresentam-se com
várias cores: acinzentados, amarelados e avermelhados.
As peças de cerâmica também podem ser confeccionadas misturando duas ou
mais argilas desde que sejam compatíveis entre si. Entenda-se como compatíveis as
que encolhem do mesmo modo, e no mesmo tempo. Por terem as mesmas reacções
não racham, com facilidade, durante a secagem e a cozedura. A confecção de peças
com argilas de cores diferentes pode dar bons resultados estéticos.
Argila para ser trabalhada tem que estar
húmida, maleável. Se for acondicionada num
invólucro de plástico grosso, hermeticamente
fechado, a sua conservação dar-se-á por um
longo período de tempo.
Aberta a embalagem, a argila deverá ser
mantida envolta de um plástico e
armazenada em recipiente fechado e em
lugar fresco. Se isto não ocorrer o seu
endurecimento dar-se-á em pouco tempo,
dificultando o seu uso e manuseamento.
Caso a argila endureça ela pode
ser reciclada
sem que perca as suas
características originais. Para tal
deixa-se secar completamente e, em
seguida, coloca-se o material, partido
em pequenos pedaços, num
recipiente, cobrindo-o com água.
Após alguns dias, a massa
resultante, já completamente
amolecida, pode ser posta para secar
sobre uma placa de gesso ou de
madeira. No entanto precisa ser bem
amassada para ficar novamente
pronta para o uso.
A reciclagem de grandes
quantidades pode ser feita com um
equipamento chamado Maromba.
Trabalhar a argila/barro
O trabalho com argila requer que seja bem amassada, com as mãos, ou
mecanicamente, para compactar e eliminar todas as bolhas de ar existentes no seu
interior. As bolhas poderão fazer com que a peça expluda dentro do forno, durante a
cozedura, como também podem provocar rachaduras em peças que estejam a secar.
Pode-se também amassar o barro, atirando-o sobre uma superfície lisa repetidas vezes.
Não se deve esquecer que Bater o Barro é uma etapa da preparação que não pode deixar
de ser realizada.
Modelação : Técnica da Lastra
As maneiras mais usuais
de se fazer peças em cerâmica são:
A técnica da lastra; Rolo e Bola.
A técnica da lastra consiste em
espalhar, com um rolo, uma porção
de argila sobre uma superfície
lisa, compactando-a. Usam-se duas
réguas de madeira sobre as quais
movimenta-se o rolo com as mãos. As
réguas servem também para calibrar
a espessura da placa. Deve-se cobrir a
argila, com um tecido ou plástico,
para que não agarre no rolo.
Esta tarefa manual pode ser
efectuada mecanicamente,
equipamento que permite espremer a
argila através de dois rolos de
borracha traccionados por uma
manivela.
Com esta técnica de fazer placas de
barro pode-se construir a maioria das
peças cerâmicas.
Técnica do Rolo
São feitas tiras de argila, que
são enroladas com as mãos sobre
uma superfície lisa até que se
tornem cilíndricas.
Pode-se também produzi-las
usando uma extrusora
(equipamento que comprime o
barro num tubo dando a forma que
se quer na saída.)
Com os rolinhos juntos entre
si, sobrepostas e trabalhadas, podese obter todas as formas que se
queira, de acordo com a habilidade
e técnica de cada um.
Técnica da Bola
Faz-se uma bola com argila
e com o polegar faz-se um
orifício. Vai rodando o polegar e o
indicador, alargando o orifício.
Continua a estender a
argila para cima e para fora.
Mantém esta operação até obteres
a forma desejada.
Este técnica aplica-se à
elaboração de peças côncavas.
Oleiro
É quem trabalha no torno, na roda
e fabrica peças torneadas.
A roda de oleiro foi inventada na Mesopotâmia
no final do quarto milénio A C. Actualmente há no
mercado inúmeros modelos de tornos, de variados
tamanhos. A maioria são movidos por motor
eléctrico. No passado eram todas as rodas
movimentadas com os pés e ajudadas com as mãos,
caso necessário. Hoje em dia ainda existem regiões,
bastante raras, que ainda usam este método
tradicional.
A actividade de um oleiro requer muita dedicação e
prática. A tarefa de um oleiro é dar forma a uma
porção de barro com as mãos e umas poucas
ferramentas. A argila é colocada no centro de um
prato giratório e com os dedos posicionados,
externa e internamente, levantam-se as paredes da
peça na forma e altura desejada. Simples é
descrever o processo mas só quem é bastante
habilidoso e dedicado é que consegue executar
eficientemente o trabalho
Teques – Ferramentas de acabamentos
Ferramentas da Roda de Oleiro
Técnicas de acabamento / Decoração
Numa peça acabada de modelar, podemos aplicar
algumas técnicas de decoração, que funcionam como
um prolongamento da própria modelação.
Incisões
Consiste em “riscar” ,
Marcações
mais ou menos
É o uso de pequenos
profundamente, as
carimbos. Podes
paredes da peça com um
utilizar um
objecto pontiagudo.
Aplicações
alargado número de
Consiste na aplicação
soluções: pregos,
de pequenos relevos parafusos, botões etc..
nas paredes de peça
ainda húmida. Estes
relevos devem ser
feitos à parte,
aplicando-se depois a
peça.
Polimento
Tem por objectivo
obter uma
superfície mais lisa
e brilhante.
Quando a peça
estiver
convenientemente
seca, podes poli-la
com um seixo, por
exemplo.
Secagem das peças
As peças de cerâmica, depois de prontas, devem ser colocadas para secar em local
ventilado sem a incidência directa dos raios solares, para que não empenem nem rachem.
É conveniente escolher um local sem corrente de ar para que as partes mais expostas não
sequem mais rapidamente do que as menos expostas.
O processo de secagem deve ser o mais lento possível, inclusive com as peças moldadas
com barro magro.
Não é recomendável colocar peso em cima de uma placa para evitar empeno. Isto porque a
água contida no barro acaba saindo pelas arestas laterais que secam primeiro, podendo
provocar rachaduras.
Para retardar a secagem de uma peça, deve-se envolvê-la em saco plástico, jornal ou pano
húmido e colocá-la em lugar protegido para que a humidade se conserve por mais
tempo. Este artifício costuma ser aplicado quando o término da confecção de uma peça,
por quaisquer razões, tem que ser adiado para outra oportunidade.
enfornamento
O enfornamento é a arrumação
cuidadosa das peças dentro do forno
(mufla), pelo que deves ter em conta os
seguintes aspectos:
- as peças têm de estar bem secas antes
de entrarem no forno;
- numa primeira cozedura, as peças
não podem estar em contacto umas com as
outras;
- as peças não devem ficar encostadas
às resistências do interior do forno, nem ao
tecto do mesmo, com risco de rebentarem, ao
receberem calor excessivo.
- no processo de enfornamento de peças
com vidrado, estas não podem de igual modo,
estar em contacto com outras, ou com o
interior do forno. A temperatura de vidragem
é, normalmente, de 1000ºc, dependendo, no
entanto, da qualidade do vidrado.
Cozedura
Dá-se nome de chacotagem à primeira
cozedura da peça, à qual não se aplica
nenhum tipo de revestimento. È durante esta
primeira cozedura que a água que não se
libertou durante o período de secagem é
eliminada. O grau varia em função da pasta –
no barro comum atinge, geralmente, os 800ºC;
esta temperatura deve ser atingida
gradualmente. Posteriormente, pode-se proceder
a nova cozedura, no caso de ser trabalhado o
revestimento da peça, aplicando vidrado, por
exemplo.
Vidrado
A aplicação do vidrado napeça ocorre de vários modos:
- Por imersão (segurando a peça com uma pinça ou com a própria mão e
imergindo-a em um recipiente contendo esmalte);
- Por "derramado" (derramando o esmalte sobre a peça);
- Por pulverização (aplicando o esmalte com uma pistola de pintura
accionada por um compressor de ar); ou utilizando pincéis, esponjas etc.
IMERSÃO
DERRAME
PULVERIZAÇÃO
GLOSSÁRIO
Barbotina - É a argila misturada com água em estado pastoso. Usa-se para
unir pedaços de argila, juntar duas placas, colocar alças, bicos ou aplicar
decoração etc.
Engobe - É a argila em estado mais líquido que a barbotina acrescida de outros
materiais - óxidos corantes ou pigmentos. Sua aplicação visa obter efeitos
decorativos nas peças, no que se refere à tonalidade de cores.
Jazida – local de extracção do barro.
FIM
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argila - Ensinar EVT