DOENÇA DE
CHOHN
INTRODUÇÃO:
Doença inflamatória intestinal;
 Atinge igualmente ambos os sexos;
 Distribuição de faixa etária bimodal (1525 anos; e 55-60 anos); Porém,
predominante em adultos jovens.
 Predisposição genética + Fatores
ambientais;

 Parentes de primeiro grau acometidos pela
doença;
 Tabagismo;

Doenças Inflamatórias Intestinais (DII):
 Doença de Crohn
 Retocolite Ulcerativa

DII caracterizam-se por inflamação intestinal
de caráter crônico e recidivante, em que uma
resposta inflamatória INESPECÍFICA (resulta
da interação de fatores imunológicos,
genéticos e ambientais).
Evento inespecífico (infecção ?) “GATILHO”
Flora microbiana intestinal + Fatores
ambientais
Indivíduos com predisposição ge´nética
Resposta Imune e inflamatória DESREGULADA
DOENÇA
CARACATERÍSTICAS
COLITE ULCERATIVA
Difusa; Contínua; Distal
QUADRO CLÍNICO:
DISTRIBUIÇÃO
DOENÇA DE CROHN
Segmentar; Descontínua
INFLAMAÇÃO
RETO
Mucosa e submucosa
Geralmente acometido
Transmural
Reto normalmente
poupado
ÍLEO TERMINAL
ESTENOSE
ÚLCERAS
Envolvido em 10%
Raras
Extensas
Envolvido em 30%
Comuns
Aftóides e lineares;
Fissuras
MUCOSA
Granulosidade
Aspecto em
“Paralelepípedo”
SEROSA
Normal
Inflamada; Aderências
VASCULARIZAÇÃO
PSEUDOPÓLIPOS
FÍSTULAS
PERFURAÇÃO MEGACÓLON
TÓXICO
DOENÇA ANAL
Intensa; Sangrante
Mais comuns
Raras
Rara
Pouco pronunciada
Podem ocorrer
Presente em até 10%
Muito rara
Pouco comum
Comum
QUADRO CLÍNICO:
SINTOMAS  LOCAL ACOMETIDO



Inflamação transmural em qualquer parte do trato digestivo,
apresentando períodos de exacerbações e remissões, muitas vezes
acompanhados de manifestações extra-intestinais.
Os segmentos mais atingidos são o intestino delgado (27%), o
delgado e o cólon (30%), o cólon (40%), o estômago e o duodeno
(5%) e a região perianal isolada (3%).
Intestino delgado é acometido em cerca de 80% dos casos. Colite em
15-20%.
QUADRO CLÍNICO:
MANIFESTAÇÕES INTESTINAIS:
 COMUNS:

 Dor abdominal, distensão abdominal, dor em fossa
ilíaca direita e baixo ventre, abdome agudo,
diarréia crônica(mucorréia), massa abdominal
palpável e lesões perianais.
 Fezes com sangue (é mais comum na RCUI, porém,
também ocorre na DC).
 A forma perianal pode se manifestar por fístulas,
abscessos, fissuras, úlceras e plicomas. Podem
aparecer em qualquer fase da doença e estão mais
associadas à doença colônica.
QUADRO CLÍNICO:

Sintomas extra intestinais:
 Febre de origem indeterminada;
 Sinais de desnutrição (anemia; hipoalbuminemia)
 Perda de peso
 Trato digestivo superior: Esôfago (raro): disfagia,
odinofagia, pirose,dor torácica. Estômago: naúseas,
vômitos, úlceras aftóides. Fístulas
esofagobrônquicas ou gastrocólicas. Pode haver
espessamento de pregas, calceteamento, úlceras,
estenoses e fístulas.
QUADRO CLÍNICO:

A Desnutrição na doença inflamatória ocorre
por:
 Ingestão oral inadequada (Devido aos sintomas e
eventualmente, efeitos dos medicamentos);
 Má absorção;
 Aumento das perdas intestinais;
 Aumento das necessidades calóricas;
Quadro clínico

Manifestações extra-intestinais:
 ARTICULARES: artrite, sacroileíte, espondilite





anquilosante.
HEPATOBILIARES: Pericolangite, colangite esclerosante,
dilatação sinusoidal, abscesso hepático, infiltração
gordurosa, cirrose, colelitíase.
DERMATOLÓGICAS: Eritema nodoso, pioderma
gangrenoso, vasculites.
UROLÓGICAS: Metabólicas (cálculos, amiloidose) e
inflamatória (abscesso retroperineal, fibrose, obstrução
ureteral).
OFTALMOLÓGICAS: Conjuntivite, uveíte, episclerite,
celulite orbitária.
OUTRAS: Alterações de mucosa, tromboembólicas,
hematológicas, neurológicas, cardiológicas e amiloidose.
Erythema nodosum on the legs of a
woman with Crohn's disease.
Pyoderma gangrenosum in Crohn's
disease.
COMPLICAÇÕES:
Estenoses  Quadros de suboclusão;
 Fístulas
 Colite fulminante (uma das complicações mais
graves)
 Maior risco (20 vezes maior) de desenvolver
câncer de intestino delgado e colorretal

DIAGNÓSTICO:
Laboratoriais:
- Anemia, hipoalbuminemia, redução de
eletrólitos (Na,K, Cl), cálcio, magnésio, ferro,
zinco e lipídios.

 *Anti-Saccharomyces cerevisiae antibodies (ASCA)
– Crohn
 *Proteína C reativa (e os marcadores de atividade
inflamatória) – Crohn e atividade da doença
Marcadores sorológicos nas DII
Marca pANCA ASCA
dor +
Pept. 12 Omp-C
RCUI
Rara/
10%
-
70%
54%
55%
30-83%
Crohn 15%
DIAGNÓSTICO:
Dados clínicos;
 (?)RX Simples de abdome (em fase aguda); Rx
contrastado (complicações)
 (?)Exame de duplo contraste do cólon
 Colonoscopia com biópsia

 (“Padrão em pedra de calçamento”);
Endoscopia;
 USG (se suspeita de abscesso);
 Tomografia computadorizada

 “Gordura em trepadeira”: Gordura mesentérica
enrola-se ao redor da superfície intestinal
DIAGNÓSTICO:

Histopatológico:
 Envolvimento bem delimitado e tipicamente
transmural do intestino por um processo
inflamatório;
 Presença de granulomas não caseosos;
○ Granuloma não caseoso patognomônico= 40 a 50%
dos casos
 Formação de fissuras e fístulas;
TRATAMENTO CLÍNICO
Não há cura definitiva para doença de Crohn.
 AMINISSALICILATOS E DERIVADOS
 GLICOCORTICÓIDES
 IMUNOSSUPRESSORES
 TERAPIA NUTRICIONAL
 ANTIMETABÓLITOS

AMINISSALICILATOS E DERIVADOS

Sulfassalazina (sulfapiridina e ácido-5aminossalicílico [5-ASA]): inibidor da
cicloxigenase, logo, da produção de
prostaglandinas.

DOSE: 2-4 g por dia
 ASA-5  *Pouco absorvido no intestino delgado
 Ineficaz na DC do intestino delgado, mas benéfica na
forma colônica.
 Efeitos colaterais dose-dependentes (cefaléia, naúseas,
vômitos) e reações de hipersensibilidade.
AMINISSALICILATOS E DERIVADOS: ASA-5

Preparações farmacêuticas do ASA-5:
 Evitam os efeitos adversos da sulfapiridina; Garante
maior concentração ao nível das lesões e maior
atividade terapêutica. Têm maior custo financeiro.
 Representantes: Olsalazina (DIPENTUN); Mesalazina
(ASACOL; PENTASA; ASALITE; ROWASA)
GLICOCORTICÓIDES
Prednisona e 6-metilprednisolona)
 Induz a remissão dos sintomas em alta
porcentagem dos pacientes em 12 a 16
semanas.

 DOSE: Inicia-se com 40 a 60mg/dia de prednisona,
reduzindo-se a 5mg por semana quando houver
resposta terapêutica favorável.
 DOSE: Em colites graves, hidrocortisona,IV, 100mg
3x ao dia ou prednisolona, IV, 30mg 12/12 hrs.
Budesonida (9mg/dia) e beclometasona: Maior
atividade tópica e pouca atividade sistêmica.
 ***Efeitos colaterais.

IMUNOSSUPRESSORES
*Azatioprina (50mg/dia);
 Metotrexato (25mg/semana,IM, por 6
semanas, reduzindo para 10-15mg/semana na
manutenção);
 6-mercaptopurina;
 Ciclosporina;

ANTIBIÓTICO
Metronidazol
 Ciprofloxacina

ANTICORPOS MONOCLONAIS ANTITNF-α
Remicade ® - infliximab
 Década 1990
 Agem inibindo apenas um componente da
cascata inflamatória;
 Importante principalmente em pacientes nãoresponsivos a corticóides e com doenças
fistulizantes.
 Doses triplas de 5mg/Kg, IV.
 15-35%-Ausência de respostas
 Em até 60%- Reações adversas.

TERAPIA NUTRICIONAL

OBJETIVOS
Manter e/ou recuperar as condições
nutricionais
 Obter eventual remissão da atividade da
doença
 Reduzir as indicações cirúrgicas e as
complicações operatórias

TERAPIA NUTRICIONAL

Para alcançar os objetivos a TN deve:
Fornecer calorias
 Despertar pouco estímulo antigênico
 Ter um efeito trófico sobre a mucosa
 Modular processos inflamatórios e
imunológicos

TERAPIA NUTRICIONAL

INDICAÇÕES

Exacerbações graves, agudas e repetidas

Processo pré-operatório de pacientes
desnutridos, com fístulas digestivas,
síndrome do intestino curto e retardo de
crescimento
CONTRA-INDICAÇÃO DA VIA
ENTERAL

Hemorragia maciça

Perfuração ou obstrução intestinal

Fístula da alto débito

Megacólon tóxico

Síndrome do intestino curto, em alguns casos
NUTRIÇÃO ENTERAL

A NE reduz a atividade da DC por meio de:

Correção de deficiências nutricionais

Eliminação de antígenos dietéticos

Alteração da flora intestinal

Diminuição de mediadores inflamatórios

Provisão de nutrientes específicos
TRATAMENTO CIRÚRGICO
INDICAÇÕES DE TRATAMENTO CIRÚRGICO NAS DII
•Intratabilidade Clínica
•Suboclusão
•Fístulas
•Retardo de crescimento
•Doença perianal
•Manifestações extra-intestinais (pioderma gangrenoso)
•Risco ou associação com câncer
•Hemorragia
•Obstrução aguda
•Peritonite
•Ileíte aguda
•Megacólon tóxico
PREPARO PRÉ-OPERATÓRIO
Preparo mecânico do cólon – manitol,
polietileno glicol, picossulfato sódico
(cuidados: estenose ou fístula)
 Administração de ATB (gram negativos e
anaeróbios)
 Informar sobre possibilidade de estomia
definitiva, dos riscos e possíveis
resultados do tto cx

TÉCNICAS OPERATÓRIAS E RESULTADOS

Como a recidiva da doença é praticamente
inevitável, a ressecção deve preservar o
máximo da extensão intestinal. Além
disso, a incidência da recidiva não
depende da doença residual microscópica
nas margens da ressecção
TÉCNICAS OPERATÓRIAS E RESULTADOS
Na fase crônica deve-se levar em
consideração:
 Idade
 Condições nutricionais
 Integridade da musculatura esfincteriana
 Presença de doença retal
 Experiência do cirurgião

TÉCNICAS OPERATÓRIAS E RESULTADOS

Na fase aguda:

A meta da cx é salvar o paciente

A demora pode aumentar a morbidade
cirúrgica
TÉCNICAS OPERATÓRIAS E RESULTADOS

Princípios Básicos:
Realizar incisão mediana
 Reconhecer a extensão da doença
 Proceder ressecções econômicas
 Evitar anastomoses na presença de
contaminação cavitária

DOENÇA ILEAL ou ILEOCECAL
Os quadros obstrutivos são geralmente
parciais e cedem com tto conservador, a não
ser quando há fibrose extensa, abscesso e
fístula
 A ressecção ileal interfere com a absorção de
vitamina B12 e dos sais biliares, podendo
determinar alterações funcionais,
desenvolvimento de litíase biliar e cálculos
renais de oxalato.
 Desnutrição grave pode ocorrer quando é
excisado mais que 75% do intestino delgado

JEJUNOILEÍTE
É uma forma grave e relativamente rara
da DC que afeta segmentos longos e/ou
múltiplos do intestino delgado, na maioria
das vezes com estenoses curtas.
 Queixas: obstrução intestinal crônica com
anorexia, perda de peso e desnutrição
 Contra-indicações da cirurgia: perfuração
intestinal, fístulas e abscessos

JEJUNOILEÍTE – Técnica de HeinekeMikulicz
•Usada para estenoses menores que 7 cm
•Abertura longitudinal do intestino na borda antimesentérica
•Fechamento no sentido transverso – aumentar a luz intestinal e
corrigir a estenose
JEJUNOILEÍTE – Técnica de Finney
•Usada para estenoses entre 7 e 15 cm
•Arquear o segmento afetado em forma de U
•Seu uso não é indicado para longos segmentos – dificuldade de
dobrar o intestino sobre si mesmo
DOENÇA COLÔNICA
Quando o reto é poupado: Colectomia
total com ileorreto anastomose
 Na presença de sepse perianal ou quando
o cirurgião não está certo da viabilidade
do reto: Colectomia subtotal e ileostomia,
postergando a ressecção definitiva do reto
 Acometimento perianal importante:
proctocolectomia total com ileostomia
definitiva

TRATAMENTO CIRÚRGICO DE
EMERGÊNCIA
Megacólon tóxico: a inflamação
transmural resulta em paralisia da
musculatura lisa do cólon, que se dilata e
perde as contrações propulsivas. A
peritonite permite a absorção de toxinas,
desencadeando quadro séptico (febre,
taquicardia, leucocitose e choque)
 Colectomia subtotal com ileostomia e
sepultamento do reto remanescente

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

COELHO, Julio Cezar U. Aparelho digestivo: clinica e cirurgia. 3º
Ed. São Paulo: Atheneu, 2005.

HTTP://WWW.MISODOR.COM/DOENCA%20DE%20CROHN.PHP

GOLDMAN, L. & AUSIELLO, D. CECIL - Tratado de Medicina Interna.
23. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.

Protocolo Clinico e Diretrizes Terapêuticas: Doença de Crohn.
Portaria SAS/MS nº 858, 04 de novembro de 2002. Disponível em
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/crohn_pcdt.pdf

Robbins & Cotran Patologia Bases Patológicas das Doenças 8°
Edição. Capítulo: Doenças gastrointestinais (Doenças inflamatórias
intestinais).
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ANA LETICIA MYLLA OLESKO BRUNA BATISTA RAVAZZI