Dados, Indicadores e Sistemas
de Informações
Zilda Pereira da Silva
2014
A estrutura
demográfica
da população
mudou?
Qual a
cobertura de
coleta de
esgoto
sanitário?
Qual o nível de
escolaridade
da população?
Quantas
crianças foram
vacinadas
contra a
poliomielite?
Quais as
principais
causas de
morte entre os
jovens?
Os casos de
tuberculose, no
município, estão
aumentando ou
diminuindo?
Qual a
proporção de
recémnascidos com
baixo peso?
A política de
saúde está
adequada às
transformações
demográficas da
população?
O nível de
escolaridade
da população
aumentou?
O aumento da
cobertura do
esgotamento
sanitário teve
impacto na redução
dos casos de
diarreia?
O programa Azul
teve impacto no
aumento da
empregabilidade
dos jovens?
As condições de
vida da população
continuam as
mesmas de 10
anos atrás?
Será necessário
aumentar a
oferta de leitos
de UTI
neonatal?
Informações



As informações podem atuar como um
meio para diminuir o grau de incerteza
sobre determinada situação, apoiando o
processo de tomada de decisão.
O processo de gestão no setor público
demanda a produção de informações que
possam apoiar um contínuo conhecer,
decidir, agir, avaliar e novamente decidir.
Os dados são a base para geração de
informações.
Dado e informação
O conceito corrente de dado é expresso como
sendo um valor quantitativo não trabalhado,
isto é, sem ter sido submetido a algum tipo de
tratamento matemático ou estatístico que irá
agregar valor ao seu significado.
Por exemplo:
Enumeração das mortes por diarreia em menores de
1 ano de idade, em dado local e ano.
Este dado, inicialmente, irá fornecer o número absoluto de
indivíduos com menos de 1 ano de idade que morreram por
esta causa de morte, expressando que esta doença tem
potencial de levar indivíduos à morte. Entretanto, esta medida
é insuficiente para expressar sua magnitude .
Dado e informação
 Para melhor conhecer a importância dos óbitos por
diarreia em menores de 1 ano, é necessário saber
qual é a participação relativa desses óbitos no
conjunto de óbitos ocorridos neste grupo de idade, da
localidade em estudo, através do cálculo da
mortalidade proporcional (%).
 Este procedimento/tratamento matemático de
relacionar o número de óbitos por diarreia com o total
de óbitos deste grupo etário agrega valor para o
conhecimento deste agravo.
 Este tratamento do dado trouxe significados
adicionais importantes para sua compreensão, e
transformou o dado em informação.
Dado e informação
 Este
procedimento
produziu
o
indicador
mortalidade proporcional por diarreia em menores
de 1 ano.
 Para complementar a interpretação desta
informação, é possível realizar mais uma etapa
para melhorar sua compreensão, que é recorrer a
comparação deste dado trabalhado ou informação
com dados de outras localidades ou de anos
anteriores, ou seja, o emprego de parâmetros
para sua interpretação.
Relação de óbitos, segundo idade
e causa, Localidade A, 2005
Indivíduo
Causa de Morte
Idade
(em meses)
1
2
3
4
5
6
7
8
...
septicemia
diarreia
diarreia
pneumonia
diarreia
acidente
pneumonia
diarreia
...
2
3
80
11
5
24
10
11
...
300
diarreia
5
= 6 óbitos por diarréia em < 5 anos
80 óbitos < 5 anos
= (6/80)*100 = 7,5%
Brasil = 4,1%
Estrutura dos dados
Numa pesquisa científica ou nas práticas dela
derivadas, a estrutura do dado em geral
compreende pelo menos três elementos:
 unidade de análise (o que se pretende
descrever, classificar, contar ou medir)
- individuado ou individualizado
- agregado
 variável
 valor ou quantidade
Fonte dos dados
São de interesse da área de saúde todos os
dados que direta ou indiretamente contribuam
para revelar o quadro sanitário da população,
possibilitando o entendimento dos processos
saúde-doença-cuidado. Eles podem ser
classificados em:
Dados primários: são aqueles coletados
especificamente para os objetivos do estudo
Dados
secundários: são aqueles já existentes e
reutilizados com outro propósito
Classificação das Fontes de Dados

Rotineira (contínua ou permanente):


Periódica:


arquivos de prontuários médicos,
notificações de doenças, atestados de
óbitos
pesquisas anuais do IBGE
Ocasional:

Investigação de determinada morbidade
em área rural
Fontes de dados para investigação de
um tema

Estatísticas rotineiras

Levantamento em arquivos

Inquéritos institucionais (serviços)

Inquéritos domiciliares
Indicador
•É uma medida em geral quantitativa dotada de significado
substantivo, usado para substituir, quantificar ou
operacionalizar um conceito abstrato, de interesse teórico
(para pesquisa acadêmica) ou programático (para formulação
de políticas)
•É uma tentativa de estabelecer medidas por meio de
relações, portanto de expressões numéricas como forma de
aproximação da realidade de um dado fenômeno, fato, evento
ou condição.
•Indicador social é um recurso metodológico, empiricamente
referido, que informa sobre um aspecto da realidade ou sobre
mudanças que estão se processando na mesma (Jannuzzi,
2006)
Indicador
•Pesquisa acadêmica
Modelo explicativo a teoria
fenômenos
evidência empírica dos
•Perspectiva programática
Instrumento operacional para monitoramento da realidade, para fins
de formulação e reformulação de políticas públicas
Exemplos: ....
Indicador
• As estatísticas públicas são a matéria-prima para a construção do
indicadores sociais
•Os indicadores podem se referir à totalidade da população ou a
grupos sociodemográficos específicos
•São expressos como taxas, proporções, médias, índices, distribuição
pro classes e também por número absolutos
•A qualidade de um indicador depende das propriedades dos
componentes utilizados em sua formulação (frequência de casos,
tamanho da população) e da precisão dos sistemas de informação
empregados (registro, coleta, transmissão dos dados).
São atributos de um indicador
• Integridade ou completitude - dados
completos para todos os eventos
• Consistência interna - valores coerentes e
não contraditórios ou conflitantes
• Mensurabilidade - basear-se em dados
disponíveis ou fáceis de conseguir
• Relevância - responder a prioridades
• Custo-efetividade - os resultados justificam o
investimento de tempo e recursos.
O grau de excelência de um
indicador deve ser definido por sua
- Validade - capacidade de medir o que se
pretende - precisão da medida
-Confiabilidade - reproduzir os mesmos resultados
quando aplicado em condições similares.
A validade de um indicador é expressa por sua:
- Sensibilidade - capacidade de detectar o
fenômeno analisado
- Especificidade - capacidade de detectar somente
o fenômeno analisado.
Critérios de classificação dos
indicadores





Área temática (demografia, saúde,
educação, etc.)
Objetivos ou subjetivos
Simples ou compostos
Globais ou específicos
Insumo/processo/produto
Sistemas de Informação
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Leste
Oeste
Norte
1°
Trim
3°
Trim
Sistemas de Informação em Saúde



Propiciam a geração de indicadores
para subsidiar o planejamento,
gestão, monitoramento e avaliação
de políticas e ações de saúde
Cada sistema apresenta limitações e
potenciais
Cobertura e qualidade  apresentam
variação por sistema e região do país
Sistemas de Informações - Etapas
O conhecimento dos passos de cada
uma das etapas de um Sistema de
Informações pode garantir a
fidedignidade das bases de dados e sua
plena utilização.
Etapas:



Coleta de dados
Processamento dos dados
Produção e disseminação da informação
Figura 1 – Etapas e componentes do Sistema de Informação
Ref.Bib.: Troccoli TF. Sistemas de Informação. In Ibañez N, Elias PEM, Seixas PHD. Política e Gestão
Pública em Saúde. São Paulo: Hucitec Editora: Cealag, 2011.
Sistemas de Informações



Sistema: conjunto de partes que se
articulam para uma finalidade comum
Sistema de informações: conjunto de
elementos ligados à captação/coleta,
processamento e disseminação de dados
É um sistema que fornece informações
de suporte para o processo decisório em
cada nível de uma organização
Sistemas de Informação em Saúde no
Brasil

O crescimento da difusão da tecnologia da
informática possibilitou o acesso ágil a bases de
dados com informações variadas e desagregadas
sobre saúde:

Informações epidemiológicas (óbitos, nascidos vivos,
doenças de notificação compulsória)

Informações assistenciais (internações, consultas,
exames, tratamentos)

Informações para monitoramento de programas
específicos (PSF, PNI, Hiperdia)

Informações de cadastro (estabelecimentos, cartãoSUS, etc.)
Sistemas de Informação em Saúde no
Brasil
SINASC
SIM
SIOPS
SINAN
SIVAT
SIVISA
SIH-SUS
SIRH
CNES
SIVEP-DDA
SISMAL
S I A-SUS
e outros ...
SI-PNI
SISVAN
Siab
Sistemas de Informações em Saúde




Contexto institucional e legal dos sistemas
de saúde  SUS
Sistema de informação  reflete estrutura
organizacional
Três níveis do sistema: municipal, estadual e
nacional
Informações produzidas a nível local, sobre um
território determinado, devem convergir para um
sistema regional e nacional de informações em
saúde
Revisão
Medidas
1- Número absoluto : Mede a ocorrência de
eventos
Número de casos de AIDS* em alguns estados e Brasil, 2006.
Estados
Nº Casos
Brasil
32.628
Piauí
221
Ceará
768
Amazonas
553
São Paulo
8.556
Rio de Janeiro
4.691
Rio Grande do Sul
3.485
Fonte: SVS
N.º DE CASOS CONFIRMADOS DA NOVA INFLUENZA
A(H1N1), NAS AMÉRICAS. 07/08/2009
Indicador
Países afetados
Total
35
Casos confirmados
102.905
Óbitos confirmados
1.274
Total de
casos:
Fonte: OPAS - http://www.paho.org/
2- Medidas relativas: fornecem informações
mais detalhadas sobre a ocorrência de
eventos
2- Medidas relativas
2.1 Razão
• é o resultado da divisão de uma
quantidade por outra, não necessariamente
relacionada, em um dado período de tempo.
• a / b representa quantas vezes o
fenômeno constante no numerador (a) da
fração ocorre em relação ao existente no
denominador (b) da fração.
Ex: Razão de sexos Estado de São Paulo, 2007
a
nº homens
19.882.309
b
nº mulheres
20.771.427
nº de homens
93.211.072
a
X
100
= nº de
= 96.124.115 = 95,7*
b
mulheres
*por 100 mulheres
2.1.1 Proporção :
• é uma razão em que o numerador está contido no
denominador
• Mede a participação relativa de uma parte em
relação ao todo ou frequência relativa de uma
parte em relação ao conjunto.
a
b
a
a+b
Mortalidade proporcional por doenças infecciosas,
Estado de São Paulo 2007
a
a+b
=
nº óbitos D.
Infecciosa
total óbitos
9.915
= 4,05 %
X 100
244.653
Distribuição por faixa etária entre casos de SRAG
com influenza. Brasil, até SE 31/2009.
Fonte: Sinan / SVS / MS
Proporção de casos de aids em homens com 13 anos de
idade ou mais, segundo categoria de exposição e ano
de diagnóstico. Brasil, 1982-2007*
Fonte: MS/SVS/PN-DST/AIDS
Casos notificados no SINAN até 30/06/2008.
* Dados preliminares para os últimos 5 anos
2.1.3 Taxa ou coeficiente
Mede a intensidade ou velocidade de mudanças
instantâneas de estado em processos dinâmicos
Vivo
morto
Sadio
doente
Taxa de mortalidade geral
Em determinado local e
ano
nº de óbitos
população
½ período
X 1000
Taxa de mortalidade específicas
• por idade
nº de óbitos grupo etário
X 10.000 ou
½
período
pop. grupo etário
100.000
• por causa de morte
nº de óbitos p/ det. Causa grupo idade
X 10.000
pop. grupo etário
½ período
Exemplo:
Taxa de mortalidade geral para Estado de São
Paulo em 2010
Número de óbitos do ESP em 2010 = 264.951
População do ESP em 1º de julho de 2010 = 41.262.199
Taxa = nº de óbitos
pop. ½ período
=
264.951
41.262.199
=
X 1000
6,37 por 1000
hab.
Coeficiente de mortalidade
Taxa de mortalidade por aids (por 100.000 hab.), segundo
região de residência por ano de óbito. Brasil,1996-2007*
16
14
Brasil
6,0 (2006)
12
10
8
6
4
2
0
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
Ano do óbito
Brasil
Norte
Nordeste
Sudeste
FONTE: MS/SVS/DASIS/Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM
POPULAÇÃO: MS/SVS/DATASUS em www.datasus.gov.br/ informações em saúde/ demográficas
e socioeconômicas acessado em 04/11/2008.
* Dados preliminares para 2007
Sul
Centro-Oeste
Taxa de Mortalidade* segundo sexo e faixa etária, Brasil, 2005
Faixa Etária
Masculino
Feminino
Total
1.622,92
1.303,27
1.466,03
1 a 4 anos
64,44
56,27
60,71
5 a 9 anos
30,08
23,12
26,65
10 a 14 anos
37,81
23,98
30,98
15 a 19 anos
152,70
41,27
97,26
20 a 29 anos
259,57
65,76
161,78
30 a 39 anos
315,72
115,55
213,08
40 a 49 anos
585,22
280,55
428,20
50 a 59 anos
1.198,73
642,14
909,41
60 a 69 anos
2.340,85
1.385,70
1.828,53
70 a 79 anos
5.138,29
3.472,59
4.212,53
12.518,74
10.861,03
11.521,77
639,11
452,89
544,57
Menor 1 ano
80 anos e mais
Total
Fonte: DATASUS
* Por 100.000 hab
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1247559-guerra-entre-eua-e-al-qaeda-leva-terror-a-joao-pessoa.shtml
Taxa de mortalidade infantil
nº de óbitos menores de 1 ano
nº de nascidos vivos
X 1000
nº de óbitos menores de um ano no ESP 2010 = 7.163
nº de Nascidos Vivos (NV) ESP 2010 = 601.352
7.163
X 1000 = 11,9 %o NV
601.352
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