GRAVIDEZ NA
ADOLESCÊNCIA
Introdução
Os números sobre gravidez na adolescência
aumentam a cada dia, trazendo um grande
problema a sociedade, que supõe, nos jovens de
hoje, um alto grau de informações sobre
assuntos relacionados ao sexo.
Infelizmente estas informações nem sempre são
assimiladas e a gravidez precoce e indesejada
torna-se um grande problema para adolescentes
de todos os níveis sociais, embora afete em
maior grau, as camadas de baixa renda.
Principais causas da ocorrência
de uma gravidez prematura.
• Falta de informações sobre métodos
anticoncepcionais e preservativos,
principalmente em classes de baixa renda,
onde a escolaridade é muito baixa.
• O desejo dos adolescentes de não assumir
diante seus pais uma vida sexual ativa faz
com que as meninas não usem nenhum tipo
de contraceptivo ou use algum método
ineficaz.
• O uso de drogas e bebidas alcóolicas afeta
os efeitos dos contraceptivos, o que faz com
que a menina engravide mesmo usando
algum tipo de anticoncepcional.
• O desejo da adolescente de autoafirmar-se
como adulta, a contraposição as regras
impostas pelos pais ao ato sexual e o desejo
de viver ao lado da pessoa amada leva a
uma gravidez “inesperada”.
• A crença de que uma gravidez não irá
acontecer com eles faz com que não se
previnam.
Conseqüências de uma gravidez
prematura
•
As principais conseqüências de uma gravidez
precoce refletem-se no campo psicossocial, pois
os adolescentes não estão preparados para
assumir as responsabilidades da paternidade..
• A adolescente tem problemas emocionais
devido a mudança rápida em seu corpo.
• A decepção dos pais ao receberem a notícia
causa graves distúrbios emocionais nas
adolescentes
• Risco à saúde da gestante e do feto pois,
como na maioria dos casos a adolescente
tenta esconder a gestação, o atendimento
pré-natal é inadequado ou inexistente.
• Os preconceitos contra a adolescente
gestante, que quebrou uma regra social
tendo relações sexuais antes do casamento,
é muito grande, vinda principalmente de
pessoas mais velhas.
• A dúvida quanto a ter ou não este filho
atinge a maior parte das adolescentes
gravidas.
Dados sobre a gravidez na
adolescência
• 1 em 3 mulheres de 19 anos já são mães ou
estão grávidas do 1º filho.
• 1 em 10 mulheres de 15 a 19 anos já tinham
2 filhos.
• 49,1% destes filhos foram indesejados.
• 54% das adolescentes sem escolaridade já
haviam ficado grávidas
• 6,4% das adolescentes com mais de 9 anos
de escolaridade já eram mães ou estavam
grávidas do 1º filho.
• 55,6% dos jovens entre 16 e 25 anos não
usam preservativos nas relações sexuais.
• 18% das adolescentes entre 15 e 19 anos já
ficaram grávidas alguma vez
• Entre 17,5 milhões de meninas
adolescentes existentes no país, 1,1 milhão
engravidam todo ano.
• Em cada grupo de 17 garotas 1 já está ou
ficará grávida por ano.
Gráficos sobre contracepção
Os gráficos aqui apresentados foram retirados
de uma pesquisa feita pela Unidade Básica de
Saúde do Conjunto Habitacional Rui Virmond
Carnascialli com alunos entre 11 e 17 anos da
escola Padre Wistremundo Garcia, onde foi
feito um trabalho de orientação e de
esclarecimento de dúvidas voltadas a
sexualidade.
Porcentagem de alunos que já
receberam algum tipo de orientação
sexual
Não
17%
Não resp.
1%
Sim
82%
Porcentagem de alunos que já
tiveram relações sexuais
Sim
21%
Não resp.
2%
Não
77%
Proporção de alunos que possuem
conhecimento sobre métodos
anticoncepcionais
Não
43%
Sim
48%
Não resp.
9%
A influência da mídia na gravidez
de adolescentes
A banalização do sexo nos meios de
comunicação está fazendo com que o
adolescente experimente, cada vez mais
cedo, o contato sexual.
No entanto, a falta de maturidade do
adolescente faz com que ele não se previna
contra uma gravidez prematura ou doenças
sexualmente transmissíveis.
As emissoras de televisão acreditam passar
informações aos adolescentes quando, na verdade,
apenas mostram o sexo como um ato sem
resultado algum e que, portanto, não deve ser
pensado com responsabilidade.
Um exemplo desta banalização do sexo e até
mesmo da gravidez na adolescência está nos
programas exibidos aos domingos, onde
apresentadoras expõem sua gravidez como algo
público e incentivam adolescentes a engravidar,
passando um sentimento de naturalidade excessiva
ao fato de meninas de 15 anos estarem grávidas.
Depoimentos sobre aborto na
adolescência
• Eu tinha 18 anos e um corpinho lindo, sobrancelhas grandes,
cabelos compridos e escuros. Começava minha carreira de cantora
no rádio. Na minha primeira relação sexual fiquei grávida. Não
podia contar a ninguém. Meus pais sempre foram muito severos e
naquela época era uma perversão ter relação sexual sem se casar.
Contei a uma amiga que era minha vizinha. Ela soube de um local
onde uma mulher fazia aborto. Ela não era médica. Numa sala
pequena, sem anestesia, sem medicamento nenhum, fez a
curetagem. A dor era tão intensa que ameacei gritar. Jamais vou
esquecer-me daquela voz falando em tom alto e áspero para eu
calar a boca. Voltei para casa e tive hemorragia por vários dias.
Acabei em um hospital. Estava muito doente. Minha família nunca
soube disso e foi ruim ter de esconder. Para ser mãe a gente tem de
desejar ter um filho.
Ele tem direito à vida, é verdade. Mas com amor dos pais, com
condições para crescer com saúde e boa educação. Quem vai
garantir isso? Um Estado falido, miserável e hipócrita? A Igreja?
Nem pensar. Sou católica e até hoje não me arrependo do que fiz.
Hoje tenho o Marcelo, a melhor coisa que me aconteceu. Estava
casada e preparada para ter um filho. Sinto-me muito feliz."
Hebe Camargo, 68 anos, apresentadora de TV
• Era um senhor de meia-idade, simpático, que me explicou que
não fazia aquilo por dinheiro. Defendia o direito de a mulher
abortar sem correr riscos. Não gostaria de entregar meu corpo a
um aborteiro profissional. Eu nunca entrara numa sala de
cirurgia. Tinha 20 anos e fazia cursinho. Namorava havia dois
anos e estudava muito para entrar na USP. Minha primeira
reação quando soube que estava grávida foi ficar feliz. Mas nós
não tínhamos condições financeiras. Foi uma decisão tranqüila.
Eu não estava pronta para ser mãe. Mas sou louca por ter um
filho."
Renata Vicentini Mielle, 25 anos, estudante da USP
• Eu fazia filosofia na USP, era recém-casada, tinha 22 anos e
descobri que estava com dois meses de gravidez. Um médico
famoso me indicou o consultório de uma médica amiga. Fui
sozinha achando que não haveria problema nenhum. Meu
marido tinha outro compromisso. Passei mal durante a
curetagem, feita sem anestesia. A dor era forte demais e eu
desmaiei. Depois de algumas horas em repouso, fui andando
para casa. No caminho, vomitei e quase desmaiei outra vez.
Pessoas estranhas me ajudaram. Foi horrível. Dois dias depois,
estava num hospital, com hemorragia intensa. Descobri que
não era tão forte para encarar tudo sozinha."
Clarice Herzog, 55 anos, publicitária
Conclusão
A gravidez na adolescência é um grave
problema social que só será resolvido quando os
adolescentes entenderem a importância da
prevenção e do sexo seguro, vendo-o como uma
atitude que deve ser tomada com muita
segurança e respeito.
A função de pais e educadores é fazer com que
o jovem assimile esse mundo de informações
que lhes são jogadas diariamente e não apenas
acreditar que eles já sabem tudo.
Bibliografia
• LUZ, Anna Maria Hecker, Mulher
Adolescente: sexualidade, gravidez e
maternidade, EDIOUCRS, 1.ed., Porto
Alegre: 1999, 234p.
• http://aborto.8m.com/gravidez.htm
• http://glhr.vila.bol.com.br
• http://ww.peaa.hpg.ig.com.br/index.htm
• http://www.css.br/olhomagico/peepm9//Gi
m3.htm
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Gravidez[1]