Desafios contemporâneos
na formação dos arquivistas
Renato Tarciso Barbosa de Sousa
Universidade de Brasília
[email protected]
A formação do arquivista no Brasil

Instituições arquivísticas;

Curso Permanente de Arquivos – Arquivo
Nacional;

Cursos de graduação em Arquivologia.
Características da Formação Original

Finalidade do Curso Permanente de
Arquivos:
“especializar pessoal na técnica de arquivo,
não só servidores públicos como auxiliares
de empresas e de organizações que
desejarem melhorar as suas condições”
Ensino de Arquivologia no Brasil
Currículo Mínimo (1974)







Introdução ao Direito
Introdução ao Estudo da
História
Noções de Contabilidade
Noções de Estatística
Arquivos I a IV
Documentação
Introdução à
Administração

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


Paleografia e
Diplomática
Introdução à
Comunicação
Notariado
História Administrativa,
Econômica e Social do
Brasil
Língua Estrangeira
Moderna
As 12 atribuições do Arquivista do ponto de vista legal
(decreto nº 82.590, de 06/11/1978)

Planejar, organizar, dirigir e acompanhar: (Gestor)




Orientar e promover: (técnico)








serviços de arquivo;
serviços ou centros de documentação e informação;
serviços de microfilmagem.
atividades de identificação das espécies documentais;
planejamento da automação aplicada aos arquivos;
classificação, arranjo e descrição de documentos;
avaliação e seleção de documentos;
medidas necessárias à conservação de documentos;
processo documental e informativo;
trabalhos de pesquisa científica ou técnico-administrativa.
Desenvolver:

Estudos sobre documentos culturalmente importantes.
O que aconteceu com o cenário
arquivístico depois do
estabelecimento do currículo
mínimo, da criação dos primeiros
cursos e do reconhecimento da
profissão?
Principais Apontamentos
A entrada em cena das universidades (formação
e construção do conhecimento na área);
Cursos de Arquivologia no Brasil
Doze Escolas
UEPB
UFBA
UnB
UFMG
UNESP
UEL
UFRGS
UFSM
UFRG
UFES
UFF
UNIRIO
Os Cursos de Arquivologia
Informações e Projeções
Características
Informações e Projeções
Duração
Média de quatro anos
Grau conferido
Bacharel e licenciatura (UNIRIO)
Vinculação Acadêmica
Ciência da Informação
Vagas/ano
Cerca de 500
Forma de ingresso
Vestibular e Avaliação Seriada (UnB)
Número de alunos
Cerca de 3 mil
Turno
Noturno (maioria)
Número de professores
Cerca de 70
Cursos de Arquivologia e seus Vínculos Institucionais
Universidade
Unidade Acadêmica
Ano de
Criação
U.F.
UFSM
Departamento de Documentação
1977
RS
UniRio
Dep. de Estudos e Processos Arquivísticos
1977
RJ
UFF
Dep. de Ciência da Informação
1979
RJ
UnB
Dep. de Ciência da Informação e Documentação
1990
DF
UEL
Dep. de Ciências da Informação/Dep. de História
1997
PR
Instituto de Ciência da Informação
1997
BA
UFRGS
Dep. de Ciência da Informação
1999
RS
UFES
Dep. de Ciências da Informação
2001
ES
Unesp
Dep. de Ciência da Informação
2003
SP
UEPB
Centro de Ciências Biológicas e Sociais Aplicadas (CCBSA)
2006
PB
UFRG
Dep. de Biblioteconomia e História
2008
RS
UFMG
Dep. de Ciência da Informação
2008
MG
UFBA
Fonte: RODRIGUES, Georgete Medleg, MARQUES, Angélica Alves da Cunha. A inserção da Arquivística nos cursos de pós-graduação stricto sensu
no Brasil. Revista Brasileira de Pós-Graduação. Brasília, v. 1, n.1, mar. 2005.
A formação do arquivista no Brasil

Programas de Pós-Graduação lato sensu;

Programas de Pós-Graduação stricto sensu.
Pós-Graduação
(1992-2006)
banco de teses – CAPES
Termos: Arquivística e Arquivologia


80 mestrados;
15 doutorados.
Pós-Graduação
(1992-2006)
banco de teses - CAPES






História Social – USP;
Ciência da Informação/Biblioteconomia e Documentação – UnB;
Ciência da Informação – UFRJ/IBICT;
Ciência da Informação – UFMG;
Comunicação, Imagem e Informação – UFF;
Memória Social e Documento – UNIRIO.
Teses e Dissertações
Arquivologia e Arquivística
16
14
12
10
8
6
4
2
0
1992
1994
1996
1998
2000
2002
2004
2006
Pós-Graduação
Temas
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
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Fonte: MARQUES, Angélica Alves da Cunha. Os espaços e os diálogos da formação e configuração da Arquivística como
disciplina no Brasil. Brasília: UnB, 2007.
Principais Apontamentos
Quadro docente mais numeroso e mais
qualificado;
Professores dos Cursos de Arquivologia
Formação na Graduação
Outros cursos (nove
áreas)
25%
Arquivologia
33%
Biblioteconomia
13%
História
29%
Fonte: MARQUES, Angélica Alves da Cunha. Os espaços e os diálogos da formação e configuração da Arquivística como
disciplina no Brasil. Brasília: UnB, 2007.
Formação dos Professores de Arquivologia
Mestrado
Outros Programas
(oito programas)
29%
Ciência da
Informação
15%
Memória Social
18%
Biblioteconomia
8%
História
15%
Comunicação
15%
Fonte: MARQUES, Angélica Alves da Cunha. Os espaços e os diálogos da formação e configuração da Arquivística como disciplina no Brasil.
Brasília: UnB, 2007.
Formação dos Professores de Arquivologia
Doutorado
Outros Programas
21%
Ciência da
Informação
28%
Comunicação
13%
Educação
17%
História
21%
Fonte: MARQUES, Angélica Alves da Cunha. Os espaços e os diálogos da formação e configuração da Arquivística como
disciplina no Brasil. Brasília: UnB, 2007.
Principais Apontamentos
Mudança na natureza dos trabalhos na área;
Crescente produção editorial;
Aumento no número de pesquisas;
Realização freqüente de eventos;
Principais Apontamentos
Aumento da demanda por profissionais de
arquivo
As chamadas do mundo do trabalho
49 concursos entre 2003 e 2006

Atividades Operacionais


98 atividades listadas;
Atividades Gerenciais

13 atividades listadas.
Atividades dos Arquivistas
Editais de Concursos Públicos




Criar projetos de museus e exposições;
Conduzir veículos da empresa;
Fichar o acervo;
Organizar, controlar e manter a massa
documental.
Conhecimentos Requeridos
49 concursos entre 2003 e 2006
25%
20%
15%
10%
5%
0%
Legislação
arquivística
Arquivos
Permanentes e
Conservação
Conceitos e
Princípios
Arquivísticos
Gestão
documental
Tecnologia da
Informação
Fonte: COSTA, Larissa Candida. Entre a formação e o trabalho. Brasília: UnB, 2008.
atividades, habilidades e conhecimentos demandados
Fonte: COSTA, Larissa Candida. Entre a formação e o trabalho. Brasília: UnB, 2008.
Quatro constatações




O tratamento empírico e improvisado;
Os problemas arquivísticos crescem e
ficam mais complexos. As soluções
empíricas e improvisadas dão sinais de
esgotamento;
As organizações começam a perceber a
necessidade de contratação de
profissionais formados;
A solução é a implementação de políticas
institucionais de arquivo.
Principais Apontamentos
Substituição do Currículo Mínimo pelas Diretrizes
Curriculares
Princípios das Diretrizes Curriculares







Maior autonomia na definição dos currículos;
Carga horária pré-determinada não poderá
exceder 50% da carga total;
Duração do bacharelado não poderá ultrapassar
quatro anos;
Incentivar uma sólida formação geral;
Estimular práticas de estudo independentes;
Encorajar atividades extracurriculares;
Fortalecer a articulação da teoria com a prática.
Algumas considerações

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






A proximidade com a Ciência da Informação;
As carências e o estágio de evolução do conhecimento;
A harmonização da formação;
A interdisciplinaridade;
Valorização da técnica e da prática;
O papel da universidade;
A educação continuada;
As necessidades informacionais;
As limitações para as soluções.
Contexto Arquivístico
Instrumental
teórico-metodológico
Espaço para a invenção
Formação em três níveis



Técnico de arquivo;
Tecnólogo;
Arquivista – pesquisador.
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Desafios contemporâneos na formação dos arquivistas