 Modelos de Atenção e Promoção
da Saúde
Professor: Milécyo Lima
Conceito: O modelo assistencial diz respeito como são
organizadas, em uma dada sociedade, as ações de atenção à
saúde, envolvendo os aspectos tecnológicos e assistenciais. Ou
seja, é uma forma de organização e articulação ente os diversos
recursos físicos, tecnológicos e humanos disponíveis para
enfrentar e resolver os problemas de saúde de uma coletividade.
Concepções
• 1 – Organização dos Serviços, Gestão e Planeamento.
• 2 – “Uma tradução para um Projeto de Atenção à saúde
de princípios éticos, jurídicos, organizacionais, Clínicos,
Socioculturais e da leitura de uma determinada
conjuntura epidemiológica e de um certo desenho de
aspirações e desejos sobe o viver saudável.”
• 3 – Própria dimensão técnica das praticas de saúde na
organização social da produção de serviços.
 Modelos Assistenciais Construídos
no Brasil
No Brasil, podemos relatar diversos modelos de
saúde desenvolvidos em diferentes momentos da
historia:
 Modelo Sanitarista ou Campanhista
• Instituído no inicio da republica, baseado em campanhas organizadas por
sanitaristas, guardas sanitários e outros técnicos, para luta contra epidemias (Febre
amarela, Varíola e Peste)
• Politica de saúde publica importantes para os interesses da economia
agroexportadora da época e se mantem como modalidade de intervenção ate os
nossos dias.
• Campanhas tem caráter temporário, mobilizavam vários recursos e a administração é
centralizada.
• Aparentam uma “operação militar”
• Realizam um trabalho do tipo “apagar incêndios”
• Desestruturam os serviços nas épocas antes e após as campanhas.
• “Mal necessário” para enfrentamento dos problemas que a rede de serviços não foi
capaz de resolver.
• Na déc. 30, a política de saúde pública estabeleceu formas mais permanentes de
atuação (unidades básicas de saúde) para atender rotineiramente problemas de
saúde – são criados programas especiais (pré-natal, vacinação, tb, hanseníase, etc)
• Programa = conjunto de recursos e de atividades visando objetivos bem definidos. administração única e vertical - caráter mais permanente que as campanhas organizados sem levar em conta aspectos sociais, regionais ou populacionais.
 Modelo Sanitarista ou Campanhista
• Programas = conjunto de recursos e de
atividades visando a objetivos bem definidos
Administração única e vertical Caráter mais
permanente que as campanhas Geram conflitos
na ponta do sistema, quando geridos
verticalmente
 Modelo Medico Assistencial
Privatista
(Modelo biomédico, flexineriano ou medicina científica)
• Instalado na segunda metade do séc. XX com a privatização, crise da
saúde e procura por alternativas
• Hegemônico
• Voltado para “demanda espontânea”
• Reforça a atitude dos indivíduos só procurarem os serviços quando
se sentirem doentes
• É a pressão espontânea e desordenada da demanda que condiciona
a organização dos recursos para a oferta
• Oferta que determina o consumo de serviços médicos
• Presente nos setores público e privado
 Modelo Medico Assistencial
Privatista
• Predominantemente curativo
• A forma de organização da produção de ações busca atender a
demanda espontânea
• Prática médica voltada quase que exclusivamente para uma
abordagem biológica, individualista e intra-hospitalar
• Utilização irracional dos recursos tecnológicos existentes
• Baixa cobertura e pouca resolubilidade dos serviços
• Aumento da especialização médica
• Uso crescente e exagerado de exames, aparelhos e tratamentos
sofisticados
• Preponderância do hospital como local principal das intervenções
(hospitalocêntrico)
• Dominância do saber médico
• Segmentação e desarticulação das atividades dos diversos
profissionais de saúde
 Modelos Alternativos
• Teve início através da organização e implantação dos Distritos Sanitários
(DS)
• Visam a integralidade da atenção e ao impacto sobre os problemas de saúde
• Buscam concretizar os princípios e diretrizes do SUS
• Requerem mudanças na organização e funcionamento das instituições
• Oferta organizada em relação aos principais agravos e grupos populacionais
prioritários
• Ações programáticas realizadas no âmbito do estabelecimento de saúde ou
DS
• Noções de territorialização, integralidade da atenção e impacto
epidemiológico
• Reorientam o planejamento em saúde para uma base populacional
específica, recuperam o enfoque epidemiológico para o controle dos
problemas de saúde
• Elaboração de normas técnicas para grupos populacionais e agravos
prioritários
• Descentralização do planejamento
 Modelos Alternativos
• Foco no cuidado com a saúde das pessoas
• As ações de saúde são tomadas como um bem de uso que
devem promover e defender a vida
• Compreendem as condições de vida como determinantes da
saúde
• Buscam a universalização do acesso, a integralidade das
ações, o trabalho em equipe multiprofissional, a humanização
do atendimento, a vinculação dos usuários aos serviços e a
responsabilização dos profissionais pela saúde da população
• Buscam a universalidade do acesso, a integralidade das ações,
o trabalho em equipe, a humanização do atendimento, a
vinculação dos usuários aos serviços e a responsabilização dos
profissionais pela saúde da população
 Modelo de Vigilância da Saúde
• DEFINIÇÃO E HISTÓRICO :
• “Resgatando o desenvolvimento conceitual e
metodológico que se vem verificando a partir de
uma visão ampliada da saúde e da formulação de
modelos de interpretação dos determinantes, riscos
agravos e danos, à luz da moderna epidemiologia,
articulando-os em um esquema operacional que
resgata e amplia o modelo clássico da História
Natural das doenças, incorporando desde as ações
sociais organizadas pelos distintos autores até as
ações específicas de prevenção de riscos e agravos,
bem como as de recuperação e reabilitação de
doentes” (Paim)
 Vigilância da Saúde
• VERTENTES:
• Análise de situações de saúde
• Integração institucional entre as diversas
vigilâncias (epidemiológica, sanitária, ambiental,
saúde do trabalhador, etc.);
• Proposta de redefinição das práticas sanitárias:
dimensões técnicas e gerencial
 Vigilância da Saúde
• CARACTERÍSTICAS
• Intervenções sobre problemas de saúde
• Ênfase em problemas que requerem atenção e
acompanhamento contínuos
• Utilização do conceito de risco
• Articulação entre ações promocionais,
preventivas e curativas
• Atuação intersetorial
• Ações sobre o território
• Intervenção sob forma de operações
 Vigilância da Saúde
• A Vigilância da saúde corresponderia, assim, a
um modelo de atenção à saúde que incorpora e
supera os modelos vigentes, implicando a
redefinição do objeto, dos meios de trabalho, das
atividades, das relações técnicas e sociais, bem
como das organizações de saúde e cultura
sanitária.
 A CRISE DO MODELO DE ATENÇÃO
À SAÚDE DO SUS
• O Modelo de atenção à saúde do SUS caracteriza-se
por ser voltado para o atendimento às condições
agudas, não se prestando para responder com
eficiência e efetividade, uma situação
epidemiológica marcada pelo predomínio relativo
das condições crônicas.
• “Quando os problemas de saúde são crônicos, o
modelo de atenção às condições agudas não
funciona. Devem ser desenvolvidos os cuidados
inovadores para as condições crônicas” (OMS,
2003).
 Propostas de Enfrentamento da
Problemática do Modelo de Atenção
• Ações Programáticas de Saúde – programação como instrumento de
redefinição do processo de trabalho
• Programa Saúde da Família
• Acolhimento – estratégia de reorientação da atenção à demanda
espontânea.
• Implica mudanças na “porta de entrada” da população aos serviços
• Vigilância da Saúde
• Cidades Saudáveis – promoção da cidadania e envolvimento criativo
de organizações comunitárias no planejamento e execução de ações
intersetoriais dirigidas à melhoria das condições de vida e saúde
• Promoção da Saúde – melhoria das condições e estilos de vida de
grupos específicos baseados na formulação de políticas públicas
saudáveis
 Propostas de Enfrentamento da
Problemática do Modelo de Atenção
• Territorialização
• O território caracteriza-se como locus de vida individual,
familiar e comunitária, com suas inter-relações devendo
se constituir na base do sistema de saúde
• O território torna possível o estabelecimento de uma
porta de entrada única no sistema de saúde com respeito
à individualização das necessidades, atendimento
integral nos diversos níveis de complexidade exigidos
para cada caso, de maneira hierarquizada e a
conformação de um sistema que deve ser regionalizado,
de forma a permitir, ao mesmo tempo, uma economia de
escala e o acesso mais fácil e mais próximo do local de
moradia da população.
 Propostas de Enfrentamento da
Problemática do Modelo de Atenção
• Distritalização
• A distritalização é um processo político
organizacional de reorientação do sistema de
saúde, em nível local, capaz de facilitar a
implantação e desenvolvimento de modelos
alternativos como base para construção do SUS
• O Distrito Sanitário (DS) é a unidade
operacional e administrativa mínima do Sistema
de Saúde que organiza os serviços de saúde
numa rede
 Propostas da organização de Redes de
Atenção como superação da crise do Modelo
de atenção
• As redes de atenção representam uma organização horizontal
dos serviços
• O modelo piramidal considera a atenção primária como a
atenção básica, colocando-a como menos complexa que os
demais níveis
• Na concepção de redes, não há hierarquia entre os diferentes
nós da rede, todos são igualmente importantes para os
objetivos do sistema
• Existe um centro de comunicação que coordena os fluxos das
pessoas e dos processos na rede e que é constituído pela
atenção primária à saúde
• O maior princípio é o ACESSO
• As redes devem ser integradas por sistemas logísticos, cujos
principais são: cartão SUS, centrais de regulação, prontuários
eletrônicos e transportes sanitários
 Propostas da organização de Redes de
Atenção como superação da crise do Modelo
de atenção
• As redes deverão conformar-se de modo que:
o Cada município seja auto-suficiente na atenção
primária à saúde
o Cada microrregião seja auto-suficiente na
atenção secundária à saúde
o Cada macrorregião seja auto-suficiente na
atenção terciária à saúde
Download

Modelos de Atenção e promoção da Saúde