Escola Bíblica
Discípulo,
um Peregrino
Ministrante: Pr. Valdison B. Neves – Typist: Alice Manzini
Conteúdo
I
A Identidade do Peregrino
II
Os Desafios do Peregrino
III
As Esperanças dos Peregrinos
O
bjetivo da lição
Introdução
John Bunyan (1628-1688), ministro e escritor ingês,
passou doze anos encarcerado. Enquanto estava na
prisão Bunyan passava o tempo no estudo da Palavra
de Deus e a escrever. Produziu quase sessenta livros
e tratados sobre assuntos religiosos. Seu mais
famoso livro escrito na prisão, ``O Peregrino´´, foi um
``best seller´´ com larga circulação em diversos
idiomas. Nele Bunyan retrata o crente como um
peregrino, descrevendo sua identidade, desafios e
esperanças.
Esta aula não é um resumo de todas as ideias
propostas por Bunyan, até porque iremos considerer
coisas que não estão no livro citado, mas faremos
menção de alguns momentos desta famosa alegoria.
I.
A Identidade do Peregrino
1. O que a palavra peregrine lhe traz á memória?
 O hino que diz: “Peregrinando por sobre os montes,
dentro dos vales sempre na luz”?
 Os judeus quando subiam, peregrinando e cantando,
indo ao templo do Senhor em Jerusalém para tomar parte
nas festas religiosas? (Salmos 120 a 134, “Cãnticos de
romagem”)
 O herói do filme que, após terminar a aventura, volta a
peregrinar pelas estradas, pedindo carona, para viver
outra aventura no próximo episódio?
2. Que é um peregrino?
a. Do latim peregrinus, o peregrino é o que viaja ao estrangeiro, que
vem do estrangeiro. Na Roma antiga, o termo era usado para
aquele que não era um cidadão romano, mas um estranho, um
viajante.
b. Champlin diz que ``um peregrino é alguém que habita no meio de
um outro povo, em contraste com o estrangeiro, cuja permanência
é temporária´´
c.
O peregrino é alguém que está ``passando por´´, ainda que esta
passagem possa durar longos anos.
d. No Antigo Testamento, o peregrino é aquele que anda por terra
estrangeira, no sentido físico, material (Gn 15.13; Éx 2.22; SI
119.19). Quando chegamos ao Novo Testamento, vemos que o
peregrino é figura do salvo, cuja pátria é o céu (sentido espiritual)
(Ef 2.19; Fp 3.20; 1Pe 2.11). O autor aos Hebreus relembra que
Abraão viveu como peregrino na Terra Prometida, sendo que, pela
fé , era cidadão da cidade celestial (Hb 11.9-10).
II.
Os Desafios do Peregrino
“Portai-vos com temor durante o tempo da vossa
peregrinação.”(1Pe 1.17)
Um discípulo peregrino carrega o fardo de Cristo. O
próprio Senhor disse “tomai sobre vós o meu jugo” (Mt
11.29). Na antiga construção naval, o jugo era cada uma
das vigas transversais que sustentavam a ponte dum
navio.Uma boa maneira de entender o jugo é
mencionando a canga, aquela“peça de madeira que une
uma junta de bois para o trabalho; ou o pau que assenta
nos ombros de dois carregadores para suspender o
objeto que eles transportam” (Dic. Aurélio). No sentido da
vida cristã, o jugo é um símbolo de obrigação e de
sujeição do cristão a seu Senhor. Alguns dos desafios que
o peregrino enfrenta são:
1. Incompreensão da família.
Não confundo um discípulo peregrino com um jovem
aventureiro e inconsequente que sai de casa ``sem lenço
nem documento´´ e sem saber aonde vai. A família de
Jesus não entendeu Sua missão (Mt 12.46-50). E noutro
texto, Jesus falou sobre a atitude do discípulo em relação
á sua família (Lc 9.59-61). Mas aqui não se trata de
desobediência aos pais, e sim de prioridade ao reino de
Deus. Sua família sabe que ``os que querem viver
piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos´´ (2Tm
3.12), por isso querem poupar você das incompreensão e
perseguições do mundo. Entretanto, ``se aluém vem a
mim e não aborrece (isto é, ama menos) a seu pai, e mão,
e mulher, e filhos, e irmãos e ainda a sua própria vida, não
pode ser meu discípulo´´ (Lc 14.26).
2. Porta estreita e caminho apertado
É desanimador viajar por im caminho descon- fortável.
Estradas com buracos, inseguras e estreitas não dão
agilidade ao motorista. Jesus disse que o cristão tem que
passar por uma porta estreita e transitar num caminho
apertado (Mt 7.13-14). E isto não é fácil, nem convidativo.
Eis o motivo porque ``são poucos os que entram por
ele´´. No livro de Banyan, várias pessoas tentam
convencer o cristão a deixar o Caminho. Com você não
será diferente. Mas lembre-se: o caminho fácil é o que
conduz á morte.
3. As paixões carnais
Eis o convite do apóstolo Pedro: ``Amados, exorto-vos,
como peregrinos e forasteiros que sois, a vos abserdes
das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma´´
(1Pe 2.11). Se ficarmos tão presos ás nossas paixões
carnais, nos desviaremos do Caminho. Paulo revela, em
1 Coríntios 9.27, todo a sua estratégia para vencer estas
paixões: ``Mas esmurro o meu corpo e o reduzo á
escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha
eu mesmo a ser desqualificado´´.
4. Procedimento exemplar
Novamente Pedro nos convida: ``mantendo exemplar o
vosso procedimento no meio dos gentios, para que,
naquilo que falam contra vós outros como de
malfeitores,observando-vos em vossas boas obras,
glorifiquem a Deus no dia da visitação´´ (1Pe 2.12). O
fato de não pertencermosa este mundo não nos autoriza
a ser os mais relaxados desta Terra. São muitos os que
se dizem discípulos de Jesus e são péssimos
empregados, patrões, alunos ect. Pedro nos adverte que
o nosso procedimento deve ser exemplo aos demais.
Indo mais além, diz que por nossas ações, as pessoas
irão glorificar a Deus.
Você, como discípulo de Jesus, é alguém que pode ser
imitado como filho, como aluno, como profissional, como
ovelha, como servo e como amigo?
Se todas as pessoas de sua igreja fossem como você,
como essa igreja seria?
Suas ações refletem que você é alguém que segue os
passos do Mestre?
Saber qual é a nossa pátria nos deve fazer viver de
moda a que a honremos.
III - As Esperanças do Peregrino
No livro ``O Peregrino´´, o cristão entra pelo portão da cidade celestial
e ouve:``Entre no gozo do seu Senhor´´. Certa vez um pregador
afirmou que se você não tiver bem firme em sua consciência que
recompensa irá obter, jamais terá disposição para qualquer sacrificio
ou renúncia. Pensando nisso, duas coisas devem estar presentes em
sua mente de discípulo peregrino.
1. A certeza da eternidade
O discípulo peregrino leva em sua ``bagagem´´ a certeza da vida
eterna. Ele sabe que poderá viver 100 anos sobre a Terra, mas para
sempre na eternidade.
Passaremos muito mais tempo do outro lado da morte – na eternidade
– do que aqui. Você tem consciência de que seu tempo na Terra é um
``parêntese na eternidade´´? Que você foi criado para ser eterno?
Está escrito em Eclesiastes 3.11 que Deus colocou no coração do
homem a eternidade. Essa vida aqui na Terra é um ensaio geral do
que vamos desfrutar no futuro celestial. A Terra é um lugar de
preparação.
2. A convicção que a vida na Terra deter- minará sua vida na
eternidade
Isso está bem assentado no coração do discípulo peregrino. Ele sabe
o que quer! E você, sabe?
Se você foi aquele que aprendeu a amar a Jesus, o Filho de Deus, e
Nele confiou, certamente será convidado a passar a eternidade com
Ele.
Entretanto, aquele que despreza o amor, o perdão e a salvação que
Ele oferece, passará a eternidade separado de Deus.
Tragicamente, muitos jovens terão de suportar a eternidade sem
Deus, pois escolheram viver sem Ele aqui na Terra. Seu relaciona
mento com Deus na Terra determinará seu relacionamento com Deus
na eternidade!
Conclusão
Certo missionário, após vários anos de dedica- ção na obra de Deus,
retornou a seu país ficando muinto frustrado quando percebeu que
ninguém o esperava no aeroporte com faixas, cartazes, festas e
muinto algria, até que a sua esposa sabiamente lhe recordou da mais
pura verdade:
``Não se entristeça, pois aqui não é a sua pátria e, sim, lá no céu. Lá
você será recompesado.´´
Da mesma forma, essa deve ser a nossa certeza. Em João 17.14-16
Jesus, orando, diz que assim como Ele nós também não somos deste
mundo. Temos a certeza do nosso lar celestial e estamos aqui
apenas de passagem. Por isso, não podemos nos apegar tanto ás
coisas deste mundo, esquecendo de nossa pátria celestial. Que
nossa conduta mostre sempre de onde somos e para onde vamos!
“Se algumas pessoas se afastarem de você, porque você insiste em adquirir o
conhecimento de Deus não fique triste, isso é resposta à sua oração: ‘Senhor! Livra-me
de todo mal, Amém'.”
Download

Discípulo, um Peregrino