casa com duas janelas algumas frestas AT PPE PEPE NT PPP A Bíblia é uma casa com duas janelas e algumas frestas: AT: Período Pré-exílico – fresta: PPE Período Exílico e Pós-Exílico: PEPE NT: Período Pós-Pascal: PPP Bruno Glaab história dos livros bíblicos A Bíblia não nasceu como livro, mas como Tradição de um Povo: hebreus, israelitas, mais tarde, judeus. Muitos séculos mais tarde, algumas destas tradições são escritas, formando os livros da Bíblia que hoje conhecemos. Os livros da Bíblia, embora alguns reflitam histórias antigas, também refletem o momento em que foram escritos. Aqui vamos estudar o momento da redação. Breve história de Israel O povo da Bíblia (hebreus, israelitas) começam a se formar por volta de 1900 a.C . Hoje os historiadores pensam em 1400 a.C. Antes desta data já existem muitos povos: egípcios, fenícios, acádicos, mesopotâmicos, etc. Antes da Bíblia, já existiam seres vivos, plantas, etc. Alguns, há milhões de anos. Tudo inicia com grupos de pastores seminômades (abraâmicos). Estes pastores, migrantes, chegaram a Canaã (hoje Israel Entre 1900 e 1400 a.C.). Canaã já era habitada por outras pessoas. Breve História de Israel Entre estes pastores começou a se adorar um único deus: deus dos pais: embrião do monoteísmo. Uma parte destes seminômades acabou no Egito, onde foi escravizada. No Egito descobrem Javé, o Deus único e com ele se organizam para se libertar. Em 1250 a.C., depois de muita luta, sob a liderança de Moisés, Aarão e Míriam, o povo consegue se libertar da escravidão e passar pelo Mar Vermelho (Ex 12-14). Breve história de Israel O povo liberto permaneceu 40 anos no deserto do Sinai. No deserto o povo fez aliança com Javé, pois foi devido a ele que conseguiram se libertar da escravidão (Ex 19-24). Nasce assim a religião Javista, ou Israelita. Todos os anos o povo faz memória da páscoa. A passagem/libertação se torna o centro do credo (Dt 6,20-25; 26,5-10; Js 24,2ss) Sobre este credo se construiu todo Antigo Testamento Breve história de israel Em 1210 a.C., depois de 40 anos no deserto o povo entrou na Terra Prometida (Canaã, mais tarde Israel) (Js 1ss). Tomando posse, o povo se organizou em doze tribos (Js 13ss). O povo não tem rei, mas apenas confederação de tribos; Este sistema chama se de Tribalismo. Perdura até 1030 a.C. Portanto, durou 180 anos. No sistema tribal a terra era da tribo, a colheita era de todos, o trabalho era coletivo. Breve história de Israel Israel não tinha um rei (Jz 17,6; 18,1; 19,1; 21,25). Vivia de forma tribal. O tribalismo era uma maneira muito fraterna de viver. Tudo era de todos. Porém, esta vida igualitária começa a ser ameaçada. O sistema tribal entrou em crise por volta de 1.030 a.C. e Israel opta pelo sistema monárquico (1Sm 8,10-20). Breve história de israel O rei de Saul (1030 a.C. – 1Sm 8-11) O reinado de Saul ainda não tem as características dos reinados posteriores. Mais parece ser um líder guerreiro que organiza a resistência contra invasores (1Sm 11,1-15). Ele ainda não é rei sobre todo o Israel. Seu reino se restringe a Galaad, à Montanha de Efraim e à tribo de Benjamin (Gabaá). Breve história de Israel O rei Davi (1010-971a.C -1Sm 16ss; 2Sm,2; 1Rs 1) Depois de conflituar com Saul, Davi se torna rei em Hebron (2Sm 1-4). De lá foi comquistando também as tribos do norte (2Sm 5,1-5). Estabeleceu a capital em Jerusalém, território neutro, conquistado dos jebuseus. Davi se empenhou em dar segurança ao povo. Seu exército era promotor de segurança para o povo. Por isto mesmo, sua fama era a de ser um rei justo, apesar de também ele ter feito muito mal (2Sm 11-12). Davi governou até sua morte, aproximadamente por 40 anos. 1Sm 16,1ss Breve história de israel O rei Salomão (971- 931 a.C. – 1Rs 1-11) Com a morte de Davi, seu filho Salomão chegou ao poder numa luta renhida. Inicia-se, assim, a dinastia davidida. Salomão criou verdadeira burocracia estatal. Construiu o templo (1Rs 6), criou um exército forte e desenvolveu o comércio de forma estrondosa (1Rs 10,14ss). Seus desmandos (1Rs 11,1-8) levaram o povo ao desespero (1Rs 12). Desenvolveu a escola sapiencial para formar os diplomatas da corte, nascendo assim também a literatura sapiencial. 1Rs 3,16ss Breve história de Israel Organizou bom sistema de tributos (1Rs 4.7ss) e também a corveia (1Rs 5,15-32). O povo dava um mês de trabalho e ficava dois meses em casa. Inicialmente a corveia era para construir o templo, depois foi para construir locais de Salomão enriqueceu explo- defesa, palácios, armazéns, etc. rando o povo (1Rs 9,26ss) (1Rs 9,15ss). e fazendo comércio (1Rs 10,26ss). O templo (1Rs 6,1ss) funcionava em Jerusalém, na propriedade real, com sacerdotes pagos pelo rei, era peça importante da estrutura social da época. Assegurava, com sua teologia e festas, a legitimidade de Salomão Salomão governou Israel por 40 anos. Breve história de Israel Salomão viveu no luxo. Para tanto, explorou o povo, deixando-o na miséria. Após sua morte (931 a.C.) seu filho Roboão assumiu o poder (1Rs 12). Sob a liderança de Jeroboão as tribos do norte rompem com a casa de Davi, formando assim, as dez tribos o Reino do Norte (Israel). As duas tribos do sul ficam com Roboão (davidida) e formam o Reino do Sul (Judá). Os Dois Reinos 931a.C. 1Rs 12 Com o rompimento, a monarquia continua a governar. No sul sempre, com exceção de poucos anos, são os davididas quem governam. No norte há uma sucessão de dinastias Breve história de israel O Reino do Norte = Israel Em Israel tem muita turbulência. Jeroboão (1Rs 13-14) agiu de forma violenta para separar seu povo dos laços de Jerusalém. Criou assim, nova capital (Siquem e depois Tersa), bem como modificou o calendário de festas religiosas e construiu dois santuários, um em Betel e outro em Dã. O Reino do Sul = Judá O RS sempre foi governado por davididas (2Sm 7,1-17). Mas nem tudo era paz. Roboão tentou conter o norte (1Rs 12,1-25). Fechou os olhos diante do mal. Seu filho Abiam seguiu sua política fraca. Ele foi sucedido por Asa. Houve reação do javismo. Seu sucessor Josafá, juntamente com Amri (RN) combateu o culto pagão. Breve história de Israel Os Dois Reinos 931-722 a.C. 1Rs 12 – 2Rs 24 Assim, de 931 a.C. até 722 a.C. Israel está dividido. Portanto, por mais de 200 anos existem os dois reinos. Os dois seguem a mesma tradição do Êxodo, a mesma aliança, o mesmo Deus. Embora, no RN houvesse muito mais idolatria, até o Deus, que no RS era chamado de YHWH, no RN era chamado de ELOHIM (plural de El). Neste período, o sul era mais ortodoxo, mas nos dois reinos houve abusos e também tentativas de fidelidade ao Deus do Êxodo: profetas, Deuteronômio, etc. Breve história de Israel A queda do reino do norte 722a.C. Ao nordeste de Israel surge um grande império: Assíria. Depois de diversas invasões tomou a Samaria (capital) em 722 a.C. (2Rs 17,1ss; 18,9ss). Prendeu o rei Oséias, deportou muita gente para a Assíria, onde foram feitos escravos. Por sua vez trouxe gente da Assíria para povoar Israel (2Rs 17,24ss) formando assim os odiados samaritanos (nos tempos do Novo Testamento). Judá fica ainda como Estado, mas tem que pagar tributo à Assíria. Breve história de Israel Queda do Reino do Sul (589 a.C. – 2Rs 24 e 25. Na região próxima à Assíria, surge novo Império: a Babilônia. Em 612 destrói Nínive, capital da Assíria e toma conta de suas terras. Assim, Judá se torna um estado vassalo da Babilônia 597 a.C. primeira deportação – 2Rs 24,10 586 a.C. segunda deportação – 2Rs 25,8 Em 597 a.C. Nabucodonosor cerca Jerusalém por um ano e em 596 a cidade é invadida. O rei é preso. Matam todos os filhos (davididas), o rei é cegado. É levado para a Babilônia. A cidade é arrasada. Dá-se a 2ª deportação. Deixam apenas os camponeses. Breve história de Israel Exílio na Babilônia – 589-539 a.C. Os deportados foram assentados junto aos rios da Babilônia: Quebar e Tel Abib (Ez 1,3; 3,15). O Sl 137,1 fala dos rios da Babilônia. Total: Aproximadamente 15.000 pessoas, basicamente de Jerusalém. Correspondia a 10% da populalção de Judá. Pelo que se sabe, eram semi-escravos. Tinham certa autonomia, trabalhavam livres, mas pagavam tributo. A Babilônia queria lhes impor sua cultura e religião. Breve história de israel Este período é de importância definitiva para o AT. Quase todos os livros do AT são escritos a partir deste evento. Agora, longe do templo, longe de Jerusalém, sem culto, sem sacrifícios, a fé dos israelitas entra em crise: A cultura e a religião da Babilônia é mais atraente. A Tradição Oral entra em crise. Os filhos nascidos no exílio não querem mais a cultura e religião dos pais. Algo deve ser feito para garantir a identidade do povo de Israel. Longe de Jerusalém, um grupo de teólogos começa a pensar alternativas: escrever suas memórias. Passagem da Tradição Oral para a Tradição Escrita. Nasce boa parte dos livros do Antigo Testamento Breve historia de israel Nesta fase nascem livros, bem como também são escritas histórias antigas que antes só existiam na Tradição Oral. Tanto entre os exilados como entre os remanescentes se produz textos: Entre os exilados: O Profeta Ezequiel: é vocacionado no Exílio, em 592 a.C. (Ez 1,1-3; 3,14-15). Seu ministério entre 592-570 a.C. O Dêutero-Isaías (40-55): O 2° Isaías atuou pelos anos 550540aC. Releitura do Pentateuco Breve história de israel Entre os remanescentes de Judá A Torre de Babel (Gn 11,1-9). O Deuteronomista (OHD): Js, Jz, 1-2Sm, 1-2Rs Assim, muito do que antes era apenas Tradição Oral, agora vira Texto Escrito. Com isto, começa a formação do que hoje forma o Antigo Testamento. Sem o Exílio, talvez as tradições de Israel nunca teriam sido escritas, ou teriam sido escritas em outros momentos e assim seriam completamente diferentes. Quando lemos o Pentateuco precisamos levar em conta o momento histórico do Exílio, pois há muitos reflexos dele. Breve história de israel O Pós-Exílio – (538-331- Esd e Ne) A partir de 550 a.C. o império persa está em expansão. Representava uma ameaça para a Babilônia e ao mesmo tempo uma esperança para os judeus exilados. O 2º Isaías (Is 40-55) alimenta a esperança entre os exilados. Em 539 a. C. a Babilônia cai e a Palestina se torna domínio persa. Os judeus exilados na Babilônia puderam retornar ao seu país em 538a.C. (Esd 1). Nesta ocasião a Judeia se torna parte da Samaria. Tinha sua relativa liberdade, mas anualmente pagava tributo à Pérsia. Breve história de israel Neste período, o povo pode viver sua religião livremente. Os persas não interferem em assuntos internos . Então foi escrita a OHC (1-2Cr; Esd; Ne). Por sua vez, os sacerdotes terminaram a redação do Pentateuco. Também se escreveu Tb; Jn; Rt e o 3º Is. Ag; Zc. Muitos livros bíblicos escritos bem antes, recebem a redação definitiva, inclusive com acréscimos redacionais. O domínio persa durou mais de 200 anos. Lentamente vão desaparecer os profetas e aparece mais a literatura sapiencial. Breve história de israel (Império Grego - 331-64 a.C. – (1-2Mc) Alexandre Magno tinha um espírito de conquista. Sua luta expansionista não conhecia trégua. Conquistou o Oriente Médio e regiões adjacentes, até a Índia. Porém, a malária pôs fim a suas ambições. Morreu aos 33 anos, em 323 a.C. Faltavalhe um sucessor. Seus oficiais (diádocos = sucessores) dividiram entre si o vasto império: Ptolomeu ficou com o Egito (lágidas – Lagos, pai de Ptolomeu). Seleuco ficou com a Babilônia e regiões orientais (selêucidas). Breve história de israel Os Ptolomaidas, ou Lágidas (301-197 a.C.) Ptolomeu se instalou no Egito (Alexandria) em 322 a.C. Em 301 a.C. conquistou a Palestina. Exilou muitos judeus para o Egito (Alexandria). Neste período se traduziu a Bíblia para o grego (LXX – Septuaginta). Criou-se uma sociedade injusta na Palestina. Poucos ricos e muitos pobres. Breve história de israel Os Selêucidas (197-142 a.C. Dn e 1 e 2 Mc) Antíoco III (selêucida) tomou a Palestina em 197 a.C. e, para manter o domínio, não impôs o helenismo à força, mas fazia a cabeça do povo. Deu regalias aos sacerdotes e nobres. Em 190 a.C. Jesus Bem Sirac escreve o Eclesiástico para reavivar a identidade judaica empalidecida pelo helenismo. Em 175 a.C. assume Antíoco IV Epífanes, rei violento começou a impor o helenismo a ferro e fogo. O judaísmo se dividiu. Os coniventes (beneficiados) e a resistência (perseguidos). Estes refletem os livros de Dn, 1-2Mc. Os Macabeus iniciam a resistência e em três anos conseguem grandes vitórias. Breve história de israel Os Asmoneus ou Macabeus (142-63 a.C. 1 e 2 Mc) Matatias, pai de Judas Macabeu (1Mc 2,1) inicia a luta de resistência. Seu pai, segundo 1Mc 2,1, se chamava João, mas segundo o historiador Flávio Josefo, chamava-se Ashmon. Assim, asmoneus, são os descendentes dos Macabeus. Trta-se de uma dinastia realsacerdotal que resistiu ao helenismo e governou até 63 a.C. Eles reconquistaram os territórios perdidos, quase aos limites do reino de Davi/Salomão. Houve briga entre os asmoneus. Um deles pede proteção a Roma. Foi assim que Pompeu (general romano) invadiu Jerusalém em 63 a.C. Desta forma terminou o império grego, a dinastia asmonéia e Israel vai para o domínio romano. Breve história de israel Império Romano (63 a.C – 135 d.C) Conta a lenda, que uma mulher, Reia Sílvia foi forçada a se tornar vestal (virgem), mas ela engravidou do deus Marte, concebendo os gêmeos Rômulo e Remo. Seus filhos foram jogados no Rio Tibre em um cesto. Milagrosamente salvos, uma loba os adotou e amamentou. Mais tarde um pastor (Fáustulo) os leva para casa e os cria. Rômulo e Remo se tornam caçadores e saqueadores. Voltam para a terra de origem, mas não se dando bem, reúnem os insatisfeitos e fundam uma cidade a beira do Rio Tibre. Chamam-na de Roma. Breve história de Israel O Império Romano inicia suas guerras de expansão. Como tem uma grande frota de navios, melhor meio de locomoção da época, conquistam tudo o que fica próximo ao Mar Mediterrâneo. Em 63 a.C. Pompeu invadiu Jerusalém e a partir de então, até o ano de 135 d.C. (tempo que interessa à história bíblica), Israel está nas mãos do Império Romano. Toda a literatura do Novo testamento deve ser entendida dentro das coordenadas políticas do Império Romano, principalmente o Apocalipse. Breve história de Israel Quando Jesus nasceu, Israel já estava sob o domínio de impérios estrangeiros há séculos (o norte há 722 anos, o sul há 589 anos). Isto deixava no povo um sentimento de busca de libertação. O messias esperado, na mentalidade da época, era uma espécie de Dom Pedro I, isto é, alguém que proclamasse a independência de Israel. Veja: Mt 4,1ss// Lc 4,1ss; Mc 1035ss; Lc 23,11ss; At 1,6ss. Breve história de israel Ainda antes de Jesus, surgiu entre os judeus um clima de insatisfação frente ao domínio romano. Alguns grupos, como os Zelotes (fervorosos), os sicários (portadores de um punhal debaixo das vestes) estavam sempre provocando conflitos contra os romanos. Diante das duras reações dos romanos, em 66 d.C., sob a liderança de Eleazar bateram forte nos romanos que tiveram de recuar. Provocaram verdadeira revolta na cidade e em todo o país. Nomearam comandantes: João Giscala, Flavio Josefo. Tito, general romano, reage e aos poucos vai esmagando a resistência, até sitiar Jerusalém. Novo líder judeu, Simão Bar Guiora briga contra Giscala. Isto favorece os romanos. Em 70 d.C. Jerusalém foi tomada, o templo e a cidade, destruídos. Breve história de Israel O judaísmo se reestrutura em Jâmnia, mas agora não mais sacerdotal (não existe mais templo), mas rabínica. A insatisfação judaica com o domínio romano não estava vencida. Em 132135 nova Revolta Judaica acontece sob a liderança de Simão ben Kosba, que conseguiu certa independência. Mas os romanos reagiram e esmagaram suas tropas. Simão é morto e seus seguidores esmagados. Em 135 d.C. Jerusalém foi arrasada, seu nome foi mudado para Aélia Capitolina. Os judeus expulsos. Assim termina a história que interessa à Bíblia. História dos livros bíblicos TEXTOS DO PERÍODO PRÉ-EXÍLICOS (PPE) Nos tempos de Moisés, Josué, Juízes, etc. nada foi escrito, ou quase nada, pois a escrita não era dominada, ou ao menos a grande maioria do povo não sabia ler e escrever. No reinado de Davi e de Salomão a escrita começa a fazer parte de Israel, ao menos da corte. É muito provável que alguns textos começam a ser escritos, mas não se deixou livros prontos que hoje formam a Bíblia. Porém, bem mais tarde, já no século VIII a.C. começa nova realidade, isto é, a profecia literária. “Nos últimos anos do Reino do Norte, quando no leste avolumava-se a maré assíria, surgiu entre o povo eleito um novo tipo de profeta, o profeta escritor”. História dos livros bíblicos Segundo parecer dos estudiosos, é entre estes profetas escritores que estão os primeiros livros do AT escritos e os textos mais antigos da Bíblia se encontram em Amós, Oséias (no Reino do Norte), Proto-Isaías, Miqueias, Sofonias, Naum, Habacuc (no Reino do Sul). Amós geralmente é situado no período de 790750 a.C., no reino do Norte. Crê-se que o livro não tenha saído das mãos dele como o temos hoje. No início existiam apenas os cap. 3-6. O resto é posterior, do Exílio e do Pós-Exílio. Também Oséias é anterior ao Exílio. Boa parte dos estudiosos situam seus escritos entre os anos 750-722 a.C. Amós Oséias História dos livros bíblicos Proto-Isaías O Proto-Isaías (Is 1-39) agiu em Jerusalém por volta de 740-701 a.C. Miquéias está entre 725-701 a.C. Seu livro original parece ser apenas Mq 1-3. O livro, como atualmente consta na Bíblia, deve ser de diversos autores: a) um profeta judaíta teria escrito 1-3; b) um profeta israelita (RN) teria escrito 6-7; o resto seriam acréscimos posteriores, talvez de copistas. No limiar do Exílio na Babilônia, estão Naum (668-612 a.C.). Sofonias (639-609 a.C.), bem como Habacuc, sobre o qual pairam dúvidas, mas geralmente é visto como dos anos antes do Exílio. Deste período são algumas partes de Jeremias. Sua missão vai dos anos 626 a 580 a.C. Portanto, antes e durante o Exílio. Jeremias História dos livros bíblicos PERÍODO DO EXÍLIO E DO PÓS-EXÍLIO (PEPE) Os textos pré-exílicos são poucos. Tudo o mais do AT, embora possa ter sua fase embrionária anterior, foi redigido durante o PEPE. Quase tudo o que hoje forma o Antigo Testamento foi escrito a partir do Exílio na Babilônia (596-539 a.C.). Poucos livros existiam, e mesmo os que existiam (cf. visto no cap. 3) receberam redação definitiva a partir do Exílio, com acréscimos e até modificações. Historia dos livros bíblicos O Pentateuco é um tanto complexo, pois reflete tradições e textos de diversos períodos. Uma antiga tradição atribui a autoria do Pentateuco a Moisés, mas isto não resiste a uma crítica exegética. O Pentateuco temos tradições que vão desde a época dos Patriarcas (1900 a.C. até o tempo de Esdras e Neemias (450 a.C. Entre os biblistas é unânime que o Pentateuco é uma compilação de antigas fontes teológicas, que tinham suas tradições orais, e talvez já alguns documentos escritos. Estas fontes recebem o nome de Javista (J), Eloísta (E), Priester (P) e Deuteronomista (D). Estas tradições foram coligidas e editadas no período pós-exílico, por volta de 450-400 a.C. durante as reformas de Esdras e Neemias. Os livros bíblicos Uma hipótese diz que o núcleo do Pentateuco está em Moisés (sec. XIII a.C.). Este núcleo foi reproduzido oralmente por narradores. Nesta reprodução oral, aconteceram acréscimos, decréscimos e alterações. Estas tradições receberam quatro formas de elaboração e transmissão: Por volta do século X, nos tempos de Salomão, partes desta tradição oral foram escritas pelos javistas do sul. Mais tarde, com a separação de Israel em dois reinos (1Rs 12) em Reino do Sul e Reino do Norte conta-se a mesma saga noutra perspectiva. Lá se chama Deus de ELOHIM: Eloísta (E). No Norte a idolatria é forte . Um grupo de sacerdotes combate a mesma. Lá nasceu o Deuteronômio e, com base nele se originou toda uma tradição teológica: o Deutoronomista (Dta.) Os sacerdotes do Sul, preocupados com o culto, também escreveram suas tradições: o Priester (P). Os livros bíblicos No século V e IV a.C. os editores usaram estas quatro tradições: J, E, D e P e elaborou o Pentateuco, tal qual hoje o temos. “Provavelmente foi um sacerdote o editor que não só escreveu a tradição oral, como também deu ao Pentateuco sua forma final lá pelo século sexto, ou quinto a.C. Assim, o Pentateuco, tal qual hoje o temos, é a junção de quatro tradições: J, E, Dta e P. Isto já demonstra que o Pentateuco é uma colcha de retalhos. Por isto não podemos ler o Pentateuco como se ele fosse uma narrativa histórica feita sobre os fatos. Antes, é fruto de uma interpretação teológica que tem quatro fontes diferentes. Os Livros bíblicos O Gênesis O Gênesis inicia com o primeiro homem (Gn 13) e termina com as Doze Tribos de Israel, ou seja, mostra a origem das Doze Tribos. O autor, ou o compilador/redator ordenou antigas tradições (J, E, P, D ) e as dispôs para formar o livro. Gênesis deve ter uma primeira redação na Babilônia. Mas o livro foi completado nos tempos de Esdras e Neemias. Alguns estudiosos creem que Priester (P) que escreveu sua tradição no Exílio (550 a.C.), já de volta a Jerusalém, escreveu o Gênesis. Assim, o livro do Gênesis se formou em três etapas: a) Tempos de Salomão (971-931 a.C.): rascunhos b) Tempos da Monarquia (931-586 a.C.): transmissão e retransmissão. c) Tempos do Exílio e do Pós-exílio (586-400 a.C): texto definitivo. Os livros bíblicos O Êxodo Êxodo apenas se inspira em J, E e P . Sua redação final se dá por volta de 450 a.C., portanto, no PósExílio. Podemos supor: o J escreveu no século X a.C. O E escreveu no século VIII a.C. O P escreveu durante o Exílio (séc VI a.C.). De todas estas tradições foi formado o livro do Êxodo no pós-exílio. O Levítico Obra dos levitas em relação ao culto. Colocam na boca de Moisés as leis do culto, no entanto, sua redação é do século V a.C. quando os levitas reorganizam o culto no Pós-Exílio. Em grande parte reflete a tradição P, ou seja, velhas tradições vindas do séc. VIII a.C., mas redigidas por volta de 450 a.C. Neste livro temos apenas o P. foi elaborado no sul. Os Livros Bíblicos O Números Tradições antiquíssimas, mas a redação é do séc. V a.C. Saiu das mãos de escribas da linha sacerdotal (P). “O livro foi escrito na terra, depois do Exílio”. Alguns autores situam Nm ainda no século VI a.C. O Deuteronômio Deuteronômio: segunda versão da lei. Origem no Reino do Norte, no século VIII a.C. Com a queda do RN, foi levado ao sul. Lá foi descoberto (2Rs 2223). Durante o Exílio e o Pós-Exílio recebeu acréscimos. Assim, a redação, tal qual a temos é do pós Exílio (séc. V a.C. O livro tem o combate à idolatria como finalidade. Livros Bíblicos A OHD (Obra Historiográfica Deuteronomista) No Exílio (589-539 a.C.) um grupo de teólogos remanescentes releu a história de Israel à luz do Dt. É uma reinterpretação de antigas tradições para dar esperança de futuro. Além de completar o livro do Dt, nasceu uma escola teológica, inspirada no Dt, que resultou em alguns livros: a OHD (Obra Historiográfica Deuteronomista). Josué Juízes 1 e 2 Samuel 1 e 2 Reis Os livros de Js, Jz, 1 e 2Sm, 1 e 2Rs têm sua base no Dt. A teologia do Dt perpassa todos estes livros. A história de Israel à luz do Dt. Obra elaborada durante o Exílio e logo depois. A redação final é de 550 a.C. Os livros bíblicos A OHC (Obra Historiográfica Cronista) OHC reflete a história do judaísmo sob o Império Persa. Compreende 1 e 2Cr, Esd e Ne e tem por base os escribas. É uma releitura de 1 e 2Sm e 1 e 2 Rs em outra perspectiva. O período de sua redação está entre 500 e 330 a.C. Para a OHC, o que conta, é o templo e a liturgia. 1-2Cr é a história do 1º templo (971-589 a.C.). Esd e Ne refletem o 2º templo (539ss). Tudo escrito no período da restauração, durante o domínio Persa. Seriam os sacerdotes sulistas pós-exílicos que colocaram suas versões da história, no papel Os livros bíblicos Os Profetas do Exílio e do Pós-Exílio Poucos profetas têm textos anteriores ao Exílio. Veremos os profetas do Exílio e do Pós-Exílio. Aliás, o fenômeno dos profetas escritores inicia antes do Exílio, mas floresce de forma muito viva no exílio e desaparece lentamente após o Exílio. Dêutero-Isaías (Is 40-55). Entre 553-539 a.C. Trito-Isaías (Is 56-66). Entre 535-515 a.C. Jeremias inicia antes do Exílio e vai até 580 a.C. Ezequiel inicia antes do Exíloo e vai até 571 a.C. Joel entre 400-350 a.C. Abdias – período persa – 538ss a.C. Jonas a partir de 538ss Ageu e Zacarias a partir de 520ss Malaquias a partir de 465ss a.C. Os livros bíblicos Literatura Sapiencial Logo após o Exílio, em Israel, proliferou a escrita de obras, novas e antigas, ou seja, o que eram textos avulsos, tradições orais, agora são coligidos e transformados em livros. Assim nascem Jó, Ct, Jn, Tb, Dn, Est, Br. Provérbios: século VI-III a.C. Jó: século VI-V a.C. Lamentações: século VI a.C. Ruth: século V a.C. Jonas: século V a.C. Ester: século V a.C. C. dos Cânticos: séc. IV a.C. Eclesiastes: séc. IV-III a.C. Baruc: século III a.C. Eclesiástico: século II a.C. Daniel: século II a.C. Judite: século II a.C. Tobias: século II a.C. Os livros bíblicos Ainda convém dizer uma palavra sobre o Livro dos Salmos. Não se trata de um livro escrito, como tal, mas antes, reflete um longo percurso de formação. Alguns salmos são dos tempos bem antigos, do Êxodo, de Davi, de Salomão, do primeiro templo, do Exílio e os últimos são do século III a.C. A comunidade do Pós-Exílio compôs alguns salmos, reutilizou antigos salmos e formou um livro. Portanto, o livro dos salmos como hoje temos na Bíblia, é do período Pós-Exílico, enquanto que, muitos salmos são anteriores que existiam de forma avulsa. Os livros bíblicos Conclusão do AT O Antigo Testamento, enquanto livro, começou a se formar a partir do século VIII a.C. Provavelmente com o profeta Amós. Poucos escritos são anteriores ao Exílio (589-539). No Exílio, um grupo de sacerdotes e sábios coloca por escrito aquilo que antes eram apenas tradições orais e também escreve novos textos. Os profetas deste período escrevem seus livros e completam alguns profetas anteriores. No período persa o serviço de restauração continua a obra dos escritores. Muitas obras escritas no período exílico, são agora completadas, recebendo redação definitiva e novas obras são es-critas.