Aula 01
Prof. Claudio Benossi
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Desenvolvimento Histórico do
Comportamento Organizacional
 As origens
 A maioria dos autores concorda que o estudo do
Comportamento Organizacional teve origem
durante a evolução da sociedade industrial,
notadamente a partir do início do século XX.
 À medida que as atividades humanas envolvem
mais indivíduos e maiores volumes de recursos, a
sua organização oferece novos e crescentes
desafios.
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Desenvolvimento Histórico do
Comportamento Organizacional
 As origens
 Assim é nas grandes corporações industriais
que se tornou patente a necessidade de
compreender o comportamento humano no
âmbito das organizações.
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Desenvolvimento Histórico do
Comportamento Organizacional
 As origens
 A publicação em 1776 de “A Riqueza das Nações”,
de Adam Smith, marca para muitos autores o
início da Revolução Industrial; de fato, neste livro
surgem pela primeira vez o “princípio da
especialização” e o “princípio da divisão do
trabalho”, que viriam a constituir as bases do
pensamento administrativo por várias décadas.
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Desenvolvimento Histórico do
Comportamento Organizacional
 As origens
 Anos depois, Charles Babbage estendeu o
conceito de especialização. Em seu livro “On the
Economy of Machinery and Manufactures”, de
1832, Babbage afirmou que os princípios de
especialização seriam aplicáveis também ao
trabalho intelectual, conceito desconhecido na
época.
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Desenvolvimento Histórico do
Comportamento Organizacional
 As origens
 Finalmente, Robert Owen foi um pioneiro ao
enfatizar, no início do século XIX, as necessidades
humanas dos empregados. Suas propostas
estavam um século à frente dos seus
contemporâneos: regulamentação dos horários e
condições de trabalho, educação pública para
todos, refeitórios nas fábricas e envolvimento das
empresas em projetos para o bem-estar da
coletividade.
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Desenvolvimento Histórico do
Comportamento Organizacional
 As origens
 Estes autores lançaram as bases dos estudos
organizacionais, que experimentariam enorme
evolução a partir do início do século XX, com o
advento da chamada Escola Científica de
Administração.
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Os clássicos: Taylor e Fayol
 O americano Frederick Winslow Taylor foi o
primeiro a dar tratamento científico aos
problemas referentes à organização do
trabalho O pensamento de Taylor foi
elaborado em torno de três eixos principais.
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Os clássicos: Taylor e Fayol
 Em primeiro lugar está a distribuição das
tarefas, estabelecendo-se diversos escalões
intermediários entre a direção da empresa e o
operário que realiza o trabalho material.
 A segunda vertente básica do chamado
taylorismo é o estudo detalhado dos
movimentos e tempos necessários para
realizar as tarefas, divididas em seus
componentes mais elementares.
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Os clássicos: Taylor e Fayol
 Intimamente relacionado com o anterior está
o terceiro fator:
 o estudo das máquinas necessárias para o
processo produtivo e sua localização correta,
com o objetivo de obter o máximo
rendimento.
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Os clássicos: Taylor e Fayol
 Quase ao mesmo tempo em que Taylor realizava
seus estudos nos Estados Unidos, surgiram na
França os de Henri Fayol.
 A análise de Fayol teve um enfoque oposto ao de
Taylor; enfocou a estrutura organizacional da
empresa, começando pela cúpula desta.
 Destacou que a função de alta direção da
empresa é quase exclusivamente administrativa e
fixou princípios da administração.
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Os clássicos: Taylor e Fayol
 As concepções tayloristas e fayolistas (a
chamada escola clássica de administração de
empresas) partem de um princípio muito
simples, no que diz respeito à psicologia do
trabalhador: o comportamento do homem
frente ao trabalho é guiado unicamente pelo
interesse material.
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Os clássicos: Taylor e Fayol
 Por isso, para que o trabalhador se adapte ao
trabalho como um mero prolongamento da
máquina - requisito imprescindível para se
conseguir a maior produtividade possível - é
necessário dar-lhe um incentivo, mediante
aumento dos salários ou melhoria das
condições de trabalho, como por exemplo, a
diminuição da jornada.
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Os “pré-humanistas”
 A Administração Científica, a Escola Clássica e
a Escola da Burocracia simplesmente
desconsideravam o fato dos seres humanos
serem “animais sociais”.
 Apenas por volta dos anos de 1930 este
conceito seria plenamente incorporado à
teoria das organizações, porém já no início do
século XX alguns teóricos chamavam a atenção
para a influência das dinâmicas sociais sobre o
desempenho das organizações.
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Os “pré-humanistas”
 Esses escritores discutiram um amplo espectro
de tópicos de administração, incluindo as
responsabilidades sociais da administração, a
filosofia de administração, a clarificação de
termos e conceitos de negócios e princípios
organizacionais. As contribuições de Chester
Barnard e Mary Parker Follet tornaram-se
trabalhos clássicos nessa área.
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Os “pré-humanistas”
 Chester Barnard, o último presidente da New
Jersey Bell Telephone Company, publicou seu
livro-referência The Functions of the Executive
em 1938. Ele delineou o papel de um alto
executivo: formular o propósito de uma
organização, contratar pessoas-chave e manter
as comunicações organizacionais.
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Os “pré-humanistas”
 Mary
Parker Follet no seu Dynamic
Organization, de 1942, estendeu o trabalho de
Barnard
por
enfatizar
as
situações
continuamente
modificadas
que
os
administradores enfrentam.
 Duas de suas contribuições-chave, a noção de
que os administradores desejam flexibilidade e
as diferenças entre motivar grupos e
indivíduos, assentaram os fundamentos para a
moderna abordagem da contingência.
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A Era do Comportamento
 Os fundamentos psicológicos da Administração
Científica só foram realmente questionados a
partir das experiências de Elton Mayo nas
oficinas da companhia Western Electric, no
estado de Illinois, Estados Unidos, entre 1927
e 1932.
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A Era do Comportamento
 Mayo e seus colaboradores demonstraram que
a produtividade não se devia a causas
materiais, mas sim às relações sociais entre a
direção da empresa e os trabalhadores e, em
consequência, à mudança entre os próprios
trabalhadores.
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A Era do Comportamento
 Depois de longos estudos, Mayo e sua equipe
chegaram às seguintes conclusões:
 o comportamento do trabalhador não é
simplesmente individual;
 há outras formas de motivação para o trabalho, além
daquelas reconhecidas pela escola clássica;
 além da organização formal, estudada racionalmente
pela escola clássica, existe uma organização informal redes de amizade, liderança pessoal, etc. - que afeta
o funcionamento do grupo.
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A Era do Comportamento
 A Teoria de Motivação, de Abrahan Maslow (1943),
sugeriu que os seres humanos são motivados por
uma hierarquia de necessidades de diferentes tipos, a
saber, fisiológicas, sociais e psicológicas.
 Assim, as organizações burocráticas que procuravam
motivar os empregados por meio do dinheiro ou
segurança
no
emprego,
confinariam
o
desenvolvimento humano ao nível mais baixo da
hierarquia de necessidades.
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A Era do Comportamento
 Douglas McGregor (1946), preocupou-se em
comparar dois estilos antagônicos de administração:
de um lado, um estilo baseado na teoria tradicional,
mecanicista e pragmática (a que deu o nome de
teoria X) e, de outro, um estilo baseado na concepção
mais integral do ser humano (a que denominou
Teoria Y).
 A teoria Y considera que o trabalhado é um fato
natural, e que as pessoas podem ser motivadas por
meio de tarefas interessantes e desafiadoras.
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Os teóricos modernos
 A partir dos anos 50, surgiu um movimento no
sentido de empregar métodos científicos para
estudar o comportamento humano nas
organizações.
 Vamos resumir rapidamente as principais
contribuições de alguns dos nomes mais
destacados deste período.
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Os teóricos modernos
 Jacob Moreno foi o criador da sociometria –
uma técnica analítica para estudar o
comportamento dos grupos.
 A partir de dados colhidos em entrevistas e
tabulados segundo a técnica do sociograma, é
possível
identificar
os
padrões
de
relacionamento dentro de um grupo.
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Os teóricos modernos
 B.F.
Skinner realizou pesquisas que
demonstraram que o comportamento é
“função das consequências”; as pessoas
adotam preferencialmente comportamentos
recompensados e evitam comportamentos
passíveis de punição.
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Os teóricos modernos
 David McClelland criou os testes de projeção,
com o intuito de avaliar a “necessidade de
realização” das pessoas. Seu trabalho forneceu
as bases para métodos empregados em
programas de adequação das tarefas às
pessoas e maximizar o seu potencial de
realização.
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Os teóricos modernos
 Fred Fiedler estudou a liderança a partir de um
enfoque situacional, tendo desenvolvido uma
teoria abrangente sobre o comportamento de
liderança. Seu modelo de contingência
dominou a pesquisa sobre liderança ao longo
dos anos 60 e 70.
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Os teóricos modernos
 Frederick Herzberg enfocou a questão de “o
que as pessoas querem do seu trabalho?”
Concluiu que a maioria das pessoas deseja
trabalhos que ofereçam reconhecimento,
realização, responsabilidade e crescimento e
só assim se sentem motivadas. Boa parte do
interesse atual em enriquecimento de tarefas
e qualidade de vida no trabalho se deve às
pesquisas de Herzberg.
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Os teóricos modernos
 J.R. Hackman e Greg Oldham desenvolveram
durante os anos 70 uma metodologia para a
análise de fatores de trabalho e motivação,
fornecendo as bases para o planejamento do
trabalho.
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Tendências contemporâneas
 Como vimos, o atual “estado da arte” do
Comportamento Organizacional engloba ideias
introduzidas ao longo de mais de 100 anos.
Cada época ou escola é uma extensão ou
modificação da anterior. E nem todas as ideias
funcionam sempre; ao contrário, nenhum
conceito, por atraente que seja, pode ser
aplicado a qualquer organização.
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Tendências contemporâneas
 É isso que entendemos como abordagem
contingencial; não existe “uma única melhor
maneira” de administrar pessoas em uma
organização, nem um conjunto de princípios
que possam ser aplicados universalmente. As
organizações são muito diferentes entre si,
bem como os seus colaboradores. Seria bem
estranho se houvesse uma “teoria universal”
do Comportamento Organizacional!
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Tendências contemporâneas
 As décadas de 60 e 70 assistiram ao
surgimento de várias novas teorias, que
tiveram grande impacto sobre as práticas de
gestão de pessoas neste período. Já nos
últimos anos, os pesquisadores têm se
dedicado ao aperfeiçoamento das teorias
existentes e do refinamento das técnicas para
sua aplicação nas empresas.
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Os “pré-humanistas”